Uma Visão da Glória de Deus

Sermão nº 3120

Por Charles H. Spurgeon (1834-1892)

Traduzido, Adaptado e

Editado por Silvio Dutra

Jul/2018

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S772 Spurgeon, Charles H.- 1834-1892 Uma visão da glória de Deus / Charles H. Spurgeon Tradução e adaptação Silvio Dutra Alves – Rio de Janeiro, 2018. 26p.; 14,8 x21cm 1. Teologia. 2. Pregação. 3. Alves, Silvio Dutra. I. Título. CDD 252

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“E ele disse: peço-te que me mostres a tua

glória.” (Êxodo 33:18)

Isso foi um grande pedido a ser feito. Ele não

poderia ter pedido mais: “Eu te rogo, mostre-me

a tua glória”. Ora, esta é a maior petição que o

homem já pediu a Deus. Parece-me o maior

trecho de fé que ouvi ou li sobre isto.

Foi uma grande fé que fez Abraão entrar na

planície para oferecer intercessão por uma

cidade culpada como Sodoma.

Foi uma fé vasta que permitiu a Jacó agarrar o

anjo; foi a poderosa fé que permitiu a Elias

rasgar os céus e ir buscar a chuva aos céus que

antes eram como latão; mas parece-me que esta

oração contém uma quantidade maior de fé do

que todas as outras juntas.

É o maior pedido que o homem poderia fazer a

Deus: "Eu peço-te, mostra-me a tua glória." Se ele

tivesse pedido uma carruagem de fogo para

levá-lo ao céu; pedisse que ele derramasse as

inundações de água e afogasse a cavalaria de

uma nação; se ele tivesse orado ao Todo-

Poderoso para enviar fogo do céu para consumir

exércitos inteiros, eu poderia ter encontrado

um paralelo à sua oração; mas quando ele

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oferece esta petição, "peço-te, mostra-me a tua

glória", ele está sozinho, um gigante entre os

gigantes; um colosso mesmo naqueles dias de

homens poderosos. Seu pedido supera o de

qualquer outro homem: "Eu peço-te, mostra-me

a tua glória." Entre os altos picos das orações do

homem que se elevam como montanhas para os

céus, este é o ponto culminante; esta é a

elevação mais alta que a fé já adquiriu: é o lugar

mais alto para o qual a grande ambição de fé

pode subir; é o pilar mais alto de todas as

estruturas imponentes que a confiança já

acumulou. Estou surpreso que o próprio Moisés

devesse ter sido ousado o suficiente para

suplicar um favor tão maravilhoso. Certamente

depois que ele proferiu o desejo, seus ossos

devem ter tremido, seu sangue coalhado em

suas veias e seu cabelo deve ter ficado em pé. Ele

não se perguntou a si mesmo? Ele não tremeu

com sua própria dureza? Acreditamos que tal

teria sido o caso se a fé não tivesse motivado a

oração que o sustentou na revisão do mesmo.

De onde veio então uma fé assim? Como Moisés

obteve grau tão eminente dessa virtude? Ah,

amado, foi pela comunhão com Deus. Não

esteve ele por quarenta dias na câmara do

conselho com o seu Deus? Não se demorara no

pavilhão secreto de fogo ardente? Se Jeová não

tivesse falado com ele como um homem fala

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com seu amigo, ele não teria coragem suficiente

para pedir tão grande bênção. Sim, ainda mais,

duvido que toda esta comunhão teria sido

suficiente se ele também não tivesse recebido

um novo testemunho da graça de Deus,

poupando uma nação por sua intercessão.

Moisés tinha argumentado com Deus, ele havia

alegado o pacto, e embora Deus tivesse dito:

"Deixe-me para que eu possa destruí-los", ele

ainda mantinha seu domínio; ele até se

aventurou a dizer: "Se não, apague meu nome do

livro da vida", deixe-me morrer tanto quanto o

resto; ele lutou duro com a justiça e prevaleceu.

A força conquistada por esta vitória, unida à sua

antiga comunhão com o Senhor, fez dele

poderoso em oração; mas se ele não tivesse

recebido graça por esses meios, acho que a

petição era grande demais para Moisés se

aventurar a levar ao trono.

Vocês, meus irmãos, gostariam de ter fé e,

depois, andar no mesmo caminho? Seja muito

constante em oração secreta. Mantenha

comunhão constante com o Pai e com seu Filho

Jesus Cristo; assim você se levantará no alto das

asas da confiança, assim você também abrirá

sua boca e a terá cheia de favores divinos, e se

você não oferecer o mesmo pedido, ainda assim

você pode ter fé igual àquela que ordenou que

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Moisés dissesse: “Peço-te, mostra-me a tua

glória.”

Permita-me encaminhá-lo para o 13º verso deste

capítulo, onde Moisés fala ao seu Deus - “Agora,

pois, se tenho achado graça aos teus olhos,

mostra-me agora o teu caminho.” Moisés pediu

menos favor antes que ele pedisse o maior. Ele

pediu para ver o caminho de Deus antes de orar

para ver sua glória. Observem, meus amigos,

este é o verdadeiro modo de oração. Não

descanse satisfeito com as respostas anteriores,

mas duplique o seu pedido e vá novamente. Veja

suas petições anteriores como a pequena

extremidade da cunha abrindo o caminho para

as maiores. A melhor maneira de retribuir a

Deus, e da maneira que ele mais ama, é pedir e

perguntar a ele dez vezes mais a cada vez. Nada

agrada tanto a Deus como quando um pecador

volta de novo em breve com uma petição duas

vezes maior - “Senhor, tu me ouviste da última

vez, e agora eu venho de novo”. A fé é uma

poderosa graça, e sempre cresce sobre aquilo

que alimenta. Quando Deus ouviu oração por

uma coisa, a fé vem e pede duas coisas, e quando

Deus deu essas duas coisas, a fé pede seis. A fé

pode escalar as paredes do céu. Ela é uma graça

gigante. Ela pega montanhas por suas raízes, e as

coloca em outros lugares, e assim sobe ao trono

em confiança com grandes petições, sabendo

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que ela não será recusada. Somos, a maioria de

nós, muito lentos para ir a Deus. Não somos

como os mendigos que chegam à porta vinte

vezes, se não lhes derem nada. Mas, se tivermos

sido ouvidos uma vez, iremos embora, em vez de

virmos de tempos em tempos e cada vez com

uma oração maior. Faça suas petições mais e

mais. Peça por dez, e se Deus os dá, então por

mil, e continue até que finalmente você terá fé

suficiente para pedir, se fosse apropriado, um

grande favor como Moisés fez - “Eu peço-te,

mostre-me a tua glória”.

Agora, meus amigos, acabamos de falar uma

palavra ou duas sobre a oração em si; teremos

que ver como foi recebido no trono. Foi

respondido, primeiro, por uma manifestação

graciosa; em segundo lugar, por uma ocultação

graciosa; e, em terceiro lugar, por uma proteção

graciosa.

I. Em primeiro lugar, esta oração que Moisés

ofereceu foi ouvida por Deus, e ele lhe deu uma

MANIFESTAÇÃO GRACIOSA: “E ele disse: Eu

farei toda a minha bondade passar adiante de ti;

e proclamarei o nome do Senhor diante de ti; e

eu serei gracioso a quem eu serei gracioso, e

mostrarei misericórdia sobre quem eu vou

mostrar misericórdia."

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Eu acho que, quando Moisés fez esta oração a

Deus, ele era muito parecido com Pedro,

quando, no topo do monte da Transfiguração,

ele não sabia o que ele disse. Eu acho que o

próprio Moisés dificilmente entendeu a petição

que ele ofereceu a Deus. Com toda a clareza de

suas ideias; por mais pura que seja a sua

concepção da divindade, penso que mesmo o

próprio Moisés não tinha uma visão adequada

da divindade. Ele não conhecia tanto de Deus

como agora ele aprendeu quando estava diante

do trono do Altíssimo. Eu creio que Moisés sabia

que Deus é um Espírito. Acho que ele deve ter

percebido que a mente do homem nunca pode

conceber uma ideia do incompreensível Jeová.

Ele deve ter aprendido que o Deus do Monte

Sinai, o Rei cujos pés brilhavam como uma

fornalha, e fazia sair fumaça da montanha,

nunca poderia ser captado pelos sentidos de um

mortal. No entanto, é provável que, com todo

esse conhecimento, o grande legislador tivesse

uma ideia vaga e indistinta de que seria possível

que a divindade fosse vista.

Meus amigos, é difícil para criaturas

sobrecarregadas com carne e sangue ganharem

uma concepção justa de um espírito. Estamos

tão ligados ao material que o espiritual está

acima do nosso alcance. Certamente então, se

um mero espírito está acima de nossa

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compreensão, muito mais o "Pai dos Espíritos, o

Eterno, Imortal, Invisível".

O poeta canta mais verdadeiramente –

"Quanto mais maravilhoso

é ouvido nele, mais devemos concordar.

Pudéssemos nós concebê-lo,

Deus ele não poderia ser,

ou ele não seria Deus, ou nós não poderíamos

ser homens.

Só Deus pode compreender a Deus. ”

Estes olhos são apenas órgãos para transmitir-

me o conhecimento de substâncias materiais;

eles não podem discernir espíritos; não é seu

dever; está além de sua capacidade. Mais que o

éter celeste da natureza mais refinada; mais

sutil que o poder secreto da eletricidade;

infinitamente acima das formas mais raras da

matéria é a existência que chamamos de

espírito. Também poderíamos amarrar os

ventos com cordas, ou feri-los com uma espada,

como contemplar espíritos com olhos que só

foram feitos para ver materialismo sólido e

grosseiro.

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Descobrimos que Moisés não viu nenhuma

semelhança; nenhuma forma passou diante

dele. Ele teve uma audição; ele teve uma visão;

mas era uma audição e uma visão por trás de

uma cobertura, e não de uma pessoa, mas de um

atributo.

Eis então a cena. Lá está Moisés prestes a ser

honrado com visões de Deus. O Senhor está

prestes a responder-lhe. Ó Moisés, Deus veio. Tu

não tremes; não batem juntos os teus joelhos;

não são teus ossos quebrados e os teus tendões

soltos? Você pode suportar o pensamento de

Deus vindo a ti? Oh, eu posso imaginar Moisés

como ele estava naquela fenda da rocha com a

mão de Deus diante de seus olhos, e posso vê-lo

como o homem nunca olhou antes, confiante na

fé, mas mais do que confuso consigo mesmo

que ele poderia ter feito tal petição.

Agora, que atributo Deus está prestes a mostrar

a Moisés? Sua petição foi: "Mostre-me a tua

glória". Ele lhe mostrará a justiça? Ele mostrará

a ele sua santidade? Ele mostrará sua ira? Ele vai

mostrar-lhe o seu poder? Ele quebrará o cedro e

mostrará a ele que ele é todo-poderoso? Será

que ele vai além da montanha e mostrará a ele

que ele pode estar irado? Ele trará seus pecados

à lembrança e mostrará que é onisciente? Não;

ouça a voz mansa e delicada - “Farei toda a

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minha bondade passar diante de ti”. Ah! a

bondade de Deus é a glória de Deus. A maior

glória de Deus é que ele é bom. A gema mais

brilhante da coroa de Deus é a sua bondade.

"Farei toda a minha bondade passar diante de ti."

Há um panorama como o tempo não seria longo

o suficiente para você ver. Considere a bondade

de Deus na criação. Quem poderia dizer toda a

bondade de Deus que há nela? Ora, todo riacho

que corre até a praia está cheio de onde os

filhotes dançam na água. Ora, toda árvore e toda

floresta toca com ela; onde os cantores de penas

sentam e fazem suas asas tremerem de alegria e

êxtase. Ora, todo átomo desse ar, que é denso de

animálculos, está cheio da bondade de Deus. O

gado em mil colinas que ele alimenta; os corvos

vêm e bicam sua comida de suas mãos liberais.

Os peixes saltam do seu elemento e ele os

fornece; todo inseto é nutrido por ele. O leão

ruge na floresta por sua presa, e ele a envia para

ele. Milhões de criaturas são todas alimentadas

por ele. Você pode dizer, então, qual é a bondade

de Deus? Se você conhecesse todas as miríades

das obras de Deus, sua vida seria longa o

suficiente para fazer com que toda a bondade

criativa de Deus passasse diante de você? Então,

pense em sua bondade para com os filhos dos

homens. Pense em quantas de nossas raças

vieram para este mundo e morreram. Nós

somos de ontem e não sabemos nada. O homem

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é como uma flor; ele vive, ele morre; ele é o bebê

de um dia, e ele se vai amanhã, mas ainda assim

o Senhor não o esquece. Oh meu Deus! Se tu

deves fazer toda a tua bondade passar diante de

mim - toda a tua bondade para com os filhos dos

homens - devo sentar-me sobre uma rocha

adamantina para sempre e olhar por toda a

eternidade; Eu deveria usar esses olhos para

fora, e deveria ter olhos de fogo, ou então eu

nunca deveria ser capaz de ver toda a tua

bondade para com os filhos dos homens. Mas

então suba ainda mais alto, e pense em sua

soberana bondade para com seu povo escolhido.

Oh, minha alma, volte para a eternidade e veja o

seu nome no livro de Deus de graça

predestinadora e imutável! E então desça ao

tempo da redenção, e veja ali o seu Salvador

sangrando e agonizando. Ó minha alma, houve

gotas de bondade antes, mas, rios de bondade

rolam diante de ti agora! Quando tu viste o Filho

de Deus gemendo, agonizando, gritando,

morrendo, enterrado em sua sepultura, e então

subindo de novo, viste a bondade de Deus. "Eu

farei toda a minha bondade passar diante de ti."

Eu digo novamente, que panorama! Que série de

visões dissolvidas! Que visão à vista, cada uma se

derretendo na outra! Eu poderia ficar aqui esta

manhã e pegar emprestado a eloquência de um

anjo; eu poderia falar com você como eu poderia

desejar - mas, ai de mim! Eu não posso quebrar

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esses laços que seguram minha língua

gaguejante - eu poderia soltar esses lábios e

falar como os anjos falam, então eu poderia lhe

dizer algo, mas não muito, da bondade de Deus;

pois é "descobrir do passado". Já que eu não

posso dizer sozinho, eu invoco toda a criação

para ser vocal em seu louvor. Vós colinas,

levantai vossas vozes; deixe as madeiras

felpudas em seus cumes acenar com adoração.

Vós vales, encham o ar com os balidos das tuas

ovelhas e o mugido do teu gado. Vós que tendes

vida, se tendes vozes, sintonizem seu louvor; e se

andardes em silêncio, deixem que seus

movimentos alegres mostrem os

agradecimentos que não podem falar. Ó árvores

do campo, batam palmas; Vós, em solene

harmonia cantam para a sua glória. Ó Oceano,

com as tuas miríades de ondas, em toda a tua

solene pompa, a tua movimentação para lá e

para cá, não te esqueças de que aquele que lança

mil frotas te varre em vão, e não põe sulcos no

teu rosto sempre jovem. E vós, tempestades,

uivai a sua grandeza; deixem seus trovões

rolarem como tambores na marcha do Deus dos

exércitos; deixai que os teus relâmpagos

escrevam o seu nome em fogo na escuridão da

meia-noite; deixe o vazio ilimitado do espaço

tornar-se uma boca para a canção; e deixe o éter

não-navegado, através de suas profundezas sem

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margens, suportar através do infinito remoto o

nome daquele que é sempre bom e faz o bem.

Eu não posso dizer mais sobre a bondade de

Deus. Mas isso não é tudo o que Moisés viu. Se

você olhar para as palavras que seguem o meu

texto, você verá que Deus disse: "Farei toda a

minha bondade passar diante de ti", mas havia

algo mais. Nenhum atributo de Deus expõe Deus

à perfeição; deve sempre haver outro. Ele disse:

“Eu serei gracioso a quem eu serei gracioso e

mostrarei misericórdia sobre quem eu mostrar

misericórdia”. Há outro atributo de Deus. Existe

a sua soberania. A bondade de Deus sem sua

soberania não estabelece completamente sua

natureza. Eu penso no homem que, quando ele

estava morrendo, me chamou para vê-lo. Ele

disse: “Estou indo para o céu”. “Bem”, respondi.

“O que faz você pensar que está indo para lá,

porque nunca pensou nisso antes?” Disse ele,

“Deus é bom”. “Sim”, respondi. “Mas Deus é

justo”. “Não”, disse ele, “Deus é misericordioso

e bom”. Agora aquela pobre criatura estava

morrendo e se perdendo para sempre; porque

ele não tinha uma concepção correta de Deus.

Ele tinha apenas uma ideia de Deus, que Deus é

bom; mas isso não é suficiente. Se você vê

apenas um atributo, você só tem metade de um

deus. Deus é bom e ele é soberano e faz o que lhe

agrada; e, embora seja bom para todos no

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sentido de benevolência, ele não é obrigado a

ser bom para ninguém. “Eu serei gracioso a

quem eu serei gracioso, e mostrarei

misericórdia em quem eu mostrarei

misericórdia.”

Não se assustem, meus amigos, porque eu vou

pregar sobre soberania. Eu sei que algumas

pessoas, quando ouvem falar de soberania,

dizem: “Oh, nós vamos ter alguma doutrina alta

e terrível.” Bem, se está na Bíblia, isso é o

suficiente para você. Não é tudo o que você quer

saber? Se Deus diz: "Eu serei misericordioso a

quem eu serei gracioso, e mostrarei

misericórdia sobre quem eu vou mostrar

misericórdia", não é para você dizer que é alta

doutrina. Quem te contou que era alta doutrina?

É uma boa doutrina. Que direito você tem de

chamar uma doutrina de alta e outra de baixa?

Você gostaria que eu tivesse uma Bíblia com “A”

para alto, e “B” para baixo, para que eu pudesse

deixar a alta doutrina de fora e te agradar?

Minha Bíblia não tem marca desse tipo; ela diz:

"Eu serei gracioso a quem eu serei gracioso." Há

soberania divina. Creio que alguns têm medo de

dizer qualquer coisa sobre essa grande doutrina,

para não ofenderem alguns de seus ouvintes;

mas. meus amigos, é verdade, e vocês ouvirão.

Deus é um soberano. Ele era um soberano antes

de fazer este mundo. Ele morava sozinho, e isso

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estava em sua mente: devo fazer alguma coisa

ou não devo? Eu tenho o direito de criar

criaturas ou não fazer qualquer. Ele resolveu

que ele iria moldar um mundo. Quando ele fez

isso, ele tinha o direito de formar o mundo em

que forma e tamanho ele queria; e ele tinha o

direito, se quisesse, de deixar o mundo sem ser

por uma única criatura. Quando ele resolveu

fazer o homem, ele tinha o direito de fazer

qualquer tipo de criatura que ele gostasse. Se ele

quisesse fazer dele um verme ou uma serpente,

ele tinha o direito de fazê-lo. Quando ele o fez.

ele tinha o direito de lhe dar qualquer ordem

que lhe agradasse; e Deus tinha o direito de dizer

a Adão. Não tocarás nessa árvore proibida. E

quando Adão pecou, Deus tinha o direito de

puni-lo e toda a raça para sempre no abismo.

Deus é tão soberano, que ele tem o direito, se ele

quiser, de salvar qualquer um nesta capela, ou

esmagar todos que estão aqui Ele tem o direito

de nos levar todos para o céu, se quiser, ou para

nos destruir. Ele tem o direito de fazer o que

quiser com a gente. Estamos nas suas mãos

tanto como prisioneiros nas mãos da sua

majestade quando são condenados por uma

ofensa capital contra a lei da terra; sim, tanto

quanto o barro nas mãos do oleiro. Isto é o que

ele afirmou, quando ele disse: “Eu serei gracioso

a quem eu serei gracioso. e mostrarei

misericórdia a quem mostrarei misericórdia”.

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Isso desperta seu orgulho carnal, não é? Os

homens querem ser alguém. Eles não gostam de

se deitar diante de Deus e terem pregado a eles

que Deus pode fazer o que quiser com eles. Ah!

você pode odiá-lo, mas é o que a Escritura nos

diz. Com certeza é evidente que Deus pode fazer

o que quiser com o que é seu. Todos nós

gostamos de fazer o que quisermos com nossa

propriedade. Deus disse que, se você for para o

seu trono, ele o ouvirá; mas ele tem o direito de

não fazer isso se quiser. Ele tem o direito de fazer

o que quiser. Se ele escolher deixar você

continuar no erro dos seus caminhos, isso é

direito dele; e se ele disser, como ele diz: “Vinde

a mim, todos os que estais cansados e

sobrecarregados, e eu lhes darei descanso”, é

seu direito fazê-lo. Essa é a alta e terrível

doutrina da SOBERANIA DIVINA. Coloque os

dois juntos, bondade e soberania, e você verá a

glória de Deus. Se você tomar a soberania

sozinha, não entenderá a Deus. Algumas

pessoas só têm uma ideia da soberania de Deus

e não de sua bondade; e elas são geralmente

sombrias, duras e mal-humoradas. Você deve

colocar os dois juntos; que Deus é bom e que

Deus é soberano. Você deve falar de graça

soberana. Deus não é graça somente, ele é a

graça soberana. Ele não é soberano somente,

mas ele é graciosamente soberano. Essa é a

melhor ideia de Deus. Quando Moisés disse:

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“peço-te, mostra-me a tua glória”, Deus fez-lhe

ver que ele era glorioso e que a sua glória era a

sua bondade soberana. Certamente, amados,

não podemos estar errados em amar a doutrina

da graça livre, imerecida e distintiva, quando a

vemos assim mencionada como a mais

brilhante joia da coroa de nosso Deus da aliança.

Não tenha medo de eleição e soberania. Chegou

a hora em que nossos ministros devem nos falar

mais sobre eles; ou, se não, nossas almas serão

tão magras e famintas que nos revoltaremos

pelo pão da vida. Oh, que Deus nos envie

homens evangélicos mais completos, que

preguem a graça soberana como a glória do

evangelho.

II. O segundo ponto é - houve uma OCULTAÇÃO

GRACIOSA. Leia o próximo verso. “Ele disse: tu

não podes ver o meu rosto; porque ninguém me

verá e viverá.” Houve uma ocultação graciosa.

Havia tanta graça naquela ocultação quanto na

manifestação. Observe, amado, que quando

Deus não nos diz nada, há tanta graça em sua

retenção quanto em qualquer de suas

revelações. Você já ouviu ou leu o sentimento de

que há tanto a ser aprendido do que não está na

Bíblia quanto do que há na Bíblia? Algumas

pessoas leem as Escrituras, e dizem: “Eu

gostaria de saber isto e aquilo.” Agora você não

deve desejar tal coisa; porque se fosse bom para

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você, estaria lá; e há tanta graça naquilo que

Deus não colocou na Bíblia, como no que ele

colocou lá. Se ele tivesse colocado mais, teria

sido nossa destruição. Há apenas o suficiente e

não mais. Você sabe como Robert da Normandia

perdeu a visão? Seu irmão passou uma tigela de

cobre em brasa diante de seu rosto, e queimou

os olhos de suas órbitas; e há algumas doutrinas

que os homens querem saber, as quais, se

pudessem, para eles, seria como passar uma

tigela em brasa diante de seus olhos. Ela

chamuscaria os olhos dos homens e seus

entendimentos seriam completamente

esmagados. Já vimos isso em alguns ministros,

que estudaram tanto que perderam a cabeça.

Eles foram mais longe do que deveriam ter se

aventurado. Há um ponto para o qual podemos

ir e não mais; e feliz é o homem que chega o mais

perto possível sem ultrapassá-lo. Deus disse a

Moisés - “Tu não podes ver o meu rosto e viver”.

Existem dois sentidos em que isto é verdade.

Nenhum homem pode ver o rosto de Deus como

pecador; e nenhum homem pode ver o rosto de

Deus como um santo.

Primeiro, nenhum homem pode ver o rosto de

Deus como pecador. Lá vem um miserável

diante do trono de Deus. Deus espalhou seus

livros e estabeleceu seu lugar de julgamento. Lá

vem um homem diante do trono de Deus. Olhe

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para ele! Ele está vestindo um manto de sua

própria justiça. “Miserável, como vens aqui?” E

a criatura tenta olhar para Deus; ele clama para

que ele possa viver! Mas não! Deus diz: “ele não

pode ver meu rosto e viver”. Assim diz o Juiz. "Os

executores da minha vingança saem!" Anjos

vêm com coroas em suas cabeças; eles agarram

suas espadas e estão prontos - “Amarre-lhe as

mãos e os pés; lançai-o no lago que arde com

fogo.” O infeliz é lançado no fogo do inferno. Ele

vê escrito em letras de fogo - "Nenhum homem

pode ver meu rosto e viver". Vestido em sua

própria justiça, ele deve morrer.

Então, ainda, é verdade que nenhum homem,

mesmo como um santo, pode ver a face de Deus

e viver; não por causa da deficiência moral, mas

por causa da incapacidade física. O corpo não é

forte o suficiente para suportar a visão de Deus.

Eu não sei dizer se até mesmo os santos no céu

veem a Deus. Deus habita entre eles; mas não sei

se alguma vez o contemplam. Isso é uma

especulação. Podemos deixar isso até

chegarmos lá. Nós decidiremos sobre isto

quando chegarmos ao céu. Eu mal sei se seres

finitos, quando imortalizados, seriam capazes

de ver a Deus. Isto é certo - que na terra, nenhum

homem, por mais santo que seja, pode ver a face

de Deus e ainda viver. Ora, Manoá, pai de

Sansão, quando viu um anjo, achou que deveria

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morrer. Ele disse: “Eu vi um anjo do Senhor; eu

morrerei”. Se você e eu encontrássemos um

anjo, ou uma tropa de anjos, como Jacó fez em

Maanaim, diríamos: “Nós morreremos”. O

brilho de esplendor nos subjugaria. Nós não

poderíamos suportar isso. Nós “não podemos

ver a Deus e viver”. Tudo o que podemos ver de

Deus é o que Moisés chamou de “partes

traseiras”. As palavras, penso eu, significam

“trem régio”. Vocês viram reis terem trens

pendurados atrás deles; e tudo o que podemos

ver de Deus é o seu trem que flutua para trás. O

sol que arde nos céus com toda a sua

refulgência, você acha que ele é brilhante; olha

para ele e ele deslumbra você; mas todo o seu

esplendor é apenas um fio nas saias régias do

manto da Deidade. Você viu a noite embrulhada

em seu manto tecido com pedras preciosas e

estrelas - lá eles brilham como ornamentos

trabalhados pela agulha de Deus naquela peça

brilhante de tapeçaria que está espalhada sobre

nossas cabeças, como uma tenda para os

habitantes da terra e você disse, “O! que

majestoso! Aquela estrela, aquele cometa,

aquela lua prateada, Que esplêndido!” Eles não

são nada, mas apenas uma minúscula porção

das saias de Deus que arrastam na poeira. Mas,

quais são os ombros - qual é o cinto da divindade

- quais são os braceletes de Deus - qual é a coroa

que cinge sua cabeça elevada, o homem não

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pode conceber; eu poderia imaginar que todas

as estrelas e constelações de estrelas poderiam

ser unidas e enfiadas em uma corda - feita em

um bracelete para o braço, ou um anel para o

dedo de Jeová - mas eu não posso conceber o que

Deus é ele mesmo. Tudo que eu posso aprender

- tudo o que o trovão já falou - tudo o que o

oceano pode me ensinar - tudo que o céu acima,

ou a terra abaixo possa abrir para minha mente,

não é nada além das “partes traseiras” de Deus.

Eu nunca consigo ver; nem posso entender o

que ele é.

III. Agora, amados, vamos ao terceiro ponto; e

essa é a PROTEÇÃO GRACIOSA.

Moisés teve que ser colocado na fenda de uma

rocha antes que ele pudesse ver a Deus. Houve

uma rocha no deserto uma vez; Moisés a feriu e

a água jorrou. O apóstolo nos diz “que a Rocha

era Cristo”. Muito bem, Paulo, creu que foi. Há

outra coisa em que acredito - acredito que esta

rocha era Cristo. Eu sei que não era Cristo

literalmente; mas Moisés permaneceu sobre

uma rocha literal. Moisés estava no topo de uma

alta montanha, escondido na fenda de uma

rocha real. Mas, oh, minha alma, qual é a fenda

da rocha onde tu deves permanecer; se você

jamais visse o rosto de Deus e vivesse. Oh, é a

“rocha das eras para mim”, onde devo esconder

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minha cabeça! Oh, que decepção foi quando

Jesus morreu! Oh, minha alma, entre no buraco

ao lado de Jesus. Essa é a fenda da rocha onde tu

deves permanecer e ver Deus.

"Até que eu veja a Deus em carne humana,

Meus pensamentos não encontram conforto;

O sagrado, justo e santo Três em Um,

São terrores em minha mente."

Mas quando eu chegar na fenda daquela rocha,

oh, minha alma, quando eu entro nessa fenda

cujo telhado maciço é a aliança eterna bem

ordenada, cujo chão dourado sólido é feito dos

decretos solenes da predestinação do Altíssimo;

e cujas colunas são chamadas Jaquim e Boaz,

isto é, estabelecimento e força, uma fenda numa

rocha que é tão duradoura que o tempo nunca

pode dissolvê-la. Cristo precioso! Que eu seja

encontrado em ti em meio à concussão dos

elementos, quando o mundo se dissolver e os

céus se dissolverem! Oh, que eu possa estar em

ti, preciosa fenda da Rocha; tu és tudo em tudo

para minha alma. Alguns de vocês, eu sei, estão

nessa fenda da Rocha. Mas deixe-me perguntar

aos outros, cadê vocês? Que seja uma questão

pessoal. Eu tenho pregado um longo tempo

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sobre Deus; Eu tentei elevar a altura desse

grande argumento e falar das coisas

maravilhosas de Deus. Eu posso ter falhado, mas

deixe-me dizer para cada um de vocês - Você

está nessa fenda da rocha? Você pode cantar

isso –

"Jesus, teu sangue e tua justiça

Minha beleza é, minha vestimenta gloriosa;

No meio de mundos flamejantes

Com alegria levantarei minha cabeça."

Para encerrar, eu necessito de uma inferência

prática, e o que será? Desenhe você mesmo. Que

seja isto - há uma hora chegando, quando todos

devemos, em certo sentido, ver a Deus. Nós

devemos vê-lo como um juiz. Volte, então, a

pensar seriamente se ficaremos na fenda da

Rocha quando ele vier. Há uma passagem que

mencionamos antes de fechar - “Eu vi a morte

em um cavalo amarelo e o inferno a seguia”.

Houve morte no cavalo amarelo; e o original diz

- "o Hades o seguia". Você sabe que a palavra

Hades compreende tanto o céu quanto o

inferno. Isso significa o estado dos espíritos.

Sim, a morte está atrás de mim e de ti. Ah, corra!

corre! corre! Mas corra como queres, o

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cavaleiro do cavalo branco te alcançará. Se tu

puderes escapar dele setenta anos, ele

finalmente te alcançará. A morte está andando!

Aqui seu cavalo vem - eu ouço seus roncos, sinto

sua respiração quente; ele vem! ele vem! e tu

deves morrer! Mas, homem malvado, o que vem

depois? Será o paraíso ou o inferno? Oh, se é o

inferno que está atrás de ti, onde estarás quando

fores expulso de Deus? Ah, eu oro para que Deus

te livre do inferno; ele está vindo atrás de você,

com certeza; e se você não tem esconderijo. ai de

ti. Vejo você naquela fissura na rocha, vejo

aquela cruz, vejo aquele sangue. Há segurança e

só aí. Tuas obras são apenas um incumprimento

inútil; jogue-as fora, e com toda a tua força fuja

para a montanha com

“Nada em minhas mãos eu trago,

Simplesmente na tua cruz eu me agarro.”

Sim, mais do que isso, você precisará da ajuda

divina, mesmo vindo a Cristo –

“ Oh! Porque não tenho força, a minha força está

aos teus pés para se deitar.”

Mas pobre e indefeso, se fores apenas oculto em

Cristo. tudo é seguro. Tempestades podem

surgir, mas você não pode ser oprimido; o velho

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Boreal pode explodir até que suas bochechas

estourem, mas nem um sopro de vento pode

ferir você; pois na fenda da Rocha você estará

escondido até que a vingança esteja superada.

“13 Agora, pois, se achei graça aos teus olhos,

rogo-te que me faças saber neste momento o teu

caminho, para que eu te conheça e ache graça

aos teus olhos; e considera que esta nação é teu

povo.

14 Respondeu-lhe: A minha presença irá

contigo, e eu te darei descanso.

15 Então, lhe disse Moisés: Se a tua presença não

vai comigo, não nos faças subir deste lugar.

16 Pois como se há de saber que achamos graça

aos teus olhos, eu e o teu povo? Não é,

porventura, em andares conosco, de maneira

que somos separados, eu e o teu povo, de todos

os povos da terra?

17 Disse o SENHOR a Moisés: Farei também isto

que disseste; porque achaste graça aos meus

olhos, e eu te conheço pelo teu nome.

18 Então, ele disse: Rogo-te que me mostres a tua

glória.” (Êxodo 33.13-18).