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1 Uni-ANHANGUERA – CENTRO UNIVERSITÁRIO DE GOIÁS CURSO DE QUÍMICA O CALCÁRIO DOLOMÍTICO E SUA UTILIZACÃO COMO CORRETIVO NA ACIDEZ DO SOLO PARA O PLANTIO DA SOJA JULIANA CRISTINA BRITO REIS LEANDRO AUGUSTO DE SOUZA GOIÂNIA Junho/2015

Uni-ANHANGUERA – CENTRO ... - pos.anhanguera.edu.brpos.anhanguera.edu.br/wp-content/uploads/2016/03/O-CALCÁRIO... · A definição do calcário se dá ao carbonato de cálcio ou

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Uni-ANHANGUERA – CENTRO UNIVERSITÁRIO DE GOIÁS

CURSO DE QUÍMICA

O CALCÁRIO DOLOMÍTICO E SUA UTILIZACÃO COMO CORRETIVO NA

ACIDEZ DO SOLO PARA O PLANTIO DA SOJA

JULIANA CRISTINA BRITO REIS

LEANDRO AUGUSTO DE SOUZA

GOIÂNIA

Junho/2015

2

JULIANA CRISTINA BRITO REIS

LEANDRO AUGUSTO DE SOUZA

O CALCÁRIO DOLOMÍTICO E SUA UTILIZACÃO COMO CORRETIVO NA

ACIDEZ DO SOLO PARA O PLANTIO DA SOJA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

ao Centro Universitário de Goiás - Uni-

ANHANGUERA, sob orientação da

Professora Msª Adibe Khouri, como requisito

parcial para a obtenção do bacharelado em

Química.

GOIÂNIA

Junho/2015

3

4

Dedico este trabalho a todos que de alguma forma me

apoiaram, a minha irmã Camila, meus pais Arnaldo e

Girlene (In memoriam), ao meu esposo pelo seu total

apoio, força e companheirismo.

Juliana Cristina Brito Reis

Este trabalho é dedicado as pessoas mais importantes da

minha vida, meus pais, Sebastião e Bernadet (In

memoriam), ao meu irmão Lucas, e minha amada que

sempre me deu apoio.

Leandro Augusto de Souza

5

AGRADECIMENTOS

Agradecemos ao Centro Universitário de Goiás - Uni-

ANHANGUERA, pela oportunidade e o apoio em nossa

obtenção do título de bacharel em Química. Agradecemos

também a todos os professores do curso de química e de

outros cursos com quem também obtivemos grande

aprendizado. E em especial a nossa orientadora Adibe

Khouri que nos deu total suporte intelectual.

6

Se a educação sozinha não pode transformar a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda.

Paulo Freire

7

RESUMO

De modo geral o solo brasileiro é considerado ácido, apresentando um pH abaixo de 5,5, com isso a realização da calagem é um processo fundamental durante as etapas de preparo do solo, dessa forma é possível corrigir sua a acidez e aumentar sua produtividade, a calagem é feita com calcário que tem como principal constituinte a calcita (CaCO3). Iremos então abordar o uso correto da calagem na agricultura para a obtenção de um solo com mais qualidade para o plantio, descrever o uso correto da calagem, os tratamentos que são realizados com o calcário no solo para o plantio, em especifico o plantio da soja, sua origem e sua importância na economia mundial, bem como seu uso na alimentação humana, de animais e também sua utilização na fabricação de biodiesel. Ficou demonstrado que produtor precisa se atentar a questões climáticas e fazer uso de mecanismos corretos para aplicação do corretivo e assim obter resultados satisfatórios sobre o seu investimento no plantio. PALAVRAS-CHAVE: Calagem. Economia. Agricultura. Biodiesel.

8

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Solo produtivo e preparado para o plantio 18

Figura 2 - Solo pobre em nutrientes do semiárido 18

Figura 3 - Escala de leitura do pH e pOH 19

Figura 4 - Sistema de Irrigação 20

Figura 5 - Desenho egípcio em rocha calcária 21

Figura 6 - Aqueduto da cidade de Roma 21

Figura 7 - Plantação de soja 23

Figura 8 - Laboratório de análise de solo 24

Figura 9 - Fluxograma das atividades que fazem parte da análise de solo 24

Figura 10 - Aplicação do calcário de forma mecânica 26

Figura 11 - Aplicação do calcário manualmente 27

Figura 12 - Planta de soja 28

Figura 13 - Mapa demonstrando a rota de introdução da soja pelo planeta 29

Figura 14 - Maquinas agrícolas modernas. 30

Figura 15 - Produtos produzidos com soja 34

Figura 16 - Farelo de soja 35

Figura 17 - Óleo de soja 36

Figura 18 - Mecanismo de produção de biodiesel com NaOH como catalisador 38

Figura 19 - Processo para obtenção de biodiesel 38

Figura 20 - Processo de separação do biodiesel 39

Figura 21 - Solo com déficit de água, impróprio para o crescimento da soja. 41

Figura 22 - Sistema de rotação de cultura 42

Figura 23 - Plantio cruzado 44

Figura 24 - Sistema Plantio Direto 45

9

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Aumento da produção de soja entre os anos de 1991 e 2010 31

10

LISTA DE SÍMBOLOS E SIGLAS

Al - Alumínio

C - Carbono

Ca - Cálcio

Cal - Calcário

H - Hidrogênio

K - Potássio

MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Mg - Magnésio

Mo - Molibdênio

N - Nitrogênio

O - Oxigênio

P - Fósforo

pH - Potencial de Hidrogênio

PN - Poder de neutralização

PRNT - Poder relativo de neutralização total

S - Enxofre

SPD - Sistema Plantio Direto

11

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Produção Mundial na safra 2013/2014 32

Tabela 2: Consumo Mundial de soja em 2012/2013 33

Tabela 3: Soja - Deficiências ocasionadas pelo excesso ou ausência de nutrientes 46

12

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 14

1. OBJETIVOS 16

1.1. Objetivo geral 16

1.2. Objetivos específicos 16

2. REFERENCIAL TEÓRICO 17

2.1. O solo 17

2.2. Sobre a acidez 18

2.3. A acidez no solo 19

2.4. O histórico do calcário 20

2.5. Tipos de calcário 22

2.6. Princípios básicos para a realização da calagem 25

2.6.1. Poder relativo de neutralização total (PRNT) e Poder de 25

neutralização (PN)

2.6.2. Quando aplicar o corretivo? 25

2.6.3. Aplicação correta do corretivo no solo 26

2.6.4. A aplicação incorreta do corretivo: Consequências 27

2.7. Soja 27

2.7.1. A soja na economia 30

2.7.2. Principais produtos da soja 33

2.7.3. O uso da soja na alimentação humana 33

2.7.4. O uso do farelo de soja 35

2.7.5. O óleo de soja 36

13

2.7.6. O biodiesel a partir da soja

37

2.8. O plantio da soja 40

2.8.1. Conservação, amostragem e análise do solo para o plantio da soja 42

2.8.2. Manejo do solo 43

2.8.3. O plantio da soja no serrado 45

CONSIDERAÇÕES FINAIS 48

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E FONTES CONSULTADAS 50

14

INTRODUÇÃO

No Brasil os solos são ácidos com pH abaixo de 5,5 e com a realização de calagem

processo feito para o preparo do solo é possível corrigir sua a acidez. Essa correção faz

aumentar o aproveitamento no plantio fazendo com que seja favorável para a agricultura. O

calcário moído fino é aplicado no solo na época recomendada e de modo correto age

rapidamente tornando a prática da calagem viável para o agricultor (VOLKWEISS et al,

1992).

A definição do calcário se dá ao carbonato de cálcio ou magnésio retirado de jazidas é

utilizado em uma enorme gama de segmentos, que vão desde a construção civil, passando

pela indústria de tintas, vidros, cerâmica, metalúrgica e indústria química. Seu uso também é

direcionado para a pecuária na elaboração ração para animais e aves como grande fonte de

cálcio e na agricultura tanto como corretivo da acidez do solo e calagem (SAMPAIO;

ALMEIDA, 2008).

A calcita (CaCO3) é o principal constituinte do calcário, quando este se apresenta em

um alto grau de pureza, suas reservas são extremamente grandes e quase que intermináveis,

podemos encontra-las em todos os continentes do planeta terra. Porém, o calcário com alto

grau de pureza corresponde a uma fatia menor que 10% do total produzido mundialmente

(SAMPAIO; ALMEIDA, 2008).

A aplicação do calcário acontece devido a necessidade de neutralização de substâncias

ácidas existentes no solo. Sua distribuição deve ser feita de modo ordenado para que seja

misturada de forma homogênea ao solo; com a aplicação do calcário o solo recebe uma

porcentagem considerável de cálcio e magnésio, elementos fundamentais para

desenvolvimento das plantas (KORNDÖRFER, 2011).

A partir das análises granulométricas e análises químicas feitas em amostras de

calcário, é possível determinar as porcentagens de cálcio e magnésio resultante para escolha

certa do calcário para cada solo. As análises de calcário iniciam-se com a preparação da

15

amostra, nessa preparação estão incluídos os cálculos de umidade, temperatura, entres outros,

além de utilizar o método de titulação ácido-base (MAPA, 2007).

16

1. OBJETIVOS

1.1. Objetivo geral

• Abordar o uso correto da calagem na agricultura para a obtenção de um solo com mais

qualidade para o plantio.

1.2. Objetivos específicos

• Descrever o uso correto da calagem.

• Descrever os tratamentos que são feitos com o calcário no solo para o plantio.

• Descrever a importância da análise de solo no preparo deste para o plantio.

• Descrever os elementos químicos existentes no calcário.

• Contar a origem da soja.

• Descrever a importância da soja na economia.

• Descrever a utilização da soja como fonte alimentar e matéria prima na produção de

biodiesel.

• Apresentar o processo de manejo do solo, plantio da soja e seus métodos utilizados.

• Descrever o plantio da soja no cerrado.

17

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. O solo

No Brasil e em todo planeta Terra o solo é um composto formado por corpos naturais,

organizados nas fases sólidas, líquidas e gasosas, é grande a diversidade dos tipos de solos,

que é constituído por materiais orgânicos e minerais, contém matéria viva e predomina nas

partes continentais do nosso planeta. O solo é limitado nas faixas laterais por rios, lagos, gelo

e rochas, na parte superior, pela atmosfera e já na parte inferior é complexo estabelecer

limites, pois, o solo passa gradativamente para rocha dura ou prevalência de atributos

relacionados a substâncias rochosas ou então sedimentos que não apresentam atividade

biológica. Na a formação do solo alguns fatores são fundamentais; O clima, o relevo, a

biosfera e o tempo. Apesar da grande faixa territorial que nosso país possui, nem todo o solo

brasileiro é produtivo. As Figuras 1 e 2 demonstram a diferença entre o solo fértil e um solo

pobre em nutrientes respectivamente (EMBRAPA, 2006).

18

Figura 1: Solo produtivo e preparado para o plantio. Fonte: http://www.zun.com.br/tipos-de-solo-do-brasil-e-suas-caracteristicas/

Figura 2: Solo pobre em nutrientes do semiárido. Fonte: http://www.sedescdsa.com.br/home/wp-content/uploads/2013/10/536144_3571551811907 3_1205929784_n.jpg

No Brasil, os solos apresentam pH abaixo de 5,5 o que o caracteriza como ácido.

Então é comum a realização da calagem, processo realizado para o preparo do solo e assim é

possível corrigir sua acidez. Essa correção faz aumentar o aproveitamento no plantio fazendo

com que seja favorável para a agricultura (VOLKWEISS et al, 1992).

2.2. Sobre a acidez

Ácido é a substância que em contato com uma solução aquosa libera íons de

Hidrogênio (H+), isso se dá por meio de uma dissociação. Exemplo: O ácido RH se dissocia e

19

ocorre a liberação do cátion Hidrogênio (H+) e do ânion R-. Os ácidos são classificados em

dois grupos. O grupo dos ácidos fortes que tem capacidade de se dissociar completamente, e

em consequência liberar uma maior quantidade de íons Hidrogênio (H+). E o grupo dos ácidos

fracos que liberam menor quantidade de íons Hidrogênio (H+) (LOPES; SILVA;

GUILHERME, 1991).

Para que possamos mensurar a quantidade de íons Hidrogênio (H+) presente em

determinada solução utilizamos o conceito de pH, que significa potencial de Hidrogênio. O

pH é medido em uma escala que vai de 0 a 14, onde 7 o pH e considerado neutro, onde a

quantidade de íons positivos se equivalem a quantidade de íons negativos. Para valores acima

de 7consideramos um pH alcalino. As soluções ácidas estão localizadas na escala entre 0 e 7,

onde quanto menor o valor, maior será a acidez da solução. A Figura 3 ilustra como é a

formada a escala de pH, também nos mostra o pH de algumas substâncias conhecidas

(MARTINS, 2005).

Figura 3: Escala de leitura do pH e pOH Fonte: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/tvmultimidia/imagens/3quimica /3escalapH.jpg

2.3. A acidez no solo

Em todo o país predomina a presença de solos ácidos, com exceção ao semiárido

nordestino, onde, no geral os solos contém pH alcalino, ou seja acima de 7. Em todas as

outras regiões do país prevalece a incidência de acidez, que é muito comum em solos sob o

clima tropical e subtropical, onde podemos presenciar solos com pH que estão entre 4 e 5,5,

podemos então classificarmos estes solos como muito ácidos (VOLKWEISS et al, 1992).

20

A acidez do solo está dividida entre a acidez ativa que é a quantidade de íons

Hidrogênio (H+) presente no solo, e a acidez potencial que é a soma de outros dois tipos de

acidez, a acidez trocável e a não trocável. A acides trocável apresenta os íons de alumínio

(Al3+) e Hidrogênio (H+) já a acidez não trocável que é representada pelo Hidrogênio (H+) de

ligação covalente (LOPES; SILVA; GUILHERME, 1991).

O pH do solo interfere diretamente na disponibilidade de alguns nutrientes, que afeta o

desenvolvimento das plantas. Se o pH apresentar um excesso de acidez acarretará em uma

queda na disponibilidade de fósforo, cálcio, magnésio, potássio e molibdênio e provocando

grande aumento nos íons de zinco, cobre, ferro, manganês e alumínio. Este último se

presentes em grandes concentrações são tóxicos as plantas, o que pode interferir no seu

crescimento ou até mesmo matá-las (SFREDO, 2008).

A acidez do solo pode se dar por sua própria natureza, pelo uso constante de irrigação,

pela decomposição de matéria orgânica e até mesmo no seu manuseio, como em sua

utilização contínua sem a rotatividade do solo para o plantio. A Figura 4 mostra um sistema

de irrigação, esse processo permite o uso do solo durante o ano todo (PARAHYBA, 2009).

Figura 4: Sistema de irrigação. Fonte: http://www.agr.feis.unesp.br/alfafa.htm

2.4. O histórico do calcário

O calcário (cal) e seus derivados vêm sendo utilizados pela humanidade desde a

antiguidade, há relatos do uso deste material como argamassa na região que hoje se encontra a

Turquia por volta de 14 e 7 mil anos e na antiga Iugoslávia hoje Servia a 8 mil anos. Os

21

egípcios também fizeram uso da cal há 5 mil anos, ainda hoje na cidade do Cairo capital do

Egito podemos encontrar aquedutos feitos por civilizações antigas que se utilizavam este

material. A Figura 5 detalha desenhos egípcios feitos em rocha calcária (NAHASS;

SEVERINO, 2003).

Figura 5: Desenho egípcio em rocha calcária. Fonte: http://picturestack.com/689/841/GABPicture52Cj.png

Depois vieram os romanos e empregaram tecnologia parecida também para criar

aquedutos e edificações como casa de banho e até mesmo teatros foram construídos se

beneficiando da vantagem do uso calcário, muitos destes ainda estão preservados e podem ser

encontrados em algumas cidades da Europa. Os relatos contam que o calcário agrícola vem

sendo utilizado como corretivo da acidez do solo desde o período da renascença. A Figura 6

mostra um dos aquedutos da cidade de Roma (NAHASS; SEVERINO, 2003).

Figura 6: Aqueduto da cidade de Roma. Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2013/10/especialistas-fazem-mapeamento-de-tuneis-subterraneos-da-roma-antiga.html

22

O calcário é um produto extraído da rocha calcária, que é formada através da

precipitação de sedimentos químicos e orgânicos. Podemos destacar dois mecanismos básicos

para a formação do calcário. Um dos mecanismos é a cimentação, onde ocorre o depósito de

carbonato de cálcio entre os poros do sedimento em que ocorreu uma precipitação, a partir

deste momento acontece à cimentação da rocha pelo cálcio. O outro mecanismo é a alteração

do cristal de aragonita em calcita (CaCO3) e posteriormente, na dolomitização da calcita

através da troca do cálcio pelo magnésio, resultando na dolomita (CaCO3 + MgCO3)

(NAHASS; SEVERINO, 2003).

A chuva tem papel fundamental na formação das rochas calcárias, o cálcio é um dos

elementos mais comuns na crosta terrestre, quando a chuva promove erosões ou corrosões que

resultam na desintegração de rochas que posteriormente arrastadas para o mar através das

aguas, esta solução formada por agua da chuva e minerais solubilizados quando em contato

com a agua do mar promove a precipitação do carbonato de cálcio, por não ter afinidade com

a agua marinha. Este cálcio é utilizado por uma grande variedade de vidas marinhas como na

formação de corais (SAMPAIO; ALMEIDA, 2008).

2.5. Tipos de calcário

Para o agricultor é importante ter os esclarecimentos de como proceder a uma

amostragem correta do solo, saber de sua fertilidade e questões de como deve ser o uso do

calcário agrícola, além de ter tais esclarecimentos para a escolha do calcário deve-se

considerar dois aspectos. Que são os aspectos técnicos e econômico. O aspecto técnico é que

se define o tipo de calcário através da porcentagem de cálcio e magnésio necessário para a

calagem do solo. Já o aspecto econômico deve-se levar em consideração os custos com preço

do produto e transporte (QUAGGIO, 2000; COOPERCITRUS, 2001).

Os solos brasileiros são considerados ácidos com pH que varia entre 4 e 5,5, os solos

com pH entre 6 e 7 são denominados solos ligeiramente ácido a neutro, com esse pH os

microrganismos são maiores no solo, os nutrientes minerais são estáveis e não ocorre infesto

de alumínio e manganês. Já em solos ácidos ocorre grande absorção de alumínio e manganês

pelas plantas, já que são nutrientes muito solúveis e com isso faz com que as plantas fiquem

fracas. A correção do solo vem para solucionar esses problemas já que o nutriente mais ácido

e que mais consome corretivos é o alumínio (VOLKWEISS, 1992).

A utilização de calcário na agricultura tem como objetivos básicos o uso como

corretivo do solo, diminuir o teor de alumínio assim também como manganês e sem se

23

esquecer de ressaltar a correção de cálcio e magnésio já que são os maiores problemas

encontrados nos solos brasileiros. A técnica conhecida como calagem integra uma das práticas

que de modo eficiente ajuda a melhorar o solo para que tenha uma produção de qualidade

como mostra a Figura 7 e assim obtenha benefícios econômicos lucrativos para o produtor

(MAPA, 2009).

Figura 7: Plantação de soja. Fonte: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=1052151

Para a realização adequada da correção do solo, a amostragem do solo deve ser feita

de boa maneira, de forma em que a análise feita por um laboratório como é mostrado na

Figura 8, seja fundamental para diagnosticar a necessidade e a quantidade de calcário e de

fertilizantes necessário ao objetivo que se quer atingir, é de grande relevância lembrar que a

aplicação do calcário seguindo a orientações técnicas colabora para manter o fósforo

disponibilizado nas plantas, aumenta a liberação de vários outros nutrientes, promove a

atividade microbiana no solo ajudando a melhorar as condições físicas. Os processos para a

análise do solo como mostrado na Figura 9 são: Amostragem de solo, envio ao laboratório,

preparo da amostra, análise química, interpretação dos dados, recomendação (MAPA, 2009;

QUAGGIO, 2000).

24

Figura 8: Laboratório de análises de solo. Fonte: http://www.ebda.ba.gov.br/laboratorio-solos/

Figura 9: Fluxograma das atividades que fazem parte da análise de solo. Fonte: http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/cana-de-acucar/arvore/CONTAG01_82_22122006154841.html

Devido ao processo natural de retirada de nutrientes do solo, através de processos

erosivos, chuva, adubação química, retirada de cálcio e magnésio pelas plantas, o solo fica

deficiente dos nutrientes necessários para um plantio adequado e a partir desse problema

causado naturalmente que entra de modo eficaz o uso de produtos neutralizantes a fim de

corrigir a acidez do solo e garantir um bom plantio (MAPA, 2009).

Não só a eficiência neutralizante, mas outra característica dos corretivos de solo deve-

se ao fornecimento de cálcio de magnésio para a agricultura, então a partir dessa afirmação a

legislação brasileira de corretivos, apontam esses produtos capazes de neutralizar a acidez do

solo a partir de suas substâncias com capacidade de oferecer cálcio e magnésio as plantas.

Entre esses corretivos está o calcário agrícola (MAPA, 2009).

Pela dificuldade de não encontrar magnésio em várias fontes e já o cálcio ter essa

grande facilidade de ser encontrado, surge então a classificação do calcário quanto ao seu teor

de magnésio.

Calcário calcítico...........................................Magnésio com teor <5,0 %

Calcário dolomítico.......................................Magnésio com teor > 5.0%

25

A quantidade de magnésio vai variar de maior ou menor conforme a dolomita (rocha

com grande concentração de cálcio e magnésio). O magnésio é extremamente importante para

o crescimento e para a qualidade das plantas, por esse motivo na técnica de calagem é

recomendada preferencialmente o uso do calcário dolomítico, cuja concentração de cálcio e

magnésio é maior que 38%. Mas deve-se observar o crescimento de cálcio e magnésio no

solo, pois se houver o desequilíbrio pode ser aplicado o calcário calcítico cujo teor e magnésio

é menor que 5% e assim aumentando relação de cálcio e magnésio (MAPA, 2009;

COOPERCITRUS, 2001).

2.6. Princípios básicos para a realização da calagem

Para ser realizado a calagem do solo é fundamental que seja respeitado alguns

princípios básicos para que essa prática seja feita de modo eficaz.

2.6.1. Poder relativo de neutralização total (PRNT) e Poder de neutralização

(PN)

PRNT- Poder relativo de neutralização total aponta a eficácia neutralizante do

corretivo, no qual mostra como é a reação do produto no solo, são as quantidades de

compostos químicos existente no calcário que influenciam na neutralização de acidez, essa

técnica conhecida também como poder de neutralização (PN), demonstrada correlação a do

carbonato de cálcio puro expresso a 100%. Desse modo a neutralização dos corretivos e

compostos é compativelmente dada em carbonato de cálcio, o magnésio tem PN maior do que

o cálcio, portanto, a quantidade de ácido a ser neutralizada vai depender do PN do corretivo,

ressaltando que o PN dos óxidos são maiores que os hidróxidos que sucessivamente são

maiores que os carbonatos. Os calcários vendidos no Brasil tem PN apontado entre 80% e

100% sendo assim quanto maior a porcentagem de PRNT e mais fino o calcário for, seu efeito

no solo será mais rápido (MAPA, 2009; VOLKWEISS, 1992).

2.6.2. Quando aplicar o corretivo?

A calagem pode ser feita em qualquer época do ano. O processo de calagem

desenvolve a correção da acidez do solo e evita que o plantio seja limitado ao seu

desenvolvimento, pois as plantas são melindrosas a acidez dos solos quando ainda são novas

26

ou em processo de crescimento, então se sugere que a acidez esteja controlada em uma boa

parte da área para que esse fator não atrapalhe o crescimento da planta. Com isso a aplicação

do calcário deve ser feita entre seis e três meses antes do plantio para que haja tempo de reagir

com o solo. Lembrando que o calcário deve ser aplicado de uma só vez, já que a aplicação

fracionada eleva o custo e pode não corresponder a eficiência esperada pelo agricultor

(VOLKWEISS, 1992).

2.6.3. Aplicação correta do corretivo no solo

A reação do corretivo no solo é devido a ligação de suas partículas com os ácidos

existentes no solo. É indispensável que o solo esteja úmido, desta forma o corretivo deve ser

misturado adequadamente ao solo proporcionando a neutralização dos ácidos. A mistura do

corretivo é feita em solo com profundidade de 15-20 cm, profundidade esta que se encontra

grande parte das raízes das plantas, a justificativa para a penetração do calcário no solo surge

devido às fissuras abertas por minhocas e insetos, pelo ducto deixado pela desagregação das

raízes das plantas e também pelo desenvolvimento de novos plantios. O calcário pode ser

aplicado usando máquinas ou até mesmo manualmente, procedimento que depende do

tamanho da área a deve receber o calcário, como mostrado nas Figuras 10 e 11

(VOLKWEISS, 1992).

Figura 10: Aplicação do calcário de forma mecânica. Fonte: http://flores.culturamix.com/dicas/calcario-no-solo-importancia-e-aplicacoes

27

Figura 11: Aplicação do calcário manualmente. Fonte: http://www.cantoverde.org/horta1.htm

2.6.4. A aplicação incorreta do corretivo: Consequências

As quantidade suficientes de calcário para uma calagem eficiente altera de acordo com

cada solo, alguns podem precisar de 1tonelada/hectares e outros podendo precisar de até 10

t/ha. Aplicação de menores quantidades do que o necessário pode não render um bom plantio

e o uso acima do recomendado pode ocorrer seguimentos negativos para o crescimento da

planta, surgindo a deficiência de micronutrientes tais como: zinco, boro, manganês e também

reduzir a quantidade de fósforo além de tudo ser um desperdício. No caso de acontecer o

excesso de calagem indica a lavração do solo com profundidades acima de 30 cm, com essa

técnica o calcário é agregado em proporção maior ao solo eliminando tais problemas. O uso

também do calcário cujo PRNT e o teor de cálcio e magnésio estejam abaixo do

recomendado, não traz um resultado esperado sobre os rendimentos do plantio, mais

especificamente no primeiro ano (MAPA, 2009; VOLKWEISS, 1992).

2.7. Soja

A soja que conhecemos hoje é totalmente distinta da leguminosa que à deu origem, os

primeiros relatos contam que ela foi cultivada inicialmente no continente asiático mais

precisamente na china por volta dos séculos XI e XII, onde crescia em terras úmidas e frias

como beiras da lagos e rios. Para chegar à planta que conhecemos houve um amplo

desenvolvimento a partir dos cruzamentos naturais entre duas espécies de plantas selvagens

da região, foram então aperfeiçoadas e domesticadas, feito proporcionado por antigos

28

cientistas chineses. Por volta do século XV e XVI o grão se espalhou pela Ásia chegando até

Japão, Filipinas, Índia, Nepal. A soja que conhecemos está representada pela Figura 12

(EMBRAPA, 2005).

Figura 12: Planta de soja. Fonte: http://www.overseasagro.com/pt/2014/02/brasil-anticipa-cosecha-record-de-soja-y-grano/

Na China a leguminosa já era conhecida, cultivada e considerada sagrada a mais de 5

mil anos, o ocidente só abriu os olhos para o grão depois do início do século XVIII, chegando

primeiramente na Europa quando o jardim botânico de Paris recebeu sementes doadas por

chineses, depois disso, então foi distribuída por diversos países do continente Europeu. Os

norte-americanos só tomaram conhecimento do novo produto por volta do século XIX, e

começaram a explorar comercialmente o produto somente entre o fim daquele século e o

início do seguinte (EMBRAPA, 2005).

No princípio era usada apenas como forrageira na alimentação animal e só

posteriormente descobriram que também poderiam fazer uso do grão da soja. Em pouco

tempo a área cultivada para o seu uso como forrageira foi superada pela área do produto

cultivado para grãos, isso ocorreu de forma tão acentuada que o plantio da leguminosa para a

finalidade de forragem logo desapareceu. A Figura 13 nos mostra a rota da soja pelo planeta

(EMBRAPA, 2005).

29

Figura 13: Mapa demonstrando a rota de introdução da soja pelo planeta. Fonte: Bonetti, 1970.

Na América do sul, a Argentina foi a primeira a descobrir a leguminosa, no final do

século XIX início do século XX. Assim como em outras partes do mundo também começou a

ser utilizada como forrageira e posteriormente foi introduzida na agricultura local como grão.

Porem encontrou dificuldade para se estabelecer, pois esbarrou na concorrência do milho, que

era cultivado no mesmo período do ano e tinha um rendimento superior em relação a soja

naquela época (EMBRAPA, 2005).

No Brasil a soja começou a ser cultivada no estado da Bahia, porém, as sementes que

foram importadas dos Estados Unidos da América não se adaptaram ao clima da região

nordeste do país, alguns anos depois foram realizados testes no estado de São Paulo onde

houve uma pequena melhora nos resultados, mas ainda não era o que se desejava como

objetivo ideal. Só então, anos depois, testaram a cultura no estado do Rio Grande do Sul, no

princípio do século XX. Com condições climáticas favoráveis e muito parecidas com a da

região de onde as sementes foram concebidas, obtiveram êxito nos teste. Porém o grão foi por

um longo período utilizado por pequenos criadores de bovinos e suínos como fonte proteica

na alimentação destes animais e também como adubo nas pastagens da região (CAVALETT,

2008).

Nos anos de 1950 com o grande incentivo do governo para a produção de trigo se fez

necessário o uso de algum tipo de leguminosa para estabelecer um regime de rotação do solo

30

algo que fosse produtivo durante o período de verão onde o volume de chuvas e maior, a soja

apareceu como uma alternativa viável, por muito tempo esse manejo foi utilizado,

posteriormente a soja se mostrou altamente produtiva e rentável. Com isso a leguminosa

alcançou lugar de destaque, tomando aposição do trigo como grão mais cultivado, então a

partir dos anos de 1970, a princípio, nos estados da região sul, mais tarde com o grande

sucesso, começou a se expandir também pelo centro oeste brasileiro e nas regiões de cerrado

onde o relevo e o clima se mostraram propícios para o cultivo do grão. Um sucesso

estrondoso que fez com que a região centro oeste tomasse destaque no cenário nacional

(CAVALETT, 2008).

A soja na região centro oeste foi responsável por abrir uma nova fronteira agrícola e

povoar uma região que até o momento era pouco habitada, levou desenvolvimento e fez

crescer consideravelmente cidades que até então eram desconhecidas e abandonadas nas

regiões mais remotas do cerrado e principalmente no centro-oeste brasileiro, levando assim

progresso desenvolvimento. Além disso, impulsionou fortemente o mercado de maquinas

agrícola, devido as grandes extensões de terras cultivadas e um relevo propicio a mecanização

das lavouras. Como a Figura 14 nos dá uma demonstração do quanto nossas lavouras fazem

uso de modernas tecnologias (EMBRAPA, 2005).

Figura 14: Maquinas agrícolas modernas. Fonte: http://hdxoil.com.br/comunicacao/aumento-na-produtividade-agricola-se-torna-possivel-por-conta-do-desenvolvimento-da-tecnologia

31

2.7.1. A soja na economia

O agronegócio brasileiro gera uma receita de 24% do Produto Interno Bruto (PIB),

isso faz com que o país se torne dependente de resultados positivos quanto a produção de

grãos entre eles, ocupando o lugar de destaque está a soja, carro chefe do nosso agronegócio.

Esse foi um dos fatores determinantes para que o país não fosse tão afetado com a crise

econômica que se instaurou no mercado mundial a partir de 2007 (EMBRAPA, 2010).

O país vem chamando a atenção do mundo quanto ao crescente aumento de sua

produção, isso não se deve somente ao fato da expansão de sua área produtiva, mas também

com o aumento da produção por hectare devido à utilização de tecnologias eficientes. Além

disso, o estímulo do governo e da inciativa privada em anunciar o produto brasileiro no

exterior tem proporcionado um acréscimo das exportações. Diversos fatores cooperam para

que haja boas oportunidades, para que no médio e longo prazo, o Brasil aumentar sua

plantação agrícola. Um deles é o fato de o Brasil ser dono de extensões ainda inexploradas

que poderão ser agrupadas a agropecuária. O Gráfico 1 nos dá um panorama do crescimento

da produção de soja nos últimos 20 anos (SILVA et al, 2010).

Gráfico 1: Crescimento da produção de soja entre os anos de 1991 e 2010.

A tendência da produção mundial de soja no longo prazo é de uma crescente, para os

próximos anos o esperado é que se mantenha o forte crescimento do grão. O seu cultivo

comparando com outras culturas de grãos foi e a que teve maior crescimento nas últimas

décadas e cada vez mais, se torna importante tanto no cenário nacional como no mundial

Fonte: http://lucidarium.com.br/2012/08/25/vinte-anos-de-producao-de-soja-no-brasil/

32

também. Uma das principais causas que esclarece a superioridade competitiva da soja se

comparando com os demais, é a facilidade encontrada quanto a sua adaptação em diferentes

regiões pelo meio do melhoramento genético. Outro motivo é sua vasta diversidade no que se

refere ao seu consumo, e uma crescente demanda mundial na busca por alimentos (BRANCO,

2008).

Tradicionalmente os Estados Unidos da América é o país que lidera o ranking dos

maiores produtores mundiais do grão, seguido por Brasil, Argentina, China e Índia como

principais produtores. Assim podemos observar na Tabela 1 (DERAL, 2013; BRANCO,

2008).

Tabela 1: Produção mundial na safra 2013/2014. (Milhões de toneladas) Países Volume (%)

EUA 91,4 33,33

Brasil 86,7 31,62

Argentina 54,0 19,69

China 12,2 4,45

Demais países 29,9 10,90

A China deve ganhar atenção especial dos principais produtores mundiais de soja nos

próximos anos, já que a demanda tende a aumentar com a melhora dos preços. O mercado

chinês chamara mais atenção que a produção de biocombustíveis feita a partir do produto. O

acréscimo da demanda asiática pode ser abastecida na sua maior parte pela produção sul-

americana a Argentina e especialmente o Brasil. Esses dois países tem condições reais de

acompanhar o crescimento chinês, mas para que isso ocorra será necessário um incremento

nos investimentos feitos no campo e na infraestrutura (BRANCO, 2008).

Outro importante mercado consumidor é a União Europeia, mas o mercado no velho

mundo vem se mantendo estável nos últimos anos. Porem com forte tendência a queda, pois o

mercado Europeu não vê com bons olhos a produção de soja transgênica que hoje é

predominante na produção agrícola brasileira e também argentina, com isso vem crescendo os

embargos ao produto oriundo da América do sul. A Tabela 2 indica os principais mercados

consumidores do mundo (SILVA et al, 2010).

Fonte: Adaptado de DEAGRO (2015).

33

Tabela 2: Consumo mundial de soja em 2012/2013. (Milhões de toneladas) Países Volume (%)

EUA 262,6 30,27

China 209,5 24,15

U. E. 66,0 7,61

Brasil 53,0 6,11

Demais países 276,3 31,85

2.7.2. Principais produtos da soja

Na Ásia a soja que é cultivada há muitos anos onde o grão é consumido inteiro e, além

disso, utilizado na fabricação do tofu que é o queijo de soja e ainda do shoyu que é o molho

de soja. Mas em grande parte ela é consumida por meio indireto (EMBRAPA, 2002).

Na atualidade a maior parte da soja produzida é moída originando um farelo rico em

proteínas, tornando a principal ração de consumo animal. O óleo da soja é usado na culinária

e também pode ser utilizado na fabricação de margarina, cosméticos e sabonetes. Hoje é

crescente o aproveitamento de seu uso na fabricação de biocombustíveis. Outra vertente é o

uso de derivados como a lecitina, um emulsificante utilizado na indústria de alimentos que

está presente em chocolates, sorvetes e produtos de panificação (WWF, 2014).

2.7.3. O uso da soja na alimentação humana

Nem todos nós sabemos ao certo a quantidade de soja que ingerimos em nossa

alimentação diária. A soja pode estar presente em todas as nossas refeições, óleo de soja,

maionese com lecitina de soja, pão com aditivos de soja. O feijão inteiro de soja pode ser

consumido como um vegetal, o farelo da soja pode ser aproveitado na fabricação de farinha

de soja ou suplemento proteico (WWF, 2014).

No oriente a soja e utilizada em uma ampla variedade de alimentos tradicionais e

alguns mais modernos. No Japão para citar um exemplo temos o tofu, que é o alimento a base

de soja mais consumido, ele está presente nas refeições de várias formas, cru, frito, cozido,

em sopas molhos, cozido no vapor com diferentes recheios. O leite de soja teve um grande

Fonte: Adaptado de DEAGRO (2013).

34

crescimento inicial, porem seu consumo caiu por volta dos anos 80, seu uso está voltando

com a busca por alimentos funcionais e nutritivos como a soja. Em toda a Ásia onde o leite de

soja e processado e embalado ele vem ganhando uma importância crescente na economia e na

busca por alimento de qualidade (EMBRAPA, 2002).

Na Europa o consumo de alimentos produzidos a partir da soja é insignificante e quase

não existe, sendo praticamente uma alternativa para substituir a carne e os derivados de leite.

Em países de culinária refinada onde comer não representa somente atender suas necessidade

fisiológicas. O produto mais aceito no continente europeu é o leite de soja principalmente no

Reino Unido e na Bélgica, este último, é o principal produtor Europeu de leite e soja

(EMBRAPA, 2002).

No continente Africano a soja ainda é pouco conhecida, alguns de seus países utilizam

para a alimentação escolar e de trabalhadores, tudo devido ao seu baixo custo e um alto valor

nutritivo. A exceção é a África do Sul, onde há um pequeno mercado para a comercialização

do leite de soja, o baixo preço também influencia o consumo em substituição a carne

(EMBRAPA, 2002).

O maior produtor de soja mundial também se apresenta como o maior mercado

consumidor do planeta, é onde se encontra as principais empresas do ramo da produção de

soja. O mercado Norte americano investe pesado em publicidade nos principais meios de

comunicação do país, com a finalidade de convencer as pessoas que tem interesse de manter

sua saúde e bem estar, que os produtos a base de soja tem a resposta para tudo isso. A Figura

15 demonstra a diversidade dos produtos de soja (DEAGRO 2013).

Figura 15: Produtos produzidos com soja. http://www.atribunamt.com.br/2014/07/isoflavona-de-soja-e-efeitos-hormonais/

35

2.7.4. O uso do farelo de soja

O farelo de soja é obtido através da moagem dos grãos, nesse processo também se dá

origem ao óleo de soja. Considerado fonte primária de proteínas nas dietas de animais e

apresentando um alto valor nutricional é também fonte de aminoácidos essenciais, seu

principal destino é a alimentação de aves, suínos e bovinos. No atual momento a demanda

pelo farelo de soja vem numa crescente, pois existe uma grande pressão dos países da União

Europeia que proíbem o uso de gorduras e proteínas de origem animal para a alimentação de

animais domésticos (GERBER, 2004).

O maior produtor mundial de farelo de soja é os Estados Unidos da América, com uma

produção de 40 milhões de toneladas de farelo ao ano. A China também se destaca na

produção de farelo, porém com uma peculiaridade, o país importa grande parte do grão de

soja com um custo baixo, e então produz o farelo de soja com um alto valor agregado, com

isso gira a economia local gerando postos de emprego para a população (BRANCO, 2008).

No Brasil o crescimento da produção de farelo se soja foi tímida nos últimos anos,

principalmente se compararmos com países como China e Estados Unidos. A expectativa não

é de melhora, pois China e União Europeia que são os principais clientes brasileiros na

compra de soja em grão, considerando que estes países possuem uma sólida e eficiente

estrutura para o esmagamento destes grãos e difícil acreditar num crescimento nas vendas

para esses mercados. Apesar das dificuldades o Brasil, ao lado da Argentina ocupa o primeiro

lugar em exportação de farelo de soja. A Figura 16 nos mostra como fica a soja após a

moagem para a produção do farelo. (BRANCO, 2008)

Figura 16: Farelo de soja. Fonte: http://www.naturalle.com.br/

36

2.7.5. O óleo de soja

Nos últimos anos o óleo de soja se tornou extremamente utilizado, entre os fatores que

levaram a isso está, o fato de apresentar grande qualidade nutricional, baixo custo em relação

a outros óleos vegetais, e uma farta produção (COSTA, 2008).

Entre os óleos vegetais, a soja tem um grande destaque com uma participação de 30%

da produção mundial, porém seu grão não fornece um alto rendimento, que fica em torno de

18% e 20% de média de gordura. Outras plantas apresentam um teor de gordura bem mais

elevado. O óleo de soja como a maioria dos óleos vegetais necessita de um processo

denominado refino, que visa retirar impurezas e outros materiais indesejáveis, passa também

por um processo muito comum que é o de clarificação, que dá uma melhor aparência ao

produto final, com isso chamando a atenção do consumidor. E também o processo de

desodorização onde acontece a remoção de substâncias que conferem odor desagradável ao

produto (COSTA, 2008).

Como já citado a soja apresenta teor de gordura em torno de 18%, com isso se faz

necessário a utilização solventes orgânicos em geral o hexano para aumentar a produção,

assim tornando viável sua fabricação. Outro mecanismo utilizado para promover uma maior

eficiência da extração, é o aumento da área de contato do grão para com o solvente onde a

soja é prensada e/ou esmagada. O solvente depois é recuperado por evaporação e pode ser

reutilizado no processo novamente. A Figura 17 mostra o óleo sendo utilizado após seguir

todo o processo de fabricação (COSTA, 2008).

2.7.6. O

Figura 17: Óleo de soja. Fonte: http://www.sadia.com.br/produtos/214_OLEO+DE+SOJA+REFINADO+SADIA

37

biodiesel a partir da soja

Sabemos que a principal causa do efeito estufa está no aumento da concentração de

alguns gases o principal deles o dióxido de carbono, o efeito mais sentido desse aumento são

as alterações de clima, temperatura média da terra em alta, mudanças nos ciclos das chuvas.

Com isso inserir combustíveis de fontes renováveis e que não agridam tanto o meio ambiente

se torna cada vez mais necessário. Vários estudos já demostraram que óleos vegetais em

substituição ao diesel são capazes de reduzir a emissão do dióxido de carbono para a

atmosfera (RAMOS et al, 2003).

Na década de 70 ocorreu uma grande crise no ramo petrolífero, causada pela

instabilidade política no Oriente Médio, e fez com que o preço do barril aumentasse, mas

antes desse ocorrido já havia relatos sobre estudos para o uso de óleos vegetais e de gordura

animal, na combustão de motores. Rudolf Diesel inventor do motor a diesel fez vários

experimentos com óleos entre eles o de amendoim, relatou que esse óleo deveria passar por

algum processo para que, houvesse uma diminuição na sua viscosidade (QUESSADA, 2010).

O biodiesel é um combustível produzido a partir de fontes renováveis de energia, é um

combustível biodegradável que vem ganhando força no mercado mundial, ele pode ser obtido

através de plantas como a mamona, palma, amendoim. Das alternativas hoje disponíveis a

soja apresenta uma grande viabilidade, pois a oferta de grãos do produto é muito grande.

Atualmente a produção do biodiesel oriundo da soja ainda é baixa, pois a maior parte da

produção vai para fora do país na forma de grão (WWF, 2014).

O biodiesel pode substituir o óleo diesel parcial ou totalmente, na combustão de

motores tanto os que circulam em vias terrestres, vias hídricas e também motores

estacionários utilizados na geração de energia elétrica. Contudo é impraticável a utilização de

óleos vegetais diretamente em motores ou até mesmo apenas misturando esses óleos no diesel

comum, mesmo que em pequenas proporções, isso ocorre devido sua alta viscosidade e

grande índice de ácidos graxos livres presentes nestes compostos (SEBRAE, 2006).

Para a obtenção do biodiesel é necessário que o óleo de soja ou outro óleo vegetal

passe por uma reação orgânica onde um éster é transformado em outro através da troca de

grupos alcóxidos, essa reação é denominada de transesterificação onde os triglicerídeos do

óleo de soja são transformados em diglicerídeos e depois convertidos em monogliderídeos em

reações que ocorrem com um álcool, comumente se utiliza metanol ou etanol, a reação ocorre

na presença de um catalizador. O catalizador da reação pode ser básico ou ácido no entanto a

transesterificação catalisada por bases apresenta vantagens, podendo ser feita a temperatura

38

ambiente e forma mais rápida, a base mais utilizada é o hidróxido de sódio, como podemos

observar na Figura 18. Se a reação for catalisada por um ácido há necessidade de que se eleve

a temperatura aos 170ºC. Na Figura 19 observamos o processo para a obtenção do biodiesel

(RINALDI et al, 2007).

Figura 18: Mecanismo de produção de biodiesel com NaOH como catalisador FONTE: programa Chemistry Basic.

Na reação de transesterificação ocorre a separação de duas fases, uma mais densa

composta por glicerina bruta e a fase menos densa formada por ésteres que podem ser

Figura 19: Processo para obtenção de biodiesel. Fonte: http://br.monografias.com/trabalhos3/biodiesel-processo-produtivo-viabilidade-producao/biodiesel-processo-produtivo-viabilidade-producao2.shtml

39

metílicos ou etílicos dependendo do álcool empregado no processo, mais a água (SEBRAE,

2006).

O biodiesel adquirido necessita ser purificado para a retirada de resíduo do catalisador

empregado. Um procedimento muito utilizado é a lavagem com água quente para a retirada de

impurezas. Quando se faz a escolha por um catalisador básico, é feita uma lavagem com água

acidificada de modo neutralizar o catalisador. A fase aquosa pode ser separada dos ésteres por

decantação e em seguida com aquecimento para secagem e a retirada da umidade (RAMOS,

et al, 2011).

Os ésteres são lavados por centrifugação e então se retira a umidade para então resultar

no biodiesel. O principal resíduo do processo de transesterificação é a glicerina, tem aparência

aquosa, incolor, inodora e miscível em água. A glicerina é matéria prima para vários produtos

como: tintas, vernizes, adesivos, produtos cosméticos, têxteis, agentes emulsionantes, etc. A

Figura 20 demostra uma separação de fases feita em um funil de decantação (RAMOS et al,

2011).

2.8. O

Figura 20: Processo de separação do biodiesel. Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAYtEAH/reciclagem-oleo-gordura-residual-a-producao-biodiesel

40

plantio da soja

A soja sendo uma planta que exige cuidados para ser cultivada, é sempre importante a

observação na hora do plantio e alguns aspectos devem ser levados em consideração.

Recomenda-se que o plantio comece na entressafra mesmo que isso varie de região para

região já que o clima influencia para o cultivo da lavoura. No geral quanto mais cedo

programar o plantio melhor o resultado, ressaltando que se pode variar de acordo com cada

região ponto que deve ser analisado (EMBRAPA, 2010).

Alguns problemas são encontrados pelos agricultores antes de começar o plantio da

soja, em alguns casos os problemas vão além dos empréstimos financeiros liberados pelos

bancos onde alguns agricultores dependem desse recurso para adquirir os insumos necessários

para o plantio, o atraso da chuva também é considerado outro problema, além do manejo

incorreto das máquinas entre outros que afetam o plantio da soja na época certa (EMBRAPA,

2010).

O cultivo da soja no período correto faz que sejam cultivadas menores e melhores

quantidades e assim tornando mais fácil o combate de pragas e doenças que cercam a lavoura,

outro ponto positivo encontrado seria a potencialidade produtiva da soja, caso haja atraso

esses pontos considerados positivos se tornam desfavoráveis para o cultivo (EMBRAPA,

2011).

O plantio de soja na região Centro-Oeste é considerado ideal no início das primeiras

chuvas onde deve esperar um acumulo de 80mm de água da chuva no solo para que a

germinação aconteça de modo eficaz. Na planta (soja), 90% do seu peso dá-se a água. A água

é muito importante para qualquer plantio, no caso da soja ela desempenha o seu papel como

solvente por meio de minerais, também para a manutenção e distribuição do calor,

fundamental no período de germinação-emergência, floração e enchimentos dos grãos. A

planta deve absorver em torno de 50% a 85% do seu peso em água no período de germinação

não podendo ultrapassar os 85%, no entanto não pode absorver menos de 50%, a necessidade

de água vai surgindo de acordo com o crescimento da planta (EMBRAPA, 2011).

A temperatura também influencia para o plantio da soja, a temperatura estimada no

geral para que a soja se enquadre positivamente seria entre 20ºC a 30ºC e na fase de

crescimento sendo ideal em 25ºC, na semeadura não se aconselha uma temperatura abaixo de

20ºC, caso esteja abaixo poderá prejudicar a germinação da semente, já as temperaturas acima

de 40ºC afeta o crescimento da planta, o solo que chega a essa temperatura mostra que há

ausência de água nele (EMBRAPA, 2011).

41

O desenvolvimento da soja pode ser mínimo ou zero a temperaturas inferiores ou

iguais a 10ºC, temperaturas acima de 40ºC têm efeito contrário no índice de crescimento,

causam alteração na floração e faz com que decresçam a capacidade de reserva de vagens

como demonstrada na Figura 21 (EMBRAPA, 2011).

Figura 21: Solo com déficit de água, impróprio para o crescimento da soja. Fontehttp://circuitomt.com.br/editorias/cidades/51856-plantio-de-soja-esta-parado-em-mato-grosso-por-falta-de-chuva.html

Um outro fator que desfavorece o plantio da soja é chamado de monocultura, onde

pode desencadear um desgaste físico, químico e biológico do solo além de prejudicar a

produtividade da planta e o surgimento de doenças, pragas e plantas daninhas. Onde ocorre o

plantio em maior escala de soja é preciso integrar o plantio de outras espécies, tais como

cevada, milho, milheto, trigo entre outros, esse processo denomina-se rotação de cultura,

como pode ser visto na figura a seguir, onde alterna o plantio de soja com outras espécies que

venha a ser cultivado gerando maior biomassa. A rotação facilita o plantio que envolva

culturas anuais, recomenda-se o plantio em glebas fragmentadas obedecendo a implantação a

cada ano e acompanhar as sequencias de culturas das mesmas (EMBRAPA, 2011).

O sistema de rotação de cultura visa a preservação ambiental, maior produtividade

ajudando a equilibrar e melhorar o solo, além de servir para a reposição orgânica do solo. A

programação de rotação vai além, espécies que gera grande quantidade de biomassa, deve

42

prezar também pela conservação e restauração do meio ambiente, assim como a o valor

comercial. O produtor deve adotar também o controle de calagem, adubação, erosão,

conservação das sementes, controle de pragas e doenças. A Figura 22 exemplifica um modelo

de rotação de cultura (EMBRAPA, 2011).

Figura 22: Sistema de rotação de cultura Fonte: http://www.mundoeducacao.com/geografia/rotacao-culturas.htm-Adaptado pelos autores.

2.8.1. Conservação, amostragem e análise do solo para plantio da soja

A amostra do solo para análise deve ser feita entre o fim de uma colheita para o início

de outra, o ideal é que a amostra seja retirada em áreas parecidas e arbitrária com

profundidade aproximada de 20 cm. Precisa ser retirada superficialmente já que é a parte que

mais sofre alteração devido a prática desenvolvida nessa camada mais externa do solo. O

recomendado para a semeadura direta é que sejam retiradas entre 10 e 20 amostras com 500 g

cada; na inevitabilidade de aplicação de calcário a amostra deve ser retirada com três meses

de antecedência do plantio essa medida é para garantir que o calcário esteja devidamente

absorvido. Para detectar a quantidade de alguns nutrientes como cálcio e magnésio assim

43

como a acidade, as amostras precisam ser retiradas em duas profundezas distintas de 0 a 10

cm e de 10 a 20 cm (EMBRAPA, 2011).

O pH é utilizado para definir as quantidades de nutrientes necessários, uma das

condições a ser analisada seria o acrescimento ou decrescimento de vários elementos

existentes na terra. No caso da calagem os resquícios ficam no solo entre 3 a 5 anos,

dependendo a proporção de calcário colocado, já para o aumento de cálcio e magnésio e

anulação de outros nutrientes como o alumínio alguns pontos deve ser considerados, tais

como: Verificar qual a condição do solo analisado para que possa ser adquirido o melhor

calcário, se dolomítico o teor de óxido de magnésio deve ser > que 12% ou Calcítico com teor

de óxido de magnésio < que 5%; A soma de óxidos de cálcio e magnésio deve ser > que 38%;

Espalhar uniformemente o produto no solo (EMBRAPA, 2011).

2.8.2. Manejo do solo

O manejo do solo são operações desempenhadas em conjunto para se ter uma melhor

semeadura, progressão e produção das plantas cultivadas por um tempo indefinido. A

primeira a ser seguida e mais considerável é a preparação do solo, o conjunto de práticas

usadas permite uma maior produtividade no plantio com um menor custo, mas se usado de

maneira irregular pode levar rapidamente a deterioração física, química e biológica do solo

baixando o potencial produtivo, as chuvas também em grande proporção, o uso desregulado

do solo para o plantio nos últimos anos, faz com que não haja cobertura vegetal nesse solo.

São pontos que devem ser levados em consideração (EMBRAPA, 2011).

Devido a esses motivos vem sendo aplicado o sistema de plantio cruzado e sistema

plantio direto, usando as práticas adequadas para retroceder o problema da degradação do solo

e melhorar a atividade da soja. O plantio cruzado de soja é uma novidade entre os produtores,

esse mecanismo faz com que o cultivo seja feito em formato de tabuleiro de xadrez facilitando

e melhorando a colheita em números significativos (KERBER, 2013).

O produtor que hoje opta por esse método de plantio tem notado as diversas

vantagens, entre elas um aproveitamento melhor da área a ser cultivada chegando a duplicar o

êxito na colheita, tal processo de plantio não substitui os demais cuidados que deve ter no

cultivo da soja, ela é somente mais uma maneira distinta de plantar soja, esta tecnologia é um

processo novo usado no Brasil, onde há muitos obstáculos a ser estudado por pesquisadores.

A Figura 23 nos mostra um modelo de plantio cruzado (KERBER, 2013).

44

Figura 23: Plantio cruzado Fonte:http://revistagloborural.globo.com/Revista/Common/0,,EMI282817-18283,00-SOJA+CRUZADA+ELEVA+A+PRODUTIVIDADE.html

O outro mecanismo denominado Sistema Plantio Direto. Se ausenta do preparo do

solo e prioriza a cobertura duradoura do terreno pela aplicação de rotação de cultura, preza em

uma produção que conserva e preserva a característica ambiental que se contra põe ao atual

sistema de manejo (EMPRAPA, 2011).

Ainda existe em diversas regiões do Brasil o uso direto e desregrado de grades de

disco, nesse processo há uma maior possibilidade de abrir canais para erosão e degradação do

solo.Com o uso do sistema plantio direto o que pode esperar é um resultado satisfatório para a

preservação do solo e água sem deixar de destacar o grande aproveitamento de insumos e com

isso baixando o custo financeiro do produtor. Nesse processo os melhoramentos são

consideráveis, porém o produtor e assistência técnica em conjunto precisam estar adeptos as

mudanças pois se trata de um sistema determinante para um melhor resultado na produção

agrícola (EMBRAPA, 2011).

Além da adaptação, o conhecimento do agricultor sobre o solo, máquinas,

equipamentos usados nesse sistema, mapeamento das áreas com possível detecção de plantas

daninhas, investimento em mão de obra, organização onde se integra um sistema digital com

planilhas e mapas das regiões onde será feito o cultivo e o mais importante o planejamento,

são pontos relevantes e de suma importância para a implantação do sistema plantio direto

(SPD). Visto na Figura 24 (EMBRAPA, 2011).

45

Figura 24. Sistema plantio direto Fonte: https://agriculturabaixocarbono.wordpress.com/2012/07/30/plantio-direto-para-sustentabilidade/

As regiões Sul e Sudeste do país se destacam na utilização desse sistema, pois as

condições climáticas são favoráveis para a aplicação. O SPD é considerado o mais eficiente

para a preservação ambiental e para menos desgaste do solo, nas regiões onde se predomina o

cerrado, porém sua prática é pouco utilizada devido aos longos períodos de seca onde impede

a produção na entressafra (Embrapa, 2010; 2011).

2.8.3. O plantio da soja no cerrado

O solo do cerrado tem alta acidez e pH em escala baixa, a estabilidade físico-química

do campo dessa região, diante disso exige um desempenho preciso de correção do solo. Como

na região onde prevalece o cerrado expressa uma quantia de Al maior que 10% em 84% do

terreno agrícola os teores de Ca e Mg ficam desprovidos, então devido a esses problemas a

correção externa é feita através do uso do calcário (KORNDORFER, 2002).

A calagem é usada para aumentar o pH até uma escala 6,0 o que se torna

recomendável assim melhorando a produção além de tornar mais prático a absorção de outros

nutrientes bem como P, K, S, N, Mo. A falta ou a excesso de alguns nutrientes pode danificar

a planta como é mostrado na Tabela 3 (KORNDORFER, 2002).

46

Tabela3: Soja – Deficiências ocasionadas pelo excesso ou ausência denutrientes

Fonte:http://www.dpv24.iciag.ufu.br/new/dpv24/Apostilas/Recom.%20Adu.-SOJA%20CERRADO%2002.pdf

No cerrado antes de iniciar o plantio é indispensável verificar a quantidade necessária

de calcário a ser usado, é calculado de acordo com o tipo de plantio e condições do solo,

Elemento Descrição Causa Nitrogênio Redução no tamanho das folhas e no

diâmetro do caule; amarelecimento das folhas, inicialmente das mais velhas, mais intenso no florescimento.

Deficiência

Fósforo Folhas mais velha com cor verde mais escura; em seguida clorose, da pinta para a base.

Deficiência

Potássio Clorose internerval das folhas mais velhas; em seguida, amarelecimento acentuado e secamento das pontas e margens dos folíolos, com encurvamento do limbo.

Deficiência

Cálcio Folhas novas menores e cloróticas com colapso do pecíolo, levando à queda das mesmas; gemas terminais secam; lesões necróticas nas folhas; raízes mal desenvolvidas.

Deficiência

Magnésio Clorose marginal das folhas mais velhas, avançando para o centro; secamento posterior das margens.

Deficiência

Enxofre Clorose uniforme dos folíolos mais novos; diminuição no tamanho dos mesmos.

Deficiência

Boro Clorose internerval das folhas mais novas com pontas encurvadas para baixo do limbo enrugado; morte da gema terminal; raízes mal desenvolvidas.

Deficiência

Ferro Clorose internerval intensa dos folíolos mais novos.

Deficiência

Manganês Clorose intervernal das folhas mais novas; nervuras e estreita faixa de tecido ao longo das mesmas permanecem verdes por algum tempo (diferença com falta de ferro). Folhas verdes medianas encarquilhadas com pontuações pardas que coalescem; pode haver inicialmente clorose internerval semelhante à provocada pela deficiência de Mg.

Excesso

Molibdênio Sintomas iniciais semelhantes aos causados pela falta de N; em seguida, encurvamento do limbo e aparecimento de áreas necróticas internervais.

Deficiência

Zinco Caule rígido e ereto com internódios curtos; cor castanho amarelada dos folíolos.

Deficiência

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mediante exigências são usados dois mecanismos para seguir com o plantio: A anulação de

Al e aumento de Ca e Mg e saturação de bases de solo, para que possa ser feita a calagem o

solo deve estar molhado e o período recomendado para esse procedimento é no encerramento

das chuvas, pois assim aumenta as expectativas de um bom plantio de soja nessa região

(KORNDORFER, 2002).

Desse modo pode garantir que mesmo diante de vários problemas que os agricultores

enfrentam para que seja cultivada a soja de forma eficiente no Brasil e inclusive no cerrado o

plantio da soja contribui efetivamente para o crescimento econômico brasileiro e que apesar

do custo ficar elevado devido aos mecanismos usados nessa cultura, desde a preparação do

solo até o envio para o mercado a produtividade desse grão está sendo bem visto pelos

produtores de todas as regiões deste país (KORNDORFER, 2002).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste trabalho abordamos o uso do calcário dolomítico e seu papel como corretivo de

acidez do solo voltado principalmente para o plantio da soja, além da formação da rocha

calcário sua utilização em diversos segmentos tais como construção civil, produção da

cerâmica, vidros, tintas e indústria química. O calcário agrícola esse usado na correção de

acidez de solo, dá-se a partir de análises químicas onde são detectados os teores de cálcio e

magnésio.

Contudo seguindo o resultado dessa análise facilita a especificação de qual classe de

calcário será utilizado na calagem, o tipo dolomítico é o mais indicado cujo percentual de

magnésio é maior que 5%, o produtor levando em consideração a análise feita do solo onde

irá indicar a escala de acidez é possível saber a quantidade e qual padrão de calcário ele

utilizará.

O produtor precisa estar atento a questões climáticas e usar mecanismos corretos para

aplicação do corretivo para que possa assim ter resultados positivos de seu investimento no

plantio.

No Brasil o cultivo da soja foi teve seu primeiro experimento no estado da Bahia, mais

como não corresponderam às expectativas realizaram então testes na região Sudeste e Sul do

país onde foi bem sucedida. Atualmente a soja apresenta na economia brasileira cerca de 24%

do produto interno bruto (PIB), aumentando assim o interesse de mercados estrangeiros

devido sua vasta expansão produtiva e uso de novas tecnologias de plantio.

O uso da soja é empregado nos segmentos alimentícios como óleo de soja, farelo de

soja para alimentação de animais e do biodiesel que para ser produzido passar por processos

químicos orgânicos, o plantio da soja é um sistema que exige atenção como, por exemplo, o

período de plantio, temperatura, umidade do solo como também requer investimento, pois o

custo é alto, por isso um bom planejamento favorece o plantio e baixando assim o custo de

produção.

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Um ponto analisado foi o mecanismo chamado de rotação de cultura onde o agricultor

intercala o plantio de outras espécies fazendo com que os nutrientes do solo sejam

aumentados e também como preservação do meio ambiente. O manejo do solo, que vai a

partir da preparação da terra minimiza a perda de nutrientes e eleva a produtividade, o plantio

por grades de discos, plantio cruzado e sistema plantio direto são os mais utilizados no cultivo

da soja.

Onde o plantio cruzado é bem visto pelo produtor por diminuir a área de plantio, mais

que ainda precisa de algumas pesquisas, pois se tratar de um método novo. O mais usado é o

sistema de plantio direto onde não precisa de preparo do solo regularmente, pois opta pela

cobertura do terreno em longo prazo. Já na região onde prepondera o cerrado o sistema de

plantio mais usado é o de grade de disco onde o calcário é bem misturado ao solo, pois o solo

do cerrado é altamente ácido, tem seu pH baixo, existe um percentual significativo de

alumínio e por ser também uma região onde o tempo seco dura em maior período.

O trabalho alcançou todos os nossos objetivos propostos, onde fizemos um estudo

sobre a calagem do solo, o plantio da soja, sua importância na economia do país assim como

os mecanismos usados para o cultivo dessa planta.

Concluímos então que é importante verificar que mesmo diante de vários problemas

que os agricultores enfrentam para que seja cultivada a soja de forma eficiente no Brasil e

inclusive no cerrado o plantio da soja contribui efetivamente para o crescimento econômico

brasileiro e que apesar do custo ficar elevado devido aos mecanismos usados nessa cultura,

desde a preparação do solo até o envio para o mercado, a produtividade desse grão está sendo

bem visto pelos produtores de todas as regiões deste país e também pelo comércio exterior.

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