análise dos riscos ocupacionais na mineração de calcário

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Segurança do trabalho na mineração de calcário no município de balsas maranhão

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SERVIO PBLICO FEDERALUNIVERSIDADE FEDERAL DO PARFACULDADE DE ENGENHARIA DE MINAS E MEIO AMBIENTE

PEDRO VITOR PASTANA DA CUNHA

IDENTIFICAO DOS PERIGOS E ANLISE DOS RISCOS OCUPACIONAIS NA EXTRAO DE CALCRIO CALCTICO EM BALSAS(MA)

MARAB (PA)JUNHO DE 2014

PEDRO VITOR PASTANA DA CUNHA

IDENTIFICAO DOS PERIGOS E ANLISE DOS RISCOS OCUPACIONAIS NA EXTRAO DE CALCRIO CALCTICO EM BALSAS(MA)

Trabalho de Concluso de Curso (TCC) apresentado Faculdade de Engenharia de Minas e Meio Ambiente (Femma), da Universidade Federal do Par (UFPA), como requisito parcial para a obteno do ttulo de bacharel em Engenharia de Minas e Meio Ambiente.

Orientadora: Prof.Msc. Evaldiney Monteiro Ribeiro Faculdade de Engenharia de Minas e Meio Ambiente (Femma)

MARAB (PA)JUNHO DE 2014

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PEDRO VITOR PASTANA DA CUNHA

IDENTIFICAO DOS PERIGOS E ANLISE DOS RISCOS OCUPACIONAIS NA EXTRAO DE CALCRIO CALCTICO EM BALSAS(MA)

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________Prof. Dr. Denilson da Silva Costa (Examinador)(Faculdade de Engenharia de Minas e Meio Ambiente Femma / UFPA

______________________________________________

______________________________________________Prof. Msc. Evaldiney Ribeiro Monteiro (Orientador)(Faculdade de Engenharia de Minas e Meio Ambiente Femma / UFPA)

CONCEITO: ___________________

MARAB (PA), _____ DE JUNHO DE 2014.

Dedico este Trabalho de Concluso de Curso a meus pais, irm, irmo, demais familiares, especialmente a minha namorada e amigos, que, de muitas formas, me incentivaram e ajudaram para que fosse possvel a concretizao de um sonho.

AGRADECIMENTOS

Agradeo Primeiramente a Deus e minha famlia que me deram fora para concluir essa etapa difcil.Agradeo tambm Tamiris Marques que me faz muito feliz e me ajudou muito na realizao deste trabalho.

Muito obrigado.

Eu sou apenas um rapaz latino-americano, sem dinheiro no banco, sem parentes importantes e vindo do interior. Mas trago, de cabea, uma cano do rdio em que um antigo compositor baiano me dizia: Tudo divino. Tudo maravilhoso. (Apenas Um Rapaz Latino-Americano, Belchior, 1976)

RESUMO

CUNHA, P. V. P. Universidade Federal do Par, junho de 2014. Identificao dos Perigos e Anlise dos Riscos Ocupacionais na Extrao de Calcrio Calctico em Balsas(MA). Monografia (Graduao em Engenharia de Minas e Meio Ambiente). Orientador: Evaldiney Ribeiro Monteiro.

O Trabalho de monografia tem como principal objetivo dentro da Engenharia de Segurana do trabalho realizar efetuar um estudo com o intuito de executar o mapeamento de risco nos diversos setores na minerao de calcrio calctico na mina de gua Branca da Pedreira Minerao Vale do Araguaia, localizada no municpio de Balsas, Estado do Maranho.Este estudo prope identificar os riscos fsicos, qumicos, biolgicos, ergonmicos e mecnicos ou de acidentes na minerao de calcrio. O trabalho iniciado com uma reviso bibliogrfica abordando diversos temas relacionados a segurana do trabalho, em seguida foram analisados na observao de campo cada setor do local selecionado, acompanhando todo o processo de extrao de calcrio. Aps esta identificao, na aplicao de questionrio semiestruturado, ocorreu uma coleta de dados para cada agente de risco. A partir dos dados coletados tornou-se possvel a identificao dos riscos assim como seus agentes, permitindo ento a elaborao do mapa de riscos. De acordo com os resultados desta pesquisa surgiu a necessidade de investimentos e a implantao de procedimentos visando a segurana e sade dos funcionrios no momento da execuo das atividades em cada setor PALAVRAS-CHAVE: Mapa de Riscos. Riscos. Segurana do Trabalho. Agentes de Riscos

ABSTRACT

LISTA DE ILUSTRAESFIGURAS

Figura 1 Nmero de companhias mineradoras no Brasil6

Figura 2 Bens minerais extrados nos solos brasileiros8

Figura 3 Localizao da Mina Natical, em Natividade (TO)21

Figura 4 reas de licenciamento na zona de minerao de Natical22

Figura 5 Vista parcial da lavra por bancada realizada na mina23

Figura 6 Perfurao com perfuratriz sobre esteira24

Figura 7 Carregamento por escavadeiras hidrulicas25

Figura 8 Rampa de acesso pedreira26

Figura 9 Desenvolvimento da lavra na Pedreira Natical 26

Figura 10 Planta industrial da Pedreira Natical27

Figura 11 Fluxograma de produo28

Figura 12 Britagem Primria e Secundria39

Figura 13 Fluxograma de produo com riscos relacionados a cada etapa34

Figura 14 Representao dos perigos por classe44

GRFICOS

Grfico 1 Volume de operaes minerais efetuado pelo Brasil8

QUADROS

Quadro 1 Maiores utilidades comerciais do calcrio18

Quadro 2 Esquema da identificao de perigos30

Quadro 3 Modelo para estimativa do risco33

Quadro 4 Modelo simplificado de estimativa de risco33

Quadro 5 Definio de nvel de ao gerencial em funo da tolerabilidade estabelecida de acordo com a metodologia adotada45

Quadro 6 Definio das prioridades de aes em funo da tolerabilidade estabelecida para a Pedreira Natical45

Quadro 7 - Medidas de controle Perfurao e desmonte 47Quadro 8- Medidas de controle Carregamento e Transporte 47Quadro 9- Medidas de controle Britagem e Moagem 47Quadro 10- Medidas de controle Classificador Vibratrio 47

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Durao e custo (em US$) da implantao de uma mina5

Tabela 2 Agentes de risco na extrao35

Tabela 3 Agentes de risco na adequao granulomtrica36

Tabela 4 Critrios para avaliao qualitativa da probabilidade39

Tabela 5 Critrio para avaliao qualitativa da severidade40

Tabela 6 Matriz de classificao do Grau de Risco41

Tabela 7 Definio das classes de risco41

Tabela 8 Valores quantificados por setores42

LISTA DE SIGLAS

ABNTAssociao Brasileira de Normas Tcnicas

ACGIHAmerican Conference of Governammental Industry Hygienist

CLTConsolidao das Leis do Trabalho

EPIEquipamento de Proteo Individual

DNPMDepartamento Nacional de Produo Mineral

LERLeso por Esforo Repetitivo

NRNorma Regulamentadora

NRMNorma Reguladora da Minerao

OSHAOccupational Safety and Health Administration

PCMSOPrograma de Controle Mdico de Sade Ocupacional

PGRPrograma de Gerenciamento de Risco

PNPoder de Neutralizao

PPRAPrograma de Preveno a Riscos Ambientais

PRNTPoder Relativo de Neutralizao Total

REReatividade

MTEMinistrio do Trabalho e Emprego

TCCTrabalho de Concluso de Curso

UFPAUniversidade Federal do Par

SUMRIO

RESUMO ...............................................................................................................v

ABSTRACT ........................................................................................................vi

LISTA DE ILUSTRAES ..............................................................................vii

LISTA DE TABELAS .........................................................................................viii

LISTA DE SIGLAS ...........................................................................................ix

1 INTRODUO....................................................................................................1

2 REVISO BIBLIOGRFICA...............................................................................4

2.1 MINERAO ...........................................................................................4

2.2 MINERAO NO BRASIL.........................................................................6

2.3 SEGURANA DO TRABALHO NA MINERAO.........................................9

2.3.1 Legislao Brasileira...........................................................................11

2.3.2 Acidente do Trabalho..........................................................................16

3 METODOLOGIA..........................................................................................17

3.1 MINA NATICAL: EXTRAO DE CALCRIO DOLOMTICO.......................18

3.1.1 Calcrio...............................................................................................18

3.1.1.1Calcrio Dolomtico..............................................................................19

3.1.1.2 Formao do Calcrio........................................................................20

3.1.2 Localizao ..........................................................................................21

3.1.3 reas de Extrao...............................................................................22

3.1.4 Processo Produtivo............................................................................23

3.1.5 Mtodo de Lavra..........................................................................................25

3.1.6 Beneficiamento......................................................................................28

3.2. Identificao dos Perigos e Avaliao dos Riscos....................................29

3.2.1 Avaliao de Riscos....................................................................................31

3.2.2 Mapa de Risco......................................................................................31

4 RESULTADOS E DISCUSSO....................................................................34

4.1 Aplicao do Mtodo............................................................................34

4.2 Riscos Sade.....................................................................................37

4.3 Anlise de Riscos................................................................................38

4.4 MEDIDAS DE CONTROLE.........................................................................46

5 CONSIDERAES FINAIS............................................................................48

6 REFERNCIAS..............................................................................................50

1 INTRODUO

Anualmente, cerca de 2 a 2,3 milhes de trabalhadores morrem no mundo por causa de acidente de trabalho ou doena relacionada ao trabalho, alm disso, por dia, mais de 960.000 trabalhadores se machucam no trabalho. Os nmeros so baseados em projetos financiados pela Organizao Internacional do Trabalho OIT e feito pelo Centro de Gesto da Segurana e Engenharia, na Finlndia (HAMALAINEN; SAARELA, 2009).Embora nos ltimos anos tenham-se percebido redues significativas na taxa de leses e acidentes fatais na minerao, o nmero absoluto e seu grau de severidade ainda so elevados, quando se compara a minerao a outras atividades industriais. Assim, a preveno da sade e a segurana dos trabalhadores, por meio da sua gesto adequada, so consideradas aes estratgicas pela maioria dos governos. Tornar a atividade da indstria extrativa mais segura significa programar um planejamento e implantar polticas de segurana, e isso a partir de um trabalho permanentemente monitorado e controlado. As aes corporativas devem se pautar em mtodos e tcnicas que controlem os riscos e, desse modo, possam reduzir os acidentes (BATTACHERJEE, 1991).Segundo Hmlinen e Saarela (2009), h dcadas os acidentes de trabalho e doenas relacionadas ao trabalho tm sido de muito interesse, mas, devido falta de registro adequado e sistemas de notificao, os nmeros oficiais esto desatualizados em muitos pases, inclusive no Brasil. Os autores tambm descrevem que estudos recentes mostram que a segurana e sade no trabalho ainda um desafio extensivo em todo o mundo.A OIT (2007) traz as seguintes consideraes em relao aos trabalhos de minerao e segurana do trabalho: a atividade mineradora sempre foi considerada perigosa,compreendendo riscos graves e expondo os trabalhadores,todos os dias, aos perigos de acidentes graves e at de morte; a falta de condies sanitrias e ateno mdica adequadas, osferimentos e os problemas de sade decorrentes do trabalhodeixam sequelas permanentes; em todas as minas do mundo, os trabalhadores expem suasvidas aos perigos todos os dias; em sua maioria, as minas se encontram em ms condies,podendo sofrer desmoronamentos a qualquer momento; as mortes por acidentes nessas atividades so frequentes, almde muitos casos com ocorrncias de ferimentos graves e danospermanentes;Como no ocorre a conscientizao da sociedade com a dor social, assim como com os nmeros catastrficos de acidentes e doenas , que se sensibilizem pelas enormes perdas que eles representam financeiramente no mundo empresarial.As avaliaes da OIT indicam que as perdas por acidentes de trabalho e doenas ocupacionais representam 4% do Produto Interno Bruto mundial.Os custos dos acidentes, como tratamentos mdicos, recuperao de instalaes danificadas, reposio de equipamentos, seguros e principalmente indenizaes so repassados ao consumidor normalmente, j que so embutidos no preo dos produtos. Assim, a adoo de prticas de segurana do trabalho dentros das organizaes empresariais, passa a ser tratada como uma condio que influenciar na sustentabilidade do empreendimento, fadando o mesmo ao sucesso. Dessa forma, tais prticas prevencionistas vm conquistando um espao cada vez maior no que diz respeito a planos estratgicos dentro das organizaes, refletindo-se diretamente na importncia dada a certificaes dos sistemas de gesto de sade e segurana do trabalho no mundo.Segundo Lapa (2006), quando falamos em preveno naturalmente devemos pensar em antecipar os fatores geradores de acidentes e doenas o que possibilita tomar medidas adequadas de preveno e proteo. Em outras palavras, significa gerenciar os riscos de modo que esse gerenciamento nos conduza a resultados que contribuam para amenizar e reverter esse cenrio onde se perde a vida e capacidade de trabalho paradoxalmente na conquista do sustento, sobrevivncia e na busca de melhores condies e qualidade de vida.Desse modo, esse Trabalho de Concluso de Curso (TCC), pretende de maneira geral, a identificao dos perigos e anlises dos riscos ocupacionais na extrao de calcrio calctico na mina da Minerao Vale do Araguaia, empreendimento este localizado no municpio de Balsas, Estado do Maranho. Foram considerados neste trabalho os aspectos a Sade e Segurana do trabalho dos trabalhadores nos processos unitrios.Assim como, este TCC visa, de forma especfica: executar o mapeamento de riscos nas atividades correspondentes extrao e ao beneficiamento do calcrio calctico em um empreendimento do setor mineral localizado no municpio de Balsas(MA); definir as doenas ocupacionais possivelmente desenvolvidas por seus colaboradores, reconhecendo e analisando os riscos para definir prioridades de ao e sugerir medidas de controle; e facilitar o gerenciamento, assegurando que os riscos potenciais sejam identificados e que aes apropriadas possam ser tomadas com vistas a reduzi-los.

2 REVISO BIBLIOGRFICA

2.1 MINERAO

Segundo Farias (2002) a minerao um dos setores bsicos da economia do pas, contribuindo de forma decisiva para o bem estar e a melhoria da qualidade de vida das presentes e futuras geraes, sendo fundamental para o desenvolvimento de uma sociedade equnime, desde que seja operada com responsabilidade social, estando sempre presentes os preceitos do desenvolvimento sustentvel.De um modo genrico, pode-se definir minerao como a extrao demineraisexistentes nasrochase/ou no solo. Trata-se de uma atividade de natureza fundamentalmente econmica que tambm referida, num sentido lato, como indstria extrativa mineral ou indstria de produtos minerais.Segundo a classificao internacional adotada pela ONU, define-se minerao como sendo a extrao, elaborao e beneficiamento demineraisque se encontram em estado natural: slido, como o carvo e outros; lquido, como o petrleo bruto; e gasoso, como o gs natural. Nesta acepo mais abrangente, inclui a explorao das minas subterrneas e de superfcie, as pedreiras e os poos, incluindo-se a todas as atividades complementares para preparar e beneficiar minriosem geral, na condio de torn-los comercializveis, sem provocar alterao, em carter irreversvel, na sua condio primria.

Dentro de um empreendimento mineiro podemos dividir o mesmo em 5 fases distintas: explorao, prospeco, desenvolvimento, extrao e recuperao ambiental. Na fase da prospeco consiste ocorre a procura de minrios atravs de mtodos preliminares ( anlise de bibliografias, mtodos geoqumicos, geofsicos, sensoriamento remotos etc.) e estudos complementares (amostragem de solo, aberturas de picadas, estudos de geologia local e regional). Aps a comprovao da existncia de minrio parte-se para a explorao do mesmo onde o volume do corpo mineral apontado atravs de sondagens, poos, trincheiras, assim como utilizando-se de ensaios laboratoriais para a determinao de teores do minrio. Logo nesta fase que ser determinada a viabilidade econmica do empreendimento mineral afim de dar continuidade aos trabalhos visando a abertura de uma possvel mina. As fases de desenvolvimento e explotao indicam as atividades de lavra, onde o desenvolvimento ser a abertura de vias de acesso e estradas, assim como todas as obras de infra-estrutura acometidas e estruturadas essencialmente no sequencial de lavra daquele projeto afim de dar o suporte necessrio para a movimentao de mquinas, minrios e pessoas. Explotao a realizao dos trabalhos de extrao do minrio, assim como das tcnicas necessrias exigidas para a adequao do minrio ao mercado consumidor de acordo com suas peculiaridades granulomtricos ou de teor.A partir de ento, comea a fase de recuperao, que se refere a etapa de ps-lavra e consiste dos trabalhos de fechamento da mina, recuperao ambiental e proposies de uso futuros da rea anteriormente explotada (HARTMAN & MUTMANSKY, 2002). Na Tabela 1[footnoteRef:1], descrita a durao de cada uma das fases de um empreendimento mineral, assim como seus custos mdios. [1: Alguns quadros, tabelas e imagens foram coloridos ou ajustados excepcionalmente a fim de dinamizar a leitura do contedo deste estudo.]

Tabela 1 Durao e custo (em US$) da implantao de uma mina

Fonte: HARTMAN & MUTMANSKY, 2002.

A seleo de um mtodo de lavra depende de inmeros critrios. Dentre eles destacam-se: Geometria do corpo (mergulho, potncia, profundidade, caimento). Teor Competncia da rocha hospedeira, da capa e da lapa e grau de faturamento das rochas definidas pela geotecnia; caractersticas do corpo de minrio como mergulho, potncia, extenso em profundidade, etc. ); Recuperao e diluio; Taxa de desenvolvimento (mais aplicvel nos mtodos subterrneos) Escala de produo requerida; Custos de infraestrutura e operacionais; Investimentos; Resultados da anlise financeira.

O mtodo de minerao a cu aberto aplicvel nos depsitos rasos ou espessos que ocorrem na superfcie, e que podem ser lavrados at profundidades econmicas. . Em contrapartida, no mtodo de minerao subterrnea, as operaes de explotao ocorrem em subsuperfcie, ou seja, para depsitos que ocorrem em profundidade, em rochas duras ou brandas, bem consolidadas.

2.2 MINERAO NO BRASIL

Conforme consta dos relatrios anuais de lavra,de 2012, entregues pelas empresas de minerao e relativos ao ano-base 2011, o Departamento Nacional de Produo Mineral[footnoteRef:2] (DNPM) registrou no pas em atividade 8.870 mineradoras, compreendendo este total tanto o regime de licenciamento quanto o regime de concesso de lavra. Como mostra a figura a seguir, a diviso regional dos empreendimentos tem na Regio Sudeste sua principal rea de atuao, seguida da regio Sul. [2: O Departamento Nacional da Produo Mineral (DNPM) o rgo governamental normativo do Ministrio de Minas e Energia responsvel pela implantao da poltica mineral, bem como pela preparao dos mapas geolgicos bsicos, cuja execuo est a cargo da Companhia de Pesquisas e Recursos Minerais (CPRM). ]

Figura 1 Nmero de companhias mineradoras no Brasil (Fonte: DNPM, 2012)A indstria mineral brasileira tem registrado ao longo da ltima dcada crescimento vigoroso graas a fatores como as profundas mudanas socioeconmicas e de infraestrutura que o pas tem vivenciado, apesar de a atividade mineral ter sofrido reduo em suas expectativas em razo da crise internacional (IBRAM, 2013). Onde esse crescimento impulsionado pelo processo de urbanizao em pases com a economia de carter emergente, com grandes reas territoriais, alto PIB( Produto Interno Bruto) e alta densidade demogrfica, como o Brasil, Rssia, ndia e China(BRICs), os quais, coincidentemente tem grande relevncia para a minerao mundial. Segundo o Anurio Mineral Brasileiro de 2011, no ano de 2009, os principais compradores de minrios do Brasil foram China (28%), Estados Unidos (8%), Japo (7%) e Sua (5%).O Brasil um pas privilegiado com relao a indstria extrativa mineral, visto a grande quantidade de depsitos minerais existentes dentro de suas fronteiras, contudo, necessita de maiores investimentos no setor quando comparados aos maiores produtores minerais do mundo.Nos grfico xx e figura xx, so discriminados a localizao dos principais bens minerais existentes no solo brasileiro e qual a participao dos mesmos na composio na balana comercial brasileira(importaes e exportaes).

Figura xx Bens minerais extrados nos solos brasileiros (Fonte: IBRAM, 2011)

39

Grfico 1 Volume de operaes minerais efetuado pelo Brasil (IBRAM, 2011)

2.3 SEGURANA DO TRABALHO NA MINERAO

Segurana um estado de baixa probabilidade de ocorrncia de eventos que provocam danos e perdas. Nas pessoas esto includos seus familiares, amigos, colegas de trabalho e integrantes da comunidade. No meio ambiente, o ar atmosfrico, o solo, o meio hdrico, a fauna, a flora e o meio antrpico. No patrimnio, os bens particulares das pessoas, das organizaes e das comunidades. (CARDELLA, 1999).A Segurana do Trabalho tem por finalidade a preveno de acidentes do trabalho e as suas conseqncias negativas sobre sade do trabalhador. Essa preveno de acidentes e as doenas no trabalho tem como base a identificao dos perigos existentes nos postos de trabalho, nas tarefas executadas e nos produtos, equipamentos e ferramentas utilizadas. Os perigos representam a ameaa sade e integridade fsica dos trabalhadores e continuidade operacional.De acordo com o Ministrio do Trabalho e Emprego (MTE) as atividades so classificadas de acordo com os riscos de acidente, numa escala que varia de 1 a 4, onde a atividade mineradora classificada como de nvel 4 de acordo com a mesma. A partir deste dado, nota-se a importncia e necessidade de se aplicar uma metodologia adequada de gesto de riscos ocupacionais para mudar essa situao. Ao pensarmos sobre a percepo e a convivncia com o risco, percebe-se que o gerenciamento de riscos to antigo quanto prpria existncia do homem. O homem, a propsito, sempre esteve envolvido com riscos e decises, e o surgimento do gerenciamento de riscos. A historia daseguranado trabalho comea com a informao mais antiga sobre a preocupao com a segurana do trabalho que est registrada num documento egpcio. O papiro Anastacius V fala da preservao da sade e da vida do trabalhador e descreve as condies de trabalho de um pedreiro. Tambm no Egito, no ano 2360 a.C., uma insurreio geral dos trabalhadores, deflagrada nas minas de cobre, evidenciou ao fara a necessidade de melhorar as condies de vida dos escravos.O Imprio Romano aprofundou oestudoda proteo mdico-legal dos trabalhadores e elaborou leis para sua garantia. Os pioneiros do estabelecimento de medidas de preveno de acidentes foram Plnio e Rotrio, que pela primeira vez recomendaram o uso de mscaras para evitar que os trabalhadores respirassem poeiras metlicas.As primeiras ordenaes aos fabricantes para a adoo de medidas dehigienedo trabalho datam da Idade Mdia. Os levantamentos das doenas profissionais, promovidos pelas associaes de trabalhadores medievais, tiveram grande influncia sobre a segurana do trabalho no Renascimento. Nesse perodo, destacaram-se Samuel Stockausen como pioneiro da inspeo mdica no trabalho e Bernardino Ramazzini como sistematizador de todos os conhecimentos acumulados sobre segurana, que os transmitiu aos responsveis pelo bem-estar social dos trabalhadores da poca na obra intitulada De morbis artificum (1760; Sobre as doenas dos trabalhadores).Em 1779, a Academia de Medicina da Frana j fazia constar em seus anais um trabalho sobre as causas e preveno de acidentes. Em Milo, Pietro Verri fundou, no mesmo ano, a primeira sociedadefilantrpica, visando ao bem-estar do trabalhador. A revoluo industrial criou a necessidade de preservar o potencial humano como forma de garantir a produo. A sistematizao dos procedimentos preventivos ocorreu primeiro nos Estados Unidos, no incio do sculo XX. Na frica, sia, Austrlia e Amrica Latina os comits de segurana e higiene nasceram logo aps a fundao da Organizao Internacional do Trabalho (OIT), em 1919.Atualmente, muitos pases, em seus planos de Sade e Segurana do Trabalho(SST) anuais, quinquenais ou decenais, possuem metas na reduo dos acidentes fatais e graves e atuam para diminuir as doenas profissionais entre as quais, os problemas mentais e os decorrentes da leso por esforos repetitivos (LER) e doenas osteomusculares relacionadas ao trabalho (Dort), com taxas de mortalidade ocupacionais mais elevadas nos setores de transporte e da construo civil. Apesar dos recorrentes esforos de tais pases, a minerao ainda aparece como uma das atividades com as maiores taxas de vtimas fatais, leses e doenas ocupacionais. No Brasil, segundo dados do Ministrio da Previdncia Social, em seu Anurio Estatstico da Previdncia Social em Brasil (2013), no ano de 2012 ocorreram 705.239 acidentes de trabalho, levando em considerao apenas a Regio Norte foi observada 31.451 e o estado do Par ficando com 12.275 acidentes, sendo 7.293 na indstria extrativa mineral. A quantidade de bitos em todo o Brasil ficou em 2.739 considerando a totalidade das atividades. Em razo desses nmeros, a segurana do trabalho necessita de atenco especial das empresas, de pequeno, mdio ou grande porte,ou seja a segurana deve ser tratada com toda sua importncia independente do porte da empresa. Analisando um passado no muito distante, foi observado que no se realizavam significativos investimentos por parte das empresas na rea de segurana do trabalho, visto que as mesmas encaravam como um procedimento maximizador de despesas, embora no analisassem o custo-benefcio de uma boa poltica de segurana e sade do trabalhador. Por esse e outros motivos, o nmero de acidentes era maior que nos dias atuais. Em publicao da Revista Proteo (1997), relatado que as empresas que no investirem em segurana e que continuarem achando que isso apenas custo tendem a andar na contramo da histria e do desenvolvimento social.

Alguns itens de segurana, por exemplo, preveem a existncia de equipamentos que no esto disponveis no mercado brasileiro. [...] Os andaimes mais modernos do mundo no podem ser usados aqui porque no atendem nossa norma. Isso mostra que algo est errado. Mesmo com um alto preo a ser pago pela segurana com treinamentos de utilizao de EPC, EPI, tcnicas de preveno e com o fornecimento dos melhores EPCs e EPIs, ainda h empresas que no do a importncia devida. Alm destas empresas, entra o fator dos funcionrios que no se interessam com a sua prpria segurana e sade (REVISTA PROTEO, 1997, p. 22-24).

Os pensamentos antigos assim como suas posturas, apontavam que com ou sem segurana o trabalho seria realizado como descreve Zocchio (2002). De fato, esse pensamento era recorrente. Porm, nos dias de hoje, a segurana est em primeiro lugar, para alm, inclusive, da produo. tanto, que muitas empresas utilizam frases de efeito (por exemplo No h trabalho to importante ou urgente que no possa ser feito com segurana) para passar a idia de compromisso com a segurana de seus colaboradores e dos processos.

2.3.1 Legislao Brasileira

A sociedade regida por algumas regras de comportamento, ou seja, por leis que so fundamentais no ordenamento social. Entre outros bens protegidos pela legislao, est a vida. E para garantir a nossa segurana e sobrevivncia, existem regras especficas. Assim como nos demais segmentos, o ambiente de trabalho possui suas regras prprias que visam garantir a sade e a segurana das pessoas. No mbito privado, por exemplo, aplicam-se as Normas Regulamentadoras (NRs) do Ministrio do Trabalho e Emprego (MTE). O MTE j editou, ao todo, 36 NRs. Todas as regras de proteo sade e segurana dos trabalhadores brasileiros surgiram com a Consolidao das Leis do Trabalho (CLT) em 1943, alterada pela Lei n. 6.514, de 22 de dezembro de 1977. No ano seguinte (1978), o MTE aprovou 28 normas regulamentadoras. Em 1988, a Constituio Federal ampliou preceitos relativos sade e segurana do trabalho, versando sobre os direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alm de outros que visem melhoria de sua condio social: [...] XXII reduo dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de sade, higiene e segurana; XXIII adicional de remunerao para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; [...] XXVIII seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenizao a que este est obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa. Na esfera da Constituio Federal, consta que so direitos dos trabalhadores urbanos e rurais a reduo dos riscos inerentes ao trabalho, por normas de sade, higiene e segurana (BRASIL, 1988). A mesma Constituio dispe que cabe ao MTE estabelecer disposies complementares s norma, tendo em vista as peculiaridades de cada atividade ou setor de trabalho. J a Portaria n. 3.214, do MTE, de 8 de junho de 1978, instrui tecnicamente a CLT, A legislao em vigor aLei n 8.213, de 24 de julho de 1991, posteriormente regulamentada pelo Decreto n 2172, de 6 de maro de 1997 (Plano de Benefcios da Previdncia Social). A empresa, alm de ser responsvel pela adoo e uso de medidas de proteo e segurana da sade do trabalhador, deve contribuir com o financiamento da complementao das prestaes por acidente de trabalho (seguro acidente de trabalho - SAT).Os percentuais, incidentes sobre o total das remuneraes pagas pela empresa no decorrer do ms, dependem do grau de risco de acidentes de trabalho correspondente sua atividade econmica, sendo que equivalem 1% (um por cento) para o grau de risco leve, 2% (dois por cento) para o grau mdio e 3% (trs por cento) para o grau de risco grave. Recentemente, a Previdncia Social aprovou uma nova metodologia de clculo que vai permitir a flexibilizao das alquotas pagas pelas empresas, com o objetivo de estimular as empresas a investir na preveno de acidentes de trabalho. As alquotas podero ser reduzidas metade para as empresas que investirem, ou duplicadas para aquelas que deixarem de adotar medidas preventivas.Atualmente a constituio constituda de 36 Normas Regulamentadoras (NRs), onde esto descritas a seguir: Norma Regulamentadora n. 01(Disposies Gerais) Resumo: As Normas regulamentadoras; Norma Regulamentadora n. 02 Inspeo Prvia; Norma Regulamentadora n. 03 Embargo ou Interdio; Norma Regulamentadora n. 04 Servios Especializados em Engenharia de Segurana e em Medicina do Trabalho; Norma Regulamentadora n. 05 Comisso Interna de Preveno de Acidentes; Norma Regulamentadora n. 06 Equipamentos de Proteo Individual (EPIs); Norma Regulamentadora n. 07 Programas de Controle Mdico de Sade Ocupacional; Norma Regulamentadora n. 08 Edificaes; Norma Regulamentadora n. 09 Programas de Preveno de Riscos Ambientais; Norma Regulamentadora n. 10 Segurana em Instalaes e Servios em Eletricidade; Norma Regulamentadora n. 11 Transporte, Movimentao, Armazenagem e Manuseio de Materiais; Norma Regulamentadora n. 12 Segurana no Trabalho em Mquinas e Equipamentos; Norma Regulamentadora n. 13 Caldeiras e Vasos de Presso; Norma Regulamentadora n. 14 Fornos; Norma Regulamentadora n. 15 Atividades e Operaes Insalubres; Norma Regulamentadora n. 16 Atividades e Operaes; Norma Regulamentadora n. 17 Ergonomia; Norma Regulamentadora n. 18 Condies e Meio Ambiente de Trabalho na Indstria da Construo; Norma Regulamentadora n. 19 Explosivos; Norma Regulamentadora n. 20 Segurana e Sade no Trabalho com Inflamveis e Combustveis; Norma Regulamentadora n. 21 Trabalho a Cu Aberto; Norma Regulamentadora n. 22 Segurana e Sade Ocupacional na Minerao; Norma Regulamentadora n. 23 Proteo Contra Incndios; Norma Regulamentadora n. 24 Condies Sanitrias e de Conforto nos Locais de Trabalho; Norma Regulamentadora n. 25 Resduos Industriais; Norma Regulamentadora n. 26 Sinalizao de Segurana; Norma Regulamentadora n. 27(Revogada pela Portaria n. 262, de 29 de maio de 2005, publicada no DOU de 30/05/2008) Registro Profissional do Tcnico de Segurana do Trabalho no MTE; Norma Regulamentadora n. 28 Fiscalizao e Penalidades; Norma Regulamentadora N 29 Norma Regulamentadora de Segurana e Sade no Trabalho Porturio; Norma Regulamentadora n. 30(Norma Regulamentadora de Segurana e Sade no Trabalho Aquavirio, Anexo I) Pesca Comercial e Industrial; Norma Regulamentadora n. 30(Anexo II) Plataformas e Instalaes de Apoio; Norma Regulamentadora n. 31 Norma Regulamentadora de Segurana e Sade no Trabalho na Agricultura, Pecuria Silvicultura, Explorao Florestal e Aquicultura; Norma Regulamentadora n. 32 Segurana e Sade no Trabalho em Estabelecimentos de Sade; Norma Regulamentadora n. 33 Segurana e Sade no Trabalho em Espaos Confinados; Norma Regulamentadora n. 34 Condies e Meio Ambiente de Trabalho na Indstria da Construo e Reparao Naval; Norma Regulamentadora n. 35 Trabalho em Altura; Norma Regulamentadora n. 36 SST em empresas de abate e processamento de carnes e derivados. Especificamente para o presente estudo, foram eleitas algumas normas do arcabouo legal que regulamenta a segurana no trabalho. A primeira delas a NR 06, a qual considera Equipamento de Proteo Individual (EPI) todo dispositivo ou produto, de uso individual, utilizado pelo trabalhador, destinado proteo de riscos suscetveis de ameaar a sade e a segurana no trabalho. Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece a obrigatoriedade de elaborao e implementao, por parte de todos os empregadores e instituies que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Mdico de Sade Ocupacional - PCMSO, com o objetivo de promoo e preservao da sade do conjunto dos seus trabalhadores, a mesma deve estar articulada com os dispostos nas demais NRs, principalmente com o PPRA da NR 09. Tal programa dever ter carter de preveno, rastreamento e diagnstico precoce dos agravos sade relacionados ao trabalho, inclusive de natureza subclnica, alm da constatao da existncia de casos de doenas profissionais ou danos irreversveis sade dos trabalhadores. Embora no possua um modelo a ser seguido, nem estrutura rgida, alguns aspectos devem contemplar o documento, entre eles, programao anual dos exames clnicos e complementares especficos para os riscos detectados, definindo-se quais os trabalhadores ou grupos de trabalhadores, quais so os exames e o momento adequado.J a NR 09 estabelece a obrigatoriedade da elaborao e implementao, por parte de todos os empregadores e instituies que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Preveno de Riscos Ambientais - PPRA, visando preservao da sade e da integridade dos trabalhadores, atravs da antecipao, reconhecimento, avaliao e conseqente controle da ocorrncia de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em considerao a proteo do meio ambiente e dos recursos naturais.A NR 15 estabelece como limite de tolerncia a concentrao ou intensidade mxima ou mnima, relacionada com a natureza e o tempo de exposio ao agente, que no causar dano ao trabalhador, durante a sua vida laboral. Nos Estados Unidos, a Occupational Safety and Health Administration (OSHA) o rgo governamental responsvel pelo cumprimento dos limites de tolerncia. A OSHA foi criada nos EUA em 1970, por meio da Lei de Segurana e Sade Ocupacional, que promulgou em 1971 a sua primeira listagem de limites de exposio permissveis, baseada na lista de valores dos limites de exposio propostos pela American Conference of Governammental Industry Hygienist (ACGIH) de 1968. Os Limites de exposio preconizados pela ACGIH referem-se s concentraes de substncias qumicas dispersas no ar e representam condies s quais se acredita que a maioria dos trabalhadores possa estar exposta, repetidamente, sem sofrer efeitos adversos sade. Pelas NRs 09 e 22, devero ser adotadas as medidas necessrias para eliminao, minimizao ou controle dos riscos ambientais quando, dentre outros motivos, os resultados das avaliaes quantitativas da exposio dos trabalhadores excederem os valores do limite de exposio previstos na NR 15 ou, na ausncia destes, os valores limites de exposio ocupacional adotados pela ACGIH, ou aqueles que venham a ser estabelecidos em negociao coletiva de trabalho, desde que mais rigorosos do que os critrios tcnico-legais estabelecidos, logicamente.O DNPM, com a publicao da Portaria n. 237, de 18 de outubro de 2001, aprovou as Normas Reguladoras da Minerao (NRMs) com o objetivo maior de disciplinar o aproveitamento racional das jazidas, considerando-se as condies tcnicas e tecnolgicas de operao, de segurana e de proteo ao meio ambiente, de forma a tornar o planejamento e o desenvolvimento da atividade minerria compatveis com a busca permanente da produtividade, da preservao ambiental, da segurana e sade dos trabalhadores. Foram criadas 22 normas reguladoras para a atividade. Para o presente estudo, cabe ressaltar: NRM 01 Normas Gerais; NRM 09 Preveno contra Poeiras; NRM 12 Sinalizao de reas de Trabalho e de Circulao; NRM 13 Circulao e Transporte de Pessoas e Materiais; NRM 22 Proteo ao Trabalhador. Analogamente, a NRM 01 diz que compete ao DNPM fornecer instrues para elaborao do Programa de Gerenciamento de Risco (PGR) que deve levar em considerao os itens descritos na NR 22. Contudo, cabe ao empreendedor elabor-lo e implement-lo. Para locais onde haja gerao de poeiras, a NRM 09 diz que nos locais que haja a gerao de poeiras, na superfcie ou no subsolo, deve ser realizado o monitoramento peridico da exposio dos trabalhadores, atravs de grupos homogneos de exposio e das medidas de controle adotadas. Pela NRM 12, as vias de circulao e acesso devem ser sinalizadas de modo adequado para a segurana operacional e dos trabalhadores. As reas de basculamento devem ser sinalizadas, delimitadas e protegidas contra quedas acidentais de pessoas ou equipamentos, logo nos cruzamentos e locais de ramificaes principais devem estar indicadas as direes e as sadas da mina, inclusive a de emergncia. As reas de basculamento devem ser sinalizadas, delimitadas e protegidas contra quedas acidentais de pessoas ou equipamentos. Enquanto isso, a NRM 13 regulamenta que as vias de circulao de veculos, no pavimentadas, devem ser umidificadas de forma a minimizar a gerao de poeiras.As vias de circulao de pessoas devem ser sinalizadas, desimpedidas e protegidas contra queda de material e mantidas em boas condies de segurana e transito. A NRM 22, no tpico Generalidades, afirma que cabe ao empreendedor assegurar-se de que os empregados admitidos estejam aptos a realizar suas funes. Dessa forma, eles devem ser treinados e o plano de treinamento, caso solicitado, deve ser apresentado ao DNPM.

2.3.2 Acidente do Trabalho

A Lei de Benefcios (n. 8.213, de 1991) da Previdncia Social conceitua acidente do trabalho como aquilo que ocorre pelo exerccio de trabalho a servio da empresa, ou ainda pelo exerccio de trabalho, provocando leso corporal ou perturbao funcional que cause a morte, a perda ou a reduo da capacidade para o trabalho permanente ou temporariamente. Mas o acidente no pode ser tratado quando apenas h ferimentos, morte ou leso. Ele tambm pode ocorrer quando no houver essas causas. Exemplo disso o furo no pneu, a queda de energia eltrica, etc.Tambm, conforme a lei, o acidente do trabalho considerado quando ocorre no exerccio do trabalho, a servio da empresa de acordo com as seguintes circunstncias, no entendimento de De Cicco (1982):

Doenas profissionais ou do trabalho: aquelas que so adquiridas em determinados ramos de atividade e que so resultantes das condies especiais em que o trabalho realizado; qualquer tipo de leso, quando ocorre: no local e no horrio de trabalho e quando o caminho ou na volta do trabalho; fora dos limites da empresa e fora do horrio de trabalho; fora do local da empresa, mas em funo do trabalho (DE CICCO, 1982, p. 2).

possvel verificar que o conceito de acidente muito amplo e no limitado apenas a local de trabalho. Abrange, tambm, o trajeto e os ocorridos em funo do trabalho, onde na execuo de ordem ou na realizao de servio sob a autoridade da empresa, em viagem a servio da empresa, no percuso da residncia para o local de trabalho ou vice e versa, qualquer que seja o meio de locomoo, inclusive veculo de propriedade do segurado. Com a crescente preocupao que as empresas demonstram em relao segurana, o acidente um fato potencialmente real que nenhuma delas espera presenciar, devido o custo que um acidente gera ao caixa da empresa, com indenizaes e o risco de paralisao das atividades por parte dos rgos competentes, assim como s vrias imposies e penalidades legais que podem repercutir sobre a imagem do empreendimento.

3 METODOLOGIA

Para a realizao do presente trabalho foram feitas extensas pesquisas documentais (revistas, livros, relatrios de instituies, material tcnico de empresas impresso, monografias de especializao em Engenharia de Segurana no Trabalho, dissertaes de mestrado e teses de doutorado nas reas de engenharia na minerao com a segurana e sade no trabalho); e de pesquisa em pginas virtuais (sites do governo e entidades ligadas ao setor da minerao). O levantamento documental teve como objetivo fazer uma reviso bibliogrfica da literatura abordada.Em seguida, foram feitos levantamentos especficos extrao de calcrio e suas peculiaridades, com foco no objeto de anlise,que um empreendimento de extrao de calcrio no municpio de Balsas, no Estado do Maranho. Mediante a coleta de informaes junto a colaboradores da empresa, por meio de aplicao de questionrio semiestruturado, e acompanhamento in loco de atividades desempenhadas pelos mesmos, foram identificados os perigos e analisados os riscos referentes s atividades. Esses elementos foram teis para compor o Mapa de Risco da atividade desempenhada no estabelecimento estudado. Em seguida, foram classificados os riscos de acordo com a metodologia de Lapa (2006), a qual consiste em transformar em escala numrica a avaliao qualitativa do risco a fim de identificar as prioridades das aes que a empresa estudada deve adotar.

3.1 MINA NATICAL: EXTRAO DE CALCRIO DOLOMTICO

3.1.1 Calcrio

Ao centralizar o estudo de caso deste TCC na extrao de calcrio, tem-se que, Rochas carbonatadas ou calcrios so rochas constitudas por calcita (carbonato de clcio) e/ou dolomita (carbonato de clcio e magnsio). Podem ainda conter impurezas como matria orgnica, silicatos, fosfatos, sulfetos, sulfatos, xidos e outros. O termo calcrio empregado para caracterizar um grupo de rochas com mais de 50% de carbonatos. sendo rochas constitudas, basicamente, por carbonato de clcio (CaCO3). O calcrio a mais til e verstil de todas as rochas minerais industriais, j que possui um amplo leque de disponibilidade e apresenta custo relativamente baixo quando empregado como agregado da construo civil, como corretivo de solo ou como fertilizante.O emprego das rochas calcrias depende da composio qumica e/ou caractersticas fsicas e podem ser: indstria de cimento, produo de cal(CaO), correo de ph do solo para a agricultura, fundente em metalurgia, fabricao de vidro, pedra ornamental e adubao qumica.O Quadro 1 sintetiza as principais utilidades dos principais tipos do produto. Quadro 1 Maiores utilidades comerciais do calcrioFonte: NAHASS & SEVERINO (2003)

3.1.1.1 Calcrio Calctico

O calcrio uma rocha que contm uma quantidade significante de carbonato de clcio (Calcita). Os componentes restantes podem incluir outros minerais de carbonato como a dolomita, e menos comumente a aragonita, bem como outros componentes secundrios, como a slica, alumina, feldspato, pirita e siderita.A qualidade do calcrio agrcola depende, principalmente, do teor, do tipo de elementos que diminuem a acidez e do tempo que leva para fazer efeito no solo. Esta qualidade depende da quantidade, que medida por um ndice conhecido como Poder Relativo de Neutralizao Total PRNT, que obtido atravs do PN (Poder de Neutralizao) e a RE (Reatividade dada pela granulometria do calcrio). O Ministrio da Agricultura estabelece quatro faixas de PRNT para efeito de classificao e comercializao de calcrio: Faixa A: com PRNT entre 45,0 e 60,0%; Faixa B: com PRNT entre 60,1 e 75,0%; Faixa C: com PRNT entre 75,1 e 90,0%; Faixa D: com PRNT maior que 90,0%. Assim, para se corrigir a acidez do solo, deve-se usar tanto menos calcrio quanto maior for o seu PRNT.Os solos brasileiros, assim como os demais solos tropicais so, na sua maior parte, cidos, caracterstica que favorece o aparecimento de elementos txicos para as plantas, afetando negativamente a lavoura e dificultando o aproveitamento, pelas plantas, dos elementos nutritivos existentes. O calcrio o principal produto utilizado para corrigir a acidez do solo. Em linhas gerais age reduzindo a quantidade dos elementos nocivos, aumentando o nvel de Clcio e Magnsio, tornando assim o solo mais aerado, permitindo maior circulao de gua e melhor desenvolvimento das razes e, em conseqncia, proporcionando o aumento da atividade dos micro-organismos fazendo com que a adubao renda mais.A grande maioria dos solos brasileiros, notadamente aqueles em que esto ocorrendo a expanso da fronteira agrcola, como os solos sob cerrados, apresenta caractersticas de acidez, toxidez de Al e/ou Mn e tambm baixos nveis de Ca e Mn. Para incorporao destes solos ao processo produtivo brasileiro, imprescindvel a correo desses problemas atravs da prtica da calagem que a maneira mais simples para atingir este objetivo. Alm do mais, o calcrio um insumo relativamente barato, abundante no Pas, essencial para o aumento da produtividade, de tecnologia de produo simples e, sobretudo, poucas prticas agrcolas do retornos to elevados a curto prazo.

3.1.1.2 Formao do Calcrio

Os calcrios so rochas abundantes que ocupam expressivo espao na corsta terrestre, onde constituem de 10 a 15% das rochas sedimentares localizadas na superfcie da Terra e contribuindo com significativas parcelas para depsitos metamrficos e gneos. Ele formado por conchas e fragmentos de concha, ou pela cristalizao direta do carbonato de clcio na gua.A maioria dos calcrios so de origem marinha, formado em guas rasas, tipicamente em profundidades menores que 20 m. Dois processos de Diagnese so de suma importncia na formao do calcrio. Um deles a cimentao, onde o carbonato de clcio precipita nos interstcios porosos entre os gros do sedimento, cimentando todos os vazios o que resulta numa rocha compacta e dura. J o outro processo implica na alterao de minerais, tais como a transformao dos cristais de aragonita, em calcita (sistema ortorrmbico para trigonal), e a dolomitizao da calcita pela absoro do magnsio pelas guas percolantes.O dolomito uma rocha que contem carbonato de clcio e magnsio, geralmente mais duro e denso. Como o calcrio, ele de cor branca, cinzenta ou de cor polida, mas pode ter outras cores, a depender das impurezas que contem. formado geralmente do calcrio pela dolomitizao, um processo diagentico que envolve a substituio de clcio em calcita por magnsio. Isto pode ocorrer, tanto logo depois da deposio do calcrio, pela troca com gua do mar, ou aps a litificao, pela troca com as solues de magnsio (NAHASS & SEVERINO, 2003).

3.1.2 Localizao de Picos

A rea estudada neste trabalho est localizada na poro sul do Estado do Maranho, no municpio de Balsas (Figura 3). O municpio de Natividade localiza-se a latitude xxxxx sul e longitude xxxxx oeste.

Figura 3 Localizao de Picos, em Balsas (MA) (Fonte: DNIT, 2013)O principal acesso sede municipal pela rodovia federal BR-010, a partir das cidades de Silvanpolis ou Prncipe, ou pela rodovia Estadual TO-255, a partir da cidade de Porto Nacional. A mina da Pedreira Natical est localizada na fazenda Boqueiro, zona rural de Natividade. No quilmetro 265, sentido cidade de Almas, na rodovia Estadual TO-280, vira-se esquerda, na Fazenda Boqueiro, onde, a 500 metros, est localizada indstria extrativa. As cidades de Natividade e Dianpolis servem de suporte para as atividades do projeto e delas partem os principais acessos, via estradas pavimentadas, para as reas da mina.

3.1.3 reas de Extrao

As reas de extrao e licenciamento da Pedreira Natical esto localizadas perto de Natividade. Sob processo de n 864.344, de 2003, junto ao DNPM, a licena de operao (marcao amarela na Figura 4) foi concedida em 2004. Figura 4 reas de licenciamento na zona de minerao de Natical (Fonte: Google Earth, 2013)

Outro processo se encontra em regime de licenciamento (marcao azul na Figura 4) para uma rea de 50 hectares, que, em conjunto com outro licenciamento (864.346/2003), abastecer a indstria da Natical para produo de corretivo agrcola e brita civil para o mercado leste do Tocantins e oeste da Bahia.

3.1.4 Processo Produtivo

As etapas do processo produtivo para obteno da brita consistem nas operaes de perfurao, desmonte, carregamento e transporte, britagem, classificao e moagem.A pedreira Picos visa o aproveitamento econmico de macios rochosos, por intermdio de desmonte de rochas e posteriormente o beneficiamento, onde obtido brita e calcrio dentro de padres granulomtricos exigidos pelos compradores, ou seja, comercializveis. Em razo da topografia local e das caractersticas geolgicas das jazidas minerais, a lavra realizada a cu aberto pelo mtodo de lavra por bancadas.

Figura X Vista parcial da lavra por bancada realizada na mina (Fonte: Arquivo Pessoal)A perfurao, tambm realizada nas dependncias de Picos, a operao que tem cujo o objetivo preparar a rocha para que o explosivo por sua vez seja acondicionado em seu interior. Para o procedimento, so utilizadas carretas de perfurao pneumticas (Figura 6), montadas sobre rodas com sistema prprio de locomoo. A energia utilizada para o funcionamento fornecida pelo compressor de ar. Figura 6 Perfuratriz sobre esteira (Fonte: Arquivo Pessoal)

O desmonte da rocha como citado anteriormente realizado a partir de cargas explosivas introduzidas nos furos. A lavra executada em bancadas no sentido descendente, com 8 metros de altura aproximadamente. Tal processo de desmonte por explosivos produz blocos de variados tamanho.

O carregamento e o transporte das rochas provenientes do desmonte so realizados por escavadeiras com o auxlio de caminhes rodovirios at a alimentao do britador primrio.Figura 7 Carregamento por escavadeiras hidrulicas (Fonte: Arquivo Pessoal)

A jazida est integrada a um corpo aflorante de calcrio calctico, com cobertura de estril de aproximadamente 2 metros, , e com altura mdia de 50 metros.

3.1.5 Mtodo de Lavra

A lavra est sendo desenvolvida a cu aberto, em bancadas, em meia encosta, com incio no topo superior da jazida. Uma rampa de acesso foi construda desde a cota inferior (330 metros) at a cota superior (447 metros), projetada para uma declividade mdia de 10% e 15 metros de largura como mostra a figura abaixo. Figura 8 Rampa de acesso pedreira (Fonte: Elaborao Prpria/AutoCad)

Iniciou-se a abertura da mina, na sua parte superior, nos nveis 447/436, com 11 metros de altura. O ngulo de talude no desmonte de 10 a 15 em mdia. As bermas operacionais variam de 15 a 20 metros, e futuramente as bermas finais sero de 5 metros (pit final). Da cota 447 metros at a cota 330 metros, sero desenvolvidas 12 bancadas. J foram lavrados ao logo dos anos, desde a cota 447 at a 412, conforme se v abaixo.Ressalte-se que a mina tem trs bancos abertos, a saber: 1 Banco: Nvel 447/436; 2 Banco: Nvel 436/424; e 3 Banco: Nvel 424/412. O calcrio extrado abastece a planta industrial da Natical, localizada a dois quilmetros. O transporte feito por meio de caminhes rodovirios. A produo mdia anual prevista para os prximos anos de 600 mil toneladas de corretivo agrcola. Considerando-se uma recuperao de 85%, o Run of Mine (ROM) ser de aproximadamente 700 mil toneladas.

F

Figura 10 Planta industrial da Pedreira Natical (Fonte: Elaborao Prpria/AutoCad)

3.1.6 Beneficiamento

O beneficiamento contempla a britagem primria (alimentador vibratrio e britador de mandbula Piacentini BM8050), que consiste na reduo do tamanho dos bloco. No processo que o envolve, a rocha descarregada numa cmara em forma de cunha, entre uma chapa fixa e outra mvel. A britagem uma operao contnua, com as mandbulas gerando tamanhos adequados na passagem por entre as chapas.H ainda classificador vibratrio (composto por um conjunto de peneiras vibratrias de 1,5 e 0,5 deques), rebritagem (britador cone BM950 Piacentini), moagem (seis moinhos de martelos MM 340 Piacentini), estocagem e expedio, como pode ser visto na figura abaixo.Figura 11 Fluxograma de produo (Fonte: Arquivo Natical, 2013)

A Figura 12, mostra o local onde processado o beneficiamento da Pedreira Natical, com os espaos para as britagens primria e secundria.Figura 12 Britagem Primria e Secundria (Fonte: Arquivo Natical, 2013)

3.2 Identificao dos Perigos e Avaliao dos Riscos

No presente TCC, foram adotadas as definies de perigo e risco que constam da srie de normas Occupational Health and Safety Assessment Services (OHSAS), cuja melhor traduo Srie de Avaliao da Segurana e Sade no Trabalho, que consiste numa srie de normas britnicas. Trata-se de um conjunto de requisitos, de padro internacional, relacionados gesto de sade e segurana no trabalho, com o objetivo, entre outros, de melhorar o conhecimento dos riscos existentes, com atuao nas fases de reconhecimento, avaliao e controle desses riscos na organizao.Conforme a norma, perigo definido como a fonte ou situao potencialmente capaz de causar perdas em termos de danos sade, prejuzo propriedade, prejuzos ao ambiente do local de trabalho ou uma combinao deles. J o termo risco definido como a combinao da probabilidade e das consequncias da ocorrncia de uma situao de perigo especfica.A identificao dos perigos feita por avaliao de atividade e sempre procurando observar a execuo das mesmas, preferencialmente conversando com os seus executantes. Quando no se tem clareza em alguma etapa ou quando, reconhecidamente, a atividade envolve exposio ou contato com produto perigoso ou, ainda, situao preocupante do ponto de vista ocupacional, o acompanhamento da execuo para a identificao dos perigos obrigatrio. Essa etapa facilitada pelo reconhecimento prvio das atividades. Alm de orientar o mapeamento, til na elaborao da listagem de perigo para efeito de classificao.A metodologia de Lapa (2006) prope introduzir no estudo uma ferramenta denominada de circunstncias do perigo, com o objetivo de caracterizar melhor a situao perigosa. Essa metodologia, alis, utilizada neste estudo, com vistas a identificar todos os perigos oriundos da extrao de calcrio calctico.

Quadro 2 Esquema da identificao de perigos Fonte: LAPA, 2006.

Ao detalhar o grau de periculosidade na minerao, tem-se como classe de perigo a indicao da natureza dele de acordo com a legislao de segurana e sade ocupacional vigente. No Brasil, essas classes so assim definidas em: a) fsicos: decorrentes da exposio ao frio, calor, umidade, rudo, radiaes ionizantes, iluminao, variao de presso, etc.; b) qumicos: decorrentes do contato ou exposio substncias qumicas txicas na forma de gases, vapores, fumos, poeiras e nvoas; c) biolgicos: decorrentes do contato ou exposio a vrus, bactrias, fungos, parasitas, bacilos e protozorios; d) ergonmicos: decorrentes de trabalho fsico pesado, de turno, noturno, repetitivo, montono e jornadas prolongadas, etc.; e) acidentes: decorrentes de arranjo fsico, pisos inadequados, mquinas sem proteo, uso ou falta de EPI, uso ou improviso de ferramentas, aes de animais, contato com eletricidade, trabalhos em altura, ambientes confinados, transporte, exploso, incndio, etc.

3.2.1 Avaliao de Riscos

A palavra risco nada mais que uma situao insegura que poder culminar em acidente, caso este risco no seja analisado e desde que no sejam tomadas as devidas precaues para evitar danos e perdas, sejam elas fsicas ou materiais. O risco poder estar presente sob diversas manifestaes, como em produtos qumicos, gases trabalho, ou at numa simples caminhada pelo parque industrial da empresa. Diante disso, deve-se ter o mximo cuidado para evit-lo dentro do ambiente de trabalho.A avaliao dos riscos na verdade qualitativa e transformada numa escala a partir do uso de atributos numricos. Ela constituda de trs etapas. Inicialmente, so construdos os critrios de avaliao, que pode ser qualitativa da probabilidade e severidade e riscos. Em seguida, sero definidas as classes de risco adotadas e por fim, procede-se classificao dos riscos propriamente dita..Assim segundo LAPA(2006), pode-se definir que, matematicamente, o risco o produto da probabilidade pela severidade, conforme ilustra a equao a seguir:

R = P x SOnde: R = Risco; P = Probabilidade; S = Severidade

3.2.2 Mapa de Risco

O Mapa de Riscos a representao grfica dos riscos de acidentes nos diversos locais de trabalho, inerentes ou no ao processo produtivo, devendo ser afixado em locais acessveis e de fcil visualizao no ambiente de trabalho, com a finalidade de informar e orientar todos os que ali atuam e outros que, eventualmente, transitem pelo local. O mapeamento de riscos pode ser feito a partir da utilizao de algumas tcnicas, cuja complexidade pode ser gradativamente crescente nas etapas sequenciais do trabalho de vigilncia (AYRES & NOBRE, 2002). Ao Ministrio do Trabalho e do Emprego cabe a elaborao do Mapa, com o objetivo de identificar riscos do processo de trabalho, contando com a participao do maior nmero de trabalhadores envolvidos nesse processo. Baseado nisso, para a execuo da pesquisa deste Trabalho de Concluso de Curso, elaborou-se um questionrio, conforme Apndice I, para aplicao aos trabalhadores de gua Branca. No Mapa de Riscos, os crculos de cores e tamanhos diferentes mostram os locais e os fatores que podem gerar situaes de perigo em funo da presena de agentes. Para identificar os riscos existentes em cada setor, foram considerados cinco grupos de riscos: fsico, qumico, biolgico, ergonmico e de acidentes. O questionrio foi aplicado nos seguintes setores: perfurao, desmonte, carregamento, transporte, britagem, moagem, manuteno mecnica e escritrio. Em seguida, com os questionrios devidamente respondidos, iniciou-se o processo de exame de cada risco identificado. Nesta fase, os riscos so classificados de acordo com o tipo de agente. Determina-se tambm a intensidade do risco: pequeno, mdio ou grande. Segundo o guia, os critrios para avaliao do risco so a probabilidade de ocorrncia e as consequncias da situao indesejada. A avaliao da probabilidade se divide em altamente improvvel, improvvel e provvel, ao modo que a avaliao das consequncias divide-se em levemente prejudicial, prejudicial e extremamente prejudicial. O Quadro 3 ilustra a classificao segundo a norma, e posteriormente que simplificadamente origina o Quadro 4, para a devida construo do mapa de risco.

Quadro 3 Modelo para estimativa do riscoConsequncias

Levemente PrejudicialPrejudicialExtremamente Prejuducial

ProbabilidadeAltamente ImprovvelRisco TrivialRisco TolervelRisco Moderado

ImprovvelRisco TolervelRisco ModeradoRisco Substancial

ProvvelRisco ModeradoRisco SubstancialRisco Intolervel

Fonte: LAPA, 2006.

Quadro 4 Modelo simplificado da estimativa de riscoConsequncias

Levemente PrejudicialPrejudicialExtremamente Prejuducial

ProbabilidadeAltamente ImprovvelRisco PequenoRisco PequenoRisco Mdio

ImprovvelRisco PequenoRisco MdioRisco Grande

ProvvelRisco MdioRisco GrandeRisco Grande

Fonte: LAPA, 2006.

De acordo com LAPA(2006) a norma no define os critrios de classificao da probabilidade, mas sugere critrios para classificao dos nveis de consequncias. Consequncias levemente prejudiciais so leses superficiais, cortes, machucados menores, irritao nos olhos proveniente de poeira, irritaes, desconfortos temporrios e dor de cabea. J os riscos prejudiciais so laceraes, queimaduras, fraturas menores, choque, transtornos msculo-esquelticos, dermatites, asma proveniente de desordens pulmonares, surdez e doenas que provoquem incapacitaes permanentes menores. J as consequncias extremamente prejudiciais so amputaes, fraturas maiores, intoxicaes, fraturas mltiplas, fraturas fatais, cncer ocupacional, outras doenas que encurtam a vida ou doenas agudas fatais.

4 RESULTADOS E DISCUSSO

4.1 Aplicao do Mtodo

Do tratamento dos dados colhidos a partir da percepo dos trabalhadores, obtiveram-se os resultados demonstrados, a seguir, nas tabelas 2 e 3.

Tabela 2 Agentes de risco na extraoAgentes de RiscosPerfuraoDesmonte de RochaCarregamento / TransporteAbastecimento dos Equipamentos

PoeiraXXXX

VibraoXXX

CalorXXXX

Umidade

RudoXXXX

Animais e InsetosX

Trabalho PesadoXX

Postura incorretaXX

Movimentos repetitivosX

Cortes

QuedasXXXX

GasesXXX

AtropelamentosX

ExplosesXX

Fonte: Elaborao Prpria.

De acordo com observaes in situ, notado que ocorre a presena de calor em todas as operaes, em resultado da exposio ao sol. Nos empreendimentos mineiros a cu aberto , os trabalhadores ficam expostos luz solar, em praticamente toda a sua jornada de trabalho, o que se agrava na etepa de extrao pela falta de um sistema de ventilao adequado.Na etapa de extrao, a qual iniciada pela perfurao, o trabalhador fica exposto a todos os tipos de riscos, principalmente ao material particulado da rocha e ao rudo da perfuratriz, visto proximidade com que o operador deve trabalhar da fonte geradora de poeira e de rudo. Os riscos ergonmicos e de vibrao esto presentes. H risco de incndios e exploses, dada a possibilidade da presena de explosivos remanescentes no detonados no desmonte. Cortes e esmagamentos podem ocorrer durante o manuseio das hastes de perfurao. O carregamento de explosivos realizado em bancadas isoladas, afastados da perfurao ou do carregamento e transporte de materiais.O rudo tambm dificulta o exerccio da funo, visto que os colaboradores esto expostos a rudos de mquinas e equipamentos pesados. O risco de incndio e de acidentes em geral est ligado, principalmente, manipulao de produtos qumicos e explosivos. A detonao, apesar de gerar rudo, no afeta as pessoas, j que exigida, por medidas de segurana, a permanncia a grandes distncias do ponto de detonao.Na etapa do carregamento e transporte de rocha, os particulados e o rudo estariam dentro de nveis aceitveis, se os motoristas dos caminhes mantivessem a janela fechada durante a operao, porm este ato se torna uma prtica impossvel, em razo do desconforto trmico causado pela ausncia de um sistema de condicionadores de ar.Com relao a possibilidade de problemas ergonmicos foi observado um alto ndico de vibrao no interior do veiculo o que causa grande desconforto ao motorista. Tambm podem ocorrer durante a jornada de trabalho, atropelamentos, assim como quedas de fragmentos de rocha inscritos em taludes instveis. Os trabalhadores que atuam no setor de britagem e moagem, seja em manutenes preventivas ou preditivas, reparos, troca de peas, mudanas no processo, ou que circulam pela rea esto expostos aos riscos assinalados na Tabela x.

Tabela x Agentes de risco na adequao granulomtricaAgentes de RiscosBritagemClassificador VibratrioMoagemEstocagem

PoeiraXXxx

VibraoXXx

CalorXXx

RudoXXx

Trabalho Pesadox

Postura incorretax

Movimentos repetitivos

Cortes e esmagamentosXx

QuedasXXx

Atropelamentosx

Fonte: Elaborao Prpria.

Aps as anlises de campo e acompanhamento das atividades dos trabalhadores, foram sugeridas as medidas de controle para cada um dos riscos acima. Algumas medidas de controle so comuns a todas as atividades e devem ser adotadas nos processos envolvidos na produo de pedra britada. Os problemas ergonmicos ocorrem, principalmente, devido m postura na execuo das tarefas e permanncia prolongada numa mesma posio, como no caso dos motoristas de caminhes ou operadores de carregadeiras. A vibrao no interior das carregadeiras intensa e causa grande desconforto e possibilidades de problemas ocupacionais futuros, principalmente na coluna vertebral (regio lombar) devido a vibrao.No transporte desse material, dentro da rea de estocagem, h o risco de atropelamento dada a falta de sinalizao nas vias internas do empreendimento e a grande quantidade de materiais particulados, o que dificulta a visualizao. Os trabalhadores que atuam nos setores de britagem e peneiramento, seja em manutenes preditivas ou preventivas, reparos, substituio de peas, mudanas no processo, ou que circulam pela rea esto expostos a poeira, rudos e vibraes geradas pelo funcionamento dos equipamentos, bem como a possveis acidentes na manuteno das mquinas. Nota-se tambm que na atividade de transferncia encontra-se grande quantidade de agentes de risco. Por esse motivo, essa rea deve ser analisada com ateno.

4.2. Riscos Sade

Os riscos esto presentes nos locais de trabalho e em todas as demais atividades humanas, comprometendo a segurana e a sade das pessoas e a produtividade das organizaes e podendo afetar o trabalhador em curto, mdio ou longo prazo. Eles, se no bem administrados, provocam acidentes com leses imediatas e ou doenas do trabalho, que se equiparam a acidente de trabalho, segundo a legislao previdenciria. Entre os principais riscos encontrados na atividade de extrao de calcrio, est a exposio a poeiras de slica, que favorece o surgimento de doenas do sistema respiratrio como as silicoses. Alm dela, outros agentes de risco presentes nas atividades podem provocar graves danos sade do trabalhador, como: Rudos: a exposio a nveis elevados de rudo sem a devida proteo pode causar perdas auditivas irreversveis; Calor: a exposio do trabalhador ao sol pode levar a estresse trmico, queimaduras, desidratao e, em longo prazo, cncer de pele; Ergonmicos: m postura e movimentos repetitivos podem gerar graves leses nas mos, braos, pernas, p e, principalmente, nas regies lombares e cervicais da coluna vertebral. Vibrao mecnica: a exposio a vibraes de mo e punho, provocadas por ferramentas pneumticas, como a de corpo inteiro advindas das operaes com mquinas e equipamentos pesados podem provocar problemas vasculares, neurolgicos, musculares e articulares; Gases: a exposio pode provocar tonturas e problemas respiratrios; Umidade: a exposio pode causar doenas dermatolgicas; Existem tambm outros riscos gravssimos que podem resultar em morte, como os de desabamentos de taludes e de atropelamentos nas reas onde h circulao de veculos pesados e falta de sinalizao.

4.3. Anlise de Riscos

A avaliao de risco, apesar de qualitativa, pode ser transformada em escala numrica a partir da avaliao da probabilidade de acontecimento e da severidade do risco. A grande vantagem do mtodo facilitar a identificao das prioridades das aes que devem ser tomadas. A metodologia desenvolvida por Lapa (2006), utilizada por diversas empresas do setor de minerao, quantifica os riscos atravs do produto da probabilidade pela severidade. A probabilidade definida pela soma de quatro variveis (frequncia de exposio ao perigo; nmero de pessoas expostas a esse perigo; eficcia dos meios de controle disponveis; e facilidade do reconhecimento e identificao prvia do perigo), cada uma com valor atribudo de 1 a 3. A Tabela 4 apresenta os critrios para a avaliao qualitativa da probabilidade.

Tabela 4 Critrios para a avaliao qualitativa da probabilidadeFonte: LAPA, 2006.

J a severidade definida pela soma de duas variveis: a gravidade (valores atribudos de 1 a 9) e a escala de abrangncia da leso, dano ou doena potencial (valores atribudos de 1 a 5). A Tabela 5 apresenta os critrios utilizados para a avaliao qualitativa da severidade. Tabela 5 Critrio para avaliao qualitativa da severidadeFonte: LAPA, 2006.

De acordo com Lapa (2006), aplicando-se o conceito de que o risco o produto da probabilidade de manifestao do perigo associado severidade dessa manifestao, constri-se uma matriz a partir das possibilidades de combinao da probabilidade atribuda e das possibilidades de combinao da severidade atribuda com base nas variveis adotadas. O produto da probabilidade atribuda pela severidade atribuda resulta num valor numrico que recebe a denominao de Grau de Risco, conforme a tabela a seguir.

Tabela 6 Matriz de classificao do Grau de RiscoFonte: LAPA, 2006.

O valor numrico obtido do resultado do produto da probabilidade pela severidade comparado com uma faixa de valores mostrados na matriz de classificao de riscos o que resulta na obteno da classe de risco, conforme a Tabela 7.

Tabela 7 Definio das classes de riscoFonte: LAPA, 2006.

o Tem-se na Tabela 8 os valores quantificados, por setores do empreendimento estudado, obtidos por meio da multiplicao da probabilidade pela severidade e a classificao dos riscos, segundo a metodologia adotada (LAPA, 2006). Na Figura 13, apresentado um esquema de representao dos perigos por classe, resultado do mapeamento de risco.

Tabela 8 Valores quantificados por setoresExtrao: Perfurao e Desmonte

ProbabilidadeSeveridadeGrau de Risco

Calor9436

Instabilidade de Taludes7642

Incndios / Exploso71284

Poeira9654

Queda6424

Rudo7642

Vibrao7428

Carregamento e Transporte de Minrio

ProbabilidadeSeveridadeGrau de Risco

Atropelamento6848

Calor9654

Poeira9654

Postura Incorreta7428

Queda4624

Rudo7856

Vibrao8432

Continua...

Tabela 8 Valores quantificados por setoresBritagem / Moagem

ProbabilidadeSeveridadeGrau de Risco

Rudo9872

Vibrao8432

Calor8648

Material Particulado9654

Queda6848

Cortes e Esmagamentos7642

Classificador Vibratrio

ProbabilidadeSeveridadeGrau de Risco

Rudo9872

Vibrao9654

Calor6424

Material Particulado8648

Queda7856

Administrao / Expedio

ProbabilidadeSeveridadeGrau de Risco

Postura Incorreta8432

Movimentos Repetitivos7428

Mecnica / Lubrificao / Reparos

ProbabilidadeSeveridadeGrau de Risco

Rudo7214

Contato com leos e graxas9436

Calor7428

Trabalhos Ergonmicos 8432

Cortes e Esmagamento8432

...Concluso.Fonte: Elaborao Prpria.

A representao da figura 14 significa um resumo de todos os graus de risco alocados na indstria Natical.O instrumento consiste na representao da distribuio dos perigos por classe em cada nvel gerencial, afim de facilitar a identificao das unidades que requerem ateno no que se refere adoo de aes para diminuir o risco e traz-lo para a regio de tolerabilidade.

MINA DE GUA BRANCA

114144033

ExtraoAdequao Granulomtrica Expedio/Administrao

06710140272012160007

Perfurao/DesmonteBritagem/MoagemMecnica

033107014106140005

Carregamento e TransporteClassificador Vibratrio

034007013105

Legenda:

Sistema, subsistema ou processo

TrivialTolervelModeradoSubstancialIntolervelTotal

Figura 14 Representao dos perigos por classe (Fonte: Elaborao Prpria)A importncia de definir a tolerabilidade do risco determinar quais esforos e recursos sero priorizados para adotar aes de preveno ou proteo capazes e suficientes para minimizar os efeitos da exposio ao perigo na conduo do trabalho, assegurando a integridade e a sade das pessoas, alm da proteo dos ativos da organizao (LAPA, 2006). parte integrante da definio da tolerabilidade do risco a definio do nvel de ao gerencial. O Quadro 5 apresenta a definio de prioridades de ao e os riscos associados a cada classe de risco, de acordo com a metodologia adotada, para as atividades na pedreira Natical.Quadro 5 Definio de nvel de ao gerencial em funo da tolerabilidade estabelecida de acordo com a metodologia adotadaFonte: LAPA, 2006.Quadro 6 Definio das prioridades de aes em funo da tolerabilidade estabelecida para a Pedreira NaticalIntolervelSubstancialModeradoTolervel / Trivial

Extrao:Incndio/explosoExtrao: Instabilidade de TaludesExtrao:Calor

Britagem/Moagem: RudoExtrao:PoeiraExtrao:Queda

Classificador Vibratrio: RudoExtrao: RudoExtrao:Vibrao

Carregamento:AtropelamentoCarregamento e Transporte:Postura Incorreta

Carregamento:CalorCarregamento e Transporte:Queda

Carregamento:PoeiraCarregamento e Transporte:Vibrao

Carregamento:RudoBritagem/Moagem:Vibrao

Britagem/moagem:Calor

Classificador Vibratrio:Calor

Britagem/moagem:PoeiraAdministrao/Expedio:Postura Incorreta

Britagem/moagem:QuedaAdministrao/Expedio:Movimentos Repetitivos

Continua...

IntolervelSubstancialModeradoTolervel / Trivial

Britagem/moagem:Corte e esmagamentoMecnica:Rudo

Classificador Vibratrio:VibraoMecnica:Contato com leos e graxas

Classificador Vibratrio:Material ParticuladoMecnica:Calor

Classificador Vibratrio:QuedaMecnica:Trabalhos Ergonmicos

Mecnica:Cortes e Esmagamento

...Concluso.Fonte: Elaborao Prpria.

4.4 MEDIDAS DE CONTROLE

Aps anlise dos riscos e definio das prioridades de ao, foram sugeridas medidas de controle para melhoria das condies de sade e segurana dos trabalhadores em atividades enquadradas entre os riscos classificados como moderados e substancial nas operaes unitrias da Pedreira Natical. Assim, foi elaborado um esquema de fichamento com sugesto de melhorias para as deficincias detectadas, baseando-se na ordem de prioridade de medidas de controle. Conforme os resultados mostrados, o risco de incndio e exploses devido ao constante manuseio com explosivos obteve maior grau de risco. Dessa forma, tal risco est classificado na faixa substancial e, por esse motivo, deve sofrer medidas imediatas de controle. Outros riscos inseridos na mesma classe so os relacionados exposio dos trabalhadores a poeiras e ao rudo decorrentes do trfego de caminhes e operaes de britagem, peneiramento, carregamento e descarregamento de produtos no ptio. Com isso, nos quadros 7,8,9 e 10 so apresentadas sugestes de soluo e melhorias para cada uma das deficincias apontadas, com vista garantia da qualidade de vida dos trabalhadores e dos processos da Natical.

Quadro 7 Medidas de controle para perfurao e Desmonte

Perfurao e DesmonteRisco de incndio e ou exploso: Capacitar funcionrios para manusear e armazenar adequadamente explosivos.

Instabilidade de taludes: Telas de proteo contra desmoronamento e vistorias constantes.

Emisso de material particulado: Utilizao de perfuratrizes cabinadas, EPIs com maior eficcia.

Rudo: Utilizao e melhoria de EPIs, controlando o rudo aos nveis aceitveis.

Atropelamento: Mais sinalizaes nos acessos, fiscalizao de velocidade e sinais sonoros.

Calor: Construo de barracas para diminuir exposio do trabalhador ao sol.

Quadro 8 Medidas de controle para carregamento e Transporte

Carregamento e TransporteAtropelamento: Mais sinalizaes nos acessos, fiscalizao de velocidade e sinais sonoros.

Calor:Aquisio de novos equipamentos climatizadores para caminhes e mquinas.

Poeira: Utilizao de caminhes-pipa, aspersores nos acessos e fiscalizao de velocidade.

Rudo: Utilizao e melhoria de EPIs, controlando o rudo aos nveis aceitveis.

Quadro 9 Medidas de controle para Britagem e Moagem

Britagem e MoagemCalor: Aquisio de sistemas climatizadores, como ventiladores.

Poeira: Enclausuramento dos agentes causadores e utilizao de EPIs adequados.

Queda: Utilizao de cintos para quedas com altura superior a dois metros.

Corte e esmagamento: Eliminao dos procedimentos inseguros e dos riscos nos processos.

Quadro 10 Medidas de controle para Classificador Vibratrrio

Classificador VibratrioMaterial Particulado: Enclausuramento de fontes emissoras e utilizao de EPIs adequados.

Queda: Utilizao de cintos para quedas com altura superior a dois metros.Rudo: Utilizao e melhoria de EPIs, controlando o rudo aos nveis aceitveis.

5 CONSIDERAES FINAIS

No estudo apresentado, foram identificados, analisados e discutidos os riscos ocupacionais presentes nas etapas de produo de brita e corretivo agrcola, na mina da Pedreira Natical, localizada no municpio de Natividade, Estado do Tocantins. Por meio das sugestes de medidas de segurana, controle e minimizao de riscos em cada uma dessas etapas, possvel afirmar que o objetivo geral deste trabalho foi alcanado e, bem assim, os especficos, haja vista ter sido realizado o mapeamento dos riscos nas atividades da indstria extrativa em questo. A propsito, as operaes de produo foram analisadas setorialmente, de forma a definir o risco incidente e o grau de risco relacionado a cada atividade. Alm disso, foram elencados os perigos potenciais aos colaboradores da empresa e sugeridas medidas de controle, como o uso de perfuratrizes cabinadas. Como esta medida citada j comeou a ser posta em prtica, imediatamente detectada sua necessidade ao longo desta pesquisa, j esto sendo observados avanos no mbito do empreendimento nas condies de trabalho, segundo relato dos prprios trabalhadores.Por intermdio deste TCC, demonstrado que a anlise de riscos e sugestes de medidas de controle so fundamentais para elaborao do Plano de Gerenciamento de Riscos (PGR), uma obrigatoriedade prevista na NR 22. Os resultados aqui levantados podem, ainda, ser utilizados como base para a elaborao de trabalhos futuros tendo outras pedreiras, ou quaisquer outros empreendimentos mineiros. Basta-se apenas fazer os ajustes necessrios realidade de cada processo produtivo.Convm destacar o fato de que, em muitos casos, o custo o maior obstculo para implantao de medidas de controle eficazes e investimentos na rea de segurana e sade do trabalhador. Todavia, com a conscientizao dos colaboradores em relao aos riscos e o envolvimento da gerncia, tais questes podem ser solucionadas a custos relativamente baixos se comparados s consequncias de um acidente de trabalho, uma vez que grande parte das medidas de controle propostas no exigem grandes recursos.No obstante os custos, mediante a apresentao dos resultados, notam-se a importncia e a necessidade prementes de investimento em segurana e sade ocupacional, para todas as etapas do processo. Isso porque existem, tambm, normas com o objetivo de tornar o ambiente de trabalho mais saudvel e seguro, encerrando ou minimizando os riscos de acidentes e atenuando suas possveis consequncias, embora, muitas vezes, tais normas no sejam cumpridas.

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