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UNICENP – Centro Universitário Positivo Núcleo de Ciências Exatas e Tecnológicas Engenharia da Computação DISPOSITIVO BASEADO EM ELETRO-OCULOGRAMA PARA AUXÍLIO DE DEFICIENTES FÍSICOS NA UTILIZAÇÃO DO COMPUTADOR Autor: Rodolfo Enrique Ribeiro Baggio Orientador: Prof. Valfredo Pilla Jr. Curitiba 2003

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UNICENP – Centro Universitário Positivo

Núcleo de Ciências Exatas e Tecnológicas

Engenharia da Computação

DISPOSITIVO BASEADO EM ELETRO-OCULOGRAMA PARA AUXÍLIO DE

DEFICIENTES FÍSICOS NA UTILIZAÇÃO DO COMPUTADOR

Autor: Rodolfo Enrique Ribeiro Baggio

Orientador: Prof. Valfredo Pilla Jr.

Curitiba

2003

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS.............................................................................................................iv

LISTA DE TABELAS............................................................................................................ v

LISTA DE ABREVIATURAS ...............................................................................................vi

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 1

2 ESPECIFICAÇÃO ......................................................................................................... 2

2.1 DESCRIÇÃO.......................................................................................................... 2

2.2 FISIOLOGIA E ELETROFISIOLOGIA DO OLHO............................................. 3

2.2.1 Movimentos oculares e seus controles ........................................................... 3

2.2.2 Movimento de fixação dos olhos .................................................................... 3

2.2.3 Mecanismo sacádico dos olhos....................................................................... 4

2.2.4 Formação do campo de potencial elétrico ...................................................... 4

2.2.5 O papel da retina ............................................................................................. 5

2.3 EOG – ELETRO-OCULOGRAMA....................................................................... 7

2.3.1 Capturando EOG ............................................................................................ 8

2.3.2 Resposta sacádica ........................................................................................... 9

2.3.3 Considerações quanto à intensidade luminosa ............................................. 10

2.4 AQUISIÇÃO DE DADOS – AMPLIFICADORES / FILTRAGEM................... 10

2.5 ALGORITMO DE RECONHECIMENTO .......................................................... 10

2.6 INTERFACE MOUSE.......................................................................................... 11

2.7 PROGRAMA DA APLICAÇÃO TESTE (CALCULADORA) .......................... 11

2.8 ESPECIFICAÇÃO DE HARDWARE ................................................................... 11

2.9 MÓDULOS DE EXTENSÃO .............................................................................. 12

3 PROJETO ..................................................................................................................... 13

3.1 DIAGRAMA EM BLOCOS DOS MÓDULOS................................................... 13

3.2 MÓDULO DE AQUISIÇÃO ............................................................................... 14

3.2.1 Eletrodos ....................................................................................................... 15

3.2.2 Amplificadores de Instrumentação ............................................................... 15

3.3 MÓDULO DE TRATAMENTO .......................................................................... 17

3.4 MÓDULO DE PROCESSAMENTO ................................................................... 17

3.4.1 O microprocessador PIC ............................................................................... 18

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3.4.2 Conversor A/D.............................................................................................. 18

3.4.3 O Algoritmo de processamento .................................................................... 19

3.3.4 Fluxograma geral do algoritmo de processamento ....................................... 19

3.5 MÓDULO DE INTERFACEAMENTO .............................................................. 20

3.5.1 Informação do circuito do mouse ................................................................. 21

3.5.2 Protocolo de transmissão de dados do mouse ............................................... 21

3.6 PROJETO DE SOFTWARE .................................................................................. 23

3.6.1 Programa para Treinamento dos Movimentos Teste .................................... 23

3.6.2 Protótipo de Telas ......................................................................................... 23

3.6.3 Posicionamento do Usuário, Movimentos x Sinais ...................................... 25

3.7 PROTOCOLOS DE ANÁLISE, TESTES E VALIDAÇÃO ............................... 26

3.7.1 Módulo de aquisição/tratamento do sinal EOG............................................ 26

3.7.2 Módulo de processamento do sinal............................................................... 27

3.7.3 Módulo de interfaceamento com o PC ......................................................... 27

3.7.4 Módulo de software ...................................................................................... 28

3.7.5 Sistema completo .......................................................................................... 28

3.8 CRONOGRAMA DO PROJETO......................................................................... 28

3.9 ESTIMATIVA DE INVESTIMENTO................................................................. 29

3.10 PLATAFORMA DE DESENVOLVIMENTO .................................................... 30

4 IMPLEMENTAÇÃO.................................................................................................... 31

4.1 MÓDULO DE AQUISIÇÃO ............................................................................... 31

4.1.1 Circuito de Aquisição ................................................................................... 32

4.1.2 Análise do sinal (Osciloscópio) .................................................................... 32

4.1.3 Análise do sinal (Kit National) ..................................................................... 33

4.2 MÓDULO DE TRATAMENTO .......................................................................... 34

4.3 MÓDULO DE PROCESSAMENTO ................................................................... 34

4.4 MÓDULO DE INTERFACEAMENTO .............................................................. 35

4.5 MÓDULO DE SOFTWARE................................................................................ 36

4.6 ALTERNATIVA DE PROCESSAMENTO/INTERFACEAMENTO ................ 39

5 RESULTADOS ............................................................................................................ 42

5.1 TIPOS DE ELETRODOS..................................................................................... 42

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5.2 AQUISIÇÃO/TRATAMENTO............................................................................ 43

5.3 PROCESSAMENTO/INTERFACEAMENTO.................................................... 44

5.4 ALTERNATIVA DE PROCESSAMENTO/INTERFACEAMENTO ................ 44

6 CONCLUSÃO .............................................................................................................. 45

7 REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 47

ANEXO I – ESQUEMÁTICO AQUISIÇÃO/TRATAMENTO.......................................... 48

ANEXO II – ESQUEMÁTICO PROCESSAMENTO......................................................... 49

ANEXO III – ESQUEMÁTICO CONVERSOR A/D.......................................................... 50

ANEXO IV – ESQUEMÁTICO INTERFACE PORTA PARALELA ............................... 51

ANEXO V – ARQUITETURA INTERNA PIC16F877A................................................... 52

ANEXO VI – LAYOUT PLACA PROCESSAMENTO ..................................................... 53

ANEXO VII – LISTA DE MATERIAIS ............................................................................. 54

ANEXO VIII – FLUXOGRAMA DO ALGORITMO DE PROCESSAMENTO............... 55

ANEXO IX – DATASHEET INA (128) ............................................................................... 59

ANEXO X – PROGRAMA ASSEMBLY DE CONTROLE................................................. 60

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Sessão horizontal de um olho ................................................................................ 5

Figura 2 – Estrutura celular da retina ..................................................................................... 6

Figura 3 – Sinais de EOG gerados pelos movimentos horizontais......................................... 8

Figura 4 – Conexão horizontal e vertical dos eletrodos ......................................................... 9

Figura 5 – Diagrama em blocos ............................................................................................ 14

Figura 6 – Estrutura interna do amplificador de instrumentação (INA 128)........................ 16

Figura 7 – Filtro passa-baixas 1a. Ordem. ............................................................................. 17

Figura 8 – Fluxograma geral do algoritmo. .......................................................................... 19

Figura 9 – Circuito mouse RS232 (Controlador HM535DA). ............................................. 22

Figura 10 – Tela do software de treinamento e análise ........................................................ 24

Figura 11 – Tela da calculadora............................................................................................ 24

Figura 12 – Posição dos eletrodos movimento vertical........................................................ 25

Figura 13 – Posição dos eletrodos movimento horizontal.................................................... 25

Figura 14 – Sinal de EOG do movimento horizontal realizado para direita. ....................... 33

Figura 15 – Sinal de EOG do movimento horizontal realizado para esquerda. ................... 33

Figura 16 – Movimento horizontal rápido para direita......................................................... 33

Figura 17 – Movimento horizontal lento para direita. .......................................................... 34

Figura 18 – Tela Inicial do aplicativo. .................................................................................. 36

Figura 19 – Tela de Treinamento.......................................................................................... 37

Figura 20 – Tela da Calculadora........................................................................................... 38

Figura 21 – Tela da Ajuda. ................................................................................................... 38

Figura 22 – Janela das Propriedades do Mouse. ................................................................... 40

Figura 23 – Valores correspondente ao estado de repouso................................................... 41

Figura 24 – Eletrodos testados (a) ouro (b) prata (c) prata/cloreto de prata. ........................ 43

Figura 25 – Sinal de EOG do movimento horizontal realizado para direita. ....................... 43

Figura 26 – Sinal de EOG do movimento horizontal realizado para esquerda. ................... 43

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Formato do protocolo Microsoft. ........................................................................ 21

Tabela 2 – Formato do protocolo Mouse Systems. ............................................................... 22

Tabela 3 – Cronograma do projeto (A)................................................................................. 28

Tabela 3 – Cronograma do projeto (B). ................................................................................ 29

Tabela 4 – Estimativa de custos............................................................................................ 29

Tabela 5 – Lógica de Controle do Mouse. ............................................................................ 35

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LISTA DE ABREVIATURAS

EOG – Eletrooculograma

PC – Personal Computer

OPL – Outer plexiform layer (camada plexiforme externa)

IPL – Inner plexiform layer (camada plexiforme interna)

EPR – Epitélio Pigmentar da Retina

REM – (Rapid Eye Movement)

CPI – (Counts per Inch)

A/D – Analógico Digital

DDP – Diferença de Potencial

MSB – Bit mais significante

LSB – Bit menos significante

RAM – Random Access Memory

API – Application Programming Interface

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1 INTRODUÇÃO

O estudo de sinais biomédicos é muito profundo devido o fato de existir a

necessidade de encontrar soluções para problemas médicos. A área que estuda e encontra

essas soluções é conhecida como Engenharia Biomédica. Um transdutor muito utilizado

para medir e capturar os sinais de potenciais elétricos do corpo humano ou biopotenciais é

chamado de eletrodo. Ele é uma interface entre o corpo e o circuito que realiza a medição.

Seu comportamento transdutor transforma a corrente do corpo que é de íons em corrente de

elétrons, ou seja, transforma corrente iônica em corrente elétrica. O eletrodo mais utilizado

é chamado de “body-surface electrode”, traduzido para eletrodo da superfície da pele.

Neste projeto a utilização deste transdutor faz com que os sinais iônicos gerados

pelo movimento dos olhos, conhecido como sinal eletro-oculográfico, (EOG) sejam

capturados e transformados em sinais elétricos e transmitidos para o circuito responsável

pela amplificação, filtragem e detecção. Para isso utilizam-se amplificadores operacionais

configurados especificamente para tais responsabilidades. O sinal posteriormente é

submetido a um algoritmo de processamento de sinais para transformar o dado em

informação, informação aqui tratada como movimento do cursor do mouse.

Com base nesta tecnologia o objetivo deste projeto é desenvolver um dispositivo

capaz de substituir o mouse convencional, mantendo suas as ações de movimento e clique.

O papel deste dispositivo e transformar os sinais dos movimentos do EOG em sinais de

movimento do cursor do mouse de um computador. Seu desenvolvimento tem em vista

facilitar o uso de computadores por deficientes físicos. A principal vantagem deste

dispositivo é a portabilidade que ele oferece, pois pode ser usado independentemente da

plataforma, desde que no computador exista uma interface mouse serial para a instalação.

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2

2 ESPECIFICAÇÃO

Aqui é apresentada a especificação do projeto, que envolve o estudo e pesquisa na

área de engenharia de reabilitação de dispositivos baseados no sinal eletro-oculográfico

para auxílio de deficientes físicos na utilização do computador.

2.1 DESCRIÇÃO

A linha de pesquisa e desenvolvimento deste projeto está ligada à engenharia

biomédica, na área de projeto de equipamentos de prótese. O projeto consiste em um

dispositivo, ou aparelho capaz de auxiliar deficientes físicos, especialmente deficientes

motores, na utilização de computadores. Este dispositivo substitui o mouse, exercendo a

mesma função: movimento no eixo horizontal, no eixo vertical e a ação de seleção por meio

do apontador na tela de computador.

Deficientes físicos, especificamente pessoas com deficiências motoras, possuem a

necessidade de estarem aptos a exercer atividades que possam auxiliar seu próprio

desenvolvimento. Para isso surge a pergunta. Como fazer com que essas pessoas possam

realizar tais tarefas?

Uma resposta é um equipamento que substitui o mouse convencional por um

controle baseado no sinal eletro-oculográfico, ou seja, capaz de produzir os movimentos e

ações do mouse através do movimento dos olhos.

Este dispositivo envolve hardware e software e uma aplicação de teste, que pode ser

utilizada para que usuários do equipamento sejam treinados em sua utilização. A aplicação

consiste em uma calculadora básica de quatro operações que ocupa toda a tela do

computador operada pelo cursor do mouse.

Por meio de um conjunto de eletrodos instalados na face, amplificadores e um

algoritmo de detecção, os sinais do EOG podem ser identificados, são eles: associado ao

movimento na direção horizontal, nos sentidos dos olhos para esquerda e para direita e na

direção vertical nos sentidos dos olhos para cima e para baixo. O clique é realizado

automaticamente via software, onde só é realizado quando um ponto está sendo observado

por 3s, ou seja, se não ocorreu variação na posição do cursor então automaticamente é

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realizado o clique. O aparelho é ligado na interface serial de um PC substituindo

diretamente o mouse convencional. Um algoritmo de processamento de sinais é usado para

selecionar a direção de apontamento e o módulo de software é responsável pelo clique.

O projeto é dividido em módulos

1. Módulo de aquisição do sinal EOG

2. Módulo de tratamento do sinal

3. Módulo de processamento do sinal

4. Módulo de interfaceamento com o PC

5. Módulo de software de utilização

2.2 FISIOLOGIA E ELETROFISIOLOGIA DO OLHO

2.2.1 Movimentos oculares e seus controles

O sistema cerebral de controle dirige os olhos para o objeto a ser examinado. Os

movimentos oculares utilizam seis músculos, divididos em três pares [GUYTON, 1997]:

(1) Os retos medial e lateral: Contraem-se reciprocamente, movem os olhos de um lado

para o outro.

(2) Os retos, superior e inferior: Contraem-se reciprocamente, movem os olhos para

cima e para baixo.

(3) Os oblíquos, superior e inferior: Giram os globos oculares para manter os campos

visuais na posição vertical.

2.2.2 Movimento de fixação dos olhos

A fixação dos olhos é controlada por dois mecanismos neurais:

1) Mecanismo de fixação voluntária: permite o movimento voluntário dos olhos para

fixar a visão em um objeto.

2) Mecanismo de fixação involuntário: Movimento involuntário que mantém os olhos

firmemente sobre o objeto depois de encontrado.

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2.2.3 Mecanismo sacádico dos olhos

O mecanismo tem como função a fixação sucessiva de pontos. São movimentos dos

olhos quando se fixam em um ponto após o outro no campo visual, saltando de um para

outro em 2 a 3 segundos. Estes saltos são chamados de sacadas, e os movimentos são

chamados de movimentos optocinéticos. São movimentos tão rápidos que gastam mais de

90% do tempo dedicado aos sítios de fixação e os 10% restantes realizam o movimento dos

olhos. Nos movimentos sacádicos os olhos executam movimentos de um lado para outro e

para cima e para baixo quando o objeto observado é fixo [GUYTON, 1997].

2.2.4 Formação do campo de potencial elétrico

Um dipolo é formado entre a córnea e a retina onde, a córnea é pólo positivo e a

retina é o pólo negativo. A magnitude do sinal está entre 0.4 – 1.0 mV [MALMIVUO,

1995]. A diferença de potencial e a rotação dos olhos são a base do sinal medido pelos

eletrodos. Este sinal é conhecido como Eletro-Oculograma (EOG).

A luz entra na frente do olho e atravessa a córnea: atrás da córnea existe um fluído

transparente chamado, humor aquoso. A principal função é prover nutrientes para a córnea

e o cristalino, também gerar uma pressão de 20-25 mmHg, que infla o olho contra os

limites inelásticos da esclera e coróide. Este assegura a configuração geométrica apropriada

para a formação das imagens pelo caminho ótico. O cristalino está localizado atrás do

humor aquoso. O índice de refração e a forma são controlados pelos músculos ciliares. O

cristalino, completa a focalização da luz, começando na córnea e terminando na retina.

Entre o cristalino e a retina existe um líquido (gel) chamado humor vítreo.

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Figura 1 – Sessão horizontal de um olho

O centro da visão é focado na retina para a fóvea, onde a precisão visual é melhor

(mais alta). A retina contém células fotossensíveis e outras muitas camadas de células

nervosas. Essa combinação gera os pulsos relativos a imagem visual que passa dos olhos

para o cérebro por meio do nervo ótico.

2.2.5 O papel da retina

A luz entra através da estrutura neural para os fotoreceptores, chamados de cones e

bastonetes. Logo atrás dos fotoreceptores está o epitélio pigmentar da retina (EPR). Onde a

principal função é suprir as necessidades metabólicas dos fotoreceptores, além de outras

funções de suporte. Os bastonetes respondem a luz escura, os cones contribuem para a

visão em luz brilhante e colorida. Este é o lugar da excitação visual.

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O passo inicial na transformação da informação da luz em um sinal elétrico

propagando até os fotoreceptores é chamado de transdução.

A sinapse dos fotoreceptores com uma célula horizontal e uma célula bipolar é

conhecida como TRIAD. O sinal é transmitido via célula horizontal resultando na inibição

das células receptoras vizinhas (inibição lateral). A célula bipolar responde eletricamente

com hiperpolarização ou despolarização. A sinapse ocorre das células bipolares para as

células ganglionares. Esta conexão sináptica, no entanto, é modulada pelas células

amácrinas. Tais células providenciam um feedback negativo e deste modo permite regular a

sensitividade da transmissão da bipolar para células ganglionares para níveis suaves.

Figura 2 – Estrutura celular da retina

A magnitude deste baixo potencial é usada pela célula ganglionares para estabelecer

o que é chamado de taxa de disparo, um processo que converte de modulação de amplitude

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para modulação pulso-frequência. A região da EPR e a porção posterior dos fotoreceptores

são chamadas de camada nuclear externa. A região de contato dos fotoreceptores com as

células bipolares é conhecida como outer plexiform layer (OPL), camada plexiforme

externa. A principal função da OPL é processar o sinal.

As células bipolares e amácrinas formam a camada nuclear interior. A região de

contato das células bipolares e amácrinas com as células ganglionares é chamada de inner

plexiform layer (IPL), camada plexiforme interna. As comunicações entre essas células

formam o sinal elétrico que pode ser capturado, chamado de eletro-oculograma.

2.3 EOG – ELETRO-OCULOGRAMA

Em 1848 Emil du Bois-Reymond observou que a córnea do olho é eletricamente

positiva em relação à parte de traz do olho. O dipolo está orientado da córnea para a retina,

este potencial é a base para o eletro-oculograma (EOG). Tal potencial corneoretinal é bem

estável e está no alcance de 0.4 – 1.0 mV. Movimentos dos olhos assim produzem um

movimento do dipolo e, conseqüentemente, sinais que são a medida do movimento podem

ser obtidos.

A Figura 4 mostra como se mensura o movimento horizontal do olho colocando um

par de eletrodos ao lado dos olhos. Com o olho em descanso os eletrodos estão

efetivamente com o mesmo potencial e não existe tensão sendo capturada. A rotação do

olho para a direita resulta em uma diferença de potencial, com o eletrodo na direção do

movimento ficando positivo em relação ao segundo eletrodo (idealmente a diferença de

potencial é proporcional ao seno do ângulo do movimento). O efeito oposto que resulta da

movimentação para a direita, também é ilustrado. A calibração do sinal pode ser executada

pelo olhar do usuário em dois pontos diferentes localizados em um ângulo conhecido e

adquirindo concomitantemente EOGs. A precisão típica executada é de ±2o, e a rotação

máxima de ±70o, no entanto, para ângulos entre 30o não é observada uma linearidade

progressiva [Young, 1988]. As magnitudes dos sinais mais típicas atingem em torno de 5-

20 µV/º.

A Eletro-oculografia possui vantagens e desvantagens em relação a outros métodos

de determinação do movimento dos olhos. A desvantagem mais importante advém do fato

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que o potencial corneoretinal não é fixo, tem comportamento diversificado dia-a-dia, e é

afetado pela luz, fadiga e outras propriedades. Conseqüentemente, há a necessidade de

calibração e recalibração. A vantagem desta técnica inclui a captura do sinal com

interferência mínima com atividades do sujeito e mínimo desconforto. Além disto, é um

método onde os sinais podem ser adquiridos na total escuridão e/ou com os olhos fechados.

Hoje a captura de EOG é normalmente aplicada na investigação do sistema oculomotor

humano como método de diagnóstico.

Figura 3 – Sinais de EOG gerados pelos movimentos horizontais

2.3.1 Capturando EOG

A componente DC de um sinal de EOG representa a direção constante do olhar. Os

movimentos verticais são detectados por eletrodos colocados sobre e abaixo dos olhos. E os

movimentos horizontais são detectados por eletrodos colocados em qualquer lugar ao lado

dos olhos (Figura 4). É comum capturar os movimentos horizontais de ambos os olhos,

para isso é preciso colocar mais um par de eletrodos na direção vertical do nariz,

capturando assim individualmente os movimentos horizontais de cada olho.

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Durante o piscar, os olhos rolam para cima, deflexionando o sinal vertical. O reflexo

do piscar é envolvido por um mecanismo de proteção que ao piscar as pálpebras baixam e o

olho sobe, protegendo a córnea de qualquer tipo de dano [ADINSTRUMENTS, 2003].

Figura 4 – Conexão horizontal e vertical dos eletrodos

2.3.2 Resposta sacádica

Como descrito anteriormente, os movimentos sacádicos descrevem rápidos saltos do

olho para um ponto de fixação a outro. A velocidade está entre 20-70o/s. Os movimentos

são suaves sem sacolejos e lentos, com amplas rotações do olho para manter a fixação em

um objeto em movimento sem movimento da cabeça. O movimento angular atinge cerca de

1-30o/s. Perseguir um determinado objeto significa que somente os olhos estão em

movimento e compensatório se o movimento do olho é produzido pelo movimento do

corpo e/ou da cabeça. Os movimentos anteriormente citados são normalmente conjugados,

envolvem movimentos paralelos do olho de um lado pra outro. De fato, isso é considerado

na instrumentação, por isso é necessária a utilização de pares de eletrodos ao lado de cada

olho.

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2.3.3 Considerações quanto à intensidade luminosa

A captura do sinal de EOG é melhor com a incidência de luz do que quando escuro.

Quando existe luminosidade obtém-se uma razoável precisão na captura das direções em

que os olhos estão olhando e o movimento dos olhos, porém, pode-se também mensurar

quando os olhos estão fechados significando a ausência de luz, permitindo a identificação

do REM (Rapid Eye Movement), esse movimento é normalmente analisado no estudo do

sono.

2.4 AQUISIÇÃO DE DADOS – AMPLIFICADORES / FILTRAGEM

Para a aquisição dos sinais é necessária a utilização de amplificadores que além de

aumentar o ganho devem manter a componente DC, filtrando em outro passo a freqüência

desejada. Utilizar um amplificador de instrumentação para a captura dos sinais pelos

eletrodos, com ganho de 150 vezes. É necessário também usar um filtro passa-baixas,

Butterworth com configuração MFB de freqüência de corte em 20Hz e ganho igual a 22

vezes. Totalizando um ganho de 3300 vezes o sinal de entrada.

2.5 ALGORITMO DE RECONHECIMENTO

O algoritmo de reconhecimento é utilizado para o reconhecimento de padrões, neste

caso especialmente, o sinal de EOG que será adquirido via eletrodos e transmitido via

cabos isolados para evitar ruídos e interferências até o módulo de processamento do sinal.

Um algoritmo capaz de reconhecer cada padrão de sinal gerado conforme o

movimento dos olhos, e partindo disso movimentar o cursor com base na direção do

movimento.

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2.6 INTERFACE MOUSE

A partir do sinal reconhecido devemos estabelecer uma interface entre o sinal

transformado pelo algoritmo e o protocolo e a tecnologia utilizada por um mouse

convencional.

2.7 PROGRAMA DA APLICAÇÃO TESTE (CALCULADORA)

O programa é uma aplicação funcional que serve para a utilização do dispositivo, ou

seja, a aplicação consiste em uma calculadora, que é capaz de fazer operações matemáticas

definidas por: adição, subtração, multiplicação e divisão.

A operações são realizadas entre números inteiros e positivos, ou seja, somente

números que não sejam fracionários são utilizados.

2.8 ESPECIFICAÇÃO DE HARDWARE

Os seguintes módulos de hardware e software compõem o sistema.

Módulo de aquisição

Eletrodos de superfície da pele dourados com orifício central de 10mm de

diâmetro, amplificadores de instrumentação modelo INA128 da Texas

Instruments.

Módulo de tratamento

Filtros ativos, filtro passa-baixas, usando amplificador operacional com

configuração MFB, Butterworth.

Módulo de reconhecimento

Algoritmo de processamentos de sinais para o reconhecimento do sinal. Para

isso utilizando um Microcontrolador PIC 16F877A.

Módulo de interfaceamento

Circuito padrão de um mouse convencional, baseado na interface serial

RS232.

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2.9 MÓDULOS DE EXTENSÃO

O Módulo de extensão consiste na utilização de redes neurais para interpretação dos

sinais, juntamente com o movimento fino, ou seja, a utilização direta do dispositivo no

desktop.

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3 PROJETO

A descrição a seguir apresenta os módulos de hardware e software projetados

conforme descrição mencionada na seção 2.1, identificando quais as tecnologias, técnicas e

procedimentos utilizados a fim de atingir os objetivos descritos na proposta e na

especificação deste projeto.

O projeto é dividido em módulos

1. Módulo de aquisição do sinal EOG

2. Módulo de tratamento do sinal

3. Módulo de processamento do sinal

4. Módulo de interfaceamento com o PC

5. Módulo de software de utilização

O Desenvolvimento do projeto é classificado da seguinte forma:

• Projeto Hardware

§ Aquisição;

§ Tratamento;

§ Processamento (Algoritmo de Processamento);

§ Interface Mouse.

• Projeto Software

§ Inicialização;

§ Calculadora (Aplicativo de utilização).

A figura 5 apresenta o diagrama em blocos do projeto identificando os módulos

como uma representação do projeto como um todo.

3.1 DIAGRAMA EM BLOCOS DOS MÓDULOS

A Figura 5 apresenta o diagrama em blocos do sistema conforme os módulos que serão

implementados. Divido em:

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1. Projeto de hardware: aquisição, tratamento, processamento e

interfaceamento do sinal.

2. Projeto de software: programa em linguagem C++ do software de

inicialização e calculadora.

Figura 5 – Diagrama em blocos

3.2 MÓDULO DE AQUISIÇÃO

A fase de aquisição obtém o sinal de EOG por meio de dois dispositivos muito

utilizados para capturar biopotenciais. O primeiro dispositivo é o eletrodo que tem como

função principal registrar os biopotenciais do corpo. Ele é uma interface entre o corpo e o

dispositivo eletrônico, desempenhando um papel de transdutor, o qual converte a corrente

iônica que circula pelo corpo em corrente de elétrons que circula pelo circuito eletrônico. O

segundo dispositivo é o amplificador de instrumentação que tem como função aumentar a

amplitude do sinal que normalmente possui uma intensidade baixa como o sinal de EOG

(0.1 mV – 4 mV) para posteriormente ser processado.

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3.2.1 Eletrodos

Os eletrodos utilizados neste projeto são os de disco de ouro com 10mm de

diâmetro e furo central, a escolha deste eletrodo foi devido à condutividade a qual o metal

ouro apresenta. Porém o papel de interface do eletrodo funciona em conjunto com um gel

que é o eletrólito onde ocorrem as reações químicas para transformar as correntes iônicas

em elétricas.

A instalação como comentada anteriormente na seção 2.3.1 é realizada em pares.

Cada par define os movimentos horizontais e verticais. Para a instalação dos eletrodos é

necessária a limpeza do local antes da colocação. O rosto do usuário deve ser severamente

limpo com álcool para remover a oleosidade da pele que dificulta o processo de transdução

do sinal.

Os cabos dos eletrodos devem ser trançados para reduzir interferências por campos

magnéticos que envolvem o dispositivo e o usuário, reduzindo-se assim a área de superfície

onde os sinais de interferências atuam.

3.2.2 Amplificadores de Instrumentação

O módulo de aquisição é baseado em um amplificador de instrumentação diferencial

com ganho de 150 vezes. Utilizando os pares de eletrodos captura-se o sinal, onde cada par

de eletrodos indica um canal e cada canal indica quais são os movimentos, horizontais e

verticais.

Um resistor externo determina o ganho, que pode variar de 1 a 10000. Para ganhos

G 100 o amplificador apresenta alta taxa de rejeição de modo comum (CMRR) igual a

120dB garantindo em um primeiro estágio a eliminação de ruídos de modo comum.

Ele opera com uma fonte alimentação que vai de ±5V Uma alta impedância de

entrada proporciona uma mínima carga para o sinal medido, e também é pouco suscetível a

ruídos. Outros dados podem ser obtidos no Anexo IX o qual apresenta o datasheet das

características do amplificador.

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O primeiro estágio consiste apenas em registrar o sinal de cada canal amplificando o

mesmo com um ganho 150 vezes (referente ao resistor de entrada), pode ser observado na

Figura. 6, onde o resistor RG determina o primeiro ganho. O ganho é calculado da seguinte

forma:

Equação 1 – Cálculo do Ganho.

Com base nesta equação é possível determinar o resistor RG que ajustará o ganho desejado.

O sinal resultante então é submetido à próximo módulo (tratamento) onde o sinal

será filtrado a fim de obter um sinal na banda de interesse.

Figura 6 – Estrutura interna do amplificador de instrumentação (INA 128).

Circuito completo do módulo de aquisição:

Existem neste circuito dois amplificadores de instrumentação, cada um corresponde

a um canal, horizontal e vertical. Posteriormente um amplificador com ganho de 22 vezes

formando o filtro passa-baixa para cada saída dos amplificadores de instrumentação.

Também um ajuste de escala para obter-se valores de tensão variando entre 0 e 5V.

Juntamente com os pinos de conexão dos eletrodos, fonte de alimentação dos

amplificadores. O Anexo I apresenta o esquemático deste módulo.

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3.3 MÓDULO DE TRATAMENTO

Para limitar os sinais captados à banda de interesse para esta aplicação, foi

acrescentado um filtro à cadeira de aquisição. É um filtro passa-baixas com freqüência de

corte de 20 Hz e ganho igual a vinte e dois (22). O circuito apresentado na Figura 7 mostra

a configuração utilizada.

Figura 7 – Filtro passa-baixas 1a. Ordem.

Valores dos componentes:

Fc = 20Hz

G = 22

R1 = 150K

R2 = 3,3M

R3 = 150K

C1 = 1uF

3.4 MÓDULO DE PROCESSAMENTO

Após a fase de tratamento o sinal resultante é submetido a um módulo de

processamento onde a principal função é converter os sinais dos movimentos em sinais de

controle para o circuito de interface do mouse. Para isso o algoritmo deve identificar cada

sinal de movimento e converter em forma de pulsos de controle que são submetidos ao

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circuito do mouse para o controle do cursor na tela. Um microprocessador programado com

esse algoritmo controla toda a conversão. O microprocessador utilizado é um PIC modelo

16F877A da Microchip.

O módulo de conversão AD do próprio microprocessador transforma o sinal

analógico tratado em um sinal digital onde posteriormente o algoritmo identifica o sinal e

toma a atitude correspondente ao sinal do movimento identificado. O conversor AD é de 10

bits atingindo valores até 1024.

3.4.1 O microprocessador PIC

O modelo de PIC 16F877A é um microcontrolador de 40 pinos onde possui uma via

de programação com 14 bits e 35 instruções. 14 Interrupções disponíveis. Memória de

programação E2PROM FLASH, permitindo a gravação e regravação de programas.

Memória de programa com 8Kwords com capacidade de escrita e leitura pelo próprio

código interno. Possui uma memória E2PROM (não volátil) interna com 256 bytes e

memória RAM com 368 bytes. Possui também três Timers (2x8 bits e 1x16 bits),

comunicação serial SPI, I2C e USART. Possui um conversor Analógico/Digital de 10 bits,

dois módulos CCP (Capture, Compare e PWM). Possui 33 portas de entrada e saída

configuráveis divididas em 5 PORTs dividas em (A,B,C,D e E) [SOUZA, 2002]. O

esquemático do módulo de processamento se encontra no Anexo II, a arquitetura interna do

PIC16F877A no Anexo V e o fluxograma do programa no Anexo VIII.

3.4.2 Conversor A/D

Devido ao microcontrolador trabalhar somente com valores digitais há necessidade

de converter os valores analógicos. Esses valores correspondem a tensão de saída do

módulo de que então é submetida à conversão A/D utilizando o próprio conversor do

PIC16F877A.

A técnica de conversão do A/D é denominada conversão de aproximação sucessiva.

A conversão é realizada do bit mais significativo (MSB) para o menos significativo (LSB)

onde o MSB representa metade da tensão de referência onde 0 ou 1 já significa saber se a

tensão já é maior ou menor do que a metade da tensão de referência.

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3.4.3 O Algoritmo de processamento

O algoritmo deve:

• Ler o sinal tratado;

• Identificar o movimento com base no sinal lido;

• Estabelecer a relação nível de sinal e grau de movimento, direção do movimento;

• Processar o sinal gerando os pulsos de controle para a interface do mouse;

• Eliminar sinais que não sejam de movimentos, ou seja, não realizar nenhuma ação.

3.3.4 Fluxograma geral do algoritmo de processamento

O algoritmo de processamento está divido em várias sub-rotinas onde estão

representadas no fluxograma do Anexo VIII. O fluxograma aqui apresentado na figura 8

mostra a visão geral do algoritmo implementado.

Figura 8 – Fluxograma geral do algoritmo.

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3.5 MÓDULO DE INTERFACEAMENTO

O sistema de controle típico de um mouse possui as seguintes partes:

• Sensores; • Controlador de mouse; • Link de comunicação; • Interface de dados; • Driver; • Software.

Sensores são detectores (tipicamente optomecânicos) de movimentos que

monitoram o movimento do mouse. O controlador de mouse lê o estado destes sensores e

determina o deslocamento do cursor do mouse. Quando esta informação muda o

controlador de mouse envia um pacote de dados para a interface de controle de dados do

computador.

O driver do mouse no computador recebe os dados enviados e decodifica a

informação e age movimentando o cursor com base nesta informação. O driver do mouse

tem a informação atual do estado do mouse (posição e estado dos botões) e interage com o

sistema operacional utilizando as rotinas de movimentação e ações (clique do mouse).

O movimento do mouse está dividido em duas seções:

i) Movimento do cursor até uma área desejada;

ii) Movimento do cursor até um ponto exato desejado.

Estes movimentos possuem diferentes características em relação ao CPI (Counts per

Inch, velocidade de movimento por polegada) que determinam a velocidade do movimento.

Quando o mouse é movimentado rapidamente a velocidade do movimento é de cerca de

400 CPI e quando o movimento é lento a velocidade é de cerca de 100 CPI. O controlador

do mouse é responsável pelo ajuste entre movimento versus velocidade.

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3.5.1 Informação do circuito do mouse

O mouse opera com padrão de alimentação (±12V) do RS-232C. A corrente é de

10mA. A comunicação entre o mouse e o PC é dada pela interface RS-232C onde o mouse

envia os dados para o computador em níveis os quais são interpretados por um chip RS-

232C receptor.

3.5.2 Protocolo de transmissão de dados do mouse

A transmissão serial dos dados consiste de um simples transistor para consumir

menor potência possível. O dado é enviado usando a transmissão assíncrona do padrão RS-

232C.

Existem dois protocolos: O protocolo da Microsoft e o da Mouse Systems. Ambos os

protocolos operam em 1200 baud. O da Microsoft usa sete bits sem bit de paridade e o da

Mouse Systems usa oito bits sem paridade também. Isto significa que a Microsoft envia

mais caracteres por segundo que a Mouse Systems.

Modo Microsoft

Tabela 1 – Formato do protocolo Microsoft.

D7 D6 D5 D4 D3 D2 D1 D0

Byte 1 X 1 LB RB Y7 Y6 X7 X6

Byte 2 X 0 X5 X4 X3 X2 X1 X0

Byte 3 X 0 Y5 Y4 Y3 Y2 Y1 Y0

LB = Left Button

RB = Right Button

Xn = bit n do delta X

Yn = bit n do delta Y

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Os deltas X e Y são bytes sinalizadores. Valores entre 0 e 127 indicam que o mouse

caminha em uma direção positiva. Valores 128 a 255 indicam que o mouse moveu em uma

direção negativa. O valor 255 significa –1 e o valor 128 significa –128.

Modo Mouse Systems

Tabela 2 – Formato do protocolo Mouse Systems.

D7 D6 D5 D4 D3 D2 D1 D0

Byte 1 1 0 0 0 0 LB CB RB

Byte 2 X7 X6 X5 X4 X3 X2 X1 X0

Byte 3 Y7 Y6 Y5 Y4 Y3 Y2 Y1 Y0

Byte 4 X7’ X6’ X5’ X4’ X3’ X2’ X1’ X0’

Byte 5 Y7’ Y6’ Y5’ Y4’ Y3’ Y2’ Y1’ Y0’

LB = Left Button (0=pressionado, 1=não pressionado)

CB = Center Button

RB = Right Button

A diferença entre os formatos dos protocolos está nos dois bytes a mais onde os

valores delta X’ e Y’ indicam o valor antigo do movimento.

Um exemplo prático de circuito de mouse é apresentado na Figura 9.

Figura 9 – Circuito mouse RS232 (Controlador HM535DA).

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3.6 PROJETO DE SOFTWARE

O projeto de software consiste em dois programas que auxiliam na fase de análise

do sinal na determinação dos movimentos dos olhos estabelecendo um padrão de

movimento pelos sinais registrados, auxilia também na fase de treinamento, utilização e

adaptação do dispositivo.

3.6.1 Programa para Treinamento dos Movimentos Teste

Consiste em um programa que auxilia na fase de análise do sinal na determinação

dos movimentos dos olhos estabelecendo um padrão de movimento pelos sinais registrados,

para isso capturando amostras de cada sinal gerado por cada movimento. Ele também é

utilizado para um treinamento do dispositivo.

O programa basicamente funciona no auxílio ao movimento dos olhos realizado por

um usuário voluntário conforme o movimento de um objeto que se desloca na tela do

computador. Este objeto pode estar em qualquer posição definida em relação ao movimento

protocolado.

3.6.2 Protótipo de Telas

Os protótipos de telas do software a ser implementado são descritos como software

de treinamento e software de calculadora. A Figura 10 é a tela do software de treinamento

onde a caixa de seleção oferece os movimentos que devem ser escolhidos no treinamento

do usuário. Depois de escolhido o movimento, o circulo que está na tela executará o

movimento escolhido, e o usuário deve executar esse movimento utilizando seus olhos

seguindo essa bola.

A Figura 11 é a tela da calculadora onde o usuário poderá além de treinar os

movimentos, aprender e acostumar-se com o dispositivo.

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Figura 10 – Tela do software de treinamento e análise

Figura 11 – Tela da calculadora

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3.6.3 Posicionamento do Usuário, Movimentos x Sinais

Para definição dos movimentos é utilizado um software de auxilio para que possa

ser estabelecida a relação movimento por sinal. A seqüência de movimentos é definida

abaixo. O estabelecimento dos os movimentos é realizado com o usuário sentado em uma

cadeira, mantendo-se ereto e com a cabeça fazendo 90º com o monitor. Uma distância de ±

50 cm entre o rosto e o monitor é necessária. Na aquisição dos sinais os eletrodos são

instalados no individuo conforme o padrão apresentado nas figuras 12 e 13.

Figura 12 – Posição dos eletrodos movimento vertical

Figura 13 – Posição dos eletrodos movimento horizontal

Os eletrodos devem estar conectados ao sistema de aquisição de dados fornecido

pela instituição de ensino. Este sistema utiliza uma placa de aquisição de dados da

NATIONAL Instruments, é uma placa que converte os sinais analógicos aplicados a suas

entradas e através do LABView é possível montar uma estrutura simulada de aquisição

com amplificadores de instrumentação e outros componentes e a saída pode ser um arquivo

que contém os valores que reproduzirão um sinal. O sistema é utilizado para capturar os

sinais de EOG e gravar em um arquivo texto, onde os valores correspondem aos níveis de

tensão e a quantidade registrada de valores representa o eixo do tempo. Este arquivo é

nomeado da seguinte forma:

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ID DO USUÁRIO + ID DO NOME DO MOVIMENTO + Nº MOVIMENTOS REALIZADOS

Para realizar o movimento o usuário deve selecionar o movimento no software. Para

ativar e desativar a aquisição o usuário deve pressionar um botão no momento que iniciar o

movimento selecionado. Após todos os sinais padronizados o algoritmo deve identificar

cada padrão gerado quando estes forem submetidos a ele na aquisição do sinal. A

calibração deve ser realizada estabelecendo os limites horizontais e verticais juntamente

com a centralização, o zero grau do movimento.

Os movimentos que devem ser realizados são:

1) Movimento Horizontal para direita

2) Movimento Horizontal para esquerda

3) Movimento Vertical para cima

4) Movimento Vertical para baixo

5) Movimento Diagonal Superior para direita

6) Movimento Diagonal Superior para esquerda

7) Movimento Diagonal Inferior para direita

8) Movimento Diagonal Inferior para esquerda

3.7 PROTOCOLOS DE ANÁLISE, TESTES E VALIDAÇÃO

Os protocolos de análise, teste e validação definem os procedimentos e regras a

serem tomadas e seguidas a fim de garantir que os objetivos determinados estão sendo

alcançados. Cada módulo será avaliado, e validado seguindo posteriormente a validação

completa do sistema.

3.7.1 Módulo de aquisição/tratamento do sinal EOG

Inicialmente, com álcool umedecer um algodão e limpar o rosto do usuário na

região de instalação definida na Seção 3.6.3. Instalar, nesta região corretamente os pares de

eletrodos para ambos os canais, horizontal e vertical bem como o eletrodo de terra.

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Conectando os jacarés dos cabos aos eletrodos, fixar os conectores dos eletrodos nos bornes

do dispositivo. Conectar a fonte de alimentação a rede elétrica.

Na saída dos amplificadores de ganho deve ser colocada a ponta de prova do

osciloscópio. Ajustar os parâmetros do osciloscópio, como Volts/Div em 1V/Div com

período de amostragem ajustado em 250ms, verificar o comportamento do sinal através da

seqüência de movimentos descrita na seção 3.6.3 visualizando as formas de ondas ajustadas

em YT, após isso verificar os mesmo movimentos ajustando para XY. Validando assim o

módulo de aquisição.

3.7.2 Módulo de processamento do sinal

Este módulo é validado de duas formas:

1a. Utilizando um potenciômetro de 10 kO onde uma tensão de 5V é aplicada sobre

o potenciômetro e sua saída é submetida a entrada do canal horizontal no pino A0 do

microcontrolador. Ao girar o potenciômetro, alterando sua resistência o valor de tensão da

saída também é alterado, verifica-se no computador a movimentação do cursor conforme o

valor de tensão relativo a movimentação do potenciômetro, ou seja, ao girar para direita o

potenciômetro o cursor do mouse deve movimentar-se para direita e girando para esquerda

o cursor deve ir para esquerda. Assim também para o canal vertical no pino A1, verificando

os movimentos verticais para cima e para baixo.

2a. Conectando a saída dos amplificadores de ganho nas entradas A0 e A1 do PIC,

então após ter feito as instalações dos eletrodos testar conforme o movimento dos olhos a

movimentação do cursor do mouse, baseado no software de teste de movimentos.

Validando assim este módulo, depois de realizar as duas formas de teste.

3.7.3 Módulo de interfaceamento com o PC

A validação deste módulo consiste em apenas testar o funcionamento do circuito do

mouse o qual faz a ponte entre o módulo de processamento e o microcomputador. Para isso

deve-se conectar as saídas RD0, RD1, RD2 e RD3 do microcontrolador nas entradas X1,

X2, Y1 e Y2 do circuito controlador do mouse e conectar o plug serial do mouse

convencional na entrada serial do microcomputador.

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3.7.4 Módulo de software

Para validar o programa da calculadora deve-se testar se é possível movimentar o

cursor do mouse e se ele é capaz de ser utilizado através do dispositivo e também as

funcionalidades básicas das operações que ele realiza.

Para validar o programa de teste de movimentos este deve ser testado escolhendo o

movimento que o circulo deve realizar na caixa de seleção dos movimentos e verificar o

funcionamento.

3.7.5 Sistema completo

O sistema completo então é automaticamente validado após a aprovação em todos

as validações anteriores verificando o funcionamento completo do sistema. Embora a

validação do módulo de software já seja a validação do sistema completo.

3.8 CRONOGRAMA DO PROJETO

A Tabela 3 apresenta a relação dos módulos com os meses e semanas de

desenvolvimento do projeto.

Tabela 3 – Cronograma do projeto (A).

Mês Fev Mar Abr Mai Jun

Semana S1 S2 S3 S4 S1 S2 S3 S4 S1 S2 S3 S4 S1 S2 S3 S4 S1 S2 S3 S4

Proposta X X X X Especificação X X X X Projeto X X X X X X X Módulo de Aquisição X X Módulo de Tratamento X X Módulo de Processamento X Módulo de Interfaceamento Módulo de Software X X X X X Consolidação dos Módulos Documentação Final X X X X Testes e Correções X X X X X

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Tabela 3 – Cronograma do projeto (B).

Mês Jul Ago Set Out Nov Semana S1 S2 S3 S4 S1 S2 S3 S4 S1 S2 S3 S4 S1 S2 S3 S4 S1 S2 S3 S4

Proposta Especificação Projeto Módulo de Aquisição Módulo de Tratamento Módulo de Processamento X X X Módulo de Interfaceamento X X X Módulo de Software Consolidação dos Módulos X X X X Documentação Final X X X X X X X X X X X X Testes e Correções X X X X X X X X X X X X

3.9 ESTIMATIVA DE INVESTIMENTO

A estimativa de custo/investimento do projeto toma com base de cálculo os valores

dos produtos, dispositivos e horas de desenvolvimento associadas ao projeto. Esses valores

refletem os gastos que serão necessários para o desenvolvimento do projeto como um todo.

Existem ainda alguns valores que não são considerados, por tanto não agregam valor real

ao projeto, esses valores estão relacionados a alguns softwares e equipamentos que são

cedidos pela universidade.

A Tabela 4 descreve os custos tanto de software como de hardware

desconsiderando os dispositivos, equipamentos entre outros, necessários para o

desenvolvimento do projeto.

Tabela 4 – Estimativa de custos.

Recurso Quantidade Custo (R$)

Sistema Operacional Microsoft Windows 9X 1 500,00 Borland C++ Builder 5 1 350,00 Microprocessador PIC 1 40,00 Amplificadores de Instrumentação (INA128) 1 15,00 Mouse Serial Convencional 1 5,00 Horas de Desenvolvimento 350 8.750,00 Total 9.660,00

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3.10 PLATAFORMA DE DESENVOLVIMENTO

A plataforma de desenvolvimento está relacionada às ferramentas e equipamentos

utilizados durante o período de graduação juntamente com as necessidades do projeto bem

como a familiaridade da linguagem de desenvolvimento e dos tipos de equipamentos e

dispositivos que se encontra no mercado. Incorporando todo o hardware e software

necessário para o desenvolvimento e implementação do projeto.

O ambiente de desenvolvimento é constituído basicamente por:

• Computador Pentium III 1Ghz, 128 MB Ram;

• Sistema Operacional Microsoft Windows 2000 BR;

• Borland C++ Builder 5;

• OrCAD Release 9.1;

• MultiSim 2001;

• Microsoft Office 2000;

• MPLab 6.22;

• Visual Paradigm;

• Osciloscópio;

• Multímetro;

• Fonte simétrica de alimentação;

• Mesa Digital;

• Gerador de Funções.

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4 IMPLEMENTAÇÃO

Conforme estabelecido no capítulo 3 deste documento, a implementação do projeto

está baseada na divisão dos módulos conforme descrição mencionada na Seção 2.1.

Partimos inicialmente do desenvolvimento da fase de aquisição do sinal de EOG,

considerando para isso ambos os movimentos horizontal e vertical referente ao movimento

do cursor. Posteriormente após a coleta e a análise dos sinais então são submetidos à

próxima fase que consiste em um pré-tratamento do sinal, verificando a necessidade de

tratar o sinal por meio de filtros, onde foram implementados dois filtros. Um filtro passivo

passa-altas e outro filtro ativo passa-baixas. Assim então os sinais são submetidos à fase de

processamento onde o sinal e convertido por meio de um conversor A/D que está inserido

dentro do microcontrolador PIC. Após a conversão A/D o processamento do sinal é por

meio do algoritmo desenvolvido para converter o sinal de EOG em sinais de controle, que

serão submetidos ao controlador do circuito do mouse que é responsável por enviar os

sinais via serial ao computador para controlar o cursor do mouse na tela. Um aplicativo

composto por um programa de treinamento e uma calculadora de quatro operações é usado

para auxiliar o processo de treinamento e adaptação ao dispositivo.

4.1 MÓDULO DE AQUISIÇÃO

A implementação desta fase consiste no desenvolvimento do circuito que faz a

aquisição dos sinais por meio dos eletrodos fixados na face do indivíduo conforme padrão

de colocação em 3.6.3. Nesta fase além da implementação do circuito deve-se ter uma

preocupação com a colocação dos eletrodos, pois uma má instalação afeta o correto

funcionamento do circuito. Foram utilizados três tipos de eletrodos, o primeiro é que consta

no capítulo de projeto na Seção 3.2.1 (Eletrodos) que são os de disco de ouro com 10mm de

diâmetro e furo central. O segundo é o de prata, autocolante. E o terceiro é o de

prata/cloreto de prata autocolante.

A saída do circuito onde se realiza aquisição dos sinais é submetida ao kit da

National para o registro digital do sinal a fim de analisar o comportamento do sinal através

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de uma série de repetitivos movimentos utilizando o software de treinamento de

movimentos.

4.1.1 Circuito de Aquisição

O circuito de aquisição consiste de um par de amplificadores de instrumentação

onde cada um corresponde a um canal dos movimentos, também em um estágio de

amplificação do sinal. O Anexo I mostra o esquemático do circuito de aquisição/tratamento.

Os amplificadores instrumentação e de ganho são alimentados com ± 5V, o

amplificador de instrumentação possui um ganho de 150 que é obtido através da Equação 1

descrita na seção 3.2.2, já os amplificadores do filtro utilizam a configuração não inversora

e operam com um ganho de 22 vezes conforme seção 3.3.

Depois de testado o circuito montado em protoboard e verificado o seu

funcionamento, uma placa de circuito impresso foi desenvolvida a fim de facilitar o

desenvolvimento dos próximos módulos bem como eliminar qualquer outro ruído inerente

à montagem do circuito em protoboard. O Anexo VI mostra o layout da placa.

Na fase de análise comprovamos que o sinal capturado é algo em torno dos 0,4 - 1

mV e verificamos o comportamento do sinal conforme a realização dos movimentos. Existe

uma dificuldade que está focada na colocação dos eletrodos, influenciando no sinal

capturado. Os eletrodos devem estar bem fixados na face do indivíduo para num primeiro

estágio eliminar um offset inicial, que é um deslocamento positivo ou negativo no valor da

tensão medida. A qualidade do eletrólito (gel) também influencia consideravelmente na

captura do sinal.

4.1.2 Análise do sinal (Osciloscópio)

Após a montagem do circuito e a instalação dos eletrodos em um voluntário, um

osciloscópio é utilizado para visualizar o comportamento do sinal durante a realização dos

movimentos. O comportamento do sinal para os movimentos horizontal e vertical pode ser

visualizado na Figura 14 e na Figura 15. Estes movimentos foram realizados lentamente

com os olhos partindo do repouso (centralizados).

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33

4.1.3 Análise do sinal (Kit National)

Os valores de tensão foram obtidos através da conversão A/D do kit da National, e

com esses valores então foi plotado o gráfico do movimento horizontal partindo do centro

(repouso). Esse é o típico movimento rápido do olho para direita. A Figura 16 do gráfico

mostra o movimento rápido do olho para direita. A Figura 17 do gráfico mostra o

movimento lento do olho para direita. A plotagem é a média das somas de todas as

aquisições realizadas com o kit, onde foram realizadas 25 aquisições. Conclui-se que não

existe uma linearidade no movimento notou-se também uma instabilidade do sinal quando

visualizado no osciloscópio.

Figura 16 – Movimento horizontal rápido para direita.

Figura 14 – Sinal de EOG do movimento

horizontal realizado para direita.

Figura 15 – Sinal de EOG do movimento

horizontal realizado para esquerda.

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34

Figura 17 – Movimento horizontal lento para direita.

4.2 MÓDULO DE TRATAMENTO

Conforme projetado e demonstrado na Seção 3.3 o filtro implementado utiliza os

seguintes parâmetros R1 e R2 igual a 150KΩ, R3 igual a 3,3MΩ, C1 igual a 1µF,

freqüência de corte 20Hz e ganho igual a 22 vezes.

4.3 MÓDULO DE PROCESSAMENTO

Os sinais amplificados e filtrados que saem do módulo de tratamento são

submetidos ao microcontrolador (modelo PIC16F877) que possuí internamente um

conversor A/D de 10 bits o qual realiza a conversão do sinal analógico do EOG para

valores entre 0 e 255.

O conversor A/D realiza a conversão dos sinais dois canais (movimento horizontal e

movimento vertical) estes sinais então sofrem uma filtragem digital por meio de um

algoritmo que lê via portas (canais) do A/D o valor de tensão correspondente ao movimento

executado fazendo a soma de quatro aquisições e divide por quatro, para ter uma média do

valor.

Para a realização do movimento o cálculo do número de bits de controle é dado pelo

valor armazenado (a média) que é comparado ao ultimo valor armazenado. Se houve

variação positiva, ou seja, o novo valor é maior que o antigo significa que o movimento

horizontal é para direita e no canal do movimento vertical para cima. Se a variação foi

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negativa o movimento é para esquerda ou para baixo. O algoritmo executa a leitura dos

canais de forma única, ou seja, um canal por vez é lido, calculado e executado. Com as

variações são calculados quantos ciclos de movimentos serão executados, baseados na

lógica de ativação dos bits conforme Tabela 5 e que serão submetidos às entradas do

circuito controlador de mouse, ou seja, existem duas entradas analógicas e quatro saídas

digitais.. Por exemplo, se a variação foi de 30, positiva ou negativa os bits serão gerados 30

vezes.

A lógica de controle do controlador do mouse é:

Tabela 5 – Lógica de Controle do Mouse.

Movimento para direita, para

cima

Movimento para esquerda,

para baixo

RD0/RD2 RD1/RD3 RD0/RD2 RD1/RD3

1 1 0 1

0 1 1 1

1 0 0 0

0 0 1 0

Os pinos do PIC para as entradas são: A0, A1.

A0: Canal Horizontal

A1: Canal Vertical

Os pinos do PIC para as saídas são: RD0, RD1, RD2, RD3, RD4.

RD0: Saída X1 Horizontal

RD1: Saída X2 Horizontal

RD2: Saída Y1 Vertical

RD3: Saída Y2 Vertical

4.4 MÓDULO DE INTERFACEAMENTO

A implementação deste módulo é adaptar um circuito retirando o par de encoders os

quais geram os bits de controle pelas saída dos pinos do microcontrolador, mencionadas na

Seção 4.3. Estas saídas do microcontrolador exercem a mesma função dos encoders

gerando de forma similar os bits de controle para as entradas do chip controlador do mouse.

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4.5 MÓDULO DE SOFTWARE

Desenvolvido em linguagem C++ utilizando o ambiente de desenvolvimento

Borland C++ Builder, o aplicativo é composto por um programa de treinamento dos

movimentos que auxilia a adaptação do indivíduo à utilização do dispositivo e na realização

dos movimentos. O programa de treinamento ocupa toda a área do monitor não importando

a resolução usada. E também por uma calculadora de quatro operações onde os grandes

botões dos números da calculadora auxiliam na sua utilização.

A Figura 18 corresponde à tela inicial do aplicativo, onde o usuário pode selecionar

as opções:

• Iniciar treinamento: Abre o programa de treinamento, Figura 17;

• Calculadora: Abre a calculadora, Figura 18;

• Ajuda: Abre a tela da ajuda, Figura 19;

• Sair: Sai do aplicativo.

Figura 18 – Tela Inicial do aplicativo.

A Figura 19 corresponde à tela do programa de treinamento a qual o usuário deve

treinar os movimentos adaptando-se ao dispositivo e de como deve ser utilizado, com ele

pode-se selecionar através da caixa de seleção dos movimentos:

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• Centralizado;

• Movimento Horizontal total para direita;

• Movimento Horizontal total para esquerda;

• Movimento Vertical total para cima;

• Movimento Vertical total para baixo;

• Movimento Diagonal Total Superior para direita;

• Movimento Diagonal Total Superior para esquerda;

• Movimento Diagonal Total Inferior para direita;

• Movimento Diagonal Total Inferior para esquerda.

Depois de selecionado o movimento o usuário deve esperar por 3 segundos para realizar

o movimento selecionado, onde ele deve manter o cursor do mouse sobre o circulo durante

a execução do movimento.

Figura 19 – Tela de Treinamento.

A Figura 20 apresenta a tela da calculadora onde o usuário depois de passada a fase

de adaptação utilizando o programa de treinamento ele deve estar adaptado ao dispositivo e

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ser capaz de utilizá-lo realizando assim os movimentos a fim de testar as suas habilidades,

para isso usando uma calculadora de quatro operações.

Figura 20 – Tela da Calculadora.

A Figura 21 corresponde à tela de ajuda do aplicativo onde o usuário obtém as

instruções necessárias para escolher as opções, bem como informações sobre cada

aplicativo e também acessar de forma rápida o site do projeto.

Figura 21 – Tela da Ajuda.

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4.6 ALTERNATIVA DE PROCESSAMENTO/INTERFACEAMENTO

Uma alternativa para o módulo de processamento foi implementada e testada,

consiste em converter os sinais dos dois canais utilizando um A/D e submeter via porta

paralela ao PC.

A saídas H, V e GND do módulo de tratamento devem ser conectadas aos pinos I0,

I1 e GND do circuito do A/D conforme o esquemático que está no Anexo III, O

esquemático da interface porta paralela encontra-se no Anexo IV.

A resolução da conversão A/D é mais baixa do que o necessário para o cálculo do

posicionamento XY. A resolução do A/D é dada por 5V/255 totalizando uma variação de

0,019608V para um valor possível.

O sinal de entrada é de 1V é divido pela quantidade de pontos na horizontal e na

vertical, onde se tem na horizontal 1/1024 igual 0,000976V tem-se um ponto de X de 0-

1024 e na vertical 1/768 igual 0,001302V tem-se um ponto em Y de 0-768.

Para o canal horizontal a variação é de 20 em 20 pixels, pois para chegar a aproximação da

conversão do A/D de 0,019608V tem-se que multiplicar o valor de 0,000976V por 20

obtendo aproximadamente 0,01952 da conversão do A/D. E para o canal vertical a variação

é de 15 em 15 pixels, pois para chegar a aproximação da conversão do A/D de 0,019608V

tem-se que multiplicar o valor vertical de 0,001302V por 15 obtendo aproximadamente

0,01953. Totalizando 51,2 posições possíveis na horizontal e 51,2 possíveis na vertical para

o posicionamento XY cursor do mouse.

Via software utilizando uma API do Windows mover o cursor do mouse onde a API

(SetCursorPos) recebe dois parâmetros que correspondem à posição XY calculada. A

posição é calculada utilizando uma equação algébrica:

iPosX = (int)((iDeskTopWidth) * (fltX_Value*20)-(iDeskTopWidth/0.5));

Equação 2 – Cálculo da posição X.

iPosY = (int)(( iDeskTopHeight) * (fltY_Value*15)-(iDeskTopHeight/0.5));

Equação 3 – Cálculo da posição Y.

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Onde:

• IPosX e iPosY: inteiro que armazena o resultado do cálculo da posição;

• IDeskTopWidth e IDeskTopHeight: inteiro que armazena o tamanho

horizontal do desktop (640; 800; 1024…) e vertical (480;600;768...);

• fltX_Value e fltY_Value= float que armazenam o valor da conversão dos

canais horizontal e vertical, captado via porta paralela.

A mesma equação calcula a posição Y. Depois de obtidas as posições equivalentes

ao valor de conversão a API é chamada, passando os parâmetros calculados.

É necessário também configurar a velocidade do mouse via painel de controle do

Windows acessando o menu Iniciar->Configurações->Painel de Controle: Mouse.

Na tab Propriedades de Mouse selecionar a opção movimento e ajustar os parâmetros de

velocidade para lenta e aceleração para nenhuma e pressionar OK. A Figura 22 demonstra a

configuração que deve ser feita.

Figura 22 – Janela das Propriedades do Mouse.

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O software implementado mostra o valor da conversão bem como as posições XY

calculadas. A Figura 23 é a janela do software que realiza a aquisição da porta paralela e

calcula as posições.

Figura 23 – Valores correspondente ao estado de repouso.

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5 RESULTADOS

Os resultados foram obtidos analisando cada módulo conforme o protocolo de

validação, bem como a qualidade do sinal na parte analógica do circuito, qualidade do

movimento do cursor na parte digital e também de software. Considerando desde os tipos

de eletrodos testados, o cálculo para a implementação dos filtros, algoritmo implementado

no PIC e software desenvolvido.

5.1 TIPOS DE ELETRODOS

Foram testados três tipos de eletrodos, o primeiro testado é que consta no capítulo

de projeto na seção (Eletrodos) que são os de disco de ouro com 10mm de diâmetro e furo

central. O segundo testado foi o de prata, autocolante, e o terceiro foi o de prata/cloreto de

prata autocolante. Os dois últimos já possuem o gel para a transdução.

O eletrodo de ouro possui a vantagem de não ser um eletrodo descartável, ele pode

ser utilizado por muitas vezes só necessitando a troca do eletrólito. E possui desvantagens

na colocação na face do usuário, pois necessita da fixação com alguma fita colante

(esparadrapo) pra que não se desprenda da pele, bem como a troca do gel sempre que se

instala o eletrodo. A resposta do eletrodo é boa por um determinado período, porém o

desempenho o sinal capturado por esse tipo de eletrodo é insatisfatório ao nível de

aquisição, pois o contato com pele por muito tempo faz com que o sinal flutue,

desestabilizando o sinal resultante.

O eletrodo de prata possui a vantagem de não precisar trocar o gel, pois já possui na

própria cola o eletrólito. Como desvantagem é um eletrodo que é descartável. Pode ser

reaproveitado, porém influencia no sinal resultante e também a cola não é suficiente para

que não se desprenda da pele também é necessária a utilização de esparadrapos para a

fixação. A resposta deste eletrodo também é boa, porém o desempenho também é afetado

pelo contato com pele por muito tempo, fazendo também com que o sinal flutue,

desestabilizando o sinal resultante.

O eletrodo de prata/cloreto de prata possui a mesmas vantagens e desvantagens do

eletrodo de prata, porém a qualidade da cola é suficiente para se fixar na pele sem a

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necessidade de usar esparadrapos. Foi com o qual se obteve o melhor resultado ao nível de

estabilização do sinal, não gerando nenhuma flutuação.

É importante lembrar que não foi a composição do eletrodo que influenciou na

aquisição e sim a qualidade dos mesmos em relação ao nível de fixação com a pele.

Figura 24 – Eletrodos testados (a) ouro (b) prata (c) prata/cloreto de prata.

5.2 AQUISIÇÃO/TRATAMENTO

Analisando cada módulo com o que fora proposto os módulos de aquisição e

tratamento como esperado tem-se um sinal que excursiona entre +1,5V até +3,5V com zero

centrado em +2,5V.

O sinal filtrado livre de ruídos se estabiliza após a instalação do dispositivo, isso

ocorre por cerca de 1 minuto depois de ligado o circuito e instalados os, só então pode se

visualizar o comportamento do sinal, constatando também que um dos fatores citados por

[Young, 1988] como a fadiga interfere no comportamento do sinal.

Figura 25 – Sinal de EOG do movimento

horizontal realizado para direita.

Figura 26 – Sinal de EOG do movimento

horizontal realizado para esquerda.

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Tendo assim um sinal que pode ser submetido ao módulo de processamento, onde a

conversão configurada no microcontrolador interpreta os movimentos e gera os pulsos de

controle para o módulo de interfaceamento. As Figuras 23 e 24 representam os sinais do

EOG resultantes do movimento horizontal. O osciloscópio configurado em YT com 1V/Div

e amostragem em 500ms.

5.3 PROCESSAMENTO/INTERFACEAMENTO

Os resultados dos testes realizados com módulos de processamento e

interfaceamento não foram satisfatórios considerando a precisão do movimento bem como

o próprio movimento. Com a implementação do algoritmo projetado e a utilização da

interface do circuito do mouse foi possível observar apenas a direção do movimento, onde

ao mover os olhos para cada direção o cursor respondia para mesma direção, porém o

movimento que deveria ser quase que relativo ao movimento dos olhos não foi obtido

ocasionando uma oscilação do cursor de cerca de 1cm para cada direção, onde mesmo

fixado em um ponto movimenta-se em todas as direções interferindo nos resultados

esperados.

O clique que é implementado via software utilizando APIs do Windows, onde após

3 segundos efetua o clique, caso não ocorra nenhuma variação do ponto onde se está

olhando considerando os limites de oscilação, que variam em cerca de um cm,

aproximadamente 40 pixels. A quantidade dos pulsos gerados quando existe uma variação é

dada pela subtração do valor atual pelo valor anterior tem-se quase que nenhum pulso por

variação.

5.4 ALTERNATIVA DE PROCESSAMENTO/INTERFACEAMENTO

Utilizando o conversor A/D e a interface porta paralela, os resultados considerando

o movimento do cursor foram mais satisfatórios que a solução proposta. Além de ser

possível detectar qual a direção do movimento o movimento em si também pode ser

realizado.

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6 CONCLUSÃO

O trabalho com sinais de biopotenciais é muito suscetível a ruídos e interferências,

como a faixa de freqüência do sinal EOG está entre 0-10Hz.

Geralmente os ruídos e interferências são de uma faixa de freqüência muitas vezes

maior o que necessita a utilização de filtros. Neste projeto os filtros são de uma baixa

ordem e o nível de tensão capturado é muito pequeno existe a necessidade de utilizar

amplificadores resultando em um circuito analógico pequeno e relativamente fácil de ser

implementado.

A escolha de um bom eletrodo influencia consideravelmente no sinal resultante

afetando no desempenho do circuito. A utilização de microcontroladores compactos como o

PIC16F877A que possui internamente um conversor A/D, portas serial e paralela, memória

de programa e dados fazem, somando a todos os módulos, um dispositivo relativamente

pequeno, sem contar o custo baixo de materiais necessário para a montagem dos circuitos.

O uso destes componentes atuais faz do dispositivo um diferencial, pois ele usa

tecnologias sedimentadas no mercado, como o chip controlador de mouse e os drivers que

conversam com os protocolos existentes. O módulo de interfaceamento consiste no próprio

circuito controlador de mouse, facilitando o desenvolvimento e o envio das informações

necessárias para a realização do movimento do cursor do mouse. Assim, formando um

dispositivo que mescla a eletrônica analógica da análise e tratamento do sinal com a

eletrônica digital que conversa com o microcomputador interpretando o sinal gerando as

informações necessárias para controle do cursor.

A fase que demandou maior esforço de desenvolvimento foi a de tratamento do

sinal, pois o EOG é um sinal instável conforme [YOUNG, 1988], a fadiga, luz e outras

propriedades afetam o comportamento do sinal. A utilização de eletrodos de melhor

qualidade deve ser considerada, analisando a condutividade e fixação, bem como sua

perfeita instalação evitando outros tipos de interferências e instabilidade do sinal. A

instalação perfeita evita que o sinal flutue conforme descrito em (potencial de meia-célula).

E outros fatores, como a questão dos movimentos sacádicos descritos na Seção 2.2.3, não

foram observados na análise do sinal assim não afetando o funcionamento do circuito.

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Para o melhor desenvolvimento deste projeto uma equipe de trabalho deveria ser

formada, dividindo as tarefas, onde, principalmente na fase de análise do sinal há

necessidade de que uma pessoa se dedique exclusivamente ao desenvolvimento do projeto,

testes e outros procedimentos que são realizados quando se está construindo o circuito e

outras pessoas, no mínimo duas, para realizar os movimentos de forma alternada, para que

quando uma estiver cansada de realizar os movimentos outra assumisse o lugar. Isso porque

quando ambas as tarefas são realizadas por uma só pessoa, causa uma fadiga física afetando

no comportamento do sinal e no desenvolvimento do projeto. Mesmo assim foi possível

confrontar os resultados obtidos com os objetivos traçados, embora não muito satisfatórios

considerando a precisão do movimento.

Por ser específico a deficientes motores é necessário o acompanhamento de um

responsável para instalação do equipamento, considerando desde a limpeza da face,

colocação dos eletrodos até a inicialização do computador e do software de treinamento.

Sendo assim a utilização do equipamento por deficientes físicos realmente não foi testada.

Então estes testes devem ser realizados com deficientes para que possam ser medidos

resultados do tipo de nível de satisfação do usuário, facilidades ou dificuldades na

adaptação ao dispositivo, para que o retorno possa realimentar o desenvolvimento do

projeto. Esse feedback da utilização do equipamento por deficientes deveria ser observado

na fase de desenvolvimento, portanto a equipe deveria ser formada por deficientes e

desenvolvedores fazendo por alguns dias para obter um padrão do sinal, analisando seu

comportamento padrão variado dia-a-dia/pessoa-a-pessoa.

O equipamento é um dispositivo que visa facilitar o uso do computador por um

deficiente físico, porém a resposta se o equipamento facilitou ou não a utilização deve ser

baseada no que os próprios deficientes tem a dizer a respeito.

A implementação das outras ações do mouse, duplo-clique, seleção, clique com

botão esquerdo, arrastar e soltar, são trabalhos futuros que podem ser desenvolvidos

visando à completa utilização do computador.

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47

7 REFERÊNCIAS

[WEBSTER, 1998] WEBSTER, John G. (Ed.). Medical Instrumentation: Application and

Design, 3rd edition. New York: John Wiley & Sons, 1998.

[MALMIVUO, 1995] MALMIVUO, Jaakko, PLONSEY, Robert. Bioelecromagnetism:

Principles and Applications of Bioelectric and Biomagnetic Fields. New York: Oxford

University Press, 1995.

[ADINSTRUMENTS, 2003] ADINSTRUMENTS,.“Human Electro-Oculography”.

ADInstruments. 13/01/2003.

(http://www.adinstruments.com/teaching/tmats/tnotes/INB11b_Human_EOG.pdf),

p

[GUYTON, 1997] GUYTON, Arthur C., HALL, John E. Tratado de Fisiologia Médica.

9a. Edição. Rio de Janeiro – RJ, 1997.

[BRONZINO, 1995] BRONZINO, J.D. (editor-in-chief) The Biomedical Engineering

Handbook. CRC Press/IEEE Press, Boca Raton, 1995.

[SOUZA, 2002] SOUZA, David José de. Conectando o PIC – Explorando Recursos

Avançados 1ª. Edição Revisão 3. J.J. Carol Editora Perdizes – SP, 2002.

[YOUNG, 1975] YOUNG, L.R. Young and D. Sheena, "Survey of eyemovement recording

methods", Behavioral Research Methods and Instrumentation, Vol. 7, No. 5, 1975. pp.

397-429.

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ANEXO I – ESQUEMÁTICO AQUISIÇÃO/TRATAMENTO

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ANEXO II – ESQUEMÁTICO PROCESSAMENTO

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ANEXO III – ESQUEMÁTICO CONVERSOR A/D

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ANEXO IV – ESQUEMÁTICO INTERFACE PORTA PARALELA

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ANEXO V – ARQUITETURA INTERNA PIC16F877A

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ANEXO VI – LAYOUT PLACA PROCESSAMENTO

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ANEXO VII – LISTA DE MATERIAIS

5 Eletrodos de Prata/Cloreto de Prata (Padrão de ECG);

5 Cabos para os eletrodos;

5 Jacarés para a conexão dos eletrodos ao dispositivo;

2 Amplificadores de Instrumentação – INA128 (Texas Instruments);

1 Amplificador Operacional Quádruplo – TL084 (Texas Instruments);

2 Capacitores de 4,7µF;

2 Capacitores de 1µF;

1 Capacitor de 10ηF;

4 Resistores de 3,3MΩ;

4 Resistores de 150KΩ;

2 Resistores de 220Ω;

1 Resistor de 10KΩ;

2 Sockets de 8 Pinos;

1 Socket de 14 Pinos;

1 Barra de conectores torneados (50 pinos);

1 Microcontrolador PIC16F877A;

1 Cristal Oscilador de 4 MHz;

1 Pushbutton.

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ANEXO VIII – FLUXOGRAMA DO ALGORITMO DE PROCESSAMENTO

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57

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58

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ANEXO IX – DATASHEET INA (128)

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ANEXO X – PROGRAMA ASSEMBLY DE CONTROLE

; =============================================================================

; Rodolfo Baggio

; Rotina de Conversao ADCP (Analogic/Digital/CtrlPulse)

; =============================================================================

; -----------------------------------------------------------------------------

; configuracao para gravacao

; -----------------------------------------------------------------------------

__CONFIG _CP_OFF & _CPD_OFF & _DEBUG_OFF & _LVP_OFF & _WRT_OFF & _BODEN_OFF &

_PWRTE_ON & _WDT_ON & _XT_OSC

; -----------------------------------------------------------------------------

; definicao das variaveis

; -----------------------------------------------------------------------------

CBLOCK 0x20 ; posicao inicial da ram

TEMPO1

TEMPO0

AUXH

AUXL

TENSAOMEDIAH

TENSAOMEDIAL

ADVALUEHigh

ADVALUELow

ENDC

; -----------------------------------------------------------------------------

; definicao das var. internas

; -----------------------------------------------------------------------------

#INCLUDE <P16F877A.INC>

; -----------------------------------------------------------------------------

; definicao dos bancos de ram

; -----------------------------------------------------------------------------

#DEFINE BANK1 BSF STATUS, RP0 ; banco1

#DEFINE BANK0 BCF STATUS, RP0 ; banco0

; -----------------------------------------------------------------------------

; constantes

; -----------------------------------------------------------------------------

; -----------------------------------------------------------------------------

; flags

; -----------------------------------------------------------------------------

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; -----------------------------------------------------------------------------

; entradas

; -----------------------------------------------------------------------------

#DEFINE CAD_HORIZONTAL PORTA, 1 ; Entr. A/D do Canal Horizontal

; -----------------------------------------------------------------------------

; saidas PORTD 0-7

; -----------------------------------------------------------------------------

#DEFINE OUTMOUSECTRL PORTE ; bar. de dados da saida

#DEFINE OUTXORIGINAL PORTD, 0 ; estado da saida X original

#DEFINE OUTXDEFASADO PORTD, 1 ; estado da saida X defasada

#DEFINE OUTYORIGINAL PORTD, 2 ; estado da saida Y original

#DEFINE OUTYDEFASADO PORTD, 3 ; estado da saida Y defasada

#DEFINE OUTCLICK PORTD, 4 ; estado da saida Click

; -----------------------------------------------------------------------------

; vetor de reset

; -----------------------------------------------------------------------------

ORG 0x0000

GOTO CONFIG

CONFIG

CLRF PORTA ; GARANTE TODAS AS SAÍDAS EM ZERO

CLRF PORTB

CLRF PORTC

CLRF PORTD

CLRF PORTE

BANK1 ; SELECIONA BANCO 1 DA RAM

MOVLW B'11111111'

MOVWF TRISA ; CONFIGURA I/O DO PORTA

MOVLW B'11111111'

MOVWF TRISB ; CONFIGURA I/O DO PORTB

MOVLW B'11111111'

MOVWF TRISC ; CONFIGURA I/O DO PORTC

MOVLW B'00000000'

MOVWF TRISD ; CONFIGURA I/O DO PORTD

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MOVLW B'00000100'

MOVWF TRISE ; CONFIGURA I/O DO PORTE

MOVLW B'11011011'

MOVWF OPTION_REG ; CONFIGURA OPTIONS

; PULL-UPs DESABILITADOS

; INTER. NA BORDA DE SUBIDA DO RB0

; TIMER0 INCREM. PELO CICLO DE MÁQUINA

; WDT - 1:8

; TIMER - 1:1

MOVLW B'00000000'

MOVWF INTCON ; CONFIGURA INTERRUPÇÕES

; DESABILITA TODAS AS INTERRUPÇÕES

MOVLW B'00000100'

MOVWF ADCON1 ; CONFIGURA CONVERSOR A/D

; RA0, RA1 E RA3 COMO ANALÓGICO

; RA2, RA4 E RA5 COMO I/O DIGITAL

; PORTE COMO I/O DIGITAL

; JUSTIFICADO À ESQUERDA

; 8 BITS EM ADRESH E 2 BITS EM ADRESL

; Vref+ = VDD (+5V)

; Vref- = GND ( 0V)

BANK0 ; SELECIONA BANCO 0 DA RAM

MOVLW B'01000001'

MOVWF ADCON0 ; CONFIGURA CONVERSOR A/D

; VELOCIDADE -> Fosc/8

; CANAL 0 comeca no horizontal (000)

; MÓDULO LIGADO

; MOVLW 0x7F

; MOVWF ADVALUEHigh ; para vertical

; MOVLW 0x7F

; MOVWF ADVALUELow ; para horizontal

;`clear todos os pinos

BCF OUTXORIGINAL

BCF OUTXDEFASADO

BCF OUTYORIGINAL

BCF OUTYDEFASADO

BCF OUTCLICK

; -----------------------------------------------------------------------------

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; evitando problemas de start-up do pic utilizando Watch-Dog (WDT)

; -----------------------------------------------------------------------------

; inicio

BTFSC STATUS, NOT_TO

GOTO $

; fim

; -----------------------------------------------------------------------------

; inicializacao da ram

; -----------------------------------------------------------------------------

MOVLW 0x20 ; primeira posicao da ram

MOVWF FSR

LIMPA_RAM

CLRF INDF ; limpa posicao

INCF FSR, F ; incrementa posicao

MOVF FSR, W

XORLW 0X80 ; comp. o ponteiro com a ultima

BTFSS STATUS, Z ; perguta se jah limpou todas

GOTO LIMPA_RAM ; nao-proxima, sim-pula

GOTO LOOP

;------------------------------------------------------------------------------

; FIM DO BLOCO INICIAIL DE CONFIGURACOES

; -----------------------------------------------------------------------------

DELAY_MS

MOVF TEMPO1

MOVLW .250

MOVWF TEMPO0

CLRWDT

DECFSZ TEMPO0, F

GOTO $-2

DECFSZ TEMPO1, F

GOTO $-6

RETURN

;fim

; -----------------------------------------------------------------------------

; Movimento Horizontal para direita

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; Consiste em gerar o sinal no pino RD0 do PORTD

; realizando um defasamento no sinal em RD1 do PORTD

; VER QUESTAO DO DEFASAMENTO

; RD0 DEVE ESTAR SEMPRE EM ALTA (BAIXA?) QUANDO OCORRER A INTERRUPCAO

; NO CASO UM ACRESCIMO NO VALOR DE TENSAO DEVE-SE ENTAO MUDAR O VALOR DE RD

; O RD1 DEFASADO EH EM FUNCAO DE RD0

; RD2-5 PERMANECEM SEM ALTERACAO

; -----------------------------------------------------------------------------

MOVECURSORTORIGHT

;--------------------------

; OUTXORIGINAL OUTXDEFASADO

; 0 1

; 1 1

; 1 0

; 0 0

; 01111000 - 1 ciclo completo

;--------------------------

BCF OUTXORIGINAL ; 0

BSF OUTXDEFASADO ; 1

BSF OUTXORIGINAL ; 1

BSF OUTXDEFASADO ; 1

BSF OUTXORIGINAL ; 1

BCF OUTXDEFASADO ; 0

BCF OUTXORIGINAL ; 0

BCF OUTXDEFASADO ; 0

RETURN

MOVECURSORTOLEFT

;--------------------------

; OUTXORIGINAL OUTXDEFASADO

; 0 0

; 1 0

; 1 1

; 0 1

; 00101101

;--------------------------

BCF OUTXORIGINAL ; 0

BCF OUTXDEFASADO ; 0

BSF OUTXORIGINAL ; 1

BCF OUTXDEFASADO ; 0

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BSF OUTXORIGINAL ; 1

BSF OUTXDEFASADO ; 1

BCF OUTXORIGINAL ; 0

BSF OUTXDEFASADO ; 1

RETURN

MOVECURSORTOUP

;--------------------------

; OUTYORIGINAL OUTYDEFASADO

; 0 1

; 1 1

; 1 0

; 0 0

; 01111000 - 1 ciclo completo

;--------------------------

BCF OUTYORIGINAL ; 0

BSF OUTYDEFASADO ; 1

BSF OUTYORIGINAL ; 1

BSF OUTYDEFASADO ; 1

BSF OUTYORIGINAL ; 1

BCF OUTYDEFASADO ; 0

BCF OUTYORIGINAL ; 0

BCF OUTYDEFASADO ; 0

RETURN

MOVECURSORTODOWN

;--------------------------

; OUTYORIGINAL OUTYDEFASADO

; 0 0

; 1 0

; 1 1

; 0 1

; 00101101

;--------------------------

BCF OUTYORIGINAL ; 0

BCF OUTYDEFASADO ; 0

BSF OUTYORIGINAL ; 1

BCF OUTYDEFASADO ; 0

BSF OUTYORIGINAL ; 1

BSF OUTYDEFASADO ; 1

BCF OUTYORIGINAL ; 0

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BSF OUTYDEFASADO ; 1

RETURN

; -----------------------------------------------------------------------------

; Converte TENSAO EM PULSOS DE CONTROLE

; -----------------------------------------------------------------------------

; A conversao consiste em estabelecer uma relacao entre o nivel de tensao

; e a quantizacao, isto é, 255 - 1v - 1a. variacao movimento

; consiste em quatro saidas em 2 pares onde cada par e referente a X e Y

; apresentando uma saida defasada de 90 e quando necessario ocorre a inversao

; do defasamento para a direcao negativa

; Xa, Xb, Ya, Yb juntamente com uma saida para click do mouse (piscar dos olhos)

; ocorreu variacao ocorre uma interrupcao ou uninterrupcao

; estabelecer situacao inicial

; testar qual eh o movimento e chamar a funcao correspondente

; ADVALUE VARIA ENTRA [0-126 (-), 127-255 (+)]

; Se ADVALUE == ADOLDVALUE nao faz nada

; Se ADVALUE > ADOLDVALUE move para direita

; Se ADVALUE < ADOLDVALUE move para esquerda

; -----------------------------------------------------------------------------

LOOPMOVECURSORTORIGHT

MOVWF AUXL

MOVFW ADRESH

SUBWF ADVALUELow, W

XORLW 0x00 ;0x7F zero (127)

BTFSC STATUS, Z

GOTO LERCANALV ; goto para ler

vertical

MOVFW AUXL

MOVWF TEMPO0

CLRWDT

CALL MOVECURSORTORIGHT

DECFSZ TEMPO0, F

GOTO $-2

MOVFW ADRESH

MOVWF ADVALUELow

GOTO LERCANALV ; IR PARA O 'FIM' ?

LOOPMOVECURSORTOLEFT

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MOVF ADVALUELow, W ; refaz para ter o resultado positivo

SUBWF ADRESH, W

MOVWF TEMPO0

CLRWDT

CALL MOVECURSORTOLEFT

DECFSZ TEMPO0, F

GOTO $-2

MOVFW ADRESH

MOVWF ADVALUELow

RETURN ; IR PARA O 'FIM' ?

TENSAOMEDIAHORIZONTAL

MOVLW 0x0000

MOVWF TENSAOMEDIAL

MOVLW 0x0004

MOVWF TEMPO0

CLRWDT ; limpa watchdog timer

BSF ADCON0, GO ; inicia conversao

BTFSC ADCON0, GO ; fim da conversao ?

GOTO $-1 ; nao - volta uma instrucao

; sim

MOVF ADRESH, W

ADDWF TENSAOMEDIAL

DECFSZ TEMPO0, F

GOTO $-6

RRF TENSAOMEDIAL

RRF TENSAOMEDIAL

; MOVF TENSAOMEDIAL, W

; a logica esta ao contrario devido ao fato de existir >= 0

; MOVFW ADRESH

MOVFW ADVALUELow

CLRC ; limpa o Carry C

SUBWF TENSAOMEDIAL, W ; subtrai MDADO_OLD_V de W resultado fica em w

SKPNC ; pula (+1) se houver Carry C = 1

CALL LOOPMOVECURSORTORIGHT ; C = 1 significa (>=0) SOBE

CALL LOOPMOVECURSORTOLEFT ; C = 0 significa (<0) DESCE

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RETURN

LOOPMOVECURSORTOUP

MOVWF AUXL

MOVFW ADRESH

SUBWF ADVALUEHigh, W

XORLW 0x00 ;0x7F zero (127)

BTFSC STATUS, Z

GOTO LERCANALH

MOVFW AUXL

MOVWF TEMPO0

CLRWDT

CALL MOVECURSORTOUP

DECFSZ TEMPO0, F

GOTO $-2

MOVFW ADRESH

MOVWF ADVALUEHigh

GOTO LERCANALH ; IR PARA O 'FIM' ?

LOOPMOVECURSORTODOWN

MOVF ADVALUEHigh, W

SUBWF ADRESH, W

MOVWF TEMPO0

CLRWDT

CALL MOVECURSORTODOWN

DECFSZ TEMPO0, F

GOTO $-2

MOVFW ADRESH

MOVWF ADVALUEHigh

RETURN ; IR PARA O 'FIM' ?

TENSAOMEDIAVERTICAL

;inicio

MOVLW 0x0000 ; zera W

MOVWF TENSAOMEDIAL ; zera tensaomediaL

MOVLW 0x0004 ; 4 aquisicoes

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MOVWF TEMPO0

CLRWDT ; limpa watchdog timer

BSF ADCON0, GO ; inicia conversao

BTFSC ADCON0, GO ; fim da conversao ?

GOTO $-1 ; nao - volta uma instrucao

; sim

MOVF ADRESH, W ; (ADRESH) em work (W)

ADDWF TENSAOMEDIAL

DECFSZ TEMPO0, F

GOTO $-6

RRF TENSAOMEDIAL ; divide por 2

RRF TENSAOMEDIAL ; divide por 2

; MOVF TENSAOMEDIAL, W ; move o valor para W

MOVFW ADVALUEHigh

CLRC ; limpa o Carry

C

SUBWF TENSAOMEDIAL, W ; subtrai MDADO_OLD_V

de W resultado fica em w

SKPNC ; pula (+1) se

houver Carry C = 1

CALL LOOPMOVECURSORTOUP ; C = 1 significa (>=0)

CALL LOOPMOVECURSORTODOWN ; C = 0 significa (<0)

BSF OUTCLICK

BSF OUTCLICK

BSF OUTCLICK

BSF OUTCLICK

BCF OUTCLICK

BCF OUTCLICK

BCF OUTCLICK

BCF OUTCLICK

RETURN

;fim

; -----------------------------------------------------------------------------

; rotina principal

; -----------------------------------------------------------------------------

; FAZER 4 AQUISICOES PARA CADA CANAL E TIRAR A MEDIA

; E VER COMO EH ESCOLHIDO O KNAL

; FAZER INVERSAO AUTOMATICA DOS CANAIS

LERCANALH

MOVLW B'01000001'

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MOVWF ADCON0 ; CONFIGURA CONVERSOR A/D CANAL 0 -

MOVWF AUXH

CALL TENSAOMEDIAHORIZONTAL

; nao ter retorno pois o call jah retorna para loop internamente

LERCANALV

MOVLW B'01001001'

MOVWF ADCON0 ; CONFIGURA CONVERSOR A/D CANAL 1 - RA1

MOVWF AUXH

CALL TENSAOMEDIAVERTICAL

LOOP

CALL LERCANALH

CALL LERCANALV

GOTO LOOP

END