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CÂMARA MUNICIPAL DE VITORIA DEPARTAMENTO DE FISCALIZAÇÃO E RELAÇÕES COMUNITÁRIAS 1 RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO UNIDADE DE TRANSBORDO DE VITÓRIA LUANA GASPAR DO NASCIMENTO LOPES MARÇO/2016

Unidade de Transbordo de Resíduos Sólidos de Vitória · indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação ... transporte do RSU da área de

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CÂMARA MUNICIPAL DE VITORIA

DEPARTAMENTO DE FISCALIZAÇÃO E RELAÇÕES COMUNITÁRIAS

1

RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO

UNIDADE DE TRANSBORDO DE VITÓRIA

LUANA GASPAR DO NASCIMENTO LOPES

MARÇO/2016

CÂMARA MUNICIPAL DE VITORIA DEPARTAMENTO DE FISCALIZAÇÃO E RELAÇÕES COMUNITÁRIAS

RELATÓRIO DA UNIDADE DE TRANSBORDO DE VITÓRIA

DEPARTAMENTO DE FISCALIZAÇÃO E RELAÇÕES COMUNITÁRIAS -DFRC

Clevis Stoco

Diretor do DFRC

Luana Gaspar do Nascimento Lopes

Analista Legislativo

Sara Lima Passos

Assessora Técnica

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RELATÓRIO DA UNIDADE DE TRANSBORDO DE VITÓRIA

GLOSSÁRIO

- Aterro sanitário: Técnica de engenharia para o confinamento dos resíduos sólidos.

Compreende o derramamento, acomodação e compactação dos resíduos sobre um

leito impermeável, sua cobertura com terra ou outro material inerte periodicamente

para o controle da proliferação de vetores e a gestão adequada de gases e lixiviados,

com o fim de evitar a contaminação do ambiente e proteger a saúde da população.

- Disposição final: Conjunto de procedimentos que possibilitam a adequada

disposição e o confinamento dos resíduos sólidos urbanos e de seus efluentes

contaminantes em um ambiente restrito, sob controle técnico e monitoramento

permanente. O único tipo de instalação em que ocorre a disposição final

propriamente dita dos resíduos sólidos urbanos é o aterro sanitário, tal como

definido no presente glossário.

- Líquido lixiviado ou Chorume: Líquido de cor escura, geralmente com elevado

potencial poluidor, proveniente da decomposição da parcela orgânica biodegradável

existente nos resíduos sólidos e das águas pluviais que perpassam a massa dos

mesmos, quando acumulados em depósitos de quaisquer categorias ou dispostos em

aterros controlados ou sanitários.

- Resíduos sólidos: Material ou substância resultante de atividades humanas em

sociedade, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos e líquidos

cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos

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ou em corpos d’água resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja

destinação final se deve proceder.

- Resíduos urbanos: Os provenientes de residências, estabelecimentos comerciais

prestadores de serviços, da varrição, de podas e da limpeza de vias, logradouros

públicos e sistemas de drenagem urbana passíveis de contratação ou delegação a

particular, nos termos de lei municipal.

- Resíduos perigosos: Aqueles que em função de suas propriedades químicas, físicas

ou biológicas, possam apresentar riscos à saúde pública ou à qualidade do meio

ambiente.

- Resíduos de serviços de saúde: Os provenientes de qualquer unidade que execute

atividades de natureza médica assistencial ou animal, os provenientes de centros de

pesquisa e desenvolvimento ou experimentação na área de farmacologia e saúde,

medicamentos e imunoterápicos vencidos ou deteriorados, os provenientes de

necrotérios, funerárias e serviços de medicina legal e os provenientes de barreiras

sanitárias.

- Resíduos provenientes de portos, aeroportos, terminais rodoviários e ferroviários,

postos de fronteira e estruturas similares: os resíduos sólidos de qualquer natureza

provenientes de embarcação, aeronave ou meios de transporte terrestre, incluindo

os produzidos nas atividades de operação, e manutenção, os associados às cargas e

aqueles gerados nas instalações físicas ou áreas desses locais.

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- Rejeitos: resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de

tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e

economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a disposição

final ambientalmente adequada.

- Geradores de resíduos sólidos: pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou

privado, que geram resíduos sólidos por meio de suas atividades, nelas incluído o

consumo.

- Gerenciamento de resíduos sólidos: conjunto de ações exercidas, direta ou

indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação

final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final

ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com plano municipal de gestão

integrada de resíduos sólidos, exigidos na forma da legislação.

- Gestão integrada de resíduos sólidos: a maneira de conceber, implementar,

administrar os resíduos sólidos considerando uma ampla participação das áreas de

governo responsáveis no âmbito estadual e municipal, sob a premissa do

desenvolvimento sustentável.

- Minimização da geração de resíduos: a redução, ao menor volume, quantidade e

periculosidade possíveis dos materiais e substâncias, antes de descartá-los no meio

ambiente.

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- Destinação final ambientalmente adequada: destinação de resíduos que inclui a

reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento

energético ou outras destinações admitidas pelos órgãos competentes de meio

ambiente, saúde e vigilância sanitária, entre elas a disposição final, observando

normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e

à segurança, e a minimizar os impactos ambientais adversos.

- Disposição final ambientalmente adequada: distribuição ordenada de rejeitos em

aterros, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou

riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos.

- Unidades receptoras de resíduos: as instalações licenciadas pelas autoridades

ambientais para a recepção, segregação, reciclagem, armazenamento e para futura

reutilização, tratamento ou destinação final de resíduos.

- Coleta seletiva: o recolhimento diferenciado de resíduos sólidos, previamente

selecionados nas fontes geradoras, com o intuito de encaminhá-los para reciclagem,

compostagem, reuso, tratamento ou outras destinações alternativas.

- Limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: conjunto de atividades,

infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo,

tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e

limpeza de logradouros e vias públicas.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Principais instalações da Unidade de Transbordo de Vitória ..................................... 22

Quadro 2: Principais resíduos gerados no município de Vitória ..................................................... 27

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Evolução Resíduos Sólidos Urbanos - Total Coletado (toneladas) ............................ 30

Gráfico 2: Resíduos Inertes - Total coletado (toneladas) ................................................................... 31

Gráfico 3: Coleta seletiva (toneladas) ano ................................................................................................ 32

Gráfico 4: Valores unitários por serviço de limpeza urbana executados ..................................... 35

Gráfico 5: Material recolhido x processado pelas Associações ........................................................ 38

Gráfico 6: População Masculina versus feminina .................................................................................. 70

LISTA DE TABELA

Tabela 1: Distribuição dos principais resíduos sólidos por categoria em 2015 ...................... 27

Tabela 2: Caracterização gravimétrica dos resíduos domiciliares ................................................ 28

Tabela 3: Valores unitários por serviço de limpeza urbano executado ........................................ 34

Tabela 4: Valores unitários por resíduos de saúde e inertes executado ...................................... 35

Tabela 5: Quantidade coleta e destinada às associações .................................................................... 37

Tabela 6: Faixa etária por grupo ................................................................................................................... 71

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Plataforma de resíduos úmidos ................................................................................................. 19

Figura 2: Carreta utilizada para transporte de resíduos até o destino final ............................... 19

Figura 3: Retroescavadeira utilizada para compactação dos resíduos ......................................... 20

Figura 4: Retroescavadeira realizando a compactação de resíduos na carreta basculante . 20

Figura 5: Estrutura física da Empresa Marca Ambiental .................................................................... 20

Figura 6: Localização da Unidade de Transbordo de Vitória (UTV) ............................................. 21

Figura 7: Espaço destinado a armazenamento de pneus e materiais diversos ......................... 23

Figura 8: Veículos armazenados na UTV (1) ............................................................................................ 47

Figura 9: Veículos armazenados na UTV (2) ............................................................................................ 47

Figura 10: Entrada da Unidade de Transbordo ...................................................................................... 48

Figura 11: Guarita e sistema de controle de movimentação de resíduos sólidos e de veículos

.................................................................................................................................................................................... 48

Figura 12: Vista frontal da balança rodoviária (pesagem) ............................................................... 49

Figura 13: Área de entrada e saída de veículo na UTV ........................................................................ 49

Figura 14: Balança rodoviária (pesagem) de veículos ......................................................................... 49

Figura 15: Via de acesso principal a Unidade de Transbordo de Vitória ..................................... 50

Figura 16: Vias de acesso interior da UTV ................................................................................................ 51

Figura 17: Piso da plataforma de resíduos úmidos .............................................................................. 53

Figura 18: Sistema de drenagem e captação de chorume .................................................................. 55

Figura 19: Carreta basculante para transporte de resíduos da UTV até o destino final ........ 57

Figura 20: Carreta basculante para transporte de resíduos da UTV até o destino final ........ 57

Figura 21: Armazenamento de resíduos sólidos recicláveis na UTV ............................................. 60

Figura 22: Veículo da Cooperativa realizando transporte do material reciclável..................... 60

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Figura 23: Galpão de resíduos recicláveis ................................................................................................. 61

Figura 24: Área de resíduos inertes da UTV ........................................................................................... 65

Figura 25: Sistema de drenagem pluvial ................................................................................................... 67

Figura 26: Urubus na área da UTV ............................................................................................................... 68

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LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

AMARIV – Associação de Catadores de Materiais Recicláveis da Ilha de Vitória

ANIP– Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos

ASCAMARE – Associação de Catadores de Materiais Recicláveis

CONAMA– Conselho Nacional de Meio Ambiente

DFRC- Departamento de Fiscalização e Relações Comunitárias

EPI – Equipamento de Proteção Individual

FLOC – Fator de Localização

FPORTE – Fator de Porte

FUNDOAMBIENTAL – Fundo Municipal de Meio Ambiente

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IEMA – Instituto Estadual Meio Ambiente

IPTU – Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana

MPES – Ministério Público do Estado do Espírito Santo

PEV – Posto de Entrega Voluntária

PMCS – Plano Municipal de Coleta Seletiva

PMGIR – Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos

PMSB – Plano Municipal de Saneamento Básico

PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos

RSU – Resíduos Sólidos Urbanos

SEMMAM- Secretaria Municipal de Meio Ambiente

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SEMSE – Secretaria Municipal de Serviços

TAC – Termo de Ajuste de Conduta

TCRS – Taxa de Coleta de Resíduos Sólidos

UTCV – Usina de Triagem e Compostagem de Vitória

UTV – Unidade de Transbordo de Vitória

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SUMÁRIO SUMÁRIO .......................................................................................................................... 12

2 OS RESÍDUOS SÓLIDOS NO MUNICÍPIO DE VITÓRIA ...................................................... 16

2.1 CONTEXTO HISTÓRICO ............................................................................................... 16

2.2 LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA UNIDADE DE TRANSBORDO DO MUNICÍPIO DE

VITÓRIA ........................................................................................................................... 18

2.3 RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS NO MUNICÍPIO DE VITÓRIA ...................................... 25

2.3.1 Caracterização dos resíduos sólidos ................................................................. 26

2.3.1.1 Caracterização quantitativa e qualitativa dos resíduos .......................................... 26

2.3.1.2 Coleta seletiva ...................................................................................................... 36

2.3.1.3 Compostagem de resíduos sólidos na UTV ............................................................. 41

2.3.1.4. Logística reversa .................................................................................................. 43

3 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO DO TRANSBORDO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS ..... 46

3.1 Acesso ao transbordo ............................................................................................. 48

3.2 Cercamento ............................................................................................................ 52

3.3 Impermeabilização do piso ..................................................................................... 53

3.4 Sistema de drenagem e captação de chorume ......................................................... 54

3.5 Veículo de transferência ......................................................................................... 56

3.6 Iluminação .............................................................................................................. 57

3.7 Plano de contingência e emergência ........................................................................ 57

3.8 Cortina vegetal ....................................................................................................... 58

3.9 Resíduos sólidos recicláveis .................................................................................... 58

3.10 Museu do Lixo ....................................................................................................... 61

3.11 Plano de gestão integrada de resíduos sólidos ...................................................... 62

3.12 Projeto de Construção e reforma da nova unidade de transbordo ......................... 63

3.14 Destinação de resíduos inertes e resíduos de construção ..................................... 64

3.15 Drenagem Pluvial ................................................................................................. 66

3.16 Controle de vetores e aves .................................................................................... 68

3.17 Operação da Unidade de Transbordo e a comunidade do entorno ........................ 69

CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................................74

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................... 80

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1 APRESENTAÇÃO

Luana Gaspar do Nascimento Lopes1

O gerenciamento dos resíduos sólidos se apresenta hodiernamente como um

grande problema nas cidades (municípios) de nosso país. Nesse sentido, o município

de Vitória, assim como a maioria das cidades, apresenta, ainda, algumas deficiências,

conforme pontos específicos a serem delineados ao longo do presente relatório.

Com efeito, conforme teremos oportunidade de analisar, não obstante os

esforços dos órgãos competentes, o município de Vitória apresenta fragilidade

quanto ao aspecto de destinação final de seus resíduos, vez que não dispõe de áreas

para implantação de aterros sanitários, dependendo exclusivamente de aterro

particular situado no município contíguo de Cariacica para encaminhar os seus

próprios resíduos sólidos.

Nesse sentido, a maioria da disposição dos resíduos sólidos tem de ser feita

no aterro sanitário do município de Cariacica, o que representa, ao menos

tendencialmente, custos adicionais, haja vista o aumento das distâncias e

consequentemente o aumento com gastos de transporte. Esse cenário merece

atenção, no sentido que tal situação só tende a ficar mais complexa com o

crescimento das cidades e assim da quantidade de lixo produzido, conjuntamente

com a falta de áreas para a disposição final dos resíduos sólidos.

1 Doutoranda em Ecologia de Ecossistemas pela Universidade de Vila Velha (UVV) e Mestra em Geografia pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Bacharel e Licenciada em Geografia pela Universidade Federal do Espírito Santo, com Especialização em Conservação e Manejo da Diversidade Vegetal pela Universidade Federal do Espírito Santo e Pós-Graduada em Gestão Educacional. Analista Legislativo de Educação da Câmara Municipal de Vitória e Supervisora Pedagógica da Escola do Legislativo Municipal. Docente da Secretaria Estadual da Educação (SEDU/ES) atuando na área de Supervisão, Gestão e Legislação Educacional.

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Não obstante, buscando minimizar as consequências e transformar esse

cenário, foi recentemente estabelecido dois grandes marcos na legislação brasileira,

a Lei nº 11.445, de 05 de janeiro de 2007, que estabelece Diretrizes Nacionais para

a Política Nacional de Saneamento Básico e a Lei nº 12.305, de 02 de agosto de 2010,

que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).

Nesse contexto, a Lei do Saneamento veio resgatar e fortalecer o processo de

planejamento do setor de saneamento, estabelecendo a obrigatoriedade da

elaboração dos Planos Municipais de Saneamento Básico (PMSB). Os quais têm por

objetivo estabelecer condições para a prestação dos serviços de cada um dos

componentes de saneamento básico, definindo os objetivos e metas para a

universalização do acesso da população aos serviços públicos.

Já a Política Nacional de Resíduos Sólidos complementa a legislação

ambiental brasileira, definindo as responsabilidades na gestão dos resíduos sólidos

gerados. Atribui a responsabilidade pela gestão “às pessoas físicas ou jurídicas, de

direito público ou privado, responsáveis, direta ou indiretamente pela geração de

resíduos sólidos” (PNRS, 2010), e aos executores das ações relacionadas à gestão

integrada ou ao gerenciamento desses resíduos, sejam estes internos ou externos,

ligados direta ou indiretamente às atividades do empreendimento. Outro ponto

importante é que a referida Lei em seu art. 18 determina a elaboração do Plano

Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS) como condição para o

Distrito Federal e os Municípios terem acesso a recursos da União, e que o mesmo

poderá ser inserido no PMSB como indicado no Art. 54 do Decreto 7.404/2010 que

regulamenta a referida Lei.

O componente de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos urbanos dos planos municipais de gestão integrada de resíduos sólidos poderá estar inserido nos planos de saneamento básico previstos no art. 19 da Lei nº

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11.445, de 2007, devendo ser respeitado o conteúdo mínimo referido no art. 19 da Lei nº 12.305, de 2010, ou o disposto no art. 51, conforme o caso (Art.

54, § 2°).

Um Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos é uma

ferramenta importante nos municípios para se trazer melhorias ao sistema de

limpeza urbana e efetuar a implementação da gestão integrada, de forma a

considerar as dimensões política, econômica, ambiental, cultural e social, com

controle social e sob a premissa do desenvolvimento sustentável.

Nesse sentido, a Câmara Municipal de Vitória, através do Departamento de

Fiscalização e Relações Comunitárias (DFRC), realizou verificação in loco na Unidade

de Transbordo de Vitória, com objetivo de conhecer a situação e os possíveis

impactos aos usuários e ao ambiente natural, tendo como referencial os marcados

legislativos alhures mencionados.

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2 OS RESÍDUOS SÓLIDOS NO MUNICÍPIO DE VITÓRIA

2.1 CONTEXTO HISTÓRICO

A Usina de Triagem e Compostagem de Vitória (UTCV) foi inaugurada em

1990, com recursos do Programa Nacional de Saneamento. A UTCV tinha como

objetivo resolver os problemas sociais e ambientais por meio da criação de emprego

formal para 300 catadores do lixão e do reaproveitamento do lixo na reciclagem e na

compostagem. (CAVÉ, 2011). A UTCV foi instalada em espaço físico com 50.993 m²

de área inserida na parte noroeste do município, onde predomina região de

manguezal do Bairro Resistência, sendo que suas operações iniciaram no ano de

1991 e até 1996 o rejeito gerado no processo de triagem e separação do lixo

doméstico era depositado e compactado em área interna da Usina. Somente, a partir

de 1996, tornou-se, operacionalmente, inviável utilizar o local como área de

destinação final do rejeito, em virtude da grande quantidade de lixo doméstico

produzido no município de Vitoria (RODRIGUES & SILVA, 2007).

A princípio a triagem e recuperação dos materiais na UTCV funcionaram bem

com 20 (vinte) tipos de materiais segregados e comercializados. Porém, a fatia

segregada representava apenas de 5% a 10% do total de resíduos sólidos urbanos

gerados no município de Vitória. Além disso, alguns problemas no processo foram

apontados, principalmente devido ao fato do lixo chegar misturado à UTCV, havia

dificuldades na atividade de compostagem, a qual foi paralisada em 1994 durante

um período de quatro meses chuvosos. Desde então, não foi possível recuperar o

atraso, tendo em vista ainda o aumento dos volumes de lixo recebidos (PMSB, 2015).

Outra dificuldade apontada para a operação da UTCV consistia no fato de não

ter sido prevista infraestrutura para a disposição dos rejeitos do processo de

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triagem, os quais eram aterrados em lixões dos municípios vizinhos. A situação só

foi sanada em 1995 com a inauguração do aterro sanitário privado da empresa

Marca Ambiental, no município de Cariacica, quando se começou a destinar nesse

aterro os rejeitos da UTCV (PMSB,2015).

Devido ao aumento do volume de resíduos sólidos gerados no município e a

insuficiência de espaço disponível na UTCV, esta teve as atividades encerradas em

2005, data a partir da qual os resíduos sólidos de Vitória passaram a ser destinados

diretamente em aterro sanitário, sem qualquer segregação ou tratamento (CAVÉ,

2011).

A partir de 2008, e após terem sido paralisadas as atividades de triagem e

compostagem de resíduos sólidos, a UTCV passou a funcionar como uma Unidade de

Transbordo de Resíduos Sólidos Úmidos e Resíduos Inertes, bem como sede de

outras atividades pertinentes aos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos

sólidos de Vitória, passando a ser denominada de Unidade de Transbordo de Vitória.

Em julho de 2010, a UTV passou a ser o endereço oficial da Secretaria Municipal de

Serviços (SEMSE).

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2.2 LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA UNIDADE DE TRANSBORDO DO

MUNICÍPIO DE VITÓRIA

As unidades de transbordo se constituem em locais intermediários onde os

Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) coletados são depositados temporariamente e

manejados conforme sua classificação, liberando os veículos de coleta mais

rapidamente para realização de novos roteiros de coleta, gerando maior economia e

flexibilidade no sistema. Os objetivos da unidade de transbordo são melhorar as

condições de transporte dos resíduos sólidos coletados na cidade e otimizar os

custos dessa atividade. Além disso, a unidade de transbordo também possibilita

minimizar os impactos ambientais devido à redução na emissão de gases poluentes

na atmosfera produzidos pela frota coletora.

A Unidade de Transbordo de Vitória (UTV) localiza-se no bairro Resistência,

numa área total de 51.660 m², sendo as principais atividades realizadas: (i) controle

de pesagem em balança rodoviária, (ii) transbordo de Resíduos Sólidos Urbanos

(RSU) e Resíduos Inertes e (iii) armazenamento temporário de resíduos sólidos

recicláveis. Ressalta-se ainda que a Unidade de Transbordo de Vitória também

agrupa o Centro de Triagem, reduzindo assim os custos com o transporte dos

materiais recicláveis até o galpão das cooperativas, reduzindo assim o custo com

transporte, minimizando os gastos com a frota.

Nota-se, conforme figura 1, que a Unidade de Transbordo do município de

Vitória conta com um desnível entre os pavimentos, para que os caminhões de

coleta, posicionados em uma cota mais elevada, façam a descarga do lixo do

caminhão de coleta diretamente no veículo de transferência, até que sejam atingidas

suas capacidades.

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Figura 1: Plataforma de resíduos úmidos

A carreta é utilizada como intermediário entre a coleta domiciliar e o aterro

sanitário (figura 2). Uma lona plástica é disposta na parte superior da carreta para

evitar que detritos sejam dispersos nas vias públicas pela ação do vento durante a

locomoção do veículo. A retirada da carreta é feita imediatamente após o seu

preenchimento.

Figura 2: Carreta utilizada para transporte de resíduos até o destino final

Após o transbordo, realiza-se a compactação prévia dos resíduos na caçamba

com auxílio de retroescavadeira (figura 4). A caçamba da carreta é então coberta

com lona e segue para pesagem de saída, onde é realizado o controle e pesagem e

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20

posteriormente é destinado para o aterro sanitário da empresa Marca Ambiental no

município de Cariacica, distante 26 km da UTV.

Figura 3: Retroescavadeira utilizada para compactação dos resíduos

Figura 4: Retroescavadeira realizando a compactação de resíduos na carreta basculante

No que se refere à disposição final no aterro sanitário da empresa Marca

Ambiental é realizada em células dotadas de sistema de controle ambiental e

tratamento dos gases e líquidos gerados pela decomposição dos resíduos e

precipitação pluviométrica. Após o descarregamento, tratores-esteira fazem a

compactação dos resíduos e ao final do preenchimento de cada camada, é realizado

recobrimento com material inerte (argila) (PMSB, 2015).

Figura 5: Estrutura física da Empresa Marca Ambiental

Fonte: Empresa Marca Ambiental

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21

Nesse cenário, não há dúvida que é fundamental conhecer não somente a

quantidade diária média de resíduos que passam na UTV, mas também conhecer

quantidade de pico a ser recebida pela unidade, como também a quantidade horária

de pico para uma melhor eficiência na gestão dos resíduos.

A figura 6 mostra a Unidade de Transbordo de Vitória destacando as

residências do Bairro Resistência que estão situadas ao redor da área em distâncias

muito pequenas. Além disso, a UTV encontra-se a distância de 70 metros

aproximadamente da área de manguezal.

Figura 6: Localização da Unidade de Transbordo de Vitória (UTV)

Fonte: Google Earth. Acesso em 03 de fevereiro de 2016.

1

3

LEGENDA 1 - Controle de entrada e saída veículos 2- Galpão de transbordo de Resíduos úmido 3-Armazenamento temporário de resíduos sólidos recicláveis 4- Galpão de armazenamento temporário 5-Área de disposição temporária de Resíduos Inertes 6-Escritório administrativo da SEMSE

4

2

5

6

MANGUEZAL

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22

Com o objetivo de contextualizar, fazem-se oportuno apresentar a descrição

das principais instalações físicas da unidade descrita conforme o Quadro 1.

Quadro 1: Principais instalações da Unidade de Transbordo de Vitória

Setor 1 Área de entrada e saída de veículos na UTV, onde se realiza o controle de pesagem dos

veículos envolvidos no manejo de resíduos sólidos. No local encontra-se uma balança

rodoviária com capacidade máxima de 80 toneladas e uma sala onde o operador de

balança realiza o registro das pesagens de entrada e saída.

Setor 2 Galpão de transbordo resíduos úmidos (local onde se realiza a transferência direta dos

resíduos dos veículos coletores para carretas basculantes). O local possui cobertura e

piso impermeável, canaletas e caixa coletora de líquidos.

Setor 3 Área onde estão instalados galpões de armazenamento temporário de resíduos sólidos

recicláveis provenientes da coleta seletiva do município. Os galpões possuem

fechamento lateral e piso impermeabilizado

Setor 4 Galpão de armazenamento temporário e recuperação de móveis e eletrodomésticos

usados, coletados pelo serviço Papa-Móveis do município.

Setor 5 Área de disposição temporária de Resíduos Inertes e de resíduos da manutenção de

áreas verdes coletados pelos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos

do município. Caracteriza-se por ser uma área aberta, sem piso impermeabilizante.

Setor 6 Área onde estão localizados os escritórios administrativos da SEMSE. Os

departamentos são: Gerência de Limpeza Urbana – GLU; Gerência de Recepção,

Beneficiamento e Destinação – GRBD; Gerência de Fiscalização; Setor de Balança; Setor

Operacional da UTV; Assessoria Técnica; Secretaria Executiva; Equipe Administrativo-

Financeira; e Gabinete do Secretário Municipal de Serviços.

A UTV também conta com espaços disponíveis para o armazenamento de

pneus em área coberta, recepção, seleção e destinação dos resíduos recicláveis que

são encaminhados às organizações de triagem, classificação e revalorização. Os

resíduos não recicláveis são encaminhados ao aterro sanitário da empresa Marca

Ambiental.

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23

Figura 7: Espaço destinado a armazenamento de pneus e materiais diversos

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24

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25

2.3 RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS NO MUNICÍPIO DE VITÓRIA

Segundo a NBR 10.004/2004, da Associação Brasileira de Normas Técnicas –

ABNT –, os resíduos sólidos são definidos como “resíduos nos estados sólidos e

semi-sólidos, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar,

comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os

lodos provenientes de sistema de tratamento de água, aqueles gerados em

equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados

líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de

esgoto ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente

inviáveis em face à melhor tecnologia disponível. ”

As características de cada tipo de resíduo exigem um modelo de

gestão adequado, que não tenha como objetivo apenas a coleta e o afastamento, mas

o tratamento ideal para cada um, com a finalidade de evitar problemas de saúde

pública e contaminação ambiental, impactos sociais e econômicos. Há várias formas

possíveis de se classificar os resíduos sólidos2, seja por seu tipo de reciclabilidadade,

composição química, pelos riscos potenciais ao meio ambiente ou por origem, por

exemplo. Neste documento será adotada a classificação pelos riscos potenciais ao

meio ambiente. A descrição destes tipos de resíduos é apresentada de acordo com a

Norma Brasileira Regulamentadora (NBR) 10004, o qual classifica os resíduos em:

2Por seu tipo de reciclabilidade: resíduo reciclável seco e reciclável úmido; por sua composição química: matéria orgânica e matéria inorgânica; pelos riscos potenciais ao meio ambiente: perigoso, não inerte e inerte (NBR 10004); por origem: como domiciliar, de limpeza urbana, público, industrial, de serviços de saúde, de mineração, entre outros.

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26

a) Resíduos Classe I – Perigosos: aqueles que apresentam periculosidade ou

uma das seguintes características: inflamabilidade, corrosividade, reatividade,

toxicidade e patogenicidade;

b) Resíduos Classe II – não perigosos. Que se dividem em duas sub-classes:

- Resíduos Classe II A – não inertes: aqueles que não se enquadram nas classificações

de resíduos classe I e classe II B. Os resíduos classe II A podem ter propriedades, tais

como: biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água.

- Resíduos Classe IIB – Inertes: quaisquer resíduos que não tiveram nenhum de seus

constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade

de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor.

No que se refere à operação da Unidade de Transbordo está deve seguir a

Instrução Normativa IEMA n° 01/2010 que estabelece que a estação somente pode

receber resíduos sólidos urbanos classificados como Classe II – A, conforme a ABNT

- NBR 10004/2004. Cabe destacar também que a estação deverá ser utilizada apenas

para o transbordo dos resíduos sólidos urbanos, não se prestando à destinação final

dos mesmos. Esta deverá ser feita em aterro sanitário ambientalmente licenciado.

2.3.1 Caracterização dos resíduos sólidos

2.3.1.1 Caracterização quantitativa e qualitativa dos resíduos

De acordo com os dados extraídos do artigo “O lixo como passivo ambiental

e a política Nacional de resíduos sólidos – os potenciais impactos e desafios da

cidade de Vitória/ES”, os principais resíduos gerados no município podem ser

verificados conforme quadro 2.

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27

Quadro 2: Principais resíduos gerados no município de Vitória

RESÍDUOS CARACTERÍSTICAS

Sólidos urbanos Resíduos sólidos gerados por residências, domicílios, estabelecimento

comerciais, prestadores de serviços e os oriundos dos serviços públicos

de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, que por sua natureza ou

composição tenham as mesmas características dos gerados nos

domicílios;

Sólidos de serviço de

saúde

Resíduos sólidos oriundos dos serviços de saúde, conforme definidos pelo

Ministério da Saúde em regulamentações técnicas pertinentes;

Construção e demolição

(entulho)

Resíduos resultantes da construção ou demolição de um edifício,

independentemente de suas características;

Aeroportos e rodoviários Resíduos gerados nos aeroportos e nos terminais rodoviários.

Sólidos industriais Resíduos sólidos oriundos dos processos produtivos e instalações

industriais, bem como os gerados nos serviços públicos de saneamento

básico, excetuando-se os relacionados na alínea “c” do inciso I do art. 3° da

Lei n° 11.445, de 2007;

Sólidos especiais ou

diferenciados

Resíduos que por seu volume, grau de periculosidade, de degradabilidade

ou outras especificidades, requeiram procedimentos especiais ou

diferenciado para o manejo e disposição final dos rejeitos, considerando

os impactos negativos e os riscos à saúde e ao meio ambiente.

O município de Vitória gera volumes expressivos de resíduos de várias

origens e parcela significativa deles se encontra sob responsabilidade pública

municipal. Com base na composição da distribuição dos resíduos sólidos por

categoria (média ano) fornecida pela Secretaria Municipal de Serviços foi possível

elaborar a tabela 1.

Tabela 1: Distribuição dos principais resíduos sólidos por categoria em 2015 (média anual)

RESÍDUOS QUANTIDADE/TONELADAS

Resíduos Sólidos Urbanos 126.108,36

Resíduos Inertes 47.512,18

Resíduos de Serviços da Saúde 1.816,70

Coleta seletiva 2.424,10

Total 177.861,34

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28

Observa-se que o somatório das quantidades de resíduos por categoria é em

média de 487.291,34 kg/dia. Considerando uma população urbana de 355.875

habitantes para o ano de 2015, teremos uma produção per capita de 1,36

kg/hab/dia.

Nesse sentido, considerando a quantidade de resíduos sólidos urbanos

gerados no município, é de fundamental importância conhecer as especificações dos

dados gravimétricos3 dos resíduos sólidos coletados. Esse estudo sobre a

caracterização dos resíduos domiciliares foi realizado por Morigaki (2003), no qual

utilizou dados sobre classes econômicas definidas pelo IBGE para caracterização

gravimétrica por classe econômica. As informações fornecidas na tabela 2 referem-

se, à fração percentual correspondente a caracterização gravimétrica dos resíduos

domiciliares de Vitória desenvolvido nesse estudo.

Tabela 2: Caracterização gravimétrica dos resíduos domiciliares do município de Vitória

Resíduos (%)

Classe Econômica

A B C D Média

Papéis 28,62 22,12 19,95 20,82 22,878

Plástico 18,52 19,34 15,11 17,67 17,735

Metais 2,37 1,28 1,72 1,58 1,738

Vidros 3,53 1,76 1,26 0,71 1,815

Matéria Orgânica 41,00 47,81 47,91 43,77 45,123

Madeira/ Couro/ Borracha 0,92 0,88 1,87 2,64 1,578

Trapos 1,50 2,82 5,52 7,22 4,265

Diversos 3,54 3,69 6,66 5,59 4,870

Fonte: Adaptado de Morigaki (2003)

3A caracterização gravimétrica consiste na determinação das frações percentuais de diferentes tipos de resíduos obtidos por meio de amostragens das coletas realizadas

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29

É possível verificar que dentre os resíduos de responsabilidade pública

municipal, os mais relevantes são os de origem domiciliar, para os quais a análise

gravimétrica4 comprova a predominância da fração orgânica, com participação de

45,12%, seguido de papéis e plásticos, com 22,88% e 17,74% respectivamente.

Dessa forma, torna-se necessário que o município realize periodicamente a

definição da geração per capita dos resíduos sólidos urbanos, elaborado com base

no balanço de massa e estudos de caracterização qualitativa e quantitativa dos RSU.

O município poderá ser dividido em regiões, com o objetivo de se conhecer a

quantidade, a composição gravimétrica e físico-química atual dos resíduos.

Com esses dados em mãos será possível acompanhar as eventuais mudanças

quantitativas e qualitativas dos resíduos sólidos coletados, como também

acompanhar certas mudanças de hábito da população com o tempo, fornecer dados

para estudo de viabilização de um sistema que permita o aproveitamento do

material orgânico (compostagem) e do inorgânico (reciclagem e/ou reutilização). A

partir desse estudo também é possível certificar se os programas implementados

com enfoque nos resíduos sólidos estão realmente surtindo efeitos perante a

população ou necessitam de alguma revisão ou mudança possibilitando melhor

entendimento dos temas abordados pelos agentes locais e facilite a tomada de

decisões e execução de ações que atendam às necessidades imediatas e futuras do

município.

Nesse contexto, conhecer os resíduos gerados e classificá-los é extremamente

importante para um Projeto de Gerenciamento de Resíduos Sólidos eficiente, além

4MORIGAKI, M.M.& BRAGA, F. S. Indicadores de recuperação de material reciclável da Unidade de Triagem de Vitória-ES. Vitória, 2003. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental – Universidade Federal do Espírito Santo.

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30

disso torna-se importante também conhecer as quantidades e que tipos de resíduos

são gerados.

Através dos dados fornecidos pela SEMSE, é possível verificar no gráfico 1 a

evolução da geração de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU)5 coletados pelo serviço de

limpeza urbana de Vitória entre os anos de 2009 e 2015.

Gráfico 1: Evolução Resíduos Sólidos Urbanos - Total Coletado (toneladas)

Fonte: SEMSE/PMV. Março de 2016

Conforme se verifica no gráfico 1, nota-se que há tendência de crescimento

nos quantitativos RSU ano a ano, com exceção do ano de 2015 quando houve

redução. É possível verificar que a coleta aumentou de 113 mil toneladas em 2009

para 132 mil toneladas em 2014, o que representa um crescimento médio próximo

de 16,8%. Cabe ressaltar que o ano de 2015 houve uma redução representativa no

quantitativo de resíduos sólidos (5%).

5 RSU englobam os resíduos domiciliares, de varrição pública, limpeza de logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana, conforme estabelecido na Lei Federal n° 12.305/2010. Estando incluso também os resíduos sólidos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços que, em função de sua natureza, composição e volume, podem ser equiparados aos resíduos sólidos domiciliares pelo poder público municipal (PMSB, 2015).

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

100.000

105.000

110.000

115.000

120.000

125.000

130.000

135.000

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31

Em relação à evolução dos quantitativos de Resíduos Inertes6 coletados pelo

serviço de limpeza urbana é apresentado no gráfico a seguir.

Gráfico 2: Resíduos Inertes - Total coletado (toneladas)

Fonte: SEMSE/PMV. Fevereiro de 2016

Os dados do gráfico 2 para os Resíduos Inertes, entre 2009 e 2015, nota-se

que não há tendência bem definida de aumento ou decréscimo, embora os

quantitativos coletados tenham reduzido em 2015. Foram coletados mais de 86 mil

toneladas em 2009 e 47.512 mil toneladas em 2015. Foram coletados em média 176

mil toneladas por mês de Resíduos Inertes em 2009 e 3.959 mil toneladas no ano de

2015.

O gráfico 3, apresenta a evolução do quantitativo de coleta seletiva7 no

período de 2009 a 2015.

6A denominação “Resíduos Inertes” adotada pela SEMSE não se refere a resíduos Classe IIB (Inertes) de

fato, como estabelece a NBR 10.004:2004 – “Resíduos Sólidos – Classificação”. São gerenciados como Resíduos Inertes em Vitória os Resíduos da Construção Civil – RCC de pequenos gerados (RCC públicos) e os Resíduos Sólidos Volumosos – RSV, que são compostos por podas de árvores, móveis e eletrodomésticos usados. Nesse sentido, uma fração significativa dos resíduos sólidos gerenciados como Resíduos Inertes pelo município são de fato “Resíduos Classe II A ( Não Inertes) de acordo com a NBR 10.004 (PMSB, 2015). 7Os resíduos sólidos do serviço de coleta seletiva municipal são compostos pelos materiais recicláveis

segregados pelos geradores em residências, condomínios, estabelecimentos comerciais e prestadores de

serviços (PMSB, 2015).

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

0

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000

60.000

70.000

80.000

90.000

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32

Gráfico 3: Coleta seletiva (toneladas) ano

Fonte: SEMSE/PMV. Fevereiro de 2016

Os dados do gráfico 3 para os Resíduos de Coleta Seletiva, entre 2009 e 2015,

nota-se que não há tendência bem definida de aumento, exceção feita ao ano de 2012

e 2014. Foram coletados 1.280 mil toneladas em 2009 e 2.424 mil toneladas em

2015. Se fizermos uma média mensal podemos verificar que a coleta seletiva passou

de 106 toneladas em 2009 para 202 toneladas mensalmente no ano de 2015.

Nesse cenário, é importante compreender que as formas de cobrança dos

serviços relacionados a sistemas de limpeza urbana nem sempre guardam

proporcionalidade com o custo dos serviços prestados, muito menos asseguram o

atendimento de um planejamento econômico que permita estabelecer reservas

adequadas às necessidades contínuas de ampliações dos serviços, contratações,

renovações de equipamentos, de frota de veículos e conservação de bens

patrimoniais.

Segundo o Plano Municipal de Coleta Seletiva (PMCS,2016), no município de

Vitória a principal fonte de receitas para o custeio dos serviços de limpeza urbano é

a taxa de coleta de resíduos sólidos, cobrada junto ao boleto do IPTU. A Taxa de

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

0 500 1.000 1.500 2.000 2.500 3.000

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33

Coleta de Resíduos Sólidos (TCRS), instituída pela Lei Municipal n° 5.814/2002,

abrange os seguintes serviços: coleta, remoção, transbordo e transporte de resíduos

sólidos domiciliares (até 40 litros por dia) e de resíduos sólidos de prestação de

serviços e comerciais (até 200 litros por dia), ficando o remanescente sob

responsabilidade do contribuinte. Também estão inclusos o tratamento e a

destinação final dos resíduos citados.

A TCRS é calculada pela multiplicação do Valor Unitário de Referência (VUR)

pelo Fator de Localização (FLOC) e pelo Fator de Porte (FPORTE). Os valores dos

fatores Floc e Fporte são definidos em quadros na Lei n° 5.814/2001. O VUR é

calculado rateando-se o custo total dos serviços pelo número de cadastros

tributáveis (unidades autônomas), considerando-se os pesos relativos aos fatores da

fórmula. O VUR é atualizado anualmente e publicado pelo Chefe do Poder Executivo.

O fator FLOC é definido em função do bairro em que o imóvel se localiza. Já o fator

Fporte é definido em função do potencial de produção de resíduos sólidos, de acordo

com faixa de áreas edificada e características dos resíduos produzidos, dadas pelo

imóvel (residência, comercial, industrial, etc) (PMCS, 2016).

Cabe destacar, que no ano de 2015 foram arrecadados por meio da taxa de

coleta de resíduos o montante de R$ 27.631.516,00. De acordo com o estudo

referenciado, foram empenhados R$ 79.084.223,56 para operação dos serviços e

limpeza urbana. Torna-se necessário ressaltar que os valores arrecadados não são

suficientes para custear os serviços realizados, já que as taxas de coleta de resíduos

sólidos representam em torno de 34% do total de despesas com os serviços. (PMCS,

2016).

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34

As projeções de evolução da população do município de Vitória elaborada

pelo PMCS (2016) apontam para um crescimento de 121.515 de habitantes de 2016

a 2036, quando o município chegaria a 485.771 mil habitantes. Esse estudo ainda

traz dados de grande relevância para o planejamento futuro das políticas públicas

de resíduos sólidos à medida que compõe a estrutura etária da população no

município.

O custo atual da operação da unidade de transbordo, incluindo o transporte

e é a tarifa de disposição final em aterro sanitário de resíduos sólidos urbanos,

apresenta-se disponível para comparação tabela 3.

Tabela 3: Valores unitários por serviço de limpeza urbano executado

ITEM

VALOR UNITÁRIO ($)

2013 2014 2015

Coleta 123,51(ton) 124,59 (ton) 142,59 (ton)

Transporte até o destino final 1,05 (ton/km) 22,88 (ton/km) 22,88 (ton/km)

Aterro Sanitário 57,19 (ton) 57,00 (ton) 57,00 (ton)

Fonte: PMV/SEMSE

Na análise da tabela referente aos valores praticados pelas contratadas para

prestar os serviços no município, podemos perceber que não houve variações

significativas nos itens coleta e aterro sanitário entre o período de 2013 e 2015.

Contudo, verifica-se um aumento extremamente considerável para o serviço de

transporte do RSU da área de transbordo até o aterro sanitário quando

compararmos o ano 2013 ao período de 2014/2015.

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35

Gráfico 4: Valores unitários por serviço de limpeza urbana executados

Verificando as despesas no ano de 2015 fornecidas pela SEMSE, é importante

também destacar a despesa que o município teve com os resíduos de saúde e inertes

no ano de 2015, conforme pode ser verificado na tabela abaixo.

Tabela 4 Valores unitários por resíduos de saúde e inertes executado no ano de 2015

ITEM

VALOR UNITÁRIO ($)

Serviços de Saúde Resíduos Inertes

Coleta 540,39(ton) 65,63 (ton)

Transporte até o destino final 52,00 (ton/km) 26,00 (ton/km)

Aterro Sanitário 1.795,00 (ton) 16,00 (ton)

Fonte: SEMSE/PMV. Fevereiro de 2016

Coleta Trasnporte até o destino final Aterro Sanitário0

20

40

60

80

100

120

140

160

2013

2014

2015

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36

2.3.1.2 Coleta seletiva

A coleta seletiva foi definida na Lei Federal nº 12.305/2010, que instituiu a

Política Nacional de Resíduos Sólidos, como a coleta de resíduos sólidos

previamente separados de acordo com sua constituição e composição, devendo ser

implementada pelos municípios como forma de encaminhar as ações destinadas ao

atendimento do princípio da hierarquia na gestão de resíduos sólidos, dentre as

quais se inclui a reciclagem.

O programa de coleta seletiva do município de Vitória teve início em 1998

com a implantação de Postos de Entrega Voluntária (PEVs). No ano de 2002 o projeto

foi reformulado e ampliado, inclusive com a implantação do projeto piloto de coleta

seletiva porta a porta. Cabe destacar que a partir do ano de 2007 todo material

coletado passou a ser destinado para duas associações de catadores existentes no

município, a Associação de Catadores de Materiais Recicláveis (ASCAMARE) e a

Associação de Catadores de Materiais Recicláveis da Ilha de Vitória (AMARIV).

Em agosto de 2007, foi realizado mais uma alteração do projeto, agora com a

reformulação da modalidade (PEVs) antiga, sendo implantados novos modelos de

coletores PEVs de praça e armações metálicas com bags.

A prefeitura de Vitória, juntamente com outros municípios, assinou um

Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público para expansão

dos postos de coletas nos bairros até 2016. A ideia inicial era aumentar o percentual

de material reciclável recolhido do montante total de resíduos recolhidos no

município de Vitória para 30%, contudo um dos problemas apontados é que as

associações existentes não conseguem atender a essa demanda.

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37

Atualmente a Coleta Seletiva em Vitória recolhe em média 184 toneladas por

mês de resíduos segregados na fonte. Desse total, 115 toneladas em média são

processadas pelas duas associações. O restante, em torno de 70 toneladas, é

armazenado na UTV, ou seja, em torno de 38% de todo material recolhido pela coleta

seletiva municipal não é processado pelos catadores devido às limitações

operacionais das associações (Plano Municipal de Saneamento Básico de Vitória,

2015).

Os rejeitos da segregação pelos catadores, compostos por resíduos sólidos

não recicláveis ou sem valor comercial, são armazenados nos galpões das

associações em caixas estacionárias, as quais são coletadas pela empresa de limpeza

urbana para pesagem e transbordo na UTV, para destinação final em aterro sanitário.

A porcentagem de rejeitos entre os materiais coletados é significativa podendo

chegar a 30% do total. Nos galpões de armazenamento temporário de resíduos

recicláveis da UTV também se realiza triagem de rejeitos, sendo estes passados e

destinados em aterro sanitário.

Segundo o Plano Municipal de Saneamento Básico (2015), o sistema de coleta

seletiva implantado no município não abrange toda sua população, sendo que o total

de resíduos sólidos recicláveis recolhidos pelo sistema representa menos de 2% do

total de resíduos sólidos urbanos coletados. O quadro abaixo ilustra a quantidade

destinada para as associações no período de 2013 a 2015.

Tabela 5: Quantidade coleta e destinada às associações

ASSOCIAÇÃO

QUANTIDADE/TONELADAS

2013 2014 2015

ASCAMARE

*1.908,23

687,16 665,46

AMARIV 828,07 876,23

ACAMARP - 93,65 27,2

RECUPERLIXO - 3,23

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ABRASOL - - 3,4

FLEXIVIDA - - 6,89

ASCAMAVI - - 9,61

Total destinado às Associações 1.908,23 1.612,11 1.588,76

Total Coletado 2.208,80 2.172,50 2.424,10

Fonte: SEMSE/PMV. Fevereiro de 2016

Em relação à tabela 5 é possível constatar que do total coletado ainda resta

uma grande parte que é armazenada na UTV, já que as Associações não conseguem

processar todo o material devido a limitações operacionais. No município de Vitória

ainda são poucas as organizações de catadores, comparativamente com o

quantitativo de resíduos secos gerado pela cidade e com o número de trabalhadores

que atuam na coleta destes resíduos.

No ano de 2015, foi recolhido 2.424,10 toneladas, em torno de 52,57% do

total de material recolhido pela coleta seletiva municipal não foi processado pelas

associações.

Gráfico 5: Material recolhido x processado pelas Associações

Fonte: SEMSE/PMV. Fevereiro de 2016

Coletado Processados pela Associações

0,00

1.000,00

2.000,00

3.000,00

4.000,00

5.000,00

6.000,00

7.000,00

8.000,00

2015

2014

2013

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39

A Lei Municipal n° 8.350/2012 obriga o município a comercializar o

excedente à capacidade de processamento das associações de catadores, via

procedimento licitatório. Os recursos assim levantados devem ser destinados ao

Fundo Municipal de Meio Ambiente (FUNDAMBIENTAL) e não podem ser utilizados

para custeio das despesas correntes de responsabilidade do município de Vitória,

conforme a Lei Municipal n° 7.876/2010 (Art. 9°) que institui o FUNDOAMBIENTAL.

Os profissionais que trabalham em cooperativas de reciclagem ou na coleta

de RCS devem estar atentos aos Equipamentos de Proteção Individuais (EPI), sendo

obrigatório o uso de equipamentos compatíveis com as normas técnicas, ambientais

e de saúde pública, protegendo os trabalhadores de várias maneiras, contra

acidentes e contra doenças. Sendo assim, os EPIs são equipamentos fundamentais

nos processos de reciclagem, tanto para os catadores quanto para as pessoas que

trabalham separando os materiais no setor de triagem. Portanto atenção especial

deverá ser dada disponibilização e à cobrança da utilização dos EPIs pelos

trabalhadores. Na verificação in loco realizada pela equipe de fiscalização da Câmara

Municipal de Vitória, identificou-se a existência de alguns cooperados manuseando

o material da coleta seletivo sem nenhum tipo de proteção.

Constatou-se também que as organizações de catadores presentes no

município carecem de mais apoio institucional, a fim de realizarem com

independência as suas atividades. Nesse contexto, é indispensável a concretização

de medidas que promovam o fortalecimento institucionais das organizações de

catadores. É importante que o município ofereça apoio institucional para formação

de outras cooperativas, principalmente no que tange à cessão de espaço físico,

assistência jurídicas e administrativa para legalização e, como já dito acima,

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40

fornecimento de alguns equipamentos básicos, tais como prensas enfardadeiras,

carrinhos, etc.

Poderão também ser celebrados contratos, convênios ou outros

instrumentos de colaboração juntamente com pessoas jurídicas de direito públicos

ou privados, que atuem na criação e desenvolvimentos de cooperativas, ou de outras

formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis, desde que

seja observada a legislação vigentes. Sendo assim, organizações de catadores,

iniciativa privada e Poder Público poderiam estabelecer metas contínuas de

eficiência e eficácia voltadas para o fortalecimento institucional das primeiras, ou

seja, metas (quantitativas e qualitativas) a serem alcançadas. Para tanto, a iniciativa

privada, notadamente as universidades, as associações de classes, os sindicatos, etc.,

poderiam ofertar cursos de alfabetização, de capacitação de pessoas e, ainda,

motivacional, assim como prestação gratuita de serviços, inclusive jurídicos e de

gestão administrativa, restando ao Poder Público a supervisão de todas as relações

e atividades travadas entre a iniciativa privada e a organização.

Desta forma, pode-se inferir a necessidade de fomentar e ampliar o apoio do

poder público aos catadores e cooperativas, seja na forma de campanhas educativas,

de infraestrutura, transcendendo a ideia de mera política assistencial, propiciando o

reconhecimento e importância da atividade para o gerenciamento dos resíduos

sólidos.

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41

2.3.1.3 Compostagem de resíduos sólidos na UTV

A compostagem vem sendo definida como um processo aeróbico controlado,

desenvolvido por uma colônia mista de microrganismos, efetuada em duas fases

distintas: a primeira, quando ocorrem as reações bioquímicas de oxidação mais

intensas predominantemente termofílicas; a segunda, ou fase de maturação, quando

ocorre o processo de humificação. (PEREIRA NETO, 1996). O composto orgânico

resultante desse processo pode ser aplicado no solo para melhorar suas

características, sem risco ao ambiente.

Cabe salientar que não existe no município uma Central de Compostagem,

conforme prevê a Lei n° 12.305/2010, no artigo 36, parágrafo V. De acordo com a

supracitada lei o município deve implantar um sistema de compostagem para

resíduos sólidos orgânicos e articular com os agentes econômicos e sociais formas

de utilização do composto produzido. Atualmente, a fração orgânica do lixo coletado

é toda destinada a Unidade de Transbordo Municipal devido a inexistência de área

de compostagem, indicando possível desconformidade com a Lei Federal

12.305/2010 que institui a Política Nacional dos Resíduos Sólidos, na qual prevê a

implantação do processo de compostagem e a destinação somente dos rejeitos para

o Aterro Sanitário.

Segundo o Plano Municipal de Saneamento Básico de Vitória (2015), desde

do mês de maio de 2014 a UTV passou a desenvolver um projeto piloto de

compostagem de resíduos sólidos orgânicos de Vitória. O projeto estaria sendo

desenvolvido na área de resíduos inertes. Sendo utilizado para compostagem

resíduos sólidos orgânicos provenientes de feiras livres de Vitória. As leiras de

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compostagem também são complementadas com resíduos de podas de árvores e de

borra de café. No que se refere a mão-de-obra necessária para os serviços são da

SEMSE, sendo executadas as atividades de peneiramento; montagem, reviramento e

irrigação das leiras de compostagem e ensacamento.

Segundo o oficio n° 05/2016 da SEMSE/GAB foi criado o projeto de

compostagem e foi realizado o projeto piloto com resíduos de feiras livres, porém o

município encontra dificuldade em encontrar áreas adequadas para implantação da

compostagem e recursos financeiro para elaboração do projeto e compra de material

e equipamentos. Contudo, destaca-se que durante a fiscalização in loco não foi

verificado nenhum item relacionado a Central de Compostagem.

Cabe destacar que a prática da compostagem traz consigo alguns benefícios,

como a diminuição dos resíduos enviados para os aterros sanitários. Entretanto, há

também algumas problemáticas, como a emanação de maus odores quando não

realizada de forma adequada e o composto, quando não monitorado da forma

devida.

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43

2.3.1.4. Logística reversa

Em 02 de agosto de 2010 foi promulgada a Lei n° 12.305. Este marco

regulatório representa um grande avanço na área de Resíduos Sólidos. Tem por

princípio a responsabilidade compartilhada entre produção (toda cadeia produtiva),

coleta, destino final e inclusão social dos catadores. Obriga-se o poder público de

todas as esferas da União, a planejar o gerenciamento dos Resíduos Sólidos. Acorda-

se aqui, novos conceitos como "logística reversa", insere-se conceitualmente a

prática dos cinco "Rs" Repensar, Reduzir, Reutilizar, Reciclar e Recusar. A reciclagem

na nova Lei é sinônima de inclusão social, pois prevê a obrigatoriedade da triagem

domiciliar, a coleta seletiva, mecanismos de inserção dos catadores, por meio de

associações, cooperativas.

Dentre os diversos méritos da PNRS, destaca-se a aplicação da logística

reversa, o qual pode ser entendido como um “instrumento de desenvolvimento

econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios

destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor

empresarial, para reaproveitamento , em seus ciclo ou em outros ciclos produtivos,

ou outra destinação final ambientalmente adequada”, sendo presente entre trecho

no cap. II, art. 3° e inciso XII.

Ainda, segundo a lei mencionada acima, os fabricantes, importadores,

distribuidores e comerciantes, assim como os consumidores e titulares dos serviços

públicos de limpeza urbana são igualmente responsáveis por minimizar o volume

de resíduos e rejeitos gerados, bem como reduzir os impactos causados à saúde

humana e à qualidade ambiental. O sistema de logística reversa é mais um

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44

instrumento trazido pela Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos, visando

solucionar a problemática dos resíduos sólidos no país.

Além das embalagens de produtos consumidos e gerados nas residências, há

outros produtos que foram descritos na Lei Federal como sujeitos ao sistema de

logística reversa – lâmpadas, eletroeletrônicos, pneus, pilhas e baterias, óleos

lubrificantes e agrotóxicos. No município de Vitória existem várias iniciativas para

recolhimento de resíduos sujeitos à logística reversa, tais como pilhas, baterias e

pneus.

Os pneus inservíveis recolhidos pela Prefeitura de Vitória são destinados

para um armazém na Unidade de Transbordo. Esse espaço tem capacidade de

armazenar 4 mil pneus por mês, segundo a SEMSE. Esse processo não gera custos

para a Prefeitura, a SEMSE somente cede o espaço para o armazenamento

temporário dos pneus, administra e cuida do processo de coleta dos mesmos. O

material coletado é encaminhado à RECICLANIP, que é responsável por efetuar o

transporte dos pneus inservíveis e dar-lhes destinação ambientalmente adequada.

Pertinente ao incentivo a não geração, redução, reutilização e reciclagem dos

resíduos a prefeitura criou atividades específicas para estimular tais práticas que

são desenvolvidas por um grupo de teatro. A UTV recebeu pneus usados até

setembro de 2013. Porém, tendo em vista as disposições da Lei Federal n°

12.305/2010 e a Resolução CONAMA 416/2009, o Ministério Público do Estado do

Espírito Santo (MPES) proibiu, a partir de outubro de 2013, que a SEMSE

continuasse a coletar e receber pneus usados na UTV. Embora haja a proibição do

MPES, de acordo com a SEMSE, ainda há disposição inadequada desse item nas vias

públicas do município, sendo necessária à coleta dos mesmos para manter a limpeza

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da cidade. Essa situação mostra a deficiência na orientação e fiscalização dos

munícipes e importadores, distribuidores e comerciantes de pneus, que são

obrigados por lei a recebê-los e destiná-los corretamente (Plano Municipal de

Saneamento Básico de Vitória, 2015).

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3 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO DO TRANSBORDO DE RESÍDUOS

SÓLIDOS URBANOS

A sistematização dos dados e informações coletadas serão avaliados

individualmente e em conjunto, a fim de se obter um retrato mais detalhado dos

eventuais problemas existentes, aprimorando as informações qualitativas obtidas. O

objetivo é determinar as condições de estrutura física, operação e identificar os

problemas existentes, suas causas, gravidade e extensão.

Conforme a Lei Federal n° 12.305/2010, os Resíduos Sólidos Urbanos (RSU)

são aqueles oriundos de domicílios e dos serviços de limpeza urbana. A referida Lei

considera resíduos domiciliares os originários de atividades domésticas em

residências urbanas; e resíduos de limpeza urbana os originários da varrição,

limpeza de logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana.

Para essa análise iremos considerar a instrução normativa IEMA n° 01/2010

que estabelece os procedimentos para o Licenciamento Ambiental de Estações de

Transbordo de Resíduos Sólidos Urbanos situadas no Estado do Espírito Santo que

define no capítulo V, art. 7°, que:

As estações de Transbordo já existentes na data de publicação desta instrução deverão se adequar aos seus termos apresentando ao IEMA, no prazo de 180 dias, relatório de adequação, podendo o IEMA alterar este prazo através de parecer técnico consubstanciado, quando da análise do processo de licenciamento.

Nesse sentido, ressalta-se que o fato da Unidade de Transbordo de Vitória

está em funcionamento antes da instrução normativa, não implica em impeditivo

para a sua adequação a legislação vigente.

No item que trata dos resíduos inertes a Instrução Normativa 01/2010

estabelece no artigo 5°, I que “a estação somente pode receber resíduos sólidos

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urbanos classificados como Classe II – A, conforme a ABNT- NBR 10004/2004. Nesse

sentido, é preciso fazer uma ressalva, pois a denominação de resíduos inertes

utilizada pela SEMSE não se refere a resíduos Classe IIB (inertes), como estabelece

a NBR 10.004:2004 – Resíduos Sólidos - classificação. De acordo com o Plano

Municipal de Saneamento Básico de Vitória-ES (2015), são gerenciados como

resíduos inertes em Vitória os Resíduos da Construção Civil de pequenos geradores

e os Resíduos Sólidos volumosos, que são compostos por podas de árvores, móveis

e eletrodomésticos usados.

Cabe destacar ainda, na verificação in loco realizada pela equipe de

fiscalização da Câmara Municipal de Vitória, foi constatado que havia vários (sem

precisar a quantidade) veículos automotores que teriam sido recolhidos no

município que estavam armazenados na unidade de transbordo. Essa situação está

em desacordo com a legislação vigente.

Figura 8: Veículos armazenados na UTV (1)

Figura 9: Veículos armazenados na UTV (2)

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3.1 Acesso ao transbordo

A Unidade de Transbordo é dotada de guarita e sistema de controle da

movimentação de resíduos sólidos urbanos e de veículos por dia, tudo monitorado

e registrado, conforme figuras a seguir.

Figura 10: Entrada da Unidade de Transbordo

Figura 11: Guarita e sistema de controle de movimentação de resíduos sólidos e de veículos

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Figura 12: Vista frontal da balança rodoviária (pesagem

Figura 13: Área de entrada e saída de veículo na UTV

Figura 14: Balança rodoviária (pesagem) de veículos

Contudo, cabe ressaltar que as vias de acesso não se apresentam em boas

condições. Nesse sentido, torna-se necessária a manutenção de forma a ser capaz de

garantir o acesso dos veículos coletores mesmo em períodos de chuva sem

dificuldades, principalmente na área destinada aos “resíduos inertes” que se

caracteriza por ser uma área aberta, sem piso impermeabilizante.

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Figura 15: Via de acesso principal a Unidade de Transbordo de Vitória

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Figura 16: Vias de acesso interior da UTV

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3.2 Cercamento da UTV

Toda a área objeto desta avaliação encontra-se devidamente cercada, através

de cercas físicas, dotadas de grade, bem como guarita de controle de acesso de

veículos. O cercamento é muito importante, pois evita o acesso de pessoas não

autorizadas e animais aos resíduos temporariamente armazenados. Nesse sentido,

o acesso é restrito ao pessoal envolvido nas operações de coleta e destinação final.

Assim, apenas veículos de coleta de RSU autorizados tem acesso à Unidade de

Transbordo, para garantir que resíduos oriundos de outras fontes (resíduos

industriais, resíduos de serviço de saúde, etc.) não sejam recebidos e

consequentemente venham a ser destinados de maneira inapropriada.

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53

3.3 Impermeabilização do piso

O piso na área de descarga deve ser de concreto com resistência suficiente

para suportar o peso bruto total dos veículos coletores carregados com resíduos,

contudo se observou que o piso da plataforma de resíduos úmidos necessita de

reparos (figura 17). Não obtivemos especificações técnicas sobre o detalhamento da

cobertura e do sistema de impermeabilização dos pátios de descarregamento e

armazenamento temporário de resíduos sólidos urbanos, somente foi informado

através do ofício n° 45/2016-SEMSE/GAB que os detalhamentos se encontram

previstos no novo projeto com todas as informações, mas não foi especificado nada

a respeito da condição atual desse item.

Figura 17: Piso da plataforma de resíduos úmidos

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3.4 Sistema de drenagem e captação de chorume

A superfície do piso deve ser impermeável, sem falhas ou emendas, em

concreto, com inclinação em direção à extremidade onde se localiza a caixa de

armazenamento de chorume. Em relação ao chorume, o líquido drenado pelas

canaletas será conduzido por gravidade para a caixa de coleta de chorume. A caixa

deve ser, em concreto, projetada para acumular o chorume gerado em um período

de tempo no mínimo equivalente ao intervalo entre duas viagens à usina, contudo

foi informado na verificação in loco que a coleta é realizada semanalmente.

Deve ser prevista rotina de inspeção da caixa de coleta de chorume. O

chorume acumulado na caixa deve ser transferido para o caminhão no momento da

partida do veículo de transporte para a destinação final e tratamento. Segundo a

SEMSE todo chorume gerado é drenado e direcionado para a caixa de

armazenamento totalmente impermeabilizada, sendo o chorume posteriormente

destinado para tratamento na empresa Marca Ambiental. Não obtivemos

especificações técnicas sobre o detalhamento e impermeabilização do coletor de

chorume da UTV, apenas foi informado através do ofício n° 45/2016-SEMSE/GAB

que os detalhamentos da caixa de chorume e de sua impermeabilização encontram-

se prevista no novo projeto com todas as informações, contudo não foi detalhado a

condição atual da caixa de armazenamento de chorume.

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Figura 18: Sistema de drenagem e captação de chorume

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3.5 Veículo de transferência

Os RSU são transbordados para carretas basculantes com capacidade de

armazenamento de 50 toneladas aproximadamente. A superfície metálica das

caçambas deve receber tratamento adequado para minimizar os efeitos corrosivos.

A caçamba deve apresentar estanqueidade, para evitar que os resíduos e o líquido

percolado sejam derramados nas vias, durante o transporte até o aterro sanitário. A

área das caçambas de transferência deverá ser dotada de sistema de drenagem de

líquidos percolados composto por canaletas localizadas no entorno da área, com

declividade acompanhando o caimento do piso, de modo a conduzir os líquidos

drenados até a caixa de coleta de chorume localizada na extremidade do perímetro.

Contudo, não obtivemos informações técnicas detalhadas sobre as frotas de veículos.

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Figura 19: Carreta basculante para transporte de resíduos da UTV até o destino final

Figura 20: Carreta basculante para transporte de resíduos da UTV até o destino final

3.6 Iluminação

A Unidade de Transbordo deve ser concebida com iluminação apropriada

para sua operação no período noturno ou outras ocasiões de luminosidade natural

insuficiente. Devendo dispor de iluminação e energia elétrica, com vistas a permitir

a execução de ações emergenciais, inclusive à noite, além de possibilitar o uso

imediato dos diversos equipamentos. Não tivemos como verificar a avaliação desse

item pois a verificação in loco foi realizada durante o dia. Ademais não obtivemos

informações técnicas detalhadas sobre esse item.

3.7 Plano de contingência e emergência

Em relação ao Plano de contingências e emergencial não obtivemos

detalhamento, apenas foi informado que está previsto no novo projeto da UTV.

Assim, não tivemos com verificar a avaliação desse item pois não obtivemos

informações técnicas detalhadas.

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3.8 Cortina vegetal

Não foi constatada na verificação in loco cortina vegetal que impeça que as

pessoas que trafegam pela rodovia de acesso possam visualizar o interior da área.

Cabe destacar, que a instrução normativa n° 01/2010 dispõem que no artigo V,

parágrafo VII que “ a unidade de transbordo deverá dispor de um renque de

vegetação ao redor de toda sua área, a fim de minimizar o impacto visual causado

pelo empreendimento bem como restringir a dispersão dos resíduos devido à ação

eólica”.

3.9 Resíduos sólidos recicláveis

Em relação aos resíduos sólidos recicláveis a classificação e a seleção são

realizadas por Cooperativas de trabalhadores em resíduos sólidos recicláveis que

mantém convênio com o município. Na verificação in loco foi possível verificar

alguns problemas diagnosticados no sistema de coleta seletiva, principalmente em

relação a separação inadequada dos resíduos recicláveis, pois algumas pessoas

ainda não separam adequadamente o resíduo, colocando no fundo do saco o lixo sujo

e na parte superior do saco o lixo seco, dificultando o trabalho dos cooperados que

segregam o material reciclável. Outra questão refere-se a falta maior conscientização

da população quanto da importância da separação do material reciclável, pois na

Unidade de Transbordo encontra-se muito material reciclável que foi descartado

junto à coleta convencional.

Outro problema identificado é que as associações não conseguem processar

os resíduos recicláveis, sendo que parte fica estocada na área de transbordo. Não

obstante de acordo com a Lei n° 8.350/2012, no artigo 1°, o município fica obrigado

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a comercializar, mediante prévio procedimento licitatório, nos termos da Lei Federal

n° 8.666, de 21 de junho de 1993, os resíduos sólidos urbanos reutilizáveis ou

recicláveis, quando as associações e cooperativas de catadores de material reciclável

não possuírem capacidade operacional para realizar o gerenciamento dos resíduos

sólidos recolhidos na coleta seletiva realizada pela administração pública.

Outra problemática diz respeito aos rejeitos da segregação pelos catadores,

compostos por resíduos sólidos não recicláveis ou sem valor comercial, são

armazenados nos galpões das associações em caixas estacionarias, as quais são

coletadas pela empresa de limpeza urbana para pesagem e transbordo na UTV, para

destinação final em aterro sanitário. A porcentagem de rejeitos entre os materiais

coletados é significativa, podendo chegar a 30% do total. Nos galpões de

armazenamento temporário de resíduos recicláveis da UTV também se realiza

triagem de rejeitos, sendo estes pesados e destinados em aterro sanitário (Plano

Municipal Básico de Saneamento de Vitória, 2015).

Figura 21: Armazenamento de resíduos sólidos recicláveis na UTV

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Figura 22: Veículo da Cooperativa realizando transporte do material reciclável

Figura 23: Galpão de resíduos recicláveis

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3.10 Museu do Lixo

No item referente ao Museu do Lixo, a SEMSE informou que esse espaço

foi criado antes de 2006, quando estava em funcionamento a Usina de Lixo, com

a reforma e transformação em Unidade de Transbordo as visitas ao Museu do

Lixo foram suspensas até que o novo projeto seja construído. Cabe esclarecer que

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62

na verificação in loco não foi encontrado esse item e também não foi estabelecido

prazo para a construção da nova unidade de transbordo.

3.11 Plano de gestão integrada de resíduos sólidos

O Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos - PGIRS - é um dos mais

importantes instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, definida pela lei

n° 12.305/2010. Estabelece, para todos os atores envolvidos com os resíduos sólidos

(produtores de mercadorias que geram resíduos nas fases de produção, consumo e

pós-consumo, comerciantes, distribuidores, importadores, prestadores de serviço

público ou privado de manejo de resíduos sólidos e consumidores), a partir da

situação atual da gestão dos resíduos sólidos, como se pretende atuar para atingir,

em determinado período temporal, os objetivos da Política.

O município de Vitória não dispõe de plano específico de gestão integrada de

resíduos sólidos que defina as políticas estratégicas que visem reduzir e/ou eliminar

os resíduos, bem como um melhor acompanhamento do ciclo produtivo dos

mesmos. Segundo Ofício n° 45/2016 da SEMSE, o plano de gestão integrada de

resíduos foi elaborado em conjunto com o Plano de Saneamento Básico e encontra-

se concluído (em análise na Câmara Municipal de Vitória). Segundo a Secretaria de

Serviços do município de Vitória (SEMSE) não existe formação de consórcio

municipal entre a PMV e os demais municípios da Região Metropolitana da Grande

Vitória. Todos os custos gerados com a coleta, o transporte e a destinação final dos

resíduos sólidos da cidade são pagos integralmente com recursos do município.

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3.12 Projeto de Construção e reforma da nova unidade de transbordo

Em relação ao projeto de construção da nova unidade de transbordo a

Prefeitura de Vitória informou através do ofício n° 45/2016 que o projeto está

pronto e em fase de captação de recursos para a execução da obra. A Secretaria

Municipal de Serviços está aguardando a liberação pelos órgãos do Governo Federal

das possíveis linhas de financiamento para essa finalidade. Além disso, a SEMSE

informou que o município está buscando alternativas para captação de recursos,

junto aos órgãos financiadores internacionais com a obtenção de um empréstimo

financeiro para custear a implantação do projeto que informou que está

desenvolvendo um projeto para reforma e ampliação da UTV.

O projeto contempla a construção de um novo local para transbordo de

RSU e para Resíduos Inertes. Também serão reformados os galpões onde são

realizados o transbordo de RSU e o armazenamento temporário dos resíduos

recicláveis. Os galpões de transbordo de RSU e de resíduos inertes a serem

construídos serão fechados e possuirão sistema de exaustão forçada, reduzindo os

incômodos locais com odores e ruídos. Além disso, de forma a reduzir os incômodos

gerados pela operação da unidade, os galpões serão construídos em local na UTV

mais afastado em relação às residências do entorno. No que se refere a coleta seletiva

e processamento de matérias recicláveis, o projeto contempla a instalação de

equipamentos de triagem, com a finalidade de realocar as atividades das duas

associações de catadores de materiais recicláveis de Vitória, aumentando sua

capacidade de processamento para cerca de mil toneladas por mês. O projeto prevê

a instalação de equipamentos e esteiras de separação em ambiente provido de

sistema de exaustão forçada por ventiladores, proporcionando condições adequadas

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de trabalho para os catadores. Está prevista a construção de uma unidade de apoio

para os catadores de materiais recicláveis, com escritórios administrativos,

refeitório, sala de aula e vestiário (Plano Municipal de Saneamento Básico de Vitória,

2015).

Cabe destacar, que não há data prevista para as reformas e ampliações.

Nesse sentido, é preciso criar medidas mitigadoras para melhorar a situação da

comunidade do entorno da UTV e se adequar a legislação vigente.

3.14 Destinação de resíduos inertes e resíduos de construção

No que tange a destinação final de resíduos inertes e Resíduos de

Construção Civil (RCC) públicos de Vitória, análise apriorística, permite-nos concluir,

que está em desacordo com a PNRS (Lei Federal n° 12.305/2010), tendo em vista

que segundo a legislação federal só devem ser aterrados rejeitos. Além disso, não é

ambientalmente adequado dispor em aterro para RCC materiais com caraterísticas

físico-químicas tais que possam vir a contaminar o solo e o lençol freático. Nesse

sentido, os Resíduos Inertes e RCC públicos gerenciados pela SEMSE são bastante

heterogêneos, e não é realizada a segregação adequada dos mesmos antes da

destinação final (Plano Municipal de Saneamento Básico de Vitória, 2015).

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Figura 24: Área de resíduos inertes da UTV

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3.15 Drenagem Pluvial

A área da unidade de transbordo conta com sistema de drenagem de águas

pluviais. A drenagem é executada com canaletas de concreto, dimensionadas em

função da intensidade pluviométrica da região. Não temos com avaliar

detalhadamente esse item pois não obtivemos informações técnicas.

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Figura 25: Sistema de drenagem pluvial

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68

3.16 Controle de vetores e aves

Nesse item foi informado pela SEMSE que o Centro de Controle de Zoonoses

faz um trabalho de controle periódico de ratos e mosquitos, quanto às aves, a

Unidade de Transbordo realiza o monitoramento dos resíduos acumulados para

reduzir a atração das aves e também controle. Contudo, durante a verificação in loco,

foi possível perceber uma grande quantidade de aves no local.

Figura 26: Urubus na área da UTV

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3.17 Operação da Unidade de Transbordo e a comunidade do entorno

3.17.1. Breve contexto histórico

A história de fundação do bairro resistência está intimamente ligada à

história da Grande São Pedro (São Pedro I, II, III, IV, V, VI). Quando essa região

começou a ser ocupada pelos migrantes que vieram em busca de trabalho, por volta

da década de 1970, a igreja católica prestava auxílio às famílias e dividiu a região

entre suas Comunidades de Base (FREIRE, 2014). Segundo Freire (2014), os bairros,

foram sendo denominadas com nomes religiosos, e depois com outros nomes

relacionados às lutas pela moradia, a exemplo do Bairro Conquista, Nova Palestina,

Resistência, etc., os quais emergiram de aterros de lixo e barro, consolidando-se,

depois, como solo urbano definitivo.

Não obstante a área transformou-se em grande depósito de lixo urbano a céu

aberto e passou a atrair ainda mais pessoas em busca de moradia. Esse processo de

migração para a região ocorreu de forma muito acelerada, uma vez que a atração não

era tão somente por moradia, mas por fonte de renda advindas das toneladas de lixo

despejadas por dia nos lixões. Freire (2014) citando o relatório da Prefeitura

Municipal de Vitória identifica que já em 1983 houve uma saturação populacional

nos bairros e a paisagem se alterou profundamente, sendo o verde da vegetação de

manguezal substituído pelas cores dos barracos sobre as palafitas, o lixo e a lama.

Nesta época algumas ruas já estavam aterradas, mas é somente em 1986 que se

inicia o aterro (técnico) em uma porção significativa da região.

As transformações no espaço continuam e ao final da década de 1980

ocupações populares a noroeste da Ilha continuam invadindo o manguezal,

atingindo uma extensão de aproximadamente 5km² e configurando novas áreas para

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intervenções com aterro. Nesse contexto, surge o bairro Resistência, o que contribui

para um aumento das transformações paisagísticas que a porção noroeste da cidade

sofreu com as ocupações e posteriores aterros (FREIRE, 2014).

Tomando por base está tessitura introdutória é possível compreender que a

população está sob a influência de diversificados fatores que contribuem para

compreender a forma de ocupar e utilizar o território. Assim, torna-se necessário

entender os processos sócio espaciais que deram a forma e o conteúdo àquela

paisagem, caracterizando como um processo dinâmico de transformação.

3.17.2 Caracterização geral do bairro

O bairro Resistência se localiza na região da Grande São Pedro. Possui uma

área de 553.031 m² e uma população de 6.620 habitantes, conforme o censo 2010.

Cabe destacar que a População masculina, representa 3.194 habitantes, e a

população feminina, 3.426 habitantes, conforme gráfico abaixo,

Fonte: IBGE, 2010.

De acordo com o gráfico acima é possível verificar que há mais mulheres do

que homens. Sendo a população composta de 51.75% de mulheres e 48.25% de

Homens Mulheres

3050

3100

3150

3200

3250

3300

3350

3400

3450

Gráfico 6: População Masculina versus Feminina

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homens. No que se refere a faixa etária, agrupando em grupos de 0 a 4 anos, 0 a 14

anos, 15 a 64 anos e 65 anos e +, é possível perceber que a maior parte da população

(68.8%) se concentra na faixa etária entre 15 a 64 anos, conforme tabela 6.

Tabela 6: Faixa etária por grupo

FAIXA ETÁRIA POPULAÇÃO PORCENTAGEM

0 a 4 anos 569 8.6%

0 a 14 anos 1794 27.1%

15 a 64 anos 4555 68.8%

65 anos e + 271 4.1%

Fonte: IBGE, 2010

3.17.3 Contextualização

De um modo geral, com o aumento do número de habitantes do município de

Vitória aumentam também os conflitos ambientais e a resistências da população em

aceitar a implantação de empreendimento desse tipo, próximo as suas residências.

Como já descrito ao longo do texto a Unidade de Transbordo de Vitória está

localizada numa área cercada por residências e próximo a área de manguezal.

A UTV tem sido alvo de inúmeros questionamentos por parte da população

do entorno. Não há dúvida que essa problemática precisa ser equacionada, e para

isso torna-se necessário desenvolver mecanismo que visem promover um melhor

entendimento com a comunidade que está vinculada diretamente as atividades

desenvolvidas da UTV.

No que se refere aos possíveis impactos em relação a população do entorno,

não há dúvida que se torna necessário desenvolver estudos e/ou pesquisa sobre o

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incômodo dessas atividades, bem como os possíveis impactos incidentes nessa

população.

Nesse sentido, no tocante a educação ambiental, é importante registrar que

toda a ponderação sobre o empreendimento deve contemplar um amplo e ousado

programa de educação ambiental, levando-se em consideração toda municipalidade,

principalmente a população diretamente afetada devido à proximidade com a UTV,

haja vista as características do empreendimento.

Nesse contexto, torna-se necessário realizar um diagnóstico, com ênfase nos

aspectos socioeconômicos, referente aos impactos nas associações de material

reciclável e na população do entorno da UTV, com proposição de medidas para

inseri-los na logística de coleta e/ou mitigar ou minimizar todos os possíveis

impactos negativos incidentes sobre a população.

Cabe destacar que a antiga Usina de Lixo de Vitória iniciou suas operações em

1991 e até 1996 o rejeito gerado no processo de triagem e separação do lixo

doméstico era depositado e compactado em área interna da Usina. Nesse sentido,

torna-se primordial implantar uma rede de monitoramento, contemplando uma

base de dados que permita comparação futuras, bem como avaliar a necessidade de

intervenção nessa área, já que o não monitoramento adequado de área pode gerar

inúmeros problemas socioambientais.

Dessa forma, é preciso se atentar para possíveis problemas no tratamento de

lixiviados e gases provenientes da decomposição dos resíduos, tendo em vista a

preocupação se houve naquele momento observância de requisitos técnicos de

forma que não houvesse a possibilidade de fuga e percolação de contaminantes pela

camada de base do aterro, consequentemente contaminando um corpo d’água

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próximo, o solo e as águas subterrâneas do entorno desta área. Nesse contexto,

torna-se importante ressaltar a necessidade de estudos (caso não tenha sido feito),

e também a necessidade de realizar análises físico-químicas em amostras do solo e

da água subterrânea, da área da antiga Usina de Lixo de Vitória, para verificar

possível existência de contaminação nestes compartimentos ambientais.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Não obstante, no que concerne ao crescimento caótico das cidades atuais,

especialmente as regiões metropolitanas, um grave problema relaciona-se à falta de

disponibilidade de locais para a adequada disposição do lixo através de técnicas e

metodologia conhecidas, expondo a população metropolitana a situações de risco

socioambiental, além de acirrar conflitos de uso e ocupação do solo em que o

problema da gestão dos resíduos sólidos situa-se, muitas vezes, além dos limites

administrativos dos municípios.

O crescimento cada vez mais acelerado da produção de resíduos sólidos, a

escassez de área para disposição final dos resíduos, aliados à falta de

conscientização das pessoas para com questões ambientais e de saúde pública, torna

a discussão sobre o gerenciamento dos resíduos sólidos de fundamental

importância. Não há dúvida, que a questão financeira ainda representa um entrave

no que diz respeito ao correto manejo dos RSU, seja no tocante à coleta ou à

destinação final. Os recursos financeiros são deveras limitados, portanto, seria

interessante que houvesse a criação e a disponibilização de fundos e linhas de

financiamentos específicos para o custeio dos investimentos necessários. Por parte

dos municípios, uma das medidas possíveis seria a formulação de um sistema

apropriado para a cobrança dos serviços relacionados à gestão dos RSU que tragam

uma sustentabilidade econômica para os mesmos.

A situação dos resíduos sólidos no município de Vitória apresenta várias

evoluções, mas ainda falta, por parte do poder público, principalmente, políticas

públicas que seja mais incisiva em relação a alguns quesitos como a coleta seletiva,

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75

bem como mais incentivos para aqueles que participam da cadeia de reciclagem.

Nesse sentido, torna-se necessário a atuação do poder público de forma mais

incisiva na cadeia de reciclagem, atuando na ampliação dos serviços de coleta

seletiva, na formulação de programas de conscientização ou ainda, criando mais

incentivos à população para separação e entrega dos resíduos recicláveis em locais

pré-determinados.

No diagnóstico realizado, é indispensável a concretização de medidas que

promovam o fortalecimento institucional das Associações de Catadores. Torna-se

necessário celebrar contratos, convênios ou outros instrumentos de colaboração

juntamente com pessoas jurídicas de direito público ou privado, que atuem na

criação e no desenvolvimento de cooperativas, ou de outras formas de associação de

catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis, desde que seja observada a

legislação vigente.

No que se refere a Central de Compostagem, conforme prevê a Lei n°

12.305/2010, no artigo 36, parágrafo V, o município deve implantar um sistema de

compostagem para resíduos sólidos orgânicos e articular com os agentes

econômicos e sociais formas de utilização do composto produzido. Atualmente, a

fração orgânica do lixo coletado é toda destinada à Unidade de Transbordo

Municipal devido a inexistência de área de compostagem, estando em aparente

desconformidade com a Lei Federal 12.305/2010 que institui a Política Nacional dos

Resíduos Sólidos, na qual prevê a implantação do processo de compostagem e a

destinação somente dos rejeitos para o Aterro Sanitário.

Um dos instrumentos da Lei nº 12.305/2010 é a prática da Educação

Ambiental, por meio de programas e ações de educação ambiental que promovam a

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não geração, a redução, a reutilização e a reciclagem de resíduos sólidos, sendo um

requisito mínimo a ser incorporado nos planos de gestão integrada de resíduos

sólidos. Do exposto, é preciso pensar mecanismo para a ampliação e antecipação de

ações de informação e de educação ambiental continuada nas regiões do município

sobre os resíduos sólidos. Promovendo eventos e seminários de troca de

experiências sobre projetos e técnicas de construções sustentáveis para obras

públicas e privadas; promovendo encontros com municípios da Região

Metropolitana para troca de experiências e arranjos regionais de gestão; adequar e

ampliar a capacidade fiscalizatória do Poder Público municipal; criar canal

específico de comunicação comunitária; realizar monitoramento permanente

georeferenciado dos pontos viciados, dentre outras iniciativas.

Para atingir a eficácia dos serviços de limpeza torna-se necessário

implementar de forma concomitantemente ações de educação ambiental e

fiscalização para que desta forma se reduza a quantidade de resíduos a serem

removidos devido à disposição inadequada feita por populares e consequentemente

diminuir também os gastos com serviços de limpeza propriamente ditos. No âmbito

da educação ambiental deve ser trabalhado, sempre que possível, a implementação

dos instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, notadamente em relação

a coleta seletiva e logística reversa, promovendo ampla divulgadas dos locais

destinados a receber os resíduos.

Somente a partir da elaboração de um estudo de caracterização gravimétrica

e caracterização físico-química atual dos resíduos sólidos urbanos gerando no

município de Vitória, será possível estabelecer com segurança critérios, perspectivas

e metas adequadas a serem alcançadas pelo gerenciamento integrado de resíduos

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sólidos. Sendo, portanto necessário a elaboração de um novo estudo de

caracterização gravimétrica, já que o trabalho mais recente de caracterização

gravimétrica de Resíduos Sólidos Domiciliares e Comerciais foi realizado em 2002

por Morigaki (2003) para o Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental

da Universidade Federal do Espírito Santo.

No tocante aos possíveis impactos em relação a população do entorno não há

dúvida que se torna necessário desenvolver estudos e/ou pesquisa sobre o

incômodo da população do entorno com as atividades de UTV, bem como os

possíveis impactos incidentes nessa população buscando formas de minimizar essa

situação de forma imediata.

Ainda nesse ponto, cabe destacar que a antiga Usina de Lixo de Vitória iniciou

suas operações em 1991 e até 1996 o rejeito gerado no processo de triagem e

separação do lixo doméstico era depositado e compactado em área interna da Usina.

Nesse sentido, torna-se primordial implantar uma rede de monitoramento,

contemplando uma base de dados que permita comparação futuras, bem como

avaliar a necessidade de intervenção nessa área, já que o não monitoramento

adequado de área pode gerar inúmeros problemas socioambientais.

Outro aspecto importante a ser demonstrado é o fato de que com o decorrer

do tempo, a área do transbordo sofre com deteriorações, seja por motivos

operacionais ou por motivos de chuvas e ventos fortes que possam causar algum

impacto, implicando na necessidade de manutenção preventiva e corretiva no local,

já que o empreendimento precisa estar de acordo com a legislação vigente que trata

da matéria. Assim, o fato da PMV informar que há um projeto em curso para a

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reforma e melhoria da área é de grande importância e, deve ser acompanhando,

sobretudo com bastante atenção.

Nesse sentido, não há óbice para que a PMV desenvolva medidas paliativas e

mitigadoras de forma a equacionar os pontos aqui abordados no relatório. Cabe

esclarecer, que conquanto a SEMMAM tenha exarado parecer técnico n° 080/2014

registrando que as atividades da UTV estariam de acordo com as leis e regulamentos

do município, não impossibilita que eventualmente, sobretudo no exercício do poder

de fiscalização, que o poder legislativo municipal, manifeste-se acerca de

determinados pontos, sempre que entender necessário para a regularidade do

serviço público prestado.

Destaca-se que em relação ao projeto de construção da nova unidade de

transbordo a Prefeitura de Vitória informou através do oficio n° 45/2016 que o

projeto está pronto e em fase de captação de recursos para a execução da obra,

contudo não estipulou nenhum cronograma com previsão de início das obras.

A questão a ser refletida, no município, é da contribuição ambiental de cada

cidadão para uma gestão sustentável de resíduos, começando pelo correto manejo

dos resíduos. Essa contribuição, no que diz respeito aos resíduos domiciliares se

expressará das seguintes formas principais: com a máxima retenção possível de

resíduos orgânicos para compostagem in situ com a correta separação e disposição

para coleta dos resíduos secos recicláveis; entrega de resíduos da logística reversa

em pontos de entrega definidos pela cadeia produtiva; e entrega de resíduos da

construção civil e volumosos nos pontos previamente definidos.

A adoção dessas práticas pelos munícipes proporcionará redução gradativa

e consistente dos custos realizados atualmente, constituindo-se numa contribuição

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para a liberação de parcelas do orçamento municipal que poderão ser utilizadas em

outras áreas. Por outro lado, a adesão à coleta seletiva de resíduos secos ensejará a

ampliação dos recursos na logística reversa e inclusão de catadores, formado com a

venda dos materiais segregados e processados em unidades de triagem.

A aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos pela Lei Federal nº

12.305/2010 ampliou de maneira significativa o elenco de atores e de ações que

envolvem o manejo adequado de resíduos. Consagrou o conceito da

responsabilidade compartilhada envolvendo toda a sociedade e aumentou bastante

o papel de coordenação do setor público, em especial na esfera municipal de

governo, que é a responsável pela provisão dos serviços.

Constata-se, assim, por fim, que a condução da política para o setor envolve

sobretudo um conjunto de atividades estratégicas, com forte embasamento técnico,

voltadas à promoção de articulações e à adesão dos diversos agentes participantes

da cadeia de responsabilidades no manejo de resíduos.

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