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59 DIREITO TRABALHISTA E SOCIAL Unidade II 5 SEGURIDADE SOCIAL A Constituição Federal, em seu Capítulo II (Brasil, 1988), consagra os Direitos Sociais que pertencem a todos nós, cidadãos. Tais direitos fundamentais são: educação, saúde, trabalho, moradia, lazer, segurança, previdência social, proteção à maternidade e à infância e assistência aos desamparados. No momento em que falta ao indivíduo condições de prover seu sustento ou de sua família, em razão de desemprego, de doença, de invalidez ou de outra causa, ele poderá ser amparado pela seguridade social. 5.1 Definição de Seguridade Social Conforme dispõe o Artigo 194 da Constituição Federal, “a seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinada a assegurar os direitos relativos à Saúde, à Previdência e à Assistência Social” (BRASIL, 1988). Do dispositivo constitucional, podemos depreender que a Seguridade Social é composta pela Previdência Social, Assistência Social e Saúde. Por garantir o mínimo necessário à sobrevivência do indivíduo, a seguridade social se traduz em instrumento de promoção do bem-estar. Acumula, ainda, a função de reduzir as desigualdades sociais causadas pela falta de condições financeiras do indivíduo e de sua família, sendo, por esse motivo, encarada também como instrumento de justiça social. Seguridade social Saúde Assistência social Previdência social Figura 1 Podemos falar em Direito da Seguridade Social, que consiste no conjunto de princípios, regras e instituições destinado a estabelecer um sistema de proteção social aos indivíduos contra contingências que os impeçam de prover suas necessidades pessoais básicas e de suas famílias, integrado por ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, visando a assegurar os direitos relativos à saúde, à assistência social e à previdência social. Será que o Direito da Seguridade Social é autônomo? Para responder à questão, temos duas teorias: • Teoria Monista: alega ser o Direito Social apenas um braço do Direito do Trabalho, ou seja, apenas mais um de seus tópicos.

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Unidade II5 Seguridade Social

A Constituição Federal, em seu Capítulo II (Brasil, 1988), consagra os Direitos Sociais que pertencem a todos nós, cidadãos. Tais direitos fundamentais são: educação, saúde, trabalho, moradia, lazer, segurança, previdência social, proteção à maternidade e à infância e assistência aos desamparados. No momento em que falta ao indivíduo condições de prover seu sustento ou de sua família, em razão de desemprego, de doença, de invalidez ou de outra causa, ele poderá ser amparado pela seguridade social.

5.1 definição de Seguridade Social

Conforme dispõe o Artigo 194 da Constituição Federal, “a seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinada a assegurar os direitos relativos à Saúde, à Previdência e à Assistência Social” (BRASIL, 1988).

Do dispositivo constitucional, podemos depreender que a Seguridade Social é composta pela Previdência Social, Assistência Social e Saúde. Por garantir o mínimo necessário à sobrevivência do indivíduo, a seguridade social se traduz em instrumento de promoção do bem-estar. Acumula, ainda, a função de reduzir as desigualdades sociais causadas pela falta de condições financeiras do indivíduo e de sua família, sendo, por esse motivo, encarada também como instrumento de justiça social.

Seguridade social

Saúde Assistência social Previdência social

Figura 1

Podemos falar em Direito da Seguridade Social, que consiste no conjunto de princípios, regras e instituições destinado a estabelecer um sistema de proteção social aos indivíduos contra contingências que os impeçam de prover suas necessidades pessoais básicas e de suas famílias, integrado por ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, visando a assegurar os direitos relativos à saúde, à assistência social e à previdência social.

Será que o Direito da Seguridade Social é autônomo? Para responder à questão, temos duas teorias:

• Teoria Monista: alega ser o Direito Social apenas um braço do Direito do Trabalho, ou seja, apenas mais um de seus tópicos.

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• Teoria Dualista: defende ser o Direito da Seguridade Social autônomo, uma vez que possui conceitos, institutos, princípios e regras que lhe são próprios. Defendemos a última corrente, que é a majoritária.

Analisaremos, a seguir, cada um dos elementos que compõem a Seguridade Social.

5.1.1 O direito à saúde

A saúde é direito de todos e dever do Estado, na forma do Artigo 196 da Constituição Federal (Brasil, 1988), e independe de filiação e de contribuição para o seu custeio. A saúde é garantida mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

A ação do Estado deve ser preventiva e curativa, ou seja, existem algumas diretrizes que devem ser seguidas pelo Estado. Vejamos:

• controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias do interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos imunobiológicos e outros insumos;

• executar ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como da saúde do trabalhador;

• ordenar a formação de recursos humanos na área da saúde;

• participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico.

O serviço público de saúde é acessível a todos, inclusive aos estrangeiros que não residem no país. Não importa se o indivíduo dispõe ou não de recursos financeiros para custear um tratamento de saúde ou se tenha contribuído para tal.

A saúde é administrada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), vinculado ao Ministério da Saúde e formado por instituições públicas federais, estaduais e municipais. É financiado com recursos dos orçamentos da seguridade social elaborados pela União, Distrito Federal, estados e municípios, além de outras fontes.

Sobre isso, há uma questão controversa: o Estado é obrigado a dar qualquer remédio e possibilitar qualquer cirurgia ao indivíduo?

Há vários argumentos a favor dessa ideia. O Artigo 196 da Constituição Federal (Brasil, 1988) afirma que a saúde é dever do Estado e direito de todos. No mais, o direito à vida, incluindo o princípio da dignidade da pessoa humana, fundamenta a concessão dos medicamentos ou cirurgias, não havendo que se falar em falta de recursos nessas hipóteses.

Quanto à legitimação, vale destacar que a jurisprudência é pacífica, no sentido de que todos os entes federativos (União, estados e municípios) são responsáveis em face do SUS, devendo prestar atendimento quando solicitados.

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Porém, há também diversos argumentos contrários. O Artigo 196 da Constituição Federal (Brasil, 1988) garante apenas a obtenção dos medicamentos previstos na lista do SUS, e vale destacar que há um precedente (decisão judicial) do STF nesse sentido. Ademais, num país pobre como o Brasil, a concessão de remédios caros fará com que faltem medicamentos a outros pacientes. Por fim, as políticas públicas são função do Poder Executivo, não cabendo ao Judiciário interferir nesses assuntos, sob pena de infração na separação de poderes.

Tendência Jurisprudencial

Com exceção feita pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, há forte tendência jurisprudencial a conceder os medicamentos, principalmente se a família não tiver condições de pagá-los.

As decisões judiciais normalmente concedem os medicamentos solicitados. Veja a decisão a seguir:

Constitucional. Recurso especial. SUS. Fornecimento de medicamento. Paciente com Hepatite “C”. Direito à vida e à saúde. Dever do Estado.

1. Delegado de polícia que contraiu Hepatite “C” ao socorrer um preso que tentara suicídio. Necessidade de medicamento para cuja aquisição o servidor não dispõe de meios sem o sacrifício do seu sustento e de sua família.

2. O Sistema Único de Saúde – SUS visa à integralidade da assistência à saúde, seja individual ou coletiva, devendo atender aos que dela necessitem em qualquer grau de complexidade, de modo que, restando comprovado o acometimento do indivíduo ou de um grupo por determinada moléstia, necessitando de determinado medicamento para debelá-la, este deve ser fornecido, de modo a atender ao princípio maior, que é a garantia à vida digna.

3. O direito à vida e à disseminação das desigualdades impõe o fornecimento pelo Estado do tratamento compatível à doença adquirida no exercício da função. Efetivação da cláusula pétrea constitucional.

4. Configurada a necessidade do recorrente de ver atendida a sua pretensão, legítima e constitucionalmente garantida, posto assegurado o direito à saúde e, em última instância, à vida, sobreleva ainda destacar que a moléstia foi transmitida no exercício de sua função, e em decorrência do nobilíssimo ato de salvaguardar a vida alheia. Representaria sumum jus summa injuria, retribuir-se a quem salvou a vida alheia, com o desprezo pela sua sobrevivência.

5. Recurso especial provido (SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, 2002, p. 245).

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5.1.2 Assistência Social

A Assistência Social é um subsistema da Seguridade Social de caráter não contributivo, ou seja, será prestada a todo o indivíduo que dela necessitar, não importando se tal indivíduo tenha contribuído ou não à seguridade social.

Terá por diretrizes a descentralização administrativa, com participação de todos os entes federativos e participação da comunidade na formulação de políticas públicas.

Os objetivos da Assistência Social são:

• proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;

• o amparo às crianças e aos adolescentes carentes;

• a promoção da integração ao mercado de trabalho;

• a habilitação e a reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária;

• a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a sua própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei.

Entende-se por serviços assistenciais as atividades continuadas que visem à melhoria de vida da população e cujas ações, voltadas para as necessidades básicas, observem os objetivos, princípios e diretrizes estabelecidos na Lei nº 8.742/93. Na organização dos serviços sociais serão criados programas de amparo, por exemplo, às crianças e adolescentes em situação de risco pessoal, às pessoas que vivem na rua etc.

A assistência social tem um importante benefício de prestação continuada, que vamos mencionar de forma sucinta. O Artigo 20 da Lei nº 8.742/93, bem como o Decreto nº 6.214/07 estabelecem que o benefício de prestação continuada é a garantia de um salário mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso com 65 anos ou mais que comprovem não possuir meios para prover a própria manutenção nem tê-la provida por sua família. As pessoas que demonstrarem tal situação terão direito ao benefício independentemente de terem contribuído ou não para o sistema. Esse benefício não se confunde com os benefícios da Previdência Social.

Saiba mais

Veja no site da Previdência Social os passos para requerer esse benefício:

<http://www.previdencia.gov.br/conteudoDinamico.php?id=23>.

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5.1.3 Previdência Social

A palavra previdência vem do latim pre videre, que significa ver com antecipação os riscos sociais e procurar compô-los.

Conforme define Martins (2009 a), Previdência Social é um conjunto de princípios, normas e instituições destinado a estabelecer um sistema de proteção social, mediante contribuição, que tem por objetivo proporcionar meios indispensáveis de subsistência ao segurado e sua família, caso ocorra uma contingência prevista em lei.

A Previdência Social é o seguro social destinado à pessoa que contribui para ela. É uma instituição pública que tem como objetivo reconhecer e conceder direitos aos seus segurados.

Assim, para que o indivíduo tenha direito à proteção da Previdência Social, é requisito que tenha contribuído para o custeio do sistema. A Previdência Social atenderá, conforme dispõe o Artigo 201 da Constituição Federal (Brasil, 1988):

• cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada;

• proteção à maternidade, especialmente à gestante;

• proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;

• salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda;

• pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependente.

Para atender a esses eventos, a Lei nº 8.213/91 instituiu as seguintes prestações:

• aposentadoria por invalidez, por idade, por tempo de contribuição e especial;

• salário-maternidade e salário-família;

• auxílio-doença, auxílio-acidente e auxílio-reclusão;

• pensão por morte;

• Serviço Social e reabilitação profissional.

Tais prestações são gerenciadas pelo Ministério da Previdência Social com apoio do Instituto Nacional da Seguridade Social – INSS, autarquia federal responsável pela administração dos benefícios previdenciários.

Em síntese, conforme consta no site do Ministério da Previdência Social, a Previdência Social é um seguro que garante a renda do contribuinte e de sua família, em casos de doença, acidente, gravidez, prisão, morte e velhice. Oferece vários benefícios que, juntos, garantem tranquilidade quanto ao presente e em relação ao futuro, assegurando um rendimento seguro. Para ter essa proteção, é necessário se

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inscrever e contribuir todos os meses. Assim, pode-se afirmar que a missão da Previdência Social é garantir proteção ao trabalhador e à sua família, por meio de sistema público de política previdenciária solidária, inclusiva e sustentável, com o objetivo de promover o bem-estar social.

5.2 Histórico brasileiro

O seguro social brasileiro iniciou-se com a organização privada e, aos poucos, o Estado foi se apropriando do sistema por meio de políticas intervencionistas. Nesse sentido, as primeiras entidades a atuar na seguridade social foram as Santas Casas de Misericórdia, como a de Santos, que em 1553 já prestava serviços no ramo da assistência social.

A doutrina majoritária considera o marco da previdência social brasileira a publicação da Lei Eloy Chaves, Decreto-Lei nº 4.682, de 24 de janeiro de 1923. Essa lei criou as Caixas de Aposentadoria e Pensão (CAPs) para os empregados das empresas ferroviárias, mediante contribuição dos empregadores, dos trabalhadores e do Estado, assegurando aposentadoria aos empregados e pensão aos seus dependentes.

Durante a década de 20, o sistema das CAPs foi ampliado para diversas empresas, inclusive de outros ramos. As CAPs eram organizadas por empresas, e cada uma delas possuía sua caixa. Foi na década de 30 que as CAPs existentes foram reunidas em Institutos de Aposentadoria e Pensão (IAPs) organizados por categoria profissional. Isso deu mais solidez ao sistema previdenciário, já que contavam com um número de segurados superior ao das CAPs, tornando o novo sistema mais consistente. A partir daí, surgiram IAPs de diversas categorias, como IAPM (marítimos), IAPC (comerciários), IAPB (bancários), IAPI (industriários) etc.

O Ministério do Trabalho e da Previdência Social foi criado em 1960, e nesse mesmo ano foi aprovada a Lei Orgânica da Previdência Social, que unificou os critérios estabelecidos para concessão de benefícios dos diversos IAPs até então existentes.

A incorporação de todos os IAPs ocorreu em 1967, com a criação do Instituto Nacional da Previdência Social (INPS) pelo Decreto-Lei nº 72/66, consolidando o sistema previdenciário brasileiro.

Em 1977 foi instituído o Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (Sinpas), responsável pela integração das áreas de Assistência Social, Previdência Social, assistência médica e gestão das entidades ligadas ao Ministério da Previdência e Assistência Social. O Sinpas contava com os seguintes órgãos:

• Instituto Nacional de Previdência Social (INPS): autarquia responsável pela administração dos benefícios.

• Instituto de Administração Financeira da Previdência Social (Iapas): autarquia responsável pela arrecadação, fiscalização e cobrança de contribuições e demais recursos.

• Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (Inamps): autarquia responsável pela saúde.

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• Fundação Legião Brasileira de Assistência (LBA): fundação responsável pela Assistência Social.

• Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor (Funabem): fundação responsável pela promoção de política social em relação ao menor.

• Central de Medicamentos (Ceme): órgão ministerial responsável pela distribuição de medicamentos.

• Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social (Dataprev): empresa pública responsável por gerenciar os sistemas de informática previdenciários.

Todas essas entidades foram posteriormente extintas, exceto a Dataprev, que existe até hoje, com a função de gerenciar os sistemas informatizados do Ministério da Previdência Social.

Foi na Constituição de 1988 que foram reunidas as três atividades da seguridade social: Saúde, Previdência Social e Assistência Social. Em 1990, a Lei nº 8.029/90 criou o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), mediante a fusão do INPS com o Iapas.

5.3 legislação previdenciária básica

A legislação previdenciária vigente baseia-se em diversos documentos:

• Constituição Federal de 1988: contém um capítulo especial para a Previdência Social – Artigos 194/204 (Brasil, 1988); a Assistência Social, a Previdência Social e a Saúde passaram a fazer parte do gênero Seguridade Social.

• Lei nº 8.080/90: dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências.

• Lei nº 8.112/90: dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos e civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais.

• Lei nº 8.212/91: dispõe sobre a organização da Seguridade Social, institui Plano de Custeio e dá outras providências (regulamentada pelo Decreto nº 3.048/99).

• Lei nº 8.213/91: dispõe sobre o plano de benefícios da Previdência Social e dá outras providências (regulamentada pelo Decreto nº 3.048/99).

• Lei nº 8.742/93: dispõe sobre a organização da Assistência Social e dá outras providências.

• Lei Complementar 108/01: dispõe sobre a relação entre a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios, suas autarquias, fundações, sociedades de economias mistas e outras entidades públicas e suas respectivas entidades fechadas de previdência complementar e dá outras previdências.

• Lei Complementar 109/01: dispõe sobre o regime de Previdência Social e dá outras providências.

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5.4 Princípios constitucionais pertinentes à seguridade social

Princípio é uma proposição que se coloca na base da ciência, informando-a e orientando-a. O Direito da Seguridade Social, como já mencionamos, tem seus próprios princípios, que serão explicitados mais adiante.

A maior parte dos princípios específicos da Seguridade Social é encontrada no parágrafo único do Artigo 194 da Constituição Federal, que assim dispõe:

Parágrafo único – Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a Seguridade Social, com base nos seguintes objetivos:

I – universalidade da cobertura e do atendimento;

II – uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais;

III – seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;

IV – irredutibilidade do valor dos benefícios;

V – equidade na forma de participação no custeio;

VI – diversidade da base de financiamento;

VII – caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados (BRASIL, 1988).

Vejamos cada um deles:

I – Princípio da universalidade da cobertura e do atendimento

Segundo Martins (2009 a) o princípio da universalidade significa que todos os residentes no país farão jus às prestações do sistema, sejam elas nacionais ou estrangeiras. Universalidade da cobertura quer dizer que o sistema irá cobrir as contingências previstas em lei, como a impossibilidade de retornar ao trabalho, a idade avançada, a morte etc. Já a universalidade de atendimento refere-se às prestações das quais as pessoas necessitam, de acordo com previsão da lei, como ocorre com relação aos serviços.

Esse princípio assegura que todos devem estar cobertos pela proteção social. A Saúde Pública e a Assistência Social estão disponíveis a todos que necessitem de seus serviços, independentemente de qualquer contribuição, e a Previdência é regime contributivo de filiação obrigatória para os que exercem atividade remunerada lícita.

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No caso da Previdência Social, para atender a esse princípio, a legislação previdenciária facultou a filiação mesmo àqueles que não exercem atividade remunerada abrangida pelo sistema. Assim, criou-se a categoria de segurado facultativo, que pode filiar-se ao sistema se assim desejar, tendo universalidade de cobertura e atendimento.

II – Princípio da uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços para as populações urbana e rural

Desde a Constituição Federal de 1988, não mais se distingue o trabalhador urbano do trabalhador rural no que se refere aos seus direitos fundamentais. Ambos têm, portanto, idêntica proteção da Seguridade Social. Com a Lei nº 8.213/91 foram instituídos todos os benefícios aos trabalhadores urbanos e rurais, não mais havendo qualquer distinção.

III – Princípio da seletividade e distributividade na prestação de benefícios e serviços

A seletividade na prestação dos benefícios e serviços implica que tal prestação seja fornecida apenas a quem realmente necessitar dela, desde que se enquadre nas situações que a lei definir. Somente poderão usufruir do auxílio-doença, por exemplo, os segurados que se encontrarem em situação de incapacidade temporária para o trabalho.

Ainda podemos interpretar a seletividade como a escolha das prestações e serviços que serão oferecidos aos indivíduos de acordo com a possibilidade econômica do sistema de seguridade social. Por exemplo: existe um rol de medicamentos que são oferecidos gratuitamente na rede pública. Porém, inúmeras são as doenças da população em geral e, infelizmente, muitas vezes não é possível atender a todos em virtude da falta de recursos econômicos do nosso sistema público de saúde.

O princípio da distributividade é melhor aplicável à Previdência e à Assistência Social. O Poder Público vale-se da seguridade social para distribuir renda entre a população. Isso porque as contribuições são cobradas de acordo com a capacidade econômica dos contribuintes. Assim, uma vez nos cofres previdenciários, os recursos captados são distribuídos para aqueles que precisem de proteção.

IV – Irredutibilidade do valor dos benefícios

Conforme o Artigo 201, § 4º da Constituição Federal (Brasil, 1988), “é assegurado o reajustamento dos benefícios, para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei”. O princípio constitucional da irredutibilidade do valor dos benefícios da Previdência e Assistência Social busca garantir seu reajustamento, preservando, em caráter permanente, seu valor real. Isso significa que o poder de compra do benefício originalmente recebido não pode sofrer redução. Os valores dos benefícios de prestação continuada da Previdência Social (aposentadorias, pensão por morte, auxílio-reclusão etc.) têm sido reajustados uma vez por ano, mais especificamente no dia 1º de junho.

Atualmente, o índice definido pelo RGPS é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado pela Fundação Getúlio Vargas, levando-se em conta o rendimento das famílias que possuem renda entre um e oito salários mínimos, sendo o chefe assalariado.

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Processual civil. Previdenciário. Revisional de benefício. Vinculação à variação do salário mínimo. Impossibilidade. Leis 8.212/91 e 8.213/91. INPC e substitutos legais. Perda do valor real não verificada. Violação ao Artigo 535 do CPC. Não ocorrência.

Fundamentos suficientes a embasar a decisão. Recurso especial conhecido e improvido.

[...]

2. A partir da entrada em vigor das Leis 8.212/91 e 8.213/91, o reajuste dos benefícios previdenciários passou a ser feito mediante a aplicação do INPC e seus substitutos legais, nos termos do Artigo 41, II, da Lei nº 8.213/91. Aplicação da regra estabelecida no Artigo 58 do ADCT.

3. O Superior Tribunal de Justiça, em consonância com precedente do Supremo Tribunal Federal, pacificou entendimento no sentido de que o índice adotado pelo Artigo 41, II, da Lei nº 8.213/91 não ofende as garantias da irredutibilidade do valor dos benefícios e da preservação do seu valor real.

4. Recurso especial conhecido e improvido (SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, 2006, p. 403).

V – Princípio da equidade na forma de participação no custeio

Para definir a participação no custeio da seguridade social, será levada em consideração a capacidade de cada contribuinte. Esse princípio correlaciona-se com o princípio da igualdade, que dispõe que, entre pessoas físicas e jurídicas obrigadas a contribuir, aquelas que se encontrarem em situação idêntica devem contribuir da mesma forma. Assim, empregado e empregador não contribuem na mesma proporção, uma vez que não se encontram em possibilidades econômicas semelhantes.

Equidade, por sua vez, pode ser traduzida em linhas gerais como a justiça aplicada ao caso concreto. Assim, deve ser cobrada uma maior contribuição de quem tem maior capacidade de pagamento, para que seja possível beneficiar os que não possuem as mesmas condições.

A legislação ordinária já prevê certa equidade, pois enquadra o trabalhador em alíquotas diferenciadas de acordo com o salário percebido.

VI – Princípio da diversidade da base de financiamento

A Constituição prevê diversas formas de custeio para a Seguridade Social, por meio da empresa, dos trabalhadores, dos entes públicos e dos concursos de prognósticos, conforme ficou regulamentado pelo Artigo 195 da Constituição Federal. Vejamos:

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Direito trabalhista e social

A Seguridade Social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, e das seguintes contribuições sociais:

I – do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:

a) a folha de salários e demais rendimentos pagos ou creditados pelo trabalho, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;

b) a receita ou o faturamento;

c) o lucro.

II – do trabalhador e dos demais segurados da Previdência Social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o Artigo 201;

III – sobre a receita de concursos de prognósticos;

IV – do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.

§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais, o garimpeiro e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei” (BRASIL, 1988).

Vê-se, portanto, que a Seguridade Social é financiada, direta ou indiretamente, pelo Estado, pelo empresário/empregador e pelo trabalhador. Esse exemplo de financiamento direto está na contribuição da empresa sobre a folha de salários de seus empregados e de financiamento indireto na destinação à seguridade social, receita de concursos e prognósticos.

A finalidade desse princípio é alertar o legislador na busca de diversas bases de financiamento ao instituir contribuições para a Seguridade Social e com ele busca-se diminuir o risco financeiro do sistema protetivo. Quanto maior o número de fontes de recursos, menor será o risco de a Seguridade Social sofrer, inesperadamente, grande perda financeira.

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VII – Princípio do caráter democrático e descentralizado na gestão administrativa

Prevê o Artigo 194, inciso VII, da Constituição Federal, o “caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados” (BRASIL, 1988).

Com base no artigo citado e a fim de atender a esse princípio, foram criados diversos conselhos, como o Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), o Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), o Conselho de Previdência Social (CPS) e o Conselho de Gestão da Previdência Complementar (CGPC).

Assim, a gestão administrativa da seguridade social deve ter a participação de representantes dos três pilares que financiam o sistema: Estado, empregador e trabalhador. Deve contar, ainda, com representante dos aposentados. Trata-se, portanto, de gestão administrativa quadripartite.

VIII – Princípio da tríplice forma de custeio

A Constituição ordena que a seguridade social seja financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, mediante recursos provenientes do governo, das empresas e dos trabalhadores.

Os empregadores deverão contribuir para a Seguridade Social sob a forma de Contribuição Social incidente sobre:

• a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados a qualquer título à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício. Essa contribuição, denominada contribuição previdenciária patronal, destina-se ao custeio dos benefícios previdenciários e é arrecadada e fiscalizada pela Secretaria da Receita;

• a receita ou o faturamento por meio do Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins);

• o lucro, que é a chamada Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Possui a mesma base de cálculo do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ).

Os trabalhadores e demais segurados da Previdência Social também contribuirão para o financiamento da Seguridade Social. Entretanto, tal contribuição não incidirá sobre aposentadoria ou pensão concedidas pelo Regime Geral da Previdência Social.

Outra fonte de financiamento da Seguridade Social advém da receita de concursos de prognósticos, que é todo concurso de sorteio de números ou quaisquer outros símbolos, loterias e apostas de qualquer natureza, promovidos por órgãos do Poder Público ou por sociedades comerciais e civis. Atualmente, 30% da renda líquida dos concursos de prognósticos constitui receita do Fundo de Financiamento ao Estudante de Nível Superior (Fies).

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XIX – Princípio da preexistência de custeio em relação ao benefício ou serviço

Conforme dispõe o Artigo 195, § 5º da Constituição Federal, “nenhum benefício ou serviço da Seguridade Social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total” (BRASIL, 1988).

Isso significa que, para ser possível a criação ou ampliação de qualquer benefício ou serviço, deve haver, anteriormente, uma previsão da fonte dos recursos que financiará a nova prestação. Um novo benefício deve ser financiado por uma nova fonte, não bastando apenas indicar recursos já existentes, sob o risco de ser considerado inconstitucional.

Simplificando, para toda nova despesa deve corresponder uma nova receita de, no mínimo, igual valor.

Princípios da seguridade social

Princípio da equidade na forma de

participação no custeio

Princípio da diversidade da dase de

financiamento

Princípio da universalidade da

cobertura e do atendimento

Irredutibilidade do valor dos benefícios

Princípio do caráter democrático e

descentralização na gestão administrativa

Princípio da uniformidade e

equivalência dos benefícios e serviços para as populações

urbana e rural

Princípio da seletividade e distributividade na

prestação de benefícios e serviços

Princípio da tríplice forma de custeio

e princípio da preexistência de custeio em relação ao benefício

ou serviço

Figura 2

6 regime geral de Previdência Social – rgPS

O sistema previdenciário se divide em regime público e regime privado. São regimes públicos: o Regime Geral da Previdência Social (RGPS), o regime previdenciário próprio dos servidores públicos e o regime previdenciário próprio dos militares. A previdência complementar, prevista no Artigo 202 da Constituição Federal (Brasil, 1988), caracteriza-se como regime privado.

Nosso escopo de estudo será restrito ao Regime Geral da Previdência Social.

6.1 Segurados

Segurado é a pessoa física que exerce ou exerceu atividade remunerada, assim como aquele que não exerce atividade remunerada (desempregado) ou que não tem remuneração por sua atividade (dona de casa).

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Os segurados do Regime Geral de Previdência Social dividem-se em dois grupos: segurados obrigatórios e segurados facultativos. São sempre pessoas físicas que contribuem para o regime previdenciário e, por isso, terão direito a prestações de natureza previdenciária.

Segurados obrigatórios são os maiores de 16 anos, salvo na condição de menor aprendiz, que exercem qualquer tipo de atividade remunerada lícita que os vincule obrigatoriamente ao sistema previdenciário.

A legislação previdenciária subdivide os segurados obrigatórios em cinco categorias: empregado, empregado doméstico, contribuinte individual, trabalhador avulso e segurado especial.

Os segurados facultativos são aqueles que não exercem atividade remunerada que o vincule obrigatoriamente ao sistema previdenciário.

Analisaremos a seguir, cada um dos segurados obrigatórios do RGPS.

6.1.1 Empregado

O conceito de segurado empregado para a legislação previdenciária é muito mais abrangente do que aquele utilizado na disciplina de Direito Trabalhista. De acordo com a Lei nº 8.647, de 1993, são segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas:

• Aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado.

Podemos perceber que a lei abrange todos os empregados, que são aqueles caracterizados por pessoalidade, continuidade, não eventualidade, subordinação e onerosidade. Ampliando o rol de empregados, ela abrange também o diretor empregado.

observação

Diretor empregado é a pessoa que, exercendo a função de diretor, continua tendo subordinação ao empregador, participando ou não do risco do negócio.

• Aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, definida em legislação específica, presta serviço para atender a necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de serviços de outras empresas.

observação

Trabalhador temporário é a pessoa física que presta serviço a uma empresa, para atender à necessidade transitória de substituição de seu

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pessoal regular e permanente ou por acréscimo extraordinário de serviços, conforme a Lei nº 6.019/74.

• O brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em sucursal ou agência de empresa nacional no exterior, ou seja, que presta serviço como empregado no exterior a empresas constituídas sob as leis brasileiras, com sede e administração no Brasil. Exemplo: instituições financeiras brasileiras com filial no exterior.

• Aquele que presta serviço no Brasil a uma missão diplomática ou repartição consular de carreira estrangeira e a órgãos a elas subordinados, ou a membros dessas missões e repartições, excluídos o não brasileiro sem residência permanente no Brasil e o brasileiro amparado pela legislação previdenciária do país da respectiva missão diplomática ou repartição consular.

• O brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, em organismos oficiais brasileiros ou internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo se segurado na forma da legislação vigente do país do domicílio.

• O servidor público ocupante de cargo em comissão, sem vínculo efetivo com a União, Autarquias, inclusive em regime especial, e Fundações Públicas Federais (incluído pela Lei nº 8.647, de 1993).

observação

Cargos em comissão são cargos de confiança, sem vínculo efetivo com a União.

Saiba mais

Conheça a Lei nº 8.647, de 1993, na íntegra, no site <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8647.htm>.

• O empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo quando coberto por regime próprio de Previdência Social (incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99).

Saiba mais

Para conhecer a Lei nº 9.876 de 26/11/1999 na íntegra, acesse o site <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8036consol.htm>.

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• O exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vinculado a regime próprio de Previdência Social (incluído pela Lei nº 10.887, de 2004). O mandato efetivo engloba os vereadores, deputados, senadores, Presidente da República e governadores.

Saiba mais

Para conhecer a Lei nº 10.887 de 2004 na íntegra, acesse o site <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.887.htm>.

6.1.2 Empregado doméstico

O inciso II do Artigo 11 da Lei nº 8.213/91 define o empregado doméstico como “aquele que presta serviço de natureza contínua à pessoa ou à família, no âmbito residencial desta, em atividades sem fins lucrativos”.

Além dos tradicionais empregados domésticos, como o caseiro e a cozinheira, existem outros que são assim considerados, apesar de não trabalharem dentro da casa do patrão: o motorista particular, o marinheiro do barco da família, e até mesmo o piloto de um jatinho ou helicóptero particular.

É importante ressaltar que o doméstico deve trabalhar na residência do contratante em atividades sem fins lucrativos. Se a cozinheira ajuda a patroa em seu negócio de salgadinhos para festas infantis, por exemplo, será considerada empregada e não empregada doméstica.

O requisito da continuidade também é indispensável à caracterização do trabalho doméstico. Em relação aos empregados, apenas se exige a não eventualidade, não sendo necessário que o trabalho se realize de forma ininterrupta. Assim, a faxineira semanal que trabalhe até duas vezes por semana, segundo jurisprudência majoritária, não é considerada empregada doméstica, mas prestadora de serviços.

6.1.3 Contribuinte individual

Considera-se como contribuinte individual:

• a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária ou pesqueira, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos e com auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma não contínua;

• a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de extração mineral – garimpo, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos, com ou sem auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma não contínua;

• o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa;

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• o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social;

• o titular de firma individual urbana ou rural;

• o diretor não empregado e o membro de conselho de administração na sociedade anônima;

• todos os sócios, nas sociedades em nome coletivo e de capital e indústria;

• o sócio-gerente e o sócio-cotista que recebam remuneração decorrente de seu trabalho na sociedade por cotas de responsabilidade limitada, urbana e rural;

• o associado eleito para cargo de direção em cooperativa, associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, bem como o síndico ou administrador eleito para exercer atividade de direção condominial, desde que recebam remuneração;

• quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego;

• a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou não.

6.1.4 Trabalhador avulso

É aquele que, sindicalizado ou não, presta serviços de natureza urbana ou rural, sem vínculo empregatício, a diversas empresas, com a intermediação obrigatória do sindicato da categoria ou, quando se tratar de atividade portuária, do órgão gestor de mão de obra.

6.1.5 Segurado especial

É o produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais, o pescador artesanal e o assemelhado, desde que exerçam suas atividades individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros, bem como seus respectivos cônjuges ou companheiros e filhos maiores de 16 anos ou a eles equiparados, desde que trabalhem, comprovadamente, com o grupo familiar respectivo.

O conceito de regime de economia familiar é o do §1º do Artigo 11, repetido pelo §2º do Artigo 12 da Lei nº 8.212/91, e pelo §5º do Artigo 9 do Decreto nº 3.048/99: “a atividade em que o trabalho dos membros da família é indispensável à própria subsistência e é exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados”.

Todos os membros enumerados no inciso VII são segurados especiais, pelo fato de ser paga a contribuição para o custeio da Seguridade Social incidente sobre o produto da comercialização da produção, fazendo jus, portanto, aos benefícios previdenciários previstos no Artigo 39 da Lei nº 8.213/91, com renda mensal no valor de um salário mínimo: aposentadoria por idade, por invalidez, auxílio-doença, auxílio-reclusão e pensão por morte. A segurada especial também tem garantida a concessão de salário-maternidade, com renda mensal de um salário mínimo, conforme parágrafo único do Artigo 39.

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6.1.6 Segurado facultativo

É segurado facultativo o maior de 16 anos que se filiar ao RGPS, mediante contribuição, desde que não se enquadre em nenhuma das categorias do Artigo 11 da Lei nº 8.213/91.

É vedada a filiação ao RGPS, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência social, salvo na hipótese de afastamento sem vencimento e desde que não permitida, nessa condição, contribuição ao respectivo regime próprio.

A filiação como segurado facultativo gera efeito somente a partir da inscrição e do primeiro recolhimento, não podendo retroagir e não permitindo o pagamento de contribuições relativas a competências anteriores à data da inscrição.

São exemplos de segurados que podem filiar-se facultativamente: a dona de casa, o síndico de condomínio, quando não remunerado, o estudante, o brasileiro que acompanha cônjuge que presta serviço no exterior, a pessoa que deixou de ser segurado obrigatório da Previdência Social e o bolsista.

6.2 os dependentes

A relação jurídica entre dependentes e INSS só se instaura quando deixa de existir relação jurídica entre ele e o segurado, o que ocorre com sua morte ou recolhimento à prisão. Não existe hipótese legal de cobertura previdenciária ao dependente e ao segurado, simultaneamente.

A relação dos dependentes é definida pela legislação previdenciária, que a subdivide em três classes, não cabendo ao segurado a livre indicação de seus dependentes.

Os dependentes dos segurados não efetuam inscrição prévia no INSS. Devem se dirigir às agências da Previdência Social com essa finalidade, apenas no momento do requerimento do benefício a que tiver direito. Os dependentes listados na primeira classe terão prioridade na inscrição, seguidos pelos da segunda e, por último, pelos da terceira classe.

Primeira classe:

• o cônjuge;

• a companheira ou o companheiro que, embora não casados oficialmente, vivam juntos com a intenção de constituir família (união estável), tendo os mesmos direitos dos cônjuges, e incluindo aqui os parceiros homossexuais;

• a ex-mulher e o ex-marido que recebam pensão alimentícia (somente serão considerados dependentes se a pensão tiver sido judicialmente definida);

• o filho menor de 21 anos, desde que não emancipado, salvo se a emancipação decorreu de colação de grau em curso superior;

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• o filho inválido de qualquer idade, devendo a incapacidade ser comprovada por perícia médica do INSS;

• equiparados ao filho, o menor tutelado ou o enteado.

Não é preciso demonstrar dependência econômica, pois ela se presume.

Segunda classe:

• os pais, desde que comprovem dependência econômica.

Terceira classe:

• irmão menor de 21 anos, não emancipado, desde que comprove dependência econômica;

• irmão inválido, de qualquer idade, devendo a incapacidade ser atestada por perícia médica do INSS, desde que comprove dependência econômica.

Concorrerão os dependentes de uma mesma classe em igualdade de condições para efeitos de dependência. O que significa dizer que, havendo cônjuge e filho menor de 21 anos de segurado falecido, ambos terão direito à pensão por morte, ou seja, esse benefício será rateado entre ambos, não havendo preferência.

A existência de dependente de qualquer classe mencionada exclui do direito às prestações aqueles das classes seguintes. Por exemplo: na existência tanto do companheiro como dos pais do segurado falecido, somente usufruirá do benefício o companheiro, e os pais nada receberão.

lembrete

Os dependentes somente terão direito a receber os benefícios previdenciários quando os segurados desaparecerem da relação jurídica, ainda que temporariamente.

6.3 Filiação e inscrição

A identificação do segurado na Previdência Social é feita por meio da inscrição de seu cadastro no INSS. Já a filiação ao regime previdenciário é o marco da relação jurídica entre os segurados e a Previdência Social.

Para os segurados obrigatórios, a filiação dá-se com o exercício de atividade remunerada, independentemente de inscrição. Isso permite que qualquer segurado obrigatório efetue recolhimentos em atraso de períodos anteriores à inscrição, desde que comprove ter exercido atividade remunerada.

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A filiação dos segurados facultativos somente se concretiza após a inscrição e o recolhimento da primeira contribuição, não podendo as contribuições retroagirem aos períodos anteriores à sua inscrição.

6.4 carência

Carência é o número de contribuições mensais necessárias para a efetivação do direito a um benefício. É o tempo correspondente ao número mínimo de contribuições mensais indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício. O conceito de carência não se confunde com o de tempo de contribuição, pois a carência é contada mês a mês, enquanto o tempo de contribuição admite recolhimentos em atraso.

A contribuição sobre o 13º salário não é considerada para efeito de carência. Se a carência é o número de contribuições mensais para fazer jus aos benefícios, não há sentido em considerar o recolhimento da contribuição sobre a gratificação natalina para efeito de carência, pois o ano possui somente 12 meses.

Assim, os benefícios sujeitos à carência são:

• Auxílio-doença e aposentadoria por invalidez: 12 contribuições mensais, sendo dispensada nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa, doença profissional ou do trabalho e doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelo Ministério da Saúde e da Previdência Social, a cada três anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade e mereçam tratamento particularizado. Tais doenças devem ter sido contraídas pelo segurado após filiar-se ao RGPS.

• Aposentadoria por idade, por tempo de contribuição e especial: 180 contribuições mensais.

• Salário-maternidade para as seguradas, que são classificadas como contribuinte individual, especial ou facultativa: 10 contribuições mensais. Em caso de parto antecipado, o período de carência será reduzido em número de contribuições equivalente ao número de meses em que o parto for antecipado. Somente as seguradas contribuintes individuais, especiais ou facultativas necessitam cumprir carência para ter direito ao salário-maternidade. Para as empregadas, empregadas domésticas e avulsas, não é exigida nenhuma carência.

observação

Os demais benefícios previdenciários independem de carência.

6.5 Salário-de-contribuição

A contribuição dos trabalhadores e dos tomadores de serviço para o RGPS incide sobre uma base denominada salário-de-contribuição. Essa mesma base é utilizada, também, no cálculo do valor da maioria dos benefícios.

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Para compreender o conceito de salário-de-contribuição, é necessário compreender o que é remuneração, que pode ser definida como todo ganho decorrente do trabalho, englobando salário, gorjetas e complementos salariais. O salário é a parte fixa paga diretamente pelo patrão ao trabalhador como forma de retribuição por seu serviço. A gorjeta é parte variável paga por terceiros a quem se destinou o serviço. Já os complementos salariais são as vantagens obtidas pelos trabalhadores em decorrência de suas reivindicações atendidas por lei ou por norma coletiva, como férias, 13º salário, adicionais etc.

As parcelas indenizatórias são excluídas da remuneração por não serem pagas como fruto do trabalho. Trata-se de espécies de compensação por ações que tenham gerado algum prejuízo para o trabalhador. Os reembolsos de pagamentos que o funcionário antecipou para executar alguma atividade de interesse do patrão também não fazem parte da remuneração.

O conceito de salário-de-contribuição é muito mais abrangente que o de remuneração, possuindo particularidades próprias à legislação previdenciária. Conforme dispõe o Artigo 28 da Lei nº 8.213/91, o salário-de-contribuição constitui a base de cálculo das contribuições previdenciárias, variando de acordo com as categorias de trabalhadores:

• Para o empregado e o trabalhador avulso, é a remuneração recebida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho. Este pode ser de qualquer forma, inclusive gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidade e os adiantamentos decorrentes de reajustes salariais, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviço, nos termos da lei o do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa. Se tiver mais de um emprego, o empregado receberá mais de uma remuneração mensal, mas contará apenas com um salário-de-contribuição, que corresponderá à soma das remunerações percebidas em todas as empresas, contribuindo para a Previdência Social sobre essa base unificada.

• Para o empregado doméstico: a remuneração registrada na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS).

• Para o contribuinte individual: a remuneração recebida, durante o mês, pelo exercício de atividade por conta própria, prestada a pessoas físicas ou a empresas.

• Para o segurado facultativo: o valor por ele declarado.

Diferentemente da remuneração, o salário-de-contribuição tem limites máximo e mínimo para a incidência das contribuições mensais dos trabalhadores. Somente os segurados e o empregador doméstico usam tais limites para calcular seus recolhimentos mensais para a Previdência. As empresas e entidades a ela equiparadas não sofrem nenhuma limitação para o cálculo da base de contribuição, utilizando, então, o salário-de-contribuição integral.

O limite mínimo corresponde ao piso salarial, legal ou normativo da categoria. Inexistindo este, corresponde ao salário mínimo, tomado em seu valor mensal, diário ou horário, conforme o ajustado e o tempo de trabalho efetivo durante o mês.

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O teto do salário-de-contribuição é atualizado, em regra, anualmente, embora o Ministério da Previdência Social possa revisá-lo quando julgar conveniente. A última atualização passou a vigorar em 01 de janeiro de 2012, com a Portaria nº 02 de 06 de janeiro de 2012, que fixou o valor máximo em R$ 3.916,20 (teto). Caso os segurados recebam valores superiores, deverão contribuir com uma alíquota incidente sobre o referido teto, nada incidindo sobre o excedente. O mesmo ocorre para o empregador doméstico.

Quadro 1 – Contribuição dos segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso, para pagamento de remuneração a partir de 1º de janeiro de 2012

Salário-de-contribuição (R$) Alíquota para fins de recolhimento ao INSS (%)

até 1.174,86 8,00

de 1.174,87 até 1.958,10 9,00

de 1.958,11 até 3.916,20 11,00

Fonte: <http://www.mps.gov.br/conteudoDinamico.php?id=313>.

Quadro 2 – Contribuição dos segurados contribuintes individual e facultativo

Salário-de-contribuição (R$) Alíquota para fins de recolhimento ao INSS (%)

622,00 5,00*

622,00 11,00**

622,00 até 3.916,20 20,00

* Alíquota exclusiva do microempreendedor individual e do segurado (a) facultativo que se dedique exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência, conforme a Lei nº 12.470, de 31/08/2011 – DOU de 01/09/2011.

** Plano Simplificado, conforme a Lei Complementar nº 123, de 14/12/2006

Fonte: <http://www.mps.gov.br/conteudoDinamico.php?id=313>.

6.5.1 Segurados contribuinte individual e facultativo

A alíquota de contribuição dos segurados contribuinte individual e facultativo é de vinte por cento (20%) sobre o salário-de-contribuição, respeitados os limites mínimo (valor do salário mínimo ou da categoria) e máximo (R$ 3.691,74). Aos optantes pelo Plano Simplificado de Previdência Social, a alíquota é de onze por cento (11%), observados os critérios a seguir.

observação

A contribuição paga pelo contribuinte individual ou segurado facultativo não pode ser inferior ao salário mínimo.

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Veja um exemplo:

Oswaldo prestou serviço para uma empresa durante 2 dias e auferiu R$ 160,00, valor inferior ao salário mínimo. Essa foi sua única remuneração no mês.

Se recolheu por conta própria R$ 160,00 x 20% = 32,00.

Deverá complementar o pagamento via GPS: 20% x (R$ 622,00 - R$ 160,00) = 462,00 x 20% = R$ 92,40.

Total da contribuição: R$ 124,40

Quanto às contribuições dos tomadores de serviços, quais sejam os empregadores domésticos e as empresas e suas equiparadas, há que se considerar o seguinte:

• Contribuição dos empregadores domésticos: a alíquota de contribuição é de 12% sobre o salário-de-contribuição de seu empregado doméstico (valor declarado na CTPS). Portanto, o limite máximo da base de cálculo para a contribuição será de R$3.916,20, o que deverá ser respeitado. O empregador doméstico é obrigado a arrecadar a contribuição do segurado empregado doméstico e recolhê-la, assim como a parcela a seu cargo, até o dia 15 do mês subsequente à prestação do serviço.

• Contribuição da empresa e equiparadas:

— Contribuição básica: as empresas e equiparadas devem contribuir com 20% sobre a remuneração paga, devida ou creditada aos segurados empregados e avulsos que lhes prestem serviço durante o mês.

observação

A empresa recolhe 20% sobre toda remuneração paga ao segurado, mesmo que esteja acima do teto. Por exemplo: se pagou remuneração de R$ 5.000,00, deverá descontar 11% do empregado sobre o teto (R$ 3.691,74) e recolher sua cota de 20% x R$ 5.000,00.

— Contribuição para o SAT (Seguro de Acidente de Trabalho): incide sobre a remuneração paga ou creditada pelas empresas, no decorrer do mês, aos segurados empregados e avulsos que lhes prestem serviços, com as seguintes alíquotas:

- 1% para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho seja considerado leve;

- 2% para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado médio;

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- 3% para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado grave.

— Contribuição para outras entidades e fundos (terceiros): a Constituição Federal, em seu Artigo 240 (Brasil, 1988), dispõe que é possível instituir a cobrança de contribuições compulsórias dos empregadores sobre a folha de salários destinada às entidades privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao sistema sindical (terceiros). Tal contribuição é incidente sobre as remunerações pagas ou creditadas aos empregados e segurados avulsos que prestem serviços à empresa. São exemplos dessas entidades o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE: salário-educação), o Serviço Social da Indústria (Sesi) e o Serviço Social do Comércio (Sesc).

6.6 Salário-de-benefício

A base de cálculo dos benefícios do RGPS é o salário-de-benefício. A partir dessa base é que será calculado o efetivo valor da renda mensal do benefício previdenciário, por meio de aplicação de percentuais, dependendo do benefício.

Para determinar o efetivo valor do recolhimento, é preciso aplicar percentuais sobre o salário-de-contribuição (alíquotas), de acordo com a categoria do segurado. O mesmo ocorre com o salário-de-benefício, pois para determinar o exato valor do benefício é ainda necessário valer-se da aplicação de percentuais, dependendo do benefício a ser calculado.

Dessa forma, o salário-de-benefício:

• Para a aposentadoria por idade e tempo de contribuição: consiste na média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição correspondentes a 80% de todo o período contributivo, multiplicado pelo fator previdenciário; o fator é obrigatório para a aposentadoria por tempo de contribuição e facultativo na aposentadoria por idade.

• Para a aposentadoria especial, por invalidez, auxílio-doença e auxílio-acidente: consiste na média aritmética simples dos 80% maiores salários-de-contribuição de todo o período aquisitivo.

O salário-de-contribuição de alguns benefícios será calculado a partir da média dos maiores salários-de-contribuição correspondentes a 80% de todo o período contributivo do segurado. Entretanto, a Lei nº 9.876/99 definiu que somente entrarão na base de cálculo as contribuições efetuadas a partir da competência de julho de 1994. As competências anteriores são, portanto, desprezadas para o cálculo dos benefícios.

observação

Todos os salários-de-contribuição considerados para cálculo do benefício serão devidamente atualizados, conforme o Artigo 201, parágrafo 3º, da Constituição Federal (Brasil, 1988).

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lembrete

O valor do salário-de-benefício não será inferior a um salário mínimo, nem superior ao limite máximo de salário-de-contribuição na data de início do benefício.

Para proceder ao cálculo do valor de alguns dos benefícios previdenciários, o salário-de-benefício não é utilizado. Esses benefícios são:

• Salário-família: o valor desse benefício equivale a uma cota fixa por filho menor de 14 anos ou inválido de qualquer idade.

• Salário-maternidade: é calculado de forma diferenciada, sem considerar todo o período contributivo. A segurada empregada, por exemplo, recebe o valor da última remuneração recebida.

• Pensão por morte e auxílio-reclusão: a legislação previdenciária não vinculou a forma de cálculo desses benefícios diretamente ao salário-de-benefício. Entretanto, indiretamente, seus valores estão relacionados com esse conceito.

7 BeneFícioS da Previdência Social

A Lei nº 8.213/91 de 24 de julho de 1991, publicada em 27 de julho de 1991, dispõe sobre o Plano de Benefícios da Previdência Social – PBPS. Ela foi regulamentada pelo Decreto nº 3.048 de 6 de maio de 1999 (Regulamento da Previdência Social – RPS). No PBPS estão todas as normas que regem a relação jurídica entre segurados, dependentes e Previdência Social, sob o prisma dos benefícios e serviços que lhes são garantidos.

Os benefícios previdenciários são prestações pagas, em dinheiro, aos trabalhadores ou aos seus dependentes. Alguns deles substituem a remuneração do trabalhador que ficou, por algum motivo, impedido de exercer sua atividade. Outros são oferecidos como complementação de rendimento do trabalho, ou mesmo independentemente do exercício da atividade.

Quadro 3 - Benefícios da Previdência Social

Pagos aos segurados Pagos aos dependentes

Aposentadoria por invalidezAposentadoria por idadeAposentadoria por tempo de contribuiçãoAposentadoria especialSalário-famíliaSalário-maternidadeAuxílio-doençaAuxílio-acidente

Pensão por morteAuxílio-reclusão

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7.1 aposentadoria por invalidez

Uma vez cumprida a carência exigida, quando for o caso, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz para o trabalho e insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e será paga a ele enquanto permanecer nessa condição.

O segurado recebe a concessão de aposentadoria por invalidez após a verificação da sua condição de incapacidade, mediante exame médico-pericial a cargo da Previdência Social, podendo ainda, às suas expensas, fazer-se acompanhar de médico de sua confiança.

A doença ou lesão de que o segurado já era portador ao filiar-se ao RGPS não lhe conferirá o direito à aposentadoria por invalidez, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão, conforme dispõe o Artigo 43, §2º do RPS, no Decreto nº 3.048.

A aposentadoria por invalidez será devida ao segurado empregado ou empresário a contar do:

• dia imediato ao da concessão do auxílio-doença, quando o segurado estiver em gozo desse benefício;

• 16º dia de afastamento da atividade ou a partir da data da entrada do requerimento, se entre o afastamento e a entrada do requerimento decorrer mais de 30 dias.

Ao segurado empregado doméstico, contribuinte individual, trabalhador avulso, segurado especial ou facultativo, a contar da data do início da incapacidade ou da data da entrada do requerimento, se entre essas datas ocorrerem mais de 30 dias.

Durante os primeiros 15 dias de afastamento da atividade por motivo de invalidez, caberá à empresa pagar ao segurado empregado o salário integral ou, ao empresário, a remuneração.

A concessão de aposentadoria por invalidez, inclusive mediante transformação de auxílio-doença concedido na forma do Artigo 73 e seus parágrafos do RPS, está condicionada ao afastamento de todas as atividades.

observação

Segundo dados do site da Previdência Social, quem recebe aposentadoria por invalidez tem que passar por perícia médica de dois em dois anos, caso contrário, o benefício é suspenso. A aposentadoria deixa de ser paga quando o segurado recuperar a capacidade e voltar ao trabalho.

Carência

Há a carência do tempo de contribuição de 12 meses, no caso de doença. No caso de acidente, de segurado especial ou de doenças listadas no Artigo 151 da Lei nº 8.213, a carência não será exigida.

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Renda mensal

A renda mensal da aposentadoria é de 100% do salário-de-benefício. O valor da aposentadoria por invalidez do segurado será acrescida de 25% se ele necessitar de assistência permanente de outra pessoa. Esses 25% serão extintos com a morte do aposentado.

7.2 aposentadoria por idade

Conforme consta no site do Ministério da Previdência Social, tem direito à aposentadoria por idade os trabalhadores urbanos do sexo masculino a partir dos 65 anos e do sexo feminino a partir dos 60 anos de idade. Os trabalhadores rurais podem solicitar aposentadoria por idade cinco anos mais cedo: a partir dos 60 anos para os homens, e a partir dos 55 anos para as mulheres.

Para a solicitação do benefício, os trabalhadores urbanos inscritos na Previdência Social a partir de 25 de julho de 1991 precisam comprovar 180 contribuições mensais. Já os trabalhadores rurais têm de provar, com documentos, 180 meses de trabalho no campo.

Os segurados urbanos filiados até 24 de julho de 1991 devem comprovar o número de contribuições exigidas de acordo com o ano em que implementaram as condições para requerer o benefício, conforme o quadro a seguir.

Quadro 4 – Progressão da carência para segurados inscritos até 24 de julho de 1991

Ano de implementação das

condições

Meses de contribuição exigidos

1991 60 meses

1992 60 meses

1993 66 meses

1994 72 meses

1995 78 meses

1996 90 meses

1997 96 meses

1998 102 meses

1999 108 meses

2000 114 meses

2001 120 meses

2002 126 meses

2003 132 meses

2004 138 meses

2005 144 meses

2006 150 meses

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2007 156 meses

2008 162 meses

2009 168 meses

2010 174 meses

2011 180 meses

Fonte: <http://www.previdencia.gov.br/conteudoDinamico.php?id=179>.

Para os trabalhadores rurais, filiados até 24 de julho de 1991, será exigida a comprovação de trabalho no campo no mesmo número de meses constantes no quadro. Além disso, o segurado deverá estar exercendo a atividade rural na data de entrada do requerimento ou na data em que implementou todas as condições exigidas para o benefício, ou seja, idade mínima e carência.

O trabalhador rural (empregado e contribuinte individual), enquadrado como segurado obrigatório do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), pode requerer aposentadoria por idade, no valor de um salário mínimo, até 31 de dezembro de 2010, desde que comprove o efetivo exercício da atividade rural, ainda que de forma descontínua, em número de meses igual à carência exigida. Para o segurado especial não há limite de data.

Segundo a Lei nº 10.666, de 8 de maio de 2003, a perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão de aposentadoria por idade, desde que o trabalhador tenha cumprido o tempo mínimo de contribuição exigido, no ano em que completou a idade. Nesse caso, o valor do benefício será de um salário mínimo, se não houver contribuições após julho de 1994.

É importante ressaltar que a aposentadoria por idade é irreversível e irrenunciável: depois que receber o primeiro pagamento ou sacar o PIS e/ou Fundo de Garantia (o que ocorrer primeiro), o segurado não poderá desistir do benefício. O trabalhador não precisa sair do emprego para requerer a aposentadoria.

A renda mensal do aposentado por idade é de 70% do salário-de-benefício, mais 1% deste por grupo de 12 contribuições mensais, até o máximo de 30%.

7.3 aposentadoria por tempo de contribuição

A aposentadoria por tempo de contribuição é assegurada no regime geral de Previdência Social, podendo ser integral ou proporcional. Para ter direito à aposentadoria integral, o trabalhador homem deve comprovar pelo menos 35 anos de contribuição, e a trabalhadora mulher, 30 anos. Para requerer a aposentadoria proporcional, o trabalhador tem que combinar dois requisitos: tempo de contribuição e idade mínima.

Os homens podem requerer aposentadoria proporcional aos 53 anos de idade e 30 anos de contribuição (mais um adicional de 40% sobre o tempo que faltava em 16 de dezembro de 1998 para completar 30 anos de contribuição).

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As mulheres têm direito à aposentadoria proporcional aos 48 anos de idade e 25 de contribuição (mais um adicional de 40% sobre o tempo que faltava em 16 de dezembro de 1998 para completar 25 anos de contribuição).

A perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão da aposentadoria por tempo de contribuição, conforme estabelece a Lei nº 10.666, de 8 de maio de 2003. O trabalhador terá, no entanto, que cumprir um prazo mínimo de contribuição à Previdência Social. Os inscritos a partir de 25 de julho de 1991 devem ter, pelo menos, 180 contribuições mensais (carência). Os filiados antes dessa data têm de seguir a tabela progressiva.

Assim como a aposentadoria por idade, a aposentadoria por tempo de contribuição é irreversível e irrenunciável: a partir do primeiro pagamento, o segurado não pode desistir do benefício. O trabalhador não precisa sair do emprego para requerer a aposentadoria.

7.4 aposentadoria especial

Benefício concedido ao segurado que tenha trabalhado em condições prejudiciais à saúde ou à integridade física. Para ter direito à aposentadoria especial, o trabalhador deverá comprovar, além do tempo de trabalho, efetiva exposição aos agentes físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais pelo período exigido para a concessão do benefício (15, 20 ou 25 anos).

A comprovação será feita em formulário do Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP), preenchido pela empresa com base em Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho (LTCA), expedido por médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho.

Para ter direito ao benefício, o trabalhador inscrito a partir de 25 de julho de 1991 deverá comprovar no mínimo 180 contribuições mensais. Os inscritos até essa data devem seguir a tabela progressiva. A perda da qualidade de segurado não será considerada para concessão de aposentadoria especial, segundo a Lei nº 10.666/03.

O segurado que tiver exercido sucessivamente duas ou mais atividades em condições prejudiciais à saúde ou à integridade física, sem completar o prazo mínimo para aposentadoria especial, poderá somar os referidos períodos seguindo o seguinte quadro de conversão:

Quadro 5 - Conversão de tempo para aposentadoria especial

Tempo a converterMultiplicadores

Para 15 Para 20 Para 25

de 15 anos - 1,33 1,67

de 20 anos 0,75 - 1,25

de 25 anos 0,60 0,80 -

Fonte: <http://www.previdencia.gov.br/conteudoDinamico.php?id=14>.

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A conversão de tempo de atividade sob condições especiais em tempo de atividade comum se dará de acordo com o seguinte quadro:

Quadro 6 - Conversão de tempo de atividade sob condições especiais

Tempo a ConverterMultiplicadores

Mulher (para 30) Homem (para 35)

de 15 anos 2,00 2,33

de 20 anos 1,50 1,75

de 25 anos 1,20 1,40

Fonte: <http://www.previdencia.gov.br/conteudoDinamico.php?id=14>.

7.5 Salário-família

O salário-família é o benefício devido ao segurado empregado e ao trabalhador avulso de baixa renda, na proporção do respectivo número de filhos ou equiparados, menores de 14 anos, ou inválidos de qualquer idade.

Considera-se trabalhador de baixa renda o que recebe remuneração de até R$ 915,05. Esse valor é atualizado, em regra, anualmente, conforme visto na Portaria Interministerial 02, de 06 de janeiro de 2012.

O pagamento do salário-família em decorrência de filho ou equiparado inválido será feita após verificação em exame médico-pericial a cargo da Previdência Social.

A cota do salário-família consiste em um valor fixo pago mensalmente ao segurado, por filho, que atenda às exigências legais. Existem duas faixas salariais para a concessão desse benefício. De acordo com a Portaria Interministerial nº 02, o valor do salário-família é de R$ 31,22, por filho de até 14 anos de idade ou inválido de qualquer idade, para quem ganha até R$ 608,80. Para o trabalhador que recebe de R$ 608,81 até R$ 915,05, o valor do salário-família, por filho de até 14 anos de idade ou inválido de qualquer idade, é de R$ 22,00.

A empresa deverá pagar o salário-família ao empregado juntamente com sua remuneração mensal, que deverá se compensar dos valores despendidos com o pagamento desse benefício na guia de recolhimento da contribuição previdenciária (GPS).

Importante ressaltar que, quando o pai e a mãe são segurados empregados ou trabalhadores avulsos, ambos têm direito ao salário-família, mesmo que trabalhem na mesma empresa.

O pagamento do salário-família será devido a partir da data da apresentação da Certidão de Nascimento do filho ou da documentação relativa ao equiparado, estando condicionado à apresentação anual de Atestado de Vacinação Obrigatória, até 6 anos de idade, e de comprovação semestral de frequência à escola do filho ou equiparado, a partir dos 7 anos.

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Para efeito de concessão e manutenção do salário-família, o segurado deve firmar Termo de Responsabilidade, no qual se comprometa a comunicar à empresa ou ao INSS qualquer fato ou circunstância que determine a perda do direito ao benefício, como o falecimento do filho.

O direito ao salário-família cessa automaticamente:

• por morte do filho ou equiparado, a contar do mês seguinte ao do óbito;

• quando o filho ou equiparado completar 14 anos de idade, salvo se inválido, a contar do mês seguinte ao da data do aniversário;

• pela recuperação da capacidade do filho ou equiparado inválido, a contar do mês seguinte ao da cessação da incapacidade;

• pelo desemprego do segurado.

7.6 Salário-maternidade

As trabalhadoras que contribuem para a Previdência Social têm direito ao salário-maternidade durante os 120 dias em que ficarem afastadas do emprego por causa do parto. O benefício foi estendido também para as mães adotivas e, desde 2007, para a segurada desempregada (empregada, trabalhadora avulsa e doméstica), cujas contribuições (contribuinte individual, facultativa) cessaram, e segurada especial, desde que mantida a qualidade de segurado.

O salário-maternidade é concedido à segurada que adotar uma criança ou ganhar a guarda judicial para fins de adoção:

• se a criança tiver até um ano de idade, o salário-maternidade será de 120 dias;

• se tiver de um ano a quatro anos de idade, o salário-maternidade será de 60 dias;

• se tiver de quatro anos a oito anos de idade, o salário-maternidade será de 30 dias.

Para a concessão do salário-maternidade não é exigido tempo mínimo de contribuição das trabalhadoras empregadas, empregadas domésticas e trabalhadoras avulsas, desde que comprovem sua filiação nessa condição, na data do afastamento ou na data do parto, para fins de salário-maternidade.

A contribuinte facultativa e a individual têm que ter pelo menos dez contribuições para receber o benefício. A segurada especial receberá o salário-maternidade se comprovar no mínimo dez meses de trabalho rural. Se o nascimento for prematuro, a carência será reduzida no mesmo total de meses em que o parto foi antecipado.

Considera-se parto o nascimento ocorrido a partir da 23ª semana de gestação, inclusive natimorto.

Nos abortos espontâneos ou previstos em lei (estupro ou risco de morte para a mãe), será pago o salário-maternidade por duas semanas.

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A trabalhadora que exerce atividades ou tem empregos simultâneos tem direito a um salário-maternidade para cada emprego/atividade, desde que contribua para a Previdência nas duas funções.

O salário-maternidade é devido a partir do oitavo mês de gestação (comprovado por atestado médico) ou da data do parto (comprovado pela Certidão de Nascimento).

A partir de setembro de 2003, o pagamento do salário-maternidade das gestantes empregadas passará a ser feito diretamente pelas empresas, que serão ressarcidas pela Previdência Social. As mães adotivas, contribuintes individuais, facultativas e empregadas domésticas terão de pedir o benefício nas Agências da Previdência Social.

Em casos comprovados por atestado médico, o período de repouso poderá ser prorrogado por duas semanas antes do parto e ao final dos 120 dias de licença.

Cabe à empresa pagar o salário-maternidade devido à empregada gestante, efetivando-se a compensação, de acordo com o disposto no Artigo 248, da Constituição Federal (Brasil, 1988), à época do recolhimento das contribuições incidentes sobre a folha de salários e demais rendimentos pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço. A empresa deverá conservar durante 10 (dez) anos os comprovantes dos pagamentos e os atestados correspondentes.

7.7 auxílio-doença

O auxílio-doença é o benefício devido ao segurado que ficar incapacitado para seu trabalho ou para a atividade habitual por mais de 15 dias consecutivos.

Da mesma forma que a aposentadoria por invalidez, não será devido o auxílio-doença ao segurado que se filiar ao RGPS já sendo portador de doença ou lesão invocada como causa da concessão do benefício, salvo quando a incapacidade sobrevier, por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão.

No caso dos trabalhadores com carteira assinada, exceto o doméstico, os primeiros 15 dias são pagos pelo empregador, e a Previdência Social paga a partir do 16º dia de afastamento do trabalho. No caso do contribuinte individual (empresário, profissionais liberais, trabalhadores por conta própria, entre outros), e do doméstico, a Previdência paga todo o período da doença ou do acidente (desde que o trabalhador tenha requerido o benefício).

Para ter direito ao benefício, o trabalhador tem de contribuir para a Previdência Social por, no mínimo, 12 meses. Esse prazo não será exigido em caso de acidente de nenhuma natureza (por acidente de trabalho ou fora do trabalho). Para concessão de auxílio-doença é necessária a comprovação da incapacidade em exame realizado pela perícia médica da Previdência Social.

O trabalhador que recebe auxílio-doença é obrigado a realizar exame médico periódico e participar do programa de reabilitação profissional prescrito e custeado pela Previdência Social, sob pena de ter o benefício suspenso.

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O auxílio-doença deixa de ser pago quando o segurado recupera a capacidade e retorna ao trabalho ou quando o benefício transforma-se em aposentadoria por invalidez.

7.8 auxílio-acidente

De acordo com o site da Previdência Social (www.previdencia.gov.br), esse beneficio é pago ao trabalhador que sofre um acidente e fica com sequelas que reduzem sua capacidade de trabalho. É concedido para segurados que recebiam auxílio-doença. Têm direito ao auxílio-acidente o trabalhador empregado, o trabalhador avulso e o segurador especial. O empregado doméstico, o contribuinte individual e o facultativo não recebem o benefício.

As sequelas, definitivas, devem implicar em: a) redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exerciam; b) redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exerciam e exija maior esforço para o desempenho da mesma atividade que exercia na época do acidente; c) impossibilidade de desempenho da atividade que exerciam na época do acidente, porém que permita o desempenho de outra, após o processo de reabilitação profissional, nos casos indicados pela perícia médica do INSS.

Para concessão do auxílio-acidente não é exigido tempo mínimo de contribuição, mas o trabalhador deve ter qualidade de segurado e comprovar a impossibilidade de continuar desempenhando suas atividades, por meio de exame da perícia médica da Previdência Social.

O auxílio-acidente, por ter caráter de indenização, pode ser acumulado com outros benefícios pagos pela Previdência Social exceto aposentadoria. Assim, o benefício deixa de ser pago quando o trabalhador se aposenta.

7.9 Pensão por morte

A pensão por morte será devida ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não, a contar da data:

• do óbito, quando requerida até 30 dias depois deste;

• do requerimento, quando requerida após 30 dias do óbito; ou

• da decisão judicial, no caso de morte presumida.

Para concessão de pensão por morte, não há tempo mínimo de contribuição, mas é necessário que o óbito tenha ocorrido enquanto o trabalhador tinha qualidade de segurado.

Se o óbito ocorrer após a perda da qualidade de segurado, os dependentes terão direito à pensão desde que o trabalhador tenha cumprido, até o dia da morte, os requisitos para obtenção de aposentadoria, concedida pela Previdência Social.

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7.10 auxílio-reclusão

Trata-se de uma prestação mensal que o INSS paga aos dependentes de baixa renda do segurado recolhido à prisão, que não receber remuneração da empresa nem estiver em gozo de auxílio-doença, de aposentadoria ou de abono de permanência em serviço.

Não há tempo mínimo de contribuição para que a família do segurado tenha direito ao benefício, mas o trabalhador precisa ter qualidade de segurado. Desde 01 de janeiro de 2012 é devido aos dependentes do segurado cujo salário-de-contribuição seja igual ou inferior a R$ 915,05 independentemente da quantidade de contratos e de atividades exercidas.

Após a concessão do benefício, os dependentes devem apresentar à Previdência Social, de três em três meses, atestado de que o trabalhador continua preso, emitido por autoridade competente. Esse documento pode ser a certidão de prisão preventiva, a certidão da sentença condenatória ou o atestado de recolhimento do segurado à prisão.

Para os segurados, com idade entre 16 e 18 anos, serão exigidos o despacho de internação e o atestado de efetivo recolhimento a órgão subordinado ao Juizado da Infância e da Juventude.

O auxílio-reclusão deixará de ser pago:

• com a morte do segurado e, nesse caso, o auxílio-reclusão será convertido em pensão por morte;

• em caso de fuga, liberdade condicional, transferência para prisão-albergue ou extinção da pena;

• quando o dependente completar 21 anos ou for emancipado;

• com o fim da invalidez ou morte do dependente.

8 ServiçoS da Previdência Social

Além de benefícios, a Previdência Social disponibiliza serviços para os segurados e seus dependentes. Tais serviços buscam oferecer apoio aos segurados no exercício de sua atividade ou na relação com a Previdência Social e com a própria sociedade.

8.1 Serviço Social

Tem a finalidade de prestar ao beneficiário orientação e apoio na solução de problemas de ordem pessoal e familiar e, também, à melhoria de seu relacionamento com a Previdência Social no que se refere à solução de problemas referentes a benefícios.

O Serviço Social tem como objetivo esclarecer seus beneficiários quanto aos seus direitos sociais e o meio de exercê-los. Prioriza o atendimento aos segurados no que tange a benefício por incapacidade temporária, dando atenção especial aos aposentados e aos pensionistas.

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Saiba mais

Para verificar os procedimentos adotados para solicitar os benefícios sociais, acesse o site da Previdência Social: <www.previdencia.gov.br>.

8.2 Habilitação e reabilitação profissional

Visa a oferecer aos beneficiários, parcial ou totalmente incapacitados para o trabalho, em caráter obrigatório, independentemente de carência, e às pessoas portadoras de deficiência, os meios indicados para o reingresso no mercado de trabalho e no contexto em que vivem.

Quando indispensáveis ao desenvolvimento do processo de reabilitação profissional, o INSS fornecerá aos segurados, inclusive aposentados, em caráter obrigatório, e aos seus dependentes, na medida das possibilidades do Instituto, prótese e órtese, seu reparo ou substituição, instrumento de auxílio para locomoção, equipamentos necessários à habilitação e à reabilitação profissional, transporte urbano e alimentação, assim como, na medida das possibilidades do Instituto, aos seus dependentes.

Saiba mais

Leia sobre o panorama da Previdência Social Brasileira no site: <http://www.previdencia.gov.br/arquivos/office/3_090126-092058-729.pdf>.

resumo

Na Unidade II, foi apresentado o Direito da Seguridade Social, que consiste no conjunto de princípios, regras e instituições destinado a estabelecer um sistema de proteção social aos indivíduos contra contingências que os impeçam de prover suas necessidades pessoais básicas e de suas famílias, integrado por ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, visando a assegurar os direitos relativos à Saúde, à Assistência Social e à Previdência Social.

A Saúde, administrada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é direito de todos e dever do Estado, independendo de filiação e de contribuição para o seu custeio.

A Assistência Social é um subsistema da Seguridade Social de caráter não contributivo, ou seja, será prestada a todo indivíduo que dela

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necessitar, não importando se tal indivíduo tenha contribuído ou não à seguridade social. Os objetivos da Assistência Social são: proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; o amparo às crianças e aos adolescentes carentes; a promoção da integração ao mercado de trabalho; a habilitação e a reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária, e a garantia de um salário mínimo de benefício mensal às pessoas que preencherem os requisitos da lei.

Já a Previdência Social é um seguro que garante a renda do contribuinte e de sua família, em casos de doença, acidente, gravidez, prisão, morte e velhice. Para ter essa proteção, é necessário se inscrever e contribuir todos os meses. A missão da Previdência Social é garantir proteção ao trabalhador e à sua família, por meio de sistema público de política previdenciária solidária, inclusiva e sustentável, com o objetivo de promover o bem-estar social.

Conhecemos, nesta Unidade, os vários princípios da Seguridade Social: universalidade da cobertura e do atendimento, uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços para as populações urbana e rural, seletividade e distributividade na prestação de benefícios e serviços, irredutibilidade do valor dos benefícios, equidade na forma de participação no custeio, diversidade da base de financiamento, caráter democrático e descentralizado na gestão administrativa, tríplice forma de custeio e preexistência de custeio em relação ao benefício ou serviço.

Vimos também os benefícios previdenciários e seus vários tipos de aposentadoria: a aposentadoria por invalidez (devida ao segurado que for considerado incapaz para o trabalho e insuscetível de reabilitação), a aposentadoria por idade (à qual têm direito os trabalhadores urbanos do sexo masculino a partir dos 65 anos e do sexo feminino a partir dos 60 anos de idade, e os trabalhadores rurais com cinco anos a menos: a partir dos 60 anos para os homens e a partir dos 55 anos para as mulheres), a aposentadoria por tempo de contribuição (que se tem direito caso sejam comprovados pelo menos 35 anos de contribuição para os trabalhadores homens e 30 anos para a trabalhadora mulher), e a aposentadoria especial (benefício concedido ao segurado que tenha trabalhado em condições prejudiciais à saúde ou à integridade física).

São também benefícios previdenciários o salário-família (benefício devido ao segurado empregado e ao trabalhador avulso de baixa renda, na proporção do respectivo número de filhos ou equiparados, menores de 14 anos, ou inválidos de qualquer idade), o salário-maternidade (as trabalhadoras que contribuem para a Previdência Social têm direito ao salário-maternidade durante os 120 dias em que ficarem afastadas

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do emprego por causa do parto), o auxílio-doença (benefício devido ao segurado que ficar incapacitado para seu trabalho ou para a atividade habitual por mais de 15 dias consecutivos), o auxílio-acidente (benefício pago ao trabalhador que sofre um acidente e fica com sequelas que reduzem sua capacidade de trabalho), a pensão por morte (devida ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não) e o auxílio-reclusão (prestação mensal que o INSS paga aos dependentes de baixa renda do segurado recolhido à prisão que não receber remuneração da empresa nem estiver em gozo de auxílio-doença, de aposentadoria ou de abono de permanência em serviço).

exercícios

Questão 1. A maior parte dos princípios específicos da Seguridade Social é encontrada no parágrafo único do Artigo 194 da Constituição Federal. Analise as afirmativas a seguir:

I – Princípio da Universalidade da Cobertura e do Atendimento: todos devem estar cobertos pela proteção social. A previdência é regime contributivo de filiação obrigatória para os que exercem atividade remunerada lícita.

II – Princípio da Uniformidade e Equivalência dos Benefícios e Serviços às Populações Urbana e Rural: desde a Constituição Federal de 1988 não mais se distingue o trabalhador urbano do trabalhador rural no que se refere aos seus direitos fundamentais. Têm eles, portanto, idêntica proteção da Seguridade Social.

III – Princípio da Seletividade e Distributividade na Prestação de Benefícios e Serviços: a seletividade pede que tal prestação seja fornecida apenas a quem realmente necessitar, desde que se enquadre nas situações que a lei definir, e a distributividade é melhor aplicável à Previdência e à Assistência Social. O Poder Público vale-se da seguridade social para distribuir renda entre a população.

IV – Princípio da Irredutibilidade do Valor dos Benefícios: é assegurado o reajustamento dos benefícios, para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei.

V – Princípio da Equidade na Forma de Participação no Custeio: a Constituição ordena que a seguridade social seja financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, mediante recursos provenientes do governo, das empresas e dos trabalhadores.

Assinale a alternativa correta:

A) As afirmativas I, II e III estão corretas.

B) As afirmativas I, II, III e IV estão corretas.

C) As afirmativas II, III e V estão incorretas.

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D) Todas as afirmativas estão corretas.

E) Todas as afirmativas estão incorretas.

Resolução do exercício

Resposta correta: alternativa B.

Justificativa: todas as alternativas estão corretas, com exceção do Princípio da Equidade na Forma de Participação no Custeio, pois neste determina-se que a participação no custeio da seguridade social deverá observar a capacidade econômica do contribuinte, ou seja, quem pode mais paga mais e assim por diante.

Questão 2. Antônio Walas, devido a sua notória experiência no mercado financeiro, recebeu proposta para ser diretor-empregado de um grande banco de investimentos, com direito a participação direta nos resultados da empresa. Caso Antônio aceite a proposta, sua inscrição no Regime Geral de Previdência Social será:

A) Obrigatória, como empregado.

B) Obrigatória, como contribuinte individual.

C) Obrigatória, como segurado especial.

D) Facultativa, por ter deixado de ser segurado obrigatório.

E) Facultativa, como associado eleito para cargo de direção remunerada.

Resolução do exercício

Resposta correta: alternativa A.

Justificativa: se Antônio aceitar a promoção, será um diretor-empregado e, portanto, com relação à Previdência Social, será um segurado obrigatório.

Questão 3. Carência é o número de contribuições mensais necessárias para efetivação do direito a um benefício. De acordo com essa afirmação, assinale a alternativa incorreta:

A) Carência não se confunde como de tempo de contribuição.

B) Carência é contada mês a mês, enquanto o tempo de contribuição admite recolhimentos em atraso.

C) Carência para auxílio-doença e aposentadoria por invalidez são de 12 contribuições mensais, com a exceção dos casos de acidente de qualquer natureza ou causa, doença profissional ou do trabalho.

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D) Para a aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de contribuição e aposentadoria especial, são necessárias 180 contribuições mensais.

E) No salário-maternidade, são necessárias 10 contribuições mensais para qualquer segurada.

Resolução do exercício

Resposta correta: alternativa E.

Justificativa: no caso do salário-maternidade, a carência somente se aplica à contribuinte individual, à segurada facultativa e à segurada especial. As demais não cumprem carência.

Questão 4. A aposentadoria por idade é o benefício concedido ao segurado da Previdência Social que atingir a idade considerada risco social. A matéria é regulamentada pela Lei nº 8.213/91, nos Artigos 48 a 51, e pelo Regulamento da Previdência Social, Decreto nº 3048/99, Artigos 51 a 55. A aposentadoria por idade, benefício conhecido popularmente como aposentadoria por velhice, é certamente o benefício previdenciário mais conhecido e tem o objetivo de garantir ao segurado sua manutenção e de sua família em caso de idade avançada. De acordo com o tema, assinale a alternativa incorreta:

A) O benefício da aposentadoria por idade é concedido ao segurado urbano, quando completar 65 anos de idade, se homem, ou 60 anos, se mulher.

B) Ao segurado rural, exceto o empresário, quando completar 60 anos de idade, se homem, ou 55 anos, se mulher.

C) A carência para a concessão do benefício é de 180 contribuições.

D) Fica garantido ao segurado com direito à aposentadoria por idade a opção pela não aplicação do fator previdenciário, devendo o Instituto Nacional de Seguro Social, quando da concessão do benefício, proceder ao cálculo da renda mensal inicial com e sem o fator previdenciário.

E) Os trabalhadores urbano e rural podem se aposentar com idades similares.

Resolução do exercício

Resposta correta: alternativa E.

Justificativa: a aposentadoria por idade é um beneficio previdenciário que poderá ser requerida tanto por trabalhadores urbanos quanto por rurais, mas eles adquirem tal direito em idades diferentes. Os rurais podem se aposentar 5 anos mais cedo.

Questão 5. Benefício concedido ao segurado impedido de trabalhar por doença ou acidente por mais de 15 dias consecutivos. No caso dos trabalhadores com carteira assinada, os primeiros 15 dias são pagos pelo empregador, exceto o doméstico, e a Previdência Social paga a partir do 16º dia de afastamento do trabalho. Para os demais segurados, inclusive o doméstico, a Previdência paga o benefício desde o início

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da incapacidade e enquanto ela perdurar. Em ambos os casos, deverá ter ocorrido o requerimento do benefício. Estamos falando de:

A) Aposentadoria por invalidez.

B) Auxílio-doença.

C) Auxílio-acidente.

D) Aposentadoria especial.

E) Nenhuma das alternativas.

Resolução do exercício

Resposta correta: alternativa B.

Justificativa: o auxílio-doença é um benefício previdenciário que poderá ser requerido pelo segurado quando este estiver impossibilitado provisoriamente de trabalhar, caso esteja doente ou tenha sofrido um acidente.

Questão 6. Indique, entre as alternativas a seguir, qual necessita de carência para o pagamento do benefício:

A) Pensão por morte.

B) Aposentadoria especial.

C) Auxílio-acidente.

D) Salário-família.

E) Salário-maternidade para empregadas.

Resolução do exercício

Resposta correta: alternativa B.

Justificativa: a aposentadoria especial precisa de carência, que será de 180 contribuições mensais.

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Direito trabalhista e social

REFERÊNCIAS

Audiovisuais

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