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PROFa. VERA MARIA CORRÊA QUEIROZ Mestre em Direito Previdenciário PUC/SP Doutoranda/ouvinte pela PUC/SP Especialista em Direito Previdenciário pela EPD Advogada e Consultora Jurídica Professora de Direito Previdenciário Ex-servidora do INSS E-mail: [email protected] Face: Vera Queiroz WhatsApp 11- 9.9984-8159 1

PROFa. VERA MARIA CORRÊA QUEIROZ - legale.com.br · •CF, ART. 194 - A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade,

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PROFa. VERA MARIA CORRÊA QUEIROZ

Mestre em Direito Previdenciário PUC/SP

Doutoranda/ouvinte pela PUC/SP

Especialista em Direito Previdenciário pela EPD

Advogada e Consultora Jurídica

Professora de Direito Previdenciário

Ex-servidora do INSS

E-mail: [email protected]

Face: Vera Queiroz

WhatsApp 11- 9.9984-8159

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SEGURIDADE SOCIAL

• CF, ART. 194 - A seguridade socialcompreende um conjunto integrado deações de iniciativa dos Poderes Públicose da sociedade, destinadas a asseguraros direitos relativos à saúde, àprevidência e à assistência social.

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SEGURIDADE SOCIAL

• SAÚDE CF, art. 196/200 e Lei n. 8.080/90.

• PREVIDÊNCIA SOCIAL CF, art. 201/202

– Lei 8.213/91 – Planos de Benefícios daPrevidência Social

– Lei 8.212/91 – Plano de Custeio da SeguridadeSocial

• ASSISTÊNCIA SOCIAL CF, art. 203/204

– Lei 8.742/93 – Lei Orgânica da Assistência Social3

SEGURIDADE SOCIAL

• PRESTAÇÕES DA SEGURIDADE SOCIAL:

– BENEFÍCIOS: expressos em valores monetários.São típicos da previdência e da assistência social.Ex: aposentadoria, benefício de prestaçãocontinuada.

– SERVIÇOS: expressos em atividades que visam àsatisfação dos beneficiários, sem o efetivopagamento monetário. Ex: reabilitaçãoprofissional.

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SEGURIDADE SOCIALPRINCÍPIOS – Art. 194, § único, CF

I - universalidade da cobertura e do atendimento;

II - uniformidade e equivalência dos benefícios eserviços às populações urbanas e rurais;

III - seletividade e distributividade na prestaçãodos benefícios e serviços;

IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;

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SEGURIDADE SOCIALPRINCÍPIOS – Art. 194, § único, CF

V - equidade na forma de participação no custeio;

VI - diversidade da base de financiamento;

VII - caráter democrático e descentralizado daadministração, mediante gestão quadripartite,com participação dos trabalhadores, dosempregadores, dos aposentados e do Governonos órgãos colegiados.

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REGIMES DE PREVIDÊNCIA SOCIAL

CONCEITO: É todo aquele que garante aconcessão de, no mínimo, aposentadoria epensão por morte.

Regime Previdenciário consiste noconjunto de normas, regras e princípiosharmônicos que informam e regem adisciplina previdenciária de determinadogrupo de seres humanos

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REGIMES DE PREVIDÊNCIA SOCIAL

ESPÉCIES:

RPPS – Regime Próprio de Previdência Social

dos Servidores públicos

RPSM – Regime Próprio de Previdência Social

dos Militares

RGPS – Regime Geral de Previdência Social

RPC – Regime de Previdência Complementar

REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL - RGPS

• ÓRGÃO GESTOR: INSS- Instituto Nacional doSeguro Social.

• CF, Art. 201. A previdência social seráorganizada sob a forma de regime geral, decaráter contributivo e de filiação obrigatória,observados critérios que preservem oequilíbrio financeiro e atuarial.

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• Geral: alcança todas as pessoas que exercematividade sem vinculação a regime próprio.

• Filiação obrigatória: é automática em razãodo exercício da atividade remunerada.

• Caráter Contributivo: segurado edependentes só fazem jus se houver acorrespondente contribuição.

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Equilíbrio financeiro: garantia deequivalência entre receitas auferidas e asobrigações do RGPS em cada exercíciofinanceiro.

Equilíbrio atuarial: garantia de equivalência,em valor presente, entre o fluxo de receitasestimadas e as obrigações projetadas,apuradas atuarialmente, a longo prazo.

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REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL - RGPS

• A previdência social atenderá, nos termos dalei, a:

I - cobertura dos eventos de doença, invalidez,morte e idade avançada;

II - proteção à maternidade, especialmente àgestante;

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REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL - RGPS

III - proteção ao trabalhador em situação dedesemprego involuntário;

IV - salário-família e auxílio-reclusão para osdependentes dos segurados de baixa renda;

V - pensão por morte do segurado, homem oumulher, ao cônjuge ou companheiro edependentes, observado o disposto no § 2º.

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REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL - RGPS

• Lei 8.213/91 - Art. 1º. A Previdência Social,mediante contribuição, tem por fimassegurar aos seus beneficiários meiosindispensáveis de manutenção, por motivode incapacidade, desemprego involuntário,idade avançada, tempo de serviço, encargosfamiliares e prisão ou morte daqueles dequem dependiam economicamente.

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BENEFICIÁRIOS DO RGPS

• SEGURADO: pessoa física vinculada ao RGPSpelo exercício da atividade ou por atovolitivo.

• DEPENDENTE: aquele que dependeeconomicamente do segurado, na forma dalei.

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SEGURADOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

• OBRIGATÓRIOS: todos aqueles que exercematividade remunerada. Classificam-se em:1) empregado

2) empregado doméstico

3) contribuinte individual

4) trabalhador avulso

5) segurado especial

• FACULTATIVOS: aqueles que não se enquadramcomo obrigatórios.

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SEGURADOS OBRIGATÓRIOS

• Art. 11, I da Lei 8.213/91

• Art. 9º, I do Decreto 3.048/99

1) EMPREGADO: aquele que presta serviço denatureza urbana ou rural à empresa, emcaráter não eventual, sob sua subordinação emediante remuneração, inclusive comodiretor empregado;

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SEGURADOS OBRIGATÓRIOS

• Art. 11, II da Lei 8.213/91

• Art. 9º, II do Decreto 3.048/99

2) EMPREGADO DOMÉSTICO: aquele que prestaserviço de natureza contínua a pessoa oufamília, no âmbito residencial desta, ematividades sem fins lucrativos.

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SEGURADOS OBRIGATÓRIOS

• Art. 11, V da Lei 8.213/91

• Art. 9º, V do Decreto 3.048/99

3) CONTRIBUINTE INDIVIDUAL: a pessoa física queexerce, por conta própria, atividade econômicade natureza urbana, com fins lucrativos ounão; quem presta serviço de natureza urbanaou rural, em caráter eventual, a uma ou maisempresas, sem relação de emprego;

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SEGURADOS OBRIGATÓRIOS

• Art. 11, VI da Lei 8.213/91

• Art. 9º, VI do Decreto 3.048/99

4) TRABALHADOR AVULSO: aquele que,sindicalizado ou não, presta serviço denatureza urbana ou rural, a diversasempresas, sem vínculo empregatício, com aintermediação obrigatória do órgão gestor demão de obra, ou do sindicato da categoria;

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SEGURADOS OBRIGATÓRIOS

• Art. 11, VII da Lei 8.213/91

• Art. 9º, VII do Decreto 3.048/99

5) SEGURADO ESPECIAL: a pessoa física residenteno imóvel rural ou em aglomerado urbano ourural próximo a ele que, individualmente ou emregime de economia familiar, ainda que com oauxílio eventual de terceiros, na condição deprodutor rural ou pescador artesanal.

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SEGURADOS FACULTATIVOS

• Art. 13 da Lei 8.213/91 - É seguradofacultativo o maior de 14 (quatorze) anos quese filiar ao Regime Geral de PrevidênciaSocial, mediante contribuição, desde que nãoincluído nas disposições do art. 11 (seguradoobrigatório).

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SEGURADOS FACULTATIVOS

• Art. 11 do Decreto 3.048/99 - É seguradofacultativo o maior de dezesseis anos deidade que se filiar ao Regime Geral dePrevidência Social, mediante contribuição, naforma do art. 199, desde que não estejaexercendo atividade remunerada que oenquadre como segurado obrigatório daprevidência social.

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SEGURADOS FACULTATIVOS

• Art. 11, § 2º. É vedada a filiação ao RegimeGeral de Previdência Social, na qualidade desegurado facultativo, de pessoa participantede regime próprio de previdência social,salvo na hipótese de afastamento semvencimento e desde que não permitida,nesta condição, contribuição ao respectivoregime próprio.

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RGPS - FILIAÇÃO E INSCRIÇÃO

• FILIAÇÃO: é o vínculo que se estabelece entreo segurado e a previdência social, do qualdecorrem direitos e obrigações. (art. 20, RPS)

– Para segurado obrigatório: é automática.

– Para segurado facultativo: com o recolhimentoda primeira contribuição.

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RGPS - FILIAÇÃO E INSCRIÇÃO

• INSCRIÇÃO: é o ato de se cadastrar no RGPS,mediante comprovação de dados pessoais.

– Para o empregado e trabalhador avulso:diretamente na empresa, sindicato ou OGMO.

– Para os demais segurados: no INSS.

– Para o dependente: quando do requerimento dobenefício.

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QUALIDADE DE SEGURADO

• Art. 15 da Lei 8.213/91

• Art. 13 do Decreto 3.048/99

• MANTER QUALIDADE = MANTER VÍNCULO

• HIPÓTESES DE MANUTENÇÃO:– RECOLHIMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES

– GOZO DE BENEFÍCIO

– PERÍODO DE GRAÇA

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QUALIDADE DE SEGURADO

• PRAZO DE MANUTENÇAO DA QUALIDADE:

> SEM LIMITE DE PRAZO, QUEM ESTÁ EM GOZO DEBENEFÍCIO.

> ATÉ 3 MESES APÓS O LICENCIAMENTO, OSEGURADO INCORPORADO ÀS FORÇAS ARMADASPARA PRESTAR SERVIÇO MILITAR.

> ATÉ 6 MESES APÓS A CESSAÇÃO DASCONTRIBUIÇÕES, O SEGURADO FACULTATIVO.

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QUALIDADE DE SEGURADO

> ATÉ 12 MESES APÓS:

- o livramento, o segurado retido ou recluso.

- a cessar a segregação, o segurado acometido dedoença de segregação compulsória.

- a cessação das contribuições, o segurado quedeixar de exercer atividade remunerada abrangidapela Previdência Social ou estiver suspenso oulicenciado sem remuneração.

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QUALIDADE DE SEGURADO

• AUMENTO DE PRAZO no caso de cessação dascontribuições do segurado que deixar de exercer atividaderemunerada abrangida pela Previdência Social ou estiversuspenso ou licenciado sem remuneração:

- será prorrogado para até 24 meses se o segurado játiver pago mais de 120 contribuições mensais seminterrupção que acarrete a perda da qualidade desegurado.

- serão acrescidos de 12 meses para o seguradodesempregado, desde que comprovada essa situação peloregistro no órgão próprio do Ministério do Trabalho.

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QUALIDADE DE SEGURADO

• EXEMPLO 1: Suziki trabalhou numa empresade 01.01.2001 a 31.12.2009 – TC = 09 anos

• Período de graça: de 01.01.2010 a 31.12.2010(por ter menos de 120 contribuições)

• Desemprego: ..... de 01.01.2011 a 31.12.2011(devidamente comprovado)

• Perda da qualidade de segurado: ..16.02.2012

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QUALIDADE DE SEGURADO

• Explicando:

a) Competência 01/2012 não é período de graça

b) Prazo para recolher competência 01/2012 é15.02.2012 (dia útil???)

c) Sem recolhimento: PQS em 16.12.2012

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QUALIDADE DE SEGURADO

• EXEMPLO 2: Suziki trabalhou numa empresade 01.01.2001 a 31.12.2015 – TC = 15 anos

• Período de graça: de 01.01.2016 a 31.12.2017(aumento automático por ter + 120 contrib.)

• Desemprego: ..... de 01.01.2018 a 31.12.2018(devidamente comprovado)

• Perda da qualidade de segurado: ..16.02.2019

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QUALIDADE DE SEGURADO

• Explicando:

a) Competência 01/2019 não é período de graça

b) Prazo para recolher competência 01/2019 é15.02.2019 (dia útil???)

c) Sem recolhimento: PQS em 16.12.2019

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QUALIDADE DE SEGURADO

• Durante os prazos do “período de graça”, osegurado conserva todos os seus direitosperante a previdência social.

• A perda da qualidade de segurado não seráconsiderada para a concessão dasaposentadorias por idade, por tempo decontribuição e especial.

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CARÊNCIA

• Art. 24 da Lei 8.213/91

• Art. 26 do Decreto 3.048/99

• Conceito: número mínimo de contribuiçõesindispensáveis para que o beneficiário façajus ao benefício, consideradas a partir dotranscurso do primeiro dia dos meses de suascompetências.

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CARÊNCIA

• Para o segurado especial:

– O tempo mínimo de efetivo exercício deatividade rural, ainda que de forma descontínua,igual ao número de meses necessário àconcessão do benefício requerido.

– Não é computado tempo de atividade anterior àcompetência novembro de 1991.

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CARÊNCIA

• CONTAGEM DOS PERÍODOS:

A) 180 contribuições mensais aposentadoriapor idade, por tempo de contribuição eespecial.

Carência é diferente de tempo de contribuição!

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CARÊNCIA

B) 12 contribuições mensais auxílio doença eaposentadoria por invalidez.

- não é regra absoluta nos casos deacidente de qualquer natureza ou causa e dedoença profissional ou do trabalho, oudoenças graves constantes de lista específica(Lei 13.135/2015).

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CARÊNCIAC) 10 contribuições mensais salário maternidade da

contribuinte individual, da facultativa e da seguradaespecial*.

- em caso de parto antecipado, o período de carência seráreduzido em número de contribuições equivalente aonúmero de meses em que o parto foi antecipado.

- no caso de perda da qualidade de segurado, para efeito decarência para a concessão do benefício, o segurado deverácontar, a partir da nova filiação à Previdência Social, commetade do período exigido (Lei 13.457/2017).

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CARÊNCIA

C) 10 contribuições mensais saláriomaternidade da contribuinte individual, dafacultativa e da segurada especial*.

- parto antecipado o período de carênciaserá reduzido em número de contribuiçõesequivalente ao número de meses em que oparto foi antecipado.

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CARÊNCIA

- Perda da qualidade de segurado naconcessão de auxílio doença e saláriomaternidade para efeito de carência, osegurado deverá contar, a partir da novafiliação à Previdência Social, com metade doperíodo exigido (Lei 13.457/2017).

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CARÊNCIAINDEPENDE DE CARÊNCIA:

A) pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-família e auxílio acidente.

B) salário maternidade para a seguradaempregada, trabalhadora avulsa e empregadadoméstica.

C) serviço social e reabilitação profissional.

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CARÊNCIA

INDEPENDE DE CARÊNCIA:

D) auxílio-doença e aposentadoria por invalidez noscasos de acidente de qualquer natureza ou causae de doença profissional ou do trabalho, bemcomo nos casos de segurado que, após filiar-seao RGPS, for acometido de alguma das doenças eafecções especificadas em lista elaborada pelosMinistérios da Saúde e da Previdência Social,atualizada a cada 3 (três) anos.

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CARÊNCIA

INDEPENDE DE CARÊNCIA:

E) segurado especial é garantida a concessão deaposentadoria por idade ou por invalidez, de auxílio-doença, de auxílio-reclusão ou de pensão, desde quecomprove o exercício de atividade rural, ainda quede forma descontínua, no período, imediatamenteanterior ao requerimento do benefício, igual aonúmero de meses correspondentes à carência dobenefício requerido.

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CARÊNCIA

CÔMPUTO DO PERÍODO:

- Para empregado, empregado doméstico etrabalhador avulso: a partir da data defiliação ao RGPS.

- Para contribuinte individual e facultativo: apartir da data de efetivo pagamento daprimeira contribuição sem atraso.

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DEPENDENTES

• Art. 16 da Lei 8.213/91• Art. 22 do Decreto 3.048/99

SÃO TODOS AQUELES QUE A LEI DEFINIU COMO TAL.

DIVISÃO EM CLASSES.

FAZEM JUS A PENSÃO POR MORTE E AUXÍLIORECLUSÃO.

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DEPENDENTES

• 1ª CLASSE – o cônjuge, a companheira, ocompanheiro e o filho não emancipado, dequalquer condição, menor de 21 anos ou inválidoou que tenha deficiência intelectual ou mental oudeficiência grave.

• Equiparado a filho: enteado e menor tutelado.

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DEPENDENTES

• 2ª CLASSE – os pais

• 3ª CLASSE - o irmão não emancipado, dequalquer condição, menor de 21 anos ouinválido ou que tenha deficiênciaintelectual ou mental ou deficiência grave.

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DEPENDENTES

• INSCRIÇÃO será promovida quando dorequerimento do benefício a que tiver direito,mediante a apresentação dos documentos.

A) Para cônjuge e filhos: certidões de casamentoe de nascimento.

B) Para equiparado a filho: certidão judicial detutela e, em se tratando de enteado, certidão decasamento do segurado e de nascimento dodependente.

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DEPENDENTES

C) Para companheira ou companheiro: odocumento de identidade e certidão decasamento com averbação da separação judicialou divórcio, quando um dos companheiros ouambos já tiverem sido casados, ou de óbito, sefor o caso.

Considera-se companheira ou companheiro apessoa que, sem ser casada, mantém uniãoestável com o segurado ou com a segurada, deacordo com o § 3º do art. 226 da CF.

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DEPENDENTES

Para dependente inválido: para fins deinscrição e concessão de benefício, ainvalidez será comprovada mediante examemédico-pericial a cargo do INSS.

Para o dependente menor de vinte e umanos: deverá apresentar declaração de nãoemancipação

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DEPENDENTES

CRITÉRIOS DE CONCESSÃO DE BENEFÍCIOS:

CRITÉRIO DA PREFERÊNCIA – HAVENDO DEPENDENTES NAPRIMEIRA CLASSE, FICAM AUTOMATICAMENTE EXCLUÍDOS OSDEPENDENTES DAS DEMAIS CLASSES.

OS PAIS OU IRMÃOS DEVERÃO, PARA FINS DE CONCESSÃODE BENEFÍCIOS, COMPROVAR A INEXISTÊNCIA DEDEPENDENTES PREFERENCIAIS, MEDIANTE DECLARAÇÃOFIRMADA PERANTE O INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL.

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DEPENDENTES

CRITÉRIO DA DEPENDÊNCIA ECONÔMICA – PARA OSDEPENDENTES DA PRIMEIRA CLASSE A DEPENDÊNCIAECONÔMICA É PRESUMIDA E PARA OS DEMAIS DEVE SERCOMPROVADA.

CRITÉRIO DO RATEIO: HAVENDO MAIS DE UM PENSIONISTA,O BENEFÍCIO SERÁ RATEADO EM COTAS IGUAIS.

PERDA DA QUALIDADE DE DEPENDENTE: A COTA SERÁREVERTIDA EM FAVOR DOS DEMAIS.

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DEPENDENTES

• QUESTÕES POLÊMICAS - Cônjuges. Ex-cônjuges.

• O cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato querecebia pensão de alimentos concorrerá em igualdade decondições com os dependentes da 1ª classe. Art. 76, § 2º, RPS.

• Súmula 336 do STJ: A mulher que renunciou aos alimentos naseparação judicial tem direito à pensão previdenciária pormorte do ex-marido, comprovada a necessidade econômicasuperveniente.

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DEPENDENTES

• QUESTÕES POLÊMICAS - Cônjuges. Ex-cônjuges.

IN 77/2015• Art. 371. O cônjuge separado de fato ou divorciado, bem como o ex-companheiro,

terá direito à pensão por morte, mesmo que este benefício tenha sido requerido econcedido à companheiro(a) ou novo cônjuge, desde que recebedor de pensãoalimentícia.

• § 1º Equipara-se à percepção de pensão alimentícia o recebimento de ajudaeconômica ou financeira sob qualquer forma, observando-se, no que couber, o rolexemplificativo do art. 135.

• § 2º Equipara-se, para todos os fins, a separação judicial ao divórcio.

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DEPENDENTES

• QUESTÕES POLÊMICAS - Cônjuges. Ex-cônjuges.

– Novo casamento: não provoca a perda da qualidade dedependente, apenas é vedada a percepção conjunta de maisde uma pensão por morte (ressalvado o direito de opção pelobenefício mais favorável).

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DEPENDENTES

• QUESTÕES POLÊMICAS – Companheira (o)

• RELAÇÃO HOMOAFETIVA

• POR FORÇA DA DECISÃO JUDICIAL PROFERIDA NA AÇÃO CIVIL PÚBLICA Nº2000.71.00.009347-0, O COMPANHEIRO OU A COMPANHEIRA DO MESMOSEXO DE SEGURADO INSCRITO NO RGPS INTEGRA O ROL DOS DEPENDENTESE, DESDE QUE COMPROVADA A VIDA EM COMUM, CONCORRE, PARA FINSDE PENSÃO POR MORTE E DE AUXÍLIO-RECLUSÃO, COM OS DEPENDENTESPREFERENCIAIS DE QUE TRATA O INCISO I DO ART. 16 DA LEI Nº 8.213, DE1991, PARA ÓBITO OU RECLUSÃO OCORRIDOS A PARTIR DE 5 DE ABRIL DE1991, CONFORME O DISPOSTO NO ART. 145 DO MESMO DIPLOMA LEGAL,REVOGADO PELA MP Nº 2.187-13, DE 2001.

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União Homoafetiva

Em 05 de maio de 2011, os ministros do STF, ao julgarem a ADI nº 4277 e a ADPF nº

132, reconheceram a união estável para casais do mesmo sexo. As ações foram

ajuizadas na Corte, respectivamente, pela PGR e pelo Governador do Rio de Janeiro. O

relator das ações, Ministro Ayres Britto, votou no sentido de dar interpretação conforme

a CRFB/88 para excluir qualquer significado do artigo 1.723 do Código Civil que impeça

o reconhecimento da união entre pessoas do mesmo sexo como entidade familiar. O

relator argumentou que o artigo 3º, inciso IV, da CF veda qualquer discriminação em

virtude de sexo, raça, cor e que, nesse sentido, ninguém pode ser diminuído ou

discriminado em função de sua preferência sexual. “O sexo das pessoas, salvo

disposição contrária, não se presta para desigualação jurídica”, observou o

Ministro, para concluir que qualquer depreciação da união estável homoafetiva colide,

portanto, com o inciso IV do artigo 3º da CF. O julgamento se deu por unanimidade e

tem efeito vinculante. 59

DEPENDENTES

• QUESTÕES POLÊMICAS – Filho

• Art. 375, §4º da IN 77/15: A emancipação a que se refere o §2º deste artigo não inclui a hipótese de colação de grau emensino superior.

• Súmula 37 da TNU: A pensão por morte, devida ao filho atéos 21 anos de idade, não se prorroga pela pendência do cursouniversitário.

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DEPENDENTES

• Situações polêmicas: neto menor sob guarda.

• A guarda confere à criança ou adolescente a condição dedependente, para todos os fins e efeitos de direito, inclusiveprevidenciários. Art. 33, § 3º da Lei 8.069/90 - Estatuto daCriança e do Adolescente .

• REsp nº 1.141.788 - RS – Rel.: Min. Rogério Schietti Cruz, DJ22.10.2014 – entende que a suspensão do benefício ao menorque está sob guarda configura um flagrante desrespeito aoprincípio da vedação ao retrocesso social, que proíbe retrocederna concretização de um direito social básico já alcançado.

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DEPENDENTES

• DEPENDENTE INDIGNO – CAUSOU OU CONTRIBUIU DOLOSAMENTEPARA A MORTE DO SEGURADO

• CESSAÇÃO: APÓS O TRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇA PENALCONDENATÓRIA.

• APLICAÇÃO: ÓBITOS OCORRIDOS APÓS 30.12.2014 (MP 664/2014).

• § 1º DO ART. 74 DA LEI N. 8.213/91.

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DEPENDENTES

• COMPROVAÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL

• Decorre de união pública, duradoura e contínua

• Intuito de constituir família

• Prova documental e testemunhal

• Competência para reconhecimento JustiçaFederal

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DEPENDENTES

• COMPROVAÇÃO DE DEPENDÊNCIA ECONÔMICA

• Presumida cônjuge, companheira (o) e filhos

não é absoluta

• Comprovação obrigatória pais e irmãos

• Prova documental (mínimo de 3) e testemunhal (§ 3º do art. 22 do Decreto 3.048/99)

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DEPENDENTES

• § 3º do art. 22 do Decreto 3.048/99:

• Certidão de nascimento de filho havido emcomum

• Certidão de casamento religioso

• Declaração do imposto de renda do segurado,em que conste o interessado como seudependente

• Disposições testamentárias

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DEPENDENTES

• Declaração especial feita perante tabelião.

• Prova de mesmo domicílio questionável.

• Prova de encargos domésticos evidentes eexistência de sociedade ou comunhão nosatos da vida civil.

• Procuração ou fiança reciprocamenteoutorgada.

• Conta bancária conjunta.

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DEPENDENTES

• Registro em associação de qualquer natureza,onde conste o interessado como dependente dosegurado.

• Anotação constante de ficha ou livro de registrode empregados.

• Apólice de seguro da qual conste o seguradocomo instituidor do seguro e a pessoainteressada como sua beneficiária.

• Ficha de tratamento em instituição deassistência médica, da qual conste o seguradocomo responsável.

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DEPENDENTES

• Escritura de compra e venda de imóvel pelosegurado em nome de dependente.

• Declaração de não emancipação dodependente menor de vinte e um anos.

• Quaisquer outros que possam levar àconvicção do fato a comprovar.

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LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA

SOCIAL - LOAS

• BASE NORMATIVA:

Art. 203 e 204 da CF

Lei 8.742/93

Lei Orgânica da Assistência Social – loas

Lei 10.741/2003 (Estatuto do idoso)

Lei 12.435/2011

Lei 12.470/2011

Lei 13.146/2015 (Estatuto da pessoa comdeficiência)

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ASSISTÊNCIA SOCIAL

• Art. 203. A assistência social será prestada aquem dela necessitar, independentemente decontribuição à seguridade social, e tem porobjetivos:

I - a proteção à família, à maternidade, à infância,à adolescência e à velhice;

II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;

III - a promoção da integração ao mercado detrabalho;

IV - a habilitação e reabilitação das pessoasportadoras de deficiência e a promoção de suaintegração à vida comunitária;

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ASSISTÊNCIA SOCIAL

• V - a garantia de um salário mínimo de

benefício mensal à pessoa portadora

de deficiência e ao idoso que

comprovem não possuir meios de

prover à própria manutenção ou de tê-

la provida por sua família, conforme

dispuser a lei.

• BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA

71

ASSISTÊNCIA SOCIAL

• BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA

• É gerido pelo Ministério do Desenvolvimento

Social e Combate à Fome (MDS) a quem

compete sua gestão, acompanhamento e

avaliação e, ao Instituto Nacional do Seguro

Social (INSS) a sua operacionalização. Os

recursos para custeio do BPC provem do

Fundo Nacional de Assistência Social

(FNAS).

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BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA

Em novembro de 2016, com a entrada emvigor do Decreto nº 8.805/2016, tornou-seobrigatória a inscrição de beneficiários erequerentes e de suas famílias no CadastroÚnico para concessão e manutenção doBenefício de Prestação Continuada daAssistência Social (BPC).

Ao longo do ano de 2017, devem ser incluídosos beneficiários idosos e, em 2018, aspessoas com deficiência, conforme InstruçãoOperacional (IO) nº 24, de 08 de março de 2017

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Substituiu o benefício previdenciário de RendaMensal Vitalícia.

Art. 139. A Renda Mensal Vitalícia continuaráintegrando o elenco de benefícios daPrevidência Social, até que sejaregulamentado o inciso V do art. 203 daConstituição Federal.

Código de Concessão:

NB 87 Amparo assistencial a pessoa comdeficiência

NB 88 Amparo assistencial ao idoso

BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA

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IDOSO:

• LOAS – art. 20 Redação original: idade 70anos

• Lei 9.720/98 a partir de 01/01/1998 reduziupara 67 anos

• Lei 10.741 01/11/2003 – Estatuto do Idoso queentrou em vigor em 01/01/2004 : 65 anos

• Redação atual LOAS: 65 anos

BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA

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IDOSO:

Art. 20. O benefício de prestaçãocontinuada é a garantia de um salário-mínimo mensal à pessoa com deficiênciae ao idoso com 65 (sessenta e cinco)anos ou mais que comprovem nãopossuir meios de prover a própriamanutenção nem de tê-la provida por suafamília. (Redação dada pela Lei nº 12.435,de 2011)

BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA

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Lei 10.741/2003 – ESTATUTO DO IDOSO

• Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta ecinco) anos, que não possuam meios para proversua subsistência, nem de tê-la provida por suafamília, é assegurado o benefício mensal de 1(um) salário-mínimo, nos termos da Lei Orgânicada Assistência Social – Loas.

Parágrafo único. O benefício já concedido aqualquer membro da família nos termos do caputnão será computado para os fins do cálculo darenda familiar per capita a que se refere a Loas.

BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA

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STF – RE 580.963

> No julgamento do RE 580.963 de 17 e18/04/2013 o parágrafo único do art. 34 doEstatuto do Idoso foi declaradoincidentalmente inconstitucional pelo STFpor violação ao principio da isonomia

> STF – Estende o paragrafo único do art. 34aos deficientes e aos segurados querecebam beneficio previdenciário com rendamensal de um salário mínimo

BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA

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PESSOA COM DEFICIÊNCIA:

Lei 13.146/2015

Redação original

§ 2º Para efeito de concessão deste

benefício, a pessoa portadora de

deficiência é aquela incapacitada para a

vida independente e para o trabalho.

BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA

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PESSOA COM DEFICIÊNCIA:

Conceito de Incapacidade

Incapacidade para prover a própria

subsistência, ou de tê-la provida pela

família, é suficiente para caracterização

da incapacidade para a vida

independente

BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA

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PESSOA COM DEFICIÊNCIA:

§ 2o Para efeito de concessão do benefício deprestação continuada, considera-se pessoacom deficiência aquela que tem impedimentode longo prazo de natureza física, mental,intelectual ou sensorial, o qual, em interaçãocom uma ou mais barreiras, pode obstruirsua participação plena e efetiva nasociedade em igualdade de condições comas demais pessoas. (Redação dada pela Leinº 13.146, de 2015) (Vigência)

BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA

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AVALIAÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA:

Redação atual: art.20 § 6o A concessão do benefício ficará sujeita à avaliação da

deficiência e do grau de impedimento de que trata o § 2o,composta por avaliação médica e avaliação social realizadaspor médicos peritos e por assistentes sociais do InstitutoNacional de Seguro Social – INSS Alterado LEI Nº 12.470, DE31 DE AGOSTO DE 2011 – DOU DE 1/09/2011

• PORTARIA CONJUNTA MDS/INSS Nº 2, DE 30 DEMARÇO DE 2015 - DOU DE 09/04/2015 –RETIFICADO - Dispõe sobre os critérios, procedimentos einstrumentos para avaliação social e medica da pessoa comdeficiência para acesso ao Benéfico de Prestação Continuada

BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA

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CRITÉRIO DE MISERABILIDADE

§ 3o Considera-se incapaz de prover a manutenção dapessoa com deficiência ou idosa a família cuja rendamensal per capita seja inferior a 1/4 (um quarto) dosalário-mínimo. (Redação dada pela Lei nº 12.435, de2011)

§ 11. Para concessão do benefício de que trata o caputdeste artigo, poderão ser utilizados outros elementosprobatórios da condição de miserabilidade do grupofamiliar e da situação de vulnerabilidade, conformeregulamento. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015 –Estatuto da Pessoa com deficiencia) (Vigência)

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CRITÉRIO DE MISERABILIDADE

RE 567.985 e 580.963

Por maioria de votos, o STF pronunciou ainconstitucionalidade material incidental do§ 3º, do art. 20, da Lei 8.742/93, que prevê ocritério legal da renda per capita familiarinferior a ¼ do salário mínimo paracaracterização da miserabilidade

Julgamento 17 e 18/04/2013

84

CRITÉRIO DE MISERABILIDADE

A decisão do STF não é vinculante

INSS mantém o critério de ¼ do saláriomínimo

Enquanto o Congresso não instituir um novocritério para substituir o § 3º do art. 20 da Lei8.742/93

Aumento de ações judiciais

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CRITÉRIO DE MISERABILIDADE

CRÍTICAS EM RELAÇÃO A OUTROS PROGRAMAS DEASSISTÊNCIA SOCIAL

1) CRITÉRIO: RENDA FAMILIAR PER CAPTA SER INFERIORA ½ SALÁRIO MÍNIMOEXEMPLO: LEI Nº 9.533, DE 10 DE DEZEMBRO DE 1997.(REPASSE DA UNIÃO AO PROGRAMA MUNICIPAL DEGARANTIA DE RENDA MÍNIMA)

2) LEI No 10.689, DE 13 DE JUNHO DE 2003. (PROGRAMANACIONAL DE ACESSO A ALIMENTAÇÃO –PNAA)

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OUTRAS QUESTÕES

§ 4º O benefício de que trata este artigo não podeser acumulado pelo beneficiário com qualquer outrono âmbito da seguridade social ou de outro regime,salvo os da assistência médica e da pensão especialde natureza indenizatória. Alterado pela LEI Nº12.435, DE 6 DE JULHO DE 2011 – DOU DE 07/07/2011

§ 5º A condição de acolhimento em instituições delonga permanência não prejudica o direito do idosoou da pessoa com deficiência ao benefício deprestação continuada. Alterado pela LEI Nº 12.435,DE 6 DE JULHO DE 2011 – DOU DE 07/07/2011

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SÚMULA 79 DA TNU

• Nas ações em que se postula benefícioassistencial, é necessária a comprovação dascondições socioeconômicas do autor porlaudo de assistente social, por auto deconstatação lavrado por oficial de justiça ou,sendo inviabilizados os referidos meios, porprova testemunhal.

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SÚMULA 80 DA TNU

• Nos pedidos de benefício de prestaçãocontinuada (LOAS), tendo em vista o adventoda Lei 12.470/11, para adequada valoraçãodos fatores ambientais, sociais, econômicos epessoais que impactam na participação dapessoa com deficiência na sociedade, énecessária a realização de avaliação socialpor assistente social ou outras providênciasaptas a revelar a efetiva condição vivida nomeio social pelo requerente.

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CESSAÇÃO DO BENEFÍCIO

Morte do beneficiário (não dá direito de pensãopor morte aos dependentes

Quando cessar a incapacidade

Renda mensal per capita ultrapassar o limitelegal

Cumulatividade com beneficio (salvo deassistência médica)

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MUITO OBRIGADA!!!

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