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UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOLOGIA DO TRÂNSITO VERA LUCIA FIALHO LEHNEN ESTUDO SOBRE O NÍVEL EDUCACIONAL COMO FATOR DETERMINANTE PARA AQUISIÇÃO DA PRIMEIRA CNH MACEIÓ - AL 2013

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UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOLOGIA DO TRÂNSITO

VERA LUCIA FIALHO LEHNEN

ESTUDO SOBRE O NÍVEL EDUCACIONAL COMO FATOR DETERMINANTE

PARA AQUISIÇÃO DA PRIMEIRA CNH

MACEIÓ - AL

2013

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VERA LUCIA FIALHO LEHNEN

ESTUDO SOBRE O NÍVEL EDUCACIONAL COMO FATOR DETERMINANTE PARA AQUISIÇÃO DA PRIMEIRA CNH

Monografia apresentada à Universidade Paulista/UNIP, como parte dos requisitos necessários para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicologia do Trânsito.

Orientadora: Prof. Esp. Vera Cristina Gomes Calado

MACEIÓ - AL

2013

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VERA LUCIA FIALHO LEHNEN

ESTUDO SOBRE O NÍVEL EDUCACIONAL COMO FATOR DETERMINANTE PARA AQUISIÇÃO DA PRIMEIRA CNH

Monografia apresentada à Universidade Paulista/UNIP, como parte dos requisitos necessários para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicologia do Trânsito.

APROVADO EM ____/____/____

____________________________________ PROFª.ESP.VERA CRISTINA GOMES CALADO

ORIENTADOR:

____________________________________ PROF. DR. LIÉRCIO PINHEIRO DE ARAÚJO

BANCA EXAMINADORA

____________________________________ PROF. ESP. FRANKLIN BARBOSA BEZERRA

BANCA EXAMINADORA

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais

Apparecido e Maria José

A meu esposo

Claudio Daniel

Aos meus filhos

Rafael Lehnen e Gabriel Lehnen

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus pela vida, saúde, coragem e determinação pela busca

e aperfeiçoamento do conhecimento que tem me concedido a cada dia.

Agradeço ao Senhor nosso Deus, pela oportunidade de trilhar esse caminho

tão significativo para nossa existência, no qual estarei me empenhando para auxiliar

os seres a resgatar o seu bem maior: autoestima, amor e dignidade.

Obrigado ao meu companheiro, filhos, pais, professores pelo apoio, incentivo

e compreensão. Em especial a minha supervisora professora Vera Cristina Gomes

Calado, pela orientação e dedicação durante a realização dessa pesquisa.

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"A menos que modifiquemos a nossa

maneira de pensar, não seremos capazes

de resolver os problemas causados pela

forma como nos acostumamos a ver o

mundo".

(Albert Einstein)

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RESUMO

Este estudo teve como fonte de pesquisa candidatos que buscavam a primeira Carteira Nacional de Habilitação que ficaram na condição de inaptos temporariamente. A pesquisa tem como objetivo, saber se o grau de instrução é um fator preponderante para inaptidão de candidatos a CNH. A metodologia de pesquisa foi a de campo. Esta pesquisa compreendeu uma entrevista semi-estruturada, a partir de um Roteiro de Entrevista e análise do resultado de testes realizados com 120 candidatos. Foram analisadas as médias dos candidatos nos testes de Atenção Concentrada, Atenção Difusa e Atenção Discriminativa da Bateria das Funções Mentais para motorista, da Vetor Editora Psicopedagógica. Analisou-se 20 candidatos para cada gênero e nível educacional. Foi realizada uma avaliação das características desses sujeitos, com base em seus níveis educacionais e nos resultados dos testes de atenção desses sujeitos. A coleta dos dados foi realizada em uma clínica credenciada ao DETRAN, no município de Macapá-AP. Os candidatos selecionados encontram-se nos níveis educacionais correspondentes ao 1º grau, 2º grau e 3º grau. Os resultados encontrados demonstraram que os candidatos apresentam déficits cognitivos que os comprometem na condução de veículos automotores, por apresentarem resultados abaixo da média que é exigida para aquisição da CNH, sendo por isso, considerados inaptos temporários para a condução de veículos na modalidade pretendida. Observou-se que os possíveis fatores que os fizeram inaptos temporários não estavam relacionados ao nível educacional, mas aos déficits atencionais apresentados por esses candidatos.

Palavras-chave: Nível educacional, Carteira de Habilitação, Inaptos

Temporariamente.

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ABSTRACT

This study research source candidates seeking the first Driver's License that were provided temporarily unfit. The research aims to ascertain whether level of education is a major factor for disability applicants CNH. The research methodology was to field. This research comprised a semi-structured interview, from an Interview Script and analysis of the results of tests conducted with 120 candidates. The averages of candidates in the tests Concentrated Attention, Divided Attention and Care Discriminating Mental Function Battery for driver, Publisher of Vector Psychopedagogical. We analyzed 20 candidates for each gender and educational level. An assessment of the characteristics of these individuals, based on their education levels and the results of tests of attention these subjects. Data collection was performed at a clinic accredited to the DMV, the city of Macapa-AP. Candidates are selected educational levels corresponding to the 1st degree, 2nd degree and 3rd degree. The results showed that candidates exhibit cognitive deficits that compromise in driving vehicles, because they had below average results that is required for acquisition of CNH and is therefore considered unfit for temporary driving the desired mode. It was observed that the possible factors that made them unfit temporary were not related to the educational level, but the attentional deficits presented by these candidates.

Keywords: Educational level, Driver's License, temporarily unfit.

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LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

CFCs – Centro de Formação de Condutores

CFP – Conselho Federal de Psicologia

CIRETRAN – Circunscrição Regional de Trânsito

CNH – Carteira Nacional de Habilitação

CONTRAN – Conselho Nacional de Trânsito

CTB – Código de Trânsito Brasileiro

DENATRAN – Departamento Nacional de Trânsito

DETRAN – Departamento de Trânsito

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Gráfico 01 – Idade dos candidatos à CNH nível superior do gênero feminino / inaptos

temporários.................................................................................................................37

Gráfico 02 – Idade dos candidatos à CNH nível superior do gênero masculino /

inaptos temporários....................................................................................................37

Gráfico 03 – Idade dos candidatos à CNH do ensino médio gênero feminino / inaptos

temporários.................................................................................................................38

Gráfico 04 – Idade dos candidatos à CNH ensino médio do gênero masculino /

inaptos temporários....................................................................................................39

Gráfico 05 – Idade dos candidatos à CNH ensino fundamental do gênero feminino /

inaptos temporários....................................................................................................39

Gráfico 06 – Idade dos candidatos à CNH ensino fundamental do gênero masculino /

inaptos temporários....................................................................................................40

Gráfico 07 – Candidatos à CNH nível superior / gênero masculino /

inaptos Temporários...................................................................................................41

Gráfico 08 – Candidatos à CNH nível superior / gênero feminino / inaptos

temporários.................................................................................................................41

Gráfico 09 – Candidatos à CNH ensino médio / gênero feminino / inaptos

temporários.................................................................................................................42

Gráfico 10 – Candidatos à CNH ensino médio / gênero masculino / inaptos

temporários.................................................................................................................43

Gráfico 11 – Candidatos à CNH ensino fundamental / gênero masculino / inaptos

temporários.................................................................................................................43

Gráfico 12 - Candidatos à CNH ensino fundamental/ gênero feminino / inaptos

temporários.................................................................................................................44

11

SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO........................................................................................................12

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.................................................................................14

2.1 Avaliação Psicológica Pericial no Trânsito.....................................................14

2.1.1 Conceito de Avaliação Psicológica no Trânsito..........................................14

2.1.2 Breve histórico da Avaliação Psicológica....................................................20

2.1.3 A importância da Avaliação Psicológica para Obtenção da CNH..............22

2.2. Educação para o Trânsito.................................................................................26

2.2.1 A Educação para o Trânsito e suas Evoluções............................................26

2.2.2 Campanhas Educativas e o Código de Trânsito Brasileiro.........................27

2.3 A Importância da Educação para Obtenção da Primeira CNH.......................31

3. MATERIAIS E MÉTODOS.....................................................................................34

3.1 Ética.....................................................................................................................34

3.2 Tipo de Pesquisa................................................................................................34

3.3 Universo/cenário................................................................................................35

3.4 Sujeitos da Amostra...........................................................................................35

3.5 Instrumentos de Coleta de Dados....................................................................35

3.6 Plano de Coleta de Dados.................................................................................35

3.7 Plano para Análise dos Dados..........................................................................35

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................36

5.CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................47

REFERÊNCIAS..........................................................................................................48

APÊNDICE.................................................................................................................53

ANEXOS....................................................................................................................56

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1.INTRODUÇÃO

A Educação de Trânsito pode ser conceituada como o estudo do aprendizado

alfabetizador do comportamento do usuário das vias, onde os capacitando com o

mínimo de conhecimento necessário os capacita para que no trânsito possam “ver e

serem vistos”, interagindo com todos os usuários para que possam visualizar ouvir e

interpretar símbolos, sinais e gestos do outro. O conhecimento, além de abrir

horizontes e criar perspectivas para o indivíduo, gera investimento e produção com

qualidade e quantidade, impulsionando o desenvolvimento de toda sociedade onde

a formação do indivíduo é considerada um investimento. Sendo que a educação

para o trânsito, no Brasil, atualmente é uma realidade a ser considerada, porém, o

que se observa é que os conceitos e conhecimentos relativos ao trânsito são

priorizados apenas no momento que o indivíduo necessita da Carteira Nacional de

Habilitação, momento no qual se inscreve em um Centro de Formação de

Condutores que irá lhe proporcionar conhecimentos acerca do Código de Trânsito

Brasileiro e legislações relacionadas, sendo este tempo insuficiente para que possa

adquirir noções que se encontram agregadas às exigências do trânsito, no caso o

respeito à vida, noções de cidadania, primeiros socorros, dentre várias outras

(SOUZA, 2011).

A pesquisa do comportamento conforme o grau do conhecimento de todos os

usuários permite buscar a verdade, em sentido cultural, de algo que nunca se atinge

totalmente, mas é para este processo que o conhecimento humano se orienta.

Portanto, a preocupação com a segurança do usuário do trânsito é uma permanente

preocupação com o bem maior que é a vida. A compreensão e interpretação das

Normas de trânsito que regem a conduta e as ações dos usuários são de vital

importância para a segurança de todos, (ROZESTRATEN, 1996).

Assim, esta pesquisa advém da necessidade de saber se o nível educacional é

um fator determinante para aquisição da CNH. Esta pesquisa foi realizada sobre os

resultados de testes de 120 candidatos a CNH que ficaram na situação de inaptos

temporários. Foram analisadas as amostras de 20 candidatos para cada gênero e

nível educacional.

Sendo assim verificar-se-á a importância de que o candidato a Carteira

Nacional Habilitação tenha o mínimo de conhecimento possível e que o oriente a ter

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capacidade de usar o veículo eficientemente e com segurança dentro dos princípios

da cidadania e segurança e na circulação viária.

Considerando que as informações sobre esse tema são escassas, isso nos

motivou a desenvolver esta pesquisa, que mostrou que o nível educacional não é

determinante para a aquisição da Carteira de Motorista, desde que o individuo seja

alfabetizado. No que se refere às correlações entre pontuações nos testes e nível

educacional, não foram encontradas referencias que sustentassem o contrario

(FAUBERT 2002; CANPAGNER E COLS. 2004).

Nesse sentido, o presente trabalho teve por objetivo avaliar se o nível

educacional foi o fator decisivo para a inaptidão dos sujeitos inaptos temporários

dessa pesquisa.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Avaliação Psicológica Pericial no Trânsito

2.1.1 Conceito de Avaliação Psicológica no Trânsito

A Avaliação Psicológica no contexto do Trânsito é um processo técnico-

científico de coleta de dados, estudos e interpretação de informações a respeito dos

fenômenos psicológicos dos indivíduos. É um processo de conhecimento do outro

de forma científica e especializada. A Avaliação Psicológica no contexto do Trânsito

é uma exigência do Código de Trânsito Brasileiro e do Conselho Nacional de

Trânsito (Resolução do Conselho Federal de Psicologia (CFP) n.° 007/2003, p. 3).

Foi regulamentada pelo Conselho Federal de Psicologia e é fiscalizada pelos

Conselhos Regionais de Psicologia, pois se trata de uma atividade exclusiva dos

psicólogos.

Dentre os instrumentos psicológicos utilizados para a avaliação psicológica

encontram-se os testes, entrevistas, questionários e observações. Para os

candidatos a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) a entrevista individual e os

testes psicológicos são obrigatórios para a realização da avaliação psicológica. A

avaliação pericial para o trânsito considera como princípio o fato de que conduzir um

veículo não é um direito do cidadão, mas uma concessão, que pode ser feita desde

que ele atenda a diversos critérios, como ter condições físicas e características

psicológicas adequadas às categorias da Carteira Nacional de Habilitação (conforme

a complexidade e o tipo de veículo), conhecer as leis de trânsito e ter noções de

mecânica e domínio veicular (GOVERNO FEDERAL, 1998).

A avaliação Psicológica Pericial na área do Trânsito surgiu da necessidade de

avaliar os candidatos à obtenção da CNH, e que estes apresentassem uma boa

condição física e psicológica em que os permitissem estar aptos para a condução de

veículos automotores, e foi através da utilização de instrumentos de testagens que a

psicologia veio contribuir na avaliação dos processos psicológicos dos futuros

condutores. E assim foi necessário criar um processo de habilitação que

identificasse os indivíduos que estivessem capazes de dirigir, esperando com estas

15

medidas produzir segurança no trânsito. Desta forma e de acordo com Código de

Trânsito Brasileiro, Art. 147, Brasil (1997), e com a Resolução no 168/2004, artigo 3o,

Contran (2004) estabelece que o candidato à carteira nacional de habilitação (CNH)

deve ser submetido a um exame de conhecimentos específicos sobre a legislação

de trânsito e condução de veículos, a uma prova prática de direção e a avaliação

física e psicológica.

Todos os anos milhões de brasileiros são avaliados psicologicamente para

conduzir veículos (com base na legislação vigente). Desse modo, desde 1951 até

hoje, a avaliação psicológica Pericial se inseriu no processo de habilitação, sendo

atualmente uma etapa preliminar, obrigatória, eliminatória e complementar para

todos os condutores e candidatos a obtenção da habilitação (CONTRAN Nº

168/2004). Percebe-se, atualmente, que, cada vez mais, a avaliação psicológica

vem tomando posição importante no cotidiano profissional dos psicólogos que atuam

nas áreas do trânsito. No entanto a testagem é um passo importante do processo,

porém constitui apenas um dos recursos de avaliação, isto é, o uso dos testes

psicológicos deve ser entendido como uma etapa fundamental da avaliação

psicológica, que pode nos fornecer informações vitais para o embasamento do

nosso posicionamento. A entrevista e outros recursos técnicos também são

imprescindíveis a qualquer avaliação psicológica (MACHADO, 2007).

Os candidatos para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação são

avaliados através de entrevistas, provas de aptidão e personalidade, como descreve

Campos (1951). Para este autor quatro elementos são essenciais para a

configuração do esquema definidor do campo de avaliação psicológica: o objeto

(fenômenos ou processos psicológicos); o campo teórico (sistemas conceituais,

estado da arte do conhecimento); o objetivo visado (fazer o diagnóstico,

compreender e avaliar a prevalência de determinadas condutas) e o método

(condição através da qual é possível conhecer o que se pretende avaliar).

De acordo com Davi (1998, p.3) “a avaliação psicológica é aquela que faz um

prognóstico dos comportamentos da pessoa, tanto no que se refere ao manejo do

veículo, como na situação geral do trânsito. Neste sentido, avaliam-se aspectos

como inteligência geral, capacidade para perceber, prever e decidir, habilidades

psicomotoras, características de personalidade, equilíbrio emocional, sociabilidade,

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controle de agressividade, tolerância, frustrações, entre outros. Tais características

são avaliadas através de técnicas psicológicas, de uso exclusivo de psicólogos e

cientificamente comprovadas, cuja eficácia é internacionalmente conhecida”.

Entre as variáveis sensoriais que poderiam influenciar no desempenho dos

indivíduos no trânsito encontra-se a atenção. Como não há consenso entre os

pesquisadores em relação à melhor definição para o construto, uma única definição

exata e satisfatória de atenção não foi estabelecida, o que por sua vez, não é

característica exclusiva deste campo de conhecimento. A atenção corresponde a um

conjunto de processos que leva à seleção ou priorização no processamento de

certas categorias de informação; isto é, “atenção” é o termo que se refere aos

mecanismos pelos quais se dá tal seleção (Helene & Xavier, 2003). A capacidade de

atenção é uma função cerebral responsável pela escolha dos estímulos que

representam o foco de maior interesse em um dado momento, sendo de grande

importância para que se realize uma determinada tarefa. Esta seleção de um

estímulo em detrimento de outro será influenciada por uma série de fatores como o

interesse, a motivação e mesmo a necessidade de aprender (CAMBRAIA, 2003).

Segundo Engelhardt, Rozenthal e Laks (1996), a atenção é uma função

neuropsicológica básica que está subjacente a todos os processos cognitivos. Pode

ser definida como a capacidade do indivíduo selecionar e focalizar seus processos

mentais em algum aspecto do ambiente interno ou externo, respondendo

predominantemente aos estímulos que lhe são significativos e inibindo respostas

aos demais estímulos.

Sheridan, Solomont, Kowall e Hausdorff (2003), consideram a atenção como

uma das funções executivas dinâmicas, dirigida pela percepção sensorial e pela

necessidade de selecionar um estímulo preferido para uma ação particular ao

ignorar o desnecessário e o irrelevante. Há três tipos de atenção mais

frequentemente discutidos na literatura científica: a concentrada (habilidade de

focalizar em um único estímulo relevante ao ignorar estímulo irrelevante), a

sustentada (manutenção da atenção focalizada sobre um período de tempo

prolongado), e a dividida (habilidade de focalizar simultaneamente em diversos

estímulos relevantes).

Várias pesquisas e estudos sobre a avaliação psicológica têm demonstrado

17

que o processo atencional encontra se relacionado com o desempenho da tarefa de

condução de veículos automotores. Sobre isso, Trick, Enns, Mills e Vavrik (2004)

afirmaram que a desatenção tem sido uma das principais causas de acidentes

automobilísticos, independentemente da modalidade atencional que esteja

envolvida. Em seu modelo sobre a gênese do comportamento, Rozestraten (2005)

propõe cinco fases, tomada de informação, processamento de informações, tomada

de decisões, fase de ação, do comportamento ou da resposta e a fase do feedback.

Dessa forma a atenção surgiria como fator importante na fase de tomada de

informação, na qual o estímulo deveria ser detectado, diferenciado e identificado. O

bom desempenho nessa fase inicial interferia no sucesso subsequente. Na segunda

fase, de processamento da informação, seriam importantes outros processos

cognitivos, com destaque para a inteligência. Na fase de tomada de decisões o

motorista decidiria agir ou não segundo as regras, e essa decisão determinaria o

comportamento manifestado na fase seguinte. E por fim, na fase de feedback, os

resultados seriam avaliados. Numa perspectiva mais ampla a atenção pode ser

definida como um fenômeno que processa uma quantidade limitada de informações

do total de todas as informações internas e externas presentes, da memória e outros

processos cognitivos (STERNBERG, 2000).

Todavia, ela não é um processo unitário e, de fato, de acordo com as várias

funções por ela exercidas, foram estabelecidas classificações diferentes. Assim,

encontra se a atenção concentrada, definida como a capacidade de selecionar o

estímulo relevante do meio e dirigir sua atenção para esse estímulo, Cambraia

(2003), ao passo que a atenção sustentada pode ser entendida como a capacidade

do indivíduo de manter sua atenção, por um longo período de tempo

(ROZESTRATEN, 1988).

A atenção difusa, algumas vezes chamada de vigilância, consiste na

capacidade de estar atento e em busca de estímulos, Rozestraten (1988). A atenção

dividida pode ser definida como a capacidade para focalizar mais de um estímulo ao

mesmo tempo de acordo com os autores Dalgalarrondo (2000) e Sternberg (2000),

enquanto a atenção alternada refere se à possibilidade de alternar o foco atencional

entre mais de um estímulo (DALGALARRONDO, 2000). E, assim podemos observar

18

a importância da avaliação psicológica no âmbito do trânsito, para verificar os

candidatos que estão aptos e os que não estão aptos para obter a CNH. Somente

através da avaliação psicológica que se faz um prognóstico dos comportamentos

das pessoas, tanto no que se refere ao manejo do veículo, como na situação geral

do trânsito.

Nesse sentido, torna-se importante ressaltar a necessidade de uma

adequada condição pessoal e estrutura psicológica dos portadores da CNH para o

exercício da atividade de conduzir veículos, sendo necessário e importante ter

condições de perceber e reagir adequadamente aos estímulos percebidos, e que

deficiências sensoriais, transtornos mentais ou comprometimentos motores podem

prejudicar reações que se fazem necessários quando da execução da atividade de

dirigir. A aprendizagem prévia dos sinais e de leis e normas de trânsito são

consideradas relevantes a essa adequada condição de exercício de condução

veicular (LAMOUNIER e RUEDA, 2005a).

A importância da avaliação psicológica é incontestável, não há o que discutir

neste sentido. O que se pretende neste estudo, é obter um levantamento das

médias das atenções destes candidatos a CNH que sinalize os riscos dos défices

cognitivos quando os indivíduos não se encontram nas médias exigidas para

obtenção da CNH. E através disso se possa estabelecer propostas para aperfeiçoar

o sistema de avaliação psicológica relacionada à atividade profissional realizada por

psicólogos peritos em trânsito, ligada a prevenir eventuais riscos de vida aos

indivíduos participantes do trânsito. No entanto não se pode deixar de considerar

questões imprescindíveis para a execução de uma avaliação eficaz que atenda aos

propósitos para a qual foi empregada.

De acordo com Anastasi e Urbani (2000), afirmam que os princípios básicos

para uma boa testagem envolvem questões como: a padronização dos testes, ou

seja, garantir a uniformidade de procedimentos na aplicação e pontuação dos testes;

a mensuração objetiva de dificuldade, no que se refere à aplicação, à pontuação e à

interpretação dos escores, estes são objetivos na medida em que são

independentes do julgamento subjetivo de um determinado examinador; a

19

fidedignidade, que é a consistência dos escores obtidos pelas mesmas pessoas

quanto retestadas com o mesmo teste e uma forma equivalente do teste; a validade,

isto é, o grau em que o teste realmente mede aquilo que se propõe a medir, quando

o teste cumpre sua função.

Urbina (2007) cita que o teste psicológico é um procedimento sistemático

para a obtenção de amostras de comportamentos relevantes para o funcionamento

cognitivo ou afetivo e também, para a avaliação destas amostras de acordo com

certos padrões, que na essência, são simplesmente amostras de comportamento.

A diferença reside em avaliar vários procedimentos, como entrevista,

observações juntamente com a testagem, e também outras dimensões. Segundo

Urbina (2007), os resultados levantam dados para o uso na tomada de decisões.

Sendo assim nenhumas destas prerrogativas citadas, podem ser resolvidas somente

por meio de escores de testes formais, mas em geral são componentes chaves da

avaliação psicológica.

Neste contexto segundo Damian (2008), cada vez mais se mostrou

necessária à seleção de pessoas capacitadas para a circulação, com intuito de

evitar o acesso ao sistema, de pessoas “problemáticas” que poderia apresentar um

mau desempenho como condutor. A partir desta necessidade é que se estabelece o

trabalho mais antigo da Psicologia de Trânsito: a Avaliação Psicológica de

motoristas, avaliação esta que pressupõe, teoricamente, que existem pessoas que

não podem dirigir e outras que possuem as habilidades e as condições necessárias

para assumir o papel de motorista, (MACHADO, 1996).

Ainda, Kopyncki (2007), cita que tais testes aplicados ajudam a colher

informações e auxiliam na definição do resultado da avaliação, onde o indivíduo é

considerado apto ou não à obtenção da CNH. E assim, não se permitirá que

pessoas com dificuldades nas habilidades específicas (memória, atenção e

raciocínio lógico), ou com personalidades doentes, obtenham tal permissão. Ou seja,

mais possibilidade ter-se-á para prevenir que pessoas com transtornos mentais ou

psicoses obtenham tal permissão, o que reduzirá maiores problemas no trânsito,

DAMIAN (2008).

20

No entanto é preciso estar atento a todo o processo que envolve a

Avaliação Psicológica desses candidatos a CNH, é importante que se leve em

consideração alguns detalhes importantes como: certificar-se dos objetivos da

aplicação; planejar a aplicação dos testes, estar preparado tecnicamente para a

utilização dos instrumentos de avaliação escolhidos, treinar previamente a leitura

das instruções para poder se expressar de forma espontânea durante as instruções

e registrar as necessárias observações do comportamento durante o teste, reduções

de testes não previstas pelos manuais, utilização de cópias reprográficas ou

originais com baixa qualidade de impressão, e instruções diferentes das

estabelecidas na padronização, são alguns dos fatore que comprometem a validade

dos testes e, por conclusão, os objetivos por que são utilizados. Portanto, na

aplicação de qualquer instrumento de avaliação psicológica, devem ser observadas

rigorosamente as determinações do seu manual (DAMIAN, 2008).

2.1.2 Breve Histórico da Avaliação Psicológica no Contexto do Trânsito

A avaliação psicológica no contexto do trânsito teve seu inicio ao fim do

século 19 e o início do século 20, época que marcou a inauguração do uso dos

testes psicológicos. Foi um importante marco para a área devido à criação de uma

lei federal que tornou obrigatória a realização de exame psicotécnico por todas as

pessoas que requisitassem a carteira de motorista (HOFFMAN; CRUZ, 2003).

Em uma revisão literária, de acordo com Alchieri (2003), a psicologia do

trânsito no Brasil teve início com a instalação das vias férreas e com a necessidade

de selecionar maquinistas responsáveis pela condução das locomotivas. A

instalação do Laboratório de Psicotécnica na Estrada de Ferro Sorocabana (SP) por

Roberto Mangue em 1928, deu início ao processo de avaliação de habilidades

necessárias ao desempenho dessa atividade; desde então, a avaliação psicológica

no contexto do trânsito tem sido foco de discussão por causa da necessidade de

estudar os procedimentos e instrumentos que vêm sendo empregados para

avaliação de candidatos à carteira de habilitação.

21

No final da década de 1950, houve um desenvolvimento na psicologia do

trânsito no sentido de analisar essa área juntamente com o comportamento humano.

Centros de pesquisas em universidades e em órgãos governamentais foram criados,

bem como os governos da Inglaterra, da Alemanha, da Suíça, da França, da

Holanda, da Finlândia, da Austria, Canadá, Estados Unidos e do Japão começaram

a investir em atividades de pesquisa em psicologia do Trânsito. Ao lado disto, meios

de pesquisas sofisticados foram desenvolvidos para auxiliar em uma tecnologia mais

avançada como simuladores, câmeras de vídeo, carros registradores, dentre outros

(ROZESTRATEN, 2003).

Segundo Arruda (2008) com a preocupação de avaliar os candidatos à CNH,

o DETRAN-RJ contratou psicólogos com o intuito de analisar o comportamento dos

condutores de veículos. Assim foi sancionada a Lei 9545 de 05 de Agosto de 1946

que instituía o exame psicotécnico para estes candidatos, sendo o Instituto de

Seleção e Orientação Profissional (ISOP) o responsável por tal atividade. A partir

desta lei, o DETRAN – MG contratou a Professora Alice Mira Lopez para prestar

assessoria e treinar os psicólogos na área de psicologia.

Segundo Sampaio (2012) desde seu início, o processo de avaliação

psicológica para o trânsito foi denominado “Exame psicotécnico”, entretanto, a partir

da publicação do novo Código Brasileiro de Trânsito de 1998, a expressão foi

substituída por “Avaliação psicológica pericial”. Desde então, duas importantes

mudanças ocorreram em relação à capacitação do profissional para trabalhar na

área: as avaliações passaram a ser realizadas somente por psicólogos que

possuíssem curso de capacitação específico para a função de perito examinador de

trânsito com carga horária mínima de 120 horas/aula (GOUVEIA et al., 2002).

Atualmente, a exigência de título de especialista/especialização em

Psicologia do Trânsito é regulamentado pelo Conselho Federal de Psicologia. Essas

mudanças têm feito com que essa área venha se firmando, cada vez mais, como

uma especialização da Psicologia (DIÁRIO OFICIAL, 2008).

22

2.1.3 A importância da Avaliação Psicológica para Obtenção da CNH

Na avaliação psicológica de trânsito, as investigações dos fenômenos

psicológicos, ou seja, das capacidades gerais, bem como das específicas do

indivíduo, são de suma importância, pois proporcionam indicadores para a tomada

de decisões em relação às condições de esse indivíduo estar apto ou inapto para

dirigir. Essa constatação nos remete à necessidade de uma preocupação, por parte

dos profissionais de psicologia, em atuar de forma preventiva e preditiva no

processo de avaliação psicológica, buscando interferir para que os motoristas não se

exponham a situações de perigo a si e aos outros (LAMOUNIER; RUEDA, 2005).

Embora a psicologia do trânsito seja reconhecida socialmente, sérios

debates têm ocorrido acerca dos métodos de avaliação que vêm sendo empregados

nesse processo e do papel do psicólogo no desenvolvimento, aperfeiçoamento e

seleção de motoristas. De acordo com apontamentos de Gouveia (2002), as

discussões referem‑se principalmente à validade dos testes psicológicos e à

capacidade do psicólogo em avaliar o perfil do futuro motorista.

Segundo Risser (2003), em nosso país, embora as avaliações de motoristas

venham sendo empregadas regularmente, pouco esforço vem sendo feito tanto para

discutir caminhos futuros quanto em relação ao investimento de recursos na busca

de provas que atestem a validade da maneira como essa avaliação vem sendo

conduzida. Dessa forma, as críticas feitas à avaliação psicológica realizada no

contexto do trânsito relacionam‑se à falta de padronização acerca da bateria de

instrumentos a ser utilizada – visto que o CFP somente recomenda quais construtos

devem ser considerados na avaliação, pois estes variam muito de um lugar para

outro – e à falta de continuidade da avaliação, já que ela é realizada uma única vez

(quando a pessoa vai tentar obter a sua primeira Carteira Nacional de Habilitação –

CNH), diferentemente do exame médico pericial, repetido a cada cinco anos. Isso

faz com que as mudanças pessoais ocorridas com o passar do tempo não sejam

consideradas (RUEDA, 2009).

23

Diante dessa situação, Rozestraten (2003) afirma que, nos últimos 40 anos,

poucas mudanças foram percebidas em relação à atuação dos psicólogos de

trânsito. Tal fato pode ser percebido pela inadequação dos materiais para testagem

(visto que os processos de validação e padronização para a realidade do trânsito

ainda são escassos), raridade de programas de capacitação profissional para

atuação nessa área, assim como a inexpressiva participação de psicólogos

brasileiros nos congressos de trânsito, de maneira que essas dificuldades acabam

se refletindo na forma como as avaliações nesse contexto vêm sendo conduzidas.

A avaliação pericial para o trânsito considera como princípio o fato de que

conduzir um veículo não é um direito do cidadão, mas uma concessão, que pode ser

feita desde que ele atenda a diversos critérios, como ter condições físicas e

características psicológicas adequadas às categorias da Carteira Nacional de

Habilitação (conforme a complexidade e o tipo de veículo), conhecer as leis de

trânsito e ter noções de mecânica e domínio veicular (GOVERNO FEDERAL, 1998).

Nesse processo, as investigações dos fenômenos psicológicos, ou seja,

tanto das capacidades gerais como das específicas do indivíduo, são de suma

importância, pois fornecem indicadores que auxiliam o processo de tomada de

decisões em relação às condições de esse indivíduo estar apto ou inapto para dirigir.

Em relação a esse fato, um problema observado pelos profissionais que utilizam a

avaliação psicológica no trânsito refere‑se à falta de critérios para considerar um

candidato apto, inapto ou mesmo temporariamente inapta (LAMOUNIER; RUEDA,

2005).

Tal fato decorre da inexistência de um perfil claramente definido para a

função do motorista. Gerhard (2003, p. 57) corrobora essa percepção afirmando

que, se existisse um perfil definido que apontasse a propensão a acidentes,

“deveríamos ser capazes de responder a uma simples questão: quais seriam as

características peculiares dos motoristas propensos a acidentes?”. Entretanto, esse

questionamento, até o momento, continua sem resposta.

Nesse sentido, Risser (2003) salienta que o caminho de validação desse

processo passaria pela definição de como os motoristas deveriam se comportar

24

(imaginar algo como um “perfil”, semelhante ao “perfil profissional” produzido na

psicologia do trabalho), verificando posteriormente se as pessoas testadas se

comportam de acordo com esse perfil e se esse comportamento é eficiente em

relação aos acidentes (de forma que as pessoas com resultados suficientes nos

testes deveriam ter bom êxito em relação a não se envolver em acidentes).

Risser (2003a, p.18) ainda levanta uma questão, em sua opinião difícil de

responder: “um bom desempenho no diagnóstico e seleção de motoristas

teoricamente aumenta a segurança no trânsito e um desempenho ruim tem

influência negativa sobre a segurança no trânsito?”.

O Conselho Federal de Psicologia (2000, p. 3), com a Resolução CFP nº

012/2000, realizou uma tentativa de sistematização mais objetiva das características

do condutor que é Avaliação psicológica no contexto do trânsito: revisão de

pesquisas brasileiras submetido à avaliação pericial, embora reconhecendo “a

impossibilidade de estabelecer um perfil diferenciado para condutores amadores e

profissionais, o que será objeto de investigações futuras”. Uma bateria efetiva para

selecionar motoristas seguros requereria, segundo Aberg (2003, p. 26), [...] um teste

ou uma bateria de testes válidos, capazes de predizer o envolvimento de motoristas

em acidentes futuros, de forma que motoristas com alto risco de acidentes deveriam

obter pontuação mais baixa que motoristas com baixo risco de acidentes.

Como se não bastassem os problemas oriundos da falta de adequação dos

instrumentos, em razão principalmente da carência de estudos que comprovem sua

eficácia nesse contexto, outro fato que tem chamado à atenção nas pesquisas sobre

a avaliação no contexto do trânsito, segundo Silva e Alchieri (2008), é a composição

da amostra. A maior parte dos estudos desenvolvidos baseia‑se em amostras de

candidatos à habilitação apenas, ou seja, de pessoas não habilitadas. Essa

constatação levanta um questionamento: “Como avaliar os candidatos a condutores

com base em uma tabela cujos dados foram obtidos com pessoas não habilitadas?”.

Segundo esses autores, poucos estudos investigaram motoristas profissionais,

motoristas acidentados, infratores e motoristas já habilitados, mas não profissionais.

Hatakka (2003) complementa essa preocupação ao apontar que os efeitos e

as predições levados em consideração não deveriam ser limitados somente por

25

relações com acidentes, como é feito na maioria dos estudos internacionais. Para o

autor, os acidentes não podem ser usados como medidas precisas por causa

principalmente de questões como sub-registros e a qualidade não satisfatória dos

bancos de dados.

De acordo com Risser (2003), o critério de acidente não seria válido e

fidedigno por si só. A solução poderia ser pautada na necessidade do

desenvolvimento de mais atividades que levem a uma imagem mais clara acerca

dos tipos de comportamento desejados, a fim de permitir que sejam desenvolvidos

critérios que reflitam a segurança – e não a falta de segurança – de maneira

adequada. Entretanto, essa situação ideal ainda está longe de ser alcançada.

De acordo com Hoffman (2005), a formação de pesquisadores no domínio

da psicologia do trânsito demanda uma avaliação criteriosa do que significa

conhecer fenômenos/processos psicológicos envolvidos na atividade de conduzir

veículos.

A Psicologia do Trânsito tem despertado o interesse de estudiosos em todo

o mundo, de forma que alguns países começam a construir um campo de atuação e

pesquisa. Entretanto, no caso do Brasil, o que ainda se observa é a existência de

uma área que tem sido foco de discussão devido à necessidade de se estudar os

procedimentos e instrumentos que vêm sendo empregados para avaliação de

candidatos à carteira de habilitação. Assim, embora a avaliação psicológica para

condutores exista no país desde a metade do século passado, caminhamos a

passos lentos, de acordo com (GOUVEIA et al. 2002).

De acordo com Alchieri, Silva e Gomes (2006), a aprovação do Código

Nacional de Trânsito em 1966 (substituindo o primeiro de 1941) confirmou a

avaliação psicológica como obrigatória, fazendo com que, o movimento de

instituições nacionais, como Conselho Federal de Psicologia (CFP) e Conselhos

Regionais de Psicologia (CRP), dessem origem ao amparo legal para a atuação do

psicólogo no contexto do trânsito, assegurando a importância e espaço de atuação

do psicólogo no contexto do trânsito, reforçada pelo Código Brasileiro de Trânsito de

1998.

Enquanto ciência, a avaliação psicológica tem como pressuposto atuar de

maneira preventiva, objetivando a diminuição da probabilidade de motoristas se

envolverem em situações de risco, seja pessoalmente ou envolvendo terceiros de

maneira a contribuir para a mudança de comportamentos dos motoristas,

26

principalmente ao priorizar o desenvolvimento de estudos voltados ao conhecimento

dos fenômenos envolvidos na situação de trânsito, especialmente aqueles que

procuram caracterizar as determinações e os condicionantes da conduta humana

nesse contexto (LAMOUNIER E RUEDA, 2005b).

2.2 Educação para o Trânsito

2.2.1 A Educação para o Trânsito e suas Evoluções

A evolução da educação para o trânsito, como proposta disciplinar

despontou vislumbrando formas de se reduzir a violência no trânsito e

consequentemente os reflexos acarretados cada vez mais crescentes em número de

acidentes, como afirma Araújo, (1977). De acordo com Santos (1989), foi na década

de 20 que surgiram as primeiras disciplinas visando à inserção da educação para o

trânsito no sistema educacional.

Segundo Souza (2011), Tudo isso se deu nos Estados Unidos, e o principal

objetivo era a conscientização dos indivíduos no sentido de práticas mais seguras ao

dirigir assim como a transmissão de noções e conceitos sobre a estrutura básica da

legislação relativa ao trânsito. Já na década de 30, a ideia da introdução de uma

disciplina relacionada ao trânsito passou a ser prioridade para as companhias de

seguros e da Associação Americana de Automóveis, uma vez que o mercado de

automóveis se expandia e concomitantemente o número de acidentes de trânsito e

por consequência o número de indenizações, sendo que tais estatísticas poderiam

ser minimizadas com a educação para o trânsito.

De acordo com Pereira (1980), a Inglaterra foi um dos países que

precisaram a se preocupar precocemente com as questões de trânsito, pois sua

frota de veículos automotores aumentava rapidamente, passando a exigir a adoção

de normas e medidas capazes de proporcionar maior segurança nos seus sistemas

viários. Uma dessas medidas foi o investimento em estudos direcionados às vias de

tráfego no sentido de reduzir os acidentes. Estas foram às primeiras tentativas de se

conter os crescentes problemas de trânsito que vinham se acumulando utilizando-se

o poder de polícia do Estado de forma coercitiva, infringindo penalidades

proporcionais à gravidade dos acidentes e à responsabilidade dos condutores.

27

Segundo Rodrigues quanto ao Brasil, (apud Souza 2011): [...] a preocupação

com a adoção de medidas de caráter educativo, pode ser verificada a partir do final

da década de 60. Através da Resolução do Conselho Nacional de Trânsito -

CONTRAN, que institui diretriz para a Semana Nacional de Trânsito e orienta o

desenvolvimento da campanha que deve atingir a todos os cidadãos, através de

intensa propaganda e aplicação por parte do povo de aspectos legais da sistemática

do trânsito.

O Detran (2007) ressalta que: Não é mais aceitável que continuemos

restringindo o trabalho com o tema trânsito apenas as regras de circulação e ao

ensino da sinalização, quando temos ao nosso alcance uma infinidade de propostas

que podem instrumentalizar uma mudança duradoura. A educação para o trânsito

apresenta poucos resultados se for realizada somente durante a Semana Nacional

de Trânsito ou ainda em decorrência de algum acidente nas proximidades da escola.

As normas e condutas no trânsito devem ser compreendidas e assimiladas

por todos. E a escola pode contribuir nesse processo. Ademais, é na infância e na

adolescência que se verifica a maior aceitação de ensinamentos e de condutas. Esta

investigação é justificada, também, mediante a constatação de que no Código de

Trânsito Brasileiro, no Art. 76 afirma que: [...] A Educação pra o Trânsito será

promovida na pré-escola e nas escolas de 1º, 2º e 3º graus, através de planejamento

e ações coordenadas entre os órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito

e Educação, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nas

respectivas áreas de atuação.

2.2.2 Campanhas Educativas e o Código de Trânsito Brasileiro

De acordo com Niskier (2001), a escola é considerada como agência

educativa, no sentido que ela coloca em ação os principais meios para que sejam

atingidos os parâmetros considerados ideais pela sociedade. Ela reproduz os

modelos, as normas, as ideias da sociedade e da humanidade em geral.

Assim sendo, a escola desempenha um papel fundamental no processo de

formação de cidadãos aptos para viverem em uma sociedade e nesse contexto

entendemos a educação para o trânsito. Portanto, A tarefa é educar para um trânsito

mais civilizado e mais seguro. Como ressalta Martins (2007), tornar o trânsito mais

humano requer motivação na perspectiva educativa que refletirá na motivação da

28

escola, da família e de todo o espaço do trânsito, estendendo a interdisciplinaridade

a muito além da alfabetização e do Ensino Fundamental e Médio, ou seja, na

dimensão do ser humano de forma totalitária, atingindo-o no que ele tem de mais

importante: cidadania, ética e respeito, que são elementos organizadores de uma

instituição social.

Neste contexto é preciso conceber a educação ao longo da vida como uma

construção contínua da pessoa humana, dos seus saberes, aptidões e da sua

capacidade de discernir e agir, ou seja, consiste em transmitir normas de

comportamento técnico-científico (instrução) e moral (formação do caráter que

podem ser compartilhadas por todos os membros da sociedade). Neste sentido,

Brandão (1993, p.7) afirma que “Ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na

igreja ou na escola, de um modo ou de muitos todos nós envolvemos pedaços da

vida com ela [...]”.

A temática Educação para o Trânsito pode ser trabalhada de forma

interdisciplinar envolvendo todas as áreas do conhecimento, pois conforme Martins

(2007, p.93): Falar sobre trânsito é, antes de tudo, falar sobre caminhos abertos á

locomoção humana, caminhos que conduzem as pessoas, que traçam histórias dos

lugares, que interligam espaços e que transportam riquezas. Isso sugere que falar

sobre trânsito é falar sobre a vida e o progresso.

De acordo com Martins (2007, p.83) É necessário conscientizar o cidadão

que a reeducação, a se iniciar nos bancos escolares, já nas primeiras séries, não

pode se limitar à situação escolar. Ela precisa mobilizar as crianças, os familiares, a

comunidade, o estado e a nação, tanto em relação à educação dos pedestres

quanto à dos condutores, dos policiais e dos advogados e juízes, para que a

atuação de cada um seja sempre de forma positiva.

Esta investigação justifica-se, também, mediante a constatação de que o

Código de Trânsito Brasileiro, no Art. 76 afirma que: [...] A Educação pra o Trânsito

será promovida na pré-escola e nas escolas de 1º, 2º e 3º graus, através de

planejamento e ações coordenadas entre os órgãos e entidades do Sistema

Nacional de Trânsito e Educação, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios, nas respectivas áreas de atuação.

29

No entanto não existe um tempo determinado para as pessoas educarem-

se. A educação acompanha o processo do viver. É preciso compreender a educação

ao longo da vida como uma construção contínua da pessoa humana, dos seus

saberes, aptidões e da sua capacidade de discernir e agir.

Portanto, educação engloba o ensinar e o aprender constitui-se num processo

de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral do ser humano visando

a sua melhor integração individual e social. Entretanto, é necessário conhecer e

obedecer às leis de trânsito, exercendo a cidadania e respeitando uns aos outros, o

que se pode conseguir por meio da educação, pois conforme Ferreire (1993, p. 22):

“O estado define a formação do cidadão como um dos fins da educação, atribuindo

às instituições de ensino, públicas e privadas, o dever de dotar os jovens de

condições básicas para o exercício consciente da cidadania. Ou seja, deixa a cargo

dessas instituições a tarefa de transmitir conhecimentos aos jovens e desenvolver

neles hábitos e atitudes, de forma a viabilizar a metade cidadania”.

Desta forma, o que podem ser desenvolvidos são atividades educativas de

trânsito através de situações reais, significativas e contextualizadas, que ativam a

capacidade do aluno, dando ao professor a oportunidade de perceber o quanto ele

já sabe e o quanto aprendeu sobre o tema.

O novo Código de Trânsito Brasileiro, instituído pela Lei 9.503 de 23 de

setembro de 1997, em seu capítulo VIV trata da Educação para o trânsito, dizendo

no art. 74 que: “A educação para o trânsito é direito de todos e constitui dever

prioritário para os componentes do Sistema Nacional de Trânsito.” Isso quer dizer

que a educação para o trânsito é um dever do Estado no que tange à sua

disponibilização a partir das diretrizes do Sistema Nacional de Trânsito.

A formação inicial do condutor, que deveria levar à capacidade de usar o

veículo eficientemente e com segurança, dentro dos princípios da cidadania, começa

a ser considerada relevante para a segurança na circulação viária, mas a Relação

de Trânsito não se dá apenas entre os condutores, sabemos que nessa relação está

inserido, o pedestre e os animais, o que justifica o desenvolvimento de políticas

públicas voltadas para a prática um grande projeto pedagógico de formação

continuada, vista que, são constantes as mudanças de normas no trânsito

(OLIVEIRA, 2007).

30

A educação para o trânsito, no Brasil, atualmente é uma realidade a ser

considerada, porém, o que se observa é que os conceitos e conhecimentos relativos

ao trânsito são priorizados apenas no momento que o indivíduo necessita da

Carteira Nacional de Habilitação, momento no qual se inscreve em um Centro de

Formação de Condutores que irá lhe proporcionar conhecimentos acerca do Código

de Trânsito Brasileiro e legislações relacionadas, sendo este tempo insuficiente para

que possa adquirir noções que se encontram agregadas às exigências do trânsito,

no caso, o respeito à vida, noções de cidadania, primeiros socorros, dentre várias

outras (SOUZA, 2011).

Em relação à Educação para o Trânsito na Educação Formal Escolar faltam

estratégias permanentes nas escolas para a efetivação da Educação para o

Trânsito. A temática é trabalhada de forma isolada, (focado principalmente nas

normas), bem como durante um período muito curto, exemplo a Semana do

Trânsito. Não existe um trabalho contínuo e sistemático.

Ao trazer para seu interior um tema com enorme relevância social, a escola,

não apenas estreitará seu vínculo com a comunidade, como também abrirá espaço

para a qualificação da vida. Além disso, falar sobre o modo como locomovemo-nos

pode estimular o debate a respeito da convivência social, das condutas sociais

frente às diferenças, das formas de inclusão e exclusão construídas diariamente,

enfim, pode tornar o ambiente escolar cada vez mais aberto ao trabalho com

temáticas que mobilizem a sociedade (ECCO; BANASZESKI, 2007).

A tarefa, portanto, é Educar para um trânsito mais civilizado e mais seguro.

Como ressalta Martins (2007, p.106): “Tornar o trânsito mais humano requer

motivação na perspectiva educativa que refletirá na motivação da escola, da família

e de todo o espaço do trânsito, estendendo a interdisciplinaridade a muito além da

alfabetização e do Ensino Fundamental e Médio, ou seja, na dimensão do ser

humano de forma totalitária, atingindo-o no que ele tem de mais importante:

cidadania, ética e respeito, que são elementos organizadores de uma instituição

social”.

Neste sentido, é relevante investir em projetos e ações educativas que

levem as pessoas a buscar melhores condições de vida, mudando o seu

comportamento no trânsito, mudança esta que significa salvarmos vidas e

ajudarmos que tantos outros possam aproveitá-la sem limitações impostas pelo mau

comportamento do cidadão.

31

Depois dessas medidas o envolvimento deverá passar por uma ampla

campanha de conscientização que valorize o respeito mútuo, o respeito à faixa de

pedestres, o respeito a calçadas (sem invasão de mesas de bares e bugigangas das

lojas) e o respeito à vida. Uma campanha que eduque os motoristas a não

buzinarem, não gritarem ou xingarem seus companheiros de trânsito, dentre outras.

O grande problema é que essas campanhas são feitas sempre em épocas

de eventos ou festas, passando às pessoas que, nos outros dias é permitido o

abuso. Não há uma campanha forte durante todo o ano, que procure atingir

realmente as pessoas, transformando-se em fatos isolados ou como se fosse um

favor de algum órgão, empresa ou pessoas.

E, para isso, as escolas devem ser mobilizadas, o Corpo de Bombeiros, a

Polícia Militar, os jornais e as emissoras de TV, os escoteiros-mirins, o Rotary, o

Lions, empresas de ônibus, as ONGs diversas e toda a sociedade. Dessa forma, a

educação estará realmente saindo do antro da sala de aula e adentrando as ruas da

cidade. Seremos como Paulo Freire defende uma cidade educativa (PAIVA, 2012).

2.3 A Importância da Educação para Obtenção da Primeira CNH

Focalizando a educação sobre o ponto de vista social e encarando-a como

uma área importante para o desenvolvimento social de um país, o ato de educar

tende a ser considerada uma ferramenta necessária para o estabelecimento de uma

abertura que priorize a passagem e a aquisição do legado histórico-social de uma

sociedade. Não existe um tempo determinado para as pessoas educarem-se. E

disso decorre que a educação acompanha o processo do viver. É preciso conceber

a educação ao longo da vida como uma construção contínua da pessoa humana,

dos seus saberes, aptidões e da sua capacidade de discernir e agir (ECCO E

BANASZESKI, 2007).

Segundo Ecco e Banaszeski, (2007) educação engloba o ensinar e o

aprender e constitui-se num processo de desenvolvimento da capacidade física,

intelectual e moral do ser humano visando a sua melhor integração individual e

social. A dialética entre o aprender e o ensinar constitui um ciclo gnosiológico, que

se dá pela prática e pela pesquisa, favorecendo a autonomia dos educandos. Exige

rigorosidade metódica e a consciência de que o educador influencia o processo do

conhecimento, acreditando na possibilidade de mudança. Só é possível ensinar a

32

aprender através da prática cognoscente, por meio da qual os educandos vão se

tornando sujeitos cada vez mais críticos e aprendendo a razão de ser do objeto que

se estuda. (FREIRE, apud VASCONELOS; BRITO, 2006).

Consiste em transmitir normas de comportamento técnico-científico

(instrução) e moral (formação do caráter que podem ser compartilhadas por todos os

membros da sociedade). Neste sentido, Brandão (1993, p.7) afirma que “Ninguém

escapa da educação. Em casa, na rua, na igreja ou na escola, de um modo ou de

muitos todos nós envolvemos pedaços da vida com ela [...]”. A Educação é, antes de

mais nada, um ato de amor e coragem, que está ligada ao diálogo, à discussão e ao

debate. Os homens enquanto seres humanos vivem em constante aprendizado, pois

a cada dia adquirem novos conhecimentos, novos saberes. O processo educativo

configura-se sempre que surgem formas sociais de condução e controle da aventura

de ensinar e de aprender e quando sujeita-se a pedagogia , torna-se ensino formal,

cria situações próprias para seu exercício e constitui executores especializados. É

quando estrutura-se escolas, alunos e professores (ECCO E BANASZESKI, 2007).

Segundo Niskier (2001), a escola é considerada como agência educativa, no

sentido que ela coloca em ação os principais meios para que sejam atingidos os

parâmetros considerados ideais pela sociedade. Ela reproduz os modelos, as

normas, as ideias da sociedade e da humanidade em geral. A escola, portanto, é

concebida como um lugar de aprendizagem e não como um espaço onde professor

se limita a transmitir o saber ao aluno; deve tornar-se o local onde são elaborados os

meios para desenvolver atitudes e valores e adquirir competências.

Segundo Martins (2007, p.33), “a educação se processa por meio de razões e

motivos. Um motivo é o efeito da descoberta de um valor. Há, pois uma estreita

relação entre motivos e valores e entre valores e educação.” Assim sendo, a escola

desempenha um papel fundamental no processo de formação de cidadãos aptos

para viverem em uma sociedade. E nesse contexto entendemos a educação para o

trânsito.

A escola constitui um contexto diversificado de desenvolvimento e

aprendizagem, isto é, um local que reúne diversidade de conhecimentos, atividades,

regras e valores e que é permeado por conflitos, problemas e diferenças

(MAHONEY, 2002).

33

A escola emerge, portanto, como uma instituição fundamental para o

indivíduo e sua constituição, assim como para a evolução da sociedade e da

humanidade (DAVIES e COLS., 1997; REGO, 2003).

Neste contexto é como um microssistema da sociedade, ela não apenas

reflete as transformações atuais como também tem que lidar com as diferentes

demandas do mundo globalizado. As práticas educativas escolares têm também um

cunho eminentemente social, uma vez que permitem a ampliação e inserção dos

indivíduos como cidadãos e protagonistas da história e da sociedade. A educação

em seu sentido amplo torna-se um instrumento importantíssimo para enfrentar os

desafios do mundo globalizado e tecnológico (DESSEN, 2007).

Apesar da complexidade e dos desafios que a escola enfrenta não se pode

deixar de reconhecer que os seus recursos são indispensáveis para a formação

global do indivíduo. Assim, é fundamental que sejam implementadas políticas que

assegurem a aproximação entre os dois contextos, de maneira a reconhecer suas

peculiaridades e também similaridades, sobretudo no tocante aos processos de

desenvolvimento e aprendizagem, não só em relação ao aluno, mas também a todas

as pessoas envolvidas.

Contextualizando a importância da educação a sociedade e a trazendo para a

realidade dos que buscam a permissão para dirigir e de acordo com a resolução do

CONTRAN nº 168/2004 é fundamental que esses candidatos sejam alfabetizados

que saiba ler e escrever. Os quais são pré-requisitos para obtenção da CNH.

34

3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Ética

A presente pesquisa segue as exigências éticas e científicas fundamentais

conforme determina o Conselho Nacional de Saúde - CNS nº 196/96 do Decreto nº

93933 de 14 de janeiro de 1987 – a qual determina as diretrizes e normas

regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos: Todos os participantes

foram informados sobre os objetivos da pesquisa, que não incorriam em nenhum

tipo de risco, atendendo assim à Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde,

do Ministério da Saúde, que tem nos Comitês de Ética em Pesquisa com Seres

Humanos o atendimento aos 4 princípios da Bioética, a saber, autonomia,

beneficência, não-maleficência e justiça.

3.2 Tipo de Pesquisa

Com relação aos procedimentos metodológicos utilizados para a elaboração

deste trabalho monográfico pode-se considerar que se configura como pesquisa

bibliográfica, exploratória, descritiva, com a realização de pesquisa de campo. A

pesquisa bibliográfica é de fundamental importância porque, via de regra, é o

primeiro passo de qualquer estudo, especialmente quando se trata de trabalhos

monográficos. Também pode ser considerada como uma pesquisa exploratória e

descritiva uma vez que busca um aprofundamento acerca dos fatores relacionados

aos aspectos legais e formais sobre o objeto de estudo. Dentro dessa perspectiva,

Oliveira (2007), conceitua pesquisa exploratória como sendo um tipo de pesquisa

que requer um consistente levantamento bibliográfico, análise de documentos,

observações de fatos, fenômenos, além de priorizar o procedimento metodológico

adequado. Conforme Gil (2002, p. 42) “as pesquisas descritivas têm como objetivo

primordial a descrição das características de uma determinada população ou

fenômeno”.

35

3.3 Universo/Cenário

A pesquisa foi realizada no período de Julho de 2011 a Julho de 2012, em

uma clínica credenciada ao DETRAN, na cidade Macapá.

3.4 Sujeitos da Amostra

Pesquisa foi realizada sobre os resultados de testes de 120 candidatos a

CNH que ficaram na situação de inaptos temporários. Foram analisadas as amostras

de 20 candidatos para cada gênero e nível educacional.

3.5 Instrumento de Coleta de Dados

Compreendeu uma entrevista semi-estruturada, a partir de um Roteiro de

Entrevista, e resultados de testes de 120 candidatos. Foram analisadas as médias

dos candidatos nos testes de Atenção Concentrada, Atenção Difusa e Atenção

Discriminativa da Bateria das Funções Mentais para motorista, da Vetor Editora

Psicopedagógica.

3.6 Plano para Coleta dos Dados

Os materiais coletados foram: os protocolos de testes psicológicos aplicados

por psicólogos peritos da clínica credenciada, a coleta de dados se deu sobre os

protocolos de testes de 120 candidatos a CNH que ficaram na situação de inaptos

temporários arquivados na clínica no período que se deu a pesquisa.

3.7 Plano para Análise dos Dados

Ao término da coleta de dados, os mesmos foram tabulados e analisados.

Foram organizados e estudados em tabelas e posteriormente construídos os

gráficos onde se destacou os dados de interesse construídos para responder os

objetivos da pesquisa

36

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O Brasil é um dos poucos países a exigir de maneira obrigatória à avaliação

das condições psicológicas para dirigir. Contudo, nos poucos estudos anteriormente

realizados, não foram encontradas contribuições significativas ou sistemáticas

relacionando testes psicológicos e segurança no trânsito (ÁVILA & BENCZIK, 2005;

DUARTE, 1999; FRASSON & SOUZA, 2002; GRISCI, 1991; LAMOUNIER &

RUEDA, 2005; LAMOUNIER & VILLEMOR-AMARAL, 2006).

A avaliação psicológica dos candidatos à habilitação se constitui, ainda hoje,

na principal atividade de grande parte dos psicólogos do trânsito no Brasil. Há mais

de 50 anos esta prática psicológica se inseriu no contexto rodoviário com a

finalidade de contribuir para a segurança no trânsito, identificando os motoristas

mais propensos a se envolverem em acidentes. No entanto, são poucos os estudos

empíricos que buscaram evidências sobre a contribuição efetiva da psicologia na

segurança por meio da avaliação psicológica (SILVA & ALCHIERI, 2007, 2008).

Ao analisar-se o resultado da pesquisa realizada em uma clínica

credenciada ao DETRAN no município de Macapá- AP, com os candidatos que

ficaram na condição de inaptos temporários, buscou-se saber se o grau de instrução

foi fator primordial para essa referida condição.

Observou-se durante esta pesquisa que o resultado dos testes de Atenção

Concentrada, Atenção Difusa e Atenção Discriminativa (Bateria das Funções

Mentais para motorista), desses 120 candidatos a CNH que ficaram na situação de

inaptos temporários, tiveram um peso determinante para essa inaptidão. Foram

analisadas as amostras de 20 candidatos com relação à idade, gênero e nível

educacional.

Dos candidatos com nível superior, verifica-se no gráfico 01 que os

candidatos do gênero feminino perfazem um total de 20, dentre os quais, 6 estão

entre a faixa etária de 21 a 30 anos; 10 estão na faixa etária de 31 a 45 anos e 4 na

faixa etária de 47 a 55 anos. Desse total, 5 já sabiam dirigir e já haviam cometido

infração grave ao dirigir sem a CNH; 17 foram aprovadas alcançando na reavaliação

a média exigida para obtenção da CNH e 3 continuaram na situação de inaptos

temporários e foram para a junta psicológica para outra reavaliação.

37

GRÁFICO 01 - Idade dos candidatos de nível superior do gênero feminino/ inaptos

temporários.

Fonte: Dados da Pesquisa. Macapá/AP. 2012

Os candidatos de nível superior do gênero masculino se encontravam na

faixa etária de 20 a 47 anos, conforme demonstra os resultados no gráfico 02..

Desses candidatos 13 tinham de 20 a 30 anos; 4, tinham de 30 a 40 anos e 4

estavam na faixa etária de 40 a 47 anos. Dentre os candidatos deste nível, 14 já

sabiam dirigir e já haviam cometido infração grave, ao dirigir sem a CNH; 16, foram

aprovados alcançando na reavaliação a média exigida para obtenção da CNH e 4

continuaram na situação de inaptos temporários e foram para reavaliação na junta

psicológica do Detran.

GRÁFICO 02 – Idade dos candidatos de nível superior do gênero masculino/Inaptos

temporários.

Fonte: Dados da Pesquisa. Macapá/AP. 2012

38

Os candidatos que pertencem ao grupo do Ensino Médio do gênero feminino,

se encontravam na faixa etária entre 18 a 58 anos, conforme gráfico 03. Verifica-se

que 6 tinham entre 18 a 30 anos; 07 tinham de 31 a 45 anos e 5 de 45 a 58 anos.

Dentre essas candidatas 4 já sabiam dirigir e já haviam cometido infração grave ao

dirigir sem a CNH. Destas candidatas 12 foram aprovadas alcançando na

reavaliação a média exigida para obtenção da CNH e 7 continuaram na situação de

inaptos temporários e foram para a junta psicológica para reavaliação.

GRÁFICO 03 – Idade dos candidatos de ensino médio/ gênero feminino/ Inaptos temporários.

Fonte: Dados da Pesquisa. Macapá/AP. 2012

No gráfico 04, apresenta os candidatos do gênero masculino, com nível

educacional médio se encontravam na faixa etária de 18 a 48 anos, sendo que 13

tinham de 18 a 30 anos de idade; 4 na faixa etária de 31 a 40 anos e 3 na faixa

etária de 41 a 48 anos. Destes, 09 já sabiam dirigir e já haviam cometido infração

grave de dirigir sem a CNH; 16 destes foram aprovados alcançando na reavaliação a

média exigida para obtenção da CNH e 4 continuaram na situação de inaptos

temporários os quais foram para reavaliação na junta psicológica do Detran.

39

GRÁFICO 04 – Idade dos candidatos de ensino / médio gênero masculino/ Inaptos temporários.

Fonte: Dados da Pesquisa. Macapá/AP. 2012

As candidatas com o nível educacional do Ensino Fundamental, pertencentes

ao gênero feminino encontravam-se na faixa etária de 19 a 64 anos, conforme

verifica-se no gráfico 05. Dessas, 11 estavam na faixa etária de 19 a 35 anos e 9

estavam na faixa etária de 35 a 64 anos. Do total de candidatas deste nível, 6 já

sabiam dirigir e já haviam cometido infração grave ao dirigir sem a CNH; 10 foram

aprovadas alcançando na reavaliação a média exigida para obtenção da CNH e 10

continuaram na situação de inaptos temporários e foram para a junta psicológica

para reavaliação.

GRÁFICO 05 - Idade dos candidatos de ensino fundamental / Gênero feminino / Inaptos

temporários.

Fonte: Dados da Pesquisa. Macapá/AP. 2012

40

No gráfico 06 verifica-se que os candidatos do gênero masculino do grupo

Ensino Fundamental encontravam-se na faixa etária de 18 a 59 anos, sendo que

desse montante, 07 estavam na faixa etária de 18 a 30 anos, 8 na faixa etária de 31

a 45 anos e 4 na faixa etária de 46 a 59 anos. Dentre os candidatos deste gênero e

nível educacional, 12 já sabiam dirigir e já haviam cometido infração grave de dirigir

sem a CNH; 16 foram aprovados alcançando na reavaliação a média exigida para

obtenção da CNH e 4 continuaram na situação de inaptos temporários e foram para

reavaliação na junta psicológica do Detran.

Além desses dados, utilizamos os resultados dos Testes de Atenção

apresentados nos gráficos a seguir, para avaliarmos se o nível educacional é um

fator determinante para a inaptidão de candidatos a concessão da primeira CNH.

Para essa pesquisa foi realizada uma análise em relação aos três tipos de

atenção: Concentrada, Difusa, Discriminativa, em ambos os gêneros e em todos os

níveis educacionais dos respectivos candidatos.

GRÁFICO 06 - Idade dos candidatos do ensino fundamental / Gênero masculino /

Inaptos temporários.

Fonte: Dados da Pesquisa. Macapá/AP. 2012

A análise da Atenção Concentrada dos candidatos de nível superior, gráfico

07, nos mostrou que dos 20 candidatos, 02 alcançaram pontuação acima da Média

do que é exigido para obtenção da CNH. Em relação à Atenção Difusa apenas 1

conseguiu ficar na Média. Em relação à Atenção Discriminativa 2 candidatos

conseguiram a média necessária para aprovação.

41

GRÁFICO 07 – Resultado dos testes de Atenção dos Candidatos a CNH Nível Superior / Gênero

Masculino / Inaptos Temporários.

Fonte: Dados da Pesquisa. Macapá/AP. 2012

O gráfico 08 apresenta os resultados dos testes de atenção das candidatas a

obtenção da CNH de Nível Superior. Verifica-se que apenas 2 das 20 candidatas

conseguiu alcançar a média nos testes da Atenção Concentrada. Em relação à

Atenção Difusa também foram apenas 2 das candidatas que conseguiram a média.

Entretanto, na atenção Descritiva, verifica-se que 5 candidatas conseguiram a média

exigida para obtenção da CNH.

GRÁFICO 08 - Resultado dos testes de Atenção dos Candidatos a CNH Nível Superior / Gênero Feminino /Inaptos Temporários

Fonte: Dados da Pesquisa. Macapá/AP. 2012

42

Das candidatas que estavam no grupo do Nível Ensino Médio, conforme

apresenta o gráfico 09, observa-se que 2 candidatas conseguiram alcançar na

Atenção Concentrada a média que é exigida para obtenção a CNH. No entanto em

relação à Atenção Difusa das 20 candidatas nenhuma conseguiu alcançar à média.

Na Atenção Discriminativa nenhuma das candidatas também conseguiu alcançar à

média necessária para aprovação.

GRÁFICO 09 - Resultado dos testes de Atenção dos Candidatos a CNH Ensino Médio / Gênero Feminino / Inaptos Temporários

Fonte: Dados da Pesquisa. Macapá/AP. 2012

Dos candidatos a obtenção a CNH que estavam no grupo Nível Ensino Médio

em relação à Atenção Concentrada, gráfico 10, verifica-se que 3 conseguiram

alcançar a média. Em relação a Atenção Difusa nenhum dos 20 candidatos alcançou

a média, já em relação a Atenção Discriminativa 3 dos 20 candidatos conseguiram

alcançar a média que é exigida para a obtenção a CNH.

43

GRÁFICO 10 - Resultado dos testes de Atenção dos Candidatos a CNH Ensino Médio / Gênero

Masculino/ Inaptos Temporários

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%C

and

idat

o-1

Can

did

ato

-2

Can

did

ato

-3

Can

did

ato

-4

Can

did

ato

-5

Can

did

ato

-6

Can

did

ato

-7

Can

did

ato

-8

Can

did

ato

-9

Can

did

ato

-10

Can

did

ato

-11

Can

did

ato

-12

Can

did

ato

-13

Can

did

ato

-14

Can

did

ato

-15

Can

did

ato

-16

Can

did

ato

-17

Can

did

ato

-18

Can

did

ato

-19

Can

did

ato

-20

Atenção Concentrada

Atenção Difusa

Aenção Discriminativa

Fonte: Dados da Pesquisa. Macapá/AP. 2012

Dos 20 candidatos a obtenção a CNH que estavam no grupo Nível Ensino

Fundamental, gráfico 11, observa-se que 4 conseguiu alcançar a média em relação

a Atenção Concentrada. Em relação a Atenção Difusa apenas 2. E em relação a

Atenção Discriminativa, somente 2 conseguiram alcançar a média que é exigida

para a obtenção a CNH.

GRÁFICO 11 - Resultado dos testes de Atenção dos Candidatos a CNH Ensino Fundamental / Gênero Masculino / Inaptos Temporários

Fonte: Dados da Pesquisa. Macapá/AP. 2012

Das 20 candidatas que buscavam obter a CNH e estavam no grupo do Nível

Ensino Fundamental, em relação à Atenção Concentrada, conforme demonstra os

44

resultados apresentados no gráfico 12, percebe-se que 2 conseguiram alcançar a

média exigida para obtenção da CNH. Em relação à Atenção Difusa apenas 1 e em

relação Atenção Discriminativa somente 3 conseguiu alcançar à média.

GRÁFICO 12 - Resultado dos testes de Atenção dos Candidatos a CNH Ensino Fundamental / Gênero Feminino/ Inaptos Temporários

Fonte: Dados da Pesquisa. Macapá/AP. 2012

Observou-se de acordo com a análise das atenções dos candidatos a CNH

(Carteira Nacional de Habilitação) que os resultados dos candidatos do gênero

masculino em relação à Atenção Concentrada foram melhores que as do gênero

feminino. Do total de 60 candidatos, 8 do gênero masculino e 6 do gênero feminino,

obtiveram resultados na zona média dos testes.

Quanto à Atenção Difusa, 5 candidatos de gênero masculino e 6 do gênero

feminino, do total de 60 candidatos, obtiveram resultados na zona média dos testes.

Em relação à atenção Discriminativa, dos 60 candidatos a CNH, 10 do gênero

masculino e 7 do gênero feminino obtiveram resultados na zona media dos testes.

Nos resultados apresentados pelos candidatos nos três tipos de atenção:

Concentrada, Difusa, Discriminativa, foi possível observar nas amostras, que o

gênero masculino conseguiu alcançar melhores resultados na zona média

referentes aos Testes de Atenção supracitados.

Com base nos resultados da pesquisa constatou-se que alguns candidatos

muito embora tenham obtido resultados na zona média em uma atenção, em outras

não obtiveram, ficando na condição de Inaptos Temporários. Foi possível observar

45

também, que nos três níveis educacionais (fundamental, médio e superior) e em

ambos os gêneros, houve déficit nos resultados apresentados com relação aos

Testes de Atenção Concentrada, Atenção Difusa e Atenção Discriminativa. Muito

embora esses déficits tenham ocorrido independentemente do nível educacional.

Nesta pesquisa, as reprovações dos candidatos inaptos temporários para a

aquisição da CNH estavam diretamente relacionadas com déficits dos referidos

candidatos nos testes de Atenção Concentrada, Atenção Difusa e Atenção

Discriminativa não apresentando nenhuma relação com o nível educacional.

Portanto, conclui-se que o nível educacional desde que o individuo não seja

analfabeto, não é decisivo para a aquisição da CNH. No entanto, as médias mínimas

necessárias nos Testes de Atenção, são imprescindíveis para aquisição da referida

CNH.

Nesse sentido, Ênio Resmine (apud TONGLET, 2008), diz que os sintomas

que afetam as funções mentais e psicológicas prejudicando a capacidade de dirigir

com segurança, levam o motorista a se tornar um barbeiro eventual e que o mais

sério deles é a falta de atenção. No entanto ao que se refere às correlações entre

pontuações nos testes de Atenção Concentrada e Difusa e nível educacional, não

foram encontradas referencias que sustentassem esse achado (FAUBERT 2002;

CONPAGNER E COLS. 2004).

Por outro lado as pesquisas de Rueda e Gurgel (2009), apontaram resultados

significativos em relação ao nível educacional entre os três níveis ( fundamental,

médio, superior) , indicando que o aumento do nível educacional corresponde a um

maior nível de atenção concentrada. Com base nesses resultados outros autores

sugeriram novos estudos de normas especificas para a interpretação de resultados

desses instrumentos em relação ao nível educacional.

Pesquisas realizadas por Faubert (2002); Conpagner e Cols. (2004)

apontam em suas análises referentes aos testes de atenção acima mencionados,

fatores relacionados à idade que, em uma faixa etária de 18 a 70 anos,

aproximadamente, apresentam melhor os resultados nos testes, quando

comparados àqueles indivíduos com mais idade.

Neste contexto dos resultados encontrados nesta pesquisa Mills e Vavrik,

(apud TRICK, 2004) afirmaram que a desatenção tem sido uma das principais

46

causas de acidentes automobilísticos, independentemente da modalidade atencional

que esteja envolvida. Isto justifica o porquê da inaptidão desses candidatos.

Na avaliação psicológica de trânsito, as investigações dos fenômenos

psicológicos, ou seja, das capacidades gerais, bem como das específicas do

indivíduo, são de suma importância, pois proporcionam indicadores para a tomada

de decisões em relação às condições de esse indivíduo estar apto ou inapto para

dirigir. Essa constatação nos remete à necessidade de uma preocupação, por parte

dos profissionais de psicologia, em atuar de forma preventiva e preditiva no

processo de avaliação psicológica, buscando interferir para que os motoristas não se

exponham a situações de perigo a si e aos outros (LAMOUNIER; RUEDA, 2005a).

Foram observados que nos resultados dessa pesquisa em relação às

atenções dos candidatos os déficits apresentados podem ser fatores de riscos a

acidentes, desta forma percebemos que na amostra coletada sobre as atenções dos

condutores participantes dessa pesquisa, os candidatos inaptos temporários não

tinham naquele momento condições de dirigir veículos automotores pelos déficits

atencionais apresentados nos resultados dos testes, principalmente se referindo a

três das principais atenções que são importantes na ação de dirigir

47

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A análise dos resultados desta pesquisa permitiu inferir que os níveis

educacionais dos candidatos em relação ao desempenho nos Testes de atenção

não interferem na aptidão ou inaptidão destes sujeitos. No entanto nesta pesquisa, a

reprovação dos candidatos inaptos temporários para a aquisição da CNH estava

diretamente relacionadas com déficits atencionais dos referidos candidatos nos

testes de Atenção Concentrada, Atenção Difusa e Atenção Discriminativa não

apresentando nenhuma relação com o nível educacional.

Embora este estudo possa contribuir para um aprofundamento nos estudos

referentes à relação do nível educacional com o índice de reprovação com posterior

inaptidão temporária de candidatos a CNH, recomendam-se novos estudos, pois

acreditamos que o resultado desta pesquisa mostra há muitas variáveis

influenciando essa relação nível educacional e testes de atenção. Esta pesquisa

mostrou que em relação aos testes de atenção concentração, difusa e discriminativa

que o nível educacional não interferiu nos resultados. No entanto em relação a

outros testes de atenção o nível educacional se mostrou relevante. Desta forma é de

fundamental importância o desenvolvimento de novas pesquisas no sentido de

aprimorar esses estudos para maior compreensão da relação nível educacionais e

inaptidão temporária.

Somente por meio do esforço conjunto de pesquisadores é que se percebe a

importância da avaliação psicológica no contexto do trânsito para responder de

forma mais efetiva aos desafios que lhe são impostos. A realização da Avaliação

Psicológica em condutores revela que, a prevenção é necessária e atual e, que a

identificação dos fatores psicológicos que podem contribuir para a ocorrência de

acidentes, deve ser cada vez mais investigada. É comprovado que o fator humano

entra como causa em grande parte dos problemas do trânsito e concentram-se

frequentemente em um mesmo grupo de condutores.

Portanto, conclui-se que o nível educacional desde que o individuo não seja

analfabeto, não é decisivo para a aquisição da CNH.

48

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53

APÊNDICE

FORMULÁRIO DE ENTREVISTA PARA OBTENÇÃO DA CNH

IDENTIFICAÇÃO PESSOAL

NOME: __________________________________________SEXO__________IDADE:____

Nacionalidade:____________________________Mão

dominante______________________

Endereço Residencial:

Rua:_______________________Nº_______Bairro:_________________________________

Telefones(s)____________________/_____________________/______________________

ESTADO CIVIL:

( ) Solteiro ( ) Casado ( ) Outro,

Qual?_____________________________________________________________________

Escolaridade:

( ) Ensino Fundamental Incompleto ( ) Ensino Fundamental Completo

( ) Ensino Médio Completo ( ) Ensino Médio Incompleto

( ) Superior Completo:

Qual?___________________________________________________ ( ) Superior

Incompleto: Qual?___________________________________________________________

Outros (s)

Qual?_____________________________________________________________________

PROFISSÃO:

Profissão atual:________________ Tempo na

função:____________________________________________________________________

Relacionamento interpessoal no

trabalho:___________________________________________________________________

Projetos para o

futuro:_____________________________________________________________________

Profissões anteriores e tempo de

atuação:___________________________________________________________________

HISTÓRICO FAMILIAR

Família de Origem (componentes, principais características, como foi educado, hábitos

familiares):_________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

Família Atual (Componentes, principais características, idem):________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

54

SAÚDE GERAL

Doença atual:____________________________Qual?______________________________

Doença

pregressa:_____________________qual?________________________________________

Cirurgias:______________________especifique:__________________________________

Internamentos:_________________Motivo:_______________________________________

Já fez algum tratamento?_____________________________________________________

Já sentiu vertigens ou tonturas?________________________________________________

Costuma sentir alguma dor?___________________________________________________

Têm alteração na pressão arterial?______________________________________________

Possui alguma deficiência física?_______________________________________________

Rotina de

sono:_______________________________________________________________

Usa algum

medicamento?___________Qual:_______________________________________

Fuma? ( ) sim ( ) não______________________Quantidade:________________________

Têm preferência por alguma bebida?___________qual?_____________________________

Quantidade?_______________________________________________________________

Em que situações costuma beber?______________________________________________

Qual foi a última vez que bebeu?_______________________________________________

Isto já ocasionou algum problema na sua vida?____________________________________

__________________________________________________________________________

Já experimentou outras drogas?_________________quais?__________________________

Já fez avaliação psicológica antes?______Motivo:__________________________________

Quando foi a última vez que foi ao médico?_______________________________________

MOTIVO DO PROCESSO

Qual habilitação pretendida e porque pretende tirar/renovar CNH:

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

C.F.C. que está

escrito?________________________________________________________

Ano primeira Habilitação:_____________________Categoria CNH pretendida ___________

CNH Atual:________ Já sabe dirigir ( ) Sim ( ) Não Há quanto tempo dirige:__________

Já se envolveu em acidentes de trânsito?_________________________________________

__________________________________________________________________________

( ) Dano ao Veículo ( ) Dano a objetos ( ) Dano a Pessoas ( ) Nenhum acidente

Já cometeu algum tipo de infração no Trânsito? Quais: Velocidade excessiva( )

Estacionamento errado ( ) Outros Fale

sobre:_____________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

Qual o meio de Transporte mais utilizado por você? ( ) Carro ( ) Moto ( ) Ônibus

( ) Táxi ( ) Bicicleta Outros: ________________________________________________

ASPECTOS PESSOAIS E CONDUTA SOCIAL

55

Quais são as suas principais

características?_____________________________________________________________

__________________________________________________________________________

Aspectos que pretende melhorar:

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

Como acredita ser visto por sua família:

__________________________________________________________________________

Projetos futuros:_____________________________________________________________

Autorizo uso sigiloso em pesquisa:

Assinatura do candidato:

Assinatura Psicólogo:________________________________________________________

CRP

PARECER

APTO

INAPTO TEMPORÁRIO ______DIAS

NNA (NECESSITA NOVA AVALIAÇÃO COMPLEMENTAR)

APTO COM RESTRIÇÃO

INAPTO

56

ANEXO

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para local de pesquisa

Prezado (a) Senhor (a).

Venho através desta, pedir sua colaboração no sentido de autorizar a

realização de pesquisa sobre os resultados de teste de atenção realizados no

processo de Avaliação Pericial para o Trânsito em sua clínica. A obtenção de sua

autorização envolve a permissão para utilizar os resultados dos testes de Atenção e

também fazer uso de algumas das informações contidas na entrevista que serão

aplicados nessa ocasião de avaliação.

A pesquisa envolve somente o pedido de autorização, para os candidatos,

para utilização resultados dos testes (de Atenção Concentrada, Atenção Difusa,

Atenção Discriminativa e dados da entrevista) que já são usualmente aplicados aos

motoristas no momento em que passam por esse processo de avaliação psicológica,

sem que nenhuma alteração na rotina ou nos procedimentos realizados pelos

psicólogos peritos seja efetuada. Por se tratar de atividade que será desenvolvida

durante o processo em que o candidato já se encontra participando e pelo fato de

todos os testes utilizados nesse processo estarem autorizados para uso pelo

Conselho Federal de Psicologia, esta pesquisa não envolve nem um risco

psicológico.

O consentimento em autorizar a realização da pesquisa, bem como dos

resultados dos testes aplicação é voluntário, não existindo nenhuma penalidade

caso o candidato não queira autorizar o uso dos mesmos.

A pesquisadora também se compromete a guardar o sigilo e o anonimato

sobre a identidade dos participantes, assim como os dados referentes à sua clínica

de atuação. Estarei sobre a sua disposição caso queira tirar alguma dúvida sobre o

trabalho.

Caso concorde em permitir a coleta de dados acima descrita, por favor,

preencha e assine a ficha abaixo, devolvendo-a a Psicóloga responsável.

Atenciosamente

Vera Lucia Fialho Lehnen

Especializanda em Psicologia do Trânsito pela UNIP-Maceió.

Após ser esclarecida sobre os objetivo da pesquisa, autorizo sua realização na

clínica sob minha responsabilidade, bem como comprometo-me a fornecer os

resultados dos testes psicológicos daqueles candidatos que concordarem em

participar da pesquisa após assinatura do termo de consentimento livre e

esclarecido.

57

Nome______________________________________________________________

Cargo______________________________ CRP no. ________________________

Local e Data:________________________________________________________

Assinatura:__________________________________________________________

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para os participantes Prezado (a) Senhor (a).

Você esta participando de uma avalição psicológica para aquisição da primeira CNH.

Nessa avaliação alguns testes serão aplicados para avaliação das atenções. Venho

solicitar a sua autorização para utilizar os resultados dos seus testes em uma

pesquisa na área da Psicologia do Trânsito.

A sua concordância em relação à utilização de seus resultados na pesquisa

não provocará nenhuma mudança no processo de avaliação, ou seja, as atividades

que já estavam previstas continuarão a ser realizadas normalmente. A única

diferença é que após o termino da sua avaliação, a pesquisadora utilizara os

resultados dos testes para uma pesquisa, sem que seu nome seja identificado. Os

únicos dados pessoais a serem utilizados se referirão a sua idade, sexo,

escolaridade, se sabe dirigir se já cometeu infrações no Trânsito e também as

médias dos testes de Atenção Concentrada. Dessa forma a pesquisadora assume o

compromisso de não identificar os participantes, assim como da cidade de

realização.

Importante salientar que todos os testes utilizados nesse processo estão autorizados

para uso pelo Conselho Federal de Psicologia.

A autorização do uso dos resultados dos resultados dos testes aplicados

durante a avaliação é livre e voluntária, não existindo nenhuma penalidade caso não

deseje autorizar o uso dos mesmos. Neste caso, sua avaliação ocorrerá da mesma

forma, sem que, no entanto, os os resultados sejam posteriormente utilizados pela

pesquisadora. E caso deseje desistir de participar da pesquisa seus dados podem

ser retirados a qualquer momento.

Diante do que foi exposto, caso concorde em autorizar os resultados em

pesquisa, por favor, preencha e assine a fixa abaixo, devolvendo-a à psicóloga

responsável.

58

Atenciosamente

Vera Lucia Fialho Lehnen

Especialisanda em Psicologia do Trânsito pela UNIP-Maceió

Após ter sido esclarecido sobre os objetivos da pesquisa sobre O nível educacional

como fator determinante para Aquisição da primeira CNH, autorizo a utilização dos

resultados do teste psicológicos aplicados de avaliação psicológica para motoristas,

mantido o sigilo e anonimato da minha identidade.

Nome_______________________________________________________________

Gênero: ( ) Feminino ( ) Masculino Idade______________________

RG______________________ Escolaridade________________________________

Local e Data:_________________________________________________________

Assinatura:__________________________________________________________