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1 UNIVERCIDADE CANDIDO MENDES FACULDADE INTEGRADA AVM PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSO DIREITO EMPRESARIAL E DOS NEGÓCIOS RIO DE JANEIRO Julho/2011 Robson Luiz dos Santos Tavares

UNIVERCIDADE CANDIDO MENDES FACULDADE … · quinto legislação aplicável a sociedade limitada; a seguir a apresentação dos julgados nos tribunais; no próximo capitulo a dissolução

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UNIVERCIDADE CANDIDO MENDES

FACULDADE INTEGRADA AVM

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSO

DIREITO EMPRESARIAL E DOS NEGÓCIOS

RIO DE JANEIRO

Julho/2011

Robson Luiz dos Santos Tavares

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A responsabilidade dos sócios pelas dívidas na

sociedade limitada

Esta publicação atende a complementação

didático-pedagógica da disciplina de metodologia

da pesquisa e a produção e desenvolvimento de

monografia para os cursos de pós-graduação lato

e stricto sensu

Ivan Garcia Coordenador Acadêmico da AVM

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3

Agradeço aos amigos que

contribuíram incessantemente para a

realização deste desafio.

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4

Agradeço minha irmã Gláucia e

minha tia Clemilda que contribuíram

significativamente para a realização

deste desafio.

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5

Dedico o presente trabalho a Deus, aos

meus pais, e à minha companheira que

sempre me impulsionaram na escola da

vida, me ensinando a superar meus

próprios limites.

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RESUMO

TAVARES SANTOS, Robson Luiz. A responsabilidade dos sócios pelas

dividas na sociedade limitada. Julho, 2011. Monografia (pós-graduação em

Direito). Universidade Candido Mendes – A vez do mestre. Rio de Janeiro.

Em razão da necessidade, que ainda hoje persiste, de demonstrar as

inovações trazidas pelo Novo Código Civil Brasileiro.

Com a modificação do antigo Código Comercial de 1850 que foi

expressamente derrogado pelo Novo Código Civil, em seu artigo 2045, que no

seu livro II, passou a tratar do Direito da Empresa, em seus artigos 966 a

1.195.

Somente a parte do Direito Marítimo continua a vigorar no Código

Comercial nos seus artigos 457 a 796.

A responsabilidade dos sócios em uma sociedade limitada

abordando suas implicações, teorias de defesa e posicionamentos doutrinários.

Este é o objetivo primordial deste trabalho.

Palavras-chave

Direito Empresarial; Sociedade limitada – responsabilidade dos

sócios.

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METODOLOGIA

O objetivo da metodologia é fornecer instrumentos indispensáveis

para o desenvolvimento do trabalho científico.

Utiliza-se o método dedutivo nesta monografia considerando-se a

análise das alterações sofridas no sistema processual brasileiro, trazidas pela

Lei nº 10.406/2002.

Abordam-se principalmente os artigos 966 ao artigo 1.195 do Código

Civil Brasileiro.

Buscava-se uma abordagem jurídico, uma vez que se considera

fundamental conhecer o tema/assunto em todos os aspectos que lhe é

peculiar. Portanto, deverá ser focalizado dentro do caráter processual, visto

que essa interdisciplinariedade contribui para a visualização do assunto na

ótica multifatorial que o caracteriza.

Através de pesquisa bibliográfica e documental irá analisar-se a

legislação e a sua inter-relação com a prática dos Tribunais e o poder

regulatório do Estado.

Em relação à análise documental e à bibliográfica, busca-se

proceder:

- Fontes do direito empresarial

- Análise do discurso conceitual da jurisdição e a questão de sua

efetividade;

- Análise da legislação e sua interpretação e principais

características.

- Busca do conhecimento acerca de argumentos, lógica e valores

partindo-se dos aspectos contrastantes entre as tutelas;

- Verificação da aplicação dos posicionamentos doutrinários e

jurisprudenciais.

O universo temporal pesquisado se dirige, de forma mais específica,

as alterações processuais trazidas pelos legisladores em 2002, cuja finalidade

foi atender não só a demanda social, mas também facilitar o juízo de valor dos

magistrados.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...............................................................................................09

2. SOCIEDADE LIMITADA

2.1. Parte histórica ............................................................................................11

2.1.1. Sociedade limitada no Brasil ...................................................................12

2.2. Contrato social ...........................................................................................13

2.3. A natureza e o nome da sociedade limitada...............................................16

3. DIREITOS E DEVERES

3.1. Deveres e responsabilidades dos sócios....................................................17

3.2. Limitação de responsabilidade de cada sócio............................................18

3..3. A responsabilidade ilimitada .....................................................................18

3.4. As exceções à responsabilidade limitada dos sócios ................................19

3.5. Evicção e solvência do devedor.................................................................20

4. A ADMINISTRAÇÃO DA SOCIEDADE LIMITADA .....................................22

5. LEGISLAÇÃO NORTEADORA DA SOCIEDADE LIMITADA .....................24

6. APRESENTAÇÃO DOS JULGADOS DOS TRIBUNAIS .............................28

7. DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE LIMITADA ...............................................34

8. ALGUMAS ESPECIES DE MODIFICAÇÕES NA SOCIEDADE

8.1. Incorporação da sociedade.........................................................................36

8.2.Fusão na sociedade ....................................................................................36

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................38

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................39

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1.INTRODUÇÃO

O âmbito empresarial demanda pela intervenção dos operadores do

direito, pois essa é uma área complexa cuja assessoria e consultoria no que

tange aos dispositivos legais são essenciais para o bom desempenho da

empresa. Este trabalho discorre quanto a uma das formas contratuais formais

mais utilizadas em nosso país a Sociedade Limitada.

Com o advento do novo Código Civil Brasileiro de 2002 ocorreu uma

evolução para os operadores do direito, pois, neste foi incluído a introdução da

teoria da empresa, ou seja, suas principais normas. Este fato proporcionou a

extinção da primeira parte do Código Comercial de 1850, a partir do novo

código ocorreu a supressão da teoria dos atos do comércio e a conciliação do

tratamento legal da disciplina privada da atividade econômica no país. Este fato

foi relevante para a ciência jurídica, já que o Código Comercial não

contemplava às atividades econômicas da atualidade, ou seja, empresas,

corporações, entre outras instituições privadas globalizadas.

De acordo com a doutrina jurídica empresa é uma atividade

econômica organizada que destina-se a produção ou circulação de bens ou de

serviços, esta emerge da iniciativa do empresário que exerce a atividade

econômica por intermédio da organização dos bens que integram o sua

empresa. A área do direito empresarial tem demandado a presença do

operador do direito, já que esta atividade na contemporaneidade e complexa.

A partir do reconhecimento da relevância dessa área para os advogados, este

trabalho visa proporcionar de forma sucinta a aproximação deste profissional

liberal com esta referida doutrina e legislação inerentes à empresa.

O segundo capítulo desse trabalho traça um resgate histórico quanto

ao direito comercial; apresenta o advento da sociedade limitada no Brasil;

contrato social e a natureza da sociedade limitada.

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Já no terceiro capítulo nos debruçamos quanto os direitos e deveres

dos sócios da sociedade limitada.

No quarto tratamos da administração da sociedade limitada; no

quinto legislação aplicável a sociedade limitada; a seguir a apresentação dos

julgados nos tribunais; no próximo capitulo a dissolução da sociedade limitada

e no oitavo capitulo algumas espécies de sociedade limitada.

Vale colocar que este trabalho teve o objetivo de desvelar o conceito

de sociedade Limitada, assim como a responsabilidade de cada sócio. Assim

como teve como objetivos específicos identificar as doutrinas pertinentes a

sociedade limitada, bem como a legislação aplicável ao tema.

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2. SOCIEDADE LIMITADA

2.1. Parte histórica

A historicidade da sociedade limitada advém da do direito de

empresa, ou seja, parte da legislação aplicável a organizações econômicas. O

direito empresarial brasileiro outrora denominado em nosso país direito

comercial teve sua gênese influenciada pelo sistema francês e italiano.

O pesquisador Fábio Ulhoa Coelho caracteriza esse tipo de

jurisdição como “acento subjetivo”, isto é, neste período não havia uma

regulamentação jurídica neste país quanto ao comércio. Desta forma a

jurisdição dessas associações comerciais era restrita aos seus membros, neste

sentido seguir essa normativa ou “acento subjetivo” 1 tinha como pré-requisito

ser filiado a uma corporação de ofício francês.

Após ser implementado nas corporações de ofício o direito nas

transações comerciais na França teve um progresso, pois foi instituída a

sociedade anônima, esta serviu como norma para as grandes transações

econômicas da época. Em 1808 no Código de Napoleão prevê o direito dos

atos do comércio, estes segundo Coelho tiveram a função de normatizar:

“interposição na troca”2. Ulhoa assevera que a partir desse código surgiu a

teoria dos atos do comércio, pois essa compilação jurídica deu um novo status

ao que empreendia na área do comércio, uma vez que esse indivíduo galgou

alguns privilégios provenientes desse código.

Já na Itália o sistema jurídico do comércio ganha um novo escopo

quando o “Condice Civile Italiano” ,em 1942 , previu a teoria da empresa, posto

que esse regulamentou a atividade civil concomitantemente a comercial, mas

1 COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial. São Paulo: Saraiva, 2003. 2 Idem, p. 15.

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com um caráter privatístico. De acordo com Ulhoa a contribuição italiana

consiste em dar ênfase na empresa no lugar do comercio, bem como as

atividades de menor teor econômica da mesma forma estavam sujeitas a lei

prevista no código civil italiano. Para o sistema teórico italiano do direito, a

empresa pode ser concebida como um empreendimento econômico organizado

que tem com intuito a produção ou a circulação de bens e serviços. Assim, a

empresa neste contexto é uma atividade econômica, isto é, não tem um caráter

jurídico de direito ou de coisa, pois, neste caso ela não é similar ao empresário,

bem como não se confunde com o espaço comercial.

No âmbito brasileiro o direito comercial surgiu em virtude da família

real portuguesa no Brasil, ou seja, quando essa família passou a residir em

nosso país em 1808, este teve que se adequar as novas tendências jurídicas

da Europa. Pois, a presença da família real no Brasil exigia a formulação de

uma atividade comercial normatizada juridicamente. Assim, em 1850 D.Pedro II

sancionou o Código Comercial Brasileiro, em seguida foi aprovado o

Regulamento nº 737, de 1850, nesse percebe-se um conteúdo técnico formal

processualista para lei material.

2.1.1. Sociedade limitada no Brasil

Embora na atualidade a forma de sociedade limitada seja

recorrentemente utilizada para organizar e fundamentar vários

empreendimentos comerciais e de serviço, ela historicamente é muito recente

em nosso país. De acordo com o pesquisador da área de Direito Empresarial

Fábio Ulhoa Coelho a sociedade limitada surge no Brasil em 1919. Vale colocar

que esta surgiu na Alemanha no século XIX por intermédio do poder legislativo

alemão da época, neste país ela tinha a denominação de “A Gusellschaft mit

beschräkter Haftung”. Este serviu como modelo de organização para o nosso

país.

De acordo com Coelho este tipo de organização societária

econômica alemã foi adotado por vários países, pois atendia a demanda dos

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pequenos e médios comerciantes do século XIX, já que estes almejavam

usufruir desta atividade econômica em moldes distintos da sociedade anônima

deste período, ou seja, estes desejavam procedimentos mais simples para

formalizar seus empreendimentos3.

Na atualidade esta forma de sociedade é vislumbrada pela doutrina

jurídica como: “sociedade em que os direitos, as obrigações e as

responsabilidades de cada participante (sócio) são predeterminados, de acordo

com a efetiva contribuição e atuação com que o este sócio pode fazer parte da

finalidade comum do grupo” 4.

Outro especialista no que tange a doutrina jurídica informa que a

característica fundamental da sociedade limitada é a delimitação da

responsabilidade de seus sócios de acordo com o valor das quotas que cada

um deles possui. Desta forma, embora todos tenham que responder

coletivamente pela “integralização” do capital social, a “responsabilidade de

cada sócio é limitada ao valor de quotas por eles subscritas, mas todos

respondem solidariamente pela integralização do capital social.” 5

2.2. O Contrato Social

A formação da sociedade limitada é prevista no Código Civil

Brasileiro este preconiza que esta forma de sociedade deve ser constituída por

intermédio de um documento formal denominado “contrato social”, neste

deverá estar expresso às cláusulas específicas determinadas pelas partes que

o redigem, bem como itens que são apontados como obrigatórios pelo Código

3 Embora a terminologia empreendimento seja inerente a atualidade emprega-se nesta dissertação, mesmo para discorrer quanto a um período histórico anterior ao contemporâneo. 4 TZIRULNIK, Luiz. Empresas e Empresários – Novo Código Civil. 2ª Ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005. p.42 5 PIMENTEL, Carlos Barbosa. Direito Comercial: teoria e questões comentadas. 5ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. p.130

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Civil Brasileiro6, estes estão arrolados no art. 997 que exige que no contrato

estejam dispostos os seguintes itens:

I – nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos

sócios, se pessoas naturais, e a firma ou denominação, nacionalidade e sede

dos sócios, se jurídicas.

II – denominação, objeto, sede e prazo da sociedade.

III – capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo

compreender qualquer espécie de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária.

IV – a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la.

V – as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista

em serviços.

VI – as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade,

e seus poderes e atribuições.

VII – a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas.

VIII – se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas

obrigações naturais.

Deve-se salientar que o contrato social da sociedade limitada de

igual modo deve conter os requisitos gerais de validade de qualquer ato

jurídico, previstos no art. 104 do Código Civil Brasileiro, assim este deve

contemplar os seguintes itens:

I – agente capaz

6 BRASIL. Código Civil Brasileiro (2002). Lei n. 6.404 de 10 de Janeiro de 2002. Organização Juarez de Oliveira. São Paulo: Saraiva, 2003.

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II – objeto lícito, possível, determinado ou determinável.

III – forma prescrita ou não defesa em lei.

Ademais, o especialista Coelho7 adverte que igualmente a sociedade

limitada deve atender aos requisitos gerais que proporcionam legalidade a

todos os atos jurídicos, ou seja, para ser fidedigno, o contrato social de uma

sociedade limitada devem atender de igual modo a dois outros, que procedem

de sua natureza particular, isto é, deve conter a contribuição dos sócios e a

distribuição dos lucros. Assim, todos sócios precisam contribuir para a

formação da sociedade, bem como é necessário que todos participem dos

resultados sociais.

O doutrinador Coelho ainda comenta que a sociedade limitada da

mesma maneira precisa atender dois pressupostos jurídicos para que esta

valide o seu contrato social. A partir desta premissa jurídica a sociedade

limitada deve apresentar: pluralidade dos sócios e a “affectio societatis”. Desta

forma, a sociedade limitada somente obterá legalidade se for constituída por

pelo menos duas pessoas, estas podem ser físicas ou jurídicas, porém vale

ressaltar que este tipo de contrato não admite a possibilidade de uma

sociedade “unipessoal”.

O segundo pressuposto relevante para a validade da sociedade

limitada é o já anteriormente citado “affectio societatis”, este reporta-se à

disposição dos sócios em constituir e manter a sociedade uns com os outros.

Portanto, se não existir ou desaparecer esta disposição dos quotistas, a

sociedade não se constituiu ou deve ser encerrada.

Vale referir que se esses dois pressupostos supracitados não forem

atendidos, não há possibilidade de se constituir o contrato social. Contudo, se

todos os requisitos gerais forem atendidos, esta sociedade após a elaboração

7 Idem, Coelho. p.57

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do contrato social poderá requerer sua inscrição no Registro Civil das Pessoas

Jurídicas de sua sede no prazo de 30 (trinta) dias da sua constituição8. Outro

procedimento necessário será anexar ao requerimento de inscrição os

seguintes instrumentos: o instrumento do contrato devidamente autenticado 9; o

instrumento de procuração deve ser autenticado; o instrumento da prova de

autorização emitida por autoridade competente 10.

2.3. A natureza e o nome da sociedade limitada

De acordo com Pimentel a natureza da sociedade limitada pode ser

considerada de “pessoa” e de “capital”, pois os sócios podem bloquear a

inclusão de novas pessoas, contudo a natureza desta forma de sociedade de

igual modo é de capital, já que os sócios podem incluir uma cláusula no

instrumento de contrato que “subtraia a faculdade de eles próprios limitarem a

entrada de terceiros” 11

No que tange ao nome da empresa, os sócios poderão optar pelo

uso de uma “firma social ou denominação”, mas estes devem incluir em ambos

os casos a nomenclatura “limitada”. Deve-se mencionar que a supressão desta

expressão transforma os sócios em responsáveis, solidários ilimitadamente.

8 Este procedimento é previsto no art. 998 do CC. 9 Quando os sócios forem representados por procuradores. 10 Idem, Artigo 998 do CC. 11 Idem, PIMENTEL. p.124

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3. DIREITOS E DEVERES

3.1. Deveres e responsabilidades dos sócios

De acordo com Pimentel, as sociedades limitadas são as preferidas

dos empreendedores de nosso país, o especialista ainda comenta que 90 %

das empresas registradas optam por esse tipo de contrato.

Este aspecto não ocorre casualmente, a relevância da sociedade

limitada para os empresários consiste na “responsabilização dos sócios”

quanto as suas obrigações sociais. O Código Civil regulamenta as

responsabilidades dos sócios em seu art. 1052 prevê que “na sociedade

limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas,

mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social”.

Quanto ao início de obrigações dos sócios, ela pode ser demarcada

a partir da data de realização do contrato que se estabelece a sociedade,

porém este fator pode ser delineado de outra forma se houver uma cláusula no

contrato que determine uma data para que tais obrigações tenham início.

Já a extinção destas responsabilidades sociais ocorre a partir da

dissolução e liquidação da sociedade, o art. 1001do CC institui que “as

obrigações dos sócios começam imediatamente com o contrato, se este não

fixar outra data, e terminam quando, liquidada a sociedade, se extinguirem as

responsabilidades sociais”.

O especialista Fábio Ulhoa Coelho considera que o dever prioritário

do sócio ao tomar parte da sociedade limitada é o de “investir recursos” 12, na

12 Idem, COELHO. p. 63

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maioria das vezes, monetário para execução da atividade econômica que irão

explorar em sociedade. Coelho ainda assevera que as demais obrigações dos

sócios são em relação a soma de recursos indispensáveis para a implantação

da empresa, a ocasião em que esses recursos serão apresentados, bem como

eles de igual modo devem decidir a distribuição do capital entre os próprios, ou

seja delimitar a quota do capital com que cada um se responsabiliza.

Os sócios da sociedade limitada da mesma forma tem uma

responsabilidade subsidiária, isto é, se houver patrimônio social, os bens dos

sócios não podem ser alcançados para atender aos direitos dos credores, este

aspecto está instituído no art. 1024 do CC. Porém, cabe ressalva no que tange

a repressão de irregularidade, proteção de crédito fiscal e do INSS, pois nestes

casos a responsabilidade dos sócios é direta.

3.2. Limitação de responsabilidade de cada sócio.

A limitação de responsabilidade de cada sócio pode-se observar

como um mecanismo de socialização, pois entre os entes econômicos, o risco

de fracasso presente em qualquer empresa. Observamos que é uma condição

necessária para o desenvolvimento das atividades empresárias, nos regimes

que são capitalistas, pois se estabelecer uma responsabilidade ilimitada

desencorajaria qualquer investimento em empresas que são menos

conservadoras. É notório que a limitação de responsabilidade acaba reduzindo

os preços de alguns bens e serviços no mercado13.

3.3. A responsabilidade ilimitada.

No art. 1.052 do ordenamento civil discorre sobre a responsabilidade

limitada de cada sócio até o valor de suas cotas, mas deve se observar que

esta ressaltado que a responsabilidade é solidária para todos das quotas não

subscritas e não integralizadas.

13 COELHO, 2005. p. 401 e 402.

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Então quando o patrimônio da sociedade limitada não é suficiente

para quitar um credito, poderá o credor intentar uma cobrança de qualquer

sócio, mas até a limitação dos valores subscritos e não integralizados, podendo

o sócio responder até mesmo com seu patrimônio particular quando faltar

patrimônio da sociedade para saldar um crédito, mas o sócio que integralizou

suas cotas tem que pagar o credor integralmente, em virtude da

responsabilidade solidária, mas tem o direito de intentar ação regressiva contra

os demais sócios.

3.4. As exceções à responsabilidade limitada dos

sócios.

Segundo Gabriela Venturoti e Victor Gonçalves:

“Os sócios da limitada respondem restritamente

pelo valor equivalente ás suas cotas e solidariamente pela

integralização do capital social. Assim é que estando o capital

da sociedade limitada totalmente integralizado, o patrimônio

pessoal dos sócios não poderá ser atingido pelas obrigações

sociais. Esgotado o patrimônio da sociedade, os bens

pessoais dos sócios somente serão executados até o

montante do valor das cotas subscritas e não integralizadas”.14

É dever dos sócios integralizar as cotas subscritas no contrato social

na formação de uma sociedade limitada, este pode responder com seus

próprios bens pessoais no montante das cotas que foram subscritas e este não

integralizou.

O credor pode executar como dito acima bens pessoais daqueles

sócios que não integralizaram as suas cotas.

14 GONÇALVES, Gabriela Venturoti Perrotta Rios. GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Direito Comercial, Direito de empresa e sociedades empresárias. São Paulo, 2005. p.126/.

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“A primeira hipótese de responsabilidade ilimitada

dos sócios está expressa no art. 1.080 de Código Civil, para

aqueles que aprovam deliberações em reuniões ou assembléias

infringentes do contrato social ou da lei. Por essa razão, aqueles

que dissentirem dessas decisões deverão fazer constar na ata

suas discordâncias, para que fiquem excluídos dessa

responsabilidade”.15

Contudo, podemos observar que existe regra na responsabilidade

limitada, sendo um enorme atrativo nesta forma de sociedade. Há de se notar

que são enumeras hipóteses que os sócios de uma sociedade limitada arquem

ilimitadamente pelas obrigações da sociedade. Entretanto, ressalta-se que a

prioridade é atingir primeiro o patrimônio da sociedade.

“Nesse sentido, nos termos do art.13 da Lei n.

8.620/93, que dispõe acerca do Instituto Nacional de Seguridade

Social (INSS), “o titular da firma individual e os sócios das

empresas por cotas de responsabilidade limitada respondem

solidariamente, com seus bens pessoais, pelos débitos junto à

Seguridade Social”. Assim, cabe ao sócio, administrador ou não,

a fiscalização sobre a sociedade, verificando se ela está em dia

com as obrigações previdenciárias, pois, se não estiver, seu

patrimônio pessoal será atingido ilimitadamente pelos débitos.

Há ainda a responsabilização pessoal e ilimitada dos

sócios quanto a certas dívidas trabalhistas da empresa.

Entretanto, há autores que sustentam que os créditos

trabalhistas não possuem a mesma força dos fiscais ou

previdenciários no que tange á limitação da responsabilidade

dos sócios”.16

3.5. Evicção e solvência do devedor

15 Idem. P.126. 16 Idem. P.127.

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O sócio na sociedade limitada pode usar bens para integralizar o

capital social, deste modo esta transferência pode ser feita com titulo de

domínio ou com a constituição na forma de usufruto em prol da sociedade.

Em alguns casos é transferido para a sociedade apenas a posse ou

somente o bem.O sócio que integraliza o capital social por meio deste bem

responderá por uma eventual evicção em relação a sociedade.

Conforme Silvio Rodrigues nos trás um conceito de evicção:

“Dá-se evicção quando o adquirente de uma coisa

se vê total ou parcialmente privado da mesma em virtude de

sentença judicial que a atribuiu a terceiro, seu verdadeiro

dono. Portanto, a evicção resulta sempre de uma decisão

judicial.”

O sócio pode transferir créditos na integralização do capital social,

caso em que o devedor de um credito estiver insolvente a sociedade pode

cobrar este credito do devedor, na forma judicial ou extrajudicial. Frustrada esta

cobrança pode se exigir que o valor daquele sócio, pois sua responsabilidade é

subsidiária.

Podendo haver clausula no contrato social com previsão de

responsabilidade solidária, facultando assim ser cobrado o credito tanto do

devedor quanto do sócio.

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4. A ADMINISTRAÇÃO DA SOCIEDADE

LIMITADA

A administração da sociedade limitada é instituída pelos art. 1.010 ao

1.021, nesta forma de sociedade a diretoria será o órgão responsável pela

administração da empresa tanto no âmbito interno quanto externamente, assim

cabe a esta expressar a vontade da pessoa jurídica. Quanto a escolha dos

administradores esta será deliberada pala maioria societária qualificada, porém

há variação de quorum de deliberação, de acordo com o instrumento de

designação (contrato social ou ato apartado). No que concerne ao status do

administrador, ele só poderá ser pessoa não sócia se este aspecto constar no

contrato social.

O administrador não deve cometer atos desleais para com a

sociedade limitada, assim este não pode aproveitar-se de informações a que

teve acesso em dano da sociedade. Da mesma forma não pode usufruir de

recursos humanos ou materiais da empresa para benefício próprio, tão pouco

poderá concorrer com a sociedade ou relacionar-se com negócios que

proporcionem conflitos de interesses para sociedade limitada. Se este cometer

algum desses atos supracitados e caso a sociedade sofra dano, este deverá

responsabilizar-se e ressarcir a empresa. Do mesmo modo este deverá

responsabilizar-se pelas obrigações tributárias, este aspecto é instituído pelo

art. 135 do Código Tributário Nacional este estabelece que:

São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a

obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes

ou infração de lei, contrato social ou estatutos:

I - as pessoas referidas no artigo anterior;

II - os mandatários, prepostos e empregados;

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III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de

direito privado

Vale colocar que o administrador poderá ser destituído de seu cargo

em qualquer ocasião pelos sócios.

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5. LEGISLAÇÃO NORTEADORA DA SOCIEDADE

LIMITADA

A sociedade limitada é juridicamente regulamentada pelo Código

Civil Brasileiro, os artigos 1.052 a 1.087 do referido código tratam deste tipo de

sociedade. Contudo, quando ocorrem casos de omissão destes ordenamentos

jurídicos, a sociedade limitada poderá ser regulamentada pelas mesmas regras

que norteiam a sociedade simples, ou seja, os artigos 997 a 1.037 do Código

Civil Brasileiro.

O professor Carlos Pimentel17 salienta que os casos de omissão

anteriormente citados ocorrem, pois, muitas vezes no contrato da sociedade

limitada encontram-se o que ele denomina de “silêncio”, isto é quando não há

especificação de determinado assunto no contrato, desta maneira se o tema

não estiver subscrito em um capítulo particular do Código Civil. Este fator

permite que o legislador recorra a as normas da sociedade simples descritas

no Código Civil. Contudo, outro doutrinador adverte que:

Nas omissões de sua regulação específica,

aplicam-se à sociedade limitada as normas da sociedade

simples (art. 1053). Trata-se, como se, como vê, de uma

aplicação subsidiária, como caráter impositivo. Os preceitos

imperativos sobrepor-se-ão às cláusulas contratuais,

restringindo a autonomia da vontade dos sócios18.

Assim, o doutrinador Borba, afirma que a sociedade limitada poderá

em alguns casos ser subsidiariamente norteada pela disciplina da sociedade

simples, isto é, essa poderá guiar legalmente a sociedade limitada, bem como

outras sociedades tais como à sociedade anônima. O doutrinador ainda

17 PIMENTEL, Carlos Barbosa. Direito Comercial: teoria e questões comentadas. 5ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. p.123 18 Borba, José Edwaldo Tavares. Direito Societário. - 9 ed. rev. aum. e atual.- Rio de Janeiro: Renovar, 2004. p. 105

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adverte que a disciplina da sociedade simples tem uma especificidade, já que

essa é considerada “parte geral do direito societário”19.

Cabe colocar que as normas gerais da sociedade simples constam

no Código Civil. A seguir estarão dispostas as normas da sociedade simples

que servem de legislação subsidiária para sociedade limitada:

Art. 1058. Não integralizada a quota de sócio remisso, ou os outros

sócios podem, sem prejuízo do disposto no art. 1004 e seu parágrafo único.

Tomá-la para si ou transferi-la a terceiros, excluindo o primitivo titular e

desenvolvendo-lhe o que houver pago, deduzidos os juros da mora, as

prestações estabelecidas no contrato mais as despesas.

Art. 1004. Os sócios são obrigados, na forma e prazo previstos, as

contribuições estabelecidas no contrato social, e aquele que deixar de fazê-lo,

nos trinta dias seguintes ao da notificação pela sociedade responderá perante

este pelo dano emergente da mora.

Parágrafo único. Verificada a mora, poderá a maioria dos demais

sócios preferir, à indenização, a exclusão do sócio remesso, ou reduzir-lhe a

quota ao montante já realizado, aplicando-se, em ambos os casos, o disposto

no § 1 º do art. 1031.

Art. 1030. Ressalvando o disposto no art. 1004 e seu parágrafo

único, pode o sócio ser excluído judicialmente, mediante iniciativa da maioria

dos demais sócios, por falha grave no cumprimento de suas obrigações, ou

ainda, por incapacidade superveniente.

Art. 1031. Nos casos em que a sociedade se resolver em relação a

um sócio, o valor da sua quota, considerada pelo montante efetivamente

realizado, liquidar-se-á, salvo disposição contratual em contrário, com base na

19 Idem, Borba. p. 105.

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situação patrimonial da sociedade, á data da resolução, verificada em balanço

especialmente levantado.

§ 1 º o capital social sofrerá a correspondente redução, salvo se os

demais sócios suprirem o valor da quota.

§ 2 quota liquidada será paga em dinheiro, no prazo de noventa dias,

salvo acordo, ou estipulação contratual em contrário.

O doutrinador Borba ainda coloca que anteriormente a sociedade

limitada era regida pela lei das sociedades anônimas, essa tinha um caráter

supletivo no que concernem as omissões do contrato da sociedade limitada,

mas na atualidade a lei supracitada não poderá ser utilizada se não for

juramentada no estatuto social da sociedade limitada, essa acepção consta no

artigo abaixo mencionado:

Art. 1053 . A sociedade limitada rege-se, nas omissões deste

Capítulo, pelas normas da sociedade simples.

Parágrafo único. O contrato social poderá prever a regência supletiva

da sociedade limitada pelas normas da sociedade anônima.

O pesquisador da área de ciências jurídicas Borba ainda ressalva

que a aplicação da Lei das sociedades anônimas para sociedade limitada tem

limitações. Não obstante ela é uma “regência supletiva”, isto é:

Destina-se a suprir as omissões de contrato,

incidindo naquelas hipóteses a respeito das quais poderia

dispor o contrato. Assim, a regência supletiva, embora

invocada pelo contrato, ocorrerá apenas naquelas matérias

que encontravam abertas à convenção das partes, limitando-

se portanto ao que for compatível com a natureza e a

condição da sociedade limitada. Há uma série de institutos e

de regras que são típicos da sociedade anônima e, por

conseguinte, funcionalmente incompatíveis com a sociedade

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limitada. A título de exemplo, poder-se-ia citar toda matéria

atinente a valores mobiliários, tais como ações, debêntures e

bônus de subscrição, os quais, pela sua natureza de títulos de

mercado, não se coadunam com os fins propósitos da

sociedade limitada. Assim, nem mesmo o contrato social

poderia adotá-los20.

Diante das proposições anteriores percebe-se que embora tenha

almas exceções a principal legislação aplicável a sociedade limitada ainda é o

Código Civil.

20 Idem, Borba. p. 106

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6. APRESENTAÇÃO DOS JULGADOS DOS

TRIBUNAIS

Conforme o Douto Desembargador Carlos Santos de Oliveira, no

processo sob o nº0343919-80-2008-8-19-0001, julgado em 05/07/2011:

OBRIGAÇÃO DE FAZER CUMULADA COM

INDENIZATÓRIA. CONSTITUIÇÃO DE SOCIEDADE

LIMITADA. AUSÊNCIA DE VÍCIO DO CONSENTIMENTO.

INTENTO DE RETIRADA DA SÓCIA MAJORITÁRIA E

ADMINISTRADORA. DIREITO DE LIVRE ASSOCIAÇÃO.

POSSIBILIDADE DE ALTERAÇÕES CONTRATUAIS

INDEPENDENTEMENTE DA ATUAÇÃO DO PROCURADOR.

SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO.

MANUTENÇÃO.1- Alega a autora que teria constituído

sociedade limitada unicamente por ter sido compelida por seu

ex-companheiro, a quem coube a gerência da sociedade

através de procuração. Ausência de verossimilhança das

alegações autorais. Sociedade constituída livremente, não

havendo indícios mínimos da existência de vícios do

consentimento.2- Autora que figura como sócia majoritária e

administradora da sociedade, conforme cláusulas contratuais,

alegando que o réu, procurador com amplos poderes e

"verdadeiro dono" da empresa, não promoveu sua retirada dos

quadros sociais. Impossibilidade de se conceber que a autora

tenha sido compelida a permanecer na sociedade, facultando-

lhe a opção de registrar eventuais alterações no contrato

social, ou encerrar a empresa, e não alegar inércia de terceiro

em promover as alterações. 3- Dano moral não configurado. O

direito de associação é livre e a autora, constituindo livremente

a sociedade, não pode alegar que ali permaneceu contra sua

vontade pois tinham ao seu dispor vasta gama de direitos e

poderes, legais e contratuais, inclusive para resolver a

sociedade.- DESPROVIMENTO DO RECURSO. 21

21 www.tjrj.jus.br. Tribunal de Justiça do estado do Rio de janeiro, acessado em 29/07/2011.

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Segundo a Excelentíssima Desembargadora Zélia Maria Machado,

no Agravo de Instrumento sob o nº 0014177-81-2011-8-19-0000, julgado em

28/06/2011:

EXECUÇÃO DE TÍTULO JUDICIAL. PESSOA JURÍDICA.

PLEITO DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE

JURÍDICA DA DEVEDORA. AUSENCIA DE REQUISITOS.1-

Embora a nova sistemática processual esteja orientada pelo

princípio da efetividade do cumprimento das decisões judiciais,

a desconsideração da personalidade da pessoa jurídica

empresarial está sempre subordinada à comprovação efetiva

da prática de fraude, abuso de direito ou violação dos

estatutos ou contrato social da sociedade limitada, pois, em

princípio, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor

de suas quotas, "ex vi" do art. 1.052 do Código Civil. 2-

Inadimplemento de obrigação assumida que não se amolda,

por enquanto, às diretrizes objetivas necessárias para

autorizar o deferimento da medida excepcional. 3- Recurso

provido.22

Outro julgamento a este assunto foi da Desembargadora Katya

Monerat, no processo sob o nº 0107048-40-2005-8-19-0001, julgado em

22/06/2011, na Sétima Câmara Cível do Estado do Rio de Janeiro:

Apelação. Empresarial. Responsabilidade civil.

Cessão integral de quotas da sociedade limitada para a

Autora, mediante falsificação de assinatura. Autora executada

por dívida trabalhista da sociedade, com ativos financeiros

bloqueados pela Justiça do Trabalho. Sentença de parcial

procedência do pedido. Apelo da autora buscando o

reconhecimento do dano moral; e adesivo do réu, ex-esposo

da autora, para ser alcançado pelos efeitos da sentença.

Prova pericial grafotécnica. Falsidade da assinatura da autora

22 www.tjrj.jus.br. Tribunal de Justiça do estado do Rio de janeiro, acessado em 29/07/2011.

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comprovada. Os fatos verificados ultrapassam o mero

transtorno. Afastar a responsabilidade dos réus com base na

mera alegação de que delegaram a administração da empresa

para um tio, já falecido, é fazer com que se beneficiem da

própria negligência. Artigo 1016 c/c art.1053 do Código Civil.

Os administradores respondem solidariamente perante

terceiros prejudicados, por culpa no desempenho de suas

funções. Dano moral reconhecido. Provimento do recurso

principal e não provimento do adesivo.23

Finalizando, citemos o Ilustre Desembargador Marcelo Lima

Buhatem, no Agravo de Instrumento sob o nº 0053325-36-2010-8-19-0000, no

Julgamento da Quarta Câmara Cível do Rio de Janeiro, julgado em 26/10/2010:

D E C I S Ã O Trata-se de agravo de instrumento

interposto por GILBERTO DE SOUZA LIMA e FAGNER

LEANDRO FAGUNDES contra decisão de fls. 111 proferida

pelo juízo da 27ª Vara Cível da Comarca da Capital que, no

cumprimento de sentença nos autos da ação indenizatória

proposta em face de ALEXANDRE DA SILVA CARVALHO,

ora agravado, indeferiu a penhora do imóvel arrematado, eis

que o bem é de propriedade de sociedade, e não do

agravado-sócio, não se confundindo os patrimônios de

sociedade com o do sócio. Alegam os agravantes,

inicialmente, que agravado é titular de 90% das cotas sociais

da sociedade em questão, o que demonstra que a pessoa

jurídica se confunde com a pessoa do sócio. Aduz que a

empresa pretende burlar a execução, eis que não possui sede

e não está em atividade, tendo "fechado suas portas" há mais

de 10 anos, conforme certidão de fls. 804 do Oficial de Justiça.

Por fim, faz inúmeras considerações sobre o instituto da

desconsideração da personalidade jurídica e requer o

deferimento do efeito suspensivo ativo.É o breve relatório.

Decido.A antecipação dos efeitos da tutela jurisdicional foi

23 www.tjrj.jus.br. Tribunal de Justiça do estado do Rio de janeiro, acessado em 29/07/2011.

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consolidada em nosso ordenamento jurídico, a partir do

advento da Lei nº 8.952/94 em resposta aos anseios dos

doutrinadores e da jurisprudência pátria, como um das formas

de celeridade e garantia da efetividade da prestação

jurisdicional.O artigo 273 do Código de Processo Civil, de

maneira prudente, estabelece os pressupostos para a sua

concessão. Exige a prova inequívoca, que a mais abalizada

doutrina tem conceituado in verbis:"aquela que apresenta um

grau de convencimento tal que, a seu respeito, não possa ser

oposta qualquer dúvida razoável, ou, em outros termos, cuja

autenticidade ou veracidade seja provável" (J. E. Carreira

Alvim, "CPC Reformado", ed. Del Rey, 2ª ed., pág. 115).Logo,

a referida prova deve levar o julgador ao convencimento da

verossimilhança da alegação. Ademais, é imprescindível que

haja receio de dano irreparável ou de difícil reparação ou,

alternativamente, que seja evidenciado o manifesto propósito

protelatório do réu. Finalmente, estabelece o § 2º, da referida

norma que a medida não poderá ser concedida quando houver

perigo de irreversibilidade dos efeitos do provimento

antecipatório.Dessa forma, constata-se que a análise do

pedido de tutela antecipada exige redobrada atenção, pois sua

concessão implica na antecipação da prestação jurisdicional

reclamada, diante da evidência do direito violado, não

bastando a mera probabilidade de dano e bom direito, como

ocorre na liminar em sede de juízo cautelar, que é concedida

com base em cognição rarefeita ou também chamada de

superficial.Segundo o ilustre processualista Alexandre

Câmara, tem-se a cognição superficial "em casos - de resto

não muito frequentes - em que o juiz deve se limitar a uma

análise perfunctória das alegações, sendo atividade cognitiva

ainda mais sumária do que a exercida na espécie que leva

este nome. (O objeto da cognição no processo civil, in Livro de

Estudos Jurídicos, n° 11, Rio de Janeiro: Instituto de Estudos

Jurídicos, 1995, p. 224). E arremata:"Tal espécie de cognição

é exercida, e.g., no momento de se verificar se deve ou não

ser concedida medida liminar no processo cautelar. Se nesta

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espécie de processo (utilizando-se aqui a classificação

tradicional dos processos quanto ao provimento jurisdicional

pleiteado) a atividade cognitiva final é sumária (uma vez que o

juiz não verifica se existe o direito substancial alegado pelo

demandante, mas tão-só a probabilidade dele existir - fumus

boni iuris), é obvio que para verificar se deve ou não ser

antecipada a concessão de tal medida através de liminar não

se pode permitir que o juiz exerça, também aqui, cognição

sumária, sob pena de se obrigar o juiz a invadir de forma

indevida o objeto do processo cautelar. Deverá o julgador,

portanto, exercer cognição superficial. Ao invés de buscar o

requisito do fumus boni iuris, deverá verificar a probabilidade

de que tal requisito se faça presente (algo como fumus boni

iuris de fumus boni iuris)."Por outro lado, a antecipação da

tutela recursal, também tratada como efeito suspensivo ativo,

prevista no artigo 527, inciso III, do CPC, deve ser proferida

com base nos requisitos autorizadores do art. 273, da Lei

Instrumental, não bastando a mera probabilidade, mas sim um

juízo de verossimilhança, que no plano vertical exige maior

grau de profundidade. In casu, em sede recursal, sustentam

os agravantes, que o agravado, sócio majoritário da sociedade

proprietária do imóvel arrematado, se vale da referida pessoa

jurídica para ocultar bens pessoais em prejuízo dos

agravantes, motivo pelo qual se deve admitir a penhora do

bem em questão ou, em outras palavras, deve ser promovida

a desconsideração da personalidade jurídica inversa.Note-se,

contudo, que a aplicação da teoria da desconsideração da

personalidade jurídica exige especial cautela do magistrado,

sobretudo quando importa em aplicação inversa.

Primeiramente, porque não se pode olvidar que o sentido

operativo da teoria da desconsideração está intimamente

ligado com o fomento à atividade econômica, porquanto o ente

societário representa importante gerador de riquezas sociais e

empregos. Ademais, se por um lado a distinção entre a

responsabilidade da sociedade e de seus integrantes serve de

estímulo à criação de novas empresas, por outro visa também

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preservar a pessoa jurídica e a manutenção de seu fim social,

que seria fadada ao insucesso se fosse permitido,

descriteriosamente, responsabilizá-la por dívidas de qualquer

sócio, ainda que titular de uma parcela ínfima de quotas

sociais. Contudo pelo tempo decorrido entre a sentença e a

presente fase, gravidade do acidente, bem como a existência

de outros processos de mesmo objeto e visando o mesmo fim,

parece que possamos estar diante de ocultação de bens do

autor do evento danoso, que o judiciário não pode quedar-se

inerte.Assim, insta, portanto, à luz de tais fundamentos,

garantir a observância do princípio do contraditório,

oportunizando ao agravado a apresentação de

contrarrazões.Assim, pelos motivos expostos e diante da

ausência dos requisitos para a sua concessão, indefiro, por

ora, o efeito suspensivo ativo e determino:a) Solicitem-se

informações ao juízo da causa. b) Intime-se o agravado para

apresentar contrarrazões.À Secretaria para providências.Rio

de Janeiro, 25 de outubro de 2010.Desembargador MARCELO

LIMA BUHATEM Relator 24

24 www.tjrj.jus.br. Tribunal de Justiça do estado do Rio de janeiro, acessado em 29/07/2011.

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7. DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE LIMITADA

A extinção ou dissolução da sociedade limitada está relacionada a

três partes: a dissolução-ato, a liquidação, e a partilha. A primeira ocorre em

virtude de decisão judicial e será efetivada com seu o registro dissolutório na

Junta Comercial. A segunda etapa da dissolução denominada de liquidação

trata da solução de pendências obrigacionais, ou seja, a satisfação do ativo

que engloba a venda dos bens da sociedade liquidada, a cobrança dos seus

respectivos devedores e a satisfação do passivo que á o pagamento dos seus

credores. Posteriormente a realização do ativo e satisfação do passivo, se

houver patrimônio liquido remanente este será dividido entre os sócios de

acordo com suas respectivas quotas de participação.

Desta forma, a sociedade limitada será dissolvida quando:

I - o vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este e sem

oposição de sócio, não entrar a sociedade em liquidação, caso em que se

prorrogará por tempo indeterminado;

II - o consenso unânime dos sócios;

III - a deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na sociedade de

prazo indeterminado;

IV - a falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de

cento e oitenta dias;

V - a extinção, na forma da lei, de autorização para funcionar25.

Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV caso o sócio

remanescente, inclusive na hipótese de concentração de todas as cotas da 25Idem, Artigo 1.033 do CC.

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sociedade sob sua titularidade, requeira no Registro Público de Empresas

Mercantis a transformação do registro da sociedade para empresário individual,

observado, no que couber, o disposto nos art. 1.113 a 1.115 deste Código.

(Incluído pela lei Complementar nº 128, de 2008)

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8. AGUMAS ESPÉCIES DE MODIFICAÇÕES DA

SOCIEDADE

8.1. Incorporação da sociedade

A incorporação é uma das formas de modificação das sociedades,

por intermédio desta as pessoas jurídicas podem alterar ou reorganizar seus

negócios seja para proporcionar mudanças em suas estruturas ou ampliar seus

empreendimentos.

Assim, quanto a sua natureza a incorporação é uma operação na

qual duas ou mais sociedades se unem para criar uma nova, estas deverão

arcar com todos os direitos e obrigações. Esse tipo de intervenção empresarial

pode ser realizado entre sociedades de formas iguais ou distintas. Vale dizer

que sua efetivação será motivo de dissolução da (s) sociedades(s)

incorporada(s), contudo é atribuição da incorporada declarar extinta(s) a (s)

incorporada (s) e proporcionar a sua respectiva averbação. Mas, dessa

operação não surge uma nova sociedade, pois, de acordo com Pimentel a

incorporadora continua com sua característica jurídica inalterável. Já que ela

manterá o interesse dos credores da(s) incorporada(s), pois, a incorporadora é

a sucessora de suas obrigações. A incorporação é regulamentada pelo Código

Civil Brasileiro nos art. 1.116 a 1.118.

8.2. Fusão na sociedade

Assim como a incorporação a fusão de igual modo faz parte da

denominada modificação das sociedades, ela da mesma maneira é uma

operação pela qual duas ou mais sociedades se unem, porém, esta difere da

incorporação, já que na fusão estas sociedades formam uma nova empresa,

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mas esta “lhes sucederá em todos os direitos e obrigações” 26. Esta empresa

deverá afiançar os direitos dos credores.

Diferentemente da operação do item anterior nesta ocorre a extinção

das pessoas jurídicas fusionadas. No que tange aos administradores da nova

sociedade caberá a estes executar o arquivamento dos atos de fusão. A fusão

é instituída legalmente pelo Código Civil nos art.1.119 a 1.122.

26Idem, Pimentel. p.102

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9. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao debruçar-se sobre o tema deste trabalho o operador do direito

deve pormenorizar a sua analise jurídica, pois, esta matéria é ampla e

complexa devido a sua interdisciplinaridade, ou seja, o direito empresarial tem

conexão com administração e com a economia. Desta forma, este assunto

exige do operador do direito uma visão científica holística. Contudo, percebe-se

que esta área ao mesmo tempo demanda a atualização constante do

conhecimento técnico específico nesta matéria.

Assim, este tema requer do operador a leitura de doutrinas atuais,

bem como cursos, especializações, para que este possa atender aqueles que o

procuram para dirimir seus litígios ou assim como apenas para uma consulta

jurídica. Desta foram, este poder a informar e atuar com eficiência e eficácia.

Por intermédio do trabalho desenvolvido percebe-se a complexidade

do tema abordado, mas concomitantemente a relevância do operador do direito

nesta área.

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10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BORBA, José Edwaldo Tavares. Direito Societário. - 9 ed. rev. aum. e atual. -

Rio de Janeiro: Renovar, 2004. p. 105

COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial. São Paulo:Saraiva,

2003.

GONÇALVES, Maria Gabriela Venturoti Perrotta Rio. Direito Comercial,

Direito de Empresa e Sociedades Empresárias. São Paulo: Saraiva, 2005.

PIMENTEL, Carlos Barbosa. Direito Comercial: teoria e questões

comentadas. 5ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. p.130

SITE, Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, www.tjrj.jus.br.

Jurisprudências, acessado em 29/07/2011.

TZIRULNIK, Luiz. Empresas e Empresários – Novo Código Civil. 2ª Ed. São

Paulo: Revista dos Tribunais, 2005. p.42

BRASIL. Código Civil Brasileiro (2002). Lei n. 6.404 de 10 de Janeiro de

2002. Organização Juarez de Oliveira. São Paulo: Saraiva, 2003.