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UNIVERSIDADE ALTO VALE RIO DO PEIXE - UNIARP CURSO DE PEDAGOGIA SANDY DE OLIVEIRA CORDUVA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO BULLYING E O PROFESSOR NA SALA DE AULA CAÇADOR SC 2011

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UNIVERSIDADE ALTO VALE RIO DO PEIXE - UNIARP

CURSO DE PEDAGOGIA

SANDY DE OLIVEIRA CORDUVA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

BULLYING E O PROFESSOR NA SALA DE AULA

CAÇADOR – SC

2011

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SANDY DE OLIVEIRA CORDUVA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

BULLYING E O PROFESSOR NA SALA DE AULA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no Curso de Pedagogia, ministrado pela Universidade Alto Vale do Rio do Peixe, Uniarp-Caçador, sob orientação do Professor Paulo Gonçalves

CAÇADOR – SC

2011

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"Quando o poder do amor se sobrepuser ao amor pelo poder,

o mundo conhecerá a paz"

Jimmi Hendrix

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a todas as pessoas que sempre me incetivaram a seguir meus

objetivos de vida. Principalmente minha família.

A todos aqueles que tiveram paciência. E de uma forma ou de outra

contribuíram para a concretização deste trabalho.

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RESUMO

O presente trabalho trata sobre o bullying e em especial o papel do professor na

prevenção e no combate na sala de aula. A violência é um problema de saúde

pública importante e crescente no mundo, e o bullying está se tornando uma das

formas mais freqüentes de violências contra jovens e adolescentes, em idade

escolar. Sendo assim o papel do professor não é somente o de prevenir e combater

o bullying na sala de aula, mas também vem mostrar que as ações dos professores

para com os alunos, ou seja, a maneira de como lidam com eles também podem

gerar o bullying no cotidiano escolar.

Palavras-Chave: Bullyng; professor; sala de aula.

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ABSTRACT

The present work treats on the special Bullyng in the paper of the professor in the

prevention and the combat in the classroom. The violence is a problem of important

and increasing public health in the world, and the Bulllyng is if becoming one of the

forms most frequent of young violências against e adolescent, in pertaining to school

age. Being thus the paper of the professor it is not only to prevent and to fight

bullying in the classroom, but also it comes to show that the actions of the professors

stop with the pupils, that is, the way of as they also deal with them can generate

bullying in the daily pertaining to school.

Key Word: Bullyng; professor; classroom

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................. 7

1O BULLYNG...................................................................................................... 8

1.1 O QUE É BULLYNG?..................................................................................... 8

1.2 AS VITIMAS DO BULLYNG........................................................................... 10

1.3 OS AGRESSORES DO BULLYNG.................................................................. 13

1.4 CONSEQUENCIAS DO BULLYNG ................................................................. 15

2. A ESCOLA E O BULLYNG ............................................................................... 18

2.1 O PROFESSOR E O BULLYNG....................................................................... 20

2.2 CARACTERISTICAS DOS ALUNOS QUE SOFREM BULLYING.................... 24

2.3 O PAPEL DO PROFESSOR FRENTE AO BULLYNG...................................... 25

3 PREVENÇÃO E SOLUÇÃO ............................................................................... 27

3.1COMPORTAMENTOS ....................................................................................... 29

3.2 A CONTRIBUIÇÃO DO ESTUDO BULLYNG .................................................. 30

4 A FORMAÇAO DO PEDAGOGO........................................................................

CONCLUSÃO ........................................................................................................

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REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 35

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INTRODUÇÃO

Ao concluirmos o curso de Pedagogia, apresentamos este Trabalho de

Conclusão de Curso, no qual faremos um resgate da nossa formação e

especialmente do tema estudado com mais especificidade que foi sobre bullying.

A violência é um problema de saúde pública importante e crescente no

mundo, com sérias conseqüências individuais e sociais, particularmente para os

jovens, que aparecem nas estatísticas como os que mais morrem e os que mais

matam.

Uma das formas mais visíveis da violência na sociedade é a chamada

violência juvenil, assim denominada por ser cometida por pessoas com idades entre

10 e 21 anos. Grupos em que o comportamento violento é percebido antes da

puberdade tendem a adotar atitudes cada vez mais agressivas, culminando em

graves ações na adolescência e na persistência da violência na fase adulta.

O bullying é considerado toda forma de agressão, seja ela física ou verbal,

sem um motivo aparente, causando em suas vítimas conseqüências que vão desde

o âmbito emocional até conseqüências na aprendizagem (FANTE, 2005).

No Brasil, o bullying passou a ser conhecido e estudado pela ABRAPIA

(Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência)

onde se desenvolveu um projeto em onze escolas na cidade do Rio de Janeiro. O

objetivo do projeto é conscientizar e prevenir a ocorrência de bullying nas escolas.

O título do presente trabalho é: Bullying e o professor na sala de aula.

Serão estudadas, portanto as atitudes docentes que previnem e combatem ao

bullying e também as atitudes que podem gerar tal situação.

O bullying é um problema a ser enfrentado, que está encarnada nas formas

de atitudes agressivas, intencionais e repetida, ocorrendo sem ou com motivação

banal, adotada por um ou mais estudantes contra outro, causando os mais variados

tipos de sentimentos desagradáveis ao ser humano como, dor, angústia, medo,

entre outros. São atitudes executadas dentro de uma relação desigual de poder e

resistência, portanto, os atos repetidos entre iguais e o desequilíbrio de poder são as

características essenciais que tornam possível a intimidação da vítima. As vítimas de

intimidação e chantagem recorrente do bullying ocorrem normalmente em alunos

sem defesas, incapazes de motivar responsáveis e professores para agirem em sua

defesa. Trata-se de um problema que afeta as nossas escolas e comunidades,

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estando inserido em vários setores da nossa sociedade. As sondagens escolares

mostram que existe bullying de vários países. O padrão de incidência difere pouco

de país para país. Embora seja difícil conseguir estatísticas com certa precisão e

expressividade sobre a incidência do bullying, devido às diferentes formas de

medição e definições, às respostas socialmente desejáveis, entre outros fatores, há

resultados internacionais que devem ser considerados.

Na escola, fica evidente o papel do professor, ainda mais se este problema

envolver seus alunos e seu desempenho escolar. O bullying está presente na

maioria das salas de aula e casos de agressões físicas, ocorrem nas salas de aula,

muitas vezes na presença do professor. Mas porque essas agressões ocorreram na

presença do professor. O professor simplesmente não interferiu ou sua atitude

perante a sala não bastou para que os alunos entendessem que o respeito deve

haver em um ambiente escolar. O professor que critica constantemente o seu aluno,

o compara com outros, o ignora, está expondo esse aluno a ser mais uma das

vítimas do bullying e de certa forma está agindo com desrespeito ao espaço

pedagógico.

Atitudes indiretamente relacionadas ao aluno, também o influenciam, como

por exemplo, quando o professor se remete a alguém de forma desrespeitosa. O

aluno que tem a tendência a desrespeitar o próximo certamente se baseará nas

atitudes desse docente.

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1 O BULLYNG

1.1 O QUE É BULLYNG

Bullying é uma situação que se caracteriza por agressões intencionais,

verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva, por um ou mais alunos contra um ou

mais colegas. O termo bullying tem origem na palavra inglesa bully, que significa

valentão, brigão. Mesmo sem uma denominação em português, é entendido como

ameaça, tirania, opressão, intimidação, humilhação e maltrato.

É uma das formas de violência que mais cresce no mundo. O bullying pode

ocorrer em qualquer contexto social, como escolas, universidades, famílias,

vizinhança e locais de trabalho. O que, à primeira vista, pode parecer um simples

apelido inofensivo pode afetar emocional e fisicamente o alvo da ofensa.

Os estudos sobre o bullying se iniciaram com pesquisas do professor Dan

Olweus, da Universidade de Bergen, na Noruega (1978 a 1993) e com a campanha

nacional antibullying nas escolas norueguesas.

No início dos anos 70, Dan Olweus iniciava investigações na escola sobre o

problema dos agressores e suas vítimas, embora não se verificasse um interesse

das instituições sobre o assunto. Já na década de 80, três rapazes entre 10 e 14

anos, cometeram suicídio. Estes incidentes pareciam ter sido provocados por

situações graves de bullying, despertando, então, a atenção das instituições de

ensino para o problema.

Olweus pesquisou inicialmente cerca de 84.000 estudantes, 300 a 400

professores e 1.000 pais entre os vários períodos de ensino. Um fator fundamental

para a pesquisa sobre a prevenção do bullying foi avaliar a sua natureza e

ocorrência.

Os primeiros resultados sobre o diagnóstico do bullying foram informados por

Olweus (1989) e por Roland (1989), e por eles se verificou que 1 em cada 7

estudantes estava envolvido em caso de bullying.

O bullying é um problema mundial que vem se disseminando largamente nos

últimos anos e que só recentemente vem sendo estudado no Brasil.

Define-se como um conjunto de atitudes agressivas, intencionais e repetidas,

que ocorrem sem um motivo evidente, adotado por um ou mais alunos contra outros,

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causando sentimentos negativos como raiva, angustia, sofrimento e em alguns

casos queda do rendimento escolar (FANTE,2005).

Bullying é um comportamento consciente, intencional, deliberado, hostil e

repetido, de uma ou mais pessoas, cuja intenção é ferir outros. Bullying pode

assumir várias formas e pode incluir diferentes comportamentos, tais como:

• Violência e ataques físicos

• Gozações verbais, apelidos e insultos.

• Ameaças e intimidações

• Extorsão ou roubo de dinheiro e pertences

• Exclusão do grupo de colegas

Bullying é uma afirmação de poder através de agressão. Suas formas mudam

com a idade: bullying escolar, assédio sexual, ataques de gangue, violência no

namoro, violência conjugal, abuso infantil, assédio no local de trabalho e abuso de

idosos (Pepler e Craig, 1997).

Bullying não está relacionado a raiva. Não é um conflito a ser resolvido, tem a ver com desprezo– um forte sentimento de desgostar de alguém considerado como sem valor, inferior ou não merecedor de respeito. Este desprezo vem acompanhado por três aparentes vantagens psicológicas que permitem que se machuque os outros sem sentir empatia, compaixão ou vergonha: -um sentimento de poder, de que se tem o direito de ferir ou controlar outros; uma intolerância à diferença; e uma liberdade de excluir, barrar, isolar e segregar outros (BARABARA COLOROSO, The bully , the bullied and the bystander)

Segundo Fante (2005) o bullying escolar se resume em insultos, intimidações,

apelidos constrangedores, gozações que magoam profundamente, acusações

injustas, atuações em grupo que hostilizam e ridicularizam a vida de outros alunos,

levando-os à exclusão, além de danos físicos, psíquicos, danos na aprendizagem.

Muitos psicólogos o chamam de violência moral, permitindo diferenciá-lo de

brincadeiras entre iguais, propicio do desenvolvimento de cada um.

1.2 AS VITIMAS DO BULLYNG

As vítimas, muitas vezes, sofrem caladas, carregando o trauma das situações

de constrangimento que vivenciaram para o resto de suas vidas, gerando

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consequências na fase adulta como problemas de interação e relacionamento com

outros sujeitos.

As vitimas geralmente são tímidas, e as diferenças, muitas vezes de raça,

religião, peso e estatura são tomadas pelos agressores como os grandes sinais

pelos quais eles podem se aproveitar para desafiá-las, pra atacá-las. De um modo

geral, essas crianças e adolescentes que se personificam como vítimas, são

ansiosas, inseguras de sua autoimagem e de seus gostos e assim, podem ser

muitas vezes, sensíveis e caladas porque não têm como revidar, por medo, ou por

não terem forças suficientes para isso. Não denunciam por vergonha ou medo das

represárias e essa é sua grande dificuldade. Na verdade, muitas vezes ela não

denuncia, não contra-ataca influenciada pela insegurança: puxa vida, eu sou assim

mesmo, é assim que eles me vêem, eu não me vejo de forma diferente o que pode-

se também chamar de conformismo: eu sou assim mesmo, não dá pra mudar, não

tem como ser diferente.

Considera-se vitima ou alvo o aluno exposto, de forma repetida e durante

algum tempo, às ações negativas perpetradas por um ou mais alunos. Entende-se

por ações negativas as situações em que alguém, de forma intencional e repetida,

causa dano, fere ou incomoda outra pessoa.

Em geral, não dispõe de recursos, status ou habilidade para reagir ou cessar

o bullying. Geralmente, é pouco sociável, inseguro e desesperançado quanto à

possibilidade de adequação ao grupo. Sua baixa autoestima é agravada por críticas

dos adultos sobre a sua vida ou comportamento, dificultando a possibilidade de

ajuda. Tem poucos amigos, é passivo, retraído, infeliz e sofre com a vergonha,

medo, depressão e ansiedade. Sua autoestima pode estar tão comprometida que

acredita ser merecedor dos maus-tratos sofridos. (NETO, 2004)

Em relação à Vítima, Silva (2006), aponta 3 (três) tipos, que serão

mencionado à seguir:

Vítima Típica: é pouco sociável, sofre repetidamente as consequências dos

comportamentos agressivos de outros, possui aspecto físico frágil, coordenação

motora deficiente, extrema sensibilidade, timidez, passividade, submissão,

insegurança, baixa auto-estima, alguma dificuldade de aprendizado, ansiedade e

aspectos depressivos. Sente dificuldade de impor-se ao grupo, tanto física quanto

verbalmente.

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Vítima Provocadora: refere-se àquela que atrai e provoca reações agressivas

contra as quais não consegue lidar. Tenta brigar ou responder quando é atacada ou

insultada, mas não obtém bons resultados. Pode ser hiperativa, inquieta, dispersiva

e ofensora. É, de modo geral, tola, imatura, de costumes irritantes e quase sempre é

responsável por causar tensões no ambiente em que se encontra.

Vítima Agressora: reproduz os maus-tratos sofridos. Como forma de

compensação procura outra vítima mais frágil e comete contra esta todas as

agressões sofridas na escola, ou em casa, transformando o bullying em um ciclo

vicioso.

O tempo e a regularidade das agressões contribuem fortemente para o

agravamento dos efeitos. O medo, a tensão e a preocupação com sua imagem

podem comprometer o desenvolvimento acadêmico, além de aumentar a ansiedade,

insegurança e o conceito negativo de si mesmo.

Pode evitar a escola e o convívio social, prevenindo-se contra novas

agressões. Mais raramente, pode apresentar atitudes de autodestruição ou

intenções suicidas ou se sentir compelido a adotar medidas drásticas, como atos de

vingança, reações violentas, portar armas ou cometer suicídio (DAWKINS, 1995,)

Algumas características físicas, comportamentais ou emocionais podem

torná-lo mais vulnerável às ações dos autores e dificultar a sua aceitação pelo grupo.

A rejeição às diferenças é um fato descrito como de grande importância na

ocorrência de bullying. No entanto, é provável que os autores escolham e utilizem

possíveis diferenças como motivação para as agressões, sem que elas sejam,

efetivamente, as causas do assédio. (ESLEA, 2001)

Embora não haja estudos precisos sobre métodos educativos familiares que

incitem ao desenvolvimento de alvos de bullying, alguns deles são identificados

como facilitadores: proteção excessiva, gerando dificuldades para enfrentar os

desafios e para se defender; tratamento infantilizado, causando desenvolvimento

psíquico e emocional aquém do aceito pelo grupo; e o papel de bode expiatório da

família, sofrendo críticas sistemáticas e sendo responsabilizado pelas frustrações

dos pais.

Nos casos em que alunos armados invadiram as escolas e atiraram contra

colegas e professores, cerca de dois terços desses jovens eram vítimas de bullying e

recorreram às armas para combater o poder que os sucumbia. As agressões não

tiveram alvos específicos, sugerindo que o desejo era o de matar a Escola., local

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onde diariamente todos os viam sofrer e nada faziam para protegê-los. (NETO,

2004)

É pouco comum que a vítima revele espontaneamente o bullying sofrido, seja

por vergonha, por temer retaliações, por descrer nas atitudes favoráveis da escola

ou por recear possíveis críticas. Na pesquisa da ABRAPIA, 41,6% dos alunos alvos

admitiram não ter falado a ninguém sobre seu sofrimento3. O silêncio só é rompido

quando os alvos sentem que serão ouvidos, respeitados e valorizados. Conscientizar

as crianças e adolescentes que o bullying é inaceitável e que não será tolerado

permite o enfrentamento do problema com mais firmeza, transparência e liberdade.

(PEARCE, 1998)

1.3 OS AGRESSORES

Fatores econômicos, sociais e culturais, aspectos inatos de temperamento e

influências familiares, de amigos, da escola e da comunidade, constituem riscos para

a manifestação do bullying e causam impacto na saúde e desenvolvimento de

crianças e adolescentes.

Buscam uma vítima que lhes pareça vulnerável aos seus ataques,

exatamente porque se referem a seu ponto fraco, suas dificuldades. Os agressores

sempre impõem sua autoridade, seja através do medo, pelas ameaças morais ou da

força física.

São astuciosos para cercar suas vítimas e pensar em muitas possibilidades

para cumprir seus planos.

São os ditos populares; vitimizam os mais fracos, conseguindo, muitas vezes,

o auxílio dos demais alunos para se auto-afirmarem. Vale dizer que tais alunos que

contribuem juntamente com o agressor para a prática de violência, também são

considerados bullies.

Para manter a sua popularidade acabam humilhando, ridicularizando e

hostilizando a vítima sem motivos evidentes, sendo considerados por tais

comportamentos como valentões. A conduta do agressor, normalmente, caracteriza-

se pela dominação e imposição mediante o poder e a ameaça para conseguir aquilo

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que almeja. Pertence a famílias, por vezes, em que há ausência de carinho, diálogo,

presença dos pais e de limites.

Os bullies, geralmente, se envolvem em situações antissociais e de risco,

quais sejam: roubo, drogas, álcool, tabaco, vandalismo e brigas.

Importante mencionar que tais autores sentem dificuldades em aceitar as

normas que lhe são impostas; não aceitam ser contrariados; não toleram atrasos;

são maus- caráter; têm como característica a impulsividade, a irritabilidade e baixa

resistência a frustrações.

O bullying é mais prevalente entre alunos com idades entre 11 e 13 anos,

sendo menos freqüente na educação infantil e ensino médio.

Oportuno mencionar que o comportamento agressivo por parte do autor do

fenômeno em questão geralmente ocorre pela falta da presença da família no dia-a-

dia da criança e até mesmo pela ausência de limites. Dessa forma, destaca Fante:

É oportuno que os pais façam uma reflexão profunda sobre as suas próprias condutas em relação aos filhos e sobre o modelo de educação familiar, predominante em casa, que vem sendo aplicado. Nem sempre os pais se dão conta de que certos comportamentos que o filho manifesta são aprendidos em casa, como resultado do tipo de interação entre os familiares que é percebida por ele; muito menos procuram checar e refletir se o que o filho está realmente aprendendo tem relação com aquilo que “eles pensam” que está sendo ensinado. (FANTE, 2005, p. 76)

Entre os agressores, observa-se um predomínio do sexo masculino, enquanto

que, no papel de vítima, não há diferenças entre gêneros. O fato de os meninos

envolverem-se em atos de bullying mais comumente não indica necessariamente

que sejam mais agressivos, mas sim que têm maior possibilidade de adotar esse

tipo de comportamento. Já a dificuldade em identificar-se o bullying entre as meninas

pode estar relacionada ao uso de formas mais sutis.

Algumas condições familiares adversas parecem favorecer o desenvolvimento

da agressividade nas crianças.

Pode-se identificar a desestruturação familiar, o relacionamento afetivo pobre,

o excesso de tolerância ou de permissividade e a prática de maus-tratos físicos ou

explosões emocionais como forma de afirmação de poder dos pais. (NETO, 2004)

Fatores individuais também influem na adoção de comportamentos

agressivos: hiperatividade, impulsividade, distúrbios comportamentais, dificuldades

de atenção, baixa inteligência e desempenho escolar deficiente.

O autor de bullying é tipicamente popular; tende a envolver-se em uma

variedade de comportamentos antissociais; pode mostrar-se agressivo inclusive com

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os adultos; é impulsivo; vê sua agressividade como qualidade; tem opiniões positivas

sobre si mesmo; é geralmente mais forte que seu alvo; sente prazer e satisfação em

dominar, controlar e causar danos e sofrimentos a outros. Além disso, pode existir

um .componente benefício em sua conduta, como ganhos sociais e materiais.

São menos satisfeitos com a escola e a família, mais propensos ao

absenteísmo e à evasão escolar e têm uma tendência maior para apresentarem

comportamentos de risco (consumir tabaco, álcool ou outras drogas, portar armas,

brigar, etc.). As possibilidades são maiores em crianças ou adolescentes que

adotam atitudes antissociais antes da puberdade e por longo tempo.

Pode manter um pequeno grupo em torno de si, que atua como auxiliar em

suas agressões ou é indicado para agredir o alvo. Dessa forma, o autor dilui a

responsabilidade por todos ou a transfere para os seus liderados.

Esses alunos, identificados como assistentes ou seguidores, raramente

tomam a iniciativa da agressão, são inseguros ou ansiosos e se subordinam à

liderança do autor para se proteger ou pelo prazer de pertencer ao grupo dominante.

1.4 AS CONSEQÜÊNCIAS DO BULLYING

As conseqüências referentes ao bullying são variadas. Ao contrário do que

muitos pensam, não é somente as vítimas do bullying que sofrem as conseqüências.

Os agressores e as testemunhas também podem sofrer as conseqüências

tanto no âmbito emocional quanto na aprendizagem.

De acordo com Fante (2005) as conseqüências relativas ao bullying são

inúmeras, dependendo de como as vítimas recebem as agressões, de como reagem

a seus agressores.

A esse respeito Fante (2005, p.44)) comenta:

As conseqüências para as vítimas desse fenômeno são graves e abrangentes, promovendo no âmbito escolar o desinteresse pela escola, o déficit de concentração e aprendizagem, a queda do rendimento, o absentismo e a evasão escolar.

Mas as vítimas do bullying não sofrem conseqüências somente em sua vida

escolar, pois se analisarmos, esses alunos sofrem dificuldades acadêmicas devido a

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sua baixa autoestima, referente a sua saúde emocional abalada. Quem sofre com o

bullying certamente se torna uma pessoa insegura, afirma Neto (2004). Ainda de

acordo com Neto, as vítimas que tem a sua aparência rejeitada, é ofendido pelo seu

tipo físico, conseqüentemente torna-se uma pessoa insegura quanto a sua

aparência, temendo assim freqüentar lugares públicos devido ao seu medo de sofrer

rejeição.

Em se tratando de dificuldades emocionais, Marchesi (2006, p.82) afirma:

As dificuldades emocionais dos alunos podem alterar suas relações sociais com professores e colegas e dificultar seriamente sua aprendizagem. Entre elas se encontram a percepção da falta de afeto, o isolamento social, a tristeza prolongada, o sentir-se marginalizado e maltratado.

De acordo com Fante (2005), para os agressores ocorre o distanciamento e a

falta de adaptação aos objetivos escolares, a supervalorização da violência como

forma de obtenção de poder, além da projeção de condutas violentas na vida adulta.

Já as testemunhas de atos de bullying, que abrange a maioria dos alunos,

estes podem sentir-se inseguros e ansiosos, podendo desta forma comprometer o

seu processo socioeducacional.

O bullying trata-se, portanto de um fenômeno comportamental, que atinge o

ego de suas vítimas, envolve e vitimiza as crianças, tornando-as reféns da

ansiedade e insegurança e que interfere negativamente nos seus processos de

aprendizagem, devido a excessiva mobilização de emoção, medo, de angústia e

raiva reprimida.

De todos os envolvidos com o bullying, os que sofrem as conseqüências mais

marcantes segundo Neto (2004) são as vítimas.

Ainda a esse respeito Marchesi (2006, p.90) comenta:

Os maus tratos entre iguais são uma das condutas violentas que mais danos causam a determinados alunos, principalmente aqueles que são maltratados.

Além do que, as vítimas tem um grande medo de denunciar os seus

agressores, por medo de sofrer represália e por vergonha de admitir que esteja

passando por situações humilhantes na escola.

Segundo a pesquisa realizada pela ABRAPIA no ano de 2003 a maioria das

agressões ocorreram no interior da sala de aula na presença do professor. Com este

dado fica evidente a importância do papel do professor e suas ações perante a sala

de aula. Para se combater ou prevenir o bullying na sala de aula não é necessário o

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conhecimento do professor sobre o conceito de bullying, obviamente que se o

professor conhecer o que é o bullying e suas conseqüências tudo será facilitado

para se trabalhar a sua prevenção na sala de aula. O bullying, em um contesto geral

nada mais do que uma forma de desrespeito ao próximo, de não aceitação das

diferenças e cabe ao professor trabalhar esses conceitos com seus alunos e para

isso não é necessário que o professor saiba o que é o bullying.

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2 A ESCOLA E O BULLYNG

A escola é uma instituição de grande importância na vida do sujeito. As

relações sociais entre professores, pais e estudantes são fatores constituintes na

formação da personalidade. As experiências construídas nesse espaço pelo sujeito

contribuem para moldar suas relações na família e na sociedade (MARRIEL et al.,

2006).

A prática da violência no ambiente escolar não é um fenômeno recente,

porém está se tornando um grave problema social e de saúde pública (PINHEIRO,

2006; SILVA, 2006).

A violência aparece como um problema cada vez mais frequente nas escolas

atuais. Ela tem sido percebida de maneira ampla, como resultante da interação entre

fatores individuais e fenômenos sociais, como a família, a escola e a comunidade. O

discurso cultural tem-se reproduzido na escola e, por se tratar de um fenômeno

multicausal, muitas situações dependem de fatores externos, cujas intervenções

podem estar além da capacidade das instituições e funcionários (SILVA, 2006;

BEAUDOIN, TAYLOR, 2006; CATINI, 2004).

A violência no ambiente escolar manifesta-se de diversas formas; entre estas,

o bullying tem-se destacado, e se configura uma relação desigual de poder entre

pares.

O bullying é um tipo de violência que envolve todas as atitudes agressivas,

intencionais e repetidas, que acontecem sem motivação evidente, tomadas por um

ou mais estudante contra outro(s), ocasionando dor e angústia, sendo efetuadas em

uma relação desigual de poder. As agressões podem ser de natureza física, psico-

lógica ou sexual. É uma forma de afirmação de poder interpessoal por meio da

agressão (LOPES NETO, 2005).

Constitui um relacionamento interpessoal marcado por um desequilíbrio de

forças. As vítimas típicas são mais frágeis, tímidas, com baixa autoestima,

submissas, ansiosas, inseguras ou depressivas. As vítimas provocativas apresentam

reações de ansiedade e agressividade. Em geral, têm opinião negativa de si

mesmas, podendo ser hiperativas, dispersas, inquietas e tentam responder quando

são atacadas, porém, muitas vezes, fazem de maneira ineficaz. Os agressores são

fisicamente mais fortes, possuem baixa tolerância às frustrações, sentem ne-

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cessidade de dominar e se impor por meio de ameaças e, muitas vezes, apresentam

atitude hostil com adultos. Não são inseguros nem ansiosos e possuem uma visão

positiva de si mesmos. Há, também, os espectadores que frequentemente se calam

por medo de se tornarem as próximas vítimas (OLWEUS, 1993 apud CATINI, 2004).

Os comportamentos violentos que caracterizam o bullying podem ser

classificados como diretos ou indiretos. No bullying direto, a vítima é atacada com

apelidos, agressões físicas, ameaças, chantagens e roubos. No bullying indireto, são

características atitudes de indiferença, desprezo, isolamento e difamação da vítima

(LOPES NETO, 2005).

Esses comportamentos ocorrem nas escolas e, na maioria das vezes, são

encarados como naturais e ignorados, disfarçados ou mascarados pelos pais e

professores. Compreendem uma violência mais sutil e de menor visibilidade, porém

não menos importantes (MARRIEL et al., 2006).

Entretanto, um levantamento realizado pela Associação Brasileira

Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência (Abrapia), em 2002, com

5.875 estudantes de 5ª a 8ª série, de 11 escolas localizadas no município do Rio de

Janeiro, revelou que 40,5% desses alunos admitiram ter estado diretamente

envolvidos em atos de bullying, sendo 16,9% alvos, 10,9% alvos/autores e 12,7%

autores de bullying.

A Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e

Adolescência (2002) ressalta que o bullying é um problema mundial, encontrado em

qualquer escola, tanto nas instituições públicas quanto privadas. Entre as principais

ações que podem estar presentes em casos de bullying, podem-se citar: colocar

apelidos, ofender, zoar, gozar, encarnar, sacanear, humilhar, fazer sofrer,

discriminar, excluir, isolar, ignorar, intimidar, perseguir, assediar, aterrorizar,

amedrontar, tiranizar, dominar, agredir, bater, chutar, empurrar, ferir, roubar, quebrar

pertences, entre outros.

Buscando conhecer a percepção do professor a respeito do bullying no

ambiente escolar, este estudo discutirá a importância do papel do professor e que

sentimentos o bullying tem despertado nele.

Acredita-se que tanto o professor quanto o aluno têm direito a um ambiente

escolar seguro, que lhes favoreça uma convivência interpessoal de respeito à

dignidade humana e à cidadania, caracterizada pela aceitação e acolhimento das

diferenças individuais, sendo estas variáveis essenciais à saúde e ao bem-estar

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psicossocial durante a realização das atividades de ensino-aprendizagem

(Mascarenhas, 2006).

Lopes Neto (2005) postula que a escola é vista tradicionalmente como um

local de aprendizado acadêmico. No entanto, a Constituição da República

Federativa do Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente e a Convenção sobre

os Direitos da Criança da Organização das Nações Unidas preveem o direito à

dignidade e ao respeito, sendo a educação percebida como um meio de fornecer o

pleno desenvolvimento da pessoa e seu preparo para o exercício da cidadania.

Catini (2004) postula que o bullying não é um fenômeno isolado e aponta

como os principais fatores de risco associados os fatores da personalidade,

dificuldades nas relações sociais, autoestima, percepção do problema, ser vitimizado

na escola ou fora dela, violência na comunidade, desajustes familiares, práticas edu-

cativas parentais, contexto escolar, alienação escolar e violência na mídia.

As escolas precisam enfrentar o bullying construindo estratégias que

favoreçam o bem-estar psicossocial no ambiente educativo. A escola não pode ser

um espaço de homogeneização, mas sim de resgate e respeito aos valores e às

diferenças. As pessoas precisam aprender a reconhecer, assumir e aceitar a sua

diferença, mas também necessitam aprender na escola a reconhecer como normal e

natural a diferença de seus pares para poder respeitá-la (MASCARENHAS, 2006).

2.1 O PROFESSOR E O BULLYNG

O papel do professor no mundo atual extrapolou a mediação do processo de

conhecimento do aluno. Seu trabalho está para além da sala de aula e deve articular

escola e comunidade. No entanto, ainda que o sucesso da educação dependa do

perfil do professor, a administração escolar não provê os meios pedagógicos

necessários à realização das tarefas, cada vez mais complexas. Os professores são

forçados a buscar, então, por seus próprios meios, formas de requalificação que se

manifestam em aumento não reconhecido e não remunerado da jornada de trabalho.

O sistema educacional coloca no professor a responsabilidade de cobrir as lacunas

da instituição que, com frequência, institui mecanismos severos e redundantes de

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avaliação e contrata um efetivo insuficiente, entre outros (GASPARINI; BARRETO;

ASSUNÇÃO, 2005).

Conforme Fochesi (1990 apud FERNANDES; ROCHA; SOUZA, 2005), o

professor, em seu papel de desenvolver o pensamento crítico do escolar, contribui

para que os estudantes desenvolvam comportamentos favoráveis à saúde.

Contudo, o desgaste emocional e psicológico dos docentes frequentemente é

ignorado pelas instituições de ensino que, muitas vezes, naturalizam a situação de

exaustão e estresse como um ônus da profissão. É necessário que o professor

tenha consciência dos efeitos que as atividades em sala de aula onde o bullying e a

indisciplina não são controlados podem provocar no seu estado emocional

(MASCARENHAS, 2006).

Em estudos feitos por Marriel et al. (2006), boa parte da fala dos alunos se

tratava do relacionamento com educadores. O estudo mostrou que o autoritarismo e

o abuso de poder comprometem a relação de confiança entre professor e aluno,

além de favorecer a baixa autoestima do adolescente. A desvalorização social do

professor reflete-se na sala de aula, levando o aluno a desvalorizá-lo também.

Oliveira e Antonio (2006) também citam que as relações constituídas nos

grupos sociais, entre estes, a família e a escola são alicerces para a construção da

autoestima e sociabilidade do sujeito.

Assim, espera-se que a escola seja um espaço seguro e saudável onde os

potenciais sejam desenvolvidos ao máximo. A presença e testemunho de qualquer

forma de violência nesse ambiente podem acarretar danos físicos e psicológicos no

sujeito, seja de forma passageira, seja mais persistente (LOPES NETO, 2005).

A relação professor-aluno é de extrema relevância na atuação sob a violência

e no desenvolvimento de características individuais. Atitudes relativamente simples

de respeito e afeto por parte do professor podem ser muito positivas, colaborando

para diminuir a violência no ambiente escolar (MARRIEL et al., 2006).

Silva e Hoch (2007), em um estudo com alunos, constataram que uma atitude

positiva – de tranquilidade, afetividade e proximidade – estava relacionada às

descrições de um bom facilitador.

Para conhecer a dimensão do problema e estratégias de intervenção, é

importante considerar a percepção das pessoas. Acredita-se que conhecendo a

percepção dos professores, poder-se-á influenciar o quanto e como eles estão

dispostos a intervir.

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Não se pode depositar nos professores a responsabilidade por todo bullying

que ocorre nas escolas; no entanto, o bullying não é apenas um problema dos

alunos, muito menos resultado natural da competição (PALÁCIOS; REGO, 2006).

Quando se refere a problemas que ocorrem no âmbito escolar, em especial

na sala de aula, fica evidente o papel do professor, ainda mais se este problema

envolver seus alunos e seu desempenho escolar.

O bullying está presente na maioria das salas de aula e casos de agressões

físicas e verbais, como já foi discutido no capítulo anterior, ocorrem nas salas de

aula, muitas vezes na presença do professor. Mas porque essas agressões

ocorreram na presença do professor? O professor simplesmente não interferiu ou

sua atitude perante a sala não bastou para que os alunos entendessem que o

respeito deve haver em um ambiente escolar.

O professor que critica constantemente o seu aluno, o compara com outros, o

ignora, está expondo esse aluno a ser mais uma das vítimas do bullying e de certa

forma está agindo com desrespeito ao espaço pedagógico. “A critica injusta é uma

das formas de má comunicação, que provoca ressentimento, hostilidade e

deterioração de desempenho, seja em que idade for”. (LOBO, 1997, p.91)

Atitudes indiretamente relacionadas ao aluno, também o influenciam, como

por exemplo, quando o professor se remete a alguém de forma desrespeitosa. O

aluno que tem a tendência a desrespeitar o próximo certamente se baseará nas

atitudes desse docente.

Não se pode, no entanto, atribuir ao professor toda responsabilidade da

ocorrência de bullying na sala de aula. Os alunos podem certamente cometer o

bullying sem se basear nas atitudes do professor. Porém, atitudes do professor para

com os alunos, assim como foi dito anteriormente, podem sim, gerar chances para

que estes cometam bullying na sala de aula.

No entanto, se o professor transmitir aos alunos a importância do respeito e

ter conhecimentos sobre os direitos das crianças, ser o mediador de um ambiente de

amizade e companheirismo, interferir de maneira coesa nas chamadas brincadeiras

de mal gosto, casos de bullying poderão não acontecer no interior da sala de aula.

Para que o bullying não aconteça no cotidiano pedagógico é necessário tanto

a participação do professor quanto dos alunos. O professor de um lado tem o dever

de transmitir o papel ético, que envolve a importância do respeito mútuo, do diálogo,

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da justiça e da solidariedade e os alunos o papel de entender e cooperar com as

ações do professor.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais: Apresentação dos Temas

Transversais e Ética (BRASIL, 1998), pode ser utilizado de maneira positiva pelos

professores no que diz respeito a prevenção do bullying na sala de aula. Traz

questões relevantes, que se o professor souber aplicar em seu cotidiano pedagógico

estará contribuindo para que o ambiente escolar seja um ambiente favorável a

aprendizagem para todos os alunos. Por mais que o professor seja presente e

trabalhe com seus alunos o respeito mútuo, o diálogo, a justiça e a solidariedade,

em uma sala de aula, com 28, 30 alunos é quase que impossível que não aja

conflitos entre as crianças.

Porém, o discurso docente tem de ser coerente com a sua prática

pedagógica, pois de nada adianta passar um ensinamento ético para seus alunos e

agir de forma contrária a esses ensinamentos. De acordo com os Parâmetros

Curriculares Nacionais: Apresentação dos Temas Transversais e Ética (BRASIL,

1998), as atitudes respeitosas devem partir do professor, pois estas atitudes serão

vistas como modelo, principalmente pelas crianças menores.

O professor sem se dar conta pode gerar casos de bullying na sala de aula

pela maneira que se remete ao aluno. Quando o professor se refere ao aluno

tratando-o como símbolo de incompetência escolar ou quando sacode uma prova

com baixa nota pelas pontas dos dedos perguntando pelo seu autor este está

submetendo esse aluno a ser mais uma vítima do bullying.

Essa atitude citada acima é muito comum no cotidiano escolar, e esse aluno,

autor da prova com nota inferior poderá certamente ser humilhado pelos colegas por

causa de seu mau desempenho. Esse professor, sem se dar conta, abriu brechas

para a ocorrência de bullying na sala de aula.

As atitudes docentes, portanto, mesmo sendo julgadas inofensivas podem

trazer resultados nefastos.

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais: Apresentação dos

Temas Transversais e Ética (BRASIL, 1998), a escola pode trabalhar o respeito

mútuo nas suas traduções específicas do convívio escolar, e isso, evidentemente

sem prejuízo de se trabalhar regras gerais de convívio, como por exemplo, não bater

no colega, são insultá-lo, não humilhá-lo.

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Faz referencias a humilhação, uma das formas de bullying que mais deixam

marcas negativas em suas vítimas.

Ainda de acordo com os parâmetros, estudos recentes tem mostrado

claramente que os sentimentos de humilhação e vergonha podem acarretar na

criança graves problemas psicológicos. Os professores no entanto devem tomar

muito cuidado para não despertar esses sentimentos em seus alunos.

Professores que costumam fazer zombarias a respeito da capacidade

intelectual do aluno é um exemplo de bullying por parte do professor e outras

crianças ao verem esta atitude no professor, poderão pensar que humilhar é uma

atitude normal de relacionamento.

2.2 CARACTERISTICAS DOS ALUNOS QUE SOFREM BULLYING

A caracterização da conduta bullying pode ser observada a partir de alguns

aspectos entre os alunos:

- Comportamentos deliberados e danosos, produzidos de forma repetitiva

num período prolongado de tempo contra uma mesma vítima.

- Apresentam uma relação de desequilíbrio de poder, o que dificulta a defesa

da vítima.

- Não há motivos evidentes.

- Acontece de forma direta, por meio de agressões físicas (bater, chutar,

tomar pertences) e verbais (apelidar de maneira pejorativa e discriminatória, insultar,

constranger).

- De forma indireta, caracteriza-se pela disseminação de rumores

desagradáveis e desqualificantes, visando à discriminação e exclusão da vítima de

seu grupo social.

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2.3 O PAPEL DO PROFESSOR FRENTE AO BULLYNG

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais: Apresentação dos

Temas Transversais e Éticos (BRASIL, 1998), o professor deverá trabalhar em seu

cotidiano pedagógico os conteúdos de ética, onde se prioriza o convívio escolar. Os

conteúdos foram divididos por blocos.

Respeito Mútuo: Onde o professor deve trabalhar: A diferença entre as

pessoas, O respeito a todo ser humano independente de sua origem social, etnia,

religião, sexo, opinião e cultura. O respeito às manifestações culturais, étnicas e

religiosas. O respeito mútuo como condição necessária para o convívio social

democrático: respeito ao outro e exigência de igual respeito para si.

Justiça, conteúdos a serem trabalhados: O reconhecimento de situações em

que a equidade represente justiça. O reconhecimento de situações em que a

igualdade represente justiça. A identificação de situações em que a injustiça se faz

presente. O conhecimento da importância e da função da constituição brasileira. A

compreensão da necessidade de leis que definem direitos e deveres. O

conhecimento dos próprios direitos de aluno e os respectivos deveres e a

identificação de formas de ação.

Diálogo, com conteúdos: O uso e valorização do dialogo como instrumento

para esclarecer conflitos. A coordenação das ações entre os alunos, mediante o

trabalho em grupo. O ato de escutar o outro, por meio do esforço de compreensão

do sentido preciso da fala do outro. A formulação de perguntas que ajudem a

referida compreensão. A expressão clara e precisa de idéias, opiniões e

argumentos, de forma a ser corretamente compreendido pelas outras pessoas. A

disposição para ouvir idéias, opiniões e argumentos alheios e rever pontos de vista

quando necessária.

E a Solidariedade, onde se trabalha: Identificação de situações em que a

solidariedade se faz necessária, As formas de atuação solidária em situações

cotidianas. A resolução de problemas presentes na comunidade local, por meio de

variadas formas de ajuda mútua; A sensibilidade e a disposição para ajudar as

outras pessoas, quando isso for possível e desejável.

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Deve ser feito um destaque para preconceitos e desrespeito freqüente entre os alunos: aqueles que estigmatizam deficientes físicos ou simplesmente os gordos, os feios, os baixinhos etc., em geral traduzidos por apelidos pejorativos. Nesses casos o professor não deve admitir tais atitudes. (BRASIL, 1998)

O discurso docente tem de ser coerente com a sua prática pedagógica, pois

de nada adianta passar um ensinamento ético para seus alunos e agir de forma

contrária a esses ensinamentos. De acordo com os Parâmetros Curriculares

Nacionais: Apresentação dos Temas Transversais e Ética (BRASIL, 1998), as

atitudes respeitosas devem partir do professor, pois estas atitudes serão vistas como

modelo, principalmente pelas crianças menores.

Não se trata de punir os alunos, trata- se de explicar-lhes com clareza o que significa dignidade do ser humano, demonstrar a total impossibilidade de se deduzir que alguma raça é melhor que a outra, trata- se de fazer os alunos pensarem e refletirem a respeito de suas atitudes. (BRASIL, 1998)

O professor sem se dar conta pode gerar casos de bullying na sala de aula

pela maneira que se remete ao aluno. Quando o professor se refere ao aluno

tratando-o como símbolo de incompetência escolar ou quando sacode uma prova

com baixa nota pelas pontas dos dedos perguntando pelo seu autor este está

submetendo esse aluno a ser mais uma vítima do bullying.

Essa atitude citada acima é muito comum no cotidiano escolar, e esse aluno,

autor da prova com nota inferior poderá certamente ser humilhado pelos colegas por

causa de seu mau desempenho. Esse professor, sem se dar conta, abriu brechas

para a ocorrência de bullying na sala de aula.

Professores que costumam fazer zombarias a respeito da capacidade

intelectual do aluno é um exemplo de bullying por parte do professor e outras

crianças ao verem esta atitude no professor, poderão pensar que humilhar é uma

atitude normal de relacionamento.

Porém, apenas bons exemplos por parte do professor não são necessários

para educar moralmente os alunos mas certamente é de um grande incentivo para

que esses alunos não cometam atitudes de bullying contra seus colegas de sala.

Dentre todas as importâncias remetidas ao papel do professor, uma delas se

refere ao combate e prevenção do bullying. Conduzir os alunos para estes terem

uma boa conduta, visando o respeito a todos e as diferenças individuais de cada

sujeito é parte fundamental da profissão docente, não se limitando somente ao

processo de ensino aprendizagem.

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3 A PREVENÇÃO È A SOLUÇÃO

Fatores econômicos, sociais e culturais, aspectos inatos de temperamento e

influências familiares, de amigos, da escola e da comunidade, constituem riscos para

a manifestação do bullying e causam impacto na saúde e desenvolvimento de

crianças e adolescentes.

O bullying é mais prevalente entre alunos com idades entre 11 e 13 anos,

sendo menos freqüente na educação infantil e ensino médio.

Entre os agressores, observa-se um predomínio do sexo masculino, enquanto

que, no papel de vítima, não há diferenças entre gêneros. O fato de os meninos

envolverem-se em atos de bullying mais comumente não indica necessariamente

que sejam mais agressivos, mas sim que têm maior possibilidade de adotar esse

tipo de comportamento. Já a dificuldade em identificar-se o bullying entre as meninas

pode estar relacionada ao uso de formas mais sutis.

Avaliar o bom desempenho dos estudantes pelas notas dos testes e

cumprimento das tarefas não é suficiente.

Perceber e monitorar as habilidades ou possíveis dificuldades que possam ter

os jovens em seu convívio social com os colegas passa a ser atitude obrigatória

daqueles que assumiram a responsabilidade pela educação, saúde e segurança de

seus alunos, pacientes e filhos.

Todos os programas anti-bullying devem ver as escolas como sistemas

dinâmicos e complexos, não podendo tratá-las de maneira uniforme. Em cada uma

delas, as estratégias a serem desenvolvidas devem considerar sempre as

características sociais, econômicas e culturais de sua população.

O envolvimento de professores, funcionários, pais e alunos é fundamental

para a implementação de projetos de redução do bullying. A participação de todos

visa estabelecer normas, diretrizes e ações coerentes. As ações devem priorizar a

conscientização geral; o apoio às vítimas de bullying, fazendo com que se sintam

protegidas; a conscientização dos agressores sobre a incorreção de seus atos e a

garantia de um ambiente escolar sadio e seguro.

O fenômeno bullying é complexo e de difícil solução, portanto é preciso que o

trabalho seja continuado. As ações são relativamente simples e de baixo custo,

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podendo ser incluídas no cotidiano das escolas, inserindo-as como temas

transversais em todos os momentos da vida escolar.

Deve-se encorajar os alunos a participarem ativamente da supervisão e

intervenção dos atos de bullying, pois o enfrentamento da situação pelas

testemunhas demonstra aos autores que eles não terão o apoio do grupo.

Treinamentos através de técnicas de dramatização podem ser úteis para que

adquiram habilidade para lidar de diferentes formas. Outra estratégia é a formação

de grupos de apoio, que protegem os alvos e auxiliam na solução das situações de

bullying. (FEEKS, 2005)

Os professores devem lidar e resolver efetivamente os casos de bullying,

enquanto as escolas devem aperfeiçoar suas técnicas de intervenção e buscar a

cooperação de outras instituições, como os centros de saúde, conselhos tutelares e

redes de apoio social.

Aos alunos autores, devem ser dadas condições para que desenvolvam

comportamentos mais amigáveis e sadios, evitando o uso de ações puramente

punitivas, como castigos, suspensões ou exclusão do ambiente escolar, que acabam

por marginalizá-los.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os programas que

enfatizam as capacidades sociais e a aquisição de competências parecem estar

entre as estratégias mais eficazes para a prevenção da violência juvenil, sendo mais

efetivos em escolas da educação infantil e do ensino fundamental. Um exemplo de

programa de desenvolvimento social que utiliza técnicas comportamentais em sala

de aula é aquele implantado para evitar o comportamento prepotente agressivo

(bullying).

O Programa de Prevenção do Bullying criado por Dan Olweus é considerado

como o mais bem documentado e mais efetivo na redução do bullying, na diminuição

significativa de comportamentos antissociais e em melhorias importantes no clima

social entre crianças e adolescentes, com a adoção de relacionamentos sociais

positivos e maior participação nas atividades escolares.

Nas escolas onde estudantes tiveram participação ativa nas decisões e

organização, observou-se redução dos níveis de vandalismo e de problemas

disciplinares e maior satisfação de alunos e professores com a escola15. No projeto

da ABRAPIA, 63,5% dos alunos participaram ativamente de seu desenvolvimento3.

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Os melhores resultados são obtidos por meio de intervenções precoces que

envolvam pais, alunos e educadores.

O diálogo, a criação de pactos de convivência, o apoio e o estabelecimento

de elos de confiança e informação são instrumentos eficazes, não devendo ser

admitidas, em hipótese alguma, ações violentas.

3.1 COMPORTAMENTOS

O pesquisador Dan Olweus citado na obra de Cléo Fante (2005) elenca

alguns comportamentos que devem ser observados para que a vítima e o agressor

sejam identificados, tais como:

Comportamento da Vítima na escola:

- Durante o recreio está frequentemente isolado e separado do grupo, ou

procura ficar próximo do professor ou de algum adulto.

- Na sala de aula tem dificuldade em falar diante dos demais, mostrando-se

inseguro e ansioso.

- Nos jogos em equipe é o último a ser escolhido.

- Apresenta-se comumente com aspecto contrariado, triste, deprimido ou

aflito.

- Apresenta desleixo gradual nas tarefas escolares.

- Apresenta ocasionalmente contusões, feridas, cortes, arranhões ou a roupa

rasgada, de forma não natural.

- Falta às aulas com certa frequência (absentismo).

- Perde constantemente os seus pertences.

Comportamento da Vítima em casa:

- Apresenta, com frequência, dores de cabeça, pouco apetite, dor de

estômago, tonturas, sobretudo de manhã.

- Muda o humor de maneira inesperada, apresentando explosões de irritação.

- Regressa da escola com as roupas rasgadas ou sujas e com o material

escolar danificado.

- Apresenta desleixo gradual nas tarefas escolares.

- Apresenta aspecto contrariado, triste, deprimido, aflito ou infeliz.

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- Apresenta contusões, feridas, cortes, arranhões ou estragos na roupa.

- Apresenta desculpas para faltar às aulas.

- Raramente possui amigos, ou possui ao menos um amigo para compartilhar

seu tempo livre.

- Pede dinheiro extra à família ou furta.

- Apresenta gastos altos na cantina da escola.

Comportamento do Agressor na escola:

- Faz brincadeiras ou gozações, além de rir de modo desdenhoso e hostil.

- Coloca apelidos ou chama pelo nome ou sobrenome dos colegas, de forma

malsoante; insulta, menospreza, ridiculariza, difama.

- Faz ameaças, dá ordens, domina e subjuga. Incomoda, intimida, empurra,

picha, bate, dá socos, pontapés, beliscão puxa os cabelos, envolve-se em

discussões e desentendimentos.

- Pega dos outros colegas materiais escolares, dinheiro, lanches e outros

pertences, sem o consentimento.

Comportamento do Agressor em casa:

- Regressa da escola com as roupas amarrotadas e com ar de superioridade.

- Apresenta atitude hostil, desafiante e agressiva com os pais e irmãos,

chegando a ponto de atemorizá-los sem levar em conta a idade ou a diferença de

força física.

- É habilidoso para sair-se bem de situações difíceis.

- Exterioriza ou tenta exteriorizar sua autoridade sobre alguém.

- Porta objetos ou dinheiro sem justificar sua origem.

3.2 A CONTRIBUIÇÃO DO ESTUDO SOBRE BULLYING PARA A

FORMAÇÃO DO PEDAGOGO

Analisando as entrevistas realizadas pode-se identificar que os professores

ainda não estão totalmente preparados para trabalharem com situações de Bullyng.

A maioria refere-se ao assunto que conhecem através de TV ou jornal, e não mais a

fundo como deveria ser. Obviamente que nem todos os envolvidos reagem da

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mesma maneira, cabendo ao professor o papel de perceber em sua sala de aula a

ocorrência de Bullying, para assim interferir e não permitir que isso ocorra. Por isso a

importância da preparação do professor.

No Bullying há três formas de envolvimento: Autor, vitima e testemunha e em

todos os casos os envolvidos podem sofrer graves conseqüências no que se diz

respeito a aprendizagem e ao convívio social.

De acordo com Neto (2004), as conseqüências relacionadas ao Bullying

podem ser físicas ou emocionais, de curto ou longo prazo, gerando dificuldades na

aprendizagem, dificuldades de convívio social e também problemas emocionais.

Normalmente, os alunos que são visados para serem as vítimas são aqueles

que possuem alguma diferença em relação ao grupo, como obesidade, deficiência

física, inteligência acima da media ou dificuldades de aprendizagem.

Claro que não se pode atribuir ao professor toda a responsabilidade, mas as

atitudes junto aos alunos são de extrema importância, o professor articular

conteúdos em todo o seu cotidiano pedagógico. Ao trabalhar, por exemplo, a

diferença entre as pessoas este certamente estará prevenindo a ocorrência de

Bullying em sua sala de aula.

(...) deve ser feito um destaque para preconceitos e desrespeito freqüente entre os alunos: aqueles que estigmatizam deficientes físicos ou simplesmente os gordos, os feios, os baixinhos etc., em geral traduzidos por apelidos pejorativos. Nesses casos o professor não deve admitir tais atitudes (...)

Por mais que o professor seja presente e trabalhe com seus alunos o respeito

mútuo, o diálogo, a justiça e a solidariedade, em uma sala de aula, com 28, 30

alunos é quase que impossível que não aja conflitos entre as crianças. O PCN faz

uma importante reflexão sobre o papel do professor diante de casos de Bullying.

(...) não se trata de punir os alunos, trata- se de explicar-lhes com clareza o que significa dignidade do ser humano, demonstrar a total impossibilidade de se deduzir que alguma raça é melhor que a outra, trata- se de fazer os alunos pensarem e refletirem a respeito de suas atitudes (...).

O discurso docente tem de ser coerente com a sua prática pedagógica, pois

de nada adianta passar um ensinamento ético para seus alunos e agir de forma

contrária a esses ensinamentos.

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4. A FORMAÇÃO DO PEDAGOGO

O curso de pedagogia contribuiu para nossa formação acadêmica, em vários

aspectos, principalmente pelo conhecimento e competência dos, percebemos com o

curso que os professores necessitam de uma sólida formação inicial e de uma

formação continuada balizada no cotidiano pois a pratica obtida nos estágios em

sala de aula, nos fez refletir sobre o papel da pedagoga. Acredita-se então, que a

formação docente deve ter os fundamentos teórico/metodológicos das áreas da

educação como ponto de estudo e compreensão, oferecendo condições para

enfrentar os problemas do cotidiano das instituições escolares.

Partindo do pressuposto de que a formação docente necessita de uma busca

contínua de aprofundamento teórico e metodológico, o trabalho pedagógico deverá

estar constantemente voltado para a reflexão e análise das situações vivenciadas

em um ensino gestado e gerado na própria escola. Assim, a prática do professor

passa a ser discutida com os profissionais da esfera escolar, tornando-se fonte de

contínua investigação por parte daqueles que a experiência na ação pedagógica.

Constituir-se-á em um conjunto de atitudes refletidas no ato da execução, e que

podem ser revistas e construídas no momento em que as dificuldades surgirem.

Ao se deparar em sala de aula com crianças que não aprendem da maneira

que o professor sabe ensinar, com dificuldades muitas vezes vindas da

desestruturação vinda da família e com professores que em muitos momentos não

sabem que atitudes tomar frente a essa situação, ocasionando lacunas no processo

de aprendizagem das crianças, precisamos certamente nos determinar diante

desses fatos e buscar alternativas reais para resolvê-los. Algumas disciplinas

destaram-se no estudo que realizamos sobre bullying:

Psicologia do Desenvolvimento: Contribui com o estudo sobre o

desenvolvimento do ser humano em todos os seus aspectos: físico-motor,

intelectual, afetivo-emocional e social – desde o nascimento até a idade

adulta.

Psicologia da Aprendizagem: estuda o complexo processo pelo qual as

formas de pensar e os conhecimentos existentes numa sociedade são

apropriados pela criança.

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Fundamentos da Psicopedagogia: A melhor compreensão do processo de

aprendizagem. Ocupa-se do processo de aprendizagem humana: seus

padrões de desenvolvimento e a influência do meio nesse processo.

Sociologia da Educação: Com um jeito de trabalhar com vários temas críticos

dentro da sala de aula, como religião, raça... para não prejudicando de

nenhuma maneira alguma criança causando o constrangimento.

A formação do profissional que irá atuar na sala de aula deve contemplar os

diversos atores aos quais o profissional irá se deparar, entre eles a questão das

dificuldades de aprendizagem, uma vez que é uma realidade constante nas salas de

aula. Uma constatação feita durante o curso é sobre a grade curricular: A grade

curricular do curso de pedagogia nas academias colabora e, em muito, para essa

falta de formação dos docentes. O bullying esta com tudo nas nossas escolas, cada

vez mais difícil encarar uma sala de aula e não ser chacota de piadinhas ou

qualquer outro tipo de violência, como pedagoga devemos encarar a realidade

escolar pondo um basta na violência

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CONCLUSÃO

O fenômeno bullying tem sido alvo de muitos estudos nos últimos anos. Há

uma preocupação crescente, não somente com o bullying, mas com a violência em

geral nas escolas e entre crianças e adolescentes. As publicações sobre o tema

ainda são insuficientes. Trata-se de um problema social, de saúde grave, e são

necessários ainda muitos estudos na área da psicologia quanto ao tema.

Considerando o bullying no ambiente escolar, de modo geral, os professores

enfrentam esse tipo de violência em seu cotidiano. Eles têm interesse em reduzir

esses comportamentos, assim como se sentem afligidos e acreditam que o bullying

prejudica o seu trabalho em sala de aula. Todavia, os professores não conseguem

resolver sozinhos, somente com o seu trabalho, esse problema tão complexo.

Concorda-se com Lopes Neto (2005) quando este coloca a questão da

inexistência de políticas públicas que priorizem ações de prevenção ao bullying e

garantam a saúde e a qualidade da educação no Brasil.

As escolas nem sempre dispõem dos meios necessários para prevenir a

violência; assim, o trabalho do pedagogo no ambiente escolar tem-se mostrado cada

vez mais imprescindível.

Ressalta-se o papel do pedagogo em engajar-se nesse movimento para a

construção de políticas públicas que possam reduzir esse problema de forma efetiva,

lutando por saúde e melhor qualidade de vida das pessoas.

A inexistência de políticas públicas que indiquem a necessidade de

priorização das ações de prevenção ao bullying nas escolas, objetivando a garantia

da saúde e da qualidade da educação, significa que inúmeras crianças e

adolescentes estão expostos ao risco de sofrerem abusos regulares de seus pares.

Além disso, aqueles mais agressivos não estão recebendo o apoio necessário para

demovê-los de caminhos que possam vir a causar danos por toda a vida.

Reduzir a prevalência de bullying nas escolas pode ser uma medida de saúde

pública altamente efetiva para o século XXI. A sua prevalência e gravidade

compelem os pesquisadores a investigar os riscos e os fatores de proteção,

associados com a iniciação, manutenção e interrupção desse tipo de comportamento

agressivo. Os conhecimentos adquiridos com os estudos devem ser utilizados como

fundamentação para orientar e direcionar a formulação de políticas públicas e para

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delinear as técnicas multidisciplinares de intervenção que possam reduzir esse

problema de forma eficaz.

Em um país como o Brasil, onde o incentivo à melhoria da educação de seu

povo se tornou um instrumento socializador e de desenvolvimento, onde grande

parte das políticas sociais é voltada para a inclusão escolar, as escolas passaram a

ser o espaço próprio e mais adequado para a construção coletiva e permanente das

condições favoráveis para o pleno exercício da cidadania.

Mesmo admitindo que os atos agressivos derivem de influências sociais e

afetivas, construídas historicamente e justificadas por questões familiares e/ou

comunitárias, é possível considerar a possibilidade infinita de pessoas descobrirem

formas de vida mais felizes, produtivas e seguras.

Todas as crianças e adolescentes têm, individual e coletivamente, uma

prerrogativa humana de mudança, de transformação e de reconstrução, ainda que

em situações muito adversas, podendo vir a protagonizar uma vida apoiada na paz,

na segurança possível e na felicidade. Mas esse desafio não é simples e, em geral,

depende de uma intervenção interdisciplinar firme e competente, principalmente

pelos profissionais das áreas de educação e saúde.

O bullying pode ser entendido como um balizador para o nível de tolerância

da sociedade com relação à violência.

Portanto, enquanto a sociedade não estiver preparada para lidar com o

bullying, serão mínimas as chances de reduzir as outras formas de comportamentos

agressivos e destrutivos.

Pode-se observar que as atitudes docentes previnem e combatem o bullying

na sala de aula, assim como podem fazer com que casos de bullying ocorram na

sala de aula, devido a essas atitudes, vendo comprovar o que os Parâmetros

Curriculares Nacionais: Apresentação dos Temas Transversais e Ética (BRASIL,

1998) afirma:” Atitudes respeitosas devem partir do professor, ao se referir a um

aluno cujas capacidades escolares são inferiores aos demais alunos, o professor

jamais deve ofendê-lo ou chamar sua atenção de forma desrespeitosa”, pois assim

os outros alunos poderão achar que é normal ofender o aluno.

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