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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES Professora: Monique Caldeira DO PROCESSO DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA PARA HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO EXTRAJUDICIAL JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA X JURISDIÇÃO CONTENCIOSA ( LIDES/ CONFLITOS TRABALHISTAS) – o problema que na realidade não é jurisdição nem é voluntária, porque o cidadão não tem possibilidade de autotutela ( não tem liberdade). PONTOS POSITIVOS: desestímulo a lides simuladas ( posto que tem a possibilidade da chancela judicial via acordo extrajudicial com formação de coisa julgada); redução da litigiosidade e aumento da segurança jurídica) - A JT sempre foi um pouco antipática com o acordo realizado fora do juízo ( devido ao contrato de gestão e quitação plena do contrato de trabalho). PONTOS NEGATIVOS - fazer da JT – um órgão homologador de rescisão de contratos de trabalho. Anteriormente se fazia as homologações ( DRT ou Ministério do Trabalho) para verificação de estabilidade e garantias de emprego). Possível transferência de atividade administrativa. ‘Art. 855-B. O processo de homologação de acordo extrajudicial terá início por petição conjunta, sendo obrigatória a representação das partes por advogado. § 1 o As partes não poderão ser representadas por advogado comum. § 2 o Faculta-se ao trabalhador ser assistido pelo advogado do sindicato de sua categoria.’ ‘Art. 855-C. O disposto neste Capítulo não prejudica o prazo estabelecido no § 6 o do art. 477 desta Consolidação e não afasta a aplicação da multa prevista no § 8 o art. 477 desta Consolidação.’ ‘Art. 855-D. No prazo de quinze dias a contar da distribuição da petição, o juiz analisará o acordo, designará audiência se entender necessário e proferirá sentença.’ ‘Art. 855-E. A petição de homologação de acordo extrajudicial suspende o prazo prescricional da ação quanto aos direitos nela especificados. Parágrafo único. O prazo prescricional voltará a fluir no dia útil seguinte ao do trânsito em julgado da decisão que negar a homologação do acordo.’” Observe-se a impossibilidade do jus postulandi ( extinção do jus postulandi) – participação obrigatória de advogado. Não pode ser advogado comum – possível conflito de interesses. Não há falar em tergiversação ( não há interesses antagônicos – como seria a separação consensual – nesta última não há possibilidade de contratação de um único advogado. E ainda, autor poderá ser assistido por sindicato de classe e o empregador, também não poderia???? O art. 855 – D – fixa o prazo de 15 dias para análise do acordo pelo julgador. Cabe mencionar que o julgamento do pedido deve ser criterioso, o juiz deve respeitar a vontade das partes, porém velar pela legalidade, ou seja, tenta verificar se a vontade das partes está isenta de vícios ou ocorrendo pura e simples renúncia, ou seja, se não há desproporcionalidade e velará pelo recolhimento das custas processuais.

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CANDIDO MENDES

Professora: Monique Caldeira

DO PROCESSO DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA

PARA HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO EXTRAJUDICIAL

JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA X JURISDIÇÃO CONTENCIOSA ( LIDES/ CONFLITOS TRABALHISTAS) – o

problema que na realidade não é jurisdição nem é voluntária, porque o cidadão não tem possibilidade de

autotutela ( não tem liberdade).

PONTOS POSITIVOS: desestímulo a lides simuladas ( posto que tem a possibilidade da chancela judicial via

acordo extrajudicial com formação de coisa julgada); redução da litigiosidade e aumento da segurança

jurídica) - A JT sempre foi um pouco antipática com o acordo realizado fora do juízo ( devido ao contrato de

gestão e quitação plena do contrato de trabalho).

PONTOS NEGATIVOS - fazer da JT – um órgão homologador de rescisão de contratos de trabalho.

Anteriormente se fazia as homologações ( DRT ou Ministério do Trabalho) para verificação de estabilidade e

garantias de emprego). Possível transferência de atividade administrativa.

‘Art. 855-B. O processo de homologação de acordo extrajudicial terá início por petição conjunta, sendo obrigatória a representação das partes por advogado.

§ 1o As partes não poderão ser representadas por advogado comum.

§ 2o Faculta-se ao trabalhador ser assistido pelo advogado do sindicato de sua categoria.’

‘Art. 855-C. O disposto neste Capítulo não prejudica o prazo estabelecido no § 6o do art. 477 desta

Consolidação e não afasta a aplicação da multa prevista no § 8o art. 477 desta Consolidação.’

‘Art. 855-D. No prazo de quinze dias a contar da distribuição da petição, o juiz analisará o acordo, designará

audiência se entender necessário e proferirá sentença.’

‘Art. 855-E. A petição de homologação de acordo extrajudicial suspende o prazo prescricional da ação quanto aos direitos nela especificados.

Parágrafo único. O prazo prescricional voltará a fluir no dia útil seguinte ao do trânsito em julgado da decisão

que negar a homologação do acordo.’”

Observe-se a impossibilidade do jus postulandi ( extinção do jus postulandi) – participação

obrigatória de advogado. Não pode ser advogado comum – possível conflito de interesses. Não há falar em

tergiversação ( não há interesses antagônicos – como seria a separação consensual – nesta última não há

possibilidade de contratação de um único advogado. E ainda, autor poderá ser assistido por sindicato de

classe e o empregador, também não poderia????

O art. 855 – D – fixa o prazo de 15 dias para análise do acordo pelo julgador. Cabe mencionar que o

julgamento do pedido deve ser criterioso, o juiz deve respeitar a vontade das partes, porém velar pela

legalidade, ou seja, tenta verificar se a vontade das partes está isenta de vícios ou ocorrendo pura e simples

renúncia, ou seja, se não há desproporcionalidade e velará pelo recolhimento das custas processuais.

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IMPORTANTE NOTAR: No caso de conciliação, o termo que for lavrado valerá como decisão irrecorrível, salvo para Previdência Social quanto às contribuições que lhe forem devidas”. ( art. 276 – Decreto 3048/1999 - Nos acordos, que não figurarem discriminadamente, as parcelas legais de incidência da contribuição previdenciária, esta incidirá sobre o valor total do acordo homologado).

Se o juiz julgar necessário poderá designar audiência – exemplos ( casos de dúvida ou

possibilidade de fraude em caso de terceiro – INSS – vínculos longos). Necessidade do recolhimento de

custas de 2% - mínimo de 10,64 ou de 4x o teto do benefício previdenciário ( 4x5.531,31) – seguindo os

dispostos nos arts. 831 e 832 da CLT.

A questão da multa do art. 477, parágrafo oitavo – acho tola a redação, pois podem discriminar no

acordo que a respectiva multa é objeto de conciliação e faça a discriminação. Embora fica a questão da

necessidade de sua quitação.

SÚMULA 418 TST – recusa do julgador em homologar – não há direito líquido e certo em homologação de

acordo. Cabe recurso??? Fica a dúvida: quem irá realizar o depósito recursal? Será o empregador. E se o

autor quiser recorrer???

Importante notar que um desembargador pode realizar acordo em grau de recurso – art. 932, I – NCPC.

Todavia, não há competência para o TRT promover acordo em se tratando de ACORDO EXTRAJUDICIAL,

sendo competência originária de Vara (primeiro grau). Assim, em caso de recurso diante da ausência de

homologação do Acordo Extrajudicial, o relator poderá homologar.

Nosso grande problema prático é que a JT não é familiar com a jurisdição voluntária, quase não há

jurisprudência - pouca coisa refere-se a alvará judicial para levantamento de FGTS de empregado falecido.

De qualquer sorte o STJ entendeu que nesses casos, não teria a JT competência posto que não há qualquer

discussão em torno da relação empregatícia ( STJ – CC 14.387/PE) – conflito de competência –

www.stf.jus.br

Outra novidade é que a petição de acordo suspende a prescrição em relação aos direitos nela relacionados.

Caso não seja homologado o acordo o prazo prescricional retorna o seu curso a partir da sentença transitada

em julgado.

INTERVENÇÃO DE TERCEIROS ( omissa a CLT – aplicação processo civil). Estranho ao feito, conceito elaborado por exclusão como regra, com uma única exceção atualmente com a figura do animus curiae, que defende um interesse institucional, não sendo titular de relação jurídica vinculada, de qualquer modo a causa pendente. Todavia, tem que ter interesse jurídico e não financeiro, politico ou moral.

INTERVENÇAO DE TERCEIRO PROVOCADA – iniciativa da parte ou do órgão jurisdicional ( DENUNCIAÇÃO A LIDE, CHAMAMENTO AO PROCESSO E INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA) OU ESPONTÂNEA – o terceiro intervém sem a provocação de qualquer sujeito ( ASSISTENCIA – simples ou litisconsorcial).

OBS: A intervenção do aminus curiae – pode ser espontânea ou provocada, conforme deflui do art. 138, caput, do CPC.

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OPOSIÇÃO - desaparece como espécie de intervenção de terceiro e passa a ser um procedimento especial. Pouca aplicação no processo do trabalho em razão da incompetência - arts. 682 a 686 NCPC. Não pode ser considerada como figura equiparada diante do regramento próprio e ação não tramita no mesmo processo.

NOMEAÇÃO A AUTORIA – desaparece – em seu lugar art. 338 CPC – alteração de petição inicial para substituição do réu e ampliação do polo ativo ou polo passivo. Sempre utilizada na JT. Foi retirada do rol da intervenção de terceiro posto que necessitava da autorização/aquiescência da parte autora da indicação do legitimado pelo Réu. Assim, o novo CPC corrigiu a falha, assim, o Réu deve indicar em preliminar de contestação, quem é a parte legítima para a causa, abrindo-se três possibilidade para o autor:

1) ACEITAR A NOMEAÇAO – promovendo a sucessão do réu originário pelo nomeado; 2) RECUSAR A NOMEAÇAO - caso em que a demanda prossegue em face do réu originário

(nomeante); 3) INCLUIR O NOMEADO NO POLO PASSIVO- em litisconsórcio com o nomeante. Assim, apenas na

segunda opção não ocorre a intervenção de terceiro. No caso de aceitação da nomeação ou inclusão em litisconsórcio necessário o adiamento da assentada, para citação e apresentação de defesa do nomeado, no prazo de 05 dias úteis. COM O NOVO CPC: denunciação a lide, chamamento ao processo, assistência, recurso de terceiro prejudicado, amicus curiae e desconsideração da personalidade jurídica.

DENUNCIAÇÃO DA LIDE – provocada pelo autor ou réu, obter no mesmo processo, o reconhecimento do direito de regresso, para a eventualidade de sucumbência do denunciante na ação principal. Objetivos: efetividade e economia processual.

OBS: resolveu o problemas principal do código antigo, pois é uma faculdade, ou seja, o direito de regresso será exercido por ação autônoma quando a denunciação da lide for indeferida, deixar de ser promovida. – art. 125, parágrafo primeiro.

DENUNCIAÇAO SUCESSIVA, uma única vez - feita pelo denunciado originário que se torna denunciante, apontando um segundo denunciado – só e admitida uma única vez ( art. 125, parágrafo segundo). O denunciado sucessivo, nesses casos, deve necessariamente exercer seu direito regressivo mediante ação autônoma.

DENUNCIAÇAO DO AUTOR – consiste em litisconsórcio inicial;

DENUNCIAÇAO DO RÉU – litisconsórcio ulterior.

OBS: evicção não tem interesse na seara trabalhista.

EXEMPLOS TRABALHISTAS: empresa firma contrato empresarial com seguradora, com objetivo de assegurar indenizações decorrentes de acidente de trabalho sofridos com seus empregados. Matéria altamente controvertida, se o empregado concorde com a denunciação ( diante da possível garantia em fase de execução), o STJ, tem como válida a denunciação se o autor concordar em casos decorrentes de direito do consumidor, posto que a intervenção de terceiros vedada no art. 88 do CDC, tem objetivo de beneficiar consumidor dando celeridade ao seu pleito indenizatório.

Empregado público comete ato ilícito prejudicando terceiro ( a grande questão é a questão da responsabilidade em face do Estado ser objetiva e a do servidor com ente público ser subjetiva), ou seja, traduz em novo fundamento. Decisão depende do resultado da ação principal, ou seja, secundum eventus lide, denunciado atua ao lado. Proibição da denunciação per saltum e exemplo clássico: particular em face da administração e denunciação à lide em face do servidor? S. 50TJRJ.

– ou pp empregado comete assédio sexual em face de subordinado. – A grande dificuldade esbarra na questão da competência da JT? Todavia, tivemos o cancelamento da OJ 227 da SDI – I, do C. TST -

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e a questão da matéria passar a ser complexa prejudicando o princípio da celeridade em razão da necessidade de produção de prova da ação secundária.

FATO DO PRÍNCIPE - art. 486 da CLT, quando a extinção do contrato decorrer de ato de autoridade estatal ( ex: desapropriação de imóvel rural onde existiam trabalhadores rurícolas), ou seja, o aviso prévio e 40% sobre o FGTS, deve ficar a cargo do governo responsável, nestas hipóteses o empregador poderá denunciar a lide o ente público, de acordo com o entendimento do TST, está superado o parágrafo terceiro do art. 486 da CLT, diante da natureza das parcelas postuladas, que decorrem da relação de emprego. Deve-se manter o empregador no polo passivo, acrescentando-se o ente público responsável.

CHAMAMENTO AO PROCESSO – provocado pelo Réu , com objetivo de incluir codevedor no polo passivo ou responsável pela dívida. Objetivo: economia processual, assim, potencializa o contraditório, ao incluir litisconsortes que podem trazer mais argumentos e provas. O único óbice é ampliação do polo passivo, ou seja, eventual dificuldade de citação dos chamados e às vezes traz o inconveniente do autor litigar em face de quem ele não quer , daí o brocado “ o chamamento ao processo retira com uma a prerrogativa que o direito material dera com a outra” – na solidariedade passiva, o credor tem a prerrogativa de exigir a dívida por inteiro de um ou dos coobrigados ( art. 275, caput do CC).

EXEMPLOS NO PROCESSO DO TRABALHO; grupo econômico, condomínio residencial irregular e sociedade de fato. Essas duas últimas de fundamental importância na fase de conhecimento e por fim, a questão do grupo econômico, por oral ainda, desnecessário diante da possibilidade de ingresso direto na fase de execução com cancelamento da súmula 205 do TST.

CHAMAMENTO AO PROCESSO – LITISCONSÓRCIO PASSIVO SUPERVENIENTE - obrigação solidária, tem como objetivo principal a AÇÃO DE REGRESSO. A previsão legal encontra-se no art. 130 do CPC ( feita exclusivamente pelo Réu).

EXEMPLOS CLÁSSICOS NO PROCESSO DO TRABALHO: GRUPO ECONOMICO – ART. 2, PARÁGRAFO SEGUNDO DO CPC.

CONDOMÍNIO RESIDENCIAL SEM CONVENÇÃO REGISTRADA;

SOCIEDADE DE FATO IRREGULARMENTE CONSTITUIDA;

CONSÓRCIO DE EMPREGADORES ( RURAIS – ART. 3, PARÁGRAFO SEGUNDO DA LEI 5889/73 – ART. 25-A DA Lei 10.256).

CASO INTERESSANTE: ART.1698 CC: Alimentos - Chamamento ou intervenção atípica? Há obrigação solidária? Ou subsidiária? Possível apenas quando o alimentante não puder arcar. Solidariedade Familiar e Não Obrigacional

ASSISTÊNCIA SIMPLES OU LITISCONSORCIAL – arts. 119 e 120 CPC. –

DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA

Matéria altamente controvertida diante da possibilidade ou não de aplicação do regramento previsto no NCPC – arts. 133 a 137. Instrução Normativa 39 do TST determina a sua aplicação no artigo sexto. E AINDA TEM RECOMENDAÇÃO DO CSJT , datado de 24 de fevereiro de 2016 – art. 78 fl. 33 – recomenda a possibilidade da desconsideração da personalidade jurídica.

No CC – a pessoa jurídica não se confunde com a do sócio – art. 20 CC, tão pouco a sociedade comercial se confunde com os seus acionistas e administradores. Não obstante a lei determinar a responsabilidade patrimonial do sócio ( arts. 789 e 790, II, CPC)

O primeiro diploma legal a tratar da desconsideração da personalidade jurídica: art. 10 da Lei 3708/90 – posteriormente o CTN – art. 135, atualmente o art. 28 do CDC e CC 2002 – art. 50.

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No processo do trabalho teve a possibilidade de ser efetuado de ofício independente de requerimento, mesmo sem qualquer participação no fase de conhecimento – o mesmo acontece com empresas pertencentes ao mesmo grupo econômico ( cancelamento da súmula 205 do C. TST), sendo decisão meramente interlocutória fundamentada. Podendo o sócio indicar meios de prosseguir com a execução da sociedade ao invés de seu patrimônio particular. Ou seja, o novo CPC criou a figura de um incidente processual na figura de intervenção de terceiro ( já que estranho ao processo passa a figurar no mesmo), segundo palavras de Alexandre Câmara.

O maior argumento da aplicação do NCPC no processo do trabalho é a questão da violação do contraditório, todavia, o sócio terceiro – tem postergado o seu direito ao contraditório para fase posterior a garantia do juízo, onde caberá os embargos de execução, podendo ser utilizado Mandado de Segurança e Exceção de pré-executividade para questionar uma desconsideração abusiva da personalidade jurídica. Outro problema grave a suspensão do feito em contramão com os princípios da celeridade e economia processuais.

Finalidade: que os sócios “ descobertos” – não há garantia do contraditório.

Teoria maior – necessidade de comprovação da manipulação fraudulenta ou abusividade do instituto/Subjetiva ou Teoria Menor/ Objetiva ( a segunda mera insolvência com redirecionamento, inclusive era efetuada de ofício pelo juiz do trabalho, sócio com o contraditório postergado).

Novo procedimento do processo civil veio atender aos requisitos do art. 50 do CC e art. 28 do CDC- possibilitando ao sócio a demonstração que não houve abuso da personalidade jurídica, desvio de finalidade e confusão patrimonial etc, com suspensão processual. O incidente será instaurado pela parte ou MP, o que já se mostra incompatível com o processo do trabalho. O sócio será citado para manifestar e requerer provas no prazo de 15 dias (qualquer tipo de prova/ depoimento pessoais/ testemunhal/ inclusive prova pericial) – ou seja, total falta de celeridade e efetividade. Já que o fator surpresa quando da desconsideração da personalidade jurídica é um dos motivos do sucesso de grande parte de incursões no patrimônio dos sócios da empresa executada.

ATENÇAO 1 : situações envolvendo as sociedades anônimas, nos termos do art. 158 da Lei 6404/76, os diretores, administradores e conselheiros respondem com seus bens nos casos de má gestão ou má administração, não recaindo a desconsideração da personalidade jurídica na pessoa dos acionistas. E instituição de filantrópica, sem fins lucrativos, constituindo-se sobre a forma de associação ou fundação, não se aplica a teoria menor, pois o art. 28, parágrafo segundo e parágrafo quinto do CDC, restringe a sua aplicabilidade a quem tem fins lucrativos. Apenas no caso de fraude ou confusão patrimonial é que os administradores de associações ou fundações podem ser responsabilizados, à luz da teoria maior, conforme art. 50 CC.

ATENÇÃO 2: Importância atual do chamamento do sócio no polo passivo na fase de conhecimento, quando latente a insolvência da Reclamada – diante de tal incidente – art. 134 parágrafo segundo do NCPC.

ATENÇÃO 3: Já abordamos que a IN 39/2016, firmou o entendimento da aplicabilidade do incidente da desconsideração da personalidade jurídica no processo do trabalho, assegurada a iniciativa do juiz do trabalho na fase de execução ( CLT, art. 878). A partir da Reforma Trabalhista, deve-se entender que a iniciativa do juiz para deflagração do incidente só pode ocorrer quando o exequente não estiver sendo assistido por advogado.

CONTROVÉRSIA SOBRE A DELIMITAÇÃO TEMPORAL DA RESPONSABILIDADE DO SÓCIO - O art. 10- A, da CLT, traz segurança jurídica, posto que prevê uma ordem preferencial:

1) Executar o patrimônio da empresa; 2) Execução direcionada aos sócio atuais, ou seja, os sócios que estão no contrato social no momento

em que a execução trabalhista está acontecendo;

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3) Por fim, em caso de insucesso, busca-se a constrição de bens de sócios retirantes.

RETIRANTES – 1) só respondem apenas em relação a dívidas trabalhistas do período em que figurou como sócio ( ex: sócio retirou em 2017 e empregado continuou até março de 2018). O sócio não responde pela dívida futura, ou seja, só dívidas pretéritas.

2) E ainda, o sócio retirante só responderá pelas dívidas pretéritas anteriores ao seu desligamento, se a ação trabalhista for ajuizada no período de 02 anos após a averbação da modificação do contrato social na empresa na Junta Comercial. EXCETO EM SITUAÇAO DE FRAUDE. EX: sócio laranja, ou seja, não criou nenhuma blindagem patrimonial. E comprova a fraude os sócios respondem sem qualquer ordem de preferencia e ainda, por toda a dívida e não só pelo período de exercício do sócio retirante.

3) sócio retirante de fato - ou seja, se retira da sociedade, às vezes até através de distrato, todavia, não efetua o registro na Junta Comercial ( conhecido como contrato de gaveta), ou seja, quebra o principio da publicidade e transparência, o que significa dizer que não gerou qualquer efeito, fazendo com que esse sócio responsa integralmente pela dívida do Reclamante sem qualquer limitador.

4) ação trabalhista é ajuizada dentro do prazo legal ( 02 anos após a averbação da retirada do sócio), mas o processo demora na tramitação- mesmo que o processo demore 10 anos ( prova pericial, RO, RR para o TST), o que importa é a ação ter sido ajuizada na data correta, ou seja, a demora por culpa do Judiciário ou não, pouco importa.

DESCONSIDERAÇÃO INVERSA – art. 133, parágrafo segundo do NCPC. Desconsideração Inversa da Personalidade Jurídica. Aspectos Jurisprudenciais

Se o instituto da desconsideração da personalidade jurídica tem recebido crescente atenção por parte da

doutrina jurídica, sobretudo a empresarial, ainda são raros os estudos sobre a teoria da desconsideração

inversa da personalidade jurídica.

A transferência de bens do sócio para a pessoa jurídica com o objetivo de fraudar interesses de terceiros,

acobertando fraudes sob o manto da autonomia patrimonial é uma realidade que não pode ser

desconsiderada pela doutrina e jurisprudência.

Nesse sentido é a lição de Fábio Ulhoa Coelho:

A fraude que a desconsideração invertida coíbe é, basicamente, o desvio de bens. O devedor transfere seus

bens para a pessoa jurídica sobre a qual detém absoluto controle. Desse modo, continua a usufruí-los, apesar

de não serem de sua propriedade, mas da pessoa jurídica controlada. Os seus credores, em principio, não

podem responsabilizá-lo executando tais bens. [19]

Em relação à jurisprudência, só recentemente nossos tribunais têm enfrentado a questão da possibilidade da

desconsideração inversa da personalidade jurídica, delineando as hipóteses e abrangência de sua incidência.

Em decisão recente, ao analisar um Recurso Especial, o STJ enfrentou a questão da possibilidade da

aplicação do instituto da desconsideração da personalidade jurídica de forma inversa:

PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO

DE TÍTULO JUDICIAL. ART. 50 DO CC/02. DESCONSIDERAÇÃO DA

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PERSONALIDADE JURÍDICA INVERSA. POSSIBILIDADE.

[...]

III – A desconsideração inversa da personalidade jurídica caracteriza-se pelo afastamento da autonomia

patrimonial da sociedade, para, contrariamente do que ocorre na desconsideração da personalidade

propriamente dita, atingir o ente coletivo e seu patrimônio social, de modo a responsabilizar a pessoa jurídica

por obrigações do sócio controlador.

IV – Considerando-se que a finalidade da disregard doctrine é combater a utilização indevida do ente

societário por seus sócios, o que pode ocorrer também nos casos em que o sócio controlador esvazia o seu

patrimônio pessoal e o integraliza na pessoa jurídica, conclui-se, de uma interpretação teleológica do art. 50

do CC/02, ser possível a desconsideração inversa da personalidade jurídica, de modo a atingir bens da

sociedade em razão de dívidas contraídas pelo sócio controlador, conquanto preenchidos os requisitos

previstos na norma.

V – A desconsideração da personalidade jurídica configura-se como medida excepcional. Sua adoção

somente é recomendada quando forem atendidos os pressupostos específicos relacionados com a fraude ou

abuso de direito estabelecidos no art. 50 do CC/02. Somente se forem verificados os requisitos de sua

incidência, poderá o juiz, no próprio processo de execução, “levantar o véu” da personalidade jurídica para

que o ato de expropriação atinja os bens da empresa.

VI – À luz das provas produzidas, a decisão proferida no primeiro grau de jurisdição, entendeu, mediante

minuciosa fundamentação, pela ocorrência de confusão patrimonial e abuso de direito por parte do

recorrente, ao se utilizar indevidamente de sua empresa para adquirir bens de uso particular.

VII – Em conclusão, a r. decisão atacada, ao manter a decisão proferida no primeiro grau de jurisdição,

afigurou-se escorreita, merecendo assim ser mantida por seus próprios fundamentos.

Recurso especial não provido. [20]

Sinteticamente, a questão suscitada no Recurso Especial restringia-se à verificação da possibilidade de a

regra contida no art. 50 do CC/2002 autorizar a aplicação do instituto da desconsideração inversa da

personalidade jurídica.

Da análise da Ementa, verifica-se o acolhimento da tese que possibilita a aplicação, ainda que de forma

excepcional, da desconsideração inversa da personalidade jurídica, baseada em uma interpretação

teleológica do art. 50 do CC/2002.

Na decisão supracitada, a relatora, Ministra Nancy Andrighi ponderou que a mesma razão que acolhe a

desconsideração da personalidade jurídica, também fundamenta a desconsideração inversa, qual seja,

impedir a indevida utilização da personalidade jurídica pelos sócios. Destaque-se ainda, as seguintes razões:

De início, impende ressaltar que a desconsideração inversa da personalidade jurídica caracteriza-se pelo

afastamento da autonomia patrimonial da sociedade, para, contrariamente do que ocorre na desconsideração

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da personalidade jurídica propriamente dita, atingir o ente coletivo e seu patrimônio social, de modo a

responsabilizar a pessoa jurídica por obrigações do sócio. Conquanto a consequência de sua aplicação seja

inversa, sua razão de ser é a mesma da desconsideração da personalidade jurídica propriamente dita:

combater a utilização indevida do ente societário por seus sócios. Em sua forma inversa, mostra-se como um

instrumento hábil para combater a prática de transferência de bens para a pessoa jurídica sobre o qual o

devedor detém controle, evitando com isso a excussão de seu patrimônio pessoal. A interpretação literal do

art. 50 do CC/02, de que esse preceito de lei somente serviria para atingir bens dos sócios em razão de

dívidas da sociedade e não o inverso, não deve prevalecer. Há de se realizar uma exegese teleológica,

finalística desse dispositivo, perquirindo os reais objetivos vislumbrados pelo legislador. Assim procedendo,

verifica-se que a finalidade maior da disregard doctrine , contida no referido preceito legal, é combater a

utilização indevida do ente societário por seus sócios. A utilização indevida da personalidade jurídica da

empresa pode, outrossim, compreender tanto a hipótese de o sócio esvaziar o patrimônio da pessoa jurídica

para fraudar terceiros, quanto no caso de ele esvaziar o seu patrimônio pessoal, enquanto pessoa natural, e o

integralizar na pessoa jurídica, ou seja, transferir seus bens ao ente societário, de modo a ocultá-los de

terceiros.

Ainda, em seu voto, a eminente Ministra esclarece que ao juiz cabe agir com especial cautela quando da

aplicação da desconsideração da personalidade jurídica, sobretudo em sua forma inversa. Tal cuidado deve-

se ao fato de que a autonomia patrimonial entre o ente societário e a pessoa de seus sócios é importante

fator de estimulo à criação de novos empreendimentos.

Há total incompatibilidade com o processo do trabalho:

1) A necessidade da iniciativa da parte ( art. 133);

2) Previsão automática da suspensão;

3) Atribuição ao credor do ônus da prova quanto aos requisitos legais que autorizam a desconsideração

da personalidade jurídica;

4) Exigência do contraditório prévio

5) Previsão de Recurso Autônomo ( art. 136, parágrafo único)

Atenção: Juizado Especial – Lei 9099/95- art. 10 – não admite intervenção de terceiro, exceto o incidente de desconsideração de personalidade jurídica.

ASSISTÊNCIA SIMPLES OU LITISCONSORCIAL – arts. 119 e 120 CPC. –

Assistência Simples ( Voluntária) parte secundária que vem o juízo auxiliar a parte/ Interesse Jurídico: Pendência da causa ( antes do TJ final); procedimento compatível. Não há possibilidade de interesse afetivo ( Pai auxilia o filho) nem possibilidade de interesse econômico ( indicação de devedores solidários).

Na assistência simples quando o assistente seja titular de relação jurídica que possa sofrer reflexos decorrentes do julgamento da causa pendente. O assistente tem uma relação jurídica com o assistido e não com adversário do assistido. EXEMPLO: clássico é o do sublocatário (locador – locatário – ação de despejo (descumprimento de uma obrigação) e uma sublocação autorizada. O sublocador auxilia o locatário, embora o contrato de sublocação não esteja sendo discutido. Possibilidade de aplicação no processo do trabalho súmula 82 do C. TST).

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Professora: Monique Caldeira

No processo do trabalho a questão do seguro de assistência simples e sucessão ( em caso de fraude, a responsabilidade solidária). O assistente não é parte nem formula qualquer pedido e nem é demandado.

Assistência Litisconsorcial - ( anteriormente denominada de assistência qualificada). São poucos os dispositivos e muitas controvérsias. Parte principal – art. 124 do CPC, o ingresso é idêntico à assistência simples. Sendo considerado LITISCONSORCIO FACULTATIVO ULTERIOR, pois poderia desde do início do processo estar presente. Ex: demanda coletiva/ substituídos podem ingressar/ transigir/ acordar ou renunciar – demanda coletiva.

O assistente tem relação jurídica com o adversário do assistido. Por ser parte pode praticar todos os atos de defesa de seu direito, mesmo contra a vontade de seu litisconsorte.

DIFERENÇAS PRINCIPAIS DE ASSISTÊNCIA SIMPLES E ASSISTÊNCIA LITISCONSORCIAL

A) Na assistência simples a relação é com o assistido. Na litisconsorcial a relação é com a parte contrária;

B) Na Ass. Simples, o direito é só do assistido, na Ass. Litisconsorcial o direito é tanto do assistido como do assistente.

C) Na Ass. Litisconsorcial pode opor desistência/ transação, pois é parte diferente da assistência simples que é apenas um coadjuvante, não pode assumir em face do pedido, posição adversa do assistido;

D) Na Ass. Simples – cessa nos casos em que o processo termina por vontade do assistido, na litisconsorcial possibilita o prosseguimento.

EXEMPLO CLÁSSICO: locador – locatário – ação de despejo (descumprimento de uma obrigação) e uma sublocação autorizada. O sublocador auxilia o locatário, embora o contrato de sublocação não esteja sendo discutido. Possibilidade de aplicação no processo do trabalho súmula 82 do C. TST.

AMICUS CURIAE ( amigo da corte), pode ser voluntária ou provocada – opinar e prestar informações relevantes ao deslinde da causa. Observe-se que não tem interesse jurídico na demanda. É uma intervenção institucional ( feição democrática, associado a pluralização do debate e conferindo maior legitimidade às decisões judiciais. Inclusive podem ser parciais ou imparciais, cuja intervenção no processo se justifica em função de sus representatividade ou conhecimento do tema. Corrobora a conclusão de que não é parte o fato de não haver deslocamento de competência com sua intervenção, assim, mesmo que o amicus curiae seja órgão federal ou fundação pública federal a competência permanece no Juízo originário.

1) Tempo: Qq momento enquanto não iniciado o julgamento. 2) Pertinência Temática ( de acordo com a especificidade do tema objeto da demanda ou da

repercussão social da controvérsia) 3) Assistido por advogado ( necessidade de capacidade postulatória) 4) Delimitação dos poderes do amicus curiae : possibilidade ou não de interpor recursos? Ele é

sujeito desinteressado do processo ( promove o debate a questão), com exceção dos EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

5) Critica: previsão legal de recorrer de decisão de IRDR ( ou seja, quando a decisão não favorável considerada a repercussão social presumida da controvérsia.

RECURSO DE TERCEIRO PREJUDICADO – ART. 996, PARÁGRAFO ÚNICO DO CPC – Defesa de matéria de ordem pública, pois não pode discutir sobre fatos (EX; RO em MS). EX; Prelação – Vários executados no mesmo crédito? Anterioridade da penhora – ART. 908 DO CPC. ART. 5 DA Lei 9469/97 – possibilidade de atuação da União, em intervenção na causa quando presente ( autarquia, fundação publica, sociedade de economia mista e empresas públicas) Seria para esclarecimentos apenas e juntada de documentos , observando que não há o deslocamento de competência.

TIPOS DE PROCEDIMENTO

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No processo de trabalho do conhecimento, também há dois tipos de procedimentos:

PROCEDIMENTO COMUM - ordinário, sumário e sumaríssimo

PROCEDIMENTO ESPECIAL - adotado para ações especiais previstas na própria CLT, ex: inquérito civil para apuração da falta grave, dissídio coletivo e ação de cumprimento.

PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO – ARTS. 837 A 852 DA CLT. AUDIÊNCIA UMA/ AUDIÊNCIA FRACIONADA

PROPOSTA DE CONCILIAÇÃO

NÃO ACORDO/ DEFESA- 20 MINUTOS ( ATUALMENTE ESCRITO) Pje cancelando o envio uma hora antes da assentada. Como regra a defesa escrita. Instrução – PERÍCIA COMO REGRA ANTES DA PROVA ORAL. PRINCÍPIO DA CONCENTRAÇÃO – oitiva de todas as testemunhas numa única assentada. Razões finais : 10 minutos/ MEMORIAIS - discricionariedade do juízo/ matéria complexa. SENTENÇA NA ASSENTADA – pratica após encerramento.

AUSENCIAS E ATRASOS DOS SUJEITOS PROCESSUAIS EM AUDIÊNCIA:

AUSÊNCIA DO RECLAMANTE audiência inicial – não justificada em até 15 dias, deve ser condenado em custas, ainda que beneficiário da gratuidade de justiça. Acho que nestes casos deve se ter uma razoabilidade para a aplicação. Questão necessidade de pagamento para ajuizamento da segunda demanda x acesso a justiça.

AUDIÊNCIA INICIAL - ausência do autor e réu - feito deve ser arquivado, pois o comparecimento do autor é um pressuposto que gera a extinção e do Réu gera o conhecimento do mérito ( revelia). Observe-se que sempre a ausência do Réu gerava a revelia e pena de confissão, somente podendo ser elidida de acordo com a súmula 122 do C. TST ( impossibilidade de locomoção). Atualmente, o art. 844, parágrafo quinto da CLT alterado pela lei da reforma, ainda, que ausente o reclamado, presente o advogado na audiência, serão aceitos a contestação e os documentos eventualmente apresentados. Realmente tinha que ser dado um tratamento diferenciado a quem entrega defesa e documentos com advogado e quem sequer constitui advogado e apresenta defesa.

Ausência de advogado – a recomendação é que se adia a audiência, para que se evite qualquer cerceio ao direito de defesa.

AUDIÊNCIA DE PROSSEGUIMENTO – AUSENCIA TANTO DO AUTOR OU RÉU – gera a aplicação da pena de confissão – súmula 74 do C. TST. E se forem de ambos as confissões fictas se anulam, e o julgamento deve ser realizado com as provas pré-constituídas, de acordo com o Ônus da Prova.

Não existe previsão legal tolerando o atraso no horário para o comparecimento em audiência ( OJ 245 da SDI – I, do C. TST). Atraso do juiz – pode ser requerido a certidão e pedido de providências, todavia, tal entendimento somente para a primeira assentada e não quanto aos atrasos de audiência em sequência.

SERÁ POSSÍVEL O NEGÓCIO JURÍDICO PROCESSUAL?

EX 1: trabalhador não comparece a audiência e, o advogado da parte contrária concorda com o adiamento sem qualquer necessidade de justificativa;

EX2: as partes dispensam reciprocamente o comparecimento em assentada;

EX3: o comum acordo para tentativa de conciliação.

PEREMPÇÃO TRABALHISTA - caracteriza-se pela perda, pelo prazo de seis meses de ajuizar demanda trabalhista. – pressuposto jurídico negativo. X viola o acesso a justiça? – art. 844, parágrafo terceiro da CLT.

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PROCEDIMENTO SUMÁRIO - Lei 5584/70, empreender maios celeridade aos tramites trabalhistas de até dois salários mínimos, denominada “ CAUSA DE ALÇADA”. O ART. 2 E SEUS PARÁGRAFOS 3 E 4, SENDO OS QUAIS:

a) Quando o valor fixado para causa, na forma do artigo, não exceder de duas vezes o salário mínimo vigente na sede do Juízo, será dispensável o resumo dos depoimentos, devendo constar da ata a conclusão do juiz quanto à matéria de fato;

b) Salvo se versarem sobre matéria constitucional, nenhum recurso caberá das sentenças proferias nos dissídios de alçada a que se refere o parágrafo anterior, considerando, para esse fim, o valor do salário mínimo à data do ajuizamento da ação. Assim para tal posição o único recurso cabível seria o Recurso Extraordinário para o STF, assim, aplicação da súmula 640 do STF ( È cabível recurso extraordinário contra decisão proferida por juiz de primeiro grau nas causa de alçada, ou por turma recursal de juizado especial cível e criminal).

OBS: O entendimento mais recente no STF é no sentido da impossibilidade de recurso extraordinário per saltum, sem esgotamento das vias ordinárias, inclusive quando se tratar de processo trabalhista de alçada. E ainda, difícil acesso o recurso extraordinário nesta hipótese em razão da ausência de repercussão geral. Então para alguns seria o RO e RR.

SÃO RAROS OS CASOS DE PROCEDIMENTO SUMÁRIO NA JT. Muito controvertido a sua aplicação, por violar o princípio do duplo grau de jurisdição. A rigor nosso sistema admite a existência de causas decididas em instância única, exemplo – art. 102, III da CRFB/88. Outro problema a vinculação em salário mínimo, que entendo ultrapassado posto que não tem conteúdo inflacionário.

Outra questão é se a lei que instituiu o rito sumaríssimo teria revogado o sumário? Não há falar em revogação diante do princípio da especificidade

Não seria possível a aplicação de tal procedimento, quando no polo passivo estiver ente público diante do DL 779/69, devido a sentenças sujeitas ao duplo grau de jurisdição. TODAVIA, DIANTE DA SÚMULA 303 TST - não há remessa necessário até 60 salários mínimos, assim, parece atualmente parece ser compatível.

PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO

Foi acrescentado por força da lei 9.957, nos arts. 852- A a 852- H, não revogou o procedimento sumário. Fora expresso a impossibilidade de demanda em face do ente público, referente a ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA - autárquica e fundacional – 852- A, parágrafo único), não gozam de tal: empresas públicas e as sociedades de economia mista.

A apreciação da ação submetida ao procedimento sumaríssimo deverá ocorrer no prazo máximo de quinze dias do seu ajuizamento, podendo constar de pauta especial. Será instruído e julgado em audiência única, salvo a critério do juiz. Limitada ao valor acima de dois salários mínimos e no máximo com quarenta salários mínimos.

BEZERRA: entende incompatível com ações coletivas lato sensu ( tutela ou interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos), quando o Sindicato atua como substituto processual, posto que o art. 852 A, somente os dissídios individuais”.

ART. 852 –B : I - o pedido deverá certo ou determinado e indicará o valor correspondente; ( questão do pedido de danos morais/ retirar do rito sumaríssimo). A questão discutida é se a sentença também será obrigatoriamente líquida? Embora o art. 459 do CPC/73, contivesse tal regra, o CPC de 2015 não reproduziu e ainda, o projeto de lei do sumaríssimo tinha essa regra e foi vetado, sob o argumento que tal situação poderia atrasar a prolação da sentença. Outra questão a sentença pode ultrapassar o valor indicado dos pedidos , ou seja, o patamar de 40 salários mínimos? Majoritariamente sim, devido

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a possibilidade de uma inicial por exemplo, requerer adicional de periculosidade ( parcelas vencidas e vincendas) por um período de uma ano, quando o contrato em curso e quando da prolação ter decorrido três anos.

II – não fará citação por edital, incumbindo ao autor a correta indicação do nome e endereço do reclamado.

Se não atendidos os requisitos acima, o feito será extinto de plano, sem resolução do mérito. Pode o julgador converter o rito? Matéria controvertida.

Cada parte somente poderá apresentar duas testemunhas, que deverão ser COMPROVADAMENTE, convidadas pelo autor e pelo réu. Só haverá intimação da testemunha se esta, comprovadamente convidada pela parte, não comparecer a audiência ( art. 852 H, parágrafos segundo e terceiro).

Poderá ocorrer a prova pericial em casos excepcionai, mas o julgador deverá zelar pela rápida feitura do laudo pericial. Manifestação sobre o laudo, no prazo comum de 05 dias. Questão interessante é a possibilidade ou não da intervenção de terceiros? Como regra, soa inadmissível diante do procedimento simplificado e celeridade, com exceção nos casos de aceite do Reclamante, já que nesta hipótese não há prejuízo. Será possível a reconvenção, a maioria entende incabível por contrariar o artigo da lei que fala em audiência uma sem fracionamento e parte da doutrina se posiciona de acordo com a Lei 9099/95, com a possibilidade do pedido contraposto, o que fatalmente vai gerar o fracionamento da assentada,

Na apreciação das provas, o juiz deverá dar especial valor as regras de experiência comum ou técnica ( art. 852 – D), rompe com a regra do processo civil.

Dispensa o relatório ( art. 852 – I ), o juiz deve dar a decisão mais justa e equânime, atendendo aos fins sociais e as exigências do bem comum- Juiz deixar de ser mero espectador do processo, para transformar-se num agente político. Admite a possibilidade de embargos de declaração.

INSTRUÇÃO NORMATIVA 27 DO C. TST

ART. 1- parece que abrange tb ao rito sumário. Destaca o rito especial para Mandado de Segurança, Habeas Corpus, Habeas Data, Acão Rescisória e Ação de Consignação em Pagamento. Não é numerus clausus, porquanto existem outras demandas com rito especial, tais como ações monitória e ações de execução fiscal de multas de órgãos de fiscalização das relações de trabalho.

Art. 2- A sistemática recursal a ser observada é a regida pela CLT.

Parágrafo único – O depósito recursal a que se refere o art. 899 da CLT é sempre exigível como requisito extrínseco do recurso, quando houver condenação em pecúnia.

Art. 3 – importante destacar: salvo nas lides decorrentes de relação de emprego, é aplicável o princípio da sucumbência recíproca, relativamente às custas. E nos demais como regra, se o empregado for vitorioso em um único pedido, as custas são devidas pelo empregador – princípio da proteção.

Art. 5 – Exceto nas lides decorrentes da relação de emprego, os honorários advocatícios são devidos pela mera sucumbência.

Art 6 – Os honorários periciais serão suportados pela parte sucumbente na pretensão objeto da perícia, salvo beneficiária da Gratuidade de justiça.

Faculta-se ao juiz, em relação à perícia, exigir depósito prévio dos honorários, ressalvados as lides decorrentes da relação de emprego.

FACULTIVIDADE OU OBRIGATORIEDADE DA ESCOLHA DO RITO

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É uma faculdade ou obrigatoriedade a escolha do rito? Para alguns doutrinadores, repudiam o poder dispositivo das partes na escolha do procedimento, sendo o rito de ordem pública e ainda, a redação do art. 852, A, da CLT tem cunho mandatória. Todavia, a posição prevalecente na jurisprudência é nesta escolha de rito, psoto que se escolhido o ordinário há garantia de melhor produção de provas e interposição de recursos, não havendo falar em nulidade.

PETIÇÃO INICIAL

PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS – são elementos indispensáveis para que a relação processual possa existir ou se desenvolver validamente.

CLASSIFICAÇÃO: EXISTÊNCIA ( a ausência de um destes, torna inexistente a relação processual.

EXISTÊNCIA: PETIÇÃO INICIAL ( ação deve conter um pedido); JURISDIÇÃO( o juiz que julgar a lide deve está investido de jurisdição) e CITAÇÃO ( antes da citação existe ação, mas não processo). ART. 840 DA CLT- VEICULO QUE EXERCE O SEU DIREITO FUNDAMENTAL DE ACESSO A JUSTIÇA. Petição escrita ou verbal, devendo ser reduzida a termo ( atermação) inclusive no PJE, parte sem advogado tem direito de requerer junto a unidade – art. 6, parágrafo primeiro da resolução. Processo do trabalho é regido pelo Princípio da Simplicidade - não exige requisitos formais, bastando: os fundamentos jurídicos do pedido, as especificações do pedido, as provas que pretendem produzir e o requerimento de citação do Réu – problema ( pedidos de doença equiparada a acidente do trabalho).

REQUISITOS:

1) DESIGNAÇÃO DA AUTORIDADE JUDICIÁRIA A QUEM FOR DIRIGIDA; 2) QUALIFICAÇÃO DAS PARTES ( NOMES COMPLETO, ENDEREÇO, CTPS, RG, PIS/PASEP, CPF

e CNPJ) – questão da inclusão dos sócios/ súmula 205 do C. TST/ grupo econômico/ sucessão e terceirização

3) BREVE EXPOSIÇÃO DOS FATOS QUE RESULTE O DISSIDIO ( causa de pedir); Adotamos o princípio da substanciação da causa de pedir ( descrição dos fatos e fundamentos jurídicos do pedido, NÃO PRECISA CITAR O FUNDAMENTO LEGAL) X princípio da individualização - mera afirmação jurídica material que fundamenta o pedido, isto é, basta o autor apontar genericamente o título, como por exemplo, proprietário e formular o pedido. CAUSA DE PEDIR REMOTA – FATOS CAUSA DE PEDIR PRÓXIMA – FUNDAMENTOS DO PEDIDO HÁ SITUAÇÕES ESPECIAIS: juiz não está adstrito à causa de pedir, podendo, proferir decisão extra petita – súmula 293 TST ADICIONAL DE INSALUBRIDADE – CAUSA DE PEDIR- AGENTE NOCIVO DIVERSO DO APONTADO NA EXORDIAL - A verificação mediante perícia de prestação de serviços e condições nocivas, considerando agente insalubre diverso do apontado na inicial, não prejudica o pedido de adicional de insalubridade.

IMPORTANTE: JURA NOVIT CURIA - a questão do julgador conhecer o direito requer duas cautelas:

1) Ao utilizar dispositivos legais não mencionados pelas partes, o Judiciário jamais pode mudar a causa de pedir estabelecida pelas partes, a luz do princípio da inércia da jurisdição. Mudar a causa de pedir significa no julgamento de nova demanda ( decisão extra petita).

2) Além disso para aplicar dispositivos legais não invocados pelas partes, mesmo que se trate de matéria de ordem pública, há necessidade de intimação prévia dos interessados para que possa exercer o contraditório, evitando-se decisão surpresa.

3) OBS: petição inicial sem juntada de instrumento normativo- questão o princípio da conexão ( PJE). 4) 4) quanto a causa de pedir adota-se o Princípio da Substanciação, uma vez que o ar. 319 do CPC -

exige que a petição inicial tenha fatos e fundamentos jurídicos do pedido. Diferente do princípio da

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individualização – bastaria a afirmação de um direito e formular seu pedido. O princípio da substanciação é deve ser adotado tb no processo do trabalho diante da complexibilidade das matérias envolvidas, assim, temos uma substanciação mitigada.

PEDIDO – objeto da ação

Art. 324 do NCPC ( 286) - CERTO E DETERMINADO, admite pedido genérico, o item I (ações universais) não tem relevância para o processo do trabalho, II- não for possível determinar as consequência do ato ilícito; III- valor da condenação depender de ato a ser praticado pelo réu; ATENCÃO com a reforma trabalhista há necessidade de liquidação dos pedidos.

ATENÇÃO: DEMANDA COLETIVA O PEDIDO É GENÉRICO .

CLASSIFICAÇÃO:

SIMPLES OU CUMULADOS ( única postulação/ várias postulações)

Cumulação objetiva de pedidos é a cumulação de ação – art. 327 ncpc ( ART. 292 do CPC/73), todavia, o § 1º de tal artigo estabelece: 1) pedidos compatíveis entre si;

2) que seja competente para conhecer deles o mesmo juízo;

3) adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento ( opção ordinário).

EX: reintegração com pedido de rescisão indireta/ servidor celetista passa a condição de estatutário cumulação FGTS e quinquênio. SENTENÇA PARCIAL.

PRINCIPAL / ACESSÓRIO/ IMPLICITO

ART. 293 – ATUAL ART. 322 Atenção: Compreendem-se no principal os juros legais, a correção monetária e as verbas de sucumbência, inclusive os honorários advocatícios.

– segue a regra das obrigações principais e acessórias, os pedidos são interpretados restritivamente, RT “ reflexos nas verbas contratuais e rescisórias” – inepto.

PEDIDO IMPLICITO – súmula 211 do C. TST. Controvérsia: férias sem pedido de 1/3, 467 da CLT, adicional de 50% as horas extras, reconhecimento de vínculo sem pedido apenas a anotação da CTPS.

Problema do pedido heterotópico - pedido formulado fora do rol dos pedidos, ou seja, apenas no bojo da fundamentação do pedido - no CPC anterior que equivalente a não pedido ( art. 293), o que importa é a postulação independentemente da posição topográfica – inteligência do art. 322, parágrafo segundo do CPC.

ALTERNATIVO

Quando o devedor da obrigação, por força do contrato ou da lei, poder cumprir de mais de uma forma. – art. 325 ncpc art. 288 do CPC73 EX: EMPRESA PROMETE UM PRÉMIO AO EMPREGADO MAIS ASSÍDUO, CABENDO ESCOLHER ENTRE O PAGAMENTO DAS MENSALIDADES DE UM CURSO NO EXTERIOR OU A PASSAGEM AÉREAS, A ESCOLHA caberá ao devedor.

SUCESSIVO/ SUBSIDIÁRIO

Art;. 289 do CPC - É LÍCITO FORMULAR MAIS DE UM PEDIDO EM ORDEM SUCESSIVA, A FIM DE QUE O JUIZ CONHEÇA DO POSTERIOR EM NÃO PODENDO ACOLHER O ANTERIOR. O primeiro pedido é prejudicial ao segundo, ou seja, acolhendo o primeiro nada comentará quanto ao segundo. EX: reintegração ou conversão em indenização/ representante comercial x vínculo e ainda, comissões. Diferença do PEDIDO ALTERNATIVO, NESTE UM EXCLUI O OUTRO.

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PEDIDO SUBSIDIÁRIO – OU EVENTUAL SUCESSIVO – O segundo pedido somente pode ser deferido se o juiz acolher o pedido. Ex: terceirização, só há condenação subsidiária da tomadora quando houver procedência dos pedidos da prestadora de serviços.

LÍQUIDOS E ILÍQUIDOS - já vem especificado o quantum debeatur ( indica o valor devido) e o outro na debeatur - SUMARÍSSIMO – ART. 852- B, PEDIDO certo, determinado e líquido.

QUESTÃO DO ART. 940 DO CC – MATÉRIA CONTROVERTIDA APLICAÇÃO NO PROCESSO DO TRABALHO

Aquele que demandar por dívida já pagam no todo ou em parte, sem ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará obrigado a pagar o devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se houver prescrição.

1) Posição majoritária; não aplica diante do princípio da proteção ( recibo complessivo); 2) Aplica evitar lides temerárias

PEDIDO X REQUERIMENTO

Pedido –providencia jurisdicional e Requerimento – procedimentos.

DATA - COLOCAÇÃO DE DATA, observando que será observado a data da distribuição Pje ou protocolo.

ASSINATURA DO SUBSCRITOR - precisa da assinatura do advogado. Sendo inexistente a ausência de assinatura. – Todavia, com o NCPC – art, 321, converte para suprir o vício.

DOCUMENTOS QUE DEVEM ACOMPANHAR A INICIAL- art. 787 da CLT.

REQUISITOS DE APLICAÇÃO DUVIDOSA NO PROCESSO DO TRABALHO - ESPECIFICAÇÃO DAS PROVAS/ VALOR DA CAUSA E REQUERIMENTO DE CITAÇAO.

ALTERAÇÃO DA PETIÇÃO INICIAL - COMO REGRA NÃO É POSSÍVEL A MODIFICAÇÃO DO PEDIDO E CAUSA DE PEDIR – REGRA DA ESTABILIZAÇÃO DA LIDE/ PRECLUSÃO.

ADITAMENTO - ART. 329 ncpc ( 294) – ATÉ A CITAÇÃO DO RÉU – poderá alterar o pedido ou aditar o pedido, independentemente do consentimento do réu. Após só com o consentimento do Réu – art. 329, II NCPC ( art. 264). Geralmente na JT acontece na audiência - PJe ideal a desistência – tumulto processual / interrompido a prescrição/ . Atenção prescrição com aditamento. – súmula 268 do C. TST. Emenda – esclarecimento – pedido menos rígido, podendo ser feito na própria ATA. Regra do art. 321 NCPC ( 284).

INDEFERIMENTO DO PEDIDO INICIAL

ART. 295, CPC – ATUAL ART. 330 NCPC:

A PETIÇÃO SERÁ IDNEFERIDA QUANDO:

INEPTA ( ART. 330, PARÁGRAFO PRIMEIRO) – faltar pedido ou causa de pedir, da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipótese legais em que se permite o pedido genérico; contiver pedidos incompatíveis entre si ( horas extras, e aplicação da súmula 291 do C. TST).

PARTE MANIFESTAMENTE ILEGITIMA;

CARECER DE INTERESSE PROCESSUAL;

DESISTENCIA DA AÇAO - ART.841, PARAGRAFO TERCEIRO - oferecida a contestação, ainda que eletronicamente, o reclamante não poderá, sem o consentimento do reclamado, desistir da ação. Questão PJE com sigilo e/ou sem sigilo.

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DA IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO – ART. 332 DO NCPC- Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar:

I) Enunciado ou súmula do STF ou STJ; II) Acórdão proferido pelo STF ou STJ em julgamentos de recursos repetitivos; III) Entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de

competência; IV) Enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.

PARÁGRAFO PRIMEIRO: verificar a decadência ou prescrição

PARÁGRAFO SEGUNDO: não interposta apelação, ocorrerá o trânsito em julgado

PARÁGRAFO TERCEIRO - INTERPOSTA APELAÇÃO, poderá ocorrer a retratação em 05 dias.

PARÁGRAFO QUARTO – se houver a retratação, o juiz determinará o prosseguimento do feito, com a citação do Réu, ou sem a retratação, intimará o Réu para apresentar contrarrazões.

NOVA INTENÇÃO DO CÓDIGO:

- PRIMAZIA DA DECISÃO DE MÉRITO - art. 4 c/c 139, IX e 1028, parágrafo terceiro – terminação da chamada jurisprudência defensiva e consagração da Teoria da Causa Madura.

- Ordem Cronológica de julgamento ( preferencial) art. 12;

- CUMULAÇÃO DE PEDIDOS – EXTINÇÃO expressa daquele pedido que a JT não é competente ( ex: ações de reconhecimento de vínculo de emprego – a questão do recolhimento previdenciário mês a mês – súmula 368 do C. TST);

- CONEXÃO – ART. 55, sempre utilizamos no processo do trabalho.

PREVENÇÃO - registro ou distribuição – já era assim, na JT

- Correção de Ofício do Valor da Causa – já era assim na JT – art. 292, parágrafo segundo no CPC.

TUTELA PROVISORIA ( URGÊNCIA/ EVIDENCIA)

Necessidade de uma evolução recíproca – com aplicação dos preceitos do processo civil, sem que o processo do trabalho perca sua identidade. Há urgência em acabar com a “ MONETIZAÇÃO” do Direito do Trabalho, ou seja, os pedidos se convertem em PERDAS E DANOS. Atenção com o art. 6 do NCPC – Cooperação – DURAÇÃO ADEQUADA – segurança+ efetividade.

TUTELA DEFINITIVA - com base na cognição exauriente, com profundo debate no terreno das provas, garantindo-se o devido processo legal ( contraditório e ampla defesa- prestigia a segurança jurídica).

Embora não exista capítulo especifico quanto a tutela provisória na CLT, há muito existe dispositivos esparsos com possibilidade de antecipação dos efeitos da tutela, tais como o art. 659, IX ( conceder liminar – relativa a tornar sem efeito transferência – art. 469 da CLT) e X ( concede liminar- reintegração de dirigente sindical).

TUTELA PROVISÓRIA : urgência ( possui finalidade de atender os casos em que a demora do processo poderia dificultar o resultado do processo ou inviabilizar o resultado final) e evidência ( parte do pressuposto que a parte já possui posição favorável e a demora do processo, seja pela conduta contrária da outra parte, ou por prova documental nos autos) – ALTAMENTE APLICÁVEL AO PROCESSO DO TRABALHO em face do Princípio da CELERIDADE.

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TUTELA DE URGÊNCIA: ANTECEDENTE OU INCIDENTAL – MOMENTO EM QUE É REQUERIDA. A primeira é requerida antes da interposição da tutela definitiva, e a outra é no mesmo momento da propositura da definitiva ou em momento posterior.

O art. 295 NCPC– INCOMPATÍVEL referente ao pagamento de custas.

O art. 296 – A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode, a qualquer tempo, ser revogada ou modificada. GUARDA A CARACTERISTICA DA PRECARIDADE – OU SEJA, NÃO FORMA COISA JULGADA.

ART. 296 – parágrafo único: Salvo decisão judicial em contrário a tutela provisória conservará a eficácia durante a suspensão do processo. OU seja, o Juiz terá que cassar os efeitos, sob pena de sua vigência e observando a fundamentação – art. 298 do NCPC.

Art. 297 – Trata do PODER GERAL DE CAUTELA DO MAGISTRADO - ( O juiz poderá determinar as medidas adequadas para efetivação da tutela provisória). Trata do impulso oficial (caráter inquisitivo).

Art. 298 - fundamentar / motivar a decisão referente a tutela.

TUTELA DE URGENCIA/EVIDENCIA

Num primeiro momento retiraram a expressão tutela antecipada e após retornaram com a complementação de tal expressão, para abranger a tutela de urgência ( satisfativa ou cautelar MERA assecuratória e não satisfativa – REQUISITOS ; FUMAÇA DO BOM DIREITO E COMPROVAÇÃO DO PERIGO DE DANO) e evidência, assim, desaparece o livro do processo cautelar, passa-se a regulamentar a tutela sumária não definitiva, bem como não há os procedimentos CAUTELARES TÍPICOS.

O momento da concessão pode ser liminarmente ( sem a oitiva da parte contrária) ou após a justificação prévia ( com contraditório), vai depender da necessidade que deverá ser analisada em cada caso em concreto.

Art. 301 – A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e de qualquer outra medida idônea para assegurar o direito. _ OU SEJA, COMPLEMENTA O ART. 297. Como REGRA GERAL NÃO HÁ COMO ATUAR DE OFÍCIO NA TUTELA DE URGÊNCIA. – matéria controvertida. ( devido a eventual responsabilização do beneficiário da tutela em caso de sua reversão, exemplo seria direitos fundamentais, quando sem pedido o juiz verificar no caso de cirurgia marcada e cessação de plano de saúde, quando o empregado está em auxilio doença.

DO PROCEDIMENTO REQUERIDO DE FORMA ANTECEDENTE : ART. 303 – atenção cabe nos casos do empregado em face ao empregador – vetor de mão dupla, como o bloqueio dos numerários do empregado que desviou dinheiro da empresa. Ou seja, o parágrafo disciplina o aditamento para complementação de sua argumentação e provas, todavia, seguirá os tramites da audiência trabalhista sem pagamento de custas. Atenção com o art. 309 – necessidade de efetivação no prazo de 30 dias.

CESSA A EFICÁCIA DA TUTELA CONCEDIDA EM CARÁTER ANTECEDENTE:

a) Autor não deduzir o pedido principal no prazo legal; b) Não for efetivada em 30 dias; c) O juiz julgar improcedente o pedido principal formulado pelo autor ou extinguir o processo sem

resolução do mérito - art. 309, parágrafo único - Se por qualquer motivo cessar a eficácia da tutela cautelar é vedado a parte renovar o pedido, salvo novo fundamento. Art. 310- O indeferimento da tutela cautelar não obsta a que a parte formule o pedido principal, nem influi no julgamento desse, salvo se o motivo do indeferimento for DECADENCIA OU PRESCRIÇÃO.

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MANUTENÇÃO: pode ser em caráter incidente ou antecedente bem como o caráter temporário, ou seja, pode ser revogada a qualquer momento; necessidade de motivação.

PONTO DE MUDANÇA : PROBABILIDADE DO DIREITO E PERIGO NA DEMORA, antes era necessário a prova inequívoca que conduza a verossimilhança da alegação. Todavia, sempre houve a tendência que os requisitos da tutela teriam que ser mais forte do que a cautelar. Assim, muitos doutrinadores criticam a questão da ausência de diferenciação no projeto da tutela satisfativa da não satisfativa. Todavia, o interprete e aplicador do direito deve se pautar pelo sistema processual constitucional, ou seja, resta evidente que numa decisão definitiva há necessidade da cognição exauriente enquanto que na cautelar satisfativa há necessidade de uma cognição sumária, e ainda, na tutela não satisfativa não há o grau de aprofundamento que se deve na tutela satisfativa.

2) IRREVERSIBIILIDADE DO PROVIMENTO ANTECIPADO – melhora a redação – IRREVERSIBILIDADE DOS EFEITOS DA DECISÃO

3) ADMITE A CAUÇÃO NA TUTELA SATISFATIVA – inaplicável no processo do trabalho.

4) DISCUSSÃO POSSIBILDIDADE DE TUTELA DE OFÍCIO - no primeiro projeto foi aceito nas tutelas de urgências. Todavia, ocorrera a omissão no projeto aprovado, o que merece crítica, pois há posicionamentos para posição ampliativa como para posição restritiva, mas a omissão soa sem razoabilidade.

5) RESPONSABILDIADE OBJETIVA PELOS DANOS CAUSADOS AO OUTRO LITIGANTE EM VIRTUDE DA CONCESSÃO DE TUTELA DE URGÊNCIA – Assim, parece que só na de urgência, ou seja, nossa antiga cautelar terá aplicação e não nas satisfativas entendo que era melhor a apresentação do texto de forma genérica.

6) POSSIBILIDADE DE ADITAMENTO - art. 304 do novo cpc - face a urgência, pode ser requerida de forma simples, ou seja, simples indicação do pedido de tutela e exposição sumária, após a apreciação cabe o aditamento, para complementação de argumentação e documentos. TRATA-SE DE UM DEVER DO JUIZ NO SENTIDO DE NÃO PROCEDER AO INDEFERIMENTO DE PLANO DE ANTECIPAÇÃO REQUERIDA DE CARATER ANTECEDENTE.

7) QUESTÃO DO ARRESTO – embora no CPC atual os seus requisitos sejam limitativos - prova de literal e a liquidez e certeza da dívida - soa que deixar sem qualquer regulamentação, apenas no poder geral de cautela considero que é um risco, deveria ter sido reformuladas algumas questões, todavia, mantido algumas cautelares típicas.

DUAS SITUAÇÕES PODEM ACONTECER: DEPENDENDO DA INTERPOSIÇÃO DE RECURSO/ OU DE NÃO RESPOSTA DO RÉU. No primeiro caso haverá audiência e a resposta será apresentada, vale lembrar que decisão interlocutória não cabe recurso imediato na JT, referente a decisão que defere a tutela de urgência. Cabe apenas o Mandado de Segurança. Já a segunda possibilidade constitui verdadeira novidade, técnica semelhante à ação monitória, ou seja, se a Ré aceitar a medida deferida, fica estabilizada, não se chegando ao julgamento da decisão definitiva. Ocorre a extinção do processo e a medida permanecerá produzindo seus efeitos até que nova ação seja ajuizada para provocar sua revisão, invalidação e reforma.

8) TUTELA DE EVIDENCIA - EVIDENCIA – significa claro, patente e óbvio – probabilidade da parte requerente estar com razão é muito alta, não tendo lógica que suporte o peso do processo. O art. 273, II, do CPC atual foi mantido literalmente. Não há o art. 273, parágrafo sexto, pois preferiu cuidar de hipótese de julgamento parcial da lide ( incontrovérsia parcial dos pedidos).

8.a) posição de Luiz Fux- a tutela de evidencia é a forma como o direito se apresenta e não a verossimilhança- direito manifestamente claro pelas provas apresentadas ao juiz a cerca de sua plausibilidade – CONCEITO AMPLO

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8.b) posição EDUARDO JOSÉ DA FONSECA COSTA - utiliza o termo evidência como sinônimo de fumus boni iuris, após análise da simples verossimilhança, sem necessidade da prova inequívoca.

Tem cunho punitivo modalidade de sanção para quem age de má-fé, uma vez que todos tem agir de forma proba em relação ao processo. Deixando – se de lado o caso contido no inciso III, do art. 311- cujo interesse prático é nulo no processo do trabalho. E ainda, os incisos I e IV necessitam do contraditório antes da decisão da tutela, posto que necessita no primeiro caso de uma conduta do Réu e o segundo por depender de análise de provas, assim, parece correto as ressalvas do código.

9) MAIOR LIBERDADE AO JULGADOR EM PROL DA EFETIVIDADE

DIRETRIZES APROVADAS - 8º FÓRUM GESTÃO JUDICIÁRIA: A REFORMA TRABALHISTA E SEU IMPACTO NA JURISDIÇÃO 17 A 19 DE JANEIRO DE 2018

01/2018 Em Direito Processual, as novas normas apenas se aplicam a partir da entrada em vigor da Lei

13.467/2017, preservando os atos processuais já praticados, observando a teoria do isolamento, na forma do

artigo 14 do CPC.

02/2018 Em relação aos honorários sucumbenciais, a fim de garantir a segurança jurídica e em respeito ao

princípio processual da não surpresa, as novas regras incidirão apenas sobre as ações ajuizadas na vigência

da Lei 13.467/2017, permanecendo os processos distribuídos até 10.11.2017 tramitando sob a regência das

normas processuais anteriores.

03/2018 Em relação aos honorários periciais, incidirá a norma vigente ao tempo em que requerida ou

determinada de ofício a produção da prova correlata (artigo 1.047 do CPC).

04/2018 O contrato intermitente só terá validade se observados os requisitos estabelecidos no artigo 122 do

Código Civil.

05/2018 Não se considera contrato intermitente aquele que prevê dias e carga horária previamente

estabelecidos.

06/2018 A parte final do parágrafo 5º do artigo 611-A da CLT interpreta-se de forma sistemática de maneira a

assegurar a apreciação, incidenter tantum, em ação individual, de lesão ou ameaça a direito.

07/2018 O parágrafo 6º do artigo 442-B da CLT encontra-se em consonância com os artigos 3º e 9º, também

da CLT, admitindo o reconhecimento de fraude na contratação do trabalhador autônomo.

08/2018 Quando a prestação de serviços é contínua, sem alternância de períodos de execução e de

inatividade, fica descaracterizado o contrato intermitente.

09/2018 É facultativa a criação da comissão de empregados prevista no artigo 510-A da CLT, sendo destes a

sua iniciativa.

10/2018 Não se presume o vício de consentimento, que deve ser sempre provado.

11/2018 A excludente do artigo 62, inciso III, da CLT não se aplica se o empregado em teletrabalho estiver

sujeito a controle de jornada, ainda que indireto.

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12/2018 O contrato de trabalho deve dispor sobre a estrutura e a forma de reembolso de despesas do

teletrabalho, mas não pode transferir para o empregado seus custos, que devem ser suportados

exclusivamente pelo empregador.

A mera subscrição, pelo trabalhador, de termo de responsabilidade em que se compromete a seguir as

instruções fornecidas pelo empregador, previsto no artigo 75-e, parágrafo único, da CLT, não exime o

empregador de eventual responsabilidade por danos decorrentes dos riscos ambientais do teletrabalho.

Não há vedação de criação de uma comissão de empregados em cada estabelecimento da empresa ainda

que no mesmo Estado.

O parágrafo 3º do artigo 8º da CLT não exclui a análise de compatibilidade de cláusulas de acordo ou

convenção coletiva com as leis federais, a Constituição Federal e as normas internacionais.

A parte deverá justificar a impossibilidade de liquidação do pedido e, nessa hipótese, o pedido poderá ser

liquidado ainda que por estimativa.

É possível a desistência do pedido sem anuência da parte contrária em audiência, desde que anterior ao

recebimento da defesa pelo Juízo.

O contrato intermitente garante todos os direitos previstos no artigo 7º da CRFB. Os direitos contidos no

artigo 452-A, § 6º, da CLT são meramente exemplificativos.

Para os procedimentos típicos do CPC/15, persistem as regras e formalidades previstas

neste diploma processual, por possuírem regramento próprio (artigos 947 e 976 a 987 do CPC/15), não lhes

sendo aplicáveis as novas restrições do artigo 702 da CLT, sob pena de incoerência do Sistema de Formação

e Revisão de Precedentes Judiciais.

O pagamento de férias e décimo-terceiro salário no trabalho intermitente deverá considerar a integração do

repouso semanal remunerado.

É inconstitucional a nova redação do artigo 702, § 4º, da CLT, por ofensa à autonomia dos Tribunais prevista

no artigo 96, inciso I, alínea ‘a’ da CR/88. 8º FÓRUM GESTÃO JUDICIÁRIA: A REFORMA TRABALHISTA E

SEU IMPACTO NA JURISDIÇÃO 17 A 19 DE JANEIRO DE 2018

Não cabe correição parcial para impugnar atos jurisdicionais relativos à interpretação sobre a

reforma trabalhista.