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0 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES AVM FACULDADE INTEGRADA PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU A FUNÇÃO DO PSICOPEDAGOGO INSTITUCIONAL E A SUA INTERVENÇÃO NAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM GABRIELE GOMES GALDINO PROF.° ORIENTADOR : FABIANE MUNIZ Rio de Janeiro 2015

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES AVM FACULDADE …toda equipe escolar e com o acompanhamento dos pais pode intervir para sanar ou minimizar essas dificuldades. Procurei então demonstrar

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

A FUNÇÃO DO PSICOPEDAGOGO INSTITUCIONAL E A SUA INTERVENÇÃO NAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

GABRIELE GOMES GALDINO

PROF.° ORIENTADOR : FABIANE MUNIZ

Rio de Janeiro

2015

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

A FUNÇÃO DO PSICOPEDAGOGO INSTITUCIONAL E A SUA INTERVENÇÃO NAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

GABRIELE GOMES GALDINO

Monografia apresentada a AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Psicopedagogia Institucional.

Orientador: Prof.° Fabiane Muniz.

Rio de Janeiro

2015

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Agradecimento

Primeiramente, agradeço a Deus por me

possibilitar concluir mais uma etapa em minha

vida, por me dar forças e sabedoria necessária

para seguir em frente e alcançar meus

objetivos. Agradeço imensamente aos meus

pais (Cirlene e Luiz) que estão sempre ao meu

lado me incentivando a ir em busca dos meus

ideais, pela formação pessoal que me

concederam, por tudo que ensinaram, por todo

amor, paciência, respeito e companheirismo

que sempre foram base da nossa relação.

Agradeço também a minha família e aos meus

amigos, pela confiança que sempre

depositaram em mim e por todo apoio. Por fim

mas não menos importante, agradeço a minha

orientadora por todos os esclarecimentos e

ajuda que me dedicou durante esse projeto.

Sou imensamente grata a cada um, que

acreditou em mim e me deu forças para seguir,

essa vitória com certeza é nossa!

Gabriele Gomes Galdino

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DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho, primeiramente a Deus

que sempre esteve ao meu lado, guiando os

meus caminhos e me concedendo sabedoria

necessária para agir.

Aos meus pais, que são minha base, meu

apoio incondicional, tudo o que sou hoje eu

devo a vocês, obrigada por confiarem em mim

e não medirem esforços para me ajudar

sempre que necessitei. Aos meus familiares e

amigos que sempre estiveram ao meu lado e

mais do que ninguém torcem por mim.

Dedico a todos os meus professores da AVM,

que contribuíram para a minha formação e por

toda a aprendizagem que certamente levarei ao

longo da minha vida. E a minha orientadora,

por toda atenção, paciência e ajuda que me

concedeu durante essa etapa.

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Quando um aluno apresenta dificuldade de

aprender (...) umas das principais tarefas do

educador é o resgate da autoestima do

educando, pois ninguém consegue aprender se

não conseguir investir no ato de aprender.

(SERRA 2012, p. 17)

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RESUMO

A presente pesquisa busca identificar a ação psicopedagógica dentro do

ambiente escolar, suas intervenções, os fatores que ocasionam uma

dificuldade de aprendizagem e aquelas mais comuns presentes no processo

educativo. Apresenta ainda uma análise sobre o surgimento da concepção da

psicopedagogia, suas influências, modificações, a relação entre família e

escola, e a interação entre elas, a importância de um acompanhamento

precoce e da comunicação entre todos os envolvidos no cotidiano do aluno. O

estudo contudo busca compreender a real função da atuação de um

psicopedagogo e sua importância na intervenção das dificuldades de

aprendizagem do educando. Destaco a importância dos pais, da escola, e do

psicopedagogo na prevenção e no acompanhamento de uma dificuldade de

aprendizagem a fim de solucionar essas dificuldades e auxiliar o processo de

aprendizagem do aluno. Dificuldades estas que podem ter origem hereditária

ou até mesmo, como influência de um mal direcionamento por parte da escola

ao transmitir um conteúdo, além do meio que pode não estar propício para a

aquisição da aprendizagem. Foram citados alguns casos mais comuns de

dificuldades de aprendizagem e como o psicopedagogo junto a atuação de

toda equipe escolar e com o acompanhamento dos pais pode intervir para

sanar ou minimizar essas dificuldades. Procurei então demonstrar a

importância de uma atuação psicopedagógica frente as dificuldades de

aprendizagem e o quanto se faz necessário sua ação em parceria com a

família e a escola.

PALAVRAS – CHAVE: Dificuldade de aprendizagem, psicopedagogo, intervenção e aprendizagem.

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada partiu de pesquisas bibliográficas para obter

embasamento teórico sobre o tema e complementando com a pesquisa de

campo.

Esse trabalho foi baseado em alguns teóricos, cuja abordagem fundamentou o

meu trabalho. Tais como Nadia Bossa (2007), uma grande e conceituada

psicopedagoga brasileira cuja bibliografia se remete a assuntos referentes a

área da psicopedagogia, Elcie Masine (1993) cujo livro aborda as questões da

psicopedagogia no ambiente escolar, como é a sua atuação e intervenção,

Dayse Serra (2012), cuja obra afirma uma concepção mais detalhada não só

da atuação psicopedagógica mas das possíveis causas de uma dificuldade de

aprendizagem, desde do seu surgimento e causas até uma possível

intervenção psicopedagógica. Dentre outros teóricos que também foram

importantes para conceituar e explicar cada ideia e cada proposta vinculada

nesse trabalho.

O instrumento utilizado para a realização da pesquisa foi um questionário. Este

é composto de seis questões do tipo descritivo a serem respondidos por

professores e um psicopedagogo. Foram aplicados quatro questionários em

duas escolas, sendo três em uma escola da rede privada e um em uma escola

da rede pública. A aplicação dos mesmos foi feita pelo próprio autor em dia e

horário que foram combinados nas instituições escolares. No fim da coleta

desses dados, elaborei a minha pesquisa a fim de conhecer, identificar e

analisar cada resposta coletada. E relacioná-la ao tema proposto da minha

pesquisa.

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SUMÁRIO

Introdução__________________________________________08

Capítulo I - Psicopedagogia Institucional Escolar__________11

Capítulo II - Dificuldade de Aprendizagem _______________18

Capítulo III - Pesquisa de Campo_______________________26

Conclusão _________________________________________35

Bibliografia_________________________________________38

Anexos____________________________________________39

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INTRODUÇÃO

O objetivo deste trabalho é identificar o que é um Psicopedagogo Institucional,

sua função e intervenção frente as dificuldades de aprendizagem. A

Psicopedagogia Institucional Escolar, refere-se a compreender a aprendizagem

humana e atuar sobre ela, seja no seu aspecto afetivo, cognitivo ou social.

Segundo Bossa: “os psicopedagogos são profissionais preparados, para a

prevenção, o diagnóstico e o tratamento dos problemas de aprendizagem

escolar [...] identificam as causas da problemática e elaboram o plano de

intervenção.” (2007, p.12)

De acordo com Masine (1993, p. 13) a concepção de Psicopedagogia surgiu

“no final do século XVIII e início do século XIX, na Europa” que dava ênfase a

pesquisas realizadas por médicos na tentativa de descobrir no físico

determinantes causadoras da dificuldade do aprendiz. A denominação

psicopedagógica foi criada para diferenciar do termo médico-pedagógico, afinal

era mais “bem visto” ir a uma consulta psicopedagógica, do que para uma

consulta médica.

Essa monografia está estruturada em três capítulos. O primeiro capítulo,

ressalta o surgimento da concepção psicopedagógica, sua função e atuação

atual. Especificando a intervenção realizada dentro do cotidiano escolar. Além

de serem citado alguns instrumentos de intervenção psicopedagógica, que

servem de norteadores durante a sua intervenção.

Tais como: o fracasso Escolar, que nada mais é, do que o reflexo da falta de

um acompanhamento e de uma intervenção pode ocasionar no aluno, o

currículo que deve estar ajustado e coerente a realidade do educando, o

planejamento escolar, que é a forma como aquele conhecimento será

transmitido, além da afetividade que é justamente a troca entre o docente e o

aluno, na qual deve existir uma relação de respeito e confiança.

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Unindo esses fatores obtemos a indisciplina que é algo tão presente em nosso

cotidiano e que na realidade pode ser uma forma que os alunos encontram de

tentar “esconder” ou responsabilizar a não aprendizagem.

Mas todos esses fatores nos encaminham para uma única base a

aprendizagem, que segundo uma citação de Serra (2012) sobre o pensamento

de Sara Pain. “A aprendizagem é resultado da articulação de fatores internos e

externos do próprio sujeito, do desejo de aprender das estruturas cognitivas e

do comportamento em geral.(...)” (p.21)

Complementando as ideias acima, o segundo capítulo aborda a questão das

dificuldades de aprendizagem. A dificuldade de aprendizagem seria problemas

neurológicos que afetam a capacidade do cérebro de compreender, recordar,

assimilar ou comunicar informações. Essas dificuldades podem ser específicas

em uma área, ou gerais quando afetam as demais áreas de aprendizagem.

Essas dificuldades de aprendizagem devem ser observadas no cotidiano

escolar e assim que sinalizadas devem passar por um diagnóstico

psicopedagógico que consiste em avaliar todo o contexto vivenciado pelo

aluno, seja no âmbito familiar, escolar ou social. Nesse eixo os autores Dokrell

e Mcshane (1993), afirmam que o psicopedagogo deve levar em consideração

três fatores a tarefa, como o indivíduo vai executar cada atividade, a criança o

sujeito em si, e o meio, as influências que ele adquiriu do através do seu

ambiente.

Além desses fatores algumas avaliações são realizadas levando em

consideração alguns sinais que o indivíduo venha a apresentar, somente ao

fim, desse diagnóstico é que o psicopedagogo realiza a sua intervenção. Nesse

capítulo, foram citados algumas dificuldades de aprendizagem mais vistas e

vivenciadas atualmente dentro do ambiente de sala de aula como dificuldades

referentes ao processamento de linguagem (fala, escrita), dislexia (dificuldade

na área da leitura e da escrita) disgrafia, (dificuldade da própria grafia),

discalculia, (dificuldade ao realizar cálculos aritméticos).

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Além de outros como o TDAH (Transtorno de déficit de atenção /

hiperatividade) e o autismo (perda do contato com a realidade acarretando uma

impossibilidade ou grande dificuldade de se comunicar). Além desses que são

citados, outros também fazem parte do convívio educacional, mas me retive

apenas a eles.

Já o terceiro capítulo foi estruturado com base na pesquisa de campo,

realizada em quatro instituições: Duas da rede privada de ensino no município

de Magé, uma na rede municipal de ensino também no município de Magé e

outra na rede municipal de ensino no município de Guapimirim. Através de um

questionário com seis questões entregues a três docentes e um

psicopedagogo, estas questões consistem em compreender como a dificuldade

de aprendizagem é abordada dentro do cotidiano escolar, como é a sua

atuação preventiva e o perfil de atuação dentro dessa temática tanto dos

docentes quanto da intervenção feita pelo psicopedagogo.

Com base nas informações coletadas ao longo da pesquisa foi possível

compreender que muitas vezes as dificuldades de aprendizagem não devem

ser vistas como um fracasso por parte do aluno, nem tentar encontrar motivos,

causas ou culpados para tal fato, mas aceitar que ela faz parte da realidade de

muitos alunos e tentar auxiliá-los independente de qualquer coisa é o

fundamental, não basta aprender deve-se criar possibilidades para despertar o

interesse em aprender como cita BOSSA ( 2007, p.1) “É assim que deve ser a

aprendizagem escolar: um processo natural e espontâneo, um processo

prazeroso. Descobrir e aprender é um grande prazer.”

Espero, que o meu trabalho contribua para uma melhor compreensão acerca

da atuação do Psicopedagogo Institucional e como acontece a sua atuação e

intervenção no ambiente escolar.

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CAPÍTULO I

Psicopedagogia Institucional Escolar

Para uma melhor definição da palavra psicopedagogia recorremos ao

dicionário Aurélio, ele afirma que o termo “psicopedagogia” significa:

“Pedagogia baseada na psicologia científica, especialmente de crianças.”

Já de acordo com Serra (2012, p.5), “A Psicopedagogia, é uma área de estudo

bastante recente existindo a aproximadamente 30 anos no Brasil, e tem por

objetivo estudar, compreender e intervir na aprendizagem humana.”

Agora o que nos resta é compreender de onde vem a concepção de

Psicopedagogia e como ela surgiu. De acordo com Masine (1993, p. 13) a

concepção de Psicopedagogia surgiu “no final do século XVIII e início do

século XIX, na Europa” que dava ênfase a pesquisas realizadas por médicos

na tentativa de descobrir no físico, determinantes causadoras da dificuldade do

aprendiz. Nesse contexto alguns médicos acentuaram sua ação não só de

forma clínica mas pedagógica, relacionando a questão do saber e de como

tratar, vinculando assim a ação pedagógica ao diagnóstico médico.

Foi então que: “Em 1946, em Paris, criou-se o 1° Centro Psicopedagógico com

o objetivo de desenvolver um trabalho cooperativo médico - Pedagógico para

crianças com problemas escolares ou de comportamento.” (1993, p. 14) A

partir dessa criação um dos diretores do Centro Pedagógico, explicou que a

denominação psicopedagógica foi criada para diferenciar do termo médico-

pedagógico, afinal os pais se sentiriam muito mais a vontade em levar seus

filhos para uma consulta psicopedagógica do que para uma consulta médica.

Dessa forma o indivíduo dentro desses estabelecimentos eram consultados por

vários especialistas da área e no final o diagnóstico pedagógico visava

esclarecer a falta de adaptação escolar social e corrigi-la.

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Em suma, podemos compreender então que ação psicopedagógica deve ser

de acompanhamento ao aprendiz, na aquisição e elaboração de

conhecimentos e caso ocorra alguma dificuldade ou problemas que venham

interromper ou problematizar esse processo, que essa ação possa assim

propor caminhos para a superá-los.

O indivíduo como ser em construção, não se limita apenas a um conhecimento

específico, ele vai adquirindo sempre novos conhecimentos ao longo da sua

vida e com isso a sua aprendizagem se torna algo constante. Para o senso

comum a Psicopedagogia se limita apenas como o estudo de dificuldade e/ou

distúrbios de aprendizagem, mas na verdade ela vai muito além disso, e sim de

toda aprendizagem de um modo geral e todo o seu contexto. Com base nesse

pensamento, a Psicopedagogia vem se desenvolvendo cada vez mais ao longo

desses anos, e derivando algumas classificações:

Psicopedagogia Clínica, de caráter predominante

curativo, seu espaço de trabalho é o consultório e o

atendimento individualizado é a forma mais comum. E a

Psicopedagogia Institucional que possui caráter

predominantemente preventivo e normalmente sua

atuação ocorre com pequenos grupos de alunos... (2012,

p. 6)

Tendo como base o princípio e a classificação da Psicopedagogia atual, iremos

focar no âmbito da Psicopedagogia Institucional Escolar, esta por sua vez se

diferencia por compreender a aprendizagem humana e atuar sobre ela, seja no

seu aspecto afetivo, cognitivo ou social. No entanto além da Psicopedagogia

Institucional Escolar, não podemos deixar de citar outras duas

Psicopedagogias Institucionais, como a Empresarial, que ocorre nas empresas

entre os profissionais, com o intuito de melhorar o desempenho profissional e

desenvolvê-lo. E a Psicopedagogia Hospitalar, que tem por objetivo colaborar

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com o desenvolvimento cognitivo de crianças que estejam hospitalizadas e por

esse motivo se afastaram das classes regulares de ensino.

Voltando a Psicopedagogia Institucional Escolar, devemos primeiramente

pensar no próprio termo educação, que se modifica e se transforma a cada

instante e por isso a Psicopedagogia também deve estar atenta a isso, mesmo

respaldada em bases teóricas deve levar em consideração todo um contexto

social antes fazer qualquer mediação.

Agora, o que pode influenciar um educando a obter essas “dificuldades de

aprendizagem”? Na realidade não podemos singularizar essa questão, mas sim

ampliá-la e tentar compreender todo um conjunto de influências que possam

indicar o caminho de uma possível dificuldade de aprendizagem. Alguns

assuntos são mais frequentes dentro das instituições, que são instrumentos de

intervenção pedagógica dentro de um ambiente escolar, além de serem

sintomas de problemas individuais ou institucionais.

O Fracasso Escolar, por exemplo, é atualmente um dos tópicos que tem

levantado hipóteses e questionamentos. Afirma Serra (2012, p.12):

“Procuramos a causa no aluno, atribuindo a falta de interesse, ausência de

investimentos na aprendizagem, ou até mesmo a existência de alguma

deficiência (...), é comum também que o problema seja atribuído ao contexto

familiar.”

No entanto não devemos culpar o fracasso escolar apenas pelo aluno, o

próprio professor muitas vezes deve rever a sua prática educativa e se for

necessário deve modificá-la ou adequá-la a necessidade do educando. Pois

não existe um culpado, mas sim todo um contexto que influência esse

processo, afinal cada ser é único e consequentemente seu processo de

aprendizagem também transcorre de acordo com as suas singularidades.

Se o professor possui uma turma em que a sua maioria aprende e uma minoria

não, este não deve se acomodar porque grande parte acompanha e outra não,

mas criar estratégias que envolvam esses alunos com dificuldade e elaborem

atividades diferenciadas para atender a todas as potencialidades singulares de

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cada aluno. É evidente que não podemos destinar toda responsabilidade ao

docente, mas a toda a instituição que deve agir em parceria com a família e

proporcionar um ambiente sadio, harmonioso acolhedor e principalmente

coerente a realidade do discente, não permitindo que a escola se transforme

em um “depósito” de alunos, mas um lugar onde eles se sintam integrados e

estimulados a participar e interagir com o seu meio social.

Essa questão esbarra em outro conceito, o de currículo, a instituição enquanto

parte integrante de uma sociedade que transmite e organiza conhecimentos

para os alunos, deve construir o seu currículo de forma condizente ao seu meio

social, nem complexo demais, nem aquém dos estímulos para a aprendizagem,

afinal um currículo mal elaborado, pode ocasionar uma dificuldade de

aprendizagem dentro de todo um ambiente educacional.

Após a elaboração de um currículo, o que se leva em consideração é o

Planejamento Escolar: “O papel do Psicopedagogo no Planejamento escolar é

refletido sobre as ações pedagógicas e suas interferências no processo de

ensino-aprendizagem.” (Serra, 2012, p. 14). Ou seja, o psicopedagogo deve

auxiliar o planejamento escolar a fim de incentivar uma prática voltada a

elaboração de aulas construtivas, afinal o conhecimento não é algo pronto ou

definido, mas sim uma constante construção e a partir do momento que o

docente acredita nessa construção, é que ele desenvolve suas aulas a fim de

não somente transmitir conteúdos mas criar meios e possibilidades para uma

aprendizagem construtiva. A partir do momento que o aluno se interessa pela

aprendizagem as chances dele adquirir alguma dificuldade minimiza, pois ele

compreende o sentido daquele conhecimento para a sua vida.

Após planejar, cabe ao educador avaliar, e atualmente avaliar significa lançar

médias, notas, números, que não qualificam em nada o aluno, simplesmente

expõe de forma mais concreta como ele realizou aquela avaliação, que na

realidade é um registro do momento daquele indivíduo e não uma exposição de

como foi o seu desenvolvimento como um todo. E é justamente nesse instante

que o Psicopedagogo deve mediar, a fim de propor avaliações mais

“humanizadas”, que relatem fielmente o desenvolvimento do educando, seja

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através de uma auto - avaliação, ou de uma avaliação contínua e não somente

aquela realizado ao término de uma atividade, mas desde o início, de acordo

com a sua participação e interatividade. Nesses casos essas avaliações irão

propor um relato mais completo de como foi o rendimento escolar do aluno.

Mas afinal, como agir se caso um aluno não aprende, ou o que o leva a

apresentar dificuldade em determinado conteúdo? Segundo Serra (2012, p. 17)

Quando um aluno apresenta dificuldade de aprender (...)

umas das principais tarefas do educador é o resgate da

autoestima do educando, pois ninguém consegue

aprender se não conseguir investir no ato de aprender.

.

Nesse contexto a afetividade é tão importante afinal a relação aluno-professor

deve ser conduzida de forma afetiva, o docente deve propor atividades que o

induzam ao acerto e o estimulem a sempre buscar acertar mas cuidado, o erro

não deve ser rejeitado, ou visto como algo apenas negativo, pois é errando que

ele vai buscar o acerto, afinal ninguém acerta sempre e errar faz parte da vida,

a medida que o aluno é elogiado o professor começo a estimular desde cedo

ao educando o desejo de aprender e acreditar nas suas possibilidades.

É notável que a dificuldade de aprendizagem muitas vezes impulsiona a

indisciplina em aula, muitos alunos agem de forma indisciplinar por conta das

suas dificuldades e sua base pode estar na relação que o aluno possui com o

ato de aprender e da sua relação com o educador.Nesse momento devemos

compreender que sendo um problema tão atual e tão presente no cotidiano

escolar, não basta apenas o professor tentar solucioná-lo mas sim toda a

equipe escolar, já que um mal desenvolvimento educativo acarreta no aluno

problemas que ele levará ao longo da vida e por isso é tão importante a ação

escolar como mediadora desse processo.

Além da indisciplina outro ponto que deve ser ressaltado é a questão da

inclusão, vivemos em um país extremamente desigual em que a exclusão é

constante seja por cor, raça, religião, etnia, necessidades especiais, enfim

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incluir um aluno que esteja fora desses “padrões” da sociedade é um grande

desafio não só para a professor que atua de forma direta com esse aluno, mas

toda a escola e a própria família, incluir significa não socializar simplesmente

mas fazer com o aluno vivencie situações de aprendizagem, e toda instituição

deve se adaptar as suas necessidades e tentar transformar o processo de

aprendizagem o mais proveitoso possível.

Mas afinal o que é aprendizagem? Serra (2012) explica o seu significado

baseando-se em umas das autoras mais qualificadas na área da

psicopedagogia Sara Pain, para ela:

A aprendizagem é resultado da articulação de fatores

internos e externos do próprio sujeito, do desejo de

aprender das estruturas cognitivas e do comportamento

em geral.(...) A aprendizagem possui algumas funções

contraditórias, como: a função socializadora, a educação

leva o sujeito a experimentar a vida em comunidade e

faz ensaios de participação social no ambiente escolar.

(...) A função repressiva (..) a escola é permeada por

limites(uso de uniforme, horários..) e a função

transformadora, que mesmo quando ela possui a função

de manter a cultura e limitar o sujeito, ela também tem a

função de libertar o homem através do conhecimento.

(p.21)

Baseado nisso, podemos compreender um pouco acerca da aprendizagem

justamente porque ela é um processo em parte contraditória e em parte

complementar que nunca se limita ou termina, mas um processo contínuo, e a

psicopedagogia institucional escolar tem a função de compreender essa

aprendizagem levando em consideração as individualidades e peculiaridades

do indivíduo a fim de buscar o aperfeiçoamento das relações com a

aprendizagem bem como a melhor qualidade possível para a sua construção.

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Enfim todo psicopedagogo antes de fazer qualquer intervenção deve identificar

claramente o que aquele indivíduo apresenta, suas causas e o que ele pode

fazer para orientar o processo educativo. Afinal a prática psicopedagógica deve

“considerar o sujeito como um ser global composto pelos aspectos orgânicos,

cognitivo, afetivo, social e pedagógico.” (Serra, 2012, p.29). Ou seja, a

dificuldade de aprendizagem de um aluno pode originar-se não só de um

motivo mas sim por um conjunto deles, todo o nosso organismo funciona em

perfeito equilíbrio e algo quando sai desse eixo já causa uma má sintonia, por

isso acredito que não basta olhar o indivíduo como um ser estagnado, passivo

mas sim como um sujeito que interage com o meio e com tudo aquilo que o

norteia.

Com isso é tão importante sempre que diagnosticado uma dificuldade de

aprendizagem deve-se encaminhar esse indivíduo a um especialista que o

auxilie nesse processo. Todo ser é único e com isso esses encaminhamentos

não necessariamente serão iguais, dependendo da dificuldade do indivíduo ele

pode necessitar de uma intervenção clínica, psicológica, psicopedagógica, ou

até mesmo neurológica. Se referindo mais especificamente a intervenção

psicopedagógica institucional escolar, nesses casos muitos caminhos podem

ser tomados dentre eles realizar programas individualizados de ensino e

práticas pedagógicas diferenciadas. Ou outras alternativas que sejam válidas

na tentativa de minimizar ou sanar essas dificuldades.

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CAPÍTULO II

Dificuldade de Aprendizagem

Atualmente grande parte dos alunos apresentam algum problema de

aprendizagem. Existem dificuldades de aprendizagem específica, quando o

indivíduo tem dificuldade em uma área de aprendizagem ou pode ser geral

quando o seu processo de aprendizagem se torna lento na execução de

determinadas tarefas.

Mas o que venha ser a “dificuldade de aprendizagem”, esta seria uma

desvantagem de aprender seja no aspecto cognitivo ou social, ou mais

especificamente falando, são problemas neurológicos que afetam a capacidade

do cérebro de compreender, recordar, assimilar ou comunicar informações.

Para identificar uma dificuldade de aprendizagem deve-se realizar inicialmente

uma avaliação e de acordo com o resultado, elaborar um programa de

intervenção que possa ser usado, contudo essa avaliação deve levar em

consideração todos os aspectos vivenciados pelo aluno e não como um fator

exclusivamente escolar.

Segundo Bossa (2010): “O psicopedagogo institucional vai atuar junto com os

professores e outros profissionais para a melhoria das condições do processo

de aprendizagem bem como sua a prevenção.” (p.12 e13)

Por isso é tão importante que aos primeiros sinais de dificuldade de

aprendizagem, pais e professores devem encaminhar esse indivíduo a um a

pessoa especializada que possa auxiliar esse sujeito, muitos problemas de

aprendizagem se agravam justamente porque vão virando uma bola de neve,

algo que se fosse mediado no início seria muito mais simples, mas com o

tempo e a não tentativa de resolvê-lo acaba por consequência agravando.

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Ninguém deixa de aprender porque quer, se aquela criança tem dificuldade,

muitas vezes é reprimida, questionada e por conta disso ela alega ser

desinteressada, como uma fuga para explicar o porquê do não aprender. Para

evitarmos então um dano maior a vida desse aluno, pais, professores e

psicopedagogos devem atuar juntos a fim de mediar essa situação e crias

estratégias que solucionem esses casos.

“Sabemos que ao tratar a questão dos problemas de aprendizagem, temos que

considerar as dificuldades da criança na escola e a dificuldade da escola com

as crianças, visto que essas duas dimensões devem ser analisadas

reciprocamente.” Afirma Bossa (2010 p. 17).

Ou melhor, a autora justamente ressalta um fator muito importante, nem

sempre a dificuldade está no aluno muitas vezes se encontra no próprio

cotidiano escolar, o professor deve rever sua prática e renová-la se assim for

preciso para auxiliar esse aluno. Só que além desse ponto deve-se levar em

consideração outro ponto relevante antes: as possibilidades de aprender e o

desejo de não aprender.

No que se refere as possibilidades, o aluno pode viver em um meio propício a

aprendizagem que o estimule a adquirir conhecimento, como por exemplo, o

aluno deseja aprender para agradar a família, nesse caso ele tem um estímulo

que propulsione a aquisição da aprendizagem, porém há casos em que não há

o desejo de aprender, uma criança por exemplo não que aprender a ler nem a

escrever pois tem medo de perder o lugar de bebê na família nesse caso o

desejo de não aprender impede sua aprendizagem.

Portanto não existe uma resposta exata do que ocasiona uma dificuldade de

aprendizagem no aluno, as respostas são inúmeras e variam de indivíduo a

indivíduo.

Para realizar uma análise da dificuldade do aluno, segundo Dokrell e Mcshane

(1993) , é necessário levar em consideração três partes: a tarefa, a criança e o

meio. A análise de cada uma delas permite compreender e tratar os problemas

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de aprendizagem. A tarefa, relaciona-se a como o indivíduo vai executá-la, uma

tarefa é dividida em subtarefas, cada subtarefa é analisada cuidadosamente

para identificar os meios que o aluno utilizou para resolvê-la e o que não foi

resolvido, por exemplo, se uma criança vai realizar uma tarefa de escrever o

nome, essa seria a sua tarefa, e as subtarefas seriam o que foi observado

durante a sua execução se ele escreve de memória as letras ou se só copia de

algum lugar, como ele realiza os traçados... Para uma análise mais detalhada

muitas vezes é necessário observar como uma criança “normal” executa a

tarefa e verificar as diferenças encontradas na execução da mesma realizada

por um aluno que apresenta dificuldade de aprendizagem, para que assim

possa compreender qual ponto o diferencia dos demais.

A parte referente a criança trata-se de todo processo vivenciado por ela e o que

a leva a apresentar algum tipo de dificuldade, geralmente: “As crianças com

dificuldades de aprendizagem em geral, possuem estratégias de execução

pobre e de motivação reduzida para tentar resolver determinada tarefa, por

causa de uma história de fracassos.” (19993, p.22) Afirma Dokrell e Mcshane,

ambos acreditam que uma criança que já vem apresentando um quadro de

dificuldade, seja específica ou de forma geral, na maioria das vezes, já vem

convivendo com um fracasso escolar e se isso não for bem trabalhado ela vai

continuar a se sentir inferiorizada e incapaz de prosseguir, cabe então uma

intervenção psicopedagógica, familiar e do professor para motivar esse aluno e

contribuir para o aumento da sua auto estima.

E por fim a última parte seria o meio, é no meio que a criança reproduz tudo

que aprende e interage com tudo aquilo que faz parte do seu ambiente. É

nesse contexto que podemos julgar o meio como um dos pontos cruciais na

aprendizagem, se um aluno convive em um meio que não o estimule ele será

um fator agravante de sua aprendizagem, então uma intervenção seria

modificar esse meio a fim de que ele se torne propicio para essa

aprendizagem, mas se ele já estiver em um ambiente estimulador, então a

intervenção seria em aproveitar isso para contribuir ainda mais com a

aprendizagem desse aluno. Mas até que ponto o meio pode ser algo útil

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durante a intervenção psicopedagógica? Na realidade ele é primordial nessa

intervenção, quanto mais essa intervenção abordar habilidades que possam

ser praticadas em ambientes não só escolares, mas familiares e sociais, maior

será seu êxito e eficácia.

Partindo então da análise realizada através de fatores que levem a uma

dificuldade de aprendizagem, o que nos resta agora e compreender como

ocorre o processo de avaliação daquele aluno, inicialmente ocorre a

identificação dessa dificuldade ou os fatores que a ocasionaram, nessa fase é

muito importante a ação de pais e professores, ao primeiro sinal de dificuldade

durante o processo de ensino aprendizagem, após essa identificação esse

aluno deve ser encaminhado a um especialista que realize as avaliações e

intervenções necessárias. No primeiro momento será realizada uma triagem,

essa triagem ocorre antes mesmo da criança apresentar algum problema de

aprendizagem, muitas vezes ela acontece justamente para saber se aquela

criança está propicia a desempenhar futuramente alguma dificuldade, ela é

uma análise realizada de forma individual baseando-se em testes ou notas

realizados pelos professores que indicam algum sinal de mau rendimento

escolar.

Em seguida vem o processo de avaliação: “O processo de avaliação tenta

detectar se uma dificuldade de aprendizagem existe de fato, que dificuldade é

essa, porque ela existe e quais as diferenças entre essa dificuldade e as

demais vividas por outras crianças” (Dokrell e Mcshane 1993, p.36) Essas

avaliações geralmente ajudam a identificar as dificuldades e sua área de

intervenção. Os processos de avaliação funcionam como uma investigação, e

esta não deve ser feita unicamente na criança, mas em todo o seu contexto de

vida. Muitas vezes uso de técnicas de ensino inadequadas e a má organização

escolar podem ser grandes causadoras da dificuldade de aprendizagem do

indivíduo.

Alguns sinais podem ser observados e seguidos como base para que um

educador ou responsável comece a assinalar que algo está afetando a

aprendizagem do aluno, normalmente alunos com dificuldade de aprendizagem

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começam a apresentar comportamentos diferenciados tais como: fraco alcance

de atenção em que a criança se distrai com facilidade,dificuldade em seguir

instruções perguntam com frequência sobre um mesmo assunto até mesmo

quando vão realizar tarefas simples, são imaturas, dificuldade com

conservação a criança fala pouco ou demais, são inflexíveis insistem em

repetir o erro mesmo quando são corrigidas, a criança não tem noção de tempo

e muitas vezes não sabe onde começar se confunde com facilidade, é distraída

perde a noção do tempo e do espaço perde os objetos não conclui as tarefas

no tempo proposto, não apresenta coordenação e tem dificuldade de esperar a

sua vez fala sem pensar e interruptamente. Esses problemas surgem na

mesma proporção que os sintomas de dificuldade de aprendizagem aparecem

e eles devem ser vistos com olhar atento para que desde cedo possam ser

solucionados.

Grande parte dos alunos identificados com problemas de aprendizagem, são

aqueles com problemas de processamento de linguagem. Essa linguagem

pode ser subdividida em vários fatores, como: compreensão de fala e

linguagem, quando o indivíduo apresenta atraso para aprender a falar, utiliza

linguagem vaga ou imprecisa, confunde palavras com sons parecidos, uso

gestos para completar a fala, não responde propriamente as questões. A

leitura, com atrasos significativos para aprender a ler, dificuldade na citação de

nomes e letras, lê lentamente, fraca retenção de novas palavras. Referente a

escrita, as tarefas são curtas ou incompletas, escrita mal organizada,

persistentes problemas com a gramática. Além da área de leitura/escrita, existe

aqueles referentes a Matemática, em que o aluno apresenta resposta lenta

durante os exercícios, dificuldade com problemas por extenso, dificuldade em

análise e raciocínio lógico. Dentre essas dificuldades em processamento de

linguagem, destacamos uma em especial a dislexia.

Atualmente, como afirma Serra (2012), um percentual significativo das

dificuldades de aprendizagem está centralizado na alfabetização. Um dos

exemplos é a dislexia, esta consiste na dificuldade na área da leitura e da

escrita, essas crianças possuem baixa capacidade fonológica, que tem

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dificuldade em entender como sons e letras se combinam para formar palavras.

Muitos desses casos, provém de forma hereditária, em casos mais graves as

crianças demonstram ter algumas lesões neurológicas e devem ter um

acompanhamento médico, além de muitos disléxicos apresentarem ausência

de retenção de informação o que eles aprendem hoje pode ser algo totalmente

novo para eles amanhã. A ação psicopedagógica nesse caso atua a fim de

readaptar o processo educacional, pois eles não conseguem aprender a ler

pelos métodos convencionais precisam de um material diferenciado, como o

uso de livros em áudio por exemplo.

Na área da linguagem além da dislexia temos a disgrafia, remete a dificuldade

da própria grafia, o aluno não consegue expressar seus pensamentos da forma

escrita, segundo Santrock, (2009, p.187 ) “Crianças com disgrafia escrevem

muito lentamente e sua escrita é ilegível, elas cometem muitos erros por conta

da sua incapacidade de combinar sons e letras.” E podemos também ressaltar

a discalculia, é uma dificuldade no campo da matemática, em que o indivíduo,

apresenta dificuldade ao realizar cálculos aritméticos, incluindo desempenho

fraco de memória e percepção visual. Uma intervenção psicopedagógica

nesses dois casos, seria trabalhar de forma direta e complementar com a

atividades mais direcionadas, que envolvem associações de letras, leituras.

Além dessas dificuldades temos o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção /

Hiperatividade) segundo Smith e Strick “As crianças que sofrem com TDAH,

constituem aproximadamente, 3 a 5 % da população(...) elas estão entre as

crianças maios propensas a necessitar de uma intervenção psicopedagógica”

(2007,p.38)

Contudo vale ressaltar que os déficits de atenção ocorrem com ou sem a

hiperatividade, uma criança hiperativa por exemplo apresenta sintomas tais

como: tem dificuldade em ficar parado, não consegue ficar sentado durante

muito tempo, corre em situações impróprias, tem dificuldade em esperar sua

vez, interrompe a fala dos outros. Enquanto o déficit de atenção origina-se pela

falta de concentração, se dispersa com facilidade, parece não escutar quando

lhe dirigem a palavra, não segue instruções, tem esquecimento frequente nas

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tarefas diárias. Nesses casos quanto antes uma intervenção for feita melhor

será a melhora do indivíduo, essa intervenção pode ser feita através de

exercícios que envolvam a atenção do indivíduo, com atividades extras,

exercícios que canalizem a sua atenção e memorização seja através de rimas,

visualizações, métodos que ensinem a esses indivíduos a monitorarem a sua

atenção.

Além desses problemas que impulsionam as dificuldades de aprendizagem,

existem muitos outros como o autismo, que é definido como “perda do contato

com a realidade acarretando uma impossibilidade ou grande dificuldade de se

comunicar.” (Ribeiro, 2005, p.23). Nesses casos a intervenção ocorre não

necessariamente com um psicopedagogo institucional, mas também o clínico e

acompanhamento médico, sua avaliação ocorre com uma ficha de escala

objetiva, uma ficha com cerca de 15 questões que devem ser respondidas

pelos pais cada item aplica-se uma escala até sete que permite identificar

graus: leves, moderados e graves. Acredito que a ação psicopedagógica

escolar nesse caso é mais de mediação, pois o indivíduo autista necessita não

somente dessa ação, mas de toda uma equipe multidisciplinar, seja no aspecto

educacional com intervenções principalmente na área da linguagem já que

muitos autistas tem dificuldade ou não se expressam verbalmente, ou seja,

com tratamentos terapêuticos, já que não existe uma medicação específica

para eles.

Acredito que esse seja alguns dos muitos problemas de aprendizagem que

assolam as salas de aula atualmente, mas no momento preferi me reter

somente a eles, claro que nós enquanto psicopedagogos não podemos nós

considerar mágicos e nem responsáveis para solucionar essas dificuldades de

aprendizagem, até porque estamos muito longe disso, na realidade não

realizamos nada sozinho, a família e a escola tem um papel muito importante

nesse processo, creio que a nossa função é de mediar e auxiliar para que

aquilo que eles é um processo difícil e sofrido, se torne algo agradável e mais

leve, em muitos casos essa intervenção de fato soluciona, mas sabemos que

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na maioria das vezes ela só ameniza e cria subsídios para o aluno seguir a

vida dele e orientá-lo da melhor forma possível.

Não podemos fechar nossos olhos para uma dificuldade educacional, muitos

pais por acomodação ou por achar que aquilo “é só uma fase” não assumem

nenhum posicionamento, essa posição deve e pode ser modificada, com

certeza a partir do momento que auxiliamos esse aluno mais chances ele

possui de sanar ou minimizar as dificuldades de aprendizagem e não falo

somente de uma ação posterior ao diagnóstico mas uma ação até mesmo

preventiva.

Portanto, pais e professores, estejam realmente comprometidos a auxiliar seus

filhos e alunos, muitos estudos comprovam que quanto mais precoce for uma

intervenção psicopedagógica mais eficaz e produtiva será o seu trabalho. Só

agindo em parceria é que podemos auxiliar esse aluno, afinal ninguém é cresce

e se desenvolve sozinho, todos nós somos fruto daquilo aprendemos, e

convivemos e é nessa troca que o nosso desenvolvimento de fato acontece.

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CAPÍTULO III

Pesquisa de Campo

A pesquisa realizada vincula pensamentos e ações tendo como finalidade a

investigação, relacionada a circunstâncias, interesses socialmente estimulados

sendo de cunho qualitativo, aqui entendido por Minayo (et AL., 2005) como

trabalho realizado:

[...] com o universo dos significados, dos motivos, das

aspirações, das crenças, dos valores e das atitudes.

Esse conjunto de fenômenos humanos é entendido aqui

como parte da realidade social, pois o ser humano se

distinguiu não só por agir, mas por pensar sobre o que

faz por interpretar suas ações dentro e a partir da

realidade vivida e partilhada com seus semelhantes

(p.21)

Pretendo com a pesquisa realizada compreender qual a atuação de um

psicopedagogo dentro de uma instituição escolar, sua intervenção e como os

professores conseguem lidar com algumas das dificuldades de aprendizagem

que se manifestam ao longo do processo educativo. Ou seja, esta pesquisa

qualitativa busca não apenas coletar opiniões mas conseguir através delas

identificar e conhecer como eles lidam com os problemas de aprendizagem e

como a atuação de um psicopedagogo pode auxiliar nesse processo.

Esta pesquisa foi realizada em quatro instituições, intitulada aqui de Instituição

A, B, C e D. Sendo três na rede privada de ensino no município de Magé.

(Instituição A, B e C) e uma na rede municipal de ensino no município de

Guapimirim. (Instituição D).

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As Instituições A e B, localiza-se no município de Magé a instituição é privada,

atendendo a comunidade local cujo ensino é ofertado da Educação Infantil ao

Ensino Fundamental II. Já a Instituição C, também localiza-se no município de

Magé atendendo a comunidade local, a escola é bem ampla e bem

conceituada no local, cujo ensino é ofertado da Educação Infantil ao Ensino

Médio. Enquanto a Instituição D, fica localizada em uma comunidade carente

do Município de Guapimirim, ofertando Educação Infantil, Ensino Fundamental

I e EJA.

Os professores A, C e D possuem graduação em Pedagogia e atuam no

Ensino Fundamental e uma na Educação Infantil. Já a psicopedagoga B,

possui graduação em Pedagogia e pós graduação em Psicopedagogia. A

professora A atua há seis anos na área educacional, a psicopedagoga B atua

há quatro anos na profissão, a professora C atua há três anos e a professora D

atua há sete anos.

O questionário realizado contém seis questões elaboradas a fim de

compreender como o docente e o psicopedagogo, atuam quando for observado

uma dificuldade de aprendizagem, seu posicionamento e reflexões sobre. Foi

entregue a cada professor e a um psicopedagogo um questionário, este foi

destinado a dois professores do Ensino Fundamental (A e D), um docente da

Educação Infantil (C) e a uma psicopedagoga (B), e para melhor representação

aqui enunciados de 1 a 6. (Anexo)

A questão 1 buscava identificar quanto tempo cada profissional, atuava na área

ou como docente ou no caso como psicopedagogo. Todos os entrevistados

tinham algum tempo na profissão que variava entre os três anos até o que

trabalhava há sete anos.

A questão 2, realizada entre os docentes buscava compreender se em algum

momento durante a sua prática educativa eles já haviam observado alguma

dificuldade de aprendizagem em algum aluno, se caso houvessem observado

qual tipo de dificuldade foi sinalizada. A professora A relatou observar muitas,

em que na maioria dos casos apresentavam sinais de dificuldade de atenção,

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leitura e eram muito agitados, no caso da professora C ela também alegou

obsevar alguns casos mas não muitos, o que mais era observado era a

questão da coordenação motora e da linguagem. A professora D, também

alegou já ter observado no seu convívio de sala de aula alguns casos de

dificuldade de aprendizagem dentre elas Dificuldades emocionais, físicas e

biológicas, casos de alunos com TDAH, paralisia cerebral, paralisia infantil e

dislexia.

No caso da psicopedagoga o questionário foi um pouco mais diferenciado, na

questão 2 foi questionado se relação de um psicopedagogo com a escola deve

ser importante, ela afirmou acreditar que não só é importante mas também

fundamental, ela acredita em um trabalho de parceria afinal não tem como

intervir no processo de aprendizagem do aluno se a escola não te fornecer

espaço para isso e nem apoio, ela ainda ressalta que sozinha a sua ação se

torna restrita.

Já a questão 3, visava distinguir o que foi feito após a observação dessas

dificuldades de aprendizagem, se foi transferido essa observação aos pais ou a

escola e qual foi a reação deles. Todos os professores alegaram ter

comunicado aos pais e a escola, no entanto a professora A, comentou que

embora tenha comunicado, nenhuma providencia foi tomada tanto por parte da

escola porque ela mesma teve que conversar com os pais já que a instituição

demonstrou indiferença, e tanto por parte dos pais que na hora afirmaram que

iriam tomar as providências necessárias e depois nada foi feito.

No caso da professora C, a mesma alegou duas situações ela afirmou que a

escola deu total suporte e em um dos casos a família realmente se interessou e

procurou ajuda, já no segundo caso os pais de início se mostraram bem

solícitos, mas posteriormente nada fizeram.

A professora D afirma que como primeiro procedimento ela conversa com a

orientação pedagógica da escola e somente depois ela informa aos pais sobre

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a possível dificuldade de aprendizagem e abre espaço assim para o

encaminhamento de um especialista. Porém ela afirma que muitos pais se

mostram indiferentes ela afirma: “Os pais geralmente reagem com indiferença,

não levando o aluno para o especialista encaminhado, justificando a dificuldade

como preguiça ou timidez.” (fala do professor)

É realmente muito triste ver que ainda existam pais tão acomodados e

dispersos quanto a educação de seus filhos, se eles tivessem a dimensão de

como um ato desse de indiferença pode causar danos permanentes na vida do

indivíduo eles não agiriam assim.

A questão 3 referente a psicopedagogo B, abordava como era o

comportamento das escolas se eram receptivas ou demonstravam certa

restrição as intervenções psicopedagógicas.

A entrevistada ressaltou que na maioria das vezes, eles não gostam de um

profissional que vem de fora, para tentar modificar ou readaptar toda uma

rotina no cotidiano escolar em prol de um aluno, ela ainda acrescenta

afirmando que é sempre importante tentar estabelecer uma boa convivência

entre o docente e toda equipe pedagógica para que o seu trabalho auxilie de

fato o aluno.

A questão 4, busca identificar se após sinalizar a dificuldade de aprendizagem

no aluno, ele obteve algum apoio da família, dos pais, da escola ou de algum

psicopedagogo, e pediu para descrever esse processo. A professora A,

ressaltou que não obteve apoio de nenhuma das partes e ainda citou como é

difícil agir sozinha, que sem apoio da escola, da família ou até mesmo de um

especialista tudo fica muito difícil.

Em contrapartida a professora C, alegou ter obtido um grande apoio por parte

da escola, em uma das famílias, mas de um psicopedagogo não e ela até

exemplificou que um dos casos que foi sinalizado ela teve um grande retorno

da família pois o aluno havia apresentado dificuldade na fala ele tinha quatro

anos e apresentava uma péssima dicção, e assim que foi sinalizado a família, a

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mesma o encaminhou para um fonoaudiólogo e logo começou o tratamento o

que foi muito positivo para o seu desenvolvimento em aula.

No entanto em outro caso o aluno tinha três anos e não falava nada, a equipe

pedagógica havia auxiliado ela a falar com os responsáveis que prometeram

tomar as providências devidas e nada foi feito.

No caso da professora D, ela sinaliza dois casos quando um aluno apresenta

alguma dificuldade de aprendizagem e é encaminhado aos pais, a maioria

deles nada faz para melhora do discente em contrapartida se essa criança já

vem com um laudo de casa nesses casos a família demonstra muito interesse

e apoio existe uma comunicação entre escola / família e o especialista,

especialistas como fonoaudiólogo, neurologista, psicólogo dentre outros.

Quando nos deparamos com casos como esses citados, começamos a verificar

o quanto a relação família e escola é importante mas não digo uma relação

“fictícia” em que os pais aprecem em reuniões prometem ação e ao sair da

escola esquecem tudo e nada fazem para contribuir o processo de ensino –

aprendizagem do aluno.

Eu digo em uma relação verdadeira que crie possibilidades ao educando que

unidos possam criar meios que o possibilitem a aprender. Afinal “a fim de

entendermos as dificuldades de aprendizagem plenamente, é necessário

compreendermos como o ambiente doméstico e escolar da criança afetam seu

desenvolvimento intelectual e seu potencial para a aprendizagem.” (Smith e

Strick, 2007, p.30)

A questão 4, referente a psicopedagoga, busca compreender e conhecer como

é a sua atuação psicopedagógica junto com as escolas, a psicopedagoga

entrevistada, afirmou que a sua atuação baseia-se em conhecer toda a rotina

da instituição, metodologia, para que assim possa manter um contato direto

com toda equipe pedagógica a fim de identificar como ocorre todo cotidiano

escolar do aluno, para que assim ela inicie seu processo de intervenção.

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A questão 5, aborda como os docentes se sentem ao verificar a existência de

alguma dificuldade em sala de aula e se eles conseguem ter algum apoio ou se

são ignorados. A professora A, demonstrou em sua resposta um profundo

descontentamento com a sua situação em sala de aula.

Ela afirma que é sempre desafiador lecionar, mas há casos em que ela se

sente sozinha, ela exemplifica um que está ocorrendo este ano em que um

aluno que não foi alfabetizado e mesmo assim passou de ano porque a família

pressionou a escola em tirá-lo caso não passasse para o ano letivo seguinte.

Ela acredita que esse caso por si só já mostra o descaso que ela enquanto

docente é tratada, pois esse tipo de aprovação de nada acrescenta na vida do

aluno, pelo contrário vai criando mais e mais problemas para a aprendizagem

dele e consequentemente sua ação se restringe.

Já a professora C, acredita que é seu dever sempre que observar alguma

dificuldade de aprendizagem ela deve informar aos pais e responsáveis, pois

só assim juntos podem auxiliar esse aluno, e na maioria das vezes que ela

informa ela consegue obter um retorno. A professora D, ressalta em sua

resposta um sentimento de impotência.

Depende da dificuldade. Mas na grande maioria me sinto sozinha. Pois apesar de ser formada em Pedagogia quando nos deparamos com esses casos na realidade da sala de aula a teoria se contradiz com a prática. Isso me deixa com a sensação de IMPOTÊNCIA. Tenho como exemplo minha turma do 2º ano do município de Guapimirim que tenho dois alunos com dificuldades de aprendizagem grave, como o aluno com paralisia cerebral e a com paralisia infantil. Nos dois casos não tenho nenhuma ajuda para poder lidar e “ajudar” esses alunos. (fala da professora)

Ao citar esse caso podemos, compreender o quanto uma má ação tanto por

parte da família, quanto da escola pode influenciar no desenvolvimento

educacional do aluno, afinal ninguém aprende além das suas possibilidades

elas devem ser respeitadas e trabalhadas para superar as dificuldades e

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ressaltar as suas potencialidades. Elas devem estar prontas para receber o

conhecimento e poder agir sobre ele.

Como cita Smith e Strick (2007) “as crianças devem não apenas estarem

prontas e serem capazes de aprender, mas também devem ter oportunidades

apropriadas de aprendizagem. Se o sistema educacional não oferece isso, os

alunos não podem desenvolver sua plena capacidade” (p.34)

Já a questão 5, referente a psicopedagoga, trata-se de esclarecer o que um

psicopedagogo pode fazer para auxiliar a prática docente, na tentativa de

intervir na aprendizagem daquele aluno, ela cita algumas atitudes,como auxiliar

o professor na melhor forma de elaborar um plano de aula para que os alunos

possam entender melhor as aulas, deve orientá-los da melhor forma para que

saibam como agir com aquele aluno que apresenta alguma dificuldade de

aprendizagem, ou até mesmo realizar um diagnóstico geral daquela instituição

escolar para distinguir possíveis problemas pedagógicos que possam estar

prejudicando o processo ensino-aprendizagem do aluno.

Por fim a questão 6, foi desmembrada em duas vertentes destinadas a

docentes do Ensino Fundamental e a uma professora da Educação Infantil.

Referente as professoras do Ensino Fundamental, a questão buscou distinguir

se um aluno apresentasse alguma dificuldade de aprendizagem, ela julga ser

importante a intervenção e o acompanhamento de um psicopedagogo e

porque. Todas julgaram ser importante.

A professora A, acredita que com esse apoio e intervenção elas teriam um

suporte maior e dessa forma teriam mais possibilidades de auxiliar o aluno. A

professora D também defende a ideia de que a ação de um psicopedagogo é

vital pois ele pode identificar o que está “atrapalhando” essa aprendizagem e

assim atuando de maneira preventiva para evitá-la e propiciando estratégias e

ferramentas junto ao professor que possibilitem facilitar o aprendizado de cada

aluno em especificidade.

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Referente a professora C, a questão teve o acréscimo da idade, pois foi

questionado se ela acredita ser importante a intervenção e o acompanhamento

de um psicopedagogo, mesmo o aluno sendo muito pequeno para isso já que

se trata da educação infantil e por que.

A entrevistada, impõe que não tem idade para isso, pelo contrário ela acha que

quanto antes aquele aluno que já começa apresentar sinais de dificuldade de

aprendizagem, começar a receber um auxílio melhor será o seu tratamento,

mesmo sendo ainda na Educação Infantil.

Essa posição é muito satisfatória pois “se o professor e a família,tivessem sido

devidamente orientados, a solução do problema seria bem mais simples.”

(Bossa, 2007, p.13)

Ou seja, assim como afirma a autora se desde o princípio aquele aluno obter

um acompanhamento e um tratamento especializado, melhor e mais produtivo

será o resultado. Portanto, não existe idade para sinalizar uma dificuldade de

aprendizagem, é evidente que a partir do momento que esse aluno vá

ingressar na escola é que essas dificuldades vão surgir mas a medida que isso

for observado cabe ao docente evidencia-la.

No que se refere a psicopedagoga, a questão 6, baseia em tentar compreender

qual a opinião da entrevistada acerca das dificuldades de aprendizagem e se

ela acredita existir um culpado que ocasione essas dificuldades.

Ela afirma que não existe um culpado e sim causas que as influenciam afinal

ela acredita ser inúmeros fatores e por isso é tão importante sempre que for

fazer um diagnóstico conhecer todos os ambientes e vivencias que aquele

indivíduo participa ela ressalta que é só com a observação do todo que se pode

identificar a causa real de uma dificuldade de aprendizagem.

Essa afirmativa nos esclarece justamente o que toda a pesquisa nos propôs,

que não existe uma única causadora das dificuldades de aprendizagem e nem

tão pouco um culpado, os fatores são muitos e variam de um para o outro.

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Todo indivíduo é único e consequentemente suas vivências, processos de

aprendizagem também são singulares.

Afinal, aprendemos desde cedo, aprendemos a falar, comer, andar, pensar e

um milhão de outras coisas, aprender faz parte da nossa vida, só que ninguém

aprende no mesma época, do mesmo modo, com as mesmas informações, e é

justamente assim que devemos conduzir a nossa prática como educadora,

psicopedagoga respeitando esses espaços de tempo e formas de apropriação.

Enfim, o ciclo dessa pesquisa não se fecha, pois toda pesquisa gera novas

indagações, valorizando assim cada parte e sua integração como um todo. A

Pesquisa de Campo favoreceu de forma significativa na minha formação

profissional e pessoal. Foi possível observar e analisar fatores e ações de

outros profissionais da educação, e integrá-los a meu conhecimento. Afinal

somos eternos pesquisadores, nossa aprendizagem não se limita mas se

desenvolve e enriquece a todo momento.

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CONCLUSÃO

Durante todo o processo de pesquisa foram surgindo questões acerca das

dificuldades de aprendizagem e como um psicopedagogo pode intervir nesse

processo. As respostas para essas perguntas foram essenciais para a melhor

compreensão do tema.

O estudo detalhado do referencial teórico e a pesquisa de campo foram

fundamentais para compreender qual é a função de um Psicopedagogo

Institucional Escolar, sua intervenção diante as dificuldades de aprendizagem,

como surgem essas dificuldades e quais são as mais comuns.

Compreendi que antigamente o termo “psicopedagogo” não existia, antes era

visto como médico-pedagógico com o tempo e o surgimento da necessidade de

existir um especialista voltado a área educacional e aos problemas de

aprendizagem existentes, surgiu então essa denominação.

Vários teóricos assim como Bossa (2007), me auxiliaram a descobrir a real

função de um psicopedagogo e sua atuação frente ao cotidiano escolar. Que

assim como qualquer profissional da educação ele lida com assuntos

referentes a aprendizagem, aprendizagem esta que quando não mal

desenvolvida pode indicar um sinal de dificuldade, que por sua vez pode estar

relacionada a forma como esse conteúdo é ministrado, o indivíduo como um

todo seja no seu aspecto físico como intelectual ou até mesmo com o meio que

pode ser um facilitador ou um fator prejudicial na aprendizagem.

Foi destacado também a importância de pais e professores estarem atentos a

realidade do aluno se o mesmo demonstrar algum sinal de está aquém do

desenvolvimento dos demais da turma e se as suas dificuldades forem

frequentes deve-se então encaminha-lo a um profissional que possa tentar

auxiliar esse educando. Primeiro será feito um diagnóstico, através do que for

observado é que se poderá ter uma informação clara acerca da dificuldade de

aprendizagem e somente então as medidas de intervenção possam ser

tomadas.

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Enquanto família e escola continuarem distantes, mais difícil vai ser o processo

de aprendizagem do aluno e o que talvez possa ser uma dificuldade simples,

cuja mediação seria mais fácil, pode-se se agravar e acarretar maiores

problemas aquele indivíduo.

Lógico que muitas vezes é fácil falar que é papel do docente auxiliar o

educando no processo educacional, assim como afirma MASINI (1993, p. 172)

“Para que a professora, proceda dessa maneira é necessário que ela tenha

conhecimento [.,.] e de como lidar com o aprendiz enquanto sujeito desse

processo.” Mas na verdade até que ponto os docentes devem saber lidar com

essas situações de dificuldades de aprendizagem, já que muitos lidam com

realidades difíceis em seu ambiente de trabalho, salas abarrotadas, falta de

apoio institucional e familiar. E na verdade muitos estão despreparados para

lidar com tais situações porque não tem nenhuma formação sobre o assunto

nenhum especialista que o conduza, é muito fácil apontar erros, mas

esquecemos de apontar a realidade.

Vivemos em país que mal investe na educação e o pouco que investe é mau

distribuído, índices baixos de desempenho escolar demonstram o quanto

estamos defasados no âmbito educacional, ressalto isso pois não tem como

falar de educação, aprendizagem, sem antes questionar e evidenciar nossa

realidade, portanto educadores, pais e psicopedagogos, devemos prontos e

principalmente dispostos a auxiliar o aluno mesmo em meio a tantos

obstáculos.

Busquei através dessa pesquisa, principalmente no meu estudo de campo,

sinalizar a realidade de sala de aula muitas vezes obtemos uma visão ilusória,

que sempre que o professor sinalizar algo ele vai ter total apoio por parte da

família e da escola afinal o que importa é o desenvolvimento pleno do aluno

certo? Errado, infelizmente a maioria dos entrevistados se mostraram sozinhos,

vulneráveis sem apoio algum, em alguns casos sem apoio da família, outros

por parte da escola, mas quase sempre por parte dos dois. É inegável que a

educação hoje tenha se transformado em um acúmulo de informações que são

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transmitidos aos alunos sem nenhum preparo ou totalmente aquém das suas

possibilidades.

Pais que “jogaram” toda educação de seus filhos para a escola, tirando de si a

responsabilidade de educar, não digo educar com conhecimentos integrados e

formais por que isso realmente fica a encargo da escola, mas transmitir

valores, princípios, como uma criança, por exemplo, que apresenta uma

dificuldade de aprendizagem se sente ao ver que não tem voz, que é

totalmente deixada de lado, se os seus problemas são sinalizados pela escola,

porque esses pais geralmente não tomam nenhuma providência esquecem que

é somente nessa troca e comunicação família/escola e posteriormente caso

esse aluno for encaminhado, um psicopedagogo, somente com essa interação

é que juntos possam criar possibilidades de aprendizagem para aquele

indivíduo possibilitando assim seu pleno desenvolvimento.

Acredito que essa monografia, contribua não só para os educadores que atuam

na área da educação, mas também para os pais, como um alerta e sinalizador

da importância de um acompanhamento psicopedagógico sempre que uma

dificuldade de aprendizagem seja evidenciada, ressaltando assim a ação desse

profissional na prevenção e intervenção do processo de ensino-aprendizagem.

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BIBLIOGRAFIA

BOSSA, Nadia A. – Dificuldades de Aprendizagem: O que são? Como tratá-las? – Porto Alegre – Artmed, 2007

DOCKRELL, Julie e MCSHANE, John – Dificuldade de Aprendizagem, uma abordagem cognitiva - Porto Alegre – Artmed, - 1993. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário Aurélio de Língua Portuguesa. 3° Ed. Curitiba. Editora Positivo, 2004. MASINI, Elcie F.Salzano – Psicopedagogia na escola: buscando condições para a aprendizagem significativa – São Paulo: Unimarco, 1993. MINAYO, Maria Cecília de Souza; GOMES, Suely Ferreira Deslandes Romeu. Pesquisa Social: Teoria, método e criatividade. 30° Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.

RIBEIRO, Jeanne Marie de Leers Costa/ A criança autista em trabalho / Jeanne Marie de Leers Costa Ribeiro – Rio de Janeiro – 7 letras, 2005.

ROTTA, Newra Tellechea, OHLWEILER, Lygia e RIESGO, Rudimar dos Santos, Transtornos de Aprendizagem: abordagem neurobiológica e multidisciplinar - Porto Alegre: Artmed, 2007.

SANTROCK, John W. Psicologia Educacional – 3° Ed. – Porto Alegre: AMGH, 2010.

SERRA, Dayse Carla Gênero – Teorias e Práticas da Psicopedagogia Institucional – IESDE Brasil - Curitiba – 2012. SMITH, Corinne Dificuldades de aprendizagem de A a Z : um guia completo para pais e educadores – Porto Alegre : Artmed, 2007.

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ANEXOS

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QUESTIONÁRIO REALIZADO COM PROFESSOR DO ENSINO FUNDAMENTAL

1- Quanto tempo você atua na área como docente?

2- Durante esse período em que trabalha como professor, você observou alguma dificuldade em algum aluno? Quais ou qual?

3- Assim que você observou, o que fez? Comunicou aos pais e a escola? E qual foi a reação deles?

4- Você teve algum apoio da família, da escola, ou de um psicopedagogo, depois de ser sinalizado um problema de aprendizagem? Descreva como foi esse processo.

5- Como você se sente quando se depara com alguma dificuldade de aprendizagem dentro do seu ambiente de sala de aula? Você consegue ter um suporte ou na maioria dos casos você é ignorado pela família ou pela escola? Escreva sobre.

6- Na sua opinião, se um aluno apresentar sinais de dificuldades de aprendizagem você acha importante ele ter um acompanhamento e uma intervenção psicopedagógica? Por quê?

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QUESTIONÁRIO REALIZADO COM PROFESSOR DA EDUCAÇÃO INFANTIL

1- Quanto tempo você atua na área como docente?

2- Durante esse período em que trabalha como professor, você observou alguma dificuldade em algum aluno? Quais ou qual?

3- Assim que você observou, o que fez? Comunicou aos pais e a escola? E qual foi a reação deles?

4- Você teve algum apoio da família, da escola, ou de um psicopedagogo, depois de ser sinalizado um problema de aprendizagem? Descreva como foi esse processo.

5- Como você se sente quando se depara com alguma dificuldade de aprendizagem dentro do seu ambiente de sala de aula? Você consegue ter um suporte ou na maioria dos casos você é ignorado pela família ou pela escola? Escreva sobre.

6- Na sua opinião, se um aluno apresentar sinais de dificuldades de aprendizagem você acha importante ele ter um acompanhamento e uma intervenção psicopedagógica, mesmo sendo ainda muito pequeno para isso, já que se trata da Educação Infantil? Por quê?

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QUESTIONÁRIO REALIZADO COM O PSICOPEDAGOGO

1- Quanto tempo você atua na área da Psicopedagogia Institucional?

2- Você acha importante a relação do psicopedagogo com a escola?

3- Normalmente as escolas são receptivas, com uma intervenção psicopedagógica?

4- Como você enquanto profissional da área, realiza seu trabalho de intervenção nas escolas?

5- O que o psicopedagogo pode fazer para auxiliar a prática do docente?

6- Qual a sua opinião sobre as dificuldades de aprendizagem? Será que existe um culpado?