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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A MOTIVAÇÃO NO SERVIÇO PÚBLICO Por: Mariângela Carvalho Dias Orientadora Prof. Ana Paula Ribeiro Rio de Janeiro 2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A MOTIVAÇÃO NO SERVIÇO PÚBLICO

Por: Mariângela Carvalho Dias

Orientadora

Prof. Ana Paula Ribeiro

Rio de Janeiro

2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A MOTIVAÇÃO NO SERVIÇO PÚBLICO

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Gestão Pública

Por: . Mariângela Carvalho Dias

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais, amigos, a minha

Orientadora e a todos que colaboraram

para que eu chegasse à conclusão deste

trabalho.

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RESUMO

Este trabalho consiste em uma pesquisa descritiva, através de consulta

da bibliografia citada e alguns sites, sobre a motivação no serviço público e

como manter as metas do funcionalismo, incrementando a motivação do

servidor dentro de um ambiente genérico.

Buscou-se discorrer sobre algumas razões comuns para a perda de

motivação do membro de uma equipe, como falta reconhecimento,

conhecimento dos objetivos da atividade que realiza, os processos mal

estruturados, a inadequação as características da equipe, até a falta de

perspectiva de futuro e a inépcia dos superiores hierárquicos.

Somam-se os fatores de desatualização dos sistemas de

administração, a complexidade crescente de conhecimento técnico e fluxos de

informação aliados à burocracia; normas pré-estabelecidas; falta de incentivos

na formação do servidor e muitos outros fatores. Constatamos assim, uma

defasagem e ineficiência crescentes no funcionalismo público.

Como meta geral, buscamos a valorização do potencial humano das

pessoas que trabalham no serviço público, procurando soluções para a

qualidade de vida e trabalho no funcionalismo.

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METODOLOGIA

A metodologia usada neste trabalho foi uma pesquisa bibliográfica,

como leitura de livros, pesquisa na internet, revistas e observação do objeto de

estudo no trabalho, cursos, etc. Após coleta de dados, elaboração de um texto

sintetizando as questões mais importantes. Incluo aqui, os créditos à Fundação

Getúlio Vargas e a Universidade Cândido Mendes que cederam o material que

foi um dos objetos de estudo.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 07

CAPÍTULO I - Conceito 11

CAPÍTULO I I - Teorias sobre Motivação 19

CAPÍTULO I I I - Caminho para soluções 36 CAPÍTULO VI - Gestão de Pessoas 43 CONCLUSÃO 47

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 49

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INTRODUÇÃO

A motivação é um tema sempre fundamental na realidade profissional.

Atrair e manter as pessoas dentro das organizações, assegurando-lhes

condições para que possam satisfazer os anseios internos de crescimento

psicológico e desenvolvimento profissional, tem sido motivo de preocupação

cada vez maior.

A motivação no trabalho é um tema vasto e complexo, que objetiva a

investigação permanente por parte dos cientistas comportamentais que

estudam as organizações, bem como por aqueles que as administram, tendo

em vista que, sem as pessoas, todos os demais recursos tornam-se

inoperantes.

Dentro de um contexto global, um dos setores mais defasado e

resistente a mudanças parece ser o serviço público, especialmente na gestão

dos recursos humanos que por conseqüência gera os demais recursos de uma

organização.

A globalização alcança hoje praticamente todos os países e tem

causado mudanças importantes nas relações sociais, em que se incluem as

transformações na força de trabalho e na reorganização do mercado mundial,

atingindo e influenciando as organizações, tanto públicas como privadas.

Temos como reflexos da globalização a competição internacional

intensa, uma força produtiva que exige mais do trabalho do que simplesmente

um meio de ganhar a vida, e uma complexidade crescente de conhecimento

técnico e fluxos de informações, pressiona as organizações a explorar formas

inovadoras de utilizar os Recursos Humanos com mais eficácia.

O trabalho que ideologicamente, era fonte de auto-estima e de

realização pessoal, representa para a maioria, nos dias de hoje, apenas um

meio de sobrevivência (Bergamini, 1997).

Nos últimos meses, o crescimento a nível mundial diminuiu seu ritmo,

uma crise econômica vem se estabelecendo, e assim, a maioria dos países

enfrenta crises econômicas, em especial, problemas de desemprego. Essa

situação atinge todos os países. Nem o maior império mundial, Os Estados

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Unidos da América, atravessam incólumes essa situação, basta ver a

importância que a questão do emprego teve na última disputa eleitoral da

eleição presidencial americana.

De tempos em tempos, acontecem longos períodos de desemprego,

gerados ou pela crise econômica, novas tecnologias de informática e

comunicação e estes determinam a eliminação de milhões de empregos, caso

por exemplo do setor bancário no Brasil. Este contexto faz com que as pessoas

questionem suas perspectivas motivacionais dentro da vida profissional.

(Bergamini, 1997).

Pouco foi feito para mudança que considere a introdução de uma

“cultura gerencial” voltada para resultados e baseada em conceitos modernos

de administração pública, pois, na verdade, a reforma administrativa resumiu-

se a busca de contenção do déficit público, através do corte de gastos com

pessoal, praticamente “satanizando” o funcionalismo público e as carreiras

típicas do Estado.

Como exemplo, no Poder executivo, o governo federal não deu

qualquer indicativo no sentido de assumir atitudes e definir medidas que

assegurem o fortalecimento da gestão e do comportamento profissional na

administração pública. Na realidade, os governos não têm adotado uma visão

de longo prazo, objetivando a profissionalização da máquina pública e a

elevação consistente de seus padrões de efetividade, eficácia e eficiência.

Paradoxalmente, a máquina administrativa nunca esteve tão inchada com

cargos comissionados e outras variantes, enquanto o “défict” público só

aumenta.

Uma discussão mais ampla precisa ser pensada , visando a

necessidade de termos um funcionalismo de alto nível, o que deveria ser uma

preocupação de qualquer organização, tanto pública como privada. Assim,

qualquer tentativa de reduzir benefícios dos servidores deve vir acompanhada

de uma reestruturação que valorize as carreiras e premie os bons funcionários.

A solução dos complicados problemas da gestão estatal passa por

providências que interferem nas práticas governamentais concretas,

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especialmente nas práticas e padrões de administração, como também na

valorização dos servidores públicos.

Se os temas motivação e satisfação são fundamentais para a gestão

de recursos humanos na iniciativa privada, não poderia ser diferente na

administração pública, mesmo que tenham características peculiares e muito

distintas.

A tentativa de renovação esbarra sempre em questões burocráticas,

normas, regras, estatutos e principalmente questões de autonomia e

hierarquia.

Na contramão desta realidade, o serviço público vem tentando se

modernizar, com planejamento em gestão, e o servidor que entrou por mérito,

disputando uma vaga em concurso, valoriza sua carreira e sua capacitação

profissional. Para ele, os novos profissionais devem manter o entusiasmo no

trabalho e não se deixar contaminar por posturas negativas dos colegas. Ainda

existem aqueles que não acreditam em mudanças e fazem resistência para

que nada avance e ninguém se sinta responsável por melhorar a qualidade do

serviço prestado em seu setor, mas isso não deve influenciar quem chega com

dinamismo e novas idéias.

A partir deste contexto, esta pesquisa abordou uma organização

pública genérica, para analisar a satisfação e motivação dos servidores.

Importância da motivação:

As constantes mudanças em todas as áreas que vemos hoje em dia,

as necessidades de atualização e melhora de desempenho e qualidade, o

mundo cada vez mais competitivo dos negócios, são conseqüências direta da

globalização e exigem um alto nível de motivação.

Pessoas motivadas são o principal combustível de uma empresa.

As empresas estão valorizando cada vez mais o comprometimento das

pessoas. Os funcionários comprometidos são os que fazem parte das decisões

e soluções das empresas e nos quais elas devem investir.

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A motivação é a chave do comprometimento. É mais fácil para uma

empresa conseguir pessoas eficientes, do que pessoas comprometidas.

Neste contexto identificar fatores capazes de promover a motivação dos

empregados e dominar as técnicas adequadas para trabalhar com ela, vem-se

tornando tarefa das mais importantes para os gerentes. No setor público o

desafio dessa competitividade e pressão por resultados, na maioria das vezes

não existe, mas dependendo de cada equipe, podemos utilizar estes conceitos

como iniciativa para a criatividade.

Em suma, tendo como justificativa deste trabalho a procura de

soluções para a realidade do servidor no contexto motivação, pesquisaremos

autores com conceitos e propostas diferentes, tentando encontrar um

consenso.

Levantamos a hipótese de que uma mudança de cultura no

funcionalismo, com valorização e incentivos que vão muito além do plano de

cargos e salários, pode contribuir na mudança de postura e empenho deste

servidor público, diminuindo assim o abismo entre os setores público e privado.

Como objetivo geral temos a valorização do potencial humano das

pessoas que trabalham no serviço público, procurando soluções para a

qualidade de vida e trabalho no funcionalismo.

Como objetivo específico, através de uma pesquisa descritiva, abordar

as disparidades nas duas realidades das organizações públicas e privadas, e

possíveis soluções num contexto da globalização.

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CAPÍTULO I

CONCEITO:

Motivação é a força que estimula as pessoas a agir. No passado se

acreditava que esta força era determinada pela ação de outras pessoas, como

pais, professores e chefes.

Hoje sabemos que a motivação começa com uma necessidade. Cada

um de nós possui motivações geradas por necessidades distintas e a rigor não

se pode afirmar que uma pessoa é capaz de motivar outra.

As necessidades não satisfeitas são necessidades intrínsecas às

pessoas e são elas que condicionam à motivação. Um gerente não pode

motivar seus funcionários, mas satisfazer as necessidades humanas ou

contrafazê-las . (Archer, 1990).

A evidência de que de fato uma pessoa não é capaz de motivar outra ,

não pode significar que o fenômeno da motivação deva ser desconsiderado

pelo gerente. Pelo contrário, o gerente precisa estar atento à motivação de

seus funcionários. Precisa estar apto para identificar suas necessidades e criar

as condições de que o ambiente de trabalho, como também as tarefas a eles

atribuídas possam satisfazê-los. Assim, os gerentes não podem motivar seus

empregados, mas precisam dispor de conhecimentos e habilidades suficientes

para despertar ou manter sua motivação no trabalho.

Não se pode gerar a necessidade, mas sim despertar a motivação.

O objetivo motiva o comportamento humano, muitas vezes este

objetivo está inconsciente. A motivação de uma pessoa depende da força de

seus motivos, estes são as molas para a ação. Os motivos ou necessidades

dirigem-se para os objetivos, que estão fora dos indivíduos.

Os indivíduos têm milhares de necessidades. Todas competem por seu

comportamento. A necessidade mais forte em determinado momento é que

conduzirá a atividade.

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Mudanças na motivação:

Os motivos tendem a perder a força ao serem satisfeitos. Quando isto

ocorre, outras necessidades competitivas se tornam mais intensas. Por

exemplo, se num indivíduo a sede é uma necessidade muito forte, a ingestão

de água tende a reduzir essa força, fazendo com que outras necessidades se

tornem mais importantes.

Também se observa mudança na força dos motivos quando sua

satisfação é bloqueada . Essa mudança nem sempre se manifesta no início. O

mais normal é que a pessoa procure apresentar um comportamento para

eliminar o bloqueio.

As primeiras tentativas para se eliminar os bloqueios à satisfação

tendem a ser racionais. Quando a pessoa percebe que não pode alcançar o

objetivo de determinada maneira, pode tentar de outras maneiras até alcançar,

ainda que parcialmente, a realização do objetivo.

Quando os objetivos substitutos não produzem resultados positivos, as

pessoas tornam-se frustradas e podem desenvolver comportamentos

irracionais.

Esses comportamentos podem ocorrer como mecanismos de defesa.

Os mais comuns são:

• agressão: a pessoa passa a dirigir sua hostilidade contra a pessoa ou o

objeto que, em seu entender, constitui a causa da frustração. O

empregado frustrado em seu trabalho pode tentar agredir seu chefe, ou

então prejudicar sua imagem por meio de boatos;

• deslocamento: com freqüência as pessoas são impotentes para atacar

diretamente a causa de sua frustração. Daí procurarem deslocar a sua

agressividade para outros alvos. Por exemplo, um empregado pode não

agredir seu chefe, pois sabe que pode ser prejudicado por isto. Então

ele pode discutir com a mulher, ou alguém próximo.

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• racionalização: quando uma pessoa se sente incapaz para realizar

determinado objetivo, pode racionalizar, ou procurar desculpas para o

seu insucesso . Ele poderá dizer: Não consegui promoção na empresa

porque não sou puxa-saco ou pensando bem, eu não queria aquele

emprego;

• regressão: algumas pessoas frustradas tendem a desistir de tentativas

construtivas de solução de seus problemas e a regredir a um

comportamento infantil. Por exemplo assumindo uma atitude

irresponsável; fixação: ocorre quando a pessoa continua a apresentar

repetidamente um comportamento improdutivo. No serviço público

podem ser verificados muitos casos de fixação, quando mesmo com

penalidades, a pessoa continua com um comportamento censurável;

• fuga: é comum a situação de pessoas que, às voltas com um problema,

procuram ignorá-lo ou fugir dele.

• resignação: ocorre quando, depois de prolongada frustração, uma

pessoa desiste de alcançar seu objetivo. Esse comportamento pode ser

observado em pessoas que desempenham tarefas rotineiras e se

tornam resignadas, admitindo que em seu ambiente não há chance de

melhoria. Situação comum no serviço público.

Motivação extrínseca:

Os ditadores são detestados porque usam o controle. À medida que se

aceita que o dinheiro motiva, por exemplo, aquilo que realmente se aceita é

que o dinheiro controla. Quando isso acontece, as pessoas se tornam

alienadas e desistem de sua autenticidade. À medida que se perde de vista a

motivação intrínseca, está-se favorecendo um meio poderoso de alienação.

Sistemas de premiação por desempenho, como, por exemplo,

pagamento por mérito, muito em uso na atualidade, foram inspirados nas

teorias do condicionamento.

Essas teorias conduzem à crença de que as pessoas estão presas a

seus cargos, devido a um sistema de recompensas externas, não levam em

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conta aspectos referentes as intenções das pessoas, mascarando, portanto, a

compreensão dos motivos pessoais e seus potenciais de energia motivacional.

Ao darem mais ênfase às conseqüências do comportamento, essas teorias

ignoram predisposições interiores. Assim a teoria do reforço, não é uma teoria

sobre motivação, porque, em si mesma, não se preocupa com aquilo que

energiza ou dá início aos comportamentos.

Os fatores de satisfação que estão fora das pessoas só podem ser

entendidos como reforçadores de comportamentos e como tal tem efeito

passageiro.

Para Deci, a recompensa encoraja a responsabilidade e não

compromete a autenticidade da ação, o que aumenta o sentido de autonomia.

A crença de que as recompensas tangíveis motivam, passam a

planejar programas de concessão de bônus e prêmios. Essas empresas têm

conseguido melhoras na produtividade. Todavia esta melhora não é duradoura.

A médio e longo prazos, passarão a representar uma fonte indesejável de

insatisfação.

Propõe Kohn que muitos executivos acreditam que cada programa tem

suas particularidades e inventam novas maneiras de tratar situações

equivalentes; consultores inventam novos prêmios; incentivos grupais

estimulam a quantidade e não a qualidade e suas variantes. Aliar o dinheiro ao

desempenho produz um resultado efêmero. Isto se verifica no dia seguinte à

vigência desses planos, quando tudo volta a ser como era antes, senão muito

pior.

Muitos outros fatores de motivação devem ser considerados que não

estão necessariamente sob o controle do administrador. Administrar usando

recompensas e punições não é tão previsível quando se possa ingenuamente

desejar.

Motivação intrínseca:

A ênfase dada às medidas de compensação pelo bom desempenho foi

tão acentuada que a satisfação passível de ser conseguida pelo trabalho

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acabou sendo confundida com a própria motivação para executá-lo. Um exame

da situação mostra que os conceitos são independentes.

A dinâmica motivacional depende de numerosos fatores ligados ao

cargo em si, às características individuais, bem como ao resultado que o

trabalho possa oferecer. Confundir a motivação com a antecipação das

recompensas desejadas pelos indivíduos constitui um modelo muito

simplificado do fenômeno motivacional.

Quando as pessoas descumprem determinadas ordens, podem não

estar dispostas a fazer determinado tipo de trabalho. A motivação parte do

interior de cada um e está ligada ao desejo. Não podemos motivar e sim

estimular as outras pessoas. O cumprimento das orientações está

condicionado a força do desejo. (Gooch e McDowell, 1988)

A motivação tem liberdade e autonomia próprias e assim as pessoas

fazem as coisas quando e como querem. (Bergamini, 1997)

É interessante notar que, cada dia mais, os autores têm se referido à

importância das fontes internas e intrínsecas de energia motivacional, deixando

sempre subjacente a crença que nada se pode fazer para conseguir motivação

de uma pessoa, a não ser que ela mesma esteja espontaneamente predisposta

para tanto.

Em outros termos por motivação entende-se, ao mesmo tempo, a

direção e a amplitude das condutas, que comportamentos são escolhidos, com

que vigor e intensidade.

As pessoas distribuem o seu tempo, com as atividades para as quais

estão mais motivadas. Quanto mais motivação houver com relação a uma

atividade, menos as pessoas vêem o tempo passar enquanto desempenham

esta atividade.

Pelo contrário, se há falta de motivação, o dia de trabalho parece longo

demais.

Nisto reside a grande dificuldade do estudo direto do fenômeno

motivacional: não se consegue contar com testes que avaliem o percentual de

motivação a cada diferente tarefa.

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É mera questão de justiça acrescentarmos que muitos destes teóricos

também s preocupavam em encontrar uma resposta que fosse coerente com a

dignidade e independência essenciais do indivíduo. Talvez devêssemos sentir

alívio quanto ao fato de que não foi encontrada qualquer fórmula garantida de

motivação.

Determinado objetivo só pode ser realmente compreendido diante do

significado que lhe atribuído pela carência interna que lhe corresponde. Assim

motivação e necessidade são sinônimos; quanto maior for a necessidade maior

a motivação.

A satisfação de uma necessidade não paralisa a ação do ser humano;

pelo contrário, o próprio fato de satisfazer uma vontade faz com que outra

venha a tona, disparando assim nova conduta de busca rumo a outro objetivo

motivacional. Levando em conta esse desencadeamento, toda e qualquer

generalização sobre tipos e objetivos motivacionais que sejam mais

frequentemente perseguidos pela maioria dos indivíduos pareça ingênua e

inadequada. Ditadores controlam e são desprezados por isso.

Quando se diz que o dinheiro motiva, na verdade diz-se que o dinheiro

controla. Quando nos forçamos a fazer aquilo que devemos fazer, desistindo

de nossa autenticidade, nos tornamos alienados. (Deci ,1996). Este conceito de

alienação tem para o autor o significado de perda de contexto com a motivação

intrínseca, com a sua vitalidade e o seu entusiasmo.

A observação, por mais simples que seja, ensina-nos que a conduta de

um ser não depende somente da situação exterior, mas também do ser em si

mesmo, quer dizer, dos seus fatores internos; assim, dentro de situações

idênticas, seres diferentes possuem condutas diferentes.

O objetivo motivacional é perseguido a cada momento particular e a

direção da busca será prioritariamente determinada por um fator interno e

individual.

Sem o apoio da pesquisa e da teoria oferecidas pela ciência

psicológica, corre-se um sério perigo de gerar medida que desorganizam o

comportamento em qualquer situação. Um exemplo dessa perigosa confusão é

dado pelas empresas que se utilizam da premiação extrínseca, pretendendo

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criar ou aumentar a motivação no trabalho. Embora muito valorizada pela

Psicologia, a teoria dos instintos não tem sido facilmente aceita pelos

administradores. Este enfoque torna forçoso aceitar que não se consegue

motivar as pessoas em situação de trabalho. Consegue-se sim condicioná-las

através da manipulação das variáveis ambientais.

Quando as pessoas dizem que o dinheiro motiva, quem dizer que o

dinheiro controla. Quando isto acontece as pessoas se tornam alienadas.,

desistem de ser autênticas Ditadores controlam e são desprezados por isso.

Esta alienação tem para o autor o significado da perda de contato com sua

motivação intrínseca, com a sua vitalidade e o seu entusiasmo.

Embora não queiram ser chamados de controladores, os

administradores não se mostram muito abertos em aceitar o caráter interno da

motivação, bem como a conseqüente independência de fatores que possam

ser oferecidos pelo ambiente.

Freud deixa subjacente a idéia de que nem o próprio indivíduo

consegue interferir no desencadeamento do seu processo motivacional. Ele

propõe que há fatos ou conteúdos psíquicos que escapam ao conhecimento de

uma pessoa, e em grande número de ocasiões ela não conhece a origem das

pulsões que a conduzem rumo a determinado objetivo. Para Freud, as pessoas

ignoram a maior parte de suas ações.

O mundo externo de cada um é percebido e valorizado em função dos

fatos armazenados no seu mundo interior que dá a eles um colorido especial.

A estratégia de se trabalhar com pessoas motivadas exige maior

dedicação do seu superior, ele deve conhecer as necessidades de cada um de

seus subordinados, há que se entender também, que a motivação individual

pode sofrer, com relação à mesma pessoa, variações ao longo do tempo,

considerando o fato de que uma necessidade motivacional atendida

desaparece, dando origem a novos estados de carência. Esta é uma situação

que exige extrema dedicação por parte daqueles que não aceitam condicionar

os seus subordinados.

Os rumos assumidos na gestão das pessoas mostram ser inglória a

luta contra as diferenças individuais. È necessário ir ao encontro do sentido que

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cada um atribui àquilo que faz, isto é, ao sentido que atribui à sua própria vida

no trabalho.

Motivação consciente:

O desempenho motivado depende da maneira que se vê uma situação

e das necessidades deste indivíduo (Lawler,1981).

A motivação para o trabalho aparece com um fenômeno complexo, que

não se pode analisar, sem levar em consideração o conjunto da situação, quer

dizer, o indivíduo, o trabalho e a organização com as suas regras , os seus

objetivos e o clima que lhe é próprio. O indivíduo busca através de seu

trabalho, uma oportunidade de atualizar as suas potencialidades, criando com

isso uma indispensável ligação com a comunidade, no seu sentido mais amplo.

É nesse sentido que esse trabalho se torna um referencial de auto-estima.

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CAPÍTULO II

TEORIAS SOBRE MOTIVAÇÃO:

A hierarquia das necessidades de MASLOW:

A idéia de hierarquizar ou de classificar os motivos humanos, como

Maslow propôs em 1948, foi inovadora para que se pudesse compreender

melhor o comportamento humano na sua variedade. Na hierarquia da pirâmide

podemos priorizar os objetivos e as necessidades motivacionais.

Figura 1: A pirâmide de Maslow.

Fonte: extraído de Maslow (2000, p. xxv).

Em ordem ascendente, as necessidades humanas básicas, de acordo

com a pirâmide de Maslow, são as seguintes (Lopes, 1980):

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1. funções fisiológicas: é o mais básico nível da hierarquia das

necessidades.

Em geral, corresponde aos motivos primários não aprendidos ou

naturais. São as necessidades inatas, como as de alimentação, de sono

e repouso, de abrigo ou desejo sexual; segurança: constitui o segundo

nível das necessidades humanas.

Refere-se às necessidades de segurança contra perigos, ameaças,

privações, doenças, instabilidade no emprego, inadequada retribuição

salarial, etc.;

2. sociais: este nível, de maneira aproximada, está relacionado com a vida

associada do indivíduo junto a outras pessoas; nasce da natureza

gregária do homem;

3. auto-estima: diz respeito à necessidade de estimar a si próprio, de como

a pessoa se vê e se avalia, de estimar e respeitar outras pessoas e de

fazer-se respeitar e estimar por outras pessoas;

4. auto-realização: são as necessidades humanas mais elevadas e que se

encontram no topo da hierarquia. Representam a culminância das

necessidades de todos os níveis. Significa a motivação de um indivíduo

para transformar sua percepção de si próprio em realidade, em pleno

desenvolvimento de todas as potencialidades de uma pessoa, inclusive

da oportunidade de usar o pensamento criativo.

Apesar da popularidade de sua teoria, Maslow admitiu a existência

exceções relativas à seqüência hierárquica proposta por ele.

Conforme Bergamini (1997), diversos estudos realizados após a

divulgação desta teoria mostraram que não há clara evidência de que as

necessidades possam ser classificadas em apenas cinco categorias ou mesmo

que as mesmas possam estar em uma rígida hierarquia especial.

A teoria X e Y de McGregor:

Douglas McGregor retoma alguns dos argumentos de Maslow para

explicar o seu modelo, no qual ele relaciona os conceitos de motivação e

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liderança. Para este autor as motivações correspondem a diferentes estilos de

liderança. (Motta;Vasconcelos, 2002).

McGregor (1999) trabalhou com duas concepções fundamentais na

explicação da motivação humana:

-A primeira, ele denominou de Teoria X, que engloba uma concepção

tradicional de direção e controle, relacionada a um conjunto de pressuposições

de que o ser humano, de modo geral, tem aversão ao trabalho e o evita sempre

que possível, sendo que, por isso, a maioria das pessoas precisa ser coagida,

controlada e ameaçada de punição para que se esforcem para atingir os

objetivos organizacionais; tais pessoas preferem ser dirigidas, evitam

responsabilidades, têm relativamente pouca ambição e querem, assim,

segurança acima de tudo.

-A segunda, ele denominou de Teoria Y, que enfoca uma integração

dos objetivos individuais e organizacionais, em que a pressuposição é que o

dispêndio de esforço físico e mental no trabalho é tão natural como o jogo ou o

descanso e o controle externo e a ameaça de punição não são os únicos meios

de estimular o trabalho em vista dos objetivos organizacionais e que o

compromisso com os objetivos é dependente das recompensas associadas à

sua consecução. Essa teoria considera a motivação como base de toda a

atividade administrativa e acredita que as organizações devem aprender a

utilizar as Ciências Sociais a fim de tornar a organização verdadeiramente

eficaz. A Figura 6 ilustra, comparativamente, as teorias X e Y.

TEORIA X

· As pessoas são preguiçosas e indolentes.

· As pessoas tendem a evitar o trabalho.

· As pessoas evitam a responsabilidade para se sentirem seguras.

· As pessoas são ingênuas e se sem iniciativa.

TEORIA Y

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· As pessoas gostam do trabalho que exercem e são esforçadas e

dedicadas.

· As pessoas consideram o trabalho como algo natural a ser realizado.

· As pessoas são criativas e competentes.

Figura 2: Comparativo da Teoria X e da Teoria Y.

Fonte : adaptado de Motta e Vasconcelos (2002, p. 77).

Para McGregor, a administração é em suma um processo de criação

de oportunidades com remoção de obstáculos, encorajando assim o

crescimento e realização de potenciais. Esta formulação de McGregor tem

muito a ver com a “administração por objetivos” de Peter Drucker, no que se

refere à concepção da natureza humana e das suas funções da administração

(Motta; Vasconcelos 2002).

A teoria dos dois fatores de Herzberg:

A teoria das satisfações humanas, proposta por Frederick Herzberg

(1997), foi baseada em uma pesquisa que inicialmente examinou eventos nas

vidas de engenheiros e contadores e em outras dezesseis investigações

posteriores, incluindo algumas em países comunistas na época. As

descobertas desses estudos mostraram que os fatores envolvidos na produção

da satisfação e da motivação são independentes e distintos dos fatores que

levam à insatisfação no trabalho.

Os fatores higiênicos referem-se aos necessários para ajustar os

empregados a seu ambiente, tais como pagamento e condições de trabalho.

Esses fatores não são suficientes para promover a motivação, mas precisam

ser pelo menos satisfatórios para não desmotivar as pessoas.

Os fatores motivadores referem-se a fatores tais como responsabilidade

e reconhecimento e são os que realmente promovem a motivação no trabalho.

Os fatores de crescimento foram chamados de motivadores e os

negativos de higiênicos, sendo que os eventos higiênicos ou de manutenção,

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quando ausentes, levam à insatisfação no trabalho, enquanto que os eventos

motivadores, quando presentes, levam à satisfação (Herzberg,1997). Para o

autor, como estes fatores precisam ser examinados distintamente, dependendo

do fato de se tratar de fatores de satisfação ou insatisfação, segue-se que

estes sentimentos não são opostos um ao outro.

Conforme Herzberg (1997) o oposto de satisfação no trabalho é a

ausência desta; e não a insatisfação, da mesma forma, o oposto de

insatisfação no trabalho é a ausência de insatisfação. Esses dois fatores, em

conjunto, também tornaram conhecida esta teoria como a “teoria do fator dual”

ou “teoria dos dois fatores”.

O enunciado deste conceito, para Herzberg (1997), apresenta um

problema de semântica, tendo em vista que normalmente a satisfação e a

insatisfação são consideradas antônimas, isto é, o que não é satisfatório

precisa ser insatisfatório e vice-versa. Mas para ele, quando se trata de

compreender o comportamento das pessoas em seu trabalho, está envolvido

muito mais que um jogo de palavras, pois estão presentes duas necessidades

diferentes do homem.

Uma delas pode ser considerada como originária da natureza humana

e a outra está relacionada com uma característica humana singular. Herzberg

(1976) apresenta, em seu artigo, uma figura com a composição dos fatores que

contribuem para a satisfação e insatisfação no trabalho, a partir de uma

amostra de 1.685 funcionários, onde os resultados indicam que os motivadores

foram a principal causa de satisfação; e os fatores higiênicos, a principal causa

de descontentamento no trabalho. Entre os funcionários estudados em 12

investigações, estavam presentes empregados de diversos tipos, como

supervisores de nível inferior, mulheres profissionais, administradores

agrícolas,homens prestes a se aposentar em cargos de direção, pessoal da

manutenção de hospitais, oficiais militares, engenheiros, cientistas, donas-de-

casa, professores contadores, entre outros.

Em sua pesquisa, Herzberg perguntou às pessoas que eventos em seu

trabalho lhes haviam proporcionado extrema satisfação ou extrema

insatisfação.

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Para Herzberg os fatores que apareceram como os que provocaram

maior satisfação são: realização, reconhecimento, o próprio trabalho,

responsabilidade, progresso e crescimento. Os fatores que apareceram como

os que provocaram maior insatisfação são: política e administração da

empresa, supervisão, relações com o supervisor, condições de trabalho,

salário, relacionamento com os colegas,vida pessoal, relações com

subordinados, status e segurança.” (Herzberg,1997).

A partir destas constatações, Herzberg definiu que os fatores de

desenvolvimento ou motivadores inerentes ao próprio trabalho são: realização,

reconhecimento da realização, o próprio trabalho, responsabilidade e

desenvolvimento ou progresso. Os fatores de prevenção da insatisfação ou

higiene compreendem: política e administração da companhia, supervisão,

relações interpessoais, condições de trabalho, salário, situação e segurança.

FATORES HIGIÊNICOS FATORES MOTIVACIONAIS

Política e administração da companhia Realização

Supervisão Reconhecimento

Relações interpessoais O próprio trabalho

Condições de trabalho Responsabilidade

Salário Progresso

Situação Desenvolvimento

Segurança

Figura 3: Motivadores versus higiene.

Fonte: adaptado de Herzberg (1997a, p. 117).

A teoria da contingência de McCleland:

A teoria contingencial, desenvolvida por David McClelland

(Motta;Vasconcelos, 2002), após anos de experiências em vários lugares do

25

mundo, e inspirada nos trabalhos de Henry Murray, obteve algumas conclusões

relacionadas com a motivação, idealizando um modelo baseado em três

variáveis: necessidade de realização, de afiliação e de poder. McClelland,

através de seus pressupostos, acredita que a motivação é dinâmica e os três

grupos de necessidades são variáveis de um indivíduo para outro e se

apresentam com diversas intensidades.

A necessidade de realização é o desejo inconsciente de atingir um

nível de excelência técnica ou profissional. O desejo de realização é controlado

por diversas forças como a necessidade de ser aprovado socialmente,

necessidade de status, conhecimentos e habilidades.

Já a necessidade de poder é de ter de tomar decisões que possam

influenciar outros indivíduos, coisas ou sistemas. É importante ressaltar que

esta necessidade varia em intensidade de acordo com cada indivíduo.

A necessidade de afiliação é o desejo inconsciente de fazer parte de

um grupo social acolhedor e é expressa pelo conjunto de impulsos que leva o

indivíduo a procurar ou manter relações afetivas com outros indivíduos. Como

exemplo, pode ser citada a amizade.

Teoria da Contingência da motivação:

Necessidade de realização Necessidade de poder Necessidade de afiliação

Figura 4: Teoria da contingência.

Fonte: adaptado de Motta e Vasconcelos (2002, p. 84)

A teoria da expectância de Vroom:

A teoria da expectância de Vroom, também conhecida como teoria da

instrumentalidade (LOPES, 1980), foi formulada por Vitor H. Vroom em virtude

de sua rejeição à teoria de Herzberg. Vroom enfocou seus estudos no

comportamento individual ligado ao trabalho. Em relação à motivação, o autor

afirmou que a força motivacional que atrai o indivíduo para o seu trabalho é o

26

produto da expectativa pelo resultado obtido e o valor representado pelo

caminho a ser percorrido para se chegar ao objetivo final (GESTÃO,1997).

A teoria de Vroom abrange quatro conceitos fundamentais: valência,

instrumentalidade, expectativa e força motivadora. Valência significa a força

que um resultado tem sobre um indivíduo quando confrontado com outros

resultados.

Já a instrumentalidade é a idéia subjetiva que cada indivíduo tem dos

meios utilizados para atingir seus objetivos. A expectativa é uma crença na

probabilidade de que um ato particular será seguido por um resultado

particular.

E, finalmente, força motivadora, é função de sua expectativa de que

certos resultados decorrem de seu comportamento e da valência para ele

desses resultados (LOPES, 1980).

As Teorias da Administração Pública:

As organizações privadas, em um mundo globalizado, precisam ser

cada vez mais competitivas e produtivas para enfrentar o desafio da

continuidade; para tanto, vêm usando todas as armas gerenciais disponíveis,

pois se não acompanharem as mudanças, elas fecham. Já o Estado que se

desenvolveu junto com a Revolução Industrial, significando um grande avanço

sobre o exercício arbitrário, deixou de funcionar bem, por não ter acompanhado

as mudanças atuais e de certo modo faliu. As causas da crise do Estado atual

são decorrentes em grande parte da sua grande e histórica aderência ao

modelo burocrático weberiano e na dissintonia do poder político com as

questões da cidadania.

Uma nova gestão pública é necessária para que o Estado possa

cumprir sua função de melhorar a qualidade de vida da população e responder

ao cidadão/cliente de forma a satisfazê-lo.

Numa perspectiva histórica, verifica-se que a administração pública do

Estado - cujos princípios e características não devem ser confundidos com os

27

da administração de empresas privadas - evoluiu através de três modelos

básicos: a administração pública patrimonialista, a burocrática e a gerencial.

Essas três formas se sucedem no tempo, sem que, no entanto,

qualquer uma delas seja inteiramente abandonada .

Administração Pública Patrimonialista:

No modelo da administração pública patrimonialista (ou do

patrimonialismo), o aparelho do Estado funciona como uma extensão do poder

do soberano e os seus auxiliares e servidores possuem status de nobreza real.

Os cargos são considerados prebendas. A res publica não é diferenciada da

res principis. Em conseqüência, a corrupção e o nepotismo são inerentes a

esse tipo de administração. Quando o capitalismo e a democracia se tornam

dominantes, o mercado e a sociedade civil passam a se distinguir do Estado.

Administração Pública Burocrática:

O modelo da administração pública burocrática clássica , baseada nos

princípios da administração do Exército prussiano, foi implantada nos principais

países europeus no final do século XIX, nos Estados Unidos no começo deste

século e no Brasil em 1936, com a reforma administrativa promovida por

Maurício Nabuco e Luiz Simões Lopes, como forma de combater a corrupção e

o nepotismo patrimonialista. Constituem princípios orientadores do seu

desenvolvimento a profissionalização, a idéia de carreira, a hierarquia

funcional, a impessoalidade, o formalismo; em síntese, o poder racional-legal.

Os controles administrativos, visando evitar a corrupção e o nepotismo, são

sempre priorizados. Parte-se de uma desconfiança prévia dos administradores

públicos e nos cidadãos que lhes dirigem demandas. Por isso, são sempre

necessários controles rígidos dos processos, como por exemplo, na admissão

de pessoal, nas compras e no atendimento a demandas.

As estruturas burocráticas datam desde o antigo Egito, na China e no

Império Romano, mas a estrutura atual formou-se a partir da racionalização do

28

direito, da centralização do poder estatal, da industrialização e racionalidade

técnica e da consolidação da sociedade de massas (Motta; Vasconcelos,

2002).

Max Weber (2000) destacou com muita ênfase a superioridade da

autoridade racional-legal sobre o poder patrimonialista. Para ele, a burocracia é

a organização eficiente e tem um significado técnico que identifica aspectos de

racionalização e eficiência, sem os quais a sociedade se desintegraria. (Weber,

2000).

A burocracia weberiana está baseada em princípios de organização

formal e de racionalidade para a busca da eficiência, ou ainda, pode ser

entendida como uma forma de organização humana baseada na relação

dinâmica entre os meios e recursos utilizados para alcançarem objetivos.

Nas obras do sociólogo e historiador alemão Max Weber, não há o que

se possa chamar de sua definição de burocracia, mas sim aquilo que entendeu

serem as características da burocracia. Três aspectos são centrais em sua

concepção: o formalismo, a impessoalidade e o profissionalismo.

Para Weber as principais características da burocracia são as

seguintes:

l caráter legal das normas: toda norma será estabelecida por acordo ou

imposição, visando fins utilitários ou valores racionais, sendo definida

por escrito, por rotinas e procedimentos, e as regras, regulamentos,

regimentos internos e estatutos serão obedecidos por todos, sem

exceção;

l divisão hierárquica: cada membro da organização tem uma posição

definida com esfera específica de competência e atribuições

estritamente delimitados pelo cargo que ocupa. Há uma estrutura clara

de mando e subordinação, vinculada ao cargo e não a seu ocupante;

l caráter formal da comunicação: atos administrativos, decisões e normas

são registrados por documentos escritos;

29

l impessoalidade das relações humanas: a burocracia enfatiza o cargo e

não a pessoa que o ocupa, pois as pessoas vêm e vão e os cargos

permanecem;

l competência técnica: a escolha das pessoas que irão compor a

organização é baseada na competência técnica e na qualificação

profissional, utilizando-se exames, concursos e títulos para admissão;

l separação entre propriedade e administração: o dirigente da

organização não é necessariamente o dono dos meios de produção.

Ele é apenas um profissional gerindo a organização. Como os

empregados não fazem seus os meios de produção e administração, estes são

remunerados com salários fixos em dinheiro;

l profissionalização e treinamento do funcionário: o funcionário da

burocracia é um profissional especialista, assalariado de acordo com a

descrição do cargo, preparado para seguir carreira dentro da

organização e seu cargo constitui sua principal atividade;

l previsibilidade do funcionamento e do ambiente para todos os membros:

tanto o comportamento do funcionário, como o ambiente interno e

externo deve ser controlado e previsível, no sentido de minimizar ao

máximo as influências desagradáveis ao bom funcionamento da

organização.

Neste modelo, ao contrário de formas irracionais anteriores, a

administração das coisas públicas está concentrada nas mãos da burocracia, o

que para Weber constitui uma racionalização política análoga à racionalização

econômica viabilizada pelo capitalismo.

A administração burocrática baseia-se no emprego, no soldo, pensão e

ascensão, na preparação profissional e na divisão do trabalho, nas

30

competências fixas, no formalismo documental e na subordinação e

superioridade hierárquica (Weber, 2000).Por outro lado, o controle - a garantia

do poder do Estado – transforma-se na própria razão de ser do funcionário. Em

conseqüência, o Estado volta-se para si mesmo, perdendo a noção de sua

missão básica, que é servir à sociedade. A qualidade fundamental da

administração pública burocrática é a efetividade no controle dos abusos; seu

defeito principal é a tendência para a ineficiência, a auto-referência e a

incapacidade de voltar-se para o serviço aos cidadãos, vistos como clientes.

Esse defeito, entretanto, não se revelou determinante na época do surgimento

da administração pública burocrática, porque os serviços do Estado eram muito

reduzidos. O Estado limitava-se a manter a ordem e administrar a justiça, a

garantir os contratos e a propriedade.

Para Crozier (1981), na burocracia atual temos uma rede complexa de

mecanismos e relações de poder com quatro traços fundamentais:

l a extensão do desenvolvimento das regras impessoais, tais como de

ingresso e de promoção nas organizações (principalmente nas

empresas do Estado) através de concursos, assim como o principio de

antigüidade, para tornar impessoal a carreira do funcionário, são regras

que protegem contra o arbítrio e o favoritismo, mas representam, ao

mesmo tempo, um freio ao desenvolvimento da personalidade e da

criatividade. Esta regra, segundo Crozier (1981), nunca é integralmente

atingida. Permanecem os conflitos pelo poder, mesmo nesse universo

regulamentado e eles podem manifestar-se e desenvolver-se através

das regras, que servem para o desenvolvimento desses conflitos;

l a centralização das decisões leva a uma maior rigidez, quando se faz

necessário tomar decisões ou criar novas regras. Os que decidem estão

longe dos problemas cotidianos e concretos da organização, e os que

estão próximos só podem aplicar-lhes as regras, mesmo quando elas

paralisam os procedimentos de adaptação. É a repartição de poder, na

organização, que fundamenta a criação e a aplicação das regras. A

31

importância concedida aos regulamentos e sua constante invocação

supõe uma manobra oculta ou visível de poder, que está presente na

origem e na aplicação da regra;

l o isolamento de cada categoria hieráquica gera um mecanismo

conhecido como deslocamento de objetivos (Crozier ,1981).

Para ele, os subgrupos hierárquicos, ao defenderem suas próprias

vantagens na organização, tendem a suplantar os objetivos da organização em

seu conjunto, apesar da afirmação da coincidência dos objetivos;

l o desenvolvimento das relações de poder paralelas, ou relações

informais de poder, dá-se apesar da rigidez do sistema burocrático. A

despeito de todo o conservadorismo e do esforço de tornar presumível

qualquer mudança, sempre permanecem zonas de incerteza, onde

entram em jogo relações paralelas de poder. Existe o peso da ordem

oficial, que gera a informal como ordem de oposição e de defesa. A

presença desses quatro traços fundamentais tende a desenvolver

pressões que fortalecem a atmosfera de impessoalidade e de

centralização que lhes deram origem. A interpretação de Crozier (1981)

fundamenta-se no reconhecimento da natureza ativa do agente humano,

que procura tirar o melhor partido possível de todos os meios à sua

disposição. Assim, o modelo burocrático, com seu apego às regras e

procedimentos, se distanciando das necessidades dos clientes

(cidadãos), suas escassas responsabilidades com relação a resultados,

e seus mecanismos de decisão e ação baseados no sigilo, a submissão,

a especialização e o monopólio, aparece como inadequado para

enfrentar as necessidades da gestão governamental atual. (Fleury,

2001).

A burocracia passa então a ser vista não só como um impedimento à

gestão eficiente, mas também como um modelo que reforça interesses

corporativos em detrimento de interesses coletivos. A burocracia atual é vista

como uma barreira a uma democracia plural, pelo seu lado centralizador e

32

estabelecida como garantia de racionalidade absoluta, herança autoritária dos

monarcas despóticos (Crozier, 1997).

Administração Pública Gerencial:

O modelo da administração pública gerencial emerge na segunda

metade do século XX, como resposta, de um lado, à expansão das funções

econômicas e sociais do Estado e, de outro, ao desenvolvimento tecnológico e

à globalização da economia mundial, uma vez que ambos deixaram à mostra

os problemas associados à adoção do modelo anterior. A eficiência da

administração pública – a necessidade de reduzir custos e aumentar a

qualidade dos serviços, tendo o cidadão como beneficiário - torna-se então

essencial. A reforma do aparelho do Estado passa a ser orientada

predominantemente pelos valores da eficiência e qualidade na prestação de

serviços públicos e pelo desenvolvimento de uma cultura gerencial nas

organizações (BRASIL,1995).

Esta necessidade de mudança é identificada por Crozier (1997 em

Fleury, 2001), como conseqüência da incapacidade do paradigma burocrático

de gestão para dominar a complexidade crescente das atividades coletivas.

Para enfrentar a complexidade atual é necessário que o administrador tenha

liberdade para tomar decisões rápidas, o que requer mais conhecimento e

informações, mais autonomia, flexibilidade, responsabilidade e compromissos

com resultados.

A administração pública gerencial constitui um avanço, e até um certo

ponto, um rompimento com a administração pública burocrática. Isso não

significa, entretanto, que negue todos os seus princípios. Pelo contrário,

administração pública gerencial está apoiada na anterior, da qual conserva,

embora flexibilizando, alguns dos seus princípios fundamentais, como a

admissão segundo os rígidos critérios de mérito, a existência de um sistema

estruturado e universal de remuneração, as carreiras, a avaliação constante de

desempenho, o treinamento sistemático. A forma de controle focada no

resultado, em detrimento aos processos, mostra a incapacidade da burocracia

33

na gestão para dominar a complexidade crescente das atividades coletivas

(BRASIL,1995).

Na administração pública gerencial, a estratégia volta-se: (1) para a

definição precisa dos objetivos que o administrador público deverá atingir em

sua unidade; (2) para a garantia de autonomia do administrador na gestão dos

recursos humanos, materiais e financeiros que lhe forem colocados à

disposição, para que possa atingir os objetivos contratados; e (3) para o

controle ou cobrança posterior dos resultados. Adicionalmente, pratica-se a

competição administrada no interior do próprio Estado quando há a

possibilidade de estabelecer concorrência entre unidades internas. No plano da

estrutura organizacional, a descentralização e a redução dos níveis

hierárquicos tornam-se essenciais. Em suma, afirma-se que “a administração

pública deve ser permeável à maior participação dos agentes privados e/ou das

organizações da sociedade civil e deslocar a ênfase dos procedimentos

(meios) para os resultados (fins)” (BRASIL,1995).

A administração pública gerencial inspira-se na administração de

empresas, mas não pode ser confundida com ela. Enquanto a receita das

empresas depende dos pagamentos que os clientes fazem livremente na

compra de seus produtos e serviços, a receita do Estado deriva de impostos,

ou seja, de contribuições obrigatórias, sem contrapartida direta. Enquanto o

mercado controla a administração das empresas, a sociedade - por intermédio

de políticos eleitos - controla a administração pública. Enquanto a

administração de empresas está voltada para o lucro privado, para a

maximização dos interesses dos acionistas, esperando-se que, através do

mercado, o interesse coletivo seja atendido, a administração pública gerencial

está explícita e diretamente voltada para o interesse público.

No Brasil, o Plano Diretor da Reforma do Estado, editado pelo então

Ministério da Administração e Reforma do Estado (BRASIL,1995), descreveu o

que viria a ser o modelo da “nova administração pública” brasileira, sendo que

este plano propôs diretrizes para a reforma do Estado tanto nos arranjos inter

organizacionais quanto nos aspectos intra-organizacionais, porém sem detalhar

as mudanças dentro das organizações, referindo-se apenas à introdução de

34

uma “cultura gerencial” voltada para resultados e baseada em conceitos

modernos de administração pública.

Mais recentemente, a Emenda Constitucional n. 19, de julho de 1998,

fez várias mudanças constitucionais na administração pública brasileira, tais

como a revisão das regras da estabilidade do servidor, o controle dos gastos e

equilíbrio das contas públicas, a imposição de novos limites e critérios para

fixação das remunerações, a flexibilização do regime de admissão dos

servidores, a profissionalização da função pública, o desenvolvimento da

gestão, transparência e controle social e, especialmente, incluiu, entre os

princípios constitucionais a serem observados pela administração pública, a

“eficiência”.

Esta nova administração pública, que vem surgindo progressivamente

no Brasil1, requer um sistema de administração de recursos humanos

radicalmente diferentes daquele vigente sob a administração burocrática.

Assim, uma nova política de recursos humanos faz-se necessária para atender

aos novos papéis assumidos pelo Estado, de caráter regulatório e de

articulação dos agentes econômicos, sociais e políticos, além do

aprimoramento na formulação de políticas públicas e na prestação dos serviços

públicos.

As mudanças para a nova administração pública gerencial vêm

seguindo os princípios de duas diferentes e, em alguns casos, contraditórias

escolas: a nova economia institucional, influenciando os arranjos inter

organizacionais, e o gerencialismo, influenciando as mudanças intra-

organizacionais. O gerencialismo pode ser conceituado como a introdução de

técnicas e práticas gerenciais para atingir objetivos preestabelecidos com mais

eficiência, economia e eficácia. Ele difere da administração tradicional na forma

de controle adotada. Enquanto a administração tradicional enfatiza a adesão a

regras e procedimentos, o gerencialismo focaliza a flexibilidade de

procedimentos e o maior controle dos resultados. Essa teoria nos mostra que

na tentativa de manter o interesse público a salvo da corrupção e má conduta,

controlando o processo pelo modelo burocrático tradicional, tem o efeito de

gerar um ambiente ineficiente (Seabra, 2001).

35

O resultado é uma complexa rede de regras e procedimentos que

amarram os administradores públicos, dificultando a efetiva obtenção dos

resultados almejados. Nesse contexto, medidas de flexibilidade, controle de

resultados, ferramentas originadas no setor privado e uma cultura gerencial

típica de organizações privadas tem surgido como uma prescrição para tornar

as organizações públicas mais gerenciais.

36

CAPÍTULO III

CAMINHO PARA SOLUÇÕES:

Definir um novo perfil para os servidores públicos, investindo em uma

atualização tecnológica, com constante renovação da estrutura e do

funcionamento do Estado, tornou-se essencial para garantir a prestação de

serviços de qualidade (PQSP, 2004).

Observa-se que existe um esforço no sentido de mudar do antigo

modelo burocrático para um modelo de gestão gerencial que em muitos casos

grandes avanços aconteceram, como por exemplo, a introdução de novas

técnicas orçamentárias, descentralização administrativa de alguns setores,

redução de hierarquias, implementação de instrumentos de avaliação de

desempenho organizacional.

Para que estas ações aconteçam é fundamental a implantação de um

modelo de gestão de recursos humanos que facilite a adoção dos princípios da

administração gerencial e capacite os servidores para que eles sejam agentes

estratégicos de mudança das organizações públicas. A revisão do perfil do

servidor traz dois benefícios diretos para o serviço público: cria incentivos para

que os próprios servidores busquem a melhoria contínua de sua qualificação e

que nas suas áreas de atuação trabalhem de maneira mais gerencial e

empreendedora, contribuindo para o alcance da missão da organização.

O Programa da Qualidade no Serviço Público – PQSP

A partir da implantação do Programa Brasileiro da Qualidade e

Produtividade - PBQP, por volta de 1991, começou a haver uma mudança na

administração pública brasileira, cujo grande propósito foi transformar as

organizações públicas, procurando torná-las cada vez mais preocupadas com o

cidadão e não apenas com os seus processos burocráticos internos.

37

De fato, o principal objetivo é fazer com que a organização pública

passe a considerar o cidadão como parte interessada e essencial ao sucesso

da gestão pública e, em função disso, que a avaliação do desempenho

institucional somente seja considerada aceitável se incluir a satisfação do

cidadão como item de verificação.

A qualidade no serviço público passa a ser vista como uma

necessidade, alicerçada pelo tripé organizações, servidores e cidadãos

mobilizados, todos visando a melhoria da gestão no serviço público.

Observa-se então, que há dois desafios para a administração pública:

elevar o padrão dos serviços prestados ao cidadão, bem como tornar este

cidadão mais exigente em relação a esses serviços.

Daí termos as ações do PQSP focadas, principalmente, para onde o

relacionamento da organização pública com o cidadão é direto, seja na

condição de prestadora de serviço, seja na condição de executora da ação do

Estado.

O Programa deve ser olhado como um poderoso instrumento de

cidadania, pois além de atuar junto às organizações, mobilizando-as para a

melhoria da gestão pública, ele dá à sociedade civil a responsabilidade e o

direito de exercer sua cidadania, fazendo com que ela avalie os serviços e as

ações do Estado.

Os principais objetivos do Programa são (PQSP, 2003):

- Apoiar as organizações públicas no processo de transformação

gerencial, com ênfase na produção de resultados positivos para a sociedade,

na otimização dos custos operacionais, na motivação e participação dos

servidores, na delegação, na racionalidade no modo de fazer, na definição

clara de objetivos e no controle dos resultados.

- Promover o controle social.

Esses dois grandes objetivos se desdobram nos seguintes objetivos

gerenciais:

- Promover a adesão das organizações públicas brasileiras ao PQSP.

38

- Apoiar e avaliar as ações que visem ao aprimoramento e à melhoria

da qualidade dos serviços prestados pelas organizações públicas ao cidadão e

à sociedade.

- Promover a participação dos cidadãos no processo de definição,

implementação e avaliação da ação pública.

- Avaliar os resultados e níveis de satisfação dos usuários dos serviços

públicos.

- Sensibilizar os servidores para a participação no esforço de melhoria

da qualidade da gestão pública e dos serviços prestados ao cidadão e à

sociedade.

Entretanto, algumas questões cruciais permanecem pendentes e

precisam ser enfrentadas. Um dos caminhos que poderão ser percorridos é o

aprimoramento da gestão de pessoas, tendo como premissas a valorização do

capital intelectual e a modernização do processo produtivo.

As premissas básicas são listadas a seguir:

• Reconhecer o potencial humano como o recurso estratégico mais

importante para o desenvolvimento e sucesso institucional;

• Envolver e comprometer todos os servidores no trabalho de melhoria

do serviço público, com ênfase na participação dos mesmos no processo de

gestão;

• Reconhecer que é necessário capacitar e profissionalizar o servidor

para que desenvolva e utilize seu pleno potencial de modo coerente e

convergente com os objetivos estratégicos da instituição;

• Manter todos os esforços para criar e manter uma cultura

organizacional que conduza à excelência do desempenho a ao crescimento

individual e institucional;

39

• Reconhecer os elementos da sociedade: os cidadãos, considerados

individualmente ou em suas entidades associativas, e as instituições de direito

público e privado como clientes naturais da instituição;

Adotar e praticar o modelo referencial de “Administração Pública

Gerencial”, no que tange ao desenvolvimento e gestão de pessoas;

E, quanto às diretrizes básicas, podem ser destacadas:

• Estruturar o trabalho de todas as Unidades da Universidade,

objetivando melhorar o desempenho dos servidores e a eficiência e eficácia

organizacionais;

• Valorizar o servidor por meio de mecanismos de profissionalização e

responsabilização;

• Formular e coordenar a execução de um plano de capacitação anual

voltado para o desenvolvimento do servidor, compatível com as necessidades

da Instituição e com os recursos disponíveis;

• Desenvolver ações no sentido da formação de gerentes com postura

participativa, capacitando-os para o exercício do papel de orientador e

estimulador do desenvolvimento e desempenho dos servidores;

• Possuir instrumentos de avaliação da satisfação dos servidores e

indicadores organizacionais, bem como ações para identificação, análise e

solução de problemas e melhoria dos serviços.

A ênfase nessas estratégias passa necessariamente pelo investimento

em inovações tecnológicas, sobretudo em Tecnologia da Informação, e na

definição de um novo perfil para os servidores públicos. Perfil este que deve

encarar o cidadão brasileiro, como cliente. “Reconhecer a importância de se

40

incentivar, informar e educar o cidadão para o exercício de sua cidadania é

essencial para a melhoria da qualidade dos serviços públicos” (PQSP,2004).

A informática, ou ainda de forma mais abrangente, a Tecnologia da

Informação (TI) oferece possibilidades de racionalização dos processos de

trabalho que podem ser utilizadas como suporte para uma nova atuação do

servidor público.

Há que se destacar que na Administração Pública a utilização maciça

de TI tem ainda outros papéis importantes. Por meio dela pode-se consolidar

uma parceria com a sociedade no controle social das ações das organizações

públicas; divulgar mais facilmente informações sobre órgãos públicos; produtos

e serviços oferecidos, dados estatísticos, campanhas de interesse coletivo,

aplicação de recursos públicos, entre outros. A título de exemplo, no meu

trabalho no MPF, trabalhamos com sistemas diferentes, um para Recursos

Humanos e outro para Processos jurídicos, nos quais o Ministério Público deve

dar seu parecer, como estes últimos dependem da movimentação física destes

processos tanto na Justiça como na Polícia Federal, existe um grande atraso e

descontrole da movimentação e informação do conteúdo destes. Em

contraponto vemos que nos Países da Comunidade Européia o Sistema

Processual encontra-se totalmente informatizado, e sendo a movimentação

virtual, agiliza a função da Justiça como um todo.

Esta situação constitui uma das piores evidências do porquê nosso

Sistema Judiciário se encontra ou Na esfera do Serviço Público Federal existe

a Secretaria de Recursos Humanos – SRH que administra o Sistema de

Pessoal Civil da Administração Federal – SIPEC. Uma das suas atribuições é

agir como como geradora das mudanças para promover a participação efetiva

dos membros que compõe esse Sistema, gerindo processos e pessoas.

(Programa, 2003).

Atualmente suas quatro diretrizes básicas são:

• Atuação e atribuição do SIPEC – intensificar a articulação e a

interoperabilidade entre os integrantes do Sistema;

• Normatização – revisão e consolidação da legislação de RH;

41

• Cadastro – tornar mais confiável e completo o sistema de cadastro,

viabilizando sua migração para um novo sistema mais robusto e confiável;

• Qualificação dos Recursos Humanos – promover a capacitação dos

servidores que atuam na área de RH, dando origem ao ProgPara que a

modernização do sistema responsável pela gestão das pessoas fosse de fato

consolidada, foram discutidas em diversos encontros, as definições de missão,

visão e macro objetivos para o SIPEC. Tais definições tiveram por finalidade

orientar a implementação de um Plano de Ação para os próximos anos,

possibilitando a continuidade do processo de mudanças na Administração

Federal para a gestão de pessoas.

O quadro a seguir ilustra os elementos básicos que deveram fazer

parte do perfil do servidor:

Componente genérico

Associado ao modelo de gestão

adotada pela administração pública gerencial

Componente específico

Relativo às características técnicas

das atividades a serem desenvolvidas pelo

servidor

• Foco nos resultados e no cidadão

como premissa de sua atuação;

• Desenvolvimento responsável e

ético de suas atividades;

• Capacidade de atuação baseada

nos princípios da gestão empreendedora;

• Capacidade de realização de tarefas

que incorporem inovações tecnológicas;

• Capacidade de trabalhar em rede;

• Capacidade de atuar de forma

flexível.

• Conhecimento da missão e dos

objetivos institucionais das organizações em

que atuam;

• Dominar o conteúdo da área de

negócio da organização;

• Capacidade de atuar como consultor

interno das organizações em que trabalham;

A modelagem deste novo perfil de servidor está fortemente vinculada à

definição das habilidades e competências que deverão ser desenvolvidas,

requerendo um enorme esforço de capacitação. Abaixo estão listadas algumas

competências de suporte que foram identificadas para o atendimento das

novas necessidades da administração gerencial:

• Visão sistêmica

42

• Trabalho em equipe e relacionamento interpessoal

• Planejamento

• Capacidade empreendedora

• Capacidade de adaptação e flexibilidade

• Cultura da Qualidade

• Criatividade e comunicação

O desenvolvimento dessas habilidades e competências é importante,

pois envolvem elementos da personalidade das pessoas aplicados à sua

prática profissional. Representando então um processo de integração entre as

características individuais e as qualidades requeridas para missões

profissionais específicas, todos estes planos podem incentivar o servidor

atuando em última análise na sua motivação.

43

CAPÍTULO IV

A GESTÃO DE PESSOAS:

Pensar em qualidade sem pensar em atendimento das necessidades e

expectativas dos clientes, sejam eles internos ou externos, é praticamente

impossível e, atender à expectativas dos clientes externos sem satisfazer as

necessidades dos clientes internos, também.

Muito mais do que depender dos sistemas, das ferramentas e dos

métodos de trabalho, a qualidade depende, antes de tudo, da atitude das

pessoas, pois o empregado que se sente estimulado e protegido produz mais e

melhor.

Pesquisas comprovam que o incentivo econômico não é suficiente para

fazer com que haja resposta da força de trabalho. Salários e benefícios são

vistos como direitos e não como elementos de motivação.

As instituições públicas têm diversas restrições quanto aos aspectos

remuneratórios. A maioria dos servidores públicos não têm perspectiva de

melhoria salarial ou ascensão na carreira.

Portanto, não existe qualquer mecanismo que incentive o bom servidor,

pois ele sabe que não terá chance de progredir na carreira. Mesmo assim, a

maioria dos servidores públicos é constituída de pessoas engajadas com o

sucesso da Instituição, que torcem por ela, que querem vê-la na vanguarda dos

acontecimentos e que mostram capacidade de criatividade e superação de

obstáculos. Então, nada melhor do que a elaboração de um projeto que, sem

ferir a legislação, incentive o bom servidor, quando este demonstrar interesse,

motivação e criatividade, e estimule a participação das pessoas em busca da

melhoria do ambiente de trabalho e do desempenho operacional e financeiro

da Instituição. O projeto deverá contemplar a criação de mecanismos de

recompensa para aqueles servidores que apresentarem sugestões de melhoria

da gestão da Instituição. Um projeto como este demonstrará o reconhecimento

44

da Instituição para com aqueles que se empenham em favor da Casa. Dentre

as diversas maneiras de reconhecimento e recompensa, temos: elogio por

escrito feito pela Presidência, entrega de diploma de reconhecimento, entrega

de placa de homenagem, viagem a passeio, brindes, etc. Todos estes prêmios

devem ser entregues através de uma cerimônia, ao final de cada ano.

Uma outra questão relacionada a reconhecimento deve ser tratada

quanto às pessoas que se aposentam. Hoje, a aposentadoria acontece como

fato relevante apenas para o indivíduo que a está pleiteando. A única área

envolvida é a área de administração de pessoal. As demais pessoas se

envolvem, quando muito, ao ler o Boletim de Pessoal. Assim, sugere-se a

criação de um Programa de Reconhecimento às Pessoas, uma espécie de

cerimônia de despedida, com uma carta de agradecimento pelos anos de

serviços prestados. A carta não deve ser padronizada, devendo destacar

realmente os aspectos individuais.

Segundo Barçante e Castro (1995, p. 20), ao ouvir a voz do cliente

interno, ou seja, dos funcionários, a empresa estará tratando-o como um aliado

e não só como um mero cumpridor de ordens, estará vendo que dele

dependem os seus bons resultados.

Para Tachizawa, Gestão de pessoas é um tipo de comando

descentralizado focado nos gestores públicos responsáveis, nas respectivas

áreas fim e meio das organizações.

Segundo Chiavenato (1999, p. 4), o contexto da Gestão de Pessoas é

formado por pessoas e organizações. Boa parte da vida das pessoas é

passada dentro das organizações que, por sua vez, dependem das pessoas

para atingirem seus objetivos. Se, por um lado, as pessoas dependem das

organizações para sua subsistência e sucesso pessoal, as empresas, por

outro, jamais existiriam se não fossem as pessoas, que lhes dão vida,

dinâmica, impulso, criatividade e racionalidade.

Para Maslow (2000, p.1), a relação com o trabalho para algumas

pessoas é vital, alguns indivíduos chegam a assimilar o trabalho como sua

identidade. De uma certa forma, o trabalho passa a ser parte inerente da

definição que eles fazem de si mesmos.

45

A continuidade e o sucesso na parceria se darão na medida em que as

expectativas forem atendidas.

Desta forma, a organização deve olhar para o empregado e escolher o

que vai querer ver: um recurso organizacional ou um parceiro.

Ao olhar para os empregados e enxergá-los como recursos

organizacionais, ou o que se chama de recursos humanos, a empresa passa a

ter que administrá-los, o que implica em planejamento, direcionamento,

controle etc. Vendo-os como parceiros, passam a ser fornecedores de

conhecimentos, habilidades, capacidades e inteligência e transformam-se no

capital intelectual da organização.

Para Tachizawa (2001, p. 67-68), ao trazer a gestão de pessoas para a

dimensão da qualidade, constata-se sua grande importância analisando sua

total interface com os fundamentos da qualidade e, consequentemente, com os

programas da qualidade:

• Satisfação dos clientes: somente os trabalhadores que são bem tratados

dedicam-se a esta tarefa, nada fácil, de conquistar o cliente.

• Redesenho dos processos: trata-se de racionalizar os sistemas

produtivos e administrativos; é necessário sensibilizar as pessoas para a

mudança de postura e para que não haja resistência às mudanças.

• Clareza da missão da organização e perspectiva de futuro: todos devem

conhecer claramente a missão da organização; isto fará com que as

prioridades sejam estabelecidas e cumpridas e que não se gaste tempo

com trabalhos inócuos para a organização. A política de RH deve incluir

a preocupação com a difusão dessa informação.

• Eliminação do desperdício: conscientizar as pessoas para aprimorarem

os processos, diminuindo, consequentemente, o desperdício é uma ação

efetiva da área de recursos humanos.

• Não aceitação dos erros: muitas vezes não há um sentimento de

inclusão por parte dos empregados; não se consideram responsáveis

pelos erros, como se não fizessem parte da organização.

46

• Trabalho em equipe e compromisso coletivo: quando a empresa se

preocupa com o bem estar dos empregados, o compromisso deles

aumenta, bem como sua motivação para dar o melhor de si para o

sucesso da organização.

• Criatividade e inovação: a área de RH deve prover algum programa que

contemple a motivação, que influencia diretamente na capacidade de

criação.

• Aprimoramento contínuo: é a área de recursos humanos quem vai

propiciar as condições necessárias para a educação continuada dos

trabalhadores.

Como constata Chiavenato (1989, p. 13-14), o papel da área de

recursos humanos vai desde encontrar soluções para desenvolver os recursos

humanos disponíveis para adequá-los à tecnologia em desenvolvimento e

encontrar condições para retê-los na sua organização, até criar e estimular

mudanças na organização e criar condições de suportar tais mudanças,

visando adequá-la à nova consciência, adquirida mediante a formação e o

desenvolvimento das pessoas.

Tem-se então, que o profissional de recursos humanos deve atuar em

termos organizacionais e não simplesmente dentro de uma visão microscópica

e departamental. Suas estratégias de trabalho têm que se dar em nível global,

organizacional, sistêmico e não meramente em detalhes moleculares ou em

planos isolados, circunstanciais, independentes e efêmeros.

No serviço público, em que a estabilidade no emprego, a dificuldade na

determinação dos clientes de cada organização, a mudança freqüente das

lideranças, entre outras variáveis, podem afetar muito o desempenho dos

colaboradores, algumas práticas podem ser determinantes para implementar a

motivação e o senso de equipe.

47

CONCLUSÃO:

Uma mudança de cultura no funcionalismo com valorização e

incentivos que vão além do plano de cargo e salários, podem contribuir na

mudança da postura e empenho do servidor público, diminuindo assim o

abismo entre os setores público e privado.

O grande diferencial é a percepção do ser humano como peça principal

de um processo e objeto de ampla motivação para evoluir dentro de um

sistema de excelência no serviço público. Quanto mais se agrega

conhecimento num caminho de educação continuada, mais se incentiva e

aumenta o comprometimento do funcionário, mais se desenvolve suas

habilidades e competências e por conseqüência, cresce a organização para

qual trabalha. Para se adotar a gestão pública focada em qualidade,

precisamos de mudança na cultura organizacional, exigindo principalmente

motivação, que conduz ao esforço, dedicação, persistência e

comprometimento , levando assim a um comportamento participativo.

As experiências participativas no serviço público funcionam como uma

possibilidade de intervenção consciente e criativa do servidor, rompendo com a

cultura de submissão, uma forma de se adquirir habilidades para se exercer a

democracia em vários níveis.

Numa administração participativa, compartilhamos as decisões que

afetam não só a empresa pública, mas funcionários, usuários, fornecedores e

tercerizados do sistema. É através da participação que os profissionais se

envolvem com os objetivos e resultados das organizações e se sentem parte

integrante do processo, elevando o grau de interação com a cultura

organizacional.

A participação das pessoas nos diversos níveis de decisão contribui

para aumentar a qualidade das decisões e da administração, bem como a

satisfação e a motivação dos colaboradores.

Muitos fatores mantêm a maioria dos servidores alienados com relação

ao próprio trabalho e a gestão da organização, desperdiçando o potencial de

contribuição das pessoas.

48

A mudança da estrutura pré-estabelecida, pode transformar o sistema

num fator motivador da participação.

Dentro da idéia “O melhor comando é o que motiva”, devemos acreditar

que a motivação influi diretamente no comportamento do servidor dentro do

sistema e entender como isto acontece, auxilia o planejamento e implantação

das ações de gestão dos recursos humanos, visando a qualidade. Nesta

gestão devemos estar alertas de que o comportamento humano é complexo e

deve ser analisado de acordo com o momento e contexto de cada servidor.

Com toda a inércia que observamos na administração pública, cabe a

nós servidores, sermos um agente de mudança, buscando assim novos

horizontes.

49

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