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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS MOTIVAÇÃO E CLIMA ORGANIZACIONAL Thiago Campos Menezes

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES - Cursos de Pós, MBA ... · desmotivam, a organização precisa encontrar e proporcionar meios para que sua equipe permaneça motivada. É notório que

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS

MOTIVAÇÃO E CLIMA ORGANIZACIONAL

Thiago Campos Menezes

2

THIAGO CAMPOS MENEZES

MOTIVAÇÃO E CLIMA ORGANIZACIONAL

Monografia apresentada a Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção de pós graduação em Gestão de RH

Orientadora: Profa. Ana Paula A. Ribeiro

Rio de Janeiro – RJ 2009

3

Agradeço Aos meus pais Antonio e Odalice Aos meus amigos de curso, e Aos meus professores

4

Dedico este trabalho a minha esposa por seu companheirismo e amor.

5

"Para manter a empregabilidade, é imperativo adquirir conhecimento constante, ser

criativo, urgente, negociador e orientado para resultados em equipe."

Edimir Pacheco da Silva

6

RESUMO

No intuito de melhor compreender um pouco mais sobre o tema motivação e clima organizacional, é primordial ter conhecimento sobre o conceito da palavra motivação, que tanto se fala, mas poucos a valorizam. Não há apenas um único nome que defina motivação. Sua definição é muito complexa. A própria denominação sugere ser um motivo para uma ação. Esse motivo está relacionado ao aspecto psicológico de cada um. Alguns autores as definem como causa de um comportamento ou conjunto de forças internas que orientam a conduta de um indivíduo para determinado objetivo ou processo psicológico que leva uma pessoa a fazer esforços para obter certo resultado. No início da década de 1990, a economia iniciou uma tendência à globalização, ou seja, abertura para o mercado externo. Essa tendência se confirmou por volta de 1994 com a estabilização da moeda, migrando para o Real. A partir desse momento, onde o Dólar ficou de igual valor com a moeda brasileira, muitas empresas multinacionais se instalaram no país, atraídas pela estabilidade econômica. Com isso, o mercado ganhou também mão-de-obra qualificada. Começou então uma maior preocupação dos nossos profissionais a se qualificarem para enfrentar a concorrência estrangeira.

Palavras-chave: Motivação - organização - liderança

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8 CAPITULO I A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO NAS EMPRESAS 10 1.1 MOTIVAÇÃO 11 1.2 GERENCIANDO RESULTADOS E SENTIMENTOS 12 1.3 LUCRO GERADO PELA MOTIVAÇÃO 13 1.3.1 Motivação e persistência são coisas diferentes 14 1.3.2 Informação 14 1.3.3 Relacionamento 14 1.3.4 Persistência 14 1.4 FATOR PERSISTÊNCIA - MAIS IMPORTANTE QUE A MOTIVAÇÃO 15 1.5 MOTIVAÇÃO NA CARREIRA DO EXECUTIVO 16 CAPITULO II O CLIMA ORGANIZACIONAL 19 2.1 CONCEITUANDO O CLIMA ORGANIZACIONAL 22 2.2 RELAÇÕES ENTRE CULTURA E CLIMA ORGANIZACIONAL 25 CAPITULO III ESTILOS DE COMPORTAMENTO MOTIVACIONAL NAS ORGANIZAÇÕES 28

3.1 TEORIAS DE MOTIVAÇÃO NO TRABALHO 31 3.1.1 Teoria da fixação de objetivos 32 3.1.2 Teoria da avaliação cognitiva 33 3.2 TEORIA DO PLANEJAMENTO DO TRABALHO 34 3.2.1 Teoria da equidade 34 3.2.2 Teoria da expectativa 35 3.2.3 Teoria de Maslow 37 3.2.4 Teoria de Herzberg 38 CONCLUSÃO 40 REFERENCIAS 43

8

INTRODUÇÃO

Diverso são os fatores que podem colocar em risco a produtividade e o

faturamento em uma organização. Um desses fatores é a Motivação, ou seja, a falta da

mesma desmotivação. Um colaborador desmotivado contribui para que toda uma

equipe se desmotive, o que afeta diretamente a produtividade da organização. Da

mesma forma como em nosso dia a dia nos deparamos com situações que nos

desmotivam, a organização precisa encontrar e proporcionar meios para que sua

equipe permaneça motivada.

É notório que um grupo de trabalho que apresenta falta de motivação produz

muito menos do que se espera, e que a baixa produção é intrínseca ao faturamento.

Sabemos que muitos dos tópicos listados acima já fazem parte da política das grandes

empresas, porém, nas empresas de menor porte tais ações poderão ser úteis. Torna-se

ineficaz o investimento no operacional se não houver também investimento em pessoal,

que é a peça principal no funcionamento de todo esse processo. Em comparação com

outros setores das organizações, investimento em pessoal utiliza menos recursos

financeiros do que em máquinas e equipamentos, por exemplo. Os investimentos no

setor de pessoal estão voltados para ações que podem ser adotadas internamente pela

empresa além dos recursos financeiros neste setor, não que tais recursos deixem de

ser necessários ou de serem investidos nessa área, mas, são proporcionalmente

menores do que em outros setores da empresa.

Torna-se difícil conservar um grupo motivado durante todo o tempo, as

dificuldades do dia a dia alteram o humor das pessoas afetando seu estado de

motivação. As empresas não necessitam assumir uma postura paternalista e sim

oferecer uma contrapartida em função da produtividade, comprometimento e

envolvimento do grupo em torno dos objetivos da organização, apresentando

9

claramente a importância que cada um tem dentro da empresa, desde os processos

mais simples até os mais complexos.

O termo clima organizacional refere-se aos aspectos internos da organização

que levam à provocação de diferentes espécies de motivação nos seus participantes

Ele faz parte da qualidade do ambiente organizacional, sendo percebido pelos

participantes da empresa e que influencia o comportamento. Afeta a motivação, o

desempenho humano e a satisfação no trabalho. Através dele as pessoas esperam

recompensas, satisfações e frustrações. Essas expectativas geralmente levam à

motivação. O clima organizacional depende das condições econômicas da empresa, da

estrutura organizacional, da cultura organizacional, das oportunidades de participação

pessoal, do significado do trabalho, da escolha da equipe, do estilo de liderança, da

avaliação e remuneração da equipe, etc. É capaz de afetar o comportamento

organizacional e este afeta o desempenho.

Mas, para que a organização possa alcançar bons resultados não adianta ter

apenas os recursos necessários, é preciso também que as pessoas que trabalham nela

saibam administrá-los, queiram fazê-lo e possam fazê-lo. A administração parte do fato

das pessoas terem competência suficiente para pode desempenhar bem seu cargo. O

querer fazer provém do fato de que as pessoas estejam satisfeitas ou motivadas para

trabalhar, ou seja, é necessário que elas tenham motivos para fazer.

Quando há baixa motivação o clima organizacional tende a abaixar-se,

caracterizando-se por estados de depressão, desinteresse, apatia, insatisfação etc.

Quando o clima é bom predominam as atitudes positivas como: alegria, entusiasmo,

participação, dedicação, satisfação e motivação. No clima ruim ocorrem as tensões,

discórdias, desuniões, rivalidades, animosidades, desinteresses para realizaras

funções, resistência às ordens e ruído nas comunicações. O clima é percebido nos atos

e expressões dos funcionários e na realização ou omissão de um trabalho.

10

CAPITULO I

A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO NAS EMPRESAS

Via de regra, as empresas estão envoltas em ambientes complexos e

turbulentos, encarando constantes desafios e problemas, para os quais urge encontrar

soluções. Uma empresa é a ferramenta usada pelas pessoas para coordenar suas

ações na obtenção de algo que desejam ou possui valor – isto é, para atingir seus

objetivos. As organizações são intangíveis, isto é, podemos ver os produtos ou serviços

produzidos e, em alguns casos, podemos ver seus empregados, mas não vemos como

e por que eles são motivados a produzir tais bens e serviços. No entanto, os grupos de

pessoas e outros recursos utilizados na produção, são a essência das organizações.

Torna-se de primordial importância destacar que a motivação é sempre uma

relação recíproca, sendo inegável a sua eficiência quando caracterizada como um

instrumento de potencialização de resultados. A sua relevância é reconhecida pela

capacidade de envolver o colaborador em diversos aspectos de melhorias do

relacionamento interpessoal e essa relevância se torna ainda mais evidenciada porque

atinge diretamente os sentimentos das pessoas.

Com isso, caso a motivação seja evidentemente clara para os colaboradores

e que não deixe dúvidas ou omissões quanto às suas pretensões, torna-se muito mais

fácil aplicá-la e o retorno que proporcionará à empresa será um real investimento. A

inclusão de políticas motivacionais em uma organização não pode ser realizada a

esmo, pois diversos fatores devem ser levados em conta, os quais influenciam no

resultado dessa política, tais como: cultura organizacional, mercado, clientes internos e

11

externos, processos organizacionais, atuação da empresa, diretrizes, missão, visão,

dentre outros.

1.1 MOTIVAÇÃO

Existem ainda muita confusão e desconhecimento sobre o que é e o que não

é motivação. Pode ser percebido ainda que a motivação seja quase sempre relacionada

com desempenho positivo. Mas será verdadeira esta afirmação?

Ao longo dos anos, conforme Franco (1999),1 será preciso acreditar que

quando uma pessoa se põe a caminho de um objetivo, ela não necessariamente está

motivada a atingir este objetivo. Os fatores que a levam a caminhar naquela direção

podem-lhe ser intrínsecos ou extrínsecos. Quando são intrínsecos, há motivação;

quando são extrínsecos, há apenas movimento.

É fato que muitas vezes, uma pessoa sente-se levada a fazer algo para

evitar uma punição ou para conquistar uma recompensa. Entretanto, em ambos os

casos, a iniciativa para a realização da tarefa não partiu da própria pessoa, mas de um

terceiro, que a estimulou de alguma forma para que ela se movimentasse em direção

ao objetivo pretendido. A pessoa não teria caminhado em direção ao objetivo caso não

houvesse a punição ou a recompensa.

As pessoas podem, também, agir levadas por um impulso interno, por uma

necessidade interior. Neste caso, existe vontade própria para alcançar o objetivo, existe

motivação, que pode ser transformada em movimento permanente por meio da

doutrinação. Aliás, é isso que as organizações produtivas buscam. Porém, na maioria

das vezes, o que se vê é a aplicação de técnicas de estimulo ao movimento imediatista.

O movimento é uma situação passageira. Só dura enquanto persistirem os estímulos

que o geraram. Além disso, a eliminação dos estímulos normalmente provoca

insatisfação e um comportamento indesejável.

1 FRANCO Dermeval. Administrador e Consultor da Danton Velloso & Consultores Associados – SP. abril de 1999

12

1.2 GERENCIANDO RESULTADOS E SENTIMENTOS

As doenças que mais afetam os profissionais, segundo pesquisas divulgadas

em palestra recente no CIEE, Centro de Integração Empresa-Escola, são:

• ansiedade -26%

• enxaqueca - 26%

• depressão - 17%

• insônia - 17%

• gastrite - 11%

Um grupo de pesquisadores depois de estudar 3.600 profissionais durante

quatro anos chegaram à conclusão de que os executivos são acometidos, na maioria

das vezes, por doenças psicossomáticas, ou seja, problemas ligados a comportamento

e sentimento. Raramente os profissionais se afastam da empresa por motivos de saúde

que não tenham causas emocionais, e o que é pior, muitas destas doenças

psicossomáticas poderiam ser evitadas se o doente administrasse corretamente suas

emoções. 2

Floriano Serra, psicólogo e diretor-presidente do IPAT,3 que conduziu esta

mesma palestra, afirma que os sentimentos devem ser administrados para que não

interfiram no dia-a-dia das pessoas ao ponto de comprometer o rendimento profissional

e até o desenvolvimento pessoal.

"A emoção, independentemente do fator que a gerou, deve ser administrada. A globalização começa dentro de nós: globalizar razão e emoção significa estar em paz consigo mesmo". (SERRA, 2004 p. 144).4

2 Centro de Integração Empresa-Escola 3 Instituto Paulista de Análise Transacional 4 SERRA Floriano. A terceira inteligência. Editora Butterfly, 2004 , 144

13

Os resultados de uma empresa chegam a ficar comprometidos e até mesmo

estagnados se as emoções dentro do ambiente de trabalho não forem administradas. É

claro que não dá para imaginar uma empresa sem resultados, mas também não dá

para imaginar um ser humano sem sentimentos, então, como lidar com as duas coisas?

Para que os resultados sejam obtidos é preciso administrar o sentimento das pessoas.

O extremo também deve ser lembrado: para ser competente, é preciso ser sério, mas

para ser sério não é preciso ser emburrado.

1.3 LUCRO GERADO PELA MOTIVAÇÃO

A motivação dos funcionários segundo Serra (2004) pode e deve ser

administrada pela chefia, os superiores diretos, geralmente profissionais da gerência.

Quando uma empresa detecta um problema, assim define Serra (2001),

• tentar reverter o quadro

• analisar o problema

• enxergar e entender a abrangência do problema

• estudar a durabilidade do problema

• depois, por último, pensar na relação custo x benefício da punição

Segundo Serra (2001), 5 somente quem tenta é capaz de errar e, muitas

vezes, o superior pode acabar com a motivação de um funcionário por causa de um

erro que poderia ser revertido ou até mesmo desconsiderado.

Pesquisas recentes também divulgadas pelo palestrante mostram que as

doenças ligadas ao estilo de vida matam mais pessoas atualmente do que as doenças

patológicas. Vocês sabiam que 90% dos casos de câncer no seio têm causa psíquica?

Pergunta Serra (2004), para a platéia presente na palestra. Rir faz bem para a alma e

para o corpo; o trabalho deve ser divertido, e você deve estar sempre motivado, todos

os dias.

5 SERRA Floriano. A terceira inteligência. Editora Butterfly, 2004 , 144

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1.3.1 Motivação e persistência são coisas diferentes 6

Cinco dos melhores profissionais de vendas dos Estados Unidos foram

recentemente entrevistados pela Revista Business 2.0 (God of Sales), entre as várias

qualidades e características que eles julgam necessárias para ser um profissional bem

sucedido, três delas se destacam e são comuns a todos os entrevistados.

1.3.2 Informação

Você sempre deve lembrar-se da regra dos 20 x 80, em que 20 % dos seus

clientes são responsáveis por 80 % de suas vendas, sendo assim, a informação mais

importante é saber quem são os seus melhores clientes, os chamados usuários–líderes,

ou ainda heavy–users e, assim, procurar novos produtos para os seus atuais clientes

em vez de novos clientes para os seus atuais produtos, o que nos remete à segunda

qualidade apresentada na matéria.

1.3.3 Relacionamento

As organizações percebem que manter relacionamentos com seus clientes

atuais é mais lucrativo do que buscar novos clientes. Hoje, mais do que nunca, você

precisa destas pessoas, pessoas que possam vender, pessoas que tenham a

consciência que ao vender é preciso criar um vínculo com o cliente, caso contrário, ele

atravessa a rua e compra de alguém que tenha o que ele procura.

1.3.4 Persistência

Segundo eles, é a qualidade que separa os profissionais de sucesso dos

demais. A persistência é bem ilustrada nesta matéria por Joe Abruzzese - President of

Sales for CBS Television Network: "É como nadar em um rio: se você parar de nadar,

você pode afundar". Em tempos difíceis como este, você deve ser persistente, fazer o

dobro de ligações, o dobro de visitas e fazer sempre o máximo possível. Como a

6 ABRUZZESE, Joe. President of Sales for CBS Television Network

15

persistência foi muito abordada na matéria, vou continuar escrevendo este artigo

abordando o assunto com base em outras fontes.

1.4 FATOR PERSISTÊNCIA - MAIS IMPORTANTE QUE A MOTIVAÇÃO

Muitas vezes sim, pois a motivação é aquilo que faz com que você queira

algo e corra atrás dos seus objetivos, e já a persistência faz com que você não desista.

Existem muitas pessoas motivadas, mas pouco persistentes, a quem popularmente

chamamos de fogo de palha.

Quantos começam um curso de idiomas, um regime, um projeto e, ao

primeiro obstáculo, desistem? Esta relação pode ser bem observada no filme Homens

de Honra, com Robert de Niro e Cubba G. Jr. O papel do jovem marinheiro vivido por

Cubba Jr. traz em sua essência o que vem a ser persistência. Temos exemplos de

persistência em nossas próprias vidas, especialmente no esporte, como a maratonista

que chega sem nenhuma condição física no final da prova, mas mesmo assim a

termina. Todos se lembram da cena, mas ninguém se lembra de quem venceu a prova.

Um outro exemplo ocorreu na última Olimpíada de Sidney, quando um

nadador africano bateu o record olímpico de lentidão aquática, mas mesmo assim

terminou a prova e teve seus esforços reconhecido pelo público, que o aplaudiu. A

relação de exemplos seria imensa, entretanto, o importante é ter histórias pessoais e

profissionais em que a persistência foi fator crítico para o sucesso.

Ainda existindo duvidas, devemos lembrar que a persistência confere a maior

de todas as vitórias: a vitória pessoal, o sentimento de que você conseguiu aquilo que

queria, para aqueles que assistiram ou vão assistir o filme ao qual me referi, vai pode

perceber claramente a abordagem deste trabalho. É necessário precisa conhecer cada

vez mais os próprios dons, talentos, aptidões e habilidades, pois a realização da sua

vida pessoal e profissional depende profundamente do seu nível de autoconhecimento.

Existem muitos caminhos para isso, desde terapias até cursos vivenciais. Uma

sugestão simples é a da auto-percepção. Passe a se observar mais, suas respostas, as

experiências que lhe energizam e motivam e as que lhe causam sentimentos de

16

fraquezas. É importante conhecer seus pontos fortes e as suas oportunidades de

melhoria. O sucesso, para ser sólido e contínuo, deve ser construído sobre o que você

realmente é. Você é a solução: acredite em você e faça a diferença.

1.5 MOTIVAÇÃO NA CARREIRA DO EXECUTIVO

A Catho (2001), on-line realizou uma pesquisa (2001), com 1.356 executivos

de todo o Brasil, verificamos os fatores que na opinião dos respondentes contribuem

para a satisfação geral no emprego atual. O quadro resultante é o seguinte:

1) Perspectivas de progresso na empresa para os próximos 3 anos (26,0%)

2) Clima organizacional na empresa (20,7%)

3) Remuneração (12,8%)

4) Estilo de processo decisório na empresa (8,3%)

5) Solidez financeira do empregador (7,1%)

6) Benefícios oferecidos (7,0%)

7) Grau de estresse (6,7%)

8) Local de trabalho (6,1%)

9) Suporte secretarial (5,8%)

Como podermos ver, remuneração ocupa apenas o terceiro lugar como

elemento de motivação dos executivos. Um sinal que as empresas precisam entender

se quiserem trabalhar com uma equipe forte, unida e satisfeita.

O jornal virtual Carreira & Sucesso (2001), ouviu a opinião de Ricardo

Fernandes - Diretor de Consulting da Computer Associates Brasil -, para debater esse

assunto. Temas como liderança, motivação e comprometimento fazem parte dessa

atividade com os gerentes e consultores. Graduado em computação pela PUC de

Campinas e em Direito pela PUC de São Paulo, Ricardo faz questão de estar

continuamente estudando: Não consigo desassociar minha formação profissional da

acadêmica, reduto de idéias inovadoras e renovadoras.

17

O que motiva os executivos na carreira é dinheiro, realização, status ou

reconhecimento? São esses os fatores ou há mais algum? Em que ordem de

importância? Em nossa opinião, não são somente tais fatores que podem ser

considerados elementos motivadores. Pode-se elencar ainda a questão da autonomia

proporcionada de ações, os desafios propostos, a perspectiva de carreira, a

possibilidade de se liderar pessoas, a responsabilidade de formação de profissionais, a

possibilidade de aprendizado contínuo e respeito à ética profissional.

Assim, relacionamos abaixo em ordem de importância os seguintes fatores

de motivação:

• Possibilidade de Aprendizado Contínuo;

• Desafios propostos;

• Perspectiva de Carreira;

• Autonomia nas ações;

• Realização;

• Reconhecimento;

• Respeito à ética profissional;

• Dinheiro;

• Possibilidade de se liderar pessoas;

• Responsabilidade de formação de profissionais;

• Status.

O que as empresas fazem para atender a cada uma dessas expectativas?

As empresas têm mecanismos que podem possibilitar ao profissional atingir tais

expectativas. Muitos desses instrumentos partem de políticas de RH até

movimentações culturais na corporação. Assim, para proporcionar a almejada

autonomia nas ações, é importante que a cultura organizacional transmita a cada

funcionário não somente a delegação de poder, mas, principalmente, o sentimento de

que ele é o dono de sua atividade, responsável pelas conseqüências decorrentes das

ações, sejam elas positivas ou negativas.

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Além disso, é preciso desenvolver políticas de RH, nas quais o funcionário

tenha flexibilidade de se identificar com funções e não cargos, o que aumentará sua

satisfação e, conseqüentemente, um maior potencial de produtividade. Deve-se, ainda,

atrelar essas políticas de RH a fatores de motivação como realização, perspectiva de

carreira e status. Também proveniente da cultura empresarial vigente, os mecanismos

de reconhecimento à contribuição e realização proporcionam elementos facilitadores à

motivação.

Outro ponto de extrema importância reflete-se nos exemplos oriundos da alta

cúpula da organização, em relação a atos éticos e morais. Caso tal fato não ocorra, isto

é, tais indivíduos tenham condutas maculadas por atos imorais e nada éticos, não

haverá clima para que os profissionais sejam motivados a trabalhar em empresas de

conduta ilibada. A empresa deverá ainda se alinhar com os mais modernos conceitos

da administração, fundamentando sua capacidade produtiva no conhecimento dos

profissionais. Gerir este ativo intelectual exigirá das empresas ações motivadoras como

reconhecimento, aprendizado contínuo e realização.

Criar conceitos de mentores e treinadores (coaching) possibilitam atribuir

responsabilidades a profissionais para liderar e formar pessoas. Por fim, é importante

salientar que ações como essas levam a uma profunda mudança de conceito da

estrutura atual de RH, a fim de atender e se adequar aos novos tempos. Essa estrutura

deve ser ter sua missão revista e passar a atuar como uma verdadeira unidade de

negócios, assumindo uma postura pró-ativa e não mais reativa. Para tanto, deverá se

alinhar com o negócio da empresa vislumbrando as necessidades decorrentes de cada

área para que a corporação realize seus resultados pleiteados.

19

CAPITULO II

O CLIMA ORGANIZACIONAL

Conforme Bergamini (2006),7 o clima nas organizações começou a ser

observado no início dos anos 90, época em que inúmeras mudanças ocorreram no

Brasil: privatizações, terceirizações, fusão e aquisições, redução do quadro de pessoal.

As conseqüências foram baixa produtividade, alta rotatividade, absenteísmo, greves,

entre outros.

No entendimento de Souza (1975),8 o clima organizacional resulta de

variáveis culturais, ou seja, costumes, tradições e propósitos que fazem com que uma

empresa seja única. Quando essas variáveis são alteradas o clima também é alterado e

isso é percebido com grande facilidade.

Segundo Bergamini (1997, p. 35),

“Infelizmente, em muitas organizações é mais comum encontrar um grande contingente de pessoas que não nutrem a menor motivação por aquilo que fazem”.

Na atualidade, o que mais podemos observar nas organizações são as

reclamações de insatisfação dos colaboradores sobre o seu trabalho.

A pesquisa concernente ao clima organizacional de acordo com Gomes

(2008),9 é um fator de grande preponderante para a motivação dos empregados, pois

7 BERGAMINI, Cecília Whitaker. Motivação nas organizações. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2006. 8 SOUZA, Edela Lanzer Pereira. Desenvolvimento organizacional: casos e instrumentos brasileiros. São Paulo: Edgard Blücher, 1975 9 GOMES, Marco Antonio Vieira. Pesquisa de clima organizacional. http://www.guiarh.com.br/pp128.htm - acesso julho 2009

20

proporciona uma análise da organização e do seu ambiente, bem como do conjunto de

condições que caracteriza o estado de satisfação e/ou insatisfação dos colaboradores

na empresa e das demais pessoas que com eles interagem.

Segundo Souza (1980 apud GUTIERREZ, 1988),10 é de vital importância para

o administrador entender a conceituação de clima organizacional, visto que, é por meio

da criação de um clima organizacional que satisfaz as necessidades dos colaboradores

que se pode aumentar a eficiência de uma organização e manejar a motivação dos

colaboradores, canalizando esse comportamento para alcançar os objetivos

organizacionais.

Conforme afirmação de Luz (2007),11 o clima organizacional é abstrato,

entretanto, cita alguns indicadores que servem de alerta para a organização sobre a

situação do clima. Nesse aspecto, abaixo alguns dos indicadores do clima

organizacional considerados na abordagem do trabalho:

1) Turnover e absenteísmo – tunover é o mesmo que rotatividade, junto com o

absenteísmo pode demonstrar insatisfação e falta de comprometimento dos

empregados com a empresa;

2) Avaliação de Desempenho – muitas vezes a avaliação de desempenho vem

confirmar que o baixo desempenho dos colaboradores decorre de seu estado de

ânimo e da sua insatisfação;

3) Greves - podem indicar uma reação de descontentamento e insatisfação do

empregado com a empresa.

4) Conflitos Interpessoais e Interdepartamentais – a intensidade desses conflitos

determina se o clima é tenso ou agradável.

10 GUTIERREZ, Luiz Homero Silva. Percepção do Clima Organizacional Conforme o Escalão Hierárquico. http://www.rae.com.br/redirect.cfm?ID=925. Acesso em julho 2009 11 LUZ, Ricardo. Gestão do clima organizacional. 2. ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2007.

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5) Desperdícios de Material – é uma reação que pode indicar muitas vezes

insatisfação com as condições de trabalho oferecidas como também a falta de

comprometimento do empregado com a empresa.

O clima organizacional no entender de Chiavenato (2004),12 está

intimamente relacionado com o grau de motivação de seus participantes, pois

quando a motivação está em alta, o clima é de satisfação, animação, colaboração, já

quando está em baixa o clima é de insatisfação, apatia, desinteresse e até

agressividade.

Afirma ainda Luz (2007), que o clima de uma organização pode ser bom,

prejudicado ou ruim. É considerado bom quando predominam as atitudes positivas,

quando os colaboradores estão alegres, confiantes, motivados, entusiasmados,

engajados e comprometidos com os objetivos organizacionais. É prejudicado ou ruim

quando os funcionários estão desanimados, o ambiente de trabalho tem muitas

discórdias, rivalidades, desinteresse pelo cumprimento das tarefas, resistência às

ordens.

Conforme Chiavenato (2004), as pessoas estão sempre se moldando às

diversas situações para satisfazer suas necessidades e manter o equilíbrio emocional.

Esse ajustamento se refere a todas as necessidades - fisiológicas, segurança, social,

estima e auto-realização -, portanto, se uma delas não for satisfeita ocorre um

desajustamento. A satisfação dessas necessidades depende em grande parte das

outras pessoas que compõem as organizações, por isso é importante à administração

perceber as causas do desajustamento para entender a motivação das pessoas.

12 CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2004.

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Atkinon (apud CHIAVENATO, 2004) desenvolveu um modelo que estuda os

determinantes ambientais da motivação, que se baseia nas seguintes premissas:

• Todos têm necessidades que somente influenciam nossa forma de agir quando

somos provocados;

• A provocação depende da situação e do ambiente que percebemos;

• Uma necessidade específica só influenciará o comportamento se houver uma

provocação por parte do ambiente;

• Mudanças no ambiente provocam mudanças na motivação;

• Cada motivação satisfaz uma necessidade diferente, portanto a mudança da

motivação provoca mudança de comportamento.

Diante disso, podemos perceber que o clima organizacional tem tudo a ver

com a motivação dos colaboradores, sendo ele um dos aspectos que mais influencia a

motivação.

2.1 CONCEITUANDO O CLIMA ORGANIZACIONAL

Clima organizacional no entendimento de Luz (2007), é a atmosfera

psicológica que envolve a empresa e seus colaboradores refletindo o estado de ânimo

ou do grau de satisfação dos funcionários de uma empresa, num dado momento, isto

significa que o ambiente de trabalho reflete a motivação e a satisfação dos

colaboradores.

Para Forehand e Gilmer (1964),13 apud Gutierrez (1988, p. 6), o clima

organizacional,

“... é o conjunto de características que descrevem uma organização, distinguindo-a das demais, mantendo-se relativamente permanente e influenciando o comportamento de

13 FOREHAND, G. A., GILMER, H. B. Environmental variation in studies of organizational behavior. Psychological Bulletin, v. 62, n. 6, p. 361-382, 1964.

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seus participantes, portanto existem muitos fatores dentro do ambiente de trabalho que podem influenciar a motivação.”

A palavra clima significa tendência, inclinação. Clima organizacional,

portanto, conforme Bergamini (1997),14 reflete a tendência ou a inclinação de até que

ponto as necessidades da organização e das pessoas estão sendo atendidas. Os

conceitos de clima organizacional geralmente o relacionam com satisfação, percepção

dos funcionários e cultura organizacional.

Na seqüência, relacionamos alguns conceitos de clima organizacional,

citados por Luz (2007, p. 10):

“Clima organizacional é o conjunto de valores, atitudes e padrões de comportamento, formais e informais, existente em uma organização”. (Flavio de Toledo e B. Milioni - Consultores).

“Clima organizacional é a atmosfera resultante das percepções que os funcionários têm dos diferentes aspectos que influenciam seu bem estar e sua satisfação no dia a dia de trabalho.” (Luiz César Barçante e Guilherme Caldas de Castro, autores do livro ouvindo a voz do Cliente Interno).

“O clima organizacional é um fenômeno resultante da interação dos elementos da cultura. O clima é mais perceptível do que suas fontes causais, comparando-se a um “perfume”, pois se percebe seu efeito sem conhecer os ingredientes, embora às vezes seja possível identificar alguns deles.” (Edela Lanzer P. DE Souza, autora do livro Clima e cultura Organizacional).

“Clima organizacional é mais ou menos assim: não se sabe exatamente onde encontrá-lo; por instantes temos a sensação de tê-lo achado, mas depois nos decepcionamos. O clima jamais é algo bem nítido, como uma espécie de fantasma que fica por aí no dia a dia da empresa, metido numa confusa trama de ações, reações, sentimentos que nunca se definem, jamais se explicitam.” (Marco A. Oliveira, autor do livro Pesquisas de Clima Interno nas Empresas).

14 BERGAMINI, C. W.; CODA, R. Psicodinâmica da vida organizacional. 2. ed. São Paulo, Pioneira, 1997

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Partindo deste conceito, de acordo com Graça (1999),15 podemos perceber

que o clima organizacional é algo intangível, mas que é perceptível e que se reflete no

comportamento das pessoas. Pode, portanto, o clima organizacional ser traduzido por

aquilo que as pessoas costumam chamar de ambiente de trabalho, que envolve a

relação entre empresa e colaboradores.

Mallet (apud BERGAMINI, 1997) afirma que somos influenciados pelo clima

organizacional e, ao mesmo tempo, o influenciamos. Esse ciclo de influências criará um

efeito que chamamos de realimentação de auto-reforço, fazendo com que certas

características da cultura sejam amplificadas através de comportamentos repetidos nas

relações do dia-a-dia. Assim, se a cultura organizacional for virtuosa, esse ciclo

amplificará comportamentos construtivos, gerando mais produtividade com qualidade

de vida. Mas se a cultura for viciosa, o ciclo de influências arrastará a empresa para

comportamentos cada vez mais destrutivos, prejudicando a produtividade, desgastando

as pessoas e os seus relacionamentos.

Palácios (2002),16 cita o conceito de clima organizacional segundo as

abordagens estrutural, perceptual, interativa e cultural.

Segundo Schneider & Reichers (1983) apud Palácios (2002), na abordagem

estrutural, o clima resulta da participação de um conjunto de características da

organização que exerce influência sobre as atitudes e percepções das pessoas. Sendo

assim, aspectos como tamanho, divisão, hierarquia, centralidade, entre outros, fazem

surgir o clima organizacional. Todavia para, James & Jones (1974), apud Palácios

(2002), o clima organizacional não depende da percepção dos membros, pois é uma

característica da organização.

15 GRAÇA, Hélio. Clima Organizacional: uma abordagem vivencial. Brasília: FUNADESP, 1999 16 PALACIOS, Puente K. E. Abordagens teóricas e dimensões empíricas do conceito de Clima Organizacional. Revista de Administração, São Paulo, v.37, n.3, p.96-104, jul/set, 2002.

25

No tocante a abordagem perceptual, no entender de Palácios (2002), o

clima organizacional é resultado do processo da percepção que os indivíduos

constroem do ambiente e da organização. Já na abordagem interativa.

Segundo cita Palácios (2002, p. 99)

“... o clima não é apenas o indivíduo e seus processos internos, mas também os processos de interação”, ou seja, o clima organizacional é resultado de uma série de fatores, e não somente do trabalho em si, mas também de tudo que está envolvido com o ambiente de trabalho.”

Moran e Volkwein (1992) apud Palácios (2002, p.99) afirmam que

“... o clima é então moldado por processos de interação social e estruturado a partir de atribuições de significados compartilhados socialmente”.

A abordagem cultural defende que a cultura organizacional é capaz de

influenciar o comportamento dos seus membros, por isso propõe o acréscimo das

variáveis culturais ao conceito de clima organizacional; assim, normas, valores e

padrões de desempenho que exercem influência sobre as práticas da organização

também fazem parte do clima organizacional.

Chegamos então ao seguinte conceito de clima organizacional: um

conjunto de características organizacionais e variáveis culturais percebidas pelos

membros da organização e constituídas por meio da interação de todos.

2.2 RELAÇÕES ENTRE CULTURA E CLIMA ORGANIZACIONAL

Diante dos conceitos de clima organizacional citados, percebe-se que os

mesmos se confundem com o conceito de cultura. Vejamos mais um conceito que trata

a cultura e o clima organizacional como sendo semelhantes:

26

“O clima ou cultura do sistema reflete tanto as normas e valores do sistema formal como sua reinterpretação no sistema informal. O clima organizacional também reflete nas histórias das porfias internas e externas, do tipo de pessoas que a organização atrai, de seus processos de trabalho, de sua distribuição física, das modalidades de comunicação e do exercício da autoridade dentro do sistema.” (KATZ e KAHN apud LUZ, 2007, p. 12).

Entende-se assim que vários aspectos da cultura da empresa contribuem

para a criação do clima organizacional vigente. De fato, a confusão ocorre porque há

uma íntima relação entre a cultura e o clima, sendo eles fenômenos complementares.

Pode-se dizer que a cultura é a causa e o clima a conseqüência e, apesar de ser

intangível, se manifesta de forma concreta. Nesse aspecto, a cultura exerce forte

influência sobre o clima da empresa.

Luz (2007) faz ainda outra relação entre clima e cultura, em que clima é um

fenômeno temporal, pois se refere ao estado de ânimo dos funcionários num dado

momento, e cultura decorre de práticas recorrentes, estabelecidas ao longo do tempo.

Segundo Chiavenato (2004, p.165):

“Cultura organizacional é a maneira costumeira ou tradicional de pensar e fazer as coisas, que são compartilhadas por todos os membros da organização e que os novos membros devem aprender e aceitar para serem aceitos no serviço da organização, ou seja, a organização visualiza a si própria e seu ambiente.”

Deste modo, a cultura organizacional pode ser entendida como tudo aquilo

faz parte da identidade e do serviço da organização. A Cultura organizacional segundo

Robbins (2004),17 é um sistema de valores compartilhados que diferencia uma

organização da outra. Esse sistema é composto de sete características que capturam a

essência da cultura de uma organização e que serão avaliadas de forma a revelar muito

sobre o ambiente organizacional presente na empresa.

17 ROBBINS, Stephen P. Comportamento organizacional. 9. ed. São Paulo:Prentice Hall, 2004.

27

1) Inovação e assunção de riscos;

2) Atenção aos detalhes;

3) Orientação para os resultados;

4) Orientação para as pessoas;

5) Orientação para equipe;

6) Agressividade;

7) Estabilidade.

28

CAPITULO III

ESTILOS DE COMPORTAMENTO MOTIVACIONAL NAS

ORGANIZAÇÕES

Neste tópico, iremos conhecer quatro estilos de comportamento motivacional

citados por Bergamini (2006),18 bem como as características de cada um desses

estilos. Isso irá nos ajudar a identificar o comportamento de várias pessoas dentro das

organizações como também saber quais situações trazem mais motivação e satisfação

para cada uma delas.

O primeiro estilo a ser abordado é o de pessoas orientadas pela

participação, que são prestativas, leais, idealistas, estão sempre disponíveis para

ajudar, procuram dar o melhor de si para corresponder às expectativas e assumem a

responsabilidade por estarem sempre envolvidas com causas importantes.

(BERGAMINI, 2006).

Estão satisfeitas e motivadas quando:

• São consultadas pelas outras pessoas;

• Usam seus talentos pessoais para desenvolver a organização;

• Promovem o desenvolvimento daqueles com os quais trabalha.

Ficam insatisfeitas e desmotivadas quando:

• Recebem tratamento impessoal;

• São forçadas a desenvolver atividades sem significado;

• Sentem que suas intenções não são reconhecidas;

18 BERGAMINI, Cecília Whitaker. Motivação nas organizações. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2006

29

• Têm que conviver em um clima de falsidade.

Bergamini (2006) afirma que essas pessoas valorizam o trabalho em si e a

responsabilidade como algo que realmente traz auto-realização. No desenvolvimento

das suas atividades profissionais, preferem atividades do tipo administrativas e

geralmente estão nas áreas de Recursos Humanos, o que lhes causa maior

insatisfação são políticas administrativas injustas e relacionamento interpessoal

precário, ou seja, são pessoas que têm mais motivação intrínseca.

O segundo estilo do qual Bergamini (2006) fala é das pessoas orientadas

para ação, que sentem grande atração por atividades desafiadoras onde possam

demonstrar sua competência pessoal, tem espírito inovador, grande facilidade para

assumir o comando e agir rapidamente, demonstra marcante confiança em si mesmo,

possui convicções firmes.

Estão satisfeitas e motivadas quando:

• Desenvolvem atividades variadas;

• Podem agir com autonomia;

• Sentem - se desafiadas a comprovar sua eficiência.

Ficam insatisfeitas e desmotivadas quando:

• Têm que desenvolver atividades rotineiras;

• Os objetivos não são claramente determinados;

• Não conseguem controlar as variáveis que afetam os resultados;

• Há falta de responsabilidade por parte dos outros.

Pessoas orientadas para ação valorizam o progresso, o acesso a posições

de maior responsabilidade, o desenvolvimento pessoal, e geralmente ocupam cargos

de gerência ou supervisão. Os fatores que causam mais insatisfação são salário

incompatível, insegurança quanto aos objetivos e falta de reconhecimento.

(BERGAMINI, 2006).

30

De acordo com Bergamini (2006), o terceiro estilo de comportamento

motivacional é o das pessoas orientadas para a manutenção. As pessoas com esse tipo

de orientação se preocupam com a segurança e se apóiam em vitórias passadas,

desenvolvem as atividades de maneira lógica e ordenada, são organizadas e

persistentes naquilo que fazem e extremamente reservadas quanto a dados

confidenciais.

Estão satisfeitas e motivadas quando:

• Contam com tempo suficiente para garantir qualidade do que está sendo feito;

• Dispõem de fontes confiáveis de consulta;

• Têm oportunidade de usar lógica e organização.

Ficam insatisfeitas e desmotivadas quando:

• Trabalham com informações confusas e incompletas;

• Estão sujeitos a um clima de constantes mudanças;

• Trabalham sob pressão.

Conforme Bergamini (2006), as pessoas orientadas para manutenção

trabalham em áreas de administração geral, finanças e pesquisa, dão grande

importância para o trabalho, valorizam o reconhecimento pelo real valor profissional, a

responsabilidade, o ambiente mais estável, sem grandes mudanças, e têm como fonte

de insatisfação o relacionamento superficial e a falta de respeito profissional.

O quarto e último estilo motivacional que conheceremos é o das pessoas

orientadas para a conciliação, que são flexíveis, bem humoradas e otimistas, utilizam a

negociação no seu dia a dia e têm como preocupação principal estar em sintonia com

os demais. (BERGAMINI, 2006).

Estão satisfeitas e motivadas quando:

31

• Desfrutam de convivência social harmônica;

• Contam com um ambiente flexível;

• Reconhecem-se importantes dentro de um grupo;

• Conhecem a repercussão de suas ações.

Ficam insatisfeitas e desmotivadas quando:

• Precisam seguir normas e horários rígidos;

• Estão em um ambiente sério demais em que as pessoas se desentendem

constantemente;

• São colocados em ridículo perante o grupo;

• Sentem-se socialmente colocadas de lado.

Para Bergamini (2006), são pessoas que ocupam cargos de assessoria, em

que não possuem autoridade formal e podem usar suas habilidades de negociação,

valorizam as possibilidades de progresso e evolução constantes e o reconhecimento do

seu valor pessoal. Apontam como fatores de insatisfação o ambiente inseguro, sem

reconhecimento e relacionamento interpessoal precário.

Diante disso, podemos perceber que em todos os casos um fator muito

importante citado foi o reconhecimento, provando ser este um dos fatores mais

importantes da motivação.

3.1 TEORIAS DE MOTIVAÇÃO NO TRABALHO

Como foi dito anteriormente, a motivação é bastante complexa e envolve

muitos aspectos da administração. Existem diversas teorias que tentam explicar a

motivação, mas nenhuma delas é completa, ou seja, não tem todos os componentes

necessários para explicá-la, na verdade elas se completam. A seguir vamos conhecer

algumas das teorias escolhidas para serem abordadas neste trabalho, a maioria delas

teorias contemporâneas.

32

3.1.1 Teoria da fixação de objetivos

Essa teoria afirma Robbins (2004),19 que a fixação de objetivos é importante

e necessária para que os funcionários saibam o que precisa ser feito para alcançar os

objetivos pré-estabelecidos com melhor desempenho e mais motivação. Ela pressupõe

que quando você tem um objetivo determinado a seguir você tem mais motivação

porque sabe para onde está caminhando e qual resultado quer alcançar, e que um

indivíduo que está comprometido com o objetivo está determinado a não rebaixá-lo nem

abandoná-lo (ROBBINS, 2004).

Segundo Robbins (2004), os objetivos específicos melhoram o desempenho,

e quanto mais difícil o objetivo, mais alto o nível do desempenho. No entanto, quando

um objetivo é difícil a resistência é muito grande, porém, se as pessoas participarem da

fixação dos objetivos é bem mais fácil conseguir a aceitação, pois as mesmas se

comprometem mais com as escolhas que participam e, uma vez que o funcionário se

compromete com um objetivo difícil, ele despende um alto nível de esforços até que ele

seja atingido, perdido ou abandonado.

Outro fator de grande importância é o feedback, pois funciona como guia de

comportamento fazendo com que as pessoas trabalhem melhor, pois percebem o que

ainda precisam fazer para alcançar o objetivo.

Robbins (2004, p. 142) acrescenta que:

“A teoria da fixação dos objetivos tem limitações culturais, pois ela parte do principio de que os trabalhadores são independentes, que os executivos e funcionários buscam metas desafiadoras e que o desempenho é considerado importante por todos, por isso essa teoria não é adequada a países com condições culturais opostas.”

19 ROBBINS, Stephen P. Comportamento organizacional. 9. ed. São Paulo:Prentice Hall, 2004.

33

Portanto, a motivação varia de acordo com o local. Para entendê-la e

mensurá-la é preciso conhecer a cultura desse local.

3.1.2 Teoria da avaliação cognitiva

A teoria da avaliação cognitiva, segundo Robbins (2004, p. 140), propõe que:

“A introdução de recompensas externas, para trabalhos que anteriormente eram gratificantes apenas pelo seu conteúdo, tende a reduzir a motivação, isso acontece porque a pessoa experimenta uma perda de controle do próprio comportamento, o que diminui a motivação intrínseca que existia.”

Assim, recompensas externas por si só não motivam, só motivam quando o

trabalho em si motivar também. No caso de tarefas desagradáveis, o pagamento

externo parece aumentar a motivação intrínseca, isso prova que há certa

interdependência entre as recompensas intrínsecas e extrínsecas, é um fenômeno real.

Portanto, “essa teoria tem aplicabilidade limitada e só tem relevância para funções de

hierarquia intermediária nas organizações. (ROBBINS, 2004, p.140). Ou seja, não

devemos levar em conta essa teoria quando se fala em cargos operacionais.

3.2 TEORIA DO PLANEJAMENTO DO TRABALHO

Pesquisas recentes sobre planejamento do trabalho apontam que as

maneiras como os elementos do trabalho são organizados podem aumentar ou reduzir

a motivação. (ROBBINS, 2004). Entender o próprio trabalho pode ser fonte de

motivação.

Robbins (2004) relaciona os seguintes elementos a serem observados:

• Variabilidade de habilidades – o grau em que o trabalho requer uma variabilidade

de atividades diferentes, permitindo que o funcionário utilize diversas habilidades

e talentos.

• Identidade da tarefa – grau em que o trabalho requer realização completa de

uma peça inteira.

34

• Significância da tarefa – grau em que o trabalho tem impacto substancial sobre a

vida e trabalho de outras pessoas.

Para que o trabalho tenha alto potencial motivador é preciso uma pontuação

alta em pelo menos um dos 3 itens acima e alta pontuação em autonomia e feedback.

• Autonomia – grau em que o trabalho oferece liberdade no planejamento do

trabalho e na determinação dos procedimentos a serem seguidos.

• Feedback – grau em que a realização das atividades requeridas pelo trabalho

resulta na obtenção direta e clara de informações sobre a eficácia do

desempenho do funcionário.

Dentro da teoria do planejamento do trabalho é preciso ter atenção como

acontece o processamento da informação social dentro das organizações.

Para Robbins (2004), as pessoas avaliam um mesmo trabalho de maneiras

diferentes e reagem ao trabalho de acordo com essa percepção que têm dele.

Podemos perceber que muitas vezes quando começamos a trabalhar em uma empresa

estamos bastante motivados pelo nosso novo emprego, mas quando nos deparamos

com pessoas que não estão satisfeitas e só sabem reclamar da empresa, do trabalho e

etc, muitas vezes em pouco tempo estamos também insatisfeitos e desmotivados, isso

porque reconstruímos a realidade com base nas mensagens que recebemos de nossos

colegas, o que leva a um clima organizacional muito ruim.

3.2.1 Teoria da equidade

Essa teoria aborda que os funcionários fazem comparações entre seus

trabalhos e o trabalho dos outros, quando tal comparação gera a percepção de que as

relações são iguais, dizemos que estamos em estado de equidade, mas se percebemos

relações desiguais sentimos raiva ou culpa por estarmos sendo injustiçados.

(ROBBINS, 2004).

35

Robbins (2007) acredita que apesar dessa teoria ter se concentrado na

remuneração, a equidade também é buscada nas outras recompensas organizacionais.

Chiavenato (2004),20 cita como exemplos status, tamanho da mesa, local no

estacionamento, entre outros, tudo isso é comparado pelos colaboradores.

Segundo Chiavenato (2004), esta teoria ajuda a explicar as atitudes das

pessoas com relação às recompensas organizacionais.

3.2.2 Teoria da expectativa

Para Stoner (1992, p. 328), essa é a única teoria que leva em conta as

diferenças ente indivíduos e situações. Afirmam que a teoria da expectativa é um

modelo de motivação em que o esforço para se atingir um alto desempenho é

resultante de se perceber a possibilidade de que o alto desempenho pode ser

alcançado e recompensado se alcançado, e que a recompensa valerá o esforço

dispendido. Portanto, se a recompensa não for àquela esperada será uma grande

decepção que trará muitas conseqüências negativas.

A teoria sustenta que a força da tendência para agir de determinada maneira

depende da força da expectativa de que está ação trará certo resultado, determinando

as percepções das pessoas sobre até que ponto seus esforços conduzirão a um

desempenho eficaz, diante da recompensa. Do ponto de vista dessa teoria, para ser

motivadora, a recompensa deve ser adequada às necessidades de cada funcionário,

além de ser passível de obtenção para os membros da organização. (ROBBINS, 2004).

Bergamini (1997, p. 134) afirma que:

20 CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2004.

36

“A satisfação no trabalho influencia as decisões das pessoas sobre trabalhar e de permanecerem no atual emprego, os níveis de satisfação mudam como conseqüência de ações organizacionais específicas, a satisfação varia de acordo com os diferentes momentos e entre diferentes setores, portanto é preciso avaliar quais fatores merecem receber atenção especial e precisam ser priorizados, por isso cada vez mais as organizações estão preocupadas em realizar levantamentos para identificar o nível de satisfação dos seus colaboradores comparando com as medias nacionais.”

Com isso podemos entender que a motivação está relacionada com cada

situação vivida pelos colaboradores dentro das organizações, por isso os

administradores devem estar atentos aos acontecimentos internos de suas empresas

para saber como melhorar a motivação e satisfação dos colaboradores.

Segundo Chiavenato (2004), Lawer encontrou evidências que o dinheiro pode

motivar tanto comportamento como companheirismo e dedicação, ele somente tem

pouca potência motivacional, pois não é aplicado de maneira correta pelas

organizações. A relação entre dinheiro e desempenho é inconsistente porque:

• O incentivo é fraco e demorado e dá a impressão que não se relaciona com o

desempenho.

• As avaliações de desempenho não geram incentivos salariais;

• Os salários não distinguem o bom e mau desempenho;

Essa teoria tem duas bases sólidas:

• O dinheiro permite a satisfação da maioria das necessidades humanas sendo um

meio e não um fim em si mesmo.

• Se as pessoas perceberem que o desempenho gera um incentivo salarial

certamente elas irão ter um melhor desempenho.

Essa teoria pode ser expressa da seguinte forma:

37

Figura 1: Teoria da expectativa Fonte: Hampton (1977, p. 384)

Sendo assim, Chiavenato (1999) afirma que o dinheiro pode ser um ótimo

motivador desde que as pessoas percebam que há uma ligação entre as diferentes

remunerações e desempenho.

3.2.3 Teoria de Maslow

A teoria de Maslow é a mais popular teoria sobre motivação. Segundo ele, o

estado de motivação é contínuo, porém a natureza da motivação é instável e complexa,

Maslow afirma em sua teoria que as pessoas dificilmente atingem um nível de

satisfação total por um longo período, isso porque assim que uma necessidade do ser

humano é satisfeita logo surgem outras necessidades para serem satisfeitas, e assim

surge um ciclo de motivação. Com isso Maslow formulou a pirâmide de hierarquia de

necessidades, mostrada a seguir. (SILVA, 2007).

auto

realização

auto

estima

necessidades sociais

necessidades de segurança

necessidades fisiológicas básicas Figura 2: A pirâmide da hierarquia das necessidades de Maslow Fonte: Robbins (2002, p. 152).

38

Na base da pirâmide estão as necessidades fisiológicas que são aquelas

necessidades básicas de sobrevivência, como água, comida, abrigo entre outras. Logo

que essas necessidades são satisfeitas surgem às necessidades de segurança, entre

elas proteção contra ameaças físicas e emocionais, uma vez satisfeitas essas

necessidades passam a predominar as necessidades sociais, onde a pessoa procura

relacionar-se com as outras, em seguida vem à necessidade de estima, que são: amor

próprio, reconhecimento e respeito, como conseqüência da satisfação desse tipo de

necessidade ela se sente autoconfiança, prestígio, poder e controle. (SILVA, 2007).21

No topo da pirâmide estão às necessidades de auto-realização, que é o

desejo que cada um de nós tem de nos tornarmos aquilo que somos capazes de ser.

Essa teoria dá margem para várias discussões, pois não existe prova de sua validade

na prática. Maslow admite que a teoria pode dar a entender uma necessidade só surge

depois que a outra foi totalmente satisfeita o que não é verdade, pois a maioria das

pessoas se encontra parcialmente satisfeita e insatisfeita e podem sim existir

necessidades de vários níveis, porém elas predominam em momentos diferentes de

acordo com a força motivadora.

3.2.4 Teoria de Herzberg

Na década de 60 Herzberg (apud VERGARA, 2007),22 formulou sua teoria

que explica o comportamento das pessoas no trabalho por meio de dois fatores, os

fatores higiênicos e os fatores motivacionais.

Chiavenato (2004) cita alguns meios práticos de incentivar os fatores

satisfatórios são eles:

• Delegar responsabilidades;

• Promover oportunidades

21 SILVA, João Martins da. O ambiente da qualidade na prática, Minas Gerais: Líttera Maciel, 2007 22 VERGARA, Sylvia Constant. Projeto e relatório de pesquisa em administração. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2007.

39

• Usar plenamente as habilidades pessoais;

• Estabelecer objetivos e avaliação;

• Simplificar o cargo por parte do próprio ocupante;

• Enriquecer o cargo.

Segundo Silva (2007, p. 38),

“... os incentivos organizacionais baseados nos fatores higiênicos não resultam em aumento de motivação, mas criam condições para que as pessoas possam ser motivadas”, já os fatores motivacionais existem uma dependência entre motivação e produtividade se refere à execução da tarefa.”

40

CONCLUSÃO

As entidades que possuem visão de futuro na moderna gestão, já estão se

vacinando contra este vírus do mau atendimento, do mau humor, o que, sem dúvida,

requer muito treinamento. É o chamado treinamento do capital humano, pois um

funcionário satisfeito, comprometido e motivado atende com eficiência e eficácia,

contagiando sua majestade, o senhor cliente.

É ali que entra a Motivação, que é uma maneira de "recarregar as baterias"

das pessoas, cujos efeitos e reflexos nas relações pessoais e profissionais internas e,

junto aos clientes externos constituem o principal foco, haja visto que o otimismo e o

entusiasmo com que os clientes internos se relacionam com o cliente externo, são

imprescindíveis em qualquer atividade ou serviço para o fortalecimento e o sucesso das

relações de trabalho.

A motivação no trabalho leva o indivíduo à realização das tarefas do seu

cargo, com aproveitamento do pleno potencial, pois uma pessoa motivada trabalha com

maior eficácia. A ordem é estimular dentro de si o dom do otimismo, da auto-estima, a

fim de transformar o não é fácil no eu consigo. E isso requer uma boa dose de

otimismo, bom humor e entusiasmo, afim de não permitir que o mau humor tome conta

de nosso estado de espírito. Cada cliente, interno ou externo, deverá ser contagiado no

mínimo com um bom-dia, que a custo zero trás resultados incalculáveis, numa relação

simpática entre fornecedor-consumidor.

41

No momento em que o mundo nos desafia para a qualidade, fruto da cultura

globalizada, a ordem é mudar para o otimismo e muito pensamento positivo. Na era da

globalização, a qualidade no atendimento é o grande diferencial para uma entidade

manter-se conceituada, com credibilidade e competitiva no mercado. Dentro deste

conceito, a palavra de ordem é treinamento. Neste sentido o Brasil gasta apenas 0,5%

do tempo útil de trabalho em treinamento, enquanto o Uruguai gasta 4,7%, contra

10,3% dos EUA e 18% no Japão. Somos a oitava potência mundial, temos uma

economia se estabilizando e possuímos os piores padrões de atendimento comparando

com os países desenvolvidos.

Equipe treinada, motivada, com elevada auto-estima cria um ambiente de

bem estar que acaba contagiando o cliente externo. Essa relação de estima deve existir

a nível estratégico, tático e operacional. Quem delega e cobra resultados, deve fazê-lo

sempre através de estímulos positivos, de forma assertiva, tais como: parabéns, gostei,

está ótimo, etc., fazendo assim do ambiente de trabalho um ambiente familiar e de

cooperação, onde todos se sentem bem, cuja postura acaba contagiando o cliente-

externo. Cada pessoa dentro do seu ambiente de trabalho deve sentir essa

responsabilidade e esse compromisso, não importa o que você faz e qual o nível

hierárquico que ocupa, o importante é fazer bem feito. E se você não pode fazer

grandes coisas, deve fazer grande as pequenas coisas que faz.

Conclusão: "O sucesso começa pela intenção da gente".

42

Ninguém consegue ser bem sucedido profissionalmente sem um certo nível

de comprometimento e esforço com seu trabalho. Por isso mesmo, o assunto motivação

sempre foi muito discutido, principalmente nos últimos anos, onde se buscou conhecer

os fatores que provocam, canalizam e sustentam o comportamento de um indivíduo em

suas atividades cotidianas e laborais.

Os empresários entendem que a motivação é um fator que aumenta a

produtividade e a competitividade das suas empresas. Consideram também que as

práticas tradicionais utilizadas para promover a motivação nas empresas é cada vez

mais insuficiente, sendo, por isso, necessário que os empresários inovem com essa

finalidade. Conclui-se, ainda, que é através de níveis elevados de motivação que é

possível gerar as energias necessárias à emergência do comportamento individual e

grupal requerido num dado contexto.

43

REFERENCIAS

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BERGAMINI, C. W.; CODA, R. Psicodinâmica da vida organizacional. 2. ed. São Paulo, Pioneira, 1997

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SOUZA, Edela Lanzer Pereira. Desenvolvimento organizacional: casos e instrumentos brasileiros. São Paulo: Edgard Blücher, 1975

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