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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
A ARMA DE BRINQUEDO NO CRIME DE ROUBO
ALUNO: Anselmo Marques dos Santos
ORIENTADOR
Professor: Francis Rajzman
Rio de Janeiro
2010
1
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
A ARMA DE BRINQUEDO NO CRIME DE ROUBO
Esta publicação atende a
complementação didática
Pedagógica de metodologia da pesquisa e
a Produção e desenvolvimento de
monografia, para obtenção do
grau de especialista em Direito Penal e
Processo Penal do curso de pós-
graduação.
Por: Anselmo Marques dos Santos
2
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, agradeço A Deus
por ter me dado força, saúde, sabedoria,
para que pudesse conquistar meus
objetivos, Também aos meus colegas que
direta ou indiretamente me ajudaram.
3
DEDICATÓRIA
A minha querida Mãe e meu
querido Pai, por serem exemplos de
perseverança, e que tanto me
incentivaram em meus estudos, assim
como aos Professores, desta instituição,
que tanto me impulsionaram nesta
trajetória.
4
RESUMO
O crime de roubo se encontra inserido no rol dos crimes contra o
patrimônio. Esse crime possui as mesmas características do furto, sendo que a
distinção conceitual entre furto e roubo é que no primeiro a subtração é
clandestina; no segundo, o arrebatamento é público e violento. Nesse sentido é
a descrição típica do artigo 157 do Código Penal: "Subtrair coisa móvel alheia,
para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou
depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de
resistência. Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos, e multa,
trata-se de crime complexo, o objeto jurídico imediato do roubo é o patrimônio,
tutelam-se, assim também, a integridade corporal, a liberdade e, no latrocínio, a
vida do sujeito passivo.. Verifica-se que as armas de brinquedo vêm sendo
empregado freqüentemente nos crimes de roubos praticados no Brasil, fazendo
com que os legisladores do país busquem uma forma de resolver este
problema, primeiramente este delito enquadrava-se no decreto-lei 3.688/41,
depois, foi tipificado pela lei 9.437/97, sendo mais tarde revogado
expressamente pela lei 10.286/03, alias questão extremamente polêmica na
doutrina e jurisprudência é a da arma de brinquedo. recentemente o Superior
Tribunal de Justiça cancelou a Súmula 174, com isso, voltou à baila a
discussão acerca do tema, para a corrente subjetiva, defendida por vários
doutrinadores, aplicar-se-ia o aumento de pena, tendo em vista que a arma de
brinquedo seria eficiente para intimidar a vítima. Para a corrente objetiva,
defendida por diversos Doutrinadores não deveriam aplicar-se o aumento de
pena, pois a arma de brinquedo não oferece perigo real à incolumidade da
vítima. Procura-se pela análise do trabalho acadêmico, compreender melhor
esta discussão tão controversa, que segundo a orientação dos tribunais
brasileiros, tem se julgado no sentido de que não se pode haver majoração da
pena nos crimes de roubo quando praticado com armas de brinquedo.
Palavra chave: roubo; arma de brinquedo; tese objetiva; tese subjetiva.
5
METODOLOGIIA
O presente trabalho de monografia utilizará o método Teórico,
fundamentado na pesquisa descritivo / Bibliográfica, que versará na analise de
obra dos autores jurídicos nacionais, assim como, fazendo-se citações de
jurisprudências no curso da explicação.
Para possibilitar a análise proposta, ira ser utilizado o sistema de
fichamento de livros e artigo que abordam o tema de arma de brinquedo no
crime de roubo, assim como, consultas aos acervos de bibliotecas jurídicas
adotando-se o cuidado de creditar as citações aos autores respectivos.
No tocante aos meios de elaboração da monografia, foram usadas para
a preparação do tema apresentado, Obras catalogadas com o Direito Penal,
adicionado do conceito de diversos Doutrinadores do tema proposto.
Este trabalho trata de uma pesquisa bibliográfica. Os principais autores
utilizados na realização deste trabalho foram: Damásio Evangelista de Jesus;
Cezar Roberto Bitencourt; Luiz Flavio Gomes; Fernando Capez, e etc.
6
SUMÁRIO
Introdução..........................................................................................................07
Capítulo – I O crime de roubo no Código Penal................................................09
Capítulo – II Majoração da Pena do Crime de Roubo ......................................16
Capítulo – III Roubo Qualificado........................................................................21
Capítulo – IV Analise da sumula 174 do STJ da Lei 9.437/97; e Lei
10.286/03...........................................................................................................29
Capítulo – V Ofensa aos Princípios do Direito Penal........................................38
Conclusão..........................................................................................................44
Anexo.................................................................................................................47
Bibliografia.........................................................................................................61
Índice.................................................................................................................62
7
Introdução
O presente trabalho de monografia esta descrito pelo exame minucioso
que em volvem o crime de Roubo com o emprego de arma de brinquedo. O
crime de roubo esta tipificado no artigo 157 do Código Penal Brasileiro, que
assim expressa: “Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante
grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio,
reduzido à impossibilidade de resistência: pena – reclusão, de 4 (quatro) a 10
(dez) anos, e multa”.
O crime de roubo encontra-se tipificado no rol dos crimes contra o
patrimônio. Esse crime contém as mesmas características do furto, todavia,
possui fatores que, associado ao elemento do tipo subtrair, produzem um novo
tipo penal. É um crime complexo, onde o objeto jurídico imediato do crime é o
patrimônio, e tutela-se também a integridade corporal, a saúde, a liberdade e
na hipótese de latrocínio a vida do sujeito passivo.
Será apreciado neste trabalho: a majoração da pena do crime de roubo:
art. 157, § 2º:A pena aumenta-se de um terço até a metade: I – se a violência
ou ameaça é exercida com emprego de arma; II – se há concurso de duas ou
mais pessoas; III – se a vítima está em serviço de transporte de valores e o
agente conhece tal circunstância; IV – se a subtração for de veículo automotor
que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior; V – se o
agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. E ainda o
roubo qualificado pela lesão corporal grave e roubo qualificado pela morte.
Será analisado ainda que, a arma ineficaz para disparo serve para
simular a grave ameaça tipificando o crime de roubo, mas não autoriza o
aumento da pena pela qualificadora. Questão extremamente polêmica na
doutrina e jurisprudência é a da arma de brinquedo Existem duas correntes
8
opostas na doutrina, quanto ao uso de arma de brinquedo: a subjetiva e a
objetiva.
O trabalho que será apresentado, foi elaborado através de leis,
doutrinas, jurisprudências, revistas, e a rede Mundial de Computadores, para
justificar o assunto que a pesquisa oferece. Ressalta-se ainda que o trabalho
foi dividido em cinco Capítulos
No primeiro capítulo estuda-se o crime de roubo conceituando-o, e as
características do crime de roubo, o sujeito ativo e o sujeito passivo, o tipo
objetivo e subjetivo, alem de explicar a diferença entre o roubo próprio e o
roubo impróprio.
No segundo capítulo, analisaremos, às cincos formas de majoração da
pena. Analisaremos ainda, no terceiro Capítulo o roubo na forma qualificada.
Ainda, deverá, ser estudado no quarto Capítulo as leis que punem o
emprego da arma de brinquedo no crime de roubo, que são a lei (10.826/03),
lei (9.437/97), Decreto-lei (3.688/41)
E por ultimo no quinto Capítulo, além de destacar os desrespeitos aos
princípios do direito penal, esclareceremos ainda as correntes que tratam da
majoração da pena do crime de roubo praticado com arma de brinquedo.
Vale ainda ressaltar que ao final deste trabalho de monografia, será
apresentada as conclusões que surgiram do tema apresentado.
9
CAPÍTULO – I
1.O CRIME DE ROUBO NO CODIGO PENAL
1.1 - DO CONCEITO E CARACTERISTICAS DO CRIME DE
ROUBO
Conforme dispõe o artigo 157 do Código Penal Brasileiro, o tipo penal do
roubo é in verbis:
“Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para
outrem, mediante grave ameaça ou violência a
pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer
meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
pena – reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos,
e multa”.
§”1° Na mesma pena incorre quem, logo depois
de subtraída a coisa, emprega violência contra
pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a
impunidade do crime ou a detenção da coisa
para si ou para terceiro”.
Segundo Fernando Capez, o roubo constitui crime complexo, pois é
composto por fatos que individualmente constituem crimes. São eles: furto +
constrangimento ilegal + lesão corporal leve, quando houver (as vias de fato
ficam absorvidas pelo constrangimento ilegal).
10
Vale ressaltar que, trata-se de crime contra o patrimônio, em que é
atingida também a integridade física ou psíquica da vítima.
1.1.1 SUJEITO ATIVO
Trata-se de crime comum, já que pode ser praticado por qualquer
pessoa, excetuando-se o proprietário do objeto, uma vez que a lei prevê que a
coisa seja alheia. É toda a pessoa que pratica a conduta tipificada no tipo
penal. Animais e coisas não podem ser autores de ações, e nem podem ser
sujeitos ativos de crimes, porque lhes falta o elemento vontade.
Na visão do Doutrinador, Damásio evangelista de Jesus (2006,
p.569),evidenciando que o sujeito ativo no crime de roubo pode ser qualquer
pessoa.
Para Romeu Falconi (2006 p.145) por sujeito ativo, torna-se aquela
pessoa Física, ser humano, que ativa ou negativamente (ação ou omissão)
realiza ou ajuda a realizar o tipo penal, praticando o ilícito penal ou, pelo
menos, tentando praticá-lo (art. 14, incisos I e II do Código Penal).
1.1.2 SUJEITO PASSIVO
É o proprietário, possuidor ou até mesmo a terceira pessoa que venha a
sofrer a violência, ainda que esta não tenha sofrido prejuízo patrimonial. É o
titular do bem jurídico protegido pelo tipo penal incriminador, que foi violado, ou
seja no que tange ao crime de roubo, o sujeito Passivo será o proprietário,
possuidor detentor de coisa , bem como qualquer outra pessoa que seja
atingida pela violência ou grave ameaça.
11
Conforme relata Damásio evangelista de Jesus (2006, p.569), o sujeito
passivo no crime de roubo, em regra, é o titular da posse ou da propriedade.
Excepcionalmente, pode ocorrer a hipótese de haver dois sujeitos passivos: um
que sofra a violência ou grave ameaça, e outro titular do direito de propriedade.
1.1.3 - TIPO OBJETIVO
O tipo objetivo forma-se por todos os elementos que não dizem respeito
à vontade do agente, embora por ela devam estar envolvidos. É a parte do tipo
penal referente unicamente aos elementos objetivos. (ex.: art. 155 subtrair
coisa alheia móvel).
Em princípio, denota-se que este fato que a lei declara punível mostra os
mesmos quesitos do crime de furto, tipificado no art. 155 do Cód. Penal que
são: a subtração como comportamento típico, a coisa alheia móvel como objeto
material e o fim de apoderar-se em definitivo para si ou para outrem.
Entretanto, trata-se de um crime de circunstância perigosa, logo, para
que haja a subtração tem de haver a violência, grave ameaça ou qualquer
outro meio que torne impossível a vítima de resistir (Gonçalves, 2004, pag. 21).
Conforme Júlio Fabrini Mirabeti (2007, pag.1152), a conduta é subtrair,
tirar, arrebatar a coisa alheia móvel, empregando o autor violência grave,
ameaça ou qualquer outro meio para impedira vitima de resistir.
O Tipo Objetivo do crime de roubo é: Subtrair com violência (lesões
corporais ou vias de fato), grave ameaça ou qualquer meio que suprima ou
reduza a capacidade de resistência da vítima (arma, hipnose, sonífero, etc.).
12
1.1.4 TIPO SUBJETIVO
É a parte do tipo aderida à vontade do individuo, podendo ela estar
implícita, como ocorre com o dolo (na ótica finalista), bem como explícita,
quando houver clara referência no tipo penal a respeito de finalidade.
O elemento subjetivo do tipo é o ânimo de ter para si coisa móvel
pertencente a terceiros. Essa vontade de subtrair traz consigo o emprego de
algumas das formas vinculadas no caput do artigo, sendo exigido o chamado
dolo específico ,ou como ponderam César Roberto Bitencourt e Luís Régis
Prado: "o dolo e o elemento subjetivo do tipo constituído pelo fim especial de
apoderar-se da coisa subtraída, para si ou para outrem".
Ressalta-se que, o elemento, Subjetivo do Tipo Especifico é
representado na vontade de subtrair com violência, grave ameaça ou qualquer
meio que suprima a resistência da vítima coisa alheia móvel, para si ou para
outrem.
Vale observar ainda, que o tipo subjetivo ou seja o dolo é à vontade de
constranger, mediante ameaça ou violência, ou seja, a de coagir a vitima a
fazer, deixar de fazer ou a tolerar que se faça alguma coisa. O elemento
subjetivo do tipo (dolo especifico) é a vontade de obter uma vantagem
econômica ilícita, constituindo está corolário da ameaça ou violência. Na
ausência de um fim econômico, o delito será outro (constrangimento ilegal,
crime contra os costumes etc.)
13
1.2 CARACTERISTICAS DO ROUBO PRÓPRIO E ROUBO
IMPRÓPRIO
1.2.1 - ROUBO PRÓPRIO
No roubo próprio (art.157, caput), a violência ou a grave ameaça são
realizadas contra a pessoa, ou esta, por qualquer meio é reduzida à
impossibilidade de defesa, para a subtração. Note-se que o roubo próprio que é
o tipo básico, a violência pode ser feita por constrangimento ilegal, vias de fato,
lesões leves, drogas, hipnose, etc. A ameaça deve ser específica, “de perigo
imediato à integridade física ou a vida.
A consumação do roubo próprio, é semelhante à do furto, ou seja, o
roubo próprio (caput) consuma-se quando a coisa é retirada da esfera de
disponibilidade do ofendido e fica em poder tranqüilo, ainda que passageiro do
agente, com o precedente emprego de violência ou grave ameaça. No roubo
próprio a grave ameaça ou a violência é empregada antes ou durante da
subtração da coisa.
Para Cezar Roberto Bitencourt (2006,pag. 91), no roubo próprio (caput) a
violência ou grave ameaça (ou a redução da impossibilidade de defesa) são
praticadas contra a pessoa para a subtração da coisa.
1.2.2 – ROUBO IMPRÓPRIO
O roubo impróprio é o cerne do presente trabalho, que encontra base
normativa no artigo 157: "Na mesma pena incorre quem, logo depois de
subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de
14
assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para
terceiro".
Esta forma de roubo difere do roubo próprio justamente para Magalhães
Noronha: "Distingue-se do roubo próprio, porque, neste, a ameaça e a violência
são meios para a consecução da aprehensio, ao passo que, nele o agente já
se apoderou da coisa. Não há roubo impróprio, sem a detenção anterior do
móvel, pelo delinqüente, seguindo-se a logo a ameaça ou a violência, para o
fim de assegurar a detenção da coisa ou a impunidade do delito".
A diferença reside no momento da agressão, enquanto no tipo originário
a agressão se dá para obter a subtração da coisa, no tipo derivado a agressão
ocorre com o objetivo de manter para si a posse da coisa ou acautelar-se de
apenamento.
Vale frisar que, a grave ameaça ou a violência, que ocorre no roubo
impróprio (art.157,§1°), são meios empregados contra a pessoa logo após a
subtração da coisa, para tornar seguro à impunidade da detenção ou do crime
da coisa que fora subtraída. No roubo impróprio a grave ameaça ou a violência
é empregada posterior a subtração da coisa.
A diferenciação de grande importância que determinamos é a de que no
roubo próprio a violência é perpetrada durante ou antes da subtração,
enquanto que no roubo impróprio a violência é praticada após a subtração,
deste modo podemos dizer que todo roubo impróprio principia-se com o furto
(artigo 155) e finaliza-se com a violência física (artigo 129) ou grave ameaça
(artigo 147), todos do Código Penal.
Uma segunda característica fundamental dentre as classes de roubo é a
de que a violência imprópria só é capaz de acontecer no roubo próprio uma vez
15
que o § 1° não presume o elemento emprego de diferentes meios para conter a
vitima a não possibilidade de relutância.
E por final temos a terceira e ultima diferenciação fundamental dentre as
duas classes de roubo, que diz respeito à presença do tempo consumativo,
enquanto no roubo próprio a realização acontece com a subtração do objeto,
no roubo impróprio, a violência própria é que qualifica a consumação, desde
que exista a subtração antecedente.
16
CAPÍTULO - II
2 - DA MAJORAÇÃO DA PENA DO CRIME DE ROUBO
Conforme tipificado no art. 157, § 2º, a pena do crime de roubo pode ser
aumentada de um terço até a metade, quando existir a ocorrência de um de
seus incisos, veja-se a seguir, in verbis:
“I – se a violência ou ameaça é exercida com
emprego de arma;
II – se há concurso de duas ou mais pessoas;
III – se a vítima está em serviço de transporte
de valores e o agente conhece tal
circunstância;
IV – se a subtração for de veículo automotor
que venha a ser transportado para outro
Estado ou para o exterior;
V – se o agente mantém a vítima em seu
poder, restringindo sua liberdade e ainda o
roubo qualificado pela lesão corporal grave e
roubo qualificado pela morte.
2.1-ROUBO CIRCUNSTÂNCIADO PELO EMPREGO DE ARMA
No emprego de arma. (art. 157, § 2º I), para que haja a majoração da
pena, basta que um dos autores esteja com arma própria como revólver, faca
etc. ou imprópria como navalha, gilete, barra de ferro e diferentes objetos.
17
A súmula 174 do STJ deliberava que a arma de brinquedo ocasionava
também o aumento da pena pela ameaça produzida, contudo foi invalidada
(DJU, Seção I, 6.11.2001, p. 229). Por sua vez, a Lei 9.437/97, pune com
detenção, de um a dois anos, o uso de arma de brinquedo para o fim de
cometer crimes. Para Damásio, Delmanto e Mirabete arma de brinquedo não
pode ser qualificada como arma própria, mas o seu emprego pode caracterizar
a ameaça do (art. 157, caput), mas não a qualificadora. Semelhante: arma
imprestável, descarregada e simulada.
2.2-ROUBO CIRCUNSTÂNCIADO PELO CONCURSO DE
PESSOAS
Para que exista a majoração da pena do Art. 157,II e IV, e que é Igual às
qualificadoras do furto (art.155, § 4º, IV e 155, § 5º), deve existir o concurso de
duas ou mais pessoas e quando o veículo é levado para outro Estado ou para
o exterior (excluíram DF)
Para Nelson Hungria, (v. VII, pag. 46 e 58), é necessária a presença in
loco dos concorrentes, ou seja, a cooperação deles na fase executiva do crime,
acrescenta o autor que as várias pessoas devem estar reunidas e presentes
junto à vítima, embora nem todas cooperem materialmente na violência.
Se existe concurso de duas ou mais pessoas. Está compreendida tanto a
co-autoria quanto à participação, de maneira que não importa o jeito como o
atuante concorre para a produção do efeito criminoso, existindo a incidência da
qualificadora em qualquer situação. A doutrina majoritária e o Supremo
Tribunal Federal cuidam pela necessidade de os autores (sejam co-autores,
sejam partícipes) localizarem-se no lugar do crime.
18
2.3- ROUBO CIRCUNSTÂNCIADO EM SERVIÇO DE
TRANSPORTE DE VALORES.
Art. 157, § 2º, III – Vítima em serviço de transporte de valores, deve-se
ao aumento de crimes desta categoria. Para que haja a majoração da pena é
preciso que o autor possua notório conhecimento desta situação.
Conforme Cezar Roberto Bitencourt, esta majorante pretende ampliar a
tutela penal daqueles que, por ofício, dedicam-se ao transporte de valores. E
ainda expõe que a caracterização desta majorante não é a natureza móvel dos
valores, mas o ofício do sujeito passivo, isto é, encontrar-se em serviço de
transporte de valores.
Se a vitima está em serviço de transporte de valores e o agente conhecia
tal circunstância. O instituto Penal defende, aqui aqueles agentes que possuem
por profissão o transporte de valores. Valores são aqueles simbolizados por
dinheiro, ou qualquer outro bem precioso que se habitua transportar.
Necessita-se analisar que o sujeito ativo precisa saber da circunstância de o
sujeito passivo estar em serviço de transporte de valores.
2.4–ROUBO CIRCUNSTÂNCIADO DE VEICULOS AUTOMOTOR
Se a subtração for de veiculo automotor que venha a ser transportado
para outro Estado ou para o exterior (Art. 157, § 2°, IV) Vale ressaltar que
Veiculo automotor, de acordo com o anexo I do Código de Transito Brasileiro
(lei n° 9503/97), é todo veiculo a motor de propulsão que circule por seus
próprios meios, e que serve normalmente para o transporte viário de pessoas e
19
coisas, ou para a tração viária de veículos utilizados para o transporte de
pessoas e coisas.
Desta feita quem subtrai, para si ou para outrem, veiculo automotor (que
é coisa móvel) alheio, incide no aumento da pena, desde que o leve para outro
Estado ou para o Exterior
Vale ressaltar que, de Município para Município, desde que dentro de um
mesmo Estado, ou do Distrito Federal para um Município ou Estado, desde que
não se passe por outro Estado, ou vice-versa, não haverá aumento de pena. É
bom frisar ainda que a expressão para outro Estado, admite a interpretação de
que o veículo automotor deverá ser transportado de um Estado para outro
Estado da Federação.
Circunstância importante é a de que se o veículo automotor for
desmontado, e suas peças levadas para o exterior, não haverá a incidência da
causa de aumento de pena.
2.5-ROUBO CIRCUNSTÂNCIADO PELO SEQUESTRO
Esta majoração da pena do Art. 157, § 2º, V. Trata-se de restrição à
liberdade da vítima, para facilitar a pratica do roubo. (RT 745/552, 758/541).
Não havendo conexão com o roubo, será concurso material de roubo mais
seqüestro: RT 777/582, 780/587. Não cabe aumento da pena se a restrição for
breve, sem maior violência,dentro do contexto do roubo
20
Se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.
Este inciso conduz ao raciocínio de que a vítima especificada deve ser a do
roubo, uma vez que se for diferente, existira o concurso material entre os
crimes de roubo e de seqüestro. Se os autores do roubo, restringir a liberdade
da vítima com objetivo independente, o crime será então o de extorsão
mediante seqüestro (artigo 159).
Sendo assim, a limitação da liberdade precisa concorrer com o roubo,
livrando-se a vítima depois de cometido o roubo. Neste inciso V deste § 2º do
artigo 157 é uma das prováveis suposições do crime que se pode nomear de
"seqüestro-relâmpago".
21
CAPÍTULO - III
3-ROUBO QUALIFICADO PELA LESÃO CORPORAL GRAVE
Esta qualificadora do Art. 157, § 3º, primeira parte – Roubo qualificado
por lesão corporal grave – incidi se da violência ou grave ameaça resulta lesão
corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; A
lesão grave da vítima ou circunstante deve derivar da violência e ter existido
dolo ou culpa do autor ou de co-autor nos termos do artigo 19 do Código Penal
ou ainda preterdolo.
Na visão do doutrinador, Fernado Capez (2006, pag., 420), ocorre
quando, do emprego de violência física contra a pessoa, com o fim de subtrair
a res, de assegurar a sua posse ou de garantir a impunidade do crime,
decorrem lesões corporais graves.
No roubo qualificado pela lesão corporal grave. A lesão corporal que
classifica o roubo é aquela prevista pelo artigo 129, §§ 1º e 2º, de modo que,
essencialmente, precisa de o resultado qualificador proceder pelo menos de
comportamento culposo do autor (artigo 19).
O sujeito ativo do roubo qualificado pelo resultado lesão corporal, só
responderá por esta lesão se esta for de natureza grave. Independentemente
de esta ter sido produzido mediante comportamento culposo ou mediante
comportamento doloso. A qualificadora acima mencionada – lesão corporal
grave – são aplicadas em ambas as espécies de roubo, ou seja, o roubo
próprio e o roubo impróprio.
22
3.1-ROUBO QUALIFICADO POR MORTE
No Roubo qualificado por morte (Art. 157, § 3º segunda parte, do CP.),
também conhecido por (Latrocínio) esta qualificadora incidi quando da violência
resulta morte, a pena é de reclusão de vinte a trinta anos, sem prejuízo da
multa
Vale ressaltar que o chamado latrocínio, uma das espécies de roubo
qualificado pelo resultado (artigo 157, §3°., do CP.), é um crime hediondo,(art.
1°, II, da Lei 8072/1990). Vale ressaltar ainda que este crime não é julgado pelo
Tribunal do Júri, visto que não é crime doloso contra a vida, mas sim contra o
patrimônio, a competência para o processo e julgamento do latrocínio é do juiz
Singular conforme o enunciado da Súmula 603 do STF.
“Segundo Fernado Capez (2006 pag.,
423), ocorre o latrocínio quando, do emprego
de violência física contra a pessoa com o fim
de subtrair a res, ou para assegurar a sua
posse ou a impunidade do crime, decorre a
morte da vítima. Expõe ainda que, trata-se
crime complexo, formado pela junção de roubo
+ homicídio (doloso ou culposo), constituindo
uma unidade distinta e autônoma dos crimes
que o compõe.Há, assim, um crime contra o
patrimônio + um crime contra a vida”.
Conforme o enunciado da Súmula 610 do STF., “há crime de latrocínio,
quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o agente a subtração
23
de bens da vítima”., ou seja o crime ocorre com a morte vítima independente
da subtração (Súmula 610).
Conforme designa o Código penal o roubo qualificado pelo resultado
morte, também conhecido por Latrocínio. Pondera BITENCOURT que não
acontece latrocínio quando há a morte de co-autor ou partícipe do crime de
roubo, uma vez que a morte do comparsa "não é meio, modo ou forma de
agravar a ação desvalisosa do latrocínio";
Vale ressaltar que, o tipo penal determina que a violência seja
perpetrada contra o sujeito passivo, e não contra um dos sujeitos ativos
Precisa-se, no entanto, conforme observa o mencionado autor, adotar cuidado
com o erro quanto à pessoa (artigo 20, § 3º): se o autor, almejando matar a
vítima, terminar matando o co-autor, responde este pelo crime de latrocínio,
como se houvesse acertado quem verdadeiramente pretendia acertar.
3.2 - DO ROUBO CONSUMADO
Existem duas posições sobre o momento consumativo do roubo, que
são:
1ª)O roubo se consuma no momento em que o agente subtrai o bem do
ofendido. Subtrair é retirar contra a vontade do titular, irrelevante se chegou a
ter a posse tranqüila ou não da res furtiva.
24
É a nossa posição. Vale aqui transcrevermos o seguinte pronunciamento
do Supremo Tribunal Federal.
“o roubo se consuma no instante em que
o ladrão se torna possuidor da coisa alheia
subtraída mediante grave ameaça ou
violência. Para que o ladrão se torne possuidor,
não é preciso, em nosso direito, que ela saia da
esfera de vigilância do antigo possuidor, mas,
ao contrário, basta que cesse a clandestinidade
ou a violência, para que o poder de fato sobre a
coisa se transforme de detenção em posse,
ainda que seja possível ao antigo possuidor
retomá-la pela violência, por si ou por terceiro,
em virtude de perseguição imediata (Fernando
Capez 2006 pag., 410).
E, ainda, na compreensão do Superior tribunal de Justiça sobre a
consumação do roubo:
(STJ., 5ª Turma, R.Esp. 737.130/RS,
Rel. Min. José Arnaldo da Fonseca, j. 28-9-
2005, p. 372). STJ: “1. A jurisprudência desta
Corte, bem como do Supremo Tribunal Federal,
firmou a orientação no sentido de que se
considera consumado o crime de roubo, assim
como o de furto, no momento em que, cessada
a violência ou a clandestinidade, o agente se
torna possuidor da res. furtiva, ainda que por
curto espaço de tempo, sendo desnecessário
25
que o bem saia da esfera de vigilância da
vítima, incluindo-se, portanto, as hipóteses em
que é possível a retomada do bem por meio de
perseguição imediata”
2ª) retirada do bem da esfera de disponibilidade da vitima + posse
tranqüila da res, ainda que por curto período de tempo. Assim como no crime
de furto, há o entendimento de que apenas haverá a consumação quando o
agente retirar o bem da esfera de disponibilidade da vítima e assegurar a posse
tranqüila do mesmo, ainda que por curto espaço de tempo
Conforme determina o artigo 14,I do Código penal que o crime se diz
consumado “quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição
legal.” Assim sendo, o crime estará consumado, “quando o sujeito ativo
executa em todos os seus termos a figura delituosa, em que o bem jurídico
penalmente protegido sofrerá efetiva lesão ou a ameaça de lesão que se
exprime no núcleo do tipo”
Da mesma forma, Fragoso entende que, no sistema do Código Penal, o
agente deve ter completado a subtração da coisa. "[...] somente estará
consumado o furto quando a coisa for tirada da esfera de vigilância do sujeito
passivo, do seu poder de fato, submetendo-a o agente ao próprio poder
autônomo de disposição." (FRAGOSO, 1986, p.267).
Como Hungria, Fragoso prevê que o poder do agente sobre a coisa se
dê por detenção tranqüila do bem. "Se, ao tirar a coisa, o agente é perseguido
e, finalmente preso, não haverá furto consumado, pois não chegou a
26
estabelecer o seu poder de fato sobre a coisa, o que exige a detenção mais ou
menos tranqüila." (FRAGOSO, 1986, p.267).
3.2 - DA CONSUMAÇÃO DO ROUBO PRÓPRIO
É semelhante à do furto, ou seja, o roubo próprio (caput) consuma-se
quando a coisa é retirada da esfera de disponibilidade do ofendido e fica em
poder tranqüilo, ainda que passageiro, do agente.
3.3 - DA CONSUMAÇÃO DO ROUBO IMPRÓPRIO
É realizada com emprego de violência ou grave ameaça contra a pessoa,
após a subtração.
3.4 - DA TENTATIVA DE ROUBO PRÓPRIO
É tranqüila a sua admissibilidade. Há a tentativa de roubo (caput) quando
o agente, depois de empregar a violência ou grave ameaça contra a pessoa,
não consegue, por motivos alheios à sua vontade, retirar a coisa da esfera de
vigilância da vítima nem ter sua posse tranqüila, ainda que por pouco tempo.
27
3.5 - DA TENTATIVA DE ROUBO IMPRÓPRIO
Existem dois entendimentos diferentes: 1) não é admissível a tentativa
ou o agente usa violência ou grave ameaça após a subtração, ou não a usa e,
então, o crime não será roubo impróprio, mas furto consumado ou tentado. 2) É
admissível a tentativa. Pode haver tentativa de roubo impróprio quando, depois
de conseguir subtrair a coisa, o agente é preso ao tentar usar violência ou
grave ameaça para assegurar a posse do objeto ou sua impunidade
Cabe conhecer segundo a jurisprudência, sobre a tentativa do roubo:
“Penal – Recurso Especial – Roubo –
Subtração da res furtiva, seguida de prisão em
flagrante – Crime tentado – O crime de roubo
consuma-se no momento em que o assaltante
realiza a plena subtração da res furtiva,
afastando-a do campo de vigilância da vítima,
mesmo que depois venha a ser preso em
flagrante presumido – Na hipótese em que o
agente do crime não teve, em nenhum
momento, a posse tranqüila dos bens, pois foi
preso logo em seguida à prática do delito,
houve apenas tentativa – Recurso especial
conhecido e desprovido. “(STJ – RESP
156775/RJ – Órgão Julgador: 6ª Turma – Rel.
Min. Vicente Leal)
28
3.6 - DA AÇÃO PENAL, PENA, E PROCEDIMENTO
A pena no crime de roubo simples é de reclusão, de quatro a dez anos
(caput e §1°); no roubo majorado (qualificado) a pena é elevada de um terço
até metade; no roubo qualificado pelo resultado – lesão grave – a reclusão será
de sete anos (aumentada pela lei n° 9.426/96) até quinze anos; se for morte
(latrocínio), será de vinte a trinta anos. Em todas as suposições, a pena de
prisão será cumulativa com a de multa.
A natureza da ação penal no crime de roubo em qualquer hipótese é de
Ação Penal Publica Incondicionada. No tocante, para julgar o crime de
latrocínio, a competência é do Juiz Singular, e não do Tribunal de Júri,
conforme enunciado de Sumula 603 do Supremo Tribunal Federal.
Essa opção político-criminal foi feita pelo legislador brasileiro de 1940 e
tem sido respeitada pela legislação posterior, pela doutrina e jurisprudência
brasileiras.
Quanto ao procedimento da ação Penal, incidem as regras do Rito
Processual comum ou ordinário previstas nos artigos 394 a 405 e 498 a 502 do
Código de Processo Penal. Tendo em vista que a pena é do tipo de reclusão e
a máxima superior a dois anos.
29
CAPÍTULO - IV
4 – A SUMULA 174 DO STJ.
É bom saber o que posicionava em relação ao crime do roubo com arma
de brinquedo a Súmula 174 do Superior Tribunal de Justiça, in vérbis:
“No crime de roubo a intimidação feita com arma de brinquedo autoriza
o aumento da pena”.
Foi no dia 26 de setembro de 2001, na 3ª seção do STJ., que houve uma
votação acerca de um caso concreto sobre a arma de brinquedo usada no
crime de roubo, quando o então Ministro Edson Vidigal, o primeiro a votar.
Embasando-se no Direito penal Subjetivo, o eminente ministro deu provimento
ao recurso, no sentido de restaurar a sentença do magistrado em primeiro
grau.
Logo após a brilhante argumentação do Ministro Edson Vidigal, votaram
os demais ministros, Felix Fischer, Gilson Dipp, Hamilton Carvalho, Jorge
Scartezzinie Paulo Gallotti, que adotando a tese objetivista, seguiram o ministro
relator José Arnaldo da Fonseca e negaram provimento ao recurso Especial
213.054.
Assim sendo, cabe destacar as argumentações objetivistas dos ministros
citados (apud Fischer, 2003), disponível na rede:
30
[...] c) o agravamento de pena pelo uso de arma de brinquedo fere o
princípio elementar da reserva legal; d) esse agravamento de pena ademais
constitui verdadeiro “bis in idem”, e) a arma de brinquedo deve ser considerada
como circunstância Judicial no aumento da fixação da pena, f) tratar o réu que
usa arma de brinquedo de forma igual ao que usa arma verdadeira significa
patente violação ao princípio da proporcionalidade;
[...] j) que arma de brinquedo serve tão somente para intimidar a vitima e
configurar o delito de roubo (não para agravar a pena); [...] n) que está proibida
a analogia “in malam partem” no direito penal ; o) que aram, conceitualmente, é
sempre objeto de ataque; [...] s) que o relevante é ter presente a incolumidade
física não a psíquica da vitima para o efeito do agravamento da pena.
O ministro Fontes de Alencar, que pediu vista do Processo, também
acompanhou o relator, restando assim, sete votos pelo cancelamento da
súmula 174 do Superior Tribunal de Justiça e um voto contra.
Assim sendo, em face da conseqüência da votação, deliberou-se pelo
cancelamento da súmula aludida, entretanto o debate acerca do tema
continuou.
Este é o entendimento da Jurisprudência acerca do roubo com o
emprego de arma de brinquedo:
R Esp. 213054 / SP
RECURSO ESPECIAL
1999/0039960-9
31
Relator (a)
Ministro JOSÉ ARNALDO DA FONSECA
(1106)
Órgão Julgador
S3 - TERCEIRA SEÇÃO
Data do Julgamento
24/10/2002
Data da Publicação/Fonte
DJ 11/11/2002 p. 148 RJADCOAS vol. 43 p. 485
Ementa
RECURSO ESPECIAL. PENAL. ROUBO.
EMPREGO DE ARMA DE BRINQUEDO.
CAUSA
ESPECIAL DE AUMENTO DE PENA
PREVISTA NO INCISO I, § 2º, DO ART. 157,
DO CÓDIGO PENAL. SÚMULA Nº 174/STJ.
CANCELAMENTO.
O aumento especial de pena no crime de roubo
em razão do emprego de
arma de brinquedo (consagrado na Súmula
174-STJ) viola vários
princípios basilares do Direito Penal, tais como
o da legalidade
(art. 5º, inciso XXXIX, da Constituição Federal
e art. 1º, do Código
Penal), do ne bis in idem, e da
proporcionalidade da pena.
Ademais, a Súm. 174 perdeu o sentido com o
advento da Lei 9.437, de
20.02.1997, que em seu art. 10, § 1º, inciso II,
criminalizou a
32
utilização de arma de brinquedo para o fim de
cometer crimes.
Cancelamento da Súm. 174-STJ.
Recurso conhecido mas desprovido.
Acórdão
Vistos, relatados e discutidos os autos, em que
são partes as acima
indicadas, acordam os Ministros da TERCEIRA
SEÇÃO do Superior
Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos
e das notas
taquigráficas a seguir, por maioria, deliberar
pelo cancelamento da
Súmula nº 174 e, conseqüentemente, conhecer
do recurso, mas
negar-lhe provimento, nos termos do voto do
Sr. Ministro Relator. Os
Srs. Ministros Felix Fischer, Gilson Dipp,
Hamilton Carvalhido,
Jorge Scartezzini, Paulo Gallotti e Fontes de
Alencar votaram com o
Sr. Ministro Relator. Vencido o Sr. Ministro
Edson Vidigal, que
votava contrariamente ao cancelamento da
Súmula nº 174 e dava
provimento ao recurso. Não participou do
julgamento o Sr. Ministro
Fernando Gonçalves, por ter presidido a
sessão de 26/09/2001.
33
Como nos explicita Damásio de Jesus "a Terceira Seção do STJ, no
Resp de São Paulo, em 24.10.2001, relator o Ministro José Arnaldo da
Fonseca, decidiu cancelar a Súmula nº 174, considerando que o emprego de
arma de brinquedo, embora não descaracterize o crime, não agrava o roubo,
uma vez que não apresenta real potencial ofensivo. Ficou assentado que a
incidência da exasperação da pena:
1º) Fere o princípio constitucional da reserva legal (princípio da tipicidade);
2º) Configura bis in idem:
3º) Deve ser apreciada na sentença final como critério diretivo de dosagem da
pena (circunstância judicial do art. 59, CP);
4º) Lesa o princípio da proporcionalidade"
No que tange ao cancelamento da Súmula n° 174, o insigne Doutor Luiz
Flavio Gomes traçou, brilhantemente, os principais pontos com os quais
defende veementemente o cancelamento da Súmula em análise - matéria a
qual veremos adiante por se tratar de rica exposição acerca da temática -
concluindo o mesmo ser "iminente o cancelamento da Súmula 174 do STJ, que
permite o agravamento da pena no roubo quando há emprego de arma de
brinquedo. Em termos práticos isso significa que o emprego de arma dessa
natureza pode ser relevante para a fixação da pena (CP, art. 59) não, porém,
como causa de aumento.
(...)
Pretender, além disto - continua mais adiante - um plus em termos de
agravamento da pena é exorbitância. Essa postulação, estampada na Súmula
174, vai além do necessário, do razoável e do proporcional. Viola o princípio da
proibição de excesso. Por quê? Porque o aumento de pena previsto no Código
Penal só é coerente com o uso de arma verdadeira. Nesse caso não há só
34
risco concreto para os bens jurídicos em jogo (vida, integridade física, etc.)
como uma sensível elevação da graduação do injusto penal.
(...)
Tratar com igualdade, em termos de aumento de pena, a arma verdadeira e a
de brinquedo significa tratar isonomicamente duas realidades completamente
distintas. Ambas servem para intimidar, não há dúvida. Até aqui valem a
mesma coisa. Ambas prestam-se para a configuração do roubo. Mas no
momento do aumento da pena, evidentemente não possuem o mesmo valor. O
juiz existe justamente para distinguir as hipóteses, separar o joio do trigo e
fazer justiça. Em suma, dar a cada um o que é seu e na medida do
proporcional. Recorde-se: somente os homens são dotados do senso do justo
e do equilíbrio. Que justiça e razoabilidade existem em tratar as duas armas
igualmente para o efeito de aumentar a pena do roubo? Todo aumento de pena
além do roubo deve encontrar justificativa concreta, real, efetiva.
(...)
Que a terceira seção (Quinta e Sexta Turmas) do STJ, iluminada pela
sabedoria ímpar de seus eminentes integrantes, restabeleça a serenidade e a
justiça, cancelando a tão famigerada quanto equivocada Súmula 174. “Que
prevaleça o justo, o razoável, o proporcional, que é tudo o que se espera de
qualquer profissional do direito, mas particularmente do magistrado”.
Sendo cancelada a Súmula n°. 174. Pode-se observar que o
emprego de arma de brinquedo não aumenta a pena do crime de roubo,
respondendo o sujeito pelo roubo simples, fundamentando-se no sistema da
tipicidade.
O Código Penal somente agrava a pena do delito quando o sujeito
emprega arma Própria ou Imprópria, Revólver de brinquedo não é arma. Logo,
35
o fato é atípico diante da circunstância. Caso contrário, por coerência, o porte
de revólver de brinquedo constituiria o crime do art. 10, caput, da Lei n. 9.437,
de 20.2.1997 (porte ilegal de arma de fogo).
4.1-ARMA DE BRINQUEDO E A LEI 9.437/97
Nova discussão surgiu a respeito do uso de arma de brinquedo na
prática do crime de roubo, com a entrada em vigor da lei 10.826 de 22
dezembros de 2003, uma vez que foi revogada A Lei 9.437/97 que previa em
seu inciso II, § 1º, do art. 10, que a pratica do crime de roubo com arma de
brinquedo constituía crime autônomo.
O crime de utilização de arma de brinquedo, na qual a considerava como
aquela capaz de atemorizar outrem na prática de crimes, era previsto na lei
9.437/97 em seu inciso II, § 1º, do art. 10. Entretanto, este dispositivo legal foi
revogado com a antiga Lei de armas, não se interessando a nova legislação
em discipliná-la, ou seja, ela não foi examinada convenientemente.
Ainda que, para parte da doutrina que a julgavam com deficiências, já
que a considerava como letra morta, tendo em vista a ocorrência de bis in
idem, o Estado desperdiçou a oportunidade de prosseguir em coibir os delitos
cometidos com arma de brinquedo, como a sábia lei revogada o fizera.
O que nossos ilustres legisladores não levaram em avaliação, foi o
grande crescimento do crime de roubo com a utilização de arma de brinquedo,
que esta acontecendo, vez que a prática deste crime é uma realidade concreta
que aflige toda a sociedade. Deveria ser retificado, o erro banal que cometera a
36
legislação nova, e voltar a apreciar como crime autônomo, o emprego de arma
de brinquedo, com a finalidade de ser usada para a prática de crimes,
Tendo em vista que o seu emprego implica em uma grande
potencialidade de perigo para a sociedade, já que o seu uso é perfeitamente
capaz de alamar as vítimas, que se sentem fracas diante da perigosa ameaça
que lhes cerca, comprometendo-lhes psicologicamente de uma maneira tão
intensa, que realmente, esse crime faria jus em nosso ordenamento jurídico.
4.2-A LEI 10.826/2003
O art. 26, no qual preceitua que: "São vedadas a fabricação, a venda, a
comercialização e a importação de brinquedos, réplicas e simulacros de armas
de fogo, que com elas se possam confundir". É o único artigo jurídico que
existe na nova lei de armas a respeito de armas de fogo e simulacros.
Por conseguinte, se for perpetrado qualquer crime com o emprego de
arma de brinquedo, o autor só ira responder pelo crime que realmente cometer,
não podendo o emprego da arma de brinquedo ser utilizada para majorar a
pena do crime de roubo.
Assim sendo, com isso se chega à seguinte conclusão: é vedada a
realização de atos comerciais que tenha por produto arma de brinquedo e
simulacros, capaz de ser confundida com arma de fogo, não podendo o
emprego de arma de brinquedo ser usada para aumentar a pena, visto que
arama de brinquedo não é arma.
37
Desta feita se o legislador vedou a prática de atos comerciais de arma de
brinquedo é porque esta efetivamente tem uma nocividade considerada, capaz
de atemorizar toda uma sociedade. Alias, muita polêmica já causou a utilização
de arma de brinquedo para variadas finalidades, em especial, para o
cometimento de roubos e extorsões.
A utilização de arma de brinquedo para ser caracterizado no crime de
roubo, tão simplesmente se constituiu em grave ameaça, configurando-se
apenas em abalo psicológico à vítima, que teve sua vida à mercê do indiciado,
já que a arma usada haveria que ser uma arma própria - sendo aquela criada
para o ataque ou defesa (arma de fogo, faca, bombas) - ou imprópria - que se
constituem naquelas que não têm o destino de ataque ou defesa, entretanto,
apropriada para ofender a integridade física de uma pessoa (machado, faca de
cozinha, facão) nunca uma arma de brinquedo.
A arma de brinquedo ou simulacro de arma, possui efetivamente a
potencialidade para intimidar outrem, jamais conta com a capacidade lesiva
(concreta) para ofender o bem jurídico (imediato) tutelado pela lei. Por isso é
que pode proporcionar ensejo à configuração do crime de roubo, porém jamais
servir de fundamento para algum acréscimo especial de pena
38
CAPÍTULO - V
5 - OFENSA AOS PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL.
Com foi observado no capitulo anterior, a majoração da pena nos crimes
de roubo com o emprego de arma de brinquedo geram discussão, causando
uma séria controvérsia dentre os doutrinadores.
Os que concordam com a tese subjetivista, acreditam que o crime de
roubo praticado com o emprego de arma de brinquedo ou simulacro precisa ter
sua pena majorada, pois no instante em que é praticado o crime, a vitima não
tem conhecimento da circunstância na qual está sendo imposta, se há ou não a
potencialidade danosa, dessa maneira, para eles, as afrontas aos princípios do
direito penal não ficam devidamente distinguidos.
Entretanto, para os objetivistas, que abraçam disposição completamente
diferente, a majoração da pena no crime de roubo praticado com arma de
brinquedo não pode ser admitida, tendo em vista que ofende diversos
princípios do Direito Penal, que será analisado, neste trabalho.
5.1 – PRINCÍPIO DA LEGALIDADE.
Segundo, o ensinamento do insigne doutrinador Celso Ribeiro Bastos “o
princípio da legalidade mais se aproxima de uma garantia constitucional do que
de um direito individual, já que ele não tutela, especificamente, um bem da
39
vida, mas assegura, ao particular, a prerrogativa de repelir as injunções que lhe
sejam impostas por uma ou outra via que não seja a da lei”.
De uma maneira mais simples, pode-se assegurar que nenhum
brasileiro ou estrangeiro pode ser compelido a fazer, a deixar de fazer ou a
tolerar que se faça alguma coisa senão em virtude de lei.
O princípio da legalidade é um dos sustentáculos do Estado de Direito é
um dos princípios mais importantes do ordenamento jurídico Pátrio, e vem
consagrado no inciso II do artigo 5º da Constituição Federal, dispondo que
ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em
virtude de lei, de modo a proibir que toda e qualquer discordância, e conflitos
na sociedade, que as lides sejam resolvidas pelo primado da força, mas, sim,
pela correta aplicação da lei.
No Direito penal, o princípio da legalidade se desdobra em outros dois:
princípio da reserva legal, e oprincípio da anterioridade da lei penal. O pincipio
da reserva legal, estabelece não existir crime fora da definição da norma
escrita. Já o princípio da anterioridade da lei penal, entende-se que não se
pode impor uma pena a um fato praticado antes da edição desta lei, exceto se
for em benefício do réu.
Assim sendo, o roubo é qualificado pelo Código penal somente quando o
sujeito emprega arma, sobre isso, vale repetir as palavras de Damásio de
Jesus, que elucida que revolver de brinquedo não é arma, logo o fato é atípico
diante da qualificadora.
40
Desta forma, percebe-se, pelo entendimento objetivista, que a
majoração da pena no crime praticado com arma de brinquedo fere o princípio
da legalidade.
5.2-PRINCÍPIO DA OFENSIVIDADE.
Conforme o ensinamento do doutrinador Damásio Evangelista de
Jesus (2006, pag., 10), o direito penal só deve ser aplicado quando a conduta
ofende um bem jurídico, não sendo suficiente que seja imoral ou pecaminoso.
Sendo assim, de acordo com o princípio da ofensividade não existira
crime quando o comportamento não houver apresentado, pelo menos, um
perigo real, efetivo, concreto de lesão ao bem jurídico.
Assim, é o pensamento do Ilustre professor Zaffaroni,
“o injusto concebido como lesão a um dever é
uma concepção positivista extremada; é a
consagração irracional de dever pelo dever
mesmo. Não há dúvida que sempre existe no
injusto uma lesão ao dever [uma violação a
norma imperativa], porém o correto é afirmar
que só existe violação quando se afeta o bem
jurídico tutelado. Não se pode interromper
arbitrariamente a análise do fato punível e se a
ação não prejudica terceiros, deve ficar
impune, por expressa disposição
constitucional”.
41
No Brasil, o princípio da ofensividade encontra-se tipificado no art.13 do
Código penal, bem como na Constituição Federal que anuncia não haver crime
sem resultado. Sendo que, o resultado requerido é o jurídico, que é qualificado
pela ofensa ao bem jurídico, que se necessita expressar num dano ou perigo
concreto de dano.
Sendo assim, Se o uso de arma de brinquedo, no roubo, não
enseja lesão ao bem jurídico, não se pode falar em aumento de pena, pois,
dessa forma acarretaria ofensa ao princípio da ofensividade.
5.3 – PRINCÍPIO DO NE BIS IN IDEM.
O princípio a ser estudado determina, em primeiro plano, que ninguém
poderá ser apenado mais de uma vez por uma mesma infração penal. Ou seja
prevê a impossibilidade de haver duas ou mais punições criminais pela pratica
de uma única infração penal.
Entretanto se um indivíduo dirigindo embriagado se envolve num
acidente de trânsito, poderá ser punido criminal, civil e administrativamente, ou
seja, poderá receber três punições, não configurando o bis in idem.
Conforme aclara Damásio Evangelista de Jesus (2006, pag. 11),
ninguém pode ser punido duas vezes pelo mesmo fato. Possui duplo
significado: 1°- penal material: ninguém pode sofre duas penas em face do
mesmo crime; 2°- processual: ninguém pode ser julgado duas vezes pelo
mesmo fato.
42
Tal princípio, também está previsto de maneira implícita na convenção
Americana sobre direitos Humanos (art.8°, n.4), que diz:
“o acusado absolvido por sentença
passada em julgado não poderá ser submetido
a novo processo pelos mesmos fatos.” Sendo
assim, se não há possibilidade de processar
outra vez quem já foi absolvido, ainda que
apareçam novas provas, é lógico que não é
aceitável punir o autor do fato novamente vez
pelo mesmo crime cometido.
Diante o supracitado, não é aceitável o aumento de pena para os delitos
praticados com armas de brinquedo, por também violar o princípio ne bis idem,
porém não se discute a possibilidade de que o emprego da arma de brinquedo
facilite a consumação da subtração, podendo esse fato ser levado em conta no
momento da fixação da pena-base, art. 59 do Código Penal.
5.4 – PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE DA PENA.
Segundo o ensinamento do doutrinador Damásio Evangelista de Jesus, o
princípio da proporcionalidade da pena também chamado de “princípio da
proibição de excesso”, determina que a pena não pode ser superior ao grau de
responsabilidade pela prática do fato. Significa que a pena deve ser medida
pela culpabilidade do autor. Daí dizer-se que a culpabilidade é medida da pena.
Pode-se entender no princípio a ser estudado que às penas do crime
praticado deve ser proporcional á gravidade da infração penal cometida. Não
43
pode existir o exagero, nem tampouco a extrema liberalidade na cominação
das penas nos tipos penais incriminadores. Não teria cabimento punir um
homicídio qualificado com pena de multa, como também não teria sentido punir
um furto simples com elevada pena privativa de liberdade.
A constituição Federal, ao instituir as modalidades de penas que a lei
ordinária precisa adotar, consagra de maneira implícita a proporcionalidade,
corolário natural da aplicação da justiça, que é proporcionar a cada um o que é
seu, por merecimento.
Desta feita avaliando-se este princípio, tem-se uma comparação em torna
do crime de roubo praticado com arma de brinquedo, uma vez que esse delito
não pode ser comparado ao mesmo crime praticado com uma arma real, que
abarca alto poder lesivo. Se for aceita a majoração da pena nas duas hipóteses
(arma de brinquedo e arma real), estaria caracterizado a desproporcionalidade.
5.5 – PRINCÍPIO DO DIREITO PENAL OBJETIVO.
Fundamenta-se o Direito Penal Objetivo na constatação da intervenção
penal, de maneira que o direito penal moderno não converge com presunções
e subjetivismos. No momento em que se aumenta a pena dos crimes
praticados com armas de brinquedo ou simulacros, se aceita a tese
subjetivista, a qual fere diretamente o direito penal objetivo.
44
CONCLUSÃO
Este trabalho acadêmico teve como finalidade estudar o delito de roubo,
explicando suas principais maneiras e tratando-o mais na modalidade
perpetrada com arma de brinquedo, e também procurando explicar questões
controversas a respeito desse crime, que acarretam considerável controvérsia
no âmbito do Direito Penal.
Neste trabalho, a pesquisa procurou salientar a discordância que existe
no tema “Arma de brinquedo”, tratando o crime de roubo em suas formas,
assim como a legislação que incluiu o Estatuto do Desamamento. Para centrar
melhor o tema, realizou-se breve incursão no crime de roubo, artigo 157 do
Código Penal.
Ante do exposto, concordamos com a teoria da tese objetiva. A arma de
brinquedo atemoriza a vítima, mas a ela não oferece qualquer risco real,
aliás, sua eficiência exclusivamente de intimidar acaba-se na redação da figura
principal do crime de roubo, pois é abarcada pela grave ameaça.
Somente a não majoração atenderia "aos fins sociais a que a lei se dirige
e às exigências do bem comum", sempre pela busca do razoável, do
proporcional, do bom senso e sobretudo do justo, é o que determina o art. 5º
da Lei de Introdução ao Código Civil, que dispõe sobre a aplicação da lei pelo
juiz.
45
Assim sendo, pune-se com mais rigor a culpabilidade maior (arma de
fogo) e com menos rigor a culpabilidade menor (arma de brinquedo), desta feita
à arma de brinquedo, a aplicação da pena sem a necessidade de qualquer
acréscimo, a arma de fogo, a majoração da reprimenda, ou seja devemos
respeitar o princípio da proporcionalidade. Estas são as exigências dos fins
sociais e do bem comum; a procura da justiça e da eqüidade, consistente em
dar a cada um o que é seu.
Sempre acarretou vultoso medo ante a coletividade, O delito de roubo
tipificado na legislação penal brasileira, no artigo 157 do Código Penal, pois se
trata de um crime contra o patrimônio, no qual a vitima pode sofrer violência ou
grave ameaça. Assim sendo procurou-se no trabalho explicar, a maneira com a
qual é perpetrado o crime que se discute o delito de extrema importância.
Conforme foi estudado, o aumento especial de pena no crime de roubo
em razão do emprego de arma de brinquedo (consagrado na Súmula 174-STJ)
viola vários princípios basilares do Direito Penal, tais como o da legalidade (art.
5º, inciso XXXIX, da Constituição Federal e art. 1º, do Código Penal), do ne bis
in idem, e da proporcionalidade da pena.
No tocante a reduzir a violência, cada vez mais presente e intensa no
País, existe uma grande preocupação por parte dos legisladores, sempre
através da aplicação de penas mais rígidas aos autores desta modalidade de
crime. Com a finalidade de que tenha uma diminuição de acontecimentos desta
natureza, e por conseguinte que a coletividade seja menos ameaçada por
esses transgressores.
O emprego de arma de brinquedo, para o cometimento de crime de
roubo é uma prática muito banal de maneira que os legisladores têm objetivado
46
atenuar ou até mesmo sanar esse meio de praticar crimes, entretanto, eles
nem sempre conseguem obter o êxito almejado nessa tentativa tão dificultosa.
Ademais, na seção do dia 24/10/2001, a 3º Seção, no julgamento do
Resp. nº 213.054/SP, tendo como relator o então Ministro José Arnaldo, foi
deliberado por maioria o cancelamento da Súmula nº 174/STJ que afirmava:
"No crime de roubo, a intimidação feita com arma de brinquedo autoriza o
aumento de pena".
E finalmente no que tange à discutição acerca da majoração da pena nos
crimes de roubo praticados coma armas de brinquedo, mediante a pesquisa
acadêmica realizada, foram encontrada duas teses, que são a Subjetiva, que é
aquela que adota a opinião de que se deve ser majorada a pena: e a tese
Objetiva que é aquela que defende que a pena não deve ser aumentada
E para encerrar, não poderia deixar de citar Lenio Strek, que fazendo
referência ao tema do crime de roubo com arma de brinquedo, em seminário,
realizado em Gramado no ano de 2001, lançou a provocante advertência: “Se
arma de brinquedo é arma, ursinho de pelúcia é urso”.
47
ANEXO
LEI N. 9.437, DE 20 DE FEVEREIRO DE 1997
Institui o Sistema Nacional de Armas – SINARM, estabelece condições para o registro e para o porte de arma de fogo, define crimes e dá outras providências.
O Presidente da República:
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO I
DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS
Artigo 1º - Fica instituído o Sistema Nacional de Armas - SINARM no Ministério da Justiça, no âmbito da Polícia Federal, com circunscrição em todo o território nacional.
Artigo 2º - Ao SINARM compete:
I - identificar as características e a propriedade de armas de fogo, mediante cadastro;
II - cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas e vendidas no País;
III - cadastrar as transferências de propriedade, o extravio, o furto, o roubo e outras ocorrências suscetíveis de alterar os dados cadastrais;
IV - identificar as modificações que alterem as características ou o funcionamento de arma de fogo;
V - integrar no cadastro os acervos policiais já existentes;
VI - cadastrar as apreensões de armas de fogo, inclusive as vinculadas a procedimentos policiais e judiciais.
Parágrafo único - As disposições deste artigo não alcançam as armas de fogo das Forças Armadas e Auxiliares, bem como as demais que constem dos seus registros próprios.
CAPÍTULO II
DO REGISTRO
Artigo 3º - É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão competente, excetuadas as consideradas obsoletas.
Parágrafo único - Os proprietários de armas de fogo de uso restrito ou proibido deverão fazer seu cadastro como atiradores, colecionadores ou caçadores no Ministério do Exército.
Artigo 4º - O Certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade em todo o território nacional, autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no interior de sua
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residência ou dependência desta, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que seja ele o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa.
Parágrafo único - A expedição do certificado de registro de arma de fogo será precedida de autorização do SINARM.
Artigo 5º - O proprietário, possuidor ou detentor de arma de fogo tem o prazo de seis meses, prorrogável por igual período, a critério do Poder Executivo, a partir da data da promulgação desta Lei, para promover o registro da arma ainda não registrada ou que teve a propriedade transferida, ficando dispensado de comprovar a sua origem, mediante requerimento, na conformidade do regulamento.
Parágrafo único - Presume-se de boa fé a pessoa que promover o registro de arma de fogo que tenha em sua posse.
CAPÍTULO III
DO PORTE
Artigo 6º - O porte de arma de fogo fica condicionado à autorização da autoridade competente, ressalvados os casos expressamente previstos na legislação em vigor.
Artigo 7º - A autorização para portar arma de fogo terá eficácia temporal limitada, nos termos de atos regulamentares e dependerá de o requerente comprovar idoneidade, comportamento social produtivo, efetiva necessidade, capacidade técnica e aptidão psicológica para o manuseio de arma de fogo.
Pena - detenção de um a dois anos e multa.
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem:
I - omitir as cautelas necessárias para impedir que menor de dezoito anos ou deficiente mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade, exceto para a prática do desporto quando o menor estiver acompanhado do responsável ou instrutor;
II - utilizar arma de brinquedo, simulacro de arma capaz de atemorizar outrem, para o fim de cometer crimes;
III - disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que o fato não constitua crime mais grave.
§ 2º - A pena é de reclusão de dois anos a quatro anos e multa na hipótese deste artigo, sem prejuízo da pena por eventual crime de contrabando ou descaminho se a arma de fogo ou acessórios forem de uso proibido ou restrito.
§ 3º - Nas mesmas penas do parágrafo anterior incorre quem:
I - suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma de fogo ou artefato;
II - modificar as características da arma de fogo, de forma a torná-la equivalente a arma de fogo de uso proibido ou restrito;
III - possuir, deter, fabricar ou empregar artefato explosivo e/ou incendiário sem autorização;
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IV - possuir condenação anterior por crime contra a pessoa, contra o patrimônio e por tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins.
§ 4º - A pena é aumentada da metade se o crime é praticado por servidor pú-blico.
§ 1º - O Porte estadual de arma de fogo registrada restringir-se-á aos limites da unidade da federação na qual esteja domiciliado o requerente, exceto se houver convênio entre Estados limítrofes para recíproca validade nos respectivos territórios.
§ 2º - Vetado.
§ 3º - Vetado.
Artigo 8º - A autorização federal para o porte de arma de fogo, com validade em todo o território nacional, somente será expedida em condições especiais, a serem estabelecidas em regulamento.
Artigo 9º - Fica instituída a cobrança de taxa pela prestação de serviços relativos à expedição de Porte Federal de Arma de Fogo, nos valores constantes do Anexo a esta Lei.
Parágrafo único - Os valores arrecadados destinam-se ao custeio e manutenção das atividades do Departamento de Polícia Federal.
CAPÍTULO IV
DOS CRIMES E DAS PENAS
Artigo 10 - Possuir, deter, portar, fabricar, adquirir, vender, alugar, expor à venda ou fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda e ocultar arma de fogo, de uso permitido, sem a autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar.
CAPÍTULO V
DISPOSIÇÕES FINAIS
Artigo 11 - A definição de armas, acessórios e artefatos de uso proibido ou restrito será disciplinada em ato do Chefe do Poder Executivo Federal, mediante proposta do Ministério do Exército.
Artigo 12 - Armas, acessórios e artefatos de uso restrito e de uso permitido são os definidos na legislação pertinente.
Artigo 13 - Excetuadas as atribuições a que se refere o artigo 2º desta Lei, compete ao Ministério do Exército autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de armas de fogo e demais produtos controlados, inclusive o registro e o porte de tráfego de arma de fogo de colecionadores, atiradores e caçadores.
Artigo 14 - As armas de fogo encontradas sem registro e/ou sem autorização serão apreendidas e, após elaboração do laudo pericial, recolhidas ao Ministério do Exército, que se encarregará de sua destinação.
Artigo 15 - É vedada a fabricação, a venda, a comercialização e a importação de brinquedos, réplicas e simulacros de armas de fogo, que com estas se possam confundir.
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Parágrafo único - Excetuam-se da proibição as réplicas e os simulacros destinados à instrução, ao adestramento, ou à coleção de usuário autorizado, nas condições fixadas pelo Ministério do Exército.
Artigo 16 - Caberá ao Ministério do Exército autorizar, excepcionalmente, a aquisição de armas de fogo de uso proibido ou restrito.
Parágrafo único - O disposto no caput não se aplica às aquisições dos Minis-térios Militares.
Artigo 17 - A classificação legal, técnica e geral das armas de fogo e demais produtos controlados, bem como a definição de armas de uso proibido ou restrito são de competência do Ministério do Exército.
Artigo 18 - É vedado ao menor de vinte e um anos adquirir arma de fogo.
Artigo 19 - O regulamento desta Lei será expedido pelo Poder Executivo no prazo de sessenta dias.
Parágrafo único - O regulamento poderá estabelecer o recadastramento geral ou parcial de todas as armas.
Artigo 20 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, exceto o artigo 10, que entra em vigor após o transcurso do prazo de que trata o artigo 5º.
Artigo 21 - Revogam-se as disposições em contrário.
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LEI Nº 10.826 - DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003 - DOU DE 23/12/2003 - ALTERADO
Vide MP nº 417, DE 31/01/2008 - DOU DE 01/02/2008
Dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas - Sinarm, define crimes e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO I DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS
Art. 1o O Sistema Nacional de Armas – Sinarm, instituído no Ministério da Justiça, no âmbito da Polícia Federal, tem circunscrição em todo o território nacional.
Art. 2o Ao Sinarm compete:
I – identificar as características e a propriedade de armas de fogo, mediante cadastro;
II – cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas e vendidas no País;
III – cadastrar as autorizações de porte de arma de fogo e as renovações expedidas pela Polícia Federal;
IV – cadastrar as transferências de propriedade, extravio, furto, roubo e outras ocorrências suscetíveis de alterar os dados cadastrais, inclusive as decorrentes de fechamento de empresas de segurança privada e de transporte de valores;
V – identificar as modificações que alterem as características ou o funcionamento de arma de fogo;
VI – integrar no cadastro os acervos policiais já existentes;
VII – cadastrar as apreensões de armas de fogo, inclusive as vinculadas a procedimentos policiais e judiciais;
VIII – cadastrar os armeiros em atividade no País, bem como conceder licença para exercer a atividade;
IX – cadastrar mediante registro os produtores, atacadistas, varejistas, exportadores e importadores autorizados de armas de fogo, acessórios e munições;
X – cadastrar a identificação do cano da arma, as características das impressões de raiamento e de microestriamento de projétil disparado, conforme marcação e testes obrigatoriamente realizados pelo fabricante;
XI – informar às Secretarias de Segurança Pública dos Estados e do Distrito Federal os registros e autorizações de porte de armas de fogo nos respectivos territórios, bem como manter o cadastro atualizado para consulta.
Parágrafo único. As disposições deste artigo não alcançam as armas de fogo das Forças Armadas e Auxiliares, bem como as demais que constem dos seus registros próprios.
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CAPÍTULO II DO REGISTRO
Art. 3o É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão competente.
Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão registradas no Comando do Exército, na forma do regulamento desta Lei.
Art. 4o Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado deverá, além de declarar a efetiva necessidade, atender aos seguintes requisitos:
I – comprovação de idoneidade, com a apresentação de certidões de antecedentes criminais fornecidas pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não estar respondendo a inquérito policial ou a processo criminal;
II – apresentação de documento comprobatório de ocupação lícita e de residência certa;
III – comprovação de capacidade técnica e de aptidão psicológica para o manuseio de arma de fogo, atestadas na forma disposta no regulamento desta Lei.
§ 1o O Sinarm expedirá autorização de compra de arma de fogo após atendidos os requisitos anteriormente estabelecidos, em nome do requerente e para a arma indicada, sendo intransferível esta autorização.
§ 2o A aquisição de munição somente poderá ser feita no calibre correspondente à arma adquirida e na quantidade estabelecida no regulamento desta Lei.
§ 3o A empresa que comercializar arma de fogo em território nacional é obrigada a comunicar a venda à autoridade competente, como também a manter banco de dados com todas as características da arma e cópia dos documentos previstos neste artigo.
§ 4o A empresa que comercializa armas de fogo, acessórios e munições responde legalmente por essas mercadorias, ficando registradas como de sua propriedade enquanto não forem vendidas.
§ 5o A comercialização de armas de fogo, acessórios e munições entre pessoas físicas somente será efetivada mediante autorização do Sinarm.
§ 6o A expedição da autorização a que se refere o § 1o será concedida, ou recusada com a devida fundamentação, no prazo de 30 (trinta) dias úteis, a contar da data do requerimento do interessado.
§ 7o O registro precário a que se refere o § 4o prescinde do cumprimento dos requisitos dos incisos I, II e III deste artigo.
Redação anterior Art. 5º O Certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade em todo o território nacional, autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no interior de sua residência ou domicílio, ou dependência desses, desde que seja ele o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa.
Art. 5o O certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade em todo o território nacional, autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no interior de sua residência ou domicílio, ou dependência desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que seja ele o titular ou o responsável legal pelo estabelecimento ou empresa. (Redação dada pela Lei nº 10.884, de 2004)
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§ 1o O certificado de registro de arma de fogo será expedido pela Polícia Federal e será precedido de autorização do Sinarm.
§ 2o Os requisitos de que tratam os incisos I, II e III do art. 4o deverão ser comprovados periodicamente, em período não inferior a 3 (três) anos, na conformidade do estabelecido no regulamento desta Lei, para a renovação do Certificado de Registro de Arma de Fogo.
§ 3o Os registros de propriedade, expedidos pelos órgãos estaduais, realizados até a data da publicação desta Lei, deverão ser renovados mediante o pertinente registro federal no prazo máximo de 3 (três) anos. (Vide Medida Provisória nº 379, de 2007).
§ 4o (Vide Medida Provisória nº 379, de 2007).
CAPÍTULO III DO PORTE
Art. 6o É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para os casos previstos em legislação própria e para:
I – os integrantes das Forças Armadas;
II – os integrantes de órgãos referidos nos incisos do caput do art. 144 da Constituição Federal;
III – os integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados e dos Municípios com mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei;
Redação anterior IV – os integrantes das guardas municipais dos Municípios com mais de 250.000 (duzentos e cinqüenta mil) e menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, quando em serviço;
IV - os integrantes das guardas municipais dos Municípios com mais de 50.000 (cinqüenta mil) e menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, quando em serviço; (Redação dada pela Lei nº 10.867, de 2004)
V – os agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteligência e os agentes do Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República;
VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. 51, IV, e no art. 52, XIII, da Constituição Federal;
VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas prisionais, os integrantes das escoltas de presos e as guardas portuárias;
VIII – as empresas de segurança privada e de transporte de valores constituídas, nos termos desta Lei;
IX – para os integrantes das entidades de desporto legalmente constituídas, cujas atividades esportivas demandem o uso de armas de fogo, na forma do regulamento desta Lei, observando-se, no que couber, a legislação ambiental.
Redação anterior X – os integrantes da Carreira Auditoria da Receita Federal, Auditores-Fiscais e Técnicos da Receita Federal. (Incluído pela Lei nº 11.118, de 2005)
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X - integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita Federal do Brasil e de Auditoria-Fiscal do Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal e Analista Tributário. (Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007)
§ 1o As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI deste artigo terão direito de portar arma de fogo fornecida pela respectiva corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, na forma do regulamento, aplicando-se nos casos de armas de fogo de propriedade particular os dispositivos do regulamento desta Lei. . (Vide Medida Provisória nº 379, de 2007).
§ 1o-A Os servidores a que se refere o inciso X do caput deste artigo terão direito de portar armas de fogo para sua defesa pessoal, o que constará da carteira funcional que for expedida pela repartição a que estiverem subordinados. (Incluído pela Lei nº 11.118, de 2005)
§ 2o A autorização para o porte de arma de fogo dos integrantes das instituições descritas nos incisos V, VI e VII está condicionada à comprovação do requisito a que se refere o inciso III do art. 4o, nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei. . (Vide Medida Provisória nº 379, de 2007). Redação anterior
§ 3o A autorização para o porte de arma de fogo das guardas municipais está condicionada à formação funcional de seus integrantes em estabelecimentos de ensino de atividade policial, à existência de mecanismos de fiscalização e de controle interno, nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei. § 3o A autorização para o porte de arma de fogo das guardas municipais está condicionada à formação funcional de seus integrantes em estabelecimentos de ensino de atividade policial e à existência de mecanismos de fiscalização e de controle interno, nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei, observada a supervisão do Comando do Exército. (Redação dada pela Lei nº 10.867, de 2004)
§ 3o A autorização para o porte de arma de fogo das guardas municipais está condicionada à formação funcional de seus integrantes em estabelecimentos de ensino de atividade policial, à existência de mecanismos de fiscalização e de controle interno, nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei, observada a supervisão do Ministério da Justiça. (Redação dada pela Lei nº 10.884, de 2004)
§ 4o Os integrantes das Forças Armadas, das polícias federais e estaduais e do Distrito Federal, bem como os militares dos Estados e do Distrito Federal, ao exercerem o direito descrito no art. 4o, ficam dispensados do cumprimento do disposto nos incisos I, II e III do mesmo artigo, na forma do regulamento desta Lei.
§ 5o Aos residentes em áreas rurais, que comprovem depender do emprego de arma de fogo para prover sua subsistência alimentar familiar, será autorizado, na forma prevista no regulamento desta Lei, o porte de arma de fogo na categoria "caçador". (Vide Lei nº 11.191, de 2005)
§ 6o Aos integrantes das guardas municipais dos Municípios que integram regiões metropolitanas será autorizado porte de arma de fogo, quando em serviço. (Incluído pela Lei nº 10.867, de 2004)
Art. 7o As armas de fogo utilizadas pelos empregados das empresas de segurança privada e de transporte de valores, constituídas na forma da lei, serão de propriedade, responsabilidade e guarda das respectivas empresas, somente podendo ser utilizadas quando em serviço, devendo essas observar as condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, sendo o certificado de registro e a autorização de porte expedidos pela Polícia Federal em nome da empresa.
§ 1o O proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança privada e de transporte de valores responderá pelo crime previsto no parágrafo único do art. 13 desta Lei, sem prejuízo das demais sanções administrativas e civis, se deixar de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de
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armas de fogo, acessórios e munições que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois de ocorrido o fato.
§ 2o A empresa de segurança e de transporte de valores deverá apresentar documentação comprobatória do preenchimento dos requisitos constantes do art. 4o desta Lei quanto aos empregados que portarão arma de fogo.
§ 3o A listagem dos empregados das empresas referidas neste artigo deverá ser atualizada semestralmente junto ao Sinarm.
Art. 8o As armas de fogo utilizadas em entidades desportivas legalmente constituídas devem obedecer às condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, respondendo o possuidor ou o autorizado a portar a arma pela sua guarda na forma do regulamento desta Lei.
Art. 9o Compete ao Ministério da Justiça a autorização do porte de arma para os responsáveis pela segurança de cidadãos estrangeiros em visita ou sediados no Brasil e, ao Comando do Exército, nos termos do regulamento desta Lei, o registro e a concessão de porte de trânsito de arma de fogo para colecionadores, atiradores e caçadores e de representantes estrangeiros em competição internacional oficial de tiro realizada no território nacional.
Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo de uso permitido, em todo o território nacional, é de competência da Polícia Federal e somente será concedida após autorização do Sinarm.
§ 1o A autorização prevista neste artigo poderá ser concedida com eficácia temporária e territorial limitada, nos termos de atos regulamentares, e dependerá de o requerente:
I – demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício de atividade profissional de risco ou de ameaça à sua integridade física;
II – atender às exigências previstas no art. 4o desta Lei;
III – apresentar documentação de propriedade de arma de fogo, bem como o seu devido registro no órgão competente.
§ 2o A autorização de porte de arma de fogo, prevista neste artigo, perderá automaticamente sua eficácia caso o portador dela seja detido ou abordado em estado de embriaguez ou sob efeito de substâncias químicas ou alucinógenas.
Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas, nos valores constantes do Anexo desta Lei, pela prestação de serviços relativos:
I – ao registro de arma de fogo;
II – à renovação de registro de arma de fogo;
III – à expedição de segunda via de registro de arma de fogo;
IV – à expedição de porte federal de arma de fogo;
V – à renovação de porte de arma de fogo;
VI – à expedição de segunda via de porte federal de arma de fogo.
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§ 1o Os valores arrecadados destinam-se ao custeio e à manutenção das atividades do Sinarm, da Polícia Federal e do Comando do Exército, no âmbito de suas respectivas responsabilidades.
§ 2o As taxas previstas neste artigo serão isentas para os proprietários de que trata o § 5o do art. 6o e para os integrantes dos incisos I, II, III, IV, V, VI e VII do art. 6o, nos limites do regulamento desta Lei. . (Vide Medida Provisória nº 379, de 2007).
§ 3o . (Vide Medida Provisória nº 379, de 2007).
Art. 11-A. (Vide Medida Provisória nº 379, de 2007).
§ 1o . (Vide Medida Provisória nº 379, de 2007). § 2o . (Vide Medida Provisória nº 379, de 2007). § 3o . (Vide Medida Provisória nº 379, de 2007).
CAPÍTULO IV DOS CRIMES E DAS PENAS
Posse irregular de arma de fogo de uso permitido
Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa:
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Omissão de cautela
Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade:
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança e transporte de valores que deixarem de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo, acessório ou munição que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois de ocorrido o fato.
Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido
Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, salvo quando a arma de fogo estiver registrada em nome do agente.
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Disparo de arma de fogo
Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável.
Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso proibido ou restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:
I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma de fogo ou artefato;
II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equivalente a arma de fogo de uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz;
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar;
IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado;
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou explosivo a criança ou adolescente; e
VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, de qualquer forma, munição ou explosivo.
Comércio ilegal de arma de fogo
Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Parágrafo único. Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito deste artigo, qualquer forma de prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em residência.
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Tráfico internacional de arma de fogo
Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a qualquer título, de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade competente:
Pena – reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é aumentada da metade se a arma de fogo, acessório ou munição forem de uso proibido ou restrito.
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é aumentada da metade se forem praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6o, 7o e 8o desta Lei.
Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são insuscetíveis de liberdade provisória.
CAPÍTULO V DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 22. O Ministério da Justiça poderá celebrar convênios com os Estados e o Distrito Federal para o cumprimento do disposto nesta Lei.
Art. 23. A classificação legal, técnica e geral, bem como a definição das armas de fogo e demais produtos controlados, de usos proibidos, restritos ou permitidos será disciplinada em ato do Chefe do Poder Executivo Federal, mediante proposta do Comando do Exército.
§ 1o Todas as munições comercializadas no País deverão estar acondicionadas em embalagens com sistema de código de barras, gravado na caixa, visando possibilitar a identificação do fabricante e do adquirente, entre outras informações definidas pelo regulamento desta Lei.
§ 2o Para os órgãos referidos no art. 6o, somente serão expedidas autorizações de compra de munição com identificação do lote e do adquirente no culote dos projéteis, na forma do regulamento desta Lei.
§ 3o As armas de fogo fabricadas a partir de 1 (um) ano publicação desta Lei conterão dispositivo intrínseco de segurança e de identificação, gravado no corpo da arma, definido pelo regulamento desta Lei, exclusive para os órgãos previstos no art. 6o.
Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se refere o art. 2º desta Lei, compete ao Comando do Exército autorizar e fiscalizar a produção, exportação, importação, desembaraço alfandegário e o comércio de armas de fogo e demais produtos controlados, inclusive o registro e o porte de trânsito de arma de fogo de colecionadores, atiradores e caçadores.
Art. 25. Armas de fogo, acessórios ou munições apreendidos serão, após elaboração do laudo pericial e sua juntada aos autos, encaminhados pelo juiz competente, quando não mais interessarem à persecução penal, ao Comando do Exército, para destruição, no prazo máximo de 48 (quarenta e oito) horas.
Parágrafo único. As armas de fogo apreendidas ou encontradas e que não constituam prova em inquérito policial ou criminal deverão ser encaminhadas, no da data de mesmo prazo, sob pena de responsabilidade, pela autoridade competente para destruição, vedada a cessão para qualquer pessoa ou instituição.
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Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a comercialização e a importação de brinquedos, réplicas e simulacros de armas de fogo, que com estas se possam confundir.
Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as réplicas e os simulacros destinados à instrução, ao adestramento, ou à coleção de usuário autorizado, nas condições fixadas pelo Comando do Exército.
Art. 27. Caberá ao Comando do Exército autorizar, excepcionalmente, a aquisição de armas de fogo de uso restrito.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às aquisições dos Comandos Militares.
Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos adquirir arma de fogo, ressalvados os integrantes das entidades constantes dos incisos I, II e III do art. 6o desta Lei. (Vide Medida Provisória nº 379, de 2007).
Art. 29. As autorizações de porte de armas de fogo já concedidas expirar-se-ão 90 (noventa) dias após a publicação desta Lei. (Vide Lei nº 10.884, de 2004)
Parágrafo único. O detentor de autorização com prazo de validade superior a 90 (noventa) dias poderá renová-la, perante a Polícia Federal, nas condições dos arts. 4o, 6o e 10 desta Lei, no prazo de 90 (noventa) dias após sua publicação, sem ônus para o requerente.
Art. 30. Os possuidores e proprietários de armas de fogo não registradas deverão, sob pena de responsabilidade penal, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias após a publicação desta Lei, solicitar o seu registro apresentando nota fiscal de compra ou a comprovação da origem lícita da posse, pelos meios de prova em direito admitidos. (Vide Lei nº 10.884, de 2004) (Vide Lei nº 11.118, de 2005) (Vide Lei nº 11.191, de 2005)
Art. 31. Os possuidores e proprietários de armas de fogo adquiridas regularmente poderão, a qualquer tempo, entregá-las à Polícia Federal, mediante recibo e indenização, nos termos do regulamento desta Lei.
Art. 32. Os possuidores e proprietários de armas de fogo não registradas poderão, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias após a publicação desta Lei, entregá-las à Polícia Federal, mediante recibo e, presumindo-se a boa-fé, poderão ser indenizados, nos termos do regulamento desta Lei. (Vide Lei nº 10.884, de 2004) (Vide Lei nº 11.118, de 2005) (Vide Lei nº 11.191, de 2005)
Parágrafo único. Na hipótese prevista neste artigo e no art. 31, as armas recebidas constarão de cadastro específico e, após a elaboração de laudo pericial, serão encaminhadas, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, ao Comando do Exército para destruição, sendo vedada sua utilização ou reaproveitamento para qualquer fim.
Art. 33. Será aplicada multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais) a R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), conforme especificar o regulamento desta Lei:
I – à empresa de transporte aéreo, rodoviário, ferroviário, marítimo, fluvial ou lacustre que deliberadamente, por qualquer meio, faça, promova, facilite ou permita o transporte de arma ou munição sem a devida autorização ou com inobservância das normas de segurança;
II – à empresa de produção ou comércio de armamentos que realize publicidade para venda, estimulando o uso indiscriminado de armas de fogo, exceto nas publicações especializadas.
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Art. 34. Os promotores de eventos em locais fechados, com aglomeração superior a 1000 (um mil) pessoas, adotarão, sob pena de responsabilidade, as providências necessárias para evitar o ingresso de pessoas armadas, ressalvados os eventos garantidos pelo inciso VI do art. 5o da Constituição Federal.
Parágrafo único. As empresas responsáveis pela prestação dos serviços de transporte internacional e interestadual de passageiros adotarão as providências necessárias para evitar o embarque de passageiros armados.
CAPÍTULO VI DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 35. É proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo o território nacional, salvo para as entidades previstas no art. 6o desta Lei.
§ 1o Este dispositivo, para entrar em vigor, dependerá de aprovação mediante referendo popular, a ser realizado em outubro de 2005.
§ 2o Em caso de aprovação do referendo popular, o disposto neste artigo entrará em vigor na data de publicação de seu resultado pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Art. 36. É revogada a Lei no 9.437, de 20 de fevereiro de 1997.
Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 22 de dezembro de 2003; 182o da Independência e 115o da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Márcio Thomaz Bastos José Viegas Filho Marina Silva
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 23.12.2003
ANEXO TABELA DE TAXAS
(Vide Medida Provisória nº 379, de 2007).
SITUAÇÃO R$ I – Registro de arma de fogo 300,00 II – Renovação de registro de arma de fogo 300,00 III – Expedição de porte de arma de fogo 1.000,00 IV – Renovação de porte de arma de fogo 1.000,00 V – Expedição de segunda via de registro de arma de fogo 300,00 VI – Expedição de segunda via de porte de arma de fogo 1.000,00
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal..., volume 3 - 2010.
CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal..., volume 2 - 2010.
GOMES, Luiz Flávio; OLIVEIRA, Willian Terra de. – leis de armas de fogo – 2
ed. – São Paulo – Revistas dos Tribunais 1998.
GOMES, Luiz Flavio – arma de brinquedo e sua (ir)relevância Penal – consulex
São Paulo n°28 -1999.
GOMES, Luiz Flavio – Estudo de Direito penal e Processo Penal – São Paulo –
Revistas dos Tribunais – 2006
JESUS, Damásio Evangelista de. – Direito Penal – Parte geral – São Paulo -
Saraiva – 2006.
JESUS, Damásio Evangelista de. – Direito Penal - Parte especial – São Paulo
Saraiva – 2006.
JESUS, Damásio Evangelista de. Código penal anotado - 2006.
MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de direito penal..., volume 2 - 2007.
MIRABETE, Julio Fabbrini. – Código Penal Interpretado – São Paulo – Atlas -
2007
NUCCI, Guilherme de Souza. - Código penal comentado – Revistas dos
Tribunais – São Paulo - 2008.
NUCCI, Guilherme de Souza. – Leis Penais e Processuais Penais Comentadas
Revistas dos Tribunais - São Paulo - 2008
DELMANTO, Celso – Código Penal Comentado – renovar – 2007
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ÍNDICE
Folha de Rosto.....................................................................................................1
Agradecimentos...................................................................................................2
Dedicatória...........................................................................................................3
Resumo................................................................................................................4
Metodologia.........................................................................................................5
Sumario................................................................................................................6
Introdução..........................................................................................................07
Capítulo
O Crime de Roubo no Código Penal.................................................................09
Do Conceito e características do crime de roubo..............................................09
Do Sujeito ativo..................................................................................................10
Do Sujeito passivo.............................................................................................10
Do Tipo objetivo.................................................................................................11
Do Tipo subjetivo...............................................................................................12
Das Características do roubo próprio................................................................13
Do Roubo próprio...............................................................................................13
Do Roubo impróprio...........................................................................................13
Capítulo – II
Da majoração da pena do crime de roubo.........................................................16
Roubo circunstanciado pelo emprego de arma.................................................16
Roubo circunstanciado pelo concurso de Pessoas...........................................17
Roubo circunstanciado em serviço de transporte de valores............................18
Roubo circunstanciado de veículos automotor..................................................18
Roubo circunstanciado pelo seqüestro..............................................................19
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Capítulo – III
Roubo qualificado pela lesão corporal grave.....................................................21
Roubo qualificado por morte..............................................................................22
Roubo consumado.............................................................................................23
Da consumação do roubo próprio......................................................................26
Da consumação do roubo impróprio..................................................................26
Da tentativa do roubo próprio............................................................................26
Da tentativa do roubo impróprio.........................................................................27
Da ação penal, pena, e procedimento...............................................................28
Capítulo – IV
Da sumula 174 do STJ......................................................................................29
A arma de brinquedo e lei 9437/97....................................................................35
A lei 10,826/2003...............................................................................................36
Capítulo – V
Ofensas aos princípios do direito penal.............................................................38
Princípio da legalidade.......................................................................................38
Princípio da ofensividade...................................................................................40
Princípio do NE bis in idem................................................................................41
Princípio da proporcionalidade da pena............................................................42
Princípio do direito penal objetivo......................................................................43
Conclusão..........................................................................................................44
Anexo.................................................................................................................47
Bibliografia.........................................................................................................61