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DIREITO PENAL III Professor Dr. Urbano Félix Pugliese CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO

Direito penal iii roubo e extorsão

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DIREITO PENAL III

Professor Dr. Urbano Félix Pugliese

CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO

Patrimônio:

O bem jurídico, principal, tutelado nos tipos é o patrimônio dos seres humanos: Universalidade de bens, obrigações e direitos de uma pessoa (amealhados durante a vida ou herdados).

Divisão do título II: Capítulo I: do

furto; Capítulo II: do

roubo e da extorsão;

Capítulo III: da usurpação;

Capítulo IV: do dano;

Capítulo V: da apropriação indébita;

Capítulo VI: do estelionato e outras fraudes;

Capítulo VII: da receptação; e

Capítulo VIII: Disposições gerais.

Roubo: Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. § 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.

Roubo:§ 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade: I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma; II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância. IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior; V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. § 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa.        

Bem jurídico tutelado:

Tutela-se o patrimônio das pessoas (universalidade de bens, obrigações e direitos de uma pessoa) – propriedade, posse e detenção + integridade física e psíquica;

Crime pluriofensivo (complexo); STF e STJ não admitem insignificância; Sujeito ativo = Comum; e Sujeito passivo = Comum (o proprietário, o

possuidor e o detentor da coisa).

Art. 157, caput: “Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência”;

Subtrair: Retirar a coisa da posse da vítima, passando ao poder do agente;

Coisa: Tudo aquilo que tem existência corpórea; Grave ameaça (vis compulsiva/vis relativa): Força moral; Violência (vis corporalis/vis absoluta): Força bruta; e Reduzido à impossibilidade de resistência: Chamada

também de violência imprópria (quando o agente retira da vítima a capacidade de resistir; ex. boa noite cinderela).

Roubo próprio:

Art. 157, § 1º: “Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro”;

Roubo próprio: Violência ou grave ameaça antes da subtração; e

Roubo impróprio: Violência ou grave ameaça após a subtração; e

Não se encaixa a violência imprópria: minar a capacidade de resistir da vítima.

Roubo impróprio ou por aproximação:

Elemento subjetivo do tipo penal: Dolo com especial fim de agir (animus

furandi): Roubo próprio: “para si ou para outrem” (animus rem sibi habendi); Roubo impróprio: “a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro”;

Não existe roubo de uso (crime complexo que viola a integridade física e psíquica); e

Não há forma culposa.

Consumação e tentativa: No roubo próprio: Seguem-se as teorizações

do furto (amotio); Assim, a consumação se dará com a subtração

da coisa; No roubo impróprio: A consumação se dará

com a violência ou grave ameaça, após a subtração; e

A tentativa é possível no roubo próprio e impossível no roubo impróprio.

Roubo majorado/circunstanciado:

§ 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade: I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma; II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância. IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior; V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.

Roubo majorado/circunstanciado:I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma; Própria (feita para o ataque e a defesa) ou imprópria (não é feita para o ataque e a defesa); A arma precisa ter poder vulnerante (STF e STJ); Arma de brinquedo não majora o roubo (mas, o caracteriza); e Não precisa ter perícia da arma nem mesmo apreensão;

Roubo majorado/circunstanciado:II - se há o concurso de duas ou mais pessoas: STJ indica que há dois bens jurídicos diferentes no roubo e na associação criminosa; Dispensa-se a identificação dos corréus; Inimputável é computado;III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância: A atividade há de ser específica e não eventual; Valores: Dinheiro, jóias, títulos; e Elemento subjetivo: Conhecimento de que a vítima está em serviço de transporte de valores.

Roubo majorado/circunstanciado:IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior: Precisa efetivamente haver o trasporte; V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade: Ofensa ao bem jurídico liberdade; Três alternativas: 1) Poucos instantes: Não há a majorante; 2) Tempo relevante: Há a majorante; e 3) Desvinculada ao roubo: Concurso material.

Roubo majorado/circunstanciado: Aumenta-se a pena de 1/3 a 1/2; Precisa ter fundamentação plausível; e Súmula 443/STJ: "O aumento na terceira fase

de aplicação da pena no crime de roubo circunstanciado exige fundamentação concreta, não sendo suficiente para a sua exasperação a mera indicação do número de majorantes."

Roubo qualificado:§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa; Primeira parte: Não tem nome; Segunda parte: Latrocínio; A morte deve se dar em decorrência do roubo; Crime hediondo (Art. 1º II - latrocínio (art. 157, § 3o, in fine); e Roubo e latrocínio não são da mesma espécie. 

Latrocínio: A consumação do latrocínio ocorre com a morte da

vítima; Súmula 610/STF: “Há crime de latrocínio, quando o

homicídio se consuma, ainda que não realize o agente a subtração de bens da vítima”; e

Subtração Morte ResultadoConsumada Consumada ConsumadoConsumada Tentada Tentado

Tentada Consumada ConsumadoTentada Tentada Tentado

Latrocínio: Súmula 603/STF: “A competência para o processo e julgamento de

latrocínio é do juiz singular e não do Tribunal do Júri”; Ao latrocínio não incidem as majorantes do § 2º, do art. 157 (As

majorantes funcionam como circunstâncias desfavoráveis); Havendo aberratio ictus haverá latrocínio (mesmo do parceiro de crime); e Havendo mais de uma morte: 1) STJ: Concurso formal impróprio; 2) STF:

Único latrocínio; e 3) Concurso material entre homicídio e latrocínio.

Ação penal do furto simples: Ação penal pública incondicionada; Crimes extremamente graves na sociedade

cosmopolita contemporânea; Penas:1) Roubo próprio e impróprio: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa;2) § 3º primeira parte (lesão corporal grave): Reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; e3) Latrocínio (morte): Reclusão de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa.

Extorsão:Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. § 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de um terço até metade. § 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo anterior. § 3o  Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente.       

Bem jurídico tutelado: Tutela-se o patrimônio das pessoas

(universalidade de bens, obrigações e direitos de uma pessoa) – propriedade, posse e detenção + integridade física e psíquica + liberdade das pessoas;

Crime pluriofensivo (complexo); Sujeito ativo = Comum; Sujeito passivo = Comum (o proprietário, o

possuidor e o detentor da coisa); e Uma pessoa pode ser a vítima patrimonial e a

outra constrangida mediante violência ou grave ameaça.

Tipo objetivo: Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa; Constranger: Obrigar, coagir, forçar; Grave ameaça (vis compulsiva/vis relativa): Força moral; Violência (vis corporalis/vis absoluta): Força bruta; Vantagem econômica: Qualquer vantagem patrimonial; e Há uma obrigação de fazer ou deixar de fazer.

Elemento subjetivo do tipo penal: Dolo com especial fim de agir: “com o intuito

de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa”;

Fazer: Ação positiva; Tolerar que se faça: Outra pessoa faz; Deixar de fazer: Ação negativa; eNão há forma culposa.

Consumação e tentativa: Há três momentos do delito: 1) Ato de

constrangimento; 2) Comportamento da vítima; e 3) Obtenção da vantagem indevida econômica;

A consumação se dará com a conduta da vítima, após o constrangimento do sujeito ativo do delito (crime formal);

Súmula 96/STJ: “O crime de extorsão consuma-se independentemente da obtenção da vantagem indevida”; e

A tentativa é possível.

Roubo ≠ extorsão:Crime Verbo

regenteAtuação da

vítimaMomento

da violência ou grave ameaça

Roubo Subtrair Prescindível Presente

Extorsão Há entrega Imprescindível Futuro

Extorsão majorada:§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de um terço até metade; Dispensa-se a identificação dos corréus; Inimputável é computado; Arma própria ou imprópria;§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo anterior; e § 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa.      

Extorsão majorada:§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo anterior; § 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa; e Hediondo: Art. 1º, III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o).      

Extorsão com restrição da liberdade:§ 3o  Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente; Restringe-se a liberdade para haver a extorsão; e § 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos. § 3º - Se resulta a morte: Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.

      

Ação penal: Ação penal pública incondicionada; Crimes extremamente graves na sociedade cosmopolita

contemporânea; Penas:1) Caput: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa;2) § 2º: Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; 3) § 2º: Se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa; 4) § 3º:  Reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; e5) § 3º: Se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente (Reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; Reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa.)       

Extorsão mediante sequestro:Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate: Pena - reclusão, de oito a quinze anos. § 1o Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o sequestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha. Pena - reclusão, de doze a vinte anos. § 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos. § 3º - Se resulta a morte: Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. § 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços.       

Bem jurídico tutelado: Tutela-se o patrimônio das pessoas

(universalidade de bens, obrigações e direitos de uma pessoa) – propriedade, posse e detenção + integridade física e psíquica + liberdade das pessoas;

Crime pluriofensivo (complexo); Sujeito ativo = Comum; Sujeito passivo = Comum (o proprietário, o

possuidor e o detentor da coisa); e Uma pessoa jurídica pode ser a vítima patrimonial

e a outra sequestrada pessoa física.

Tipo objetivo: Sequestrar (gênero): Há restrição da liberdade

locomotora mas a vítima não fica confinada; e Vantagem: Qualquer uma, mesmo não

patrimonial (apesar do crime estar em um capítulo de crimes contra o patrimônio).

Elemento subjetivo do tipo: Dolo com especial fim de agir: “com o fim de

obter, para si ou para outrem”; e Não há forma culposa.

Consumação e tentativa: Consuma-se com a privação da liberdade por

tempo juridicamente relevante (crime formal e permanente);

Súmula 711/STF: “A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência”; e

A tentativa é possível.

Forma qualificada:§ 1o Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o sequestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha. Pena - reclusão, de doze a vinte anos; Caso o sequestrado faça aniversário de 18 (dezoito) anos ou 60 (sessenta) anos no cativeiro terá a qualificadora; Na atualidade o crime é de “Associação criminosa” e não mais “Quadrilha ou bando”.      

Forma qualificada:§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos. Remete-se ao crime de lesão corporal; Pode ser dolosa ou culposa;§ 3º - Se resulta a morte: Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos; Maior pena do Código Penal; Pode ser dolosa ou culposa; e A morte pode se dar a qualquer momento.       

Delação premiada:§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços; Precisa haver a facilitação da libertação da vítima; e Redução igual à da tentativa (1/3 a 2/3).      

Proteção à vítimas e testemunhas:Lei n. 9.807/99: “Art. 13. Poderá o juiz, de ofício ou a requerimento das partes, conceder o perdão judicial e a consequente extinção da punibilidade ao acusado que, sendo primário, tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a investigação e o processo criminal, desde que dessa colaboração tenha resultado: I - a identificação dos demais coautores ou partícipes da ação criminosa; II - a localização da vítima com a sua integridade física preservada; III - a recuperação total ou parcial do produto do crime. Parágrafo único. A concessão do perdão judicial levará em conta a personalidade do beneficiado e a natureza, circunstâncias, gravidade e repercussão social do fato criminoso.”

Nova lei de crime organizado:Colaboração premiada: “Art. 4o  O juiz poderá, a requerimento das partes, conceder o perdão judicial, reduzir em até 2/3 (dois terços) a pena privativa de liberdade ou substituí-la por restritiva de direitos daquele que tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a investigação e com o processo criminal, desde que dessa colaboração advenha um ou mais dos seguintes resultados: I - a identificação dos demais coautores e partícipes da organização criminosa e das infrações penais por eles praticadas; II - a revelação da estrutura hierárquica e da divisão de tarefas da organização criminosa; III - a prevenção de infrações penais decorrentes das atividades da organização criminosa; IV - a recuperação total ou parcial do produto ou do proveito das infrações penais praticadas pela organização criminosa; V - a localização de eventual vítima com a sua integridade física preservada.”

Ação penal: Ação penal pública incondicionada; Crimes extremamente graves na sociedade

cosmopolita contemporânea;

Penas:1) Caput: Pena - reclusão, de oito a quinze anos; 2) § 1º: Pena - reclusão, de doze a vinte anos;3) § 2º: Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos; e 3) § 3º: Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.

Extorsão indireta:Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de alguém, documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou contra terceiro: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

Exposição de motivos da parte especial do Código Penal:“Destina-se o novo dispositivo a coibir os torpes e opressivos expedientes a que recorrem, por vezes, os agentes de usura, para garantir-se contra o risco do dinheiro mutuado. São bem conhecidos esses recursos como, por exemplo, o de induzir o necessitado cliente a assinar um contrato simulado de depósito ou a forjar no título de dívida a firma de algum parente abastado, de modo que, não resgatada a dívida no vencimento, ficará o mutuário sob a pressão da ameaça de um processo por apropriação indébita ou falsidade. ”

Bem jurídico tutelado:

Tutela-se o patrimônio das pessoas (universalidade de bens, obrigações e direitos de uma pessoa) – propriedade, posse e detenção;

Sujeito ativo = Comum; Sujeito passivo = Comum (o proprietário, o

possuidor e o detentor da coisa); e Uma pessoa jurídica poderá ser a vítima

patrimonial e a pessoa física ameaçada (a PJ poderá ser ameaçada também no caso dos crimes ambientais).

Tipo objetivo: Exigir: Forçar, pedir com veemência; Receber: Adquirir; O documento precisa ser hábil a iniciar o

procedimento criminal contra a vítima ou contra terceiro;

Elemento subjetivo do tipo penal: Dolo genérico; eNão há forma culposa.

Consumação e tentativa: Exigir: Consuma-se com a realização do verbo

(Crime formal); Receber: Consuma-se com a entrega efetiva do

documento (Crime material); e A tentativa é possível.

Ação penal:

Ação penal pública incondicionada; e

Penas:Pena - reclusão, de um a três anos, e multa

Escusas absolutórias (Capítulo VIII: Disposições gerais):Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo: I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal; II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural; Companheiros (união estável) terão imunidade absoluta por analogia in bonam partem; e Há exclusão da tipicidade (absolutamente).      

Imunidades relativas:Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é cometido em prejuízo: I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado; II - de irmão, legítimo ou ilegítimo; III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita; e Muda-se a ação penal de pública incondicionada para pública condicionada à representação (em que couber).       

Não haverá imunidade:Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores: I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa; II - ao estranho que participa do crime. III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos; eResumindo:1)Quando há violência ou grave ameaça à pessoa;2) Estranho do concurso de pessoas; e3) Vitima igual ou mais de 60 (sessenta) anos.