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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
ESTRATÉGIAS DO ADMINISTRADOR DE CURSO DE
ESPECIALIZAÇÃO NA MODALIDADE EAD NA ORIENTAÇÃO
DA EQUIPE DE MEDIADORES PEDAGÓGICOS (TUTORES)
PARA A GESTÃO DE PESSOAS (CURSISTAS) EM
AGRUPAMENTOS PARA SEMINÁRIOS VIRTUAIS.
Alex Sanders Bogado de Lima
Rio de Janeiro 2010
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
ESTRATÉGIAS DO ADMINISTRADOR DE CURSO DE
ESPECIALIZAÇÃO NA MODALIDADE EAD NA ORIENTAÇÃO
DA EQUIPE DE MEDIADORES PEDAGÓGICOS (TUTORES)
PARA A GESTÃO DE PESSOAS (CURSISTAS) EM
AGRUPAMENTOS PARA SEMINÁRIOS VIRTUAIS.
OBJETIVOS:
Este trabalho monográfico apresenta orientações e caminhos para
uma boa administração de um curso em EAD no que diz respeito
às orientações da mediação pedagógica (tutoria) em ambientes
virtuais de aprendizagem no tocante a gestão de pessoas
(cursistas) no desenvolvimento de seminários em grupo.
AGRADECIMENTOS
A Deus.
À minha orientadora Professora Teresa Cristina Magalhães do Vale, pelas
orientações pertinentes e produtivas.
Ao Colégio Bruno Ostmann pelo investimento em meu aperfeiçoamento profissional.
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho monográfico a minha esposa Simone e aos meus filhos,
Letícia e Miguel Alexandre que tanto doaram do nosso tempo em família para o
meu aperfeiçoamento profissional.
“Ainda ontem pensava que não era mais do que um fragmento trêmulo sem
ritmo na esfera da vida. Hoje sei que sou eu a esfera,
e a vida inteira em fragmentos rítmicos move-se em mim..”
Khalil Gibran
RESUMO
A partir da análise e observação de material rico e oportuno, capturado nas interações
ocorridas entre o Administrador do curso de especialização em Tecnologias em
Educação oferecido pela CCEAD da PUC-Rio em 2009-2010 e a Mediação
Pedagógica (tutoria), em especial no desenvolvimento de Seminários Virtuais
ocorridos em disciplinas específicas do curso através das enunciações apresentadas a
partir de mecanismos de comunicação, tais como fórum e e-mails, o presente trabalho
monográfico percorre tais materiais apresentando as dificuldades, entraves e
desenvolvimento dos agrupamentos para os seminários. A apresentação de breves
relatos de experiência descrevendo a receptividade (resistência, silêncio, baixa
produtividade, dificuldades) de grupos e alunos nos diversos tipos de agrupamentos e
a apresentação das intervenções da mediação pedagógica mais produtivas nestes
casos de agrupamentos. Este estudo apresenta possibilidades de orientação do
Administrador de curso ao Mediador Pedagógico (tutor) na gestão de pessoas que
altere questões como resistência, conflitos, inércia, medo, utilizando proposta de
negociação conforme conceitos estudados na disciplina Gestão de Pessoas aplicada à
educação apresentando possíveis caminhos para uma produtiva intervenção nos
Seminários Virtuais. Trata-se da explanação daquilo que consideramos talvez
acessório, por não se tratar do conteúdo da disciplina, mas vital, visto que busca uma
análise da relação entre estes atores: administrador/mediador(tutor)/cursista.
PALAVRAS-CHAVE: Administração Escolar. Educação a Distância. Gestão de pessoas.
.
METODOLOGIA
A monografia se desenvolveu a partir de pesquisa bibliográfica, e
também em sites de referência acadêmica.
O ponto principal de estudo foi desenvolvido num ambiente virtual de
aprendizagem o Moodle – através do endereço http://moodle.ccead.puc-
rio.br/moodle/login/index.php onde ocorre a orientação do administrador de
curso aos mediadores e complementado no ambiente E-proinfo onde é
desenvolvido o curso Tecnologias em Educação – versão 2010 - desenvolvido
pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, em parceria com o
MEC com a atuação principal do mediador pedagógico.
A monografia de conclusão do curso de pós-graduação contou com os
elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais geralmente exigidos em
trabalhos acadêmicos.
Sendo assim, entre os elementos pré-textuais tiveram destaque a capa,
a folha de rosto, a folha de grau, dedicatória, agradecimentos, epígrafe, resumo
e sumário.
Entre os elementos textuais foi incluída uma introdução (duas ou três
laudas de apresentação da pesquisa), o desenvolvimento do trabalho (dividido
em três ou quatro capítulos, contendo citações diretas e indiretas de autores
que tenham conhecimento reconhecido na área pesquisada), as considerações
finais (ocasião esta em que foram expostas as possíveis conclusões de tudo o
que foi pesquisado e analisado) e as referências bibliográficas.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 10
CAPÍTULO II BASES DO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM TECNOLOGIAS EM EDUCAÇÃO – PUC-RIO/MEC .................................................
13
2.1 O administrador do Curso de Especialização na Modalidade EAD.............................................................................
18
CAPÍTULO III
FERRAMENTAS DE ACOMPANHAMENTO..................................
23
3.1 O Ambiente Virtual de Aprendizagem – Moodle.................... 24
3.2 O Curso de Formação em Mediação Pedagógica –EAD....... 29
CAPÍTULO IV O DESENVOLVIMENTO DE SEMINÁRIOS VIRTUAIS NAS DISCIPLINAS DE ME, ITA E IS COM AS ORIENTAÇÕES DO ADMINISTRADOR DO CURSO......................................................
32
4.1 A gestão de pessoas através das orientações do administrador para o desenvolvimento de seminários virtuais....................................................................................
38
4.2 Entraves no desenvolvimento de seminários virtuais e a intervenção do administrador na gestão de pessoas.................
39
CONCLUSÃO 44
REFERENCIAS 47
9
INTRODUÇÃO
A Educação a Distância (EAD) possui uma identidade própria no que diz
respeito a modalidade de educação uma vez que, para superar as limitações
espaço-temporais, faz-se necessário que seus cursos apresentem diferentes
interfaces e múltiplas combinações de linguagens e recursos pedagógicos e
tecnológicos, garantindo sempre a qualidade em todo o processo.
Qualidade que percebemos nas decisões de gestão, na concepção da
interface, nas estratégias pedagógicas, no método de avaliação, na aplicação e
adequação dos recursos tecnológicos, entre outros, e que constroem o
sucesso de um curso a distância. Esta modalidade de educação deve ser
dimensionada para oferecer ao aluno referenciais teórico-práticos que
colaborem na construção de conhecimentos necessários ao seu pleno
desenvolvimento, como indivíduo, ao exercício da cidadania e a sua
qualificação para o trabalho.
Pensando nesta modalidade de curso torna-se importante pensar e o
papel do Administrador de um curso com esta configuração e as estratégias de
gestão dos profissionais que atuam neste processo.
O presente estudo justifica-se pela necessidade de discutir intervenções
mais eficazes e produtivas do Administrador de um curso de especialização em
Tecnologias da Educação nas orientações fornecidas a equipe de Mediadores
Pedagógicos, na gestão de pessoas para a formação de grupos para o
desenvolvimento de Seminários Virtuais. Pretendemos também apresentar
breves relatos de experiência e discutir as possibilidades desta gestão.
Para desenvolver tal estudo pretendemos:
a) Apresentar as bases do curso de Especialização – Tecnologias em
Educação – versão 2010 - desenvolvido pela Pontifícia Universidade Católica
do Rio de Janeiro bem como os objetivos, ementa e desenvolvimento das
disciplinas que exigirão a formação de grupos para produção de Seminários
Virtuais;
b) Apresentar o papel do Administrador do Curso e os meios que são utilizados
para a formação da equipe de mediadores;
c) Informar sobre o desenvolvimento de orientação do Administrador através de
ferramentas comunicacionais como o ambiente moodle;
d) Definir e caracterizar a formação de grupo para seminários no ambiente de
aprendizagem E-proinfo no curso de Especialização - Tecnologias em
Educação;
e) Discutir as funcionalidades e critérios da formação de grupos para produção
nos Seminários apresentando os prós e contras destas dinâmicas
apresentadas no desenvolvimento das disciplinas pelo Administrador do Curso;
f) Discutir a necessidade de intervenções e acompanhamento do Administrador
do Curso para a orientação dos Mediadores na gestão de pessoas para a
formação de grupos para seminários;
g) Apresentar breves relatos de experiência descrevendo a receptividade
(resistência, silêncio, baixa produtividade, inflexibilidade) de grupos e alunos
nos diversos tipos de agrupamentos assim como as estratégias de orientação
dada pelo Administrador ao Mediador Pedagógico;
h) Discorrer sobre as intervenções do Administrador frente ao trabalho da
mediação pedagógica através da gestão de pessoas que consideramos mais
produtivas nos casos de conflitos em agrupamentos.
i) Propor critérios e caminhos para uma gestão de pessoas através da
mediação pedagógica produtiva na intervenção de agrupamentos para
Seminários Virtuais.
j) Apresentar possibilidades de orientação do Administrador de curso ao
Mediador Pedagógico (tutor) na gestão de pessoas que altere questões como
resistência, conflitos, inércia, medo, utilizando proposta de negociação
conforme conceitos estudados na disciplina Gestão de Pessoas aplicada à
educação.
CAPÍTULO II
BASES DO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM TECNOLOGIAS EM EDUCAÇÃO – PUC – RIO / MEC
O Curso de Especialização em Tecnologias em Educação é desenvolvido
pela Pontifícia Universidade Católica – PUC – Rio em parceria com o Ministério
de Educação – MEC destinado a professores, que atuam em escolas estaduais
e municipais do Ensino Fundamental e Médio com o propósito de constituírem-
se como Multiplicadores em Tecnologias aplicadas à Educação. Esta segunda
edição do curso destina-se, preferencialmente, a formadores/multiplicadores do
Proinfo Integrado, formadores do Programa Mídias na Educação, professores-
formadores do Programa Proinfantil, formadores do Programa TV Escola e
tutores do Programa Formação pela Escola e a professores e gestores
escolares efetivos da rede pública de ensino. São oferecidas 6.030 vagas em
parceria com a Secretaria de Educação a Distância – Ministério de Educação -
SEED-MEC.
As bases deste curso buscam a ampliação do conceito de educação
mediada e integrada por tecnologias com a incorporação de meios tecnológicos
cabíveis. Objetiva-se em promover a formação continuada de profissionais da
educação no uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) para
contribuir com a melhoria da qualidade da Educação Básica. Como cita Pozo e
Postigo:
No ritmo da mudança tecnológica e científica em que vivemos ninguém pode prever quais os conhecimentos específicos que os cidadãos precisarão dominar dentro de 10 ou 15 anos para poder enfrentar as demandas sociais que lhes sejam colocadas. O sistema educacional não pode formar especificamente para cada uma dessas necessidades; porém, pode formar os futuros cidadãos para que sejam aprendizes mais flexíveis, eficazes e autônomos, dotando-os de estratégias de aprendizagem adequadas, fazendo deles pessoas capazes de enfrentar novas e imprevisíveis demandas de aprendizagem (POZO e POSTIGO apud SALGADO e AMARAL, 2008, p. 31).
De acordo com o Guia do curso, publicado e fornecido pela CCEAD,
esses objetivos gerais podem ser desdobrados em diversos objetivos
específicos dos quais citamos alguns:
a) Desenvolver competências que permitam orientar, produzir, capacitar, apoiar
e assistir ao uso/aplicação pedagógica das novas tecnologias de informação e
comunicação na escola;
b) Desenvolver a competência tecnológico-pedagógica dos participantes para
capacitar professores e equipes administrativas das escolas;
c) Planejar e executar ações a partir de uma ótica transformadora;
d) Produzir conteúdos e projetos educacionais utilizando as diferentes
linguagens das mídias;
e) Usar a tecnologia e uso de mídias na educação de forma crítica e autônoma,
de modo a capacitar professores, apoiar e assessorar o desenvolvimento de
projetos e atividades;
f) Apoiar e promover o desenvolvimento de competências e habilidades
tecnológico-pedagógicas de uso e gestão da tecnologia no exercício
profissional nos NTEs e NTMs, em atividades de orientação, assistência,
gestão e formação de recursos humanos para escolas, secretarias de
educação e outras instituições;
g) Possibilitar o desenvolvimento de competências para: analisar e resolver
problemas, criar situações de integração de mídias e tecnologias na realidade
de sala de aula, elaborar e desenvolver projetos e atividades que integram
conhecimentos de distintas áreas do saber e as tecnologias e mídias
disponíveis;
h) Contribuir para o desenvolvimento de habilidades de articulação de
processos de inter-relação (interpessoais e intergrupais), fazendo uso da
competência emocional;
i) Contribuir para a criação de condições que despertem nos profissionais a
motivação para incorporação das mídias e tecnologias de informação e
comunicação em suas práticas profissionais propiciando apoio ao processo de
planejamento tecnológico - educacional de escolas, assessoria pedagógica
para o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem,
acompanhamento e avaliação do uso pedagógico da tecnologia;
j) Subsidiar o professor nas práticas educativas, utilizando o Portal do
Professor, que possui as seguintes seções: Espaço da Aula, onde o professor
poderá visualizar planos de aulas ou criar o seu; Jornal do Professor; Recursos
Educacionais e Cursos e Materiais; Interação e Colaboração e Links.
O sucesso do Curso de Especialização em Tecnologias em Educação
oferecido em parceria com o seu Departamento de Educação, junto à
Secretaria de Educação a Distância – SEED/MEC através da Coordenação
Central de Ensino a Distância – CCEAD – da Pontifícia Universidade Católica
do Rio de promovido em 2006 garantiu o início da sua segunda versão em
2009.
O ambiente virtual de aprendizagem utilizado como plataforma do curso é
o e-ProInfo, que é gerido pelo Programa Nacional de Tecnologia Educacional
(ProInfo).
O trabalho que pretendemos desenvolver trata-se de uma análise
baseada na experiência como mediador pedagógico do referido curso, na sua
segunda versão, no biênio 2009-2010.
O tutor [mediador pedagógico] no passado era um fellow (companheiro), agregado à universidade, não era o responsável pelo
ensino, era um conselheiro (PETERS, 2003). Acaba por se fazer uma associação da imagem do tutor àquela pessoa que dá assistência no estudo no sentido mais restrito. Segundo Litwin (2001) devemos ter em mente que tanto professor quanto tutor são responsáveis pelo bom ensino. A EaD fornece uma diversidade muito grande de suportes que ambos poderão utilizar, não apenas para dinamizar o curso, mas principalmente, para contribuir de forma marcante na evolução do processo ensino-aprendizagem. O papel do tutor é essencial, devemos vê-lo como uma “ponte móvel” entre o aluno, o curso e o professor, que podemos sintetizar com a fórmula ensinar a aprender (MESQUITA & FRAGA, 2005, P. 11).
Com o intuito de clarificar a estrutura do curso de Pós-Graduação Lato-
Sensu, oferecido na modalidade à distância, apresentamos a sua estrutura que
está distribuída em eixos temáticos.
I) A Escola como Espaço Integrador de Mídias
Componentes Curriculares:
a) Concepções de Aprendizagem – CA
b) Mídias na Educação: a prática do formador – ME
c) Introdução às Narrativas e Roteiros Interativos para Educação – NRI
d) Inclusão e Tecnologias Assistivas: sensibilização – ITA
II) Gestão de Mídias na Comunidade Escolar
Componentes Curriculares:
a) O Professor e a Prática Pedagógica com a Integração de Mídias – PIM
b) Recursos de Pesquisa na Web – RPW
c) Design Didático – DD
d) Gestão e Integração das Tecnologias e Mídias Educacionais – GTM
e) Mídia, Cultura e Sociedade – MCS
f) Informática e Sociedade – IS
III) Integração de Tecnologias e Mídias no Fazer Pedagógico
Componentes Curriculares:
a) Projetos Pedagógicos Utilizando Texto, Imagem e Som – TIS
b) Projetos Pedagógicos Utilizando Rádio e TV – RTV
c) Projetos Pedagógicos Utilizando Ambientes Interativos Virtuais – AIV
d) Projetos Pedagógicos Utilizando Ferramentas de Autoria – AUT
e) Pesquisa e Saber Docente – PSD
Está prevista também a apresentação de um Trabalho de Conclusão de
Curso – TCC.
As abreviações indicadas ao lado de cada componente curricular poderão
ser apresentadas ao longo deste trabalho.
O trabalho da Mediação Pedagógica neste curso é feito através do
controle e acompanhamento da Coordenação Central de Educação a Distância
(CCEAD) de forma que o Mediador é acompanhado em um ambiente
colaborativo (Moodle) no endereço http://moodle.ccead.puc-
rio.br/moodle/login/index.php onde existe fórum e espaços para informação,
acompanhamento e orientação ao trabalho desenvolvido. Toda uma equipe de
profissionais está estruturada para acompanhar o desenvolvimento do curso e
apresenta-se em diversas coordenações, a saber:
a) Coordenação de Avaliação e Acompanhamento Coordenação de
Tecnologia
b) Coordenação de Software
c) Coordenação de Criação
d) Coordenação Didática
e) Coordenação de Desenvolvimento e Implementação de Materiais
Didáticos
f) Coordenação de Mediação Pedagógica
g) Coordenação pelo Departamento de Educação
Considerando a necessidade de discutir intervenções mais eficazes e
produtivas na formação de grupos para o desenvolvimento de Seminários
Virtuais pretendemos apresentar breves relatos de experiência e discutir as
possibilidades de mediação pedagógica.
[...] Mudar as formas de aprender dos alunos requer também mudar as formas de ensinar de seus professores. Por isso, a nova cultura da aprendizagem exige um novo perfil de aluno e de professor, exige novas funções discentes e docentes, as quais só se tornarão possíveis se houver uma mudança de mentalidade, uma mudança nas concepções profundamente arraigadas de uns e de outros sobre a aprendizagem e o ensino para encarar essa nova cultura da aprendizagem (POZO e POSTIGO apud SALGADO e AMARAL, 2008, p. 32).
As disciplinas que se constituem em Seminários são nosso principal
foco para estudo, apresentamo-las com as respectivas ementas:
a) Mídias na Educação – Prática do professor – (Unidade 5 - Seminário
Virtual – Computador e Internet);
Ementa: Tecnologias e mídias no contexto escolar e a reconstrução da prática
pedagógica do professor. Integração de tecnologias, uso de artefatos
computacionais e audiovisuais na produção do conhecimento. O papel das
políticas públicas e a recontextualização da escola como espaço integrador de
mídias e de novas formas de lidar com as informações e o conhecimento.
b) Inclusão e Tecnologias Assitivas – sensibilidade (Atividade Final –
Seminário Virtual – Elaboração);
Ementa: Os diversos tipos de deficiências. Classificações usuais. Patologias.
Diagnóstico e prevenção. Aspectos educacionais. Dificuldades nos aspectos de
socialização e lazer. Soluções voltadas para deficiências visuais: fundamentos
da síntese de voz; O sistema DOSVOX. Soluções voltadas para deficiências
motoras graves e paralisia cerebral: o sistema MOTRIX. Soluções voltadas
para surdez: estratégias gerais para encaminhamento do surdo no uso do
computador. Soluções computacionais para dificuldades de ordem cognitiva.
Aplicações de Internet e seu uso por deficientes. Integração de deficientes na
escola convencional e na sociedade.
c) Seminário – Informática e Sociedade (Atividade Final – Seminário Virtual
-Elaboração)
Ementa: Globalização, sociedade do conhecimento, transdiciplinaridade caos-
ordem, acaso-necessidade, assunção de novos papéis.
Os mediadores que atuam nesse projeto, receberam o livro Dialética da
educação a distância (CAMPOS; ROQUE e AMARAL, 2007) onde se
encontram os fundamentos da prática da Mediação da CCEAD.
2.1 O administrador do curso de Especialização na modalidade EAD
No Brasil estão definidas pela Lei de Diretrizes e Bases do Educação
Nacional - LDB, segundo Niskier (1997) e Dib (1992), três modalidades de
ensino: presencial, semipresencial e a distância. Estas modalidades devem ter
como objetivo principal à efetivação do processo de aprendizagem do
educando e sua formação como um todo – competência cognitiva e
competência social/afetiva.
A modalidade de educação denominada presencial constitui-se por um
modelo sistemático e organizado de ensino. Esse modelo é desenvolvido e
administrado segundo determinadas leis e normas. O currículo apresenta-se
relativamente rígido em termos de objetivo, conteúdo programático e
metodologia, e é caracterizado por um processo contínuo de ensino que
envolve o tripé professor/ educando/escola (DIB, 1984).
Nessa modalidade as disponibilidades de tempo, de espaço e da
presença do educador são interdependentes. O processo somente ocorre se
todas essas variáveis estiverem presentes e forem satisfeitas simultaneamente
para o cumprimento de cronogramas de conteúdos préestabelecidos (DIB,
1984).
Na modalidade semipresencial ou a distância não há uma estruturação e
organização bem definida, como há na presencial. Há grande variedade de
ações educativas, caracterizada pela supressão de uma ou mais variáveis que
caracteriza o ensino presencial (tempo, espaço, presencialidade, conteúdo e
cronograma rígido, etc.) ou da inserção de currículos e metodologias flexíveis
(DIB,1984). Esta metodologia flexível favorece a aprendizagem, pois possibilita
ao educador rever sua estrutura de ensino e coloca os educandos como co-
responsáveis pela qualidade do processo educacional ao qual estão inseridos.
De acordo com Belloni (2006, p. 45) As definições são de modo geral descritivas e definem educação à
distância pelo que ela não é, ou seja, a partir da perspectiva do ensino convencional da sala de aula. O parâmetro comum a todas elas é a distância, entendida em termos de espaço. A separação entre professores e alunos no tempo não é explicitada, justamente porque esta separação é considerada a partir do parâmetro da contigüidade da sala de aula que inclui a simultaneidade. A separação no tempo – comunicação diferida – talvez seja mais importante no processo de ensino e aprendizagem a distância do que a não-contigüidade espacial. Representante típica da corrente americana, a inspiração behaviorista de Moore reforça a importância da tecnologia educacional, pois o uso de meios tecnológicos e a existência de uma estrutura organizacional complexa são considerados como elementos essenciais à EAD: separação professor/aluno, uso dos meios de comunicação tecnicamente disponíveis, segmentação do ensino em duas áreas (preparação e desempenho em sala de aula) que na EAD são ambas realizadas em separado dos estudantes.
Enquanto no modelo presencial, o educador é o grande responsável
pela transmissão do conteúdo, nos demais, este deverá ser transmitido por
outros meios, métodos e ter uma estruturação diferenciada que possibilite a
auto-aprendizagem em uma base individual e coletiva ou colaborativa. Os
conceitos de tempo e espaço são alterados e são reconhecidos como variáveis
não pré-fixadas. O conceito de simultaneidade das variáveis presentes no
ensino presencial é alterado, oferecendo uma nova possibilidade para a
adequação do processo educacional às necessidades do mercado,
adequando-o em três bases: educando/escola/educador para
educando/sociedade/tecnologia.
Considerando que o curso de Administração Escolar, conforme consta
no Guia do curso de pós-graduação – IAV, visa fornecer ao gestor educacional,
através de uma metodologia diferenciada, ferramentas administrativas e
pedagógica implementando e aprimorando processos educacionais que
possibilitam resultados eficientes e eficazes durante sua gestão tornando-se
inovador e inusitado o pensar sobre a administração de cursos na modalidade
EAD.
Quando comparada à educação presencial, a EAD traz diversas
vantagens, especialmente agora, durante o período da Sociedade da
Informação e com o auxílio das Novas Tecnologias de Informação e
Comunicação - NTIC. Segundo Corrêa (2005, p. 16): “massividade espacial;
menor custo por estudante; diversificação da população escolar;
individualização da aprendizagem; quantidade sem perda da qualidade;
autodisciplina de estudo. Ou ainda segundo Salgado e Amaral (2008, p. 11):
Ao cursista é dada grande flexibilidade, permitindo-lhe escolher com, quanto e quando estudar, exceto quando é convocado a comparecer aos encontros presenciais (mesmo esses podem ser negociados e suas atividades, quando necessário, realizadas pelo cursista isoladamente; a elaboração do material didático específico para o curso e para a clientela é um grande trunfo pedagógico da modalidade. Procura aliar permanentemente teoria e prática, esta se tornando ponto de partida e objeto de reflexão à luz dos estudos realizados (SALGADO E AMARAL, 2008, p. 11).
Através das Novas Tecnologias de Informação e Comunicação existe
uma constante necessidade de aprendizado e atualização desse aprendizado.
A EAD apresenta-se como uma modalidade que deve ter todo apoio das
instituições governamentais, especialmente no que tange a lhe dar
credibilidade perante a sociedade.
Percebemos que a estruturação de cursos nesta modalidade necessita
de gestores que compreendam a Administração Escolar numa formação
complexa e diferente do modelo presencial. Nesta modalidade, no curso
observado – Tecnologias em Educação, não há um gestor unânime que atua
como um diretor e sim uma rede complexa de coordenações que atuam de
maneira colegiada, ou seja, a hierarquização existe, porém há sempre um
pensar sobre as propostas de maneira conjunta e colaborativa.
A administração do curso de Tecnologias em Educação é realizada por
uma Coordenação Acadêmica e coordenações específicas. A Coordenação
Acadêmica tem como encargo a realização do programa, incluindo atividades
de planejamento, produção de materiais, acompanhamento e avaliação do
curso em diferentes aspectos, sempre apoiada pelas coordenações
específicas. Cabe à Coordenação pelo Departamento de Educação assegurar
a certificação do curso. Nessas tarefas, as coordenações contam com uma
equipe de professores localizados em diferentes departamentos da
Universidade e professores convidados que se encarregam da organização dos
conteúdos das disciplinas, bem como do acompanhamento do seu processo de
aprendizagem e da orientação dos seus trabalhos acadêmicos.
Além disso, contam com a Coordenação Central de Educação a
Distância - CCEAD PUC-Rio, responsável pelo desenvolvimento dos materiais
educacionais a distância e de todo seu desenvolvimento tecnológico.
Segundo Trindade (1992, p. 98) apud Spritzer (2005, p. 5) outro
elemento essencial na ADD é através do conceito “salame”, metáfora para
ilustrar a modularização dos cursos, ou seja, a apresentação dos conteúdos
curriculares em módulos autônomos de menor dimensão, que oferecem aos
estudantes amplas possibilidades de escolha, de tal modo que “um
determinado curso pode ser ‘fatiado’ em um número significativo de partes ou
módulos, cada um tendo direito de existir separadamente, sem perder
relevância científica e utilidade didática”.
As coordenações que desenvolvem o curso são: Coordenação
Acadêmica; Coordenação de Avaliação e Acompanhamento; Coordenação de
Tecnologia; Coordenação de Software; Coordenação de Criação; Coordenação
Didática; Coordenação de Desenvolvimento e Implementação de Materiais
Didáticos; Coordenação de Mediação Pedagógica e Coordenação pelo
Departamento de Educação.
Em função da complexa rede de coordenações que realiza a
administração de um curso nesta modalidade, delimitamos neste trabalho a
apresentar a seguir as ferramentas de orientação e acompanhamento desta
equipe de trabalho e logo a seguir focaremos num breve relato o
desenvolvimento das ações deste administrador, neste momento nomeado
como coordenador nas orientações destinadas aos seminários virtuais.
CAPÍTULO III
FERRAMENTAS DE ACOMPANHAMENTO
O ambiente virtual de aprendizagem – AVA é o espaço destinado ao
desenvolvimento do curso na modalidade EAD. Definimos “ambientes de
aprendizagem” como sistemas de ensino e aprendizagem integrados e
abrangentes capazes de promover o engajamento do aluno.
Neste processo, segundo Peters
Os estudantes não devem ser objetos, mas, sim, sujeitos do processo de aprendizagem. Por isso devem ser criadas situações de ensino e aprendizagem nas quais eles mesmos possam organizar seu estudo (princípio do estudo autônomo). O próprio estudo não é iniciado e dirigido por eventos expositivos e receptivos ritualizados, mas, sim, por meio de discussão e interação (princípio do estudo por meio de comunicação e interação) (PETERS, 2001, p. 179)
Os AVAs apresentam uma diversidade de ferramentas que podem
promover tanto a comunicação síncrona como assíncrona.
Apresenta-se, a seguir, o que compõe cada comunicação:
a) Comunicação assíncrona:
E-mail: forma digital de correspondência enviada pela rede Internet;
Grupos de discussão: são grupos virtuais cuja finalidade é discutir algum
tema de comum interesse dos participantes ou buscar ajuda para o
desenvolvimento de alguma atividade. Chamada também de lista de
discussão;
World Wide Web (WWW): definida como um grande sistema de
informações que permite a recuperação de informação hipermídia. Ela
possibilita o acesso universal de um grande número de pessoas a um
grande universo de documentos;
FTP e Download: disponibilização de arquivos contendo áudio, texto,
imagens ou vídeos;
Vídeo e Áudio sob demanda: permite assistir-se, assíncronamente,
vídeos ou áudios previamente gravados e armazenados no servidor.
Fórum: É uma ferramenta essencial em qualquer modelo de e-learning
que pretenda valorizar a partilha de experiências e de pontos de vista.
b) Comunicação síncrona:
Chat: Comunicação em tempo real entre duas ou mais pessoas,
conhecida também como bate-papo;
Videoconferência: Comunicação bidirecional através de envio de áudio e
vídeo em tempo real, via Web,por meio de câmeras acopladas ao
computador;
Teleconferência: Definida como todo o tipo de conferência a distância
em tempo real, envolvendo transmissão e recepção de diversos tipos de
mídia, assim como suas combinações;
Áudio-conferência: Sistema de transmissão de áudio, recebido por um
ou mais usuários simultaneamente.
3.1 O ambiente virtual de aprendizagem - Moodle1
O Moodle é um ambiente virtual de aprendizagem que oferece aos
professores a possibilidade de criar e conduzir cursos a distância, por meio de
atividades que exigem a ação do aluno, tais como: responder, discutir, assim
como a postagem de recursos materiais para consulta e estudo organizadas a
partir de um curriculo de ensino.
Moodle (Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment) trata-
se de um software livre, de apoio à aprendizagem, executado num ambiente
virtual. Este software encontra-se disponível em - http://moodle.org/. A
1 http://docs.moodle.org/pt/Sobre_o_Moodle
expressão designa ainda o Learning Management System (Sistema de gestão
da aprendizagem) em trabalho colaborativo. Em linguagem coloquial, o verbo
to moodle descreve o processo de navegar despretensiosamente por algo,
enquanto fazem-se outras coisas ao mesmo tempo. A plataforma Moodle
permite a transmissão e organização dos conteúdos de materiais de apoio às
aulas, pelo fato de ser uma ferramenta que permite produzir cursos e páginas
da Web, facilita a comunicação (síncrona ou assíncrona), possibilitando
contribuir para um padrão superior quer no ensino presencial, quer no ensino a
distância.
Os recursos disponíveis para o desenvolvimento das atividades são,
segundo Sabbatini (2010):
1) Conteúdo instrucional:
a) Materiais e atividades
b) Páginas simples de texto
c) Páginas em HTML
d) Acesso a arquivos em qualquer formato (PDF, DOC, PPT, Flash,
áudio, vídeo, etc.) ou a links externos (URLs).
e) Acesso a diretórios (pastas de arquivos no servidor)
f) Rótulos
g) Lições interativas
h) Livros eletrônicos
i) Wikis (textos colaborativos)
j) Glossários
k) Perguntas frequentes.
2) Ferramentas de interação:
a) Chat (batepapo)
b) Fórum de discussão
c) Diários
3) Ferramentas de avaliação:
a) Avaliação do curso
b) Questionários de avaliação
c) Ensaios corrigidos
d) Tarefas e exercícios.
O Moodle foi utilizado para o desenvolvimento das orientações da
equipe de administradores do curso de Tecnologias em Educação, aqui
denominados anteriormente como coordenadores.
Para a administração do curso foram elaborados dois grandes espaços
no acesso ao Moodle. Um espaço denominado Tecnologias em Educação com
a seguinte estrutura de desenvolvedores ou administradores, no total de quatro
profissionais. O outro espaço denomina-se Curso Mediação Pedagógica em
EAD que possui cinco profissionais envolvidos, definidos como quatro
professores e um administrador.
Página de abertura de acesso ao curso:
O espaço apresentado no Moodle como Tecnologias em Educação é
onde os administradores, ou coordenadores do curso orientam o trabalho dos
Mediadores, ou tutores.
Foram criados neste espaço os seguintes itens:
a) Fóruns para orientações gerais destinados a apresentação de cada um
dos mediadores, para informes gerais, orientações sobre aspectos
relacionados a suporte e questões relacionadas ao ambiente de
aprendizagem dos alunos, o E-proinfo. Os fóruns foram intitulados em:
apresentação pura e simples, notícias e avisos, toda conversa, questões
pedagógicas, suporte em informática, E-proinfo a mil e E-proinfo amigo;
A diferença existente entre estes dois fóruns ocorreu em função do
volume de informações, ou seja, inicialmente foi aberto o fórum E-
Proinfo amigo, em 11/08/2009 e depois que este fórum atingiu o volume
de mais de mil mensagens, fechando com o número total de 1036, foi
aberto um segundo fórum o E-Proinfo a mil – Fórum, em 06/12/2009,
com o mesmo objetivo, apenas com o intuito de tornar a leitura do
volume de informações mais fluida, pois ficava difícil buscar informações
em um fórum com tantas postagens. Este segundo fórum fechou com o
número de 570 mensagens. Nestes fóruns eram postadas informações
variadas com relação a dúvidas de navegação no ambiente E-proinfo,
onde ocorre o curso com os alunos, de conteúdo e de estratégias.
Segue o texto de abertura destes fóruns:
Fórum: E-Proinfo amigo Esse espaço é para nos articularmos em torno do ambiente virtual de aprendizagem e-ProInfo com o qual conviveremos durante os próximos 16 meses. Para que seja um convívio sereno e produtivo, precisamos entendê-lo nas suas nuances. Por isso, debrucem-se no Guia do Mediador disponibilizado em BIBLIOTECA - Material de Apoio - e tragam para esse fórum as questões que precisem de maior esclarecimento e tragam também as soluções.
Fórum: E-Proinfo a mil Ultrapassamos as mil postagens no e-ProInfo Amigo! Enquanto não chegamos a um consenso para um novo nome de Fórum
(aproveitando para agradecer as sugestões já enviadas!) vamos, então, habitar esse espaço. Ele serviria até alcançarmos o primeiro milhão, mas só para facilitar nossas leituras e contribuições, precisaremos de alguns outros títulos. Acho que vamos precisar de bastante criatividade...
b) Fóruns para atividades de aprendizagem, destinados a troca de
informações e esclarecimento de dúvidas diretamente com os autores
das disciplinas que estão em andamento. Foram necessárias a abertura
de cinco fóruns com esta temática, são eles: PSD (Pesquisa e Saber
Docente) – Esclarecimentos, ITA – Esclarecimentos, NRI –
Esclarecimentos, CA – Esclarecimentos e ME - Esclarecimentos
c) Biblioteca – espaço destinado ao arquivo para download pelos
Mediadores de arquivos do tipo: mapa de atividades, textos para os
alunos a serem postados no ambiente do aluno (E-proinfo) ou para
aspectos avaliativos, como planilhas de lançamento de notas. São eles:
01_apresentações,
02_material de apoio,
03_ca_leituras_atividades,
04_me_leituras_atividades,
05.ita_inclusao_tecnologias_assistivas,
06.nri_narrativas_e_roteiros,
07._pim a_pratica_do professor com a integracao de midias,
08._rpw_recursos_de_pesquisa_na_web,
09._dd design didatico,
10._gtm gestao de tecnologias,
11._seminario informatica e sociedade,
12._midia cultura e sociedade,
13_tis_-_texto imagem e som,
14_aiv_-_pp ambientes interativos virtuais,
15_aut - pp ferramentas de autoria.
O segundo espaço de acesso no Moodle, denominado curso Mediação
Pedagógica em EAD é o reservado para o desenvolvimento de um curso de
Pós-graduação lato senso que ocorre em concomitância ao curso de
Tecnologias em Educação, ou seja, ao mesmo tempo em que o mediador
orienta os cursistas na plataforma E-proinfo para o curso Tecnologias em
Educação, também participa, desta vez como aluno de outro curso de
especialização que lhe dá a formação necessária para a sua atuação como
mediador/tutor.
3.2 O curso de formação em Mediação Pedagógica em EAD
O curso é composto pelas seguintes disciplinas com as respectivas
cargas horárias:
1 – Fundamentação Pedagógica da Mediação em EAD – 30h
2 – Concepções da Aprendizagem – 24h-
3- Introdução às Narrativas e Roteiros Interativos para Educação – 20h
4- Seminário A Docência e a mediação em EAD I – 20h
5- Seminário A Docência e a mediação em EAD II – Presencial
6- Seminário – Inclusão e Tecnolgias Assistivas – sensibilização
7- Oficina Pedagógica – O Professor e a Prática Pedagógica com a
Integração de Mídias – 20h
8- Oficina Pedagógica – Recursos de Pesquisa na Web - 12h
9- Design Didático e Mediação Pedagógica – 20h
10 – Mídia, Cultura e Sociedade – 15h
11 – Seminário Uso pedagógico integrado de mídias e TIC – presencial
12 – Seminário – Informática, Sociedade e Educação – 20h
13 – Oficina Pedagógica – Projetos Pedagógicos Multimidiáticos em
EAD – 20h
14 – Ferramentas de comunicação e interação em Ambientes Virtuais de
EAD – 20h
15 – Seminário – Projetos de mediação em Ambientes Virtuais de
Aprendizagem – AVA – presencial
16 – Oficina Pedagógica – Projetos Pedagógicos Utilizando Ambientes
Interativos Virtuais – 24h
17 - Oficina Pedagógica – Projetos Pedagógicos Utilizando Ferramentas
de Autoria – 24h
18 - TCC – Orientação, Elaboração, Avaliação e Registro de Projeto de
Mediação em EAD – 24h
19 - Seminário – Apresentação de Projeto Final de Mediação em EAD -
Presencial
Percebemos que o curso, apesar de opcional conseguiu agregar grande
valor ao trabalho de Mediação Pedagógica em EAD.
Conhecendo toda a estrutura do desenvolvimento do curso Tencologias
em Educação, podemos reconhecer que a administração do curso através de
seus coordenadores pode ser desenvolvida lançando-se mão dos diversos
mecanismos comunicacionais existentes no AVA – Moodle.
A administração do curso Tecnologias em Educação, assim em outro
curso na modalidade EAD necessita orientar os Mediadores / Tutores para as
ações de postagens de arquivos, abertura de fóruns e intervenções a cursistas.
Para tais ações o principal fórum utilizado foi o intitulado E-proinfo amigo e
quando este já se encontrava com um número excessivo de mensagens (1036)
foi aberto um segundo com o título E-proinfo a mil.
Considerando a necessidade de uma administração que tenha como
característica a liderança, observamos o seguinte trecho da mensagem
postada pelo administrador no fórum E-proinfo amigo:
Aqui você poderá estreitar seu relacionamento com o e-ProInfo buscando maiores esclarecimentos para suas dúvidas. Para que seja um convívio sereno e produtivo, precisamos entendê-lo nas suas nuances. Por isso, debrucem-se no Guia do Mediador disponibilizado em BIBLIOTECA - Material de Apoio - e tragam para esse fórum as questões que precisem de maior esclarecimento e tragam também as soluções. Leiam o Guia do Mediador e experimentem o ambiente de uma forma livre e percebam como ele se comporta. Boas experimentações para todos!
Conseguimos perceber a preocupação da coordenação, ou
administração do curso em utilizar uma linguagem carismática que demonstra
competência técnica que são características necessárias a função do líder. A
forma como a mensagem foi elaborada também denotam entusiasmo e boa
comunicação.
Conforme Manual de Planejamento Estratégico Escolar do MEC
apresenta a seguinte definição:
A gestão é um conjunto de ações, relacionadas entre si, empreendidas pela Direção de uma Escola, com participação de toda a comunidade escolar, para promover e possibilitar o alcance dos objetivos pedagógico, cujo foco está na aprendizagem e na formação global dos estudantes (MEC).
E complementam:
Os princípios da visão compartilhada dos fins da educação e da missão da escola; O trabalho em equipe, onde dirigentes, técnicos, professores, pais e alunos participam como verdadeiros protagonistas do fazer e do gerir a escola; A formação e o desenvolvimento permanente de competências profissionais; O fomento à inovação, à investigação e ao espírito criativo. (op. Cit)
Houve uma grande interação no desenvolvimento deste curso de
especialização paralelo. Apesar de exigir dos tutores grande tempo e
disposição, o curso seguiu todos os critérios e protocolos esperados para um
curso de especialização. Esta complexa rede de um curso funcionando paralelo
ao outro, apesar de exigir bastante dos profissionais traz uma forte
característica de formação em serviço, ou seja, ao mesmo tempo em que os
mediadores (tutores) atuavam com os cursistas, também eram avaliados e
solicitados a produzir, como sendo também cursistas de um curso paralelo.
CAPÍTULO IV
O DESENVOLVIMENTO DE SEMINÁRIOS VIRTUAIS NAS DISCIPLINAS DE ME, ITA E IS COM AS
ORIENTAÇÕES DO ADMINISTRADOR DO CURSO
Antes da humanidade se organizar em cidade e sociedade, já havia uma
organização em comunidades, os seres humanos se agrupavam por
proximidade territorial, tendo em vista um objetivo comum. Segundo Silvio
(2000), ao longo da história, os sociólogos foram definindo comunidade como
grupo de pessoas que possuem objetivos comuns e se relacionam por meio de
interações, escala de valores comuns e interesses. As relações são mais
estreitas e envolvem laços afetivos, desenvolvendo o sentimento comunitário.
A partir do desenvolvimento da humanidade e do crescimento acelerado
dos povos, com o advento da informática e da internet, a primeira considerada
uma evolução e a segunda uma revolução nos mecanismos de comunicação a
humanidade presenciou uma avalanche de informações que aproximou
saberes e conhecimentos.
Como em Xavier (2009, p. 107):
O homem contemporâneo vive em uma paisagem humanizada, a partir de uma natureza ”tecnicizada” por conhecimento científico e técnico dinâmicos. Nesse espaço, as necessidades que se impõem em maior ou menor grau afetam todos os atores sociais, obrigando-os ao domínio de técnicas de produção e de enquadramento em ritmo intenso e acelerado. Quando o espaço social se vê premido por necessidades não atendidas, as pressões sociais se generalizam e apontam para o desenvolvimento de novas técnicas-soluções. Isso implica no desenvolvimento e conhecimentos científicos e na capacidade de associá-los à produção objetiva de bens e serviços. A educação aparece, então, como elemento indispensável da organização social, comprometida com a capacitação técnica para a operação dos complexos sistemas de produção vigentes, com a formação científica para a criação de conhecimento e a geração de novas técnicas e, com a formação tecnológica, na acepção de ciência da técnica, que permita ao homem a autoconsciência sobre a ação técnica e o sentido existencial no espaço das relações sociais de produção.
Com o avanço das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs),
que possibilitaram o rompimento das noções de tempo e espaço nas
interações, houve a transcendência territorial a caminho do espaço de
interação virtual.
Passamos a observar a formação de outro tipo de comunidade, a
Comunidade Virtual (CV) – grupos desterritorializados que se desenvolvem
num espaço de fluxo, cuja idéia de tempo é não linear.
Os membros da comunidade utilizam-se da rede e de Ambientes Virtuais
de Aprendizagem (AVAs) para a troca de informações, interações e construção
do conhecimento no coletivo. Sob esta dimensão, o grupo, representado pela
comunidade, é maior que a soma dos indivíduos e se caracteriza pelo bem
comum. Ou seja, a CV é resultante dos indivíduos que a compõe, das relações
e interações existentes e da construção do conhecimento.
Sprizer (2009, p. 210) cita Keegan (1983) para exemplificar a EAD:
Segundo Keegan (1983) a idéia de auto-aprendizagem é crucial para a educação a distância, muito mais do que no ensino convencional, onde a intersubjetividade pessoal entre professores e alunos e entre os estudantes promove permanentemente a motivação. Na EAD, o sucesso do aluno (isto é, a eficácia do sistema) depende em grande parte da motivação do estudante e de suas condições de estudo.
O acesso aos recursos didáticos e a flexibilidade do ensino a partir do aluno são os elementos essenciais da EAD.
A CV envolve normas de relacionamento, diferenças, conflitos e ações
conjuntas, em um grupo. A combinação destes aspectos é que movimentam a
comunidade, pois a relação com os outros possibilita, ao sujeito, a
conscientização das suas faltas, dificuldades e possibilidades.
Como em Lèvy, 1999, p. 127:
Uma comunidade virtual é construída sobre as afinidades de interesses, de conhecimentos, sobre projetos mútuos, em um processo de cooperação ou de troca, tudo isso independentemente das proximidades geográficas e das filiações institucionais.
Porém, segundo Castells (2003) as CVs resultam em novos padrões
seletivos de relações sociais, modificando as formas de interação humana
territorialmente limitadas.
No entanto podemos observar que não há uniformidade nas relações
sociais e uma forma de interação não extingue ou exclui as outras, elas
coexistem.
O presente trabalho analisará neste momento a metodologia utilizada em
CVs descrevendo especificamente a caracterização destas atividades e o
comportamento destes grupos no Curso de Tecnologias em Educação para o
desenvolvimento de atividades denominadas Seminários Virtuais.
Seminários virtuais neste estudo conceituam-se como propostas de
atividades em grupo desenvolvidas a partir de CVs já definidas e que buscam a
realização das mesmas com objetivos específicos das disciplinas do curso de
Tecnologias em Educação. Estas CVs são compostas por alunos devidamente
matriculados no curso.
Existem dois tipos básicos de agrupamento direcionados pelas atividades
do curso. São eles:
a) Agrupamento através de organização feita pelo mediador pedagógico.
b) Agrupamento através de organização feita pelos próprios alunos.
Observamos porém que os agrupamentos específicos de Seminários são
realizados com a definição de grupos pelo mediador, tipo a, deixando o tipo b
para outras atividades em grupo, porém que não se configuram como
seminário, tratando-se de atividades com outra caracterização.
Os agrupamentos foram orientados a partir das atividades previstas nas
disciplinas através de seminários virtuais e estão assim dispostos:
A) Mídias na Educação – (ME) (Unidade 5 - Seminário Virtual –
Computador e Internet)
Esta atividade intitulada Computador e Internet, está disponível na
Unidade 5 e desenvolve-se com a realização de um Seminário Virtual.
Trata-se de uma atividade em grupo, com duração de 15 dias,
desenvolveu-se no período de 28/09 até 12/10/2010.
Quanto a organização do grupo: o mediador organiza os agrupamentos
e abri os fóruns para cada grupo com os seguintes temas: grupo A –
cinema, grupo B – DVD, grupo C – rádio e grupo D – computador e
internet.
Após a elaboração coletiva de um documento o representante do grupo
postaria o documento no material do aluno.
B) Inclusão e Tecnologias Assistivas – sensibilidade – (ITA) (Atividade
Final – Seminário Virtual – Elaboração)
Esta atividade intitulada Atividade Final – Seminário Virtual – é
desenvolvida em grupo e percorreu três etapas com as seguintes
durações: Elaboração (22 dias), Apresentação (11 dias) e Roteiro de
Inclusão (Memória) (7 dias), transcorrida no período de 09/11 até
16/12/2010.
Quanto a organização do grupo: os alunos serão distribuídos em grupos
indicados por seu/sua mediador/a. Os temas serão indicados também
pelo seu/sua mediador/a.
Haverá a elaboração de um trabalho contendo apresentações sobre
temas específicos pré-definidos pelo mediador que será desenvolvido
em cada grupo e depois postado no material do aluno para acesso dos
demais grupos. No momento seguinte os alunos acessam as produções
dos outros grupos e participam do fórum de apresentação interagindo
sobre os trabalhos elaborados. A última etapa desta atividade é a
elaboração em grupo de um Roteiro de Inclusão que será postado no
material do aluno.
C) Seminário – Informática e Sociedade (IS) (Atividade Final – Seminário
Virtual -Elaboração)
Esta é a última atividade do curso com a dinâmica de Seminário Virtual.
Assim como a anterior consiste em três etapas. Fórum de elaboração
(21 dias), Fórum de Apresentação (10 dias) e Fórum Proposta de Ação
(7 dias) com uma postagem final do Material do aluno. Todas estas
etapas estão previstas para serem desenvolvidas de 11/05 até
27/06/2010.
Quanto a organização do grupo: os alunos serão distribuídos em dois
grandes grupos indicados por seu/sua mediador/a e com temas pré-
definidos para grupo A e grupo B.
A dinâmica de desenvolvimento de etapas ocorrerá com a mesma
configuração da disciplina de ITA com as duas primeiras etapas com postagem
nos fóruns e a última com postagem no material do aluno.
As orientações do administrador do curso para a formação dos seminários
ocorreram da seguinte forma:
1. Os mediadores / tutores recebem as informações para o
desenvolvimento do seminário com uma boa antecipação, mínima de
uma semana;
2. Ocorre um momento de formação do professor conteudista da disciplina
com os mediadores /tutores do curso;
3. Existem dois fóruns para orientação dos trabalhos nestas disciplinas, um
fórum com orientações administrativas de postagens, datas, etc e outro
sobre conteúdos específicos da disciplina com a participação do
professor conteudista que responde a questões mais complexas.
Das três disciplinas onde estes seminários ocorreram, em duas foi criado
fórum de esclarecimento, estes fóruns foram agrupados em dois grandes
grupos, são eles: fóruns gerais e fóruns para atividades de aprendizagem.
Segue mensagem de abertura do fórum para orientação do seminário de
ITA e ME:
ITA - FÓRUM DE ESCLARECIMENTO
Caros colegas mediadores! Esse fórum é destinado a questões relativas aos conteúdos do Seminário Inclusão e Tecnologias Assistivas - ITA que possam ser apresentadas pelos nossos alunos ou que tragam esclarecimento para o desenvolvimento das atividades. O Prof. Antonio Borges esclarecerá os pontos apresentados por vocês. Leiam sempre as questões desse fórum e respostas aqui postadas pois sua dúvida pode já ter sido respondida. Vamos evitar o envio de temas já respondidos anteriormente. Obrigado Prof. Antonio Borges pela sua participação!.
Bons esclarecimentos para todos!
ME - FÓRUM DE ESCLARECIMENTO Caros colegas mediadores! Este é o Fórum de Esclarecimento para a disciplina ME - Mídias na Educação. Esse fórum é destinado a questões relativas aos conteúdos da disciplina Mídias na Educação que possam ser apresentadas pelos nossos alunos ou que tragam esclarecimento para o desenvolvimento da disciplina. A Profa. Bette Prado esclarecerá os pontos apresentados por vocês. Leiam sempre as questões desse fórum e respostas aqui postadas, pois sua dúvida pode já ter sido respondida. Vamos evitar o envio de temas já respondidos anteriormente.
Obrigado Profa. XXX Bons esclarecimentos para todos!
A proposta de inserção de fórum para esclarecimento de dúvidas da
disciplina trouxe a equipe de mediadores segurança e organização das
mensagens, visto que as necessidades de informações sobre conteúdos foram
direcionadas especificamente para este fórum de esclarecimento ME e ITA.
4.1 A gestão de pessoas através das orientações do administrador para o desenvolvimento de seminários virtuais
Em um ambiente virtual de aprendizagem (AVA) os profissionais
necessitam de uma gama de informações para realizarem as devidas
intervenções.
O administrador ou equipe de administração do curso assume
importante papel na modalidade de ensino EAD, visto que os profissionais que
realizam contato diretamente com os cursistas estão também neste curso, em
espaços geográficos distintos. Ou seja a orientação dada pelo administrador
aos mediadores é também a distância. O fluxo de informações, os pedidos de
esclarecimento de dúvidas e os demais volumes de informação que fazem
parte da dinâmica de um curso nesta modalidade exigem uma equipe robusta,
ágil e que apresente retorno das dúvidas em no máximo quarenta e oito horas.
Este retorno ágil faz parte das regras de trabalho, denominadas contrato
didático, para que os tutores atuem de forma dinâmica com seus cursistas.
O uso da plataforma Moodle para esclarecimento de dúvidas auxilia na
organização diariamente do grande fluxo de informações. Foram setorizadas as
informações criando fóruns específicos para cada tipo de trabalho. Estes fóruns
foram intitulados da seguinte forma:
a) APRESENTAÇÃO, PURA E SIMPLES... Fórum
b) NOTÍCIAS E AVISOS Fórum
c) TODA CONVERSA Fórum
d) QUESTÕES PEDAGÓGICAS Fórum
e) SUPORTE EM INFORMÁTICA Fórum
f) E-PROINFO A MIL Fórum
g) E-PROINFO AMIGO
Conforme apresentado no capítulo anterior os seminários virtuais foram
desenvolvidos nas disciplinas de ME (Mídias na Educação), ITA (Inclusão e
Tecnologias Assistivas – sensibilidade) e IS (Informática e Sociedade).
As dúvidas e orientações para o desenvolvimento destes seminários
eram sanadas através dos fóruns setorizados no grupo de fóruns para
atividades de aprendizagem, já descritos anteriormente.
Conforme descrito no módulo IV Gestão de Pessoas Aplicada à
Educação - Sistema de Treinamento e Desenvolvimento são quatro os tipos de
mudanças de comportamento através do treinamento: transmissão de
informações, desenvolvimento de habilidades, atitudes e conceitos.
O curso de especialização em Mediação Pedagógica em EAD
possibilitou todos estes tipos de mudanças de comportamento, percebe-se a
maturidade do grupo, o nível das perguntas que se tornaram mais coerentes e
mais envolvidas diretamente com a aprendizagem.
4.2 Entraves no desenvolvimento de seminários virtuais e a intervenção
do administrador na gestão de pessoas
Ao longo do desenvolvimento dos seminários ocorreram, como era de se
esperar, com um volume tão grande de alunos, em torno de 6.000 alunos,
episódios que dificultaram o processo de desenvolvimento destes, estas
dificuldades estão relacionadas a silêncio, baixa produtividade, inércia,
resistência, inflexibilidade, conflitos e medo.
A seguir observamos mensagem enviada pela administração do curso
aos mediadores no fórum de esclarecimento para os seminários em que
apresentam algumas destas dificuldades:
Na questão dos Seminários, podemos identificar algumas situações bastante complexas e recomendar procedimentos do Mediador:
1- Grupos em que alguns cursistas não participaram do Seminário - Esclarecer aos grupos que a avaliação não será imediata e levará em conta todas as situações. Por uma questão de justiça, os grupos deverão ser orientados a registrar em seus trabalhos apenas os nomes dos componentes que efetivamente participaram. Também para não cometer injustiças, é preciso verificar a situação dos cursistas que não participaram, constatar se houve participação nos Fóruns específicos e entrar em contato com os mesmos para ver se houve algum impedimento (podem ter ingressado tardiamente na turma). Eles deverão ser informados de que, como não participaram efetivamente do trabalho no grupo, não receberão nota essa atividade.
2- Alternativa para os cursistas que não participaram - No caso de haver quantidade suficiente de cursistas na mesma situação, o Mediador poderá, sim, negociar a formação de um ou mais grupos para realização de trabalho equivalente, com novo prazo.
3- Avaliação e nota para os novos trabalhos em grupo - A atribuição de nota completa ou com diminuição do número total de pontos para o trabalho dos novos grupos dependerá das situações encontradas. Para os que só puderam entrar na turma após a elaboração do grupo, por exemplo, seria injusto diminuir o valor total. O primeiro passo é identificar cada caso.
Diante disso, temos duas urgências: informar aos grupos que registrem os participantes efetivos; verificar a situação dos não participantes e entrar em contato com os não participantes para definir estratégias de tratamento para cada tipo de situação encontrada.
Muitas situações no Curso ainda exigirão de nós capacidade de negociar e encontrar alternativas para superar dificuldades, preservando a coerência e o senso de justiça. Superando essa, teremos mais tranquilidade nas próximas.
Observando esta mensagem percebemos as inúmeras dificuldades
existentes na produção de um seminário. Apresentamos abaixo as dificuldades
e as intervenções que ocorreram e que julgamos eficazes.
a) Silêncio
A presença do aluno no ambiente é percebida, quando o mesmo produz,
escreve, se faz presente, desta forma o silêncio em determinadas atividades
traz para o tutor uma pista de que algo não está bem. Apesar de existirem
ambientes em que fica registrado qualquer acesso que o aluno faça, o
ambiente utilizado no curso em questão não realiza tal registro e mesmo se
realizasse não resolveria o principal problema, a não produção, o silêncio. O
administrador do curso, deve então estar atendo a esta questão. Vemos na
mensagem postada anteriormente que existe esta preocupação e que a
Na mensagem postada pelo coordenador se vê a preocupação em
verificar junto ao aluno os motivos de sua ausência, assim como em realizar
uma avaliação do grupo de forma a não injustiçar aluno algum. De acordo com
o módulo V Gestão Aplicada a Educação – gestão da mudança, resistência e
negociação em que analisa os tipos de sujeitos resistentes, o silêncio também
pode ser pensando como forma de resistência.
b) Baixa produtividade
Se a produtividade no AVA é verificada através da efetiva participação e
produção do aluno no ambiente, a baixa produtividade é um aspecto importante
e que deve ser levado em consideração pelo administrador. É necessário então
que em cada atividade seja apresentado de maneira clara e antecipadamente
todos os aspectos que serão avaliados. No caso dos seminários, houve uma
divisão das etapas para organização, elaboração e apresentação. Em cada
uma delas existiu todo um processo de orientação apresentando de que forma
o aluno deveria produzir.
Os episódios de baixa produtividade quando ocorreram foram orientados
a serem avaliados pelos critérios apresentados anteriormente.
Outra preocupação foi o fato de alguns alunos terem ingressado na
turma após o início das atividades, desta forma houve a orientação de que não
se cometesse injustiça com estes casos, como se vê neste trecho da
mensagem do administrador:
Avaliação e nota para os novos trabalhos em grupo - A atribuição de nota completa ou com diminuição do número total de pontos para o trabalho dos novos grupos dependerá das situações encontradas. Para os que só puderam entrar na turma após a elaboração do grupo, por exemplo, seria injusto diminuir o valor total. O primeiro passo é identificar cada caso.
c) Inércia
Segundo o módulo V Gestão Aplicada a Educação – gestão da
mudança, resistência e negociação a inércia se caracteriza pela falta de ação,
por que mudar se assim está bom?
A partir da análise dos fóruns de participação dos cursistas, os tutores
apresentaram para o administrador algumas dúvidas referente a dificuldade de
alguns alunos ainda acostumados a trabalhos individuais como ocorreu na
primeira disciplina de CA agora estavam sendo chamados a produção em
grupo. A questão da inércia está presente aí, pois verificamos que para alguns
estava confortável produzir e enviar individualmente, visto que a produção em
grupo exige outras habilidades e competências as quais nem sempre os alunos
estão dispostos a enfrentar.
A orientação dada pelo administrador neste momento foi de não abrir
mão do trabalho em grupo e consideramos tal atitude coerente visto que é
necessário que o aluno vivencie produções em que será necessário conviver
com o outro, integrar-se, ceder, auto-analisar-se, enfim, estratégias para o
crescimento profissional e pessoal.
d) Resistência e inflexibilidade.
No desenvolvimento de um seminário virtual também ocorrem episódios
de resistência, apesar de termos verificado poucas ocorrências relatadas pelos
mediadores no fórum de esclarecimento, sabemos que elas existem e na
maioria das vezes são resolvidas diretamente com o mediador. Esta resistência
apresenta-se em momentos específicos, tais como, resistência a produção em
grupo, desejando produzir individualmente assim como inflexibilidade em ceder
dentro do grupo, necessitando às vezes de intervenção do mediador. Outros
tipos de resistência não foram observados apesar de também ter sido
percebido que o silêncio pode também ser uma marca da resistência.
e) Conflitos
Os conflitos entre mediadores, ou mediadores x administrador não foi
percebido, porém foram observados algumas ocorrências de conflitos entre
cursistas e que foram trazidos pelos mediadores para o administrador com o
intuito de busca de orientações.
A postura do administrador foi de orientar para que se buscasse a
justiça, a flexibilidade, a empatia, se colocando no lugar do outro, o mediador
deve manter contato constante com o cursista.
f) Medo
Quando falamos em medo estamos tratando do medo a mudanças. No
AVA em questão, que é o E-Proinfo existe o diário de bordo. Este espaço
destina-se ao contato direto do aluno com o mediador. Os mediadores
relataram no fórum de esclarecimento que alguns alunos relataram
insegurança para escrever e inicialmente medo de navegar. Há alunos que
entram no ambiente, observam tudo e não se sentem seguros a participar.
Considerando o possível quantitativo de evasão que ocorre em toda EAD,
acreditamos que uma das causas esteja relacionada a insegurança, em função
da pouca habilidade em informática.
O administrador do curso orienta para que os tutores tomem como
exemplo o filme Nenhum a Menos onde é apresentado a grande preocupação
de um professor em resgatar seus alunos. Algumas estratégias foram então
acordadas, tais como, envio de e-mail pessoal, fora da plataforma, pedir aos
demais colegas para acionarem o aluno, caso o conheçam e contato com o
formador que é um profissional selecionado pela coordenação regional ou
municipal, geralmente servidores lotados em NTE (Núcleo de Tecnologia
Educacional) para que o mesmo tente o contato com o cursista ausente.
CONCLUSÃO
Considerando a contribuição que a Educação a Distância pode
oferecer ao educando que pode realizar a gestão de seu tempo com eficácia
para um bom aproveitamento pedagógico este trabalho monográfico
apresentou uma parcela desta contribuição apresentando ainda que
timidamente estratégias do Administrador de curso de especialização na
modalidade EAD na orientação da equipe de Mediadores Pedagógicos
(tutores) para a gestão de pessoas (cursistas) em agrupamentos para
Seminários Virtuais.
O ambiente virtual de aprendizagem escolhido como parâmetro para as
explanações aqui desenvolvidas foi o E-proinfo e o Moodle, desta forma
apresentamos experiências e diretrizes apresentadas no curso Especialização
em Tecnologias em Educação é desenvolvido pela Potifícia Universidade
Católica – PUC – Rio em parceria com o Ministério de Educação – MEC.
É mister perceber o quanto é complexa a rede de trabalhos para o
desenvolvimento de um curso nesta modalidade de ensino, principalmente em
se tratando de um curso de especialização lato sensu.
O papel do Administrador de um curso nesta modalidade foi aqui
delineado, apresentadas as inúmeras possibilidades de intervenção deste
profissional. Vimos também que o trabalho de administração não é
desenvolvido única e exclusivamente por um profissional, existe toda uma
equipe de profissionais que atuam nos bastidores. Enquanto os cursistas
participam do curso no ambiente virtual de aprendizagem – AVA – E- Proinfo,
os mediadores, também conhecidos como tutores são acompanhados em
paralelo pelo administrador e sua equipe no AVA Moodle.
É importante também conhecermos a crescente e vasta possibilidade
de comunicação a partir do uso de ferramentas de acompanhamento,
orientação e intervenção do administrador.
O AVA de trabalho do administrador, o Moodle foi desenvolvido por
uma equipe de trabalho da CCEAD da PUC e possui elementos essenciais
para o desenvolvimento do curso, sem este AVA não seria possível ao
administrador desenvolver com eficácia o trabalho de orientação e intervenção
junto aos mediadores.
Uma outra ação acertada nesta experiência relatada neste trabalho
monográfico foi o desenvolvimento em paralelo de um curso de formação em
Mediação Pedagógica em EAD. Trata-se de um curso lato sensu que foi
desenvolvido em paralelo a formação dos cursistas e serviu como espaço de
estudo, reflexão e construção do conhecimento, levando em consideração se
tratar de um curso que poderia utilizar-se da experiência que ocorria em
concomitância no curso de especialização em Tecnologias em Educação como
exemplo, teste e experiência ao conteúdo teórico que se estava estudando.
Estas experiências, tanto no E-Proinfo, como no Moodle poderiam
oferecer grandes possibilidades de pesquisa, optamos então por definir como
espaço de análise escolhido para este trabalho foi o desenvolvido em três
disciplinas do curso Tecnologias em Educação por se tratar das disciplinas em
que houve desenvolvimento de seminários virtuais. Os seminários são ricas
experiências em grupo e podem refletir o quanto se torna necessária uma
administração coerente, pontual e de qualidade.
Uma das funções do administrador escolar é realizar a gestão de
pessoas, neste estudo priorizamos a gestão do administrador junto aos
mediadores para o desenvolvimento de seminários virtuais, foram
apresentadas as variadas formas de comunicação utilizadas para que este
profissional pudesse realizar a contento esta gestão.
Os módulos do curso de Administração Escolar – da Universidade
Cândido Mendes, em especial os intitulados Gestão de Pessoas Aplicada à
Educação contribuíram para fornecer subsídios teóricos para o estudo da
gestão necessária do administrador junto aos mediadores pedagógicos num
curso em EAD, desde a gestão de recursos humanos até a gestão de
mudanças.
Com o intuito de contribuir para futuras pesquisas foram apresentados
os possíveis entraves, tais como silêncio, baixa produtividade, inércia,
resistência, inflexibilidade, conflitos e medo, para o desenvolvimento destes
seminários e quais as intervenções e orientações mais eficazes de um
administrador de curso especialização lato sensu na modalidade EAD.
REFERÊNCIAS
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