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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO VEZ DO MESTRE MARKETING NA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA A INDÚSTRIA X PROPAGANDA Por: Carlos Alberto Esteves Pires Orientador: Prof. _______________________ Rio de Janeiro 2003

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … ALBERTO ESTEVES PIRES.pdf · consideravam que a propaganda influenciava seus hábitos de compra e consumo. Quase todos os entrevistados

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO VEZ DO MESTRE

MARKETING NA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA

A INDÚSTRIA X PROPAGANDA

Por: Carlos Alberto Esteves Pires

Orientador:

Prof. _______________________

Rio de Janeiro

2003

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO VEZ DO MESTRE

MARKETING NA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA

A INDÚSTRIA X PROPAGANDA

Apresentação de monografia ao Conjunto

Universitário Cândido Mendes como

condição prévia para a conclusão do

Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu”

em Marketing no Mercado Globalizado.

Por: Carlos Alberto Esteves Pires

3

AGRADECIMENTOS

Aos colegas de curso, pela

oportunidade de novos conhecimentos

e convívio.

4

DEDICATÓRIA

À minha família, pelo incentivo e apoio

de sempre.

5

RESUMO

Trata-se de um tema possível de ser estudado pois

encontramos desde matérias jornalísticas, depoimentos, pesquisas e livros

puderam servir de apoio ao desenvolvimento desta monografia. É também

um tema atual, pois está havendo um grande debate sobre os produtos da

indústria farmacêutica. Pretende-se, portanto, abordar neste estudo, o

papel do propagandista do ano 2001 até o seu subseqüente ano, não

deixando de ressaltar a entrada de produtos genéricos que para muitos pode

extinguir este papel junto à classe médica. Examina-se o mercado que cada

vez mais competitivo traz mudanças não só nas relações trabalhistas Omo

no preço final de venda dos produtos. Assistimos as empresas

farmacêuticas investindo em qualidade tecnologia e em novos produtos para

ganhar mercado. O marketing neste mercado vem crescendo e investindo

cada vez mais nos médicos, de onde está o ciclo da venda de quase todos

os produtos farmacêuticos.

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METODOLOGIA

O trabalho foi desenvolvido baseando-se numa pesquisa

bibliográfica e documental, nas quais foram adotados os seguintes passos:

leitura de textos essenciais sobre o assunto; seleção de tópicos mais

relevantes; redação provisória dos capítulos; revisão e correção; e,

elaboração final da monografia.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ....................................................................................... 08 CAPÍTULO I PROPAGANDA OU INDÚSTRIA FARMACÊUTICA? ........................... 11 CAPÍTULO II A INDÚSTRIA FARMACÊUTICA NO MERCADO ................................. 20 CAPÍTULO III SEGMENTAÇÃO ................................................................................... 27 CAPÍTULO IV PROPAGANDISTA ................................................................................ 31 CONCLUSÃO ........................................................................................ 47 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 49 ÍNDICE ................................................................................................... 51

8

INTRODUÇÃO

A escolha deste tema se deve ao fato de estar trabalhando

como propagandista de um determinado laboratório. Além desta razão, este

tema está sendo muito discutido tanto nos jornais como também junto a

grande população brasileira.

Assiste-se também a formação de fusões entre laboratórios

farmacêuticos de grande porte, que poderá no futuro trazer tantos benefícios

quanto a alguns problemas, devido à formação dos grandes cartéis. Com

isso, os mercados mundiais e o brasileiro serão monopolizados por

empresas grandes e temidas que em sua maioria são multinacionais.

Será que as indústrias de pequeno e médio porte

sobreviverão? E as demissões de gerentes de marketing, supervisores e

propagandistas, como ficarão?

Pretende-se abordar este segmento, a imagem deste perante o

público consumidor, interligando a importância do propagandista nesta

relação. Procura-se, também, explorar o marketing de relacionamento,

mostrando o poder e a ligação do médico ao propagandista: marketing

pessoal, neste caso, o destaque está na venda individual do propagandista

perante o médico, sua imagem ligada aos laboratórios e estratégias que

fazem com que este mercado permaneça em convergência atraente tanto

para os propagandistas quanto para a própria indústria.

Este mercado é muito complexo, onde entram em jogo vidas de

seres humanos, enfim, a saúde do país. Este grande problema que

deveremos atravessar nos próximos anos engloba política, empregos e

legislação pois vemos que apesar de hoje termos produtos genéricos cada

vez mais em maiores quantidades, a sua popularidade em relação aos

médicos é muito baixa. Isto vem ocorrendo, principalmente quando o

9

médico precisa de um remédio de sua confiança e quando o doente precisar

deste para sua sobrevivência.

Neste mercado poucos trabalharão para muitas pessoas,

muitos perderão seus lugares para mão-de-obra barata, entre outros

problemas que paulatinamente vem crescendo a cada seis meses. Os

preços de medicamentos hoje estão mais baratos com relação a quando não

existiam os genéricos.

Será que o nosso governo conseguirá segurar os preços dos

medicamentos? Viveremos novamente oscilações de preços?

O mercado segue as grandes tendências. Hoje, passamos

pela grande permutação de genéricos nas prateleiras das farmácias,

assistimos ao grande número de propagandistas sendo mandados embora,

e a formação de fusões de grandes empresas farmacêuticas. Acredita-se

que as fusões poderão ocasionar muitas mudanças, desde preços a maiores

desempregos.

Pretende-se, assim, mostrar no decorrer desta monografia os

principais pontos que fazem com que esta, traga grandes revelações em

torno do mercado, trabalhando as nuances, carências e importância devida

deste mercado.

Deste modo, procura-se traçar o perfil da atuação de defesa

mercadológica, citações de estratégias que deverão ser usadas, reações

dos propagandistas junto a seus sindicatos, mostrando um futuro nada

promissor.

Assim, o trabalho monográfico baseou-se na minha vivência no

mercado farmacêutico, bem como em pesquisas e levantamentos que

realizei com médicos, gerentes, supervisores e propagandistas no campo de

trabalho. Mesmo sendo a bibliografia escassa, livros de propaganda,

10

vendas e sites na Internet foram de grande ajuda para a construção deste

trabalho. Dividiu-se em seis capítulos.

No primeiro capítulo o foco está no começo da propaganda,

ressaltando que todos os integrantes das modernas sociedades de consumo

são influenciados por ela, através da redução dos sentimentos. A

propaganda fala junto ao inconsciente do público proporcionando novas

experiências, juntos de novas atitudes que levaram as novas ações. Por

este motivo, grandes empresas chegam a investir 7% das vendas brutas em

propaganda. Sabem da importância desta junto ao público–alvo e do seu

poder junto a este.

No segundo capítulo, o mercado é avaliado de acordo com

parâmetros globais que demonstram o quanto o mercado brasileiro é

importante. Destaca-se o poder da imagem da indústria farmacêutica junto

aos processos de inovação científica, não esquecendo de focar programas

de interesse comunitário. Fortalecer a imagem junto ao público-alvo é

fundamental para mercados competitivos.

O terceiro capítulo, inicialmente, tem como objetivo abordar a

mudança na licitação para os medicamentos conforme o novo sistema de

Região de preços de compras públicas estabelecido pelo Ministério da

Saúde. Após esta primeira parte, analisa-se os medicamentos genéricos no

mercado e o que isto vem acarretando junto às vendas de produtos éticos.

No quinto capítulo, as características da propaganda são

analisadas dentro de uma visão primeiramente geral, depois, junto à

indústria farmacêutica e por último, a relação entre propagandista e à classe

médica, finalizando com a dependência entre essas relações.

Espero, com este estudo contribuir com essas informações

para solidificação das atividades de um propagandista no contexto deste

grande mercado competitivo.

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CAPÍTULO I

PROPAGANDA OU A INDÚSTRIA FARMACÊUTICA ?

1.1 A História da Propaganda

Um fenômeno recente, característico do século XX e das

economias, mais desenvolvidas, a propaganda, na realidade existe desde

tempos remotos.

Já na Roma Antiga, a propaganda tinha um espaço garantido

na vida do Império. As paredes das casas, que ficavam de frente para as

ruas de maior movimento nas cidades, eram disputadíssimas. Alguma coisa

como intervalo comercial dos programas de maior audiência da televisão,

hoje em dia, ou as páginas de uma grande revista.

Embora artesanal, na propaganda dessa época já era possível

perceber alguma técnica: pintava-se parede de branco e, sobre esse fundo a

mensagem publicitária. De preferência em vermelho ou preto cores que

chamavam “mais a atenção” sobre o branco.

Mais tarde, na própria Roma Católica e centro do poder

temporal e espiritual do Ocidente, a Igreja criou uma congregação religiosa

para “propagar a fé”, origem, aliás, da palavra “propaganda”, feita com muito

empenho e hoje, em absoluta maioria, o Ocidente é cristão.

Foi apenas nos últimos cinqüenta anos que seu impacto

friamente passou a ser enorme na vida econômica.

Ao mesmo tempo, nas economias mais primitivas, a

propaganda sempre ocupou um papel significativo como impulsionadora da

economia como instrumento de desenvolvimento cultural.

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Exemplos podem ser observados em diversos lugares do

mundo. Em Belém do Pará, no mercado fluvial “Ver-o-Peso”, onde atracam

os barcos dos pescadores e a população vai fazer suas compras, observa-

se que os barcos mais procurados pelos compradores são os mais coloridos

e decorados. Nota-se que os pescadores de maior sucesso são os donos

dessas embarcações. Descobre-se também que o pintor de barcos mais

requisitado pelos pescadores é o preferido entre eles.

Analisando um pouco mais, o que a primeira vista pode parecer

apenas um curioso aspecto do folclore brasileiro, descobrimos que o mesmo

fenômeno – em essência – acontece todas as noites no horário nobre da

televisão. Diversas “empresas” (barcos de pescadores) lutando pela

atenção (e dinheiro) dos consumidores, através dos melhores “comerciais”

(pintura dos barcos) criados e executados pelos melhores talentos em

propaganda, que são os preferidos de nossa sociedade tecnológica e

consumista.

É fato incontestável que todos os integrantes das modernas

sociedades de consumo são influenciados pela propaganda. Não há como

escapar de sua influência.

A propaganda seduz nosso sentido, mexe com nossos desejos,

fala com nosso inconsciente e nos propõe novas experiências, atitudes e

ações.

Por mais defesa que possamos construir, sempre há o anúncio

que fura o cerco, o comercial que ultrapassa os muros, a idéia que interfere

em nossa vontade.

Buscamos a racionalidade do ceticismo, e incentivamos a

defesa da indiferença, mas, sempre há uma mensagem que nos atrai o

interesse e convence.

13

Há alguns anos, a Firestone fez uma pesquisa entre

caminhoneiros brasileiros para saber como se comportavam diante das

marcas de pneus existentes.

Uma das perguntas tentava descobrir se os motoristas

consideravam que a propaganda influenciava seus hábitos de compra e

consumo. Quase todos os entrevistados responderam que a propaganda

não fazia efeito e que quem acreditava em propaganda era mulher.

Mais adiante, durante a pesquisa perguntava-se aos motoristas

que usavam pneus Firestone, quais as razões de sua preferência por essa

marca. A maioria das respostas indicava: “porque o Firestone dá mais

quilometragem por cruzeiro”.

Instrumento de ação muito poderoso capaz de proporcionar

inúmeros benefícios para quem a utilizar, a propaganda traz em si o grande

perigo de ser mal empregada.

Seu mecanismo de funcionamento parece simples e sem poder

de fogo, à prova de qualquer defesa ou contra-ataque.

É uma atividade bastante complexa, que conta com alta

tecnologia, muita experiência acumulada e requer talentos específicos para

manipulá-la da forma mais convincente.

À medida que a propaganda evolui, as barreiras levantadas

pelos consumidores se aprimoram. Por isso, precisa sempre estar

descobrindo novas maneiras de romper essas defesas.

Outro aspecto a ser considerado é a grande disputa que todo

conjunto da comunicação – publicitária ou não – trava pela atenção,

interesse e a ação de cada consumidor.

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Pode ser responsável pelo estrondoso sucesso de uma

empresa, marca ou produto, ou também pode ser absolutamente inútil, ou, o

que é pior – mas acontece – até trabalha contra.

É preciso usar a propaganda com muita cautela, bom senso e

cuidado com atenção de cada um de seus muitos detalhes. Propaganda

não é apenas uma forma de arte, não chega a ser uma ciência, e é mais que

uma simples técnica

A mistura de diversos ramos das artes, das ciências e das

atividades técnicas, combinadas de forma a planejar, criar, desenvolver,

produzir e emitir mensagem de caráter comercial.

No ano de 1998, Armando Sant’Anna define a propaganda

como “a manipulação planejada da comunicação visando, pela persuasão,

promover comportamentos em benefícios do anunciante que a utiliza”. Cabe

a propaganda informar e despertar interesse de compra de produtos nos

consumidores, em benefício da empresa.

No entanto propaganda é divulgação de um produto ou serviço

com o objetivo de informar e despertar interesse de compra / uso nos

consumidores.

No início do processo de geração e realização tem-se o

anunciante que tem alguma coisa a comunicar e a intenção de influenciar o

consumidor, que é o final do processo.

Entre anunciante e consumidor existe o veículo de

comunicação. Este é o meio que torna a mensagem do anunciante

acessível ao consumidor, o qual pode ou não se interessar por ela.

Assim, como nenhum consumidor é obrigado a absorver a

propaganda que lhe é dirigida, um dos requisitos mais importantes para que

15

a mensagem publicitária seja bem recebida é que seja atraente e

interessante.

Sua função principal é de um lado, disseminar informações,

raciocínios e idéias que permitam aos consumidores estarem mais

informados sobre os produtos e serviços existentes à sua disposição e, de

outro, possibilitar aos anunciantes o aumento de sue negócios, através da

conquista de mais consumidores.

1.2 O Poder da Propaganda

Um dos aspectos da importância refere-se à quantia gasta pela

empresas norte-americanas. Segundo dados da ABIFARMA, em todos os

segmentos, as empresas norte-americanas gastam aproximadamente 7%

das vendas brutas em propaganda, o que resulta em pesquisa e

desenvolvimento.

Todavia, significa muito mais do que meramente investimento,

grandes despesas. Trata-se de processo complexo que requer cuidadoso

planejamento e execução, de modo a atingir objetivos de comunicação.

Portanto, desenvolvida de forma relativamente estruturada. As principais

tarefas envolvidas no desenvolvimento e execução da propaganda efetiva

são:

Ɣ Determinar o público-alvo certo a ser atingido pela propaganda:

Ɣ Desenvolver uma mensagem baseada na avaliação do meio ambiente e

dos critérios de julgamento usados pelo referido público para avaliação do

produto;

Ɣ Desenvolver estímulos sensoriais, tais como: visualização, palavra e

música, para transmitir as informações da mensagem de forma criativa;

Ɣ Colocar em mídia que atinja o mercado-alvo;

Ɣ Medir a efetividade dos esforços;

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Os fatores discutidos na comunicação pessoal constituem as

funções básicas de esforços de venda pessoal. É o caso do mercado da

indústria farmacêutica. Trabalha-se o médico para que este passe ao

paciente um determinado produto. As principais atividades de venda pessoal

diferem muito das vendas empresariais. Os compradores profissionais que

trabalham no ramo empresarial constituem um mercado-alvo, bem como as

vendas no varejo, de consumidores domésticos; exigem uma comunicação

específica.

Apesar do foco da indústria farmacêutica ser o médico, muitas

empresas vêem trabalhando sua comunicação direcionada aos

consumidores domésticos ou profissionais de compras. Exemplos

específicos, são Aspirina, Redoxon e sal de Fruta Eno. As categorias e

atividades envolvidas no processo são as mesmas, independente do

segmento de mercado identificado para a comunicação, como:

Ɣ Intensificar a pesquisa dos clientes potenciais, no caso da indústria

farmacêutica é feito através do auxílio de colegas propagandistas e do

número de paciente/mês atendidos por qualquer médico;

Ɣ Preparar a apresentação da mensagem, saber qual é a receptividade ou

não à propaganda; sua disposição de tempo e domínio do que pretende

comunicar;

Ɣ Aproximar-se do cliente potencial, destacando os pontos primordiais junto

a propaganda para que os objetivos sejam traçados junto ao seu cliente;

Ɣ Fazer a apresentação de vendas, que deve ser concisa e de acordo com

o tempo disponível, sempre analisando as reações.

Ɣ Demonstrar o produto não esquecendo de destacar os pontos diferenciais

em relação aos concorrentes;

Ɣ Negociar a venda. Mostra as dificuldades da compra;

Ɣ Fazer acompanhamento periódico das negociações, pois pode

comprometer todas as vendas futuras;

A venda pessoal constitui fator predominante da comunicação

de grandes empresas. Trata-se do método essencial de comunicação. Isso

17

ocorre porque as características do mercado empresarial, tais como

complexidade do produto, volume, empresas, contratos negociados e

compradores mais informados, atuam para garantir informações mais

específicas e personalizadas.

A promoção de vendas tem envolvido uma combinação de

propaganda e preço, numa forma específica de comunicação de massa para

compradores potenciais. Alguns exemplos: a distribuição de amostra grátis;

cupons de descontos; concursos e brindes, constituem métodos básicos da

promoção de venda junto ao consumidor.

Assim, além da venda pessoal, a propaganda, o marketing

direto, a publicidade e a promoção de vendas, estimulam a compra ao

consumidor. As empresas devem ser judiciosas no uso da promoção de

vendas pois, costuma ocorrer à formação de um “circuito vicioso” em que,

devido ao seu freqüente uso, as empresas passam a ter dificuldade em atrair

clientes sem a promoção de venda. Geralmente isso ocorre junto à

distribuição para o cliente de amostra grátis.

Antes de dar início aos processos de estabelecimento de

objetivos de comunicação, torna-se necessário determinar os efeitos que se

pretende obter da mensagem. Em geral, as mensagens serão concebidas

para atingir um ou mais objetivos básicos. Segundo Armando Sant’Anna –

Primeiro: a mensagem pode pretender persuadir o mercado-alvo, a

experimentar o produto, ou fazer com que continue a utilizá-lo. Um objetivo

competitivo relacionado à persuasão é convencer os receptores de que o

produto é superior às ofertas dos concorrentes. Segundo: “pode-se conhecer

uma mensagem para informar os consumidores sobre as características do

produto: preço, qualidade, desempenho e outros aspectos funcionais”.

Terceiro: “a mensagem pode pretender reforçar ou mudar uma atitude em

relação ao produto”. Esse objetivo de comunicação talvez seja o mais

desafiador, mas freqüentemente e também o mais poderoso. Conforme a

discussão sobre o comportamento do consumidor, as atividades exercem

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uma influência forte e persiste sobre o comportamento do consumidor, as

atividades exercem uma influência forte e persistente sobre o

comportamento de compra.

Muitos objetivos relacionados com efeitos sobre atitudes são

obtidos por meio de mensagens baseadas na imagem e nas emoções. Foi a

forma da propaganda escolhida pelo Laboratório Ache, quando usou o

slogan “Quem valorizar o médico valoriza a vida”. A imagem criada pretende

afetar positivamente a predisposição e a atividade dos receptores em

relação à empresa.

Finalmente, um dos objetivos da mensagem mais comum é

aumentar o conhecimento do mercado-alvo em relação ao produto ou à

empresa. A partir de um enunciado qualquer e determinar as mídias para se

atingir o alvo e a freqüência das amostras e os brindes a serem oferecidos.

A venda pessoal apresenta dois aspectos realmente

fundamentais: O pessoal de vendas responsabiliza-se pela implementação

da estratégia de Marketing. Num sentido muito real, a força de vendas é a

personificação de todo o programa de Marketing da empresa. O

desempenho, conforme o autor já citado, pelo pessoal de vendas refere-se à

implementação do conceito de Marketing. Em face do papel de Marketing

estratégico recém-examinado, os representantes de vendas deixam de

exercer a função com a intenção de fazer uma venda, para se

transformarem em solucionadores de problemas, trabalhando em parceria

com os clientes. Na empresa, o propagandista está na melhor posição para

analisar as necessidades do cliente e para propor soluções. “Ao assumir

esse papel, a força de vendas determina as formas pelas quais a empresa

pode atender ao mercado por meio do Marketing”.

Objetivo supremo de qualquer elemento do mix de

comunicação, incluindo a venda pessoal, constitui a comunicação. A

19

comunicação transmite valor e a satisfação daquilo que a empresa tem a

oferecer ao comprador.

A natureza operacional de tais objetivos deve, todavia, ir além

da finalidade geral de simplesmente “fazer uma venda”. Os objetivos que

um propagandista pode perseguir durante uma visita incluem fechar a

venda, focar o cliente, criar uma vantagem competitiva, estabelecer o caráter

individualizado do atendimento, gerir uma série de relacionamentos de

compra / venda para benefício e controlar a comunicação.

Os compradores, acabam optando pelo produto que recebem

como o mais adequado as suas necessidades. Analisando-se no contexto

do conceito de Marketing eles estão em busca de uma satisfação que seja

maior do que os custos envolvidos. Numa situação de venda pessoal, cabe

ao propagandista perceber rapidamente o que significa “melhor” do ponto de

vista do comprador.

O propagandista deve identificar o que é valorizado para

depois perseguir no objetivo de demonstrar ao cliente que os produtos da

empresa atendem mais plenamente às necessidades deste do que os

produtos do concorrente.

Cria-se uma vantagem competitiva informando o quanto os

produtos da empresa que representa, são superiores aos da concorrência.

20

CAPÍTULO II

A INDÚSTRIA FARMACÊUTICA NO MERCADO

Segundo a Abifarma (Associação Brasileira da Indústria

Farmacêutica), o setor faturou 7,6 bilhões de dólares em 1999, 10,3 bilhões

alcançados no ano anterior. A indústria farmacêutica movimenta hoje em

dia 300 bilhões de dólares anuais no mundo, no qual 3,3% deste mercado

encontra-se no Brasil.

A indústria não deverá ter saudade do ano financeiro de 1999:

além de ter sido marcado pela turbulência política da SPI dos

medicamentos, este ano assinalou para o setor uma retração de 26,20% nas

vendas em comparação com o desempenho de 1998.

A Roche do Brasil, segundo Majô Gonçalves (2000),

subsidiária de um grupo suíço presente em 52 países, destacou-se desse

contexto e tem até motivos para comemorar. A empresa faturou 506

milhões de dólares, registrando um crescimento de quase 29% sobre a

receita de 1998. Com isso, sua participação de mercado, foi ampliada de

5,4% para 6,2%. Pode parecer um avanço pouco expressivo, mas em um

mercado extremamente competitivo, como é o de remédios, e num ano

difícil, representa uma vitória importante.

Boa parte do que garantiu à Roche o título de melhor empresa

do ramo farmacêutico, pela segunda vez nos últimos quatro anos, deve ser

atribuído ao sucesso de venda do Xemical. Esse remédio contra a

obesidade, lançado no início do ano passado, engordou as receitas da

Roche em cerca de 35 milhões de dólares. “Depois do Vivazept, um produto

usado no combate à AIDS que é vendido diretamente ao governo. O

Xemical foi o medicamento de maior representatividade no faturamento”, diz

21

o executivo suíço Ernest Egli, presidente da Roche do Brasil e da América

Latina.

Neste ano, a aposta é no lançamento do antigripal Tamiflu, um

produto apresentado como sem similar no mercado.

Através do lançamento anual de medicamentos, tenta não ficar

presa a medicamentos chave de vendas, pois sabe que serão copiados

naturalmente e não pretendem depender de apenas alguns produtos. Foi o

caso do Viagra do laboratório Plifer, que obteve só nos Estados Unidos mais

de 32.000 receitas em duas semanas de lançamento chegando a alcançar

200.000 receitas por semana.

Outro produto como o Antak do laboratório Glaxo, trouxe

bilhões de dólares para essa empresa, sucesso este que perdurou por 30

anos, tornando-se o mais vendido entre os antiulcerosos, - o produto

transformou o tratamento da úlcera péptica num problema que pode ser

resolvido em caso clínico e não mais cirúrgico e fazendo do produto o mais

vendido no mundo e levando a Glaxo, que ocupava no ranking mundial o 20º

lugar, para o 1º lugar entre os laboratórios farmacêuticos, segundo dados da

ABIFARMA (1996).

O problema começou a se ampliar, pois o Antak chegou a

representar 30% dos seus negócios e a patente está para se expirar. Assim,

tratou de incorporar o laboratório Wellcome e com isso, aumentou

significativamente suas divisas e se reafirmou com larga diferença, como a

primeira companhia farmacêutica do mundo.

Todo esse esforço já não era o suficiente, pois o mercado

estava cada vez mais competitivo e outros laboratórios também planejavam

fazer pressão para se tornarem cada vez mais fortes. A Glaxo/Wellcome,

através de pesquisas árduas no campo de tratamento para a AIDS,

conseguiu lançar o produto Epvir, que se tornou uma grande arma para o

22

combate do vírus do HIV. Com este produto o laboratório conseguiu no ano

1999 vender 500 milhões de dólares. Hoje a Glaxo/Wellcome está dentre as

dez empresas líderes do mercado.

Hoje os investimentos dos laboratórios estão se concentrando

em seus produtos antigos, que vendem grandes somas; como é o caso da

Aspirina que trouxe para a Bayer quase 600 milhões de dólares no ano

passado

Os laboratórios investem na elaboração de medicamentos com

alta complexidade, e em pesquisas que rendem milhões de dólares,

principalmente devido a grande polêmica gerada pela mídia junto aos

medicamentos para hipertensos, cardiopatas, cancerosos e aidéticos. O

investimento para a fabricação da droga leva muito tempo e custa muito para

o laboratório que consegue trazê-la para o mercado. De cada 10.000 drogas

pesquisadas, em média, uma única consegue atravessar o rigoroso crivo

médico estipulado pela Food and Drug Administration (FDA), órgão norte

americano, respeitado mundialmente, usado com parâmetro inclusive pelo

ministério da saúde brasileira, segundo ABIFARMA (2000).

O FDA faz sua avaliação em dois momentos. Primeiro, logo

depois que uma droga se mostrou segura em animais. As autoridades têm

30 dias para permitir ou vetar testes em seres humanos. Segundo, após

uma média de seis a sete anos de estudos em seres humanos, o FDA leva

cerca de 19 meses para autorizar ou proibir a comercialização do

medicamento. De cada 5 drogas que atingem a fase final de avaliação,

apenas uma consegue chegar ao ponto de vendas. Então, quanto mais

drogas candidatas um laboratório obter, mais chances terá de lançar um

produto com grande potencial de vendas. Os avanços tecnológicos e

científicos estão promovendo uma verdadeira revolução em todo esse

processo tornando-o mais rápido e eficiente.

23

As empresas farmacêuticas, imaginando um futuro nada

promissor para seus produtos éticos, passam a forçar em inovação e apostar

na engenharia genética, dando um passo a frente na concorrência,

principalmente em produtos genéricos, como é o caso da BIOBRÁS, que

anunciou que deixará de ser um quase desconhecido laboratório no interior

do Brasil para se transformar numa empresa de biotecnologia,

provavelmente a maior empresa do Brasil no próximo século. Hoje a

BIOBRÁS, é uma das quatro empresas em todo o planeta a produzir

insulina.

Após análise de quase três anos, o United States Patente and

Trade Office, o escritório americano responsável pelo registro de patentes,

deferiu o pedido de patente da BIOBRÁS para a produção de insulina – o

medicamento usado no tratamento de diabete – por meio da engenharia

genética. Ao passar pelo crivo das autoridades americanas a empresa

ganha uma espécie de selo de credibilidade na comunidade científica

mundial e com os investidores.

As empresas multinacionais que formam conglomerados

através de fusões, criam gigantes que futuramente poderão dominar o

mercado consumidor e estabelecer preços.

A exemplo temos: Biosintética, que quer ser a maior empresa

de medicamentos do país, investe no potencial da biodiversidade brasileira

para produzir novos medicamentos de baixo custo.

Em síntese o mercado farmacêutico tornou-se cada vez mais

competitivo, seja pelo aumento do número de idosos, seja pelo aumento do

número de genéricos. O mercado farmacêutico cresce e se torna cada vez

mais promissor e gigantesco.

24

2.1 Imagem da Indústria Farmacêutica

Existe uma predisposição natural das pessoas a dar valor

maior aquilo que as agrada, seja com relação ao nome interessante de um

produto, e seu design ou uma campanha bonita. Se tiverem elementos

emocionais adequados ao posicionamento, o design, a publicidade, os

eventos promocionais que envolvem a marca vão agregar ao produto uma

percepção maior de seu valor.

Com isso, tanto o preço quanto a participação do mercado

tendem a crescer uma vez que o valor percebido e atratividade aumentaram.

Uma qualidade de subjetivo foi adicionada à marca.

O objetivo de toda empresa ao investir na construção de uma

marca é aumentar sua lucratividade com que seus produtos deixem de ser

comanditeis para se tornarem referência do mercado. O trabalho da

empresa na construção ou manutenção da marca é aumentar a percepção

de valor que o consumidor tem a seu respeito. A sensibilidade do

consumidor só é atingida quando a compra realiza e satisfaz racionalmente

e sobretudo, emocionalmente, por meio da imagem do produto. A imagem é

o fato decisivo para a escolha da marca do negócio. Uma imagem

envolvente gera níveis de lucratividade muito superiores à média do

mercado.

Hoje, a maioria das empresas farmacêuticas se preocupa em

inovação e apostar na engenharia genérica, além de abandonar operações

agrícolas e se concentrarem em produtos de saúde.

Essas empresas tentam criar uma imagem inovadora e onde

seus clientes conseguem enxergar qualidade e confiabilidade nos seus

produtos. Essa estratégia é usada para trazer ao seu público-alvo

credibilidade na elaboração de produtos que só o médico terá total acesso.

Isto se deve principalmente a grande entrada de genéricos nos mercados, o

25

que fez com que a maioria das empresas focasse em inovação tecnológica

para ganharem mercado. Esta estratégia se sucedeu com uma grande

maneira de segurar, por algum tempo, o genérico. Portanto, se torna mais

difícil de ser copiado devido o tempo de patente que permite ter alguns anos

para se faturar, até entrar outro produto no mercado para substituí-lo.

Porém, vemos algumas empresas desembolsando grande

soma de dinheiro em programas de interesse comunitário. A despeito da

crise e do encolhimento dos negócios algumas empresas continuam

aplicando recursos substanciais nessa área. Como é o caso da BAYER; que

vem destacando no trabalho junto à comunidade.

Desde 1993, quando a BAYER foi vencedora do Prêmio ECO

na categoria Educação, são vistos incentivos junto à comunidade pela

indústria farmacêutica. A BAYER era uma espécie de estrangeira na região

pobre da Baixada Fluminense. Conhecida como empresa de alta tecnologia,

seu contingente é formado basicamente por funcionários qualificados,

recrutados no Rio de janeiro, de onde são transportados diariamente para a

baixada. Resolveu criar uma escolinha de futebol destinada a menores

carentes da cidade. Do pré-merim aos juniores, cerca de 500 crianças e

adolescentes freqüentam a escolinha, onde são assistidos por técnicos

contratados pela BAYER. Recebem alimentação e assistência médica,

também, a exigência de freqüentar regularmente escola primária ou

secundária e ter boas notas. “Quem está indo mal na escola é afastado dos

treinos até recuperar-se , diz Than (diretor de meio ambiente da Bayer).

Segundo ele, a BAYER investe 200.000 dólares por ano na escolinha e está

satisfeita com isso. Em campo, o Bayer Esporte Clube – BEC também está

correspondendo. Já conquistou alguns títulos, como o do campeonato do

interior do Estado do Rio de Janeiro nas categorias mirim e juvenil e o de

juniores”, segundo fonte Exame (9 de junho de 1993).

26

Esta atitude tem trazido para a BAYER grandes frutos junto a

comunidade e à classe médica, pois vem formando um conceito diferente. O

conceito de produtos produzidos com dedicação de uma empresa que se

preocupa com as pessoas e não apenas em ganhar lucratividade para seus

acionistas.

27

CAPÍTULO III

SEGMENTAÇÃO

Evolução do sistema capitalista para um novo tipo de estrutura

social, onde os cartéis, oligopólios, sindicatos patronais e de trabalhadores

etc. O poder regulador de preços exercido pelos mercados livremente

competitivos, vai sendo substituído por acordos entre as grandes empresas

e os sindicatos, passando os preços a ser tabelados, independentemente da

força do mercado. O governo, por sua vez, tenta contrabalançar esses

preços (CIP, FGV, através de índices), mas nem sempre com sucesso,

chegando mesmo a se transformar, às vezes, em mero aliado dos cartéis.

Essa nova realidade econômica foi detectada pela primeira vez por Berle e

Meams, (em 1932) dando depois origem ao Institucionalismo.

Esse mercado farmacêutico permaneceu por anos, onde se

tinha o medicamento e o preço, onde os oligopólios decidiam o patamar de

lucro e repassavam para os distribuidores, que repassavam para os

farmacêuticos chegando, assim, ao consumidor final.

Porém, como vimos nos capítulos anteriores a entrada dos

genéricos no mercado ajudou a aumentar a concorrência e desestabilizar o

grande cartel de medicamentos.

Com isso, através de inúmeras estratégias se pode ressaltar,

duas que vem dando certo e trazendo para multinacionais farmacêuticas

grandes somas de dinheiro.

A primeira, é a mais esperada fabricação de genéricos por

indústrias de produtos éticos como Eurofarma e Medley. Essas empresas

através desta estratégia conseguiram uma fatia maior do mercado

28

consumidor sem deixar de vender seus produtos já consagrados no aludido

mercado. Assim, trabalha-se a marca com preços baixos: desta maneira,

essas empresas conseguem trazer segurança à classe médica e

comodidade aos pacientes. Na hora de prescrever o genérico, o médico, por

exemplo, receita Amoxilina genérica da Eurofarma. Essa estratégia faz com

que a empresa ganhe novamente. Por isso, se não tivesse fabricado

medicamentos genéricos, perderia para o concorrente. Mas agora ela volta

a ter lucro, passando a ter segmentos diferentes e distintos, como mercado

alvo.

A segunda estratégia é a do fortalecimento da marca através

de fusões como vem se verificando com a fusão da Farmácia Upjon e a

Searle que hoje fortalecida, trabalha junto a segmento e específico. Onde o

público-alvo é o médico que prescreve o que ele confia e conhece a muitos

anos.

Essa estratégia é fixada com base no mercado americano, que

já passou por esta desestabilização e permaneceu intacto. Aprenderam que

para sobreviver à fusão, é necessário, o fortalecimento da empresa, e o

tempo dirá ao mercado que o controle é novamente das multinacionais, que

dita normas e, principalmente, o preço e conseqüentemente a venda dos

seus produtos.

As empresas que não optaram por estratégias semelhantes

continuam focando seu público seja ele de baixo poder aquisitivo ou de alto

poder aquisitivo, apostam cada vez mais, no contato pessoal que o

propagandista tem com o médico. Essas empresas não possuem verba

suficiente para conseguirem sobreviver se não, apenas a fidelidade do seu

público junto ao representante sabendo, assim, que a venda, depende única

e exclusivamente da força de venda. Assim, o seu investimento é

basicamente em sua técnica de venda e a permanência dos propagandistas

passa a ser fundamental.

29

Assim, nota-se que o mercado consiste de compradores que

diferem entre si, em muitos aspectos e podem ser segmentados de várias

maneiras para conseguirem captar sua clientela.

O marketing de nicho é caracterizado por grandes grupos de

compradores identificáveis em um mercado, por exemplo, hipertensos,

cardiopatas, entre outros. Nicho é um grupo mais restrito de compradores,

tipicamente um pequeno mercado cujas necessidades não estão sendo bem

atendidas. Geralmente, as empresas identificam nichos dividindo em

segmento em sub-segmento. Por exemplo, o segmento formado por

ginecologistas, costuma prescrever cremes para tratamento de fungos e

bactérias vaginais: mas nestes sub-segmento pode existir pacientes que

tenham que fazer tratamentos de osteoporose de cálcio. Além do tratamento

de estresse que muitos ginecologistas passam a tratar, isto é um sub-

segmento dentro de outro sub-segmento.

Embora os segmentos sejam normalmente, grandes e, assim

atraírem concorrentes, os nichos por serem bem menores, causam na

indústria farmacêutica uma especialização do programa do propagandista.

Assim, as empresas de nichos conhecem as necessidades de

seus consumidores, tão bem, que estão cada vez mais aptas e

especializadas junto aos seus consumidores.

Além da utilização do marketing de nicho o propagandista

utiliza muito o marketing individual como estratégia. O marketing um a um,

onde o papel do propagandista é de suma importância para as empresas.

Nesta representação, o investimento de tecnologia, é muito maior, muitos

propagandistas trabalham com legtop, banco de dados, revistas, programas

via internet, entre outros. O marketing um a um se tornou fundamental, pois

cada médico tem um poder em relação à prescrição de medicamentos: é

mais receptivo, tem mais tempo disponível para a propaganda médica.

30

Cada médico devido às suas diferenças individuais, verifica

que cada cliente deve ter uma estratégia traçada para que se consiga a

venda indireta, sempre respeitando seus espaços.

Os preços variam de acordo com cada nicho e cada cliente.

Nos próximos anos, o futuro da indústria farmacêutica irá estar cada vez

mais direcionada a seu público-alvo. Assim haverá espaço para genérico e

produtos éticos, como se nota, nas duas estratégias anteriormente citadas,

que levam sempre à segmentação do mercado.

31

CAPÍTULO IV

PROPAGANDISTA

O mercado farmacêutico é dividido em dois segmentos, os

quais têm focos de atuação diferenciados, que vão das embalagens à forma

de comunicação com o consumidor. O primeiro, é o dos produtos

consolidados na qual os investimentos são direcionados para a comunicação

de massa, ou boca a boca. Como é o caso da aspirina e do Redoxon. E o

segundo é o mais importante, é o mercado de produtos éticos, são aqueles

que necessitam da prescrição médica, e que representam 92% do total do

mercado farmacêutico no Brasil.

A promoção deste tipo de produto é feita através de entrevista

médica, onde o propagandista de determinado laboratório vai até o médico

levando informações e material promocional, que podem ser em forma de

amostras, brindes, impressos, etc.; com o objetivo de persuadi-lo de que

seus produtos, são melhores do que os dos concorrentes e que trarão mais

benefícios aos seus pacientes.

A persuasão acontece através da prioridade de benefícios para

cada médico. Enquanto alguns preços são primordiais, enquanto em outros,

qualidade e preços andam juntos. O propagandista tem que conhecer o

médico e destacar benefícios primordiais para cada um como se fosse um

plano de ação para e conseguir a prescrição médica.

Analisando um pediatra, observamos que para determinadas

categorias, o gosto do medicamento é um dos fatores principais chegando a

andar junto do preço. Alguns médicos alegam que não adianta avaliar um

determinado remédio muito bom para determinada enfermidade se a criança

não consegue degluti-la.

32

Além de diferenciar cada cliente, no caso o médico, o

propagandista deve analisar o grau de importância daquele médico, para

tentar convencê-lo. Hoje, se têm no mercado mecanismos que medem

quantas receitas um médico chega a prescrever por mês. Através desses

mecanismos dividimos em categorias: 1, 2, 3 e 4 respectivamente, sendo a

categoria 1 a de maior poder de prescrição decrescendo até chegar ao nº 4.

Em um mercado em que existem vários produtos similares,

ganha a “guerra” quem conseguir fixar melhor a sua marca na “mente” do

médico. Em função disso, o propagandista analisa sua linha de produtos e

tenta trabalhar de 2 a 3 produtos para conseguir, de início, ter lembrança do

médico, para depois este passar a prescrevê-lo.

A guerra de produtos é muito grande e não adianta para o

propagandista falar sobre toda a sua linha, pois o médico não irá lembrar de

todos mas apenas de alguns produtos.

Os laboratórios investem pesado em treinamento e qualificação

de sua força de vendas (propagandistas), relacionamento com professores e

líderes de opinião dentro da classe médica. Stands em congressos e

eventos publicação de trabalhos científicos que valorizem seus produtos

amostras grátis para condicionamento de prescrição, anúncios em revistas

especializadas, brindes para a fixação da marca comercial. O propagandista,

hoje, é a alma da indústria farmacêutica.

Apesar de algumas empresas ainda não reconhecerem o valor

do propagandista, outras descobrem essa poderosa arma e concentram

maiores investimentos, assim obtendo resultados relevantes.

O propagandista bem treinado é de suma importância para que

a persuasão aconteça.

33

O que adianta o departamento de marketing desenvolver uma

estratégia tecnicamente perfeita, com um posicionamento correto, com

impressos coloridos e brindes atraentes, se a força de venda não estiver

motivada e, principalmente, treinada para por em prática a campanha junto

aos médicos. Acabou a figura do propagandista “entregador de caixinha” de

amostra grátis.

O propagandista deve ser criativo e deixar as frases decoradas

de junto as explicações de procedimentos que já existem há muito tempo.

Deve ter a preocupação de não estar propaganda ao médico de produto que

ele não prescreve, assim, este deixará de se tornar importuno ao médico,

pois este não se interessa por aquele assunto, e acaba uma certa antipatia

do médico em relação àquele representante, pois este está ocupando seu

tempo em vão.

O bom treinamento acaba com esses problemas, além de

outros, como tentar persuadir o médico a prescrição de uma substância que

ele não gosta.

Os médicos esperam que o representante leve informações

relevantes sempre baseadas em comprovações científicas e que sejam

assunto de seu interesse.

A melhor estratégia seria ter uma força de vendas altamente

capacitada e tecnicamente preparada para trabalhar cada médico

definidamente com base em suas características prescritas, descobertas

por sondagens e pesquisa feitas pelo próprio representante ou relatórios

emitidos por instituições de pesquisa.

Traçado o perfil, o representante determina quais ou qual o

produto objetivo para a promoção com aquele determinado médico e

concentra seus esforços de forma a convencê-lo a prescrever o seu produto

mais do que o do concorrente. Além da capacidade técnica, o representante

34

deve ter capacidade de conquistar a confiança, o respeito e a parceria de

cada médico que visita, pois um grande fator deteminante da prescrição de

um produto é o relacionamento do médico com o representante.

Na indústria farmacêutica, a área de treinamento de vendas é

tão ou mais importante que a de marketing, pois é ela que vai dar os

subsídios técnicos e determinar uma política de atuação que acompanhe as

novas tendências e tecnologia do mercado, com o objetivo de tornar a seu

representante cada vez mais competitivo junto ao médico, destacando-se o

desempenho de seus produtos no mercado.

4.1 Propagandista x Indústria Farmacêutica

Enquanto a maioria das indústrias farmacêuticas tem uma

relação nada favorável para seus propagandistas, outros distribuem ações,

abrem nas comunicações entendem as reivindicações de seu pessoal.

Segundo Maria Tereza Gomes (1999), em 1990, em

comemoração ao seu aniversário de 100 anos, o laboratório americano

Marck Sharp &Dohme distribui 100 ações para cada um dos seus

empregados em todo mundo. No Brasil, 408 funcionários receberam o

prêmio. Hoje, com a valorização dos papéis da empresa, aqueles que ainda

não venderam as ações recebidas sete anos atrás detêm, só com elas, um

patrimônio de 21.000 dólares. “O significado de ganhar ações não estava

bem claro, até que as vendemos pela primeira vez”, diz João Antôno

Fernandes da Rocha, gerente de vendas e relações do governo da Merck.

“Foi uma festa”. A festa não parou o centenário que tem um desempenho

excepcional pode ser brindado com um lote de ações. Os dois últimos

ganhadores na filial brasileira (nada a ver com laboratório alemão Merck

que, no Brasil, tem sede no Rio de Janeiro) levaram 500 ações cada um.

35

O programa de distribuição de ações da Merck brasileira é

hoje, um elemento- chave para turbinar a remuneração do seu pessoal – e

um dos itens mais poderosos no leque atrativos que ajuda a fazer dela uma

das melhores empresas do Brasil para trabalhar. O programa de stock

option (como é conhecido, em inglês, esse tipo de incentivo) está no centro

dos sistemas de remuneração variável e de pagamento por performance

adotado pela Merck – para o qual 100% dos funcionários, inclusive a

copeira, são elegíveis. A distribuição de ações (além de se premiar os

resultados excepcionais) é regularmente processada de acordo com a

avaliação anual de desempenho. Nessa ocasião, uma parte do bônus vem

em dinheiro, e outra em ações. No ano passado, 100 dos 645 funcionários

da Merck do Brasil foram agraciados com volumes entre 1.090 a 3.000

ações. “Esta é uma empresa visionária, feita para durar”, diz Paulo Yamaya,

gerente regional de venda da Merck.

O julgamento de Yamaya não surpreende. Ano após ano, sem

falhar nunca, a matriz americana aparece na lista das empresas mais

admiradas dos Estados Unidos feita pela revista Fortune, e é natural que

esse espírito se estendesse à subsidiária brasileira. Os atrativos, é claro,

não se restringem ao sistema de remuneração. Igualmente decisivo é o

programa de avaliação 360 graus, por meio do qual os executivos têm seu

desempenho julgado não apenas pelos superiores, mas também por

subordinados, pares e clientes. O resultado é um raio X de sua atuação

como profissional, chefe e colega de trabalho. “360 graus foi uma válvula de

escape para os funcionários”, diz Rocha, com 11 anos de casa. “Do jeito

que estava, a tendência era a depreciação das relações entre chefes e

subordinados”. Pelos corredores da empresa há uma certeza sobre quem

mais mudou a partir da avaliação em 360 graus Alba Martucci, presidente da

Merck há oito anos Marturcci encarnava o chefe capaz de tropeçar em um

funcionário pelo corredor sem perceber que estava sendo cumprimentada.

Agora costuma zanzar pela empresa, puxando conversa com os

funcionários, discutindo projetos e problemas.

36

Os funcionários foram ouvidos num segundo projeto, batizado

de Fitbness. O raio X agora estava na empresa. A pesquisa foi realizada

por consultores da Universidade de Harvard e envolveu 25% do quadro.

Resultado: não havia muita confiança de que a Merck, do jeito que estavam,

teria sucesso a longo prazo. Os funcionários reivindicaram mais

informações, maior exposição ao mercado, mais integração com os clientes

e um sistema de avaliação do desempenho individual. As exigências saíram

rapidamente do papel. “Hoje temos uma relação de confiança com a

empresa porque as mudanças que pedimos foram ou estão sendo

implementadas”, diz o gerente Nilton Tojar. Os funcionários de nível mais

baixo também sentiram a diferença. “Eu tinha receio de discutir alguma idéia

nova com o diretor, diz Sandra Mara Cabral, Coordenadora de Eventos.

“Agora, as relações estão mais informais”.

Outro ponto fundamental, segundo a matéria já citada, no

conjunto de atrativos da Merck é o orgulho genuíno que os funcionários

parecem demonstrar pela empresa. “Nós ajudamos a salvar vidas”, diz,

Carlos Ailton Siqueira, Gerente com 24 anos na casa. Na Merck, todos

sabem na ponta da língua quanto o grupo investe ao ano em pesquisa ao

redor do mundo: 1,7 bilhões de dólares. A empresa estimula esse tipo de

sentimento entre funcionários. Em junho, pesquisadores e suas famílias

passaram um final de semana em Campos do Jordão, interior de São Paulo,

por conta da Merck. Motivo: comemorar o fim de mais uma etapa da

pesquisa para um novo medicamento contra a AIDS, o Crixivam. Cada um

dos participantes levou para casa um troféu, como se tivesse vencido,

pessoalmente, mais uma etapa no combate à doença. “No último dia da

pesquisa, nós nos abraçamos felizes porque o resultado foi melhor do que

esperávamos”, diz Silvada Banchiglione, uma das pesquisadoras. Ainda

nessa linha a Merck doa todos os anos ao governo americano Mectizan,

para tratamento da cegueira rio, doença que acomete populações ribeirinhas

na divisa do Brasil com a Bolívia. O Mectizan é um remédio que a empresa

não venda em lugar algum do mundo. Toda a população é doada.

37

O sentimento de orgulho em trabalhar na Merck está ligado,

também, aos códigos de procedimentos da empresa. “aqui não se compra

funcionários de governo e não se sorteia carro para médico”, diz Marcos

Lobo de Freitas Levy, Diretor de Assuntos Corporativos. Quando um

funcionário é contratado pela Merck, seu primeiro curso formal de

treinamento é sobre Ética. Cada um dos empregados deve repetir o curso

de um dia a cada dois anos. Estímulos para a classe média só em forma de

conhecimento, como patrocínio de congressos ou livros de atualização. A

área de vendas da Merck é formada por 400 pessoas, são funcionários que

têm a dura tarefa de apresentar os medicamentos aos médicos, em dois,

três minutos, entre uma consulta e outra. Nesse cenário, qualquer agrado

ao médico pode facilitar a vida do vendedor. Não no caso pessoal da Merck.

“Nós somos respeitados pela nossa ética e por investir na formação dos

médicos”, diz Carlos Ailton Siqueira, Gerente de Desenvolvimento e

Comunicações.

Na área dos incentivos materiais, que completam e vão além

do sistema de remuneração, a empresa cuida de acompanhar o que se faz

no mercado. No momento, por exemplo, os vendedores podem comprar um

Corsa Sedan quatro portas por apenas 50% do valor de mercado, com

pagamento em parcelas mensais. Vendedores da regional campeã em

vendas do ano ganham viagens para hotéis de lazer, como o Mediterranée e

a Ilha de Comandatuba. Os gerentes ganham viagens para o exterior,

sempre acompanhados. Se cumprir as metas traçadas no início do ano, o

14º salário está garantido. Quando, a mulher, o marido ou os pais do

vendedor fazem aniversário, a empresa manda presentes. Se o aniversário

for do vendedor, um jantar a dois num restaurante especial está garantido.

Um programa de qualidade de vida inclui, entre outras coisas, o pagamento

de 75% do custo da academia de ginástica.

A Merck, certamente poderia estar numa posição ainda mais

avançada se cobrisse alguns claros importantes em suas políticas de RH.

Mais de 70% das empresas brasileiras, por exemplo, já têm planos de

38

participação nos resultados. A Merck só vai ter o seu no ano que vem. Não

há, também um plano de previdência privada, ponto fundamental em

qualquer programa de excelência em Recursos Humanos. Como no caso

anterior, a correção está prevista para 1998. Há uma certa pressa na

implantação de ambos os projetos, tanto que a casa contratou um novo

Diretor de Recursos Humanos, Osni de Lima. Lima ocupava o mesmo cargo

numa das empresas-modelo em RH no país, a Du Pont.

O ponto de partida de Lima é um projeto de avaliação de

liderança que será aplicado ainda este ano. “Nós vamos continuar nos

preocupando com os resultados que as pessoas obtêm queremos saber

como elas os obtêm”, diz Lima. Ou seja, na avaliação de desempenho

individual vão contar também habilidades de comunicação, talento para

tratar as pessoas, capacidade de ensinar e de aprender. “Pessoas que não

conseguem manter um equilíbrio entre trabalho e vida pessoal vão ter

dificuldades de ficar conosco”, diz Lima. Não será por falta de incentivo que

alguém da Merck será reprovado nesse quesito do teste de avaliação de

lideranças.

4.2 Propagandista x Médicos

Verificamos que o médico ao receitar um medicamento ao

paciente, está preocupado em passar para ele não só um produto que tenha

eficiência comprovada em tal substância, mas qualidade e confiança, fatores

que fazem da prescrição médica uma das atividades principais do seu

trabalho.

A confiança é adquirida não só junto ao prestígio de uma

empresa mais do dia – a – dia com o propagandista. É nele que o médico

confia. Motivo este, que o propagandista deve adequar-se a sua linguagem,

utilizada no meio em que vive. Além disso se deve levar em consideração o

perfil, pois o médico espera do propagandista domínio sobre os remédios

39

que vem falar, sobretudo sua linguagem deve ser a mesma; a postura, esta

deve passar ao seu cliente estabilidade e segurança em relação ao que se

quer vender a maneira de trajar, ou seja, o médico deve receber o mesmo,

com roupas sóbrias e finas que fazem parte do papel a qual este tenta

passar para o seu almejado cliente.

A persuasão inclui a vestimenta, a linguagem e a postura junto

ao médico. Esta é fundamental, pois é também através dela que o médico

irá conhecer as substâncias que o médico tem, bem como os benefícios e

importância do tratamento da doença que o paciente é portador. Além disso,

deve-se levar em consideração se a substância a ser prescrita é nova no

mercado ou não. Não basta para o propagandista transmitir todas as

substâncias que o remédio contém, ou sua linguagem e postura junto ao

médico. Esta é fundamental, pois é também através dela que o médico irá

conhecer as substâncias que o remédio tem, bm como os benefícios e

importância no tratamento da doença que o paciente é portador. Além disso,

deve-se levar em consideração se a substância a ser prescrita é nova no

mercado ou não.

Não basta para o propagandista transmitir todas as substância

que o remédio contém, o seu mecanismo de ação, sua composição química,

sua indicação e sua apresentação, mas mostrar o porquê do médico indicar

aquele produto e não o outro, no caso do concorrente. Isto geralmente é

conseguido depois de vários meses de trabalho junto ao médico, com o

cliente recebendo boas quantidades de amostras para ele poder receitar ao

seu paciente, e assim se tornar parte do receituário.

O medicamento até tornar-se do receituário demora muito, pois

o médico pode prescrever o seu produto por alguns dias, devido à visita

constante, e passando a semana desta este acaba por esquecê-lo, por este

motivo, o propagandista deve sempre tentar ficar junto ao médico o maior

tempo possível, repetindo o nome na sua marca e os benefícios do seu

produto para que haja fixação desta junto ao médico.

40

Para que a tão almejada venda seja alcançada, a linguagem e

postura junto ao médico devem estar de acordo com a imagem da empresa.

A importância está na relação do médico com a imagem que se

optem junto ao propagandista, através dela que o médio irá conhecer os

produtos, quais substâncias que o remédio tem, bem como os benefícios e

importância no tratamento da doença que o paciente é portador. Além disso,

deve-se levar em consideração se a substância a ser prescrita é nova no

mercado ou não.

Não basta para o propagandista transmitir todas as substâncias

que o remédio contém, o seu mecanismo de ação, sua composição

química, sua indicação e sua apresentação, a linguagem e postura junto ao

médico. Esta é fundamental, pois é também através dela que o médico irá

conhecer as substâncias que o remédio tem, bem como os benefícios e

importância no tratamento da doença que o paciente é portador. Além disso

deve-se levar com consideração se a substância a ser prescrita é nova no

mercado ou não.

Não basta para o propagandista transmitir todas as substâncias

que o remédio contém, o seu mecanismo de ação, sua composição química,

sua indicação e sua apresentação, a linguagem e postura junto ao médico.

Esta é fundamental, pois é também através dela que o médico irá conhecer

as substâncias que o remédio tem, bem como os benefícios e importância

no tratamento da doença que o paciente é portador. Além disso, deve-se

levar em consideração se a substância a ser prescrita é nova no mercado ou

não.

Não basta para o propagandista transmitir todas as substâncias

que o remédio contém, o seu mecanismo de ação, sua composição química,

sua indicação e sua apresentação. Mas deve-se mostrar o porquê do

médico indicar aquele produto e não outro, no caso do concorrente. A venda

de determinado produto, acontece depois de vários meses de trabalho junto

41

ao médico, com o cliente recebendo boas quantidades de amostras para ele

poder receitar ao seu paciente, e assim se tornar parte do receituário.

Para tornar-se parte do receituário o produto passa por vários

estágios, pois o médico pode prescrever por alguns dias, devido a visita

constante, e passando a semana desta este acaba por esquecê-lo, por este

motivo, o propagandista deve sempre tentar ficar junto ao médico o maior

tempo possível, repetindo o nome na sua marca e os benefícios do seu

produto para que haja fixação desta junto ao médico.

Para que a tão almejada venda seja constante, a linguagem e a

postura junto ao médico contribuem para assimilação do produto

propagandista, assim quando o propagandista entrar na sala do médico,

este passa a reconhecer os produto, garantindo assim a lembrança.

O bom relacionamento entre médico e o propagandista é

importantíssimo e ajuda para a fixação da imagem, porque é através desta

relação que irá trazer boas vendas futuras. Repara-se que ao entrar no

consultório do médico o propagandista será reconhecido como um amigo e

identificado logo como sendo de um determinado laboratório e por sua vez a

um ou uma gama de produtos. A imagem é logo conectada ao inconsciente

do médico reforçando a marca. Através da amizade é fácil de saber o que o

médico tem mais oportunidade da sua linha; o porquê este não usar tal

medicamento, de repente isto poderá ser revertido em prescrição futura;

além de poder ajudar este, caso haja, alguma dúvida.

O preço é importante e muitas vezes fundamental. A realidade

do país é muito triste, pois além da pobreza, sua população cada vez mais

carente. Milhares de pessoas vão diariamente ao posto de saúde, a

hospitais atrás de tratamento para suas enfermidades, e ao receberem o

tratamento, se deparam com receitas de medicamentos. A sua grande

maioria não tem dinheiro para comprar, mesmo se este for barato. Som

isso, dependendo do caso, p médico tanta arranjar amostra grátis para

42

poder dar o tratamento ao paciente, ou decide internar, pois sabe que o

paciente acabará pior, e quando as duas opções já não podem ser mais

utilizadas, ou seja, já não tem mais amostras ou não podem mais internar

ninguém por super lotação, mandam estes para casa ou encaminham para

outra instituição de saúde pública. Hoje produtos baratos vendem muito,

principalmente genéricos que tem seu custo reduzido.

O governo vem, cada dia que passa, trabalhando junto a mídia

de massa, para que o paciente ao ir ao médico peça para ele receitar o

produto genérico e não mais os produtos éticos. Porém nem todos os

produtos genéricos são mais baratos do que os éticos. Um exemplo, é a

substância ranitidina que na apresentação de cento e cinqüenta mg com 20

comprimidos de produto genérico saiu para o paciente por doze reais,

enquanto se o mesmo paciente comprar o produto ético de determinado

laboratório pagará por trezentos mg, com dezesseis comprimidos, vinte

reais, porém este sulcar o comprimido, ganhará assim trinta d dois

comprimidos. Hoje, não encontram-se caixas com trinta comprimidos da

mesma apresentação, mostrando assim sair mais barato o paciente

comprar o medicamento ético, e não duas caixas do medicamento genérico.

Outro grande problema relatado é que houve uma grande

procura espontânea nas farmácias por medicamentos genéricos e estes não

eram encontrados nas mesmas. Pois não foram fabricados em grandes

quantidades. Com isso, os balconistas das farmácias começaram a vender

a população produtos gueutas (produtos de fabricação desconhecida), pois

tem participação na venda, são tão baratos quanto os genéricos, porém não

trazem ao paciente o efeito desejado.

Assim o paciente após a utilização deste medicamento forjado,

acaba voltando para o medicamento ético, gastando mais do que poderia

gastar. Pó esse motivo, a qualidade está em primeiro lugar, pois o produto

não deve ser apenas barato, deve ter um preço justo aliado a qualidade. Se

o produto não tiver qualidade poderá causar danos, tanto financeiros como

43

físico, ao paciente e ao médico que indicou tal medicamento, pois muitas

vezes o médico é culpado pela prescrição e acaba sendo o grande vilão

desta história.

Por este motivo o médico deixa de prescrevê-los e volta para

os seus produtos de confiança.

Outro motivo, alguns médicos relataram que determinados

medicamentos não têm o mesmo efeito dos produtos prescritos há anos, e

assim deixam de prescrevê-los. Não souberam dizer ao certo, o porquê

deste não ter o mesmo efeito, poderia ser segundo alguns clínicos o

incipiente.

Alguns médicos relatam que estão preocupados com o bem

estar de seus pacientes em primeiro lugar, pois quando sabe-se a

procedência, a história e qualidade dos produtos é muito difícil trocá-los por

apenas preços. Alguns ginecologistas perguntam ao paciente se ele

colocará em risco, por exemplo, seu útero utilizando o medicamento

genérico, pois o médico já tem o seu produto de confiança e que trará todos

os benefícios da cura do mal que o paciente naquele momento é o portador.

Este deixa a paciente escolher o tipo de medicamento ético e o genérico na

qual o médico só conhece a substância, e não a qualidade. Desta maneira o

médico não fica mais responsável pela conduta deste medicamento.

Vendo este grande problema, algumas empresas

multinacionais investem no mercado dos produtos genéricos, criando sua

própria linha de medicamentos baratos e com qualidade. Isto ocorreu, pois

com a venda de produtos éticos vem caindo gradativamente, nada melhor

para estes poderosos laboratórios, no ato de pegar uma pequena fatia do

mercado, tão abrangente e em grande crescimento, criando assim um novo

elo junto à classe médica onde se encontram produtos baratos e de

confiança.

44

Os remédios éticos trazem para a classe médica conhecimento

sobre o procedimento do medicamento, estudos, relatos de benefícios, ou

seja, confiança e credibilidade sobre o efeito do medicamento na hora da

prescrição. Nesta confiança, salvam-se vidas humanas, razão porque a

relação médico x propagandista torna-se um fator extremamente importante,

pois é nesse representante que o médico confia.

4.3 O Efeito das Relações

A relação entre a empresa e o propagandista é de fundamental

importância para que a relação entre médico – propagandista ocorra em

perfeita harmonia.

A motivação do funcionário deve estar em primeiro lugar para

que se retenha o pessoal, como foi analisado pela Merck Sharp & Dohme

que, distribuindo ações, abrindo a comunicação e atendendo as

reivindicações conseguiu seduzir e reter o seu pessoal

Essas estratégias fazem do laboratório um dos melhores

lugares de se trabalhar. E por este motivo seus funcionários tem orgulho de

pertencer a seu quadro de funcionários.

Esse tipo de relação tem trazido grandes frutos a empresa.

Através de depoimentos de alguns propagandistas que trabalham nesta

empresa, foi detectado deste pequeno universo que a segurança e o

orgulho fazem da Merck Sharp & Dohme, uma instituição onde uma grande

quantidade de propagandistas gostaria de trabalhar. Segundo eles, nesta

empresa a relação entre vendedor e gerência é diferente, pois eles não

tratam este com apenas mais um número, mas um grande cooperador, que

fazendo com que este se sinta muito importante.

45

Apesar de algumas empresas investirem em seus funcionários,

outras mostram para este grande mercado que a relação um a um não é de

fundamental importância. Como é o caso da Brystol, Knoll, Farmasa entre

outras que cortam o seu pessoal para diminuir custos. O marketing destas

empresas não tem como foco o relacionamento, o contato dia a dia com o

médico. Destroem o elo entre o médico e a empresa, destruindo assim o

vínculo e aumentando a rotatividade de seus funcionários, apostam em

estagiários com salários baixos e, pouco futuro para efetivação.

A relação do médico com os estagiários é diferente, pois não

há mais vínculo com o médico e, para que se crie novamente, demora em

torno de seis a oito meses. Assim, a empresa geralmente perde a venda

para os seus concorrentes e, ainda piora a marca cai no esquecimento.

O propagandista é o futuro da empresa, da relação que ele tem

com esta, a motivação é o fator de determinante para cada setor da

empresa. A motivação pode ser o dinheiro, pode ser ate´o sustento da

família, mas esses valores são importantes até um determinado momento

quando o propagandista passa deste limiar, ele procura ter qualidade de

vida. Ao conviver diariamente com funcionários de outras empresas que

possuem qualidade de vida, complemento de salário, lazer e estabilidade. A

convivência da empresa que não reconhece esses torna este limiar cada vez

menos, fazendo com que muitos propagandistas troquem o emprego certo

por um futuro desconhecido, porém promissor.

O propagandista procura estabilidade e orgulho e quando vêem

oportunidade de trocar de laboratório que tem como foco estes valores,

preferem até ganhar menos, para trabalharem satisfeitos.

Mesmo sabendo desta importância com o grande corte de

representantes, alguns acabam pagando pelo erro de outros. Hoje quando

não são colocados mais estagiários no lugar de efetivos, esses acabam

fazendo o trabalho de dois homens e prejudicando a venda de seus

46

produtos, conseqüentemente a empresa pede seus lucros. O representante

se desgasta e acaba não dando atenção necessária para seus médicos para

tentar cobrir as normas de visitação da empresa. A contratação de venda

visa apenas o corte de custos.

Através desta análise, constata-se que o corte de funcionários,

em curto prazo pode ser a melhor medida, porém em longo prazo irá trazer

grandes perdas em vendas, e até na imagem da empresa perante aos

médicos, conforme anterior.

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CONCLUSÃO

Acreditamos que o trabalho tenha contribuído para informar e

esclarecer a respeito da visão do propagandista no mercado farmacêutico,

hoje em dia um mercado que está em constante ebulição.

Apresentamos o cenário atual com a entrada de genéricos o

que faz com que um grande número de propagandistas percam seus

empregos. Tornando um mercado, antes estável, em um grande temor para

seus funcionários.

O fato foi consumado. Haverá mais demissão, margens de

lucro continuaram caindo, mas o papel do propagandista não perderá seu

lugar.

A importância comentada ao longo dos capítulos demonstra

que para a existência de um elo junto ao médico, as empresas precisam de

força humana, do contato dia a dia, do marketing um a um.

A segmentação a cada dia e mais necessária. Há mercados

para todos. O trabalho cada vez mais centralizado, seja por região, por

especialidade, ou por valor da consulta. O espaço existe, só 20% da

população brasileira, hoje tem acesso aos medicamentos. Com a queda dos

preços aumentará a demanda para a compra de medicamentos.

Como a competitividade a cada mês vem aumentando,

empresas montam estratégias para defender-se da queda de suas venda, e

sobreviverem a uma turbulência.

48

Procuramos, também, que mesmo com venda em queda as

empresa não parem de investir na imagem de sua, em propaganda. Sabem

que para construir, manter e aumentar vendas, a fixação de imagem é

imprescindível.

Voltamos novamente ao elo da empresa com o médico. O

propagandista faz a ligação da emoção ao seu público-alvo e é ponto de

partida para a venda aumentar ou diminuir em determinado setor. Por isso,

algumas empresas viram que a motivação da sua força de venda é

fundamental para que sua venda aumente.

Estabelecer ótimas relações com seus funcionários tornam o

elo empresa-propagandista muito positivo para o aumento das vendas.

Voltando a grandiosidade da indústria farmacêutica, vimos o

investimento maciço nos institutos de pesquisa, em inovações tecnológicas

junto à força de venda e pesquisa científica. Assim, possibilitou-se às

empresas construírem estratégias de vendas mais arrojadas e com menor

possibilidade de erro, trabalhando, por exemplo, cupons de descontos em

determinadas farmácias.

Desta forma, mostramos a diferença entre os produtos

farmacêuticos do direcionamento de comunicação com o consumidor final.

49

BIBLIOGRAFIA

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Indústria Farmacêutica no Brasil: 1966

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2000: p. 106-8

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50

SANT’ANNA, Armando. Propaganda: Teoria, Técnica e Prática. 7ª Ed. Rev.

São Paulo: Pioneiras, 1998.

INTERNET

htpp://www.abifarma.com.br

htpp://www.grupoims.com.br

51

ÍNDICE

AGRADECIMENTOS ............................................................................. 03 DEDICATÓRIA ...................................................................................... 04 RESUMO ............................................................................................... 05 METODOLOGIA .................................................................................... 06 SUMÁRIO .............................................................................................. 07 INTRODUÇÃO ....................................................................................... 08 CAPÍTULO I PROPAGANDA OU INDÚSTRIA FARMACÊUTICA? ........................... 11

1.1 A História da Propaganda ........................................................ 11 1.2 O Poder da Propaganda ........................................................... 15

CAPÍTULO II A INDÚSTRIA FARMACÊUTICA NO MERCADO ................................. 20

2.1 A Imagem da Indústria Farmacêutica no Mercado ................... 24 CAPÍTULO III SEGMENTAÇÃO ................................................................................... 27 CAPÍTULO IV PROPAGANDISTA ................................................................................ 31

4.1 Propagandista x Indústria Farmacêutica.................................... 34 4.2 Propagandista x Médico............................................................. 38 4.3 O Efeito das Relações ...................... ........................................ 44

CONCLUSÃO ........................................................................................ 47 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 49 ÍNDICE ................................................................................................... 51

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

Projeto A Vez do Mestre

Pós-Graduação “Lato Sensu”

Título da Monografia: MARKETING NA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA: A

INDÚSTRIA X PROPAGANDA

Data da entrega: _______________________________________

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Avaliadopor:_______________________________Grau______________.

Rio de Janeiro_____de_______________de 20___

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ANEXOS