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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
O PAPEL DA AUDITORIA INTERNA DENTRO DE UMA
ORGANIZAÇÃO
Por: Hedio Conrado
Orientador:
Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço
Rio de Janeiro
2009
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
O PAPEL DA AUDITORIA INTERNA DENTRO DE UMA
ORGANIZAÇÃO
Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do
Mestre – Universidade Candido Mendes, como
requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Auditoria e Controladoria.
Por: Hédio Conrado
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, a minha Esposa e
aos meus filhos.
4
DEDICATÓRIA
Eu dedico este trabalho àquelas pessoas
que acreditaram em mim.
5
RESUMO
A auditoria interna passou a ser um instrumento amplo controle para os
administradores, através de suas atividades de trabalho serve à administração
como meio de identificação de que todos os processos internos e políticas
definido pela companhia, assim como sistemas contábeis e de controle interno,
estão sendo efetivamente seguidos e que as transações realizadas estão
refletidas contabilmente em concordância com os critérios previamente
definidos. O objetivo deste trabalho é demonstrar quais são os tipos de
ferramentas que a auditoria interna possui para ajudar os gestores para
tomada de decisão. A problemática é que conforme as organizações estão se
expandindo economicamente, seus administradores necessitam do auxílio da
auditoria interna para captação de informações confiáveis de sua situação
patrimonial e financeira. O trabalho está desenvolvido enfocando a atuação da
auditoria em vários setores da organização, explorando os tipos de auditoria
nas suas diferentes frentes de trabalho com objetivos também diferentes. Por
exemplo: explorado os principais tipos de auditoria, como: auditoria de
processos, auditoria da tecnologia da informação, auditoria de complice e
auditoria de fraude.
6
METODOLOGIA
A metodologia usada para elaboração da presente monografia foi a
pesquisa bibliográfica de livros especializados no assunto de auditoria, material
apresentados em palestras e cursos de auditoria, sites relacionados com
artigos específicos de auditoria interna, revistas da área contábil.
Este trabalho desenvolveu-se com o objetivo principal de mostrar a
importância da Auditoria Interna junto à alta administração das empresas e na
realização dos trabalhos de auditoria.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I - A História da Auditoria 10
CAPÍTULO II - O que é Auditoria Interna 14
CAPÍTULO III - Fundamentos da Auditoria 18
CAPITULO IV - Filosofia da Auditoria 22
CAPITULO V - As atribuições da Auditoria Interna 31
CAPITULO VI - Natureza da Auditoria 34
CAPITULO VII - Auditoria Interna e Auditoria Externa 36
CONCLUSÃO 39
BIBLIOGRAFIA 40
ÍNDICE 41
8
INTRODUÇÃO
A auditoria interna é uma das mais importantes ferramentas para o
controle administrativo. A ausência de controles adequados para empresas de
estrutura complexa a expõe a inúmeros riscos, freqüentes erros e
desperdícios.
Segundo Attie (1992), o desempenho da atividade de auditoria requer,
como em qualquer outra função, a utilização de ferramentas de trabalho que
possibilitem formar uma opinião. Geralmente o objetivo da auditoria interna é
fundamentar seu ponto de vista com fatos, evidências e informações possíveis,
necessárias e materiais
A necessidade das empresas investirem em desenvolvimento
tecnológico, aprimorar seus controles, reduzir custos, tornando mais
competitivo os seus produtos, faz com que necessitam de um grande volume
de recursos.
A problemática vem com a expansão das organizações no mercado e o
desconhecimento de seus administradores da necessidade auxílio da auditoria
interna para obtenção de informações corretas da situação patrimonial e
financeira da empresa, deixa de captar recursos juntos a terceiros, como
empréstimos bancários ou abrindo seu capital social para novos investidores
para investimento das mesmas.
O objetivo deste trabalho é demonstrar quais os recursos que a
organização obtém com auxílio da auditoria interna para evitar prejuízos
irrecuperáveis e consiga recursos financeiros com qualidade e precisão das
informações prestadas
Auditoria interna vem sendo comentada desde 1949 no Brasil logo, que
contadores identificaram sua ligação com controles internos e controles
contábeis.
9
Algumas entidades, por determinação legal, têm o dever de prestar
contas de sua gestão administrativa e financeira à sociedade. A forma pela
qual essas organizações se comunicam com o público, em geral, ocorre por
meio das demonstrações financeiras contábeis.
O reflexo do trabalho desenvolvido pelo administrador será evidenciado
nesses demonstrativos, que serão postos à disposição dos usuários envolvidos
ou não, no processo decisório.
É evidente que cada usuário possui interesse direto na regular aplicação
do capital, e esses interesses podem coincidir ou divergir em relação ás
decisões tomadas e aos conseqüentes dados apresentados.
Valendo-se de normas e padrões de natureza técnica e ética claramente
determinada, a auditoria interna torna-se elemento fundamental no sistema de
informações, medição de desempenho e prestação de contas da
administração.
Neste contexto, o auditor desenvolve o seu trabalho por meio de estudo
e da avaliação sistemáticos de transações, procedimentos, operações das
demonstrações financeiras resultantes, tendo por finalidade determinar o grau
de observância dos critérios estabelecidos e emitir um parecer sobre o assunto
10
CAPÍTULO I
HISTÓRICO DA AUDITORIA
1.1 Evolução histórica da auditoria
Sob o ponto de vista histórico, se atentarmos para a evolução da
auditoria interna como área Integrante do Organograma de uma empresa,
verificaremos que os próprios conceitos foram modificados com o passar do
tempo e com a evolução da filosofia político-administrativa das organizações.
Originalmente integrante do contexto organizacional das empresas
estrangeiras, a auditoria interna praticava atividades meramente fiscalizadoras
e contábeis dos fatos administrativos já consumados, sem levar em
consideração o processo dinâmico pelo qual esses fatos eram gerados.
A partir de 1964, com a gradual nacionalização do setor de serviços
públicos do país, um novo enfoque empresarial se fez necessário e presente.
A auditoria interna das empresas emergentes do setor produtivo estatal
procurou, então, adaptar-se à nova realidade gerencial. Para tanto, expandiu
seu campo de atuação, passando a atual também na revisão das diretrizes
organizacionais e dos princípios administrativos e, ainda, na análise dos fluxos
de informações gerenciais, documentações e outras atividades que influem
direta ou indiretamente no sistema de controle interno da empresa.
Essa evolução contínua alterou profundamente os conceitos de auditoria
vigentes há duas décadas, transformando as características da chamada
Auditoria Convencional (Tradicional) para as de uma Moderna Auditoria.
Basicamente e de acordo com o conceito padrão emitido pelo Instituto
dos Auditores Internos de New York (IIA), podemos definir:
A auditoria interna é uma atividade independente, objetiva e de consultoria, destinada a agregar valor e a melhorar as operações da organização. Ela assiste a organização na consecução dos seus objetivos por meio de uma abordagem sistemática e disciplinada, na avaliação e melhoria da eficácia da
11
gestão de risco, dos controles internos e do processo de governança (IIA, 2002, p.255).
Vale esclarecer que esta conceituação genérica aplica-se a todas as
áreas de atividade de uma empresa. Os termos Auditoria Interna
Convencional, Tradicional, Operacional e, modernamente Auditoria de
Sistemas, apenas particularizam os campos de trabalho da auditoria na
consecução de seus objetivos básicos.
A experiência tem demonstrado certa tendência de diferenciar os tipos
de auditoria, como se existissem várias escolas ou filosofias. Atualmente,
conceitua-se a auditoria interna de maneira abrangente, especificando-se os
respectivos tipos apena como diversos modus operandi aplicáveis a cada fim
especifico desejado, como meios para alcançar um determinado fim dentro do
trabalho de assessoria que a auditoria interna presta à alta administração
empresarial.
A evolução das atividades econômicas fez com que, num primeiro
momento, os administradores de alto nível sentissem a necessidade de ter
prepostos que vissem e ouvissem o que estava sendo feito na empresa e
relatassem, a fim de que houvesse garantia de atendimento das normas
internas ou leis.
A auditoria é importante às empresas no atendimento de suas metas,
proporcionadas por uma política sólida e estruturada de maior aproveitamento
de sua potencialidade.
O surgimento da auditoria está ancorado na necessidade de
confirmação por parte dos investidores e proprietários quanto à realidade
econômico-financeira espelhada no patrimônio das empresas investidas e,
principalmente, em virtude do aparecimento de grandes empresas
multigeograficamente distribuídas e simultâneo ao desenvolvimento econômico
que propiciou participação acionária na formatação do capital de muitas
empresas.
12
A contabilidade foi a primeira disciplina desenvolvida para auxiliar
informa ao administrador, sendo ela a formadora de uma especialização
denominada auditoria, destinada a ser usada como uma ferramenta de
confirmação da própria contabilidade.
Essa essência, a causa da evolução da auditoria, que é decorrente da
evolução da contabilidade, foi a do desenvolvimento econômico dos países,
síntese do crescimento das empresas e da expansão das atividades
produtoras, gerando crescente complexidade na administração dos negócios e
de práticas financeiras como uma força motriz para o desenvolvimento da
economia de mercado.
1.2 Um breve histórico
No Exterior
Se for feita uma abordagem com enfoque cientifico mais aprofundado,
ter-se-á fatos históricos que evidenciam a origem da auditoria, como sendo de
épocas mais remotas, como por exemplo, a ocorrida na Suméria, há 2.600
anos A.C. (SÁ, 1994, p.13-14), porém, para o nosso objetivo, tratarmos da
evolução da auditoria a partira do século XV.
Ao contrário da contabilidade, que tem no Frade Luca Paccioli o seu
ícone, a história da auditoria se perdeu no tempo, e o nome do primeiro auditor
talvez permaneça para sempre ignorado.
Provavelmente, pode ter sido um proficiente guarda-livros, a serviço de
mercador italiano do século XXV ou XVI que, pela reputação de sua sabedoria
e conhecimento técnico, passou a ser consultado por outros sobre a
escrituração de suas transações. Supõe-se que a auditoria se estabeleceu
com profissão distinta da atividade contábil para um único usuário, no
momento em que o especialista em escrituração deixou de praticá-la para
prestar assessoria aos demais especialistas e mercadores, transformando-se
em consultor público liberal.
13
O berço da moderna auditoria foi à Inglaterra, que exportou para outros
países, inclusive para o Brasil, juntamente com seus investimentos,
principalmente, para a construção de estradas-de-ferro e outros serviços de
utilidade pública.
No Brasil
Não existem divulgações de pesquisas sobre os primórdios da auditoria
no Brasil, sendo somente certo que teve origem inglesa.
Sabe-se também que a recém extinta auditoria Arthur Andersen S/C e, a
atualmente denominada PriceWatershouseECoopers, já mantinham
estabelecidos no Rio de Janeiro com outras denominações, desde 1909 e
1915, respectivamente.
Apesar de formalmente organizada em 26 de março de 1957, quando
formado o Instituto de Contadores Públicos no Brasil, em São Paulo, a
auditoria foi oficialmente reconhecida apenas em 1968, por ato do Banco
Central do Brasil, Conselho Federal da Contabilidade e pela formação de um
órgão nacional para congregação e auto disciplinação dos profissionais, o
Instituto dos Auditores Independentes do Brasil.
14
CAPÍTULO II
O QUE É A AUDITORIA INTERNA
2.1 Conceito
Auditoria Interna é uma atividade de avaliação independente dentro de
uma organização para revisar as operações contábeis, financeiras e outras,
com a finalidade de prestar serviço à alta administração, minimizando os riscos
relativos à sua administração presente e futura, garantindo a perpetuação dos
negócios das organizações.
A Auditoria Interna foi criada e desenvolvida em conseqüência do
reconhecimento dos administradores em geral quanto aos benefícios de um
bom controle interno diante da crescente complexidade dos sistemas
operacionais das grandes empresas. A auditoria interna seria, portanto, uma
forma de controle sobre todos os outros controles internos de uma empresa.
A Auditoria Interna surgiu posteriormente à auditoria independente. Os
problemas de controle que o administrador encontrou com a expansão das
empresas, que passaram a empregar milhares de pessoas e a funcionar em
diversas localidades, exigiram o aparecimento do auditor interno. O
crescimento no volume das transações tornou-se um obstáculo econômico
para o emprego exclusivo da auditoria independente na forma tradicional. A
auditoria interna tem claras vantagens sobre a independente, pois o tempo
integral do auditor é dedicado ao serviço para uma só empresa, maior
conhecimento da auditoria interna quanto aos procedimentos específicos da
empresa e o trabalho realiza-se em base contínua em contraposição ao
trabalho de auditoria independente que é conduzido uma vez por ano e
durante um tempo limitado.
A auditoria surgiu então da necessidade de confirmação por parte dos
investidores e proprietários, dos valores retratados no patrimônio das
empresas que possuíam ou as que pretendiam realizar seus investimentos,
15
principalmente com o grande crescimento econômico-financeiro e com o
aparecimento das grandes empresas que são representadas em vários países.
Dessa especialização surgiu uma ramificação que foi chamada de
auditoria interna. A auditoria interna é a tarefa designada a avaliar de forma
independente, dentro de uma entidade, os controles contábeis, financeiros e
de outros tipos, no sentido de auxiliar a administração.
Conforme Almeida (1996), com a expansão dos negócios sentiu a
necessidade de dar maior atenção às normas ou aos procedimentos internos.
Isso decorreu do fato de que o administrador e, em alguns casos, o proprietário
da empresa, não poderia supervisionar pessoalmente todas as suas
atividades. No entanto, da nada valeria a implantação de quaisquer
procedimentos internos sem que houvesse um acompanhamento para verificar
se os mesmos eram seguidos pelos empregados da empresa.
Para atender à administração da empresa, foi necessária uma auditoria
mais periódica, com maior grau de profundidade, e que visasse, também, às
outras áreas não-relacionadas com a contabilidade, como sistema de controle
de controle de interno, administração de pessoal, etc.
O controle interno representa o conjunto de procedimentos, métodos ou
rotinas com os objetivos de proteger os ativos, para produzir dados confiáveis
e ajudar a administração na condução ordenada dos negócios da empresa.
A partir das necessidades mencionadas surgiu o auditor interno como
uma ramificação da profissão de auditor externo, e conseqüentemente, do
contador. O auditor interno é um empregado da empresa e, dentro de uma
organização, ele não deve estar subordinado àqueles cujos trabalhos
examinam. Além disso, o auditor interno não deve desenvolver atividades que
possa um dia examinar, como, por exemplo, desenvolver lançamentos
contábeis, para que não interfira em sua independência.
16
2.2 Tipos de auditorias
A Auditoria Interna vem rapidamente adquirindo, nos setores público e
privado, contornos bem mais amplos que o de simples técnica contábil
destinada à verificação da aderência dos demonstrativos contábeis aos
padrões oficiais de contabilidade. Ela mede quantitativa e qualitativamente
diferentes dimensões da realidade empresarial e governamental, bem como a
sua avaliação segundo critérios considerada relevantes pelas organizações
envolvidas no processo de auditoria.
Auditoria Operacional
É aquela definida como a análise da eficiência e eficácia das operações
das entidades públicas e privadas, tem tido uma tendência crescente, senão a
central, das atividades de controle governamental a níveis nacionais e
internacionais, tem por objetivo examinar a ação da entidade ou atividade
auditada quanto aos aspectos da economicidade (consiste em reduzir ao
mínimo o custo dos recursos utilizados para desempenhar uma atividade a um
nível de qualidade apropriado), eficiência (é a relação entre o produto –
expresso em bens, serviços ou outros resultados – e os recursos utilizados
para produzi-los) e eficácia (é medida em que atingem os objetivos e a relação
entre os resultados pretendidos e os resultados reais de uma atividade
(independendo assim dos custos incorridos), examinando como a entidade
adquire, protege e utiliza os seus recursos, as causas de práticas
antieconômicas e ineficientes, o cumprimento das metas previstas e a
obediência aos dispositivos legais aplicáveis aos aspectos de economicidade,
eficiência e eficácia da gestão. Consiste na avaliação sistemática dos
programas, projetos, atividades e sistemas).
Auditoria de Gestão
É o mais moderno tipo de auditoria que, dentre outros exames, avalia
sistemas, políticas, critérios e procedimentos utilizados pela Empresa, nas
suas áreas de planejamento estratégico e tático, auxiliando o processo
decisório.
17
Auditoria de Informática ou de Sistemas
Consiste na avaliação dos sistemas computadorizados, com ênfase
para a revisão nos controles dos órgãos de informática e trata das informações
sob responsabilidade dos usuários.
Auditoria de Complice
É aquela que verifica a conformidade dos procedimentos em relação a
padrões estabelecidos pela organização.
Auditoria de Fraude
São realizadas por demandas, suspeitas ou preocupação em relação a
um determinado fato.
A auditoria vem despertando amplo debate em todos os segmentos
deve ser considerado como um parceiro, uma ferramenta de apoio, da maior
valia, que pode auxiliar na busca da eficácia e eficiência e na identificação de
pontos que efetivamente fortaleçam os sistemas de controle interno, fazendo
com que sejam plenamente atingidos os objetivos de qualidade e produtividade
almejados pela empresa, tendo condições, revisando os controles internos e
dar à administração superior a certeza de que os sistemas estão operando de
forma correta e eficaz e, se for o caso, alertá-la quanto à necessidade de
ações de modo a melhor adequar os controles.
A auditoria interna, com um todo, precisa ter amplo, livre e irrestrito aceso a todas as atividades da empresa, registros, propriedades e pessoal, segundo, obviamente, os procedimentos instituídos em cada área. (ATTIE, 1992, p. 27).
18
CAPÍTULO III
FUNDAMENTOS DE AUDITORIA
A administração de uma sociedade tem o dever de apresentar
demonstrações contábeis e divulgações adequadas e esclarecedores à opinião
pública. O parecer dos auditores sobre esses demonstrativos é elemento
fundamental na extensão que se traduz em sinônimo de confiabilidade ás
informações prestadas.
Todos nós gostaríamos de saber, em alguma circunstância, as
informações sobre os recursos gerados e aplicados, o resultado operacional e
a variação patrimonial obedeceram a padrões usuais de medição. Se uma
empresa representa um conjunto de transações complexas que envolvem
aspectos operacionais, sociais e societários de várias grandezas, como saber
sobre os controles, as técnicas contábeis, os procedimentos tributários e a
obediência às normas regulamentadoras.
Neste espaço, a auditoria mostra sua importância. Valendo-se de
normas e padrões de natureza técnica e ética claramente determinada, a
auditoria independente torna-se elemento fundamental no sistema de
informações, medição de desempenho e prestação de contas da
administração. É preciso dirimir um mal entendido de uma vez por toda. A
auditoria não está para substituir a função da administração da empresa;
portanto, não deve prosperar o raciocínio de que se há uma estrutura
administrativa forte não é necessário o trabalho do auditor ou, contrario sensu,
a empresa tem auditor porque sua estrutura fraca.
O administrador deve promover sua execução para apresentar dados
informativos a preciso à disposição dos usuários e dos níveis decisórios. A
auditoria, por seu turno, procederá a uma avaliação independente sobre a
posição patrimonial e as informações financeiras
A auditoria guarda uma relação direta e acentuada com a sofisticação
dos negócios e com a estrutura societária. Conseqüentemente, o nível de
19
interesse em ter as demonstrações contábeis com parecer de auditores
depende do astral do empresário, do desenvolvimento do acionista, da
responsabilidade do administrador e do entusiasmo do funcionário; mas um
aspecto é fundamental: quando acompanhado do parecer dos auditores
independentes, o grau de confiabilidade é outro.
Um quadro sinóptico da visão da auditoria pode ser resumido assim:
Patrimônio da
entidade
Demonstrações e informações
financeiras
Contábeis Gerenciais Controles Financeiros
Auditoria
Atitude Mental Atitude Profissional Atitude Preventiva
Atitude Mental
A atividade da auditoria é fundamental crítica, voltada as regras em vigor
por força das normas implantadas para o controle do patrimônio, testando sua
atividade e cerceamento ás possibilidades de riscos e erros.
A ação da auditoria não pode se limitar aquilo que está registrado nos
livros oficiais, mas também aquilo que pode ter sido omitido nos registros
principais. Dependendo das circunstâncias vividas pelas empresas,
20
determinados dados podem ter sido omitidos propositadamente dos registros
principais que, e considerados, podem acabar transformando, por completo, a
situação patrimonial e financeira da empresa em exame.
Suponha, por exemplo, o caso de uma empresa de transporte que pode
ter perdido, por uma fatalidade, arte substancial dos equipamentos e veículos
de transporte. Muito embora possam existir adequadas apólices de seguro
sobre tais equipamentos, a continuidade operacional da organização pode ser
estar ameaçada, e, com isso, colocando em risco a própria relação de
continuidade da empresa (going concern).
A auditoria deve-se valer de todos os meios de prova que dispuser a seu
alcance para apurar a propriedade dos registros contábeis, mesmo que recorra
a provas externas, fora do setor ou da empresa em exame, até que sinta
plenamente satisfeita em suas convicções. Não pode existir, em nenhuma
circunstância, falta de comprovação e conclusão do trabalho de auditoria,
mesmo de elemento que dificulte a obtenção de prova e, com isto, seja
individualmente julgado como sendo desnecessário. Nesse caso, havendo
dificuldade ou inviabilização de elemento de prova, trata-se de elemento
impeditivo de opinião, uma vez que o trabalho do auditor é primado pela
factualidade.
Atitude Profissional
A atitude de auditoria, com vistas ao objeto em exame, reflete a
combinação de uma educação profissional adquirida com o conhecimento
técnico pelo estudo permanente de novas ferramentas de trabalho,
regulamentações, aprimoramento pessoal e pela experiência adquirida através
de trabalhos diferentes como uso do raciocínio e julgamentos,
complementados pela maturação pessoal dando-lhe capacitação mental e
intelectual para avaliar e concluir os dados em exame.
Atitude Preventiva
A auditoria deve primar pela construção de uma reputação proba,
alicerçada em padrões morais inatacáveis. A aposição da assinatura do auditor
21
no parecer de auditoria que acompanha as demonstrações financeiras implica
no exercício de uma atitude preventiva, de alguém com força moral suficiente
para poder dar credibilidade a elas e pode dizer, de forma clara e precisa, o
que precisa ser dito e qualquer circunstância.
Segundo Jund (2004, p.27) “Auditoria interna tem que ser parte da solução e
não mais parte do problema.”
Seu julgamento será a base para que outras pessoas exerçam seus
próprios julgamentos em relação às informações contidas nas demonstrações
financeiras, e daí seu comprometimento por ser um juiz de um lado com
provável atuando de forma capacitada e lícita na emissão de suas opiniões.
22
CAPÍTULO IV
FILOSOFIA DA AUDITORIA
A auditoria é uma atividade relativamente nova no Brasil; podemos até
dizer que, nesse momento, ela encontra-se no estagio inicial em termos de
técnicas, haja vista que as legislações especificam brasileiras vem abordando
superficialmente o assunto, sem definir de forma clara e precisa os
procedimentos que os profissionais da área deveriam adotar por ocasião das
auditorias das demonstrações financeiras e auditorias realizadas nas
empresas públicas.
É notório ouvirmos que o governo autorizou a realização de auditorias
em determinado ministério, cujas irregularidades são marcantes. Contudo, em
poucas situações se tem o retorno destes trabalhos. Nas empresas
multinacionais e nas grandes empresas, e justamente o contrario pouco se
divulgam os resultados de uma auditoria, pois seu objetivo e corrigir possíveis
falhas de controles, aplicações da lei, conde os envolvidos e os interessados
possam a cada dia confirmar na filosofia da empresa. Nos países em que a
importância da auditoria e reconhecida, há muitos anos existem comissões
permanentes especialmente criadas para emitir normas de auditoria, a medida
que novas circunstancias assim exigem, e também para modificar as antigas
normas, de modo a adaptá-las as novas situações do mercado.
A atividade de auditoria é bastante dinâmica e esta em permanente
mutação, o que requer maior atenção dos órgãos específicos ligados a essa
aérea, no sentido de padronizar e estabelecer os procedimentos, fortalecer o
sistema de auditoria e mercado de capitais, como conseqüência, dar maior
segurança para os investidores, notadamente os pequenos, nas companhias
de capital aberto.
Assim como, na conjuntura atual, a complexidade dos negócios, as
modificações freqüentes na legislação, as novas regras dos negócios em
função de índices inflacionários que flutuam dizem com que a sobrevivência e
o crescimento da empresa dependem muito do talento e da habilidade do
23
administrador em aceitar os desafios do dia a dia de suas atividades, da
mesma forma o auditor necessita de seu talento e de seu conhecimento para
julgar, de maneira independente, a credibilidade dos dados contábeis nas
demonstrações financeiras como fonte de informações para terceiros.
A filosofia da auditoria consiste em avaliar a política de sistema da
empresa em termos da adequação, comunicação, aplicação e controle, se é
necessária na situação, se contribui para atingir os objetivos da empresa, se
permite assegurar a correta utilização dos recursos da empresa, tanto de
natureza financeira, econômica e humana.
A base fundamental da auditoria esta ligada diretamente a contabilidade
que embora exerça o principal papel da empresa, no sentido de registrar e
informar os reflexos das transações nos aspectos econômico-financeiros,
muitas vezes é manipulado. Por interesse estranho ao objetivo maior da
empresa, visando a vantagens ilícitas ou malversação de recursos como
empréstimos, aprovação cadastral, financiamentos.
O papel primeiro do auditor não é detector fraudes, mas se no decurso
de seu trabalho ele as descobre; comunica através de seu relatório, os efeitos
correspondentes.
4.1 O Papel da Auditoria
As expectativas da economia alimentadas pelos bons sinais de acabar
com o processo hiperinflacionario quando os preços sobem acentuadamente e
as taxas de juros alcançam patamar jamais visto começam a desenhar uma
alternativa de estabilização: a urgente execução de um seria ajuste fiscal.
As tendências são visivelmente fortes. A política fiscal contracionista
deve desempenhar o papel tomado pela política monetária. Nesse sentido,
haverá cortes em despesas, já existem mais muitas opções para aumento de
receitas.
Nesse momento, os empresários necessitam do maior número possível
de informações claras e objetivas a respeito do desempenho de seu
empreendimento. É justamente neste ponto que a auditoria independente
assume importante papel auxiliando o empresário a escolher a melhor forma
24
de entrar no mercado, com o uso do trabalho de consultoria de reorganização
societária. A empresa, utilizando-se deste expediente, poderá revestir-se da
solidez necessária para o início da operação e, conseqüentemente, os
investidores terão a segurança necessária para aplicar seu material.
Neste caso, o auditor passa a ser tanto a empresa quanto aos
investidores, que por meio da análise das demonstrações financeiras,
devidamente acompanhadas do parecer do auditor independente, podem
eleger seguramente as empresas nas quais efetuarão aplicações de sua
poupança pessoal em ações.
Os auditores independentes assistem a partir de então a um
reconhecimento maior de sua função. Até algum tempo atrás, muitas empresas
consideravam a contratação de auditoria independente como um custo, nunca
como benefício. Cercados pela existência legal da contração dos auditores
(casos das companhias abertas entre outras), os empresários pressionadas
pela crise econômica viam-se obrigados a empregar capital numa atividade
que aparentemente não lhes traria nenhum beníficio.
Nada mais errado. O exame do auditor é um processo que leva,
empregando técnicas que lhe asseguram formar uma opinião sobre as
adequações das demonstrações financeiras (balanço patrimonial,
demonstração do resultado, entre outras) e que também incluem a
continuidade operacional da empresa. São trabalhos realizados nas áreas de
tesouraria, compras, vendas, custos de produção, fiscal, legal e contabilidade,
que permitem ao auditor opinar sobre a posição da empresa mediante parecer
sobre suas demonstrações financeiras para que essas sejam dignas de fé
pública.
A auditoria interna ganhou uma posição de destaque no processo de
gestão e desde então, passou a ser considerada mais e mais um grande
instrumento de apoio à tomada de decisão.
Seu trabalho, baseado em risos e processos, vem, aprimorado os
controles internos da empresas, e, em muitos casos, sistematizando a
25
atividade de controle interno em empresas que não tinha esta área como
prioritária.
As empresas, em sua maioria, ainda não estavam completamente
habituadas à metodologia de gerenciamento de riscos, e, muitas delas, estão
se valendo do trabalho da auditoria interna para dar inicio a esse processo.
Com o advento dos comitês de auditoria, os auditores efetivamente se
aproximaram ainda mais dos demais envolvidos na gestão e controle dos
negócios. Em grandes organizações o comitê é um importante instrumento de
gestão.
Os auditores internos, em muitas organizações, acabam por assumir
efetivamente, em outra fase da carreira, cargos executivos na alta
administração da empresa.
Segundo estudos feitos pelo Instituto dos Auditores Internos do Brasil -
AUDIBRA, o Brasil é um dos países com menor índice de auditores por
habitante. Esta realidade indica que há muito ainda o que fazer no nosso país
no sentido de ampliar este mercado, e colocar a competência e confiabilidade
dos auditores cada vez mais a serviço da gestão.
Isto se traduz num mercado de trabalho em franca expansão,
quantitativa e qualitativamente. A educação continuada, que consta das
normas de auditoria, é o fator decisivo para que os auditores ocupem este
espaço, valorizando mais e mais a carreira,
4.2 Planejamento das atividades
Considerando que a auditoria interna tem como uma das suas
responsabilidades examinar, atreves da realização de testes específicos, as
operações da empresa, suas atividades devem ser planejadas de modo a que
sua ação cubra direta ou indiretamente todas as transações realizadas num
período que poderá ser superior a um ano.
Esse planejamento deve ser subdividido por trabalho, para cada ano-
calendário, chegando-se assim, a um Plano Anual de auditoria, no qual serão
discriminados os trabalhos programados para área ou sistema, no corrente
26
ano. O planejamento anual de auditoria deve se detalhado nível mensal e
alocação de recursos.
Conforme Jund (2004, p.394) O plano anual de auditoria anual de
auditoria deve se basear, necessariamente, em uma visão abrangente da
organização. É preciso identificar operações que envolvam maior risco e áreas
reconhecidamente problemáticas, dando ênfase principalmente a esses
pontos, intensificando os exames e/ou ampliando o escopo
O conteúdo do plano anual de auditoria deve ser mantido em reserva,
considerando que as informações nele contidas são de interesse exclusivo da
auditoria interna e da alta administração.
Destaca-se, portanto, que a auditoria interna terá livre transito dentro da
organização, mantendo-se a prática da área a ser auditada, ser comunicada a
respeito quando do inicio dos trabalhos, através de seus principais executivos
Segundo Gass (2008) a auditoria interna pode ser considerada eficiente
se a execução de seu trabalho traz à tona recomendações ou observações
importantes sobre as atividades e controles gerais das organizações.
O desenvolvimento metódico do plano anual de auditoria deverá reduzir
as solicitações de trabalhos especiais, devendo, contudo, ser suficiente flexível
para atender a estas solicitações esporádicas, sem prejuízos da cobertura
básica estabelecidas
4.3 Necessidade de Técnica Profissional
Por meio da programação anual formalizada entre a auditoria interna, a
alta administração e o corpo gerencial, a auditoria assume uma
responsabilidade profissional de examinar as operações, transações, sistemas
de atividades da entidade O pressuposto, a partir dessa atribuição de
responsabilidade, é de que, a auditoria interna, como parte essencial que é do
sistema global de controle interno da organização, executará seu trabalho de
maneira capaz e competente, dentro da eficiência e eficácia requerida e possa,
assim, trazer ao conhecimento dos altos escalões e dos órgãos de
administração, um retrato fiel sobre o desempenho da entidade, seus
problemas, pontos críticos necessitando de providências e atuação, bem como
27
os acertos e desacertos organizacionais existentes, do processo decisório, do
planejamento, em todos os níveis e dos sistemas de controle internos.
Dado a importância, portanto, desse trabalho, essa informação da
auditoria necessita ser estruturada de uma forma tal que possa ser
reconhecida como documento formal, vinculado a auditoria interna à sua
autenticidade e responsabilidade pelo texto e informação ali contida.
O relatório é, portanto, o produto final do trabalho do auditor e pedra
angular para seu relacionamento técnico-profissional com a empresa, a alta
administração, e dependendo da situação, da própria comunidade. É pois, uma
documento técnico através doa qual uma situação específica, um problema,
uma posição, etc. são abordados com o objetivo de transmitir informações e,
quando necessário, oferecer uma opinião, recomendação ou sugestão de
modificação ou correção de rumos.
Por ser uma forma especializada de comunicação técnica empresarial, a
estruturação do relatório deve seguir determinadas regras e procedimentos
para torná-lo efetivo em relação aos seus objetivos básicos e documentar
adequadamente esse processo de inter-relacionamento da auditoria com os
órgãos de controle e a alta administração
4.4 Relatório de auditoria
O relatório de auditoria constitui a forma pela qual se leva à
administração o produto do trabalho do auditor. É através dele que a auditoria
evidencia o serviço realizado mostrando à organização suas idéias, pontos de
vista e sugestões que, uma vez implementados, constituem-se numa solidez
de controles.
Conforme Attie (1992, p.270), o relatório de auditoria é a oportunidade
que o auditor possui para chamar a atenção da administração sobre o trabalho
realizado. Considerando este aspecto de fundamental importância, o auditor
não deve considerá-lo como produto melancólico, mas como uma
oportunidade de mostrar à administração o que tem a oferecer para melhoria
da empresa.
28
Muitas vezes, o auditor pode, descuidadamente, desperdiçar a chance
de mostrar para a administração o que avaliou e o que avaliar; de explicar o
que a administração precisa saber e o que ela necessita fazer. É preciso tomar
precauções para atirar fora esta oportunidade, com enfoques inconvenientes;
referencia a pontos insignificantes; formato de relatório pouco atraente;
alegações que possam não resistir a uma simples contestação; conclusões
não assentadas em fatos a e apresentação de condições desfavoráveis sem
uma recomendação aceitavam.
O auditor deve olhar seu relatório da mesma forma que um vendedor vê
uma oportunidade de apresentar seu produto para o mais alto escalão de uma
empresa, qual seja, como uma abertura para uma promoção de venda bem
realizada, testada e concebida. Nesta linha, o relatório de auditoria tem duas
funções: primeiro comunicar; segundo persuadir , quando necessário, causar
tomada de ações corretivas
As observações e a opinião do auditor são importantes para a
administração. Suas conclusões objetivas e imparciais podem facilmente levar
tranqüilidade ao administrador sobre o bom funcionamento das atividades, e
suas recomendações podem alertar sobre matérias que necessitem de
melhorias.
Todavia, a administração deve e precisa ler o relatório. Para a
comunicação ser efetiva, os canais devem ser claros, e os meios devem ser
incisivos e facilmente compreendidos. Quando a administração da empresa
concede uma oportunidade ao auditor, cabe a ele não esquecer que é um
vendedor e não desperdiçar a chance obtida. Assim, deve ser persuasivo, usar
técnicas de motivação e de estilo, desprezar o que é imaterial e,
engenhosamente, traduzira técnica em material acessível ao entendimento da
administração, apontando a necessidade da tomada de ação corretiva, e as
conseqüências se esta não for tomada. A administração poderá, a partir daí,
começar a apreciar a significância do produto da auditoria e verificar os
resultados que ele poderá obter. A administração pode, com isso, aprender a
aceitar a precisão, a objetividade e o bom-senso do auditor, a partir de antão,
transformar os relatórios de auditoria em necessidade
29
4.5 O processo de elaboração do relatório de auditoria
A redação do relatório é essencialmente um problema de comunicação,
de transmissão de informações e idéias a terceiros. O auditor que elabora um
relatório tem uma mensagem a transmitir àqueles que desejarem lê-lo; assim
sendo, necessita dirigi-lo da maneira que melhor transmita essa mensagem,
levando-se sempre em consideração a dificuldades das informações a serem
colocadas, assim como conhecimento e a capacidade dos seus possíveis
leitores.
De forma geral, relatório de auditoria está relacionado com uma das três
espécies de informações, a saber:
a) tratar da natureza do exame sobre o qual se baseia;
b) oferecer sugestões para aperfeiçoamento do controle interno ou de
procedimentos operacionais; e
c) explicar a importância de fatos ou valores observados durante o
curso do trabalho
Todos esses aspectos são de natureza técnica e seria impossível
explicá-los de forma tão simples que alguém sem conhecimento de negócios
pudesse compreendê-los integralmente. Portanto, ao redigir o relatório, o
auditor deve presumir que seus leitores tenham algum conhecimento básico de
operações comerciais, demos trações financeiras e, em particular, do assunto
em discussão. Isto não quer dizer que o redator do relatório possa presumir
amplo conhecimento técnico por parte dos seus leitores. Por outro lado, ele
também não deve redigir seus relatórios com a idéia de que os leitores nada
entendem do assunto em pauta
Ao redigir o relatório, o auditor deve considerar, na medida da sua
capacidade, a razoabilidade entre os dois extremos citados, assim como não
deve tratar de forma tão simples a sua mensagem, a ponto de esvaziá-la
O relatório de auditoria deve apresentar redação técnica em sua melhor
forma. Como redação técnica, o relatório deve ser claro, moderado nas
afirmações e distinguir claramente fatos de opiniões.
30
Muito do que o auditor relata sãos fatos verificados e observados
durante o transcorrer do seu trabalho, os quais devem ser apresentados como
são. Por outro lado, o auditor também deve manifestar sua opinião sobre
certos assuntos
Sempre que o auditor incluir em seu relatório, assunto que represente
opinião, em vez de matéria de fato, a redação deve indicar isso claramente.
Nesse sentido, as expressões ‘em nossa opinião’, ‘portanto’, ‘recomendamos’,
‘sugerimos’, bem como outras semelhantes são úteis como indicação ao leitor
de que o auditor está opinando em sua apresentação, além dos fatos
verificados.
31
CAPÍTULO V
AS ATRIBUIÇÕES DA AUDITORIA INTERNA
5.1 São atribuições da auditoria interna:
Conforme o Instituto AUDIBRA, as atribuições da auditoria interna são:
a) examinar, com inteira liberdade de acesso, procedimentos, registros,
arquivos, documentos, dados, funções e atividades desenvolvidas pela
Companhia, objetivando verificar o cumprimento das diretrizes, atos
normativos internos e externos, legislação vigente, bem como avaliar a
adequação dos métodos e dos controles aplicados;
c) elaborar, anualmente, e submeter à aprovação superior, a relação dos
órgãos, funções e atividades a serem auditadas e efetuar a
programação decorrente, atendendo aos requisitos da legislação;
d) aferir o grau de fidelidade e exatidão dos registros contábeis,
extracontábeis e fiscais da companhia;
e) analisar com os órgãos auditados as não conformidades constatadas e
emitir, quando for o caso, relatórios com recomendações e providências
a serem adotadas;
f) informar aos órgãos especializados, em decorrência dos exames de
auditoria, os problemas da inadequação ou inexistência de atos
normativos reguladores das funções e atividades da companhia, bem
como recomendar às áreas auditadas que os problemas oriundos de
interpretação sejam apresentados àqueles órgãos;
g) participar dos trabalhos de criação ou revisão de atos normativos e
implantação de novas funções ou aperfeiçoamento das existentes,
objetivando a adequação dos mesmos aos controles a serem aplicados;
32
h) acompanhar os assuntos pendentes de solução, objeto de auditorias
realizadas, constantes de Relatório de Auditoria;
i) realizar trabalhos especiais de auditoria determinados pela Alta
Administração da Companhia, não prevista na programação anual;
j) acompanhar as providências referentes às recomendações emitidas
pela auditoria externa às áreas envolvidas, elaborando relatório
conclusivo para os administradores da empresa;
k) prestar apoio técnico à Auditoria Externa na consecução de seus
objetivos.
5.2 Objetivos da auditoria interna
O objetivo principal é assessorar no desempenho efetivo de suas
funções e responsabilidades, avaliando se a organização, departamento,
atividades sistemas, funções, operações e programas auditados estão
atingindo os objetivos organizacionais e gerenciais com eficiência, eficácia e
economicidade, na obtenção e utilização dos recursos (financeiros, materiais
humanos e tecnológicos), bem como em observância às leis regulamentos
aplicáveis e com devida segurança.
Esse objetivo geral pode ser desdobrado em diversos outros objetivos
específicos, dentro do mesmo escopo, como por exemplo:
ü avaliação dos controles gerenciais internos quanto à sua
adequação e eficácia;
ü identificação das falhas e irregularidades no ciclo operacional;
ü avaliação do desempenho do setor auditado e do seu ciclo
operacional;
ü aderência das ações operacionais administrativas às política,
plano e diretrizes;
ü verificação das causa de ineficiência ou desperdícios.
33
Para entendimento sobre economicidade, eficiência e eficácia, temos
o seguinte:
Economicidade: é o grau em que uma organização, programa
processo, projeto, operação, atividade, função ou sistema minimiza o
custo dos recursos humanos, financeiros e materiais, adquiridos ou
utilizados, tendo em conta a qualidade e a quantidade apropriada, ou
seja, é a prática por parte da gerência da virtudes das poupanças e
boa economia doméstica (gastando menos);
Eficiência: é a relação entre os produtos, bens e serviços
produzidos ou outros resultados atingidos por uma unidade ou
entidade econômica, tendo em conta a quantidade e qualidade
apropriada e os recurso utilizados para produzi-los ou atingi-los,
menor custo, maior velocidade, melhor qualidade;
Economicidade: é o grau que uma organização, programa,
processo, projeto, operação, atividade, função ou sistema atinge os
objetivos da política, as meta operativas estabelecidas outros
resultados e efeitos previstos.
34
CAPÍTULO VI
NATUREZA DA AUDITORIA
Em geral, a auditoria procura determinar se as demonstrações e
respectivos registros contábeis de uma empresa ou entidade merecem ou não
confiança, isto é, a auditoria é um espaço para verificar se s demonstrações
contábeis realmente refletem, ou não, a situação patrimonial, assim como os
resultados das operações da empresa ou entidade que está sendo examinada.
Deve-se reconhecer que o que se entendo por demonstrações contábeis
é uma série de afirmações ou demonstrações, apresentadas como verdadeiras
pela administração da empresa que as emite. O auditor revisa tais afirmações
de forma critica e, quando completa essa revisão, emite um relatório em
separado, no qual dá seu próprio parecer quanto à fidelidade das
demonstrações feitas pela administração. Como auditor, ele não é responsável
pelas demonstrações contábeis em si. Pode dar a administração sugestões
relacionada com as demonstrações contábeis, no que tange a sua forma,
conteúdo etc. Contudo, cabe à administração aceitar ou não as sugestões. Em
última análise, o auditor é responsável apenas por seu próprio parecer sobre
as demonstrações, elaboradas pela administração, refletirem, ou não,
adequadamente, os fenômenos patrimoniais que elas objetivam refletir.
O objeto da auditoria é o conjunto de todos os elementos de controle do
patrimônio administrativo, os quais compreendem registros contábeis, papéis,
documentos, fichas, arquivos e anotações que comprovem a legitimidade dos
atos da administração, bem como sua sinceridade na defesa dos interesse
patrimoniais. A auditoria pode ter por objeto, inclusive, fatos não registrados
documentalmente, mas relatados por aqueles que exercem atividades
relacionadas com o patrimônio administrado, cujas informações merecem
confiança desde que posa ser administradas como seguras pelas evidências
ou por indícios convincentes.
Segundo Attie (1998), a auditoria, inclusive, basear-se em informações
obtidas fora da empresa, tais como relativas à confirmação de contas de
35
terceiros e de saldos bancários, por exemplo. As informações obtidas de fontes
externas geralmente oferecem melhores características de credibilidade do que
aquelas obtidas geralmente dentro da própria entidade auditada.
Sobre esse objeto a auditoria exerce sua ação preventiva, saneadora e
moralizadora, para confirmar a veracidade dos registros e a confiabilidade dos
comprovantes, com o fim de opina sobre a adequação das situações e
informações contidas nas demonstrações contábeis, na salvaguarda dos
direitos dos proprietários, dos financiadores do patrimônio, do próprio fisco e,
até da sociedade em geral.
36
CAPÍTULO VII
AUDITORIA INTERNA E EXTERNA
Existem dois tipos de auditorias: INTERNA e EXTERNA – ambas estão
voltadas para o controle interno das organizações como ponto inicial de seus
exames e produzem sugestões de melhorias para as falhas/deficiências
detectadas
COMPARAÇÃO ENTRE AUDITORIA INTERNA E AUDITORIA EXTERNA
(Extraído de apostila do curso no AUDIBRA, 2008)
ITENS AUDITORIA INTERNA AUDITORIA EXTERNA
1. OBJETIVO
Assessorar a administração
da empresa no efetivo
desempenho de sua
função.
Opinar sobre as
demonstrações
financeiras.
2. PROFISSIONAL
Há relação de dependência
com responsabilidades
trabalhistas entre as partes.
Independente de
responsabilidade civil e
contratação por período
predeterminado.
3. EXISTÊNCIA Facultativa Obrigatória em
determinadas empresas.
4. A QUEM INTERESSA A empresa ou organização
Empresa, órgão
governamentais, credores
e investidores em geral.
5. PRODUTO FINAL
Relatório de constatações,
com encaminhamento de
soluções aos diversos
níveis das organizações.
Parecer sobre
demonstrações financeiras
e Relatórios sobre o
sistema de Controle
Interno.
37
Auditoria Externa
É um exame independente, objectivo e competente de um conjunto de
demonstrações financeiras de uma entidade, sendo conduzido com o objectivo
de exprimir uma opinião sobre se as Demonstrações Financeiras apresentam
de forma verdadeira e apropriada a posição financeira da empresa.
Auditoria Interna
Inicialmente, a auditoria interna tinha como funções principais a
salvaguarda dos activos das empresas e a verificação do cumprimento dos
procedimentos e regras estabelecidos pelos gestores.
Como se sabe uma das principais funções da gestão reside na
implementação de um adequado sistema de controle interno cujos principais
objectivos consistem em assegurar:
ü a confiança e a integridade da informação;
ü o cumprimento das políticas e da legislação aplicável;
ü a custódia dos activos;
ü a utilização econômica e eficiente dos recursos;
ü a realização dos objectivos fixados.
Neste sentido, auditoria interna é definida como uma técnica de controle
de gestão que, mediante a análise, verificação e avaliação independente das
actividades da empresa, e da eficácia e conformidade do funcionamento das
demais técnicas do controlo, têm em vista auxiliar os gestores e os demais
serviços no desempenho das suas funções e responsabilidades.
Segundo Attie (1992), a função da auditoria interna repousa em
atividades detalhadas da empresa, relacionadas, de maneira intensa, com o
andamento de cada função, área, departamento, setor e operação.
38
A auditoria interna, por orientação gerencial da alta administração da
empresa, tem de examinar cada ramificação e os segmentos, em períodos
regulares de tempo, para observar a aderência às políticas, à legislação, à
eficiência operacional e aos aspectos tradicionais de controle e salvaguarda da
empresa.
Apesar de ambas as funções de auditoria cobrir algumas atividades
similares, a ênfase e a forma de abordá-las variam, a auditoria externa tem
como objetivo a revisão global das atividades, de maneira menos detalhada.
A auditoria externa não elimina a necessidade da auditoria interna,
porque a auditoria interna da organização auditada possibilita maior segurança
ao auditor independente, evitando a duplicidade de trabalho e reduzindo os
custos de ambas as partes, uma vez que a qualidade dos trabalhos praticados
assim indique, e permite a identificação e resolução antecipada de problemas
que só são solucionados no último instante.
Assim, cabe ao auditor interno assegurar o cumprimento dos objetivos
da administração pelo que, neste contexto, deve exercer as suas funções de
forma independente dos serviços que audita.
39
CONCLUSÃO
Neste trabalho, procurou-se mostrar a importância da auditoria interna
dentro das organizações, frente a uma nova realidade de um ambiente
globalizado, sua contribuição significativa para a gestão eficaz dos negócios.
Ficou claro que a auditoria desempenha papel de grande relevância,
que ajuda a eliminar desperdício, simplificar tarefas, servir de ferramenta de
apoio à gestão e transmitir informações aos administradores sobre o
desenvolvimento da atividade executadas.
É também de suma importância o papel da auditoria em é trazer
benefícios à empresa com um melhor controle de seu patrimônio, procurando
reduzir a ineficiência, negligência, incapacidade etc. Com esse braço de
controle administrativo a empresa se beneficia dos diagnósticos, quanto à
obediência as normas e procedimentos internos, possíveis áreas de risco,
possibilitando a tomada de decisões necessárias. Portanto, essa ferramenta
tão preciosa que é a auditoria interna, proporciona maior segurança ao
funcionamento correto das operações.
Nas organizações a auditoria interna deve ser de um "agente visionário",
com atitudes e idéias voltadas para alavancar resultados, e não somente
exercer atividades de controles internos.
O profissional desta área deve estar permanentemente atualizado,
através de estudos contínuos, adequando-se e adaptando-se às novas
exigências do mercado.
Conclui-se, através da pesquisa realizada neste trabalho, que a auditoria
interna passou a ser nos dias atuais importante aliado da alta administração,
assegurando que os controles internos e rotinas de trabalho estejam sendo
habilmente executados e que os dados contábeis, patrimoniais e financeiros
merecem confiança.
40
BIBLIOGRAFIA
ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: Um Curso Moderno e Completo. São Paulo: Atlas: 1996.
ATTIE, Willian. Auditoria Interna. São Paulo: Atlas, 1992.
. - Conceitos e Aplicações. São Paulo: Atlas, 1998.
AUDIBRA – Procedimentos de Auditoria Interna, Rio de Janeiro: Livro 2, 1998.
. - Apostila – Curso de Formação de Auditores – CFAU, Rio de Janeiro: 2008
GASS, Armando. Papel da auditoria Interna. São Paulo: Atlas, 2008.
JUND, Sergio Lopes. Auditoria: Conceitos, Normas, Técnicas e Procedimentos. Rio de Janeiro: Impetus, 2004.
MAESTA, Vitor Paulo. A importância da auditoria interna nas organizações. São Paulo: Atlas, 2008.
MARTINS, Isabel Georgina Morais, Auditoria Interna – Função e Processo. São Paulo: Áreas, 1998.
SÁ, Antonio Lopes de. Curso de Auditoria. São Paulo: Atlas, 1998.
41
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
A HISTÓRIA DA AUDITORIA 10
1.1 - Evolução histórica da auditoria 10
1.2 - Um breve histórico 12
CAPÍTULO II
O QUE É AUDITORIA INTERNA 14
2.1 - Conceito 14
2.2 - Tipos de auditorias 16
CAPÍTULO III
FUNDAMENTOS DA AUDITORIA 18
CAPÍTULO IV
FILOSOFIA DA AUDITORIA 22
4.1 - O papel da auditoria 23
4.2 – Planejamento das atividades 25
4.3 - Necessidade de técnica profissional 26
4.4 – Relatório de auditoria 27
4.5 – O processo de elaboração do relatório de auditoria 29
CAPÍTULO V
AS ATRIBUIÇÕES DA AUDITORIA INTERNA 31
5.1 – São atribuições da auditoria interna 31
5.2 – Objetivos da auditoria interna 32
42
CAPÍTULO VI
NATUREZA DA AUDITORIA 34
CAPÍTULO VII
AUDITORIA INTERNA X AUDITORIA EXTERNA 36
CONCLUSÃO 39
BIBLIOGRAFIA 40
ÍNDICE 41
FOLHA DE AVALIAÇÃO 43
43
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
Título da Monografia: O Papel da Auditoria Interna dentro de uma
organização
Autor: HEDIO CONRADO
Data da entrega: 20 / 07 / 2009
Avaliado por: Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço Conceito: