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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO FINANÇAS E GESTÃO CORPORATIVA FACULDADE INTEGRADA AVM AS INFORMAÇÕES GERENCIAIS E FINANCEIRAS COMO FERRAMENTA DE APOIO À TOMADA DE DECISÃO Por: Liliane Rodrigues da Silva Orientador Profª. Luciana Madeira Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO FINANÇAS E GESTÃO CORPORATIVA

FACULDADE INTEGRADA AVM

AS INFORMAÇÕES GERENCIAIS E FINANCEIRAS COMO FERRAMENTA DE

APOIO À TOMADA DE DECISÃO

Por: Liliane Rodrigues da Silva

Orientador

Profª. Luciana Madeira

Rio de Janeiro

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO FINANÇAS E GESTÃO CORPORATIVA

FACULDADE INTEGRADA AVM

AS INFORMAÇÕES GERENCIAIS E FINANCEIRAS COMO FERRAMENTA DE

APOIO À TOMADA DE DECISÃO

Apresentação de monografia à Universidade Candido

Mendes como requisito parcial para obtenção do grau

de especialista em Gestão e Finanças.

Por: Liliane Rodrigues da Silva

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AGRADECIMENTOS

... a família, aos amigos e professores.

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DEDICATÓRIA

Dedico a minha família por ter me dado a

oportunidade de realizar este sonho e por

me ajudar e incentivar.

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RESUMO

Os instrumentos utilizados pelo profissional contábil no auxílio à administração consistem em: escrituração, demonstrações contábeis, auditoria e análise de balanços contábeis, que se referem ao registro das negociações da Empresa e à organização dos fatos relevantes em forma de demonstrações contábeis que refletem através de análise de resultados, o patrimônio da Empresa. O presente estudo pretende demonstrar a importância do planejamento financeiro e da gestão orçamentária para a sustentabilidade empresarial, pois o planejamento financeiro e o orçamento empresarial, realizados de forma eficaz gera segurança, reduz riscos na tomada de decisões e viabiliza melhores resultados na utilização dos recursos da empresa e dos investimentos. Foi visto que o administrador deve tomar suas decisões com base nos demonstrativos de fluxo de caixa face essas demonstrações refletir a realidade financeira da empresa em quanto que os relatórios contábeis sofreram ajustes para atender as necessidades do fisco, com isso suas informações se tornam irreais, entretanto mesmo que a empresa obtenha lucro contábil não implica que a situação financeira está saudável, por que não está gerando caixa, portanto uma empresa perde a sua continuidade não por falta de lucro mas sim face a falta de caixa. Nesse sentido, concluiu-se que o profissional contábil pode auxiliar na transformação desse cenário utilizando-se de seus conhecimentos, haja vista que o contador possui conhecimentos financeiros aprofundados sobre a realidade do mercado externo e interno, possuindo, desta maneira, maior capacidade para interpretar determinadas situações e auxiliar na tomada de decisões, situações estas, em que o empresário sozinho, na maioria das vezes não encontra-se apto a decidir sozinho, sem o auxílio de um profissional especializado. Palavras-chave: Contabilidade gerencial; Planejamento; Orçamento; Fluxo de caixa.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 8

1 CONTABILIDADE GERENCIAL ............................................................................ 11

1.1 Contabilidade: considerações gerais ................................................................... 11

1.2 Contabilidade Gerencial ...................................................................................... 14

1.3 Decisões gerenciais ............................................................................................ 18

1.4 Planejamento estratégico .................................................................................... 22

2 A CONTABILIDADE E A GESTÃO ORÇAMENTÁRIA ......................................... 28

2.1 Tipos de orçamento ............................................................................................. 33

2.2 Componentes do orçamento ............................................................................... 34

2.3 Os princípios do orçamento ................................................................................. 36

2.4 Fatores que influenciam o orçamento ................................................................. 38

2.5 A Organização do Orçamento ............................................................................. 39

2.6 Etapas do Processo Orçamentário ...................................................................... 40

2.7 Avaliação, Aprovação e Divulgação do Orçamento ............................................ 43

2.8 Vantagens e Limitações do Orçamento .............................................................. 44

3 OS CONTROLES FINANCEIROS: A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DO CAIXA . 46

CONCLUSÃO ........................................................................................................... 61

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 64

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QUADROS E FIGURAS

Figura 1 – Níveis de Decisões e tipos de Planejamento........................................23

Figura 2 – O Processo de Planejamento Estratégico de Negócios..................................25

Figura 3 - Componentes do sistema orçamentário e sua seqüência......................35

Figura 4 – Visão Geral do Processo orçamentário.................................................42

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INTRODUÇÃO

A Contabilidade, inserida no processo de gestão organizacional e

controle orçamentário, passa a ser instrumento integrante e fundamental nas

tomadas de decisão.

Infere-se, então que sendo a contabilidade mantida em função das

entidades, seu exercício tem o objetivo de atender às necessidades das mesmas,

viabilizando que a empresa se mantenha viva e em pleno funcionamento. Desta

forma, o contador existe para gerenciar o patrimônio da empresa, a fim de que

esta prospere (FIGUEIREDO; CAGGIANO, 2004).

Os instrumentos utilizados pelo profissional contábil no auxílio à

administração consistem em: escrituração, demonstrações contábeis, auditoria e

análise de balanços contábeis, que se referem ao registro das negociações da

Empresa e à organização dos fatos relevantes em forma de demonstrações

contábeis que refletem através de análise de resultados, o patrimônio da Empresa

(FIGUEIREDO; CAGGIANO, 2004).

Nesse sentido, questiona-se: qual a importância do planejamento

financeiro e do orçamento para a sustentabilidade empresarial?

A contabilidade não pode ser vista como área desvinculada da

administração, devendo ser compreendida como uma aliada da gestão,

principalmente em âmbito estratégico (CREPALDI, 2004).

As organizações, objetivando administrar seus negócios precisam de

informações gerenciais e financeiras para lhes apoiar na tomada de decisão.

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Acredita-se que a Contabilidade, considerada como a ciência responsável pelo

controle do patrimônio das organizações, consiste na fonte geradora de dados e

informações essenciais que sustentam a Administração das Empresas em suas

decisões e planejamentos estratégicos.

Feitas estas considerações iniciais, o presente estudo pretende

demonstrar a importância do planejamento financeiro e da gestão orçamentária

para a sustentabilidade empresarial. Pretende, ainda analisar a importância do

contador na gestão empresarial; analisar a importância da contabilidade para a

gestão orçamentária; demonstrar a importância dos controles financeiros,

priorizando a análise do fluxo de caixa; e discorrer sobre o planejamento financeiro

e o orçamento empresarial.

A presente pesquisa teórica empregará o método bibliográfico, através

da pesquisa a artigos de revista e da Internet, bem como livros pertinentes à

temática abordada.

Para que empresas sejam bem sucedidas, torna-se fundamental que a

administração realize adequado planejamento para conseguir que as pessoas

componentes da organização desempenhem atividades condizentes com os

objetivos dos gestores. O alcance do alvo desejado é exposto por meio da

comparação dos resultados alcançados e os pretendidos, possibilitados por

processos de controle. Contudo, controle e autonomia são conceitos conflitantes e

a escolha do modelo de gestão determina a melhor solução entre eles.

Nesse contexto, sendo imprescindível a duas funções organizacionais

essenciais ao gestor, o planejamento e o controle, emerge o orçamento como

artefato contábil, que possibilita o direcionamento dos objetivos de longo prazo em

um período de curto prazo, revelando a missão da empresa nos níveis táticos e

operacionais. Devido à sua importância, necessário se faz conhecer seu conceito,

etapas e atributos do sistema orçamentário, que serão expostos na seqüência.

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O estudo se faz relevante, pois o planejamento financeiro e o orçamento

empresarial, realizados de forma eficaz gera segurança, reduz riscos na tomada

de decisões e viabiliza melhores resultados na utilização dos recursos da empresa

e dos investimentos.

Assim pretende-se contribuir para que os profissionais contábeis

entendam que o conhecimento vai além de processamento e armazenamento de

dados e informações. Acredita-se que nas empresas contábeis ele se restrinja à

geração de relatórios padrões, personalizados para cada cliente. Nesse sentido,

os profissionais do conhecimento são os que elaboram, organizam, aprendem e

processam informações continuamente.

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1 CONTABILIDADE GERENCIAL

O ponto de partida para a revisão teórica é a importância do

cumprimento dos objetivos empresariais por parte dos administradores. Esses

gestores são chamados a decidir sobre as metas para alcançar os objetivos e

elaborar planos (estratégicos e orçamentários) sobre como as metas serão

atingidas, cuja finalidade deveria ser a garantia do aumento da riqueza dos

investidores e, conseqüentemente, da continuidade da empresa.

Após a execução, é necessário também que haja controle gerencial

para se verificar se as decisões tomadas foram cumpridas e, assim, podem levar a

se tomarem novas decisões (ANTHONY; GOVINDARAJAN, 2001, p. 34).

Para auxiliar o processo de tomada de decisões, os gestores

necessitam de um sistema que disponibilize informações gerenciais em tempo,

incluindo contabilidade, custos e orçamento (FIGUEIREDO; CAGGIANO, 2004, p.

36).

Neste contexto, surge a necessidade da elaboração do orçamento

empresarial, como parte integrante do sistema de informação contábil-gerencial,

que poderia atuar como uma ferramenta de apoio à tomada de decisões e ao

controle gerencial.

1.1 Contabilidade: considerações gerais

A situação econômico-financeira do mundo atual anda muito instável. As

empresas não conseguem prever as mudanças que ocorrem, o imediatismo

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impulsionado pela Globalização, as guerras no oriente médio e as inesperadas

condições climáticas, tem causado uma significante instabilidade.

Com isto as organizações têm se utilizado de uma ferramenta que as

auxiliam a sobreviver e a obter sucesso através de informações precisas que esta

fornece, por certo estamos falando da Contabilidade.

O Professor Franco a conceituou de forma que consideramos a mais

completa:

Contabilidade é a ciência que estuda os fenômenos ocorridos no patrimônio das entidades, mediante o registro, a classificação, a demonstração expositiva, a análise e a interpretação desses fatos, com o fim de oferecer informações e orientação – necessária à tomada de decisões – sobre a composição do patrimônio, duas variações e o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial (FRANCO, 1997, p.21).

De acordo com Franco (1997, p.20) o Patrimônio é o objeto da

Contabilidade e o seu campo de aplicação é o das entidades econômico-

administrativas possuindo ou não fins lucrativos. Assim, a Contabilidade busca

demonstrar de maneira ordenada todo o histórico da atividade da organização,

para que esta possa interpretar os resultados e produzir informações precisas

para tomada de decisão.

O Patrimônio é um conjunto de bens, direitos e obrigações vinculados à entidade econômico-administrativa, e constitui um meio indispensável para que esta realize seus objetivos. Para alcançá-los, a administração da entidade pratica atos de natureza econômica e financeira, produzindo variações aumentativas e diminutivas na riqueza patrimonial (FRANCO, 1997, p.21).

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O Patrimônio está compreendido em Ativo e Passivo. No Ativo temos os

bens e os direitos e o Passivo é representado pelas obrigações da organização.

O profissional contábil administra o patrimônio de uma empresa de

diversas formas: através do acompanhamento das atividades realizadas, coleta e

processando de dados, criação de informações administrativas, interpretação de

informações variadas e, principalmente, uso de informações coletadas na

administração das atividades da empresa. A importância do profissional contábil

nas organizações é tão grande que muitos são os achados literários que dispõem

sobre o tema.

De acordo com Franco (1997, p.21):

A finalidade da contabilidade é garantir o controle do patrimônio administrativo, fornecendo informações e orientações – necessárias à tomada de decisões – sobre a composição e as variações patrimoniais, bem como sobre o resultado das atividades econômicas desenvolvidas pela entidade para alcançar seus fins, que podem ser lucrativos ou meramente ideais (sociais, culturais, esportivos, beneficentes ou outros).

A deliberação 29/86 da Comissão de Valores Mobiliários aprovou a

estrutura conceitual básica das Ciências Contábeis, desenvolvida pela Fundação

Instituto de Pesquisas Avançadas em Contabilidade Atuária e Finanças

(FIPECAFI), tendo sido objeto do Pronunciamento 36/86 do Instituto Brasileiro de

Contadores, abordando os objetivos e finalidades da contabilidade da maneira

como encontra-se explicitadas a seguir:

A Contabilidade é, objetivamente, um sistema de informação e avaliação destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à entidade objeto de contabilização... Compreende-se por sistema de informação um conjunto articulado de dados, técnicas de acumulação,

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ajustes e editagens de relatórios [...] Para as finalidades deste trabalho, escolhemos como usuário preferencial o externo à entidade [...]

Entende-se, desta forma que o objetivo do profissional contábil não é

simplesmente dispor de um sistema de informação, mas utilizá-lo de forma eficaz

na administração do patrimônio. Assim, a contabilidade administra o patrimônio da

empresa e nesta atividade necessita de informações consistentes sobre o mesmo.

Estas informações podem ser obtidas através de um sistema de informações

contábeis, que a seu turno deverá estar adequado para atender às necessidades

que eventualmente surjam no processo administrativo.

Verifica-se também que a Contabilidade desempenha importante papel

na gestão orçamentária. O orçamento se constitui num instrumento de grande

valia no apoio à gestão empresarial. Embora se constitua numa ferramenta

gerencial, muitos administradores, especialmente aqueles que ainda não

experimentaram a técnica orçamentária, ignoram seus benefícios.

Esta questão será analisada detalhadamente a seguir.

1.2 Contabilidade Gerencial

Entende-se que a Contabilidade Gerencial é responsável pelo

planejamento e análise gerencial que permite a avaliação constante da situação

econômica e financeira da empresa.

A função da Contabilidade Gerencial é adicionar valor, este ligado ao

processo administrativo, e gerar lucro para o acionista ou proprietário (CREPALDI,

2004).

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As informações obtidas pela Contabilidade Gerencial devem ser

relevantes e a tempo, facilitando, assim, o controle e avaliação dos fatos

ocorridos, acompanhados sempre de uma orientação ampla, avaliando-se os

resultados reais.

A Contabilidade Gerencial é o ramo da Contabilidade que tem por objetivo fornecer instrumentos aos administradores de empresas que os auxiliem em suas funções gerenciais. È voltada para a melhor utilização dos recursos econômicos da empresa, através de um adequado controle dos insumos efetuado por um sistema de informação gerência (CREPALDI, 2004, p.20).

A Contabilidade Gerencial é um ramo da contabilidade que objetiva

auxiliar o gestor na tomada de decisão, preparando relatórios para a

administração e outros cargos dentro da empresa.

Deve a Contabilidade Gerencial ser transformada para o administrador

num instrumento gerencial. Para isso, é preciso que todos os departamentos da

organização estejam unidos. Assim darão oportunidade para os departamentos

em conjunto criarem, um sistema de informação gerencial para empresa, com

funcionalidade e características que atendam as necessidades do administrador,

para que este possa gerenciar sua empresa através das informações contábeis

geradas pelos sistemas de informações criados pelos departamentos (CREPALDI,

2004).

A Contabilidade é o grande instrumento que auxilia a administração a

tomar decisões. Na verdade, ela coleta todos os dados econômicos, avaliando-os

monetariamente, registrando-os e sumarizando-os em forma de relatórios ou de

comunicados, que contribuem para a tomada de decisões (PADOVEZE, 2000).

Segundo Padoveze (2000, p.89), “a Contabilidade é a linguagem dos

negócios. Mede os resultados das empresas, avalia o desempenho dos negócios,

dando diretrizes para tomadas de decisões”.

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Este estudo está ambientado na perspectiva de que a obtenção

consistente de resultados organizacionais positivos implica na identificação e,

principalmente, controle analítico de dois conjuntos de variáveis: as receitas e as

despesas.

O resultado positivo ocorre quando o somatório das receitas é superior

ao somatório das despesas, considerando determinado período de análise.

Acumular resultados positivos crescentes é a maneira, por assim dizer, “natural”

para o desenvolvimento e continuidade de qualquer organização que manuseia

recursos escassos e deve remunerar fatores de produção; sejam entidades

privadas, públicas ou do terceiro setor (PADOVEZE, 2000).

A Demonstração do Resultado do Exercício é a forma contábil mais

usual e simples para o reconhecimento e análise do confronto entre receitas e

despesas. Ao resultado positivo chama-se lucro; e ao resultado negativo chama-

se prejuízo (PADOVEZE, 2000).

Cabe aos sistemas de informações contábeis mensurar e comunicar,

tempestivamente, sobre os montantes monetários de receitas, despesas, lucros e

prejuízos, de forma que os gestores possam adotar esquemas de decisão que

sejam otimizadores do resultado positivo (CASSARO, 2003).

De acordo com Ludícibus (2000, p.38), o resultado positivo poderá ser

aumentado nas seguintes situações:

a) reduzindo-se as despesas, mantendo-se as receitas constantes;

b) aumentando-se as receitas, mantendo-se as despesas constantes;

c) em um processo dinâmico, reduzindo-se as despesas em volumes

maiores do que a redução das receitas; ou aumentando-se as receitas em

volumes maiores do que o aumento de despesas.

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O desafio, portanto, não se limita ao procedimento de “cortar gastos”,

mas, especialmente, identificar e implementar oportunidades de incremento de

receitas.

Guerreiro (1998, p.73) discute uma ferramenta chamada “revenue

management” (gerenciamento de receitas), como essencial para a otimização do

ambiente organizacional, porque propõe a possibilidade de empregar estratégias

de preços diferenciados em função da demanda; vendas táticas; realocação de

capacidade produtiva; e fidelização de clientes em função da rapidez de um

atendimento diferenciado.

Hendricksen e Breda (1999, p.38) ao entenderem a importância de se

considerar uma análise de receitas como estratégia de competitividade, comentam

que 70% dos projetos de reengenharia calcados no puro e simples “cortes de

gastos”, falharam; além de trazer uma desordem considerável nas organizações.

Na medida em que o interesse dos gestores é pelo incremento do

resultado, tanto as possibilidades de aumento de receitas, quanto as

possibilidades de redução de despesas deverão ser consideradas para cada

situação específica, cabendo ao sistema de informações contábeis gerar as

métricas e demonstrativos que auxiliem nessas decisões.

A figura do resultado produzida pela Demonstração do Resultado do

Exercício é ineficaz no sentido de informar qual atividade empresarial originou que

parcela do resultado; e quais foram as receitas e despesas internas de cada

departamento; informações que são vitais quando o objetivo é a otimização do

resultado.

Oliveira (1997) já havia constatado a falta de utilidade das atuais

demonstrações contábeis em virtude de não evidenciarem as ações dos gestores,

impossibilitando sua avaliação.

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Os diversos interessados na gestão do lucro empresarial anseiam por

distintas apurações do resultado líquido, visando atender suas necessidades

específicas. Como exemplo de necessidades específicas saciáveis por análises

mais detalhadas da formação do resultado, Hendriksen e Van Breda (1999), longe

de esgotar as possibilidades, citam o uso do lucro como medida do desempenho

de atividades passadas e como instrumento de decisões gerenciais futuras, além

de instrumento de análise na concessão de crédito.

Estudando a contribuição da Contabilidade Financeira, especificamente

o Balanço Patrimonial, a Demonstração do Resultado e a Demonstração do Fluxo

de Caixa, em oferecer informações para gestores de pequenas empresas, Shank

e Govindarajan (2001, p.34-37), detectaram limitações informacionais e sugeriram

a oferta de informações a partir de métricas que atendam: “padrões de capital

investido; alterações na margem de lucro; receita por empregado; custo por

procedimento ou modalidade; aumento de receitas, volumes e mix de

procedimentos”.

1.3 Decisões gerenciais

A competição globalizada tem exigido das empresas atitudes dinâmicas

e eficazes na medida em que estas necessitam adaptar-se rapidamente às

exigências do ambiente externo, para que possam continuar nos mercados atuais

e também conquistar novos nichos.

A cada momento os gestores são chamados a tomar decisões que

conduzam a ações que vão levar ao cumprimento dos objetivos estabelecidos

pelos proprietários ou acionistas das empresas.

Com o aumento do volume de dados e variáveis, os sistemas de

informações gerenciais vêm sendo cada vez mais solicitados para o fornecimento

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de informações, para que as decisões sejam tomadas com a rapidez exigida pelo

mundo empresarial.

A definição de um sistema de gestão pode possibilitar a obtenção

dessas informações de forma ágil e eficiente. O objetivo desse sistema deve ser o

de processar dados de cinco funções principais: planejamento, organização,

controle, comunicação e motivação (FIGUEIREDO; CAGGIANO, 2004, p.43).

No planejamento, as decisões são simuladas antecipadamente

incluindo-se previsões explícitas a respeito das condições futuras em que as

empresas atuarão na busca de seus objetivos, inclusive o lucro (TUNG, 1994,

p.31).

A organização supõe a definição de uma estrutura administrativa que vai

implementar as ações planejadas. O controle dá-se por meio da confrontação

entre os valores realizados e os valores planejados, verificando se as ações foram

eficazes e orientando novas decisões.

A circulação de informações entre as áreas da empresa e entre esta e o

ambiente externo é o papel da comunicação. Essas informações interpretadas

corretamente pelos gestores devem promover resultados positivos. Dessa forma,

a motivação tem importante papel: fazer com que os objetivos da organização

sejam coincidentes com os objetivos das áreas, estabelecidos pelos seus

colaboradores. Nesse contexto, admite-se que não só o planejamento, como

também as previsões mais explícitas, ou orçamentos, devem fazer parte do

sistema de informações gerenciais da empresa.

A invasão de softwares e hardwares, capazes de processar milhões de

informações em segundos, proporcionou aos gestores acesso a uma grande

quantidade de informações, que podem ser utilizadas para orientar suas decisões.

É consenso geral no mundo corporativo que as informações são um dos

ativos mais valiosos de uma empresa, e que a empresa detentora de bons

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sistemas de informações tende a ser mais dinâmica, mais atuante e mais

agressiva do que seus concorrentes (CASSARRO, 2003, p. 26).

O acúmulo de informações desnecessárias pode causar desperdício de

tempo e de dinheiro. Para evitá-lo, a empresa deve contar com pessoal, tanto da

alta quanto da média administração, com capacidade e motivação para utilizar

essas informações para melhores decisões.

Schwartz (apud OLIVEIRA, 2005, p.25) define o sistema de informações

gerenciais como um sistema que envolve pessoas, equipamentos, procedimentos,

documentos e comunicações que coleta, valida, executa operações, transforma,

armazena, recupera e apresenta dados para uso no planejamento orçamentário,

contabilidade, controle e em outros processos gerenciais para os vários propósitos

administrativos. Além de processamento de dados, eles podem fornecer

informações relevantes para a tomada de decisões gerenciais. Para esse autor, os

principais sistemas de uma empresa vão processar dados e prover informações

relativas às seguintes áreas: produção, materiais, marketing, finanças, recursos

humanos, serviços e gestão empresarial.

A controladoria é o órgão administrativo cuja função consiste em dar

suporte à gestão empresarial. Para tanto realiza também atividades de

planejamento, controle e contabilidade. Seu principal objetivo é o de garantir

informações adequadas ao processo decisório; para tanto deve possuir um

sistema de informação contábil-gerencial que permita o compartilhamento de

informações sobre o orçamento, custos e contabilidade. As demais áreas

(comercial, industrial, suprimentos, recursos humanos, financeira) deverão

repassar as informações financeiras para esse sistema (FIGUEIREDO;

CAGGIANO, 2004, p.27).

Esses mesmos autores defendem que, para serem eficientes, essas

informações deverão estar interligadas por uma base-padrão, o que vai

proporcionar consistência e agilidade na apuração do resultado operacional e na

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elaboração do orçamento empresarial. Assim, a opção por sistemas de

informações interligados é recomendada. No entanto deve ser analisado o custo-

benefício, levando-se em consideração o custo do sistema (hardware, software,

licença, manutenção etc.) e o benefício gerado por ele.

O sistema integrado de informações, também conhecido como ERP

(Enterprise Resource Planning), é composto por sistemas para armazenar,

processar e organizar as informações geradas por todos os processos da empresa

(OLIVEIRA, 2005, p.30).

O sistema de informação gerencial pode apresentar alguns benefícios,

segundo como: redução dos custos operacionais; acesso mais rápido às

informações, proporcionando relatórios mais rápidos e precisos; tomada de

decisões mais rápidas e precisas; maior interação entre os tomadores de decisão,

devido à facilidade no fluxo de informações; fornecimento de melhores projeções e

simulações; e funcionários mais motivados, entre outros (OLIVEIRA, 2005, p.31).

O gestor, porém, deve estar atento para alguns pontos que podem levar

o sistema ao fracasso: o executivo não necessita de muitas informações

relevantes; o executivo não precisa de todas as informações que deseja; o gerente

pode não tomar boas decisões, mesmo que as informações lhe tenham sido

entregues em tempo; e mais comunicação, ou mais informação, não significam

desempenho melhor; dentre outras (ACKOFF , 1984, p.79).

Portanto, após a revisão teórica desse item, pode-se considerar que um

sistema de informação contábil-gerencial bem estruturado pode auxiliar o gestor

na tomada de decisões, visto que proporciona maior consistência e agilidade na

obtenção das informações e preparação dos relatórios, inclusive na elaboração do

orçamento empresarial e no controle gerencial. No entanto devem ser observadas

suas vantagens e limitações.

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1.4 Planejamento estratégico

Antes de iniciar a abordagem do planejamento estratégico, são

necessárias algumas considerações a respeito da função do planejamento

empresarial.

Após a definição dos objetivos empresariais pelos investidores e da

definição das metas para se alcançarem os objetivos por parte da alta-diretoria da

empresa, o próximo passo é a elaboração do planejamento de como as metas

serão atingidas.

O planejamento foi conceituado por Ackoff (1984, p.2) como a “definição

de um futuro desejado e de meios eficazes para alcançá-lo”.

Nesse sentido, o planejamento deve ser visto como um processo

contínuo que levará os gestores a indagações sobre o que fazer, como, quando,

quanto, para quem e onde. Esses questionamentos vão promover o

estabelecimento de formas para se atingirem os objetivos empresariais.

Oliveira (2005, p. 45) classificou o planejamento em tipos: planejamento

estratégico, tático e operacional. Eles são corroborados por Fischmann e Almeida

(1991, p. 25).

O planejamento estratégico visa estabelecer a direção que a empresa

deve seguir.

São eleitas estratégias e ações para se alcançarem os objetivos de

longo e curto prazos. É um planejamento predominantemente qualitativo.

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O planejamento tático está relacionado com a definição de objetivos de

curto prazo, normalmente um ano, envolvendo decisões administrativas. É

predominantemente quantitativo. O orçamento empresarial é um tipo de

planejamento tático. O planejamento de longo prazo é uma extrapolação do

planejamento tático para períodos superiores a dois anos.

Os planejamentos operacionais são formalizados por meio de

documentos escritos, basicamente planos de ação ou planos operacionais.

Equivalem ao conjunto de partes homogêneas do planejamento tático. Devem

informar: os recursos necessários para sua implementação, os procedimentos a

serem adotados, os resultados esperados e os responsáveis por sua execução.

No topo da pirâmide, exibida na Figura 1, está o nível estratégico,

ocupado pela alta gestão, responsável pelo planejamento estratégico e pelas

decisões estratégicas. As decisões tomadas nesse nível irão influenciar toda a

empresa.

Figura 1 – Níveis de decisões e tipos de planejamento

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Fonte: Oliveira (2005, p.45)

No nível tático, estão os gestores responsáveis pelo planejamento

tático, ou de curto prazo. Eles têm a função de utilizar os recursos disponíveis de

forma eficiente, para a consecução dos objetivos previamente fixados. As

decisões tomadas nesse nível afetam somente parte da empresa.

Os gestores que fazem parte do nível operacional, na base da pirâmide,

cuidam das decisões operacionais e do planejamento operacional. O foco básico

está nas atividades diárias da empresa. Neste estudo não será abordado esse

nível de planejamento.

A origem da palavra estratégia vem do grego “estrategos”, os

comandantes que faziam o planejamento das guerras na Grécia antiga. Estratégia

era a palavra utilizada para representar a “arte dos generais” para vencerem a

guerra. Com o passar dos anos, essa palavra passou a ser utilizada no mundo

empresarial, representando os meios para se conduzirem os negócios e enfrentar

a concorrência (OLIVEIRA, 2005).

A estratégia pode ser conceituada como a decisão sobre quais recursos

devem ser adquiridos e usados visando aproveitar as oportunidades e minimizar

as incertezas. Sua função é a mobilização desses recursos para atingir os

objetivos de longo prazo e o seu objetivo é o de “permitir maior flexibilidade de

resposta às contingências imprevisíveis” (CAMARGO; DIAS, 2003, p. 29).

Um plano estratégico eficaz deve contemplar uma definição clara do

negócio e como ele vai funcionar no longo prazo. Com base nesse plano, deve ser

traçado um outro, de curto prazo, com os principais objetivos e metas. A definição

das metas, ou das formas como os objetivos serão atingidos, poderá facilitar o

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acompanhamento de sua execução e permite o cumprimento dos objetivos gerais

da empresa (AXSON, 2003, p. 85).

Os modelos de planejamento estratégico apresentados por Fischmann e

Almeida (1991, p. 33), por Oliveira (2005, p. 81) e por Kotler (2000, p. 98)

possuem estruturas bastante semelhantes. Os modelos de Fischmann, Martinho e

Kotler podem ser divididos em três principais etapas: planejamento,

implementação e acompanhamento. O modelo sugerido por Oliveira apresenta

somente a etapa de planejamento, apesar de fazê-lo mais detalhadamente.

Na Figura 2 apresentam-se as oito etapas sugeridas por Kotler para um

planejamento estratégico.

Figura 2 - O Processo de Planejamento Estratégico de Negócios

Fonte: Kotler (2000)

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O processo tem início com a definição da missão do negócio, ou seja, a

determinação do porquê da existência da empresa.

Definida a missão, parte-se para a análise das oportunidades e

ameaças, causadas pelo ambiente externo, que poderão afetar a empresa no

período para o qual o planejamento está sendo elaborado. Nesta fase também é

necessária a avaliação das forças e fraquezas internas. Pode ser utilizada a

Análise Swot (dos termos em inglês strengths, weaknesses, opportunities,

threats), ou as Matrizes de Oportunidades e Ameaças.

A terceira etapa considera a formulação das metas, que são objetivos

em termos de magnitude e prazo. A quarta refere-se à formulação de estratégias,

que trata da maneira de alcançar as metas traçadas.

A formulação de programas, ou orçamento, na etapa seguinte, diz

respeito à definição detalhada das atividades de apoio e também à estimativa de

seus custos. A penúltima fase desse modelo é a implementação da estratégia por

meio da execução das atividades programadas.

A última fase do processo, mas não menos importante, é o feedback e

controle. Nesta etapa é realizado o acompanhamento dos resultados, com o

objetivo de verificar se a estratégia adotada está sendo eficaz. O gestor deve

observar atentamente os acontecimentos nos ambientes interno e externo, e

analisar se há necessidade de efetuar alguma revisão ou alteração no que foi

planejado.

Em empresas de grande porte, esse é um processo formal, que faz

parte de um planejamento de longo prazo, revisto anualmente, primeiro na matriz

e depois nas unidades, com a participação da alta administração e executivos de

planejamento. Após aprovado, o plano será refletido no planejamento tático, ou

seja, no orçamento empresarial, para implementação no ano seguinte.

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De acordo com Pearce (apud OLIVEIRA, 2005), as empresas de menor

porte poderão adotar o mesmo processo de planejamento de negócios, listando e

analisando os produtos que serão lançados, a concorrência, os fornecedores, as

políticas gerenciais e de marketing a serem adotadas pela empresa, as

necessidades de investimento e caixa para implementação do plano.

Oliveira (2005, p.282-286) apresenta algumas vantagens e outras

limitações do planejamento estratégico. Segundo esse autor, o planejamento

estratégico, quando elaborado e utilizado adequadamente pela empresa, poderá

proporcionar: facilidade e agilidade no processo de tomada de decisão; orientação

ao desenvolvimento de outros planejamentos táticos e operacionais;

fortalecimento e agilidade ao processo orçamentário; possibilidade de obtenção de

melhores resultados operacionais, entre outras vantagens.

No entanto, alguns pontos podem causar falhas no planejamento

estratégico. Dentre eles, vale destacar: a falta de estrutura adequada do setor; a

não consideração da realidade da empresa; não-envolvimento dos níveis

hierárquicos; planejamento não levado a sério; controle e avaliação inadequados,

entre outros.

Outra limitação a ser destacada, na opinião de Anthony e Govindarajan

(2001, p. 387), seria a elaboração de um processo formal de planejamento

estratégico por empresas de menor porte que não utilizam o planejamento como

forma apoio à gestão. Neste caso, o plano não faria sentido, visto que as suas

projeções para o futuro não são confiáveis. Assim, da mesma forma que um

planejamento estratégico bem elaborado pode fortalecer e agilizar o processo

orçamentário, as falhas ou a não realização poderão comprometer a sua

elaboração ou implementação, e o conseqüente alcance dos objetivos

empresariais.

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2 A CONTABILIDADE E A GESTÃO ORÇAMENTÁRIA

Foi visto, no item anterior, é por meio do planejamento estratégico que a

empresa deve escolher a direção que vai seguir para alcançar seus objetivos de

longo prazo. Definidas as estratégias de longo prazo, o próximo passo é a

elaboração do plano anual de marketing, que vai ser a base para o orçamento

empresarial, ou planejamento de curto prazo.

O orçamento pode ser compreendido como um instrumento contábil que

auxilia nos processos de planejamento e controle organizacionais. Pode ser

definido como um plano que estabelece necessidades de investimentos e

financiamentos para um cenário projetado da empresa (WESTON; BRIGHAM,

2000). Logo, o orçamento oferece sustentabilidade às organizações diante da

competitividade, abertura de mercados e necessidade constante de adaptação

aos fatores mercadológicos.

“O orçamento empresarial é um produto do planejamento estratégico

que atuará como alerta aos gestores, indicando se o plano é eficaz. É um plano

financeiro e cronológico, normalmente para um ano, que visa implementar a

estratégia escolhida” (FREZATTI, 2006, p.44). Logo, o orçamento oferece

sustentabilidade às organizações diante da competitividade, abertura de mercados

e necessidade constante de adaptação aos fatores mercadológicos.

Elaborar o orçamento em uma empresa significa a tentativa de traduzir

antecipadamente as ocorrências futuras, sondadas para o próximo exercício social

ou períodos superiores a esse (SCHUBERT, 2005). O sistema orçamentário, por

conseguinte, pode ser entendido como a maneira pela qual o orçamento é

utilizado na organização, transformando entradas (dados) em saídas

(informações) úteis para o gerenciamento da empresa.

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As entradas de um sistema orçamentário podem ser definidas como os

fatores que influenciam o seu funcionamento (premissas), que podem ser internos

e passíveis de alteração pelas pessoas que compõem a organização, e externos,

que são restrições impostas pelo ambiente organizacional (HOFSTEDE, 1967). As

saídas do orçamento podem ser consideradas como os efeitos na lucratividade do

negócio e sobre o bem-estar das pessoas que trabalham na empresa.

Sendo assim, para que uma empresa possa desempenhar suas

funções, ela deve possuir uma visão estratégica que norteia os componentes

organizacionais. Essa visão estratégica deve ser condizente com o ambiente

externo da organização e com os anseios dos acionistas da empresa. No âmbito

interno, a organização determina os processos e os produtos que serão feitos para

atender aos clientes diante dos suprimentos dos fornecedores. Deve-se ressaltar,

portanto, que os componentes organizacionais atuam diante de uma determinada

estrutura, sistema de informação, procedimentos e documentações específicas à

organização em questão. Observa-se que essa visão organizacional trata a

empresa como um sistema vivo e dinâmico.

Destarte isso, percebe-se que o orçamento é um componente do

sistema de informação gerencial. Hofstede (1967, p. 15) relata que “orçamentos

são baseados em padrões, financeiros e pré-financeiros, tais como: quantidades,

horas, percentagens, níveis de qualidade. Padrões são os tijolos sobre os quais a

estrutura orçamentária é construída”. Esse mesmo autor comenta que a origem da

palavra orçamento provém do francês bougette, que significa uma bolsa de couro

ou bolsa de tamanho grande, que viajantes de séculos anteriores usualmente

penduravam nas selas dos seus cavalos. A chamada bougette do tesoureiro

antecede a pequena pasta de couro na qual os ministros das finanças de países

como a Inglaterra e Holanda ainda apresentavam seu plano financeiro anual para

o estado na década de 60. Dessa forma, o orçamento era entendido como um

plano governamental, tendo seus conceitos transferidos para organizações

privadas e indivíduos.

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O orçamento “[...] é uma forma de desenvolvimento do planejamento e

das políticas organizacionais considerando recursos e restrições” (SHIM; SIEGEL,

2005, p. 23). Envolve a elaboração de cenários e principalmente a habilidade de

comunicar adequada e detalhadamente às posições hierárquicas mais baixas

sobre o que delas é esperado. Sua importância na academia é tal que diversos

pesquisadores têm abordado esse tema em suas pesquisas na contabilidade

gerencial (SHARMA, 2002; COVALESKI et al, 2003; HOPE e FRASER, 2003),

apesar de o cenário brasileiro apresentar escassez de estudos nessa área.

Merchant (1984), por exemplo, em seu estudo relacionando o

orçamento com variáveis contingenciais, defende a hipótese de que

departamentos com tecnologias de produção que são relativamente rotineiras e

repetitivas tendem a dar maior ênfase em orçamento formal.

Govindarajan (1986) realizou uma pesquisa que, mediante uma

investigação com centros de responsabilidade gerenciais, identificou a relação

existente entre a variável ambiental, participação no sistema orçamentário e

atitudes e desempenho gerenciais. Seu estudo revela que uma maior participação

orçamentária reduz a propensão dos gestores a serem negligentes diante de

condições de alta incerteza, mas quando se está diante de baixa incerteza isso

não ocorre. Sua pesquisa apresenta além da relevância teórica, importância

prática, pois é salutar destacar a constatação de seu estudo de que os

responsáveis pelos sistemas orçamentários não devem se expor à alta

participação dos funcionários indistintamente. Há ocasiões (situações ambientais)

em que se aconselha a esse procedimento; outras, não.

O mesmo autor verificou a associação existente entre a estrutura

organizacional, orçamento e outra variável situacional, a estratégia

(GOVINDARAJAN, 1988). Essa pesquisa buscou diferenciar três mecanismos

administrativos, a saber: estilo de avaliação orçamentária, uma variável do sistema

de controle; descentralização, uma variável organizacional estrutural; e lócus de

controle da gerência geral de uma unidade estratégica de negócios, uma variável

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de característica de gestão. Como contribuições desse estudo, verifica-se que os

mecanismos supracitados foram analisados em conjunto, sob uma perspectiva

integrada, utilizando-se de análise multivariada de dados, respeitando as

diferenças de estratégias competitivas nas unidades estratégicas de negócios.

A pesquisa de Sharma (2002) relacionou o ambiente, o porte e a

estrutura organizacional e as características do sistema orçamentário em hotéis.

Esse autor descobriu que a influência das variáveis contextuais nas características

do sistema orçamentário foi verificada, pois o porte do hotel e sua estrutura

organizacional possuem um efeito significativo nos atributos do orçamento. Além

disso, diferentes dimensões da incerteza ambiental provocam diferentes efeitos na

constituição orçamentária, bem como na estrutura organizacional. Tal estudo pode

ser ratificado ou não por meio da pesquisa empírica em questão.

Covaleski (2003) realizaram uma revisão teórica das pesquisas em

contabilidade gerencial que abordam o orçamento, dividindo-as em três

perspectivas: econômica, psicológica e sociológica. Sob a perspectiva econômica,

o orçamento tem sido estudado pela ótica do conflito de agência, entre

empregadores e empregados, subentendendo uma racionalidade econômica

perfeita da utilização do orçamento sob o ponto de vista de custo-benefício. Por

outro lado, abordando o orçamento sob a teoria social psicológica, o foco tem sido

no subordinado, refletindo sobre os efeitos do orçamento nos estados mentais

individuais, comportamentos e desempenhos dos indivíduos na organização. Já as

pesquisas que abordam o orçamento sob a perspectiva sociológica, tratam-no sob

o foco da organização e suas subunidades, relacionando a teoria contingencial ou

institucional no seu desenvolvimento. O que importa, nesse caso, é a influência do

orçamento no processo de tomada de decisão, diante de outros fatores que

influenciam o planejamento e o controle organizacional.

Um fator que deve ser ressaltado ao se tratar de orçamento é que o

estabelecimento de metas fixas pelo orçamento pode trazer um engessamento da

organização, ocasionando problemas de gestão ao invés de facilitá-la. Nesse

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sentido, Hope e Fraser (2003) centralizaram suas pesquisas na tentativa de

descobrir se haveria uma alternativa para o orçamento e caso houvesse um

melhor modelo, quais os aprendizados a respeito de sua implementação.

Baseando-se nas idéias de que o orçamento é um mal desnecessário,

sendo uma ferramenta de repressão ao invés de contribuir para a inovação, os

autores afirmam que a sua utilização agrega pouco valor apesar de ser um

processo dispendioso às organizações. Removendo o orçamento das

organizações “[...] transfere-se a responsabilidade pelo pensamento estratégico e

tomada de decisão do centro para as pessoas próximas ao cliente” (HOPE;

FRASER, 2003, p. 119). Essa descentralização gera um aumento de autonomia,

liberdade de decisão e incentiva o comportamento ético dos componentes

organizacionais.

Por fim, Otley (1994) observa, em seu estudo, que os controles

gerenciais devem privilegiar um contexto organizacional além da racionalidade

econômica, que requer flexibilidade, adaptação e um ambiente de contínuo

aprendizado. A lógica da utilização do orçamento nem sempre é determinada pelo

fato deste possibilitar uma melhor eficiência e eficácia no alcance dos resultados

econômicos. Por conseguinte, é necessário investigar o sistema orçamentário

como pertencente a um outro sistema maior, a organização e seus fatores

intervenientes, parecendo oportuno evidenciar esse artefato contábil como sendo

influenciado pelas variáveis contingenciais que direcionam as suas características.

O orçamento se constitui num instrumento de grande valia no apoio à

gestão empresarial. Embora se constitua numa ferramenta gerencial, muitos

administradores, especialmente aqueles que ainda não experimentaram a técnica

orçamentária, ignoram seus benefícios.

Figueiredo e Caggiano (20047, p.36) registram que os objetivos do

orçamento compreendem o planejamento, a por área de responsabilidade, dentre

outras.

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Ademais, os orçamentos constituem-se no principal meio de

comunicação, ao corpo gerencial, dos planos da direção da empresa e, sobretudo,

harmonizam os objetivos das unidades que compõem a organização como um

todo.

Muitos administradores preferem trabalhar à base do dia-a-dia, sem um

planejamento formal. A desvantagem, de se trabalhar com base no dia-a-dia na

administração de uma empresa, consiste no fato de que os objetivos

organizacionais não se cristalizam. Sem objetivos, o funcionamento da empresa,

por conseqüência, fica sem direção, os problemas não são previstos e os

resultados são de difícil interpretação.

Como visto, o orçamento retrata os planos operacionais e financeiros da

empresa. Desse modo, sua formalização é indispensável para comunicar, a todos

os departamentos, os planos da administração.

2.1 Tipos de orçamento

No que se refere aos tipos de orçamentos, estes segregam-se em

orçamentos gerais (estáticos) e orçamento de capital.

Os orçamentos gerais são os que consolidam os objetivos globais da

organização a curto prazo (normalmente um ano). Já os orçamentos de capital,

também conhecidos como orçamentos de longo prazo (acima de um ano), estão

relacionados ao planejamento de um projeto específico, como, por exemplo,

substituição de equipamentos fabris, introdução de uma nova linha de produto,

etc.

Como é sabido, diversas peças integram o plano orçamentário de uma

empresa. Quanto ao aspecto operacional, as peças compreendem: “a) orçamento

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de vendas; b) orçamento de produção; c) orçamento do custo dos produtos

vendidos; d) orçamento de despesas de vendas; e) orçamento de despesas

administrativas e outras; e f) orçamento do demonstrativo de resultados”

(PADOVEZE, 2000, p.130).

Saliente-se que o orçamento de produção contempla o orçamento de

mão-de-obra, custos indiretos de fabricação, compras de matérias-primas e níveis

de estoques. No que tange ao aspecto financeiro, as peças orçamentárias são as

seguintes: “a) orçamento de caixa; b) orçamento do balanço; c) orçamento do

demonstrativo das variações da posição financeiras (demonstração das origens e

aplicações de recursos)” (PADOVEZE, 2000, p.131).

Cabe a ênfase de que o orçamento de vendas é o elemento chave, a

pedra angular, do processo orçamentário. Assim sendo, a elaboração deste

orçamento requer cuidados especiais, uma vez que, após sua definição, inicia-se

uma série de decisões envolvendo as demais peças orçamentárias, ou seja, os

outros orçamentos (produção, estoques, compras de materiais, etc.) são definidos

com base nas vendas previstas.

O planejamento formal, além de se configurar como veículo de

comunicação dos propósitos organizacionais, exige que os administradores se

prepararem para as prováveis mutações no ambiente empresarial.

2.2 Componentes do orçamento

Segundo Lunkes (2003, p. 27), “o sistema orçamentário envolve a

elaboração de planos detalhados e objetivos de lucro, previsão de despesas

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dentro da estrutura dos planos e políticas existentes e fixação de padrões

definidos de atuação para indivíduos com responsabilidades de supervisão”. O

orçamento, por conseguinte, trata de um instrumento de planejamento de curto

prazo, estabelecendo metas que direcionam operacionalmente a estratégia da

empresa (WELSCH, 1983).

O orçamento deve ser elaborado iniciando-se pelo estabelecimento dos

chamados princípios gerais de planejamento orçamentário (Figura 3). São as leis

que regem o comprometimento da administração com a gestão da empresa como

um todo, envolvendo a comunicação integral, o reconhecimento do esforço de

cada funcionário e de equipes como um todo, o acompanhamento dos resultados,

a orientação por objetivos, entre outros.

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Figura 3 – Componentes do sistema orçamentário e sua seqüência

Fonte: Frezzati (2006, p.46)

2.3 Os princípios do orçamento

Segundo Frezatti (2006, p.45), os princípios clássicos apresentados por

Welsch (1983, p.50) “levam em conta a estrutura necessária e servem de checklist

para o adequado desenvolvimento do orçamento”.

Assim, a empresa que atentar para tais princípios poderá gerar

melhores informações para serem utilizadas no processo de tomada de decisões e

controle gerencial. Segundo Frezatti (2006, p.46-47) São dez os princípios gerais

de planejamento:

a. envolvimento administrativo - é fundamental para a eficiência do

processo orçamentário. Toda a administração, principalmente os níveis mais altos,

deve estar convencida da importância do planejamento, devendo apoiar, orientar e

participar da sua execução;

b. adaptação organizacional - a formalização da estrutura

organizacional é importante para que as funções e as responsabilidades de cada

área estejam claramente definidas e acordadas com seus gestores;

c. contabilidade por área de responsabilidade - consiste no

lançamento dos fatos contábeis por unidade de negócio, centros de lucros e/ou

centros de custos. Dessa maneira será possível a apuração de resultados por

responsabilidade;

d. orientação para objetivos - é importante que os objetivos de cada

área de resultado e do seu gestor estejam em sintonia com as metas gerais da

empresa, permitindo coerência entre as ações, evitando dúvidas no seu

entendimento e cumprimento;

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e. comunicação integral - o planejamento deverá ser comunicado a

todos os gestores responsáveis pela sua execução. Quanto mais transparente for

a comunicação, maiores serão as possibilidades de a empresa alcançar o

resultado previsto. A empresa deverá contar com sistema de informática

adequado às suas necessidades.

f. expectativas realistas - os valores previstos no plano devem

expressar a realidade. Tanto as projeções muito agressivas quanto as muito

conservadoras devem ser evitadas;

g. oportunidade - as informações do planejamento devem estar

disponíveis antes do início de sua execução. É salutar a elaboração de um

cronograma que detalhe as atividades, datas e responsáveis por ação, cada uma

delas referente a esse processo;

h. aplicação flexível - uma vez elaborado e aprovado, o planejamento

deverá ser seguido por toda a empresa. Deve, porém, refletir a realidade e ser

compatível com as necessidades dos ambientes (interno e externo). Assim,

deverá ser flexível para que alterações possam ser feitas;

i. reconhecimento do esforço individual e do grupo - o sucesso do

processo de planejamento também está ligado ao nível de motivação dos

indivíduos e grupos envolvidos. A organização deverá incluir na avaliação de

desempenho itens relativos ao cumprimento ou não do planejamento,

proporcionando conseqüências na remuneração variável;

j. acompanhamento - para que o planejamento seja eficaz, é primordial

que haja o monitoramento, acompanhamento e controle, visando identificar

variações entre os valores previstos e realizados. O controle poderá indicar

necessidade de ações corretivas e/ou revisões no planejamento.

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A verificação da observância dos princípios deve ocorrer antes do início

do planejamento, permitindo eventuais correções na estrutura organizacional e a

redução de falhas no processo.

2.4 Fatores que influenciam o orçamento

Muitos fatores influenciam a eficácia do orçamento. Para atingir a

eficácia desejada, torna-se necessário observar seus princípios fundamentais.

Os princípios norteadores, que devem estar presentes em qualquer

plano orçamentário, segundo Welsch (1994, p.50), são os seguintes:

a) envolvimento administrativo; b) adaptação organizacional; c) contabilidade por áreas de responsabilidade; d) orientação para objetivos; e) comunicação integral; f) expectativas realistas; g) oportunidades; h) aplicação flexível; i) reconhecimento de esforço individual e de grupo; e j) acompanhamento.

A observância destes princípios, somada ao apoio irrestrito que a alta

direção da empresa deve oferecer ao programa orçamentário, fará com que o

orçamento atinja sua finalidade principal que é direcionar o administrador para as

decisões inteligentes e, conseqüentemente, melhor conduzir a organização rumo

aos objetivos pretendidos.

Os benefícios de um programa orçamentário sempre, ou quase sempre,

superam seu custo e o esforço necessário.

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Conforme Horngren (2005, p.117), os principais benefícios oriundos do

orçamento podem ser expressos na forma que se segue:

a) O orçamento, formalizando suas responsabilidades pelo planejamento, obriga os administradores a pensarem à frente;

b) O orçamento estabelece expectativas definidas que são a melhor base de avaliação do desempenho posterior; e

c) O orçamento ajuda os administradores a coordenarem seus esforços, de forma a que os objetivos da organização como um todo se harmonizem com os objetivos de suas partes.

O orçamento é uma necessidade que se impõe à medida que

desempenha uma função relevante àqueles (administradores) que primam pela

eficácia gerencial dos negócios da empresa.

2.5 A Organização do Orçamento

Nas grandes corporações, o processo orçamentário é realizado por uma

comissão orçamentária, liderada por membros da gerência de planejamento e

controle financeiro, que normalmente está subordinada ao diretor de controladoria,

incluindo também membros das áreas de vendas, marketing e produção.

Fica sob a responsabilidade da área de planejamento a divulgação das

instruções para a elaboração do orçamento e do cronograma das atividades, a

coleta e consolidação dos valores informados pelas áreas, a elaboração dos

relatórios finais projetados, a análise dos valores finais projetados para reporting

ao diretor da controladoria. Esse diretor apresenta os números para a presidência

e demais diretorias.

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Conforme salientado nos princípios, para que o orçamento empresarial

seja adequado, é necessária a participação efetiva dos gestores de todas as áreas

funcionais, e de todos os níveis hierárquicos. Cada um desses gestores deve ser

informado a respeito das metas financeiras pelas quais é responsável, devendo

garantir o seu cumprimento. Para que isso seja possível, o orçamento deve ser

elaborado por área, ou centros de responsabilidade, consolidado por área

funcional, por unidades de negócios e, finalmente, para a consolidação total da

empresa (FREZZATI, 2006, p.53).

2.6 Etapas do Processo Orçamentário

Para que o processo orçamentário seja eficaz, deve estar apoiado num

sistema de informações gerenciais consistente, bem estruturado e ágil. O sistema

orçamentário deve ser parte integrante do sistema de informações contábeis e

gerenciais a serem utilizadas para a tomada de decisões.

O sistema orçamentário pode ser entendido como o conjunto de vários

orçamentos parciais interligados. Serve-se de técnicas e procedimentos contábeis

aplicados antecipadamente aos fatos decorrentes de planos, políticas e metas

para a obtenção de um resultado desejado. Ao final do processo são obtidos os

demonstrativos financeiros preparados com base nessas expectativas (MOREIRA,

2002, p. 15).

Como todos os sistemas, ele também recebe dados (entradas) e

transforma-os em informações (saídas). Nele são executados diferentes

processos como coleta de dados, registro, consolidação, análise e gerenciamento

visando à emissão de informações, como: relatórios financeiros, orçamentos,

tabelas, gráficos etc.

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Além das informações do próprio orçamento (dados planejados),

também compõem o sistema de orçamento as informações registradas pela

contabilidade (financeira e custos). A contabilidade de custos fornece informações

para estimativa do custo dos produtos e informações históricas para comparação.

A financeira informa os fatos contábeis realizados.

Ambas as informações serão necessárias para o controle gerencial. A

Figura 4 apresenta uma visão geral do processo orçamentário, em uma adaptação

dos modelos sugeridos por Welsch (1983, p.93) e Frezatti (2006, p.46).

Figueiredo e Caggiano (2004, p.122) também apresenta uma visão

bastante similar.

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Figura 4 - Visão Geral do Processo Orçamentário

Fonte: Frezzati (2006, p.46)

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Segundo Frezzati (2006, p.47) orçamento empresarial pode ser

subdividido em duas principais etapas: operacional e financeira.

1. Etapa operacional: compreende a exploração das potencialidades

da empresa. Inclui o plano de marketing, plano de produção (incluindo níveis de

suprimentos e estoques desejáveis), plano de investimentos em ativo permanente

e plano dos recursos humanos necessários.

2. Etapa financeira: compreende a coleta e a consolidação das

informações para composição do orçamento de vendas, custos de produção

(somando materiais diretos, mão-de-obra direta e gastos indiretos de fabricação),

despesas administrativas e de vendas. Com base nessas informações, chega-se à

projeção anual do resultado, com a emissão de relatórios financeiros como:

demonstração do resultado, balanço patrimonial, fluxo de caixa e margem de

contribuição.

Após elaboração do orçamento, são realizadas análises financeiras para

se verificar se o nível operacional planejado gera o resultado necessário para

garantia do alcance dos objetivos propostos.

2.7 Avaliação, Aprovação e Divulgação do Orçamento

Conclusas as projeções, a área responsável pelo orçamento realiza

análises para verificar se os valores apresentados para o próximo ano coincidem

com os objetivos empresariais e, conseqüentemente, com as expectativas dos

acionistas ou sócios.

Para a avaliação da proposta orçamentária, Frezatti (2006, p. 77) sugere

a utilização de alguns instrumentos de análise financeira; entre eles: a taxa de

retorno sobre o patrimônio líquido; a taxa de retorno sobre os investimentos totais;

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a relação custo-volume-lucro; os níveis de geração de caixa; participação

percentual das despesas sobre o faturamento; outros índices operacionais e

financeiros (índices de liquidez, de rentabilidade, de atividade); EVA (economic

value added) e o EBITDA (earnings before interest, tax, depreciation and

amortization).

O resultado dessas análises será apresentado à alta direção da

empresa para aprovação, podendo ser solicitados ajustes, caso os valores não

estejam concordes com os objetivos da organização.

A projeção desses indicadores vai facilitar o monitoramento,

acompanhamento e controle dos resultados durante a execução do plano

(KRUEGER, 1998, p. 15).

Finalmente, cumprindo o princípio da comunicação integral, após a

aprovação o orçamento deve ser divulgado para todos os responsáveis pelas

áreas envolvidas na sua confecção. Tung (1994, p. 397) sugere que cada área

receba apenas a parte do orçamento referente às suas responsabilidades.

Iniciada a execução do orçamento, é necessário o controle gerencial.

2.8 Vantagens e Limitações do Orçamento

De forma resumida, antes de serem executadas ações para se atingirem

objetivos, as empresas devem planejar, ou seja, simular a sua implementação,

visando à minimização dos seus riscos e falhas.

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Quanto à necessidade de formalização do processo orçamentário, essa

vai depender do ramo de atividade e porte da empresa. No caso das empresas de

estrutura reduzida, o grau de formalização poderá ser menor, diminuindo os

custos e aumentando a eficácia do processo.

As potencialidades do orçamento empresarial foram listadas no decorrer

desta revisão teórica, no entanto cabe aqui reforçar as vantagens e limitações da

adoção de um processo estruturado de planejamento e controle.

Grande parte dos autores citados nesta revisão lista vantagens similares

proporcionadas pela formalização de um processo orçamentário.

São vários os benefícios enumerados. Aqui serão citados alguns dos

principais estabelecidos por Welsch (1983, p.64) e confirmados por Frezatti (2006,

p. 10): a. facilita a coordenação de atividades de maneira apropriada; b. permite

tomar decisões antecipadamente sobre os cursos de ações; c. proporciona

comprometimento dos gestores antes da decisão e implementação do plano; d.

promove mais transparência entre as áreas da empresa; e. exige a definição das

funções e responsabilidades de cada área de resultado da empresa; f. obriga o

gestor a utilizar os recursos disponíveis de forma mais eficiente; g. proporciona

maior e melhor entendimento entre as áreas envolvidas, pois todas buscam atingir

os objetivos da empresa toda; h. força cada área e seus gestores a analisarem se

os seus objetivos e desafios estão de acordo com suas aspirações; e i. permite a

avaliação do progresso da realização dos objetivos e do desempenho das áreas e

seus gestores.

Para conseguir esses benefícios, o orçamento pressupõe a observação

dos princípios gerais de planejamento.

Apesar de todas as vantagens citadas, os autores reconhecem a

existência de algumas barreiras à implantação de um sistema orçamentário.

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Frezatti (2006, p.11), corroborado por Welsch (1983, p.65), citados no

item anterior, sugerem a análise dos seguintes possíveis obstáculos: a. os dados

orçados são somente estimativas. Estão, assim, sujeitos a erros; b. o custo do

sistema, caso não seja adaptado ao porte da empresa; c. necessidade de revisões

periódicas para adequar o orçamento às circunstâncias; d. elaboração e execução

realizadas por pessoas tecnicamente capacitadas e motivadas; e. o plano não

substitui a administração; não deve ser seguido à risca sem a avaliação e

observação, por parte dos gestores, das reais necessidades da empresa.

Essas limitações foram aqui lembradas não como razões impeditivas da

elaboração do orçamento, mas como pontos a serem observados e discutidos

antes do início do processo.

3 OS CONTROLES FINANCEIROS: A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DO CAIXA

O orçamento empresarial vai permitir ao gestor controlar se as decisões

tomadas foram executadas e levaram ao cumprimento dos objetivos da empresa.

O Controle Gerencial é conceituado por Anthony e Govindarajan (2001,

p. 34) como o processo pelo qual os executivos de uma empresa influenciam

outros funcionários da organização, para que obedeçam às estratégias adotadas.

Assim, para esses autores, o Controle Gerencial é um instrumento de

implementação de estratégias, pois auxilia a administração a conduzir a

organização na direção de seus objetivos estratégicos.

O gestor confronta as metas com os resultados alcançados. As

variações numéricas entre eles devem ser analisadas para se entenderem as

causas da variação e se tomarem ações que ajustem as metas no futuro ou que

permitam manter aquelas que foram decididas. É o controle orçamentário que vai

realimentar ou revisar o planejamento estabelecido (FREZATTI, 2006, p. 80).

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Utilizando mecanismos de controle, o gestor deve apurar e analisar as

variações entre o orçamento e o que foi efetivamente realizado, tomar

conhecimento das causas que levaram a tais variações, implementar ações

corretivas e realimentar o processo de planejamento, objetivando a maximização

da riqueza dos proprietários da empresa.

Para que o orçamento seja utilizado como forma de controle gerencial,

devem ser elaborados relatórios específicos por áreas de responsabilidade

(centros de lucro, centros de custo e centros de investimentos). Esses relatórios

vão mostrar as variações entre o planejado e o realizado, servindo também para o

gestor avaliar o colaborador responsável (FREZATTI, 2006, p. 81).

A análise das variações é um instrumento poderoso de administração,

mas há limitações. A mais importante delas está em identificar somente o local em

que ocorreu a variação, mas não indicando a razão de sua ocorrência nem que

providências precisam ser tomadas (ANTHONY; GOVINDARAJAN, 2001, p. 528).

Mesmo com algumas limitações, os controles gerenciais podem

constituir uma ferramenta essencial para que os executivos pensem em novas

estratégias, isto é, decidam sobre o destino da organização. Pesquisas recentes

nos Estados Unidos apontam que 95% das empresas tidas como bem

administradas utilizam o controle orçamentário (PASSARELLI; BOMFIM, 2004,

p.18).

Segundo Kuster e Nogacz (apud LIMA, 2001), a gestão do caixa é uma

tarefa extremamente importante para a empresa. O elevado índice de fracassos

evidenciados nas empresas reforçam o entendimento de que a maior causa da

falência precoce das micro e pequenas empresas é a ausência de habilidade de

seus gestores. Normalmente, estas empresas originam-se de idéias de negócios

propostas por empresários que possuem profundo conhecimento técnico, no

entanto não priorizam a administração financeira da empresa. Esses empresários

acreditam que somente produzir bens de qualidade e de alta demanda é

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suficiente. Não dedicam-se a uma administração eficiente, delegando esta tarefa a

funcionários muitas vezes sem preparo, quando o ideal seria a contratação de

uma pessoa habilitada para este cargo. Acredita-se que nenhuma empresa

sobrevive ou expande, sem que seja gerenciada na área administrativa de

maneira adequada.

De acordo com suas finalidades, a Contabilidade tem sido classificada

como ciência social, embora seus métodos de mensuração sejam também

quantitativos. A Contabilidade é compreendida como um sistema de informações e

avaliação, que provém seus usuários com demonstrações de origem financeira,

econômica, física e produtivas, adequadamente estruturadas, essencial à gestão

eficiente das organizações.

A Lei N° 6.404/76, regulamenta as Normas Contábeis que devem ser

seguidas pelas Sociedades Anônimas (S.A), forçando as empresas a

apresentarem, não somente seus balanços, mas também a “Demonstração das

Origens e Aplicações dos Recursos” (DOAR) que objetiva deixar claras as

movimentações que tornam propícias a margem de lucros nos recursos de curto

prazo. Alguns autores defendem a idéia de que a Demonstração das Origens e

Aplicações dos Recursos devem ser substituídas pelo Fluxo de Caixa.

Segundo Kassai (1996, p.88):

A principal justificativa tem consistido, basicamente, na maior facilidade de entendimento do Fluxo de Caixa, onde as informações sobre o fluxo financeiro podem ser visualizadas de forma mais clara durante o período, apesar de a Demonstração das Origens e aplicações dos Recursos (DOAR) ser, incontestavelmente, mais rica em informações.

A constante busca por um maior envolvimento dos profissionais

contábeis na administração das empresas, tem feito com que a Contabilidade,

anteriormente considerada ciências exclusiva dos registros patrimoniais, seja

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utilizada também como parceira para a tomada de decisões nos negócios, haja

vista sua capacidade de disponibilizar informações físicas, econômicas,

financeiras e produtivas, bem como, disponibilizar pesquisas, projeções e

previsões dos cenários porvir das empresas.

As limitações que decorrem das Demonstrações estáticas, motivaram o

uso de demonstrações para representar fluxos, com o objetivo de oferecer

subsídios à análise dos balanços das empresas.

As análises, quando baseadas nos demonstrativos de fluxos de caixa

viabilizam o entendimento das transformações que ocorreram nos níveis de

estoques dos mesmos por meio da análise de suas movimentações. Desta forma,

o Balanço Patrimonial, que refere-se ao estoque de bens, obrigações e direitos de

uma empresa, apresenta uma situação que indica os níveis evidenciados

momentaneamente.

Para que a evolução dos níveis de estoques demonstradas no Balanço

Patrimonial seja melhor compreendida, é necessário que utilize-se outros

demonstrativos capazes de representar fluxos e indicar os movimentos que deram

origem às modificações observadas entre um período e outro.

A análise será mais proveitosa e consistente, partindo-se da análise, por

exemplo, da DRE (Demonstração de Resultados do Exercício), que demonstra a

movimentação dos fluxos de despesas e receitas, sinalizando como foram

gerados os resultados organizacionais e qual a contribuição de cada componente

para a composição do resultado.

Também, no mesmo sentido, encontra-se a Demonstração das

Mutações do Patrimônio Líquido que tem por objetivo controlar um conjunto de

contas de interesse direto dos proprietários do Capital das empresas.

Segundo Hoji (2000, p.63):

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Durante muito tempo as organizações tiveram que se contentar, exclusivamente, com os Balanços Patrimoniais, as Demonstrações de Resultado do Exercício e as Demonstrações das Mutações no Patrimônio Líquido. Entretanto, as organizações continuavam a demandar instrumentos mais dinâmicos, que se propusessem a acomodar fluxos completos de toda a movimentação financeira e não se limitassem a apresentar receitas e despesas exclusivamente segundo os regimes de competência. Como resposta a essa demanda, com a pretensão de se tornar um Demonstrativo capaz de diferenciar-se dos demais, pela explicação conjunta das movimentações dos fluxos, surgiu o Fluxo de Fundos.

Neste sentido, os “fundos”, de acordo com o período analisado, podem

ser interpretados de diversas formas. Desta forma, para uma análise a partir das

mudanças observadas no ativo líquido originárias de operações em situações que

envolvam menores prazos o enfoque mais recomendável será o de capital

circulante líquido, ao passo que se a situação é de curto prazo, deve-se priorizar o

caixa propriamente dito. Sendo assim, a definição mais usual para o fluxo de

fundos é a de capital circulante líquido, ou seja, obtida pela subtração entre o ativo

e o passivo circulantes.

No Brasil, a DOAR passou a ser utilizada tendo por base o conceito de

capital circulante líquido e demonstra um cenário financeiro de curto prazo das

empresas. A tendência maior é a adoção do Fluxo de fundos, tendo este,

inclusive, tornado-se obrigatório para as empresas dos EUA.

As organizações, objetivando administrar seus negócios precisam de

informações gerenciais e financeiras para lhes apoiar na tomada de decisão.

Segundo Sandra Granja (2002), as demonstrações financeiras mais utilizadas

pelas empresas são:

Balanço Patrimonial: onde é evidenciada a situação patrimonial estática da organização em um dado momento. “Através dele, pode-se identificar a saúde financeira e econômica da empresa...” (MARION, 1998, p.46). “Caracteriza-se como um importante instrumento para análise da

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estrutura de capital e da capacidade de pagamento da empresa” (FAVERO, 1997, p.60).

Demonstração do Resultado do Exercício: esta demonstração tem como objetivo confrontar as receitas, custos e despesas do exercício para apuração do lucro ou prejuízo da entidade.

Demonstração do Lucro ou Prejuízo Acumulado: evidencia o lucro do período, a sua distribuição e movimentação. Essa demonstração pode ser elaborada em separado para sociedades limitadas ou fazer parte da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido exigida para as sociedades anônimas, conforme Instrução n. 59, de 22-12-86 da CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos - tem por objetivo apresentar de forma ordenada e sumariamente principalmente as informações relativas às operações de financiamento e investimento da empresa durante o exercício, e mostrar as alterações na posição financeira da empresa1 .

Evidencia-se que todas as demonstrações supra citadas são essenciais

para a geração de informações sobre a respeito da rentabilidade dos negócios

organizacionais. Contudo, além das informações sobre a rentabilidade das

organizações, os administradores e demais usuários das informações contábeis

necessitam de uma demonstração complementar que evidencie, tanto a curto

quanto a médio e longo prazo, (através de orçamentos) a liquidez financeira.

Um dos demonstrativos capazes de melhor expressar o fluxo financeiro

(entradas e saídas de caixa) empregado pela maior parte das empresas é o Fluxo

de Caixa.

Martins (1990, p.124), demonstra que:

Para análise da evolução do patrimônio e para o conhecimento da sua efetiva rentabilidade a Demonstração do resultado [sic] e o Balanço juntos respondem adequadamente e de forma muito mais eficiente. Já para análise financeira de bastante curto prazo o Fluxo de Caixa [essa conotação de somente curto prazo é uma visão particular do autor] é

1 Disponível em: <http://www.eps.ufsc.br/~diomario/arquivos/Disserta%E7%E3o%20vers%E3ofinall sandra.doc>.

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mais útil, e não se pode esquecer que o acompanhamento da liquidez da empresa é tão importante quanto ao da sua rentabilidade, portanto ambos os fluxos se complementam, e por isso se tem o generalizado uso concomitante dos dois na grande maioria dos países hoje (MARTINS, 1990, p.124).

No mesmo sentido, Afonso (apud SANTOS; LUSTOSA, 1999, p.28)

assim se posiciona:

A informação fornecida pela Demonstração de Fluxos de Caixa, se usada com a finalidade de evidenciar e informar deve ajudar investidores, credores e outros a: avaliar a habilidade da empresa em gerar fluxo de caixa positivo e sua habilidade para quitar suas dívidas, pagar dividendos e sua necessidade de financiamento externo; verificar a razão das diferenças entre o lucro líquido associado a recebimentos e pagamentos; medir a geração de caixa nas atividades operacionais, de investimento e financiamentos da empresa durante um período contábil; analisar alternativas de investimento e avaliar as situações presente e futura do caixa da empresa, posicionando-a para que não chegue à situação de insolvência.

A substituição da DOAR pelo Demonstrativo do Fluxo de Caixa se deu

devido às dificuldades de usuários que possuíam pouco conhecimento sobre as

técnicas da contabilidade e da administração financeira para procederem à

interpretação da Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos. Tais

usuários achavam a definição de recursos como capital circulante líquido

demasiadamente abstrata. Acredita-se que isso ocorria devido à inclusão de ativos

de cunho não financeiros, como por exemplo, as despesas antecipadas e os

estoques, também denominados itens não-monetários.

No Brasil observa-se alguns estudos sobre a adoção obrigatória da

Demonstração do Fluxo de Caixa, mas sem conclusões até os dias atuais.

Para Braga (2001, p.7),

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(...) As prenunciadas alterações da atual legislação societária (Lei 6404 de 1976) visam, sobretudo, à melhoria da qualidade informativa dos relatórios contábeis transmitidos ao mercado. Um dos pontos mais polêmicos destas alterações diz respeito à substituição da demonstração das origens e aplicações de recursos – um relatório reconhecidamente mais rico e completo em informações econômicas, mas de difícil compreensão pelos usuários menos especializados – pela demonstração de fluxos de caixa – não considerada tão completa quanto à primeira, mas de interpretação bem mais simples e objetiva.

A Demonstração do Fluxo de Caixa constitui-se em uma espécie de

relatório contábil de simples assimilação e que apresenta-se como uma eficiente

ferramenta de planejamento de ações ligada à disponibilidade de recursos

financeiros.

Segundo Matarazzo (2003, p.369), “fluxo significa movimento. Assim,

fluxo de caixa pode ser definido como movimento de caixa”.

Como bem ressalta Marion (1998, p.381): “A rigor, a intitulação DFC não

é a mais correta, uma vez que englobamos as conta de Caixa e Bancos. Dessa

forma, seria mais adequado denominar Demonstração do Fluxo de Disponível”.

Ainda, segundo Marion (1998, p.380) “A Demonstração do Fluxo de

Caixa (DFC) indica a origem de todo o dinheiro que entrou no Caixa, bem como a

aplicação de todo o dinheiro que saiu do Caixa em determinado período, e ainda,

o Resultado do Fluxo Financeiro”.

Assaf Neto (1997, p.35) assim define fluxo de caixa:

Conceitualmente, o fluxo de caixa é um instrumento que relaciona os ingressos e saídas (desembolsos) de recursos monetários no âmbito de uma empresa em determinado intervalo de tempo. A partir da elaboração do fluxo de caixa é possível prognosticar eventuais excedentes ou escassez de caixa, determinando-se medidas saneadoras a serem tomadas.

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Partindo-se das citações acima mencionadas compreende-se que a

Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) pode ser conceituada como um

instrumento que objetiva apurar as entradas e as saídas financeiras da empresa

em um determinado período de tempo, viabilizando ao gestor, entre várias outras

coisas, condições para diagnosticar antecipadamente problemas, por exemplo, de

déficit ou excesso de capital disponível, e solucionar adequadamente algum

problema.

O Fluxo de Caixa tem como característica principal o auxílio na

administração do disponível (caixa, bancos e aplicações financeiras de

disponibilidade imediata).

A partir deste ponto, este trabalho trata do termo “caixa” em seu sentido

amplo, ou seja, englobando a conta caixa e a conta bancos. Os principais

ingressos de caixa são: vendas à vista, recebimento de duplicatas, aumento de

capital social, vendas de itens do ativo imobilizado, entre outros. As principais

saídas são: compras à vista, pagamentos de duplicatas, pagamentos de despesas

operacionais e administrativas diversas.

Para a correta administração do fluxo de caixa, é imprescindível levar

em consideração não somente as saídas de caixa que encontramos facilmente no

fluxo como, por exemplo, os desembolsos com as despesas operacionais e

administrativas, mas também devem ser lembrados e considerados as provisões e

depreciações, que representam uma saída de caixa no futuro.

Alguns estudos sobre casos de empreendedores que fecham suas

empresas nos primeiros anos de atividade têm evidenciado que uma das causas

da mortalidade das pequenas empresas, entre outras, é a falta de habilidade

gerencial do empreendedor.

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Pesquisa do SEBRAE sobre Mortalidade das MPE’s (Micros e pequenas

empresas) paulistas comprova que a grande maioria dos empreendedores têm

experiência prévia no setor, mas geralmente estavam ligados a cargos técnicos e

operacionais, conhecendo muito bem o produto ou serviço que estão oferecendo,

no entanto, sem experiência em funções gerenciais, o que pode complicar a

situação da empresa, caso o empreendedor não procure o amparo necessário.

O empreendedor, muitas vezes, se encontra diante de problemas como

administração de pessoal, controle de estoque, capital de giro, compras, vendas,

entre outros tantos problemas que certamente virão, e, usualmente, os resolvem

na base da improvisação, muitas vezes não procurando ajuda, geralmente pelo

motivo de uma economia de custos.

É errônea a idéia de que somente grandes empresas necessitem de

ferramentas administrativas e gerenciais que conduzam as decisões dos negócios.

Os problemas das micro e pequenas empresas, apesar de serem diferenciados

dos problemas das grandes empresas, também precisam ser conhecidos e

administrados corretamente.

Sobre o problema da má-gerência, Marion (1998, p.27) diz:

Observamos com certa freqüência que várias empresas, principalmente as pequenas, têm falido ou enfrentam sérios problemas de sobrevivência. Ouvimos empresários que criticam a carga tributária, os encargos sociais, a falta de recursos, os juros altos etc., fatores estes que, sem dúvida, contribuem para debilitar a empresa. Entretanto, descendo a fundo nas nossas investigações, constatamos que, muitas vezes, a “célula cancerosa” não repousa naquelas críticas, mas na má gerência, nas decisões tomadas sem respaldo, sem dados confiáveis. Por fim, observamos nesses casos, uma contabilidade irreal, distorcida, em conseqüência de ter sido elaborada única e exclusivamente para atender às exigências fiscais.

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O objetivo básico da contabilidade é fornecer informações úteis aos

seus usuários. A contabilidade gerencial visa atender as necessidades do

administrador, que tanto pode ser um administrador de uma grande empresa,

como pode também ser um pequeno empreendedor que acaba de iniciar seu

negócio.

A contabilidade gerencial recolhe as informações e apresenta um leque

de opções possíveis e aproveitáveis ao empreendedor, de modo que este tome

decisões racionais e em seu tempo certo, fazendo com que a empresa aproveite

da melhor forma possível os recursos disponíveis e as condições do mercado.

Marion (1998, p.28) segue, respaldando a afirmativa supra mencionada,

com os seguintes dizeres:

Vivemos um momento em que “aplicar recursos escassos disponíveis com a máxima eficiência” tornou-se, dadas as dificuldades econômicas (concorrência, inflação, etc.), uma tarefa nada fácil. A experiência e o feeling do administrador não são mais fatores decisivos no quadro atual; exige-se um elenco de informações reais, que norteiem tais decisões. E essas informações estão contidas nos relatórios contábeis elaborados pela Contabilidade.

A partir desta análise, pode-se concluir que a administração eficiente da

micro e pequena empresa não depende somente das habilidades do

empreendedor, ele também precisa de um amparo de conhecimentos técnicos e

específicos, além de informações atualizadas, os quais serão encontradas na

contabilidade gerencial.

O objetivo principal do processo de Demonstração do Fluxo de Caixa é

especificar as mudanças ocorridas nas transações comerciais e financeiras da

empresa, tanto as originárias de atividades operacionais quanto as advindas de

atividades não-operacionais, como por exemplo, investimentos e financiamentos

objetivando a segurança da liquidez da empresa.

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Assaf Neto (1997, p.35) assim conceitua fluxo de caixa: “o fluxo de caixa

é um instrumento que relaciona os ingressos e saídas (desembolsos) de recursos

monetários no âmbito de uma empresa em determinado intervalo de tempo”.

De acordo com Zdanowicz (1995 apud GRANJA, 2002), dentre as

finalidades do fluxo de caixa, pode-se mencionar:

i Facilitar a análise e o cálculo na seleção das linhas de crédito a serem obtidas junto às instituições financeiras;

ii Programar os ingressos e desembolsos de caixa, de forma criteriosa, permitindo determinar o período em que deverá ocorrer a carência de recursos e o montante, havendo tempo suficiente para as medidas necessárias;

iii Permitir o planejamento dos desembolsos de acordo com as disponibilidades de caixa, evitando-se o acúmulo de compromissos vultosos em época de pouco encaixe;

iv Determinar quanto de recursos próprios a empresa dispõe em dado período, e aplicá-los de forma mais rentável possível, bem como analisar os recursos de terceiros que satisfaçam as necessidades da empresa;

v Desenvolver o uso eficiente e racional do disponível;

vi Financiar as necessidades sazonais ou cíclicas da empresa;

vii Fixar o nível de caixa, em termos de capital de giro;

viii Auxiliar na análise dos valores a receber e estoques;

ix Verificar a possibilidade de aplicar possíveis excedentes de caixa;

x Estudar um programa saudável de empréstimos e financiamentos.

Segundo Campiglia (1997, p.226):

De onde vem, e para onde vai o dinheiro é a indagação respondida pela Demonstração do Fluxo de Caixa, que, através da análise das entradas

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e das saídas de valores monetários constantes da contabilidade da companhia, enseja a elaboração permanente ou periódica desse demonstrativo. Sua importância é traduzida na indispensabilidade do equilíbrio financeiro cuja evidência, resultante da dinâmica pecuniária empresarial, requer o exame analítico e constante das fontes de recursos e suas demonstrações cujo significado é tão relevante quanto o das demais demonstrações financeiras da companhia, especialmente a do resultado do exercício.

Com base na citação acima, entende-se que existe uma relação

necessária entre os recursos financeiros investidos no ativo patrimonial,

percentualmente divididos nas duas origens básicas de capital próprio e capital de

terceiros, tais como aparecem no passivo do balanço patrimonial, e o grau de

liquidez que permita a satisfação pontual das exigibilidades assumidas.

A propósito, cabem as razões comentadas por Campiglia (1997, p.59), a

saber:

A importância do fluxo de caixa no contexto de uma análise financeira e segundo certas circunstâncias pode explicar a razão do fracasso de uma empresa que alcançou bom nível de lucratividade e, ao mesmo tempo, entrou em regime de falência em relação a seus credores, ou à incapacidade financeira de prover a compra ou investimentos necessários à manutenção de sua atividade produtiva.

Estudos recentes sobre casos de fracasso empresarial têm fortalecido a

convicção de que a principal razão da chamada mortalidade precoce das

pequenas e médias empresas é a falta de habilidade gerencial do seu

administrador ou administradores.

A maioria desses administradores conhece profundamente a função

técnica dos seus negócios, conferindo importância secundária à função

administrativa ou gerencial. Eles crêem que a razão do sucesso vem somente

quando da produção de bens de alta qualidade e demanda firme. Entretanto essa

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maneira de administrar é equivocada que leva, invariavelmente, à frustração do

empresário e à falência da empresa.

O sucesso empresarial transcende a função técnica, não que ela não

seja importante, pelo contrário, mas envolve também, de igual importância, o

exercício aplicado da função administrativa, que tem como uma das partes

essenciais, o conhecimento dos procedimentos financeiros e contábeis disponíveis

e na sua utilização para acompanhamento, coordenação e controle das operações

da empresa.

Entre os instrumentos financeiros que os administradores dispõem para

essa finalidade, destacam-se, pela sua relevância, o Fluxo de Caixa e o seu

gerenciamento. Pois havendo uma correta administração de caixa, a tomada de

decisão será eficaz, de forma que a sua clareza em evidenciar os fatos, ajudará os

administradores no momento de tomar suas decisões.

A saúde de uma empresa depende da manutenção de um fluxo de

caixa positivo: o dinheiro tem que entrar tão depressa quanto sai. Uma

administração eficiente do fluxo de caixa fará com que a empresa funcione

perfeitamente. Os custos estarão em ordem. As vendas e as cobranças

trabalharão juntas. As margens serão protegidas, a cota de mercado crescerá e os

lucros florescerão.

Os problemas de fluxo de caixa são resolvidos com decisões

cuidadosas e bem articuladas. Em caso de não poderem ser evitados, podem ao

menos ser previstos, reduzindo-se desta forma o impacto sobre a sustentabilidade

da empresa e a rentabilidade, permitindo ao administrador dirigir, planejar,

organizar, coordenar e exercer controle sobre os recursos financeiros de uma

empresa para determinado período.

A economia brasileira experimenta baixas taxas de inflação, o mercado

está globalizado, tendo como conseqüência uma concorrência mais acirrada entre

as empresas, faz-se necessária que elas tenham uma boa gestão financeira. É

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necessário que todo numerário disponível ou a receber seja bem empregado. Se

os fluxos de caixa são otimizados, dimensiona-se com segurança o capital de giro.

Essa é uma constante preocupação das empresas brasileiras, pois os custos

financeiros podem absorver valores significativos da receita operacional.

Em síntese, pode-se observar que a demonstração do fluxo de caixa

tem como objetivo aperfeiçoar a gestão financeira da empresa. Procurando as

melhores alternativas de aplicação de recursos próprios e de terceiros de acordo

com as respectivas atividades organizacionais.

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CONCLUSÃO

O mercado caminha para um cenário onde pequenas empresas

necessitam cada vez mais do profissional contábil para gerenciar seu orçamento,

a fim de que seja possível a criação de oportunidades para competirem com as

empresas maiores.

Cada vez mais, o fluxo de informações no interior de uma empresa

aumenta e torna-se mais complexo, demandando por um número cada vez maior

de dados para auxiliar na tomada de decisões. Nesse sentido, na administração

das pequenas empresas, existe uma grande demanda por profissionais que sejam

capazes de ter uma visão ampla do negócio, dentre estes profissionais, encontra-

se o contador.

A função da Contabilidade Gerencial é adicionar valor, este ligado ao

processo administrativo, e gerar lucro para o acionista ou proprietário.

As informações obtidas pela Contabilidade Gerencial devem ser

relevantes e a tempo, facilitando, assim, o controle e avaliação dos fatos

ocorridos, acompanhados sempre de uma orientação ampla, avaliando-se os

resultados reais.

As organizações que almejam manter a competitividade estão

chegando à conclusão que a gestão eficaz e consciente de todos os processos

que integram a cadeia de valor é uma das formas para se manter em um mercado

globalizado e instável.

O profissional contábil precisa entender que, devido às maiores

exigências em termos gerenciais, tributários e sociais e devido à exigência de um

quadro de pessoal mais atualizado em termos de competências e habilidades,

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eles precisarão ser capazes de estabelecer um relacionamento interativo com

seus clientes, com vistas à criação e difusão do conhecimento entre todos os que

fazem parte da Empresa.

Por meio do fluxo de caixa pode-se determinar medidas saneadoras no

tocante as discrepâncias existentes nos controles financeiros.

Cabe à contabilidade auxiliar o empreendedor por meio do fluxo de

caixa, haja vista, esse relatório ser de fácil entendimento, para que o

empreendedor não se encontre em situação de risco por conta de um mau

planejamento. Através do Fluxo de Caixa, o empreendedor, no papel de gestor de

sua empresa, pode planejar suas ações, voltando-as para uma correta

administração do caixa, empregando os recursos disponíveis da melhor forma

possível.

O administrador deve tomar suas decisões com base nos

demonstrativos de fluxo de caixa face essas demonstrações refletir a realidade

financeira da empresa em quanto que os relatórios contábeis sofreram ajustes

para atender as necessidades do fisco, com isso suas informações se torna irreal,

entretanto mesmo que a empresa obtenha lucro contábil não implica que a

situação financeira está saudável, por que não está gerando caixa, portanto uma

empresa perde a sua continuidade não por falta de lucro mas sim face a falta de

caixa.

Nesse sentido, evidenciou-se que o profissional contábil pode auxiliar na

transformação desse cenário utilizando-se de seus conhecimentos, haja vista que

o contador possui conhecimentos financeiros aprofundados sobre a realidade do

mercado externo e interno, possuindo, desta maneira, maior capacidade para

interpretar determinadas situações e auxiliar na tomada de decisões, situações

estas, em que o empresário sozinho, na maioria das vezes não encontra-se apto a

decidir sozinho, sem o auxílio de um profissional especializado .

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Atualmente o maior desafio que se impõe aos órgãos que fomentam o

setor produtivo ligados às pequenas empresas, é aumentar os esforços visando a

capacitação gerencial dos empresários. Isto porque a deficiência gerencial

evidenciada ainda é grande, assim como também é grande o universo de

pequenas empresas no Brasil. A maior parte delas possui um ciclo de vida curto

devido às inúmeras falhas referentes ao gerenciamento das mesmas e por isso

ressalta-se a importância do profissional contábil junto a estas empresas.

Os profissionais contábeis necessitam entender que o conhecimento vai

além de processamento e armazenamento de dados e informações. Acredita-se

que nas empresas contábeis ele se restrinja à geração de relatórios padrões,

personalizados para cada cliente. Nesse sentido, os profissionais do

conhecimento são os que elaboram, organizam, aprendem e processam

informações continuamente.

Do exposto conclui-se que o controle orçamentário está diretamente

associado às tomadas de decisões das empresas, daí resulta a importância

fundamental do profissional contábil na captação, produção e fornecimento de

informações nas organizações.

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