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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE PROJETOS PARA O DESENVOLVIMENTO DA ORGANIZAÇÃO Por: Fabio Medeiros Guline Orientador Prof. Luiz Cláudio Lopes Alves Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE PROJETOS PARA O

DESENVOLVIMENTO DA ORGANIZAÇÃO

Por: Fabio Medeiros Guline

Orientador

Prof. Luiz Cláudio Lopes Alves

Rio de Janeiro

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE PROJETOS PARA O

DESENVOLVIMENTO DA ORGANIZAÇÃO

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Gestão

Empresarial.

Por: Fabio Medeiros Guline

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AGRADECIMENTO

Agradeço a Deus por estar sempre

comigo, me ajudando a superar cada

obstáculo que encontro nos caminhos

da vida.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais

Lupercio e Penha, razão da minha

existência e minha avó Adibi por toda a

dedicação que fez tornar-me o homem

que sou.

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RESUMO

O cenário de negócios atual exige das empresas maior velocidade,

flexibilidade e consistência na implantação de suas estratégias para

sobrevivência e crescimento. A execução destas estratégias envolve certas

etapas que competem por recursos (humanos, financeiros e materiais) com as

atividades rotineiras da organização, aumentando a complexidade da gestão

empresarial. Nesse contexto, a gestão de projetos passou a assumir papel

estratégico nas organizações. É o que demonstram os estudos de

Benchmarking em Gerenciamento de Projetos, desenvolvidos pelo PMI –

Brasil. A pesquisa mostra claramente como a valorização da gestão

profissional de projetos está diretamente relacionada com o grau de

competitividade das empresas. Para viabilizar esse cenário, podem ser

desenvolvidas novas estruturas de negócio, para fazer com que os planos

estratégicos possam ser implementados por meio de projetos. Estes planos

estratégicos possuem objetivos específicos e restrições (orçamentárias, prazo,

qualidade ou recursos), que devem nortear projetos ou programas dentro de

uma organização. Neste contexto, entender o processo de gerenciamento de

projeto tem se tornado vital para as organizações a medida em que mais e

mais novos negócios vão se revestindo da aura de projeto e passam a exigir

um cabedal de técnicas gerenciais que nem sempre estão disponíveis nas

empresas. A adoção de uma efetiva gestão de projetos traz benefícios para a

organização, como melhores resultados, previsibilidade e aumento da

lucratividade.

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METODOLOGIA

O tema estudado foi desenvolvido utilizando o método dedutivo, através

da pesquisa bibliográfico-documental. Tais como: Internet, livros, cases,

apostilas de empresas especializadas em consultoria, vídeos e entrevistas com

profissionais, abordando de forma sucinta as dificuldades das organizações

que não possuem procedimentos gerenciais adequados, a importância que um

projeto têm para as pretensões da organização, no que diz respeito à meta a

ser atingida e tomada de decisão e os princípios para o estabelecimento de

uma gestão de projetos.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - O PROJETO E SUA GERÊNCIA 10

CAPÍTULO II - MOTIVOS PARA A IMPLANTAÇÃO DE PROJETOS 20

CAPÍTULO III - A DIFICULDADE DE IMPLANTAR O GERENCIAMENTO DE

PROJETOS NAS ORGANIZAÇÕES 26

CAPITULO IV - GERENCIAMENTO DE PROJETOS NA VISÃO DO PMI 30

CAPITULO V - CASE EMBRAER - UM CASO DE SUCESSO NA APLICAÇÃO

DA GESTÃO DE PROJETOS 34

CONCLUSÃO 40

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 42

ÍNDICE 44

FOLHA DE AVALIAÇÃO 47

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INTRODUÇÃO

Muitos executivos perguntam-se sobre o real valor e a aplicabilidade da

gerência de projetos em suas empresas. Até onde vale a pena investir tempo e

dinheiro para garantir um bom gerenciamento de projetos? A mesma questão

já foi formulada repetidas vezes por pessoas envolvidas em empreendimentos

das mais diferentes complexidades - da preparação de uma nova campanha de

marketing à construção de uma hidroelétrica. Por quê a chamada gerência de

projetos está sendo ouvida e pregada por toda parte nos dias de hoje?

Para entender melhor como tudo começou, o termo "trabalho" foi

cientificamente definido por Frederick Taylor (1856-1915), pioneiro em

conceber um tipo de desenho de processos. Mas apenas no pós-guerra as

técnicas de gerenciamento de projetos foram definidas e agrupadas em forma

de disciplina. O grande catalisador deste acontecimento foi o Departamento de

Defesa Americano. Através de iniciativas como o programa Polaris (1957-58),

esse departamento alavancou ferramentas de diagramação de rede como

PERT (Program Evaluation and Review Technique) e tantos outros termos hoje

usados, a exemplo da sala de acompanhamento de projetos: "war room".

Depois dos militares, os setores de construção, automotivo,

cinematográfico e aeroespacial também foram grandes patrocinadores do

crescimento da disciplina, percebendo rapidamente o quanto poderiam estar se

beneficiando através dessa abordagem.

Gerenciamento de times multidisciplinares e conquista de objetivos

únicos dentro de períodos determinados de tempo e com limitações de

recursos pareciam mais factíveis. A cada dia surgem novos estudos e técnicas

que apóiam as áreas de conhecimento envolvidas no gerenciamento de

projetos. Exemplos de empresas desenvolvidas a partir dos conceitos de

Project Management, PMO (Project Management Office), poderosíssimos

softwares de planejamento e de controle, e metodologias de gerenciamento

estão cada vez mais presentes no nosso cotidiano.

Esse movimento não aconteceu por acaso. É precioso observar o

contexto do mundo em que se vive hoje para compreender o sentido de

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9tamanha revolução. As empresas e seus profissionais passam atualmente por

processos de mudança contínua para evoluírem de acordo com os rumos que

o mundo aponta. Por maiores que sejam as diferenças de opinião, não é

possível ignorar os efeitos da globalização, da tecnologia que nos envolve, dos

anseios da sociedade da qual fazemos parte e, principalmente, do nível de

exigência do cliente. Os pensamentos relativos à qualidade vêm evoluindo

muito desde os ensinamentos de W. Edwards Deming, Phillip Crosby e Joseph

Juran. Mas essa evolução não é simples. É necessário poder de adaptação. É

necessário, muitas vezes, mudar literalmente o modus operandi e a forma de

pensar para poder evoluir.

Chegamos ao cerne da questão. Se o desenvolvimento de seu

departamento, divisão ou empresa depende de projetos, nada mais sensato do

que realizá-los com excelência. Na verdade, não se gerencia projetos por

gerenciar. O que realmente se espera é uma melhoria de performance.

Planejamento e controle são partes integrantes do jogo e, por definição,

reduzem os fatores de risco envolvidos nesse ambiente de constante mudança.

É esse o objetivo de se ter projetos bem gerenciados: Diminuir

incertezas, atingir a satisfação de seu cliente, seja ele interno ou externo, e sair

ileso ao fim do projeto. Essa última não significa somente entregar dentro do

prazo, do orçamento previsto e com qualidade. Há muito mais por trás dessa

definição de sucesso. Um projeto, antes de tudo, é constituído por pessoas.

Fazer com que essas pessoas sintam-se bem e cresçam em torno de um

objetivo comum também é um indicativo de sucesso. Multiplique isso por um

ambiente de característica passageira, como o de um projeto, e veremos a

importância do conhecimento e da experiência necessários para um gerente de

projetos. Outro indicativo é o aprendizado armazenado para projetos futuros.

O fato é que independente da área de atuação da organização é

necessário adaptar processos, treinar pessoas e disponibilizar ferramentas

para aumentar as chances de se atingir os objetivos.

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CAPITULO I

O PROJETO E SUA GERÊNCIA

1.1- Projeto

Conceitua-se Projeto como um empreendimento não repetitivo,

caracterizado por uma seqüência clara e lógica de eventos, com início meio e

fim, que se destina a atingir um objetivo claro e definido, sendo conduzido por

pessoas dentro de parâmetros pré-definidos de tempo, custo, recursos

envolvidos e qualidade.

No contexto das empresas, os projetos são empreendimentos que

visam o aumento da capacidade de criação de valor nas organizações e,

portanto, são um meio de organizar as atividades que não são abordadas

dentro dos limites operacionais da organização.

São tipicamente autorizados como resultado de uma necessidade do

negócio, um problema ou uma oportunidade, que podem ser detalhados como:

• Necessidade da empresa;

• Demanda do mercado;

• Solicitação de um cliente;

• Atendimento a requisito legal ou regulatório;

• Avanço tecnológico;

• Necessidade social;

Para muitos, definir o que é projeto parece ser elementar, mas

constantemente se confunde Projeto com operações cotidianas da empresa

(on going operations).

Projetos e operações possuem características semelhantes, tais como:

• São desenvolvidas por pessoas;

• Possuem restrições por recursos;

• São planejadas, executadas e controladas.

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11Operações e projetos diferem basicamente no que se refere ao

término. Projetos possuem data de início e fim definido, sempre caracterizando

um novo serviço ou produto, as operações são as atividades diárias e

repetitivas na empresa, nunca tem um fim definido.

“Projeto é um esforço temporário para desenvolver um produto ou

serviço com características únicas”

(PMBOK®

Guide 2000).

1.2- A Gerência de Projetos

Inicialmente a gerência de projetos era de domínio estritamente militar.

Hoje a grande maioria das indústrias da construção civil até empresas de alta

tecnologia, usa a gerência através de projetos para tornarem-se mais eficientes

e eficazes. À medida que, mais e mais empresas mudam seus estilos

gerenciais para a administração baseada em projetos, os gerentes de projetos,

seus supervisores e participantes de equipes de projeto precisam partilhar uma

linguagem e uma metodologia unificada.

O PMI – Project Management Institute, fundado em 1969, sediado na

Pensylvania (USA), é a maior e mais importante organização internacional sem

fins lucrativos que congrega profissionais da área de gerenciamento de

projetos. PMP – Project Management Professional, é uma certificação

outorgada pelo PMI a profissionais de gerenciamento de projetos que

comprovem experiência prática e conhecimento de ferramentas e metodologia

de gerenciamento de projetos, utilizando o guia PMBOK (Project Management

Body of Knowledge). O profissional com certificação PMP é reconhecido

mundialmente como amplamente capacitado para gerenciar projetos.

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12Gerência de Projetos é um processo que envolve Planejamento, fazer

com que o planejamento seja executado, e avaliar o progresso e a

performance, dentre outras coisas. O grupo de processo de planejamento é

considerado muito importante, pois todos os demais grupos de processos

dependem inteiramente do que se planejou:

O gerenciamento de projetos é a aplicação de conhecimento,

habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto a fim de atender

aos seus requisitos. O gerenciamento de projetos é realizado através da

aplicação e da integração dos seguintes processos de gerenciamento de

projetos: iniciação, planejamento, execução, monitoramento e controle, e

encerramento. O gerente de projetos é a pessoa responsável pela realização

dos objetivos do projeto.

Gerenciar um projeto inclui:

• Identificação das necessidades

• Estabelecimento de objetivos claros e alcançáveis

• Balanceamento das demandas conflitantes de qualidade, escopo, tempo

e custo

• Adaptação das especificações, dos planos e da abordagem às

diferentes preocupações e expectativas das diversas partes

interessadas.

É importante observar que muitos processos dentro do gerenciamento

de projetos são iterativos devido à existência, e necessidade, de uma

elaboração progressiva em um projeto durante todo o ciclo de vida do projeto.

Isto é, conforme uma equipe de gerenciamento de projetos aprende mais sobre

um projeto, poderá gerenciar com um nível maior de detalhes.

O termo “gerenciamento de projetos” às vezes é usado para

descrever uma abordagem organizacional ou gerencial do gerenciamento de

projetos e de algumas operações já em andamento, que podem ser redefinidas

como projetos, o que também é chamado gerenciamento por projetos. Uma

organização que adota essa abordagem define suas atividades como projetos

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13de acordo com a definição de projeto. Tem havido uma tendência nos últimos

anos de se gerenciar mais atividades em mais áreas de aplicação usando o

gerenciamento de projetos. Mais organizações estão usando o gerenciamento

por projeto. Isso não significa dizer que todas as operações podem ou devem

ser organizadas em projetos. A adoção do gerenciamento por projeto também

está relacionada à adoção de uma cultura organizacional parecida com a

cultura de gerenciamento de projetos. Embora um entendimento de

gerenciamento de projetos seja essencial para uma organização que esteja

utilizando-o, uma discussão detalhada da abordagem em si está fora do

escopo desta norma.

“Gerência de Projetos é aplicar os conhecimentos, habilidade,

ferramentas e técnicas, para projetar as atividades convergentemente às

exigências do projeto”.

(PMBOK®

Guide 2000).

1.3 - Estatísticas sobre o uso da Gerência de Projetos

Segundo estudo do PMI, 59% das companhias não utilizam soluções

específicas para gestão do conhecimento em projetos.

Os números são alarmantes: 79% das organizações brasileiras

costumam ter problemas no cumprimento dos prazos estabelecidos para os

projetos, enquanto 62% afirmam estourar os orçamentos definidos. É o que

mostra o estudo de benchmarking em Gerenciamento de Projetos Brasil 2009,

realizado pelo PMI (Project Management Institute). O levantamento ouviu 300

companhias que atuam no País.

De acordo com a pesquisa, 32% dos projetos estouram em até 10% do

valor previsto e 28% afirmaram que o rombo geralmente é maior do que isso.

Problemas que ocorrem com mais frequência citados pelos respondentes

tocam comunicação (76%), prazos (71%), mudanças de escopo (70%), escopo

não definido adequadamente (61%) e concorrência entre o dia a dia e o projeto

na utilização de recursos (52%).

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14Iniciativas que as empresas pesquisadas pretendem desenvolver

passam por desenvolvimento e revisão de metodologia de gerenciamento

(60%), programas de capacitação em gerenciamento de projetos (57%),

implantação de indicadores (50%). Outro dado relevante da edição do estudo

mostra que 42% dos projetos estão sempre alinhados às estratégias da

organização. Além disso, 62% dos entrevistados afirmam não utilizar balanced

scorecard (BSC). Mesmo assim, 83% das empresas utilizam algum software

para gerenciamento de projetos. Entre as ferramentas utilizadas estão MS

Project (60%), software desenvolvido internamente (26%), MS Project Server

(23%) e Oracle Primavera Systemas (8%). Por outro lado, 59% das

companhias não utilizam soluções específicas para gestão do conhecimento

em projetos, mas pretende adotá-la no futuro.

O estudo de Benchmarking em Gerenciamento de Projetos é uma

ótima ferramenta para os envolvidos na difícil tarefa de implantar e evoluir

o gerenciamento de projetos na suas instituições.

Esse cenário nos indica que as organizações obtém sucesso ao se

estruturar para fazer com que os planos para o seu desenvolvimento sejam

implementados por meio de projetos. Estes planos possuindo objetivos

específicos e restrições (orçamentárias, prazo, qualidade ou recursos), devem

nortear projetos ou programas dentro da organização.

1.4 - Habilidades necessárias para gerenciar projetos

Ainda hoje, nas empresas das mais diversas áreas, tende-se a nomear

como Gerente de Projeto seus técnicos especialistas mais antigos ou mais

capacitados. Existem muitos casos de sucesso, mas não se pode garantir que

um técnico exercerá com competência as atribuições de um gerente. Na

maioria dos casos, a empresa perde um excelente técnico especialista e ganha

um péssimo gerente de projetos.

É importante ter em mente que o papel do “Gerente de Projeto”, por

si só, não garante o sucesso do projeto. O gerente deve ter as competências

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15adequadas desenvolvidas, conhecer e aplicar boas técnicas de gerenciamento

de projetos, além de um sólido conhecimento de habilidades gerais de

gerenciamento. As habilidades são as ferramentas do gerente de projeto, tais

como:

• Habilidades de Comunicação;

• Aptidões Organizacionais;

• Habilidades para Elaboração de Orçamentos;

• Habilidade em Solucionar Problemas;

• Habilidade em Negociar e Influenciar;

• Liderança;

• Formação de Equipe e Recursos Humanos.

A equipe de gerenciamento de projetos possui uma responsabilidade

profissional com suas partes interessadas, inclusive clientes, a organização

executora e o público. Os membros do PMI seguem um “Código de ética” e

os que possuem a certificação Profissional de gerenciamento de projetos

(PMP) seguem um “Código de conduta profissional”.

“Gerentes de Projeto são pessoas interessantes. Conhecem um

pouquinho de tudo e são excelentes comunicadores. Eles conseguem

motivar as pessoas, inclusive aquelas que não têm qualquer motivo para

serem leais ao projeto, e podem fazer aquelas ligações difíceis, quando

necessário.”

Kim Heldman

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1.5 - A localização da Gerência de Projetos no ciclo estratégico-

operacional da organização

Num ambiente empresarial tradicional, se observarmos o ciclo

estratégico - operacional, como demonstra o diagrama, veremos 3 principais

níveis: Estratégico, Tático e Operacional.

Figura 1.5 - Pirâmide do Ciclo Estratégico Operacional

Fonte: Manager Brazil – consultoria e treinamento em projetos

www.managerbrazil.com.br

Nível estratégico Visão

Futuro é a palavra que norteia esse tema. Mas um futuro realista,

objetivo! A visão da empresa deve levar a quem a lê, a possibilidade de se

tornar real num futuro próximo. É o objetivo maior e principal da empresa,

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17aquele que deve ser considerado por todos como um destino certo, se

tomarem o rumo indicado e fizerem a sua parte do processo.

Missão

Da visão da empresa, derivamos para a missão. Basicamente, a

missão descreve a finalidade da empresa, o motivo de sua existência, a razão

pela qual se considera necessária ao mercado e a maneira como quer ser vista

por ele.

Objetivos estratégico e governança corporativa

Do motivo de sua existência (visão), chegamos aos Objetivos

Estratégicos e a Governança Corporativa. Esses 3 tópicos no nível estratégico

são tratados pelo primeiro escalão da empresa.

Nivel tático

Nesse nível, observamos uma subdivisão em duas verticais:

• Planejamento e Gerenciamento de Operações

• Planejamento e Gerenciamento de Projetos.

Planejamento e gerenciamento de operações

Que diz respeito à definição da maneira e ritmo com os quais as

organizações produzem bens e serviços. Constitui, portanto, processo

regulador necessário em qualquer corporação. Cuida da forma como o dia a

dia da corporação é gerido.

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Planejamento e gerenciamento de projetos

Nesse caso, a terminologia “Planejamento e Gerenciamento de

Projetos” é usado para descrever uma abordagem organizacional ou gerencial

do gerenciamento de projetos, também no nível tático da empresa

Nível operacional

Nesse nível observamos que do Planejamento e Gerenciamento de

Operações chegamos às Operações, em si, responsáveis pela produção de

valor pela organização. Já do Planejamento e Gerenciamento de Projetos

derivamos para os Projetos, responsáveis pelo Incremento da Capacidade de

Produção de Valor pela Organização. E, importante, uma vez finalizado o

projeto, e aumentada a capacidade de produção de valor da empresa, existe

um repasse do projeto para operações, de forma que a empresa continue

produzindo valor, agora turbinado, pelo resultado dos projetos.

Escritório de projetos (PMO)

Para apoiar o desenvolvimento e a implementação dessa abordagem,

as empresas tem desenvolvido estruturas corporativas, que sustentam essas

iniciativas. Dentre as diversas existentes, o Escritório de Projetos (PMO) tem

demonstrado ser a mais adequada.

Quanto à definição, podemos de uma forma simples, afirmar que o

PMO é a “casa do gerente de projetos”. Trata-se de um local centralizado

para conduzir, planejar, organizar, controlar e finalizar as atividades do projeto.

É também um local onde se pode obter uma visão global e panorâmica de todo

o projeto sem se perder em detalhes.

O que esperar de um Escritório de Projetos?

• Facilitar a seleção e a priorização de projetos e a manutenção de um

portfólio;

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• Coletar e manter informações (operacionais e executivas) sobre o

andamento dos projetos;

• Acompanhar e reportar o progresso dos projetos;

• Disponibilizar e manter metodologia e ferramentas;

• Apoiar o desenvolvimento e a implementação de projetos;

• Prover e/ou propor treinamento em gerência de projetos;

• Manter e aprimorar o conhecimento em gerenciamento de projetos da

organização.

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CAPÍTULO II

MOTIVOS PARA A IMPLANTAÇÃO DE PROJETOS

2.1 - Aumentar a maturidade da sua organização

“A maturidade em gestão de projetos é o desenvolvimento de sistemas e processos que são por natureza repetitivos e garantem uma alta probabilidade de que cada um deles seja um sucesso. Entretanto, processos e sistemas repetitivos não são, por si, garantia de sucesso. Apenas aumentam a sua probabilidade.”

Harold Kerzner

Existem alguns modelos que tratam do grau de maturidade das

organizações em gerenciamento de projetos, como PMMM – Project

Management Maturity Model e OPM3 – Organizational Project

Management Maturity Model, este último publicado pelo PMI – Project

Management Institute no final de 2003. Embora não sejam tão conhecidos no

mundo corporativo como outros modelos de maturidade como CMM –

Capability Maturity Model, esses modelos têm sido cada vez mais utilizados.

A adoção de modelos de maturidade se deve à percepção por parte

das empresas de que com o aumento da maturidade em gerenciamento de

projetos seria possível obter vantagens, como diminuição de custos, aumento

de produtividade, previsibilidade de prazos e otimização de recursos,

principalmente quando essas empresas desenvolvem projetos para entregar

produtos e serviços aos clientes.

Um fator que também deve ser considerado é que, mesmo empresas

que não utilizam qualquer modelo de maturidade podem sim possuir diferentes

graus de maturidade em gerenciamento de projetos.

Se apenas uma parte da empresa utiliza uma metodologia de

gerenciamento de projetos, as interações entre as áreas podem apresentar

divergências de entendimento quando se fala em estimativas de prazos e

custos, por exemplo. Muitas vezes, os prazos são pré-determinados pelas

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21áreas de negócio, fazendo com que a área de desenvolvimento de sistemas

tenha que trabalhar com um cronograma reverso. Essa abordagem aumenta os

riscos e muitas vezes gera conflitos, pois frequentemente ocorrem atrasos,

aumento de custos, diminuição de qualidade e outras consequências da baixa

maturidade em gerenciamento de projetos. O que ocorre nesses casos

normalmente é a criação de um war room, onde recursos são gastos conforme

a necessidade e sem um planejamento prévio adequado. O resultado final é

obtido em termos de prazo, mas será que a qualidade e os custos não

poderiam ter resultados melhores, por exemplo? Será que existem riscos não

identificados? Não obstante ao fato de melhor gerenciar seus projetos,

empresas com maior maturidade tendem a utilizar o conceito de Programa, ou

seja, a reunião de vários projetos relacionados entre si. Essa abordagem é

chamada de Program Management e permite um alinhamento entre a

estratégia da empresa e os projetos desenvolvidos por ela. Muitas vezes,

vários projetos de um mesmo programa possuem características semelhantes

e, quando executados em série, permitem um alto grau de reutilização de

informações.Quem ganha com isso são os profissionais em gerenciamento de

projetos, como os gerentes de projeto, e também vários stakeholders (partes

interessadas), como o sponsor (patrocinador do projeto) e a própria empresa.

Ou seja, conforme o conceito de maturidade de Kerzner, embora não seja

garantia de sucesso, a maturidade organizacional em gerenciamento de

projetos aumenta a probabilidade de acertos. É por isso que empresas

maduras executam projetos de sucesso.

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2.2 - Conscientizar a equipe com relação aos objetivos da

organização

“Aí está o mérito do êxito de meus projetos: Sempre fui muito exigente e rigoroso com procedimentos que aparentemente não faziam muito sentido na época. Mais tarde viu-se que esse rigor fez a diferença entre afundar ou não, concluir ou não um projeto”.

Amyr Klink

Gerenciar um projeto é atuar de forma a atingir os objetivos propostos

dentro de parâmetros de qualidade determinados, obedecendo a um

planejamento prévio de prazos (cronograma) e custos (orçamento). Ou seja,

dadas as metas e as restrições de recursos e tempo, cabe ao gerente de

projetos garantir que ele atinja os objetivos propostos.

O projeto para ser executado, deve ser encarado como um

procedimento estratégico e liderados por pessoas que tenham

comprometimento e capacidade motivacional para que a equipe possa estar

focada no mesmo objetivo.

A chave do sucesso de uma organização está baseada na utilização

dos conhecimentos, talentos e habilidades do seu pessoal.

Ao estabelecer metas não deve ser esquecido de estabelecer tempos,

de escrevê-las, bloquear as distrações, vencer a tendência à protelação e

acompanhar o desenvolvimento.

A eficácia de uma ação é medida pelos resultados que provoca. Se

uma atitude não leva a resultados, não é ação, é movimentação, agitação.

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2.3 - Diferenciar rotina de trabalho de atividades que

contribuirão para o desenvolvimento e aprimoramento da

organização

É comum ouvir de profissionais que não estão acostumados com o

desenvolvimento de projetos a seguinte afirmação:

“O PMI burocratiza as coisas. Porque fazer esses documentos?”

Primeiramente, o PMI não impõe nada para ninguém em relação ao

que existe no Guia PMBOK. Como o próprio nome diz, é um Guia do

Conhecimento em Gerenciamento de Projetos, ou seja, ele não é uma

metodologia!

O que significa isso?

Que o PMBOK não diz o que se deve fazer passo a passo, ele

apresenta e disponibiliza uma base de conhecimento para o Gerente de Projeto

decidir e utilizar as práticas de acordo com a necessidade do projeto e da

organização.

Nesta questão, ao pensar em abrir um projeto, deve-se atentar:

• Para a pessoa não confundir Rotina de Trabalho com Projeto;

• Observar a maturidade organizacional onde a mesma está contida;

• Observar o objetivo da pessoa por trás do documento;

Antes de continuar vamos lembrar o propósito de um Termo de

Abertura (Project Charter), que é oficializar a abertura do projeto na

organização e apresentar o gerente de projeto e/ou líder de projeto e suas

respectivas obrigações e autonomia.

Com base nesta pequena definição, pergunta-se:

“Quais são suas obrigações e autonomias nesse Projeto?”

Page 24: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · CAPITULO V - CASE EMBRAER - UM CASO DE SUCESSO NA APLICAÇÃO ... 1.3 - Estatísticas sobre o uso da Gerência de Projetos Segundo

24Na maioria das vezes as pessoas compreendem a mensagem e

identificam a importância do projeto. Às vezes as pessoas têm dificuldade de

ver a importância e valor que o projeto proporciona para ela e o negócio. Pode

parecer um trabalho adicional, e normalmente para a maioria é isto mesmo que

ocorre, mas as atividades regulares não podem ser conduzidas conflitando com

as atividades do projeto. Se isto acontecer o assunto deve ser discutido para

uma solução adequada, de forma que não prejudique a rotina de trabalho e

nem o projeto.

Essas situações ocorrem em organizações que não trabalham com

Gestão de Projetos, ou seja, não possuem disciplina ou maturidade para

conduzir o projeto durante seu ciclo de vida. respeitando o prazo, custo e

escopo!

Sabendo que o mercado está cada vez mais exigente e as disputas

entre as concorrências estão fortes, esse tipo de organização está fadada à

falência.

2.4 - Outros benefícios

Utilizando uma metodologia formal de Gerência de Projetos, alem de

reduzir os riscos de insucesso do projeto, verificam-se outros benefícios com a

utilização desta metodologia, tais como:

• Redução do risco de insucesso do projeto;

• Aumento da produtividade;

• Melhoria da qualidade;

• Melhoria da comunicação.

• Criação de um banco de conhecimentos

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25Se uma organização utilizar técnicas e processos de uma metodologia

de gerenciamento de projetos, terá maiores chances de sucesso em seus

projetos para completar dentro do prazo previsto, dentro do orçamento e com

um nível de qualidade aceitável. Sabemos que:

• Não se gerencia o que não se controla!

• Não se controla o que não se mede!

• Não se mede o que não se define!

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CAPITULO III

A DIFICULDADE DE IMPLANTAR O GERENCIAMENTO

DE PROJETOS NAS ORGANIZAÇÕES

Atualmente existem várias empresas que trabalham com um

disciplinado gerenciamento de projetos. Todavia, sabemos que muitas e muitas

empresas possuem grandes dificuldades de implantar o Gerenciamento de

Projetos efetivamente.

3.1 - A maioria das pessoas não utilizam as técnicas de

gerenciamento de projetos

Primeiramente, quando uma organização que não trabalha com as

técnicas de gerenciamento de projetos, notifica a equipe que a organização irá

passar por uma fase de transição, modificação e aprendizado, várias pessoas

da equipe pensa que isso seria um método de ficar monitorando e cobrando os

mesmos, ou seja, pensam que é uma “coisa ruim”.

Pelo contrário são técnicas para garantir a qualidade, tempo, custo e o

sucesso de um projeto, seja lá qual for sua natureza.

Já outras pessoas da organização acham que o gerenciamento de

projetos veio para burocratizar os processos da organização. Este pensamento

ocorre devido o mesmo achar “difícil” preparar um documento de declaração de

escopo,por exemplo. Mas, como pode uma pessoa sair executando alguma

coisa, se ela nem sabe o que fazer? Está pessoa está com dificuldade em

elaborar um documento que descreve o que será o seu trabalho/projeto.

Se ela tem dificuldade para escrever o que será feito imaginemos para

EXECUTAR? Com certeza muitos problemas surgirão no decorrer do

projeto.

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3.2 - Para ter um bom gerenciamento de projetos, antes de tudo

requer um investimento de tempo e esforço

A maioria das pessoas são consideradas "executoras", ou seja, logo

após de discutir um problema na reunião já saem querendo resolvê-lo.

Essa idéia funciona para um projeto de 5 horas, mas não funciona para

projetos de mais de 1000 horas. Temos que investir tempo e esforço para

sentar e planejar e depois ter a disciplina para gerenciá-lo de forma efetiva.

3.3 - A Organização não está comprometida

É difícil ser um bom gerente de projetos em uma organização que não

valoriza as habilidades em gerenciamento de projetos. Por exemplo, se você

utilizar o seu tempo para criar o documento de "Declaração de Escopo" e o

seu diretor lhe perguntar “porque você perde tempo fazendo isso?”,

provavelmente, você não estará motivado para fazer um planejamento em seu

próximo projeto. Para ser efetivo, toda a organização deve apoiar os processos

padronizados de gerenciamento de projetos.

3.4 - A gerência receia a perda de controle

A implantação efetiva de uma disciplina de Gerenciamento de Projetos

na empresa, deve fornecer um nível de autoridade e de controle para o gerente

de projetos. Em algumas organizações e especialmente os gerentes dos

gerentes, não querem ter perda de controle. Eles gostariam de ter gerentes de

projetos para coordenar seus projetos, mas todas as decisões e controle

ficariam com eles. O Gerenciamento de Projetos não terá êxito se esse tipo de

conduta prevalecer.

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3.5 - A estrutura da organização precisa estar adequada para

trabalhar com projetos

Produtos e serviços são resultados de atividades rotineiras, entretanto

o mercado e o meio ambiente, em constante processo de mudanças, fazem

com que projetos de lançamentos de novos produtos ou serviços sejam críticos

para a sobrevivência da organização. A indústria automobilística, a de

alimentos e as operadoras de telecomunicações são alguns exemplos.

As estruturas organizacionais determinam a forma de atuação e a

disponibilidade de recursos alocados na gestão de projetos em cada

organização. Guardam relação com o nível de maturidade da organização em

relação à gestão de projetos, bem como com o grau de orientação para

projetos ou para atividades rotineiras.

O PMI 2000 classifica as estruturas organizacionais como:

• Estruturas Funcionais – Tradicionais, caracterizam-se pela

departamentalização das unidades organizacionais (engenharia, marketing,

finanças, tecnologia da informação, recursos humanos etc.) e tendem a ser

lentas e inflexíveis para um enfoque organizacional das atividades do

projeto. Apresentam, também, obstáculos ao fluxo horizontal das atividades

de um projeto, além de se caracterizarem por uma difusa delegação de

autoridade e responsabilidade que impactam o desempenho dos projetos.

• Estruturas por Projetos - A maior parte dos recursos está envolvida com

as atividades do projeto. Há dedicação plena dos gerentes e equipes aos

projetos. O gerente de projetos tem absoluta autoridade e responsabilidade

sobre o projeto. Essa estrutura é encontrada, preponderantemente, em

organizações orientadas por projetos e requer elevada capacitação dos

colaboradores nos fundamentos e técnicas da gestão de projetos.

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• As Estruturas Matriciais - Apresentam uma combinação de

características de estruturas funcionais e por projetos. Podem ser tipificadas

como um espectro que parte de uma estrutura funcional para uma estrutura

de projetos, passando pelas estruturas matriciais leve, balanceada e forte.

As razões básicas que levam o insucesso da implantação de uma

metodologia de gerenciamento de projetos em uma organização são oriundas

de receios, alguns naturais e lógicos, enquanto que outros são emocionais e

irracionais. Embora estas possam ser razões para hesitar na decisão da

implantação de uma metodologia de gerenciamento de projetos, esses receios

devem e necessitam ser superados.

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CAPÍTULO IV

GERENCIAMENTO DE PROJETOS NA VISÃO DO PMI

O gerenciamento de projetos, na visão do PMI, de acordo com o

PMBOK Guide edição 2000 (PMI 2000), identifica e descreve as principais

áreas de conhecimento e práticas. Cada uma destas áreas (no total de 9) é

descrita através de processos (no total de 39), e se refere a um aspecto a ser

considerado dentro da gerência de projetos.

As áreas de conhecimento de gerenciamento são: Gerenciamento de

Integração do Projeto, Gerenciamento de Escopo do Projeto, Gerenciamento

do Tempo do Projeto, Gerenciamento do Custo do Projeto, Gerenciamento da

Qualidade do Projeto, Gerenciamento de Recursos Humanos do Projeto,

Gerenciamento de Comunicação do Projeto, Gerenciamento do Risco do

Projeto e Gerenciamento de Contratação do Projeto.

A não execução de processos de uma área afeta negativamente o

projeto, pois o projeto é um esforço integrado. Por exemplo, uma mudança de

escopo quase sempre afeta o custo do projeto. Entretanto, ela pode ou não

afetar a moral da equipe e a qualidade do produto (PMI 2000).

4.1 - Gerenciamento do escopo

O Gerenciamento do Escopo do Projeto descreve os processos

necessários para assegurar que o projeto contemple todo o trabalho requerido,

e nada mais que o trabalho requerido, para completar o projeto com sucesso. A

preocupação fundamental neste gerenciamento compreende definir e controlar

o que está ou não, incluído no projeto. Ele é composto pelos processos:

iniciação, planejamento do escopo, detalhamento do escopo, verificação do

escopo e controle de mudanças do escopo.

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4.2 - Gerenciamento do tempo

O Gerenciamento do Tempo do Projeto descreve os processos

necessários para assegurar que o projeto termine dentro do prazo previsto. Ele

é composto pelos processos: definição das atividades, seqüenciamento das

atividades, estimativa da duração das atividades, desenvolvimento do

cronograma e controle do cronograma. (Kerzner 2001) cita que o ambiente de

gerenciamento do tempo é extremamente turbulento e é composto de várias

reuniões, escrita de relatórios, resolução de conflitos, planejamento e

replanejamento contínuo, comunicação com o cliente e gerenciamento de

crises. O tempo gasto é tempo perdido impossível de ser recuperado. O correto

gerenciamento do tempo é de vital importância para o sucesso do projeto

(Dinsmore e Cavalieri 2003; PMI 2000).

4.3 - Gerenciamento do custo

O Gerenciamento do Custo do Projeto descreve os processos

necessários para assegurar que o projeto termine dentro do orçamento

aprovado. Ele é composto pelos processos: planejamento dos recursos,

estimativa dos custos, orçamento dos custos e controle dos custos. No projeto,

várias atividades afetam os custos do projeto e desta forma, o planejamento e

controle dos custos são fundamentais (Dinsmore e Cavalieri 2003; PMI 2000).

4.4 - Gerenciamento da qualidade

O Gerenciamento da Qualidade do Projeto descreve os processos

necessários para assegurar que as necessidades que originaram o

desenvolvimento do projeto serão satisfeitas. O projeto tem qualidade quando é

concluído em conformidade aos requisitos, especificações (o projeto deve

produzir o que foi definido) e adequação ao uso (deve satisfazer às reais).O

gerenciamento da qualidade é composto pelos processos de planejamento da

qualidade, garantia da qualidade e controle da qualidade (Dinsmore e Cavalieri

2003; PMI 2000).

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4.5 - Gerenciamento dos recursos humanos

O Gerenciamento dos Recursos Humanos do Projeto descreve os

processos necessários para proporcionar a melhor utilização das pessoas

envolvidas no projeto. Embora seja uma área de conhecimento, na maioria das

vezes, complexa e subjetiva exige constante pesquisa, sensibilidade e muita

vivência do dia-a-dia para saber lidar com o ser humano. Ela é composta pelos

processos: planejamento organizacional, montagem da equipe e

desenvolvimento da equipe.

4.6 - Gerenciamento das comunicações

O Gerenciamento das Comunicações do Projeto descreve os

processos necessários para assegurar a geração, captura, distribuição,

armazenamento e pronta apresentação das informações do projeto para que

sejam feitas de forma adequada e no tempo certo. A gestão da comunicação é

freqüentemente ignorada pelos gerentes de projeto, no entanto nos projetos

concluídos com sucesso o gerente gasta 90% do seu tempo envolvido com

algum tipo de comunicação (formal, informal, verbal, escrita). Este

gerenciamento é composto pelos processos: planejamento das comunicações,

distribuição das informações, relato de desempenho e encerramento

administrativo (Dinsmore e Cavalieri 2003; PMI 2000).

4.7- Gerenciamento dos riscos

O Gerenciamento dos Riscos do Projeto descreve os processos que

dizem respeito à identificação, análise e resposta aos riscos do projeto.

Segundo Gates (1999), “grandes vitórias demandam grandes riscos”. A

prática deste gerenciamento não é ainda muito comum na maioria das

organizações e alguns autores citam que gerenciar projetos é gerenciar riscos.

O gerenciamento de riscos é muito importante para o sucesso do projeto e é

composto pelos seguintes processos: Planejamento da Gerência de Risco,

identificação dos riscos, análise qualitativa de riscos, análise quantitativa de

riscos, desenvolvimento das respostas aos riscos e controle e monitoração de

riscos (Dinsmore e Cavalieri 2003; PMI 2000).

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4.8 - Gerenciamento das aquisições

O Gerenciamento das Aquisições do Projeto descreve os processos

necessários para a aquisição de mercadorias e serviços fora da organização

que desenvolve o projeto. Este gerenciamento é discutido do ponto de vista do

comprador na relação comprador-fornecedor. Ele é composto pelos processos:

planejamento das aquisições, preparação das aquisições, obtenção de

propostas, seleção de fornecedores, administração dos contratos e

encerramento do contrato (PMI 2000).

4.9 - Gerenciamento da integração

O Gerenciamento da Integração do Projeto descreve os processos

necessários para assegurar que os diversos elementos do projeto sejam

adequadamente coordenados. A integração envolve tomada de decisão e

escolhas diretamente ligadas aos objetivos do projeto e aos processos das

etapas de desenvolvimento e execução do plano do projeto, assim como ao

processo de controle de alterações. O gerenciamento da integração é

composto pelos processos: desenvolvimento do plano do projeto, execução do

plano do projeto e controle integrado de mudanças (PMI 2000).

O conjunto das fases de um projeto é conhecido como ciclo de vida do

projeto. O Gerenciamento do Projeto é acompanhado através do uso de

processos em cada uma das fases formando cinco grupo de processos:

iniciação, planejamento, execução, controle e finalização. Estes grupos de

processos contêm um ou mais processos (PMI 2000).

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CAPITULO V

CASE EMBRAER – UM CASO DE SUCESSO NA

APLICAÇÃO DA GESTÃO DE PROJETOS

Um exemplo bem sucedido da utilização da gestão de projetos é o

caso do ERJ-170, um jato para 70 passageiros desenvolvido pela Embraer,

uma empresa de alta tecnologia em plena era da globalização.

5.1 - A Empresa

Fundada em 1969 como empresa estatal de capital misto, ela foi

privatizada em 1994. Seus atuais controladores detêm 60% de seu capital

votante, distribuído entre o Grupo Bozano, Simonsen e os fundos de pensão

Previ e Sistel. Foi o maior exportador brasileiro de 1999 e emprega 8.000

funcionários. Após a sua privatização, a Embraer multiplicou por quatro a

produtividade por Empregado e encurtou os prazos de produção.

5.2 - A Embraer é uma das 4 maiores do mundo

A empresa está homologada dentro das normas ISO 9001 e capacitada

para projetar, fabricar, vender e prestar serviços de manutenção para

aeronaves e peças. A Embraer está classificada entre os quatro maiores

fabricantes de aeronaves comerciais do mundo e possui uma bem estabelecida

família de aviões regionais que vão do turboélice para 30 passageiros EMB 120

Brasília, passando pelo jato para 35 passageiros ERJ 135, pelo novo ERJ 140

de 44 assentos e chegando até o ERJ 145 para 50 passageiros. Para

complementar essa linha de produtos, a Embraer lançou em julho de 1999 uma

nova família de jatos - o ERJ 170, o ERJ 190-100 e o ERJ 190-200 - com

capacidades para, respectivamente, 70, 98 e 108 passageiros. A companhia

desenvolveu e entregou o primeiro membro desta família na segunda metade

do ano 2002, com exceção do ERJ 170, cujo primeiro vôo ocorreu no último

trimestre de 2001. Em junho de 2000, foi anunciado um acordo entre a

Embraer e a GE Capital Aviation Services (GECAS) para a aquisição de 50

jatos regionais para 70 passageiros – o ERJ 170 – num valor de US$ 1,2

bilhão, e opções para até 100 unidades dos modelos ERJ 170 e ERJ 190. O

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35valor total do negócio foi de aproximadamente US$ 3,6 bilhões. Essa nova

família de jatos regionais conquistou 325 encomendas, demonstrando de forma

clara a confiança do mercado nos aviões da Embraer. Esse crescimento do

mercado levou a Embraer e seus sócios estratégicos a planejar o

desenvolvimento de um produto de maior robustez, reunindo equipes para

desenhar um avião executivo baseado na plataforma do modelo regional ERJ

170.

5.3 - O projeto de planejamento do ERJ-170

O projeto do ERJ 170 utilizou a filosofia de Desenvolvimento Integrado

do Produto (DIP), que visou garantir que os objetivos de desenvolvimento (de

custo, qualidade, prazo...) fossem considerados simultaneamente e de forma

eficiente, para que as metas audaciosas fossem alcançadas apesar dos

recursos limitados. Para isso foram montados times multidisciplinares e co-

localizados, além das atividades do DIP serem delimitadas por um plano

centralizado e integrado. O projeto foi dividido em 6 fases, com “Deliverables”

bem definidos:

1) Definições iniciais

2) Definições conjuntas

3) Projeto detalhado e certificação

4) Produção Seriada

5) Phase-Out

6) Feedback

As 3 primeiras fases referem-se ao processo de Desenvolvimento do

Planejamento do Projeto, como definido na seção anterior. As duas últimas, à

Execução do Planejamento do Projeto. O Controle de Mudanças é orientado de

acordo com o Plano de Gerenciamento de Configuração e deve ter a

aprovação do Conselho de Controle de Configuração (CCB).

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5.4 - Desenvolvimento do planejamento do projeto

1) Definições iniciais

Identificação dos requisitos de alto nível para o desenvolvimento do produto, de

acordo com o mercado, clientes, autoridades aeronáuticas, produção, suporte

ao cliente, etc. e definição básica do produto.

Deliverables: Plano Geral e Diretrizes do Projeto, WBS e SOW (Statement of

Work), definição básica do produto.

2) Definições conjuntas

Refinamento e validação da configuração inicial, produção de layouts

detalhados de design e montagem, definição de interfaces entre os vários times

multidisciplinares, através de ICD’s (Interaction Coordination Documents).

O Projeto ERJ 170 possui parceiros, que são responsáveis pelo

desenvolvimento e fornecimento de pacotes de partes e/ou sistemas, por isso

essa definição conjunta envolveu times de várias empresas de diferentes

partes do mundo, localizados nas instalações da Embraer. Assim, a integração

envolve outras características que visam coordenar não apenas equipes

multidisciplinares, mas também equipes multiculturais e multinacionais.

Deliverables: Modelos geométricos (3D) validados, PSA (Product

Structure Assurance), ICD’s, definições do produto, planos de: produção,

ferramental, certificação, publicações técnicas, testes, manutenção, GSE

(Ground Support Equipment).

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373) Projeto detalhado e certificação

Detalhamento do design dos elementos do produto, incluindo routings

(seqüência de operações para fabricação, que inclui inspeção, montagem,

teste, tratamento superficial, pintura e acabamento e recebimento), ferramental,

GSE, catálogos e manuais e recomendações de provisão. Produção, teste e

certificação dos protótipos. Antes da produção dos protótipos, as configurações

ficam congeladas durante o CDR (Critical Design Review). A partir deste

momento todas as modificações ficam sujeitas ao controle e aprovação pelo

CCB.

Os parceiros não estão mais co-localizados na Embraer, mas dispersos

pelo mundo em suas unidades. Deliverables: aeronave certificada e OE’s

(Ordens de Engenharia, de modificação do produto) aprovadas.

5.5 - Execução do planejamento do projeto

Produção seriada

Produção, venda e entrega do produto. Mudanças do produto devido a

correções e melhorias estão presentes, especialmente no início desta fase.

Deliverables Produto disponível para entrega e SB’s (Service Bulletin) implementados.

Phase-Out

Após o fim da produção das aeronaves, há suporte ao cliente pelo

prazo mínimo acordado contratualmente. A produção e entrega de peças de

reposição continuam durante este período. Mudanças no produto ainda podem

ser realizadas, seja por correção devido a solicitações do órgão certificador

para atender alguma necessidade específica do cliente ou por melhoria do

produto.

Deliverables: relatórios detalhados, indicando os itens de reposição,

assim como ferramental de montagem, modelos, relatórios etc., que devem ser

mantidos para suporte à frota em operação.

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38Controle de mudanças

Todas as mudanças devem ser submetidas ao CCB. Este conselho é

liderado pela Embraer e composto por um grupo permanente das seguintes

áreas:

• Planejamento de Projeto

• Gerência de Configuração

• Desenvolvimento do Produto (DIP)

• Suprimento/Contratos

• Serviço ao Cliente

• Qualidade

• Comercial/Vendas

• Certificação

• Produção

• Financeira

• Parceiros (1 representante de cada parceiro)

Se necessário, a composição e operacionalização do CCB podem

mudar, adequando-se a cada fase.

As unidades afetadas devem fornecer as informações e participar

ativamente do processo de análise de modificações. A Embraer toma a decisão

final sobre a modificação. Cada parceiro deve implementar o seu próprio CCB.

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39Representação

As solicitações de mudanças devem ser feitas através dos PCR’s

(Product Change Request), que descreverá o problema, comentará e

apresentará soluções alternativas. O CCB realiza uma análise preliminar de

cada PCR e pode aprová-lo, rejeitá-lo ou enviá-lo às áreas afetadas (WBS’s)

para Análise do Impacto (IAR - Impact Analysis Report) em relação a custo,

cronograma, planejamento etc. Entre as soluções apresentadas, algumas

serão escolhidas. Os PCR’s rejeitados retornam aos emitentes, com

justificativa da decisão e as soluções aprovadas são implementadas por uma

Ordem de Engenharia (EO - Engeneering Order). Assuntos críticos, quando um

acordo não é alcançado, são decididos pelo Core Team.

Conclusão

O principal mérito deste caso é o relato atual que nos faz das práticas

de desenvolvimento de projetos de uma das maiores e mais competitivas

indústrias aeronáuticas do mundo. Para as empresas de alta tecnologia, como

a Embraer, é essencial a introdução constante de novos produtos, adequados

a nichos específicos do mercado e incorporando as últimas conquistas

tecnológicas. A conclusão rápida dos projetos passa a ser um fator vital do

sucesso. Neste sentido, assume grande importância a integração entre a Em-

braer e os seus fornecedores (muitos deles internacionais) que mantêm “postos

avançados” na própria fábrica da Embraer e se transformam em autênticos

parceiros, nos riscos e nos resultados. Este é o mesmo conceito adotado pelas

montadoras de automóveis, exemplificado pela nova fábrica da Volkswagen em

Rezende (RJ).

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CONCLUSÃO

O sucesso da organização em agregar valor ao seu negócio depende

fundamentalmente da capacidade de seus indivíduos em aprender, no grau de

aplicação das informações compartilhadas através da gestão do conhecimento,

no aumento da sensibilidade e capacidade de percepção no relacionamento

com seus colaboradores, no desenvolvimento da organização através de

iniciativas criativas e eficazes, no contínuo repensar dos processos

organizacionais internos e nas conseqüentes mudanças de paradigmas, entre

outras, realizadas tão somente e unicamente por indivíduos devidamente

motivados e valorizados. Uma estrutura organizacional pré-disposta a aceitar

esta nova realidade de negócios deve proporcionar a estes indivíduos um

ambiente satisfatório e receptivo para que possam, de forma constante e

efetiva, exercitar e gerir suas competências, tanto atuando como indivíduos

quanto também na forma de grupos e equipes.

Assim sendo, uma organização pode encontrar no modelo da gestão

de projetos, a base de ação para atender a todos os critérios de sucesso

anteriormente citados, pois a definição de um projeto é de um conjunto de

esforços para o atendimento de um objetivo claro e definido, mas que dá

oportunidade para os indivíduos exercitarem e avaliarem as suas

competências.

Ao atingir seu objetivo definido, um projeto deve ser capaz de

apresentar os resultados adicionais:

• Aceitação da organização;

• Utilização dos resultados do projeto como referência de sucesso;

• Mínimo de alterações de escopo original;

• Sem perturbação do fluxo principal de trabalho da organização;

• Sem modificação da cultura da organização.

• Conclusão no prazo

• Dentro do orçamento previsto

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• Utilização dos recursos técnicos eficientemente, sem desperdícios

• Atingimento da qualidade e a performance desejadas.

Em suma, todos estes elementos combinados compõem o novo

conceito das organizações modernas. Estas organizações devem seguir uma

metodologia na qual devem ser aplicados os princípios universais de gestão de

projetos e as melhores técnicas de gerenciamento. Assim, bons resultados vêm

como conseqüência e evidencia-se na prática o tão almejado sucesso.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

A dificuldade de implantar o gerenciamento de projetos nas organizações

Cesar Campos, certificado Personal & Professional Coaching® pela SBC -

Sociedade Brasileira de Coaching. Especialista em Gerenciamento de Projetos

com as práticas do PMI. Graduado em Engenharia da Computação, pela

FACENS - Faculdade de Engenharia de Sorocaba-SP

www.cesarcampos.com

Maturidade Organizacional Em Gerenciamento De Projetos Renato Lopes, PMP, é Engenheiro de Computação pela UNICAMP e possui certificação PMP – Project Management Professional desde 2005. Atua como gerente de projetos há 8 anos em empresas de diversos portes e setores, como Consultoria, TI, Mercado Financeiro e Telecomunicações

Um Guia do Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos (Guia

PMBOK®) Terceira edição 6 f2004 Project Management Institute, Four

Campus Boulevard, Newtown Square, PA 19073-3299 EUA

MANAGER BRAZIL – www.managerbrazil.com.br- Consultoria e treinamento

em projetos – O impacto do gerenciamento de projetos nas organizações –

Fernando Escobar

Uma visão geral em conformidade com o PMI – PMBOK Guide 2000 – Klinger

Menezes de Holanda Rocha, PMP – dezembro, 2003.

www.espm.br-centraldecases: EMBRAER: A nova face da gerência de

produtos – o projeto do avião ERJ-170. Case elaborado como requisito da

disciplina Gerenciamento de Programas e Projetos do MBA/ITA/ESPM, a cargo

do prof. Dr. José Henrique de Sousa Damiani e cursado por funcionários da

Embraer. Setembro/2000

[Dinsmore e Cavalieri 2003] Dinsmore, C. e Cavalieri, A.; (2003). Como se Tornar um Profissional em Gerenciamento de Projetos: Livro-Base de “Preparação para Cerfiticação PMP_ - Project Management Professional”. Rio de Janeiro. QualityMark.

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43[Termini 2003] Termini, M. (2003). Gerentes de Projetos Ganham espaço com a crise Mundial. Entrevista de Stela Campos, Valor Econômico - 29.4.2003. Reportagem com professor Michael Termini, da Universidade de Richmond. PMI Journal, Publicação da Seção do Rio Grande do Sul, Brasil - PMI-RS Número 5, Maio 2003. pág: 32-34 Disponível em http://www.pmirs.org/PMI20_Frame.htm. Acessado em 01/04/2003. Um Guia do Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos Terceira edição (Guia PMBOK®) Uma Norma Nacional Americana ANSI/PMI 99-001-2004 Revista Exame - Seção Gestão de Pessoas artigo Porque gerenciar projetos André P. Barcaui , gerente de desenvolvimento de negócios para o Brasil da ESI International, 09/01/2002 Nogueira, Marcelo de S.- Gerenciamento de Projetos e Racionalização Administrativa. Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca - CEFET-RJ. Rio de Janeiro, 2007. Cesar Campos - A dificuldade de implantar o gerenciamento de projetos nas organizações. Setembro /2009

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02

AGRADECIMENTO 03

DEDICATÓRIA 04

RESUMO 05

METODOLOGIA 06

SUMÁRIO 07

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

O PROJETO E SUA GERÊNCIA 10

1.1 - Projeto 10

1.2 - A Gerência de Projetos 11

1.3 - Estatísticas sobre o uso da Gerência de Projetos 13

1.4 - Habilidades necessárias para gerenciar projetos 14

1.5 - A localização da Gerência de Projetos no ciclo estratégico-operacional da

organização 16

CAPÍTULO II

MOTIVOS PARA A IMPLANTAÇÃO DE PROJETOS 20

2.1 - Aumentar a maturidade da sua organização 20

2.2 - Conscientizar a equipe com relação aos objetivos da organização 22

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452.3 - Diferenciar rotina de trabalho de atividades que contribuirão para o

desenvolvimento e aprimoramento da organização 23

2.4 - Outros benefícios 24

CAPÍTULO III

A DIFICULDADE DE IMPLANTAR O GERENCIAMENTO DE PROJETOS NAS

ORGANIZAÇÕES 26

3.1 - A maioria das pessoas não utilizam as técnicas de gerenciamento de

projetos 26

3.2 - Para ter um bom gerenciamento de projetos, antes de tudo requer um

investimento de tempo e esforço 27

3.3 - A Organização não está comprometida 27

3.4 - A gerência receia a perda de controle 27

3.5 - A estrutura da organização precisa estar adequada para trabalhar com

projetos 28

CAPÍTULO IV

GERENCIAMENTO DE PROJETOS NA VISÃO DO PMI 30

4.1 - Gerenciamento de escopo 30

4.2 - Gerenciamento do tempo 31

4.3 - Gerenciamento do custo 31

4.4 - Gerenciamento da qualidade 31

4.5 - Gerenciamento dos recursos humanos 32

4.6 - Gerenciamento das comunicações 32

4.7 - Gerenciamento dos riscos 32

4.8 - Gerenciamento das aquisições 33

4.9 - Gerenciamento da integração 33

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46CAPÍTULO V

CASE EMBRAER – UM CASO DE SUCESSO NA APLICAÇÃO DA GESTÃO

DE PROJETOS 34

5.1 - A Empresa 34

5.2 - A Embraer é uma das 4 maiores do mundo 34

5.3 - O projeto de planejamento do ERJ-170 35

5.4 - Desenvolvimento do planejamento do projeto 36

5.5 - Execução do planejamento do projeto 37

CONCLUSÃO 40

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 42

ÍNDICE 44

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

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