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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A LIDERANÇA ORGANIZACIONAL Por: Luciana Carvalho Stellet Orientador Prof. Ms. Marco A. Larosa Rio de Janeiro 2004

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A LIDERANÇA ORGANIZACIONAL

Por: Luciana Carvalho Stellet

Orientador

Prof. Ms. Marco A. Larosa

Rio de Janeiro

2004

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A LIDERANÇA ORGANIZACIONAL

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como condição prévia para

a conclusão do Curso de Pós-Graduação

“Lato Sensu” em Docência do Ensino

Superior.

Por: . Luciana Carvalho Stellet

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AGRADECIMENTOS

Aos colegas de sala pela amizade e momentos compartilhados, ao professor e mestre Marcos A Larosa pela orientação e aos amigos de trabalho, pelos ensinamentos e apoio nos diversos momentos.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha família por todo amor dispensado ao longo de minha vida.

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RESUMO

Este estudo objetivou apresentar e descrever os fatores gerenciais e as

lideranças no contexto da administração das organizações modernas, para

descobrir os tipos de lideranças utilizadas e os resultados alcançados para o

sucesso empresarial. A liderança tem sido o tema de pesquisas importantes

nos campos da psicologia social e do comportamento organizacional desde a

década de 1930. Embora houvesse muitos livros e artigos ilustrando a “boa”

liderança, antes desse período, tais obras eram, principalmente, teorias

filosóficas ou sugestões com poucos dados para sustentar seus pontos de

vista. A dinâmica globalizada das organizações tem gerado mudanças num

ritmo e contexto nunca antes vistos, especialmente nas relações capital

trabalho e gestão / subordinação, onde se verifica cada vez mais o conceito de

empregabilidade, relacionado ao desempenho e aos resultados. Desempenho

e resultados têm se tornado palavras chaves neste ambiente, principalmente

em função da alavancagem que as mesmas possibilitam para obtenção de

sobrevivência das organizações no mercado. Neste universo em constante

mutação / evolução, o profissional é cada vez mais exigido quanto a fatores de

liderança, comunicação, planejamento, entre outros; verificando-se tal fato,

principalmente, para os cargos ou situações de liderança ou comando. Velhos

paradigmas têm se renovado em uma velocidade muito grande, trazendo novas

teorias e conceitos administrativos / gerenciais que pouco a pouco vêm se

consolidando como fundamentos válidos em muitas situações da gestão.

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METODOLOGIA

Este trabalho foi baseado através de revisão literária sobre o tema em

questão, aonde foi realizada uma abordagem crítica e interpretativa dos

conteúdos analisados, houve também uma revisão de pesquisas recentes

sobre a temática.

No decorrer desse trabalho monográfico, para um melhor embasamento

e entendimento da temática, foi realizada uma explorativa com o objetivo de

proporcionar maior familiaridade com o problema e de torná-lo mais explícito,

buscando o aprimoramento de idéias.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.................................................................................................. 08

CAPÍTULO I – A LIDERANÇA NAS ORGANIZAÇÕES....................................12

CAPÍTULO II – VARIEDADES DE PODER INDIVIDUAL.................................27

CAPÍTULO III – TRABALHO E O HOMEM.......................................................35

CAPÍTULO IV - FATORES QUE INFLUENCIAM A GESTÃO..........................40

CONCLUSÃO....................................................................................................44

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................48

ÍNDICE..............................................................................................................51

FOLHA DE AVALIAÇÃO..................................................................................53

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INTRODUÇÃO

O trabalho proposto, tem por objetivo, levantar e descrever os fatores

gerenciais e as lideranças no contexto da administração das organizações

modernas, para descobrir os tipos de lideranças utilizadas e os resultados

alcançados para o sucesso empresarial.

Evidente que a grande maioria dos temas que tratam a respeito do

comportamento humano, não só exercem indiscutível atração sobre as

pessoas em geral, como também intrigam cientistas e pesquisadores. A busca

de soluções para os desafios que o ser humano enfrenta data de tempos

imemoriais, isto é, tem a sua origem fixada no momento do aparecimento do

próprio homem. Como não poderia deixar de ser, a preocupação com o

fenômeno da liderança também não foge a essa regra.

A liderança tem sido o tema de pesquisas importantes nos campos da

psicologia social e do comportamento organizacional desde a década de 1930.

Embora houvesse muitos livros e artigos ilustrando a “boa” liderança, antes

desse período, tais obras eram, principalmente, teorias filosóficas ou sugestões

com poucos dados para sustentar seus pontos de vista.

As organizações são constituídas por pessoas que trabalham juntas,

atuando em diferentes atividades e em diferentes níveis organizacionais.

Algumas ocupam posições nos níveis administrativos – como diretores,

gerentes ou supervisores, tornando-se, assim, responsáveis pela atividade

conjunta de vários indivíduos. Isso implica, necessariamente, em liderança, que

é um requisito em toda organização e tem sido uma preocupação constante,

tanto das organizações que dela necessitam, como também de teóricos e

pesquisadores.

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Os líderes causam um profundo impacto na vida das pessoas e das

organizações e por essa razão, a complexidade do assunto tem levado a uma

infinidade de teorias e tentativas de explicações sobre o que é a liderança.

“Os problemas centrais para uma liderança efetiva – motivação, inspiração, sensibilidade e comunicação – pouco mudaram nos últimos 3.000 anos. Esses problemas foram enfrentados pelos egípcios quando construíram as pirâmides, por Alexandre quando criou o império e pelos gregos quando lutaram contra os troianos” (Bergamini, C, 1994, p.34).

Com o passar do tempo, a pesquisa e a literatura sobre a liderança

organizacional evoluíram, de teorias que descreviam traços e características

pessoais dos líderes eficazes, passando para uma abordagem situacional ou

contingencial, que propõe um estilo mais flexível adaptativo para a liderança

eficaz. Todavia, nos últimos anos, boa parte dessas pesquisas e obras escritas

tem sido criticada por ser de escopo muito restrito, mais preocupada com a

explicação dos comportamentos de líderes face a face com seus subordinados,

ao invés de examinar os líderes no contexto maior de suas organizações,

prestando pouca atenção ao papel da liderança organizacional em termos do

tratamento da mudança ambiental. Além disso, outras pesquisas empíricas

sugeriram, enfaticamente, que a liderança, como tradicionalmente foi definida,

é apenas uma pequena parte do papel gerencial, e que essa falta de amplitude

ou perspectiva nas pesquisas sobre a liderança pode ajudar a explicar boa

parte das inconsistências encontradas nos resultados assim obtidos.

Infelizmente, não somente no Brasil, mas também no mundo todo e

especialmente nos Estados Unidos da America, muitos programas de

treinamento e desenvolvimento de pessoal deram grande publicidade a

propostas que visavam criar e formar verdadeiros líderes. Grande parte desses

programas, depois de aplicados na prática, comprovaram sua ineficácia devido

ao fato de não conseguirem modificar, como era esperado, a realidade reinante

não desejada. Com esses programas, pessoas posicionadas em cargos de

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chefia, dentro das empresas, deveriam transformar da noite para o dia em

grandes líderes.

Uma evidência, no entanto, surge apontando que, seqüencialmente,

esses estudos caminharam de teorias mais simples, que foram com o passar

do tempo permitindo investigações posteriores, de complexidade cada vez

mais crescente. Assim, caminhou-se num contínuo de complexidade crescente,

buscando encontrar parâmetros, tais como traços, habilidades,

comportamentos, motivações, tipos de poder e características, extrínsecas ao

processo de liderança, que fossem capazes de explicar qual seria a variável

mais importante para tornar um líder mais notável em suas atividades de

influenciar seus seguidores.(Botelho, Eduardo F., 1990, p.31-34)

A dinâmica globalizada das organizações tem gerado mudanças num

ritmo e contexto nunca antes vistos, especialmente nas relações capital

trabalho e gestão / subordinação, onde verifica-se cada vez mais o conceito de

empregabilidade, relacionado ao desempenho e aos resultados. Desempenho

e resultados têm se tornado palavras chaves neste ambiente, principalmente

em função da alavancagem que as mesmas possibilitam para obtenção de

sobrevivência das organizações no mercado.

Neste universo em constante mutação / evolução, o profissional é cada

vez mais exigido quanto a fatores de liderança, comunicação, planejamento,

entre outros; verificando-se tal fato, principalmente, para os cargos ou

situações de liderança ou comando.

Velhos paradigmas têm se renovado em uma velocidade muito grande,

trazendo novas teorias e conceitos administrativos / gerenciais que pouco a

pouco vêm se consolidando como fundamentos válidos em muitas situações da

gestão.

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O ambiente gerencial tem se mostrado muito exigente, quanto aos

prazos de alcance de resultados e desempenho. Isto tem determinado o

trabalho com equipes altamente qualificadas e com muita autonomia para

estabelecer seus próprios caminhos para o alcance de objetivos.

Estas condições têm evidenciado ou exigido mudanças na maneira de

gestão, notadamente dos líderes / gestores, que buscam, antes de tudo,

funcionar muito mais como facilitadores do processo do que como

comandantes de execução de tarefas e atividades.

Embora os termos líder e liderança sejam freqüentemente usados na

literatura sobre comportamento organizacional, também são utilizados no dia-a-

dia, o que, em muitos casos, resulta em mal-entendidos sobre o seu verdadeiro

significado.

“A distinção entre líder e liderança é importante, mas potencialmente confusa. O líder é o indivíduo liderança é a função ou atividade que o indivíduo executa. Assim, é preciso contar com o entendimento comum sobre a noção de liderança. Convém pensar na liderança como uma habilidade para inspirar as pessoas, enquanto o gerenciamento está voltado para objetos inanimados, a liderança eleva o potencial humano” (Robbins, Stephen P.,2000, p.47)

Embora haja um grande número de definições para o termo, a liderança

pode ser considerada como um processo de influência, através do qual um

indivíduo ou grupo é orientado para o estabelecimento e o atingimento de

metas.

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CAPÍTULO 1

A LIDERANÇA NAS ORGANIZAÇÕES

Liderança não é sinônimo de administração. O administrador é

responsável pelos recursos organizacionais e por funções, tais como planejar,

organizar, dirigir e controlar a ação organizacional para alcançar objetivos. A

rigor, o administrador deveria ser também um líder, para lidar adequadamente

com pessoas que trabalham com ele. O líder, por seu lado, pode atuar em

grupos formais e informais e nem sempre é um administrador. O administrador

pode se apoiar totalmente na autoridade do seu cargo ou adotar um estilo de

comportamento mais participativo que envolva decisão conjunta com seus

subordinados. Pode ainda adotar um estilo autocrático e impositivo ou

democrático e participativo para fazer com que as tarefas sejam realizadas por

seus subordinados. Dois conceitos emergem dessa situação: o poder e a

aceitação por parte dos liderados.

A liderança é necessária em todos os tipos de organização humana,

principalmente nas empresas e em cada um de seus departamentos. Ela é

igualmente essencial em todas as demais funções da administração sendo que

o administrador precisa conhecer as características da motivação humana para

saber conduzir as pessoas, o que significa liderar.

De acordo com Morim A. (1999, p.27), “A liderança é a influência

interpessoal exercida numa situação e dirigida por meio do processo da

comunicação humana, à consecução de um ou de diversos objetivos

específicos”.

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A liderança é encarada como um fenômeno social, que ocorre

exclusivamente em grupos sociais, deve ser considerada em função do

relacionamento entre as pessoas em uma determinada estrutura social, e não

pelo exame de uma série de traços individuais. A presença de grandes líderes

em uma organização é de suma importância para que as metas e conceitos

organizacionais sejam atingidos e para que as mudanças sejam significativas

num âmbito estrutural, impondo estratégia de negociações com real visão

empresarial. No quadro abaixo podemos verificar algumas dessas mudanças:

Administração de Hoje Os líderes que mudaram os negócios no mundo entre 1967 e 1997

Gianni Agnelli Fiat Aristocrata industrial italiano Percy Barnevick Asea Brown Boveri Uniu a Asea e a Brown Boveri Richard Branson Virgin Group Campeão de vendas na Europa Michael Eisner Disney Desenhos animados na Wall Street Larry Ellison Oracle Sistemas de rede de computadores Bill Gates Microsoft Fez a maior empresa de softwares Louis Gerstner IBM Repôs a IBM no pódio da informação Roberto Goizueta Coca-cola Acabou com o sonho da Pepsi Hishimiro Honda Honda Motors Consagrou a engenharia sobre rodas Lee Iacocca Chryler Da falência ao sucesso de vendas Steve Jobs Aplle Computers Fez o 1o. Computador amigável Philip Knight Nike Pôs smoking num sapato de corrida Jay Kroc McDonald´s Espalhou o Big Mac pelo mundo Ralph Lauren Ralph Lauren Fez fortuna com estilo de modas Craig McCaw McCaw Communic. Distribuiu celulares ao povo Gordon Moore Intel Inventou o ship Akio Morita Sony Símbolo da reconstrução japonesa Rupert Murdoch News Corp. A mídia além das barreiras nacionais Ferdinand Puech VW / Porsche Refez a maior montadora européia Steve Ross Time-Warner Maior conglomeração de comunicação Soichiro Toyoda Toyota Motors Carro japonês bonito, prático, barato. Sam Walton Wal-Mart O maior quitandeiro do mundo Jack Welch General Electric O patrão que os patrões invejam

Há uma distinção entre o conceito de liderança como uma qualidade

pessoal (combinação especial de características pessoais que fazem de um

indivíduo um líder) e de liderança como função ( decorrente da distribuição da

autoridade dentro de uma empresa):O grau em que um indivíduo demonstra

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qualidade de liderança depende não somente de suas próprias características,

mas também das características da situações na qual se encontra.

O comportamento de liderança (que envolve funções como planejar, dar

informações, avaliar, arbitrar, controlar, recompensar, estimular, punir etc.)

deve ajudar o grupo a atingir os seus objetivos, ou, em outras palavras, a

satisfazer suas necessidades. Assim, o indivíduo que possa dar maior

assistência e orientação ao grupo (escolher ou ajudar o grupo a escolher as

melhores soluções para seus problemas) para que atinja um estado

satisfatório, tem maiores possibilidades de ser considerado líder. A liderança é,

pois, uma questão de redução de incerteza do grupo, sendo que o

comportamento pelo qual se consegue essa redução é a escolha. A liderança

é, portanto, um processo contínuo de escolha que permite a empresa caminhar

em direção à sua meta, apesar de todas as perturbações internas e externas.

Desse modo a liderança é uma questão de tomada de decisão do grupo,

sendo a uma influência interpessoal, convém explicitar o significado do termo

influência. Por influência entende-se uma força psicológica, “uma transação

interpessoal na qual uma pessoa age de modo a modificar o comportamento de

uma outra, de algum modo intencional” Geralmente, a influência envolve

conceitos como poder e autoridade, abrangendo todas as maneiras pelas quais

introduzem mudanças no comportamento de pessoas ou de grupos de

pessoas.(Likert, Rensis.,1995, p.35-37)

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1.1 - O líder

A tarefa mais fundamental para um líder é desenvolver uma idéia clara

de quem é ele e qual a sua posição dentro do contexto organizacional, e usar

esta percepção para identificar os problemas do seu setor de modo a resolvê-

los.

Os próprios líderes devem, portanto, identificar os problemas a serem

resolvidos e encontrar suas próprias soluções. Devendo mobilizar seus

funcionários, colegas, superiores e pessoas fora da empresa, para produzir os

resultados desejados.

É desnecessário dizer que os líderes devem trabalhar dentro das

políticas e diretrizes de suas empresas, porém, a ausência de uma política

objetiva e clara não é desculpa para não se fazer nada. O líder de hoje

investiga dentro da organização, quando se vê à frente a um problema mal

definido. Ele próprio decide o que deve fazer e toma a iniciativa de agir de

acordo com suas convicções.

O líder de hoje não é simplesmente a pessoa responsável pela

execução da instrução que vem de cima, seu papel é mais dinâmico e

autônomo, mais propriamente o de um "administrador de departamento".

Somente quando todos os gerentes de uma organização agirem desta forma,

consolidando uma estrutura em que os problemas de todos os setores são

superados, é que a organização poderá responder a um ambiente

constantemente em mutação, abrindo um novo caminho, onde ela mesma se

transforma e cresce.

A essência do líder está na sua própria autonomia. Ele mostra seu

verdadeiro valor quando age de acordo com suas convicções e aceita os

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resultados de suas ações.(Goleman Daniel., HSM Management, junho de

1999, p. 70-83)

1.1.1 - Avaliação baseada em resultados

Os líderes são julgados por suas realizações. Independentemente de

quanto o líder possa ser bem informado, de quantas pessoas ele conheça ou

de quão eloqüente ele seja, se não tem poder de desempenhar bem o seu

papel, não terá crédito. Conhecimento e informação são muito importantes,

mas não são mais do que meios usados para fazer surgir novas situações. A

responsabilidade de administrar exige que as pessoas consigam distinguir os

meios do fim, assim como os pontos relevantes dos irrelevantes e que tenha o

cuidado de não confundi-los.(Maximiano, Antônio Cesar Amaru., 1995, p.26)

1.1.2 - Capacidade de mobilizar pessoas

Outra função do líder, seja em atividades públicas, hospitais, escolas ou

outros tipos de organizações, é mobilizar pessoas e colocar suas idéias em

ação. Um líder mobiliza seus funcionários para fazer com que as coisas

necessárias aconteçam. Eventualmente, ele próprio pode executar uma parte

do trabalho, mas o trabalho que ele desempenha diretamente não está no

centro da execução real de suas idéias. O seu trabalho consiste em usar, até o

fim, a capacidade de realização de seus subordinados, ajudá-los a manifestar

em totalmente o seu potencial, de modo que os objetivos sejam atingidos.

Porém para que um líder atinja seus objetivos dentro de uma

organização, realizando aquilo que acredita ser necessário, apenas a

mobilização apenas de seus funcionários não é suficiente, ele também precisa

mobilizar seus superiores. Somente quando conseguir expressar suas idéias

de modo convincente e ganhar o apoio ativo de seus superiores, é que seus

objetivos serão alcançados. Da mesma forma deve ser capaz de conversar

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com os gerentes de outros setores, expor seus motivos, recrutar a sua

cooperação e organizá-la. Gerentes que lidam bem como os seus empregados,

mas não conseguem lidar com seus superiores (forte com subordinados e fraco

com superiores), não conseguirá sobreviver.

1.1.3 - Funções de um líder

A atividade do líder pode ainda ser dividida em outras duas partes: a

atividade de manutenção e a de reforma. A primeira refere-se à atividade

diariamente implementada, de "manutenção" das funções do setor ou

departamentos , em outras palavras, o gerenciamento correto das atividades

de rotina, sem erros ou transtornos. No aspecto humano, são atividades

implementadas para manter a normalidade das relações humanas internas do

setor e atuar no sentido de não criar situações improdutivas.

A "reforma", por outro lado refere-se aos esforços do líder para provocar

o aumento repentino no resultado de seu setor e aprimorar, subitamente, a

qualidade do grupo, pela profunda reforma e implementação de novos métodos

e novos conceitos. Enquanto a atividade de manutenção supervisiona a

execução do trabalho conforme as regras existentes, a reforma estabelece

desafios as regras, estabelecidas, transformando-as em novas regras que

conduzirão ao aprimoramento da qualidade do setor.

1.1.4 - Os estágios do progresso de um líder

A manutenção e a reforma são fundamentalmente diferentes no caráter.

A primeira significa a operação correta, concordando estritamente com as

regras, enquanto a outra significa a destruição destas regras com

estabelecimento de uma nova ordem. Embora estes objetivos conflitantes

sejam as duas faces de uma mesma moeda, não são para o para o gerente,

tarefas simples de cumprir. O progresso e o crescimento de um líder, em

ambos os aspectos, podem ser considerados em quatro estágios:

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• primeiro, o estágio zero, é o de manutenção imperfeita, onde o

gerenciamento de manutenção precisa ser feito, mas a execução do

trabalho de rotina é obstruída por vários erros e dificuldades.

• Para o segundo estágio é o gerenciamento de manutenção, onde as tarefas

diárias e o trabalho de rotina são executados com dificuldades. Não

ocorrem erros ou problemas graves, mas as operações, apesar de

progredirem constantemente, não proporcionam ao líder condições para

realização da reforma.

• terceiro estágio é a reforma passiva, ou seja, o líder agora é capaz de

efetuar a reforma no seu departamento ou setor. No entanto, ele ainda age

passivamente, seguindo instruções e conceitos dados por seus superiores.

• quarto e o mais desejável estágio é a reforma ativa, onde o líder já

aprendeu a perceber, por si mesmo, conceitos e direções para a reforma e

pode agir com autonomia, influenciando as pessoas ao se redor para

atingirem estas reformas.

1.2 - Teoria Sobre Estilos de Liderança

São as teorias que estudam a liderança em termos do estilo e do

comportamento do líder em relação aos seus subordinados, isto é, a maneira

pela qual o líder orienta sua conduta e seu estilo liderar.

1.2.1 - Liderança por meio de estilos de comportamento

Sem se preocupar com características de personalidade é a que se

refere a três estilos de liderança: a autoritária, a liberal e a democrática. O

quadro a seguir dá uma idéia das principais características de cada um desses

estilos de liderança.

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AUTOCRÁTICA DEMOCRÁTICA LIBERAL(LAISSEZ-FAIRE)

=> Apenas o líder fixa as diretrizes, sem qualquer participação do grupo. => O líder determina as providências e as técnicas para a execução das tarefas, cada uma pôr vez, na medida em que se tornam necessárias e de modo imprevisível para o grupo. => O líder determina qual a tarefa que cada um deve executar e qual o seu companheiro de trabalho. => O líder é dominador e é “pessoal” nos elogios e nas críticas ao trabalho de cada membro.

=> As diretrizes são debatidas pelo grupo, estimulado e assistido pelo líder. => O próprio grupo esboça as providências e as técnicas para atingir o alvo, solicitando aconselhamento técnico ao líder quando necessário, passando este a sugerir duas ou mais alternativas para o grupo escolher. As tarefas ganham nova perspectivas com os debates. => A divisão das tarefas fica a critério do próprio grupo e cada membro tem liberdade de escolher os seus companheiros de trabalho. => O líder procura ser um membro normal do grupo, em espírito, sem encarregar-se muito de tarefas. O líder é “objetivo” e limita-se aos “fatos” em suas críticas e elogios.

=>Há liberdade completa para as decisões grupais ou individuais, com participação mínima do líder. => A participação do líder no debate apenas materiais variados ao grupo, esclarecendo que poderia fornecer informações desde que as pedissem. => Tanto a divisão das tarefas, como a escolha dos companheiros, fica totalmente a cargo do grupo. Absoluta falta de participação do líder. => O líder não faz nenhuma tentativa de avaliar ou de regular o curso dos acontecimentos. O líder somente faz comentários irregulares sobre as atividades dos membros quando perguntado.

Foi feito um estudo em 1939 para verificar o impacto causado por esses

três diferentes estilos de liderança em meninos de dez anos, orientados para a

execução de tarefas. Os meninos foram divididos em quatro grupos e, durante

seis semanas, a direção de cada grupo era desenvolvida por líderes que

utilizavam três estilos diferentes de liderar: a liderança autocrática, a liderança

liberal (laissez-faire) e a liderança democrática.

Os resultados dessa experiência tiveram uma entusiástica repercussão

nos Estados Unidos, pois os meninos se comportam da seguinte forma aos

diferentes tipos de liderança a que foram submetidos:

• liderança autocrática: O comportamento dos grupos mostrou forte tensão,

frustração e, sobretudo, agressividade por um lado, e de outro, nenhuma

espontaneidade ou iniciativa, nem formação de grupos de amizade. Embora

aparentemente gostassem das tarefas, não demonstraram satisfação com

relação à situação. O trabalho somente se desenvolvia com a presença

física do líder, mas quando este se ausentava, as atividades paravam e os

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• grupos expandiam seus sentimentos reprimidos, chegando a explosões de

indisciplina e de agressividade.

• liderança liberal: Embora a atividade dos grupos fosse intensa, a produção

foi simplesmente medíocre. As tarefas se desenvolviam ao acaso, com

muitas oscilações perdendo-se muito tempo com discussões mais voltadas

para motivos pessoais do que relacionadas com o trabalho em si. Notou-se

forte individualismo agressivo e pouco respeito em relação ao líder.

• liderança democrática: Houve formação de grupos de amizade e de

relacionamentos cordiais entre os meninos. Líder e subordinados passaram

a desenvolver comunicações espontâneas, francas e cordiais. O trabalho

mostrou um ritmo suave e seguro sem alterações, mesmo quando o líder se

ausentava. Houve um nítido sentido de responsabilidade e

comprometimento pessoal.

1.2.2 - Liderança orientada as tarefas ou pessoas

Segundo essa abordagem, existem dois tipos de liderança:

• Liderança centrada na tarefa (job centered): é um estilo de liderança

preocupado estritamente com a execução da tarefa e com os seus

resultados imediatos. É típica das organizações ou unidades que costumam

concentrar as pessoas em cargos isolados e individualizados, super

especializados, com procedimentos rotineiros e padronizados, seguindo

regras e regulamentos. É a liderança preocupada exclusivamente com o

trabalho e em conseguir que as tarefas sejam feitas de acordo com os

métodos preestabelecidos e com os recursos disponíveis.

• Liderança centrada nas pessoas (employee centered): é um estilo de

liderança preocupado com os aspectos humanos dos subordinados e que

procura manter uma equipe de trabalho atuante, com maior participação

nas decisões. Dá mais ênfase às pessoas do que ao trabalho em si,

procurando compreender e ajudar os subordinados , preocupando-se mais

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com as metas do que com os métodos.(Arnold, William W., Plas, Jeanne

M., 1996 p.51-59)

Os resultados das pesquisas revelaram que, nas unidades

organizacionais com baixa eficiência, o estilo de liderança era orientado para a

tarefa. A alta pressão para que as pessoas trabalhem provoca atitudes

desfavoráveis para com o trabalho e com os superiores, por parte dos

subordinados. A curto prazo, esse tipo de liderança pode promover melhores

resultados de eficiência e produtividade.

Porém, a médio prazo, a liderança centrada na tarefa provoca

insatisfação, rotatividade do pessoal, elevado absenteísmo, alto nível de

desperdício, reclamações trabalhistas contra a organização, queixas freqüentes

e redução do ritmo de trabalho. Quanto maior a sensação de conflito, tanto

menor o nível de produção. Contudo, essa teoria peca pela simplificação e pela

redução da liderança a uma única dimensão: orientação para o trabalho ou

para as pessoas. ( Neves, C., 1998, p.32-38).

1.2.3 - Liderança Transformacional

As organizações inteligentes – em contínua transformação -, exigem o

abandono de antigas idéias de controle e buscam obter de seus colaboradores

o comprometimento com os resultados da organização. Os diagnósticos irão

ceder espaço para os prognósticos, e estes serão intensificados em direção ao

futuro. A visão dos profissionais será ainda mais apurada, quando

compreenderem que devem desenvolver também o sentido da audição

emocional, para ouvirem suas "vozes" intuitivas.

As lideranças serão exercidas através de ações voltadas para a

facilitação das mudanças que, neste momento, são inevitáveis. Ser líder nessa

concepção não é reter o poder em suas mãos e pensar pelo grupo; tampouco

receber título de melhor profissional. Ser líder é ser "catequizador”, é cultivar a

terra, e plantar. Mas para que todos colham".

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A liderança transformacional exige como pré-requisito o bom caráter de

seus adeptos, pois ser “líder de transformação” é ter consciência e ser

praticante da idéia de que, ao invés de dar o peixe para saciar a fome de um

dia, deve ensinar a pescar para assegurar a sobrevivência sempre.

características dos líderes transformacionais:

• Carisma. Apresenta visão e sentido de missão, instila orgulho, obtém

respeito e confiança.

• Inspiração. Comunica expectativas elevadas, utiliza símbolos para

concentrar esforços, expressa objetivos importantes de maneira simples.

• Estímulo intelectual. Promove a racionalização, a inteligência e a solução

cuidadosa dos problemas.

• Consideração individualizada. Dedica atenção pessoal, trata cada

funcionário individualmente, orienta tecnicamente, aconselha.(Marchetti

Sérgio H., T&D, junho de 1997, p. 16-18).

1.2.4 - Liderança Carismática

É uma extensão do modelo da atribuição de liderança. Tipo de liderança

tida como heróica ou extraordinária devido a determinados comportamentos

observados pelos seguidores. Ela significa que os seguidores fazem

atribuições de habilidades de lideranças heróicas ou extraordinárias quando

observam determinados comportamentos.

características dos líderes carismáticos:

• Autoconfiança. Possuem confiança plena no próprio julgamento e

habilidade.

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• Visão. Apresentam uma meta idealizada que propõe um futuro melhor que o

status quo. Quanto maior a disparidade entre essa meta idealizada e o

status quo, mais os seguidores tenderão a atribuir ao líder uma visão

extraordinária.

• Habilidade de articulação. Eles podem esclarecer e formular sua visão de

maneira compreensível para os demais, demonstrando uma compreensão

das necessidades dos seguidores e, consequentemente, atuando como

força motivadora.

• Forte convicção. Os líderes carismáticos são tidos como fortemente

comprometidos, dispostos a assumir elevados riscos pessoais, arcarem

com custos altos e dedicarem-se ao auto-sacrifício para realizar o que

pretendem.

• Comportamento fora do habitual. Os que têm carisma adotam atitudes

vistas como modernas, não convencionais e contrárias as normas. Quando

bem-sucedidos, esse tipo de comportamento desperta surpresa e

admiração nos seguidores.

• Agentes de mudança. Os líderes carismáticos são percebidos como

agentes de mudança radical em lugar de mantenedores do status quo.

• Sensibilidade ao ambiente. Fazem avaliações realistas das imposições

ambientais e dos recursos necessários para provocar a mudança.(Mendes

Maria L., Exame, edição 610, 22 de maio de 1996, p.46-48).

1.2.5 - Liderança Administrativa

Numa empresa, não há lugar para líderes carismáticos como os

encontrados na História. O que se precisa é de pessoas que saibam criar

envolvimento e participação dos demais nas tarefas a executar, que saibam

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contagiar, delegar, criar responsabilidade e envolvimento de seus liderados nos

trabalhos e objetivos perseguidos.

Em língua inglesa, esta capacidade de envolver, de levar as pessoas a

participar , de pedir e trabalhar em nível de cooperação e de abertura para com

todos os membros da equipe, chama-se gatekeeping.

De parte de alguns membros do grupo pode ocorrer uma atitude de se

desobrigar da participação, após escolher um líder que os oriente. Com isto, se

escondem na irresponsabilidade e na indiferença. O verdadeiro líder deve

desestimular essa atitude se quiser ter um grupo ágil e mobilizado.

Uma organização ou mesmo um grupo formado por duas pessoas que se reúnem com o intuito de alcançar determinado objetivo, depende do entrosamento eficiente das “peças” humanas tanto quanto um automóvel, para a finalidade a que se propõe. Normalmente, só se pensa em manutenção dos sistemas mecânicos, mas os dirigentes não se preocupam com os sistemas sociais que, igualmente exigem manutenção. Conflitos permanentes entre pessoas do mesmo grupo ou entre departamentos e seções, mostram que estes sistemas não funcionam bem.(Chiavenato, Idalberto, 1993, p.25- p.28)

1.2.6 - Liderança Situacional

Refere-se ao comportamento do líder frente a maturidade do profissional

diante da tarefa a ser realizada. Existem dois tipos de comportamentos do líder:

comportamento diretivo

• Estabelece objetivos.

• Torna claro as atribuições de cada um no cumprimento da tarefa.

• Planeja com antecedência o trabalho a ser realizado pelo subordinado.

• Organiza os recursos necessários

• Comunica as prioridades do serviço

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• Estabelece prazos para trabalhos futuros.

• Determina os métodos de avaliação de desempenho do subordinado.

• Mostra e diz ao subordinado como fazer a tarefa específica.

• Verifica se o trabalho é executado corretamente e dentro do prazo.

comportamento de apoio

• Pede sugestões ou informações para execução das tarefas.

• Cria condições que facilitem ao subordinado resolver os problemas e

cumprir as tarefas.

• Escuta os problemas do subordinado (ligados ou não ao trabalho).

• Estimula ou reitera a confiança no subordinado assegurando-lhe que pode

fazer o trabalho.

• Informa sobre o funcionamento da empresa como um todo.

• Dá informações sobre si mesmo (relacionadas ou não ao trabalho).

• Elogia o subordinado pelo cumprimento da tarefa.

A Teoria Situacional surgiu diante da necessidade de um modelo

significativo na área de liderança, onde se define a maturidade como sendo a

capacidade e a disposição das pessoas para assumir a responsabilidade de

dirigir seu próprio comportamento. Portanto, entende-se como Liderança

Situacional o líder que se comporta de um determinado modo ao tratar

individualmente os membros do seu grupo e de outro quando se dirige ao

grupo como um todo, dependendo do nível de maturidade das pessoas que o

mesmo deseja influenciar.(Castilho, A . 1992. p. 7)

Na Teoria Situacional existem quatro estilos de liderança: “Determinar”,

“Persuadir”, “Compartilhar” e “Delegar”. Estes estilos resumem uma

combinação de comportamento de tarefa e de relacionamento, estabelecendo

objetivos e definindo os papéis das pessoas que são dirigidas pelo líder.

Observe o quadro na próxima página:

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Determinar

Para maturidade baixa. Pessoas que não tem nem capacidade nem vontade de assumir a responsabilidade de fazer algo não são seguras de si. Este estilo caracteriza-se pelo fato do líder definir as funções e especificar o que as pessoas devem fazer, como, quando e onde devem executar vá rias tarefas. ESTILO APROPRIADO: Comportamento de tarefa alta e relacionamento baixo.

Persuadir

Para maturidade entre baixa e moderada. Pessoas que não possuem capacidade, sentem disposição para assumir responsabilidades, mesmo não tendo as habilidades necessárias. A maior parte da direção a ser tomada neste estilo ainda é dada pelo líder. ESTILO APROPRIADO: Comportamento de alta tarefa e alto relacionamento.

Compartilhar

Para maturidade entre moderada e alta. As pessoas possuem capacidade, mas não estão dispostas a fazer o que o líder quer, por não estarem seguras de si mesmas. O líder e o liderado participam juntos da tomada de decisão, sendo o papel principal do líder facilitar a tarefa e a comunicação. ESTILO APROPRIADO: Comportamento de relacionamento alto e tarefa baixa.

Delegar

Para maturidade alta. As pessoas têm capacidade e disposição para assumir responsabilidades. São psicologicamente maduros, não necessitando de uma comunicação acima do normal ou de um comportamento de apoio. ESTILO APROPRIADO: Comportamento de relacionamento baixo e tarefa baixa.

O estilo de liderança a ser adotado por determinado estilo de líder

depende do nível de maturidade das pessoas que o mesmo deseja influenciar.

Na Liderança Situacional está implícita a idéia de que o líder deve ajudar

os liderados a amadurecer até o ponto em que sejam capazes e estejam

dispostos a fazê-lo, esse desenvolvimento deve ser realizado ajustando-se o

comportamento de liderança. Independente do nível de maturidade do

indivíduo ou do grupo, podem ocorrer algumas mudanças. Sempre que, por

qualquer razão, o desempenho de um liderado começar a regredir e sua

capacidade ou motivação diminuir, o líder deverá fazer uma reavaliação do

nível de maturidade, dar o apoio sócio-emocional e a direção que o(s)

liderado(s) necessitar.

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CAPÍTULO 2

VARIEDADES DE PODER INDIVIDUAL

Para que a empresa possa realizar o que foi planejado dentro do

esquema que foi organizado para atingir seus objetivos, as pessoas devem ser

dirigidas. E isto, envolve um processo de influenciação das pessoas. O poder

individual constitue um meio de influência e esta influência refere-se a qualquer

comportamento da parte de uma pessoa que altere o comportamento, atitudes

ou sentimentos de outra pessoa.

O poder significa o potencial para exercer influência. Uma pessoa pode

ter poder para influenciar outras pessoas e nunca tê-lo exercido.

2.1 - Poder

A habilidade de influenciar os subordinados e colegas por meio do

controle dos recursos organizacionais é o que distingue a posição de liderança.

Um líder bem sucedido utiliza seu poder de influência de forma eficaz, com a

obrigação de usá-lo com ética para que os objetivos organizacionais sejam

alcançados. Os gerentes aceitam responsabilidades e têm a responsabilidade

final pela maneira como o poder será usado em favor da organização.

A aquisição do poder, dentro das organizações, se processa de várias

maneiras, podendo ser: legítimos, de recompensa, coercitivos, de

especialização, de referência, de informação ou ainda uma combinação dessas

formas de poder.

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2.2 - Poder Legítimo

É o poder inerente à estrutura organizacional em si que é atribuído a um

indivíduo que ocupa uma posição específica dentro da organização. Caso o

indivíduo deixe o cargo, o poder continua a existir na posição e não pode seguir

o indivíduo. Esse poder é legítimo na organização, e o indivíduo é investido do

poder. A posse está geralmente associada a um título oficial, como gerente,

vice-presidente, diretor, supervisor, outros semelhantes.

2.3 - Poder de Recompensa

Também é inerente à estrutura organizacional e é concedido aos

funcionários subordinados que desejarem uma recompensa pelo produto do

seu desempenho. As recompensas organizacionais podem ser óbvias

(promoção, por exemplo) e podem ser sutis (elogio do gerente, status, etc.).

2.4 - Poder Coercitivo

Está relacionado à habilidade do gerente em punir um funcionário. A

punição se manifesta de várias maneiras, indo de uma simples advertência até

a suspensão, ou o desligamento efetivo.

2.5 - Poder de Especialização

Deriva dos talentos especiais, do conhecimento, das habilidades e da

experiência anterior de um indivíduo. Esses talentos concedem poder ao

indivíduo, pois a organização precisa deles e os valoriza. O poder, que deriva

de um conhecimento especial ou de uma educação avançada, pode não estar

relacionado à idade ou ao tempo de serviço. Essa forma de poder permite que

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uma pessoa relativamente jovem ou nova na força de trabalho ganhe influência

dentro da organização.

2.6 - Poder de Referência

Também chamado de carisma pessoal, é o poder de um indivíduo em

influenciar um outro por sua força de caráter. Um gerente pode ser admirado

por uma característica individual específica, e essa admiração cria a

oportunidade para a influência interpessoal.

2.7 - Poder de Informação

Deriva da posse de informação importante em um momento crítico

quando esta é necessária ao funcionamento da organização. A posse da

informação pode não ter relação alguma com a posição organizacional ou com

o poder atribuído a um indivíduo. Alguém que tenha a informação tem poderes

reais.

Os processos seletivos nas das empresas vêm tentando detectar nos

candidatos a emprego as características desejáveis a um líder. Nos escritórios

de recrutamento de executivos, estes profissionais têm a chamada

“empregabilidade”.(Toffler, Alvin. Powershift, 1991)

Um líder é importante, acima de tudo porque o funcionário, por mais

motivado que esteja, não está ligado à empresa. Ele está ligado diretamente as

pessoas com quem fala, para quem apresenta suas idéias, de quem ouve uma

palavra de apoio ou um resmungo de intolerância. Se acima de um funcionário

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criativo, competente e motivado estiver um líder, tanto melhor. Mas, se ele não

encontrar quem dê valor a suas idéias, vai procurar outras organizações onde

se sinta valorizado. Isso é péssimo para a empresa que precisa sobreviver num

mercado globalizado, no qual chegar à frente da concorrência pode significar a

diferença entre sobreviver ou perecer.

É nesse ponto que os líderes fazem a diferença. "Ser líder requer

apenas motivação, habilidades de comunicação e alguns conhecimentos

rudimentares sobre liderança", no qual se propõe a ensinar como desenvolver

aquelas qualidades intangíveis que definem liderança.(Campbell, Rex. VOCÊ

S.A., abril 2001, p.17-19).

Não faz muito tempo, os funcionários eram pagos para obedecer e os

chefes para ter as idéias. No mundo globalizado e competitivo, o sistema de

trabalho mudou. Hoje as fábricas operam em células, os escritórios estão

divididos por processos. Nesse esquema, não cabe mais um chefe. Cada

funcionário é dono de seu espaço e precisa cuidar dele da melhor forma

possível. Ao lado deles está o líder, que pode até ganhar mais por causa do

cargo, mas que está ali para facilitar a vida de todos.

"A empresa não trabalha para o presidente. O presidente está aqui para agregar valores", diz Cedric Lewis, presidente da ABB, Asea Brown Boveri, no Brasil: "O meu papel é olhar a longo prazo." Indiano naturalizado dinamarquês, Lewis tornou-se presidente da ABB em fevereiro de 1995, depois de comandar uma das fábricas do grupo, em Guarulhos, na grande São Paulo. Sua maior realização foi , acabar com o cartão de ponto para todos os funcionários. "A empresa precisa demonstrar confiança em seu pessoal. O que importa para a ABB é produzir produtos com qualidade e no tempo certo. A que horas o funcionário vai trabalhar, não interessa," Quando busca um novo líder para a ABB, não olha apenas suas qualidades profissionais, pois um líder, na sua opinião precisa conhecer seus limites. Isso significa que um líder não compromete a própria vida em função do trabalho. Na ABB, 10% dos bônus dos executivos só são pagos se

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eles tirarem férias e propiciarem férias para a equipe. "É o tempo da família e a empresa não pode roubá-lo da pessoa," diz Lewis.(Junior George O.,HSM Management, dezembro de 1999, p. 132-138)

O problema é que a maioria das empresas não tem líderes e sim

pessoas com cargos de chefia. A diferença entre liderança e chefia pode ser

percebida pela lista preparada pelo americano Barry Woolf, do American

Institute of Management & Development:

• chefe conduz as pessoas, o líder aconselha

• chefe inspira medo, o líder, entusiasmo

• chefe diz "eu", o líder, "nós"

• chefe se preocupa com coisas, o líder, com pessoas

• chefe colhe os lucros, o líder os distribui

• chefe enxerga o hoje, o líder contempla o amanhã.

• (Junior George O.,HSM Management, dezembro de 1999, p. 138-140)

"A liderança difere do gerenciamento, sobretudo em listas de afazeres.

Liderar é saber como explorar os mananciais da motivação humana - e

também conhecer a base do relacionamento com os colegas", (Peters Tom.,

Você S.A., maio de 2001, p. 26-29)

Seja qual for a pesquisa ou o estudioso de liderança, uma conclusão

tem sido constante, a maioria das pessoas seguiria um líder honesto,

antecipador dos acontecimentos, inspirador e competente.

James é presidente executivo da Tom Peters Group e Posner, professor

da Universidade de Santa Clara, nos Estados Unidos. Uma pesquisa

empreendida por eles mostrou que a liderança é um conjunto de práticas que

se pode observar e aprender.( Peters Tom., Você S.A., maio de 2001, p. 29-35)

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Warren Bennis, o mais respeitado dos estudiosos sobre liderança,

escreveu um clássico sobre o assunto, “Como se Tornar um Líder”. Bennis diz

que os líderes são pessoas com capacidade para se expressar plenamente.

"Elas também sabem o que querem, por que querem e como comunicar isso

aos demais, a fim de obter a cooperação e o apoio deles", Ou seja, saber se

comunicar com os companheiros de trabalho já é um grande passo para quem

aspira a liderança do grupo. Um líder precisa ter mais conhecimentos do que

os demais, precisa ser respeitado profissionalmente. O chefe, também pode

ser respeitado por sua capacidade e conhecimento técnico, em geral, os

gerentes chegam ao cargo devido a tal fato. Mas os líderes reúnem

características comportamentais e psicológicas que os destacam no grupo.

(Bennis Warren., HSM Management, abril de 2000, p. 74-83)

2.8 - Empowerment

Hoje as organizações bem sucedidas estão adotando uma nova

abordagem, que prevê a formação de equipes – ou times, como se costuma

dizer no meio empresarial – com poder de decisão, em substituição aos

numerosos níveis hierárquicos. Essa filosofia tem permitido às organizações

que enfrentam problemas de sobrevivência superar o processo de

reestruturação.

Para que possam sobreviver, os líderes devem deixar de ser os

condutores autoritários do passado e se converterem em integrantes das

equipes do futuro. Precisam entender, que o ser humano tem necessidade de

reconhecimento e devem visar o bem-estar dos outros, não apenas o próprio.

Há quem chame Empowerment de Gestão da Qualidade Total, o que

consiste, na verdade, em três etapas:

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• Faça as coisas corretamente logo da primeira vez;

• Transmita a todos as necessidades e expectativas do cliente e do

fornecedor

• Delegue poder às pessoas e reforce a responsabilidade que acompanha

este poder.

À medida em que os integrantes da organização percebem que estão

lutando para sobreviver, vêem também que o conjunto de informações que

detêm é que os levará ao topo. Em outras palavras, é o que eles aprendem que

lhes dá lucro. Todos os envolvidos precisam possuir um bom nível de

informação para que se comuniquem de modo eficiente.

Em exemplos de empowerment bem sucedidos, os trabalhadores

discutem continuamente o que significa para o funcionário ser considerado

responsável e confiável e o que representa uma organização de trabalho que

encoraja a iniciativa e o desenvolvimento das habilidades até a realização de

seu potencial máximo. O sistema dá voz ativa aos funcionários em todas as

questões, com exceção daquelas referentes a decisões empresariais

estratégicas.

O acesso dos trabalhadores as informações, os torna muito menos

dependentes dos gerentes nas atividades diárias e faz com que a cultura

interna da própria unidade seja consideravelmente democratizada. Assim

acabam se mostrando mais dispostos a se envolverem na solução de

problemas do que em um ambiente de grande ansiedade e incertezas.

Também apresentam menos propensão a alimentar sentimentos de

inadequação ou inferioridade, que resultam de relações trabalhistas mitificadas

ou dependentes.

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Mesmo com o empowerment, nenhuma organização eliminou

completamente a especialização em funções. Mesmo quem defende a

reestruturação não prevê o fim dos executivos especialistas em produção,

finanças etc. No futuro, a maior parte das organizações acabará sendo uma

combinação das duas soluções.(Junior George O., HSM Management,

dezembro de 1999, p. 132-137).

2.8.1 - Sumário dos pontos chave de Empowerment

Definição de Empowerment:

São equipes de trabalho auto-dirigidas com liderança eficaz e

transformadora, com a função de contratar, treinar e remunerar os funcionários

para que possam tomar decisões baseadas em informações, recursos e apoio.

• Pontos chave: Motivação (intrínseca),compreensão de seu papel e

sustentação da melhoria contínua da qualidade

• Pré-requisitos: Não haver barreiras entre gerência e funcionários,

envolvimento dos altos executivos e equipes de trabalho adequadamente

motivadas.

• Para efetivamente instituir a delegação, os líderes precisam:

estabelecer metas, definir responsabilidades e autoridade, motivar

subordinados, exigir trabalho completo, fornecer treinamento e estabelecer

controle adequados.

• Como melhorar o desempenho dos empregados: reconhecer que a

auto-estima não é simplesmente uma característica individual, embora

envolva processos individuais, mas uma combinação de circunstâncias, que

incorporam igualmente os processos de caráter interpessoal.(Junior George

O., HSM Management, dezembro de 1999, p. 137-140).

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CAPÍTULO 3

TRABALHO E O HOMEM

O trabalho de todos os líderes tem dois aspectos: O ocupacional e o

humano. O aspecto ocupacional refere-se ao trabalho propriamente dito, isto é,

à atividade que planeja e executa o trabalho, colhendo o seu resultado. O outro

aspecto refere-se à atividade voltada para o homem, tal como manter a relação

de confiança entre o líder e seus subordinados, seus superiores, colegas e

pessoas de fora. Comparando-o com o aspecto ocupacional, nem sempre é

fácil identificar, quantitativamente, a sua realização e, além disso, muitas vezes

o resultado do esforço empenhado, neste aspecto, demora a aparecer.

3.1 - O Modo certo de delegar tarefas

Para delegar de modo correto, é preciso conhecer alguns princípios da

delegação de tarefas:

• Sempre acompanhar o progresso de uma tarefa que tenham delegado, pois

caso contrário, alguns erros caros poderão ser cometidos,

• Os gerentes precisam a ter certeza de que os subordinados sejam capazes

de concluir a tarefa,

• Um subordinado nunca deve sub-delegar uma tarefa sem permissão,

• Ter cuidado com o subordinado super entusiasmado, que sempre pede

tarefas, mas raramente as termina,

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• Colocar recursos à disposição dos subordinados, não apenas dinheiro, mas

também o direito de agir adequadamente,

• Quando uma tarefa delegada for satisfatoriamente concluída, não esquecer

de dar o devido reconhecimento ao subordinado,

• Se uma tarefa não for satisfatoriamente concluída, investigar os motivos,

antes de atribuir a culpa,

• Perguntar a si mesmo, em intervalos regulares, quais os motivos para suas

atitudes. A resposta poderá ver do fato de ser que você não precisar

executar determinada tarefa ou dar alguma instrução diretamente, dando ao

subordinado a oportunidade de assumir a tarefa, bem como a autoridade

para repassá-la a outros funcionários,

Mesmo que o líder realize uma tarefa melhor do que um subordinado,

deve permitir que ele a execute uma vez ou outra, permitindo que adquira

experiência e desenvolvimento profissional.(Hill, Norman C.,1998, p.52-54)

3.2 - Trabalho em equipe

Uma das condições essenciais nas organizações é o trabalho em grupo.

Parece bastante simples, visto que as necessidades e os resultados

alcançados são muito mais significativos do que o trabalho separado.

Pesquisas mostram que quanto maior a habilidade de um líder em utilizar os

métodos de supervisão em grupo, tanto maiores serão a produtividade e a

satisfação. A freqüência das reuniões de grupo de trabalho, bem como a

atitude e o comportamento do superior em relação às idéias dos subordinados,

afetam o grau de aceitação por parte dos subordinados em relação a seus

supervisores . Assim, um supervisor ou gerente só deve fazer uma reunião, se

realmente estiver interessado em servir-se das idéias de seus subordinados.

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Uma atitude solidária por parte do chefe/supervisor, assim como a

utilização construtiva das reuniões de grupo, é necessária para desenvolver o

orgulho e a lealdade no grupo. Supervisores que são altamente cotados pela

administração fazem uso freqüentes de reuniões de grupos para tratar dos

problemas relativos ao trabalho.

Outro fator importante registrado, é que mestres de grupos de trabalho

de elevada produção, reportam com muito mais freqüência do que mestres de

grupos de baixa produção, e seus grupos de trabalho apresentam bom

desempenho quando os mestres estão ausentes. Aparentemente mestres de

alta produtividade criam no interior do grupo de trabalho expectativas, a

capacidade e as metas necessárias para seu funcionamento normal na

ausência do mestre.

Os grupos de trabalho com maior orgulho de sua capacidade de produzir

ou com maior lealdade, tendem a ser grupos de altos índices de produtividade.

O alto índice de lealdade em um grupo, não está, necessariamente,

relacionada com a produtividade. Existem consideráveis indícios de que grupos

de trabalho podem ter objetivos que influenciarão a produtividade e o custo,

tanto favorável como desfavoravelmente.

A capacidade e a tendência dos grupos de trabalho em restringir a

produção foi encontrada em muitos estudos. As organizações informais que se

compõem, quase na totalidade, pela maioria dos membros dos grupos de

trabalho, podem restringir ou aumentar a produção, aumentar as faltas e, de

outras maneiras, influir nos objetivos da empresa. Portanto, já se verificou

aumentos substanciais de produtividade e, reciprocamente, diminuição do

desperdício, quando os objetivos grupais são alterados de forma a se tornarem

compatíveis com os da organização.

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Razões diversas parecem concorrer para a maior produtividade dos

grupos de trabalho com elevado índice de orgulho e lealdade entre os colegas.

Uma delas é que os trabalhadores nesses grupos revelam mais

cooperação para realizar as tarefas.(Hill, Norman C.,1998, p.55-57)

3.3 - A Responsabilidade do líder para com seus empregados

Uma questão muito importante, no aspecto humano do trabalho do líder,

é a forma como suas ações afetam as vidas de seus empregados. Há casos

em que o empregado tem percepção dos pontos chaves para o seu sucesso

enquanto trabalha com seu líder, e há casos em que a atitude dos gerentes

anteriores acaba reprimindo o funcionário, impedindo tal percepção. Não é

simples prever como o indivíduo se sairá numa organização.

Deste modo, o líder possui grandes responsabilidades, e influencia o

futuro das pessoas. O humilde reconhecimento deste fato deve ser o ponto

básico de atuação, de maneira muito sincera e transparente, baseado em

princípios e valores.

Ambos os aspectos, ocupacional e humano do trabalho do líder têm

objetivos independentes. O líder dever verificar que ambos sejam atingidos e

que o equilíbrio entre os dois seja mantido.

As pessoas são mais do que ferramentas e seu potencial de resultados

está diretamente ligado ao poder de mobilização e evolução que podem ter

durante a sua vida profissional. Um funcionário jamais poderá ficar muito tempo

em uma função pois isto acarretará em desmotivação e desinteresse pelo

trabalho.

De outro lado a organização não pode super valorizar as pessoas,

sacrificando a qualidade do trabalho, pois esse tipo de ação, cedo ou tarde

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ganhará a desconfiança da sociedade. O líder precisa achar formas que

compatibilizem o aspecto ocupacional e humano. .(Hill, Norman C.,1998, p.57-

60).

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CAPÍTULO 4

FATORES QUE INFLUENCIAM

A OBTENÇÃO E RESULTADOS NA GESTÃO

A despeito de toda retórica em torno de como administrar para o

obtenção de resultados, não existe um roteiro previamente definido. O que se

verifica na prática é que as organizações bem sucedidas são, de muitas

formas, organismos vivos, dinâmicos, que criam vínculos com seus associados

e líderes. Para dar continuidade ao desenvolvimento e evitar que o caminho

chegue ao fim, elas devem nutrir, canalizar e oferecer aos trabalhadores o que

pode ser chamado de "mão invisível da liderança".

Essa liderança pode se manifestar de várias maneiras: na relação com

os clientes, com os membros da equipe ou outros componentes. Não é

necessário que a liderança siga um plano estratégico aprovado pela diretoria, a

gerência vigorosa e disciplinar sim, mas a verdadeira liderança não. A liderança

legítima emerge nas organizações em desenvolvimento, onde a frustração, a

surpresa e os insucessos constantemente assolam o horizonte.

Os novos líderes devem oferecer estímulo e esperança, quando todas

as equipes relatarem fracassos, quando os testes de mercado não reagirem,

quando as vendas caírem ou quando as dificuldades baterem á porta, pois

problemas complexos e dúvidas perturbadoras, inevitavelmente fazem parte do

ambiente gerencial. A liderança é um dos fatores essenciais para a conquista

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de resultados através das pessoas, e está focada nos valores e princípios dos

que estão à frente das equipes de trabalho. É da intensa observação dos atos

e ações, bem como de seus princípios, que podemos definir a conduta e a

maneira de desenvolver tarefas e conseguir resultados.

Baseados nestas considerações, a nova liderança, pode melhorar e

canalizar suas propostas baseadas em fortes princípios e valores

organizacionais e pessoais. A eficácia do novo líder é, portanto, fundamentada

em determinados princípios invioláveis, leis naturais da dimensão humana, que

são tão reais, tão imutáveis quanto as leis da gravidade na dimensão da física.

Esses princípios estão entremeados na estrutura de toda a sociedade civilizada

e constituem as raízes de toda a família e instituição que tenha alcançado a

prosperidade. Os princípios não são inventados pela sociedade, são leis do

universo referentes às relações humanas, e fazem parte da condição,

percepção e consciência do homem.

A medida em que as pessoas reconhecem e convivem em harmonia

com princípios básicos, tais como: justiça, equidade, integridade, honestidade e

confiança, condicionam seu percurso em direção à sobrevivência e estabilidade

por um lado, ou desintegração por outro. As pessoas costumam confiar,

instintivamente, naqueles cuja personalidade é fundamentada em princípios

corretos e quando a confiança é elevada, nos comunicamos com facilidade,

sem esforço, instantaneamente.

Princípios corretos assemelham-se a bússolas que sempre indicam o

caminho, e, se soubermos interpretá-los, não nos perderemos e não nos

sentiremos confusos diante de vozes e valores conflitantes. Assim sendo, tais

princípios são leis naturais comprovadas e validadas por si próprias, não se

alteram e indicam o caminho do "norte verdadeiro" às nossas vidas. Eles

surgem sob a forma de valores, idéias, normas e ensinamentos que elevam,

enobrecem, satisfazem, fortalecem e inspiram as pessoas. A liderança

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baseada em tais princípios fundamenta-se na realidade de que não podemos

violar impunemente essas leis naturais.

Acreditemos ou não neles, eles têm se mostrado eficazes durante toda a

história da humanidade. As pessoas mais eficientes e as organizações mais

fortes quando guiadas por esses princípios obtém melhores resultados e

quando as pessoas baseiam seus valores em princípios corretos, libertam-se

de percepções e paradigmas antiquados.

Uma das características dos autênticos líderes é a humildade, evidente

em sua capacidade de retirar os óculos e examinar as lentes com objetividade,

analisando como seus valores, percepções, crenças e comportamentos se

alinham com os princípios do real sentido.(Bowditch, James L., Buono, Antony

F., 1992, p.58-64).

4.1 - Três níveis, três princípios

A liderança baseada em princípios é praticada de dentro para fora em

três níveis: pessoal (minhas relações comigo mesmo); interpessoal (minhas

relações e interações com os outros); gerencial (minha responsabilidade de

concluir uma tarefa em conjunto com outros).(Covey, Stephen R., 1994, p. 33)

4.1.1 - Confiabilidade a nível pessoal

A confiabilidade baseia-se no caráter, naquilo que você é como pessoa,

e na competência, naquilo que você pode fazer. Se você confiar no caráter de

uma pessoa mas não em sua competência, na verdade não confiará nessa

pessoa. Muitas pessoas boas e honestas gradualmente perdem sua

confiabilidade profissional porque se tornam "obsoletas" em suas organizações.

Sem caráter e competência não seremos considerados confiáveis, nem

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demonstraremos grande sabedoria profissional atraindo pouca confiabilidade

ou confiança.(Covey, Stephen R., 1994, p. 35)

4.1.2 - Confiança a nível interpessoal

A confiabilidade é a base da confiança sendo que a confiança é a conta

bancária emocional entre duas pessoas, que lhes permite chegar a um acordo

relativo ao desempenho, ou seja, aos benefícios mútuos. Se existe a confiança

entre duas pessoas, baseada na confiabilidade de cada uma, elas poderão

usufruir de uma comunicação clara, de empatia, sinergia e interdependência

produtiva.

Quando um se mostra incompetente, o treinamento e o desenvolvimento

poderão ajudar, mas se houver uma falha de caráter, será necessário fazer e

manter promessas visando aumentar a segurança interna, aperfeiçoar as

habilidades e assim reconstruir a relação de confiança. A confiança, ou a falta

dela, está na origem do sucesso ou do fracasso, nos relacionamentos e no

resultado final de um negócio, de uma indústria, do sistema de educação ou

do governo, ou ainda em qualquer segmento da vida em sociedade.(Covey,

Stephen R., 1994, p. 37)

4.1.3 - Fortalecimento a nível gerencial

Oferecendo pouca ou nenhuma confiança, um indivíduo não poderá

administrar pessoas. Se um administrador(chefe, líder ou gerente) percebe

que falta a seu pessoal caráter ou, competência, tende a dar maior atenção a

este pessoal. Quando não há confiança, é preciso controlar as pessoas,

entretanto, se existe muita confiança, elas supervisionam a si próprias, tendo

no líder uma fonte de auxílio.(Covey, Stephen R., 1994, p. 39)

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CONCLUSÃO

Não há dúvidas de que as pesquisas sobre traços, habilidades, motivos

e estilos de liderança tenha como mérito principal representar o indispensável

passo inicial no caminho da compreensão do processo de liderança. Até então,

nada havia de mais sistemático em termos de pesquisa. No entanto, deve-se

admitir que tais enfoques deixaram de levar em conta outras variáveis

intervenientes, nesse processo, que podem desempenhar um papel crucial

quanto ao aumento ou diminuição do nível de eficácia do líder.

Muitas organizações entenderam que a liderança configura uma

qualidade pessoal e, consequentemente, não ser líder passa a ser considerado

um ponto fraco ou defeito. Percebe-se, como implícita nessas primeiras teorias,

a suposição de que a capacidade de ser um líder eficaz já nasce com o

indivíduo.

É preciso ressaltar também que tanto as pesquisas sobre traços de

personalidade, como sobre os motivos e estilos dos líderes eficazes,

demonstram formas abstratas de descrever um líder. Por esse motivo, tais

trabalhos oferecem somente uma lista fragmentada de traços, interesses e

comportamentos que devem, por si mesmos, ser considerados elementos

decisivos de suporte à eficácia da liderança. Sente-se assim que estas teorias

ficam a dever em termos de uma consideração que leve em conta a realidade

do cotidiano e as circunstâncias ambientais, nas quais se encontram os líderes.

É difícil, a partir das descobertas feitas nesse início, precisar em que consiste o

principal padrão de eficácia, como referencial dentro do processo de liderança.

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Muitos pontos de vista apresentados por esses primeiros teóricos já

foram colocados à prova, deixando supor que algo mais ainda está por ser

considerado. Críticas foram feitas a alguns pesquisadores que pretendiam

“destilar a essência” da liderança para encontrar aquilo que pudesse ser

considerando como o elemento-chave que favorecesse a distinção dos líderes

como pessoas diferentes.

Os líderes eficazes eram considerados um grupo de elite, que possuíam

certas características comportamentais, seja de ordem física ou psicológica,

que os colocavam em evidência perante seus seguidores, não importando a

situação ou mesmo o momento, nem as características pessoais desses

seguidores.

Ao se caracterizar o líder ideal, principalmente dentro das empresas, tais

padrões passaram a ser perseguidores. Com o tempo, descobriu-se que nada

tem precipitado tanto desconforto como a crença de que as pessoas “precisam

mudar” sua maneira natural de ser adotando condutas “artificiais”, para se

aproximarem do protótipo do líder ideal.Com isso, se perdem os recursos

naturais, de forças pessoais.

Atualmente, já se sabe que o processo de liderança envolve todo um

conjunto complexo de variáveis que precisam ser considerados quando se

pretende planejar qualquer estudo, experimentalmente, sobre esse tópico do

comportamento humano. O conjunto de variáveis é tão amplo, que passa a ser

problemático e difícil concluir com respostas definitivas sobre o assunto.

Durante os anos em que essas teorias inspiraram o uso do conhecidos

“pacotes” de treinamento de líderes, dentro das organizações, quase nada se

conseguiu como resultado objetivo.

Com relação às teorias situacionais, dedicadas ao estudo do

comportamento contingente, a ênfase passa a não ser mais unicamente

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colocada sobre uma variável isolada, circunscrita à ação do líder, sobre a

atitude passiva do subordinado. De maneira mais completa, a preocupação dos

teóricos passa a ser, então, dirigida também às características

comportamentais dos liderados. Seguindo essa perspectiva, propuseram que o

líder seja sempre aquele que detém o papel determinante no relacionamento

do poder. Na visão contingencial amplia-se, não somente o número de

variáveis a serem estudadas, como também é adotada uma sistemática mais

aberta no estudo da correlação entre as mesmas.

Apesar de serem enfoques contingências ainda muito recentes, não se

pode negar que representem uma abertura maior de horizontes no estudo da

dinâmica da liderança. O principal ponto de importância, reside no fato de não

se estar mais considerando apenas as características de personalidade como

as grandes responsáveis pela maior ou menor eficácia do líder.

Integridade é como o valor atribuído às pessoas que são honestas e

inatacáveis em sua vida pessoal e profissional. Ao identificarmos nossos

“valores”, passamos a organizar nossa vida e agir com base nas prioridades.

Desenvolvemos a autoconfiança e a auto-estima, assumindo e mantendo

promessas e compromissos significativos. O fator maturidade é o equilíbrio

entre a coragem e a consideração. Se uma pessoa for capaz de expressar

seus sentimentos e convicções com coragem, equilibrada pela consideração,

pelos sentimentos e convicções de outras pessoas, ela é madura. Se lhe faltar

maturidade interna ou força emocional, poderá tentar retira-las de sua posição,

de seu poder, credencial ou aflição podendo buscar com a autoridade de seu

cargo agregado ao seu valor uma melhor maturidade.

Acreditamos que na organização existe o suficiente para todos. Essa

mentalidade de abundância flui de um profundo senso de valor e segurança

pessoal e resulta na partilha de reconhecimento, lucros e responsabilidades.

Abre novas alternativas e opções criativas, direciona a alegria pessoal e a

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realização para fora e reconhece ilimitadas possibilidades de interação,

crescimento e desenvolvimento positivos.

Através dos teóricos da contingência em liderança se pode perceber que

não é possível, por muito tempo, conceber o líder dentro de uma situação

isolada, como se estivesse dentro de um espaço vazio. O modelo contingencial

mostra que existem situações favoráveis e desfavoráveis para o líder, e que

alguns tipos de líderes demonstram melhor desempenho em situações

favoráveis, enquanto outros em situações desfavoráveis. O enfoque do

caminho objetivo deu vida à noção de que os subordinados são pessoas bem

intencionadas e que o líder que puder ajudá-los nesse processo terá sucesso.

Algumas teorias que do enfoque contingencial tendem a apregoar a

possibilidade de mudança no estilo de liderança por parte de um mesmo

indivíduo. O próprio termo mudança tem sido utilizado de maneira imprópria e

inespecífica, confundindo muitas pessoas que partem desse pressuposto,

esperando criar estilos comportamentais diferentes dentro das organizações.

Infelizmente, a falta de comprovação científica sobre as mudanças repentinas

de comportamento dá oportunidade ao aparecimento de programas de

treinamento e desenvolvimento de liderança que chegam a resultados, não

somente duvidosos, como também, muitas vezes, problemáticos.

Essa crítica parece atender a preocupações de ordem concreta dentro

das organizações, e serve para que se consiga uma forma de, não só

reconhecer o verdadeiro líder na prática, como também para que se possam

criar condições para que ele se desenvolva, em termos de eficácia, como tal.

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO...........................................................................................

CAPÍTULO I

A LIDERANÇA NAS ORGANIZAÇÕES

1.1 – O Líder .............................................................................................

1.1.1 – Avaliação baseada em resultados.......................................

1.1.2 – Capacidade de mobilizar pessoas......................................

1.1.3 – Funções de um líder...........................................................

1.1.4 – Os estágios do progresso de um líder................................

1.2 – Teoria Sobre Estilos de Liderança.................................................

1.2.1 – Liderança por meio de estilos de comportamento..............

1.2.2 – Liderança orientada as tarefas ou pessoas.........................

1.2.3 – Liderança Transformacional................................................

1.2.4 – Liderança Carismática........................................................

1.2.5 – Liderança Administrativa....................................................

1.2.6 – Liderança Situacional.........................................................

CAPÍTULO II

VARIEDADE DE PODER INDIVIDUAL

2.1 – Poder....................................................................................... .....

2.2 – Poder Legítimo...........................................................................

2.3 – Poder de Recompensa...............................................................

2.4 – Poder Coercitivo..........................................................................

2.5 – Poder Especialização ....................................................................

2.6 – Poder Especialização.....................................................................

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2.7 – Poder Informação.............................................................................

2.8 – Empowerment...................................................................................

2.8.1 – Sumário dos pontos chave de Empowerment......................

CAPÍTULO III

O TRABALHO E O HOMEM

3.1 – O modo certo de delegar tarefas......................................................

3.2 – Trabalho em equipe..........................................................................

3.3 – A Responsabilidade do líder para com seus empregados

CAPÍTULO IV

FATORES QUE INFLUENCIAM A OBTENÇÃO E RESULTADOS NA

GESTÃO

4.1 – Três níveis, três princípios.......................................................

4.1.1 – Confiabilidade a nível pessoal....................................

4.1.2 – Confiança a nível interpessoal

4.1.3 – Fortalecimento a nível gerencial

CONCLUSÃO

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ÍNDICE

FOLHA DE AVALIAÇÃO

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PROJETO A VEZ DO MESTRE

Pós-Graduação “Lato Sensu”

Título: A LIDERANÇA ORGANIZACIONAL

Data da Entrega:

Avaliação:______________________________________________________

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Avaliado por:___________________________________Grau______________

Rio de Janeiro, ______de julho de 2004.