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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS NA PRAIA DA GAMBOA NA ILHA DE ITACURUÇÁ POR Anderson Carlton Lima de Rezende Orientadora Jaqueline Guerreiro 2009 Rio de Janeiro

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · destacar, a transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste

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Page 1: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · destacar, a transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

POacuteS-GRADUACcedilAtildeO ldquoLATO SENSUrdquo

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

GESTAtildeO DOS RECURSOS HIacuteDRICOS NA PRAIA

DA GAMBOA NA ILHA DE ITACURUCcedilAacute

POR

Anderson Carlton Lima de Rezende

Orientadora

Jaqueline Guerreiro

2009

Rio de Janeiro

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

POacuteS-GRADUACcedilAtildeO ldquoLATO SENSUrdquo

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

GESTAtildeO DE RECURSOS HIacuteDRICOS NA PRAIA DA

GAMBOA EM ITACURUCcedilAacute

Apresentaccedilatildeo de monografia agrave Universidade Cacircndido

Mendes como condiccedilatildeo preacutevia para a conclusatildeo do

Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo ldquoLato Sensurdquo em Gestatildeo

Ambiental

Por Anderson Carlton Lima de Rezende

3

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo a Deus em primeiro lugar por me dar

condiccedilotildees de chegar ateacute aqui Ao corpo docente do

Instituto ldquoA Vez do Mestrerdquo e a minha orientadora

Jaqueline Guerreiro sempre pronta a auxiliar

4

DEDICATOacuteRIA

Dedico esse trabalho acadecircmico a minha adorada

esposa Daiane que muito colaborou para sua confecccedilatildeo

e desenvolvimento Aos meus filhos Pedro e Hayane que

satildeo o combustiacutevel para eu continuar e aos meus pais que

satildeo pessoas que estatildeo sempre prontos a me auxiliar

5

RESUMO

A Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos na Praia da Gamboa em Itacuruccedila

constitui-se em uma obra que busca analisar os impactos ambientais

decorrentes do processo de ocupaccedilatildeo desordenado da praia e a expansatildeo

demograacutefica da regiatildeo fato este que desencadeia transtornos ambientais e o

aumento da demanda de aacutegua

Analisando a aacutegua enquanto recurso limitado e indispensaacutevel agrave vida

humana esse trabalho pretende conscientizar sobre o seu uso racional

evitando desperdiacutecios Assim como estimular o gerenciamento das aacuteguas

pluviais em construccedilotildees civis com o uso de tecnologia limpa

Propor uma Gestatildeo Integrada dos Recursos Hiacutedricos (GIRH) em

articulaccedilatildeo com o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental Formal constitui-se em uma

possibilidade na preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos Recursos Ambientais

existentes na Praia da Gamboa

6

METODOLOGIA

A metodologia utilizada para elaboraccedilatildeo deste trabalho a fim de servir

como ferramentas que possibilitaram a sua efetivaccedilatildeo constituiacuteram-se

pesquisas bibliograacuteficas e webegraacuteficas para aprofundar o debate acerca dos

impactos ambientais e mecanismos de conservaccedilatildeo e preservaccedilatildeo dos

Recursos Hiacutedricos O conhecimento empiacuterico por meio de visitas de campo na

Praia da Gamboa para elaboraccedilatildeo de um diagnoacutestico preliminar dos Recursos

Hiacutedricos locais e a experiecircncia com o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental que

esta sendo realizado na Escola Estadual Paulo Scofano (municipalizada)

localizada na Praia da gamboa

7

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO 1

A GENEcircSE DA URBANIZACcedilAtildeO E O CRESCIMENTO 9

DA ZONA COSTEIRA

11 A urbanizaccedilatildeo da Zona Costeira 11

CAPIacuteTULO 2

OS IMPACTOS AMBIENTAIS DO CRESCIMENTO 15

DESORDENADO NA PRAIA DA GAMBOA

CAPIacuteTULO 3

O GERENCIAMENTO SUSTENTAVEL DOS RECURSOS HIacuteDRICOS 21

31 Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo 22

32 Reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais 26

321 Aacuteguas das chuvas ndash Como esta sendo uacutetil na atualidade 26

322 Gerenciamento Integrado das aacuteguas pluviais 27

33 Lagoas de Estabilizaccedilatildeo 30

CONCLUSAtildeO 33

BIBRIOGRAacuteFIA 34

WEBGRAacuteFIA 35

ANEXOS

Fotografias 36

Tabelas 43

8

INTRODUCcedilAtildeO

Esta monografia tem como objetivo central analisar os impactos

ambientais nos Recursos Hiacutedricos resultantes do processo de transformaccedilatildeo

urbana e crescimento demograacutefico na praia da Gamboa localizada na Ilha de

Itacuruccedila (na Baiacutea de Sepetiba) no quarto distrito do Municiacutepio de

Mangaratiba Aleacutem de propor medidas alternativas atraveacutes de uma gestatildeo

ambiental participativa dos recursos hiacutedricos com a finalidade de mitigar os

efeitos danosos do processo para a populaccedilatildeo da ilha

As consequumlecircncias ambientais dessa transformaccedilatildeo estatildeo relacionadas agrave

falta de poliacuteticas puacuteblicas na aacuterea habitacional a um governo local altamente

populista e a accedilatildeo de atores que percebendo esse quadro se aproveitam para

comercializar e lucrar com a venda dos lotes de terras

Os impactos ambientais desta ocupaccedilatildeo desordenada tornaram-se

particularmente criacuteticos na praia da Gamboa pois esta localizada em uma

regiatildeo altamente susceptiacutevel agrave degradaccedilatildeo tendo em vista a presenccedila de

nascentes corpos drsquoaacutegua aacuteguas subterracircneas aleacutem da vegetaccedilatildeo de Mata

Atlacircntica de grande importacircncia para o ecossistema da regiatildeo

Outra problemaacutetica a ser abordada nesta monografia eacute a precariedade

do sistema de saneamento baacutesico existentes na Praia da Gamboa e propor

mecanismos economicamente viaacuteveis de um Saneamento Ambiental que

atenta as exigecircncias demograacuteficas da praia e a conservaccedilatildeo e preservaccedilatildeo dos

Recursos Hiacutedricos locais

9

1 - A GEcircNESE DA URBANIZACcedilAtildeO E O CRESCIMENTO

DA ZONA COSTEIRA

O primeiro surto de urbanizaccedilatildeo1 no Brasil deu-se no seacuteculo XVIII com o

denominado Ciclo da Mineraccedilatildeo Essa atividade econocircmica contribuiu para

esse processo devido a alguns motivos Dentre os principais motivos podemos

destacar a transferecircncia da capital da colocircnia de Salvador para o Rio de

Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste accedilucareiro para o

Sudeste auriacutefero dando origem a vaacuterias Vilas e Cidades (Ouro Preto MG e

Goiaacutes Velho GO) e promovendo a interiorizaccedilatildeo do crescimento econocircmico do

paiacutes

ldquoA interiorizaccedilatildeo do povoamento foi devida de um lado agrave mineraccedilatildeo

e de outro agrave criaccedilatildeo de gado nas fazendas A exploraccedilatildeo dos

diamantes e do ouro foi responsaacutevel pela existecircncia de inuacutemeros

nuacutecleos de vida urbana no interior dos Estados de minas Gerais

Bahia Goiaacutes e Mato Grossordquo (SANTOS M E SILVEIRA M 2001

P 33)

No iniacutecio do seacuteculo XIX as antigas cidades litoracircneas retomaram o seu

crescimento devido agrave retomada do dinamismo do setor agraacuterio exportador

brasileiro

Em 1808 a vinda da Famiacutelia Real Portuguesa agrave Colocircnia proporcionou

por um lado o crescimento demograacutefico e por outro lado garantiu uma

transformaccedilatildeo urbaniacutestica O Brasil comeccedilou a viver momentos de

transformaccedilatildeo no perfil arquitetocircnico de suas principais cidades

A partir da segunda metade do seacuteculo XIX as principais cidades

brasileiras passaram a receber infra-estrutura o territoacuterio passa a receber

melhorias teacutecnicas ndash implantaccedilatildeo de sistema hidraacuteulico de iluminaccedilatildeo de

transporte coletivo e rede de esgoto ateacute planos urbaniacutesticos de logradouros

puacuteblicos praccedilas e vias arborizadas

No iniacutecio do seacuteculo XX a induacutestria foi um instrumento de povoamento

Nas primeiras deacutecadas desse seacuteculo verificamos uma transformaccedilatildeo soacutecio- 1 Ocorre Urbanizaccedilatildeo quando a populaccedilatildeo no meio urbano cresce a taxas maiores que a populaccedilatildeo total O processo de urbanizaccedilatildeo eacute resultado principalmente do ecircxodo rural

10 econocircmica pois a induacutestria avanccedila apoacutes as pequenas crises de 1920 e 1924

poreacutem a economia cafeeira comeccedila a se agravar com a poliacutetica de estocagem

Com a crise mundial de 1929 a economia predominantemente exportadora

provoca a decadecircncia do sistema agraacuterio essa decadecircncia abre as portas

para o fortalecimento da economia industrial orientada para o mercado interno

dentro do processo de substituiccedilatildeo de importaccedilotildees

As mudanccedilas relativas agrave passagem da pequena para a meacutedia e para a

grande induacutestria proporcionaram um crescente processo de urbanizaccedilatildeo ao

redor das grandes cidades e a formaccedilatildeo de uma populaccedilatildeo urbana

consequumlecircncia de um intenso ecircxodo rural devido a necessidade de matildeo-de-obra

nessas cidades

O Brasil passou por dois fenocircmenos que merecem destaque quando se

fala em ambientes urbanos a industrializaccedilatildeo (tardia) - iniciada no poacutes-Guerra -

e a urbanizaccedilatildeo acelerada que a seguiu No curso desse processo reflexo das

poliacuteticas desenvolvimentistas entatildeo vigentes uma seacuterie de regras de proteccedilatildeo

ao meio ambiente e aos cidadatildeos foi desrespeitada ou mesmo desconsiderada

A urbanizaccedilatildeo no Brasil natildeo foi acompanhada de igual ritmo de

industrializaccedilatildeo e geraccedilatildeo de empregos por isso desde os anos de 1950 a

formaccedilatildeo das cidades brasileiras vem construindo um cenaacuterio de contrastes

paisagens que mostram lado a lado o moderno e o tradicional o

excessivamente luxuoso e o paupeacuterrimo bairros ricos ao lado de grandes

comunidades empresaacuterios executivos com seus carros luxuosos cortam

avenidas onde crianccedilas vendem doces em semaacuteforos edifiacutecios inteligentes

vizinhos de preacutedios degradados e cheios de corticcedilos para dar alguns

exemplos

Vilmar Farias (1991) a esse respeito ressalta que o processo de

urbanizaccedilatildeo brasileira produziu uma gigantesca concentraccedilatildeo demograacutefica nas

grandes cidades e metroacutepoles Criou e concentrou riquezas mas natildeo levou a

plena institucionalizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho capaz de absorver os

contingentes populacionais expulsos do campo Com isso foi gerada uma

constante populaccedilatildeo excedente sujeita a acintosos processos de espoliaccedilatildeo

11 urbana2 e ao mesmo tempo e pelo mesmo processo se produziu uma enorme

pujanccedila econocircmica concentrada em ilhas de prosperidade Na opiniatildeo do

autor

[] a sociedade urbana resultante do processo de crescimento

urbanizaccedilatildeo e mudanccedila dos uacuteltimos trinta anos apresenta-se

estruturalmente com uma sociedade complexa espacial

ocupacional e socialmente diversificada unificada mas heterogecircnea

segmentada e sobretudo profundamente desigual []

(FARIAS1991p105)

Dos anos de 1950 aos dias atuais a parcela da populaccedilatildeo brasileira que

vivia em cidades cresceu de 36 para 81 Natildeo obstante os evidentes

desequiliacutebrios ambientais decorrentes desse processo nos saltam a olhos

vistas Nessas cidades detectamos problemas ambientais como poluiccedilatildeo do

ar sonora e hiacutedrica destruiccedilatildeo dos recursos naturais desintegraccedilatildeo social

desemprego deacuteficit habitacional dentre outros Que satildeo percebido por todos

mas com intensidades diferentes

a forma que o espaccedilo de assentamento assume natildeo eacute

necessariamente beneacutefica a qualquer um () Tanto o capital quanto

o trabalho satildeo obrigados a viver num meio ambiente difiacutecil de

controlar mas cujos efeitos negativos sempre podem ser mais bem

transcendidos pelo rico e pelo poderoso (GOTTDIENER 1993

p268)

11-Urbanizaccedilatildeo da zona costeira

A zona costeira3 brasileira que compreende uma faixa de 8698 Km de

extensatildeo estendendo-se desde Cabo Orange (5ordm N) ateacute o Chuiacute (34ordm S) e

largura variaacutevel contempla um conjunto de ecossistemas contiacuteguos

sobre uma aacuterea de aproximadamente 388 mil Km2 sendo a maior parte

situada nas regiotildees tropicais e subtropicais

2 Espoliaccedilatildeo Urbana eacute conceituada por como ldquoo somatoacuterio de extorsotildees que se opera atraveacutes da inexistecircncia ou precariedade de serviccedilos de consumo coletivo que se apresentam como socialmente necessaacuterios em relaccedilatildeo aos niacuteveis de subsistecircncia e que agudizam ainda mais a dilapide accedilatildeo que se realiza no acircmbito das relaccedilotildees de trabalhordquo (KOWARIICK p 591980) 3 Zona Costeira ou Faixa Litoracircnea corresponde agrave zona transiccedilatildeo entre o domiacutenio continental e o domiacutenio marinho Eacute uma faixa complexa dinacircmica mutaacutevel e sujeita a vaacuterios processos geoloacutegicos

12 Abrange uma faixa terrestre com um conjunto de municiacutepios e

uma aacuterea marinha que corresponde ao mar territorial brasileiro com

largura de 12 milhas naacuteuticas a partir da linha de costa

O litoral brasileiro eacute caracterizado por uma grande diversidade de

ecossistemas ndash de estuaacuterios de manguezais de recifes de corais de

planiacutecies inundaacuteveis e etc Esses recursos podem gerar meios de

subsistecircncia para as pessoas aleacutem de proporcionar a conservaccedilatildeo da

fauna local e de sua vegetaccedilatildeo

O uso e a ocupaccedilatildeo do solo tecircm sido feitas de forma intensiva e de

modo aleatoacuterio acarretando em danos ambientais e de sauacutede puacuteblica

consequumlecircncias da disposiccedilatildeo inadequada dos resiacuteduos soacutelidos e o

lanccedilamento de esgotos e de efluentes industriais nos corpos drsquoaacutegua que

afetam os principais setores econocircmicos dessa aacuterea ndash turismo pesca e a

aquumlicultura - para as populaccedilotildees autoacutectones

Constata-se que nessa aacuterea se concentra quase um quarto da

populaccedilatildeo brasileira em torno de 365 milhotildees de pessoas

A especulaccedilatildeo imobiliaacuteria o aumento da densidade demograacutefica e

o desenvolvimento do turismo tecircm criado ultimamente situaccedilotildees de

conflito na zona costeira brasileira

Casas de veraneio hoteacuteis parques aquaacuteticos e condomiacutenios

destinados agraves classes mais abastadas provocam o crescimento

populacional que impacta de forma negativa nos ambientes naturais

concorrendo agrave destruiccedilatildeo dos ecossistemas costeiros

A questatildeo locacional traz em seu bojo a produccedilatildeo e reproduccedilatildeo

do capital O capital comanda o territoacuterio (M Santos 2001) O lugar vale

mais ou menos pelas teacutecnicas que adquire A localizaccedilatildeo litoracircnea eacute

diferente por apresentar caracteriacutesticas proacuteprias de recursos naturais de

ocupaccedilatildeo e navegaccedilatildeo

A formaccedilatildeo do territoacuterio brasileiro foi baseada na ocupaccedilatildeo do

litoral que assegurava os fluxos econocircmicos baseado nas exportaccedilotildees

13 de mateacuterias-primas agrave Europa ldquoo sentido da colonizaccedilatildeordquo (PRADO JR

1942) Cada porto polarizava regiotildees interiores gerando zonas de

adensamento em suas proximidades no qual se constituiacuteram as

primeiras redes de cidades

No final do periacuteodo colonial vemos uma secccedilatildeo no espaccedilo

litoracircnea de um lado cidades portuaacuterias que se tornaram centros de

produccedilatildeo local comandando a circulaccedilatildeo de sistemas produtivos

especiacuteficos e por outro lado grandes aacutereas litoracircneas despovoadas que

originaram agraves populaccedilotildees litoracircneas tradicionais ndash tribos indiacutegena e

escravos foragidos Na Costa Verde temos o exemplo da restinga da

Marambaia com sua populaccedilatildeo de quilombolas

O advento da ferrovia diminuiu a vantagem locacional da zona

costeira Agora estar proacuteximo das fontes de energia e das mateacuterias-

primas era mais vantajoso assim a ferrovia vai promover o crescimento

industrial e a urbanizaccedilatildeo no interior do territoacuterio

Na segunda metade do seacuteculo XX as chamadas ldquocidades mortasrdquo

distribuiacutedas ao longo do litoral brasileiro ndash aacutereas de obsolescecircncia - junto

com aacutereas pouco povoadas ocupadas por populaccedilotildees tradicionais iriam

se constituir nas zonas de asseacutedio do surto de ocupaccedilatildeo da zona

costeira a partir dos anos de 1950

No final da deacutecada de 1950 com a substituiccedilatildeo de importaccedilotildees e o

afluxo de capitais internacionais no paiacutes vai haver uma transformaccedilatildeo na

forma de ocupaccedilatildeo da costa brasileira consolida-se a dinacircmica do

processo urbano-industrial central refletido no espaccedilo geograacutefico do

litoral

Assim sendo importantes ramos industriais no processo de

industrializaccedilatildeo brasileira passaram a serem implantados com a

necessidade de insumos que viessem de fora logo a proximidade dos

portos se tornou estrateacutegica

14 As consequumlecircncias desse afluxo de induacutestrias agraves aacutereas litoracircneas

no acircmbito ambiental eacute a poluiccedilatildeo causada pelos dejetos resultantes dos

processos industriais no acircmbito social a atraccedilatildeo de fluxos migratoacuterios

para os locais de sua instalaccedilatildeo

Entretanto nem todo contingente populacional seraacute absorvido pela

induacutestria e o setor de serviccedilos Aos excluiacutedos resta eacute a informalidade A

esses contingentes populacionais que natildeo dispotildee de alternativas para

morar restam espaccedilos deixados sem uso por outras atividades

Geralmente esses lugares satildeo improacuteprios para habitaccedilatildeo como em

encostas e aacutereas sujeitas a inundaccedilatildeo inclusive aacutereas de proteccedilatildeo

ambiental (mananciais de aacutegua manguezais e etc)

A ocupaccedilatildeo desordenada desses espaccedilos marginais que eacute

consequumlecircncia da segregaccedilatildeo soacutecio-espacial provoca danos ambientais

desastrosos onde a falta de infra-estrutura como coleta de lixo aacutegua

encanada e tratamento de esgoto compromete a qualidade de vida das

pessoas

15

2 - OS IMPACTOS AMBIENTAIS DO CRESCIMENTO

DESORDENADO NA PRAIA DA GAMBOA

Haacute um crescimento da urbanizaccedilatildeo no municiacutepio de Mangaratiba

devido agrave especulaccedilatildeo imobiliaacuteria que atinge a zona costeira do Rio de Janeiro

jaacute que essa regiatildeo possui um solo com valor alto no mercado de terras solo

esse consumido pela classe meacutedia alta com casas de veraneios proacuteximas a

praias ou pela rede de hotelaria Na contramatildeo deste processo haacute aqueles que

natildeo possuem poder aquisitivo para usufruir agrave habitaccedilatildeo bem indispensaacutevel agrave

reproduccedilatildeo da vida humana Assim participam de um processo urbano

desordenado em aacuterea irregular ou informal esse tipo inadequado de ocupaccedilatildeo

do solo provoca graves impactos ambientais dentre eles a insuficiecircncia ao

acesso agrave aacutegua

Existe uma legislaccedilatildeo de proteccedilatildeo de mananciais aprovada na

maioria dos Estados brasileiros que protege a bacia hidrograacutefica utilizada para

abastecimento das cidades Nessas aacutereas eacute proibido o uso do solo urbano que

possa comprometer a qualidade da aacutegua de abastecimento Poreacutem por causa

do crescimento das cidades essas aacutereas foram pressionadas agrave ocupaccedilatildeo pelo

valor imobiliaacuterio da vizinhanccedila e pela falta de interesse do proprietaacuterio em

proteger a aacuterea jaacute que essa perdeu o valor em razatildeo da legislaccedilatildeo e ainda

necessita pagar imposto que recaem sobre ela Essas aacutereas satildeo invadidas pela

populaccedilatildeo de baixa renda e a consequumlecircncia imediata eacute o aumento da

poluiccedilatildeo Muitos proprietaacuterios incentivaram a invasatildeo ateacute para poder vender a

propriedade para o poder puacuteblico

Na Ilha de Itacuruccedila mais especificamente na praia da Gamboa se

vivencia esse processo os impactos ambientais na regiatildeo acentuam-se devido

agrave ausecircncia de uma gestatildeo integrada dos recursos hiacutedricos (GIRH) que

envolveria abastecimento saneamento coleta e tratamento de efluentes

domeacutesticos e industriais drenagem urbana e gestatildeo dos resiacuteduos soacutelidos A

falta da (GIRH) e de um planejamento urbano na praia da Gamboa contribui

para o surgimento de problemas com a infra-estrutura da aacutegua A falta de

tratamento de esgoto em grande parte da regiatildeo faz com que os efluentes

16 sejam escoados e lanccedilados para o mar em sua trajetoacuteria os efluentes poluem

o solo e prejudica os recursos hiacutedricos locais essa medida de escoamento do

esgoto tambeacutem acarreta a deterioraccedilatildeo da qualidade da aacutegua por falta de

tratamento dos efluentes o que tem criado potenciais riscos ao abastecimento

da populaccedilatildeo em vaacuterios cenaacuterios o mais criacutetico tem sido a ocupaccedilatildeo das aacutereas

de contribuiccedilatildeo de reservatoacuterios de abastecimento urbano que eutrofizados

podem produzir riscos agrave sauacutede da populaccedilatildeo

A maioria dos recursos hiacutedricos na Praia da Gamboa encontra-se

seriamente comprometidos em funccedilatildeo da poluiccedilatildeo por resiacuteduos urbanos

extremamente agressivos Para mitigar essa realidade se faz necessaacuterio

diminuir a degradaccedilatildeo ambiental atraveacutes do saneamento baacutesico da educaccedilatildeo

ambiental formal e a natildeo formal e a tentativa de diminuir a pobreza

Zelar pela qualidade das aacuteguas significa garantir a cidadania os direitos

universal dos cidadatildeos que eacute o acesso com seguranccedila a esse recurso natural

fundamental para a existecircncia de uma vida saudaacutevel tendo em vista que

garantir o fornecimento de aacutegua a uma comunidade em quantidade e

qualidade adequadas significa ndash em essecircncia ndash praticar um ato de justiccedila

social

Testificam-se nos periacuteodos de estiagem e periacuteodos do veratildeo a falta

de aacutegua situaccedilatildeo de grande desconforto para grande parte desta comunidade

que tecircm de comprar aacutegua para beber por um preccedilo mais oneroso por se tratar

de um lugar de difiacutecil acesso Assim obter uma Gestatildeo Integrada dos Recursos

Hiacutedricos (GIHR) eacute de extrema importacircncia para garantia da preservaccedilatildeo e

conservaccedilatildeo dos mananciais e fontes de aacutegua da regiatildeo

O saneamento baacutesico4 possui estreita aproximaccedilatildeo com as questotildees

ambientais A captaccedilatildeo de recursos hiacutedricos tratamento distribuiccedilatildeo e

posterior disposiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos provocam significativas alteraccedilotildees 4 Decreto no 82587|78 define a amplitude do serviccedilo de saneamento baacutesico Art 2ordm [] Paraacutegrafo 2ordm Os serviccedilos de saneamento baacutesico compreendem a) os sistemas de abastecimento de aacutegua definidos como conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamento que tem por finalidade captar aduzir tratar e distribuir aacutegua b) os sistemas de esgotos definidos como o conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamentos que tecircm por finalidade coletar transportar e dar destino final agraves aacuteguas residuaacuterias ou servidas

17 ambientais Os esgotos urbanos constituem-se na principal fonte poluidora dos

recursos hiacutedricos comprometendo seus outros possiacuteveis usos

O abastecimento de aacutegua na Praia da Gamboa se daacute de forma prioritaacuteria

pelas nascentes de aacutegua da ilha que satildeo canalizadas e armazenadas em

grandes reservatoacuterios drsquoaacutegua ateacute chegar agraves casas e atraveacutes de poccedilos

artesianos perfurados dentro do terreno de algumas casas

No municiacutepio de Mangaratiba 627 do esgoto ocorrem por meio de utilizaccedilatildeo

de fossas seacutepticas (roda peacute) 14 em fossas rudimentares 39 satildeo ligados a

uma vala e 24 lanccedilados diretamente em um corpo receptor (rio lagoa eou

mar)

Essa realidade do municiacutepio se repete na praia da Gamboa poreacutem

de forma mais problemaacutetica pois a maior parte do esgoto local eacute destinada

para verdadeiras fossas negras em ceacuteu aberto e a uacutenica medida de

saneamento satildeo as fossas seacutepticas essas funcionam como uma unidade de

sedimentaccedilatildeo e digestatildeo anaeroacutebia (ausecircncia de oxigecircnio) de escoamento

contiacutenuo sendo projetada para ser construiacuteda com material estanque (agrave prova

de aacutegua) para receber as aacuteguas residuaacuterias Para a fossa seacuteptica devem ser

encaminhados todos os despejos domeacutesticos e a sua velocidade de

permanecircncia do liquido na fossa permitem a separaccedilatildeo da fraccedilatildeo soacutelida do

liacutequido proporcionando assim a digestatildeo limitada da mateacuteria orgacircnica e o

acuacutemulo dos soacutelidos permitindo que o liacutequido um pouco mais clarificado seja

destinado a uma aacuterea de absorccedilatildeo (sumidouro)

Sem duvida o tratamento dos esgotos domeacutesticos nas fossas

seacutepticas quando praticado em aacutereas sem rede de esgoto pode oferecer niacuteveis

adequados de serviccedilo para a disposiccedilatildeo de excretas em pequenas

comunidades contudo em grandes aacutereas urbanas ou em aacutereas em expansatildeo

urbana como eacute o caso da Ilha de Itacuruccedila varias fossas apresentam um risco

de migraccedilatildeo direta de bacteacuterias viacuterus e nutrientes para aquumliacuteferos subjacentes e

fontes vizinhas de aacuteguas subterracircneas Assim as fossas seacutepticas natildeo satildeo

consideradas a mais eficiente rede de tratamento dos efluentes na gestatildeo dos

recursos hiacutedricos pois pode contaminar as aacuteguas subterracircneas atraveacutes

18 despejo de resiacuteduos domeacutesticos aleacutem funcionar como uma fonte permanente

de contaminaccedilatildeo

EFICIEcircNCIA DE FOSSAS SEacutePTICA

A fossa seacuteptica reduz a concentraccedilatildeo dos soacutelidos sedimentaacuteveis e a

demanda bioquiacutemica de oxigecircnio (DBO5) sendo que a eficiecircncia de remoccedilatildeo

destes pode ser ampliada pelo prolongamento do tempo de detenccedilatildeo Na

tabela abaixo relacionamos os resultados percentuais de remoccedilatildeo eou

reduccedilatildeo observados em fossas bem projetadas e operadas

Tabela 1

Paracircmetro de remoccedilatildeo

Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio (DBO) 40 a 60

Demanda Quiacutemica de Oxigecircnio (DQO) 30 a 60

Soacutelidos Sedimentaacuteveis (SS) 85 a 95

Soacutelidos em suspensatildeo 50 a 70

Graxas e Gorduras 70 a 90

Nitrogecircnio Amoniacal 0 a 10

Nitrogecircnio total 0 a 10

Coliformes Totais 20 a 60

Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES

Como demonstra a tabela acima o efluente de uma fossa seacuteptica

mesmo considerando-se os maiores iacutendices de eficiecircncia ainda apresenta

substacircncias e organismos capazes de influenciarem na qualidade da aacutegua

subterracircnea

Uma indicaccedilatildeo da poluiccedilatildeo potencial das aacuteguas subterracircneas por

nitratos oriundos de fossas seacutepticas pode ser observado no exemplo a seguir

Uma populaccedilatildeo de 20 pessoashaacute representa uma descarga de ateacute 100

Kghaacuteh no solo a qual se fosse oxidada e lixiviada pela infiltraccedilatildeo por 100

mma de chuvas resultaria em uma descarga local com concentraccedilatildeo de 100

mg1N-NO3

19 Tabela 2

CLASSE DE IMPACTO

AMBIENTAL

CENAacuteRIO

lsquorsquoArsquorsquo

MUITO BAIXO

bull TRATAMENTO PUacuteBLICO COMPLETO ndash O

esgoto eacute canalizado em todo o seu trajeto ateacute

a estaccedilatildeo puacuteblica de tratamento onde passa

por um processamento completo

bull TRATAMENTO PRIVADO COMPLETO ndash O

esgoto passa por tratamento privado

completo e depois segue para a rede puacuteblica

ou diretamente ao ambiente

lsquorsquoBrsquorsquo BAIXO

TRATAMENTO PRIVADO PARCIAL COM REDE

PUacuteBLICA DE COLETA ndash O esgoto escoa

canalizado e passa por um tratamento parcial mas

eficiente antes de ser lanccedilado na rede puacuteblica

rsquoCrsquorsquo MEacuteDIO

bull FOSSA SEacutePTICA MAIS SUMIDOURO ndash O

esgoto eacute canalizado ateacute uma fossa seacuteptica

seguida de sumidouro

bull REDE PUBLICA DE COLETA SEM

TRATAMENTO ndash O esgoto das residecircncias eacute

canalizado para uma rede puacuteblica de coleta

sem tratamento

lsquorsquoDrsquorsquo ALTO

FOSSA NEGRA ndash O esgoto eacute lanccedilado sem

tratamento em uma fossa negra onde contamina o

solo e as aacuteguas subterracircneas

lsquorsquoErsquorsquo MUITO ALTO

ESGOTO A CEacuteU ABERTO ndash O esgoto natildeo eacute

canalizado em nenhuma etapa do seu trajeto ateacute o

corpo receptor

Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES

De acordo com a tabela 2 a aacuterea estudada ndash Praia da Gamboa ndash se

encontra na classe de impacto ambiental nos niacuteveis ldquoCrdquo meacutedio ldquoDrdquo alto e ldquoErdquo

20 muito alto Demonstrando alto risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas

tornando-as improacuteprias ao consumo humano

21

3- GERENCIAMENTO SUSTENTAVEacuteL DOS

RECURSOS HIacuteDRICOS

A demanda de aacutegua para abastecimento puacuteblico e demais atividades

antroacutepicas incrementada pelo crescimento demograacutefico registrado na praia da

Gamboa na uacuteltima deacutecada tem contribuiacutedo fortemente para a degradaccedilatildeo das

reservas hiacutedricas subterracircneas Aliada ainda ao descarte de efluentes e

resiacuteduos das atividades urbanas esta questatildeo ressalta a necessidade do

conhecimento de seu significado com vistas agrave minimizaccedilatildeo e controle de

impactos e reserva de condiccedilotildees baacutesicas que assegurem a preservaccedilatildeo dos

recursos hiacutedricos para geraccedilotildees futuras Desta forma torna-se necessaacuterio a

implantaccedilatildeo de medidas que visem uma gestatildeo ambientalmente sustentaacutevel da

qualidade e da quantidade dos recursos hiacutedricos assim todos os usos da aacutegua

requerem que a sua qualidade estejam dentro dos limites preacute-determinados

para os usos especiacuteficos portando o binocircmio quantidadequalidade eacute

indissociaacutevel

O gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos na praia da Gamboa

fundamenta-se nos quatros princiacutepios baacutesicos recomendados e enunciados

pela Declaraccedilatildeo de Dublin por ocasiatildeo da Conferecircncia Internacional sobre

Aacutegua e Meio Ambiente em 1992 e posteriormente ratificados e inseridos na

Agenda 21-Eco 92 Os princiacutepios enumeram-se em 1-A aacutegua doce eacute um

recurso finito e vulneraacutevel essencial para a sustentaccedilatildeo da vida do

desenvolvimento e do meio ambiente 2-O desenvolvimento e a gestatildeo

integrada de recursos hiacutedricos devem ser participativos envolvendo usuaacuterios

planejadores e tomadores de decisotildees poliacuteticos em todos os niacuteveis 3-As

mulheres desempenham papel principal no abastecimento domeacutestico na

gestatildeo e na proteccedilatildeo da aacutegua e 4-A aacutegua tem um valor econocircmico em todos

os seus usos competitivos e deve ser reconhecida como um bem econocircmico

assim como um bem social

Considerando tais princiacutepios a implantaccedilatildeo da Gestatildeo dos Recursos

Hiacutedricos na Praia da Gamboa contaraacute com uma accedilatildeo e intervenccedilatildeo articuladas

entre o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo a

22 implementaccedilatildeo de um Saneamento Ambiental5 e o estimulo ao uso de

tecnologia limpa na construccedilatildeo civil e na elaboraccedilatildeo de casas com um sistema

integrado de reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais

31-Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a

Vidardquo

O Projeto de Educaccedilatildeo6 Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

apresenta como foco central a promoccedilatildeo e a reflexatildeo da comunidade escolar e

de suas adjacecircncias sobre os problemas ambientais e a busca de soluccedilotildees

Estimulando e preparando os alunos para serem agentes transformadores

desenvolvendo novas habilidades e condutas ambientalmente corretas atraveacutes

de uma postura eacutetica condizentes ao exerciacutecio da cidadania

A escola foi o local escolhido para realizaccedilatildeo do projeto devido a

considerarmos como espaccedilo social e o local onde o aluno daraacute sequumlecircncia ao

seu processo de socializaccedilatildeo O que nela se faz se diz e se valoriza

representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova

Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na praacutetica

no cotidiano da vida escolar e da vida comunitaacuteria contribuindo para a

formaccedilatildeo de cidadatildeos responsaacuteveis

O projeto abordaraacute a problemaacutetica sobre a escassez da aacutegua e o seu

uso racional a niacutevel escolar e domeacutestico a fim de evitar desperdiacutecios e

promover uma nova forma de pensar e agir mudando seus haacutebitos e

desenvolvendo formas de economizar aacutegua

5Eacute o conjunto de accedilotildees socioeconocircmicas que tem por objetivo alcanccedilar Salubridade Ambiental por meio de abastecimento de aacutegua potaacutevel coleta e disposiccedilatildeo sanitaacuteria de resiacuteduos soacutelidos liacutequidos e gasosos promoccedilatildeo da disciplina sanitaacuteria de uso do solo drenagem urbana controle de doenccedilas transmissiacuteveis e demais serviccedilos e obras especializadas com a finalidade de proteger e melhorar as condiccedilotildees de vida urbana e rural 6 ART1ordm Entende-se por educaccedilatildeo ambiental os processos por meio dos quais o indiviacuteduo e a coletividade constroem valores sociais conhecimentos e habilidades atitudes e competecircncias voltadas para a conservaccedilatildeo do meio ambiente bem de uso comum do povo agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade

23 Objetivos

Objetivo Geral

Contribuir na formaccedilatildeo da conscientizaccedilatildeo da comunidade escolar da

Escola Estadual Paulo Scofano (Municipalizada) localizada na Praia da

Gamboa - no uso racional da aacutegua e desenvolver saberes e competecircncias que

propiciem mudanccedilas de haacutebitos e atitudes que natildeo satildeo condizentes com a

sustentabilidade dos Recursos Hiacutedricos e Ambientais

Objetivos Especiacuteficos

1- Identifica problemas e soluccedilotildees voltadas para a questatildeo do consumo

consciente dos recursos hiacutedricos

2- Incentivar o uso de tecnologias limpas na construccedilatildeo civil e de

reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais

3- Estimular praacuteticas adequadas de Saneamento Ambiental e de haacutebitos

de higiene pessoal

4- Desenvolver oficinas de horta comunitaacuteria com a praacutetica de adubaccedilatildeo

orgacircnica (desenvolvimento sustentaacutevel)

5- Buscar parcerias para a execuccedilatildeo do projeto

6- Integrar as accedilotildees do projeto de Educaccedilatildeo Ambiental agraves propostas

pedagoacutegicas da escola

Justificativa

O presente projeto apresenta relevacircncia devido agrave problemaacutetica da

escassez da aacutegua doce na atualidade recurso natura indispensaacutevel para

todas as formas de vida O desperdiacutecio e uso indisciplinado dos recursos

hiacutedricos promovem a contaminaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo do solo de mananciais e de

aquumliacuteferos implicando na geraccedilatildeo de problemas soacutecio-econocircmico-ambientais a

curto meacutedio e longo prazo Desta forma uma das alternativas viaacuteveis e de

baixo custo para a minimizaccedilatildeo ou mesmo soluccedilatildeo do problema eacute uma

profunda reflexatildeo e alteraccedilatildeo eacutetica-comportamental da populaccedilatildeo que por sua

vez poderaacute pressionar atraveacutes do conhecimento adquiridos pelo projeto o

24 governo a fim de exigir seus direitos e exercer seus deveres no que tange agrave

formulaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas referentes agrave utilizaccedilatildeo de recursos

naturais

Na ultima deacutecada a demanda pela a aacutegua cresceu significamente na

Praia da Gamboa devido ao crescimento demograacutefico da regiatildeo Assim torna-

se necessaacuterio uma Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos locais e de acordo com a

Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash ART 1ordm - VI-a gestatildeo dos recursos

hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder

Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Assim a implementaccedilatildeo do Projeto

de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo constitui uma

complementaccedilatildeo ao mecanismo de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos

que seratildeo implementados na Praia da Gamboa

Metas

1- Realizar palestras sobre Educaccedilatildeo Ambiental e o uso racional da aacutegua

para a comunidade escolar e para as famiacutelias dos alunos

2- Trabalhar o conceito dos 3Rs (Reduzir Reutilizar e Reciclar)

3- Realizar um diagnoacutestico soacutecio-ambiental da Praia da Gamboa

4- Avaliar a aacutegua da escola com a ajuda dos professores do niacutevel

fundamental ndash ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) e de suas respectivas turmas

5- Promover workshop sobre consumo consciente e reutilizaccedilatildeo das

aacuteguas pluviais

6- Criar a horta comunitaacuteria nas adjacecircncias da escola com a ajuda da

comunidade da Praia da Gamboa

7- Visita aos mananciais de abastecimento da Praia da Gamboa

8- Desenvolver indicadores ambientais de anaacutelise dos recursos hiacutedricos

utilizando peixes como bio-indicadores da qualidade e vitalidade dos

rios e mananciais demonstrando sua importacircncia no equiliacutebrio do

ecossistema aquaacutetico

9- Avaliaccedilatildeo anual do programa

25 Puacuteblico alvo

O Projeto ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo apresenta como puacuteblico

alvo os alunos do Ensino Fundamental ndash Ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) da Escola

Estadual Paulo Scofano (municipalizada) e a comunidade da Praia da

Gamboa que se identifica com a proposta do projeto

Cronograma das atividades 2009

Atividades

meses

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12

Realizaccedilatildeo de

palestras de EA

- - X

Trabalhar o 3Rs X

Visita aos

mananciais

X

Realizaccedilatildeo do

Workshop

X

Criaccedilatildeo da Horta

comunitaacuteria

X X X

Avaliaccedilatildeo da aacutegua

da escola

X X

Realizaccedilatildeo do

diagnoacutestico soacutecio-

ambiental

X X

Criaccedilatildeo dos

indicadores

ambientais

X X

26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS

O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da

Praia da Gamboa

Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado

pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento

sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se

expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos

cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos

a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que

desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo

Infelizmente estamos muito longe disso

A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona

intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico

tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo

de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade

de chuva aiacute eacute muito grande

321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente

Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as

companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os

domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o

acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro

Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de

baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela

seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta

a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de

filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos

caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou

27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o

telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna

Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas

somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo

atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior

Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento

drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -

seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la

sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e

importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais

Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta

uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de

meacutetodos modernos de filtragem e estocagem

322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais

Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais

e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais

racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da

Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa

privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior

escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel

A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e

seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as

enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua

Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de

aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por

estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a

energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla

28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos

os produtos que economizem aacutegua

A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver

ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o

quanto antes

Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da

Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a

uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua

potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais

A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais

1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de

calhas

2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior

3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio

superior

4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias

sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc

29

Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de

Aacuteguas Pluviais

GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais

30

33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO

Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais

decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da

Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de

extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com

frequumlecircncia na regiatildeo

Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um

processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo

mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo

constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se

caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)

Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos

e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras

vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e

funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo

As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa

anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)

Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de

sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo

permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes

resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo

Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50

sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de

lagoas

Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees

estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de

uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de

volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias

vezes a taxa de produccedilatildeo

A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo

fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute

31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que

as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica

A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de

reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa

regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa

A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A

profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo

de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da

lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor

A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial

Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as

aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas

O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e

constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs

zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa

O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante

este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que

iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria

orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o

lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute

a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas

dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa

liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa

(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute

fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela

fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para

isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas

devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo

solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de

oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e

consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e

32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo

praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas

Fotossiacutentese

CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2

Respiraccedilatildeo

Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia

A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de

oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a

noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua

ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute

denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre

por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia

quando na presenccedila de oxigecircnio

As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de

oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de

sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que

a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90

de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste

no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades

das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com

volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de

detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias

Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de

organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas

apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com

o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente

Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo

natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse

fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua

33

CONCLUSAtildeO

O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem

desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de

efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais

devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais

ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e

natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas

e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente

Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e

democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio

e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a

participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da

populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo

concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo

essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade

dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos

deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com

sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento

Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo

ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e

uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de

habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que

praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal

Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor

gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma

Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa

7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico

34

BIBLIOGRAFIA

LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997

35

WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009

36

ANEXOS

ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1

Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa

37 Foto 2

Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa

38 Foto 3

Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa

39 Foto 4

Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar

40 Foto 5

Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo

41 Foto 6

Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua

42 Foto 7

Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

43

ANEXO 2

TABELAS DE INFECCcedilOtildeES

TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua

CATEGORIA INFECCcedilAtildeO

1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias

relacionada com a higiene) disenteria amebiana

balantidiacutease

enterite campylobacteriana

coacutelera

diarreacuteia por escherichia coli

giardiacutease

diarreacuteia por rotaviacuterus

salmonelose

disenteria bacilar

Febres enteacutericas

febre tifoacuteide

febre paratifoacuteide

Poliomielites

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease

2 Relacionada com a higiene

a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele

Doenccedilas infecciosas dos olhos

b) Outras Tifo transmitida por pulgas

Febre recorrente transmitida por pulgas

3 Baseada na aacutegua

a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose

b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e

Outras infecccedilotildees por helmintos

4 Transmissatildeo por inseto vetor

a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono

b) Procriam na aacutegua Malaacuteria

Arboviroses

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose

FONTE HELLER 1997

44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997

Page 2: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · destacar, a transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

POacuteS-GRADUACcedilAtildeO ldquoLATO SENSUrdquo

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

GESTAtildeO DE RECURSOS HIacuteDRICOS NA PRAIA DA

GAMBOA EM ITACURUCcedilAacute

Apresentaccedilatildeo de monografia agrave Universidade Cacircndido

Mendes como condiccedilatildeo preacutevia para a conclusatildeo do

Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo ldquoLato Sensurdquo em Gestatildeo

Ambiental

Por Anderson Carlton Lima de Rezende

3

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo a Deus em primeiro lugar por me dar

condiccedilotildees de chegar ateacute aqui Ao corpo docente do

Instituto ldquoA Vez do Mestrerdquo e a minha orientadora

Jaqueline Guerreiro sempre pronta a auxiliar

4

DEDICATOacuteRIA

Dedico esse trabalho acadecircmico a minha adorada

esposa Daiane que muito colaborou para sua confecccedilatildeo

e desenvolvimento Aos meus filhos Pedro e Hayane que

satildeo o combustiacutevel para eu continuar e aos meus pais que

satildeo pessoas que estatildeo sempre prontos a me auxiliar

5

RESUMO

A Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos na Praia da Gamboa em Itacuruccedila

constitui-se em uma obra que busca analisar os impactos ambientais

decorrentes do processo de ocupaccedilatildeo desordenado da praia e a expansatildeo

demograacutefica da regiatildeo fato este que desencadeia transtornos ambientais e o

aumento da demanda de aacutegua

Analisando a aacutegua enquanto recurso limitado e indispensaacutevel agrave vida

humana esse trabalho pretende conscientizar sobre o seu uso racional

evitando desperdiacutecios Assim como estimular o gerenciamento das aacuteguas

pluviais em construccedilotildees civis com o uso de tecnologia limpa

Propor uma Gestatildeo Integrada dos Recursos Hiacutedricos (GIRH) em

articulaccedilatildeo com o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental Formal constitui-se em uma

possibilidade na preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos Recursos Ambientais

existentes na Praia da Gamboa

6

METODOLOGIA

A metodologia utilizada para elaboraccedilatildeo deste trabalho a fim de servir

como ferramentas que possibilitaram a sua efetivaccedilatildeo constituiacuteram-se

pesquisas bibliograacuteficas e webegraacuteficas para aprofundar o debate acerca dos

impactos ambientais e mecanismos de conservaccedilatildeo e preservaccedilatildeo dos

Recursos Hiacutedricos O conhecimento empiacuterico por meio de visitas de campo na

Praia da Gamboa para elaboraccedilatildeo de um diagnoacutestico preliminar dos Recursos

Hiacutedricos locais e a experiecircncia com o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental que

esta sendo realizado na Escola Estadual Paulo Scofano (municipalizada)

localizada na Praia da gamboa

7

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO 1

A GENEcircSE DA URBANIZACcedilAtildeO E O CRESCIMENTO 9

DA ZONA COSTEIRA

11 A urbanizaccedilatildeo da Zona Costeira 11

CAPIacuteTULO 2

OS IMPACTOS AMBIENTAIS DO CRESCIMENTO 15

DESORDENADO NA PRAIA DA GAMBOA

CAPIacuteTULO 3

O GERENCIAMENTO SUSTENTAVEL DOS RECURSOS HIacuteDRICOS 21

31 Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo 22

32 Reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais 26

321 Aacuteguas das chuvas ndash Como esta sendo uacutetil na atualidade 26

322 Gerenciamento Integrado das aacuteguas pluviais 27

33 Lagoas de Estabilizaccedilatildeo 30

CONCLUSAtildeO 33

BIBRIOGRAacuteFIA 34

WEBGRAacuteFIA 35

ANEXOS

Fotografias 36

Tabelas 43

8

INTRODUCcedilAtildeO

Esta monografia tem como objetivo central analisar os impactos

ambientais nos Recursos Hiacutedricos resultantes do processo de transformaccedilatildeo

urbana e crescimento demograacutefico na praia da Gamboa localizada na Ilha de

Itacuruccedila (na Baiacutea de Sepetiba) no quarto distrito do Municiacutepio de

Mangaratiba Aleacutem de propor medidas alternativas atraveacutes de uma gestatildeo

ambiental participativa dos recursos hiacutedricos com a finalidade de mitigar os

efeitos danosos do processo para a populaccedilatildeo da ilha

As consequumlecircncias ambientais dessa transformaccedilatildeo estatildeo relacionadas agrave

falta de poliacuteticas puacuteblicas na aacuterea habitacional a um governo local altamente

populista e a accedilatildeo de atores que percebendo esse quadro se aproveitam para

comercializar e lucrar com a venda dos lotes de terras

Os impactos ambientais desta ocupaccedilatildeo desordenada tornaram-se

particularmente criacuteticos na praia da Gamboa pois esta localizada em uma

regiatildeo altamente susceptiacutevel agrave degradaccedilatildeo tendo em vista a presenccedila de

nascentes corpos drsquoaacutegua aacuteguas subterracircneas aleacutem da vegetaccedilatildeo de Mata

Atlacircntica de grande importacircncia para o ecossistema da regiatildeo

Outra problemaacutetica a ser abordada nesta monografia eacute a precariedade

do sistema de saneamento baacutesico existentes na Praia da Gamboa e propor

mecanismos economicamente viaacuteveis de um Saneamento Ambiental que

atenta as exigecircncias demograacuteficas da praia e a conservaccedilatildeo e preservaccedilatildeo dos

Recursos Hiacutedricos locais

9

1 - A GEcircNESE DA URBANIZACcedilAtildeO E O CRESCIMENTO

DA ZONA COSTEIRA

O primeiro surto de urbanizaccedilatildeo1 no Brasil deu-se no seacuteculo XVIII com o

denominado Ciclo da Mineraccedilatildeo Essa atividade econocircmica contribuiu para

esse processo devido a alguns motivos Dentre os principais motivos podemos

destacar a transferecircncia da capital da colocircnia de Salvador para o Rio de

Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste accedilucareiro para o

Sudeste auriacutefero dando origem a vaacuterias Vilas e Cidades (Ouro Preto MG e

Goiaacutes Velho GO) e promovendo a interiorizaccedilatildeo do crescimento econocircmico do

paiacutes

ldquoA interiorizaccedilatildeo do povoamento foi devida de um lado agrave mineraccedilatildeo

e de outro agrave criaccedilatildeo de gado nas fazendas A exploraccedilatildeo dos

diamantes e do ouro foi responsaacutevel pela existecircncia de inuacutemeros

nuacutecleos de vida urbana no interior dos Estados de minas Gerais

Bahia Goiaacutes e Mato Grossordquo (SANTOS M E SILVEIRA M 2001

P 33)

No iniacutecio do seacuteculo XIX as antigas cidades litoracircneas retomaram o seu

crescimento devido agrave retomada do dinamismo do setor agraacuterio exportador

brasileiro

Em 1808 a vinda da Famiacutelia Real Portuguesa agrave Colocircnia proporcionou

por um lado o crescimento demograacutefico e por outro lado garantiu uma

transformaccedilatildeo urbaniacutestica O Brasil comeccedilou a viver momentos de

transformaccedilatildeo no perfil arquitetocircnico de suas principais cidades

A partir da segunda metade do seacuteculo XIX as principais cidades

brasileiras passaram a receber infra-estrutura o territoacuterio passa a receber

melhorias teacutecnicas ndash implantaccedilatildeo de sistema hidraacuteulico de iluminaccedilatildeo de

transporte coletivo e rede de esgoto ateacute planos urbaniacutesticos de logradouros

puacuteblicos praccedilas e vias arborizadas

No iniacutecio do seacuteculo XX a induacutestria foi um instrumento de povoamento

Nas primeiras deacutecadas desse seacuteculo verificamos uma transformaccedilatildeo soacutecio- 1 Ocorre Urbanizaccedilatildeo quando a populaccedilatildeo no meio urbano cresce a taxas maiores que a populaccedilatildeo total O processo de urbanizaccedilatildeo eacute resultado principalmente do ecircxodo rural

10 econocircmica pois a induacutestria avanccedila apoacutes as pequenas crises de 1920 e 1924

poreacutem a economia cafeeira comeccedila a se agravar com a poliacutetica de estocagem

Com a crise mundial de 1929 a economia predominantemente exportadora

provoca a decadecircncia do sistema agraacuterio essa decadecircncia abre as portas

para o fortalecimento da economia industrial orientada para o mercado interno

dentro do processo de substituiccedilatildeo de importaccedilotildees

As mudanccedilas relativas agrave passagem da pequena para a meacutedia e para a

grande induacutestria proporcionaram um crescente processo de urbanizaccedilatildeo ao

redor das grandes cidades e a formaccedilatildeo de uma populaccedilatildeo urbana

consequumlecircncia de um intenso ecircxodo rural devido a necessidade de matildeo-de-obra

nessas cidades

O Brasil passou por dois fenocircmenos que merecem destaque quando se

fala em ambientes urbanos a industrializaccedilatildeo (tardia) - iniciada no poacutes-Guerra -

e a urbanizaccedilatildeo acelerada que a seguiu No curso desse processo reflexo das

poliacuteticas desenvolvimentistas entatildeo vigentes uma seacuterie de regras de proteccedilatildeo

ao meio ambiente e aos cidadatildeos foi desrespeitada ou mesmo desconsiderada

A urbanizaccedilatildeo no Brasil natildeo foi acompanhada de igual ritmo de

industrializaccedilatildeo e geraccedilatildeo de empregos por isso desde os anos de 1950 a

formaccedilatildeo das cidades brasileiras vem construindo um cenaacuterio de contrastes

paisagens que mostram lado a lado o moderno e o tradicional o

excessivamente luxuoso e o paupeacuterrimo bairros ricos ao lado de grandes

comunidades empresaacuterios executivos com seus carros luxuosos cortam

avenidas onde crianccedilas vendem doces em semaacuteforos edifiacutecios inteligentes

vizinhos de preacutedios degradados e cheios de corticcedilos para dar alguns

exemplos

Vilmar Farias (1991) a esse respeito ressalta que o processo de

urbanizaccedilatildeo brasileira produziu uma gigantesca concentraccedilatildeo demograacutefica nas

grandes cidades e metroacutepoles Criou e concentrou riquezas mas natildeo levou a

plena institucionalizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho capaz de absorver os

contingentes populacionais expulsos do campo Com isso foi gerada uma

constante populaccedilatildeo excedente sujeita a acintosos processos de espoliaccedilatildeo

11 urbana2 e ao mesmo tempo e pelo mesmo processo se produziu uma enorme

pujanccedila econocircmica concentrada em ilhas de prosperidade Na opiniatildeo do

autor

[] a sociedade urbana resultante do processo de crescimento

urbanizaccedilatildeo e mudanccedila dos uacuteltimos trinta anos apresenta-se

estruturalmente com uma sociedade complexa espacial

ocupacional e socialmente diversificada unificada mas heterogecircnea

segmentada e sobretudo profundamente desigual []

(FARIAS1991p105)

Dos anos de 1950 aos dias atuais a parcela da populaccedilatildeo brasileira que

vivia em cidades cresceu de 36 para 81 Natildeo obstante os evidentes

desequiliacutebrios ambientais decorrentes desse processo nos saltam a olhos

vistas Nessas cidades detectamos problemas ambientais como poluiccedilatildeo do

ar sonora e hiacutedrica destruiccedilatildeo dos recursos naturais desintegraccedilatildeo social

desemprego deacuteficit habitacional dentre outros Que satildeo percebido por todos

mas com intensidades diferentes

a forma que o espaccedilo de assentamento assume natildeo eacute

necessariamente beneacutefica a qualquer um () Tanto o capital quanto

o trabalho satildeo obrigados a viver num meio ambiente difiacutecil de

controlar mas cujos efeitos negativos sempre podem ser mais bem

transcendidos pelo rico e pelo poderoso (GOTTDIENER 1993

p268)

11-Urbanizaccedilatildeo da zona costeira

A zona costeira3 brasileira que compreende uma faixa de 8698 Km de

extensatildeo estendendo-se desde Cabo Orange (5ordm N) ateacute o Chuiacute (34ordm S) e

largura variaacutevel contempla um conjunto de ecossistemas contiacuteguos

sobre uma aacuterea de aproximadamente 388 mil Km2 sendo a maior parte

situada nas regiotildees tropicais e subtropicais

2 Espoliaccedilatildeo Urbana eacute conceituada por como ldquoo somatoacuterio de extorsotildees que se opera atraveacutes da inexistecircncia ou precariedade de serviccedilos de consumo coletivo que se apresentam como socialmente necessaacuterios em relaccedilatildeo aos niacuteveis de subsistecircncia e que agudizam ainda mais a dilapide accedilatildeo que se realiza no acircmbito das relaccedilotildees de trabalhordquo (KOWARIICK p 591980) 3 Zona Costeira ou Faixa Litoracircnea corresponde agrave zona transiccedilatildeo entre o domiacutenio continental e o domiacutenio marinho Eacute uma faixa complexa dinacircmica mutaacutevel e sujeita a vaacuterios processos geoloacutegicos

12 Abrange uma faixa terrestre com um conjunto de municiacutepios e

uma aacuterea marinha que corresponde ao mar territorial brasileiro com

largura de 12 milhas naacuteuticas a partir da linha de costa

O litoral brasileiro eacute caracterizado por uma grande diversidade de

ecossistemas ndash de estuaacuterios de manguezais de recifes de corais de

planiacutecies inundaacuteveis e etc Esses recursos podem gerar meios de

subsistecircncia para as pessoas aleacutem de proporcionar a conservaccedilatildeo da

fauna local e de sua vegetaccedilatildeo

O uso e a ocupaccedilatildeo do solo tecircm sido feitas de forma intensiva e de

modo aleatoacuterio acarretando em danos ambientais e de sauacutede puacuteblica

consequumlecircncias da disposiccedilatildeo inadequada dos resiacuteduos soacutelidos e o

lanccedilamento de esgotos e de efluentes industriais nos corpos drsquoaacutegua que

afetam os principais setores econocircmicos dessa aacuterea ndash turismo pesca e a

aquumlicultura - para as populaccedilotildees autoacutectones

Constata-se que nessa aacuterea se concentra quase um quarto da

populaccedilatildeo brasileira em torno de 365 milhotildees de pessoas

A especulaccedilatildeo imobiliaacuteria o aumento da densidade demograacutefica e

o desenvolvimento do turismo tecircm criado ultimamente situaccedilotildees de

conflito na zona costeira brasileira

Casas de veraneio hoteacuteis parques aquaacuteticos e condomiacutenios

destinados agraves classes mais abastadas provocam o crescimento

populacional que impacta de forma negativa nos ambientes naturais

concorrendo agrave destruiccedilatildeo dos ecossistemas costeiros

A questatildeo locacional traz em seu bojo a produccedilatildeo e reproduccedilatildeo

do capital O capital comanda o territoacuterio (M Santos 2001) O lugar vale

mais ou menos pelas teacutecnicas que adquire A localizaccedilatildeo litoracircnea eacute

diferente por apresentar caracteriacutesticas proacuteprias de recursos naturais de

ocupaccedilatildeo e navegaccedilatildeo

A formaccedilatildeo do territoacuterio brasileiro foi baseada na ocupaccedilatildeo do

litoral que assegurava os fluxos econocircmicos baseado nas exportaccedilotildees

13 de mateacuterias-primas agrave Europa ldquoo sentido da colonizaccedilatildeordquo (PRADO JR

1942) Cada porto polarizava regiotildees interiores gerando zonas de

adensamento em suas proximidades no qual se constituiacuteram as

primeiras redes de cidades

No final do periacuteodo colonial vemos uma secccedilatildeo no espaccedilo

litoracircnea de um lado cidades portuaacuterias que se tornaram centros de

produccedilatildeo local comandando a circulaccedilatildeo de sistemas produtivos

especiacuteficos e por outro lado grandes aacutereas litoracircneas despovoadas que

originaram agraves populaccedilotildees litoracircneas tradicionais ndash tribos indiacutegena e

escravos foragidos Na Costa Verde temos o exemplo da restinga da

Marambaia com sua populaccedilatildeo de quilombolas

O advento da ferrovia diminuiu a vantagem locacional da zona

costeira Agora estar proacuteximo das fontes de energia e das mateacuterias-

primas era mais vantajoso assim a ferrovia vai promover o crescimento

industrial e a urbanizaccedilatildeo no interior do territoacuterio

Na segunda metade do seacuteculo XX as chamadas ldquocidades mortasrdquo

distribuiacutedas ao longo do litoral brasileiro ndash aacutereas de obsolescecircncia - junto

com aacutereas pouco povoadas ocupadas por populaccedilotildees tradicionais iriam

se constituir nas zonas de asseacutedio do surto de ocupaccedilatildeo da zona

costeira a partir dos anos de 1950

No final da deacutecada de 1950 com a substituiccedilatildeo de importaccedilotildees e o

afluxo de capitais internacionais no paiacutes vai haver uma transformaccedilatildeo na

forma de ocupaccedilatildeo da costa brasileira consolida-se a dinacircmica do

processo urbano-industrial central refletido no espaccedilo geograacutefico do

litoral

Assim sendo importantes ramos industriais no processo de

industrializaccedilatildeo brasileira passaram a serem implantados com a

necessidade de insumos que viessem de fora logo a proximidade dos

portos se tornou estrateacutegica

14 As consequumlecircncias desse afluxo de induacutestrias agraves aacutereas litoracircneas

no acircmbito ambiental eacute a poluiccedilatildeo causada pelos dejetos resultantes dos

processos industriais no acircmbito social a atraccedilatildeo de fluxos migratoacuterios

para os locais de sua instalaccedilatildeo

Entretanto nem todo contingente populacional seraacute absorvido pela

induacutestria e o setor de serviccedilos Aos excluiacutedos resta eacute a informalidade A

esses contingentes populacionais que natildeo dispotildee de alternativas para

morar restam espaccedilos deixados sem uso por outras atividades

Geralmente esses lugares satildeo improacuteprios para habitaccedilatildeo como em

encostas e aacutereas sujeitas a inundaccedilatildeo inclusive aacutereas de proteccedilatildeo

ambiental (mananciais de aacutegua manguezais e etc)

A ocupaccedilatildeo desordenada desses espaccedilos marginais que eacute

consequumlecircncia da segregaccedilatildeo soacutecio-espacial provoca danos ambientais

desastrosos onde a falta de infra-estrutura como coleta de lixo aacutegua

encanada e tratamento de esgoto compromete a qualidade de vida das

pessoas

15

2 - OS IMPACTOS AMBIENTAIS DO CRESCIMENTO

DESORDENADO NA PRAIA DA GAMBOA

Haacute um crescimento da urbanizaccedilatildeo no municiacutepio de Mangaratiba

devido agrave especulaccedilatildeo imobiliaacuteria que atinge a zona costeira do Rio de Janeiro

jaacute que essa regiatildeo possui um solo com valor alto no mercado de terras solo

esse consumido pela classe meacutedia alta com casas de veraneios proacuteximas a

praias ou pela rede de hotelaria Na contramatildeo deste processo haacute aqueles que

natildeo possuem poder aquisitivo para usufruir agrave habitaccedilatildeo bem indispensaacutevel agrave

reproduccedilatildeo da vida humana Assim participam de um processo urbano

desordenado em aacuterea irregular ou informal esse tipo inadequado de ocupaccedilatildeo

do solo provoca graves impactos ambientais dentre eles a insuficiecircncia ao

acesso agrave aacutegua

Existe uma legislaccedilatildeo de proteccedilatildeo de mananciais aprovada na

maioria dos Estados brasileiros que protege a bacia hidrograacutefica utilizada para

abastecimento das cidades Nessas aacutereas eacute proibido o uso do solo urbano que

possa comprometer a qualidade da aacutegua de abastecimento Poreacutem por causa

do crescimento das cidades essas aacutereas foram pressionadas agrave ocupaccedilatildeo pelo

valor imobiliaacuterio da vizinhanccedila e pela falta de interesse do proprietaacuterio em

proteger a aacuterea jaacute que essa perdeu o valor em razatildeo da legislaccedilatildeo e ainda

necessita pagar imposto que recaem sobre ela Essas aacutereas satildeo invadidas pela

populaccedilatildeo de baixa renda e a consequumlecircncia imediata eacute o aumento da

poluiccedilatildeo Muitos proprietaacuterios incentivaram a invasatildeo ateacute para poder vender a

propriedade para o poder puacuteblico

Na Ilha de Itacuruccedila mais especificamente na praia da Gamboa se

vivencia esse processo os impactos ambientais na regiatildeo acentuam-se devido

agrave ausecircncia de uma gestatildeo integrada dos recursos hiacutedricos (GIRH) que

envolveria abastecimento saneamento coleta e tratamento de efluentes

domeacutesticos e industriais drenagem urbana e gestatildeo dos resiacuteduos soacutelidos A

falta da (GIRH) e de um planejamento urbano na praia da Gamboa contribui

para o surgimento de problemas com a infra-estrutura da aacutegua A falta de

tratamento de esgoto em grande parte da regiatildeo faz com que os efluentes

16 sejam escoados e lanccedilados para o mar em sua trajetoacuteria os efluentes poluem

o solo e prejudica os recursos hiacutedricos locais essa medida de escoamento do

esgoto tambeacutem acarreta a deterioraccedilatildeo da qualidade da aacutegua por falta de

tratamento dos efluentes o que tem criado potenciais riscos ao abastecimento

da populaccedilatildeo em vaacuterios cenaacuterios o mais criacutetico tem sido a ocupaccedilatildeo das aacutereas

de contribuiccedilatildeo de reservatoacuterios de abastecimento urbano que eutrofizados

podem produzir riscos agrave sauacutede da populaccedilatildeo

A maioria dos recursos hiacutedricos na Praia da Gamboa encontra-se

seriamente comprometidos em funccedilatildeo da poluiccedilatildeo por resiacuteduos urbanos

extremamente agressivos Para mitigar essa realidade se faz necessaacuterio

diminuir a degradaccedilatildeo ambiental atraveacutes do saneamento baacutesico da educaccedilatildeo

ambiental formal e a natildeo formal e a tentativa de diminuir a pobreza

Zelar pela qualidade das aacuteguas significa garantir a cidadania os direitos

universal dos cidadatildeos que eacute o acesso com seguranccedila a esse recurso natural

fundamental para a existecircncia de uma vida saudaacutevel tendo em vista que

garantir o fornecimento de aacutegua a uma comunidade em quantidade e

qualidade adequadas significa ndash em essecircncia ndash praticar um ato de justiccedila

social

Testificam-se nos periacuteodos de estiagem e periacuteodos do veratildeo a falta

de aacutegua situaccedilatildeo de grande desconforto para grande parte desta comunidade

que tecircm de comprar aacutegua para beber por um preccedilo mais oneroso por se tratar

de um lugar de difiacutecil acesso Assim obter uma Gestatildeo Integrada dos Recursos

Hiacutedricos (GIHR) eacute de extrema importacircncia para garantia da preservaccedilatildeo e

conservaccedilatildeo dos mananciais e fontes de aacutegua da regiatildeo

O saneamento baacutesico4 possui estreita aproximaccedilatildeo com as questotildees

ambientais A captaccedilatildeo de recursos hiacutedricos tratamento distribuiccedilatildeo e

posterior disposiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos provocam significativas alteraccedilotildees 4 Decreto no 82587|78 define a amplitude do serviccedilo de saneamento baacutesico Art 2ordm [] Paraacutegrafo 2ordm Os serviccedilos de saneamento baacutesico compreendem a) os sistemas de abastecimento de aacutegua definidos como conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamento que tem por finalidade captar aduzir tratar e distribuir aacutegua b) os sistemas de esgotos definidos como o conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamentos que tecircm por finalidade coletar transportar e dar destino final agraves aacuteguas residuaacuterias ou servidas

17 ambientais Os esgotos urbanos constituem-se na principal fonte poluidora dos

recursos hiacutedricos comprometendo seus outros possiacuteveis usos

O abastecimento de aacutegua na Praia da Gamboa se daacute de forma prioritaacuteria

pelas nascentes de aacutegua da ilha que satildeo canalizadas e armazenadas em

grandes reservatoacuterios drsquoaacutegua ateacute chegar agraves casas e atraveacutes de poccedilos

artesianos perfurados dentro do terreno de algumas casas

No municiacutepio de Mangaratiba 627 do esgoto ocorrem por meio de utilizaccedilatildeo

de fossas seacutepticas (roda peacute) 14 em fossas rudimentares 39 satildeo ligados a

uma vala e 24 lanccedilados diretamente em um corpo receptor (rio lagoa eou

mar)

Essa realidade do municiacutepio se repete na praia da Gamboa poreacutem

de forma mais problemaacutetica pois a maior parte do esgoto local eacute destinada

para verdadeiras fossas negras em ceacuteu aberto e a uacutenica medida de

saneamento satildeo as fossas seacutepticas essas funcionam como uma unidade de

sedimentaccedilatildeo e digestatildeo anaeroacutebia (ausecircncia de oxigecircnio) de escoamento

contiacutenuo sendo projetada para ser construiacuteda com material estanque (agrave prova

de aacutegua) para receber as aacuteguas residuaacuterias Para a fossa seacuteptica devem ser

encaminhados todos os despejos domeacutesticos e a sua velocidade de

permanecircncia do liquido na fossa permitem a separaccedilatildeo da fraccedilatildeo soacutelida do

liacutequido proporcionando assim a digestatildeo limitada da mateacuteria orgacircnica e o

acuacutemulo dos soacutelidos permitindo que o liacutequido um pouco mais clarificado seja

destinado a uma aacuterea de absorccedilatildeo (sumidouro)

Sem duvida o tratamento dos esgotos domeacutesticos nas fossas

seacutepticas quando praticado em aacutereas sem rede de esgoto pode oferecer niacuteveis

adequados de serviccedilo para a disposiccedilatildeo de excretas em pequenas

comunidades contudo em grandes aacutereas urbanas ou em aacutereas em expansatildeo

urbana como eacute o caso da Ilha de Itacuruccedila varias fossas apresentam um risco

de migraccedilatildeo direta de bacteacuterias viacuterus e nutrientes para aquumliacuteferos subjacentes e

fontes vizinhas de aacuteguas subterracircneas Assim as fossas seacutepticas natildeo satildeo

consideradas a mais eficiente rede de tratamento dos efluentes na gestatildeo dos

recursos hiacutedricos pois pode contaminar as aacuteguas subterracircneas atraveacutes

18 despejo de resiacuteduos domeacutesticos aleacutem funcionar como uma fonte permanente

de contaminaccedilatildeo

EFICIEcircNCIA DE FOSSAS SEacutePTICA

A fossa seacuteptica reduz a concentraccedilatildeo dos soacutelidos sedimentaacuteveis e a

demanda bioquiacutemica de oxigecircnio (DBO5) sendo que a eficiecircncia de remoccedilatildeo

destes pode ser ampliada pelo prolongamento do tempo de detenccedilatildeo Na

tabela abaixo relacionamos os resultados percentuais de remoccedilatildeo eou

reduccedilatildeo observados em fossas bem projetadas e operadas

Tabela 1

Paracircmetro de remoccedilatildeo

Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio (DBO) 40 a 60

Demanda Quiacutemica de Oxigecircnio (DQO) 30 a 60

Soacutelidos Sedimentaacuteveis (SS) 85 a 95

Soacutelidos em suspensatildeo 50 a 70

Graxas e Gorduras 70 a 90

Nitrogecircnio Amoniacal 0 a 10

Nitrogecircnio total 0 a 10

Coliformes Totais 20 a 60

Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES

Como demonstra a tabela acima o efluente de uma fossa seacuteptica

mesmo considerando-se os maiores iacutendices de eficiecircncia ainda apresenta

substacircncias e organismos capazes de influenciarem na qualidade da aacutegua

subterracircnea

Uma indicaccedilatildeo da poluiccedilatildeo potencial das aacuteguas subterracircneas por

nitratos oriundos de fossas seacutepticas pode ser observado no exemplo a seguir

Uma populaccedilatildeo de 20 pessoashaacute representa uma descarga de ateacute 100

Kghaacuteh no solo a qual se fosse oxidada e lixiviada pela infiltraccedilatildeo por 100

mma de chuvas resultaria em uma descarga local com concentraccedilatildeo de 100

mg1N-NO3

19 Tabela 2

CLASSE DE IMPACTO

AMBIENTAL

CENAacuteRIO

lsquorsquoArsquorsquo

MUITO BAIXO

bull TRATAMENTO PUacuteBLICO COMPLETO ndash O

esgoto eacute canalizado em todo o seu trajeto ateacute

a estaccedilatildeo puacuteblica de tratamento onde passa

por um processamento completo

bull TRATAMENTO PRIVADO COMPLETO ndash O

esgoto passa por tratamento privado

completo e depois segue para a rede puacuteblica

ou diretamente ao ambiente

lsquorsquoBrsquorsquo BAIXO

TRATAMENTO PRIVADO PARCIAL COM REDE

PUacuteBLICA DE COLETA ndash O esgoto escoa

canalizado e passa por um tratamento parcial mas

eficiente antes de ser lanccedilado na rede puacuteblica

rsquoCrsquorsquo MEacuteDIO

bull FOSSA SEacutePTICA MAIS SUMIDOURO ndash O

esgoto eacute canalizado ateacute uma fossa seacuteptica

seguida de sumidouro

bull REDE PUBLICA DE COLETA SEM

TRATAMENTO ndash O esgoto das residecircncias eacute

canalizado para uma rede puacuteblica de coleta

sem tratamento

lsquorsquoDrsquorsquo ALTO

FOSSA NEGRA ndash O esgoto eacute lanccedilado sem

tratamento em uma fossa negra onde contamina o

solo e as aacuteguas subterracircneas

lsquorsquoErsquorsquo MUITO ALTO

ESGOTO A CEacuteU ABERTO ndash O esgoto natildeo eacute

canalizado em nenhuma etapa do seu trajeto ateacute o

corpo receptor

Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES

De acordo com a tabela 2 a aacuterea estudada ndash Praia da Gamboa ndash se

encontra na classe de impacto ambiental nos niacuteveis ldquoCrdquo meacutedio ldquoDrdquo alto e ldquoErdquo

20 muito alto Demonstrando alto risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas

tornando-as improacuteprias ao consumo humano

21

3- GERENCIAMENTO SUSTENTAVEacuteL DOS

RECURSOS HIacuteDRICOS

A demanda de aacutegua para abastecimento puacuteblico e demais atividades

antroacutepicas incrementada pelo crescimento demograacutefico registrado na praia da

Gamboa na uacuteltima deacutecada tem contribuiacutedo fortemente para a degradaccedilatildeo das

reservas hiacutedricas subterracircneas Aliada ainda ao descarte de efluentes e

resiacuteduos das atividades urbanas esta questatildeo ressalta a necessidade do

conhecimento de seu significado com vistas agrave minimizaccedilatildeo e controle de

impactos e reserva de condiccedilotildees baacutesicas que assegurem a preservaccedilatildeo dos

recursos hiacutedricos para geraccedilotildees futuras Desta forma torna-se necessaacuterio a

implantaccedilatildeo de medidas que visem uma gestatildeo ambientalmente sustentaacutevel da

qualidade e da quantidade dos recursos hiacutedricos assim todos os usos da aacutegua

requerem que a sua qualidade estejam dentro dos limites preacute-determinados

para os usos especiacuteficos portando o binocircmio quantidadequalidade eacute

indissociaacutevel

O gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos na praia da Gamboa

fundamenta-se nos quatros princiacutepios baacutesicos recomendados e enunciados

pela Declaraccedilatildeo de Dublin por ocasiatildeo da Conferecircncia Internacional sobre

Aacutegua e Meio Ambiente em 1992 e posteriormente ratificados e inseridos na

Agenda 21-Eco 92 Os princiacutepios enumeram-se em 1-A aacutegua doce eacute um

recurso finito e vulneraacutevel essencial para a sustentaccedilatildeo da vida do

desenvolvimento e do meio ambiente 2-O desenvolvimento e a gestatildeo

integrada de recursos hiacutedricos devem ser participativos envolvendo usuaacuterios

planejadores e tomadores de decisotildees poliacuteticos em todos os niacuteveis 3-As

mulheres desempenham papel principal no abastecimento domeacutestico na

gestatildeo e na proteccedilatildeo da aacutegua e 4-A aacutegua tem um valor econocircmico em todos

os seus usos competitivos e deve ser reconhecida como um bem econocircmico

assim como um bem social

Considerando tais princiacutepios a implantaccedilatildeo da Gestatildeo dos Recursos

Hiacutedricos na Praia da Gamboa contaraacute com uma accedilatildeo e intervenccedilatildeo articuladas

entre o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo a

22 implementaccedilatildeo de um Saneamento Ambiental5 e o estimulo ao uso de

tecnologia limpa na construccedilatildeo civil e na elaboraccedilatildeo de casas com um sistema

integrado de reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais

31-Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a

Vidardquo

O Projeto de Educaccedilatildeo6 Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

apresenta como foco central a promoccedilatildeo e a reflexatildeo da comunidade escolar e

de suas adjacecircncias sobre os problemas ambientais e a busca de soluccedilotildees

Estimulando e preparando os alunos para serem agentes transformadores

desenvolvendo novas habilidades e condutas ambientalmente corretas atraveacutes

de uma postura eacutetica condizentes ao exerciacutecio da cidadania

A escola foi o local escolhido para realizaccedilatildeo do projeto devido a

considerarmos como espaccedilo social e o local onde o aluno daraacute sequumlecircncia ao

seu processo de socializaccedilatildeo O que nela se faz se diz e se valoriza

representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova

Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na praacutetica

no cotidiano da vida escolar e da vida comunitaacuteria contribuindo para a

formaccedilatildeo de cidadatildeos responsaacuteveis

O projeto abordaraacute a problemaacutetica sobre a escassez da aacutegua e o seu

uso racional a niacutevel escolar e domeacutestico a fim de evitar desperdiacutecios e

promover uma nova forma de pensar e agir mudando seus haacutebitos e

desenvolvendo formas de economizar aacutegua

5Eacute o conjunto de accedilotildees socioeconocircmicas que tem por objetivo alcanccedilar Salubridade Ambiental por meio de abastecimento de aacutegua potaacutevel coleta e disposiccedilatildeo sanitaacuteria de resiacuteduos soacutelidos liacutequidos e gasosos promoccedilatildeo da disciplina sanitaacuteria de uso do solo drenagem urbana controle de doenccedilas transmissiacuteveis e demais serviccedilos e obras especializadas com a finalidade de proteger e melhorar as condiccedilotildees de vida urbana e rural 6 ART1ordm Entende-se por educaccedilatildeo ambiental os processos por meio dos quais o indiviacuteduo e a coletividade constroem valores sociais conhecimentos e habilidades atitudes e competecircncias voltadas para a conservaccedilatildeo do meio ambiente bem de uso comum do povo agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade

23 Objetivos

Objetivo Geral

Contribuir na formaccedilatildeo da conscientizaccedilatildeo da comunidade escolar da

Escola Estadual Paulo Scofano (Municipalizada) localizada na Praia da

Gamboa - no uso racional da aacutegua e desenvolver saberes e competecircncias que

propiciem mudanccedilas de haacutebitos e atitudes que natildeo satildeo condizentes com a

sustentabilidade dos Recursos Hiacutedricos e Ambientais

Objetivos Especiacuteficos

1- Identifica problemas e soluccedilotildees voltadas para a questatildeo do consumo

consciente dos recursos hiacutedricos

2- Incentivar o uso de tecnologias limpas na construccedilatildeo civil e de

reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais

3- Estimular praacuteticas adequadas de Saneamento Ambiental e de haacutebitos

de higiene pessoal

4- Desenvolver oficinas de horta comunitaacuteria com a praacutetica de adubaccedilatildeo

orgacircnica (desenvolvimento sustentaacutevel)

5- Buscar parcerias para a execuccedilatildeo do projeto

6- Integrar as accedilotildees do projeto de Educaccedilatildeo Ambiental agraves propostas

pedagoacutegicas da escola

Justificativa

O presente projeto apresenta relevacircncia devido agrave problemaacutetica da

escassez da aacutegua doce na atualidade recurso natura indispensaacutevel para

todas as formas de vida O desperdiacutecio e uso indisciplinado dos recursos

hiacutedricos promovem a contaminaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo do solo de mananciais e de

aquumliacuteferos implicando na geraccedilatildeo de problemas soacutecio-econocircmico-ambientais a

curto meacutedio e longo prazo Desta forma uma das alternativas viaacuteveis e de

baixo custo para a minimizaccedilatildeo ou mesmo soluccedilatildeo do problema eacute uma

profunda reflexatildeo e alteraccedilatildeo eacutetica-comportamental da populaccedilatildeo que por sua

vez poderaacute pressionar atraveacutes do conhecimento adquiridos pelo projeto o

24 governo a fim de exigir seus direitos e exercer seus deveres no que tange agrave

formulaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas referentes agrave utilizaccedilatildeo de recursos

naturais

Na ultima deacutecada a demanda pela a aacutegua cresceu significamente na

Praia da Gamboa devido ao crescimento demograacutefico da regiatildeo Assim torna-

se necessaacuterio uma Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos locais e de acordo com a

Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash ART 1ordm - VI-a gestatildeo dos recursos

hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder

Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Assim a implementaccedilatildeo do Projeto

de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo constitui uma

complementaccedilatildeo ao mecanismo de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos

que seratildeo implementados na Praia da Gamboa

Metas

1- Realizar palestras sobre Educaccedilatildeo Ambiental e o uso racional da aacutegua

para a comunidade escolar e para as famiacutelias dos alunos

2- Trabalhar o conceito dos 3Rs (Reduzir Reutilizar e Reciclar)

3- Realizar um diagnoacutestico soacutecio-ambiental da Praia da Gamboa

4- Avaliar a aacutegua da escola com a ajuda dos professores do niacutevel

fundamental ndash ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) e de suas respectivas turmas

5- Promover workshop sobre consumo consciente e reutilizaccedilatildeo das

aacuteguas pluviais

6- Criar a horta comunitaacuteria nas adjacecircncias da escola com a ajuda da

comunidade da Praia da Gamboa

7- Visita aos mananciais de abastecimento da Praia da Gamboa

8- Desenvolver indicadores ambientais de anaacutelise dos recursos hiacutedricos

utilizando peixes como bio-indicadores da qualidade e vitalidade dos

rios e mananciais demonstrando sua importacircncia no equiliacutebrio do

ecossistema aquaacutetico

9- Avaliaccedilatildeo anual do programa

25 Puacuteblico alvo

O Projeto ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo apresenta como puacuteblico

alvo os alunos do Ensino Fundamental ndash Ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) da Escola

Estadual Paulo Scofano (municipalizada) e a comunidade da Praia da

Gamboa que se identifica com a proposta do projeto

Cronograma das atividades 2009

Atividades

meses

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12

Realizaccedilatildeo de

palestras de EA

- - X

Trabalhar o 3Rs X

Visita aos

mananciais

X

Realizaccedilatildeo do

Workshop

X

Criaccedilatildeo da Horta

comunitaacuteria

X X X

Avaliaccedilatildeo da aacutegua

da escola

X X

Realizaccedilatildeo do

diagnoacutestico soacutecio-

ambiental

X X

Criaccedilatildeo dos

indicadores

ambientais

X X

26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS

O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da

Praia da Gamboa

Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado

pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento

sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se

expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos

cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos

a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que

desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo

Infelizmente estamos muito longe disso

A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona

intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico

tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo

de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade

de chuva aiacute eacute muito grande

321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente

Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as

companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os

domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o

acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro

Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de

baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela

seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta

a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de

filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos

caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou

27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o

telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna

Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas

somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo

atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior

Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento

drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -

seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la

sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e

importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais

Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta

uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de

meacutetodos modernos de filtragem e estocagem

322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais

Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais

e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais

racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da

Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa

privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior

escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel

A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e

seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as

enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua

Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de

aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por

estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a

energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla

28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos

os produtos que economizem aacutegua

A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver

ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o

quanto antes

Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da

Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a

uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua

potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais

A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais

1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de

calhas

2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior

3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio

superior

4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias

sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc

29

Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de

Aacuteguas Pluviais

GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais

30

33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO

Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais

decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da

Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de

extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com

frequumlecircncia na regiatildeo

Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um

processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo

mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo

constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se

caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)

Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos

e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras

vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e

funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo

As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa

anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)

Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de

sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo

permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes

resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo

Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50

sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de

lagoas

Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees

estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de

uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de

volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias

vezes a taxa de produccedilatildeo

A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo

fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute

31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que

as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica

A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de

reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa

regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa

A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A

profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo

de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da

lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor

A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial

Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as

aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas

O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e

constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs

zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa

O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante

este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que

iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria

orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o

lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute

a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas

dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa

liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa

(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute

fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela

fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para

isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas

devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo

solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de

oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e

consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e

32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo

praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas

Fotossiacutentese

CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2

Respiraccedilatildeo

Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia

A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de

oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a

noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua

ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute

denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre

por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia

quando na presenccedila de oxigecircnio

As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de

oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de

sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que

a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90

de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste

no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades

das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com

volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de

detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias

Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de

organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas

apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com

o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente

Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo

natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse

fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua

33

CONCLUSAtildeO

O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem

desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de

efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais

devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais

ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e

natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas

e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente

Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e

democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio

e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a

participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da

populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo

concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo

essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade

dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos

deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com

sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento

Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo

ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e

uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de

habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que

praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal

Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor

gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma

Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa

7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico

34

BIBLIOGRAFIA

LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997

35

WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009

36

ANEXOS

ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1

Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa

37 Foto 2

Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa

38 Foto 3

Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa

39 Foto 4

Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar

40 Foto 5

Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo

41 Foto 6

Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua

42 Foto 7

Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

43

ANEXO 2

TABELAS DE INFECCcedilOtildeES

TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua

CATEGORIA INFECCcedilAtildeO

1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias

relacionada com a higiene) disenteria amebiana

balantidiacutease

enterite campylobacteriana

coacutelera

diarreacuteia por escherichia coli

giardiacutease

diarreacuteia por rotaviacuterus

salmonelose

disenteria bacilar

Febres enteacutericas

febre tifoacuteide

febre paratifoacuteide

Poliomielites

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease

2 Relacionada com a higiene

a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele

Doenccedilas infecciosas dos olhos

b) Outras Tifo transmitida por pulgas

Febre recorrente transmitida por pulgas

3 Baseada na aacutegua

a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose

b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e

Outras infecccedilotildees por helmintos

4 Transmissatildeo por inseto vetor

a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono

b) Procriam na aacutegua Malaacuteria

Arboviroses

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose

FONTE HELLER 1997

44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997

Page 3: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · destacar, a transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste

3

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo a Deus em primeiro lugar por me dar

condiccedilotildees de chegar ateacute aqui Ao corpo docente do

Instituto ldquoA Vez do Mestrerdquo e a minha orientadora

Jaqueline Guerreiro sempre pronta a auxiliar

4

DEDICATOacuteRIA

Dedico esse trabalho acadecircmico a minha adorada

esposa Daiane que muito colaborou para sua confecccedilatildeo

e desenvolvimento Aos meus filhos Pedro e Hayane que

satildeo o combustiacutevel para eu continuar e aos meus pais que

satildeo pessoas que estatildeo sempre prontos a me auxiliar

5

RESUMO

A Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos na Praia da Gamboa em Itacuruccedila

constitui-se em uma obra que busca analisar os impactos ambientais

decorrentes do processo de ocupaccedilatildeo desordenado da praia e a expansatildeo

demograacutefica da regiatildeo fato este que desencadeia transtornos ambientais e o

aumento da demanda de aacutegua

Analisando a aacutegua enquanto recurso limitado e indispensaacutevel agrave vida

humana esse trabalho pretende conscientizar sobre o seu uso racional

evitando desperdiacutecios Assim como estimular o gerenciamento das aacuteguas

pluviais em construccedilotildees civis com o uso de tecnologia limpa

Propor uma Gestatildeo Integrada dos Recursos Hiacutedricos (GIRH) em

articulaccedilatildeo com o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental Formal constitui-se em uma

possibilidade na preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos Recursos Ambientais

existentes na Praia da Gamboa

6

METODOLOGIA

A metodologia utilizada para elaboraccedilatildeo deste trabalho a fim de servir

como ferramentas que possibilitaram a sua efetivaccedilatildeo constituiacuteram-se

pesquisas bibliograacuteficas e webegraacuteficas para aprofundar o debate acerca dos

impactos ambientais e mecanismos de conservaccedilatildeo e preservaccedilatildeo dos

Recursos Hiacutedricos O conhecimento empiacuterico por meio de visitas de campo na

Praia da Gamboa para elaboraccedilatildeo de um diagnoacutestico preliminar dos Recursos

Hiacutedricos locais e a experiecircncia com o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental que

esta sendo realizado na Escola Estadual Paulo Scofano (municipalizada)

localizada na Praia da gamboa

7

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO 1

A GENEcircSE DA URBANIZACcedilAtildeO E O CRESCIMENTO 9

DA ZONA COSTEIRA

11 A urbanizaccedilatildeo da Zona Costeira 11

CAPIacuteTULO 2

OS IMPACTOS AMBIENTAIS DO CRESCIMENTO 15

DESORDENADO NA PRAIA DA GAMBOA

CAPIacuteTULO 3

O GERENCIAMENTO SUSTENTAVEL DOS RECURSOS HIacuteDRICOS 21

31 Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo 22

32 Reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais 26

321 Aacuteguas das chuvas ndash Como esta sendo uacutetil na atualidade 26

322 Gerenciamento Integrado das aacuteguas pluviais 27

33 Lagoas de Estabilizaccedilatildeo 30

CONCLUSAtildeO 33

BIBRIOGRAacuteFIA 34

WEBGRAacuteFIA 35

ANEXOS

Fotografias 36

Tabelas 43

8

INTRODUCcedilAtildeO

Esta monografia tem como objetivo central analisar os impactos

ambientais nos Recursos Hiacutedricos resultantes do processo de transformaccedilatildeo

urbana e crescimento demograacutefico na praia da Gamboa localizada na Ilha de

Itacuruccedila (na Baiacutea de Sepetiba) no quarto distrito do Municiacutepio de

Mangaratiba Aleacutem de propor medidas alternativas atraveacutes de uma gestatildeo

ambiental participativa dos recursos hiacutedricos com a finalidade de mitigar os

efeitos danosos do processo para a populaccedilatildeo da ilha

As consequumlecircncias ambientais dessa transformaccedilatildeo estatildeo relacionadas agrave

falta de poliacuteticas puacuteblicas na aacuterea habitacional a um governo local altamente

populista e a accedilatildeo de atores que percebendo esse quadro se aproveitam para

comercializar e lucrar com a venda dos lotes de terras

Os impactos ambientais desta ocupaccedilatildeo desordenada tornaram-se

particularmente criacuteticos na praia da Gamboa pois esta localizada em uma

regiatildeo altamente susceptiacutevel agrave degradaccedilatildeo tendo em vista a presenccedila de

nascentes corpos drsquoaacutegua aacuteguas subterracircneas aleacutem da vegetaccedilatildeo de Mata

Atlacircntica de grande importacircncia para o ecossistema da regiatildeo

Outra problemaacutetica a ser abordada nesta monografia eacute a precariedade

do sistema de saneamento baacutesico existentes na Praia da Gamboa e propor

mecanismos economicamente viaacuteveis de um Saneamento Ambiental que

atenta as exigecircncias demograacuteficas da praia e a conservaccedilatildeo e preservaccedilatildeo dos

Recursos Hiacutedricos locais

9

1 - A GEcircNESE DA URBANIZACcedilAtildeO E O CRESCIMENTO

DA ZONA COSTEIRA

O primeiro surto de urbanizaccedilatildeo1 no Brasil deu-se no seacuteculo XVIII com o

denominado Ciclo da Mineraccedilatildeo Essa atividade econocircmica contribuiu para

esse processo devido a alguns motivos Dentre os principais motivos podemos

destacar a transferecircncia da capital da colocircnia de Salvador para o Rio de

Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste accedilucareiro para o

Sudeste auriacutefero dando origem a vaacuterias Vilas e Cidades (Ouro Preto MG e

Goiaacutes Velho GO) e promovendo a interiorizaccedilatildeo do crescimento econocircmico do

paiacutes

ldquoA interiorizaccedilatildeo do povoamento foi devida de um lado agrave mineraccedilatildeo

e de outro agrave criaccedilatildeo de gado nas fazendas A exploraccedilatildeo dos

diamantes e do ouro foi responsaacutevel pela existecircncia de inuacutemeros

nuacutecleos de vida urbana no interior dos Estados de minas Gerais

Bahia Goiaacutes e Mato Grossordquo (SANTOS M E SILVEIRA M 2001

P 33)

No iniacutecio do seacuteculo XIX as antigas cidades litoracircneas retomaram o seu

crescimento devido agrave retomada do dinamismo do setor agraacuterio exportador

brasileiro

Em 1808 a vinda da Famiacutelia Real Portuguesa agrave Colocircnia proporcionou

por um lado o crescimento demograacutefico e por outro lado garantiu uma

transformaccedilatildeo urbaniacutestica O Brasil comeccedilou a viver momentos de

transformaccedilatildeo no perfil arquitetocircnico de suas principais cidades

A partir da segunda metade do seacuteculo XIX as principais cidades

brasileiras passaram a receber infra-estrutura o territoacuterio passa a receber

melhorias teacutecnicas ndash implantaccedilatildeo de sistema hidraacuteulico de iluminaccedilatildeo de

transporte coletivo e rede de esgoto ateacute planos urbaniacutesticos de logradouros

puacuteblicos praccedilas e vias arborizadas

No iniacutecio do seacuteculo XX a induacutestria foi um instrumento de povoamento

Nas primeiras deacutecadas desse seacuteculo verificamos uma transformaccedilatildeo soacutecio- 1 Ocorre Urbanizaccedilatildeo quando a populaccedilatildeo no meio urbano cresce a taxas maiores que a populaccedilatildeo total O processo de urbanizaccedilatildeo eacute resultado principalmente do ecircxodo rural

10 econocircmica pois a induacutestria avanccedila apoacutes as pequenas crises de 1920 e 1924

poreacutem a economia cafeeira comeccedila a se agravar com a poliacutetica de estocagem

Com a crise mundial de 1929 a economia predominantemente exportadora

provoca a decadecircncia do sistema agraacuterio essa decadecircncia abre as portas

para o fortalecimento da economia industrial orientada para o mercado interno

dentro do processo de substituiccedilatildeo de importaccedilotildees

As mudanccedilas relativas agrave passagem da pequena para a meacutedia e para a

grande induacutestria proporcionaram um crescente processo de urbanizaccedilatildeo ao

redor das grandes cidades e a formaccedilatildeo de uma populaccedilatildeo urbana

consequumlecircncia de um intenso ecircxodo rural devido a necessidade de matildeo-de-obra

nessas cidades

O Brasil passou por dois fenocircmenos que merecem destaque quando se

fala em ambientes urbanos a industrializaccedilatildeo (tardia) - iniciada no poacutes-Guerra -

e a urbanizaccedilatildeo acelerada que a seguiu No curso desse processo reflexo das

poliacuteticas desenvolvimentistas entatildeo vigentes uma seacuterie de regras de proteccedilatildeo

ao meio ambiente e aos cidadatildeos foi desrespeitada ou mesmo desconsiderada

A urbanizaccedilatildeo no Brasil natildeo foi acompanhada de igual ritmo de

industrializaccedilatildeo e geraccedilatildeo de empregos por isso desde os anos de 1950 a

formaccedilatildeo das cidades brasileiras vem construindo um cenaacuterio de contrastes

paisagens que mostram lado a lado o moderno e o tradicional o

excessivamente luxuoso e o paupeacuterrimo bairros ricos ao lado de grandes

comunidades empresaacuterios executivos com seus carros luxuosos cortam

avenidas onde crianccedilas vendem doces em semaacuteforos edifiacutecios inteligentes

vizinhos de preacutedios degradados e cheios de corticcedilos para dar alguns

exemplos

Vilmar Farias (1991) a esse respeito ressalta que o processo de

urbanizaccedilatildeo brasileira produziu uma gigantesca concentraccedilatildeo demograacutefica nas

grandes cidades e metroacutepoles Criou e concentrou riquezas mas natildeo levou a

plena institucionalizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho capaz de absorver os

contingentes populacionais expulsos do campo Com isso foi gerada uma

constante populaccedilatildeo excedente sujeita a acintosos processos de espoliaccedilatildeo

11 urbana2 e ao mesmo tempo e pelo mesmo processo se produziu uma enorme

pujanccedila econocircmica concentrada em ilhas de prosperidade Na opiniatildeo do

autor

[] a sociedade urbana resultante do processo de crescimento

urbanizaccedilatildeo e mudanccedila dos uacuteltimos trinta anos apresenta-se

estruturalmente com uma sociedade complexa espacial

ocupacional e socialmente diversificada unificada mas heterogecircnea

segmentada e sobretudo profundamente desigual []

(FARIAS1991p105)

Dos anos de 1950 aos dias atuais a parcela da populaccedilatildeo brasileira que

vivia em cidades cresceu de 36 para 81 Natildeo obstante os evidentes

desequiliacutebrios ambientais decorrentes desse processo nos saltam a olhos

vistas Nessas cidades detectamos problemas ambientais como poluiccedilatildeo do

ar sonora e hiacutedrica destruiccedilatildeo dos recursos naturais desintegraccedilatildeo social

desemprego deacuteficit habitacional dentre outros Que satildeo percebido por todos

mas com intensidades diferentes

a forma que o espaccedilo de assentamento assume natildeo eacute

necessariamente beneacutefica a qualquer um () Tanto o capital quanto

o trabalho satildeo obrigados a viver num meio ambiente difiacutecil de

controlar mas cujos efeitos negativos sempre podem ser mais bem

transcendidos pelo rico e pelo poderoso (GOTTDIENER 1993

p268)

11-Urbanizaccedilatildeo da zona costeira

A zona costeira3 brasileira que compreende uma faixa de 8698 Km de

extensatildeo estendendo-se desde Cabo Orange (5ordm N) ateacute o Chuiacute (34ordm S) e

largura variaacutevel contempla um conjunto de ecossistemas contiacuteguos

sobre uma aacuterea de aproximadamente 388 mil Km2 sendo a maior parte

situada nas regiotildees tropicais e subtropicais

2 Espoliaccedilatildeo Urbana eacute conceituada por como ldquoo somatoacuterio de extorsotildees que se opera atraveacutes da inexistecircncia ou precariedade de serviccedilos de consumo coletivo que se apresentam como socialmente necessaacuterios em relaccedilatildeo aos niacuteveis de subsistecircncia e que agudizam ainda mais a dilapide accedilatildeo que se realiza no acircmbito das relaccedilotildees de trabalhordquo (KOWARIICK p 591980) 3 Zona Costeira ou Faixa Litoracircnea corresponde agrave zona transiccedilatildeo entre o domiacutenio continental e o domiacutenio marinho Eacute uma faixa complexa dinacircmica mutaacutevel e sujeita a vaacuterios processos geoloacutegicos

12 Abrange uma faixa terrestre com um conjunto de municiacutepios e

uma aacuterea marinha que corresponde ao mar territorial brasileiro com

largura de 12 milhas naacuteuticas a partir da linha de costa

O litoral brasileiro eacute caracterizado por uma grande diversidade de

ecossistemas ndash de estuaacuterios de manguezais de recifes de corais de

planiacutecies inundaacuteveis e etc Esses recursos podem gerar meios de

subsistecircncia para as pessoas aleacutem de proporcionar a conservaccedilatildeo da

fauna local e de sua vegetaccedilatildeo

O uso e a ocupaccedilatildeo do solo tecircm sido feitas de forma intensiva e de

modo aleatoacuterio acarretando em danos ambientais e de sauacutede puacuteblica

consequumlecircncias da disposiccedilatildeo inadequada dos resiacuteduos soacutelidos e o

lanccedilamento de esgotos e de efluentes industriais nos corpos drsquoaacutegua que

afetam os principais setores econocircmicos dessa aacuterea ndash turismo pesca e a

aquumlicultura - para as populaccedilotildees autoacutectones

Constata-se que nessa aacuterea se concentra quase um quarto da

populaccedilatildeo brasileira em torno de 365 milhotildees de pessoas

A especulaccedilatildeo imobiliaacuteria o aumento da densidade demograacutefica e

o desenvolvimento do turismo tecircm criado ultimamente situaccedilotildees de

conflito na zona costeira brasileira

Casas de veraneio hoteacuteis parques aquaacuteticos e condomiacutenios

destinados agraves classes mais abastadas provocam o crescimento

populacional que impacta de forma negativa nos ambientes naturais

concorrendo agrave destruiccedilatildeo dos ecossistemas costeiros

A questatildeo locacional traz em seu bojo a produccedilatildeo e reproduccedilatildeo

do capital O capital comanda o territoacuterio (M Santos 2001) O lugar vale

mais ou menos pelas teacutecnicas que adquire A localizaccedilatildeo litoracircnea eacute

diferente por apresentar caracteriacutesticas proacuteprias de recursos naturais de

ocupaccedilatildeo e navegaccedilatildeo

A formaccedilatildeo do territoacuterio brasileiro foi baseada na ocupaccedilatildeo do

litoral que assegurava os fluxos econocircmicos baseado nas exportaccedilotildees

13 de mateacuterias-primas agrave Europa ldquoo sentido da colonizaccedilatildeordquo (PRADO JR

1942) Cada porto polarizava regiotildees interiores gerando zonas de

adensamento em suas proximidades no qual se constituiacuteram as

primeiras redes de cidades

No final do periacuteodo colonial vemos uma secccedilatildeo no espaccedilo

litoracircnea de um lado cidades portuaacuterias que se tornaram centros de

produccedilatildeo local comandando a circulaccedilatildeo de sistemas produtivos

especiacuteficos e por outro lado grandes aacutereas litoracircneas despovoadas que

originaram agraves populaccedilotildees litoracircneas tradicionais ndash tribos indiacutegena e

escravos foragidos Na Costa Verde temos o exemplo da restinga da

Marambaia com sua populaccedilatildeo de quilombolas

O advento da ferrovia diminuiu a vantagem locacional da zona

costeira Agora estar proacuteximo das fontes de energia e das mateacuterias-

primas era mais vantajoso assim a ferrovia vai promover o crescimento

industrial e a urbanizaccedilatildeo no interior do territoacuterio

Na segunda metade do seacuteculo XX as chamadas ldquocidades mortasrdquo

distribuiacutedas ao longo do litoral brasileiro ndash aacutereas de obsolescecircncia - junto

com aacutereas pouco povoadas ocupadas por populaccedilotildees tradicionais iriam

se constituir nas zonas de asseacutedio do surto de ocupaccedilatildeo da zona

costeira a partir dos anos de 1950

No final da deacutecada de 1950 com a substituiccedilatildeo de importaccedilotildees e o

afluxo de capitais internacionais no paiacutes vai haver uma transformaccedilatildeo na

forma de ocupaccedilatildeo da costa brasileira consolida-se a dinacircmica do

processo urbano-industrial central refletido no espaccedilo geograacutefico do

litoral

Assim sendo importantes ramos industriais no processo de

industrializaccedilatildeo brasileira passaram a serem implantados com a

necessidade de insumos que viessem de fora logo a proximidade dos

portos se tornou estrateacutegica

14 As consequumlecircncias desse afluxo de induacutestrias agraves aacutereas litoracircneas

no acircmbito ambiental eacute a poluiccedilatildeo causada pelos dejetos resultantes dos

processos industriais no acircmbito social a atraccedilatildeo de fluxos migratoacuterios

para os locais de sua instalaccedilatildeo

Entretanto nem todo contingente populacional seraacute absorvido pela

induacutestria e o setor de serviccedilos Aos excluiacutedos resta eacute a informalidade A

esses contingentes populacionais que natildeo dispotildee de alternativas para

morar restam espaccedilos deixados sem uso por outras atividades

Geralmente esses lugares satildeo improacuteprios para habitaccedilatildeo como em

encostas e aacutereas sujeitas a inundaccedilatildeo inclusive aacutereas de proteccedilatildeo

ambiental (mananciais de aacutegua manguezais e etc)

A ocupaccedilatildeo desordenada desses espaccedilos marginais que eacute

consequumlecircncia da segregaccedilatildeo soacutecio-espacial provoca danos ambientais

desastrosos onde a falta de infra-estrutura como coleta de lixo aacutegua

encanada e tratamento de esgoto compromete a qualidade de vida das

pessoas

15

2 - OS IMPACTOS AMBIENTAIS DO CRESCIMENTO

DESORDENADO NA PRAIA DA GAMBOA

Haacute um crescimento da urbanizaccedilatildeo no municiacutepio de Mangaratiba

devido agrave especulaccedilatildeo imobiliaacuteria que atinge a zona costeira do Rio de Janeiro

jaacute que essa regiatildeo possui um solo com valor alto no mercado de terras solo

esse consumido pela classe meacutedia alta com casas de veraneios proacuteximas a

praias ou pela rede de hotelaria Na contramatildeo deste processo haacute aqueles que

natildeo possuem poder aquisitivo para usufruir agrave habitaccedilatildeo bem indispensaacutevel agrave

reproduccedilatildeo da vida humana Assim participam de um processo urbano

desordenado em aacuterea irregular ou informal esse tipo inadequado de ocupaccedilatildeo

do solo provoca graves impactos ambientais dentre eles a insuficiecircncia ao

acesso agrave aacutegua

Existe uma legislaccedilatildeo de proteccedilatildeo de mananciais aprovada na

maioria dos Estados brasileiros que protege a bacia hidrograacutefica utilizada para

abastecimento das cidades Nessas aacutereas eacute proibido o uso do solo urbano que

possa comprometer a qualidade da aacutegua de abastecimento Poreacutem por causa

do crescimento das cidades essas aacutereas foram pressionadas agrave ocupaccedilatildeo pelo

valor imobiliaacuterio da vizinhanccedila e pela falta de interesse do proprietaacuterio em

proteger a aacuterea jaacute que essa perdeu o valor em razatildeo da legislaccedilatildeo e ainda

necessita pagar imposto que recaem sobre ela Essas aacutereas satildeo invadidas pela

populaccedilatildeo de baixa renda e a consequumlecircncia imediata eacute o aumento da

poluiccedilatildeo Muitos proprietaacuterios incentivaram a invasatildeo ateacute para poder vender a

propriedade para o poder puacuteblico

Na Ilha de Itacuruccedila mais especificamente na praia da Gamboa se

vivencia esse processo os impactos ambientais na regiatildeo acentuam-se devido

agrave ausecircncia de uma gestatildeo integrada dos recursos hiacutedricos (GIRH) que

envolveria abastecimento saneamento coleta e tratamento de efluentes

domeacutesticos e industriais drenagem urbana e gestatildeo dos resiacuteduos soacutelidos A

falta da (GIRH) e de um planejamento urbano na praia da Gamboa contribui

para o surgimento de problemas com a infra-estrutura da aacutegua A falta de

tratamento de esgoto em grande parte da regiatildeo faz com que os efluentes

16 sejam escoados e lanccedilados para o mar em sua trajetoacuteria os efluentes poluem

o solo e prejudica os recursos hiacutedricos locais essa medida de escoamento do

esgoto tambeacutem acarreta a deterioraccedilatildeo da qualidade da aacutegua por falta de

tratamento dos efluentes o que tem criado potenciais riscos ao abastecimento

da populaccedilatildeo em vaacuterios cenaacuterios o mais criacutetico tem sido a ocupaccedilatildeo das aacutereas

de contribuiccedilatildeo de reservatoacuterios de abastecimento urbano que eutrofizados

podem produzir riscos agrave sauacutede da populaccedilatildeo

A maioria dos recursos hiacutedricos na Praia da Gamboa encontra-se

seriamente comprometidos em funccedilatildeo da poluiccedilatildeo por resiacuteduos urbanos

extremamente agressivos Para mitigar essa realidade se faz necessaacuterio

diminuir a degradaccedilatildeo ambiental atraveacutes do saneamento baacutesico da educaccedilatildeo

ambiental formal e a natildeo formal e a tentativa de diminuir a pobreza

Zelar pela qualidade das aacuteguas significa garantir a cidadania os direitos

universal dos cidadatildeos que eacute o acesso com seguranccedila a esse recurso natural

fundamental para a existecircncia de uma vida saudaacutevel tendo em vista que

garantir o fornecimento de aacutegua a uma comunidade em quantidade e

qualidade adequadas significa ndash em essecircncia ndash praticar um ato de justiccedila

social

Testificam-se nos periacuteodos de estiagem e periacuteodos do veratildeo a falta

de aacutegua situaccedilatildeo de grande desconforto para grande parte desta comunidade

que tecircm de comprar aacutegua para beber por um preccedilo mais oneroso por se tratar

de um lugar de difiacutecil acesso Assim obter uma Gestatildeo Integrada dos Recursos

Hiacutedricos (GIHR) eacute de extrema importacircncia para garantia da preservaccedilatildeo e

conservaccedilatildeo dos mananciais e fontes de aacutegua da regiatildeo

O saneamento baacutesico4 possui estreita aproximaccedilatildeo com as questotildees

ambientais A captaccedilatildeo de recursos hiacutedricos tratamento distribuiccedilatildeo e

posterior disposiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos provocam significativas alteraccedilotildees 4 Decreto no 82587|78 define a amplitude do serviccedilo de saneamento baacutesico Art 2ordm [] Paraacutegrafo 2ordm Os serviccedilos de saneamento baacutesico compreendem a) os sistemas de abastecimento de aacutegua definidos como conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamento que tem por finalidade captar aduzir tratar e distribuir aacutegua b) os sistemas de esgotos definidos como o conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamentos que tecircm por finalidade coletar transportar e dar destino final agraves aacuteguas residuaacuterias ou servidas

17 ambientais Os esgotos urbanos constituem-se na principal fonte poluidora dos

recursos hiacutedricos comprometendo seus outros possiacuteveis usos

O abastecimento de aacutegua na Praia da Gamboa se daacute de forma prioritaacuteria

pelas nascentes de aacutegua da ilha que satildeo canalizadas e armazenadas em

grandes reservatoacuterios drsquoaacutegua ateacute chegar agraves casas e atraveacutes de poccedilos

artesianos perfurados dentro do terreno de algumas casas

No municiacutepio de Mangaratiba 627 do esgoto ocorrem por meio de utilizaccedilatildeo

de fossas seacutepticas (roda peacute) 14 em fossas rudimentares 39 satildeo ligados a

uma vala e 24 lanccedilados diretamente em um corpo receptor (rio lagoa eou

mar)

Essa realidade do municiacutepio se repete na praia da Gamboa poreacutem

de forma mais problemaacutetica pois a maior parte do esgoto local eacute destinada

para verdadeiras fossas negras em ceacuteu aberto e a uacutenica medida de

saneamento satildeo as fossas seacutepticas essas funcionam como uma unidade de

sedimentaccedilatildeo e digestatildeo anaeroacutebia (ausecircncia de oxigecircnio) de escoamento

contiacutenuo sendo projetada para ser construiacuteda com material estanque (agrave prova

de aacutegua) para receber as aacuteguas residuaacuterias Para a fossa seacuteptica devem ser

encaminhados todos os despejos domeacutesticos e a sua velocidade de

permanecircncia do liquido na fossa permitem a separaccedilatildeo da fraccedilatildeo soacutelida do

liacutequido proporcionando assim a digestatildeo limitada da mateacuteria orgacircnica e o

acuacutemulo dos soacutelidos permitindo que o liacutequido um pouco mais clarificado seja

destinado a uma aacuterea de absorccedilatildeo (sumidouro)

Sem duvida o tratamento dos esgotos domeacutesticos nas fossas

seacutepticas quando praticado em aacutereas sem rede de esgoto pode oferecer niacuteveis

adequados de serviccedilo para a disposiccedilatildeo de excretas em pequenas

comunidades contudo em grandes aacutereas urbanas ou em aacutereas em expansatildeo

urbana como eacute o caso da Ilha de Itacuruccedila varias fossas apresentam um risco

de migraccedilatildeo direta de bacteacuterias viacuterus e nutrientes para aquumliacuteferos subjacentes e

fontes vizinhas de aacuteguas subterracircneas Assim as fossas seacutepticas natildeo satildeo

consideradas a mais eficiente rede de tratamento dos efluentes na gestatildeo dos

recursos hiacutedricos pois pode contaminar as aacuteguas subterracircneas atraveacutes

18 despejo de resiacuteduos domeacutesticos aleacutem funcionar como uma fonte permanente

de contaminaccedilatildeo

EFICIEcircNCIA DE FOSSAS SEacutePTICA

A fossa seacuteptica reduz a concentraccedilatildeo dos soacutelidos sedimentaacuteveis e a

demanda bioquiacutemica de oxigecircnio (DBO5) sendo que a eficiecircncia de remoccedilatildeo

destes pode ser ampliada pelo prolongamento do tempo de detenccedilatildeo Na

tabela abaixo relacionamos os resultados percentuais de remoccedilatildeo eou

reduccedilatildeo observados em fossas bem projetadas e operadas

Tabela 1

Paracircmetro de remoccedilatildeo

Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio (DBO) 40 a 60

Demanda Quiacutemica de Oxigecircnio (DQO) 30 a 60

Soacutelidos Sedimentaacuteveis (SS) 85 a 95

Soacutelidos em suspensatildeo 50 a 70

Graxas e Gorduras 70 a 90

Nitrogecircnio Amoniacal 0 a 10

Nitrogecircnio total 0 a 10

Coliformes Totais 20 a 60

Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES

Como demonstra a tabela acima o efluente de uma fossa seacuteptica

mesmo considerando-se os maiores iacutendices de eficiecircncia ainda apresenta

substacircncias e organismos capazes de influenciarem na qualidade da aacutegua

subterracircnea

Uma indicaccedilatildeo da poluiccedilatildeo potencial das aacuteguas subterracircneas por

nitratos oriundos de fossas seacutepticas pode ser observado no exemplo a seguir

Uma populaccedilatildeo de 20 pessoashaacute representa uma descarga de ateacute 100

Kghaacuteh no solo a qual se fosse oxidada e lixiviada pela infiltraccedilatildeo por 100

mma de chuvas resultaria em uma descarga local com concentraccedilatildeo de 100

mg1N-NO3

19 Tabela 2

CLASSE DE IMPACTO

AMBIENTAL

CENAacuteRIO

lsquorsquoArsquorsquo

MUITO BAIXO

bull TRATAMENTO PUacuteBLICO COMPLETO ndash O

esgoto eacute canalizado em todo o seu trajeto ateacute

a estaccedilatildeo puacuteblica de tratamento onde passa

por um processamento completo

bull TRATAMENTO PRIVADO COMPLETO ndash O

esgoto passa por tratamento privado

completo e depois segue para a rede puacuteblica

ou diretamente ao ambiente

lsquorsquoBrsquorsquo BAIXO

TRATAMENTO PRIVADO PARCIAL COM REDE

PUacuteBLICA DE COLETA ndash O esgoto escoa

canalizado e passa por um tratamento parcial mas

eficiente antes de ser lanccedilado na rede puacuteblica

rsquoCrsquorsquo MEacuteDIO

bull FOSSA SEacutePTICA MAIS SUMIDOURO ndash O

esgoto eacute canalizado ateacute uma fossa seacuteptica

seguida de sumidouro

bull REDE PUBLICA DE COLETA SEM

TRATAMENTO ndash O esgoto das residecircncias eacute

canalizado para uma rede puacuteblica de coleta

sem tratamento

lsquorsquoDrsquorsquo ALTO

FOSSA NEGRA ndash O esgoto eacute lanccedilado sem

tratamento em uma fossa negra onde contamina o

solo e as aacuteguas subterracircneas

lsquorsquoErsquorsquo MUITO ALTO

ESGOTO A CEacuteU ABERTO ndash O esgoto natildeo eacute

canalizado em nenhuma etapa do seu trajeto ateacute o

corpo receptor

Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES

De acordo com a tabela 2 a aacuterea estudada ndash Praia da Gamboa ndash se

encontra na classe de impacto ambiental nos niacuteveis ldquoCrdquo meacutedio ldquoDrdquo alto e ldquoErdquo

20 muito alto Demonstrando alto risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas

tornando-as improacuteprias ao consumo humano

21

3- GERENCIAMENTO SUSTENTAVEacuteL DOS

RECURSOS HIacuteDRICOS

A demanda de aacutegua para abastecimento puacuteblico e demais atividades

antroacutepicas incrementada pelo crescimento demograacutefico registrado na praia da

Gamboa na uacuteltima deacutecada tem contribuiacutedo fortemente para a degradaccedilatildeo das

reservas hiacutedricas subterracircneas Aliada ainda ao descarte de efluentes e

resiacuteduos das atividades urbanas esta questatildeo ressalta a necessidade do

conhecimento de seu significado com vistas agrave minimizaccedilatildeo e controle de

impactos e reserva de condiccedilotildees baacutesicas que assegurem a preservaccedilatildeo dos

recursos hiacutedricos para geraccedilotildees futuras Desta forma torna-se necessaacuterio a

implantaccedilatildeo de medidas que visem uma gestatildeo ambientalmente sustentaacutevel da

qualidade e da quantidade dos recursos hiacutedricos assim todos os usos da aacutegua

requerem que a sua qualidade estejam dentro dos limites preacute-determinados

para os usos especiacuteficos portando o binocircmio quantidadequalidade eacute

indissociaacutevel

O gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos na praia da Gamboa

fundamenta-se nos quatros princiacutepios baacutesicos recomendados e enunciados

pela Declaraccedilatildeo de Dublin por ocasiatildeo da Conferecircncia Internacional sobre

Aacutegua e Meio Ambiente em 1992 e posteriormente ratificados e inseridos na

Agenda 21-Eco 92 Os princiacutepios enumeram-se em 1-A aacutegua doce eacute um

recurso finito e vulneraacutevel essencial para a sustentaccedilatildeo da vida do

desenvolvimento e do meio ambiente 2-O desenvolvimento e a gestatildeo

integrada de recursos hiacutedricos devem ser participativos envolvendo usuaacuterios

planejadores e tomadores de decisotildees poliacuteticos em todos os niacuteveis 3-As

mulheres desempenham papel principal no abastecimento domeacutestico na

gestatildeo e na proteccedilatildeo da aacutegua e 4-A aacutegua tem um valor econocircmico em todos

os seus usos competitivos e deve ser reconhecida como um bem econocircmico

assim como um bem social

Considerando tais princiacutepios a implantaccedilatildeo da Gestatildeo dos Recursos

Hiacutedricos na Praia da Gamboa contaraacute com uma accedilatildeo e intervenccedilatildeo articuladas

entre o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo a

22 implementaccedilatildeo de um Saneamento Ambiental5 e o estimulo ao uso de

tecnologia limpa na construccedilatildeo civil e na elaboraccedilatildeo de casas com um sistema

integrado de reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais

31-Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a

Vidardquo

O Projeto de Educaccedilatildeo6 Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

apresenta como foco central a promoccedilatildeo e a reflexatildeo da comunidade escolar e

de suas adjacecircncias sobre os problemas ambientais e a busca de soluccedilotildees

Estimulando e preparando os alunos para serem agentes transformadores

desenvolvendo novas habilidades e condutas ambientalmente corretas atraveacutes

de uma postura eacutetica condizentes ao exerciacutecio da cidadania

A escola foi o local escolhido para realizaccedilatildeo do projeto devido a

considerarmos como espaccedilo social e o local onde o aluno daraacute sequumlecircncia ao

seu processo de socializaccedilatildeo O que nela se faz se diz e se valoriza

representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova

Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na praacutetica

no cotidiano da vida escolar e da vida comunitaacuteria contribuindo para a

formaccedilatildeo de cidadatildeos responsaacuteveis

O projeto abordaraacute a problemaacutetica sobre a escassez da aacutegua e o seu

uso racional a niacutevel escolar e domeacutestico a fim de evitar desperdiacutecios e

promover uma nova forma de pensar e agir mudando seus haacutebitos e

desenvolvendo formas de economizar aacutegua

5Eacute o conjunto de accedilotildees socioeconocircmicas que tem por objetivo alcanccedilar Salubridade Ambiental por meio de abastecimento de aacutegua potaacutevel coleta e disposiccedilatildeo sanitaacuteria de resiacuteduos soacutelidos liacutequidos e gasosos promoccedilatildeo da disciplina sanitaacuteria de uso do solo drenagem urbana controle de doenccedilas transmissiacuteveis e demais serviccedilos e obras especializadas com a finalidade de proteger e melhorar as condiccedilotildees de vida urbana e rural 6 ART1ordm Entende-se por educaccedilatildeo ambiental os processos por meio dos quais o indiviacuteduo e a coletividade constroem valores sociais conhecimentos e habilidades atitudes e competecircncias voltadas para a conservaccedilatildeo do meio ambiente bem de uso comum do povo agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade

23 Objetivos

Objetivo Geral

Contribuir na formaccedilatildeo da conscientizaccedilatildeo da comunidade escolar da

Escola Estadual Paulo Scofano (Municipalizada) localizada na Praia da

Gamboa - no uso racional da aacutegua e desenvolver saberes e competecircncias que

propiciem mudanccedilas de haacutebitos e atitudes que natildeo satildeo condizentes com a

sustentabilidade dos Recursos Hiacutedricos e Ambientais

Objetivos Especiacuteficos

1- Identifica problemas e soluccedilotildees voltadas para a questatildeo do consumo

consciente dos recursos hiacutedricos

2- Incentivar o uso de tecnologias limpas na construccedilatildeo civil e de

reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais

3- Estimular praacuteticas adequadas de Saneamento Ambiental e de haacutebitos

de higiene pessoal

4- Desenvolver oficinas de horta comunitaacuteria com a praacutetica de adubaccedilatildeo

orgacircnica (desenvolvimento sustentaacutevel)

5- Buscar parcerias para a execuccedilatildeo do projeto

6- Integrar as accedilotildees do projeto de Educaccedilatildeo Ambiental agraves propostas

pedagoacutegicas da escola

Justificativa

O presente projeto apresenta relevacircncia devido agrave problemaacutetica da

escassez da aacutegua doce na atualidade recurso natura indispensaacutevel para

todas as formas de vida O desperdiacutecio e uso indisciplinado dos recursos

hiacutedricos promovem a contaminaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo do solo de mananciais e de

aquumliacuteferos implicando na geraccedilatildeo de problemas soacutecio-econocircmico-ambientais a

curto meacutedio e longo prazo Desta forma uma das alternativas viaacuteveis e de

baixo custo para a minimizaccedilatildeo ou mesmo soluccedilatildeo do problema eacute uma

profunda reflexatildeo e alteraccedilatildeo eacutetica-comportamental da populaccedilatildeo que por sua

vez poderaacute pressionar atraveacutes do conhecimento adquiridos pelo projeto o

24 governo a fim de exigir seus direitos e exercer seus deveres no que tange agrave

formulaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas referentes agrave utilizaccedilatildeo de recursos

naturais

Na ultima deacutecada a demanda pela a aacutegua cresceu significamente na

Praia da Gamboa devido ao crescimento demograacutefico da regiatildeo Assim torna-

se necessaacuterio uma Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos locais e de acordo com a

Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash ART 1ordm - VI-a gestatildeo dos recursos

hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder

Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Assim a implementaccedilatildeo do Projeto

de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo constitui uma

complementaccedilatildeo ao mecanismo de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos

que seratildeo implementados na Praia da Gamboa

Metas

1- Realizar palestras sobre Educaccedilatildeo Ambiental e o uso racional da aacutegua

para a comunidade escolar e para as famiacutelias dos alunos

2- Trabalhar o conceito dos 3Rs (Reduzir Reutilizar e Reciclar)

3- Realizar um diagnoacutestico soacutecio-ambiental da Praia da Gamboa

4- Avaliar a aacutegua da escola com a ajuda dos professores do niacutevel

fundamental ndash ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) e de suas respectivas turmas

5- Promover workshop sobre consumo consciente e reutilizaccedilatildeo das

aacuteguas pluviais

6- Criar a horta comunitaacuteria nas adjacecircncias da escola com a ajuda da

comunidade da Praia da Gamboa

7- Visita aos mananciais de abastecimento da Praia da Gamboa

8- Desenvolver indicadores ambientais de anaacutelise dos recursos hiacutedricos

utilizando peixes como bio-indicadores da qualidade e vitalidade dos

rios e mananciais demonstrando sua importacircncia no equiliacutebrio do

ecossistema aquaacutetico

9- Avaliaccedilatildeo anual do programa

25 Puacuteblico alvo

O Projeto ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo apresenta como puacuteblico

alvo os alunos do Ensino Fundamental ndash Ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) da Escola

Estadual Paulo Scofano (municipalizada) e a comunidade da Praia da

Gamboa que se identifica com a proposta do projeto

Cronograma das atividades 2009

Atividades

meses

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12

Realizaccedilatildeo de

palestras de EA

- - X

Trabalhar o 3Rs X

Visita aos

mananciais

X

Realizaccedilatildeo do

Workshop

X

Criaccedilatildeo da Horta

comunitaacuteria

X X X

Avaliaccedilatildeo da aacutegua

da escola

X X

Realizaccedilatildeo do

diagnoacutestico soacutecio-

ambiental

X X

Criaccedilatildeo dos

indicadores

ambientais

X X

26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS

O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da

Praia da Gamboa

Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado

pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento

sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se

expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos

cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos

a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que

desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo

Infelizmente estamos muito longe disso

A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona

intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico

tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo

de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade

de chuva aiacute eacute muito grande

321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente

Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as

companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os

domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o

acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro

Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de

baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela

seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta

a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de

filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos

caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou

27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o

telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna

Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas

somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo

atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior

Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento

drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -

seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la

sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e

importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais

Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta

uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de

meacutetodos modernos de filtragem e estocagem

322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais

Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais

e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais

racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da

Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa

privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior

escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel

A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e

seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as

enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua

Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de

aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por

estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a

energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla

28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos

os produtos que economizem aacutegua

A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver

ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o

quanto antes

Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da

Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a

uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua

potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais

A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais

1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de

calhas

2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior

3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio

superior

4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias

sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc

29

Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de

Aacuteguas Pluviais

GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais

30

33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO

Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais

decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da

Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de

extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com

frequumlecircncia na regiatildeo

Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um

processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo

mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo

constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se

caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)

Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos

e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras

vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e

funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo

As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa

anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)

Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de

sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo

permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes

resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo

Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50

sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de

lagoas

Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees

estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de

uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de

volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias

vezes a taxa de produccedilatildeo

A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo

fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute

31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que

as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica

A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de

reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa

regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa

A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A

profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo

de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da

lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor

A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial

Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as

aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas

O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e

constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs

zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa

O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante

este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que

iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria

orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o

lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute

a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas

dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa

liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa

(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute

fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela

fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para

isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas

devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo

solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de

oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e

consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e

32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo

praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas

Fotossiacutentese

CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2

Respiraccedilatildeo

Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia

A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de

oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a

noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua

ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute

denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre

por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia

quando na presenccedila de oxigecircnio

As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de

oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de

sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que

a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90

de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste

no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades

das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com

volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de

detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias

Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de

organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas

apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com

o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente

Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo

natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse

fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua

33

CONCLUSAtildeO

O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem

desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de

efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais

devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais

ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e

natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas

e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente

Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e

democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio

e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a

participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da

populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo

concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo

essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade

dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos

deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com

sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento

Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo

ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e

uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de

habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que

praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal

Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor

gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma

Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa

7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico

34

BIBLIOGRAFIA

LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997

35

WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009

36

ANEXOS

ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1

Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa

37 Foto 2

Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa

38 Foto 3

Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa

39 Foto 4

Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar

40 Foto 5

Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo

41 Foto 6

Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua

42 Foto 7

Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

43

ANEXO 2

TABELAS DE INFECCcedilOtildeES

TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua

CATEGORIA INFECCcedilAtildeO

1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias

relacionada com a higiene) disenteria amebiana

balantidiacutease

enterite campylobacteriana

coacutelera

diarreacuteia por escherichia coli

giardiacutease

diarreacuteia por rotaviacuterus

salmonelose

disenteria bacilar

Febres enteacutericas

febre tifoacuteide

febre paratifoacuteide

Poliomielites

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease

2 Relacionada com a higiene

a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele

Doenccedilas infecciosas dos olhos

b) Outras Tifo transmitida por pulgas

Febre recorrente transmitida por pulgas

3 Baseada na aacutegua

a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose

b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e

Outras infecccedilotildees por helmintos

4 Transmissatildeo por inseto vetor

a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono

b) Procriam na aacutegua Malaacuteria

Arboviroses

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose

FONTE HELLER 1997

44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997

Page 4: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · destacar, a transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste

4

DEDICATOacuteRIA

Dedico esse trabalho acadecircmico a minha adorada

esposa Daiane que muito colaborou para sua confecccedilatildeo

e desenvolvimento Aos meus filhos Pedro e Hayane que

satildeo o combustiacutevel para eu continuar e aos meus pais que

satildeo pessoas que estatildeo sempre prontos a me auxiliar

5

RESUMO

A Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos na Praia da Gamboa em Itacuruccedila

constitui-se em uma obra que busca analisar os impactos ambientais

decorrentes do processo de ocupaccedilatildeo desordenado da praia e a expansatildeo

demograacutefica da regiatildeo fato este que desencadeia transtornos ambientais e o

aumento da demanda de aacutegua

Analisando a aacutegua enquanto recurso limitado e indispensaacutevel agrave vida

humana esse trabalho pretende conscientizar sobre o seu uso racional

evitando desperdiacutecios Assim como estimular o gerenciamento das aacuteguas

pluviais em construccedilotildees civis com o uso de tecnologia limpa

Propor uma Gestatildeo Integrada dos Recursos Hiacutedricos (GIRH) em

articulaccedilatildeo com o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental Formal constitui-se em uma

possibilidade na preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos Recursos Ambientais

existentes na Praia da Gamboa

6

METODOLOGIA

A metodologia utilizada para elaboraccedilatildeo deste trabalho a fim de servir

como ferramentas que possibilitaram a sua efetivaccedilatildeo constituiacuteram-se

pesquisas bibliograacuteficas e webegraacuteficas para aprofundar o debate acerca dos

impactos ambientais e mecanismos de conservaccedilatildeo e preservaccedilatildeo dos

Recursos Hiacutedricos O conhecimento empiacuterico por meio de visitas de campo na

Praia da Gamboa para elaboraccedilatildeo de um diagnoacutestico preliminar dos Recursos

Hiacutedricos locais e a experiecircncia com o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental que

esta sendo realizado na Escola Estadual Paulo Scofano (municipalizada)

localizada na Praia da gamboa

7

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO 1

A GENEcircSE DA URBANIZACcedilAtildeO E O CRESCIMENTO 9

DA ZONA COSTEIRA

11 A urbanizaccedilatildeo da Zona Costeira 11

CAPIacuteTULO 2

OS IMPACTOS AMBIENTAIS DO CRESCIMENTO 15

DESORDENADO NA PRAIA DA GAMBOA

CAPIacuteTULO 3

O GERENCIAMENTO SUSTENTAVEL DOS RECURSOS HIacuteDRICOS 21

31 Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo 22

32 Reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais 26

321 Aacuteguas das chuvas ndash Como esta sendo uacutetil na atualidade 26

322 Gerenciamento Integrado das aacuteguas pluviais 27

33 Lagoas de Estabilizaccedilatildeo 30

CONCLUSAtildeO 33

BIBRIOGRAacuteFIA 34

WEBGRAacuteFIA 35

ANEXOS

Fotografias 36

Tabelas 43

8

INTRODUCcedilAtildeO

Esta monografia tem como objetivo central analisar os impactos

ambientais nos Recursos Hiacutedricos resultantes do processo de transformaccedilatildeo

urbana e crescimento demograacutefico na praia da Gamboa localizada na Ilha de

Itacuruccedila (na Baiacutea de Sepetiba) no quarto distrito do Municiacutepio de

Mangaratiba Aleacutem de propor medidas alternativas atraveacutes de uma gestatildeo

ambiental participativa dos recursos hiacutedricos com a finalidade de mitigar os

efeitos danosos do processo para a populaccedilatildeo da ilha

As consequumlecircncias ambientais dessa transformaccedilatildeo estatildeo relacionadas agrave

falta de poliacuteticas puacuteblicas na aacuterea habitacional a um governo local altamente

populista e a accedilatildeo de atores que percebendo esse quadro se aproveitam para

comercializar e lucrar com a venda dos lotes de terras

Os impactos ambientais desta ocupaccedilatildeo desordenada tornaram-se

particularmente criacuteticos na praia da Gamboa pois esta localizada em uma

regiatildeo altamente susceptiacutevel agrave degradaccedilatildeo tendo em vista a presenccedila de

nascentes corpos drsquoaacutegua aacuteguas subterracircneas aleacutem da vegetaccedilatildeo de Mata

Atlacircntica de grande importacircncia para o ecossistema da regiatildeo

Outra problemaacutetica a ser abordada nesta monografia eacute a precariedade

do sistema de saneamento baacutesico existentes na Praia da Gamboa e propor

mecanismos economicamente viaacuteveis de um Saneamento Ambiental que

atenta as exigecircncias demograacuteficas da praia e a conservaccedilatildeo e preservaccedilatildeo dos

Recursos Hiacutedricos locais

9

1 - A GEcircNESE DA URBANIZACcedilAtildeO E O CRESCIMENTO

DA ZONA COSTEIRA

O primeiro surto de urbanizaccedilatildeo1 no Brasil deu-se no seacuteculo XVIII com o

denominado Ciclo da Mineraccedilatildeo Essa atividade econocircmica contribuiu para

esse processo devido a alguns motivos Dentre os principais motivos podemos

destacar a transferecircncia da capital da colocircnia de Salvador para o Rio de

Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste accedilucareiro para o

Sudeste auriacutefero dando origem a vaacuterias Vilas e Cidades (Ouro Preto MG e

Goiaacutes Velho GO) e promovendo a interiorizaccedilatildeo do crescimento econocircmico do

paiacutes

ldquoA interiorizaccedilatildeo do povoamento foi devida de um lado agrave mineraccedilatildeo

e de outro agrave criaccedilatildeo de gado nas fazendas A exploraccedilatildeo dos

diamantes e do ouro foi responsaacutevel pela existecircncia de inuacutemeros

nuacutecleos de vida urbana no interior dos Estados de minas Gerais

Bahia Goiaacutes e Mato Grossordquo (SANTOS M E SILVEIRA M 2001

P 33)

No iniacutecio do seacuteculo XIX as antigas cidades litoracircneas retomaram o seu

crescimento devido agrave retomada do dinamismo do setor agraacuterio exportador

brasileiro

Em 1808 a vinda da Famiacutelia Real Portuguesa agrave Colocircnia proporcionou

por um lado o crescimento demograacutefico e por outro lado garantiu uma

transformaccedilatildeo urbaniacutestica O Brasil comeccedilou a viver momentos de

transformaccedilatildeo no perfil arquitetocircnico de suas principais cidades

A partir da segunda metade do seacuteculo XIX as principais cidades

brasileiras passaram a receber infra-estrutura o territoacuterio passa a receber

melhorias teacutecnicas ndash implantaccedilatildeo de sistema hidraacuteulico de iluminaccedilatildeo de

transporte coletivo e rede de esgoto ateacute planos urbaniacutesticos de logradouros

puacuteblicos praccedilas e vias arborizadas

No iniacutecio do seacuteculo XX a induacutestria foi um instrumento de povoamento

Nas primeiras deacutecadas desse seacuteculo verificamos uma transformaccedilatildeo soacutecio- 1 Ocorre Urbanizaccedilatildeo quando a populaccedilatildeo no meio urbano cresce a taxas maiores que a populaccedilatildeo total O processo de urbanizaccedilatildeo eacute resultado principalmente do ecircxodo rural

10 econocircmica pois a induacutestria avanccedila apoacutes as pequenas crises de 1920 e 1924

poreacutem a economia cafeeira comeccedila a se agravar com a poliacutetica de estocagem

Com a crise mundial de 1929 a economia predominantemente exportadora

provoca a decadecircncia do sistema agraacuterio essa decadecircncia abre as portas

para o fortalecimento da economia industrial orientada para o mercado interno

dentro do processo de substituiccedilatildeo de importaccedilotildees

As mudanccedilas relativas agrave passagem da pequena para a meacutedia e para a

grande induacutestria proporcionaram um crescente processo de urbanizaccedilatildeo ao

redor das grandes cidades e a formaccedilatildeo de uma populaccedilatildeo urbana

consequumlecircncia de um intenso ecircxodo rural devido a necessidade de matildeo-de-obra

nessas cidades

O Brasil passou por dois fenocircmenos que merecem destaque quando se

fala em ambientes urbanos a industrializaccedilatildeo (tardia) - iniciada no poacutes-Guerra -

e a urbanizaccedilatildeo acelerada que a seguiu No curso desse processo reflexo das

poliacuteticas desenvolvimentistas entatildeo vigentes uma seacuterie de regras de proteccedilatildeo

ao meio ambiente e aos cidadatildeos foi desrespeitada ou mesmo desconsiderada

A urbanizaccedilatildeo no Brasil natildeo foi acompanhada de igual ritmo de

industrializaccedilatildeo e geraccedilatildeo de empregos por isso desde os anos de 1950 a

formaccedilatildeo das cidades brasileiras vem construindo um cenaacuterio de contrastes

paisagens que mostram lado a lado o moderno e o tradicional o

excessivamente luxuoso e o paupeacuterrimo bairros ricos ao lado de grandes

comunidades empresaacuterios executivos com seus carros luxuosos cortam

avenidas onde crianccedilas vendem doces em semaacuteforos edifiacutecios inteligentes

vizinhos de preacutedios degradados e cheios de corticcedilos para dar alguns

exemplos

Vilmar Farias (1991) a esse respeito ressalta que o processo de

urbanizaccedilatildeo brasileira produziu uma gigantesca concentraccedilatildeo demograacutefica nas

grandes cidades e metroacutepoles Criou e concentrou riquezas mas natildeo levou a

plena institucionalizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho capaz de absorver os

contingentes populacionais expulsos do campo Com isso foi gerada uma

constante populaccedilatildeo excedente sujeita a acintosos processos de espoliaccedilatildeo

11 urbana2 e ao mesmo tempo e pelo mesmo processo se produziu uma enorme

pujanccedila econocircmica concentrada em ilhas de prosperidade Na opiniatildeo do

autor

[] a sociedade urbana resultante do processo de crescimento

urbanizaccedilatildeo e mudanccedila dos uacuteltimos trinta anos apresenta-se

estruturalmente com uma sociedade complexa espacial

ocupacional e socialmente diversificada unificada mas heterogecircnea

segmentada e sobretudo profundamente desigual []

(FARIAS1991p105)

Dos anos de 1950 aos dias atuais a parcela da populaccedilatildeo brasileira que

vivia em cidades cresceu de 36 para 81 Natildeo obstante os evidentes

desequiliacutebrios ambientais decorrentes desse processo nos saltam a olhos

vistas Nessas cidades detectamos problemas ambientais como poluiccedilatildeo do

ar sonora e hiacutedrica destruiccedilatildeo dos recursos naturais desintegraccedilatildeo social

desemprego deacuteficit habitacional dentre outros Que satildeo percebido por todos

mas com intensidades diferentes

a forma que o espaccedilo de assentamento assume natildeo eacute

necessariamente beneacutefica a qualquer um () Tanto o capital quanto

o trabalho satildeo obrigados a viver num meio ambiente difiacutecil de

controlar mas cujos efeitos negativos sempre podem ser mais bem

transcendidos pelo rico e pelo poderoso (GOTTDIENER 1993

p268)

11-Urbanizaccedilatildeo da zona costeira

A zona costeira3 brasileira que compreende uma faixa de 8698 Km de

extensatildeo estendendo-se desde Cabo Orange (5ordm N) ateacute o Chuiacute (34ordm S) e

largura variaacutevel contempla um conjunto de ecossistemas contiacuteguos

sobre uma aacuterea de aproximadamente 388 mil Km2 sendo a maior parte

situada nas regiotildees tropicais e subtropicais

2 Espoliaccedilatildeo Urbana eacute conceituada por como ldquoo somatoacuterio de extorsotildees que se opera atraveacutes da inexistecircncia ou precariedade de serviccedilos de consumo coletivo que se apresentam como socialmente necessaacuterios em relaccedilatildeo aos niacuteveis de subsistecircncia e que agudizam ainda mais a dilapide accedilatildeo que se realiza no acircmbito das relaccedilotildees de trabalhordquo (KOWARIICK p 591980) 3 Zona Costeira ou Faixa Litoracircnea corresponde agrave zona transiccedilatildeo entre o domiacutenio continental e o domiacutenio marinho Eacute uma faixa complexa dinacircmica mutaacutevel e sujeita a vaacuterios processos geoloacutegicos

12 Abrange uma faixa terrestre com um conjunto de municiacutepios e

uma aacuterea marinha que corresponde ao mar territorial brasileiro com

largura de 12 milhas naacuteuticas a partir da linha de costa

O litoral brasileiro eacute caracterizado por uma grande diversidade de

ecossistemas ndash de estuaacuterios de manguezais de recifes de corais de

planiacutecies inundaacuteveis e etc Esses recursos podem gerar meios de

subsistecircncia para as pessoas aleacutem de proporcionar a conservaccedilatildeo da

fauna local e de sua vegetaccedilatildeo

O uso e a ocupaccedilatildeo do solo tecircm sido feitas de forma intensiva e de

modo aleatoacuterio acarretando em danos ambientais e de sauacutede puacuteblica

consequumlecircncias da disposiccedilatildeo inadequada dos resiacuteduos soacutelidos e o

lanccedilamento de esgotos e de efluentes industriais nos corpos drsquoaacutegua que

afetam os principais setores econocircmicos dessa aacuterea ndash turismo pesca e a

aquumlicultura - para as populaccedilotildees autoacutectones

Constata-se que nessa aacuterea se concentra quase um quarto da

populaccedilatildeo brasileira em torno de 365 milhotildees de pessoas

A especulaccedilatildeo imobiliaacuteria o aumento da densidade demograacutefica e

o desenvolvimento do turismo tecircm criado ultimamente situaccedilotildees de

conflito na zona costeira brasileira

Casas de veraneio hoteacuteis parques aquaacuteticos e condomiacutenios

destinados agraves classes mais abastadas provocam o crescimento

populacional que impacta de forma negativa nos ambientes naturais

concorrendo agrave destruiccedilatildeo dos ecossistemas costeiros

A questatildeo locacional traz em seu bojo a produccedilatildeo e reproduccedilatildeo

do capital O capital comanda o territoacuterio (M Santos 2001) O lugar vale

mais ou menos pelas teacutecnicas que adquire A localizaccedilatildeo litoracircnea eacute

diferente por apresentar caracteriacutesticas proacuteprias de recursos naturais de

ocupaccedilatildeo e navegaccedilatildeo

A formaccedilatildeo do territoacuterio brasileiro foi baseada na ocupaccedilatildeo do

litoral que assegurava os fluxos econocircmicos baseado nas exportaccedilotildees

13 de mateacuterias-primas agrave Europa ldquoo sentido da colonizaccedilatildeordquo (PRADO JR

1942) Cada porto polarizava regiotildees interiores gerando zonas de

adensamento em suas proximidades no qual se constituiacuteram as

primeiras redes de cidades

No final do periacuteodo colonial vemos uma secccedilatildeo no espaccedilo

litoracircnea de um lado cidades portuaacuterias que se tornaram centros de

produccedilatildeo local comandando a circulaccedilatildeo de sistemas produtivos

especiacuteficos e por outro lado grandes aacutereas litoracircneas despovoadas que

originaram agraves populaccedilotildees litoracircneas tradicionais ndash tribos indiacutegena e

escravos foragidos Na Costa Verde temos o exemplo da restinga da

Marambaia com sua populaccedilatildeo de quilombolas

O advento da ferrovia diminuiu a vantagem locacional da zona

costeira Agora estar proacuteximo das fontes de energia e das mateacuterias-

primas era mais vantajoso assim a ferrovia vai promover o crescimento

industrial e a urbanizaccedilatildeo no interior do territoacuterio

Na segunda metade do seacuteculo XX as chamadas ldquocidades mortasrdquo

distribuiacutedas ao longo do litoral brasileiro ndash aacutereas de obsolescecircncia - junto

com aacutereas pouco povoadas ocupadas por populaccedilotildees tradicionais iriam

se constituir nas zonas de asseacutedio do surto de ocupaccedilatildeo da zona

costeira a partir dos anos de 1950

No final da deacutecada de 1950 com a substituiccedilatildeo de importaccedilotildees e o

afluxo de capitais internacionais no paiacutes vai haver uma transformaccedilatildeo na

forma de ocupaccedilatildeo da costa brasileira consolida-se a dinacircmica do

processo urbano-industrial central refletido no espaccedilo geograacutefico do

litoral

Assim sendo importantes ramos industriais no processo de

industrializaccedilatildeo brasileira passaram a serem implantados com a

necessidade de insumos que viessem de fora logo a proximidade dos

portos se tornou estrateacutegica

14 As consequumlecircncias desse afluxo de induacutestrias agraves aacutereas litoracircneas

no acircmbito ambiental eacute a poluiccedilatildeo causada pelos dejetos resultantes dos

processos industriais no acircmbito social a atraccedilatildeo de fluxos migratoacuterios

para os locais de sua instalaccedilatildeo

Entretanto nem todo contingente populacional seraacute absorvido pela

induacutestria e o setor de serviccedilos Aos excluiacutedos resta eacute a informalidade A

esses contingentes populacionais que natildeo dispotildee de alternativas para

morar restam espaccedilos deixados sem uso por outras atividades

Geralmente esses lugares satildeo improacuteprios para habitaccedilatildeo como em

encostas e aacutereas sujeitas a inundaccedilatildeo inclusive aacutereas de proteccedilatildeo

ambiental (mananciais de aacutegua manguezais e etc)

A ocupaccedilatildeo desordenada desses espaccedilos marginais que eacute

consequumlecircncia da segregaccedilatildeo soacutecio-espacial provoca danos ambientais

desastrosos onde a falta de infra-estrutura como coleta de lixo aacutegua

encanada e tratamento de esgoto compromete a qualidade de vida das

pessoas

15

2 - OS IMPACTOS AMBIENTAIS DO CRESCIMENTO

DESORDENADO NA PRAIA DA GAMBOA

Haacute um crescimento da urbanizaccedilatildeo no municiacutepio de Mangaratiba

devido agrave especulaccedilatildeo imobiliaacuteria que atinge a zona costeira do Rio de Janeiro

jaacute que essa regiatildeo possui um solo com valor alto no mercado de terras solo

esse consumido pela classe meacutedia alta com casas de veraneios proacuteximas a

praias ou pela rede de hotelaria Na contramatildeo deste processo haacute aqueles que

natildeo possuem poder aquisitivo para usufruir agrave habitaccedilatildeo bem indispensaacutevel agrave

reproduccedilatildeo da vida humana Assim participam de um processo urbano

desordenado em aacuterea irregular ou informal esse tipo inadequado de ocupaccedilatildeo

do solo provoca graves impactos ambientais dentre eles a insuficiecircncia ao

acesso agrave aacutegua

Existe uma legislaccedilatildeo de proteccedilatildeo de mananciais aprovada na

maioria dos Estados brasileiros que protege a bacia hidrograacutefica utilizada para

abastecimento das cidades Nessas aacutereas eacute proibido o uso do solo urbano que

possa comprometer a qualidade da aacutegua de abastecimento Poreacutem por causa

do crescimento das cidades essas aacutereas foram pressionadas agrave ocupaccedilatildeo pelo

valor imobiliaacuterio da vizinhanccedila e pela falta de interesse do proprietaacuterio em

proteger a aacuterea jaacute que essa perdeu o valor em razatildeo da legislaccedilatildeo e ainda

necessita pagar imposto que recaem sobre ela Essas aacutereas satildeo invadidas pela

populaccedilatildeo de baixa renda e a consequumlecircncia imediata eacute o aumento da

poluiccedilatildeo Muitos proprietaacuterios incentivaram a invasatildeo ateacute para poder vender a

propriedade para o poder puacuteblico

Na Ilha de Itacuruccedila mais especificamente na praia da Gamboa se

vivencia esse processo os impactos ambientais na regiatildeo acentuam-se devido

agrave ausecircncia de uma gestatildeo integrada dos recursos hiacutedricos (GIRH) que

envolveria abastecimento saneamento coleta e tratamento de efluentes

domeacutesticos e industriais drenagem urbana e gestatildeo dos resiacuteduos soacutelidos A

falta da (GIRH) e de um planejamento urbano na praia da Gamboa contribui

para o surgimento de problemas com a infra-estrutura da aacutegua A falta de

tratamento de esgoto em grande parte da regiatildeo faz com que os efluentes

16 sejam escoados e lanccedilados para o mar em sua trajetoacuteria os efluentes poluem

o solo e prejudica os recursos hiacutedricos locais essa medida de escoamento do

esgoto tambeacutem acarreta a deterioraccedilatildeo da qualidade da aacutegua por falta de

tratamento dos efluentes o que tem criado potenciais riscos ao abastecimento

da populaccedilatildeo em vaacuterios cenaacuterios o mais criacutetico tem sido a ocupaccedilatildeo das aacutereas

de contribuiccedilatildeo de reservatoacuterios de abastecimento urbano que eutrofizados

podem produzir riscos agrave sauacutede da populaccedilatildeo

A maioria dos recursos hiacutedricos na Praia da Gamboa encontra-se

seriamente comprometidos em funccedilatildeo da poluiccedilatildeo por resiacuteduos urbanos

extremamente agressivos Para mitigar essa realidade se faz necessaacuterio

diminuir a degradaccedilatildeo ambiental atraveacutes do saneamento baacutesico da educaccedilatildeo

ambiental formal e a natildeo formal e a tentativa de diminuir a pobreza

Zelar pela qualidade das aacuteguas significa garantir a cidadania os direitos

universal dos cidadatildeos que eacute o acesso com seguranccedila a esse recurso natural

fundamental para a existecircncia de uma vida saudaacutevel tendo em vista que

garantir o fornecimento de aacutegua a uma comunidade em quantidade e

qualidade adequadas significa ndash em essecircncia ndash praticar um ato de justiccedila

social

Testificam-se nos periacuteodos de estiagem e periacuteodos do veratildeo a falta

de aacutegua situaccedilatildeo de grande desconforto para grande parte desta comunidade

que tecircm de comprar aacutegua para beber por um preccedilo mais oneroso por se tratar

de um lugar de difiacutecil acesso Assim obter uma Gestatildeo Integrada dos Recursos

Hiacutedricos (GIHR) eacute de extrema importacircncia para garantia da preservaccedilatildeo e

conservaccedilatildeo dos mananciais e fontes de aacutegua da regiatildeo

O saneamento baacutesico4 possui estreita aproximaccedilatildeo com as questotildees

ambientais A captaccedilatildeo de recursos hiacutedricos tratamento distribuiccedilatildeo e

posterior disposiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos provocam significativas alteraccedilotildees 4 Decreto no 82587|78 define a amplitude do serviccedilo de saneamento baacutesico Art 2ordm [] Paraacutegrafo 2ordm Os serviccedilos de saneamento baacutesico compreendem a) os sistemas de abastecimento de aacutegua definidos como conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamento que tem por finalidade captar aduzir tratar e distribuir aacutegua b) os sistemas de esgotos definidos como o conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamentos que tecircm por finalidade coletar transportar e dar destino final agraves aacuteguas residuaacuterias ou servidas

17 ambientais Os esgotos urbanos constituem-se na principal fonte poluidora dos

recursos hiacutedricos comprometendo seus outros possiacuteveis usos

O abastecimento de aacutegua na Praia da Gamboa se daacute de forma prioritaacuteria

pelas nascentes de aacutegua da ilha que satildeo canalizadas e armazenadas em

grandes reservatoacuterios drsquoaacutegua ateacute chegar agraves casas e atraveacutes de poccedilos

artesianos perfurados dentro do terreno de algumas casas

No municiacutepio de Mangaratiba 627 do esgoto ocorrem por meio de utilizaccedilatildeo

de fossas seacutepticas (roda peacute) 14 em fossas rudimentares 39 satildeo ligados a

uma vala e 24 lanccedilados diretamente em um corpo receptor (rio lagoa eou

mar)

Essa realidade do municiacutepio se repete na praia da Gamboa poreacutem

de forma mais problemaacutetica pois a maior parte do esgoto local eacute destinada

para verdadeiras fossas negras em ceacuteu aberto e a uacutenica medida de

saneamento satildeo as fossas seacutepticas essas funcionam como uma unidade de

sedimentaccedilatildeo e digestatildeo anaeroacutebia (ausecircncia de oxigecircnio) de escoamento

contiacutenuo sendo projetada para ser construiacuteda com material estanque (agrave prova

de aacutegua) para receber as aacuteguas residuaacuterias Para a fossa seacuteptica devem ser

encaminhados todos os despejos domeacutesticos e a sua velocidade de

permanecircncia do liquido na fossa permitem a separaccedilatildeo da fraccedilatildeo soacutelida do

liacutequido proporcionando assim a digestatildeo limitada da mateacuteria orgacircnica e o

acuacutemulo dos soacutelidos permitindo que o liacutequido um pouco mais clarificado seja

destinado a uma aacuterea de absorccedilatildeo (sumidouro)

Sem duvida o tratamento dos esgotos domeacutesticos nas fossas

seacutepticas quando praticado em aacutereas sem rede de esgoto pode oferecer niacuteveis

adequados de serviccedilo para a disposiccedilatildeo de excretas em pequenas

comunidades contudo em grandes aacutereas urbanas ou em aacutereas em expansatildeo

urbana como eacute o caso da Ilha de Itacuruccedila varias fossas apresentam um risco

de migraccedilatildeo direta de bacteacuterias viacuterus e nutrientes para aquumliacuteferos subjacentes e

fontes vizinhas de aacuteguas subterracircneas Assim as fossas seacutepticas natildeo satildeo

consideradas a mais eficiente rede de tratamento dos efluentes na gestatildeo dos

recursos hiacutedricos pois pode contaminar as aacuteguas subterracircneas atraveacutes

18 despejo de resiacuteduos domeacutesticos aleacutem funcionar como uma fonte permanente

de contaminaccedilatildeo

EFICIEcircNCIA DE FOSSAS SEacutePTICA

A fossa seacuteptica reduz a concentraccedilatildeo dos soacutelidos sedimentaacuteveis e a

demanda bioquiacutemica de oxigecircnio (DBO5) sendo que a eficiecircncia de remoccedilatildeo

destes pode ser ampliada pelo prolongamento do tempo de detenccedilatildeo Na

tabela abaixo relacionamos os resultados percentuais de remoccedilatildeo eou

reduccedilatildeo observados em fossas bem projetadas e operadas

Tabela 1

Paracircmetro de remoccedilatildeo

Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio (DBO) 40 a 60

Demanda Quiacutemica de Oxigecircnio (DQO) 30 a 60

Soacutelidos Sedimentaacuteveis (SS) 85 a 95

Soacutelidos em suspensatildeo 50 a 70

Graxas e Gorduras 70 a 90

Nitrogecircnio Amoniacal 0 a 10

Nitrogecircnio total 0 a 10

Coliformes Totais 20 a 60

Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES

Como demonstra a tabela acima o efluente de uma fossa seacuteptica

mesmo considerando-se os maiores iacutendices de eficiecircncia ainda apresenta

substacircncias e organismos capazes de influenciarem na qualidade da aacutegua

subterracircnea

Uma indicaccedilatildeo da poluiccedilatildeo potencial das aacuteguas subterracircneas por

nitratos oriundos de fossas seacutepticas pode ser observado no exemplo a seguir

Uma populaccedilatildeo de 20 pessoashaacute representa uma descarga de ateacute 100

Kghaacuteh no solo a qual se fosse oxidada e lixiviada pela infiltraccedilatildeo por 100

mma de chuvas resultaria em uma descarga local com concentraccedilatildeo de 100

mg1N-NO3

19 Tabela 2

CLASSE DE IMPACTO

AMBIENTAL

CENAacuteRIO

lsquorsquoArsquorsquo

MUITO BAIXO

bull TRATAMENTO PUacuteBLICO COMPLETO ndash O

esgoto eacute canalizado em todo o seu trajeto ateacute

a estaccedilatildeo puacuteblica de tratamento onde passa

por um processamento completo

bull TRATAMENTO PRIVADO COMPLETO ndash O

esgoto passa por tratamento privado

completo e depois segue para a rede puacuteblica

ou diretamente ao ambiente

lsquorsquoBrsquorsquo BAIXO

TRATAMENTO PRIVADO PARCIAL COM REDE

PUacuteBLICA DE COLETA ndash O esgoto escoa

canalizado e passa por um tratamento parcial mas

eficiente antes de ser lanccedilado na rede puacuteblica

rsquoCrsquorsquo MEacuteDIO

bull FOSSA SEacutePTICA MAIS SUMIDOURO ndash O

esgoto eacute canalizado ateacute uma fossa seacuteptica

seguida de sumidouro

bull REDE PUBLICA DE COLETA SEM

TRATAMENTO ndash O esgoto das residecircncias eacute

canalizado para uma rede puacuteblica de coleta

sem tratamento

lsquorsquoDrsquorsquo ALTO

FOSSA NEGRA ndash O esgoto eacute lanccedilado sem

tratamento em uma fossa negra onde contamina o

solo e as aacuteguas subterracircneas

lsquorsquoErsquorsquo MUITO ALTO

ESGOTO A CEacuteU ABERTO ndash O esgoto natildeo eacute

canalizado em nenhuma etapa do seu trajeto ateacute o

corpo receptor

Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES

De acordo com a tabela 2 a aacuterea estudada ndash Praia da Gamboa ndash se

encontra na classe de impacto ambiental nos niacuteveis ldquoCrdquo meacutedio ldquoDrdquo alto e ldquoErdquo

20 muito alto Demonstrando alto risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas

tornando-as improacuteprias ao consumo humano

21

3- GERENCIAMENTO SUSTENTAVEacuteL DOS

RECURSOS HIacuteDRICOS

A demanda de aacutegua para abastecimento puacuteblico e demais atividades

antroacutepicas incrementada pelo crescimento demograacutefico registrado na praia da

Gamboa na uacuteltima deacutecada tem contribuiacutedo fortemente para a degradaccedilatildeo das

reservas hiacutedricas subterracircneas Aliada ainda ao descarte de efluentes e

resiacuteduos das atividades urbanas esta questatildeo ressalta a necessidade do

conhecimento de seu significado com vistas agrave minimizaccedilatildeo e controle de

impactos e reserva de condiccedilotildees baacutesicas que assegurem a preservaccedilatildeo dos

recursos hiacutedricos para geraccedilotildees futuras Desta forma torna-se necessaacuterio a

implantaccedilatildeo de medidas que visem uma gestatildeo ambientalmente sustentaacutevel da

qualidade e da quantidade dos recursos hiacutedricos assim todos os usos da aacutegua

requerem que a sua qualidade estejam dentro dos limites preacute-determinados

para os usos especiacuteficos portando o binocircmio quantidadequalidade eacute

indissociaacutevel

O gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos na praia da Gamboa

fundamenta-se nos quatros princiacutepios baacutesicos recomendados e enunciados

pela Declaraccedilatildeo de Dublin por ocasiatildeo da Conferecircncia Internacional sobre

Aacutegua e Meio Ambiente em 1992 e posteriormente ratificados e inseridos na

Agenda 21-Eco 92 Os princiacutepios enumeram-se em 1-A aacutegua doce eacute um

recurso finito e vulneraacutevel essencial para a sustentaccedilatildeo da vida do

desenvolvimento e do meio ambiente 2-O desenvolvimento e a gestatildeo

integrada de recursos hiacutedricos devem ser participativos envolvendo usuaacuterios

planejadores e tomadores de decisotildees poliacuteticos em todos os niacuteveis 3-As

mulheres desempenham papel principal no abastecimento domeacutestico na

gestatildeo e na proteccedilatildeo da aacutegua e 4-A aacutegua tem um valor econocircmico em todos

os seus usos competitivos e deve ser reconhecida como um bem econocircmico

assim como um bem social

Considerando tais princiacutepios a implantaccedilatildeo da Gestatildeo dos Recursos

Hiacutedricos na Praia da Gamboa contaraacute com uma accedilatildeo e intervenccedilatildeo articuladas

entre o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo a

22 implementaccedilatildeo de um Saneamento Ambiental5 e o estimulo ao uso de

tecnologia limpa na construccedilatildeo civil e na elaboraccedilatildeo de casas com um sistema

integrado de reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais

31-Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a

Vidardquo

O Projeto de Educaccedilatildeo6 Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

apresenta como foco central a promoccedilatildeo e a reflexatildeo da comunidade escolar e

de suas adjacecircncias sobre os problemas ambientais e a busca de soluccedilotildees

Estimulando e preparando os alunos para serem agentes transformadores

desenvolvendo novas habilidades e condutas ambientalmente corretas atraveacutes

de uma postura eacutetica condizentes ao exerciacutecio da cidadania

A escola foi o local escolhido para realizaccedilatildeo do projeto devido a

considerarmos como espaccedilo social e o local onde o aluno daraacute sequumlecircncia ao

seu processo de socializaccedilatildeo O que nela se faz se diz e se valoriza

representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova

Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na praacutetica

no cotidiano da vida escolar e da vida comunitaacuteria contribuindo para a

formaccedilatildeo de cidadatildeos responsaacuteveis

O projeto abordaraacute a problemaacutetica sobre a escassez da aacutegua e o seu

uso racional a niacutevel escolar e domeacutestico a fim de evitar desperdiacutecios e

promover uma nova forma de pensar e agir mudando seus haacutebitos e

desenvolvendo formas de economizar aacutegua

5Eacute o conjunto de accedilotildees socioeconocircmicas que tem por objetivo alcanccedilar Salubridade Ambiental por meio de abastecimento de aacutegua potaacutevel coleta e disposiccedilatildeo sanitaacuteria de resiacuteduos soacutelidos liacutequidos e gasosos promoccedilatildeo da disciplina sanitaacuteria de uso do solo drenagem urbana controle de doenccedilas transmissiacuteveis e demais serviccedilos e obras especializadas com a finalidade de proteger e melhorar as condiccedilotildees de vida urbana e rural 6 ART1ordm Entende-se por educaccedilatildeo ambiental os processos por meio dos quais o indiviacuteduo e a coletividade constroem valores sociais conhecimentos e habilidades atitudes e competecircncias voltadas para a conservaccedilatildeo do meio ambiente bem de uso comum do povo agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade

23 Objetivos

Objetivo Geral

Contribuir na formaccedilatildeo da conscientizaccedilatildeo da comunidade escolar da

Escola Estadual Paulo Scofano (Municipalizada) localizada na Praia da

Gamboa - no uso racional da aacutegua e desenvolver saberes e competecircncias que

propiciem mudanccedilas de haacutebitos e atitudes que natildeo satildeo condizentes com a

sustentabilidade dos Recursos Hiacutedricos e Ambientais

Objetivos Especiacuteficos

1- Identifica problemas e soluccedilotildees voltadas para a questatildeo do consumo

consciente dos recursos hiacutedricos

2- Incentivar o uso de tecnologias limpas na construccedilatildeo civil e de

reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais

3- Estimular praacuteticas adequadas de Saneamento Ambiental e de haacutebitos

de higiene pessoal

4- Desenvolver oficinas de horta comunitaacuteria com a praacutetica de adubaccedilatildeo

orgacircnica (desenvolvimento sustentaacutevel)

5- Buscar parcerias para a execuccedilatildeo do projeto

6- Integrar as accedilotildees do projeto de Educaccedilatildeo Ambiental agraves propostas

pedagoacutegicas da escola

Justificativa

O presente projeto apresenta relevacircncia devido agrave problemaacutetica da

escassez da aacutegua doce na atualidade recurso natura indispensaacutevel para

todas as formas de vida O desperdiacutecio e uso indisciplinado dos recursos

hiacutedricos promovem a contaminaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo do solo de mananciais e de

aquumliacuteferos implicando na geraccedilatildeo de problemas soacutecio-econocircmico-ambientais a

curto meacutedio e longo prazo Desta forma uma das alternativas viaacuteveis e de

baixo custo para a minimizaccedilatildeo ou mesmo soluccedilatildeo do problema eacute uma

profunda reflexatildeo e alteraccedilatildeo eacutetica-comportamental da populaccedilatildeo que por sua

vez poderaacute pressionar atraveacutes do conhecimento adquiridos pelo projeto o

24 governo a fim de exigir seus direitos e exercer seus deveres no que tange agrave

formulaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas referentes agrave utilizaccedilatildeo de recursos

naturais

Na ultima deacutecada a demanda pela a aacutegua cresceu significamente na

Praia da Gamboa devido ao crescimento demograacutefico da regiatildeo Assim torna-

se necessaacuterio uma Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos locais e de acordo com a

Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash ART 1ordm - VI-a gestatildeo dos recursos

hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder

Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Assim a implementaccedilatildeo do Projeto

de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo constitui uma

complementaccedilatildeo ao mecanismo de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos

que seratildeo implementados na Praia da Gamboa

Metas

1- Realizar palestras sobre Educaccedilatildeo Ambiental e o uso racional da aacutegua

para a comunidade escolar e para as famiacutelias dos alunos

2- Trabalhar o conceito dos 3Rs (Reduzir Reutilizar e Reciclar)

3- Realizar um diagnoacutestico soacutecio-ambiental da Praia da Gamboa

4- Avaliar a aacutegua da escola com a ajuda dos professores do niacutevel

fundamental ndash ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) e de suas respectivas turmas

5- Promover workshop sobre consumo consciente e reutilizaccedilatildeo das

aacuteguas pluviais

6- Criar a horta comunitaacuteria nas adjacecircncias da escola com a ajuda da

comunidade da Praia da Gamboa

7- Visita aos mananciais de abastecimento da Praia da Gamboa

8- Desenvolver indicadores ambientais de anaacutelise dos recursos hiacutedricos

utilizando peixes como bio-indicadores da qualidade e vitalidade dos

rios e mananciais demonstrando sua importacircncia no equiliacutebrio do

ecossistema aquaacutetico

9- Avaliaccedilatildeo anual do programa

25 Puacuteblico alvo

O Projeto ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo apresenta como puacuteblico

alvo os alunos do Ensino Fundamental ndash Ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) da Escola

Estadual Paulo Scofano (municipalizada) e a comunidade da Praia da

Gamboa que se identifica com a proposta do projeto

Cronograma das atividades 2009

Atividades

meses

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12

Realizaccedilatildeo de

palestras de EA

- - X

Trabalhar o 3Rs X

Visita aos

mananciais

X

Realizaccedilatildeo do

Workshop

X

Criaccedilatildeo da Horta

comunitaacuteria

X X X

Avaliaccedilatildeo da aacutegua

da escola

X X

Realizaccedilatildeo do

diagnoacutestico soacutecio-

ambiental

X X

Criaccedilatildeo dos

indicadores

ambientais

X X

26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS

O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da

Praia da Gamboa

Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado

pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento

sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se

expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos

cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos

a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que

desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo

Infelizmente estamos muito longe disso

A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona

intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico

tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo

de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade

de chuva aiacute eacute muito grande

321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente

Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as

companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os

domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o

acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro

Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de

baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela

seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta

a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de

filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos

caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou

27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o

telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna

Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas

somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo

atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior

Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento

drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -

seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la

sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e

importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais

Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta

uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de

meacutetodos modernos de filtragem e estocagem

322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais

Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais

e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais

racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da

Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa

privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior

escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel

A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e

seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as

enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua

Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de

aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por

estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a

energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla

28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos

os produtos que economizem aacutegua

A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver

ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o

quanto antes

Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da

Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a

uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua

potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais

A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais

1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de

calhas

2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior

3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio

superior

4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias

sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc

29

Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de

Aacuteguas Pluviais

GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais

30

33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO

Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais

decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da

Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de

extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com

frequumlecircncia na regiatildeo

Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um

processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo

mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo

constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se

caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)

Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos

e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras

vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e

funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo

As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa

anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)

Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de

sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo

permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes

resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo

Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50

sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de

lagoas

Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees

estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de

uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de

volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias

vezes a taxa de produccedilatildeo

A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo

fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute

31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que

as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica

A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de

reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa

regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa

A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A

profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo

de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da

lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor

A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial

Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as

aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas

O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e

constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs

zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa

O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante

este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que

iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria

orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o

lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute

a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas

dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa

liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa

(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute

fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela

fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para

isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas

devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo

solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de

oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e

consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e

32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo

praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas

Fotossiacutentese

CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2

Respiraccedilatildeo

Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia

A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de

oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a

noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua

ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute

denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre

por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia

quando na presenccedila de oxigecircnio

As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de

oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de

sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que

a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90

de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste

no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades

das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com

volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de

detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias

Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de

organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas

apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com

o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente

Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo

natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse

fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua

33

CONCLUSAtildeO

O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem

desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de

efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais

devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais

ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e

natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas

e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente

Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e

democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio

e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a

participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da

populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo

concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo

essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade

dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos

deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com

sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento

Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo

ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e

uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de

habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que

praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal

Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor

gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma

Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa

7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico

34

BIBLIOGRAFIA

LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997

35

WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009

36

ANEXOS

ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1

Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa

37 Foto 2

Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa

38 Foto 3

Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa

39 Foto 4

Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar

40 Foto 5

Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo

41 Foto 6

Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua

42 Foto 7

Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

43

ANEXO 2

TABELAS DE INFECCcedilOtildeES

TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua

CATEGORIA INFECCcedilAtildeO

1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias

relacionada com a higiene) disenteria amebiana

balantidiacutease

enterite campylobacteriana

coacutelera

diarreacuteia por escherichia coli

giardiacutease

diarreacuteia por rotaviacuterus

salmonelose

disenteria bacilar

Febres enteacutericas

febre tifoacuteide

febre paratifoacuteide

Poliomielites

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease

2 Relacionada com a higiene

a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele

Doenccedilas infecciosas dos olhos

b) Outras Tifo transmitida por pulgas

Febre recorrente transmitida por pulgas

3 Baseada na aacutegua

a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose

b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e

Outras infecccedilotildees por helmintos

4 Transmissatildeo por inseto vetor

a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono

b) Procriam na aacutegua Malaacuteria

Arboviroses

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose

FONTE HELLER 1997

44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997

Page 5: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · destacar, a transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste

5

RESUMO

A Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos na Praia da Gamboa em Itacuruccedila

constitui-se em uma obra que busca analisar os impactos ambientais

decorrentes do processo de ocupaccedilatildeo desordenado da praia e a expansatildeo

demograacutefica da regiatildeo fato este que desencadeia transtornos ambientais e o

aumento da demanda de aacutegua

Analisando a aacutegua enquanto recurso limitado e indispensaacutevel agrave vida

humana esse trabalho pretende conscientizar sobre o seu uso racional

evitando desperdiacutecios Assim como estimular o gerenciamento das aacuteguas

pluviais em construccedilotildees civis com o uso de tecnologia limpa

Propor uma Gestatildeo Integrada dos Recursos Hiacutedricos (GIRH) em

articulaccedilatildeo com o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental Formal constitui-se em uma

possibilidade na preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos Recursos Ambientais

existentes na Praia da Gamboa

6

METODOLOGIA

A metodologia utilizada para elaboraccedilatildeo deste trabalho a fim de servir

como ferramentas que possibilitaram a sua efetivaccedilatildeo constituiacuteram-se

pesquisas bibliograacuteficas e webegraacuteficas para aprofundar o debate acerca dos

impactos ambientais e mecanismos de conservaccedilatildeo e preservaccedilatildeo dos

Recursos Hiacutedricos O conhecimento empiacuterico por meio de visitas de campo na

Praia da Gamboa para elaboraccedilatildeo de um diagnoacutestico preliminar dos Recursos

Hiacutedricos locais e a experiecircncia com o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental que

esta sendo realizado na Escola Estadual Paulo Scofano (municipalizada)

localizada na Praia da gamboa

7

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO 1

A GENEcircSE DA URBANIZACcedilAtildeO E O CRESCIMENTO 9

DA ZONA COSTEIRA

11 A urbanizaccedilatildeo da Zona Costeira 11

CAPIacuteTULO 2

OS IMPACTOS AMBIENTAIS DO CRESCIMENTO 15

DESORDENADO NA PRAIA DA GAMBOA

CAPIacuteTULO 3

O GERENCIAMENTO SUSTENTAVEL DOS RECURSOS HIacuteDRICOS 21

31 Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo 22

32 Reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais 26

321 Aacuteguas das chuvas ndash Como esta sendo uacutetil na atualidade 26

322 Gerenciamento Integrado das aacuteguas pluviais 27

33 Lagoas de Estabilizaccedilatildeo 30

CONCLUSAtildeO 33

BIBRIOGRAacuteFIA 34

WEBGRAacuteFIA 35

ANEXOS

Fotografias 36

Tabelas 43

8

INTRODUCcedilAtildeO

Esta monografia tem como objetivo central analisar os impactos

ambientais nos Recursos Hiacutedricos resultantes do processo de transformaccedilatildeo

urbana e crescimento demograacutefico na praia da Gamboa localizada na Ilha de

Itacuruccedila (na Baiacutea de Sepetiba) no quarto distrito do Municiacutepio de

Mangaratiba Aleacutem de propor medidas alternativas atraveacutes de uma gestatildeo

ambiental participativa dos recursos hiacutedricos com a finalidade de mitigar os

efeitos danosos do processo para a populaccedilatildeo da ilha

As consequumlecircncias ambientais dessa transformaccedilatildeo estatildeo relacionadas agrave

falta de poliacuteticas puacuteblicas na aacuterea habitacional a um governo local altamente

populista e a accedilatildeo de atores que percebendo esse quadro se aproveitam para

comercializar e lucrar com a venda dos lotes de terras

Os impactos ambientais desta ocupaccedilatildeo desordenada tornaram-se

particularmente criacuteticos na praia da Gamboa pois esta localizada em uma

regiatildeo altamente susceptiacutevel agrave degradaccedilatildeo tendo em vista a presenccedila de

nascentes corpos drsquoaacutegua aacuteguas subterracircneas aleacutem da vegetaccedilatildeo de Mata

Atlacircntica de grande importacircncia para o ecossistema da regiatildeo

Outra problemaacutetica a ser abordada nesta monografia eacute a precariedade

do sistema de saneamento baacutesico existentes na Praia da Gamboa e propor

mecanismos economicamente viaacuteveis de um Saneamento Ambiental que

atenta as exigecircncias demograacuteficas da praia e a conservaccedilatildeo e preservaccedilatildeo dos

Recursos Hiacutedricos locais

9

1 - A GEcircNESE DA URBANIZACcedilAtildeO E O CRESCIMENTO

DA ZONA COSTEIRA

O primeiro surto de urbanizaccedilatildeo1 no Brasil deu-se no seacuteculo XVIII com o

denominado Ciclo da Mineraccedilatildeo Essa atividade econocircmica contribuiu para

esse processo devido a alguns motivos Dentre os principais motivos podemos

destacar a transferecircncia da capital da colocircnia de Salvador para o Rio de

Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste accedilucareiro para o

Sudeste auriacutefero dando origem a vaacuterias Vilas e Cidades (Ouro Preto MG e

Goiaacutes Velho GO) e promovendo a interiorizaccedilatildeo do crescimento econocircmico do

paiacutes

ldquoA interiorizaccedilatildeo do povoamento foi devida de um lado agrave mineraccedilatildeo

e de outro agrave criaccedilatildeo de gado nas fazendas A exploraccedilatildeo dos

diamantes e do ouro foi responsaacutevel pela existecircncia de inuacutemeros

nuacutecleos de vida urbana no interior dos Estados de minas Gerais

Bahia Goiaacutes e Mato Grossordquo (SANTOS M E SILVEIRA M 2001

P 33)

No iniacutecio do seacuteculo XIX as antigas cidades litoracircneas retomaram o seu

crescimento devido agrave retomada do dinamismo do setor agraacuterio exportador

brasileiro

Em 1808 a vinda da Famiacutelia Real Portuguesa agrave Colocircnia proporcionou

por um lado o crescimento demograacutefico e por outro lado garantiu uma

transformaccedilatildeo urbaniacutestica O Brasil comeccedilou a viver momentos de

transformaccedilatildeo no perfil arquitetocircnico de suas principais cidades

A partir da segunda metade do seacuteculo XIX as principais cidades

brasileiras passaram a receber infra-estrutura o territoacuterio passa a receber

melhorias teacutecnicas ndash implantaccedilatildeo de sistema hidraacuteulico de iluminaccedilatildeo de

transporte coletivo e rede de esgoto ateacute planos urbaniacutesticos de logradouros

puacuteblicos praccedilas e vias arborizadas

No iniacutecio do seacuteculo XX a induacutestria foi um instrumento de povoamento

Nas primeiras deacutecadas desse seacuteculo verificamos uma transformaccedilatildeo soacutecio- 1 Ocorre Urbanizaccedilatildeo quando a populaccedilatildeo no meio urbano cresce a taxas maiores que a populaccedilatildeo total O processo de urbanizaccedilatildeo eacute resultado principalmente do ecircxodo rural

10 econocircmica pois a induacutestria avanccedila apoacutes as pequenas crises de 1920 e 1924

poreacutem a economia cafeeira comeccedila a se agravar com a poliacutetica de estocagem

Com a crise mundial de 1929 a economia predominantemente exportadora

provoca a decadecircncia do sistema agraacuterio essa decadecircncia abre as portas

para o fortalecimento da economia industrial orientada para o mercado interno

dentro do processo de substituiccedilatildeo de importaccedilotildees

As mudanccedilas relativas agrave passagem da pequena para a meacutedia e para a

grande induacutestria proporcionaram um crescente processo de urbanizaccedilatildeo ao

redor das grandes cidades e a formaccedilatildeo de uma populaccedilatildeo urbana

consequumlecircncia de um intenso ecircxodo rural devido a necessidade de matildeo-de-obra

nessas cidades

O Brasil passou por dois fenocircmenos que merecem destaque quando se

fala em ambientes urbanos a industrializaccedilatildeo (tardia) - iniciada no poacutes-Guerra -

e a urbanizaccedilatildeo acelerada que a seguiu No curso desse processo reflexo das

poliacuteticas desenvolvimentistas entatildeo vigentes uma seacuterie de regras de proteccedilatildeo

ao meio ambiente e aos cidadatildeos foi desrespeitada ou mesmo desconsiderada

A urbanizaccedilatildeo no Brasil natildeo foi acompanhada de igual ritmo de

industrializaccedilatildeo e geraccedilatildeo de empregos por isso desde os anos de 1950 a

formaccedilatildeo das cidades brasileiras vem construindo um cenaacuterio de contrastes

paisagens que mostram lado a lado o moderno e o tradicional o

excessivamente luxuoso e o paupeacuterrimo bairros ricos ao lado de grandes

comunidades empresaacuterios executivos com seus carros luxuosos cortam

avenidas onde crianccedilas vendem doces em semaacuteforos edifiacutecios inteligentes

vizinhos de preacutedios degradados e cheios de corticcedilos para dar alguns

exemplos

Vilmar Farias (1991) a esse respeito ressalta que o processo de

urbanizaccedilatildeo brasileira produziu uma gigantesca concentraccedilatildeo demograacutefica nas

grandes cidades e metroacutepoles Criou e concentrou riquezas mas natildeo levou a

plena institucionalizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho capaz de absorver os

contingentes populacionais expulsos do campo Com isso foi gerada uma

constante populaccedilatildeo excedente sujeita a acintosos processos de espoliaccedilatildeo

11 urbana2 e ao mesmo tempo e pelo mesmo processo se produziu uma enorme

pujanccedila econocircmica concentrada em ilhas de prosperidade Na opiniatildeo do

autor

[] a sociedade urbana resultante do processo de crescimento

urbanizaccedilatildeo e mudanccedila dos uacuteltimos trinta anos apresenta-se

estruturalmente com uma sociedade complexa espacial

ocupacional e socialmente diversificada unificada mas heterogecircnea

segmentada e sobretudo profundamente desigual []

(FARIAS1991p105)

Dos anos de 1950 aos dias atuais a parcela da populaccedilatildeo brasileira que

vivia em cidades cresceu de 36 para 81 Natildeo obstante os evidentes

desequiliacutebrios ambientais decorrentes desse processo nos saltam a olhos

vistas Nessas cidades detectamos problemas ambientais como poluiccedilatildeo do

ar sonora e hiacutedrica destruiccedilatildeo dos recursos naturais desintegraccedilatildeo social

desemprego deacuteficit habitacional dentre outros Que satildeo percebido por todos

mas com intensidades diferentes

a forma que o espaccedilo de assentamento assume natildeo eacute

necessariamente beneacutefica a qualquer um () Tanto o capital quanto

o trabalho satildeo obrigados a viver num meio ambiente difiacutecil de

controlar mas cujos efeitos negativos sempre podem ser mais bem

transcendidos pelo rico e pelo poderoso (GOTTDIENER 1993

p268)

11-Urbanizaccedilatildeo da zona costeira

A zona costeira3 brasileira que compreende uma faixa de 8698 Km de

extensatildeo estendendo-se desde Cabo Orange (5ordm N) ateacute o Chuiacute (34ordm S) e

largura variaacutevel contempla um conjunto de ecossistemas contiacuteguos

sobre uma aacuterea de aproximadamente 388 mil Km2 sendo a maior parte

situada nas regiotildees tropicais e subtropicais

2 Espoliaccedilatildeo Urbana eacute conceituada por como ldquoo somatoacuterio de extorsotildees que se opera atraveacutes da inexistecircncia ou precariedade de serviccedilos de consumo coletivo que se apresentam como socialmente necessaacuterios em relaccedilatildeo aos niacuteveis de subsistecircncia e que agudizam ainda mais a dilapide accedilatildeo que se realiza no acircmbito das relaccedilotildees de trabalhordquo (KOWARIICK p 591980) 3 Zona Costeira ou Faixa Litoracircnea corresponde agrave zona transiccedilatildeo entre o domiacutenio continental e o domiacutenio marinho Eacute uma faixa complexa dinacircmica mutaacutevel e sujeita a vaacuterios processos geoloacutegicos

12 Abrange uma faixa terrestre com um conjunto de municiacutepios e

uma aacuterea marinha que corresponde ao mar territorial brasileiro com

largura de 12 milhas naacuteuticas a partir da linha de costa

O litoral brasileiro eacute caracterizado por uma grande diversidade de

ecossistemas ndash de estuaacuterios de manguezais de recifes de corais de

planiacutecies inundaacuteveis e etc Esses recursos podem gerar meios de

subsistecircncia para as pessoas aleacutem de proporcionar a conservaccedilatildeo da

fauna local e de sua vegetaccedilatildeo

O uso e a ocupaccedilatildeo do solo tecircm sido feitas de forma intensiva e de

modo aleatoacuterio acarretando em danos ambientais e de sauacutede puacuteblica

consequumlecircncias da disposiccedilatildeo inadequada dos resiacuteduos soacutelidos e o

lanccedilamento de esgotos e de efluentes industriais nos corpos drsquoaacutegua que

afetam os principais setores econocircmicos dessa aacuterea ndash turismo pesca e a

aquumlicultura - para as populaccedilotildees autoacutectones

Constata-se que nessa aacuterea se concentra quase um quarto da

populaccedilatildeo brasileira em torno de 365 milhotildees de pessoas

A especulaccedilatildeo imobiliaacuteria o aumento da densidade demograacutefica e

o desenvolvimento do turismo tecircm criado ultimamente situaccedilotildees de

conflito na zona costeira brasileira

Casas de veraneio hoteacuteis parques aquaacuteticos e condomiacutenios

destinados agraves classes mais abastadas provocam o crescimento

populacional que impacta de forma negativa nos ambientes naturais

concorrendo agrave destruiccedilatildeo dos ecossistemas costeiros

A questatildeo locacional traz em seu bojo a produccedilatildeo e reproduccedilatildeo

do capital O capital comanda o territoacuterio (M Santos 2001) O lugar vale

mais ou menos pelas teacutecnicas que adquire A localizaccedilatildeo litoracircnea eacute

diferente por apresentar caracteriacutesticas proacuteprias de recursos naturais de

ocupaccedilatildeo e navegaccedilatildeo

A formaccedilatildeo do territoacuterio brasileiro foi baseada na ocupaccedilatildeo do

litoral que assegurava os fluxos econocircmicos baseado nas exportaccedilotildees

13 de mateacuterias-primas agrave Europa ldquoo sentido da colonizaccedilatildeordquo (PRADO JR

1942) Cada porto polarizava regiotildees interiores gerando zonas de

adensamento em suas proximidades no qual se constituiacuteram as

primeiras redes de cidades

No final do periacuteodo colonial vemos uma secccedilatildeo no espaccedilo

litoracircnea de um lado cidades portuaacuterias que se tornaram centros de

produccedilatildeo local comandando a circulaccedilatildeo de sistemas produtivos

especiacuteficos e por outro lado grandes aacutereas litoracircneas despovoadas que

originaram agraves populaccedilotildees litoracircneas tradicionais ndash tribos indiacutegena e

escravos foragidos Na Costa Verde temos o exemplo da restinga da

Marambaia com sua populaccedilatildeo de quilombolas

O advento da ferrovia diminuiu a vantagem locacional da zona

costeira Agora estar proacuteximo das fontes de energia e das mateacuterias-

primas era mais vantajoso assim a ferrovia vai promover o crescimento

industrial e a urbanizaccedilatildeo no interior do territoacuterio

Na segunda metade do seacuteculo XX as chamadas ldquocidades mortasrdquo

distribuiacutedas ao longo do litoral brasileiro ndash aacutereas de obsolescecircncia - junto

com aacutereas pouco povoadas ocupadas por populaccedilotildees tradicionais iriam

se constituir nas zonas de asseacutedio do surto de ocupaccedilatildeo da zona

costeira a partir dos anos de 1950

No final da deacutecada de 1950 com a substituiccedilatildeo de importaccedilotildees e o

afluxo de capitais internacionais no paiacutes vai haver uma transformaccedilatildeo na

forma de ocupaccedilatildeo da costa brasileira consolida-se a dinacircmica do

processo urbano-industrial central refletido no espaccedilo geograacutefico do

litoral

Assim sendo importantes ramos industriais no processo de

industrializaccedilatildeo brasileira passaram a serem implantados com a

necessidade de insumos que viessem de fora logo a proximidade dos

portos se tornou estrateacutegica

14 As consequumlecircncias desse afluxo de induacutestrias agraves aacutereas litoracircneas

no acircmbito ambiental eacute a poluiccedilatildeo causada pelos dejetos resultantes dos

processos industriais no acircmbito social a atraccedilatildeo de fluxos migratoacuterios

para os locais de sua instalaccedilatildeo

Entretanto nem todo contingente populacional seraacute absorvido pela

induacutestria e o setor de serviccedilos Aos excluiacutedos resta eacute a informalidade A

esses contingentes populacionais que natildeo dispotildee de alternativas para

morar restam espaccedilos deixados sem uso por outras atividades

Geralmente esses lugares satildeo improacuteprios para habitaccedilatildeo como em

encostas e aacutereas sujeitas a inundaccedilatildeo inclusive aacutereas de proteccedilatildeo

ambiental (mananciais de aacutegua manguezais e etc)

A ocupaccedilatildeo desordenada desses espaccedilos marginais que eacute

consequumlecircncia da segregaccedilatildeo soacutecio-espacial provoca danos ambientais

desastrosos onde a falta de infra-estrutura como coleta de lixo aacutegua

encanada e tratamento de esgoto compromete a qualidade de vida das

pessoas

15

2 - OS IMPACTOS AMBIENTAIS DO CRESCIMENTO

DESORDENADO NA PRAIA DA GAMBOA

Haacute um crescimento da urbanizaccedilatildeo no municiacutepio de Mangaratiba

devido agrave especulaccedilatildeo imobiliaacuteria que atinge a zona costeira do Rio de Janeiro

jaacute que essa regiatildeo possui um solo com valor alto no mercado de terras solo

esse consumido pela classe meacutedia alta com casas de veraneios proacuteximas a

praias ou pela rede de hotelaria Na contramatildeo deste processo haacute aqueles que

natildeo possuem poder aquisitivo para usufruir agrave habitaccedilatildeo bem indispensaacutevel agrave

reproduccedilatildeo da vida humana Assim participam de um processo urbano

desordenado em aacuterea irregular ou informal esse tipo inadequado de ocupaccedilatildeo

do solo provoca graves impactos ambientais dentre eles a insuficiecircncia ao

acesso agrave aacutegua

Existe uma legislaccedilatildeo de proteccedilatildeo de mananciais aprovada na

maioria dos Estados brasileiros que protege a bacia hidrograacutefica utilizada para

abastecimento das cidades Nessas aacutereas eacute proibido o uso do solo urbano que

possa comprometer a qualidade da aacutegua de abastecimento Poreacutem por causa

do crescimento das cidades essas aacutereas foram pressionadas agrave ocupaccedilatildeo pelo

valor imobiliaacuterio da vizinhanccedila e pela falta de interesse do proprietaacuterio em

proteger a aacuterea jaacute que essa perdeu o valor em razatildeo da legislaccedilatildeo e ainda

necessita pagar imposto que recaem sobre ela Essas aacutereas satildeo invadidas pela

populaccedilatildeo de baixa renda e a consequumlecircncia imediata eacute o aumento da

poluiccedilatildeo Muitos proprietaacuterios incentivaram a invasatildeo ateacute para poder vender a

propriedade para o poder puacuteblico

Na Ilha de Itacuruccedila mais especificamente na praia da Gamboa se

vivencia esse processo os impactos ambientais na regiatildeo acentuam-se devido

agrave ausecircncia de uma gestatildeo integrada dos recursos hiacutedricos (GIRH) que

envolveria abastecimento saneamento coleta e tratamento de efluentes

domeacutesticos e industriais drenagem urbana e gestatildeo dos resiacuteduos soacutelidos A

falta da (GIRH) e de um planejamento urbano na praia da Gamboa contribui

para o surgimento de problemas com a infra-estrutura da aacutegua A falta de

tratamento de esgoto em grande parte da regiatildeo faz com que os efluentes

16 sejam escoados e lanccedilados para o mar em sua trajetoacuteria os efluentes poluem

o solo e prejudica os recursos hiacutedricos locais essa medida de escoamento do

esgoto tambeacutem acarreta a deterioraccedilatildeo da qualidade da aacutegua por falta de

tratamento dos efluentes o que tem criado potenciais riscos ao abastecimento

da populaccedilatildeo em vaacuterios cenaacuterios o mais criacutetico tem sido a ocupaccedilatildeo das aacutereas

de contribuiccedilatildeo de reservatoacuterios de abastecimento urbano que eutrofizados

podem produzir riscos agrave sauacutede da populaccedilatildeo

A maioria dos recursos hiacutedricos na Praia da Gamboa encontra-se

seriamente comprometidos em funccedilatildeo da poluiccedilatildeo por resiacuteduos urbanos

extremamente agressivos Para mitigar essa realidade se faz necessaacuterio

diminuir a degradaccedilatildeo ambiental atraveacutes do saneamento baacutesico da educaccedilatildeo

ambiental formal e a natildeo formal e a tentativa de diminuir a pobreza

Zelar pela qualidade das aacuteguas significa garantir a cidadania os direitos

universal dos cidadatildeos que eacute o acesso com seguranccedila a esse recurso natural

fundamental para a existecircncia de uma vida saudaacutevel tendo em vista que

garantir o fornecimento de aacutegua a uma comunidade em quantidade e

qualidade adequadas significa ndash em essecircncia ndash praticar um ato de justiccedila

social

Testificam-se nos periacuteodos de estiagem e periacuteodos do veratildeo a falta

de aacutegua situaccedilatildeo de grande desconforto para grande parte desta comunidade

que tecircm de comprar aacutegua para beber por um preccedilo mais oneroso por se tratar

de um lugar de difiacutecil acesso Assim obter uma Gestatildeo Integrada dos Recursos

Hiacutedricos (GIHR) eacute de extrema importacircncia para garantia da preservaccedilatildeo e

conservaccedilatildeo dos mananciais e fontes de aacutegua da regiatildeo

O saneamento baacutesico4 possui estreita aproximaccedilatildeo com as questotildees

ambientais A captaccedilatildeo de recursos hiacutedricos tratamento distribuiccedilatildeo e

posterior disposiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos provocam significativas alteraccedilotildees 4 Decreto no 82587|78 define a amplitude do serviccedilo de saneamento baacutesico Art 2ordm [] Paraacutegrafo 2ordm Os serviccedilos de saneamento baacutesico compreendem a) os sistemas de abastecimento de aacutegua definidos como conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamento que tem por finalidade captar aduzir tratar e distribuir aacutegua b) os sistemas de esgotos definidos como o conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamentos que tecircm por finalidade coletar transportar e dar destino final agraves aacuteguas residuaacuterias ou servidas

17 ambientais Os esgotos urbanos constituem-se na principal fonte poluidora dos

recursos hiacutedricos comprometendo seus outros possiacuteveis usos

O abastecimento de aacutegua na Praia da Gamboa se daacute de forma prioritaacuteria

pelas nascentes de aacutegua da ilha que satildeo canalizadas e armazenadas em

grandes reservatoacuterios drsquoaacutegua ateacute chegar agraves casas e atraveacutes de poccedilos

artesianos perfurados dentro do terreno de algumas casas

No municiacutepio de Mangaratiba 627 do esgoto ocorrem por meio de utilizaccedilatildeo

de fossas seacutepticas (roda peacute) 14 em fossas rudimentares 39 satildeo ligados a

uma vala e 24 lanccedilados diretamente em um corpo receptor (rio lagoa eou

mar)

Essa realidade do municiacutepio se repete na praia da Gamboa poreacutem

de forma mais problemaacutetica pois a maior parte do esgoto local eacute destinada

para verdadeiras fossas negras em ceacuteu aberto e a uacutenica medida de

saneamento satildeo as fossas seacutepticas essas funcionam como uma unidade de

sedimentaccedilatildeo e digestatildeo anaeroacutebia (ausecircncia de oxigecircnio) de escoamento

contiacutenuo sendo projetada para ser construiacuteda com material estanque (agrave prova

de aacutegua) para receber as aacuteguas residuaacuterias Para a fossa seacuteptica devem ser

encaminhados todos os despejos domeacutesticos e a sua velocidade de

permanecircncia do liquido na fossa permitem a separaccedilatildeo da fraccedilatildeo soacutelida do

liacutequido proporcionando assim a digestatildeo limitada da mateacuteria orgacircnica e o

acuacutemulo dos soacutelidos permitindo que o liacutequido um pouco mais clarificado seja

destinado a uma aacuterea de absorccedilatildeo (sumidouro)

Sem duvida o tratamento dos esgotos domeacutesticos nas fossas

seacutepticas quando praticado em aacutereas sem rede de esgoto pode oferecer niacuteveis

adequados de serviccedilo para a disposiccedilatildeo de excretas em pequenas

comunidades contudo em grandes aacutereas urbanas ou em aacutereas em expansatildeo

urbana como eacute o caso da Ilha de Itacuruccedila varias fossas apresentam um risco

de migraccedilatildeo direta de bacteacuterias viacuterus e nutrientes para aquumliacuteferos subjacentes e

fontes vizinhas de aacuteguas subterracircneas Assim as fossas seacutepticas natildeo satildeo

consideradas a mais eficiente rede de tratamento dos efluentes na gestatildeo dos

recursos hiacutedricos pois pode contaminar as aacuteguas subterracircneas atraveacutes

18 despejo de resiacuteduos domeacutesticos aleacutem funcionar como uma fonte permanente

de contaminaccedilatildeo

EFICIEcircNCIA DE FOSSAS SEacutePTICA

A fossa seacuteptica reduz a concentraccedilatildeo dos soacutelidos sedimentaacuteveis e a

demanda bioquiacutemica de oxigecircnio (DBO5) sendo que a eficiecircncia de remoccedilatildeo

destes pode ser ampliada pelo prolongamento do tempo de detenccedilatildeo Na

tabela abaixo relacionamos os resultados percentuais de remoccedilatildeo eou

reduccedilatildeo observados em fossas bem projetadas e operadas

Tabela 1

Paracircmetro de remoccedilatildeo

Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio (DBO) 40 a 60

Demanda Quiacutemica de Oxigecircnio (DQO) 30 a 60

Soacutelidos Sedimentaacuteveis (SS) 85 a 95

Soacutelidos em suspensatildeo 50 a 70

Graxas e Gorduras 70 a 90

Nitrogecircnio Amoniacal 0 a 10

Nitrogecircnio total 0 a 10

Coliformes Totais 20 a 60

Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES

Como demonstra a tabela acima o efluente de uma fossa seacuteptica

mesmo considerando-se os maiores iacutendices de eficiecircncia ainda apresenta

substacircncias e organismos capazes de influenciarem na qualidade da aacutegua

subterracircnea

Uma indicaccedilatildeo da poluiccedilatildeo potencial das aacuteguas subterracircneas por

nitratos oriundos de fossas seacutepticas pode ser observado no exemplo a seguir

Uma populaccedilatildeo de 20 pessoashaacute representa uma descarga de ateacute 100

Kghaacuteh no solo a qual se fosse oxidada e lixiviada pela infiltraccedilatildeo por 100

mma de chuvas resultaria em uma descarga local com concentraccedilatildeo de 100

mg1N-NO3

19 Tabela 2

CLASSE DE IMPACTO

AMBIENTAL

CENAacuteRIO

lsquorsquoArsquorsquo

MUITO BAIXO

bull TRATAMENTO PUacuteBLICO COMPLETO ndash O

esgoto eacute canalizado em todo o seu trajeto ateacute

a estaccedilatildeo puacuteblica de tratamento onde passa

por um processamento completo

bull TRATAMENTO PRIVADO COMPLETO ndash O

esgoto passa por tratamento privado

completo e depois segue para a rede puacuteblica

ou diretamente ao ambiente

lsquorsquoBrsquorsquo BAIXO

TRATAMENTO PRIVADO PARCIAL COM REDE

PUacuteBLICA DE COLETA ndash O esgoto escoa

canalizado e passa por um tratamento parcial mas

eficiente antes de ser lanccedilado na rede puacuteblica

rsquoCrsquorsquo MEacuteDIO

bull FOSSA SEacutePTICA MAIS SUMIDOURO ndash O

esgoto eacute canalizado ateacute uma fossa seacuteptica

seguida de sumidouro

bull REDE PUBLICA DE COLETA SEM

TRATAMENTO ndash O esgoto das residecircncias eacute

canalizado para uma rede puacuteblica de coleta

sem tratamento

lsquorsquoDrsquorsquo ALTO

FOSSA NEGRA ndash O esgoto eacute lanccedilado sem

tratamento em uma fossa negra onde contamina o

solo e as aacuteguas subterracircneas

lsquorsquoErsquorsquo MUITO ALTO

ESGOTO A CEacuteU ABERTO ndash O esgoto natildeo eacute

canalizado em nenhuma etapa do seu trajeto ateacute o

corpo receptor

Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES

De acordo com a tabela 2 a aacuterea estudada ndash Praia da Gamboa ndash se

encontra na classe de impacto ambiental nos niacuteveis ldquoCrdquo meacutedio ldquoDrdquo alto e ldquoErdquo

20 muito alto Demonstrando alto risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas

tornando-as improacuteprias ao consumo humano

21

3- GERENCIAMENTO SUSTENTAVEacuteL DOS

RECURSOS HIacuteDRICOS

A demanda de aacutegua para abastecimento puacuteblico e demais atividades

antroacutepicas incrementada pelo crescimento demograacutefico registrado na praia da

Gamboa na uacuteltima deacutecada tem contribuiacutedo fortemente para a degradaccedilatildeo das

reservas hiacutedricas subterracircneas Aliada ainda ao descarte de efluentes e

resiacuteduos das atividades urbanas esta questatildeo ressalta a necessidade do

conhecimento de seu significado com vistas agrave minimizaccedilatildeo e controle de

impactos e reserva de condiccedilotildees baacutesicas que assegurem a preservaccedilatildeo dos

recursos hiacutedricos para geraccedilotildees futuras Desta forma torna-se necessaacuterio a

implantaccedilatildeo de medidas que visem uma gestatildeo ambientalmente sustentaacutevel da

qualidade e da quantidade dos recursos hiacutedricos assim todos os usos da aacutegua

requerem que a sua qualidade estejam dentro dos limites preacute-determinados

para os usos especiacuteficos portando o binocircmio quantidadequalidade eacute

indissociaacutevel

O gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos na praia da Gamboa

fundamenta-se nos quatros princiacutepios baacutesicos recomendados e enunciados

pela Declaraccedilatildeo de Dublin por ocasiatildeo da Conferecircncia Internacional sobre

Aacutegua e Meio Ambiente em 1992 e posteriormente ratificados e inseridos na

Agenda 21-Eco 92 Os princiacutepios enumeram-se em 1-A aacutegua doce eacute um

recurso finito e vulneraacutevel essencial para a sustentaccedilatildeo da vida do

desenvolvimento e do meio ambiente 2-O desenvolvimento e a gestatildeo

integrada de recursos hiacutedricos devem ser participativos envolvendo usuaacuterios

planejadores e tomadores de decisotildees poliacuteticos em todos os niacuteveis 3-As

mulheres desempenham papel principal no abastecimento domeacutestico na

gestatildeo e na proteccedilatildeo da aacutegua e 4-A aacutegua tem um valor econocircmico em todos

os seus usos competitivos e deve ser reconhecida como um bem econocircmico

assim como um bem social

Considerando tais princiacutepios a implantaccedilatildeo da Gestatildeo dos Recursos

Hiacutedricos na Praia da Gamboa contaraacute com uma accedilatildeo e intervenccedilatildeo articuladas

entre o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo a

22 implementaccedilatildeo de um Saneamento Ambiental5 e o estimulo ao uso de

tecnologia limpa na construccedilatildeo civil e na elaboraccedilatildeo de casas com um sistema

integrado de reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais

31-Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a

Vidardquo

O Projeto de Educaccedilatildeo6 Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

apresenta como foco central a promoccedilatildeo e a reflexatildeo da comunidade escolar e

de suas adjacecircncias sobre os problemas ambientais e a busca de soluccedilotildees

Estimulando e preparando os alunos para serem agentes transformadores

desenvolvendo novas habilidades e condutas ambientalmente corretas atraveacutes

de uma postura eacutetica condizentes ao exerciacutecio da cidadania

A escola foi o local escolhido para realizaccedilatildeo do projeto devido a

considerarmos como espaccedilo social e o local onde o aluno daraacute sequumlecircncia ao

seu processo de socializaccedilatildeo O que nela se faz se diz e se valoriza

representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova

Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na praacutetica

no cotidiano da vida escolar e da vida comunitaacuteria contribuindo para a

formaccedilatildeo de cidadatildeos responsaacuteveis

O projeto abordaraacute a problemaacutetica sobre a escassez da aacutegua e o seu

uso racional a niacutevel escolar e domeacutestico a fim de evitar desperdiacutecios e

promover uma nova forma de pensar e agir mudando seus haacutebitos e

desenvolvendo formas de economizar aacutegua

5Eacute o conjunto de accedilotildees socioeconocircmicas que tem por objetivo alcanccedilar Salubridade Ambiental por meio de abastecimento de aacutegua potaacutevel coleta e disposiccedilatildeo sanitaacuteria de resiacuteduos soacutelidos liacutequidos e gasosos promoccedilatildeo da disciplina sanitaacuteria de uso do solo drenagem urbana controle de doenccedilas transmissiacuteveis e demais serviccedilos e obras especializadas com a finalidade de proteger e melhorar as condiccedilotildees de vida urbana e rural 6 ART1ordm Entende-se por educaccedilatildeo ambiental os processos por meio dos quais o indiviacuteduo e a coletividade constroem valores sociais conhecimentos e habilidades atitudes e competecircncias voltadas para a conservaccedilatildeo do meio ambiente bem de uso comum do povo agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade

23 Objetivos

Objetivo Geral

Contribuir na formaccedilatildeo da conscientizaccedilatildeo da comunidade escolar da

Escola Estadual Paulo Scofano (Municipalizada) localizada na Praia da

Gamboa - no uso racional da aacutegua e desenvolver saberes e competecircncias que

propiciem mudanccedilas de haacutebitos e atitudes que natildeo satildeo condizentes com a

sustentabilidade dos Recursos Hiacutedricos e Ambientais

Objetivos Especiacuteficos

1- Identifica problemas e soluccedilotildees voltadas para a questatildeo do consumo

consciente dos recursos hiacutedricos

2- Incentivar o uso de tecnologias limpas na construccedilatildeo civil e de

reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais

3- Estimular praacuteticas adequadas de Saneamento Ambiental e de haacutebitos

de higiene pessoal

4- Desenvolver oficinas de horta comunitaacuteria com a praacutetica de adubaccedilatildeo

orgacircnica (desenvolvimento sustentaacutevel)

5- Buscar parcerias para a execuccedilatildeo do projeto

6- Integrar as accedilotildees do projeto de Educaccedilatildeo Ambiental agraves propostas

pedagoacutegicas da escola

Justificativa

O presente projeto apresenta relevacircncia devido agrave problemaacutetica da

escassez da aacutegua doce na atualidade recurso natura indispensaacutevel para

todas as formas de vida O desperdiacutecio e uso indisciplinado dos recursos

hiacutedricos promovem a contaminaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo do solo de mananciais e de

aquumliacuteferos implicando na geraccedilatildeo de problemas soacutecio-econocircmico-ambientais a

curto meacutedio e longo prazo Desta forma uma das alternativas viaacuteveis e de

baixo custo para a minimizaccedilatildeo ou mesmo soluccedilatildeo do problema eacute uma

profunda reflexatildeo e alteraccedilatildeo eacutetica-comportamental da populaccedilatildeo que por sua

vez poderaacute pressionar atraveacutes do conhecimento adquiridos pelo projeto o

24 governo a fim de exigir seus direitos e exercer seus deveres no que tange agrave

formulaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas referentes agrave utilizaccedilatildeo de recursos

naturais

Na ultima deacutecada a demanda pela a aacutegua cresceu significamente na

Praia da Gamboa devido ao crescimento demograacutefico da regiatildeo Assim torna-

se necessaacuterio uma Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos locais e de acordo com a

Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash ART 1ordm - VI-a gestatildeo dos recursos

hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder

Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Assim a implementaccedilatildeo do Projeto

de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo constitui uma

complementaccedilatildeo ao mecanismo de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos

que seratildeo implementados na Praia da Gamboa

Metas

1- Realizar palestras sobre Educaccedilatildeo Ambiental e o uso racional da aacutegua

para a comunidade escolar e para as famiacutelias dos alunos

2- Trabalhar o conceito dos 3Rs (Reduzir Reutilizar e Reciclar)

3- Realizar um diagnoacutestico soacutecio-ambiental da Praia da Gamboa

4- Avaliar a aacutegua da escola com a ajuda dos professores do niacutevel

fundamental ndash ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) e de suas respectivas turmas

5- Promover workshop sobre consumo consciente e reutilizaccedilatildeo das

aacuteguas pluviais

6- Criar a horta comunitaacuteria nas adjacecircncias da escola com a ajuda da

comunidade da Praia da Gamboa

7- Visita aos mananciais de abastecimento da Praia da Gamboa

8- Desenvolver indicadores ambientais de anaacutelise dos recursos hiacutedricos

utilizando peixes como bio-indicadores da qualidade e vitalidade dos

rios e mananciais demonstrando sua importacircncia no equiliacutebrio do

ecossistema aquaacutetico

9- Avaliaccedilatildeo anual do programa

25 Puacuteblico alvo

O Projeto ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo apresenta como puacuteblico

alvo os alunos do Ensino Fundamental ndash Ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) da Escola

Estadual Paulo Scofano (municipalizada) e a comunidade da Praia da

Gamboa que se identifica com a proposta do projeto

Cronograma das atividades 2009

Atividades

meses

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12

Realizaccedilatildeo de

palestras de EA

- - X

Trabalhar o 3Rs X

Visita aos

mananciais

X

Realizaccedilatildeo do

Workshop

X

Criaccedilatildeo da Horta

comunitaacuteria

X X X

Avaliaccedilatildeo da aacutegua

da escola

X X

Realizaccedilatildeo do

diagnoacutestico soacutecio-

ambiental

X X

Criaccedilatildeo dos

indicadores

ambientais

X X

26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS

O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da

Praia da Gamboa

Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado

pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento

sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se

expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos

cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos

a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que

desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo

Infelizmente estamos muito longe disso

A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona

intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico

tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo

de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade

de chuva aiacute eacute muito grande

321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente

Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as

companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os

domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o

acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro

Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de

baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela

seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta

a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de

filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos

caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou

27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o

telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna

Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas

somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo

atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior

Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento

drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -

seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la

sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e

importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais

Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta

uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de

meacutetodos modernos de filtragem e estocagem

322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais

Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais

e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais

racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da

Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa

privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior

escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel

A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e

seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as

enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua

Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de

aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por

estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a

energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla

28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos

os produtos que economizem aacutegua

A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver

ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o

quanto antes

Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da

Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a

uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua

potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais

A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais

1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de

calhas

2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior

3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio

superior

4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias

sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc

29

Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de

Aacuteguas Pluviais

GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais

30

33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO

Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais

decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da

Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de

extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com

frequumlecircncia na regiatildeo

Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um

processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo

mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo

constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se

caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)

Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos

e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras

vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e

funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo

As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa

anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)

Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de

sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo

permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes

resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo

Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50

sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de

lagoas

Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees

estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de

uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de

volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias

vezes a taxa de produccedilatildeo

A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo

fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute

31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que

as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica

A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de

reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa

regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa

A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A

profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo

de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da

lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor

A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial

Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as

aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas

O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e

constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs

zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa

O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante

este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que

iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria

orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o

lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute

a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas

dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa

liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa

(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute

fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela

fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para

isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas

devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo

solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de

oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e

consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e

32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo

praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas

Fotossiacutentese

CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2

Respiraccedilatildeo

Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia

A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de

oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a

noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua

ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute

denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre

por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia

quando na presenccedila de oxigecircnio

As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de

oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de

sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que

a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90

de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste

no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades

das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com

volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de

detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias

Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de

organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas

apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com

o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente

Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo

natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse

fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua

33

CONCLUSAtildeO

O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem

desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de

efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais

devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais

ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e

natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas

e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente

Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e

democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio

e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a

participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da

populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo

concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo

essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade

dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos

deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com

sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento

Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo

ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e

uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de

habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que

praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal

Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor

gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma

Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa

7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico

34

BIBLIOGRAFIA

LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997

35

WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009

36

ANEXOS

ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1

Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa

37 Foto 2

Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa

38 Foto 3

Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa

39 Foto 4

Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar

40 Foto 5

Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo

41 Foto 6

Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua

42 Foto 7

Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

43

ANEXO 2

TABELAS DE INFECCcedilOtildeES

TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua

CATEGORIA INFECCcedilAtildeO

1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias

relacionada com a higiene) disenteria amebiana

balantidiacutease

enterite campylobacteriana

coacutelera

diarreacuteia por escherichia coli

giardiacutease

diarreacuteia por rotaviacuterus

salmonelose

disenteria bacilar

Febres enteacutericas

febre tifoacuteide

febre paratifoacuteide

Poliomielites

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease

2 Relacionada com a higiene

a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele

Doenccedilas infecciosas dos olhos

b) Outras Tifo transmitida por pulgas

Febre recorrente transmitida por pulgas

3 Baseada na aacutegua

a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose

b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e

Outras infecccedilotildees por helmintos

4 Transmissatildeo por inseto vetor

a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono

b) Procriam na aacutegua Malaacuteria

Arboviroses

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose

FONTE HELLER 1997

44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997

Page 6: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · destacar, a transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste

6

METODOLOGIA

A metodologia utilizada para elaboraccedilatildeo deste trabalho a fim de servir

como ferramentas que possibilitaram a sua efetivaccedilatildeo constituiacuteram-se

pesquisas bibliograacuteficas e webegraacuteficas para aprofundar o debate acerca dos

impactos ambientais e mecanismos de conservaccedilatildeo e preservaccedilatildeo dos

Recursos Hiacutedricos O conhecimento empiacuterico por meio de visitas de campo na

Praia da Gamboa para elaboraccedilatildeo de um diagnoacutestico preliminar dos Recursos

Hiacutedricos locais e a experiecircncia com o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental que

esta sendo realizado na Escola Estadual Paulo Scofano (municipalizada)

localizada na Praia da gamboa

7

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO 1

A GENEcircSE DA URBANIZACcedilAtildeO E O CRESCIMENTO 9

DA ZONA COSTEIRA

11 A urbanizaccedilatildeo da Zona Costeira 11

CAPIacuteTULO 2

OS IMPACTOS AMBIENTAIS DO CRESCIMENTO 15

DESORDENADO NA PRAIA DA GAMBOA

CAPIacuteTULO 3

O GERENCIAMENTO SUSTENTAVEL DOS RECURSOS HIacuteDRICOS 21

31 Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo 22

32 Reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais 26

321 Aacuteguas das chuvas ndash Como esta sendo uacutetil na atualidade 26

322 Gerenciamento Integrado das aacuteguas pluviais 27

33 Lagoas de Estabilizaccedilatildeo 30

CONCLUSAtildeO 33

BIBRIOGRAacuteFIA 34

WEBGRAacuteFIA 35

ANEXOS

Fotografias 36

Tabelas 43

8

INTRODUCcedilAtildeO

Esta monografia tem como objetivo central analisar os impactos

ambientais nos Recursos Hiacutedricos resultantes do processo de transformaccedilatildeo

urbana e crescimento demograacutefico na praia da Gamboa localizada na Ilha de

Itacuruccedila (na Baiacutea de Sepetiba) no quarto distrito do Municiacutepio de

Mangaratiba Aleacutem de propor medidas alternativas atraveacutes de uma gestatildeo

ambiental participativa dos recursos hiacutedricos com a finalidade de mitigar os

efeitos danosos do processo para a populaccedilatildeo da ilha

As consequumlecircncias ambientais dessa transformaccedilatildeo estatildeo relacionadas agrave

falta de poliacuteticas puacuteblicas na aacuterea habitacional a um governo local altamente

populista e a accedilatildeo de atores que percebendo esse quadro se aproveitam para

comercializar e lucrar com a venda dos lotes de terras

Os impactos ambientais desta ocupaccedilatildeo desordenada tornaram-se

particularmente criacuteticos na praia da Gamboa pois esta localizada em uma

regiatildeo altamente susceptiacutevel agrave degradaccedilatildeo tendo em vista a presenccedila de

nascentes corpos drsquoaacutegua aacuteguas subterracircneas aleacutem da vegetaccedilatildeo de Mata

Atlacircntica de grande importacircncia para o ecossistema da regiatildeo

Outra problemaacutetica a ser abordada nesta monografia eacute a precariedade

do sistema de saneamento baacutesico existentes na Praia da Gamboa e propor

mecanismos economicamente viaacuteveis de um Saneamento Ambiental que

atenta as exigecircncias demograacuteficas da praia e a conservaccedilatildeo e preservaccedilatildeo dos

Recursos Hiacutedricos locais

9

1 - A GEcircNESE DA URBANIZACcedilAtildeO E O CRESCIMENTO

DA ZONA COSTEIRA

O primeiro surto de urbanizaccedilatildeo1 no Brasil deu-se no seacuteculo XVIII com o

denominado Ciclo da Mineraccedilatildeo Essa atividade econocircmica contribuiu para

esse processo devido a alguns motivos Dentre os principais motivos podemos

destacar a transferecircncia da capital da colocircnia de Salvador para o Rio de

Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste accedilucareiro para o

Sudeste auriacutefero dando origem a vaacuterias Vilas e Cidades (Ouro Preto MG e

Goiaacutes Velho GO) e promovendo a interiorizaccedilatildeo do crescimento econocircmico do

paiacutes

ldquoA interiorizaccedilatildeo do povoamento foi devida de um lado agrave mineraccedilatildeo

e de outro agrave criaccedilatildeo de gado nas fazendas A exploraccedilatildeo dos

diamantes e do ouro foi responsaacutevel pela existecircncia de inuacutemeros

nuacutecleos de vida urbana no interior dos Estados de minas Gerais

Bahia Goiaacutes e Mato Grossordquo (SANTOS M E SILVEIRA M 2001

P 33)

No iniacutecio do seacuteculo XIX as antigas cidades litoracircneas retomaram o seu

crescimento devido agrave retomada do dinamismo do setor agraacuterio exportador

brasileiro

Em 1808 a vinda da Famiacutelia Real Portuguesa agrave Colocircnia proporcionou

por um lado o crescimento demograacutefico e por outro lado garantiu uma

transformaccedilatildeo urbaniacutestica O Brasil comeccedilou a viver momentos de

transformaccedilatildeo no perfil arquitetocircnico de suas principais cidades

A partir da segunda metade do seacuteculo XIX as principais cidades

brasileiras passaram a receber infra-estrutura o territoacuterio passa a receber

melhorias teacutecnicas ndash implantaccedilatildeo de sistema hidraacuteulico de iluminaccedilatildeo de

transporte coletivo e rede de esgoto ateacute planos urbaniacutesticos de logradouros

puacuteblicos praccedilas e vias arborizadas

No iniacutecio do seacuteculo XX a induacutestria foi um instrumento de povoamento

Nas primeiras deacutecadas desse seacuteculo verificamos uma transformaccedilatildeo soacutecio- 1 Ocorre Urbanizaccedilatildeo quando a populaccedilatildeo no meio urbano cresce a taxas maiores que a populaccedilatildeo total O processo de urbanizaccedilatildeo eacute resultado principalmente do ecircxodo rural

10 econocircmica pois a induacutestria avanccedila apoacutes as pequenas crises de 1920 e 1924

poreacutem a economia cafeeira comeccedila a se agravar com a poliacutetica de estocagem

Com a crise mundial de 1929 a economia predominantemente exportadora

provoca a decadecircncia do sistema agraacuterio essa decadecircncia abre as portas

para o fortalecimento da economia industrial orientada para o mercado interno

dentro do processo de substituiccedilatildeo de importaccedilotildees

As mudanccedilas relativas agrave passagem da pequena para a meacutedia e para a

grande induacutestria proporcionaram um crescente processo de urbanizaccedilatildeo ao

redor das grandes cidades e a formaccedilatildeo de uma populaccedilatildeo urbana

consequumlecircncia de um intenso ecircxodo rural devido a necessidade de matildeo-de-obra

nessas cidades

O Brasil passou por dois fenocircmenos que merecem destaque quando se

fala em ambientes urbanos a industrializaccedilatildeo (tardia) - iniciada no poacutes-Guerra -

e a urbanizaccedilatildeo acelerada que a seguiu No curso desse processo reflexo das

poliacuteticas desenvolvimentistas entatildeo vigentes uma seacuterie de regras de proteccedilatildeo

ao meio ambiente e aos cidadatildeos foi desrespeitada ou mesmo desconsiderada

A urbanizaccedilatildeo no Brasil natildeo foi acompanhada de igual ritmo de

industrializaccedilatildeo e geraccedilatildeo de empregos por isso desde os anos de 1950 a

formaccedilatildeo das cidades brasileiras vem construindo um cenaacuterio de contrastes

paisagens que mostram lado a lado o moderno e o tradicional o

excessivamente luxuoso e o paupeacuterrimo bairros ricos ao lado de grandes

comunidades empresaacuterios executivos com seus carros luxuosos cortam

avenidas onde crianccedilas vendem doces em semaacuteforos edifiacutecios inteligentes

vizinhos de preacutedios degradados e cheios de corticcedilos para dar alguns

exemplos

Vilmar Farias (1991) a esse respeito ressalta que o processo de

urbanizaccedilatildeo brasileira produziu uma gigantesca concentraccedilatildeo demograacutefica nas

grandes cidades e metroacutepoles Criou e concentrou riquezas mas natildeo levou a

plena institucionalizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho capaz de absorver os

contingentes populacionais expulsos do campo Com isso foi gerada uma

constante populaccedilatildeo excedente sujeita a acintosos processos de espoliaccedilatildeo

11 urbana2 e ao mesmo tempo e pelo mesmo processo se produziu uma enorme

pujanccedila econocircmica concentrada em ilhas de prosperidade Na opiniatildeo do

autor

[] a sociedade urbana resultante do processo de crescimento

urbanizaccedilatildeo e mudanccedila dos uacuteltimos trinta anos apresenta-se

estruturalmente com uma sociedade complexa espacial

ocupacional e socialmente diversificada unificada mas heterogecircnea

segmentada e sobretudo profundamente desigual []

(FARIAS1991p105)

Dos anos de 1950 aos dias atuais a parcela da populaccedilatildeo brasileira que

vivia em cidades cresceu de 36 para 81 Natildeo obstante os evidentes

desequiliacutebrios ambientais decorrentes desse processo nos saltam a olhos

vistas Nessas cidades detectamos problemas ambientais como poluiccedilatildeo do

ar sonora e hiacutedrica destruiccedilatildeo dos recursos naturais desintegraccedilatildeo social

desemprego deacuteficit habitacional dentre outros Que satildeo percebido por todos

mas com intensidades diferentes

a forma que o espaccedilo de assentamento assume natildeo eacute

necessariamente beneacutefica a qualquer um () Tanto o capital quanto

o trabalho satildeo obrigados a viver num meio ambiente difiacutecil de

controlar mas cujos efeitos negativos sempre podem ser mais bem

transcendidos pelo rico e pelo poderoso (GOTTDIENER 1993

p268)

11-Urbanizaccedilatildeo da zona costeira

A zona costeira3 brasileira que compreende uma faixa de 8698 Km de

extensatildeo estendendo-se desde Cabo Orange (5ordm N) ateacute o Chuiacute (34ordm S) e

largura variaacutevel contempla um conjunto de ecossistemas contiacuteguos

sobre uma aacuterea de aproximadamente 388 mil Km2 sendo a maior parte

situada nas regiotildees tropicais e subtropicais

2 Espoliaccedilatildeo Urbana eacute conceituada por como ldquoo somatoacuterio de extorsotildees que se opera atraveacutes da inexistecircncia ou precariedade de serviccedilos de consumo coletivo que se apresentam como socialmente necessaacuterios em relaccedilatildeo aos niacuteveis de subsistecircncia e que agudizam ainda mais a dilapide accedilatildeo que se realiza no acircmbito das relaccedilotildees de trabalhordquo (KOWARIICK p 591980) 3 Zona Costeira ou Faixa Litoracircnea corresponde agrave zona transiccedilatildeo entre o domiacutenio continental e o domiacutenio marinho Eacute uma faixa complexa dinacircmica mutaacutevel e sujeita a vaacuterios processos geoloacutegicos

12 Abrange uma faixa terrestre com um conjunto de municiacutepios e

uma aacuterea marinha que corresponde ao mar territorial brasileiro com

largura de 12 milhas naacuteuticas a partir da linha de costa

O litoral brasileiro eacute caracterizado por uma grande diversidade de

ecossistemas ndash de estuaacuterios de manguezais de recifes de corais de

planiacutecies inundaacuteveis e etc Esses recursos podem gerar meios de

subsistecircncia para as pessoas aleacutem de proporcionar a conservaccedilatildeo da

fauna local e de sua vegetaccedilatildeo

O uso e a ocupaccedilatildeo do solo tecircm sido feitas de forma intensiva e de

modo aleatoacuterio acarretando em danos ambientais e de sauacutede puacuteblica

consequumlecircncias da disposiccedilatildeo inadequada dos resiacuteduos soacutelidos e o

lanccedilamento de esgotos e de efluentes industriais nos corpos drsquoaacutegua que

afetam os principais setores econocircmicos dessa aacuterea ndash turismo pesca e a

aquumlicultura - para as populaccedilotildees autoacutectones

Constata-se que nessa aacuterea se concentra quase um quarto da

populaccedilatildeo brasileira em torno de 365 milhotildees de pessoas

A especulaccedilatildeo imobiliaacuteria o aumento da densidade demograacutefica e

o desenvolvimento do turismo tecircm criado ultimamente situaccedilotildees de

conflito na zona costeira brasileira

Casas de veraneio hoteacuteis parques aquaacuteticos e condomiacutenios

destinados agraves classes mais abastadas provocam o crescimento

populacional que impacta de forma negativa nos ambientes naturais

concorrendo agrave destruiccedilatildeo dos ecossistemas costeiros

A questatildeo locacional traz em seu bojo a produccedilatildeo e reproduccedilatildeo

do capital O capital comanda o territoacuterio (M Santos 2001) O lugar vale

mais ou menos pelas teacutecnicas que adquire A localizaccedilatildeo litoracircnea eacute

diferente por apresentar caracteriacutesticas proacuteprias de recursos naturais de

ocupaccedilatildeo e navegaccedilatildeo

A formaccedilatildeo do territoacuterio brasileiro foi baseada na ocupaccedilatildeo do

litoral que assegurava os fluxos econocircmicos baseado nas exportaccedilotildees

13 de mateacuterias-primas agrave Europa ldquoo sentido da colonizaccedilatildeordquo (PRADO JR

1942) Cada porto polarizava regiotildees interiores gerando zonas de

adensamento em suas proximidades no qual se constituiacuteram as

primeiras redes de cidades

No final do periacuteodo colonial vemos uma secccedilatildeo no espaccedilo

litoracircnea de um lado cidades portuaacuterias que se tornaram centros de

produccedilatildeo local comandando a circulaccedilatildeo de sistemas produtivos

especiacuteficos e por outro lado grandes aacutereas litoracircneas despovoadas que

originaram agraves populaccedilotildees litoracircneas tradicionais ndash tribos indiacutegena e

escravos foragidos Na Costa Verde temos o exemplo da restinga da

Marambaia com sua populaccedilatildeo de quilombolas

O advento da ferrovia diminuiu a vantagem locacional da zona

costeira Agora estar proacuteximo das fontes de energia e das mateacuterias-

primas era mais vantajoso assim a ferrovia vai promover o crescimento

industrial e a urbanizaccedilatildeo no interior do territoacuterio

Na segunda metade do seacuteculo XX as chamadas ldquocidades mortasrdquo

distribuiacutedas ao longo do litoral brasileiro ndash aacutereas de obsolescecircncia - junto

com aacutereas pouco povoadas ocupadas por populaccedilotildees tradicionais iriam

se constituir nas zonas de asseacutedio do surto de ocupaccedilatildeo da zona

costeira a partir dos anos de 1950

No final da deacutecada de 1950 com a substituiccedilatildeo de importaccedilotildees e o

afluxo de capitais internacionais no paiacutes vai haver uma transformaccedilatildeo na

forma de ocupaccedilatildeo da costa brasileira consolida-se a dinacircmica do

processo urbano-industrial central refletido no espaccedilo geograacutefico do

litoral

Assim sendo importantes ramos industriais no processo de

industrializaccedilatildeo brasileira passaram a serem implantados com a

necessidade de insumos que viessem de fora logo a proximidade dos

portos se tornou estrateacutegica

14 As consequumlecircncias desse afluxo de induacutestrias agraves aacutereas litoracircneas

no acircmbito ambiental eacute a poluiccedilatildeo causada pelos dejetos resultantes dos

processos industriais no acircmbito social a atraccedilatildeo de fluxos migratoacuterios

para os locais de sua instalaccedilatildeo

Entretanto nem todo contingente populacional seraacute absorvido pela

induacutestria e o setor de serviccedilos Aos excluiacutedos resta eacute a informalidade A

esses contingentes populacionais que natildeo dispotildee de alternativas para

morar restam espaccedilos deixados sem uso por outras atividades

Geralmente esses lugares satildeo improacuteprios para habitaccedilatildeo como em

encostas e aacutereas sujeitas a inundaccedilatildeo inclusive aacutereas de proteccedilatildeo

ambiental (mananciais de aacutegua manguezais e etc)

A ocupaccedilatildeo desordenada desses espaccedilos marginais que eacute

consequumlecircncia da segregaccedilatildeo soacutecio-espacial provoca danos ambientais

desastrosos onde a falta de infra-estrutura como coleta de lixo aacutegua

encanada e tratamento de esgoto compromete a qualidade de vida das

pessoas

15

2 - OS IMPACTOS AMBIENTAIS DO CRESCIMENTO

DESORDENADO NA PRAIA DA GAMBOA

Haacute um crescimento da urbanizaccedilatildeo no municiacutepio de Mangaratiba

devido agrave especulaccedilatildeo imobiliaacuteria que atinge a zona costeira do Rio de Janeiro

jaacute que essa regiatildeo possui um solo com valor alto no mercado de terras solo

esse consumido pela classe meacutedia alta com casas de veraneios proacuteximas a

praias ou pela rede de hotelaria Na contramatildeo deste processo haacute aqueles que

natildeo possuem poder aquisitivo para usufruir agrave habitaccedilatildeo bem indispensaacutevel agrave

reproduccedilatildeo da vida humana Assim participam de um processo urbano

desordenado em aacuterea irregular ou informal esse tipo inadequado de ocupaccedilatildeo

do solo provoca graves impactos ambientais dentre eles a insuficiecircncia ao

acesso agrave aacutegua

Existe uma legislaccedilatildeo de proteccedilatildeo de mananciais aprovada na

maioria dos Estados brasileiros que protege a bacia hidrograacutefica utilizada para

abastecimento das cidades Nessas aacutereas eacute proibido o uso do solo urbano que

possa comprometer a qualidade da aacutegua de abastecimento Poreacutem por causa

do crescimento das cidades essas aacutereas foram pressionadas agrave ocupaccedilatildeo pelo

valor imobiliaacuterio da vizinhanccedila e pela falta de interesse do proprietaacuterio em

proteger a aacuterea jaacute que essa perdeu o valor em razatildeo da legislaccedilatildeo e ainda

necessita pagar imposto que recaem sobre ela Essas aacutereas satildeo invadidas pela

populaccedilatildeo de baixa renda e a consequumlecircncia imediata eacute o aumento da

poluiccedilatildeo Muitos proprietaacuterios incentivaram a invasatildeo ateacute para poder vender a

propriedade para o poder puacuteblico

Na Ilha de Itacuruccedila mais especificamente na praia da Gamboa se

vivencia esse processo os impactos ambientais na regiatildeo acentuam-se devido

agrave ausecircncia de uma gestatildeo integrada dos recursos hiacutedricos (GIRH) que

envolveria abastecimento saneamento coleta e tratamento de efluentes

domeacutesticos e industriais drenagem urbana e gestatildeo dos resiacuteduos soacutelidos A

falta da (GIRH) e de um planejamento urbano na praia da Gamboa contribui

para o surgimento de problemas com a infra-estrutura da aacutegua A falta de

tratamento de esgoto em grande parte da regiatildeo faz com que os efluentes

16 sejam escoados e lanccedilados para o mar em sua trajetoacuteria os efluentes poluem

o solo e prejudica os recursos hiacutedricos locais essa medida de escoamento do

esgoto tambeacutem acarreta a deterioraccedilatildeo da qualidade da aacutegua por falta de

tratamento dos efluentes o que tem criado potenciais riscos ao abastecimento

da populaccedilatildeo em vaacuterios cenaacuterios o mais criacutetico tem sido a ocupaccedilatildeo das aacutereas

de contribuiccedilatildeo de reservatoacuterios de abastecimento urbano que eutrofizados

podem produzir riscos agrave sauacutede da populaccedilatildeo

A maioria dos recursos hiacutedricos na Praia da Gamboa encontra-se

seriamente comprometidos em funccedilatildeo da poluiccedilatildeo por resiacuteduos urbanos

extremamente agressivos Para mitigar essa realidade se faz necessaacuterio

diminuir a degradaccedilatildeo ambiental atraveacutes do saneamento baacutesico da educaccedilatildeo

ambiental formal e a natildeo formal e a tentativa de diminuir a pobreza

Zelar pela qualidade das aacuteguas significa garantir a cidadania os direitos

universal dos cidadatildeos que eacute o acesso com seguranccedila a esse recurso natural

fundamental para a existecircncia de uma vida saudaacutevel tendo em vista que

garantir o fornecimento de aacutegua a uma comunidade em quantidade e

qualidade adequadas significa ndash em essecircncia ndash praticar um ato de justiccedila

social

Testificam-se nos periacuteodos de estiagem e periacuteodos do veratildeo a falta

de aacutegua situaccedilatildeo de grande desconforto para grande parte desta comunidade

que tecircm de comprar aacutegua para beber por um preccedilo mais oneroso por se tratar

de um lugar de difiacutecil acesso Assim obter uma Gestatildeo Integrada dos Recursos

Hiacutedricos (GIHR) eacute de extrema importacircncia para garantia da preservaccedilatildeo e

conservaccedilatildeo dos mananciais e fontes de aacutegua da regiatildeo

O saneamento baacutesico4 possui estreita aproximaccedilatildeo com as questotildees

ambientais A captaccedilatildeo de recursos hiacutedricos tratamento distribuiccedilatildeo e

posterior disposiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos provocam significativas alteraccedilotildees 4 Decreto no 82587|78 define a amplitude do serviccedilo de saneamento baacutesico Art 2ordm [] Paraacutegrafo 2ordm Os serviccedilos de saneamento baacutesico compreendem a) os sistemas de abastecimento de aacutegua definidos como conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamento que tem por finalidade captar aduzir tratar e distribuir aacutegua b) os sistemas de esgotos definidos como o conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamentos que tecircm por finalidade coletar transportar e dar destino final agraves aacuteguas residuaacuterias ou servidas

17 ambientais Os esgotos urbanos constituem-se na principal fonte poluidora dos

recursos hiacutedricos comprometendo seus outros possiacuteveis usos

O abastecimento de aacutegua na Praia da Gamboa se daacute de forma prioritaacuteria

pelas nascentes de aacutegua da ilha que satildeo canalizadas e armazenadas em

grandes reservatoacuterios drsquoaacutegua ateacute chegar agraves casas e atraveacutes de poccedilos

artesianos perfurados dentro do terreno de algumas casas

No municiacutepio de Mangaratiba 627 do esgoto ocorrem por meio de utilizaccedilatildeo

de fossas seacutepticas (roda peacute) 14 em fossas rudimentares 39 satildeo ligados a

uma vala e 24 lanccedilados diretamente em um corpo receptor (rio lagoa eou

mar)

Essa realidade do municiacutepio se repete na praia da Gamboa poreacutem

de forma mais problemaacutetica pois a maior parte do esgoto local eacute destinada

para verdadeiras fossas negras em ceacuteu aberto e a uacutenica medida de

saneamento satildeo as fossas seacutepticas essas funcionam como uma unidade de

sedimentaccedilatildeo e digestatildeo anaeroacutebia (ausecircncia de oxigecircnio) de escoamento

contiacutenuo sendo projetada para ser construiacuteda com material estanque (agrave prova

de aacutegua) para receber as aacuteguas residuaacuterias Para a fossa seacuteptica devem ser

encaminhados todos os despejos domeacutesticos e a sua velocidade de

permanecircncia do liquido na fossa permitem a separaccedilatildeo da fraccedilatildeo soacutelida do

liacutequido proporcionando assim a digestatildeo limitada da mateacuteria orgacircnica e o

acuacutemulo dos soacutelidos permitindo que o liacutequido um pouco mais clarificado seja

destinado a uma aacuterea de absorccedilatildeo (sumidouro)

Sem duvida o tratamento dos esgotos domeacutesticos nas fossas

seacutepticas quando praticado em aacutereas sem rede de esgoto pode oferecer niacuteveis

adequados de serviccedilo para a disposiccedilatildeo de excretas em pequenas

comunidades contudo em grandes aacutereas urbanas ou em aacutereas em expansatildeo

urbana como eacute o caso da Ilha de Itacuruccedila varias fossas apresentam um risco

de migraccedilatildeo direta de bacteacuterias viacuterus e nutrientes para aquumliacuteferos subjacentes e

fontes vizinhas de aacuteguas subterracircneas Assim as fossas seacutepticas natildeo satildeo

consideradas a mais eficiente rede de tratamento dos efluentes na gestatildeo dos

recursos hiacutedricos pois pode contaminar as aacuteguas subterracircneas atraveacutes

18 despejo de resiacuteduos domeacutesticos aleacutem funcionar como uma fonte permanente

de contaminaccedilatildeo

EFICIEcircNCIA DE FOSSAS SEacutePTICA

A fossa seacuteptica reduz a concentraccedilatildeo dos soacutelidos sedimentaacuteveis e a

demanda bioquiacutemica de oxigecircnio (DBO5) sendo que a eficiecircncia de remoccedilatildeo

destes pode ser ampliada pelo prolongamento do tempo de detenccedilatildeo Na

tabela abaixo relacionamos os resultados percentuais de remoccedilatildeo eou

reduccedilatildeo observados em fossas bem projetadas e operadas

Tabela 1

Paracircmetro de remoccedilatildeo

Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio (DBO) 40 a 60

Demanda Quiacutemica de Oxigecircnio (DQO) 30 a 60

Soacutelidos Sedimentaacuteveis (SS) 85 a 95

Soacutelidos em suspensatildeo 50 a 70

Graxas e Gorduras 70 a 90

Nitrogecircnio Amoniacal 0 a 10

Nitrogecircnio total 0 a 10

Coliformes Totais 20 a 60

Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES

Como demonstra a tabela acima o efluente de uma fossa seacuteptica

mesmo considerando-se os maiores iacutendices de eficiecircncia ainda apresenta

substacircncias e organismos capazes de influenciarem na qualidade da aacutegua

subterracircnea

Uma indicaccedilatildeo da poluiccedilatildeo potencial das aacuteguas subterracircneas por

nitratos oriundos de fossas seacutepticas pode ser observado no exemplo a seguir

Uma populaccedilatildeo de 20 pessoashaacute representa uma descarga de ateacute 100

Kghaacuteh no solo a qual se fosse oxidada e lixiviada pela infiltraccedilatildeo por 100

mma de chuvas resultaria em uma descarga local com concentraccedilatildeo de 100

mg1N-NO3

19 Tabela 2

CLASSE DE IMPACTO

AMBIENTAL

CENAacuteRIO

lsquorsquoArsquorsquo

MUITO BAIXO

bull TRATAMENTO PUacuteBLICO COMPLETO ndash O

esgoto eacute canalizado em todo o seu trajeto ateacute

a estaccedilatildeo puacuteblica de tratamento onde passa

por um processamento completo

bull TRATAMENTO PRIVADO COMPLETO ndash O

esgoto passa por tratamento privado

completo e depois segue para a rede puacuteblica

ou diretamente ao ambiente

lsquorsquoBrsquorsquo BAIXO

TRATAMENTO PRIVADO PARCIAL COM REDE

PUacuteBLICA DE COLETA ndash O esgoto escoa

canalizado e passa por um tratamento parcial mas

eficiente antes de ser lanccedilado na rede puacuteblica

rsquoCrsquorsquo MEacuteDIO

bull FOSSA SEacutePTICA MAIS SUMIDOURO ndash O

esgoto eacute canalizado ateacute uma fossa seacuteptica

seguida de sumidouro

bull REDE PUBLICA DE COLETA SEM

TRATAMENTO ndash O esgoto das residecircncias eacute

canalizado para uma rede puacuteblica de coleta

sem tratamento

lsquorsquoDrsquorsquo ALTO

FOSSA NEGRA ndash O esgoto eacute lanccedilado sem

tratamento em uma fossa negra onde contamina o

solo e as aacuteguas subterracircneas

lsquorsquoErsquorsquo MUITO ALTO

ESGOTO A CEacuteU ABERTO ndash O esgoto natildeo eacute

canalizado em nenhuma etapa do seu trajeto ateacute o

corpo receptor

Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES

De acordo com a tabela 2 a aacuterea estudada ndash Praia da Gamboa ndash se

encontra na classe de impacto ambiental nos niacuteveis ldquoCrdquo meacutedio ldquoDrdquo alto e ldquoErdquo

20 muito alto Demonstrando alto risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas

tornando-as improacuteprias ao consumo humano

21

3- GERENCIAMENTO SUSTENTAVEacuteL DOS

RECURSOS HIacuteDRICOS

A demanda de aacutegua para abastecimento puacuteblico e demais atividades

antroacutepicas incrementada pelo crescimento demograacutefico registrado na praia da

Gamboa na uacuteltima deacutecada tem contribuiacutedo fortemente para a degradaccedilatildeo das

reservas hiacutedricas subterracircneas Aliada ainda ao descarte de efluentes e

resiacuteduos das atividades urbanas esta questatildeo ressalta a necessidade do

conhecimento de seu significado com vistas agrave minimizaccedilatildeo e controle de

impactos e reserva de condiccedilotildees baacutesicas que assegurem a preservaccedilatildeo dos

recursos hiacutedricos para geraccedilotildees futuras Desta forma torna-se necessaacuterio a

implantaccedilatildeo de medidas que visem uma gestatildeo ambientalmente sustentaacutevel da

qualidade e da quantidade dos recursos hiacutedricos assim todos os usos da aacutegua

requerem que a sua qualidade estejam dentro dos limites preacute-determinados

para os usos especiacuteficos portando o binocircmio quantidadequalidade eacute

indissociaacutevel

O gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos na praia da Gamboa

fundamenta-se nos quatros princiacutepios baacutesicos recomendados e enunciados

pela Declaraccedilatildeo de Dublin por ocasiatildeo da Conferecircncia Internacional sobre

Aacutegua e Meio Ambiente em 1992 e posteriormente ratificados e inseridos na

Agenda 21-Eco 92 Os princiacutepios enumeram-se em 1-A aacutegua doce eacute um

recurso finito e vulneraacutevel essencial para a sustentaccedilatildeo da vida do

desenvolvimento e do meio ambiente 2-O desenvolvimento e a gestatildeo

integrada de recursos hiacutedricos devem ser participativos envolvendo usuaacuterios

planejadores e tomadores de decisotildees poliacuteticos em todos os niacuteveis 3-As

mulheres desempenham papel principal no abastecimento domeacutestico na

gestatildeo e na proteccedilatildeo da aacutegua e 4-A aacutegua tem um valor econocircmico em todos

os seus usos competitivos e deve ser reconhecida como um bem econocircmico

assim como um bem social

Considerando tais princiacutepios a implantaccedilatildeo da Gestatildeo dos Recursos

Hiacutedricos na Praia da Gamboa contaraacute com uma accedilatildeo e intervenccedilatildeo articuladas

entre o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo a

22 implementaccedilatildeo de um Saneamento Ambiental5 e o estimulo ao uso de

tecnologia limpa na construccedilatildeo civil e na elaboraccedilatildeo de casas com um sistema

integrado de reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais

31-Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a

Vidardquo

O Projeto de Educaccedilatildeo6 Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

apresenta como foco central a promoccedilatildeo e a reflexatildeo da comunidade escolar e

de suas adjacecircncias sobre os problemas ambientais e a busca de soluccedilotildees

Estimulando e preparando os alunos para serem agentes transformadores

desenvolvendo novas habilidades e condutas ambientalmente corretas atraveacutes

de uma postura eacutetica condizentes ao exerciacutecio da cidadania

A escola foi o local escolhido para realizaccedilatildeo do projeto devido a

considerarmos como espaccedilo social e o local onde o aluno daraacute sequumlecircncia ao

seu processo de socializaccedilatildeo O que nela se faz se diz e se valoriza

representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova

Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na praacutetica

no cotidiano da vida escolar e da vida comunitaacuteria contribuindo para a

formaccedilatildeo de cidadatildeos responsaacuteveis

O projeto abordaraacute a problemaacutetica sobre a escassez da aacutegua e o seu

uso racional a niacutevel escolar e domeacutestico a fim de evitar desperdiacutecios e

promover uma nova forma de pensar e agir mudando seus haacutebitos e

desenvolvendo formas de economizar aacutegua

5Eacute o conjunto de accedilotildees socioeconocircmicas que tem por objetivo alcanccedilar Salubridade Ambiental por meio de abastecimento de aacutegua potaacutevel coleta e disposiccedilatildeo sanitaacuteria de resiacuteduos soacutelidos liacutequidos e gasosos promoccedilatildeo da disciplina sanitaacuteria de uso do solo drenagem urbana controle de doenccedilas transmissiacuteveis e demais serviccedilos e obras especializadas com a finalidade de proteger e melhorar as condiccedilotildees de vida urbana e rural 6 ART1ordm Entende-se por educaccedilatildeo ambiental os processos por meio dos quais o indiviacuteduo e a coletividade constroem valores sociais conhecimentos e habilidades atitudes e competecircncias voltadas para a conservaccedilatildeo do meio ambiente bem de uso comum do povo agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade

23 Objetivos

Objetivo Geral

Contribuir na formaccedilatildeo da conscientizaccedilatildeo da comunidade escolar da

Escola Estadual Paulo Scofano (Municipalizada) localizada na Praia da

Gamboa - no uso racional da aacutegua e desenvolver saberes e competecircncias que

propiciem mudanccedilas de haacutebitos e atitudes que natildeo satildeo condizentes com a

sustentabilidade dos Recursos Hiacutedricos e Ambientais

Objetivos Especiacuteficos

1- Identifica problemas e soluccedilotildees voltadas para a questatildeo do consumo

consciente dos recursos hiacutedricos

2- Incentivar o uso de tecnologias limpas na construccedilatildeo civil e de

reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais

3- Estimular praacuteticas adequadas de Saneamento Ambiental e de haacutebitos

de higiene pessoal

4- Desenvolver oficinas de horta comunitaacuteria com a praacutetica de adubaccedilatildeo

orgacircnica (desenvolvimento sustentaacutevel)

5- Buscar parcerias para a execuccedilatildeo do projeto

6- Integrar as accedilotildees do projeto de Educaccedilatildeo Ambiental agraves propostas

pedagoacutegicas da escola

Justificativa

O presente projeto apresenta relevacircncia devido agrave problemaacutetica da

escassez da aacutegua doce na atualidade recurso natura indispensaacutevel para

todas as formas de vida O desperdiacutecio e uso indisciplinado dos recursos

hiacutedricos promovem a contaminaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo do solo de mananciais e de

aquumliacuteferos implicando na geraccedilatildeo de problemas soacutecio-econocircmico-ambientais a

curto meacutedio e longo prazo Desta forma uma das alternativas viaacuteveis e de

baixo custo para a minimizaccedilatildeo ou mesmo soluccedilatildeo do problema eacute uma

profunda reflexatildeo e alteraccedilatildeo eacutetica-comportamental da populaccedilatildeo que por sua

vez poderaacute pressionar atraveacutes do conhecimento adquiridos pelo projeto o

24 governo a fim de exigir seus direitos e exercer seus deveres no que tange agrave

formulaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas referentes agrave utilizaccedilatildeo de recursos

naturais

Na ultima deacutecada a demanda pela a aacutegua cresceu significamente na

Praia da Gamboa devido ao crescimento demograacutefico da regiatildeo Assim torna-

se necessaacuterio uma Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos locais e de acordo com a

Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash ART 1ordm - VI-a gestatildeo dos recursos

hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder

Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Assim a implementaccedilatildeo do Projeto

de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo constitui uma

complementaccedilatildeo ao mecanismo de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos

que seratildeo implementados na Praia da Gamboa

Metas

1- Realizar palestras sobre Educaccedilatildeo Ambiental e o uso racional da aacutegua

para a comunidade escolar e para as famiacutelias dos alunos

2- Trabalhar o conceito dos 3Rs (Reduzir Reutilizar e Reciclar)

3- Realizar um diagnoacutestico soacutecio-ambiental da Praia da Gamboa

4- Avaliar a aacutegua da escola com a ajuda dos professores do niacutevel

fundamental ndash ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) e de suas respectivas turmas

5- Promover workshop sobre consumo consciente e reutilizaccedilatildeo das

aacuteguas pluviais

6- Criar a horta comunitaacuteria nas adjacecircncias da escola com a ajuda da

comunidade da Praia da Gamboa

7- Visita aos mananciais de abastecimento da Praia da Gamboa

8- Desenvolver indicadores ambientais de anaacutelise dos recursos hiacutedricos

utilizando peixes como bio-indicadores da qualidade e vitalidade dos

rios e mananciais demonstrando sua importacircncia no equiliacutebrio do

ecossistema aquaacutetico

9- Avaliaccedilatildeo anual do programa

25 Puacuteblico alvo

O Projeto ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo apresenta como puacuteblico

alvo os alunos do Ensino Fundamental ndash Ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) da Escola

Estadual Paulo Scofano (municipalizada) e a comunidade da Praia da

Gamboa que se identifica com a proposta do projeto

Cronograma das atividades 2009

Atividades

meses

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12

Realizaccedilatildeo de

palestras de EA

- - X

Trabalhar o 3Rs X

Visita aos

mananciais

X

Realizaccedilatildeo do

Workshop

X

Criaccedilatildeo da Horta

comunitaacuteria

X X X

Avaliaccedilatildeo da aacutegua

da escola

X X

Realizaccedilatildeo do

diagnoacutestico soacutecio-

ambiental

X X

Criaccedilatildeo dos

indicadores

ambientais

X X

26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS

O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da

Praia da Gamboa

Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado

pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento

sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se

expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos

cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos

a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que

desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo

Infelizmente estamos muito longe disso

A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona

intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico

tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo

de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade

de chuva aiacute eacute muito grande

321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente

Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as

companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os

domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o

acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro

Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de

baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela

seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta

a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de

filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos

caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou

27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o

telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna

Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas

somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo

atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior

Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento

drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -

seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la

sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e

importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais

Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta

uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de

meacutetodos modernos de filtragem e estocagem

322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais

Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais

e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais

racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da

Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa

privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior

escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel

A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e

seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as

enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua

Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de

aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por

estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a

energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla

28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos

os produtos que economizem aacutegua

A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver

ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o

quanto antes

Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da

Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a

uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua

potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais

A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais

1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de

calhas

2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior

3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio

superior

4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias

sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc

29

Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de

Aacuteguas Pluviais

GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais

30

33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO

Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais

decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da

Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de

extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com

frequumlecircncia na regiatildeo

Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um

processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo

mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo

constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se

caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)

Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos

e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras

vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e

funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo

As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa

anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)

Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de

sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo

permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes

resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo

Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50

sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de

lagoas

Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees

estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de

uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de

volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias

vezes a taxa de produccedilatildeo

A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo

fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute

31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que

as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica

A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de

reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa

regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa

A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A

profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo

de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da

lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor

A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial

Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as

aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas

O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e

constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs

zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa

O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante

este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que

iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria

orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o

lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute

a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas

dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa

liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa

(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute

fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela

fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para

isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas

devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo

solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de

oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e

consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e

32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo

praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas

Fotossiacutentese

CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2

Respiraccedilatildeo

Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia

A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de

oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a

noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua

ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute

denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre

por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia

quando na presenccedila de oxigecircnio

As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de

oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de

sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que

a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90

de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste

no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades

das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com

volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de

detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias

Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de

organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas

apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com

o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente

Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo

natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse

fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua

33

CONCLUSAtildeO

O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem

desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de

efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais

devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais

ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e

natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas

e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente

Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e

democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio

e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a

participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da

populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo

concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo

essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade

dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos

deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com

sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento

Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo

ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e

uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de

habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que

praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal

Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor

gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma

Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa

7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico

34

BIBLIOGRAFIA

LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997

35

WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009

36

ANEXOS

ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1

Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa

37 Foto 2

Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa

38 Foto 3

Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa

39 Foto 4

Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar

40 Foto 5

Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo

41 Foto 6

Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua

42 Foto 7

Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

43

ANEXO 2

TABELAS DE INFECCcedilOtildeES

TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua

CATEGORIA INFECCcedilAtildeO

1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias

relacionada com a higiene) disenteria amebiana

balantidiacutease

enterite campylobacteriana

coacutelera

diarreacuteia por escherichia coli

giardiacutease

diarreacuteia por rotaviacuterus

salmonelose

disenteria bacilar

Febres enteacutericas

febre tifoacuteide

febre paratifoacuteide

Poliomielites

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease

2 Relacionada com a higiene

a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele

Doenccedilas infecciosas dos olhos

b) Outras Tifo transmitida por pulgas

Febre recorrente transmitida por pulgas

3 Baseada na aacutegua

a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose

b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e

Outras infecccedilotildees por helmintos

4 Transmissatildeo por inseto vetor

a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono

b) Procriam na aacutegua Malaacuteria

Arboviroses

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose

FONTE HELLER 1997

44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997

Page 7: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · destacar, a transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste

7

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO 1

A GENEcircSE DA URBANIZACcedilAtildeO E O CRESCIMENTO 9

DA ZONA COSTEIRA

11 A urbanizaccedilatildeo da Zona Costeira 11

CAPIacuteTULO 2

OS IMPACTOS AMBIENTAIS DO CRESCIMENTO 15

DESORDENADO NA PRAIA DA GAMBOA

CAPIacuteTULO 3

O GERENCIAMENTO SUSTENTAVEL DOS RECURSOS HIacuteDRICOS 21

31 Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo 22

32 Reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais 26

321 Aacuteguas das chuvas ndash Como esta sendo uacutetil na atualidade 26

322 Gerenciamento Integrado das aacuteguas pluviais 27

33 Lagoas de Estabilizaccedilatildeo 30

CONCLUSAtildeO 33

BIBRIOGRAacuteFIA 34

WEBGRAacuteFIA 35

ANEXOS

Fotografias 36

Tabelas 43

8

INTRODUCcedilAtildeO

Esta monografia tem como objetivo central analisar os impactos

ambientais nos Recursos Hiacutedricos resultantes do processo de transformaccedilatildeo

urbana e crescimento demograacutefico na praia da Gamboa localizada na Ilha de

Itacuruccedila (na Baiacutea de Sepetiba) no quarto distrito do Municiacutepio de

Mangaratiba Aleacutem de propor medidas alternativas atraveacutes de uma gestatildeo

ambiental participativa dos recursos hiacutedricos com a finalidade de mitigar os

efeitos danosos do processo para a populaccedilatildeo da ilha

As consequumlecircncias ambientais dessa transformaccedilatildeo estatildeo relacionadas agrave

falta de poliacuteticas puacuteblicas na aacuterea habitacional a um governo local altamente

populista e a accedilatildeo de atores que percebendo esse quadro se aproveitam para

comercializar e lucrar com a venda dos lotes de terras

Os impactos ambientais desta ocupaccedilatildeo desordenada tornaram-se

particularmente criacuteticos na praia da Gamboa pois esta localizada em uma

regiatildeo altamente susceptiacutevel agrave degradaccedilatildeo tendo em vista a presenccedila de

nascentes corpos drsquoaacutegua aacuteguas subterracircneas aleacutem da vegetaccedilatildeo de Mata

Atlacircntica de grande importacircncia para o ecossistema da regiatildeo

Outra problemaacutetica a ser abordada nesta monografia eacute a precariedade

do sistema de saneamento baacutesico existentes na Praia da Gamboa e propor

mecanismos economicamente viaacuteveis de um Saneamento Ambiental que

atenta as exigecircncias demograacuteficas da praia e a conservaccedilatildeo e preservaccedilatildeo dos

Recursos Hiacutedricos locais

9

1 - A GEcircNESE DA URBANIZACcedilAtildeO E O CRESCIMENTO

DA ZONA COSTEIRA

O primeiro surto de urbanizaccedilatildeo1 no Brasil deu-se no seacuteculo XVIII com o

denominado Ciclo da Mineraccedilatildeo Essa atividade econocircmica contribuiu para

esse processo devido a alguns motivos Dentre os principais motivos podemos

destacar a transferecircncia da capital da colocircnia de Salvador para o Rio de

Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste accedilucareiro para o

Sudeste auriacutefero dando origem a vaacuterias Vilas e Cidades (Ouro Preto MG e

Goiaacutes Velho GO) e promovendo a interiorizaccedilatildeo do crescimento econocircmico do

paiacutes

ldquoA interiorizaccedilatildeo do povoamento foi devida de um lado agrave mineraccedilatildeo

e de outro agrave criaccedilatildeo de gado nas fazendas A exploraccedilatildeo dos

diamantes e do ouro foi responsaacutevel pela existecircncia de inuacutemeros

nuacutecleos de vida urbana no interior dos Estados de minas Gerais

Bahia Goiaacutes e Mato Grossordquo (SANTOS M E SILVEIRA M 2001

P 33)

No iniacutecio do seacuteculo XIX as antigas cidades litoracircneas retomaram o seu

crescimento devido agrave retomada do dinamismo do setor agraacuterio exportador

brasileiro

Em 1808 a vinda da Famiacutelia Real Portuguesa agrave Colocircnia proporcionou

por um lado o crescimento demograacutefico e por outro lado garantiu uma

transformaccedilatildeo urbaniacutestica O Brasil comeccedilou a viver momentos de

transformaccedilatildeo no perfil arquitetocircnico de suas principais cidades

A partir da segunda metade do seacuteculo XIX as principais cidades

brasileiras passaram a receber infra-estrutura o territoacuterio passa a receber

melhorias teacutecnicas ndash implantaccedilatildeo de sistema hidraacuteulico de iluminaccedilatildeo de

transporte coletivo e rede de esgoto ateacute planos urbaniacutesticos de logradouros

puacuteblicos praccedilas e vias arborizadas

No iniacutecio do seacuteculo XX a induacutestria foi um instrumento de povoamento

Nas primeiras deacutecadas desse seacuteculo verificamos uma transformaccedilatildeo soacutecio- 1 Ocorre Urbanizaccedilatildeo quando a populaccedilatildeo no meio urbano cresce a taxas maiores que a populaccedilatildeo total O processo de urbanizaccedilatildeo eacute resultado principalmente do ecircxodo rural

10 econocircmica pois a induacutestria avanccedila apoacutes as pequenas crises de 1920 e 1924

poreacutem a economia cafeeira comeccedila a se agravar com a poliacutetica de estocagem

Com a crise mundial de 1929 a economia predominantemente exportadora

provoca a decadecircncia do sistema agraacuterio essa decadecircncia abre as portas

para o fortalecimento da economia industrial orientada para o mercado interno

dentro do processo de substituiccedilatildeo de importaccedilotildees

As mudanccedilas relativas agrave passagem da pequena para a meacutedia e para a

grande induacutestria proporcionaram um crescente processo de urbanizaccedilatildeo ao

redor das grandes cidades e a formaccedilatildeo de uma populaccedilatildeo urbana

consequumlecircncia de um intenso ecircxodo rural devido a necessidade de matildeo-de-obra

nessas cidades

O Brasil passou por dois fenocircmenos que merecem destaque quando se

fala em ambientes urbanos a industrializaccedilatildeo (tardia) - iniciada no poacutes-Guerra -

e a urbanizaccedilatildeo acelerada que a seguiu No curso desse processo reflexo das

poliacuteticas desenvolvimentistas entatildeo vigentes uma seacuterie de regras de proteccedilatildeo

ao meio ambiente e aos cidadatildeos foi desrespeitada ou mesmo desconsiderada

A urbanizaccedilatildeo no Brasil natildeo foi acompanhada de igual ritmo de

industrializaccedilatildeo e geraccedilatildeo de empregos por isso desde os anos de 1950 a

formaccedilatildeo das cidades brasileiras vem construindo um cenaacuterio de contrastes

paisagens que mostram lado a lado o moderno e o tradicional o

excessivamente luxuoso e o paupeacuterrimo bairros ricos ao lado de grandes

comunidades empresaacuterios executivos com seus carros luxuosos cortam

avenidas onde crianccedilas vendem doces em semaacuteforos edifiacutecios inteligentes

vizinhos de preacutedios degradados e cheios de corticcedilos para dar alguns

exemplos

Vilmar Farias (1991) a esse respeito ressalta que o processo de

urbanizaccedilatildeo brasileira produziu uma gigantesca concentraccedilatildeo demograacutefica nas

grandes cidades e metroacutepoles Criou e concentrou riquezas mas natildeo levou a

plena institucionalizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho capaz de absorver os

contingentes populacionais expulsos do campo Com isso foi gerada uma

constante populaccedilatildeo excedente sujeita a acintosos processos de espoliaccedilatildeo

11 urbana2 e ao mesmo tempo e pelo mesmo processo se produziu uma enorme

pujanccedila econocircmica concentrada em ilhas de prosperidade Na opiniatildeo do

autor

[] a sociedade urbana resultante do processo de crescimento

urbanizaccedilatildeo e mudanccedila dos uacuteltimos trinta anos apresenta-se

estruturalmente com uma sociedade complexa espacial

ocupacional e socialmente diversificada unificada mas heterogecircnea

segmentada e sobretudo profundamente desigual []

(FARIAS1991p105)

Dos anos de 1950 aos dias atuais a parcela da populaccedilatildeo brasileira que

vivia em cidades cresceu de 36 para 81 Natildeo obstante os evidentes

desequiliacutebrios ambientais decorrentes desse processo nos saltam a olhos

vistas Nessas cidades detectamos problemas ambientais como poluiccedilatildeo do

ar sonora e hiacutedrica destruiccedilatildeo dos recursos naturais desintegraccedilatildeo social

desemprego deacuteficit habitacional dentre outros Que satildeo percebido por todos

mas com intensidades diferentes

a forma que o espaccedilo de assentamento assume natildeo eacute

necessariamente beneacutefica a qualquer um () Tanto o capital quanto

o trabalho satildeo obrigados a viver num meio ambiente difiacutecil de

controlar mas cujos efeitos negativos sempre podem ser mais bem

transcendidos pelo rico e pelo poderoso (GOTTDIENER 1993

p268)

11-Urbanizaccedilatildeo da zona costeira

A zona costeira3 brasileira que compreende uma faixa de 8698 Km de

extensatildeo estendendo-se desde Cabo Orange (5ordm N) ateacute o Chuiacute (34ordm S) e

largura variaacutevel contempla um conjunto de ecossistemas contiacuteguos

sobre uma aacuterea de aproximadamente 388 mil Km2 sendo a maior parte

situada nas regiotildees tropicais e subtropicais

2 Espoliaccedilatildeo Urbana eacute conceituada por como ldquoo somatoacuterio de extorsotildees que se opera atraveacutes da inexistecircncia ou precariedade de serviccedilos de consumo coletivo que se apresentam como socialmente necessaacuterios em relaccedilatildeo aos niacuteveis de subsistecircncia e que agudizam ainda mais a dilapide accedilatildeo que se realiza no acircmbito das relaccedilotildees de trabalhordquo (KOWARIICK p 591980) 3 Zona Costeira ou Faixa Litoracircnea corresponde agrave zona transiccedilatildeo entre o domiacutenio continental e o domiacutenio marinho Eacute uma faixa complexa dinacircmica mutaacutevel e sujeita a vaacuterios processos geoloacutegicos

12 Abrange uma faixa terrestre com um conjunto de municiacutepios e

uma aacuterea marinha que corresponde ao mar territorial brasileiro com

largura de 12 milhas naacuteuticas a partir da linha de costa

O litoral brasileiro eacute caracterizado por uma grande diversidade de

ecossistemas ndash de estuaacuterios de manguezais de recifes de corais de

planiacutecies inundaacuteveis e etc Esses recursos podem gerar meios de

subsistecircncia para as pessoas aleacutem de proporcionar a conservaccedilatildeo da

fauna local e de sua vegetaccedilatildeo

O uso e a ocupaccedilatildeo do solo tecircm sido feitas de forma intensiva e de

modo aleatoacuterio acarretando em danos ambientais e de sauacutede puacuteblica

consequumlecircncias da disposiccedilatildeo inadequada dos resiacuteduos soacutelidos e o

lanccedilamento de esgotos e de efluentes industriais nos corpos drsquoaacutegua que

afetam os principais setores econocircmicos dessa aacuterea ndash turismo pesca e a

aquumlicultura - para as populaccedilotildees autoacutectones

Constata-se que nessa aacuterea se concentra quase um quarto da

populaccedilatildeo brasileira em torno de 365 milhotildees de pessoas

A especulaccedilatildeo imobiliaacuteria o aumento da densidade demograacutefica e

o desenvolvimento do turismo tecircm criado ultimamente situaccedilotildees de

conflito na zona costeira brasileira

Casas de veraneio hoteacuteis parques aquaacuteticos e condomiacutenios

destinados agraves classes mais abastadas provocam o crescimento

populacional que impacta de forma negativa nos ambientes naturais

concorrendo agrave destruiccedilatildeo dos ecossistemas costeiros

A questatildeo locacional traz em seu bojo a produccedilatildeo e reproduccedilatildeo

do capital O capital comanda o territoacuterio (M Santos 2001) O lugar vale

mais ou menos pelas teacutecnicas que adquire A localizaccedilatildeo litoracircnea eacute

diferente por apresentar caracteriacutesticas proacuteprias de recursos naturais de

ocupaccedilatildeo e navegaccedilatildeo

A formaccedilatildeo do territoacuterio brasileiro foi baseada na ocupaccedilatildeo do

litoral que assegurava os fluxos econocircmicos baseado nas exportaccedilotildees

13 de mateacuterias-primas agrave Europa ldquoo sentido da colonizaccedilatildeordquo (PRADO JR

1942) Cada porto polarizava regiotildees interiores gerando zonas de

adensamento em suas proximidades no qual se constituiacuteram as

primeiras redes de cidades

No final do periacuteodo colonial vemos uma secccedilatildeo no espaccedilo

litoracircnea de um lado cidades portuaacuterias que se tornaram centros de

produccedilatildeo local comandando a circulaccedilatildeo de sistemas produtivos

especiacuteficos e por outro lado grandes aacutereas litoracircneas despovoadas que

originaram agraves populaccedilotildees litoracircneas tradicionais ndash tribos indiacutegena e

escravos foragidos Na Costa Verde temos o exemplo da restinga da

Marambaia com sua populaccedilatildeo de quilombolas

O advento da ferrovia diminuiu a vantagem locacional da zona

costeira Agora estar proacuteximo das fontes de energia e das mateacuterias-

primas era mais vantajoso assim a ferrovia vai promover o crescimento

industrial e a urbanizaccedilatildeo no interior do territoacuterio

Na segunda metade do seacuteculo XX as chamadas ldquocidades mortasrdquo

distribuiacutedas ao longo do litoral brasileiro ndash aacutereas de obsolescecircncia - junto

com aacutereas pouco povoadas ocupadas por populaccedilotildees tradicionais iriam

se constituir nas zonas de asseacutedio do surto de ocupaccedilatildeo da zona

costeira a partir dos anos de 1950

No final da deacutecada de 1950 com a substituiccedilatildeo de importaccedilotildees e o

afluxo de capitais internacionais no paiacutes vai haver uma transformaccedilatildeo na

forma de ocupaccedilatildeo da costa brasileira consolida-se a dinacircmica do

processo urbano-industrial central refletido no espaccedilo geograacutefico do

litoral

Assim sendo importantes ramos industriais no processo de

industrializaccedilatildeo brasileira passaram a serem implantados com a

necessidade de insumos que viessem de fora logo a proximidade dos

portos se tornou estrateacutegica

14 As consequumlecircncias desse afluxo de induacutestrias agraves aacutereas litoracircneas

no acircmbito ambiental eacute a poluiccedilatildeo causada pelos dejetos resultantes dos

processos industriais no acircmbito social a atraccedilatildeo de fluxos migratoacuterios

para os locais de sua instalaccedilatildeo

Entretanto nem todo contingente populacional seraacute absorvido pela

induacutestria e o setor de serviccedilos Aos excluiacutedos resta eacute a informalidade A

esses contingentes populacionais que natildeo dispotildee de alternativas para

morar restam espaccedilos deixados sem uso por outras atividades

Geralmente esses lugares satildeo improacuteprios para habitaccedilatildeo como em

encostas e aacutereas sujeitas a inundaccedilatildeo inclusive aacutereas de proteccedilatildeo

ambiental (mananciais de aacutegua manguezais e etc)

A ocupaccedilatildeo desordenada desses espaccedilos marginais que eacute

consequumlecircncia da segregaccedilatildeo soacutecio-espacial provoca danos ambientais

desastrosos onde a falta de infra-estrutura como coleta de lixo aacutegua

encanada e tratamento de esgoto compromete a qualidade de vida das

pessoas

15

2 - OS IMPACTOS AMBIENTAIS DO CRESCIMENTO

DESORDENADO NA PRAIA DA GAMBOA

Haacute um crescimento da urbanizaccedilatildeo no municiacutepio de Mangaratiba

devido agrave especulaccedilatildeo imobiliaacuteria que atinge a zona costeira do Rio de Janeiro

jaacute que essa regiatildeo possui um solo com valor alto no mercado de terras solo

esse consumido pela classe meacutedia alta com casas de veraneios proacuteximas a

praias ou pela rede de hotelaria Na contramatildeo deste processo haacute aqueles que

natildeo possuem poder aquisitivo para usufruir agrave habitaccedilatildeo bem indispensaacutevel agrave

reproduccedilatildeo da vida humana Assim participam de um processo urbano

desordenado em aacuterea irregular ou informal esse tipo inadequado de ocupaccedilatildeo

do solo provoca graves impactos ambientais dentre eles a insuficiecircncia ao

acesso agrave aacutegua

Existe uma legislaccedilatildeo de proteccedilatildeo de mananciais aprovada na

maioria dos Estados brasileiros que protege a bacia hidrograacutefica utilizada para

abastecimento das cidades Nessas aacutereas eacute proibido o uso do solo urbano que

possa comprometer a qualidade da aacutegua de abastecimento Poreacutem por causa

do crescimento das cidades essas aacutereas foram pressionadas agrave ocupaccedilatildeo pelo

valor imobiliaacuterio da vizinhanccedila e pela falta de interesse do proprietaacuterio em

proteger a aacuterea jaacute que essa perdeu o valor em razatildeo da legislaccedilatildeo e ainda

necessita pagar imposto que recaem sobre ela Essas aacutereas satildeo invadidas pela

populaccedilatildeo de baixa renda e a consequumlecircncia imediata eacute o aumento da

poluiccedilatildeo Muitos proprietaacuterios incentivaram a invasatildeo ateacute para poder vender a

propriedade para o poder puacuteblico

Na Ilha de Itacuruccedila mais especificamente na praia da Gamboa se

vivencia esse processo os impactos ambientais na regiatildeo acentuam-se devido

agrave ausecircncia de uma gestatildeo integrada dos recursos hiacutedricos (GIRH) que

envolveria abastecimento saneamento coleta e tratamento de efluentes

domeacutesticos e industriais drenagem urbana e gestatildeo dos resiacuteduos soacutelidos A

falta da (GIRH) e de um planejamento urbano na praia da Gamboa contribui

para o surgimento de problemas com a infra-estrutura da aacutegua A falta de

tratamento de esgoto em grande parte da regiatildeo faz com que os efluentes

16 sejam escoados e lanccedilados para o mar em sua trajetoacuteria os efluentes poluem

o solo e prejudica os recursos hiacutedricos locais essa medida de escoamento do

esgoto tambeacutem acarreta a deterioraccedilatildeo da qualidade da aacutegua por falta de

tratamento dos efluentes o que tem criado potenciais riscos ao abastecimento

da populaccedilatildeo em vaacuterios cenaacuterios o mais criacutetico tem sido a ocupaccedilatildeo das aacutereas

de contribuiccedilatildeo de reservatoacuterios de abastecimento urbano que eutrofizados

podem produzir riscos agrave sauacutede da populaccedilatildeo

A maioria dos recursos hiacutedricos na Praia da Gamboa encontra-se

seriamente comprometidos em funccedilatildeo da poluiccedilatildeo por resiacuteduos urbanos

extremamente agressivos Para mitigar essa realidade se faz necessaacuterio

diminuir a degradaccedilatildeo ambiental atraveacutes do saneamento baacutesico da educaccedilatildeo

ambiental formal e a natildeo formal e a tentativa de diminuir a pobreza

Zelar pela qualidade das aacuteguas significa garantir a cidadania os direitos

universal dos cidadatildeos que eacute o acesso com seguranccedila a esse recurso natural

fundamental para a existecircncia de uma vida saudaacutevel tendo em vista que

garantir o fornecimento de aacutegua a uma comunidade em quantidade e

qualidade adequadas significa ndash em essecircncia ndash praticar um ato de justiccedila

social

Testificam-se nos periacuteodos de estiagem e periacuteodos do veratildeo a falta

de aacutegua situaccedilatildeo de grande desconforto para grande parte desta comunidade

que tecircm de comprar aacutegua para beber por um preccedilo mais oneroso por se tratar

de um lugar de difiacutecil acesso Assim obter uma Gestatildeo Integrada dos Recursos

Hiacutedricos (GIHR) eacute de extrema importacircncia para garantia da preservaccedilatildeo e

conservaccedilatildeo dos mananciais e fontes de aacutegua da regiatildeo

O saneamento baacutesico4 possui estreita aproximaccedilatildeo com as questotildees

ambientais A captaccedilatildeo de recursos hiacutedricos tratamento distribuiccedilatildeo e

posterior disposiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos provocam significativas alteraccedilotildees 4 Decreto no 82587|78 define a amplitude do serviccedilo de saneamento baacutesico Art 2ordm [] Paraacutegrafo 2ordm Os serviccedilos de saneamento baacutesico compreendem a) os sistemas de abastecimento de aacutegua definidos como conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamento que tem por finalidade captar aduzir tratar e distribuir aacutegua b) os sistemas de esgotos definidos como o conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamentos que tecircm por finalidade coletar transportar e dar destino final agraves aacuteguas residuaacuterias ou servidas

17 ambientais Os esgotos urbanos constituem-se na principal fonte poluidora dos

recursos hiacutedricos comprometendo seus outros possiacuteveis usos

O abastecimento de aacutegua na Praia da Gamboa se daacute de forma prioritaacuteria

pelas nascentes de aacutegua da ilha que satildeo canalizadas e armazenadas em

grandes reservatoacuterios drsquoaacutegua ateacute chegar agraves casas e atraveacutes de poccedilos

artesianos perfurados dentro do terreno de algumas casas

No municiacutepio de Mangaratiba 627 do esgoto ocorrem por meio de utilizaccedilatildeo

de fossas seacutepticas (roda peacute) 14 em fossas rudimentares 39 satildeo ligados a

uma vala e 24 lanccedilados diretamente em um corpo receptor (rio lagoa eou

mar)

Essa realidade do municiacutepio se repete na praia da Gamboa poreacutem

de forma mais problemaacutetica pois a maior parte do esgoto local eacute destinada

para verdadeiras fossas negras em ceacuteu aberto e a uacutenica medida de

saneamento satildeo as fossas seacutepticas essas funcionam como uma unidade de

sedimentaccedilatildeo e digestatildeo anaeroacutebia (ausecircncia de oxigecircnio) de escoamento

contiacutenuo sendo projetada para ser construiacuteda com material estanque (agrave prova

de aacutegua) para receber as aacuteguas residuaacuterias Para a fossa seacuteptica devem ser

encaminhados todos os despejos domeacutesticos e a sua velocidade de

permanecircncia do liquido na fossa permitem a separaccedilatildeo da fraccedilatildeo soacutelida do

liacutequido proporcionando assim a digestatildeo limitada da mateacuteria orgacircnica e o

acuacutemulo dos soacutelidos permitindo que o liacutequido um pouco mais clarificado seja

destinado a uma aacuterea de absorccedilatildeo (sumidouro)

Sem duvida o tratamento dos esgotos domeacutesticos nas fossas

seacutepticas quando praticado em aacutereas sem rede de esgoto pode oferecer niacuteveis

adequados de serviccedilo para a disposiccedilatildeo de excretas em pequenas

comunidades contudo em grandes aacutereas urbanas ou em aacutereas em expansatildeo

urbana como eacute o caso da Ilha de Itacuruccedila varias fossas apresentam um risco

de migraccedilatildeo direta de bacteacuterias viacuterus e nutrientes para aquumliacuteferos subjacentes e

fontes vizinhas de aacuteguas subterracircneas Assim as fossas seacutepticas natildeo satildeo

consideradas a mais eficiente rede de tratamento dos efluentes na gestatildeo dos

recursos hiacutedricos pois pode contaminar as aacuteguas subterracircneas atraveacutes

18 despejo de resiacuteduos domeacutesticos aleacutem funcionar como uma fonte permanente

de contaminaccedilatildeo

EFICIEcircNCIA DE FOSSAS SEacutePTICA

A fossa seacuteptica reduz a concentraccedilatildeo dos soacutelidos sedimentaacuteveis e a

demanda bioquiacutemica de oxigecircnio (DBO5) sendo que a eficiecircncia de remoccedilatildeo

destes pode ser ampliada pelo prolongamento do tempo de detenccedilatildeo Na

tabela abaixo relacionamos os resultados percentuais de remoccedilatildeo eou

reduccedilatildeo observados em fossas bem projetadas e operadas

Tabela 1

Paracircmetro de remoccedilatildeo

Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio (DBO) 40 a 60

Demanda Quiacutemica de Oxigecircnio (DQO) 30 a 60

Soacutelidos Sedimentaacuteveis (SS) 85 a 95

Soacutelidos em suspensatildeo 50 a 70

Graxas e Gorduras 70 a 90

Nitrogecircnio Amoniacal 0 a 10

Nitrogecircnio total 0 a 10

Coliformes Totais 20 a 60

Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES

Como demonstra a tabela acima o efluente de uma fossa seacuteptica

mesmo considerando-se os maiores iacutendices de eficiecircncia ainda apresenta

substacircncias e organismos capazes de influenciarem na qualidade da aacutegua

subterracircnea

Uma indicaccedilatildeo da poluiccedilatildeo potencial das aacuteguas subterracircneas por

nitratos oriundos de fossas seacutepticas pode ser observado no exemplo a seguir

Uma populaccedilatildeo de 20 pessoashaacute representa uma descarga de ateacute 100

Kghaacuteh no solo a qual se fosse oxidada e lixiviada pela infiltraccedilatildeo por 100

mma de chuvas resultaria em uma descarga local com concentraccedilatildeo de 100

mg1N-NO3

19 Tabela 2

CLASSE DE IMPACTO

AMBIENTAL

CENAacuteRIO

lsquorsquoArsquorsquo

MUITO BAIXO

bull TRATAMENTO PUacuteBLICO COMPLETO ndash O

esgoto eacute canalizado em todo o seu trajeto ateacute

a estaccedilatildeo puacuteblica de tratamento onde passa

por um processamento completo

bull TRATAMENTO PRIVADO COMPLETO ndash O

esgoto passa por tratamento privado

completo e depois segue para a rede puacuteblica

ou diretamente ao ambiente

lsquorsquoBrsquorsquo BAIXO

TRATAMENTO PRIVADO PARCIAL COM REDE

PUacuteBLICA DE COLETA ndash O esgoto escoa

canalizado e passa por um tratamento parcial mas

eficiente antes de ser lanccedilado na rede puacuteblica

rsquoCrsquorsquo MEacuteDIO

bull FOSSA SEacutePTICA MAIS SUMIDOURO ndash O

esgoto eacute canalizado ateacute uma fossa seacuteptica

seguida de sumidouro

bull REDE PUBLICA DE COLETA SEM

TRATAMENTO ndash O esgoto das residecircncias eacute

canalizado para uma rede puacuteblica de coleta

sem tratamento

lsquorsquoDrsquorsquo ALTO

FOSSA NEGRA ndash O esgoto eacute lanccedilado sem

tratamento em uma fossa negra onde contamina o

solo e as aacuteguas subterracircneas

lsquorsquoErsquorsquo MUITO ALTO

ESGOTO A CEacuteU ABERTO ndash O esgoto natildeo eacute

canalizado em nenhuma etapa do seu trajeto ateacute o

corpo receptor

Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES

De acordo com a tabela 2 a aacuterea estudada ndash Praia da Gamboa ndash se

encontra na classe de impacto ambiental nos niacuteveis ldquoCrdquo meacutedio ldquoDrdquo alto e ldquoErdquo

20 muito alto Demonstrando alto risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas

tornando-as improacuteprias ao consumo humano

21

3- GERENCIAMENTO SUSTENTAVEacuteL DOS

RECURSOS HIacuteDRICOS

A demanda de aacutegua para abastecimento puacuteblico e demais atividades

antroacutepicas incrementada pelo crescimento demograacutefico registrado na praia da

Gamboa na uacuteltima deacutecada tem contribuiacutedo fortemente para a degradaccedilatildeo das

reservas hiacutedricas subterracircneas Aliada ainda ao descarte de efluentes e

resiacuteduos das atividades urbanas esta questatildeo ressalta a necessidade do

conhecimento de seu significado com vistas agrave minimizaccedilatildeo e controle de

impactos e reserva de condiccedilotildees baacutesicas que assegurem a preservaccedilatildeo dos

recursos hiacutedricos para geraccedilotildees futuras Desta forma torna-se necessaacuterio a

implantaccedilatildeo de medidas que visem uma gestatildeo ambientalmente sustentaacutevel da

qualidade e da quantidade dos recursos hiacutedricos assim todos os usos da aacutegua

requerem que a sua qualidade estejam dentro dos limites preacute-determinados

para os usos especiacuteficos portando o binocircmio quantidadequalidade eacute

indissociaacutevel

O gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos na praia da Gamboa

fundamenta-se nos quatros princiacutepios baacutesicos recomendados e enunciados

pela Declaraccedilatildeo de Dublin por ocasiatildeo da Conferecircncia Internacional sobre

Aacutegua e Meio Ambiente em 1992 e posteriormente ratificados e inseridos na

Agenda 21-Eco 92 Os princiacutepios enumeram-se em 1-A aacutegua doce eacute um

recurso finito e vulneraacutevel essencial para a sustentaccedilatildeo da vida do

desenvolvimento e do meio ambiente 2-O desenvolvimento e a gestatildeo

integrada de recursos hiacutedricos devem ser participativos envolvendo usuaacuterios

planejadores e tomadores de decisotildees poliacuteticos em todos os niacuteveis 3-As

mulheres desempenham papel principal no abastecimento domeacutestico na

gestatildeo e na proteccedilatildeo da aacutegua e 4-A aacutegua tem um valor econocircmico em todos

os seus usos competitivos e deve ser reconhecida como um bem econocircmico

assim como um bem social

Considerando tais princiacutepios a implantaccedilatildeo da Gestatildeo dos Recursos

Hiacutedricos na Praia da Gamboa contaraacute com uma accedilatildeo e intervenccedilatildeo articuladas

entre o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo a

22 implementaccedilatildeo de um Saneamento Ambiental5 e o estimulo ao uso de

tecnologia limpa na construccedilatildeo civil e na elaboraccedilatildeo de casas com um sistema

integrado de reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais

31-Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a

Vidardquo

O Projeto de Educaccedilatildeo6 Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

apresenta como foco central a promoccedilatildeo e a reflexatildeo da comunidade escolar e

de suas adjacecircncias sobre os problemas ambientais e a busca de soluccedilotildees

Estimulando e preparando os alunos para serem agentes transformadores

desenvolvendo novas habilidades e condutas ambientalmente corretas atraveacutes

de uma postura eacutetica condizentes ao exerciacutecio da cidadania

A escola foi o local escolhido para realizaccedilatildeo do projeto devido a

considerarmos como espaccedilo social e o local onde o aluno daraacute sequumlecircncia ao

seu processo de socializaccedilatildeo O que nela se faz se diz e se valoriza

representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova

Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na praacutetica

no cotidiano da vida escolar e da vida comunitaacuteria contribuindo para a

formaccedilatildeo de cidadatildeos responsaacuteveis

O projeto abordaraacute a problemaacutetica sobre a escassez da aacutegua e o seu

uso racional a niacutevel escolar e domeacutestico a fim de evitar desperdiacutecios e

promover uma nova forma de pensar e agir mudando seus haacutebitos e

desenvolvendo formas de economizar aacutegua

5Eacute o conjunto de accedilotildees socioeconocircmicas que tem por objetivo alcanccedilar Salubridade Ambiental por meio de abastecimento de aacutegua potaacutevel coleta e disposiccedilatildeo sanitaacuteria de resiacuteduos soacutelidos liacutequidos e gasosos promoccedilatildeo da disciplina sanitaacuteria de uso do solo drenagem urbana controle de doenccedilas transmissiacuteveis e demais serviccedilos e obras especializadas com a finalidade de proteger e melhorar as condiccedilotildees de vida urbana e rural 6 ART1ordm Entende-se por educaccedilatildeo ambiental os processos por meio dos quais o indiviacuteduo e a coletividade constroem valores sociais conhecimentos e habilidades atitudes e competecircncias voltadas para a conservaccedilatildeo do meio ambiente bem de uso comum do povo agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade

23 Objetivos

Objetivo Geral

Contribuir na formaccedilatildeo da conscientizaccedilatildeo da comunidade escolar da

Escola Estadual Paulo Scofano (Municipalizada) localizada na Praia da

Gamboa - no uso racional da aacutegua e desenvolver saberes e competecircncias que

propiciem mudanccedilas de haacutebitos e atitudes que natildeo satildeo condizentes com a

sustentabilidade dos Recursos Hiacutedricos e Ambientais

Objetivos Especiacuteficos

1- Identifica problemas e soluccedilotildees voltadas para a questatildeo do consumo

consciente dos recursos hiacutedricos

2- Incentivar o uso de tecnologias limpas na construccedilatildeo civil e de

reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais

3- Estimular praacuteticas adequadas de Saneamento Ambiental e de haacutebitos

de higiene pessoal

4- Desenvolver oficinas de horta comunitaacuteria com a praacutetica de adubaccedilatildeo

orgacircnica (desenvolvimento sustentaacutevel)

5- Buscar parcerias para a execuccedilatildeo do projeto

6- Integrar as accedilotildees do projeto de Educaccedilatildeo Ambiental agraves propostas

pedagoacutegicas da escola

Justificativa

O presente projeto apresenta relevacircncia devido agrave problemaacutetica da

escassez da aacutegua doce na atualidade recurso natura indispensaacutevel para

todas as formas de vida O desperdiacutecio e uso indisciplinado dos recursos

hiacutedricos promovem a contaminaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo do solo de mananciais e de

aquumliacuteferos implicando na geraccedilatildeo de problemas soacutecio-econocircmico-ambientais a

curto meacutedio e longo prazo Desta forma uma das alternativas viaacuteveis e de

baixo custo para a minimizaccedilatildeo ou mesmo soluccedilatildeo do problema eacute uma

profunda reflexatildeo e alteraccedilatildeo eacutetica-comportamental da populaccedilatildeo que por sua

vez poderaacute pressionar atraveacutes do conhecimento adquiridos pelo projeto o

24 governo a fim de exigir seus direitos e exercer seus deveres no que tange agrave

formulaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas referentes agrave utilizaccedilatildeo de recursos

naturais

Na ultima deacutecada a demanda pela a aacutegua cresceu significamente na

Praia da Gamboa devido ao crescimento demograacutefico da regiatildeo Assim torna-

se necessaacuterio uma Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos locais e de acordo com a

Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash ART 1ordm - VI-a gestatildeo dos recursos

hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder

Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Assim a implementaccedilatildeo do Projeto

de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo constitui uma

complementaccedilatildeo ao mecanismo de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos

que seratildeo implementados na Praia da Gamboa

Metas

1- Realizar palestras sobre Educaccedilatildeo Ambiental e o uso racional da aacutegua

para a comunidade escolar e para as famiacutelias dos alunos

2- Trabalhar o conceito dos 3Rs (Reduzir Reutilizar e Reciclar)

3- Realizar um diagnoacutestico soacutecio-ambiental da Praia da Gamboa

4- Avaliar a aacutegua da escola com a ajuda dos professores do niacutevel

fundamental ndash ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) e de suas respectivas turmas

5- Promover workshop sobre consumo consciente e reutilizaccedilatildeo das

aacuteguas pluviais

6- Criar a horta comunitaacuteria nas adjacecircncias da escola com a ajuda da

comunidade da Praia da Gamboa

7- Visita aos mananciais de abastecimento da Praia da Gamboa

8- Desenvolver indicadores ambientais de anaacutelise dos recursos hiacutedricos

utilizando peixes como bio-indicadores da qualidade e vitalidade dos

rios e mananciais demonstrando sua importacircncia no equiliacutebrio do

ecossistema aquaacutetico

9- Avaliaccedilatildeo anual do programa

25 Puacuteblico alvo

O Projeto ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo apresenta como puacuteblico

alvo os alunos do Ensino Fundamental ndash Ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) da Escola

Estadual Paulo Scofano (municipalizada) e a comunidade da Praia da

Gamboa que se identifica com a proposta do projeto

Cronograma das atividades 2009

Atividades

meses

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12

Realizaccedilatildeo de

palestras de EA

- - X

Trabalhar o 3Rs X

Visita aos

mananciais

X

Realizaccedilatildeo do

Workshop

X

Criaccedilatildeo da Horta

comunitaacuteria

X X X

Avaliaccedilatildeo da aacutegua

da escola

X X

Realizaccedilatildeo do

diagnoacutestico soacutecio-

ambiental

X X

Criaccedilatildeo dos

indicadores

ambientais

X X

26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS

O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da

Praia da Gamboa

Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado

pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento

sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se

expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos

cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos

a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que

desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo

Infelizmente estamos muito longe disso

A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona

intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico

tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo

de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade

de chuva aiacute eacute muito grande

321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente

Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as

companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os

domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o

acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro

Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de

baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela

seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta

a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de

filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos

caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou

27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o

telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna

Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas

somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo

atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior

Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento

drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -

seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la

sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e

importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais

Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta

uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de

meacutetodos modernos de filtragem e estocagem

322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais

Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais

e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais

racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da

Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa

privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior

escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel

A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e

seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as

enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua

Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de

aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por

estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a

energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla

28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos

os produtos que economizem aacutegua

A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver

ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o

quanto antes

Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da

Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a

uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua

potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais

A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais

1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de

calhas

2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior

3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio

superior

4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias

sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc

29

Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de

Aacuteguas Pluviais

GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais

30

33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO

Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais

decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da

Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de

extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com

frequumlecircncia na regiatildeo

Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um

processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo

mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo

constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se

caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)

Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos

e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras

vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e

funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo

As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa

anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)

Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de

sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo

permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes

resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo

Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50

sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de

lagoas

Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees

estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de

uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de

volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias

vezes a taxa de produccedilatildeo

A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo

fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute

31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que

as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica

A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de

reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa

regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa

A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A

profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo

de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da

lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor

A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial

Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as

aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas

O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e

constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs

zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa

O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante

este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que

iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria

orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o

lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute

a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas

dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa

liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa

(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute

fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela

fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para

isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas

devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo

solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de

oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e

consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e

32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo

praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas

Fotossiacutentese

CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2

Respiraccedilatildeo

Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia

A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de

oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a

noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua

ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute

denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre

por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia

quando na presenccedila de oxigecircnio

As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de

oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de

sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que

a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90

de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste

no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades

das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com

volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de

detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias

Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de

organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas

apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com

o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente

Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo

natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse

fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua

33

CONCLUSAtildeO

O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem

desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de

efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais

devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais

ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e

natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas

e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente

Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e

democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio

e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a

participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da

populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo

concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo

essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade

dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos

deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com

sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento

Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo

ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e

uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de

habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que

praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal

Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor

gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma

Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa

7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico

34

BIBLIOGRAFIA

LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997

35

WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009

36

ANEXOS

ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1

Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa

37 Foto 2

Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa

38 Foto 3

Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa

39 Foto 4

Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar

40 Foto 5

Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo

41 Foto 6

Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua

42 Foto 7

Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

43

ANEXO 2

TABELAS DE INFECCcedilOtildeES

TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua

CATEGORIA INFECCcedilAtildeO

1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias

relacionada com a higiene) disenteria amebiana

balantidiacutease

enterite campylobacteriana

coacutelera

diarreacuteia por escherichia coli

giardiacutease

diarreacuteia por rotaviacuterus

salmonelose

disenteria bacilar

Febres enteacutericas

febre tifoacuteide

febre paratifoacuteide

Poliomielites

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease

2 Relacionada com a higiene

a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele

Doenccedilas infecciosas dos olhos

b) Outras Tifo transmitida por pulgas

Febre recorrente transmitida por pulgas

3 Baseada na aacutegua

a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose

b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e

Outras infecccedilotildees por helmintos

4 Transmissatildeo por inseto vetor

a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono

b) Procriam na aacutegua Malaacuteria

Arboviroses

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose

FONTE HELLER 1997

44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997

Page 8: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · destacar, a transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste

8

INTRODUCcedilAtildeO

Esta monografia tem como objetivo central analisar os impactos

ambientais nos Recursos Hiacutedricos resultantes do processo de transformaccedilatildeo

urbana e crescimento demograacutefico na praia da Gamboa localizada na Ilha de

Itacuruccedila (na Baiacutea de Sepetiba) no quarto distrito do Municiacutepio de

Mangaratiba Aleacutem de propor medidas alternativas atraveacutes de uma gestatildeo

ambiental participativa dos recursos hiacutedricos com a finalidade de mitigar os

efeitos danosos do processo para a populaccedilatildeo da ilha

As consequumlecircncias ambientais dessa transformaccedilatildeo estatildeo relacionadas agrave

falta de poliacuteticas puacuteblicas na aacuterea habitacional a um governo local altamente

populista e a accedilatildeo de atores que percebendo esse quadro se aproveitam para

comercializar e lucrar com a venda dos lotes de terras

Os impactos ambientais desta ocupaccedilatildeo desordenada tornaram-se

particularmente criacuteticos na praia da Gamboa pois esta localizada em uma

regiatildeo altamente susceptiacutevel agrave degradaccedilatildeo tendo em vista a presenccedila de

nascentes corpos drsquoaacutegua aacuteguas subterracircneas aleacutem da vegetaccedilatildeo de Mata

Atlacircntica de grande importacircncia para o ecossistema da regiatildeo

Outra problemaacutetica a ser abordada nesta monografia eacute a precariedade

do sistema de saneamento baacutesico existentes na Praia da Gamboa e propor

mecanismos economicamente viaacuteveis de um Saneamento Ambiental que

atenta as exigecircncias demograacuteficas da praia e a conservaccedilatildeo e preservaccedilatildeo dos

Recursos Hiacutedricos locais

9

1 - A GEcircNESE DA URBANIZACcedilAtildeO E O CRESCIMENTO

DA ZONA COSTEIRA

O primeiro surto de urbanizaccedilatildeo1 no Brasil deu-se no seacuteculo XVIII com o

denominado Ciclo da Mineraccedilatildeo Essa atividade econocircmica contribuiu para

esse processo devido a alguns motivos Dentre os principais motivos podemos

destacar a transferecircncia da capital da colocircnia de Salvador para o Rio de

Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste accedilucareiro para o

Sudeste auriacutefero dando origem a vaacuterias Vilas e Cidades (Ouro Preto MG e

Goiaacutes Velho GO) e promovendo a interiorizaccedilatildeo do crescimento econocircmico do

paiacutes

ldquoA interiorizaccedilatildeo do povoamento foi devida de um lado agrave mineraccedilatildeo

e de outro agrave criaccedilatildeo de gado nas fazendas A exploraccedilatildeo dos

diamantes e do ouro foi responsaacutevel pela existecircncia de inuacutemeros

nuacutecleos de vida urbana no interior dos Estados de minas Gerais

Bahia Goiaacutes e Mato Grossordquo (SANTOS M E SILVEIRA M 2001

P 33)

No iniacutecio do seacuteculo XIX as antigas cidades litoracircneas retomaram o seu

crescimento devido agrave retomada do dinamismo do setor agraacuterio exportador

brasileiro

Em 1808 a vinda da Famiacutelia Real Portuguesa agrave Colocircnia proporcionou

por um lado o crescimento demograacutefico e por outro lado garantiu uma

transformaccedilatildeo urbaniacutestica O Brasil comeccedilou a viver momentos de

transformaccedilatildeo no perfil arquitetocircnico de suas principais cidades

A partir da segunda metade do seacuteculo XIX as principais cidades

brasileiras passaram a receber infra-estrutura o territoacuterio passa a receber

melhorias teacutecnicas ndash implantaccedilatildeo de sistema hidraacuteulico de iluminaccedilatildeo de

transporte coletivo e rede de esgoto ateacute planos urbaniacutesticos de logradouros

puacuteblicos praccedilas e vias arborizadas

No iniacutecio do seacuteculo XX a induacutestria foi um instrumento de povoamento

Nas primeiras deacutecadas desse seacuteculo verificamos uma transformaccedilatildeo soacutecio- 1 Ocorre Urbanizaccedilatildeo quando a populaccedilatildeo no meio urbano cresce a taxas maiores que a populaccedilatildeo total O processo de urbanizaccedilatildeo eacute resultado principalmente do ecircxodo rural

10 econocircmica pois a induacutestria avanccedila apoacutes as pequenas crises de 1920 e 1924

poreacutem a economia cafeeira comeccedila a se agravar com a poliacutetica de estocagem

Com a crise mundial de 1929 a economia predominantemente exportadora

provoca a decadecircncia do sistema agraacuterio essa decadecircncia abre as portas

para o fortalecimento da economia industrial orientada para o mercado interno

dentro do processo de substituiccedilatildeo de importaccedilotildees

As mudanccedilas relativas agrave passagem da pequena para a meacutedia e para a

grande induacutestria proporcionaram um crescente processo de urbanizaccedilatildeo ao

redor das grandes cidades e a formaccedilatildeo de uma populaccedilatildeo urbana

consequumlecircncia de um intenso ecircxodo rural devido a necessidade de matildeo-de-obra

nessas cidades

O Brasil passou por dois fenocircmenos que merecem destaque quando se

fala em ambientes urbanos a industrializaccedilatildeo (tardia) - iniciada no poacutes-Guerra -

e a urbanizaccedilatildeo acelerada que a seguiu No curso desse processo reflexo das

poliacuteticas desenvolvimentistas entatildeo vigentes uma seacuterie de regras de proteccedilatildeo

ao meio ambiente e aos cidadatildeos foi desrespeitada ou mesmo desconsiderada

A urbanizaccedilatildeo no Brasil natildeo foi acompanhada de igual ritmo de

industrializaccedilatildeo e geraccedilatildeo de empregos por isso desde os anos de 1950 a

formaccedilatildeo das cidades brasileiras vem construindo um cenaacuterio de contrastes

paisagens que mostram lado a lado o moderno e o tradicional o

excessivamente luxuoso e o paupeacuterrimo bairros ricos ao lado de grandes

comunidades empresaacuterios executivos com seus carros luxuosos cortam

avenidas onde crianccedilas vendem doces em semaacuteforos edifiacutecios inteligentes

vizinhos de preacutedios degradados e cheios de corticcedilos para dar alguns

exemplos

Vilmar Farias (1991) a esse respeito ressalta que o processo de

urbanizaccedilatildeo brasileira produziu uma gigantesca concentraccedilatildeo demograacutefica nas

grandes cidades e metroacutepoles Criou e concentrou riquezas mas natildeo levou a

plena institucionalizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho capaz de absorver os

contingentes populacionais expulsos do campo Com isso foi gerada uma

constante populaccedilatildeo excedente sujeita a acintosos processos de espoliaccedilatildeo

11 urbana2 e ao mesmo tempo e pelo mesmo processo se produziu uma enorme

pujanccedila econocircmica concentrada em ilhas de prosperidade Na opiniatildeo do

autor

[] a sociedade urbana resultante do processo de crescimento

urbanizaccedilatildeo e mudanccedila dos uacuteltimos trinta anos apresenta-se

estruturalmente com uma sociedade complexa espacial

ocupacional e socialmente diversificada unificada mas heterogecircnea

segmentada e sobretudo profundamente desigual []

(FARIAS1991p105)

Dos anos de 1950 aos dias atuais a parcela da populaccedilatildeo brasileira que

vivia em cidades cresceu de 36 para 81 Natildeo obstante os evidentes

desequiliacutebrios ambientais decorrentes desse processo nos saltam a olhos

vistas Nessas cidades detectamos problemas ambientais como poluiccedilatildeo do

ar sonora e hiacutedrica destruiccedilatildeo dos recursos naturais desintegraccedilatildeo social

desemprego deacuteficit habitacional dentre outros Que satildeo percebido por todos

mas com intensidades diferentes

a forma que o espaccedilo de assentamento assume natildeo eacute

necessariamente beneacutefica a qualquer um () Tanto o capital quanto

o trabalho satildeo obrigados a viver num meio ambiente difiacutecil de

controlar mas cujos efeitos negativos sempre podem ser mais bem

transcendidos pelo rico e pelo poderoso (GOTTDIENER 1993

p268)

11-Urbanizaccedilatildeo da zona costeira

A zona costeira3 brasileira que compreende uma faixa de 8698 Km de

extensatildeo estendendo-se desde Cabo Orange (5ordm N) ateacute o Chuiacute (34ordm S) e

largura variaacutevel contempla um conjunto de ecossistemas contiacuteguos

sobre uma aacuterea de aproximadamente 388 mil Km2 sendo a maior parte

situada nas regiotildees tropicais e subtropicais

2 Espoliaccedilatildeo Urbana eacute conceituada por como ldquoo somatoacuterio de extorsotildees que se opera atraveacutes da inexistecircncia ou precariedade de serviccedilos de consumo coletivo que se apresentam como socialmente necessaacuterios em relaccedilatildeo aos niacuteveis de subsistecircncia e que agudizam ainda mais a dilapide accedilatildeo que se realiza no acircmbito das relaccedilotildees de trabalhordquo (KOWARIICK p 591980) 3 Zona Costeira ou Faixa Litoracircnea corresponde agrave zona transiccedilatildeo entre o domiacutenio continental e o domiacutenio marinho Eacute uma faixa complexa dinacircmica mutaacutevel e sujeita a vaacuterios processos geoloacutegicos

12 Abrange uma faixa terrestre com um conjunto de municiacutepios e

uma aacuterea marinha que corresponde ao mar territorial brasileiro com

largura de 12 milhas naacuteuticas a partir da linha de costa

O litoral brasileiro eacute caracterizado por uma grande diversidade de

ecossistemas ndash de estuaacuterios de manguezais de recifes de corais de

planiacutecies inundaacuteveis e etc Esses recursos podem gerar meios de

subsistecircncia para as pessoas aleacutem de proporcionar a conservaccedilatildeo da

fauna local e de sua vegetaccedilatildeo

O uso e a ocupaccedilatildeo do solo tecircm sido feitas de forma intensiva e de

modo aleatoacuterio acarretando em danos ambientais e de sauacutede puacuteblica

consequumlecircncias da disposiccedilatildeo inadequada dos resiacuteduos soacutelidos e o

lanccedilamento de esgotos e de efluentes industriais nos corpos drsquoaacutegua que

afetam os principais setores econocircmicos dessa aacuterea ndash turismo pesca e a

aquumlicultura - para as populaccedilotildees autoacutectones

Constata-se que nessa aacuterea se concentra quase um quarto da

populaccedilatildeo brasileira em torno de 365 milhotildees de pessoas

A especulaccedilatildeo imobiliaacuteria o aumento da densidade demograacutefica e

o desenvolvimento do turismo tecircm criado ultimamente situaccedilotildees de

conflito na zona costeira brasileira

Casas de veraneio hoteacuteis parques aquaacuteticos e condomiacutenios

destinados agraves classes mais abastadas provocam o crescimento

populacional que impacta de forma negativa nos ambientes naturais

concorrendo agrave destruiccedilatildeo dos ecossistemas costeiros

A questatildeo locacional traz em seu bojo a produccedilatildeo e reproduccedilatildeo

do capital O capital comanda o territoacuterio (M Santos 2001) O lugar vale

mais ou menos pelas teacutecnicas que adquire A localizaccedilatildeo litoracircnea eacute

diferente por apresentar caracteriacutesticas proacuteprias de recursos naturais de

ocupaccedilatildeo e navegaccedilatildeo

A formaccedilatildeo do territoacuterio brasileiro foi baseada na ocupaccedilatildeo do

litoral que assegurava os fluxos econocircmicos baseado nas exportaccedilotildees

13 de mateacuterias-primas agrave Europa ldquoo sentido da colonizaccedilatildeordquo (PRADO JR

1942) Cada porto polarizava regiotildees interiores gerando zonas de

adensamento em suas proximidades no qual se constituiacuteram as

primeiras redes de cidades

No final do periacuteodo colonial vemos uma secccedilatildeo no espaccedilo

litoracircnea de um lado cidades portuaacuterias que se tornaram centros de

produccedilatildeo local comandando a circulaccedilatildeo de sistemas produtivos

especiacuteficos e por outro lado grandes aacutereas litoracircneas despovoadas que

originaram agraves populaccedilotildees litoracircneas tradicionais ndash tribos indiacutegena e

escravos foragidos Na Costa Verde temos o exemplo da restinga da

Marambaia com sua populaccedilatildeo de quilombolas

O advento da ferrovia diminuiu a vantagem locacional da zona

costeira Agora estar proacuteximo das fontes de energia e das mateacuterias-

primas era mais vantajoso assim a ferrovia vai promover o crescimento

industrial e a urbanizaccedilatildeo no interior do territoacuterio

Na segunda metade do seacuteculo XX as chamadas ldquocidades mortasrdquo

distribuiacutedas ao longo do litoral brasileiro ndash aacutereas de obsolescecircncia - junto

com aacutereas pouco povoadas ocupadas por populaccedilotildees tradicionais iriam

se constituir nas zonas de asseacutedio do surto de ocupaccedilatildeo da zona

costeira a partir dos anos de 1950

No final da deacutecada de 1950 com a substituiccedilatildeo de importaccedilotildees e o

afluxo de capitais internacionais no paiacutes vai haver uma transformaccedilatildeo na

forma de ocupaccedilatildeo da costa brasileira consolida-se a dinacircmica do

processo urbano-industrial central refletido no espaccedilo geograacutefico do

litoral

Assim sendo importantes ramos industriais no processo de

industrializaccedilatildeo brasileira passaram a serem implantados com a

necessidade de insumos que viessem de fora logo a proximidade dos

portos se tornou estrateacutegica

14 As consequumlecircncias desse afluxo de induacutestrias agraves aacutereas litoracircneas

no acircmbito ambiental eacute a poluiccedilatildeo causada pelos dejetos resultantes dos

processos industriais no acircmbito social a atraccedilatildeo de fluxos migratoacuterios

para os locais de sua instalaccedilatildeo

Entretanto nem todo contingente populacional seraacute absorvido pela

induacutestria e o setor de serviccedilos Aos excluiacutedos resta eacute a informalidade A

esses contingentes populacionais que natildeo dispotildee de alternativas para

morar restam espaccedilos deixados sem uso por outras atividades

Geralmente esses lugares satildeo improacuteprios para habitaccedilatildeo como em

encostas e aacutereas sujeitas a inundaccedilatildeo inclusive aacutereas de proteccedilatildeo

ambiental (mananciais de aacutegua manguezais e etc)

A ocupaccedilatildeo desordenada desses espaccedilos marginais que eacute

consequumlecircncia da segregaccedilatildeo soacutecio-espacial provoca danos ambientais

desastrosos onde a falta de infra-estrutura como coleta de lixo aacutegua

encanada e tratamento de esgoto compromete a qualidade de vida das

pessoas

15

2 - OS IMPACTOS AMBIENTAIS DO CRESCIMENTO

DESORDENADO NA PRAIA DA GAMBOA

Haacute um crescimento da urbanizaccedilatildeo no municiacutepio de Mangaratiba

devido agrave especulaccedilatildeo imobiliaacuteria que atinge a zona costeira do Rio de Janeiro

jaacute que essa regiatildeo possui um solo com valor alto no mercado de terras solo

esse consumido pela classe meacutedia alta com casas de veraneios proacuteximas a

praias ou pela rede de hotelaria Na contramatildeo deste processo haacute aqueles que

natildeo possuem poder aquisitivo para usufruir agrave habitaccedilatildeo bem indispensaacutevel agrave

reproduccedilatildeo da vida humana Assim participam de um processo urbano

desordenado em aacuterea irregular ou informal esse tipo inadequado de ocupaccedilatildeo

do solo provoca graves impactos ambientais dentre eles a insuficiecircncia ao

acesso agrave aacutegua

Existe uma legislaccedilatildeo de proteccedilatildeo de mananciais aprovada na

maioria dos Estados brasileiros que protege a bacia hidrograacutefica utilizada para

abastecimento das cidades Nessas aacutereas eacute proibido o uso do solo urbano que

possa comprometer a qualidade da aacutegua de abastecimento Poreacutem por causa

do crescimento das cidades essas aacutereas foram pressionadas agrave ocupaccedilatildeo pelo

valor imobiliaacuterio da vizinhanccedila e pela falta de interesse do proprietaacuterio em

proteger a aacuterea jaacute que essa perdeu o valor em razatildeo da legislaccedilatildeo e ainda

necessita pagar imposto que recaem sobre ela Essas aacutereas satildeo invadidas pela

populaccedilatildeo de baixa renda e a consequumlecircncia imediata eacute o aumento da

poluiccedilatildeo Muitos proprietaacuterios incentivaram a invasatildeo ateacute para poder vender a

propriedade para o poder puacuteblico

Na Ilha de Itacuruccedila mais especificamente na praia da Gamboa se

vivencia esse processo os impactos ambientais na regiatildeo acentuam-se devido

agrave ausecircncia de uma gestatildeo integrada dos recursos hiacutedricos (GIRH) que

envolveria abastecimento saneamento coleta e tratamento de efluentes

domeacutesticos e industriais drenagem urbana e gestatildeo dos resiacuteduos soacutelidos A

falta da (GIRH) e de um planejamento urbano na praia da Gamboa contribui

para o surgimento de problemas com a infra-estrutura da aacutegua A falta de

tratamento de esgoto em grande parte da regiatildeo faz com que os efluentes

16 sejam escoados e lanccedilados para o mar em sua trajetoacuteria os efluentes poluem

o solo e prejudica os recursos hiacutedricos locais essa medida de escoamento do

esgoto tambeacutem acarreta a deterioraccedilatildeo da qualidade da aacutegua por falta de

tratamento dos efluentes o que tem criado potenciais riscos ao abastecimento

da populaccedilatildeo em vaacuterios cenaacuterios o mais criacutetico tem sido a ocupaccedilatildeo das aacutereas

de contribuiccedilatildeo de reservatoacuterios de abastecimento urbano que eutrofizados

podem produzir riscos agrave sauacutede da populaccedilatildeo

A maioria dos recursos hiacutedricos na Praia da Gamboa encontra-se

seriamente comprometidos em funccedilatildeo da poluiccedilatildeo por resiacuteduos urbanos

extremamente agressivos Para mitigar essa realidade se faz necessaacuterio

diminuir a degradaccedilatildeo ambiental atraveacutes do saneamento baacutesico da educaccedilatildeo

ambiental formal e a natildeo formal e a tentativa de diminuir a pobreza

Zelar pela qualidade das aacuteguas significa garantir a cidadania os direitos

universal dos cidadatildeos que eacute o acesso com seguranccedila a esse recurso natural

fundamental para a existecircncia de uma vida saudaacutevel tendo em vista que

garantir o fornecimento de aacutegua a uma comunidade em quantidade e

qualidade adequadas significa ndash em essecircncia ndash praticar um ato de justiccedila

social

Testificam-se nos periacuteodos de estiagem e periacuteodos do veratildeo a falta

de aacutegua situaccedilatildeo de grande desconforto para grande parte desta comunidade

que tecircm de comprar aacutegua para beber por um preccedilo mais oneroso por se tratar

de um lugar de difiacutecil acesso Assim obter uma Gestatildeo Integrada dos Recursos

Hiacutedricos (GIHR) eacute de extrema importacircncia para garantia da preservaccedilatildeo e

conservaccedilatildeo dos mananciais e fontes de aacutegua da regiatildeo

O saneamento baacutesico4 possui estreita aproximaccedilatildeo com as questotildees

ambientais A captaccedilatildeo de recursos hiacutedricos tratamento distribuiccedilatildeo e

posterior disposiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos provocam significativas alteraccedilotildees 4 Decreto no 82587|78 define a amplitude do serviccedilo de saneamento baacutesico Art 2ordm [] Paraacutegrafo 2ordm Os serviccedilos de saneamento baacutesico compreendem a) os sistemas de abastecimento de aacutegua definidos como conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamento que tem por finalidade captar aduzir tratar e distribuir aacutegua b) os sistemas de esgotos definidos como o conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamentos que tecircm por finalidade coletar transportar e dar destino final agraves aacuteguas residuaacuterias ou servidas

17 ambientais Os esgotos urbanos constituem-se na principal fonte poluidora dos

recursos hiacutedricos comprometendo seus outros possiacuteveis usos

O abastecimento de aacutegua na Praia da Gamboa se daacute de forma prioritaacuteria

pelas nascentes de aacutegua da ilha que satildeo canalizadas e armazenadas em

grandes reservatoacuterios drsquoaacutegua ateacute chegar agraves casas e atraveacutes de poccedilos

artesianos perfurados dentro do terreno de algumas casas

No municiacutepio de Mangaratiba 627 do esgoto ocorrem por meio de utilizaccedilatildeo

de fossas seacutepticas (roda peacute) 14 em fossas rudimentares 39 satildeo ligados a

uma vala e 24 lanccedilados diretamente em um corpo receptor (rio lagoa eou

mar)

Essa realidade do municiacutepio se repete na praia da Gamboa poreacutem

de forma mais problemaacutetica pois a maior parte do esgoto local eacute destinada

para verdadeiras fossas negras em ceacuteu aberto e a uacutenica medida de

saneamento satildeo as fossas seacutepticas essas funcionam como uma unidade de

sedimentaccedilatildeo e digestatildeo anaeroacutebia (ausecircncia de oxigecircnio) de escoamento

contiacutenuo sendo projetada para ser construiacuteda com material estanque (agrave prova

de aacutegua) para receber as aacuteguas residuaacuterias Para a fossa seacuteptica devem ser

encaminhados todos os despejos domeacutesticos e a sua velocidade de

permanecircncia do liquido na fossa permitem a separaccedilatildeo da fraccedilatildeo soacutelida do

liacutequido proporcionando assim a digestatildeo limitada da mateacuteria orgacircnica e o

acuacutemulo dos soacutelidos permitindo que o liacutequido um pouco mais clarificado seja

destinado a uma aacuterea de absorccedilatildeo (sumidouro)

Sem duvida o tratamento dos esgotos domeacutesticos nas fossas

seacutepticas quando praticado em aacutereas sem rede de esgoto pode oferecer niacuteveis

adequados de serviccedilo para a disposiccedilatildeo de excretas em pequenas

comunidades contudo em grandes aacutereas urbanas ou em aacutereas em expansatildeo

urbana como eacute o caso da Ilha de Itacuruccedila varias fossas apresentam um risco

de migraccedilatildeo direta de bacteacuterias viacuterus e nutrientes para aquumliacuteferos subjacentes e

fontes vizinhas de aacuteguas subterracircneas Assim as fossas seacutepticas natildeo satildeo

consideradas a mais eficiente rede de tratamento dos efluentes na gestatildeo dos

recursos hiacutedricos pois pode contaminar as aacuteguas subterracircneas atraveacutes

18 despejo de resiacuteduos domeacutesticos aleacutem funcionar como uma fonte permanente

de contaminaccedilatildeo

EFICIEcircNCIA DE FOSSAS SEacutePTICA

A fossa seacuteptica reduz a concentraccedilatildeo dos soacutelidos sedimentaacuteveis e a

demanda bioquiacutemica de oxigecircnio (DBO5) sendo que a eficiecircncia de remoccedilatildeo

destes pode ser ampliada pelo prolongamento do tempo de detenccedilatildeo Na

tabela abaixo relacionamos os resultados percentuais de remoccedilatildeo eou

reduccedilatildeo observados em fossas bem projetadas e operadas

Tabela 1

Paracircmetro de remoccedilatildeo

Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio (DBO) 40 a 60

Demanda Quiacutemica de Oxigecircnio (DQO) 30 a 60

Soacutelidos Sedimentaacuteveis (SS) 85 a 95

Soacutelidos em suspensatildeo 50 a 70

Graxas e Gorduras 70 a 90

Nitrogecircnio Amoniacal 0 a 10

Nitrogecircnio total 0 a 10

Coliformes Totais 20 a 60

Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES

Como demonstra a tabela acima o efluente de uma fossa seacuteptica

mesmo considerando-se os maiores iacutendices de eficiecircncia ainda apresenta

substacircncias e organismos capazes de influenciarem na qualidade da aacutegua

subterracircnea

Uma indicaccedilatildeo da poluiccedilatildeo potencial das aacuteguas subterracircneas por

nitratos oriundos de fossas seacutepticas pode ser observado no exemplo a seguir

Uma populaccedilatildeo de 20 pessoashaacute representa uma descarga de ateacute 100

Kghaacuteh no solo a qual se fosse oxidada e lixiviada pela infiltraccedilatildeo por 100

mma de chuvas resultaria em uma descarga local com concentraccedilatildeo de 100

mg1N-NO3

19 Tabela 2

CLASSE DE IMPACTO

AMBIENTAL

CENAacuteRIO

lsquorsquoArsquorsquo

MUITO BAIXO

bull TRATAMENTO PUacuteBLICO COMPLETO ndash O

esgoto eacute canalizado em todo o seu trajeto ateacute

a estaccedilatildeo puacuteblica de tratamento onde passa

por um processamento completo

bull TRATAMENTO PRIVADO COMPLETO ndash O

esgoto passa por tratamento privado

completo e depois segue para a rede puacuteblica

ou diretamente ao ambiente

lsquorsquoBrsquorsquo BAIXO

TRATAMENTO PRIVADO PARCIAL COM REDE

PUacuteBLICA DE COLETA ndash O esgoto escoa

canalizado e passa por um tratamento parcial mas

eficiente antes de ser lanccedilado na rede puacuteblica

rsquoCrsquorsquo MEacuteDIO

bull FOSSA SEacutePTICA MAIS SUMIDOURO ndash O

esgoto eacute canalizado ateacute uma fossa seacuteptica

seguida de sumidouro

bull REDE PUBLICA DE COLETA SEM

TRATAMENTO ndash O esgoto das residecircncias eacute

canalizado para uma rede puacuteblica de coleta

sem tratamento

lsquorsquoDrsquorsquo ALTO

FOSSA NEGRA ndash O esgoto eacute lanccedilado sem

tratamento em uma fossa negra onde contamina o

solo e as aacuteguas subterracircneas

lsquorsquoErsquorsquo MUITO ALTO

ESGOTO A CEacuteU ABERTO ndash O esgoto natildeo eacute

canalizado em nenhuma etapa do seu trajeto ateacute o

corpo receptor

Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES

De acordo com a tabela 2 a aacuterea estudada ndash Praia da Gamboa ndash se

encontra na classe de impacto ambiental nos niacuteveis ldquoCrdquo meacutedio ldquoDrdquo alto e ldquoErdquo

20 muito alto Demonstrando alto risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas

tornando-as improacuteprias ao consumo humano

21

3- GERENCIAMENTO SUSTENTAVEacuteL DOS

RECURSOS HIacuteDRICOS

A demanda de aacutegua para abastecimento puacuteblico e demais atividades

antroacutepicas incrementada pelo crescimento demograacutefico registrado na praia da

Gamboa na uacuteltima deacutecada tem contribuiacutedo fortemente para a degradaccedilatildeo das

reservas hiacutedricas subterracircneas Aliada ainda ao descarte de efluentes e

resiacuteduos das atividades urbanas esta questatildeo ressalta a necessidade do

conhecimento de seu significado com vistas agrave minimizaccedilatildeo e controle de

impactos e reserva de condiccedilotildees baacutesicas que assegurem a preservaccedilatildeo dos

recursos hiacutedricos para geraccedilotildees futuras Desta forma torna-se necessaacuterio a

implantaccedilatildeo de medidas que visem uma gestatildeo ambientalmente sustentaacutevel da

qualidade e da quantidade dos recursos hiacutedricos assim todos os usos da aacutegua

requerem que a sua qualidade estejam dentro dos limites preacute-determinados

para os usos especiacuteficos portando o binocircmio quantidadequalidade eacute

indissociaacutevel

O gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos na praia da Gamboa

fundamenta-se nos quatros princiacutepios baacutesicos recomendados e enunciados

pela Declaraccedilatildeo de Dublin por ocasiatildeo da Conferecircncia Internacional sobre

Aacutegua e Meio Ambiente em 1992 e posteriormente ratificados e inseridos na

Agenda 21-Eco 92 Os princiacutepios enumeram-se em 1-A aacutegua doce eacute um

recurso finito e vulneraacutevel essencial para a sustentaccedilatildeo da vida do

desenvolvimento e do meio ambiente 2-O desenvolvimento e a gestatildeo

integrada de recursos hiacutedricos devem ser participativos envolvendo usuaacuterios

planejadores e tomadores de decisotildees poliacuteticos em todos os niacuteveis 3-As

mulheres desempenham papel principal no abastecimento domeacutestico na

gestatildeo e na proteccedilatildeo da aacutegua e 4-A aacutegua tem um valor econocircmico em todos

os seus usos competitivos e deve ser reconhecida como um bem econocircmico

assim como um bem social

Considerando tais princiacutepios a implantaccedilatildeo da Gestatildeo dos Recursos

Hiacutedricos na Praia da Gamboa contaraacute com uma accedilatildeo e intervenccedilatildeo articuladas

entre o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo a

22 implementaccedilatildeo de um Saneamento Ambiental5 e o estimulo ao uso de

tecnologia limpa na construccedilatildeo civil e na elaboraccedilatildeo de casas com um sistema

integrado de reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais

31-Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a

Vidardquo

O Projeto de Educaccedilatildeo6 Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

apresenta como foco central a promoccedilatildeo e a reflexatildeo da comunidade escolar e

de suas adjacecircncias sobre os problemas ambientais e a busca de soluccedilotildees

Estimulando e preparando os alunos para serem agentes transformadores

desenvolvendo novas habilidades e condutas ambientalmente corretas atraveacutes

de uma postura eacutetica condizentes ao exerciacutecio da cidadania

A escola foi o local escolhido para realizaccedilatildeo do projeto devido a

considerarmos como espaccedilo social e o local onde o aluno daraacute sequumlecircncia ao

seu processo de socializaccedilatildeo O que nela se faz se diz e se valoriza

representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova

Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na praacutetica

no cotidiano da vida escolar e da vida comunitaacuteria contribuindo para a

formaccedilatildeo de cidadatildeos responsaacuteveis

O projeto abordaraacute a problemaacutetica sobre a escassez da aacutegua e o seu

uso racional a niacutevel escolar e domeacutestico a fim de evitar desperdiacutecios e

promover uma nova forma de pensar e agir mudando seus haacutebitos e

desenvolvendo formas de economizar aacutegua

5Eacute o conjunto de accedilotildees socioeconocircmicas que tem por objetivo alcanccedilar Salubridade Ambiental por meio de abastecimento de aacutegua potaacutevel coleta e disposiccedilatildeo sanitaacuteria de resiacuteduos soacutelidos liacutequidos e gasosos promoccedilatildeo da disciplina sanitaacuteria de uso do solo drenagem urbana controle de doenccedilas transmissiacuteveis e demais serviccedilos e obras especializadas com a finalidade de proteger e melhorar as condiccedilotildees de vida urbana e rural 6 ART1ordm Entende-se por educaccedilatildeo ambiental os processos por meio dos quais o indiviacuteduo e a coletividade constroem valores sociais conhecimentos e habilidades atitudes e competecircncias voltadas para a conservaccedilatildeo do meio ambiente bem de uso comum do povo agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade

23 Objetivos

Objetivo Geral

Contribuir na formaccedilatildeo da conscientizaccedilatildeo da comunidade escolar da

Escola Estadual Paulo Scofano (Municipalizada) localizada na Praia da

Gamboa - no uso racional da aacutegua e desenvolver saberes e competecircncias que

propiciem mudanccedilas de haacutebitos e atitudes que natildeo satildeo condizentes com a

sustentabilidade dos Recursos Hiacutedricos e Ambientais

Objetivos Especiacuteficos

1- Identifica problemas e soluccedilotildees voltadas para a questatildeo do consumo

consciente dos recursos hiacutedricos

2- Incentivar o uso de tecnologias limpas na construccedilatildeo civil e de

reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais

3- Estimular praacuteticas adequadas de Saneamento Ambiental e de haacutebitos

de higiene pessoal

4- Desenvolver oficinas de horta comunitaacuteria com a praacutetica de adubaccedilatildeo

orgacircnica (desenvolvimento sustentaacutevel)

5- Buscar parcerias para a execuccedilatildeo do projeto

6- Integrar as accedilotildees do projeto de Educaccedilatildeo Ambiental agraves propostas

pedagoacutegicas da escola

Justificativa

O presente projeto apresenta relevacircncia devido agrave problemaacutetica da

escassez da aacutegua doce na atualidade recurso natura indispensaacutevel para

todas as formas de vida O desperdiacutecio e uso indisciplinado dos recursos

hiacutedricos promovem a contaminaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo do solo de mananciais e de

aquumliacuteferos implicando na geraccedilatildeo de problemas soacutecio-econocircmico-ambientais a

curto meacutedio e longo prazo Desta forma uma das alternativas viaacuteveis e de

baixo custo para a minimizaccedilatildeo ou mesmo soluccedilatildeo do problema eacute uma

profunda reflexatildeo e alteraccedilatildeo eacutetica-comportamental da populaccedilatildeo que por sua

vez poderaacute pressionar atraveacutes do conhecimento adquiridos pelo projeto o

24 governo a fim de exigir seus direitos e exercer seus deveres no que tange agrave

formulaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas referentes agrave utilizaccedilatildeo de recursos

naturais

Na ultima deacutecada a demanda pela a aacutegua cresceu significamente na

Praia da Gamboa devido ao crescimento demograacutefico da regiatildeo Assim torna-

se necessaacuterio uma Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos locais e de acordo com a

Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash ART 1ordm - VI-a gestatildeo dos recursos

hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder

Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Assim a implementaccedilatildeo do Projeto

de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo constitui uma

complementaccedilatildeo ao mecanismo de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos

que seratildeo implementados na Praia da Gamboa

Metas

1- Realizar palestras sobre Educaccedilatildeo Ambiental e o uso racional da aacutegua

para a comunidade escolar e para as famiacutelias dos alunos

2- Trabalhar o conceito dos 3Rs (Reduzir Reutilizar e Reciclar)

3- Realizar um diagnoacutestico soacutecio-ambiental da Praia da Gamboa

4- Avaliar a aacutegua da escola com a ajuda dos professores do niacutevel

fundamental ndash ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) e de suas respectivas turmas

5- Promover workshop sobre consumo consciente e reutilizaccedilatildeo das

aacuteguas pluviais

6- Criar a horta comunitaacuteria nas adjacecircncias da escola com a ajuda da

comunidade da Praia da Gamboa

7- Visita aos mananciais de abastecimento da Praia da Gamboa

8- Desenvolver indicadores ambientais de anaacutelise dos recursos hiacutedricos

utilizando peixes como bio-indicadores da qualidade e vitalidade dos

rios e mananciais demonstrando sua importacircncia no equiliacutebrio do

ecossistema aquaacutetico

9- Avaliaccedilatildeo anual do programa

25 Puacuteblico alvo

O Projeto ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo apresenta como puacuteblico

alvo os alunos do Ensino Fundamental ndash Ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) da Escola

Estadual Paulo Scofano (municipalizada) e a comunidade da Praia da

Gamboa que se identifica com a proposta do projeto

Cronograma das atividades 2009

Atividades

meses

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12

Realizaccedilatildeo de

palestras de EA

- - X

Trabalhar o 3Rs X

Visita aos

mananciais

X

Realizaccedilatildeo do

Workshop

X

Criaccedilatildeo da Horta

comunitaacuteria

X X X

Avaliaccedilatildeo da aacutegua

da escola

X X

Realizaccedilatildeo do

diagnoacutestico soacutecio-

ambiental

X X

Criaccedilatildeo dos

indicadores

ambientais

X X

26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS

O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da

Praia da Gamboa

Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado

pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento

sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se

expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos

cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos

a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que

desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo

Infelizmente estamos muito longe disso

A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona

intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico

tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo

de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade

de chuva aiacute eacute muito grande

321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente

Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as

companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os

domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o

acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro

Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de

baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela

seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta

a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de

filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos

caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou

27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o

telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna

Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas

somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo

atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior

Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento

drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -

seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la

sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e

importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais

Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta

uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de

meacutetodos modernos de filtragem e estocagem

322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais

Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais

e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais

racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da

Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa

privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior

escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel

A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e

seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as

enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua

Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de

aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por

estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a

energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla

28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos

os produtos que economizem aacutegua

A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver

ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o

quanto antes

Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da

Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a

uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua

potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais

A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais

1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de

calhas

2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior

3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio

superior

4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias

sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc

29

Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de

Aacuteguas Pluviais

GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais

30

33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO

Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais

decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da

Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de

extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com

frequumlecircncia na regiatildeo

Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um

processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo

mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo

constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se

caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)

Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos

e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras

vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e

funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo

As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa

anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)

Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de

sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo

permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes

resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo

Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50

sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de

lagoas

Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees

estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de

uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de

volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias

vezes a taxa de produccedilatildeo

A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo

fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute

31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que

as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica

A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de

reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa

regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa

A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A

profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo

de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da

lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor

A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial

Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as

aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas

O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e

constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs

zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa

O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante

este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que

iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria

orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o

lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute

a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas

dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa

liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa

(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute

fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela

fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para

isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas

devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo

solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de

oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e

consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e

32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo

praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas

Fotossiacutentese

CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2

Respiraccedilatildeo

Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia

A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de

oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a

noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua

ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute

denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre

por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia

quando na presenccedila de oxigecircnio

As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de

oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de

sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que

a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90

de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste

no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades

das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com

volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de

detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias

Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de

organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas

apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com

o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente

Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo

natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse

fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua

33

CONCLUSAtildeO

O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem

desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de

efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais

devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais

ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e

natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas

e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente

Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e

democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio

e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a

participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da

populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo

concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo

essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade

dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos

deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com

sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento

Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo

ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e

uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de

habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que

praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal

Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor

gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma

Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa

7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico

34

BIBLIOGRAFIA

LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997

35

WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009

36

ANEXOS

ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1

Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa

37 Foto 2

Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa

38 Foto 3

Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa

39 Foto 4

Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar

40 Foto 5

Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo

41 Foto 6

Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua

42 Foto 7

Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

43

ANEXO 2

TABELAS DE INFECCcedilOtildeES

TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua

CATEGORIA INFECCcedilAtildeO

1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias

relacionada com a higiene) disenteria amebiana

balantidiacutease

enterite campylobacteriana

coacutelera

diarreacuteia por escherichia coli

giardiacutease

diarreacuteia por rotaviacuterus

salmonelose

disenteria bacilar

Febres enteacutericas

febre tifoacuteide

febre paratifoacuteide

Poliomielites

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease

2 Relacionada com a higiene

a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele

Doenccedilas infecciosas dos olhos

b) Outras Tifo transmitida por pulgas

Febre recorrente transmitida por pulgas

3 Baseada na aacutegua

a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose

b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e

Outras infecccedilotildees por helmintos

4 Transmissatildeo por inseto vetor

a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono

b) Procriam na aacutegua Malaacuteria

Arboviroses

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose

FONTE HELLER 1997

44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997

Page 9: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · destacar, a transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste

9

1 - A GEcircNESE DA URBANIZACcedilAtildeO E O CRESCIMENTO

DA ZONA COSTEIRA

O primeiro surto de urbanizaccedilatildeo1 no Brasil deu-se no seacuteculo XVIII com o

denominado Ciclo da Mineraccedilatildeo Essa atividade econocircmica contribuiu para

esse processo devido a alguns motivos Dentre os principais motivos podemos

destacar a transferecircncia da capital da colocircnia de Salvador para o Rio de

Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste accedilucareiro para o

Sudeste auriacutefero dando origem a vaacuterias Vilas e Cidades (Ouro Preto MG e

Goiaacutes Velho GO) e promovendo a interiorizaccedilatildeo do crescimento econocircmico do

paiacutes

ldquoA interiorizaccedilatildeo do povoamento foi devida de um lado agrave mineraccedilatildeo

e de outro agrave criaccedilatildeo de gado nas fazendas A exploraccedilatildeo dos

diamantes e do ouro foi responsaacutevel pela existecircncia de inuacutemeros

nuacutecleos de vida urbana no interior dos Estados de minas Gerais

Bahia Goiaacutes e Mato Grossordquo (SANTOS M E SILVEIRA M 2001

P 33)

No iniacutecio do seacuteculo XIX as antigas cidades litoracircneas retomaram o seu

crescimento devido agrave retomada do dinamismo do setor agraacuterio exportador

brasileiro

Em 1808 a vinda da Famiacutelia Real Portuguesa agrave Colocircnia proporcionou

por um lado o crescimento demograacutefico e por outro lado garantiu uma

transformaccedilatildeo urbaniacutestica O Brasil comeccedilou a viver momentos de

transformaccedilatildeo no perfil arquitetocircnico de suas principais cidades

A partir da segunda metade do seacuteculo XIX as principais cidades

brasileiras passaram a receber infra-estrutura o territoacuterio passa a receber

melhorias teacutecnicas ndash implantaccedilatildeo de sistema hidraacuteulico de iluminaccedilatildeo de

transporte coletivo e rede de esgoto ateacute planos urbaniacutesticos de logradouros

puacuteblicos praccedilas e vias arborizadas

No iniacutecio do seacuteculo XX a induacutestria foi um instrumento de povoamento

Nas primeiras deacutecadas desse seacuteculo verificamos uma transformaccedilatildeo soacutecio- 1 Ocorre Urbanizaccedilatildeo quando a populaccedilatildeo no meio urbano cresce a taxas maiores que a populaccedilatildeo total O processo de urbanizaccedilatildeo eacute resultado principalmente do ecircxodo rural

10 econocircmica pois a induacutestria avanccedila apoacutes as pequenas crises de 1920 e 1924

poreacutem a economia cafeeira comeccedila a se agravar com a poliacutetica de estocagem

Com a crise mundial de 1929 a economia predominantemente exportadora

provoca a decadecircncia do sistema agraacuterio essa decadecircncia abre as portas

para o fortalecimento da economia industrial orientada para o mercado interno

dentro do processo de substituiccedilatildeo de importaccedilotildees

As mudanccedilas relativas agrave passagem da pequena para a meacutedia e para a

grande induacutestria proporcionaram um crescente processo de urbanizaccedilatildeo ao

redor das grandes cidades e a formaccedilatildeo de uma populaccedilatildeo urbana

consequumlecircncia de um intenso ecircxodo rural devido a necessidade de matildeo-de-obra

nessas cidades

O Brasil passou por dois fenocircmenos que merecem destaque quando se

fala em ambientes urbanos a industrializaccedilatildeo (tardia) - iniciada no poacutes-Guerra -

e a urbanizaccedilatildeo acelerada que a seguiu No curso desse processo reflexo das

poliacuteticas desenvolvimentistas entatildeo vigentes uma seacuterie de regras de proteccedilatildeo

ao meio ambiente e aos cidadatildeos foi desrespeitada ou mesmo desconsiderada

A urbanizaccedilatildeo no Brasil natildeo foi acompanhada de igual ritmo de

industrializaccedilatildeo e geraccedilatildeo de empregos por isso desde os anos de 1950 a

formaccedilatildeo das cidades brasileiras vem construindo um cenaacuterio de contrastes

paisagens que mostram lado a lado o moderno e o tradicional o

excessivamente luxuoso e o paupeacuterrimo bairros ricos ao lado de grandes

comunidades empresaacuterios executivos com seus carros luxuosos cortam

avenidas onde crianccedilas vendem doces em semaacuteforos edifiacutecios inteligentes

vizinhos de preacutedios degradados e cheios de corticcedilos para dar alguns

exemplos

Vilmar Farias (1991) a esse respeito ressalta que o processo de

urbanizaccedilatildeo brasileira produziu uma gigantesca concentraccedilatildeo demograacutefica nas

grandes cidades e metroacutepoles Criou e concentrou riquezas mas natildeo levou a

plena institucionalizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho capaz de absorver os

contingentes populacionais expulsos do campo Com isso foi gerada uma

constante populaccedilatildeo excedente sujeita a acintosos processos de espoliaccedilatildeo

11 urbana2 e ao mesmo tempo e pelo mesmo processo se produziu uma enorme

pujanccedila econocircmica concentrada em ilhas de prosperidade Na opiniatildeo do

autor

[] a sociedade urbana resultante do processo de crescimento

urbanizaccedilatildeo e mudanccedila dos uacuteltimos trinta anos apresenta-se

estruturalmente com uma sociedade complexa espacial

ocupacional e socialmente diversificada unificada mas heterogecircnea

segmentada e sobretudo profundamente desigual []

(FARIAS1991p105)

Dos anos de 1950 aos dias atuais a parcela da populaccedilatildeo brasileira que

vivia em cidades cresceu de 36 para 81 Natildeo obstante os evidentes

desequiliacutebrios ambientais decorrentes desse processo nos saltam a olhos

vistas Nessas cidades detectamos problemas ambientais como poluiccedilatildeo do

ar sonora e hiacutedrica destruiccedilatildeo dos recursos naturais desintegraccedilatildeo social

desemprego deacuteficit habitacional dentre outros Que satildeo percebido por todos

mas com intensidades diferentes

a forma que o espaccedilo de assentamento assume natildeo eacute

necessariamente beneacutefica a qualquer um () Tanto o capital quanto

o trabalho satildeo obrigados a viver num meio ambiente difiacutecil de

controlar mas cujos efeitos negativos sempre podem ser mais bem

transcendidos pelo rico e pelo poderoso (GOTTDIENER 1993

p268)

11-Urbanizaccedilatildeo da zona costeira

A zona costeira3 brasileira que compreende uma faixa de 8698 Km de

extensatildeo estendendo-se desde Cabo Orange (5ordm N) ateacute o Chuiacute (34ordm S) e

largura variaacutevel contempla um conjunto de ecossistemas contiacuteguos

sobre uma aacuterea de aproximadamente 388 mil Km2 sendo a maior parte

situada nas regiotildees tropicais e subtropicais

2 Espoliaccedilatildeo Urbana eacute conceituada por como ldquoo somatoacuterio de extorsotildees que se opera atraveacutes da inexistecircncia ou precariedade de serviccedilos de consumo coletivo que se apresentam como socialmente necessaacuterios em relaccedilatildeo aos niacuteveis de subsistecircncia e que agudizam ainda mais a dilapide accedilatildeo que se realiza no acircmbito das relaccedilotildees de trabalhordquo (KOWARIICK p 591980) 3 Zona Costeira ou Faixa Litoracircnea corresponde agrave zona transiccedilatildeo entre o domiacutenio continental e o domiacutenio marinho Eacute uma faixa complexa dinacircmica mutaacutevel e sujeita a vaacuterios processos geoloacutegicos

12 Abrange uma faixa terrestre com um conjunto de municiacutepios e

uma aacuterea marinha que corresponde ao mar territorial brasileiro com

largura de 12 milhas naacuteuticas a partir da linha de costa

O litoral brasileiro eacute caracterizado por uma grande diversidade de

ecossistemas ndash de estuaacuterios de manguezais de recifes de corais de

planiacutecies inundaacuteveis e etc Esses recursos podem gerar meios de

subsistecircncia para as pessoas aleacutem de proporcionar a conservaccedilatildeo da

fauna local e de sua vegetaccedilatildeo

O uso e a ocupaccedilatildeo do solo tecircm sido feitas de forma intensiva e de

modo aleatoacuterio acarretando em danos ambientais e de sauacutede puacuteblica

consequumlecircncias da disposiccedilatildeo inadequada dos resiacuteduos soacutelidos e o

lanccedilamento de esgotos e de efluentes industriais nos corpos drsquoaacutegua que

afetam os principais setores econocircmicos dessa aacuterea ndash turismo pesca e a

aquumlicultura - para as populaccedilotildees autoacutectones

Constata-se que nessa aacuterea se concentra quase um quarto da

populaccedilatildeo brasileira em torno de 365 milhotildees de pessoas

A especulaccedilatildeo imobiliaacuteria o aumento da densidade demograacutefica e

o desenvolvimento do turismo tecircm criado ultimamente situaccedilotildees de

conflito na zona costeira brasileira

Casas de veraneio hoteacuteis parques aquaacuteticos e condomiacutenios

destinados agraves classes mais abastadas provocam o crescimento

populacional que impacta de forma negativa nos ambientes naturais

concorrendo agrave destruiccedilatildeo dos ecossistemas costeiros

A questatildeo locacional traz em seu bojo a produccedilatildeo e reproduccedilatildeo

do capital O capital comanda o territoacuterio (M Santos 2001) O lugar vale

mais ou menos pelas teacutecnicas que adquire A localizaccedilatildeo litoracircnea eacute

diferente por apresentar caracteriacutesticas proacuteprias de recursos naturais de

ocupaccedilatildeo e navegaccedilatildeo

A formaccedilatildeo do territoacuterio brasileiro foi baseada na ocupaccedilatildeo do

litoral que assegurava os fluxos econocircmicos baseado nas exportaccedilotildees

13 de mateacuterias-primas agrave Europa ldquoo sentido da colonizaccedilatildeordquo (PRADO JR

1942) Cada porto polarizava regiotildees interiores gerando zonas de

adensamento em suas proximidades no qual se constituiacuteram as

primeiras redes de cidades

No final do periacuteodo colonial vemos uma secccedilatildeo no espaccedilo

litoracircnea de um lado cidades portuaacuterias que se tornaram centros de

produccedilatildeo local comandando a circulaccedilatildeo de sistemas produtivos

especiacuteficos e por outro lado grandes aacutereas litoracircneas despovoadas que

originaram agraves populaccedilotildees litoracircneas tradicionais ndash tribos indiacutegena e

escravos foragidos Na Costa Verde temos o exemplo da restinga da

Marambaia com sua populaccedilatildeo de quilombolas

O advento da ferrovia diminuiu a vantagem locacional da zona

costeira Agora estar proacuteximo das fontes de energia e das mateacuterias-

primas era mais vantajoso assim a ferrovia vai promover o crescimento

industrial e a urbanizaccedilatildeo no interior do territoacuterio

Na segunda metade do seacuteculo XX as chamadas ldquocidades mortasrdquo

distribuiacutedas ao longo do litoral brasileiro ndash aacutereas de obsolescecircncia - junto

com aacutereas pouco povoadas ocupadas por populaccedilotildees tradicionais iriam

se constituir nas zonas de asseacutedio do surto de ocupaccedilatildeo da zona

costeira a partir dos anos de 1950

No final da deacutecada de 1950 com a substituiccedilatildeo de importaccedilotildees e o

afluxo de capitais internacionais no paiacutes vai haver uma transformaccedilatildeo na

forma de ocupaccedilatildeo da costa brasileira consolida-se a dinacircmica do

processo urbano-industrial central refletido no espaccedilo geograacutefico do

litoral

Assim sendo importantes ramos industriais no processo de

industrializaccedilatildeo brasileira passaram a serem implantados com a

necessidade de insumos que viessem de fora logo a proximidade dos

portos se tornou estrateacutegica

14 As consequumlecircncias desse afluxo de induacutestrias agraves aacutereas litoracircneas

no acircmbito ambiental eacute a poluiccedilatildeo causada pelos dejetos resultantes dos

processos industriais no acircmbito social a atraccedilatildeo de fluxos migratoacuterios

para os locais de sua instalaccedilatildeo

Entretanto nem todo contingente populacional seraacute absorvido pela

induacutestria e o setor de serviccedilos Aos excluiacutedos resta eacute a informalidade A

esses contingentes populacionais que natildeo dispotildee de alternativas para

morar restam espaccedilos deixados sem uso por outras atividades

Geralmente esses lugares satildeo improacuteprios para habitaccedilatildeo como em

encostas e aacutereas sujeitas a inundaccedilatildeo inclusive aacutereas de proteccedilatildeo

ambiental (mananciais de aacutegua manguezais e etc)

A ocupaccedilatildeo desordenada desses espaccedilos marginais que eacute

consequumlecircncia da segregaccedilatildeo soacutecio-espacial provoca danos ambientais

desastrosos onde a falta de infra-estrutura como coleta de lixo aacutegua

encanada e tratamento de esgoto compromete a qualidade de vida das

pessoas

15

2 - OS IMPACTOS AMBIENTAIS DO CRESCIMENTO

DESORDENADO NA PRAIA DA GAMBOA

Haacute um crescimento da urbanizaccedilatildeo no municiacutepio de Mangaratiba

devido agrave especulaccedilatildeo imobiliaacuteria que atinge a zona costeira do Rio de Janeiro

jaacute que essa regiatildeo possui um solo com valor alto no mercado de terras solo

esse consumido pela classe meacutedia alta com casas de veraneios proacuteximas a

praias ou pela rede de hotelaria Na contramatildeo deste processo haacute aqueles que

natildeo possuem poder aquisitivo para usufruir agrave habitaccedilatildeo bem indispensaacutevel agrave

reproduccedilatildeo da vida humana Assim participam de um processo urbano

desordenado em aacuterea irregular ou informal esse tipo inadequado de ocupaccedilatildeo

do solo provoca graves impactos ambientais dentre eles a insuficiecircncia ao

acesso agrave aacutegua

Existe uma legislaccedilatildeo de proteccedilatildeo de mananciais aprovada na

maioria dos Estados brasileiros que protege a bacia hidrograacutefica utilizada para

abastecimento das cidades Nessas aacutereas eacute proibido o uso do solo urbano que

possa comprometer a qualidade da aacutegua de abastecimento Poreacutem por causa

do crescimento das cidades essas aacutereas foram pressionadas agrave ocupaccedilatildeo pelo

valor imobiliaacuterio da vizinhanccedila e pela falta de interesse do proprietaacuterio em

proteger a aacuterea jaacute que essa perdeu o valor em razatildeo da legislaccedilatildeo e ainda

necessita pagar imposto que recaem sobre ela Essas aacutereas satildeo invadidas pela

populaccedilatildeo de baixa renda e a consequumlecircncia imediata eacute o aumento da

poluiccedilatildeo Muitos proprietaacuterios incentivaram a invasatildeo ateacute para poder vender a

propriedade para o poder puacuteblico

Na Ilha de Itacuruccedila mais especificamente na praia da Gamboa se

vivencia esse processo os impactos ambientais na regiatildeo acentuam-se devido

agrave ausecircncia de uma gestatildeo integrada dos recursos hiacutedricos (GIRH) que

envolveria abastecimento saneamento coleta e tratamento de efluentes

domeacutesticos e industriais drenagem urbana e gestatildeo dos resiacuteduos soacutelidos A

falta da (GIRH) e de um planejamento urbano na praia da Gamboa contribui

para o surgimento de problemas com a infra-estrutura da aacutegua A falta de

tratamento de esgoto em grande parte da regiatildeo faz com que os efluentes

16 sejam escoados e lanccedilados para o mar em sua trajetoacuteria os efluentes poluem

o solo e prejudica os recursos hiacutedricos locais essa medida de escoamento do

esgoto tambeacutem acarreta a deterioraccedilatildeo da qualidade da aacutegua por falta de

tratamento dos efluentes o que tem criado potenciais riscos ao abastecimento

da populaccedilatildeo em vaacuterios cenaacuterios o mais criacutetico tem sido a ocupaccedilatildeo das aacutereas

de contribuiccedilatildeo de reservatoacuterios de abastecimento urbano que eutrofizados

podem produzir riscos agrave sauacutede da populaccedilatildeo

A maioria dos recursos hiacutedricos na Praia da Gamboa encontra-se

seriamente comprometidos em funccedilatildeo da poluiccedilatildeo por resiacuteduos urbanos

extremamente agressivos Para mitigar essa realidade se faz necessaacuterio

diminuir a degradaccedilatildeo ambiental atraveacutes do saneamento baacutesico da educaccedilatildeo

ambiental formal e a natildeo formal e a tentativa de diminuir a pobreza

Zelar pela qualidade das aacuteguas significa garantir a cidadania os direitos

universal dos cidadatildeos que eacute o acesso com seguranccedila a esse recurso natural

fundamental para a existecircncia de uma vida saudaacutevel tendo em vista que

garantir o fornecimento de aacutegua a uma comunidade em quantidade e

qualidade adequadas significa ndash em essecircncia ndash praticar um ato de justiccedila

social

Testificam-se nos periacuteodos de estiagem e periacuteodos do veratildeo a falta

de aacutegua situaccedilatildeo de grande desconforto para grande parte desta comunidade

que tecircm de comprar aacutegua para beber por um preccedilo mais oneroso por se tratar

de um lugar de difiacutecil acesso Assim obter uma Gestatildeo Integrada dos Recursos

Hiacutedricos (GIHR) eacute de extrema importacircncia para garantia da preservaccedilatildeo e

conservaccedilatildeo dos mananciais e fontes de aacutegua da regiatildeo

O saneamento baacutesico4 possui estreita aproximaccedilatildeo com as questotildees

ambientais A captaccedilatildeo de recursos hiacutedricos tratamento distribuiccedilatildeo e

posterior disposiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos provocam significativas alteraccedilotildees 4 Decreto no 82587|78 define a amplitude do serviccedilo de saneamento baacutesico Art 2ordm [] Paraacutegrafo 2ordm Os serviccedilos de saneamento baacutesico compreendem a) os sistemas de abastecimento de aacutegua definidos como conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamento que tem por finalidade captar aduzir tratar e distribuir aacutegua b) os sistemas de esgotos definidos como o conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamentos que tecircm por finalidade coletar transportar e dar destino final agraves aacuteguas residuaacuterias ou servidas

17 ambientais Os esgotos urbanos constituem-se na principal fonte poluidora dos

recursos hiacutedricos comprometendo seus outros possiacuteveis usos

O abastecimento de aacutegua na Praia da Gamboa se daacute de forma prioritaacuteria

pelas nascentes de aacutegua da ilha que satildeo canalizadas e armazenadas em

grandes reservatoacuterios drsquoaacutegua ateacute chegar agraves casas e atraveacutes de poccedilos

artesianos perfurados dentro do terreno de algumas casas

No municiacutepio de Mangaratiba 627 do esgoto ocorrem por meio de utilizaccedilatildeo

de fossas seacutepticas (roda peacute) 14 em fossas rudimentares 39 satildeo ligados a

uma vala e 24 lanccedilados diretamente em um corpo receptor (rio lagoa eou

mar)

Essa realidade do municiacutepio se repete na praia da Gamboa poreacutem

de forma mais problemaacutetica pois a maior parte do esgoto local eacute destinada

para verdadeiras fossas negras em ceacuteu aberto e a uacutenica medida de

saneamento satildeo as fossas seacutepticas essas funcionam como uma unidade de

sedimentaccedilatildeo e digestatildeo anaeroacutebia (ausecircncia de oxigecircnio) de escoamento

contiacutenuo sendo projetada para ser construiacuteda com material estanque (agrave prova

de aacutegua) para receber as aacuteguas residuaacuterias Para a fossa seacuteptica devem ser

encaminhados todos os despejos domeacutesticos e a sua velocidade de

permanecircncia do liquido na fossa permitem a separaccedilatildeo da fraccedilatildeo soacutelida do

liacutequido proporcionando assim a digestatildeo limitada da mateacuteria orgacircnica e o

acuacutemulo dos soacutelidos permitindo que o liacutequido um pouco mais clarificado seja

destinado a uma aacuterea de absorccedilatildeo (sumidouro)

Sem duvida o tratamento dos esgotos domeacutesticos nas fossas

seacutepticas quando praticado em aacutereas sem rede de esgoto pode oferecer niacuteveis

adequados de serviccedilo para a disposiccedilatildeo de excretas em pequenas

comunidades contudo em grandes aacutereas urbanas ou em aacutereas em expansatildeo

urbana como eacute o caso da Ilha de Itacuruccedila varias fossas apresentam um risco

de migraccedilatildeo direta de bacteacuterias viacuterus e nutrientes para aquumliacuteferos subjacentes e

fontes vizinhas de aacuteguas subterracircneas Assim as fossas seacutepticas natildeo satildeo

consideradas a mais eficiente rede de tratamento dos efluentes na gestatildeo dos

recursos hiacutedricos pois pode contaminar as aacuteguas subterracircneas atraveacutes

18 despejo de resiacuteduos domeacutesticos aleacutem funcionar como uma fonte permanente

de contaminaccedilatildeo

EFICIEcircNCIA DE FOSSAS SEacutePTICA

A fossa seacuteptica reduz a concentraccedilatildeo dos soacutelidos sedimentaacuteveis e a

demanda bioquiacutemica de oxigecircnio (DBO5) sendo que a eficiecircncia de remoccedilatildeo

destes pode ser ampliada pelo prolongamento do tempo de detenccedilatildeo Na

tabela abaixo relacionamos os resultados percentuais de remoccedilatildeo eou

reduccedilatildeo observados em fossas bem projetadas e operadas

Tabela 1

Paracircmetro de remoccedilatildeo

Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio (DBO) 40 a 60

Demanda Quiacutemica de Oxigecircnio (DQO) 30 a 60

Soacutelidos Sedimentaacuteveis (SS) 85 a 95

Soacutelidos em suspensatildeo 50 a 70

Graxas e Gorduras 70 a 90

Nitrogecircnio Amoniacal 0 a 10

Nitrogecircnio total 0 a 10

Coliformes Totais 20 a 60

Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES

Como demonstra a tabela acima o efluente de uma fossa seacuteptica

mesmo considerando-se os maiores iacutendices de eficiecircncia ainda apresenta

substacircncias e organismos capazes de influenciarem na qualidade da aacutegua

subterracircnea

Uma indicaccedilatildeo da poluiccedilatildeo potencial das aacuteguas subterracircneas por

nitratos oriundos de fossas seacutepticas pode ser observado no exemplo a seguir

Uma populaccedilatildeo de 20 pessoashaacute representa uma descarga de ateacute 100

Kghaacuteh no solo a qual se fosse oxidada e lixiviada pela infiltraccedilatildeo por 100

mma de chuvas resultaria em uma descarga local com concentraccedilatildeo de 100

mg1N-NO3

19 Tabela 2

CLASSE DE IMPACTO

AMBIENTAL

CENAacuteRIO

lsquorsquoArsquorsquo

MUITO BAIXO

bull TRATAMENTO PUacuteBLICO COMPLETO ndash O

esgoto eacute canalizado em todo o seu trajeto ateacute

a estaccedilatildeo puacuteblica de tratamento onde passa

por um processamento completo

bull TRATAMENTO PRIVADO COMPLETO ndash O

esgoto passa por tratamento privado

completo e depois segue para a rede puacuteblica

ou diretamente ao ambiente

lsquorsquoBrsquorsquo BAIXO

TRATAMENTO PRIVADO PARCIAL COM REDE

PUacuteBLICA DE COLETA ndash O esgoto escoa

canalizado e passa por um tratamento parcial mas

eficiente antes de ser lanccedilado na rede puacuteblica

rsquoCrsquorsquo MEacuteDIO

bull FOSSA SEacutePTICA MAIS SUMIDOURO ndash O

esgoto eacute canalizado ateacute uma fossa seacuteptica

seguida de sumidouro

bull REDE PUBLICA DE COLETA SEM

TRATAMENTO ndash O esgoto das residecircncias eacute

canalizado para uma rede puacuteblica de coleta

sem tratamento

lsquorsquoDrsquorsquo ALTO

FOSSA NEGRA ndash O esgoto eacute lanccedilado sem

tratamento em uma fossa negra onde contamina o

solo e as aacuteguas subterracircneas

lsquorsquoErsquorsquo MUITO ALTO

ESGOTO A CEacuteU ABERTO ndash O esgoto natildeo eacute

canalizado em nenhuma etapa do seu trajeto ateacute o

corpo receptor

Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES

De acordo com a tabela 2 a aacuterea estudada ndash Praia da Gamboa ndash se

encontra na classe de impacto ambiental nos niacuteveis ldquoCrdquo meacutedio ldquoDrdquo alto e ldquoErdquo

20 muito alto Demonstrando alto risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas

tornando-as improacuteprias ao consumo humano

21

3- GERENCIAMENTO SUSTENTAVEacuteL DOS

RECURSOS HIacuteDRICOS

A demanda de aacutegua para abastecimento puacuteblico e demais atividades

antroacutepicas incrementada pelo crescimento demograacutefico registrado na praia da

Gamboa na uacuteltima deacutecada tem contribuiacutedo fortemente para a degradaccedilatildeo das

reservas hiacutedricas subterracircneas Aliada ainda ao descarte de efluentes e

resiacuteduos das atividades urbanas esta questatildeo ressalta a necessidade do

conhecimento de seu significado com vistas agrave minimizaccedilatildeo e controle de

impactos e reserva de condiccedilotildees baacutesicas que assegurem a preservaccedilatildeo dos

recursos hiacutedricos para geraccedilotildees futuras Desta forma torna-se necessaacuterio a

implantaccedilatildeo de medidas que visem uma gestatildeo ambientalmente sustentaacutevel da

qualidade e da quantidade dos recursos hiacutedricos assim todos os usos da aacutegua

requerem que a sua qualidade estejam dentro dos limites preacute-determinados

para os usos especiacuteficos portando o binocircmio quantidadequalidade eacute

indissociaacutevel

O gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos na praia da Gamboa

fundamenta-se nos quatros princiacutepios baacutesicos recomendados e enunciados

pela Declaraccedilatildeo de Dublin por ocasiatildeo da Conferecircncia Internacional sobre

Aacutegua e Meio Ambiente em 1992 e posteriormente ratificados e inseridos na

Agenda 21-Eco 92 Os princiacutepios enumeram-se em 1-A aacutegua doce eacute um

recurso finito e vulneraacutevel essencial para a sustentaccedilatildeo da vida do

desenvolvimento e do meio ambiente 2-O desenvolvimento e a gestatildeo

integrada de recursos hiacutedricos devem ser participativos envolvendo usuaacuterios

planejadores e tomadores de decisotildees poliacuteticos em todos os niacuteveis 3-As

mulheres desempenham papel principal no abastecimento domeacutestico na

gestatildeo e na proteccedilatildeo da aacutegua e 4-A aacutegua tem um valor econocircmico em todos

os seus usos competitivos e deve ser reconhecida como um bem econocircmico

assim como um bem social

Considerando tais princiacutepios a implantaccedilatildeo da Gestatildeo dos Recursos

Hiacutedricos na Praia da Gamboa contaraacute com uma accedilatildeo e intervenccedilatildeo articuladas

entre o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo a

22 implementaccedilatildeo de um Saneamento Ambiental5 e o estimulo ao uso de

tecnologia limpa na construccedilatildeo civil e na elaboraccedilatildeo de casas com um sistema

integrado de reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais

31-Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a

Vidardquo

O Projeto de Educaccedilatildeo6 Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

apresenta como foco central a promoccedilatildeo e a reflexatildeo da comunidade escolar e

de suas adjacecircncias sobre os problemas ambientais e a busca de soluccedilotildees

Estimulando e preparando os alunos para serem agentes transformadores

desenvolvendo novas habilidades e condutas ambientalmente corretas atraveacutes

de uma postura eacutetica condizentes ao exerciacutecio da cidadania

A escola foi o local escolhido para realizaccedilatildeo do projeto devido a

considerarmos como espaccedilo social e o local onde o aluno daraacute sequumlecircncia ao

seu processo de socializaccedilatildeo O que nela se faz se diz e se valoriza

representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova

Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na praacutetica

no cotidiano da vida escolar e da vida comunitaacuteria contribuindo para a

formaccedilatildeo de cidadatildeos responsaacuteveis

O projeto abordaraacute a problemaacutetica sobre a escassez da aacutegua e o seu

uso racional a niacutevel escolar e domeacutestico a fim de evitar desperdiacutecios e

promover uma nova forma de pensar e agir mudando seus haacutebitos e

desenvolvendo formas de economizar aacutegua

5Eacute o conjunto de accedilotildees socioeconocircmicas que tem por objetivo alcanccedilar Salubridade Ambiental por meio de abastecimento de aacutegua potaacutevel coleta e disposiccedilatildeo sanitaacuteria de resiacuteduos soacutelidos liacutequidos e gasosos promoccedilatildeo da disciplina sanitaacuteria de uso do solo drenagem urbana controle de doenccedilas transmissiacuteveis e demais serviccedilos e obras especializadas com a finalidade de proteger e melhorar as condiccedilotildees de vida urbana e rural 6 ART1ordm Entende-se por educaccedilatildeo ambiental os processos por meio dos quais o indiviacuteduo e a coletividade constroem valores sociais conhecimentos e habilidades atitudes e competecircncias voltadas para a conservaccedilatildeo do meio ambiente bem de uso comum do povo agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade

23 Objetivos

Objetivo Geral

Contribuir na formaccedilatildeo da conscientizaccedilatildeo da comunidade escolar da

Escola Estadual Paulo Scofano (Municipalizada) localizada na Praia da

Gamboa - no uso racional da aacutegua e desenvolver saberes e competecircncias que

propiciem mudanccedilas de haacutebitos e atitudes que natildeo satildeo condizentes com a

sustentabilidade dos Recursos Hiacutedricos e Ambientais

Objetivos Especiacuteficos

1- Identifica problemas e soluccedilotildees voltadas para a questatildeo do consumo

consciente dos recursos hiacutedricos

2- Incentivar o uso de tecnologias limpas na construccedilatildeo civil e de

reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais

3- Estimular praacuteticas adequadas de Saneamento Ambiental e de haacutebitos

de higiene pessoal

4- Desenvolver oficinas de horta comunitaacuteria com a praacutetica de adubaccedilatildeo

orgacircnica (desenvolvimento sustentaacutevel)

5- Buscar parcerias para a execuccedilatildeo do projeto

6- Integrar as accedilotildees do projeto de Educaccedilatildeo Ambiental agraves propostas

pedagoacutegicas da escola

Justificativa

O presente projeto apresenta relevacircncia devido agrave problemaacutetica da

escassez da aacutegua doce na atualidade recurso natura indispensaacutevel para

todas as formas de vida O desperdiacutecio e uso indisciplinado dos recursos

hiacutedricos promovem a contaminaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo do solo de mananciais e de

aquumliacuteferos implicando na geraccedilatildeo de problemas soacutecio-econocircmico-ambientais a

curto meacutedio e longo prazo Desta forma uma das alternativas viaacuteveis e de

baixo custo para a minimizaccedilatildeo ou mesmo soluccedilatildeo do problema eacute uma

profunda reflexatildeo e alteraccedilatildeo eacutetica-comportamental da populaccedilatildeo que por sua

vez poderaacute pressionar atraveacutes do conhecimento adquiridos pelo projeto o

24 governo a fim de exigir seus direitos e exercer seus deveres no que tange agrave

formulaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas referentes agrave utilizaccedilatildeo de recursos

naturais

Na ultima deacutecada a demanda pela a aacutegua cresceu significamente na

Praia da Gamboa devido ao crescimento demograacutefico da regiatildeo Assim torna-

se necessaacuterio uma Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos locais e de acordo com a

Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash ART 1ordm - VI-a gestatildeo dos recursos

hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder

Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Assim a implementaccedilatildeo do Projeto

de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo constitui uma

complementaccedilatildeo ao mecanismo de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos

que seratildeo implementados na Praia da Gamboa

Metas

1- Realizar palestras sobre Educaccedilatildeo Ambiental e o uso racional da aacutegua

para a comunidade escolar e para as famiacutelias dos alunos

2- Trabalhar o conceito dos 3Rs (Reduzir Reutilizar e Reciclar)

3- Realizar um diagnoacutestico soacutecio-ambiental da Praia da Gamboa

4- Avaliar a aacutegua da escola com a ajuda dos professores do niacutevel

fundamental ndash ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) e de suas respectivas turmas

5- Promover workshop sobre consumo consciente e reutilizaccedilatildeo das

aacuteguas pluviais

6- Criar a horta comunitaacuteria nas adjacecircncias da escola com a ajuda da

comunidade da Praia da Gamboa

7- Visita aos mananciais de abastecimento da Praia da Gamboa

8- Desenvolver indicadores ambientais de anaacutelise dos recursos hiacutedricos

utilizando peixes como bio-indicadores da qualidade e vitalidade dos

rios e mananciais demonstrando sua importacircncia no equiliacutebrio do

ecossistema aquaacutetico

9- Avaliaccedilatildeo anual do programa

25 Puacuteblico alvo

O Projeto ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo apresenta como puacuteblico

alvo os alunos do Ensino Fundamental ndash Ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) da Escola

Estadual Paulo Scofano (municipalizada) e a comunidade da Praia da

Gamboa que se identifica com a proposta do projeto

Cronograma das atividades 2009

Atividades

meses

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12

Realizaccedilatildeo de

palestras de EA

- - X

Trabalhar o 3Rs X

Visita aos

mananciais

X

Realizaccedilatildeo do

Workshop

X

Criaccedilatildeo da Horta

comunitaacuteria

X X X

Avaliaccedilatildeo da aacutegua

da escola

X X

Realizaccedilatildeo do

diagnoacutestico soacutecio-

ambiental

X X

Criaccedilatildeo dos

indicadores

ambientais

X X

26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS

O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da

Praia da Gamboa

Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado

pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento

sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se

expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos

cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos

a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que

desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo

Infelizmente estamos muito longe disso

A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona

intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico

tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo

de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade

de chuva aiacute eacute muito grande

321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente

Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as

companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os

domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o

acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro

Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de

baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela

seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta

a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de

filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos

caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou

27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o

telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna

Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas

somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo

atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior

Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento

drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -

seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la

sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e

importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais

Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta

uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de

meacutetodos modernos de filtragem e estocagem

322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais

Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais

e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais

racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da

Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa

privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior

escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel

A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e

seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as

enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua

Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de

aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por

estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a

energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla

28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos

os produtos que economizem aacutegua

A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver

ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o

quanto antes

Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da

Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a

uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua

potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais

A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais

1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de

calhas

2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior

3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio

superior

4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias

sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc

29

Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de

Aacuteguas Pluviais

GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais

30

33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO

Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais

decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da

Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de

extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com

frequumlecircncia na regiatildeo

Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um

processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo

mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo

constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se

caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)

Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos

e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras

vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e

funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo

As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa

anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)

Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de

sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo

permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes

resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo

Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50

sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de

lagoas

Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees

estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de

uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de

volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias

vezes a taxa de produccedilatildeo

A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo

fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute

31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que

as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica

A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de

reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa

regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa

A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A

profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo

de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da

lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor

A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial

Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as

aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas

O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e

constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs

zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa

O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante

este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que

iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria

orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o

lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute

a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas

dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa

liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa

(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute

fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela

fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para

isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas

devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo

solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de

oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e

consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e

32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo

praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas

Fotossiacutentese

CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2

Respiraccedilatildeo

Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia

A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de

oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a

noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua

ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute

denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre

por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia

quando na presenccedila de oxigecircnio

As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de

oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de

sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que

a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90

de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste

no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades

das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com

volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de

detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias

Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de

organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas

apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com

o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente

Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo

natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse

fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua

33

CONCLUSAtildeO

O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem

desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de

efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais

devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais

ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e

natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas

e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente

Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e

democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio

e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a

participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da

populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo

concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo

essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade

dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos

deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com

sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento

Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo

ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e

uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de

habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que

praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal

Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor

gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma

Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa

7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico

34

BIBLIOGRAFIA

LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997

35

WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009

36

ANEXOS

ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1

Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa

37 Foto 2

Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa

38 Foto 3

Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa

39 Foto 4

Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar

40 Foto 5

Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo

41 Foto 6

Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua

42 Foto 7

Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

43

ANEXO 2

TABELAS DE INFECCcedilOtildeES

TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua

CATEGORIA INFECCcedilAtildeO

1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias

relacionada com a higiene) disenteria amebiana

balantidiacutease

enterite campylobacteriana

coacutelera

diarreacuteia por escherichia coli

giardiacutease

diarreacuteia por rotaviacuterus

salmonelose

disenteria bacilar

Febres enteacutericas

febre tifoacuteide

febre paratifoacuteide

Poliomielites

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease

2 Relacionada com a higiene

a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele

Doenccedilas infecciosas dos olhos

b) Outras Tifo transmitida por pulgas

Febre recorrente transmitida por pulgas

3 Baseada na aacutegua

a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose

b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e

Outras infecccedilotildees por helmintos

4 Transmissatildeo por inseto vetor

a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono

b) Procriam na aacutegua Malaacuteria

Arboviroses

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose

FONTE HELLER 1997

44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997

Page 10: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · destacar, a transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste

10 econocircmica pois a induacutestria avanccedila apoacutes as pequenas crises de 1920 e 1924

poreacutem a economia cafeeira comeccedila a se agravar com a poliacutetica de estocagem

Com a crise mundial de 1929 a economia predominantemente exportadora

provoca a decadecircncia do sistema agraacuterio essa decadecircncia abre as portas

para o fortalecimento da economia industrial orientada para o mercado interno

dentro do processo de substituiccedilatildeo de importaccedilotildees

As mudanccedilas relativas agrave passagem da pequena para a meacutedia e para a

grande induacutestria proporcionaram um crescente processo de urbanizaccedilatildeo ao

redor das grandes cidades e a formaccedilatildeo de uma populaccedilatildeo urbana

consequumlecircncia de um intenso ecircxodo rural devido a necessidade de matildeo-de-obra

nessas cidades

O Brasil passou por dois fenocircmenos que merecem destaque quando se

fala em ambientes urbanos a industrializaccedilatildeo (tardia) - iniciada no poacutes-Guerra -

e a urbanizaccedilatildeo acelerada que a seguiu No curso desse processo reflexo das

poliacuteticas desenvolvimentistas entatildeo vigentes uma seacuterie de regras de proteccedilatildeo

ao meio ambiente e aos cidadatildeos foi desrespeitada ou mesmo desconsiderada

A urbanizaccedilatildeo no Brasil natildeo foi acompanhada de igual ritmo de

industrializaccedilatildeo e geraccedilatildeo de empregos por isso desde os anos de 1950 a

formaccedilatildeo das cidades brasileiras vem construindo um cenaacuterio de contrastes

paisagens que mostram lado a lado o moderno e o tradicional o

excessivamente luxuoso e o paupeacuterrimo bairros ricos ao lado de grandes

comunidades empresaacuterios executivos com seus carros luxuosos cortam

avenidas onde crianccedilas vendem doces em semaacuteforos edifiacutecios inteligentes

vizinhos de preacutedios degradados e cheios de corticcedilos para dar alguns

exemplos

Vilmar Farias (1991) a esse respeito ressalta que o processo de

urbanizaccedilatildeo brasileira produziu uma gigantesca concentraccedilatildeo demograacutefica nas

grandes cidades e metroacutepoles Criou e concentrou riquezas mas natildeo levou a

plena institucionalizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho capaz de absorver os

contingentes populacionais expulsos do campo Com isso foi gerada uma

constante populaccedilatildeo excedente sujeita a acintosos processos de espoliaccedilatildeo

11 urbana2 e ao mesmo tempo e pelo mesmo processo se produziu uma enorme

pujanccedila econocircmica concentrada em ilhas de prosperidade Na opiniatildeo do

autor

[] a sociedade urbana resultante do processo de crescimento

urbanizaccedilatildeo e mudanccedila dos uacuteltimos trinta anos apresenta-se

estruturalmente com uma sociedade complexa espacial

ocupacional e socialmente diversificada unificada mas heterogecircnea

segmentada e sobretudo profundamente desigual []

(FARIAS1991p105)

Dos anos de 1950 aos dias atuais a parcela da populaccedilatildeo brasileira que

vivia em cidades cresceu de 36 para 81 Natildeo obstante os evidentes

desequiliacutebrios ambientais decorrentes desse processo nos saltam a olhos

vistas Nessas cidades detectamos problemas ambientais como poluiccedilatildeo do

ar sonora e hiacutedrica destruiccedilatildeo dos recursos naturais desintegraccedilatildeo social

desemprego deacuteficit habitacional dentre outros Que satildeo percebido por todos

mas com intensidades diferentes

a forma que o espaccedilo de assentamento assume natildeo eacute

necessariamente beneacutefica a qualquer um () Tanto o capital quanto

o trabalho satildeo obrigados a viver num meio ambiente difiacutecil de

controlar mas cujos efeitos negativos sempre podem ser mais bem

transcendidos pelo rico e pelo poderoso (GOTTDIENER 1993

p268)

11-Urbanizaccedilatildeo da zona costeira

A zona costeira3 brasileira que compreende uma faixa de 8698 Km de

extensatildeo estendendo-se desde Cabo Orange (5ordm N) ateacute o Chuiacute (34ordm S) e

largura variaacutevel contempla um conjunto de ecossistemas contiacuteguos

sobre uma aacuterea de aproximadamente 388 mil Km2 sendo a maior parte

situada nas regiotildees tropicais e subtropicais

2 Espoliaccedilatildeo Urbana eacute conceituada por como ldquoo somatoacuterio de extorsotildees que se opera atraveacutes da inexistecircncia ou precariedade de serviccedilos de consumo coletivo que se apresentam como socialmente necessaacuterios em relaccedilatildeo aos niacuteveis de subsistecircncia e que agudizam ainda mais a dilapide accedilatildeo que se realiza no acircmbito das relaccedilotildees de trabalhordquo (KOWARIICK p 591980) 3 Zona Costeira ou Faixa Litoracircnea corresponde agrave zona transiccedilatildeo entre o domiacutenio continental e o domiacutenio marinho Eacute uma faixa complexa dinacircmica mutaacutevel e sujeita a vaacuterios processos geoloacutegicos

12 Abrange uma faixa terrestre com um conjunto de municiacutepios e

uma aacuterea marinha que corresponde ao mar territorial brasileiro com

largura de 12 milhas naacuteuticas a partir da linha de costa

O litoral brasileiro eacute caracterizado por uma grande diversidade de

ecossistemas ndash de estuaacuterios de manguezais de recifes de corais de

planiacutecies inundaacuteveis e etc Esses recursos podem gerar meios de

subsistecircncia para as pessoas aleacutem de proporcionar a conservaccedilatildeo da

fauna local e de sua vegetaccedilatildeo

O uso e a ocupaccedilatildeo do solo tecircm sido feitas de forma intensiva e de

modo aleatoacuterio acarretando em danos ambientais e de sauacutede puacuteblica

consequumlecircncias da disposiccedilatildeo inadequada dos resiacuteduos soacutelidos e o

lanccedilamento de esgotos e de efluentes industriais nos corpos drsquoaacutegua que

afetam os principais setores econocircmicos dessa aacuterea ndash turismo pesca e a

aquumlicultura - para as populaccedilotildees autoacutectones

Constata-se que nessa aacuterea se concentra quase um quarto da

populaccedilatildeo brasileira em torno de 365 milhotildees de pessoas

A especulaccedilatildeo imobiliaacuteria o aumento da densidade demograacutefica e

o desenvolvimento do turismo tecircm criado ultimamente situaccedilotildees de

conflito na zona costeira brasileira

Casas de veraneio hoteacuteis parques aquaacuteticos e condomiacutenios

destinados agraves classes mais abastadas provocam o crescimento

populacional que impacta de forma negativa nos ambientes naturais

concorrendo agrave destruiccedilatildeo dos ecossistemas costeiros

A questatildeo locacional traz em seu bojo a produccedilatildeo e reproduccedilatildeo

do capital O capital comanda o territoacuterio (M Santos 2001) O lugar vale

mais ou menos pelas teacutecnicas que adquire A localizaccedilatildeo litoracircnea eacute

diferente por apresentar caracteriacutesticas proacuteprias de recursos naturais de

ocupaccedilatildeo e navegaccedilatildeo

A formaccedilatildeo do territoacuterio brasileiro foi baseada na ocupaccedilatildeo do

litoral que assegurava os fluxos econocircmicos baseado nas exportaccedilotildees

13 de mateacuterias-primas agrave Europa ldquoo sentido da colonizaccedilatildeordquo (PRADO JR

1942) Cada porto polarizava regiotildees interiores gerando zonas de

adensamento em suas proximidades no qual se constituiacuteram as

primeiras redes de cidades

No final do periacuteodo colonial vemos uma secccedilatildeo no espaccedilo

litoracircnea de um lado cidades portuaacuterias que se tornaram centros de

produccedilatildeo local comandando a circulaccedilatildeo de sistemas produtivos

especiacuteficos e por outro lado grandes aacutereas litoracircneas despovoadas que

originaram agraves populaccedilotildees litoracircneas tradicionais ndash tribos indiacutegena e

escravos foragidos Na Costa Verde temos o exemplo da restinga da

Marambaia com sua populaccedilatildeo de quilombolas

O advento da ferrovia diminuiu a vantagem locacional da zona

costeira Agora estar proacuteximo das fontes de energia e das mateacuterias-

primas era mais vantajoso assim a ferrovia vai promover o crescimento

industrial e a urbanizaccedilatildeo no interior do territoacuterio

Na segunda metade do seacuteculo XX as chamadas ldquocidades mortasrdquo

distribuiacutedas ao longo do litoral brasileiro ndash aacutereas de obsolescecircncia - junto

com aacutereas pouco povoadas ocupadas por populaccedilotildees tradicionais iriam

se constituir nas zonas de asseacutedio do surto de ocupaccedilatildeo da zona

costeira a partir dos anos de 1950

No final da deacutecada de 1950 com a substituiccedilatildeo de importaccedilotildees e o

afluxo de capitais internacionais no paiacutes vai haver uma transformaccedilatildeo na

forma de ocupaccedilatildeo da costa brasileira consolida-se a dinacircmica do

processo urbano-industrial central refletido no espaccedilo geograacutefico do

litoral

Assim sendo importantes ramos industriais no processo de

industrializaccedilatildeo brasileira passaram a serem implantados com a

necessidade de insumos que viessem de fora logo a proximidade dos

portos se tornou estrateacutegica

14 As consequumlecircncias desse afluxo de induacutestrias agraves aacutereas litoracircneas

no acircmbito ambiental eacute a poluiccedilatildeo causada pelos dejetos resultantes dos

processos industriais no acircmbito social a atraccedilatildeo de fluxos migratoacuterios

para os locais de sua instalaccedilatildeo

Entretanto nem todo contingente populacional seraacute absorvido pela

induacutestria e o setor de serviccedilos Aos excluiacutedos resta eacute a informalidade A

esses contingentes populacionais que natildeo dispotildee de alternativas para

morar restam espaccedilos deixados sem uso por outras atividades

Geralmente esses lugares satildeo improacuteprios para habitaccedilatildeo como em

encostas e aacutereas sujeitas a inundaccedilatildeo inclusive aacutereas de proteccedilatildeo

ambiental (mananciais de aacutegua manguezais e etc)

A ocupaccedilatildeo desordenada desses espaccedilos marginais que eacute

consequumlecircncia da segregaccedilatildeo soacutecio-espacial provoca danos ambientais

desastrosos onde a falta de infra-estrutura como coleta de lixo aacutegua

encanada e tratamento de esgoto compromete a qualidade de vida das

pessoas

15

2 - OS IMPACTOS AMBIENTAIS DO CRESCIMENTO

DESORDENADO NA PRAIA DA GAMBOA

Haacute um crescimento da urbanizaccedilatildeo no municiacutepio de Mangaratiba

devido agrave especulaccedilatildeo imobiliaacuteria que atinge a zona costeira do Rio de Janeiro

jaacute que essa regiatildeo possui um solo com valor alto no mercado de terras solo

esse consumido pela classe meacutedia alta com casas de veraneios proacuteximas a

praias ou pela rede de hotelaria Na contramatildeo deste processo haacute aqueles que

natildeo possuem poder aquisitivo para usufruir agrave habitaccedilatildeo bem indispensaacutevel agrave

reproduccedilatildeo da vida humana Assim participam de um processo urbano

desordenado em aacuterea irregular ou informal esse tipo inadequado de ocupaccedilatildeo

do solo provoca graves impactos ambientais dentre eles a insuficiecircncia ao

acesso agrave aacutegua

Existe uma legislaccedilatildeo de proteccedilatildeo de mananciais aprovada na

maioria dos Estados brasileiros que protege a bacia hidrograacutefica utilizada para

abastecimento das cidades Nessas aacutereas eacute proibido o uso do solo urbano que

possa comprometer a qualidade da aacutegua de abastecimento Poreacutem por causa

do crescimento das cidades essas aacutereas foram pressionadas agrave ocupaccedilatildeo pelo

valor imobiliaacuterio da vizinhanccedila e pela falta de interesse do proprietaacuterio em

proteger a aacuterea jaacute que essa perdeu o valor em razatildeo da legislaccedilatildeo e ainda

necessita pagar imposto que recaem sobre ela Essas aacutereas satildeo invadidas pela

populaccedilatildeo de baixa renda e a consequumlecircncia imediata eacute o aumento da

poluiccedilatildeo Muitos proprietaacuterios incentivaram a invasatildeo ateacute para poder vender a

propriedade para o poder puacuteblico

Na Ilha de Itacuruccedila mais especificamente na praia da Gamboa se

vivencia esse processo os impactos ambientais na regiatildeo acentuam-se devido

agrave ausecircncia de uma gestatildeo integrada dos recursos hiacutedricos (GIRH) que

envolveria abastecimento saneamento coleta e tratamento de efluentes

domeacutesticos e industriais drenagem urbana e gestatildeo dos resiacuteduos soacutelidos A

falta da (GIRH) e de um planejamento urbano na praia da Gamboa contribui

para o surgimento de problemas com a infra-estrutura da aacutegua A falta de

tratamento de esgoto em grande parte da regiatildeo faz com que os efluentes

16 sejam escoados e lanccedilados para o mar em sua trajetoacuteria os efluentes poluem

o solo e prejudica os recursos hiacutedricos locais essa medida de escoamento do

esgoto tambeacutem acarreta a deterioraccedilatildeo da qualidade da aacutegua por falta de

tratamento dos efluentes o que tem criado potenciais riscos ao abastecimento

da populaccedilatildeo em vaacuterios cenaacuterios o mais criacutetico tem sido a ocupaccedilatildeo das aacutereas

de contribuiccedilatildeo de reservatoacuterios de abastecimento urbano que eutrofizados

podem produzir riscos agrave sauacutede da populaccedilatildeo

A maioria dos recursos hiacutedricos na Praia da Gamboa encontra-se

seriamente comprometidos em funccedilatildeo da poluiccedilatildeo por resiacuteduos urbanos

extremamente agressivos Para mitigar essa realidade se faz necessaacuterio

diminuir a degradaccedilatildeo ambiental atraveacutes do saneamento baacutesico da educaccedilatildeo

ambiental formal e a natildeo formal e a tentativa de diminuir a pobreza

Zelar pela qualidade das aacuteguas significa garantir a cidadania os direitos

universal dos cidadatildeos que eacute o acesso com seguranccedila a esse recurso natural

fundamental para a existecircncia de uma vida saudaacutevel tendo em vista que

garantir o fornecimento de aacutegua a uma comunidade em quantidade e

qualidade adequadas significa ndash em essecircncia ndash praticar um ato de justiccedila

social

Testificam-se nos periacuteodos de estiagem e periacuteodos do veratildeo a falta

de aacutegua situaccedilatildeo de grande desconforto para grande parte desta comunidade

que tecircm de comprar aacutegua para beber por um preccedilo mais oneroso por se tratar

de um lugar de difiacutecil acesso Assim obter uma Gestatildeo Integrada dos Recursos

Hiacutedricos (GIHR) eacute de extrema importacircncia para garantia da preservaccedilatildeo e

conservaccedilatildeo dos mananciais e fontes de aacutegua da regiatildeo

O saneamento baacutesico4 possui estreita aproximaccedilatildeo com as questotildees

ambientais A captaccedilatildeo de recursos hiacutedricos tratamento distribuiccedilatildeo e

posterior disposiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos provocam significativas alteraccedilotildees 4 Decreto no 82587|78 define a amplitude do serviccedilo de saneamento baacutesico Art 2ordm [] Paraacutegrafo 2ordm Os serviccedilos de saneamento baacutesico compreendem a) os sistemas de abastecimento de aacutegua definidos como conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamento que tem por finalidade captar aduzir tratar e distribuir aacutegua b) os sistemas de esgotos definidos como o conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamentos que tecircm por finalidade coletar transportar e dar destino final agraves aacuteguas residuaacuterias ou servidas

17 ambientais Os esgotos urbanos constituem-se na principal fonte poluidora dos

recursos hiacutedricos comprometendo seus outros possiacuteveis usos

O abastecimento de aacutegua na Praia da Gamboa se daacute de forma prioritaacuteria

pelas nascentes de aacutegua da ilha que satildeo canalizadas e armazenadas em

grandes reservatoacuterios drsquoaacutegua ateacute chegar agraves casas e atraveacutes de poccedilos

artesianos perfurados dentro do terreno de algumas casas

No municiacutepio de Mangaratiba 627 do esgoto ocorrem por meio de utilizaccedilatildeo

de fossas seacutepticas (roda peacute) 14 em fossas rudimentares 39 satildeo ligados a

uma vala e 24 lanccedilados diretamente em um corpo receptor (rio lagoa eou

mar)

Essa realidade do municiacutepio se repete na praia da Gamboa poreacutem

de forma mais problemaacutetica pois a maior parte do esgoto local eacute destinada

para verdadeiras fossas negras em ceacuteu aberto e a uacutenica medida de

saneamento satildeo as fossas seacutepticas essas funcionam como uma unidade de

sedimentaccedilatildeo e digestatildeo anaeroacutebia (ausecircncia de oxigecircnio) de escoamento

contiacutenuo sendo projetada para ser construiacuteda com material estanque (agrave prova

de aacutegua) para receber as aacuteguas residuaacuterias Para a fossa seacuteptica devem ser

encaminhados todos os despejos domeacutesticos e a sua velocidade de

permanecircncia do liquido na fossa permitem a separaccedilatildeo da fraccedilatildeo soacutelida do

liacutequido proporcionando assim a digestatildeo limitada da mateacuteria orgacircnica e o

acuacutemulo dos soacutelidos permitindo que o liacutequido um pouco mais clarificado seja

destinado a uma aacuterea de absorccedilatildeo (sumidouro)

Sem duvida o tratamento dos esgotos domeacutesticos nas fossas

seacutepticas quando praticado em aacutereas sem rede de esgoto pode oferecer niacuteveis

adequados de serviccedilo para a disposiccedilatildeo de excretas em pequenas

comunidades contudo em grandes aacutereas urbanas ou em aacutereas em expansatildeo

urbana como eacute o caso da Ilha de Itacuruccedila varias fossas apresentam um risco

de migraccedilatildeo direta de bacteacuterias viacuterus e nutrientes para aquumliacuteferos subjacentes e

fontes vizinhas de aacuteguas subterracircneas Assim as fossas seacutepticas natildeo satildeo

consideradas a mais eficiente rede de tratamento dos efluentes na gestatildeo dos

recursos hiacutedricos pois pode contaminar as aacuteguas subterracircneas atraveacutes

18 despejo de resiacuteduos domeacutesticos aleacutem funcionar como uma fonte permanente

de contaminaccedilatildeo

EFICIEcircNCIA DE FOSSAS SEacutePTICA

A fossa seacuteptica reduz a concentraccedilatildeo dos soacutelidos sedimentaacuteveis e a

demanda bioquiacutemica de oxigecircnio (DBO5) sendo que a eficiecircncia de remoccedilatildeo

destes pode ser ampliada pelo prolongamento do tempo de detenccedilatildeo Na

tabela abaixo relacionamos os resultados percentuais de remoccedilatildeo eou

reduccedilatildeo observados em fossas bem projetadas e operadas

Tabela 1

Paracircmetro de remoccedilatildeo

Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio (DBO) 40 a 60

Demanda Quiacutemica de Oxigecircnio (DQO) 30 a 60

Soacutelidos Sedimentaacuteveis (SS) 85 a 95

Soacutelidos em suspensatildeo 50 a 70

Graxas e Gorduras 70 a 90

Nitrogecircnio Amoniacal 0 a 10

Nitrogecircnio total 0 a 10

Coliformes Totais 20 a 60

Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES

Como demonstra a tabela acima o efluente de uma fossa seacuteptica

mesmo considerando-se os maiores iacutendices de eficiecircncia ainda apresenta

substacircncias e organismos capazes de influenciarem na qualidade da aacutegua

subterracircnea

Uma indicaccedilatildeo da poluiccedilatildeo potencial das aacuteguas subterracircneas por

nitratos oriundos de fossas seacutepticas pode ser observado no exemplo a seguir

Uma populaccedilatildeo de 20 pessoashaacute representa uma descarga de ateacute 100

Kghaacuteh no solo a qual se fosse oxidada e lixiviada pela infiltraccedilatildeo por 100

mma de chuvas resultaria em uma descarga local com concentraccedilatildeo de 100

mg1N-NO3

19 Tabela 2

CLASSE DE IMPACTO

AMBIENTAL

CENAacuteRIO

lsquorsquoArsquorsquo

MUITO BAIXO

bull TRATAMENTO PUacuteBLICO COMPLETO ndash O

esgoto eacute canalizado em todo o seu trajeto ateacute

a estaccedilatildeo puacuteblica de tratamento onde passa

por um processamento completo

bull TRATAMENTO PRIVADO COMPLETO ndash O

esgoto passa por tratamento privado

completo e depois segue para a rede puacuteblica

ou diretamente ao ambiente

lsquorsquoBrsquorsquo BAIXO

TRATAMENTO PRIVADO PARCIAL COM REDE

PUacuteBLICA DE COLETA ndash O esgoto escoa

canalizado e passa por um tratamento parcial mas

eficiente antes de ser lanccedilado na rede puacuteblica

rsquoCrsquorsquo MEacuteDIO

bull FOSSA SEacutePTICA MAIS SUMIDOURO ndash O

esgoto eacute canalizado ateacute uma fossa seacuteptica

seguida de sumidouro

bull REDE PUBLICA DE COLETA SEM

TRATAMENTO ndash O esgoto das residecircncias eacute

canalizado para uma rede puacuteblica de coleta

sem tratamento

lsquorsquoDrsquorsquo ALTO

FOSSA NEGRA ndash O esgoto eacute lanccedilado sem

tratamento em uma fossa negra onde contamina o

solo e as aacuteguas subterracircneas

lsquorsquoErsquorsquo MUITO ALTO

ESGOTO A CEacuteU ABERTO ndash O esgoto natildeo eacute

canalizado em nenhuma etapa do seu trajeto ateacute o

corpo receptor

Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES

De acordo com a tabela 2 a aacuterea estudada ndash Praia da Gamboa ndash se

encontra na classe de impacto ambiental nos niacuteveis ldquoCrdquo meacutedio ldquoDrdquo alto e ldquoErdquo

20 muito alto Demonstrando alto risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas

tornando-as improacuteprias ao consumo humano

21

3- GERENCIAMENTO SUSTENTAVEacuteL DOS

RECURSOS HIacuteDRICOS

A demanda de aacutegua para abastecimento puacuteblico e demais atividades

antroacutepicas incrementada pelo crescimento demograacutefico registrado na praia da

Gamboa na uacuteltima deacutecada tem contribuiacutedo fortemente para a degradaccedilatildeo das

reservas hiacutedricas subterracircneas Aliada ainda ao descarte de efluentes e

resiacuteduos das atividades urbanas esta questatildeo ressalta a necessidade do

conhecimento de seu significado com vistas agrave minimizaccedilatildeo e controle de

impactos e reserva de condiccedilotildees baacutesicas que assegurem a preservaccedilatildeo dos

recursos hiacutedricos para geraccedilotildees futuras Desta forma torna-se necessaacuterio a

implantaccedilatildeo de medidas que visem uma gestatildeo ambientalmente sustentaacutevel da

qualidade e da quantidade dos recursos hiacutedricos assim todos os usos da aacutegua

requerem que a sua qualidade estejam dentro dos limites preacute-determinados

para os usos especiacuteficos portando o binocircmio quantidadequalidade eacute

indissociaacutevel

O gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos na praia da Gamboa

fundamenta-se nos quatros princiacutepios baacutesicos recomendados e enunciados

pela Declaraccedilatildeo de Dublin por ocasiatildeo da Conferecircncia Internacional sobre

Aacutegua e Meio Ambiente em 1992 e posteriormente ratificados e inseridos na

Agenda 21-Eco 92 Os princiacutepios enumeram-se em 1-A aacutegua doce eacute um

recurso finito e vulneraacutevel essencial para a sustentaccedilatildeo da vida do

desenvolvimento e do meio ambiente 2-O desenvolvimento e a gestatildeo

integrada de recursos hiacutedricos devem ser participativos envolvendo usuaacuterios

planejadores e tomadores de decisotildees poliacuteticos em todos os niacuteveis 3-As

mulheres desempenham papel principal no abastecimento domeacutestico na

gestatildeo e na proteccedilatildeo da aacutegua e 4-A aacutegua tem um valor econocircmico em todos

os seus usos competitivos e deve ser reconhecida como um bem econocircmico

assim como um bem social

Considerando tais princiacutepios a implantaccedilatildeo da Gestatildeo dos Recursos

Hiacutedricos na Praia da Gamboa contaraacute com uma accedilatildeo e intervenccedilatildeo articuladas

entre o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo a

22 implementaccedilatildeo de um Saneamento Ambiental5 e o estimulo ao uso de

tecnologia limpa na construccedilatildeo civil e na elaboraccedilatildeo de casas com um sistema

integrado de reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais

31-Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a

Vidardquo

O Projeto de Educaccedilatildeo6 Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

apresenta como foco central a promoccedilatildeo e a reflexatildeo da comunidade escolar e

de suas adjacecircncias sobre os problemas ambientais e a busca de soluccedilotildees

Estimulando e preparando os alunos para serem agentes transformadores

desenvolvendo novas habilidades e condutas ambientalmente corretas atraveacutes

de uma postura eacutetica condizentes ao exerciacutecio da cidadania

A escola foi o local escolhido para realizaccedilatildeo do projeto devido a

considerarmos como espaccedilo social e o local onde o aluno daraacute sequumlecircncia ao

seu processo de socializaccedilatildeo O que nela se faz se diz e se valoriza

representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova

Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na praacutetica

no cotidiano da vida escolar e da vida comunitaacuteria contribuindo para a

formaccedilatildeo de cidadatildeos responsaacuteveis

O projeto abordaraacute a problemaacutetica sobre a escassez da aacutegua e o seu

uso racional a niacutevel escolar e domeacutestico a fim de evitar desperdiacutecios e

promover uma nova forma de pensar e agir mudando seus haacutebitos e

desenvolvendo formas de economizar aacutegua

5Eacute o conjunto de accedilotildees socioeconocircmicas que tem por objetivo alcanccedilar Salubridade Ambiental por meio de abastecimento de aacutegua potaacutevel coleta e disposiccedilatildeo sanitaacuteria de resiacuteduos soacutelidos liacutequidos e gasosos promoccedilatildeo da disciplina sanitaacuteria de uso do solo drenagem urbana controle de doenccedilas transmissiacuteveis e demais serviccedilos e obras especializadas com a finalidade de proteger e melhorar as condiccedilotildees de vida urbana e rural 6 ART1ordm Entende-se por educaccedilatildeo ambiental os processos por meio dos quais o indiviacuteduo e a coletividade constroem valores sociais conhecimentos e habilidades atitudes e competecircncias voltadas para a conservaccedilatildeo do meio ambiente bem de uso comum do povo agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade

23 Objetivos

Objetivo Geral

Contribuir na formaccedilatildeo da conscientizaccedilatildeo da comunidade escolar da

Escola Estadual Paulo Scofano (Municipalizada) localizada na Praia da

Gamboa - no uso racional da aacutegua e desenvolver saberes e competecircncias que

propiciem mudanccedilas de haacutebitos e atitudes que natildeo satildeo condizentes com a

sustentabilidade dos Recursos Hiacutedricos e Ambientais

Objetivos Especiacuteficos

1- Identifica problemas e soluccedilotildees voltadas para a questatildeo do consumo

consciente dos recursos hiacutedricos

2- Incentivar o uso de tecnologias limpas na construccedilatildeo civil e de

reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais

3- Estimular praacuteticas adequadas de Saneamento Ambiental e de haacutebitos

de higiene pessoal

4- Desenvolver oficinas de horta comunitaacuteria com a praacutetica de adubaccedilatildeo

orgacircnica (desenvolvimento sustentaacutevel)

5- Buscar parcerias para a execuccedilatildeo do projeto

6- Integrar as accedilotildees do projeto de Educaccedilatildeo Ambiental agraves propostas

pedagoacutegicas da escola

Justificativa

O presente projeto apresenta relevacircncia devido agrave problemaacutetica da

escassez da aacutegua doce na atualidade recurso natura indispensaacutevel para

todas as formas de vida O desperdiacutecio e uso indisciplinado dos recursos

hiacutedricos promovem a contaminaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo do solo de mananciais e de

aquumliacuteferos implicando na geraccedilatildeo de problemas soacutecio-econocircmico-ambientais a

curto meacutedio e longo prazo Desta forma uma das alternativas viaacuteveis e de

baixo custo para a minimizaccedilatildeo ou mesmo soluccedilatildeo do problema eacute uma

profunda reflexatildeo e alteraccedilatildeo eacutetica-comportamental da populaccedilatildeo que por sua

vez poderaacute pressionar atraveacutes do conhecimento adquiridos pelo projeto o

24 governo a fim de exigir seus direitos e exercer seus deveres no que tange agrave

formulaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas referentes agrave utilizaccedilatildeo de recursos

naturais

Na ultima deacutecada a demanda pela a aacutegua cresceu significamente na

Praia da Gamboa devido ao crescimento demograacutefico da regiatildeo Assim torna-

se necessaacuterio uma Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos locais e de acordo com a

Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash ART 1ordm - VI-a gestatildeo dos recursos

hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder

Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Assim a implementaccedilatildeo do Projeto

de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo constitui uma

complementaccedilatildeo ao mecanismo de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos

que seratildeo implementados na Praia da Gamboa

Metas

1- Realizar palestras sobre Educaccedilatildeo Ambiental e o uso racional da aacutegua

para a comunidade escolar e para as famiacutelias dos alunos

2- Trabalhar o conceito dos 3Rs (Reduzir Reutilizar e Reciclar)

3- Realizar um diagnoacutestico soacutecio-ambiental da Praia da Gamboa

4- Avaliar a aacutegua da escola com a ajuda dos professores do niacutevel

fundamental ndash ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) e de suas respectivas turmas

5- Promover workshop sobre consumo consciente e reutilizaccedilatildeo das

aacuteguas pluviais

6- Criar a horta comunitaacuteria nas adjacecircncias da escola com a ajuda da

comunidade da Praia da Gamboa

7- Visita aos mananciais de abastecimento da Praia da Gamboa

8- Desenvolver indicadores ambientais de anaacutelise dos recursos hiacutedricos

utilizando peixes como bio-indicadores da qualidade e vitalidade dos

rios e mananciais demonstrando sua importacircncia no equiliacutebrio do

ecossistema aquaacutetico

9- Avaliaccedilatildeo anual do programa

25 Puacuteblico alvo

O Projeto ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo apresenta como puacuteblico

alvo os alunos do Ensino Fundamental ndash Ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) da Escola

Estadual Paulo Scofano (municipalizada) e a comunidade da Praia da

Gamboa que se identifica com a proposta do projeto

Cronograma das atividades 2009

Atividades

meses

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12

Realizaccedilatildeo de

palestras de EA

- - X

Trabalhar o 3Rs X

Visita aos

mananciais

X

Realizaccedilatildeo do

Workshop

X

Criaccedilatildeo da Horta

comunitaacuteria

X X X

Avaliaccedilatildeo da aacutegua

da escola

X X

Realizaccedilatildeo do

diagnoacutestico soacutecio-

ambiental

X X

Criaccedilatildeo dos

indicadores

ambientais

X X

26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS

O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da

Praia da Gamboa

Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado

pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento

sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se

expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos

cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos

a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que

desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo

Infelizmente estamos muito longe disso

A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona

intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico

tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo

de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade

de chuva aiacute eacute muito grande

321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente

Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as

companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os

domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o

acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro

Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de

baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela

seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta

a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de

filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos

caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou

27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o

telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna

Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas

somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo

atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior

Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento

drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -

seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la

sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e

importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais

Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta

uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de

meacutetodos modernos de filtragem e estocagem

322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais

Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais

e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais

racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da

Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa

privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior

escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel

A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e

seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as

enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua

Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de

aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por

estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a

energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla

28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos

os produtos que economizem aacutegua

A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver

ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o

quanto antes

Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da

Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a

uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua

potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais

A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais

1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de

calhas

2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior

3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio

superior

4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias

sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc

29

Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de

Aacuteguas Pluviais

GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais

30

33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO

Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais

decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da

Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de

extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com

frequumlecircncia na regiatildeo

Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um

processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo

mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo

constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se

caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)

Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos

e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras

vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e

funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo

As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa

anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)

Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de

sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo

permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes

resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo

Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50

sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de

lagoas

Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees

estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de

uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de

volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias

vezes a taxa de produccedilatildeo

A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo

fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute

31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que

as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica

A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de

reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa

regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa

A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A

profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo

de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da

lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor

A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial

Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as

aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas

O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e

constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs

zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa

O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante

este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que

iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria

orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o

lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute

a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas

dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa

liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa

(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute

fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela

fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para

isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas

devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo

solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de

oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e

consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e

32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo

praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas

Fotossiacutentese

CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2

Respiraccedilatildeo

Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia

A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de

oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a

noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua

ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute

denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre

por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia

quando na presenccedila de oxigecircnio

As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de

oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de

sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que

a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90

de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste

no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades

das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com

volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de

detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias

Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de

organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas

apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com

o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente

Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo

natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse

fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua

33

CONCLUSAtildeO

O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem

desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de

efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais

devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais

ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e

natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas

e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente

Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e

democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio

e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a

participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da

populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo

concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo

essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade

dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos

deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com

sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento

Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo

ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e

uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de

habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que

praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal

Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor

gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma

Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa

7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico

34

BIBLIOGRAFIA

LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997

35

WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009

36

ANEXOS

ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1

Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa

37 Foto 2

Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa

38 Foto 3

Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa

39 Foto 4

Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar

40 Foto 5

Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo

41 Foto 6

Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua

42 Foto 7

Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

43

ANEXO 2

TABELAS DE INFECCcedilOtildeES

TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua

CATEGORIA INFECCcedilAtildeO

1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias

relacionada com a higiene) disenteria amebiana

balantidiacutease

enterite campylobacteriana

coacutelera

diarreacuteia por escherichia coli

giardiacutease

diarreacuteia por rotaviacuterus

salmonelose

disenteria bacilar

Febres enteacutericas

febre tifoacuteide

febre paratifoacuteide

Poliomielites

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease

2 Relacionada com a higiene

a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele

Doenccedilas infecciosas dos olhos

b) Outras Tifo transmitida por pulgas

Febre recorrente transmitida por pulgas

3 Baseada na aacutegua

a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose

b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e

Outras infecccedilotildees por helmintos

4 Transmissatildeo por inseto vetor

a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono

b) Procriam na aacutegua Malaacuteria

Arboviroses

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose

FONTE HELLER 1997

44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997

Page 11: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · destacar, a transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste

11 urbana2 e ao mesmo tempo e pelo mesmo processo se produziu uma enorme

pujanccedila econocircmica concentrada em ilhas de prosperidade Na opiniatildeo do

autor

[] a sociedade urbana resultante do processo de crescimento

urbanizaccedilatildeo e mudanccedila dos uacuteltimos trinta anos apresenta-se

estruturalmente com uma sociedade complexa espacial

ocupacional e socialmente diversificada unificada mas heterogecircnea

segmentada e sobretudo profundamente desigual []

(FARIAS1991p105)

Dos anos de 1950 aos dias atuais a parcela da populaccedilatildeo brasileira que

vivia em cidades cresceu de 36 para 81 Natildeo obstante os evidentes

desequiliacutebrios ambientais decorrentes desse processo nos saltam a olhos

vistas Nessas cidades detectamos problemas ambientais como poluiccedilatildeo do

ar sonora e hiacutedrica destruiccedilatildeo dos recursos naturais desintegraccedilatildeo social

desemprego deacuteficit habitacional dentre outros Que satildeo percebido por todos

mas com intensidades diferentes

a forma que o espaccedilo de assentamento assume natildeo eacute

necessariamente beneacutefica a qualquer um () Tanto o capital quanto

o trabalho satildeo obrigados a viver num meio ambiente difiacutecil de

controlar mas cujos efeitos negativos sempre podem ser mais bem

transcendidos pelo rico e pelo poderoso (GOTTDIENER 1993

p268)

11-Urbanizaccedilatildeo da zona costeira

A zona costeira3 brasileira que compreende uma faixa de 8698 Km de

extensatildeo estendendo-se desde Cabo Orange (5ordm N) ateacute o Chuiacute (34ordm S) e

largura variaacutevel contempla um conjunto de ecossistemas contiacuteguos

sobre uma aacuterea de aproximadamente 388 mil Km2 sendo a maior parte

situada nas regiotildees tropicais e subtropicais

2 Espoliaccedilatildeo Urbana eacute conceituada por como ldquoo somatoacuterio de extorsotildees que se opera atraveacutes da inexistecircncia ou precariedade de serviccedilos de consumo coletivo que se apresentam como socialmente necessaacuterios em relaccedilatildeo aos niacuteveis de subsistecircncia e que agudizam ainda mais a dilapide accedilatildeo que se realiza no acircmbito das relaccedilotildees de trabalhordquo (KOWARIICK p 591980) 3 Zona Costeira ou Faixa Litoracircnea corresponde agrave zona transiccedilatildeo entre o domiacutenio continental e o domiacutenio marinho Eacute uma faixa complexa dinacircmica mutaacutevel e sujeita a vaacuterios processos geoloacutegicos

12 Abrange uma faixa terrestre com um conjunto de municiacutepios e

uma aacuterea marinha que corresponde ao mar territorial brasileiro com

largura de 12 milhas naacuteuticas a partir da linha de costa

O litoral brasileiro eacute caracterizado por uma grande diversidade de

ecossistemas ndash de estuaacuterios de manguezais de recifes de corais de

planiacutecies inundaacuteveis e etc Esses recursos podem gerar meios de

subsistecircncia para as pessoas aleacutem de proporcionar a conservaccedilatildeo da

fauna local e de sua vegetaccedilatildeo

O uso e a ocupaccedilatildeo do solo tecircm sido feitas de forma intensiva e de

modo aleatoacuterio acarretando em danos ambientais e de sauacutede puacuteblica

consequumlecircncias da disposiccedilatildeo inadequada dos resiacuteduos soacutelidos e o

lanccedilamento de esgotos e de efluentes industriais nos corpos drsquoaacutegua que

afetam os principais setores econocircmicos dessa aacuterea ndash turismo pesca e a

aquumlicultura - para as populaccedilotildees autoacutectones

Constata-se que nessa aacuterea se concentra quase um quarto da

populaccedilatildeo brasileira em torno de 365 milhotildees de pessoas

A especulaccedilatildeo imobiliaacuteria o aumento da densidade demograacutefica e

o desenvolvimento do turismo tecircm criado ultimamente situaccedilotildees de

conflito na zona costeira brasileira

Casas de veraneio hoteacuteis parques aquaacuteticos e condomiacutenios

destinados agraves classes mais abastadas provocam o crescimento

populacional que impacta de forma negativa nos ambientes naturais

concorrendo agrave destruiccedilatildeo dos ecossistemas costeiros

A questatildeo locacional traz em seu bojo a produccedilatildeo e reproduccedilatildeo

do capital O capital comanda o territoacuterio (M Santos 2001) O lugar vale

mais ou menos pelas teacutecnicas que adquire A localizaccedilatildeo litoracircnea eacute

diferente por apresentar caracteriacutesticas proacuteprias de recursos naturais de

ocupaccedilatildeo e navegaccedilatildeo

A formaccedilatildeo do territoacuterio brasileiro foi baseada na ocupaccedilatildeo do

litoral que assegurava os fluxos econocircmicos baseado nas exportaccedilotildees

13 de mateacuterias-primas agrave Europa ldquoo sentido da colonizaccedilatildeordquo (PRADO JR

1942) Cada porto polarizava regiotildees interiores gerando zonas de

adensamento em suas proximidades no qual se constituiacuteram as

primeiras redes de cidades

No final do periacuteodo colonial vemos uma secccedilatildeo no espaccedilo

litoracircnea de um lado cidades portuaacuterias que se tornaram centros de

produccedilatildeo local comandando a circulaccedilatildeo de sistemas produtivos

especiacuteficos e por outro lado grandes aacutereas litoracircneas despovoadas que

originaram agraves populaccedilotildees litoracircneas tradicionais ndash tribos indiacutegena e

escravos foragidos Na Costa Verde temos o exemplo da restinga da

Marambaia com sua populaccedilatildeo de quilombolas

O advento da ferrovia diminuiu a vantagem locacional da zona

costeira Agora estar proacuteximo das fontes de energia e das mateacuterias-

primas era mais vantajoso assim a ferrovia vai promover o crescimento

industrial e a urbanizaccedilatildeo no interior do territoacuterio

Na segunda metade do seacuteculo XX as chamadas ldquocidades mortasrdquo

distribuiacutedas ao longo do litoral brasileiro ndash aacutereas de obsolescecircncia - junto

com aacutereas pouco povoadas ocupadas por populaccedilotildees tradicionais iriam

se constituir nas zonas de asseacutedio do surto de ocupaccedilatildeo da zona

costeira a partir dos anos de 1950

No final da deacutecada de 1950 com a substituiccedilatildeo de importaccedilotildees e o

afluxo de capitais internacionais no paiacutes vai haver uma transformaccedilatildeo na

forma de ocupaccedilatildeo da costa brasileira consolida-se a dinacircmica do

processo urbano-industrial central refletido no espaccedilo geograacutefico do

litoral

Assim sendo importantes ramos industriais no processo de

industrializaccedilatildeo brasileira passaram a serem implantados com a

necessidade de insumos que viessem de fora logo a proximidade dos

portos se tornou estrateacutegica

14 As consequumlecircncias desse afluxo de induacutestrias agraves aacutereas litoracircneas

no acircmbito ambiental eacute a poluiccedilatildeo causada pelos dejetos resultantes dos

processos industriais no acircmbito social a atraccedilatildeo de fluxos migratoacuterios

para os locais de sua instalaccedilatildeo

Entretanto nem todo contingente populacional seraacute absorvido pela

induacutestria e o setor de serviccedilos Aos excluiacutedos resta eacute a informalidade A

esses contingentes populacionais que natildeo dispotildee de alternativas para

morar restam espaccedilos deixados sem uso por outras atividades

Geralmente esses lugares satildeo improacuteprios para habitaccedilatildeo como em

encostas e aacutereas sujeitas a inundaccedilatildeo inclusive aacutereas de proteccedilatildeo

ambiental (mananciais de aacutegua manguezais e etc)

A ocupaccedilatildeo desordenada desses espaccedilos marginais que eacute

consequumlecircncia da segregaccedilatildeo soacutecio-espacial provoca danos ambientais

desastrosos onde a falta de infra-estrutura como coleta de lixo aacutegua

encanada e tratamento de esgoto compromete a qualidade de vida das

pessoas

15

2 - OS IMPACTOS AMBIENTAIS DO CRESCIMENTO

DESORDENADO NA PRAIA DA GAMBOA

Haacute um crescimento da urbanizaccedilatildeo no municiacutepio de Mangaratiba

devido agrave especulaccedilatildeo imobiliaacuteria que atinge a zona costeira do Rio de Janeiro

jaacute que essa regiatildeo possui um solo com valor alto no mercado de terras solo

esse consumido pela classe meacutedia alta com casas de veraneios proacuteximas a

praias ou pela rede de hotelaria Na contramatildeo deste processo haacute aqueles que

natildeo possuem poder aquisitivo para usufruir agrave habitaccedilatildeo bem indispensaacutevel agrave

reproduccedilatildeo da vida humana Assim participam de um processo urbano

desordenado em aacuterea irregular ou informal esse tipo inadequado de ocupaccedilatildeo

do solo provoca graves impactos ambientais dentre eles a insuficiecircncia ao

acesso agrave aacutegua

Existe uma legislaccedilatildeo de proteccedilatildeo de mananciais aprovada na

maioria dos Estados brasileiros que protege a bacia hidrograacutefica utilizada para

abastecimento das cidades Nessas aacutereas eacute proibido o uso do solo urbano que

possa comprometer a qualidade da aacutegua de abastecimento Poreacutem por causa

do crescimento das cidades essas aacutereas foram pressionadas agrave ocupaccedilatildeo pelo

valor imobiliaacuterio da vizinhanccedila e pela falta de interesse do proprietaacuterio em

proteger a aacuterea jaacute que essa perdeu o valor em razatildeo da legislaccedilatildeo e ainda

necessita pagar imposto que recaem sobre ela Essas aacutereas satildeo invadidas pela

populaccedilatildeo de baixa renda e a consequumlecircncia imediata eacute o aumento da

poluiccedilatildeo Muitos proprietaacuterios incentivaram a invasatildeo ateacute para poder vender a

propriedade para o poder puacuteblico

Na Ilha de Itacuruccedila mais especificamente na praia da Gamboa se

vivencia esse processo os impactos ambientais na regiatildeo acentuam-se devido

agrave ausecircncia de uma gestatildeo integrada dos recursos hiacutedricos (GIRH) que

envolveria abastecimento saneamento coleta e tratamento de efluentes

domeacutesticos e industriais drenagem urbana e gestatildeo dos resiacuteduos soacutelidos A

falta da (GIRH) e de um planejamento urbano na praia da Gamboa contribui

para o surgimento de problemas com a infra-estrutura da aacutegua A falta de

tratamento de esgoto em grande parte da regiatildeo faz com que os efluentes

16 sejam escoados e lanccedilados para o mar em sua trajetoacuteria os efluentes poluem

o solo e prejudica os recursos hiacutedricos locais essa medida de escoamento do

esgoto tambeacutem acarreta a deterioraccedilatildeo da qualidade da aacutegua por falta de

tratamento dos efluentes o que tem criado potenciais riscos ao abastecimento

da populaccedilatildeo em vaacuterios cenaacuterios o mais criacutetico tem sido a ocupaccedilatildeo das aacutereas

de contribuiccedilatildeo de reservatoacuterios de abastecimento urbano que eutrofizados

podem produzir riscos agrave sauacutede da populaccedilatildeo

A maioria dos recursos hiacutedricos na Praia da Gamboa encontra-se

seriamente comprometidos em funccedilatildeo da poluiccedilatildeo por resiacuteduos urbanos

extremamente agressivos Para mitigar essa realidade se faz necessaacuterio

diminuir a degradaccedilatildeo ambiental atraveacutes do saneamento baacutesico da educaccedilatildeo

ambiental formal e a natildeo formal e a tentativa de diminuir a pobreza

Zelar pela qualidade das aacuteguas significa garantir a cidadania os direitos

universal dos cidadatildeos que eacute o acesso com seguranccedila a esse recurso natural

fundamental para a existecircncia de uma vida saudaacutevel tendo em vista que

garantir o fornecimento de aacutegua a uma comunidade em quantidade e

qualidade adequadas significa ndash em essecircncia ndash praticar um ato de justiccedila

social

Testificam-se nos periacuteodos de estiagem e periacuteodos do veratildeo a falta

de aacutegua situaccedilatildeo de grande desconforto para grande parte desta comunidade

que tecircm de comprar aacutegua para beber por um preccedilo mais oneroso por se tratar

de um lugar de difiacutecil acesso Assim obter uma Gestatildeo Integrada dos Recursos

Hiacutedricos (GIHR) eacute de extrema importacircncia para garantia da preservaccedilatildeo e

conservaccedilatildeo dos mananciais e fontes de aacutegua da regiatildeo

O saneamento baacutesico4 possui estreita aproximaccedilatildeo com as questotildees

ambientais A captaccedilatildeo de recursos hiacutedricos tratamento distribuiccedilatildeo e

posterior disposiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos provocam significativas alteraccedilotildees 4 Decreto no 82587|78 define a amplitude do serviccedilo de saneamento baacutesico Art 2ordm [] Paraacutegrafo 2ordm Os serviccedilos de saneamento baacutesico compreendem a) os sistemas de abastecimento de aacutegua definidos como conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamento que tem por finalidade captar aduzir tratar e distribuir aacutegua b) os sistemas de esgotos definidos como o conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamentos que tecircm por finalidade coletar transportar e dar destino final agraves aacuteguas residuaacuterias ou servidas

17 ambientais Os esgotos urbanos constituem-se na principal fonte poluidora dos

recursos hiacutedricos comprometendo seus outros possiacuteveis usos

O abastecimento de aacutegua na Praia da Gamboa se daacute de forma prioritaacuteria

pelas nascentes de aacutegua da ilha que satildeo canalizadas e armazenadas em

grandes reservatoacuterios drsquoaacutegua ateacute chegar agraves casas e atraveacutes de poccedilos

artesianos perfurados dentro do terreno de algumas casas

No municiacutepio de Mangaratiba 627 do esgoto ocorrem por meio de utilizaccedilatildeo

de fossas seacutepticas (roda peacute) 14 em fossas rudimentares 39 satildeo ligados a

uma vala e 24 lanccedilados diretamente em um corpo receptor (rio lagoa eou

mar)

Essa realidade do municiacutepio se repete na praia da Gamboa poreacutem

de forma mais problemaacutetica pois a maior parte do esgoto local eacute destinada

para verdadeiras fossas negras em ceacuteu aberto e a uacutenica medida de

saneamento satildeo as fossas seacutepticas essas funcionam como uma unidade de

sedimentaccedilatildeo e digestatildeo anaeroacutebia (ausecircncia de oxigecircnio) de escoamento

contiacutenuo sendo projetada para ser construiacuteda com material estanque (agrave prova

de aacutegua) para receber as aacuteguas residuaacuterias Para a fossa seacuteptica devem ser

encaminhados todos os despejos domeacutesticos e a sua velocidade de

permanecircncia do liquido na fossa permitem a separaccedilatildeo da fraccedilatildeo soacutelida do

liacutequido proporcionando assim a digestatildeo limitada da mateacuteria orgacircnica e o

acuacutemulo dos soacutelidos permitindo que o liacutequido um pouco mais clarificado seja

destinado a uma aacuterea de absorccedilatildeo (sumidouro)

Sem duvida o tratamento dos esgotos domeacutesticos nas fossas

seacutepticas quando praticado em aacutereas sem rede de esgoto pode oferecer niacuteveis

adequados de serviccedilo para a disposiccedilatildeo de excretas em pequenas

comunidades contudo em grandes aacutereas urbanas ou em aacutereas em expansatildeo

urbana como eacute o caso da Ilha de Itacuruccedila varias fossas apresentam um risco

de migraccedilatildeo direta de bacteacuterias viacuterus e nutrientes para aquumliacuteferos subjacentes e

fontes vizinhas de aacuteguas subterracircneas Assim as fossas seacutepticas natildeo satildeo

consideradas a mais eficiente rede de tratamento dos efluentes na gestatildeo dos

recursos hiacutedricos pois pode contaminar as aacuteguas subterracircneas atraveacutes

18 despejo de resiacuteduos domeacutesticos aleacutem funcionar como uma fonte permanente

de contaminaccedilatildeo

EFICIEcircNCIA DE FOSSAS SEacutePTICA

A fossa seacuteptica reduz a concentraccedilatildeo dos soacutelidos sedimentaacuteveis e a

demanda bioquiacutemica de oxigecircnio (DBO5) sendo que a eficiecircncia de remoccedilatildeo

destes pode ser ampliada pelo prolongamento do tempo de detenccedilatildeo Na

tabela abaixo relacionamos os resultados percentuais de remoccedilatildeo eou

reduccedilatildeo observados em fossas bem projetadas e operadas

Tabela 1

Paracircmetro de remoccedilatildeo

Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio (DBO) 40 a 60

Demanda Quiacutemica de Oxigecircnio (DQO) 30 a 60

Soacutelidos Sedimentaacuteveis (SS) 85 a 95

Soacutelidos em suspensatildeo 50 a 70

Graxas e Gorduras 70 a 90

Nitrogecircnio Amoniacal 0 a 10

Nitrogecircnio total 0 a 10

Coliformes Totais 20 a 60

Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES

Como demonstra a tabela acima o efluente de uma fossa seacuteptica

mesmo considerando-se os maiores iacutendices de eficiecircncia ainda apresenta

substacircncias e organismos capazes de influenciarem na qualidade da aacutegua

subterracircnea

Uma indicaccedilatildeo da poluiccedilatildeo potencial das aacuteguas subterracircneas por

nitratos oriundos de fossas seacutepticas pode ser observado no exemplo a seguir

Uma populaccedilatildeo de 20 pessoashaacute representa uma descarga de ateacute 100

Kghaacuteh no solo a qual se fosse oxidada e lixiviada pela infiltraccedilatildeo por 100

mma de chuvas resultaria em uma descarga local com concentraccedilatildeo de 100

mg1N-NO3

19 Tabela 2

CLASSE DE IMPACTO

AMBIENTAL

CENAacuteRIO

lsquorsquoArsquorsquo

MUITO BAIXO

bull TRATAMENTO PUacuteBLICO COMPLETO ndash O

esgoto eacute canalizado em todo o seu trajeto ateacute

a estaccedilatildeo puacuteblica de tratamento onde passa

por um processamento completo

bull TRATAMENTO PRIVADO COMPLETO ndash O

esgoto passa por tratamento privado

completo e depois segue para a rede puacuteblica

ou diretamente ao ambiente

lsquorsquoBrsquorsquo BAIXO

TRATAMENTO PRIVADO PARCIAL COM REDE

PUacuteBLICA DE COLETA ndash O esgoto escoa

canalizado e passa por um tratamento parcial mas

eficiente antes de ser lanccedilado na rede puacuteblica

rsquoCrsquorsquo MEacuteDIO

bull FOSSA SEacutePTICA MAIS SUMIDOURO ndash O

esgoto eacute canalizado ateacute uma fossa seacuteptica

seguida de sumidouro

bull REDE PUBLICA DE COLETA SEM

TRATAMENTO ndash O esgoto das residecircncias eacute

canalizado para uma rede puacuteblica de coleta

sem tratamento

lsquorsquoDrsquorsquo ALTO

FOSSA NEGRA ndash O esgoto eacute lanccedilado sem

tratamento em uma fossa negra onde contamina o

solo e as aacuteguas subterracircneas

lsquorsquoErsquorsquo MUITO ALTO

ESGOTO A CEacuteU ABERTO ndash O esgoto natildeo eacute

canalizado em nenhuma etapa do seu trajeto ateacute o

corpo receptor

Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES

De acordo com a tabela 2 a aacuterea estudada ndash Praia da Gamboa ndash se

encontra na classe de impacto ambiental nos niacuteveis ldquoCrdquo meacutedio ldquoDrdquo alto e ldquoErdquo

20 muito alto Demonstrando alto risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas

tornando-as improacuteprias ao consumo humano

21

3- GERENCIAMENTO SUSTENTAVEacuteL DOS

RECURSOS HIacuteDRICOS

A demanda de aacutegua para abastecimento puacuteblico e demais atividades

antroacutepicas incrementada pelo crescimento demograacutefico registrado na praia da

Gamboa na uacuteltima deacutecada tem contribuiacutedo fortemente para a degradaccedilatildeo das

reservas hiacutedricas subterracircneas Aliada ainda ao descarte de efluentes e

resiacuteduos das atividades urbanas esta questatildeo ressalta a necessidade do

conhecimento de seu significado com vistas agrave minimizaccedilatildeo e controle de

impactos e reserva de condiccedilotildees baacutesicas que assegurem a preservaccedilatildeo dos

recursos hiacutedricos para geraccedilotildees futuras Desta forma torna-se necessaacuterio a

implantaccedilatildeo de medidas que visem uma gestatildeo ambientalmente sustentaacutevel da

qualidade e da quantidade dos recursos hiacutedricos assim todos os usos da aacutegua

requerem que a sua qualidade estejam dentro dos limites preacute-determinados

para os usos especiacuteficos portando o binocircmio quantidadequalidade eacute

indissociaacutevel

O gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos na praia da Gamboa

fundamenta-se nos quatros princiacutepios baacutesicos recomendados e enunciados

pela Declaraccedilatildeo de Dublin por ocasiatildeo da Conferecircncia Internacional sobre

Aacutegua e Meio Ambiente em 1992 e posteriormente ratificados e inseridos na

Agenda 21-Eco 92 Os princiacutepios enumeram-se em 1-A aacutegua doce eacute um

recurso finito e vulneraacutevel essencial para a sustentaccedilatildeo da vida do

desenvolvimento e do meio ambiente 2-O desenvolvimento e a gestatildeo

integrada de recursos hiacutedricos devem ser participativos envolvendo usuaacuterios

planejadores e tomadores de decisotildees poliacuteticos em todos os niacuteveis 3-As

mulheres desempenham papel principal no abastecimento domeacutestico na

gestatildeo e na proteccedilatildeo da aacutegua e 4-A aacutegua tem um valor econocircmico em todos

os seus usos competitivos e deve ser reconhecida como um bem econocircmico

assim como um bem social

Considerando tais princiacutepios a implantaccedilatildeo da Gestatildeo dos Recursos

Hiacutedricos na Praia da Gamboa contaraacute com uma accedilatildeo e intervenccedilatildeo articuladas

entre o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo a

22 implementaccedilatildeo de um Saneamento Ambiental5 e o estimulo ao uso de

tecnologia limpa na construccedilatildeo civil e na elaboraccedilatildeo de casas com um sistema

integrado de reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais

31-Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a

Vidardquo

O Projeto de Educaccedilatildeo6 Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

apresenta como foco central a promoccedilatildeo e a reflexatildeo da comunidade escolar e

de suas adjacecircncias sobre os problemas ambientais e a busca de soluccedilotildees

Estimulando e preparando os alunos para serem agentes transformadores

desenvolvendo novas habilidades e condutas ambientalmente corretas atraveacutes

de uma postura eacutetica condizentes ao exerciacutecio da cidadania

A escola foi o local escolhido para realizaccedilatildeo do projeto devido a

considerarmos como espaccedilo social e o local onde o aluno daraacute sequumlecircncia ao

seu processo de socializaccedilatildeo O que nela se faz se diz e se valoriza

representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova

Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na praacutetica

no cotidiano da vida escolar e da vida comunitaacuteria contribuindo para a

formaccedilatildeo de cidadatildeos responsaacuteveis

O projeto abordaraacute a problemaacutetica sobre a escassez da aacutegua e o seu

uso racional a niacutevel escolar e domeacutestico a fim de evitar desperdiacutecios e

promover uma nova forma de pensar e agir mudando seus haacutebitos e

desenvolvendo formas de economizar aacutegua

5Eacute o conjunto de accedilotildees socioeconocircmicas que tem por objetivo alcanccedilar Salubridade Ambiental por meio de abastecimento de aacutegua potaacutevel coleta e disposiccedilatildeo sanitaacuteria de resiacuteduos soacutelidos liacutequidos e gasosos promoccedilatildeo da disciplina sanitaacuteria de uso do solo drenagem urbana controle de doenccedilas transmissiacuteveis e demais serviccedilos e obras especializadas com a finalidade de proteger e melhorar as condiccedilotildees de vida urbana e rural 6 ART1ordm Entende-se por educaccedilatildeo ambiental os processos por meio dos quais o indiviacuteduo e a coletividade constroem valores sociais conhecimentos e habilidades atitudes e competecircncias voltadas para a conservaccedilatildeo do meio ambiente bem de uso comum do povo agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade

23 Objetivos

Objetivo Geral

Contribuir na formaccedilatildeo da conscientizaccedilatildeo da comunidade escolar da

Escola Estadual Paulo Scofano (Municipalizada) localizada na Praia da

Gamboa - no uso racional da aacutegua e desenvolver saberes e competecircncias que

propiciem mudanccedilas de haacutebitos e atitudes que natildeo satildeo condizentes com a

sustentabilidade dos Recursos Hiacutedricos e Ambientais

Objetivos Especiacuteficos

1- Identifica problemas e soluccedilotildees voltadas para a questatildeo do consumo

consciente dos recursos hiacutedricos

2- Incentivar o uso de tecnologias limpas na construccedilatildeo civil e de

reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais

3- Estimular praacuteticas adequadas de Saneamento Ambiental e de haacutebitos

de higiene pessoal

4- Desenvolver oficinas de horta comunitaacuteria com a praacutetica de adubaccedilatildeo

orgacircnica (desenvolvimento sustentaacutevel)

5- Buscar parcerias para a execuccedilatildeo do projeto

6- Integrar as accedilotildees do projeto de Educaccedilatildeo Ambiental agraves propostas

pedagoacutegicas da escola

Justificativa

O presente projeto apresenta relevacircncia devido agrave problemaacutetica da

escassez da aacutegua doce na atualidade recurso natura indispensaacutevel para

todas as formas de vida O desperdiacutecio e uso indisciplinado dos recursos

hiacutedricos promovem a contaminaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo do solo de mananciais e de

aquumliacuteferos implicando na geraccedilatildeo de problemas soacutecio-econocircmico-ambientais a

curto meacutedio e longo prazo Desta forma uma das alternativas viaacuteveis e de

baixo custo para a minimizaccedilatildeo ou mesmo soluccedilatildeo do problema eacute uma

profunda reflexatildeo e alteraccedilatildeo eacutetica-comportamental da populaccedilatildeo que por sua

vez poderaacute pressionar atraveacutes do conhecimento adquiridos pelo projeto o

24 governo a fim de exigir seus direitos e exercer seus deveres no que tange agrave

formulaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas referentes agrave utilizaccedilatildeo de recursos

naturais

Na ultima deacutecada a demanda pela a aacutegua cresceu significamente na

Praia da Gamboa devido ao crescimento demograacutefico da regiatildeo Assim torna-

se necessaacuterio uma Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos locais e de acordo com a

Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash ART 1ordm - VI-a gestatildeo dos recursos

hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder

Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Assim a implementaccedilatildeo do Projeto

de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo constitui uma

complementaccedilatildeo ao mecanismo de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos

que seratildeo implementados na Praia da Gamboa

Metas

1- Realizar palestras sobre Educaccedilatildeo Ambiental e o uso racional da aacutegua

para a comunidade escolar e para as famiacutelias dos alunos

2- Trabalhar o conceito dos 3Rs (Reduzir Reutilizar e Reciclar)

3- Realizar um diagnoacutestico soacutecio-ambiental da Praia da Gamboa

4- Avaliar a aacutegua da escola com a ajuda dos professores do niacutevel

fundamental ndash ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) e de suas respectivas turmas

5- Promover workshop sobre consumo consciente e reutilizaccedilatildeo das

aacuteguas pluviais

6- Criar a horta comunitaacuteria nas adjacecircncias da escola com a ajuda da

comunidade da Praia da Gamboa

7- Visita aos mananciais de abastecimento da Praia da Gamboa

8- Desenvolver indicadores ambientais de anaacutelise dos recursos hiacutedricos

utilizando peixes como bio-indicadores da qualidade e vitalidade dos

rios e mananciais demonstrando sua importacircncia no equiliacutebrio do

ecossistema aquaacutetico

9- Avaliaccedilatildeo anual do programa

25 Puacuteblico alvo

O Projeto ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo apresenta como puacuteblico

alvo os alunos do Ensino Fundamental ndash Ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) da Escola

Estadual Paulo Scofano (municipalizada) e a comunidade da Praia da

Gamboa que se identifica com a proposta do projeto

Cronograma das atividades 2009

Atividades

meses

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12

Realizaccedilatildeo de

palestras de EA

- - X

Trabalhar o 3Rs X

Visita aos

mananciais

X

Realizaccedilatildeo do

Workshop

X

Criaccedilatildeo da Horta

comunitaacuteria

X X X

Avaliaccedilatildeo da aacutegua

da escola

X X

Realizaccedilatildeo do

diagnoacutestico soacutecio-

ambiental

X X

Criaccedilatildeo dos

indicadores

ambientais

X X

26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS

O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da

Praia da Gamboa

Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado

pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento

sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se

expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos

cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos

a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que

desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo

Infelizmente estamos muito longe disso

A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona

intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico

tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo

de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade

de chuva aiacute eacute muito grande

321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente

Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as

companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os

domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o

acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro

Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de

baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela

seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta

a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de

filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos

caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou

27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o

telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna

Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas

somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo

atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior

Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento

drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -

seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la

sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e

importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais

Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta

uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de

meacutetodos modernos de filtragem e estocagem

322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais

Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais

e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais

racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da

Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa

privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior

escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel

A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e

seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as

enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua

Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de

aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por

estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a

energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla

28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos

os produtos que economizem aacutegua

A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver

ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o

quanto antes

Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da

Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a

uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua

potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais

A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais

1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de

calhas

2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior

3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio

superior

4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias

sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc

29

Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de

Aacuteguas Pluviais

GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais

30

33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO

Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais

decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da

Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de

extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com

frequumlecircncia na regiatildeo

Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um

processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo

mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo

constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se

caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)

Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos

e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras

vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e

funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo

As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa

anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)

Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de

sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo

permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes

resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo

Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50

sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de

lagoas

Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees

estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de

uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de

volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias

vezes a taxa de produccedilatildeo

A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo

fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute

31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que

as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica

A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de

reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa

regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa

A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A

profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo

de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da

lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor

A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial

Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as

aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas

O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e

constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs

zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa

O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante

este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que

iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria

orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o

lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute

a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas

dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa

liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa

(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute

fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela

fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para

isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas

devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo

solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de

oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e

consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e

32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo

praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas

Fotossiacutentese

CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2

Respiraccedilatildeo

Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia

A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de

oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a

noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua

ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute

denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre

por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia

quando na presenccedila de oxigecircnio

As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de

oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de

sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que

a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90

de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste

no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades

das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com

volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de

detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias

Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de

organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas

apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com

o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente

Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo

natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse

fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua

33

CONCLUSAtildeO

O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem

desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de

efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais

devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais

ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e

natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas

e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente

Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e

democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio

e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a

participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da

populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo

concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo

essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade

dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos

deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com

sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento

Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo

ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e

uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de

habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que

praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal

Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor

gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma

Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa

7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico

34

BIBLIOGRAFIA

LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997

35

WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009

36

ANEXOS

ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1

Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa

37 Foto 2

Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa

38 Foto 3

Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa

39 Foto 4

Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar

40 Foto 5

Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo

41 Foto 6

Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua

42 Foto 7

Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

43

ANEXO 2

TABELAS DE INFECCcedilOtildeES

TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua

CATEGORIA INFECCcedilAtildeO

1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias

relacionada com a higiene) disenteria amebiana

balantidiacutease

enterite campylobacteriana

coacutelera

diarreacuteia por escherichia coli

giardiacutease

diarreacuteia por rotaviacuterus

salmonelose

disenteria bacilar

Febres enteacutericas

febre tifoacuteide

febre paratifoacuteide

Poliomielites

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease

2 Relacionada com a higiene

a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele

Doenccedilas infecciosas dos olhos

b) Outras Tifo transmitida por pulgas

Febre recorrente transmitida por pulgas

3 Baseada na aacutegua

a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose

b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e

Outras infecccedilotildees por helmintos

4 Transmissatildeo por inseto vetor

a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono

b) Procriam na aacutegua Malaacuteria

Arboviroses

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose

FONTE HELLER 1997

44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997

Page 12: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · destacar, a transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste

12 Abrange uma faixa terrestre com um conjunto de municiacutepios e

uma aacuterea marinha que corresponde ao mar territorial brasileiro com

largura de 12 milhas naacuteuticas a partir da linha de costa

O litoral brasileiro eacute caracterizado por uma grande diversidade de

ecossistemas ndash de estuaacuterios de manguezais de recifes de corais de

planiacutecies inundaacuteveis e etc Esses recursos podem gerar meios de

subsistecircncia para as pessoas aleacutem de proporcionar a conservaccedilatildeo da

fauna local e de sua vegetaccedilatildeo

O uso e a ocupaccedilatildeo do solo tecircm sido feitas de forma intensiva e de

modo aleatoacuterio acarretando em danos ambientais e de sauacutede puacuteblica

consequumlecircncias da disposiccedilatildeo inadequada dos resiacuteduos soacutelidos e o

lanccedilamento de esgotos e de efluentes industriais nos corpos drsquoaacutegua que

afetam os principais setores econocircmicos dessa aacuterea ndash turismo pesca e a

aquumlicultura - para as populaccedilotildees autoacutectones

Constata-se que nessa aacuterea se concentra quase um quarto da

populaccedilatildeo brasileira em torno de 365 milhotildees de pessoas

A especulaccedilatildeo imobiliaacuteria o aumento da densidade demograacutefica e

o desenvolvimento do turismo tecircm criado ultimamente situaccedilotildees de

conflito na zona costeira brasileira

Casas de veraneio hoteacuteis parques aquaacuteticos e condomiacutenios

destinados agraves classes mais abastadas provocam o crescimento

populacional que impacta de forma negativa nos ambientes naturais

concorrendo agrave destruiccedilatildeo dos ecossistemas costeiros

A questatildeo locacional traz em seu bojo a produccedilatildeo e reproduccedilatildeo

do capital O capital comanda o territoacuterio (M Santos 2001) O lugar vale

mais ou menos pelas teacutecnicas que adquire A localizaccedilatildeo litoracircnea eacute

diferente por apresentar caracteriacutesticas proacuteprias de recursos naturais de

ocupaccedilatildeo e navegaccedilatildeo

A formaccedilatildeo do territoacuterio brasileiro foi baseada na ocupaccedilatildeo do

litoral que assegurava os fluxos econocircmicos baseado nas exportaccedilotildees

13 de mateacuterias-primas agrave Europa ldquoo sentido da colonizaccedilatildeordquo (PRADO JR

1942) Cada porto polarizava regiotildees interiores gerando zonas de

adensamento em suas proximidades no qual se constituiacuteram as

primeiras redes de cidades

No final do periacuteodo colonial vemos uma secccedilatildeo no espaccedilo

litoracircnea de um lado cidades portuaacuterias que se tornaram centros de

produccedilatildeo local comandando a circulaccedilatildeo de sistemas produtivos

especiacuteficos e por outro lado grandes aacutereas litoracircneas despovoadas que

originaram agraves populaccedilotildees litoracircneas tradicionais ndash tribos indiacutegena e

escravos foragidos Na Costa Verde temos o exemplo da restinga da

Marambaia com sua populaccedilatildeo de quilombolas

O advento da ferrovia diminuiu a vantagem locacional da zona

costeira Agora estar proacuteximo das fontes de energia e das mateacuterias-

primas era mais vantajoso assim a ferrovia vai promover o crescimento

industrial e a urbanizaccedilatildeo no interior do territoacuterio

Na segunda metade do seacuteculo XX as chamadas ldquocidades mortasrdquo

distribuiacutedas ao longo do litoral brasileiro ndash aacutereas de obsolescecircncia - junto

com aacutereas pouco povoadas ocupadas por populaccedilotildees tradicionais iriam

se constituir nas zonas de asseacutedio do surto de ocupaccedilatildeo da zona

costeira a partir dos anos de 1950

No final da deacutecada de 1950 com a substituiccedilatildeo de importaccedilotildees e o

afluxo de capitais internacionais no paiacutes vai haver uma transformaccedilatildeo na

forma de ocupaccedilatildeo da costa brasileira consolida-se a dinacircmica do

processo urbano-industrial central refletido no espaccedilo geograacutefico do

litoral

Assim sendo importantes ramos industriais no processo de

industrializaccedilatildeo brasileira passaram a serem implantados com a

necessidade de insumos que viessem de fora logo a proximidade dos

portos se tornou estrateacutegica

14 As consequumlecircncias desse afluxo de induacutestrias agraves aacutereas litoracircneas

no acircmbito ambiental eacute a poluiccedilatildeo causada pelos dejetos resultantes dos

processos industriais no acircmbito social a atraccedilatildeo de fluxos migratoacuterios

para os locais de sua instalaccedilatildeo

Entretanto nem todo contingente populacional seraacute absorvido pela

induacutestria e o setor de serviccedilos Aos excluiacutedos resta eacute a informalidade A

esses contingentes populacionais que natildeo dispotildee de alternativas para

morar restam espaccedilos deixados sem uso por outras atividades

Geralmente esses lugares satildeo improacuteprios para habitaccedilatildeo como em

encostas e aacutereas sujeitas a inundaccedilatildeo inclusive aacutereas de proteccedilatildeo

ambiental (mananciais de aacutegua manguezais e etc)

A ocupaccedilatildeo desordenada desses espaccedilos marginais que eacute

consequumlecircncia da segregaccedilatildeo soacutecio-espacial provoca danos ambientais

desastrosos onde a falta de infra-estrutura como coleta de lixo aacutegua

encanada e tratamento de esgoto compromete a qualidade de vida das

pessoas

15

2 - OS IMPACTOS AMBIENTAIS DO CRESCIMENTO

DESORDENADO NA PRAIA DA GAMBOA

Haacute um crescimento da urbanizaccedilatildeo no municiacutepio de Mangaratiba

devido agrave especulaccedilatildeo imobiliaacuteria que atinge a zona costeira do Rio de Janeiro

jaacute que essa regiatildeo possui um solo com valor alto no mercado de terras solo

esse consumido pela classe meacutedia alta com casas de veraneios proacuteximas a

praias ou pela rede de hotelaria Na contramatildeo deste processo haacute aqueles que

natildeo possuem poder aquisitivo para usufruir agrave habitaccedilatildeo bem indispensaacutevel agrave

reproduccedilatildeo da vida humana Assim participam de um processo urbano

desordenado em aacuterea irregular ou informal esse tipo inadequado de ocupaccedilatildeo

do solo provoca graves impactos ambientais dentre eles a insuficiecircncia ao

acesso agrave aacutegua

Existe uma legislaccedilatildeo de proteccedilatildeo de mananciais aprovada na

maioria dos Estados brasileiros que protege a bacia hidrograacutefica utilizada para

abastecimento das cidades Nessas aacutereas eacute proibido o uso do solo urbano que

possa comprometer a qualidade da aacutegua de abastecimento Poreacutem por causa

do crescimento das cidades essas aacutereas foram pressionadas agrave ocupaccedilatildeo pelo

valor imobiliaacuterio da vizinhanccedila e pela falta de interesse do proprietaacuterio em

proteger a aacuterea jaacute que essa perdeu o valor em razatildeo da legislaccedilatildeo e ainda

necessita pagar imposto que recaem sobre ela Essas aacutereas satildeo invadidas pela

populaccedilatildeo de baixa renda e a consequumlecircncia imediata eacute o aumento da

poluiccedilatildeo Muitos proprietaacuterios incentivaram a invasatildeo ateacute para poder vender a

propriedade para o poder puacuteblico

Na Ilha de Itacuruccedila mais especificamente na praia da Gamboa se

vivencia esse processo os impactos ambientais na regiatildeo acentuam-se devido

agrave ausecircncia de uma gestatildeo integrada dos recursos hiacutedricos (GIRH) que

envolveria abastecimento saneamento coleta e tratamento de efluentes

domeacutesticos e industriais drenagem urbana e gestatildeo dos resiacuteduos soacutelidos A

falta da (GIRH) e de um planejamento urbano na praia da Gamboa contribui

para o surgimento de problemas com a infra-estrutura da aacutegua A falta de

tratamento de esgoto em grande parte da regiatildeo faz com que os efluentes

16 sejam escoados e lanccedilados para o mar em sua trajetoacuteria os efluentes poluem

o solo e prejudica os recursos hiacutedricos locais essa medida de escoamento do

esgoto tambeacutem acarreta a deterioraccedilatildeo da qualidade da aacutegua por falta de

tratamento dos efluentes o que tem criado potenciais riscos ao abastecimento

da populaccedilatildeo em vaacuterios cenaacuterios o mais criacutetico tem sido a ocupaccedilatildeo das aacutereas

de contribuiccedilatildeo de reservatoacuterios de abastecimento urbano que eutrofizados

podem produzir riscos agrave sauacutede da populaccedilatildeo

A maioria dos recursos hiacutedricos na Praia da Gamboa encontra-se

seriamente comprometidos em funccedilatildeo da poluiccedilatildeo por resiacuteduos urbanos

extremamente agressivos Para mitigar essa realidade se faz necessaacuterio

diminuir a degradaccedilatildeo ambiental atraveacutes do saneamento baacutesico da educaccedilatildeo

ambiental formal e a natildeo formal e a tentativa de diminuir a pobreza

Zelar pela qualidade das aacuteguas significa garantir a cidadania os direitos

universal dos cidadatildeos que eacute o acesso com seguranccedila a esse recurso natural

fundamental para a existecircncia de uma vida saudaacutevel tendo em vista que

garantir o fornecimento de aacutegua a uma comunidade em quantidade e

qualidade adequadas significa ndash em essecircncia ndash praticar um ato de justiccedila

social

Testificam-se nos periacuteodos de estiagem e periacuteodos do veratildeo a falta

de aacutegua situaccedilatildeo de grande desconforto para grande parte desta comunidade

que tecircm de comprar aacutegua para beber por um preccedilo mais oneroso por se tratar

de um lugar de difiacutecil acesso Assim obter uma Gestatildeo Integrada dos Recursos

Hiacutedricos (GIHR) eacute de extrema importacircncia para garantia da preservaccedilatildeo e

conservaccedilatildeo dos mananciais e fontes de aacutegua da regiatildeo

O saneamento baacutesico4 possui estreita aproximaccedilatildeo com as questotildees

ambientais A captaccedilatildeo de recursos hiacutedricos tratamento distribuiccedilatildeo e

posterior disposiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos provocam significativas alteraccedilotildees 4 Decreto no 82587|78 define a amplitude do serviccedilo de saneamento baacutesico Art 2ordm [] Paraacutegrafo 2ordm Os serviccedilos de saneamento baacutesico compreendem a) os sistemas de abastecimento de aacutegua definidos como conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamento que tem por finalidade captar aduzir tratar e distribuir aacutegua b) os sistemas de esgotos definidos como o conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamentos que tecircm por finalidade coletar transportar e dar destino final agraves aacuteguas residuaacuterias ou servidas

17 ambientais Os esgotos urbanos constituem-se na principal fonte poluidora dos

recursos hiacutedricos comprometendo seus outros possiacuteveis usos

O abastecimento de aacutegua na Praia da Gamboa se daacute de forma prioritaacuteria

pelas nascentes de aacutegua da ilha que satildeo canalizadas e armazenadas em

grandes reservatoacuterios drsquoaacutegua ateacute chegar agraves casas e atraveacutes de poccedilos

artesianos perfurados dentro do terreno de algumas casas

No municiacutepio de Mangaratiba 627 do esgoto ocorrem por meio de utilizaccedilatildeo

de fossas seacutepticas (roda peacute) 14 em fossas rudimentares 39 satildeo ligados a

uma vala e 24 lanccedilados diretamente em um corpo receptor (rio lagoa eou

mar)

Essa realidade do municiacutepio se repete na praia da Gamboa poreacutem

de forma mais problemaacutetica pois a maior parte do esgoto local eacute destinada

para verdadeiras fossas negras em ceacuteu aberto e a uacutenica medida de

saneamento satildeo as fossas seacutepticas essas funcionam como uma unidade de

sedimentaccedilatildeo e digestatildeo anaeroacutebia (ausecircncia de oxigecircnio) de escoamento

contiacutenuo sendo projetada para ser construiacuteda com material estanque (agrave prova

de aacutegua) para receber as aacuteguas residuaacuterias Para a fossa seacuteptica devem ser

encaminhados todos os despejos domeacutesticos e a sua velocidade de

permanecircncia do liquido na fossa permitem a separaccedilatildeo da fraccedilatildeo soacutelida do

liacutequido proporcionando assim a digestatildeo limitada da mateacuteria orgacircnica e o

acuacutemulo dos soacutelidos permitindo que o liacutequido um pouco mais clarificado seja

destinado a uma aacuterea de absorccedilatildeo (sumidouro)

Sem duvida o tratamento dos esgotos domeacutesticos nas fossas

seacutepticas quando praticado em aacutereas sem rede de esgoto pode oferecer niacuteveis

adequados de serviccedilo para a disposiccedilatildeo de excretas em pequenas

comunidades contudo em grandes aacutereas urbanas ou em aacutereas em expansatildeo

urbana como eacute o caso da Ilha de Itacuruccedila varias fossas apresentam um risco

de migraccedilatildeo direta de bacteacuterias viacuterus e nutrientes para aquumliacuteferos subjacentes e

fontes vizinhas de aacuteguas subterracircneas Assim as fossas seacutepticas natildeo satildeo

consideradas a mais eficiente rede de tratamento dos efluentes na gestatildeo dos

recursos hiacutedricos pois pode contaminar as aacuteguas subterracircneas atraveacutes

18 despejo de resiacuteduos domeacutesticos aleacutem funcionar como uma fonte permanente

de contaminaccedilatildeo

EFICIEcircNCIA DE FOSSAS SEacutePTICA

A fossa seacuteptica reduz a concentraccedilatildeo dos soacutelidos sedimentaacuteveis e a

demanda bioquiacutemica de oxigecircnio (DBO5) sendo que a eficiecircncia de remoccedilatildeo

destes pode ser ampliada pelo prolongamento do tempo de detenccedilatildeo Na

tabela abaixo relacionamos os resultados percentuais de remoccedilatildeo eou

reduccedilatildeo observados em fossas bem projetadas e operadas

Tabela 1

Paracircmetro de remoccedilatildeo

Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio (DBO) 40 a 60

Demanda Quiacutemica de Oxigecircnio (DQO) 30 a 60

Soacutelidos Sedimentaacuteveis (SS) 85 a 95

Soacutelidos em suspensatildeo 50 a 70

Graxas e Gorduras 70 a 90

Nitrogecircnio Amoniacal 0 a 10

Nitrogecircnio total 0 a 10

Coliformes Totais 20 a 60

Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES

Como demonstra a tabela acima o efluente de uma fossa seacuteptica

mesmo considerando-se os maiores iacutendices de eficiecircncia ainda apresenta

substacircncias e organismos capazes de influenciarem na qualidade da aacutegua

subterracircnea

Uma indicaccedilatildeo da poluiccedilatildeo potencial das aacuteguas subterracircneas por

nitratos oriundos de fossas seacutepticas pode ser observado no exemplo a seguir

Uma populaccedilatildeo de 20 pessoashaacute representa uma descarga de ateacute 100

Kghaacuteh no solo a qual se fosse oxidada e lixiviada pela infiltraccedilatildeo por 100

mma de chuvas resultaria em uma descarga local com concentraccedilatildeo de 100

mg1N-NO3

19 Tabela 2

CLASSE DE IMPACTO

AMBIENTAL

CENAacuteRIO

lsquorsquoArsquorsquo

MUITO BAIXO

bull TRATAMENTO PUacuteBLICO COMPLETO ndash O

esgoto eacute canalizado em todo o seu trajeto ateacute

a estaccedilatildeo puacuteblica de tratamento onde passa

por um processamento completo

bull TRATAMENTO PRIVADO COMPLETO ndash O

esgoto passa por tratamento privado

completo e depois segue para a rede puacuteblica

ou diretamente ao ambiente

lsquorsquoBrsquorsquo BAIXO

TRATAMENTO PRIVADO PARCIAL COM REDE

PUacuteBLICA DE COLETA ndash O esgoto escoa

canalizado e passa por um tratamento parcial mas

eficiente antes de ser lanccedilado na rede puacuteblica

rsquoCrsquorsquo MEacuteDIO

bull FOSSA SEacutePTICA MAIS SUMIDOURO ndash O

esgoto eacute canalizado ateacute uma fossa seacuteptica

seguida de sumidouro

bull REDE PUBLICA DE COLETA SEM

TRATAMENTO ndash O esgoto das residecircncias eacute

canalizado para uma rede puacuteblica de coleta

sem tratamento

lsquorsquoDrsquorsquo ALTO

FOSSA NEGRA ndash O esgoto eacute lanccedilado sem

tratamento em uma fossa negra onde contamina o

solo e as aacuteguas subterracircneas

lsquorsquoErsquorsquo MUITO ALTO

ESGOTO A CEacuteU ABERTO ndash O esgoto natildeo eacute

canalizado em nenhuma etapa do seu trajeto ateacute o

corpo receptor

Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES

De acordo com a tabela 2 a aacuterea estudada ndash Praia da Gamboa ndash se

encontra na classe de impacto ambiental nos niacuteveis ldquoCrdquo meacutedio ldquoDrdquo alto e ldquoErdquo

20 muito alto Demonstrando alto risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas

tornando-as improacuteprias ao consumo humano

21

3- GERENCIAMENTO SUSTENTAVEacuteL DOS

RECURSOS HIacuteDRICOS

A demanda de aacutegua para abastecimento puacuteblico e demais atividades

antroacutepicas incrementada pelo crescimento demograacutefico registrado na praia da

Gamboa na uacuteltima deacutecada tem contribuiacutedo fortemente para a degradaccedilatildeo das

reservas hiacutedricas subterracircneas Aliada ainda ao descarte de efluentes e

resiacuteduos das atividades urbanas esta questatildeo ressalta a necessidade do

conhecimento de seu significado com vistas agrave minimizaccedilatildeo e controle de

impactos e reserva de condiccedilotildees baacutesicas que assegurem a preservaccedilatildeo dos

recursos hiacutedricos para geraccedilotildees futuras Desta forma torna-se necessaacuterio a

implantaccedilatildeo de medidas que visem uma gestatildeo ambientalmente sustentaacutevel da

qualidade e da quantidade dos recursos hiacutedricos assim todos os usos da aacutegua

requerem que a sua qualidade estejam dentro dos limites preacute-determinados

para os usos especiacuteficos portando o binocircmio quantidadequalidade eacute

indissociaacutevel

O gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos na praia da Gamboa

fundamenta-se nos quatros princiacutepios baacutesicos recomendados e enunciados

pela Declaraccedilatildeo de Dublin por ocasiatildeo da Conferecircncia Internacional sobre

Aacutegua e Meio Ambiente em 1992 e posteriormente ratificados e inseridos na

Agenda 21-Eco 92 Os princiacutepios enumeram-se em 1-A aacutegua doce eacute um

recurso finito e vulneraacutevel essencial para a sustentaccedilatildeo da vida do

desenvolvimento e do meio ambiente 2-O desenvolvimento e a gestatildeo

integrada de recursos hiacutedricos devem ser participativos envolvendo usuaacuterios

planejadores e tomadores de decisotildees poliacuteticos em todos os niacuteveis 3-As

mulheres desempenham papel principal no abastecimento domeacutestico na

gestatildeo e na proteccedilatildeo da aacutegua e 4-A aacutegua tem um valor econocircmico em todos

os seus usos competitivos e deve ser reconhecida como um bem econocircmico

assim como um bem social

Considerando tais princiacutepios a implantaccedilatildeo da Gestatildeo dos Recursos

Hiacutedricos na Praia da Gamboa contaraacute com uma accedilatildeo e intervenccedilatildeo articuladas

entre o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo a

22 implementaccedilatildeo de um Saneamento Ambiental5 e o estimulo ao uso de

tecnologia limpa na construccedilatildeo civil e na elaboraccedilatildeo de casas com um sistema

integrado de reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais

31-Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a

Vidardquo

O Projeto de Educaccedilatildeo6 Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

apresenta como foco central a promoccedilatildeo e a reflexatildeo da comunidade escolar e

de suas adjacecircncias sobre os problemas ambientais e a busca de soluccedilotildees

Estimulando e preparando os alunos para serem agentes transformadores

desenvolvendo novas habilidades e condutas ambientalmente corretas atraveacutes

de uma postura eacutetica condizentes ao exerciacutecio da cidadania

A escola foi o local escolhido para realizaccedilatildeo do projeto devido a

considerarmos como espaccedilo social e o local onde o aluno daraacute sequumlecircncia ao

seu processo de socializaccedilatildeo O que nela se faz se diz e se valoriza

representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova

Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na praacutetica

no cotidiano da vida escolar e da vida comunitaacuteria contribuindo para a

formaccedilatildeo de cidadatildeos responsaacuteveis

O projeto abordaraacute a problemaacutetica sobre a escassez da aacutegua e o seu

uso racional a niacutevel escolar e domeacutestico a fim de evitar desperdiacutecios e

promover uma nova forma de pensar e agir mudando seus haacutebitos e

desenvolvendo formas de economizar aacutegua

5Eacute o conjunto de accedilotildees socioeconocircmicas que tem por objetivo alcanccedilar Salubridade Ambiental por meio de abastecimento de aacutegua potaacutevel coleta e disposiccedilatildeo sanitaacuteria de resiacuteduos soacutelidos liacutequidos e gasosos promoccedilatildeo da disciplina sanitaacuteria de uso do solo drenagem urbana controle de doenccedilas transmissiacuteveis e demais serviccedilos e obras especializadas com a finalidade de proteger e melhorar as condiccedilotildees de vida urbana e rural 6 ART1ordm Entende-se por educaccedilatildeo ambiental os processos por meio dos quais o indiviacuteduo e a coletividade constroem valores sociais conhecimentos e habilidades atitudes e competecircncias voltadas para a conservaccedilatildeo do meio ambiente bem de uso comum do povo agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade

23 Objetivos

Objetivo Geral

Contribuir na formaccedilatildeo da conscientizaccedilatildeo da comunidade escolar da

Escola Estadual Paulo Scofano (Municipalizada) localizada na Praia da

Gamboa - no uso racional da aacutegua e desenvolver saberes e competecircncias que

propiciem mudanccedilas de haacutebitos e atitudes que natildeo satildeo condizentes com a

sustentabilidade dos Recursos Hiacutedricos e Ambientais

Objetivos Especiacuteficos

1- Identifica problemas e soluccedilotildees voltadas para a questatildeo do consumo

consciente dos recursos hiacutedricos

2- Incentivar o uso de tecnologias limpas na construccedilatildeo civil e de

reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais

3- Estimular praacuteticas adequadas de Saneamento Ambiental e de haacutebitos

de higiene pessoal

4- Desenvolver oficinas de horta comunitaacuteria com a praacutetica de adubaccedilatildeo

orgacircnica (desenvolvimento sustentaacutevel)

5- Buscar parcerias para a execuccedilatildeo do projeto

6- Integrar as accedilotildees do projeto de Educaccedilatildeo Ambiental agraves propostas

pedagoacutegicas da escola

Justificativa

O presente projeto apresenta relevacircncia devido agrave problemaacutetica da

escassez da aacutegua doce na atualidade recurso natura indispensaacutevel para

todas as formas de vida O desperdiacutecio e uso indisciplinado dos recursos

hiacutedricos promovem a contaminaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo do solo de mananciais e de

aquumliacuteferos implicando na geraccedilatildeo de problemas soacutecio-econocircmico-ambientais a

curto meacutedio e longo prazo Desta forma uma das alternativas viaacuteveis e de

baixo custo para a minimizaccedilatildeo ou mesmo soluccedilatildeo do problema eacute uma

profunda reflexatildeo e alteraccedilatildeo eacutetica-comportamental da populaccedilatildeo que por sua

vez poderaacute pressionar atraveacutes do conhecimento adquiridos pelo projeto o

24 governo a fim de exigir seus direitos e exercer seus deveres no que tange agrave

formulaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas referentes agrave utilizaccedilatildeo de recursos

naturais

Na ultima deacutecada a demanda pela a aacutegua cresceu significamente na

Praia da Gamboa devido ao crescimento demograacutefico da regiatildeo Assim torna-

se necessaacuterio uma Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos locais e de acordo com a

Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash ART 1ordm - VI-a gestatildeo dos recursos

hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder

Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Assim a implementaccedilatildeo do Projeto

de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo constitui uma

complementaccedilatildeo ao mecanismo de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos

que seratildeo implementados na Praia da Gamboa

Metas

1- Realizar palestras sobre Educaccedilatildeo Ambiental e o uso racional da aacutegua

para a comunidade escolar e para as famiacutelias dos alunos

2- Trabalhar o conceito dos 3Rs (Reduzir Reutilizar e Reciclar)

3- Realizar um diagnoacutestico soacutecio-ambiental da Praia da Gamboa

4- Avaliar a aacutegua da escola com a ajuda dos professores do niacutevel

fundamental ndash ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) e de suas respectivas turmas

5- Promover workshop sobre consumo consciente e reutilizaccedilatildeo das

aacuteguas pluviais

6- Criar a horta comunitaacuteria nas adjacecircncias da escola com a ajuda da

comunidade da Praia da Gamboa

7- Visita aos mananciais de abastecimento da Praia da Gamboa

8- Desenvolver indicadores ambientais de anaacutelise dos recursos hiacutedricos

utilizando peixes como bio-indicadores da qualidade e vitalidade dos

rios e mananciais demonstrando sua importacircncia no equiliacutebrio do

ecossistema aquaacutetico

9- Avaliaccedilatildeo anual do programa

25 Puacuteblico alvo

O Projeto ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo apresenta como puacuteblico

alvo os alunos do Ensino Fundamental ndash Ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) da Escola

Estadual Paulo Scofano (municipalizada) e a comunidade da Praia da

Gamboa que se identifica com a proposta do projeto

Cronograma das atividades 2009

Atividades

meses

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12

Realizaccedilatildeo de

palestras de EA

- - X

Trabalhar o 3Rs X

Visita aos

mananciais

X

Realizaccedilatildeo do

Workshop

X

Criaccedilatildeo da Horta

comunitaacuteria

X X X

Avaliaccedilatildeo da aacutegua

da escola

X X

Realizaccedilatildeo do

diagnoacutestico soacutecio-

ambiental

X X

Criaccedilatildeo dos

indicadores

ambientais

X X

26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS

O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da

Praia da Gamboa

Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado

pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento

sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se

expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos

cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos

a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que

desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo

Infelizmente estamos muito longe disso

A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona

intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico

tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo

de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade

de chuva aiacute eacute muito grande

321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente

Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as

companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os

domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o

acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro

Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de

baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela

seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta

a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de

filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos

caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou

27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o

telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna

Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas

somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo

atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior

Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento

drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -

seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la

sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e

importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais

Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta

uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de

meacutetodos modernos de filtragem e estocagem

322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais

Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais

e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais

racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da

Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa

privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior

escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel

A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e

seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as

enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua

Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de

aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por

estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a

energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla

28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos

os produtos que economizem aacutegua

A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver

ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o

quanto antes

Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da

Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a

uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua

potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais

A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais

1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de

calhas

2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior

3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio

superior

4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias

sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc

29

Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de

Aacuteguas Pluviais

GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais

30

33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO

Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais

decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da

Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de

extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com

frequumlecircncia na regiatildeo

Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um

processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo

mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo

constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se

caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)

Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos

e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras

vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e

funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo

As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa

anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)

Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de

sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo

permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes

resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo

Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50

sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de

lagoas

Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees

estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de

uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de

volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias

vezes a taxa de produccedilatildeo

A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo

fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute

31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que

as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica

A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de

reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa

regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa

A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A

profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo

de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da

lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor

A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial

Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as

aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas

O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e

constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs

zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa

O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante

este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que

iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria

orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o

lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute

a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas

dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa

liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa

(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute

fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela

fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para

isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas

devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo

solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de

oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e

consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e

32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo

praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas

Fotossiacutentese

CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2

Respiraccedilatildeo

Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia

A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de

oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a

noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua

ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute

denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre

por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia

quando na presenccedila de oxigecircnio

As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de

oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de

sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que

a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90

de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste

no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades

das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com

volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de

detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias

Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de

organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas

apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com

o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente

Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo

natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse

fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua

33

CONCLUSAtildeO

O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem

desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de

efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais

devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais

ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e

natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas

e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente

Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e

democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio

e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a

participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da

populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo

concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo

essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade

dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos

deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com

sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento

Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo

ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e

uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de

habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que

praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal

Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor

gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma

Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa

7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico

34

BIBLIOGRAFIA

LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997

35

WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009

36

ANEXOS

ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1

Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa

37 Foto 2

Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa

38 Foto 3

Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa

39 Foto 4

Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar

40 Foto 5

Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo

41 Foto 6

Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua

42 Foto 7

Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

43

ANEXO 2

TABELAS DE INFECCcedilOtildeES

TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua

CATEGORIA INFECCcedilAtildeO

1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias

relacionada com a higiene) disenteria amebiana

balantidiacutease

enterite campylobacteriana

coacutelera

diarreacuteia por escherichia coli

giardiacutease

diarreacuteia por rotaviacuterus

salmonelose

disenteria bacilar

Febres enteacutericas

febre tifoacuteide

febre paratifoacuteide

Poliomielites

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease

2 Relacionada com a higiene

a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele

Doenccedilas infecciosas dos olhos

b) Outras Tifo transmitida por pulgas

Febre recorrente transmitida por pulgas

3 Baseada na aacutegua

a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose

b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e

Outras infecccedilotildees por helmintos

4 Transmissatildeo por inseto vetor

a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono

b) Procriam na aacutegua Malaacuteria

Arboviroses

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose

FONTE HELLER 1997

44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997

Page 13: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · destacar, a transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste

13 de mateacuterias-primas agrave Europa ldquoo sentido da colonizaccedilatildeordquo (PRADO JR

1942) Cada porto polarizava regiotildees interiores gerando zonas de

adensamento em suas proximidades no qual se constituiacuteram as

primeiras redes de cidades

No final do periacuteodo colonial vemos uma secccedilatildeo no espaccedilo

litoracircnea de um lado cidades portuaacuterias que se tornaram centros de

produccedilatildeo local comandando a circulaccedilatildeo de sistemas produtivos

especiacuteficos e por outro lado grandes aacutereas litoracircneas despovoadas que

originaram agraves populaccedilotildees litoracircneas tradicionais ndash tribos indiacutegena e

escravos foragidos Na Costa Verde temos o exemplo da restinga da

Marambaia com sua populaccedilatildeo de quilombolas

O advento da ferrovia diminuiu a vantagem locacional da zona

costeira Agora estar proacuteximo das fontes de energia e das mateacuterias-

primas era mais vantajoso assim a ferrovia vai promover o crescimento

industrial e a urbanizaccedilatildeo no interior do territoacuterio

Na segunda metade do seacuteculo XX as chamadas ldquocidades mortasrdquo

distribuiacutedas ao longo do litoral brasileiro ndash aacutereas de obsolescecircncia - junto

com aacutereas pouco povoadas ocupadas por populaccedilotildees tradicionais iriam

se constituir nas zonas de asseacutedio do surto de ocupaccedilatildeo da zona

costeira a partir dos anos de 1950

No final da deacutecada de 1950 com a substituiccedilatildeo de importaccedilotildees e o

afluxo de capitais internacionais no paiacutes vai haver uma transformaccedilatildeo na

forma de ocupaccedilatildeo da costa brasileira consolida-se a dinacircmica do

processo urbano-industrial central refletido no espaccedilo geograacutefico do

litoral

Assim sendo importantes ramos industriais no processo de

industrializaccedilatildeo brasileira passaram a serem implantados com a

necessidade de insumos que viessem de fora logo a proximidade dos

portos se tornou estrateacutegica

14 As consequumlecircncias desse afluxo de induacutestrias agraves aacutereas litoracircneas

no acircmbito ambiental eacute a poluiccedilatildeo causada pelos dejetos resultantes dos

processos industriais no acircmbito social a atraccedilatildeo de fluxos migratoacuterios

para os locais de sua instalaccedilatildeo

Entretanto nem todo contingente populacional seraacute absorvido pela

induacutestria e o setor de serviccedilos Aos excluiacutedos resta eacute a informalidade A

esses contingentes populacionais que natildeo dispotildee de alternativas para

morar restam espaccedilos deixados sem uso por outras atividades

Geralmente esses lugares satildeo improacuteprios para habitaccedilatildeo como em

encostas e aacutereas sujeitas a inundaccedilatildeo inclusive aacutereas de proteccedilatildeo

ambiental (mananciais de aacutegua manguezais e etc)

A ocupaccedilatildeo desordenada desses espaccedilos marginais que eacute

consequumlecircncia da segregaccedilatildeo soacutecio-espacial provoca danos ambientais

desastrosos onde a falta de infra-estrutura como coleta de lixo aacutegua

encanada e tratamento de esgoto compromete a qualidade de vida das

pessoas

15

2 - OS IMPACTOS AMBIENTAIS DO CRESCIMENTO

DESORDENADO NA PRAIA DA GAMBOA

Haacute um crescimento da urbanizaccedilatildeo no municiacutepio de Mangaratiba

devido agrave especulaccedilatildeo imobiliaacuteria que atinge a zona costeira do Rio de Janeiro

jaacute que essa regiatildeo possui um solo com valor alto no mercado de terras solo

esse consumido pela classe meacutedia alta com casas de veraneios proacuteximas a

praias ou pela rede de hotelaria Na contramatildeo deste processo haacute aqueles que

natildeo possuem poder aquisitivo para usufruir agrave habitaccedilatildeo bem indispensaacutevel agrave

reproduccedilatildeo da vida humana Assim participam de um processo urbano

desordenado em aacuterea irregular ou informal esse tipo inadequado de ocupaccedilatildeo

do solo provoca graves impactos ambientais dentre eles a insuficiecircncia ao

acesso agrave aacutegua

Existe uma legislaccedilatildeo de proteccedilatildeo de mananciais aprovada na

maioria dos Estados brasileiros que protege a bacia hidrograacutefica utilizada para

abastecimento das cidades Nessas aacutereas eacute proibido o uso do solo urbano que

possa comprometer a qualidade da aacutegua de abastecimento Poreacutem por causa

do crescimento das cidades essas aacutereas foram pressionadas agrave ocupaccedilatildeo pelo

valor imobiliaacuterio da vizinhanccedila e pela falta de interesse do proprietaacuterio em

proteger a aacuterea jaacute que essa perdeu o valor em razatildeo da legislaccedilatildeo e ainda

necessita pagar imposto que recaem sobre ela Essas aacutereas satildeo invadidas pela

populaccedilatildeo de baixa renda e a consequumlecircncia imediata eacute o aumento da

poluiccedilatildeo Muitos proprietaacuterios incentivaram a invasatildeo ateacute para poder vender a

propriedade para o poder puacuteblico

Na Ilha de Itacuruccedila mais especificamente na praia da Gamboa se

vivencia esse processo os impactos ambientais na regiatildeo acentuam-se devido

agrave ausecircncia de uma gestatildeo integrada dos recursos hiacutedricos (GIRH) que

envolveria abastecimento saneamento coleta e tratamento de efluentes

domeacutesticos e industriais drenagem urbana e gestatildeo dos resiacuteduos soacutelidos A

falta da (GIRH) e de um planejamento urbano na praia da Gamboa contribui

para o surgimento de problemas com a infra-estrutura da aacutegua A falta de

tratamento de esgoto em grande parte da regiatildeo faz com que os efluentes

16 sejam escoados e lanccedilados para o mar em sua trajetoacuteria os efluentes poluem

o solo e prejudica os recursos hiacutedricos locais essa medida de escoamento do

esgoto tambeacutem acarreta a deterioraccedilatildeo da qualidade da aacutegua por falta de

tratamento dos efluentes o que tem criado potenciais riscos ao abastecimento

da populaccedilatildeo em vaacuterios cenaacuterios o mais criacutetico tem sido a ocupaccedilatildeo das aacutereas

de contribuiccedilatildeo de reservatoacuterios de abastecimento urbano que eutrofizados

podem produzir riscos agrave sauacutede da populaccedilatildeo

A maioria dos recursos hiacutedricos na Praia da Gamboa encontra-se

seriamente comprometidos em funccedilatildeo da poluiccedilatildeo por resiacuteduos urbanos

extremamente agressivos Para mitigar essa realidade se faz necessaacuterio

diminuir a degradaccedilatildeo ambiental atraveacutes do saneamento baacutesico da educaccedilatildeo

ambiental formal e a natildeo formal e a tentativa de diminuir a pobreza

Zelar pela qualidade das aacuteguas significa garantir a cidadania os direitos

universal dos cidadatildeos que eacute o acesso com seguranccedila a esse recurso natural

fundamental para a existecircncia de uma vida saudaacutevel tendo em vista que

garantir o fornecimento de aacutegua a uma comunidade em quantidade e

qualidade adequadas significa ndash em essecircncia ndash praticar um ato de justiccedila

social

Testificam-se nos periacuteodos de estiagem e periacuteodos do veratildeo a falta

de aacutegua situaccedilatildeo de grande desconforto para grande parte desta comunidade

que tecircm de comprar aacutegua para beber por um preccedilo mais oneroso por se tratar

de um lugar de difiacutecil acesso Assim obter uma Gestatildeo Integrada dos Recursos

Hiacutedricos (GIHR) eacute de extrema importacircncia para garantia da preservaccedilatildeo e

conservaccedilatildeo dos mananciais e fontes de aacutegua da regiatildeo

O saneamento baacutesico4 possui estreita aproximaccedilatildeo com as questotildees

ambientais A captaccedilatildeo de recursos hiacutedricos tratamento distribuiccedilatildeo e

posterior disposiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos provocam significativas alteraccedilotildees 4 Decreto no 82587|78 define a amplitude do serviccedilo de saneamento baacutesico Art 2ordm [] Paraacutegrafo 2ordm Os serviccedilos de saneamento baacutesico compreendem a) os sistemas de abastecimento de aacutegua definidos como conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamento que tem por finalidade captar aduzir tratar e distribuir aacutegua b) os sistemas de esgotos definidos como o conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamentos que tecircm por finalidade coletar transportar e dar destino final agraves aacuteguas residuaacuterias ou servidas

17 ambientais Os esgotos urbanos constituem-se na principal fonte poluidora dos

recursos hiacutedricos comprometendo seus outros possiacuteveis usos

O abastecimento de aacutegua na Praia da Gamboa se daacute de forma prioritaacuteria

pelas nascentes de aacutegua da ilha que satildeo canalizadas e armazenadas em

grandes reservatoacuterios drsquoaacutegua ateacute chegar agraves casas e atraveacutes de poccedilos

artesianos perfurados dentro do terreno de algumas casas

No municiacutepio de Mangaratiba 627 do esgoto ocorrem por meio de utilizaccedilatildeo

de fossas seacutepticas (roda peacute) 14 em fossas rudimentares 39 satildeo ligados a

uma vala e 24 lanccedilados diretamente em um corpo receptor (rio lagoa eou

mar)

Essa realidade do municiacutepio se repete na praia da Gamboa poreacutem

de forma mais problemaacutetica pois a maior parte do esgoto local eacute destinada

para verdadeiras fossas negras em ceacuteu aberto e a uacutenica medida de

saneamento satildeo as fossas seacutepticas essas funcionam como uma unidade de

sedimentaccedilatildeo e digestatildeo anaeroacutebia (ausecircncia de oxigecircnio) de escoamento

contiacutenuo sendo projetada para ser construiacuteda com material estanque (agrave prova

de aacutegua) para receber as aacuteguas residuaacuterias Para a fossa seacuteptica devem ser

encaminhados todos os despejos domeacutesticos e a sua velocidade de

permanecircncia do liquido na fossa permitem a separaccedilatildeo da fraccedilatildeo soacutelida do

liacutequido proporcionando assim a digestatildeo limitada da mateacuteria orgacircnica e o

acuacutemulo dos soacutelidos permitindo que o liacutequido um pouco mais clarificado seja

destinado a uma aacuterea de absorccedilatildeo (sumidouro)

Sem duvida o tratamento dos esgotos domeacutesticos nas fossas

seacutepticas quando praticado em aacutereas sem rede de esgoto pode oferecer niacuteveis

adequados de serviccedilo para a disposiccedilatildeo de excretas em pequenas

comunidades contudo em grandes aacutereas urbanas ou em aacutereas em expansatildeo

urbana como eacute o caso da Ilha de Itacuruccedila varias fossas apresentam um risco

de migraccedilatildeo direta de bacteacuterias viacuterus e nutrientes para aquumliacuteferos subjacentes e

fontes vizinhas de aacuteguas subterracircneas Assim as fossas seacutepticas natildeo satildeo

consideradas a mais eficiente rede de tratamento dos efluentes na gestatildeo dos

recursos hiacutedricos pois pode contaminar as aacuteguas subterracircneas atraveacutes

18 despejo de resiacuteduos domeacutesticos aleacutem funcionar como uma fonte permanente

de contaminaccedilatildeo

EFICIEcircNCIA DE FOSSAS SEacutePTICA

A fossa seacuteptica reduz a concentraccedilatildeo dos soacutelidos sedimentaacuteveis e a

demanda bioquiacutemica de oxigecircnio (DBO5) sendo que a eficiecircncia de remoccedilatildeo

destes pode ser ampliada pelo prolongamento do tempo de detenccedilatildeo Na

tabela abaixo relacionamos os resultados percentuais de remoccedilatildeo eou

reduccedilatildeo observados em fossas bem projetadas e operadas

Tabela 1

Paracircmetro de remoccedilatildeo

Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio (DBO) 40 a 60

Demanda Quiacutemica de Oxigecircnio (DQO) 30 a 60

Soacutelidos Sedimentaacuteveis (SS) 85 a 95

Soacutelidos em suspensatildeo 50 a 70

Graxas e Gorduras 70 a 90

Nitrogecircnio Amoniacal 0 a 10

Nitrogecircnio total 0 a 10

Coliformes Totais 20 a 60

Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES

Como demonstra a tabela acima o efluente de uma fossa seacuteptica

mesmo considerando-se os maiores iacutendices de eficiecircncia ainda apresenta

substacircncias e organismos capazes de influenciarem na qualidade da aacutegua

subterracircnea

Uma indicaccedilatildeo da poluiccedilatildeo potencial das aacuteguas subterracircneas por

nitratos oriundos de fossas seacutepticas pode ser observado no exemplo a seguir

Uma populaccedilatildeo de 20 pessoashaacute representa uma descarga de ateacute 100

Kghaacuteh no solo a qual se fosse oxidada e lixiviada pela infiltraccedilatildeo por 100

mma de chuvas resultaria em uma descarga local com concentraccedilatildeo de 100

mg1N-NO3

19 Tabela 2

CLASSE DE IMPACTO

AMBIENTAL

CENAacuteRIO

lsquorsquoArsquorsquo

MUITO BAIXO

bull TRATAMENTO PUacuteBLICO COMPLETO ndash O

esgoto eacute canalizado em todo o seu trajeto ateacute

a estaccedilatildeo puacuteblica de tratamento onde passa

por um processamento completo

bull TRATAMENTO PRIVADO COMPLETO ndash O

esgoto passa por tratamento privado

completo e depois segue para a rede puacuteblica

ou diretamente ao ambiente

lsquorsquoBrsquorsquo BAIXO

TRATAMENTO PRIVADO PARCIAL COM REDE

PUacuteBLICA DE COLETA ndash O esgoto escoa

canalizado e passa por um tratamento parcial mas

eficiente antes de ser lanccedilado na rede puacuteblica

rsquoCrsquorsquo MEacuteDIO

bull FOSSA SEacutePTICA MAIS SUMIDOURO ndash O

esgoto eacute canalizado ateacute uma fossa seacuteptica

seguida de sumidouro

bull REDE PUBLICA DE COLETA SEM

TRATAMENTO ndash O esgoto das residecircncias eacute

canalizado para uma rede puacuteblica de coleta

sem tratamento

lsquorsquoDrsquorsquo ALTO

FOSSA NEGRA ndash O esgoto eacute lanccedilado sem

tratamento em uma fossa negra onde contamina o

solo e as aacuteguas subterracircneas

lsquorsquoErsquorsquo MUITO ALTO

ESGOTO A CEacuteU ABERTO ndash O esgoto natildeo eacute

canalizado em nenhuma etapa do seu trajeto ateacute o

corpo receptor

Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES

De acordo com a tabela 2 a aacuterea estudada ndash Praia da Gamboa ndash se

encontra na classe de impacto ambiental nos niacuteveis ldquoCrdquo meacutedio ldquoDrdquo alto e ldquoErdquo

20 muito alto Demonstrando alto risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas

tornando-as improacuteprias ao consumo humano

21

3- GERENCIAMENTO SUSTENTAVEacuteL DOS

RECURSOS HIacuteDRICOS

A demanda de aacutegua para abastecimento puacuteblico e demais atividades

antroacutepicas incrementada pelo crescimento demograacutefico registrado na praia da

Gamboa na uacuteltima deacutecada tem contribuiacutedo fortemente para a degradaccedilatildeo das

reservas hiacutedricas subterracircneas Aliada ainda ao descarte de efluentes e

resiacuteduos das atividades urbanas esta questatildeo ressalta a necessidade do

conhecimento de seu significado com vistas agrave minimizaccedilatildeo e controle de

impactos e reserva de condiccedilotildees baacutesicas que assegurem a preservaccedilatildeo dos

recursos hiacutedricos para geraccedilotildees futuras Desta forma torna-se necessaacuterio a

implantaccedilatildeo de medidas que visem uma gestatildeo ambientalmente sustentaacutevel da

qualidade e da quantidade dos recursos hiacutedricos assim todos os usos da aacutegua

requerem que a sua qualidade estejam dentro dos limites preacute-determinados

para os usos especiacuteficos portando o binocircmio quantidadequalidade eacute

indissociaacutevel

O gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos na praia da Gamboa

fundamenta-se nos quatros princiacutepios baacutesicos recomendados e enunciados

pela Declaraccedilatildeo de Dublin por ocasiatildeo da Conferecircncia Internacional sobre

Aacutegua e Meio Ambiente em 1992 e posteriormente ratificados e inseridos na

Agenda 21-Eco 92 Os princiacutepios enumeram-se em 1-A aacutegua doce eacute um

recurso finito e vulneraacutevel essencial para a sustentaccedilatildeo da vida do

desenvolvimento e do meio ambiente 2-O desenvolvimento e a gestatildeo

integrada de recursos hiacutedricos devem ser participativos envolvendo usuaacuterios

planejadores e tomadores de decisotildees poliacuteticos em todos os niacuteveis 3-As

mulheres desempenham papel principal no abastecimento domeacutestico na

gestatildeo e na proteccedilatildeo da aacutegua e 4-A aacutegua tem um valor econocircmico em todos

os seus usos competitivos e deve ser reconhecida como um bem econocircmico

assim como um bem social

Considerando tais princiacutepios a implantaccedilatildeo da Gestatildeo dos Recursos

Hiacutedricos na Praia da Gamboa contaraacute com uma accedilatildeo e intervenccedilatildeo articuladas

entre o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo a

22 implementaccedilatildeo de um Saneamento Ambiental5 e o estimulo ao uso de

tecnologia limpa na construccedilatildeo civil e na elaboraccedilatildeo de casas com um sistema

integrado de reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais

31-Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a

Vidardquo

O Projeto de Educaccedilatildeo6 Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

apresenta como foco central a promoccedilatildeo e a reflexatildeo da comunidade escolar e

de suas adjacecircncias sobre os problemas ambientais e a busca de soluccedilotildees

Estimulando e preparando os alunos para serem agentes transformadores

desenvolvendo novas habilidades e condutas ambientalmente corretas atraveacutes

de uma postura eacutetica condizentes ao exerciacutecio da cidadania

A escola foi o local escolhido para realizaccedilatildeo do projeto devido a

considerarmos como espaccedilo social e o local onde o aluno daraacute sequumlecircncia ao

seu processo de socializaccedilatildeo O que nela se faz se diz e se valoriza

representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova

Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na praacutetica

no cotidiano da vida escolar e da vida comunitaacuteria contribuindo para a

formaccedilatildeo de cidadatildeos responsaacuteveis

O projeto abordaraacute a problemaacutetica sobre a escassez da aacutegua e o seu

uso racional a niacutevel escolar e domeacutestico a fim de evitar desperdiacutecios e

promover uma nova forma de pensar e agir mudando seus haacutebitos e

desenvolvendo formas de economizar aacutegua

5Eacute o conjunto de accedilotildees socioeconocircmicas que tem por objetivo alcanccedilar Salubridade Ambiental por meio de abastecimento de aacutegua potaacutevel coleta e disposiccedilatildeo sanitaacuteria de resiacuteduos soacutelidos liacutequidos e gasosos promoccedilatildeo da disciplina sanitaacuteria de uso do solo drenagem urbana controle de doenccedilas transmissiacuteveis e demais serviccedilos e obras especializadas com a finalidade de proteger e melhorar as condiccedilotildees de vida urbana e rural 6 ART1ordm Entende-se por educaccedilatildeo ambiental os processos por meio dos quais o indiviacuteduo e a coletividade constroem valores sociais conhecimentos e habilidades atitudes e competecircncias voltadas para a conservaccedilatildeo do meio ambiente bem de uso comum do povo agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade

23 Objetivos

Objetivo Geral

Contribuir na formaccedilatildeo da conscientizaccedilatildeo da comunidade escolar da

Escola Estadual Paulo Scofano (Municipalizada) localizada na Praia da

Gamboa - no uso racional da aacutegua e desenvolver saberes e competecircncias que

propiciem mudanccedilas de haacutebitos e atitudes que natildeo satildeo condizentes com a

sustentabilidade dos Recursos Hiacutedricos e Ambientais

Objetivos Especiacuteficos

1- Identifica problemas e soluccedilotildees voltadas para a questatildeo do consumo

consciente dos recursos hiacutedricos

2- Incentivar o uso de tecnologias limpas na construccedilatildeo civil e de

reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais

3- Estimular praacuteticas adequadas de Saneamento Ambiental e de haacutebitos

de higiene pessoal

4- Desenvolver oficinas de horta comunitaacuteria com a praacutetica de adubaccedilatildeo

orgacircnica (desenvolvimento sustentaacutevel)

5- Buscar parcerias para a execuccedilatildeo do projeto

6- Integrar as accedilotildees do projeto de Educaccedilatildeo Ambiental agraves propostas

pedagoacutegicas da escola

Justificativa

O presente projeto apresenta relevacircncia devido agrave problemaacutetica da

escassez da aacutegua doce na atualidade recurso natura indispensaacutevel para

todas as formas de vida O desperdiacutecio e uso indisciplinado dos recursos

hiacutedricos promovem a contaminaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo do solo de mananciais e de

aquumliacuteferos implicando na geraccedilatildeo de problemas soacutecio-econocircmico-ambientais a

curto meacutedio e longo prazo Desta forma uma das alternativas viaacuteveis e de

baixo custo para a minimizaccedilatildeo ou mesmo soluccedilatildeo do problema eacute uma

profunda reflexatildeo e alteraccedilatildeo eacutetica-comportamental da populaccedilatildeo que por sua

vez poderaacute pressionar atraveacutes do conhecimento adquiridos pelo projeto o

24 governo a fim de exigir seus direitos e exercer seus deveres no que tange agrave

formulaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas referentes agrave utilizaccedilatildeo de recursos

naturais

Na ultima deacutecada a demanda pela a aacutegua cresceu significamente na

Praia da Gamboa devido ao crescimento demograacutefico da regiatildeo Assim torna-

se necessaacuterio uma Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos locais e de acordo com a

Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash ART 1ordm - VI-a gestatildeo dos recursos

hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder

Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Assim a implementaccedilatildeo do Projeto

de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo constitui uma

complementaccedilatildeo ao mecanismo de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos

que seratildeo implementados na Praia da Gamboa

Metas

1- Realizar palestras sobre Educaccedilatildeo Ambiental e o uso racional da aacutegua

para a comunidade escolar e para as famiacutelias dos alunos

2- Trabalhar o conceito dos 3Rs (Reduzir Reutilizar e Reciclar)

3- Realizar um diagnoacutestico soacutecio-ambiental da Praia da Gamboa

4- Avaliar a aacutegua da escola com a ajuda dos professores do niacutevel

fundamental ndash ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) e de suas respectivas turmas

5- Promover workshop sobre consumo consciente e reutilizaccedilatildeo das

aacuteguas pluviais

6- Criar a horta comunitaacuteria nas adjacecircncias da escola com a ajuda da

comunidade da Praia da Gamboa

7- Visita aos mananciais de abastecimento da Praia da Gamboa

8- Desenvolver indicadores ambientais de anaacutelise dos recursos hiacutedricos

utilizando peixes como bio-indicadores da qualidade e vitalidade dos

rios e mananciais demonstrando sua importacircncia no equiliacutebrio do

ecossistema aquaacutetico

9- Avaliaccedilatildeo anual do programa

25 Puacuteblico alvo

O Projeto ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo apresenta como puacuteblico

alvo os alunos do Ensino Fundamental ndash Ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) da Escola

Estadual Paulo Scofano (municipalizada) e a comunidade da Praia da

Gamboa que se identifica com a proposta do projeto

Cronograma das atividades 2009

Atividades

meses

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12

Realizaccedilatildeo de

palestras de EA

- - X

Trabalhar o 3Rs X

Visita aos

mananciais

X

Realizaccedilatildeo do

Workshop

X

Criaccedilatildeo da Horta

comunitaacuteria

X X X

Avaliaccedilatildeo da aacutegua

da escola

X X

Realizaccedilatildeo do

diagnoacutestico soacutecio-

ambiental

X X

Criaccedilatildeo dos

indicadores

ambientais

X X

26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS

O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da

Praia da Gamboa

Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado

pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento

sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se

expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos

cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos

a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que

desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo

Infelizmente estamos muito longe disso

A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona

intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico

tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo

de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade

de chuva aiacute eacute muito grande

321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente

Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as

companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os

domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o

acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro

Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de

baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela

seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta

a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de

filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos

caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou

27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o

telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna

Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas

somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo

atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior

Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento

drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -

seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la

sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e

importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais

Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta

uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de

meacutetodos modernos de filtragem e estocagem

322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais

Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais

e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais

racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da

Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa

privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior

escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel

A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e

seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as

enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua

Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de

aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por

estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a

energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla

28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos

os produtos que economizem aacutegua

A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver

ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o

quanto antes

Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da

Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a

uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua

potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais

A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais

1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de

calhas

2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior

3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio

superior

4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias

sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc

29

Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de

Aacuteguas Pluviais

GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais

30

33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO

Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais

decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da

Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de

extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com

frequumlecircncia na regiatildeo

Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um

processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo

mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo

constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se

caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)

Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos

e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras

vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e

funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo

As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa

anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)

Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de

sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo

permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes

resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo

Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50

sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de

lagoas

Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees

estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de

uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de

volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias

vezes a taxa de produccedilatildeo

A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo

fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute

31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que

as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica

A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de

reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa

regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa

A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A

profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo

de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da

lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor

A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial

Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as

aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas

O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e

constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs

zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa

O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante

este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que

iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria

orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o

lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute

a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas

dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa

liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa

(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute

fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela

fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para

isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas

devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo

solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de

oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e

consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e

32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo

praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas

Fotossiacutentese

CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2

Respiraccedilatildeo

Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia

A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de

oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a

noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua

ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute

denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre

por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia

quando na presenccedila de oxigecircnio

As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de

oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de

sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que

a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90

de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste

no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades

das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com

volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de

detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias

Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de

organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas

apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com

o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente

Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo

natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse

fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua

33

CONCLUSAtildeO

O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem

desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de

efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais

devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais

ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e

natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas

e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente

Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e

democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio

e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a

participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da

populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo

concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo

essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade

dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos

deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com

sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento

Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo

ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e

uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de

habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que

praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal

Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor

gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma

Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa

7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico

34

BIBLIOGRAFIA

LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997

35

WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009

36

ANEXOS

ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1

Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa

37 Foto 2

Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa

38 Foto 3

Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa

39 Foto 4

Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar

40 Foto 5

Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo

41 Foto 6

Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua

42 Foto 7

Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

43

ANEXO 2

TABELAS DE INFECCcedilOtildeES

TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua

CATEGORIA INFECCcedilAtildeO

1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias

relacionada com a higiene) disenteria amebiana

balantidiacutease

enterite campylobacteriana

coacutelera

diarreacuteia por escherichia coli

giardiacutease

diarreacuteia por rotaviacuterus

salmonelose

disenteria bacilar

Febres enteacutericas

febre tifoacuteide

febre paratifoacuteide

Poliomielites

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease

2 Relacionada com a higiene

a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele

Doenccedilas infecciosas dos olhos

b) Outras Tifo transmitida por pulgas

Febre recorrente transmitida por pulgas

3 Baseada na aacutegua

a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose

b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e

Outras infecccedilotildees por helmintos

4 Transmissatildeo por inseto vetor

a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono

b) Procriam na aacutegua Malaacuteria

Arboviroses

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose

FONTE HELLER 1997

44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997

Page 14: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · destacar, a transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste

14 As consequumlecircncias desse afluxo de induacutestrias agraves aacutereas litoracircneas

no acircmbito ambiental eacute a poluiccedilatildeo causada pelos dejetos resultantes dos

processos industriais no acircmbito social a atraccedilatildeo de fluxos migratoacuterios

para os locais de sua instalaccedilatildeo

Entretanto nem todo contingente populacional seraacute absorvido pela

induacutestria e o setor de serviccedilos Aos excluiacutedos resta eacute a informalidade A

esses contingentes populacionais que natildeo dispotildee de alternativas para

morar restam espaccedilos deixados sem uso por outras atividades

Geralmente esses lugares satildeo improacuteprios para habitaccedilatildeo como em

encostas e aacutereas sujeitas a inundaccedilatildeo inclusive aacutereas de proteccedilatildeo

ambiental (mananciais de aacutegua manguezais e etc)

A ocupaccedilatildeo desordenada desses espaccedilos marginais que eacute

consequumlecircncia da segregaccedilatildeo soacutecio-espacial provoca danos ambientais

desastrosos onde a falta de infra-estrutura como coleta de lixo aacutegua

encanada e tratamento de esgoto compromete a qualidade de vida das

pessoas

15

2 - OS IMPACTOS AMBIENTAIS DO CRESCIMENTO

DESORDENADO NA PRAIA DA GAMBOA

Haacute um crescimento da urbanizaccedilatildeo no municiacutepio de Mangaratiba

devido agrave especulaccedilatildeo imobiliaacuteria que atinge a zona costeira do Rio de Janeiro

jaacute que essa regiatildeo possui um solo com valor alto no mercado de terras solo

esse consumido pela classe meacutedia alta com casas de veraneios proacuteximas a

praias ou pela rede de hotelaria Na contramatildeo deste processo haacute aqueles que

natildeo possuem poder aquisitivo para usufruir agrave habitaccedilatildeo bem indispensaacutevel agrave

reproduccedilatildeo da vida humana Assim participam de um processo urbano

desordenado em aacuterea irregular ou informal esse tipo inadequado de ocupaccedilatildeo

do solo provoca graves impactos ambientais dentre eles a insuficiecircncia ao

acesso agrave aacutegua

Existe uma legislaccedilatildeo de proteccedilatildeo de mananciais aprovada na

maioria dos Estados brasileiros que protege a bacia hidrograacutefica utilizada para

abastecimento das cidades Nessas aacutereas eacute proibido o uso do solo urbano que

possa comprometer a qualidade da aacutegua de abastecimento Poreacutem por causa

do crescimento das cidades essas aacutereas foram pressionadas agrave ocupaccedilatildeo pelo

valor imobiliaacuterio da vizinhanccedila e pela falta de interesse do proprietaacuterio em

proteger a aacuterea jaacute que essa perdeu o valor em razatildeo da legislaccedilatildeo e ainda

necessita pagar imposto que recaem sobre ela Essas aacutereas satildeo invadidas pela

populaccedilatildeo de baixa renda e a consequumlecircncia imediata eacute o aumento da

poluiccedilatildeo Muitos proprietaacuterios incentivaram a invasatildeo ateacute para poder vender a

propriedade para o poder puacuteblico

Na Ilha de Itacuruccedila mais especificamente na praia da Gamboa se

vivencia esse processo os impactos ambientais na regiatildeo acentuam-se devido

agrave ausecircncia de uma gestatildeo integrada dos recursos hiacutedricos (GIRH) que

envolveria abastecimento saneamento coleta e tratamento de efluentes

domeacutesticos e industriais drenagem urbana e gestatildeo dos resiacuteduos soacutelidos A

falta da (GIRH) e de um planejamento urbano na praia da Gamboa contribui

para o surgimento de problemas com a infra-estrutura da aacutegua A falta de

tratamento de esgoto em grande parte da regiatildeo faz com que os efluentes

16 sejam escoados e lanccedilados para o mar em sua trajetoacuteria os efluentes poluem

o solo e prejudica os recursos hiacutedricos locais essa medida de escoamento do

esgoto tambeacutem acarreta a deterioraccedilatildeo da qualidade da aacutegua por falta de

tratamento dos efluentes o que tem criado potenciais riscos ao abastecimento

da populaccedilatildeo em vaacuterios cenaacuterios o mais criacutetico tem sido a ocupaccedilatildeo das aacutereas

de contribuiccedilatildeo de reservatoacuterios de abastecimento urbano que eutrofizados

podem produzir riscos agrave sauacutede da populaccedilatildeo

A maioria dos recursos hiacutedricos na Praia da Gamboa encontra-se

seriamente comprometidos em funccedilatildeo da poluiccedilatildeo por resiacuteduos urbanos

extremamente agressivos Para mitigar essa realidade se faz necessaacuterio

diminuir a degradaccedilatildeo ambiental atraveacutes do saneamento baacutesico da educaccedilatildeo

ambiental formal e a natildeo formal e a tentativa de diminuir a pobreza

Zelar pela qualidade das aacuteguas significa garantir a cidadania os direitos

universal dos cidadatildeos que eacute o acesso com seguranccedila a esse recurso natural

fundamental para a existecircncia de uma vida saudaacutevel tendo em vista que

garantir o fornecimento de aacutegua a uma comunidade em quantidade e

qualidade adequadas significa ndash em essecircncia ndash praticar um ato de justiccedila

social

Testificam-se nos periacuteodos de estiagem e periacuteodos do veratildeo a falta

de aacutegua situaccedilatildeo de grande desconforto para grande parte desta comunidade

que tecircm de comprar aacutegua para beber por um preccedilo mais oneroso por se tratar

de um lugar de difiacutecil acesso Assim obter uma Gestatildeo Integrada dos Recursos

Hiacutedricos (GIHR) eacute de extrema importacircncia para garantia da preservaccedilatildeo e

conservaccedilatildeo dos mananciais e fontes de aacutegua da regiatildeo

O saneamento baacutesico4 possui estreita aproximaccedilatildeo com as questotildees

ambientais A captaccedilatildeo de recursos hiacutedricos tratamento distribuiccedilatildeo e

posterior disposiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos provocam significativas alteraccedilotildees 4 Decreto no 82587|78 define a amplitude do serviccedilo de saneamento baacutesico Art 2ordm [] Paraacutegrafo 2ordm Os serviccedilos de saneamento baacutesico compreendem a) os sistemas de abastecimento de aacutegua definidos como conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamento que tem por finalidade captar aduzir tratar e distribuir aacutegua b) os sistemas de esgotos definidos como o conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamentos que tecircm por finalidade coletar transportar e dar destino final agraves aacuteguas residuaacuterias ou servidas

17 ambientais Os esgotos urbanos constituem-se na principal fonte poluidora dos

recursos hiacutedricos comprometendo seus outros possiacuteveis usos

O abastecimento de aacutegua na Praia da Gamboa se daacute de forma prioritaacuteria

pelas nascentes de aacutegua da ilha que satildeo canalizadas e armazenadas em

grandes reservatoacuterios drsquoaacutegua ateacute chegar agraves casas e atraveacutes de poccedilos

artesianos perfurados dentro do terreno de algumas casas

No municiacutepio de Mangaratiba 627 do esgoto ocorrem por meio de utilizaccedilatildeo

de fossas seacutepticas (roda peacute) 14 em fossas rudimentares 39 satildeo ligados a

uma vala e 24 lanccedilados diretamente em um corpo receptor (rio lagoa eou

mar)

Essa realidade do municiacutepio se repete na praia da Gamboa poreacutem

de forma mais problemaacutetica pois a maior parte do esgoto local eacute destinada

para verdadeiras fossas negras em ceacuteu aberto e a uacutenica medida de

saneamento satildeo as fossas seacutepticas essas funcionam como uma unidade de

sedimentaccedilatildeo e digestatildeo anaeroacutebia (ausecircncia de oxigecircnio) de escoamento

contiacutenuo sendo projetada para ser construiacuteda com material estanque (agrave prova

de aacutegua) para receber as aacuteguas residuaacuterias Para a fossa seacuteptica devem ser

encaminhados todos os despejos domeacutesticos e a sua velocidade de

permanecircncia do liquido na fossa permitem a separaccedilatildeo da fraccedilatildeo soacutelida do

liacutequido proporcionando assim a digestatildeo limitada da mateacuteria orgacircnica e o

acuacutemulo dos soacutelidos permitindo que o liacutequido um pouco mais clarificado seja

destinado a uma aacuterea de absorccedilatildeo (sumidouro)

Sem duvida o tratamento dos esgotos domeacutesticos nas fossas

seacutepticas quando praticado em aacutereas sem rede de esgoto pode oferecer niacuteveis

adequados de serviccedilo para a disposiccedilatildeo de excretas em pequenas

comunidades contudo em grandes aacutereas urbanas ou em aacutereas em expansatildeo

urbana como eacute o caso da Ilha de Itacuruccedila varias fossas apresentam um risco

de migraccedilatildeo direta de bacteacuterias viacuterus e nutrientes para aquumliacuteferos subjacentes e

fontes vizinhas de aacuteguas subterracircneas Assim as fossas seacutepticas natildeo satildeo

consideradas a mais eficiente rede de tratamento dos efluentes na gestatildeo dos

recursos hiacutedricos pois pode contaminar as aacuteguas subterracircneas atraveacutes

18 despejo de resiacuteduos domeacutesticos aleacutem funcionar como uma fonte permanente

de contaminaccedilatildeo

EFICIEcircNCIA DE FOSSAS SEacutePTICA

A fossa seacuteptica reduz a concentraccedilatildeo dos soacutelidos sedimentaacuteveis e a

demanda bioquiacutemica de oxigecircnio (DBO5) sendo que a eficiecircncia de remoccedilatildeo

destes pode ser ampliada pelo prolongamento do tempo de detenccedilatildeo Na

tabela abaixo relacionamos os resultados percentuais de remoccedilatildeo eou

reduccedilatildeo observados em fossas bem projetadas e operadas

Tabela 1

Paracircmetro de remoccedilatildeo

Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio (DBO) 40 a 60

Demanda Quiacutemica de Oxigecircnio (DQO) 30 a 60

Soacutelidos Sedimentaacuteveis (SS) 85 a 95

Soacutelidos em suspensatildeo 50 a 70

Graxas e Gorduras 70 a 90

Nitrogecircnio Amoniacal 0 a 10

Nitrogecircnio total 0 a 10

Coliformes Totais 20 a 60

Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES

Como demonstra a tabela acima o efluente de uma fossa seacuteptica

mesmo considerando-se os maiores iacutendices de eficiecircncia ainda apresenta

substacircncias e organismos capazes de influenciarem na qualidade da aacutegua

subterracircnea

Uma indicaccedilatildeo da poluiccedilatildeo potencial das aacuteguas subterracircneas por

nitratos oriundos de fossas seacutepticas pode ser observado no exemplo a seguir

Uma populaccedilatildeo de 20 pessoashaacute representa uma descarga de ateacute 100

Kghaacuteh no solo a qual se fosse oxidada e lixiviada pela infiltraccedilatildeo por 100

mma de chuvas resultaria em uma descarga local com concentraccedilatildeo de 100

mg1N-NO3

19 Tabela 2

CLASSE DE IMPACTO

AMBIENTAL

CENAacuteRIO

lsquorsquoArsquorsquo

MUITO BAIXO

bull TRATAMENTO PUacuteBLICO COMPLETO ndash O

esgoto eacute canalizado em todo o seu trajeto ateacute

a estaccedilatildeo puacuteblica de tratamento onde passa

por um processamento completo

bull TRATAMENTO PRIVADO COMPLETO ndash O

esgoto passa por tratamento privado

completo e depois segue para a rede puacuteblica

ou diretamente ao ambiente

lsquorsquoBrsquorsquo BAIXO

TRATAMENTO PRIVADO PARCIAL COM REDE

PUacuteBLICA DE COLETA ndash O esgoto escoa

canalizado e passa por um tratamento parcial mas

eficiente antes de ser lanccedilado na rede puacuteblica

rsquoCrsquorsquo MEacuteDIO

bull FOSSA SEacutePTICA MAIS SUMIDOURO ndash O

esgoto eacute canalizado ateacute uma fossa seacuteptica

seguida de sumidouro

bull REDE PUBLICA DE COLETA SEM

TRATAMENTO ndash O esgoto das residecircncias eacute

canalizado para uma rede puacuteblica de coleta

sem tratamento

lsquorsquoDrsquorsquo ALTO

FOSSA NEGRA ndash O esgoto eacute lanccedilado sem

tratamento em uma fossa negra onde contamina o

solo e as aacuteguas subterracircneas

lsquorsquoErsquorsquo MUITO ALTO

ESGOTO A CEacuteU ABERTO ndash O esgoto natildeo eacute

canalizado em nenhuma etapa do seu trajeto ateacute o

corpo receptor

Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES

De acordo com a tabela 2 a aacuterea estudada ndash Praia da Gamboa ndash se

encontra na classe de impacto ambiental nos niacuteveis ldquoCrdquo meacutedio ldquoDrdquo alto e ldquoErdquo

20 muito alto Demonstrando alto risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas

tornando-as improacuteprias ao consumo humano

21

3- GERENCIAMENTO SUSTENTAVEacuteL DOS

RECURSOS HIacuteDRICOS

A demanda de aacutegua para abastecimento puacuteblico e demais atividades

antroacutepicas incrementada pelo crescimento demograacutefico registrado na praia da

Gamboa na uacuteltima deacutecada tem contribuiacutedo fortemente para a degradaccedilatildeo das

reservas hiacutedricas subterracircneas Aliada ainda ao descarte de efluentes e

resiacuteduos das atividades urbanas esta questatildeo ressalta a necessidade do

conhecimento de seu significado com vistas agrave minimizaccedilatildeo e controle de

impactos e reserva de condiccedilotildees baacutesicas que assegurem a preservaccedilatildeo dos

recursos hiacutedricos para geraccedilotildees futuras Desta forma torna-se necessaacuterio a

implantaccedilatildeo de medidas que visem uma gestatildeo ambientalmente sustentaacutevel da

qualidade e da quantidade dos recursos hiacutedricos assim todos os usos da aacutegua

requerem que a sua qualidade estejam dentro dos limites preacute-determinados

para os usos especiacuteficos portando o binocircmio quantidadequalidade eacute

indissociaacutevel

O gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos na praia da Gamboa

fundamenta-se nos quatros princiacutepios baacutesicos recomendados e enunciados

pela Declaraccedilatildeo de Dublin por ocasiatildeo da Conferecircncia Internacional sobre

Aacutegua e Meio Ambiente em 1992 e posteriormente ratificados e inseridos na

Agenda 21-Eco 92 Os princiacutepios enumeram-se em 1-A aacutegua doce eacute um

recurso finito e vulneraacutevel essencial para a sustentaccedilatildeo da vida do

desenvolvimento e do meio ambiente 2-O desenvolvimento e a gestatildeo

integrada de recursos hiacutedricos devem ser participativos envolvendo usuaacuterios

planejadores e tomadores de decisotildees poliacuteticos em todos os niacuteveis 3-As

mulheres desempenham papel principal no abastecimento domeacutestico na

gestatildeo e na proteccedilatildeo da aacutegua e 4-A aacutegua tem um valor econocircmico em todos

os seus usos competitivos e deve ser reconhecida como um bem econocircmico

assim como um bem social

Considerando tais princiacutepios a implantaccedilatildeo da Gestatildeo dos Recursos

Hiacutedricos na Praia da Gamboa contaraacute com uma accedilatildeo e intervenccedilatildeo articuladas

entre o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo a

22 implementaccedilatildeo de um Saneamento Ambiental5 e o estimulo ao uso de

tecnologia limpa na construccedilatildeo civil e na elaboraccedilatildeo de casas com um sistema

integrado de reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais

31-Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a

Vidardquo

O Projeto de Educaccedilatildeo6 Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

apresenta como foco central a promoccedilatildeo e a reflexatildeo da comunidade escolar e

de suas adjacecircncias sobre os problemas ambientais e a busca de soluccedilotildees

Estimulando e preparando os alunos para serem agentes transformadores

desenvolvendo novas habilidades e condutas ambientalmente corretas atraveacutes

de uma postura eacutetica condizentes ao exerciacutecio da cidadania

A escola foi o local escolhido para realizaccedilatildeo do projeto devido a

considerarmos como espaccedilo social e o local onde o aluno daraacute sequumlecircncia ao

seu processo de socializaccedilatildeo O que nela se faz se diz e se valoriza

representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova

Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na praacutetica

no cotidiano da vida escolar e da vida comunitaacuteria contribuindo para a

formaccedilatildeo de cidadatildeos responsaacuteveis

O projeto abordaraacute a problemaacutetica sobre a escassez da aacutegua e o seu

uso racional a niacutevel escolar e domeacutestico a fim de evitar desperdiacutecios e

promover uma nova forma de pensar e agir mudando seus haacutebitos e

desenvolvendo formas de economizar aacutegua

5Eacute o conjunto de accedilotildees socioeconocircmicas que tem por objetivo alcanccedilar Salubridade Ambiental por meio de abastecimento de aacutegua potaacutevel coleta e disposiccedilatildeo sanitaacuteria de resiacuteduos soacutelidos liacutequidos e gasosos promoccedilatildeo da disciplina sanitaacuteria de uso do solo drenagem urbana controle de doenccedilas transmissiacuteveis e demais serviccedilos e obras especializadas com a finalidade de proteger e melhorar as condiccedilotildees de vida urbana e rural 6 ART1ordm Entende-se por educaccedilatildeo ambiental os processos por meio dos quais o indiviacuteduo e a coletividade constroem valores sociais conhecimentos e habilidades atitudes e competecircncias voltadas para a conservaccedilatildeo do meio ambiente bem de uso comum do povo agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade

23 Objetivos

Objetivo Geral

Contribuir na formaccedilatildeo da conscientizaccedilatildeo da comunidade escolar da

Escola Estadual Paulo Scofano (Municipalizada) localizada na Praia da

Gamboa - no uso racional da aacutegua e desenvolver saberes e competecircncias que

propiciem mudanccedilas de haacutebitos e atitudes que natildeo satildeo condizentes com a

sustentabilidade dos Recursos Hiacutedricos e Ambientais

Objetivos Especiacuteficos

1- Identifica problemas e soluccedilotildees voltadas para a questatildeo do consumo

consciente dos recursos hiacutedricos

2- Incentivar o uso de tecnologias limpas na construccedilatildeo civil e de

reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais

3- Estimular praacuteticas adequadas de Saneamento Ambiental e de haacutebitos

de higiene pessoal

4- Desenvolver oficinas de horta comunitaacuteria com a praacutetica de adubaccedilatildeo

orgacircnica (desenvolvimento sustentaacutevel)

5- Buscar parcerias para a execuccedilatildeo do projeto

6- Integrar as accedilotildees do projeto de Educaccedilatildeo Ambiental agraves propostas

pedagoacutegicas da escola

Justificativa

O presente projeto apresenta relevacircncia devido agrave problemaacutetica da

escassez da aacutegua doce na atualidade recurso natura indispensaacutevel para

todas as formas de vida O desperdiacutecio e uso indisciplinado dos recursos

hiacutedricos promovem a contaminaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo do solo de mananciais e de

aquumliacuteferos implicando na geraccedilatildeo de problemas soacutecio-econocircmico-ambientais a

curto meacutedio e longo prazo Desta forma uma das alternativas viaacuteveis e de

baixo custo para a minimizaccedilatildeo ou mesmo soluccedilatildeo do problema eacute uma

profunda reflexatildeo e alteraccedilatildeo eacutetica-comportamental da populaccedilatildeo que por sua

vez poderaacute pressionar atraveacutes do conhecimento adquiridos pelo projeto o

24 governo a fim de exigir seus direitos e exercer seus deveres no que tange agrave

formulaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas referentes agrave utilizaccedilatildeo de recursos

naturais

Na ultima deacutecada a demanda pela a aacutegua cresceu significamente na

Praia da Gamboa devido ao crescimento demograacutefico da regiatildeo Assim torna-

se necessaacuterio uma Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos locais e de acordo com a

Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash ART 1ordm - VI-a gestatildeo dos recursos

hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder

Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Assim a implementaccedilatildeo do Projeto

de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo constitui uma

complementaccedilatildeo ao mecanismo de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos

que seratildeo implementados na Praia da Gamboa

Metas

1- Realizar palestras sobre Educaccedilatildeo Ambiental e o uso racional da aacutegua

para a comunidade escolar e para as famiacutelias dos alunos

2- Trabalhar o conceito dos 3Rs (Reduzir Reutilizar e Reciclar)

3- Realizar um diagnoacutestico soacutecio-ambiental da Praia da Gamboa

4- Avaliar a aacutegua da escola com a ajuda dos professores do niacutevel

fundamental ndash ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) e de suas respectivas turmas

5- Promover workshop sobre consumo consciente e reutilizaccedilatildeo das

aacuteguas pluviais

6- Criar a horta comunitaacuteria nas adjacecircncias da escola com a ajuda da

comunidade da Praia da Gamboa

7- Visita aos mananciais de abastecimento da Praia da Gamboa

8- Desenvolver indicadores ambientais de anaacutelise dos recursos hiacutedricos

utilizando peixes como bio-indicadores da qualidade e vitalidade dos

rios e mananciais demonstrando sua importacircncia no equiliacutebrio do

ecossistema aquaacutetico

9- Avaliaccedilatildeo anual do programa

25 Puacuteblico alvo

O Projeto ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo apresenta como puacuteblico

alvo os alunos do Ensino Fundamental ndash Ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) da Escola

Estadual Paulo Scofano (municipalizada) e a comunidade da Praia da

Gamboa que se identifica com a proposta do projeto

Cronograma das atividades 2009

Atividades

meses

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12

Realizaccedilatildeo de

palestras de EA

- - X

Trabalhar o 3Rs X

Visita aos

mananciais

X

Realizaccedilatildeo do

Workshop

X

Criaccedilatildeo da Horta

comunitaacuteria

X X X

Avaliaccedilatildeo da aacutegua

da escola

X X

Realizaccedilatildeo do

diagnoacutestico soacutecio-

ambiental

X X

Criaccedilatildeo dos

indicadores

ambientais

X X

26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS

O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da

Praia da Gamboa

Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado

pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento

sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se

expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos

cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos

a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que

desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo

Infelizmente estamos muito longe disso

A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona

intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico

tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo

de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade

de chuva aiacute eacute muito grande

321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente

Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as

companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os

domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o

acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro

Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de

baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela

seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta

a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de

filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos

caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou

27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o

telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna

Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas

somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo

atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior

Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento

drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -

seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la

sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e

importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais

Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta

uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de

meacutetodos modernos de filtragem e estocagem

322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais

Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais

e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais

racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da

Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa

privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior

escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel

A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e

seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as

enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua

Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de

aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por

estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a

energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla

28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos

os produtos que economizem aacutegua

A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver

ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o

quanto antes

Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da

Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a

uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua

potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais

A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais

1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de

calhas

2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior

3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio

superior

4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias

sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc

29

Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de

Aacuteguas Pluviais

GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais

30

33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO

Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais

decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da

Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de

extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com

frequumlecircncia na regiatildeo

Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um

processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo

mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo

constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se

caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)

Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos

e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras

vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e

funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo

As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa

anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)

Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de

sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo

permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes

resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo

Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50

sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de

lagoas

Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees

estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de

uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de

volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias

vezes a taxa de produccedilatildeo

A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo

fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute

31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que

as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica

A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de

reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa

regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa

A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A

profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo

de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da

lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor

A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial

Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as

aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas

O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e

constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs

zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa

O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante

este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que

iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria

orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o

lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute

a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas

dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa

liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa

(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute

fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela

fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para

isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas

devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo

solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de

oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e

consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e

32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo

praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas

Fotossiacutentese

CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2

Respiraccedilatildeo

Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia

A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de

oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a

noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua

ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute

denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre

por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia

quando na presenccedila de oxigecircnio

As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de

oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de

sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que

a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90

de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste

no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades

das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com

volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de

detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias

Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de

organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas

apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com

o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente

Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo

natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse

fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua

33

CONCLUSAtildeO

O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem

desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de

efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais

devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais

ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e

natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas

e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente

Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e

democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio

e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a

participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da

populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo

concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo

essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade

dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos

deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com

sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento

Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo

ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e

uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de

habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que

praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal

Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor

gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma

Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa

7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico

34

BIBLIOGRAFIA

LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997

35

WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009

36

ANEXOS

ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1

Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa

37 Foto 2

Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa

38 Foto 3

Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa

39 Foto 4

Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar

40 Foto 5

Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo

41 Foto 6

Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua

42 Foto 7

Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

43

ANEXO 2

TABELAS DE INFECCcedilOtildeES

TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua

CATEGORIA INFECCcedilAtildeO

1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias

relacionada com a higiene) disenteria amebiana

balantidiacutease

enterite campylobacteriana

coacutelera

diarreacuteia por escherichia coli

giardiacutease

diarreacuteia por rotaviacuterus

salmonelose

disenteria bacilar

Febres enteacutericas

febre tifoacuteide

febre paratifoacuteide

Poliomielites

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease

2 Relacionada com a higiene

a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele

Doenccedilas infecciosas dos olhos

b) Outras Tifo transmitida por pulgas

Febre recorrente transmitida por pulgas

3 Baseada na aacutegua

a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose

b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e

Outras infecccedilotildees por helmintos

4 Transmissatildeo por inseto vetor

a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono

b) Procriam na aacutegua Malaacuteria

Arboviroses

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose

FONTE HELLER 1997

44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997

Page 15: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · destacar, a transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste

15

2 - OS IMPACTOS AMBIENTAIS DO CRESCIMENTO

DESORDENADO NA PRAIA DA GAMBOA

Haacute um crescimento da urbanizaccedilatildeo no municiacutepio de Mangaratiba

devido agrave especulaccedilatildeo imobiliaacuteria que atinge a zona costeira do Rio de Janeiro

jaacute que essa regiatildeo possui um solo com valor alto no mercado de terras solo

esse consumido pela classe meacutedia alta com casas de veraneios proacuteximas a

praias ou pela rede de hotelaria Na contramatildeo deste processo haacute aqueles que

natildeo possuem poder aquisitivo para usufruir agrave habitaccedilatildeo bem indispensaacutevel agrave

reproduccedilatildeo da vida humana Assim participam de um processo urbano

desordenado em aacuterea irregular ou informal esse tipo inadequado de ocupaccedilatildeo

do solo provoca graves impactos ambientais dentre eles a insuficiecircncia ao

acesso agrave aacutegua

Existe uma legislaccedilatildeo de proteccedilatildeo de mananciais aprovada na

maioria dos Estados brasileiros que protege a bacia hidrograacutefica utilizada para

abastecimento das cidades Nessas aacutereas eacute proibido o uso do solo urbano que

possa comprometer a qualidade da aacutegua de abastecimento Poreacutem por causa

do crescimento das cidades essas aacutereas foram pressionadas agrave ocupaccedilatildeo pelo

valor imobiliaacuterio da vizinhanccedila e pela falta de interesse do proprietaacuterio em

proteger a aacuterea jaacute que essa perdeu o valor em razatildeo da legislaccedilatildeo e ainda

necessita pagar imposto que recaem sobre ela Essas aacutereas satildeo invadidas pela

populaccedilatildeo de baixa renda e a consequumlecircncia imediata eacute o aumento da

poluiccedilatildeo Muitos proprietaacuterios incentivaram a invasatildeo ateacute para poder vender a

propriedade para o poder puacuteblico

Na Ilha de Itacuruccedila mais especificamente na praia da Gamboa se

vivencia esse processo os impactos ambientais na regiatildeo acentuam-se devido

agrave ausecircncia de uma gestatildeo integrada dos recursos hiacutedricos (GIRH) que

envolveria abastecimento saneamento coleta e tratamento de efluentes

domeacutesticos e industriais drenagem urbana e gestatildeo dos resiacuteduos soacutelidos A

falta da (GIRH) e de um planejamento urbano na praia da Gamboa contribui

para o surgimento de problemas com a infra-estrutura da aacutegua A falta de

tratamento de esgoto em grande parte da regiatildeo faz com que os efluentes

16 sejam escoados e lanccedilados para o mar em sua trajetoacuteria os efluentes poluem

o solo e prejudica os recursos hiacutedricos locais essa medida de escoamento do

esgoto tambeacutem acarreta a deterioraccedilatildeo da qualidade da aacutegua por falta de

tratamento dos efluentes o que tem criado potenciais riscos ao abastecimento

da populaccedilatildeo em vaacuterios cenaacuterios o mais criacutetico tem sido a ocupaccedilatildeo das aacutereas

de contribuiccedilatildeo de reservatoacuterios de abastecimento urbano que eutrofizados

podem produzir riscos agrave sauacutede da populaccedilatildeo

A maioria dos recursos hiacutedricos na Praia da Gamboa encontra-se

seriamente comprometidos em funccedilatildeo da poluiccedilatildeo por resiacuteduos urbanos

extremamente agressivos Para mitigar essa realidade se faz necessaacuterio

diminuir a degradaccedilatildeo ambiental atraveacutes do saneamento baacutesico da educaccedilatildeo

ambiental formal e a natildeo formal e a tentativa de diminuir a pobreza

Zelar pela qualidade das aacuteguas significa garantir a cidadania os direitos

universal dos cidadatildeos que eacute o acesso com seguranccedila a esse recurso natural

fundamental para a existecircncia de uma vida saudaacutevel tendo em vista que

garantir o fornecimento de aacutegua a uma comunidade em quantidade e

qualidade adequadas significa ndash em essecircncia ndash praticar um ato de justiccedila

social

Testificam-se nos periacuteodos de estiagem e periacuteodos do veratildeo a falta

de aacutegua situaccedilatildeo de grande desconforto para grande parte desta comunidade

que tecircm de comprar aacutegua para beber por um preccedilo mais oneroso por se tratar

de um lugar de difiacutecil acesso Assim obter uma Gestatildeo Integrada dos Recursos

Hiacutedricos (GIHR) eacute de extrema importacircncia para garantia da preservaccedilatildeo e

conservaccedilatildeo dos mananciais e fontes de aacutegua da regiatildeo

O saneamento baacutesico4 possui estreita aproximaccedilatildeo com as questotildees

ambientais A captaccedilatildeo de recursos hiacutedricos tratamento distribuiccedilatildeo e

posterior disposiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos provocam significativas alteraccedilotildees 4 Decreto no 82587|78 define a amplitude do serviccedilo de saneamento baacutesico Art 2ordm [] Paraacutegrafo 2ordm Os serviccedilos de saneamento baacutesico compreendem a) os sistemas de abastecimento de aacutegua definidos como conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamento que tem por finalidade captar aduzir tratar e distribuir aacutegua b) os sistemas de esgotos definidos como o conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamentos que tecircm por finalidade coletar transportar e dar destino final agraves aacuteguas residuaacuterias ou servidas

17 ambientais Os esgotos urbanos constituem-se na principal fonte poluidora dos

recursos hiacutedricos comprometendo seus outros possiacuteveis usos

O abastecimento de aacutegua na Praia da Gamboa se daacute de forma prioritaacuteria

pelas nascentes de aacutegua da ilha que satildeo canalizadas e armazenadas em

grandes reservatoacuterios drsquoaacutegua ateacute chegar agraves casas e atraveacutes de poccedilos

artesianos perfurados dentro do terreno de algumas casas

No municiacutepio de Mangaratiba 627 do esgoto ocorrem por meio de utilizaccedilatildeo

de fossas seacutepticas (roda peacute) 14 em fossas rudimentares 39 satildeo ligados a

uma vala e 24 lanccedilados diretamente em um corpo receptor (rio lagoa eou

mar)

Essa realidade do municiacutepio se repete na praia da Gamboa poreacutem

de forma mais problemaacutetica pois a maior parte do esgoto local eacute destinada

para verdadeiras fossas negras em ceacuteu aberto e a uacutenica medida de

saneamento satildeo as fossas seacutepticas essas funcionam como uma unidade de

sedimentaccedilatildeo e digestatildeo anaeroacutebia (ausecircncia de oxigecircnio) de escoamento

contiacutenuo sendo projetada para ser construiacuteda com material estanque (agrave prova

de aacutegua) para receber as aacuteguas residuaacuterias Para a fossa seacuteptica devem ser

encaminhados todos os despejos domeacutesticos e a sua velocidade de

permanecircncia do liquido na fossa permitem a separaccedilatildeo da fraccedilatildeo soacutelida do

liacutequido proporcionando assim a digestatildeo limitada da mateacuteria orgacircnica e o

acuacutemulo dos soacutelidos permitindo que o liacutequido um pouco mais clarificado seja

destinado a uma aacuterea de absorccedilatildeo (sumidouro)

Sem duvida o tratamento dos esgotos domeacutesticos nas fossas

seacutepticas quando praticado em aacutereas sem rede de esgoto pode oferecer niacuteveis

adequados de serviccedilo para a disposiccedilatildeo de excretas em pequenas

comunidades contudo em grandes aacutereas urbanas ou em aacutereas em expansatildeo

urbana como eacute o caso da Ilha de Itacuruccedila varias fossas apresentam um risco

de migraccedilatildeo direta de bacteacuterias viacuterus e nutrientes para aquumliacuteferos subjacentes e

fontes vizinhas de aacuteguas subterracircneas Assim as fossas seacutepticas natildeo satildeo

consideradas a mais eficiente rede de tratamento dos efluentes na gestatildeo dos

recursos hiacutedricos pois pode contaminar as aacuteguas subterracircneas atraveacutes

18 despejo de resiacuteduos domeacutesticos aleacutem funcionar como uma fonte permanente

de contaminaccedilatildeo

EFICIEcircNCIA DE FOSSAS SEacutePTICA

A fossa seacuteptica reduz a concentraccedilatildeo dos soacutelidos sedimentaacuteveis e a

demanda bioquiacutemica de oxigecircnio (DBO5) sendo que a eficiecircncia de remoccedilatildeo

destes pode ser ampliada pelo prolongamento do tempo de detenccedilatildeo Na

tabela abaixo relacionamos os resultados percentuais de remoccedilatildeo eou

reduccedilatildeo observados em fossas bem projetadas e operadas

Tabela 1

Paracircmetro de remoccedilatildeo

Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio (DBO) 40 a 60

Demanda Quiacutemica de Oxigecircnio (DQO) 30 a 60

Soacutelidos Sedimentaacuteveis (SS) 85 a 95

Soacutelidos em suspensatildeo 50 a 70

Graxas e Gorduras 70 a 90

Nitrogecircnio Amoniacal 0 a 10

Nitrogecircnio total 0 a 10

Coliformes Totais 20 a 60

Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES

Como demonstra a tabela acima o efluente de uma fossa seacuteptica

mesmo considerando-se os maiores iacutendices de eficiecircncia ainda apresenta

substacircncias e organismos capazes de influenciarem na qualidade da aacutegua

subterracircnea

Uma indicaccedilatildeo da poluiccedilatildeo potencial das aacuteguas subterracircneas por

nitratos oriundos de fossas seacutepticas pode ser observado no exemplo a seguir

Uma populaccedilatildeo de 20 pessoashaacute representa uma descarga de ateacute 100

Kghaacuteh no solo a qual se fosse oxidada e lixiviada pela infiltraccedilatildeo por 100

mma de chuvas resultaria em uma descarga local com concentraccedilatildeo de 100

mg1N-NO3

19 Tabela 2

CLASSE DE IMPACTO

AMBIENTAL

CENAacuteRIO

lsquorsquoArsquorsquo

MUITO BAIXO

bull TRATAMENTO PUacuteBLICO COMPLETO ndash O

esgoto eacute canalizado em todo o seu trajeto ateacute

a estaccedilatildeo puacuteblica de tratamento onde passa

por um processamento completo

bull TRATAMENTO PRIVADO COMPLETO ndash O

esgoto passa por tratamento privado

completo e depois segue para a rede puacuteblica

ou diretamente ao ambiente

lsquorsquoBrsquorsquo BAIXO

TRATAMENTO PRIVADO PARCIAL COM REDE

PUacuteBLICA DE COLETA ndash O esgoto escoa

canalizado e passa por um tratamento parcial mas

eficiente antes de ser lanccedilado na rede puacuteblica

rsquoCrsquorsquo MEacuteDIO

bull FOSSA SEacutePTICA MAIS SUMIDOURO ndash O

esgoto eacute canalizado ateacute uma fossa seacuteptica

seguida de sumidouro

bull REDE PUBLICA DE COLETA SEM

TRATAMENTO ndash O esgoto das residecircncias eacute

canalizado para uma rede puacuteblica de coleta

sem tratamento

lsquorsquoDrsquorsquo ALTO

FOSSA NEGRA ndash O esgoto eacute lanccedilado sem

tratamento em uma fossa negra onde contamina o

solo e as aacuteguas subterracircneas

lsquorsquoErsquorsquo MUITO ALTO

ESGOTO A CEacuteU ABERTO ndash O esgoto natildeo eacute

canalizado em nenhuma etapa do seu trajeto ateacute o

corpo receptor

Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES

De acordo com a tabela 2 a aacuterea estudada ndash Praia da Gamboa ndash se

encontra na classe de impacto ambiental nos niacuteveis ldquoCrdquo meacutedio ldquoDrdquo alto e ldquoErdquo

20 muito alto Demonstrando alto risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas

tornando-as improacuteprias ao consumo humano

21

3- GERENCIAMENTO SUSTENTAVEacuteL DOS

RECURSOS HIacuteDRICOS

A demanda de aacutegua para abastecimento puacuteblico e demais atividades

antroacutepicas incrementada pelo crescimento demograacutefico registrado na praia da

Gamboa na uacuteltima deacutecada tem contribuiacutedo fortemente para a degradaccedilatildeo das

reservas hiacutedricas subterracircneas Aliada ainda ao descarte de efluentes e

resiacuteduos das atividades urbanas esta questatildeo ressalta a necessidade do

conhecimento de seu significado com vistas agrave minimizaccedilatildeo e controle de

impactos e reserva de condiccedilotildees baacutesicas que assegurem a preservaccedilatildeo dos

recursos hiacutedricos para geraccedilotildees futuras Desta forma torna-se necessaacuterio a

implantaccedilatildeo de medidas que visem uma gestatildeo ambientalmente sustentaacutevel da

qualidade e da quantidade dos recursos hiacutedricos assim todos os usos da aacutegua

requerem que a sua qualidade estejam dentro dos limites preacute-determinados

para os usos especiacuteficos portando o binocircmio quantidadequalidade eacute

indissociaacutevel

O gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos na praia da Gamboa

fundamenta-se nos quatros princiacutepios baacutesicos recomendados e enunciados

pela Declaraccedilatildeo de Dublin por ocasiatildeo da Conferecircncia Internacional sobre

Aacutegua e Meio Ambiente em 1992 e posteriormente ratificados e inseridos na

Agenda 21-Eco 92 Os princiacutepios enumeram-se em 1-A aacutegua doce eacute um

recurso finito e vulneraacutevel essencial para a sustentaccedilatildeo da vida do

desenvolvimento e do meio ambiente 2-O desenvolvimento e a gestatildeo

integrada de recursos hiacutedricos devem ser participativos envolvendo usuaacuterios

planejadores e tomadores de decisotildees poliacuteticos em todos os niacuteveis 3-As

mulheres desempenham papel principal no abastecimento domeacutestico na

gestatildeo e na proteccedilatildeo da aacutegua e 4-A aacutegua tem um valor econocircmico em todos

os seus usos competitivos e deve ser reconhecida como um bem econocircmico

assim como um bem social

Considerando tais princiacutepios a implantaccedilatildeo da Gestatildeo dos Recursos

Hiacutedricos na Praia da Gamboa contaraacute com uma accedilatildeo e intervenccedilatildeo articuladas

entre o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo a

22 implementaccedilatildeo de um Saneamento Ambiental5 e o estimulo ao uso de

tecnologia limpa na construccedilatildeo civil e na elaboraccedilatildeo de casas com um sistema

integrado de reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais

31-Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a

Vidardquo

O Projeto de Educaccedilatildeo6 Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

apresenta como foco central a promoccedilatildeo e a reflexatildeo da comunidade escolar e

de suas adjacecircncias sobre os problemas ambientais e a busca de soluccedilotildees

Estimulando e preparando os alunos para serem agentes transformadores

desenvolvendo novas habilidades e condutas ambientalmente corretas atraveacutes

de uma postura eacutetica condizentes ao exerciacutecio da cidadania

A escola foi o local escolhido para realizaccedilatildeo do projeto devido a

considerarmos como espaccedilo social e o local onde o aluno daraacute sequumlecircncia ao

seu processo de socializaccedilatildeo O que nela se faz se diz e se valoriza

representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova

Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na praacutetica

no cotidiano da vida escolar e da vida comunitaacuteria contribuindo para a

formaccedilatildeo de cidadatildeos responsaacuteveis

O projeto abordaraacute a problemaacutetica sobre a escassez da aacutegua e o seu

uso racional a niacutevel escolar e domeacutestico a fim de evitar desperdiacutecios e

promover uma nova forma de pensar e agir mudando seus haacutebitos e

desenvolvendo formas de economizar aacutegua

5Eacute o conjunto de accedilotildees socioeconocircmicas que tem por objetivo alcanccedilar Salubridade Ambiental por meio de abastecimento de aacutegua potaacutevel coleta e disposiccedilatildeo sanitaacuteria de resiacuteduos soacutelidos liacutequidos e gasosos promoccedilatildeo da disciplina sanitaacuteria de uso do solo drenagem urbana controle de doenccedilas transmissiacuteveis e demais serviccedilos e obras especializadas com a finalidade de proteger e melhorar as condiccedilotildees de vida urbana e rural 6 ART1ordm Entende-se por educaccedilatildeo ambiental os processos por meio dos quais o indiviacuteduo e a coletividade constroem valores sociais conhecimentos e habilidades atitudes e competecircncias voltadas para a conservaccedilatildeo do meio ambiente bem de uso comum do povo agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade

23 Objetivos

Objetivo Geral

Contribuir na formaccedilatildeo da conscientizaccedilatildeo da comunidade escolar da

Escola Estadual Paulo Scofano (Municipalizada) localizada na Praia da

Gamboa - no uso racional da aacutegua e desenvolver saberes e competecircncias que

propiciem mudanccedilas de haacutebitos e atitudes que natildeo satildeo condizentes com a

sustentabilidade dos Recursos Hiacutedricos e Ambientais

Objetivos Especiacuteficos

1- Identifica problemas e soluccedilotildees voltadas para a questatildeo do consumo

consciente dos recursos hiacutedricos

2- Incentivar o uso de tecnologias limpas na construccedilatildeo civil e de

reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais

3- Estimular praacuteticas adequadas de Saneamento Ambiental e de haacutebitos

de higiene pessoal

4- Desenvolver oficinas de horta comunitaacuteria com a praacutetica de adubaccedilatildeo

orgacircnica (desenvolvimento sustentaacutevel)

5- Buscar parcerias para a execuccedilatildeo do projeto

6- Integrar as accedilotildees do projeto de Educaccedilatildeo Ambiental agraves propostas

pedagoacutegicas da escola

Justificativa

O presente projeto apresenta relevacircncia devido agrave problemaacutetica da

escassez da aacutegua doce na atualidade recurso natura indispensaacutevel para

todas as formas de vida O desperdiacutecio e uso indisciplinado dos recursos

hiacutedricos promovem a contaminaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo do solo de mananciais e de

aquumliacuteferos implicando na geraccedilatildeo de problemas soacutecio-econocircmico-ambientais a

curto meacutedio e longo prazo Desta forma uma das alternativas viaacuteveis e de

baixo custo para a minimizaccedilatildeo ou mesmo soluccedilatildeo do problema eacute uma

profunda reflexatildeo e alteraccedilatildeo eacutetica-comportamental da populaccedilatildeo que por sua

vez poderaacute pressionar atraveacutes do conhecimento adquiridos pelo projeto o

24 governo a fim de exigir seus direitos e exercer seus deveres no que tange agrave

formulaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas referentes agrave utilizaccedilatildeo de recursos

naturais

Na ultima deacutecada a demanda pela a aacutegua cresceu significamente na

Praia da Gamboa devido ao crescimento demograacutefico da regiatildeo Assim torna-

se necessaacuterio uma Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos locais e de acordo com a

Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash ART 1ordm - VI-a gestatildeo dos recursos

hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder

Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Assim a implementaccedilatildeo do Projeto

de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo constitui uma

complementaccedilatildeo ao mecanismo de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos

que seratildeo implementados na Praia da Gamboa

Metas

1- Realizar palestras sobre Educaccedilatildeo Ambiental e o uso racional da aacutegua

para a comunidade escolar e para as famiacutelias dos alunos

2- Trabalhar o conceito dos 3Rs (Reduzir Reutilizar e Reciclar)

3- Realizar um diagnoacutestico soacutecio-ambiental da Praia da Gamboa

4- Avaliar a aacutegua da escola com a ajuda dos professores do niacutevel

fundamental ndash ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) e de suas respectivas turmas

5- Promover workshop sobre consumo consciente e reutilizaccedilatildeo das

aacuteguas pluviais

6- Criar a horta comunitaacuteria nas adjacecircncias da escola com a ajuda da

comunidade da Praia da Gamboa

7- Visita aos mananciais de abastecimento da Praia da Gamboa

8- Desenvolver indicadores ambientais de anaacutelise dos recursos hiacutedricos

utilizando peixes como bio-indicadores da qualidade e vitalidade dos

rios e mananciais demonstrando sua importacircncia no equiliacutebrio do

ecossistema aquaacutetico

9- Avaliaccedilatildeo anual do programa

25 Puacuteblico alvo

O Projeto ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo apresenta como puacuteblico

alvo os alunos do Ensino Fundamental ndash Ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) da Escola

Estadual Paulo Scofano (municipalizada) e a comunidade da Praia da

Gamboa que se identifica com a proposta do projeto

Cronograma das atividades 2009

Atividades

meses

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12

Realizaccedilatildeo de

palestras de EA

- - X

Trabalhar o 3Rs X

Visita aos

mananciais

X

Realizaccedilatildeo do

Workshop

X

Criaccedilatildeo da Horta

comunitaacuteria

X X X

Avaliaccedilatildeo da aacutegua

da escola

X X

Realizaccedilatildeo do

diagnoacutestico soacutecio-

ambiental

X X

Criaccedilatildeo dos

indicadores

ambientais

X X

26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS

O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da

Praia da Gamboa

Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado

pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento

sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se

expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos

cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos

a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que

desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo

Infelizmente estamos muito longe disso

A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona

intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico

tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo

de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade

de chuva aiacute eacute muito grande

321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente

Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as

companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os

domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o

acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro

Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de

baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela

seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta

a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de

filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos

caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou

27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o

telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna

Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas

somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo

atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior

Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento

drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -

seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la

sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e

importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais

Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta

uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de

meacutetodos modernos de filtragem e estocagem

322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais

Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais

e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais

racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da

Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa

privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior

escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel

A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e

seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as

enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua

Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de

aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por

estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a

energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla

28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos

os produtos que economizem aacutegua

A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver

ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o

quanto antes

Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da

Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a

uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua

potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais

A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais

1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de

calhas

2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior

3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio

superior

4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias

sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc

29

Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de

Aacuteguas Pluviais

GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais

30

33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO

Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais

decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da

Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de

extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com

frequumlecircncia na regiatildeo

Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um

processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo

mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo

constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se

caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)

Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos

e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras

vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e

funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo

As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa

anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)

Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de

sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo

permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes

resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo

Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50

sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de

lagoas

Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees

estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de

uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de

volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias

vezes a taxa de produccedilatildeo

A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo

fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute

31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que

as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica

A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de

reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa

regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa

A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A

profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo

de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da

lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor

A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial

Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as

aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas

O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e

constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs

zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa

O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante

este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que

iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria

orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o

lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute

a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas

dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa

liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa

(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute

fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela

fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para

isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas

devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo

solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de

oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e

consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e

32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo

praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas

Fotossiacutentese

CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2

Respiraccedilatildeo

Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia

A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de

oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a

noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua

ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute

denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre

por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia

quando na presenccedila de oxigecircnio

As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de

oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de

sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que

a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90

de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste

no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades

das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com

volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de

detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias

Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de

organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas

apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com

o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente

Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo

natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse

fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua

33

CONCLUSAtildeO

O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem

desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de

efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais

devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais

ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e

natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas

e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente

Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e

democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio

e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a

participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da

populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo

concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo

essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade

dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos

deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com

sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento

Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo

ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e

uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de

habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que

praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal

Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor

gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma

Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa

7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico

34

BIBLIOGRAFIA

LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997

35

WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009

36

ANEXOS

ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1

Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa

37 Foto 2

Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa

38 Foto 3

Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa

39 Foto 4

Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar

40 Foto 5

Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo

41 Foto 6

Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua

42 Foto 7

Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

43

ANEXO 2

TABELAS DE INFECCcedilOtildeES

TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua

CATEGORIA INFECCcedilAtildeO

1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias

relacionada com a higiene) disenteria amebiana

balantidiacutease

enterite campylobacteriana

coacutelera

diarreacuteia por escherichia coli

giardiacutease

diarreacuteia por rotaviacuterus

salmonelose

disenteria bacilar

Febres enteacutericas

febre tifoacuteide

febre paratifoacuteide

Poliomielites

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease

2 Relacionada com a higiene

a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele

Doenccedilas infecciosas dos olhos

b) Outras Tifo transmitida por pulgas

Febre recorrente transmitida por pulgas

3 Baseada na aacutegua

a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose

b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e

Outras infecccedilotildees por helmintos

4 Transmissatildeo por inseto vetor

a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono

b) Procriam na aacutegua Malaacuteria

Arboviroses

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose

FONTE HELLER 1997

44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997

Page 16: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · destacar, a transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste

16 sejam escoados e lanccedilados para o mar em sua trajetoacuteria os efluentes poluem

o solo e prejudica os recursos hiacutedricos locais essa medida de escoamento do

esgoto tambeacutem acarreta a deterioraccedilatildeo da qualidade da aacutegua por falta de

tratamento dos efluentes o que tem criado potenciais riscos ao abastecimento

da populaccedilatildeo em vaacuterios cenaacuterios o mais criacutetico tem sido a ocupaccedilatildeo das aacutereas

de contribuiccedilatildeo de reservatoacuterios de abastecimento urbano que eutrofizados

podem produzir riscos agrave sauacutede da populaccedilatildeo

A maioria dos recursos hiacutedricos na Praia da Gamboa encontra-se

seriamente comprometidos em funccedilatildeo da poluiccedilatildeo por resiacuteduos urbanos

extremamente agressivos Para mitigar essa realidade se faz necessaacuterio

diminuir a degradaccedilatildeo ambiental atraveacutes do saneamento baacutesico da educaccedilatildeo

ambiental formal e a natildeo formal e a tentativa de diminuir a pobreza

Zelar pela qualidade das aacuteguas significa garantir a cidadania os direitos

universal dos cidadatildeos que eacute o acesso com seguranccedila a esse recurso natural

fundamental para a existecircncia de uma vida saudaacutevel tendo em vista que

garantir o fornecimento de aacutegua a uma comunidade em quantidade e

qualidade adequadas significa ndash em essecircncia ndash praticar um ato de justiccedila

social

Testificam-se nos periacuteodos de estiagem e periacuteodos do veratildeo a falta

de aacutegua situaccedilatildeo de grande desconforto para grande parte desta comunidade

que tecircm de comprar aacutegua para beber por um preccedilo mais oneroso por se tratar

de um lugar de difiacutecil acesso Assim obter uma Gestatildeo Integrada dos Recursos

Hiacutedricos (GIHR) eacute de extrema importacircncia para garantia da preservaccedilatildeo e

conservaccedilatildeo dos mananciais e fontes de aacutegua da regiatildeo

O saneamento baacutesico4 possui estreita aproximaccedilatildeo com as questotildees

ambientais A captaccedilatildeo de recursos hiacutedricos tratamento distribuiccedilatildeo e

posterior disposiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos provocam significativas alteraccedilotildees 4 Decreto no 82587|78 define a amplitude do serviccedilo de saneamento baacutesico Art 2ordm [] Paraacutegrafo 2ordm Os serviccedilos de saneamento baacutesico compreendem a) os sistemas de abastecimento de aacutegua definidos como conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamento que tem por finalidade captar aduzir tratar e distribuir aacutegua b) os sistemas de esgotos definidos como o conjunto de obras instalaccedilotildees e equipamentos que tecircm por finalidade coletar transportar e dar destino final agraves aacuteguas residuaacuterias ou servidas

17 ambientais Os esgotos urbanos constituem-se na principal fonte poluidora dos

recursos hiacutedricos comprometendo seus outros possiacuteveis usos

O abastecimento de aacutegua na Praia da Gamboa se daacute de forma prioritaacuteria

pelas nascentes de aacutegua da ilha que satildeo canalizadas e armazenadas em

grandes reservatoacuterios drsquoaacutegua ateacute chegar agraves casas e atraveacutes de poccedilos

artesianos perfurados dentro do terreno de algumas casas

No municiacutepio de Mangaratiba 627 do esgoto ocorrem por meio de utilizaccedilatildeo

de fossas seacutepticas (roda peacute) 14 em fossas rudimentares 39 satildeo ligados a

uma vala e 24 lanccedilados diretamente em um corpo receptor (rio lagoa eou

mar)

Essa realidade do municiacutepio se repete na praia da Gamboa poreacutem

de forma mais problemaacutetica pois a maior parte do esgoto local eacute destinada

para verdadeiras fossas negras em ceacuteu aberto e a uacutenica medida de

saneamento satildeo as fossas seacutepticas essas funcionam como uma unidade de

sedimentaccedilatildeo e digestatildeo anaeroacutebia (ausecircncia de oxigecircnio) de escoamento

contiacutenuo sendo projetada para ser construiacuteda com material estanque (agrave prova

de aacutegua) para receber as aacuteguas residuaacuterias Para a fossa seacuteptica devem ser

encaminhados todos os despejos domeacutesticos e a sua velocidade de

permanecircncia do liquido na fossa permitem a separaccedilatildeo da fraccedilatildeo soacutelida do

liacutequido proporcionando assim a digestatildeo limitada da mateacuteria orgacircnica e o

acuacutemulo dos soacutelidos permitindo que o liacutequido um pouco mais clarificado seja

destinado a uma aacuterea de absorccedilatildeo (sumidouro)

Sem duvida o tratamento dos esgotos domeacutesticos nas fossas

seacutepticas quando praticado em aacutereas sem rede de esgoto pode oferecer niacuteveis

adequados de serviccedilo para a disposiccedilatildeo de excretas em pequenas

comunidades contudo em grandes aacutereas urbanas ou em aacutereas em expansatildeo

urbana como eacute o caso da Ilha de Itacuruccedila varias fossas apresentam um risco

de migraccedilatildeo direta de bacteacuterias viacuterus e nutrientes para aquumliacuteferos subjacentes e

fontes vizinhas de aacuteguas subterracircneas Assim as fossas seacutepticas natildeo satildeo

consideradas a mais eficiente rede de tratamento dos efluentes na gestatildeo dos

recursos hiacutedricos pois pode contaminar as aacuteguas subterracircneas atraveacutes

18 despejo de resiacuteduos domeacutesticos aleacutem funcionar como uma fonte permanente

de contaminaccedilatildeo

EFICIEcircNCIA DE FOSSAS SEacutePTICA

A fossa seacuteptica reduz a concentraccedilatildeo dos soacutelidos sedimentaacuteveis e a

demanda bioquiacutemica de oxigecircnio (DBO5) sendo que a eficiecircncia de remoccedilatildeo

destes pode ser ampliada pelo prolongamento do tempo de detenccedilatildeo Na

tabela abaixo relacionamos os resultados percentuais de remoccedilatildeo eou

reduccedilatildeo observados em fossas bem projetadas e operadas

Tabela 1

Paracircmetro de remoccedilatildeo

Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio (DBO) 40 a 60

Demanda Quiacutemica de Oxigecircnio (DQO) 30 a 60

Soacutelidos Sedimentaacuteveis (SS) 85 a 95

Soacutelidos em suspensatildeo 50 a 70

Graxas e Gorduras 70 a 90

Nitrogecircnio Amoniacal 0 a 10

Nitrogecircnio total 0 a 10

Coliformes Totais 20 a 60

Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES

Como demonstra a tabela acima o efluente de uma fossa seacuteptica

mesmo considerando-se os maiores iacutendices de eficiecircncia ainda apresenta

substacircncias e organismos capazes de influenciarem na qualidade da aacutegua

subterracircnea

Uma indicaccedilatildeo da poluiccedilatildeo potencial das aacuteguas subterracircneas por

nitratos oriundos de fossas seacutepticas pode ser observado no exemplo a seguir

Uma populaccedilatildeo de 20 pessoashaacute representa uma descarga de ateacute 100

Kghaacuteh no solo a qual se fosse oxidada e lixiviada pela infiltraccedilatildeo por 100

mma de chuvas resultaria em uma descarga local com concentraccedilatildeo de 100

mg1N-NO3

19 Tabela 2

CLASSE DE IMPACTO

AMBIENTAL

CENAacuteRIO

lsquorsquoArsquorsquo

MUITO BAIXO

bull TRATAMENTO PUacuteBLICO COMPLETO ndash O

esgoto eacute canalizado em todo o seu trajeto ateacute

a estaccedilatildeo puacuteblica de tratamento onde passa

por um processamento completo

bull TRATAMENTO PRIVADO COMPLETO ndash O

esgoto passa por tratamento privado

completo e depois segue para a rede puacuteblica

ou diretamente ao ambiente

lsquorsquoBrsquorsquo BAIXO

TRATAMENTO PRIVADO PARCIAL COM REDE

PUacuteBLICA DE COLETA ndash O esgoto escoa

canalizado e passa por um tratamento parcial mas

eficiente antes de ser lanccedilado na rede puacuteblica

rsquoCrsquorsquo MEacuteDIO

bull FOSSA SEacutePTICA MAIS SUMIDOURO ndash O

esgoto eacute canalizado ateacute uma fossa seacuteptica

seguida de sumidouro

bull REDE PUBLICA DE COLETA SEM

TRATAMENTO ndash O esgoto das residecircncias eacute

canalizado para uma rede puacuteblica de coleta

sem tratamento

lsquorsquoDrsquorsquo ALTO

FOSSA NEGRA ndash O esgoto eacute lanccedilado sem

tratamento em uma fossa negra onde contamina o

solo e as aacuteguas subterracircneas

lsquorsquoErsquorsquo MUITO ALTO

ESGOTO A CEacuteU ABERTO ndash O esgoto natildeo eacute

canalizado em nenhuma etapa do seu trajeto ateacute o

corpo receptor

Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES

De acordo com a tabela 2 a aacuterea estudada ndash Praia da Gamboa ndash se

encontra na classe de impacto ambiental nos niacuteveis ldquoCrdquo meacutedio ldquoDrdquo alto e ldquoErdquo

20 muito alto Demonstrando alto risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas

tornando-as improacuteprias ao consumo humano

21

3- GERENCIAMENTO SUSTENTAVEacuteL DOS

RECURSOS HIacuteDRICOS

A demanda de aacutegua para abastecimento puacuteblico e demais atividades

antroacutepicas incrementada pelo crescimento demograacutefico registrado na praia da

Gamboa na uacuteltima deacutecada tem contribuiacutedo fortemente para a degradaccedilatildeo das

reservas hiacutedricas subterracircneas Aliada ainda ao descarte de efluentes e

resiacuteduos das atividades urbanas esta questatildeo ressalta a necessidade do

conhecimento de seu significado com vistas agrave minimizaccedilatildeo e controle de

impactos e reserva de condiccedilotildees baacutesicas que assegurem a preservaccedilatildeo dos

recursos hiacutedricos para geraccedilotildees futuras Desta forma torna-se necessaacuterio a

implantaccedilatildeo de medidas que visem uma gestatildeo ambientalmente sustentaacutevel da

qualidade e da quantidade dos recursos hiacutedricos assim todos os usos da aacutegua

requerem que a sua qualidade estejam dentro dos limites preacute-determinados

para os usos especiacuteficos portando o binocircmio quantidadequalidade eacute

indissociaacutevel

O gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos na praia da Gamboa

fundamenta-se nos quatros princiacutepios baacutesicos recomendados e enunciados

pela Declaraccedilatildeo de Dublin por ocasiatildeo da Conferecircncia Internacional sobre

Aacutegua e Meio Ambiente em 1992 e posteriormente ratificados e inseridos na

Agenda 21-Eco 92 Os princiacutepios enumeram-se em 1-A aacutegua doce eacute um

recurso finito e vulneraacutevel essencial para a sustentaccedilatildeo da vida do

desenvolvimento e do meio ambiente 2-O desenvolvimento e a gestatildeo

integrada de recursos hiacutedricos devem ser participativos envolvendo usuaacuterios

planejadores e tomadores de decisotildees poliacuteticos em todos os niacuteveis 3-As

mulheres desempenham papel principal no abastecimento domeacutestico na

gestatildeo e na proteccedilatildeo da aacutegua e 4-A aacutegua tem um valor econocircmico em todos

os seus usos competitivos e deve ser reconhecida como um bem econocircmico

assim como um bem social

Considerando tais princiacutepios a implantaccedilatildeo da Gestatildeo dos Recursos

Hiacutedricos na Praia da Gamboa contaraacute com uma accedilatildeo e intervenccedilatildeo articuladas

entre o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo a

22 implementaccedilatildeo de um Saneamento Ambiental5 e o estimulo ao uso de

tecnologia limpa na construccedilatildeo civil e na elaboraccedilatildeo de casas com um sistema

integrado de reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais

31-Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a

Vidardquo

O Projeto de Educaccedilatildeo6 Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

apresenta como foco central a promoccedilatildeo e a reflexatildeo da comunidade escolar e

de suas adjacecircncias sobre os problemas ambientais e a busca de soluccedilotildees

Estimulando e preparando os alunos para serem agentes transformadores

desenvolvendo novas habilidades e condutas ambientalmente corretas atraveacutes

de uma postura eacutetica condizentes ao exerciacutecio da cidadania

A escola foi o local escolhido para realizaccedilatildeo do projeto devido a

considerarmos como espaccedilo social e o local onde o aluno daraacute sequumlecircncia ao

seu processo de socializaccedilatildeo O que nela se faz se diz e se valoriza

representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova

Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na praacutetica

no cotidiano da vida escolar e da vida comunitaacuteria contribuindo para a

formaccedilatildeo de cidadatildeos responsaacuteveis

O projeto abordaraacute a problemaacutetica sobre a escassez da aacutegua e o seu

uso racional a niacutevel escolar e domeacutestico a fim de evitar desperdiacutecios e

promover uma nova forma de pensar e agir mudando seus haacutebitos e

desenvolvendo formas de economizar aacutegua

5Eacute o conjunto de accedilotildees socioeconocircmicas que tem por objetivo alcanccedilar Salubridade Ambiental por meio de abastecimento de aacutegua potaacutevel coleta e disposiccedilatildeo sanitaacuteria de resiacuteduos soacutelidos liacutequidos e gasosos promoccedilatildeo da disciplina sanitaacuteria de uso do solo drenagem urbana controle de doenccedilas transmissiacuteveis e demais serviccedilos e obras especializadas com a finalidade de proteger e melhorar as condiccedilotildees de vida urbana e rural 6 ART1ordm Entende-se por educaccedilatildeo ambiental os processos por meio dos quais o indiviacuteduo e a coletividade constroem valores sociais conhecimentos e habilidades atitudes e competecircncias voltadas para a conservaccedilatildeo do meio ambiente bem de uso comum do povo agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade

23 Objetivos

Objetivo Geral

Contribuir na formaccedilatildeo da conscientizaccedilatildeo da comunidade escolar da

Escola Estadual Paulo Scofano (Municipalizada) localizada na Praia da

Gamboa - no uso racional da aacutegua e desenvolver saberes e competecircncias que

propiciem mudanccedilas de haacutebitos e atitudes que natildeo satildeo condizentes com a

sustentabilidade dos Recursos Hiacutedricos e Ambientais

Objetivos Especiacuteficos

1- Identifica problemas e soluccedilotildees voltadas para a questatildeo do consumo

consciente dos recursos hiacutedricos

2- Incentivar o uso de tecnologias limpas na construccedilatildeo civil e de

reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais

3- Estimular praacuteticas adequadas de Saneamento Ambiental e de haacutebitos

de higiene pessoal

4- Desenvolver oficinas de horta comunitaacuteria com a praacutetica de adubaccedilatildeo

orgacircnica (desenvolvimento sustentaacutevel)

5- Buscar parcerias para a execuccedilatildeo do projeto

6- Integrar as accedilotildees do projeto de Educaccedilatildeo Ambiental agraves propostas

pedagoacutegicas da escola

Justificativa

O presente projeto apresenta relevacircncia devido agrave problemaacutetica da

escassez da aacutegua doce na atualidade recurso natura indispensaacutevel para

todas as formas de vida O desperdiacutecio e uso indisciplinado dos recursos

hiacutedricos promovem a contaminaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo do solo de mananciais e de

aquumliacuteferos implicando na geraccedilatildeo de problemas soacutecio-econocircmico-ambientais a

curto meacutedio e longo prazo Desta forma uma das alternativas viaacuteveis e de

baixo custo para a minimizaccedilatildeo ou mesmo soluccedilatildeo do problema eacute uma

profunda reflexatildeo e alteraccedilatildeo eacutetica-comportamental da populaccedilatildeo que por sua

vez poderaacute pressionar atraveacutes do conhecimento adquiridos pelo projeto o

24 governo a fim de exigir seus direitos e exercer seus deveres no que tange agrave

formulaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas referentes agrave utilizaccedilatildeo de recursos

naturais

Na ultima deacutecada a demanda pela a aacutegua cresceu significamente na

Praia da Gamboa devido ao crescimento demograacutefico da regiatildeo Assim torna-

se necessaacuterio uma Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos locais e de acordo com a

Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash ART 1ordm - VI-a gestatildeo dos recursos

hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder

Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Assim a implementaccedilatildeo do Projeto

de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo constitui uma

complementaccedilatildeo ao mecanismo de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos

que seratildeo implementados na Praia da Gamboa

Metas

1- Realizar palestras sobre Educaccedilatildeo Ambiental e o uso racional da aacutegua

para a comunidade escolar e para as famiacutelias dos alunos

2- Trabalhar o conceito dos 3Rs (Reduzir Reutilizar e Reciclar)

3- Realizar um diagnoacutestico soacutecio-ambiental da Praia da Gamboa

4- Avaliar a aacutegua da escola com a ajuda dos professores do niacutevel

fundamental ndash ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) e de suas respectivas turmas

5- Promover workshop sobre consumo consciente e reutilizaccedilatildeo das

aacuteguas pluviais

6- Criar a horta comunitaacuteria nas adjacecircncias da escola com a ajuda da

comunidade da Praia da Gamboa

7- Visita aos mananciais de abastecimento da Praia da Gamboa

8- Desenvolver indicadores ambientais de anaacutelise dos recursos hiacutedricos

utilizando peixes como bio-indicadores da qualidade e vitalidade dos

rios e mananciais demonstrando sua importacircncia no equiliacutebrio do

ecossistema aquaacutetico

9- Avaliaccedilatildeo anual do programa

25 Puacuteblico alvo

O Projeto ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo apresenta como puacuteblico

alvo os alunos do Ensino Fundamental ndash Ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) da Escola

Estadual Paulo Scofano (municipalizada) e a comunidade da Praia da

Gamboa que se identifica com a proposta do projeto

Cronograma das atividades 2009

Atividades

meses

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12

Realizaccedilatildeo de

palestras de EA

- - X

Trabalhar o 3Rs X

Visita aos

mananciais

X

Realizaccedilatildeo do

Workshop

X

Criaccedilatildeo da Horta

comunitaacuteria

X X X

Avaliaccedilatildeo da aacutegua

da escola

X X

Realizaccedilatildeo do

diagnoacutestico soacutecio-

ambiental

X X

Criaccedilatildeo dos

indicadores

ambientais

X X

26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS

O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da

Praia da Gamboa

Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado

pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento

sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se

expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos

cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos

a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que

desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo

Infelizmente estamos muito longe disso

A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona

intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico

tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo

de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade

de chuva aiacute eacute muito grande

321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente

Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as

companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os

domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o

acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro

Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de

baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela

seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta

a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de

filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos

caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou

27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o

telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna

Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas

somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo

atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior

Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento

drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -

seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la

sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e

importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais

Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta

uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de

meacutetodos modernos de filtragem e estocagem

322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais

Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais

e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais

racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da

Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa

privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior

escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel

A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e

seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as

enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua

Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de

aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por

estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a

energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla

28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos

os produtos que economizem aacutegua

A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver

ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o

quanto antes

Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da

Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a

uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua

potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais

A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais

1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de

calhas

2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior

3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio

superior

4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias

sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc

29

Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de

Aacuteguas Pluviais

GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais

30

33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO

Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais

decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da

Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de

extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com

frequumlecircncia na regiatildeo

Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um

processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo

mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo

constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se

caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)

Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos

e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras

vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e

funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo

As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa

anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)

Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de

sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo

permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes

resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo

Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50

sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de

lagoas

Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees

estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de

uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de

volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias

vezes a taxa de produccedilatildeo

A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo

fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute

31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que

as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica

A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de

reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa

regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa

A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A

profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo

de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da

lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor

A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial

Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as

aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas

O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e

constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs

zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa

O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante

este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que

iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria

orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o

lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute

a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas

dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa

liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa

(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute

fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela

fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para

isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas

devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo

solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de

oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e

consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e

32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo

praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas

Fotossiacutentese

CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2

Respiraccedilatildeo

Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia

A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de

oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a

noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua

ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute

denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre

por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia

quando na presenccedila de oxigecircnio

As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de

oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de

sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que

a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90

de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste

no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades

das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com

volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de

detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias

Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de

organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas

apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com

o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente

Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo

natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse

fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua

33

CONCLUSAtildeO

O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem

desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de

efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais

devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais

ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e

natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas

e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente

Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e

democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio

e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a

participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da

populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo

concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo

essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade

dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos

deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com

sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento

Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo

ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e

uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de

habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que

praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal

Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor

gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma

Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa

7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico

34

BIBLIOGRAFIA

LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997

35

WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009

36

ANEXOS

ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1

Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa

37 Foto 2

Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa

38 Foto 3

Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa

39 Foto 4

Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar

40 Foto 5

Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo

41 Foto 6

Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua

42 Foto 7

Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

43

ANEXO 2

TABELAS DE INFECCcedilOtildeES

TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua

CATEGORIA INFECCcedilAtildeO

1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias

relacionada com a higiene) disenteria amebiana

balantidiacutease

enterite campylobacteriana

coacutelera

diarreacuteia por escherichia coli

giardiacutease

diarreacuteia por rotaviacuterus

salmonelose

disenteria bacilar

Febres enteacutericas

febre tifoacuteide

febre paratifoacuteide

Poliomielites

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease

2 Relacionada com a higiene

a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele

Doenccedilas infecciosas dos olhos

b) Outras Tifo transmitida por pulgas

Febre recorrente transmitida por pulgas

3 Baseada na aacutegua

a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose

b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e

Outras infecccedilotildees por helmintos

4 Transmissatildeo por inseto vetor

a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono

b) Procriam na aacutegua Malaacuteria

Arboviroses

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose

FONTE HELLER 1997

44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997

Page 17: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · destacar, a transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste

17 ambientais Os esgotos urbanos constituem-se na principal fonte poluidora dos

recursos hiacutedricos comprometendo seus outros possiacuteveis usos

O abastecimento de aacutegua na Praia da Gamboa se daacute de forma prioritaacuteria

pelas nascentes de aacutegua da ilha que satildeo canalizadas e armazenadas em

grandes reservatoacuterios drsquoaacutegua ateacute chegar agraves casas e atraveacutes de poccedilos

artesianos perfurados dentro do terreno de algumas casas

No municiacutepio de Mangaratiba 627 do esgoto ocorrem por meio de utilizaccedilatildeo

de fossas seacutepticas (roda peacute) 14 em fossas rudimentares 39 satildeo ligados a

uma vala e 24 lanccedilados diretamente em um corpo receptor (rio lagoa eou

mar)

Essa realidade do municiacutepio se repete na praia da Gamboa poreacutem

de forma mais problemaacutetica pois a maior parte do esgoto local eacute destinada

para verdadeiras fossas negras em ceacuteu aberto e a uacutenica medida de

saneamento satildeo as fossas seacutepticas essas funcionam como uma unidade de

sedimentaccedilatildeo e digestatildeo anaeroacutebia (ausecircncia de oxigecircnio) de escoamento

contiacutenuo sendo projetada para ser construiacuteda com material estanque (agrave prova

de aacutegua) para receber as aacuteguas residuaacuterias Para a fossa seacuteptica devem ser

encaminhados todos os despejos domeacutesticos e a sua velocidade de

permanecircncia do liquido na fossa permitem a separaccedilatildeo da fraccedilatildeo soacutelida do

liacutequido proporcionando assim a digestatildeo limitada da mateacuteria orgacircnica e o

acuacutemulo dos soacutelidos permitindo que o liacutequido um pouco mais clarificado seja

destinado a uma aacuterea de absorccedilatildeo (sumidouro)

Sem duvida o tratamento dos esgotos domeacutesticos nas fossas

seacutepticas quando praticado em aacutereas sem rede de esgoto pode oferecer niacuteveis

adequados de serviccedilo para a disposiccedilatildeo de excretas em pequenas

comunidades contudo em grandes aacutereas urbanas ou em aacutereas em expansatildeo

urbana como eacute o caso da Ilha de Itacuruccedila varias fossas apresentam um risco

de migraccedilatildeo direta de bacteacuterias viacuterus e nutrientes para aquumliacuteferos subjacentes e

fontes vizinhas de aacuteguas subterracircneas Assim as fossas seacutepticas natildeo satildeo

consideradas a mais eficiente rede de tratamento dos efluentes na gestatildeo dos

recursos hiacutedricos pois pode contaminar as aacuteguas subterracircneas atraveacutes

18 despejo de resiacuteduos domeacutesticos aleacutem funcionar como uma fonte permanente

de contaminaccedilatildeo

EFICIEcircNCIA DE FOSSAS SEacutePTICA

A fossa seacuteptica reduz a concentraccedilatildeo dos soacutelidos sedimentaacuteveis e a

demanda bioquiacutemica de oxigecircnio (DBO5) sendo que a eficiecircncia de remoccedilatildeo

destes pode ser ampliada pelo prolongamento do tempo de detenccedilatildeo Na

tabela abaixo relacionamos os resultados percentuais de remoccedilatildeo eou

reduccedilatildeo observados em fossas bem projetadas e operadas

Tabela 1

Paracircmetro de remoccedilatildeo

Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio (DBO) 40 a 60

Demanda Quiacutemica de Oxigecircnio (DQO) 30 a 60

Soacutelidos Sedimentaacuteveis (SS) 85 a 95

Soacutelidos em suspensatildeo 50 a 70

Graxas e Gorduras 70 a 90

Nitrogecircnio Amoniacal 0 a 10

Nitrogecircnio total 0 a 10

Coliformes Totais 20 a 60

Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES

Como demonstra a tabela acima o efluente de uma fossa seacuteptica

mesmo considerando-se os maiores iacutendices de eficiecircncia ainda apresenta

substacircncias e organismos capazes de influenciarem na qualidade da aacutegua

subterracircnea

Uma indicaccedilatildeo da poluiccedilatildeo potencial das aacuteguas subterracircneas por

nitratos oriundos de fossas seacutepticas pode ser observado no exemplo a seguir

Uma populaccedilatildeo de 20 pessoashaacute representa uma descarga de ateacute 100

Kghaacuteh no solo a qual se fosse oxidada e lixiviada pela infiltraccedilatildeo por 100

mma de chuvas resultaria em uma descarga local com concentraccedilatildeo de 100

mg1N-NO3

19 Tabela 2

CLASSE DE IMPACTO

AMBIENTAL

CENAacuteRIO

lsquorsquoArsquorsquo

MUITO BAIXO

bull TRATAMENTO PUacuteBLICO COMPLETO ndash O

esgoto eacute canalizado em todo o seu trajeto ateacute

a estaccedilatildeo puacuteblica de tratamento onde passa

por um processamento completo

bull TRATAMENTO PRIVADO COMPLETO ndash O

esgoto passa por tratamento privado

completo e depois segue para a rede puacuteblica

ou diretamente ao ambiente

lsquorsquoBrsquorsquo BAIXO

TRATAMENTO PRIVADO PARCIAL COM REDE

PUacuteBLICA DE COLETA ndash O esgoto escoa

canalizado e passa por um tratamento parcial mas

eficiente antes de ser lanccedilado na rede puacuteblica

rsquoCrsquorsquo MEacuteDIO

bull FOSSA SEacutePTICA MAIS SUMIDOURO ndash O

esgoto eacute canalizado ateacute uma fossa seacuteptica

seguida de sumidouro

bull REDE PUBLICA DE COLETA SEM

TRATAMENTO ndash O esgoto das residecircncias eacute

canalizado para uma rede puacuteblica de coleta

sem tratamento

lsquorsquoDrsquorsquo ALTO

FOSSA NEGRA ndash O esgoto eacute lanccedilado sem

tratamento em uma fossa negra onde contamina o

solo e as aacuteguas subterracircneas

lsquorsquoErsquorsquo MUITO ALTO

ESGOTO A CEacuteU ABERTO ndash O esgoto natildeo eacute

canalizado em nenhuma etapa do seu trajeto ateacute o

corpo receptor

Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES

De acordo com a tabela 2 a aacuterea estudada ndash Praia da Gamboa ndash se

encontra na classe de impacto ambiental nos niacuteveis ldquoCrdquo meacutedio ldquoDrdquo alto e ldquoErdquo

20 muito alto Demonstrando alto risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas

tornando-as improacuteprias ao consumo humano

21

3- GERENCIAMENTO SUSTENTAVEacuteL DOS

RECURSOS HIacuteDRICOS

A demanda de aacutegua para abastecimento puacuteblico e demais atividades

antroacutepicas incrementada pelo crescimento demograacutefico registrado na praia da

Gamboa na uacuteltima deacutecada tem contribuiacutedo fortemente para a degradaccedilatildeo das

reservas hiacutedricas subterracircneas Aliada ainda ao descarte de efluentes e

resiacuteduos das atividades urbanas esta questatildeo ressalta a necessidade do

conhecimento de seu significado com vistas agrave minimizaccedilatildeo e controle de

impactos e reserva de condiccedilotildees baacutesicas que assegurem a preservaccedilatildeo dos

recursos hiacutedricos para geraccedilotildees futuras Desta forma torna-se necessaacuterio a

implantaccedilatildeo de medidas que visem uma gestatildeo ambientalmente sustentaacutevel da

qualidade e da quantidade dos recursos hiacutedricos assim todos os usos da aacutegua

requerem que a sua qualidade estejam dentro dos limites preacute-determinados

para os usos especiacuteficos portando o binocircmio quantidadequalidade eacute

indissociaacutevel

O gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos na praia da Gamboa

fundamenta-se nos quatros princiacutepios baacutesicos recomendados e enunciados

pela Declaraccedilatildeo de Dublin por ocasiatildeo da Conferecircncia Internacional sobre

Aacutegua e Meio Ambiente em 1992 e posteriormente ratificados e inseridos na

Agenda 21-Eco 92 Os princiacutepios enumeram-se em 1-A aacutegua doce eacute um

recurso finito e vulneraacutevel essencial para a sustentaccedilatildeo da vida do

desenvolvimento e do meio ambiente 2-O desenvolvimento e a gestatildeo

integrada de recursos hiacutedricos devem ser participativos envolvendo usuaacuterios

planejadores e tomadores de decisotildees poliacuteticos em todos os niacuteveis 3-As

mulheres desempenham papel principal no abastecimento domeacutestico na

gestatildeo e na proteccedilatildeo da aacutegua e 4-A aacutegua tem um valor econocircmico em todos

os seus usos competitivos e deve ser reconhecida como um bem econocircmico

assim como um bem social

Considerando tais princiacutepios a implantaccedilatildeo da Gestatildeo dos Recursos

Hiacutedricos na Praia da Gamboa contaraacute com uma accedilatildeo e intervenccedilatildeo articuladas

entre o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo a

22 implementaccedilatildeo de um Saneamento Ambiental5 e o estimulo ao uso de

tecnologia limpa na construccedilatildeo civil e na elaboraccedilatildeo de casas com um sistema

integrado de reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais

31-Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a

Vidardquo

O Projeto de Educaccedilatildeo6 Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

apresenta como foco central a promoccedilatildeo e a reflexatildeo da comunidade escolar e

de suas adjacecircncias sobre os problemas ambientais e a busca de soluccedilotildees

Estimulando e preparando os alunos para serem agentes transformadores

desenvolvendo novas habilidades e condutas ambientalmente corretas atraveacutes

de uma postura eacutetica condizentes ao exerciacutecio da cidadania

A escola foi o local escolhido para realizaccedilatildeo do projeto devido a

considerarmos como espaccedilo social e o local onde o aluno daraacute sequumlecircncia ao

seu processo de socializaccedilatildeo O que nela se faz se diz e se valoriza

representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova

Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na praacutetica

no cotidiano da vida escolar e da vida comunitaacuteria contribuindo para a

formaccedilatildeo de cidadatildeos responsaacuteveis

O projeto abordaraacute a problemaacutetica sobre a escassez da aacutegua e o seu

uso racional a niacutevel escolar e domeacutestico a fim de evitar desperdiacutecios e

promover uma nova forma de pensar e agir mudando seus haacutebitos e

desenvolvendo formas de economizar aacutegua

5Eacute o conjunto de accedilotildees socioeconocircmicas que tem por objetivo alcanccedilar Salubridade Ambiental por meio de abastecimento de aacutegua potaacutevel coleta e disposiccedilatildeo sanitaacuteria de resiacuteduos soacutelidos liacutequidos e gasosos promoccedilatildeo da disciplina sanitaacuteria de uso do solo drenagem urbana controle de doenccedilas transmissiacuteveis e demais serviccedilos e obras especializadas com a finalidade de proteger e melhorar as condiccedilotildees de vida urbana e rural 6 ART1ordm Entende-se por educaccedilatildeo ambiental os processos por meio dos quais o indiviacuteduo e a coletividade constroem valores sociais conhecimentos e habilidades atitudes e competecircncias voltadas para a conservaccedilatildeo do meio ambiente bem de uso comum do povo agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade

23 Objetivos

Objetivo Geral

Contribuir na formaccedilatildeo da conscientizaccedilatildeo da comunidade escolar da

Escola Estadual Paulo Scofano (Municipalizada) localizada na Praia da

Gamboa - no uso racional da aacutegua e desenvolver saberes e competecircncias que

propiciem mudanccedilas de haacutebitos e atitudes que natildeo satildeo condizentes com a

sustentabilidade dos Recursos Hiacutedricos e Ambientais

Objetivos Especiacuteficos

1- Identifica problemas e soluccedilotildees voltadas para a questatildeo do consumo

consciente dos recursos hiacutedricos

2- Incentivar o uso de tecnologias limpas na construccedilatildeo civil e de

reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais

3- Estimular praacuteticas adequadas de Saneamento Ambiental e de haacutebitos

de higiene pessoal

4- Desenvolver oficinas de horta comunitaacuteria com a praacutetica de adubaccedilatildeo

orgacircnica (desenvolvimento sustentaacutevel)

5- Buscar parcerias para a execuccedilatildeo do projeto

6- Integrar as accedilotildees do projeto de Educaccedilatildeo Ambiental agraves propostas

pedagoacutegicas da escola

Justificativa

O presente projeto apresenta relevacircncia devido agrave problemaacutetica da

escassez da aacutegua doce na atualidade recurso natura indispensaacutevel para

todas as formas de vida O desperdiacutecio e uso indisciplinado dos recursos

hiacutedricos promovem a contaminaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo do solo de mananciais e de

aquumliacuteferos implicando na geraccedilatildeo de problemas soacutecio-econocircmico-ambientais a

curto meacutedio e longo prazo Desta forma uma das alternativas viaacuteveis e de

baixo custo para a minimizaccedilatildeo ou mesmo soluccedilatildeo do problema eacute uma

profunda reflexatildeo e alteraccedilatildeo eacutetica-comportamental da populaccedilatildeo que por sua

vez poderaacute pressionar atraveacutes do conhecimento adquiridos pelo projeto o

24 governo a fim de exigir seus direitos e exercer seus deveres no que tange agrave

formulaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas referentes agrave utilizaccedilatildeo de recursos

naturais

Na ultima deacutecada a demanda pela a aacutegua cresceu significamente na

Praia da Gamboa devido ao crescimento demograacutefico da regiatildeo Assim torna-

se necessaacuterio uma Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos locais e de acordo com a

Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash ART 1ordm - VI-a gestatildeo dos recursos

hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder

Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Assim a implementaccedilatildeo do Projeto

de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo constitui uma

complementaccedilatildeo ao mecanismo de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos

que seratildeo implementados na Praia da Gamboa

Metas

1- Realizar palestras sobre Educaccedilatildeo Ambiental e o uso racional da aacutegua

para a comunidade escolar e para as famiacutelias dos alunos

2- Trabalhar o conceito dos 3Rs (Reduzir Reutilizar e Reciclar)

3- Realizar um diagnoacutestico soacutecio-ambiental da Praia da Gamboa

4- Avaliar a aacutegua da escola com a ajuda dos professores do niacutevel

fundamental ndash ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) e de suas respectivas turmas

5- Promover workshop sobre consumo consciente e reutilizaccedilatildeo das

aacuteguas pluviais

6- Criar a horta comunitaacuteria nas adjacecircncias da escola com a ajuda da

comunidade da Praia da Gamboa

7- Visita aos mananciais de abastecimento da Praia da Gamboa

8- Desenvolver indicadores ambientais de anaacutelise dos recursos hiacutedricos

utilizando peixes como bio-indicadores da qualidade e vitalidade dos

rios e mananciais demonstrando sua importacircncia no equiliacutebrio do

ecossistema aquaacutetico

9- Avaliaccedilatildeo anual do programa

25 Puacuteblico alvo

O Projeto ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo apresenta como puacuteblico

alvo os alunos do Ensino Fundamental ndash Ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) da Escola

Estadual Paulo Scofano (municipalizada) e a comunidade da Praia da

Gamboa que se identifica com a proposta do projeto

Cronograma das atividades 2009

Atividades

meses

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12

Realizaccedilatildeo de

palestras de EA

- - X

Trabalhar o 3Rs X

Visita aos

mananciais

X

Realizaccedilatildeo do

Workshop

X

Criaccedilatildeo da Horta

comunitaacuteria

X X X

Avaliaccedilatildeo da aacutegua

da escola

X X

Realizaccedilatildeo do

diagnoacutestico soacutecio-

ambiental

X X

Criaccedilatildeo dos

indicadores

ambientais

X X

26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS

O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da

Praia da Gamboa

Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado

pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento

sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se

expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos

cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos

a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que

desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo

Infelizmente estamos muito longe disso

A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona

intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico

tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo

de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade

de chuva aiacute eacute muito grande

321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente

Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as

companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os

domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o

acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro

Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de

baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela

seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta

a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de

filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos

caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou

27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o

telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna

Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas

somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo

atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior

Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento

drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -

seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la

sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e

importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais

Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta

uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de

meacutetodos modernos de filtragem e estocagem

322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais

Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais

e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais

racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da

Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa

privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior

escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel

A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e

seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as

enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua

Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de

aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por

estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a

energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla

28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos

os produtos que economizem aacutegua

A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver

ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o

quanto antes

Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da

Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a

uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua

potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais

A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais

1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de

calhas

2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior

3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio

superior

4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias

sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc

29

Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de

Aacuteguas Pluviais

GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais

30

33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO

Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais

decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da

Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de

extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com

frequumlecircncia na regiatildeo

Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um

processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo

mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo

constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se

caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)

Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos

e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras

vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e

funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo

As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa

anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)

Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de

sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo

permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes

resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo

Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50

sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de

lagoas

Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees

estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de

uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de

volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias

vezes a taxa de produccedilatildeo

A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo

fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute

31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que

as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica

A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de

reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa

regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa

A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A

profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo

de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da

lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor

A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial

Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as

aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas

O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e

constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs

zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa

O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante

este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que

iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria

orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o

lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute

a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas

dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa

liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa

(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute

fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela

fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para

isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas

devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo

solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de

oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e

consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e

32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo

praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas

Fotossiacutentese

CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2

Respiraccedilatildeo

Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia

A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de

oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a

noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua

ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute

denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre

por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia

quando na presenccedila de oxigecircnio

As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de

oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de

sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que

a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90

de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste

no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades

das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com

volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de

detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias

Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de

organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas

apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com

o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente

Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo

natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse

fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua

33

CONCLUSAtildeO

O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem

desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de

efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais

devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais

ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e

natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas

e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente

Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e

democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio

e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a

participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da

populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo

concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo

essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade

dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos

deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com

sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento

Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo

ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e

uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de

habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que

praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal

Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor

gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma

Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa

7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico

34

BIBLIOGRAFIA

LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997

35

WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009

36

ANEXOS

ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1

Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa

37 Foto 2

Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa

38 Foto 3

Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa

39 Foto 4

Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar

40 Foto 5

Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo

41 Foto 6

Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua

42 Foto 7

Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

43

ANEXO 2

TABELAS DE INFECCcedilOtildeES

TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua

CATEGORIA INFECCcedilAtildeO

1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias

relacionada com a higiene) disenteria amebiana

balantidiacutease

enterite campylobacteriana

coacutelera

diarreacuteia por escherichia coli

giardiacutease

diarreacuteia por rotaviacuterus

salmonelose

disenteria bacilar

Febres enteacutericas

febre tifoacuteide

febre paratifoacuteide

Poliomielites

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease

2 Relacionada com a higiene

a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele

Doenccedilas infecciosas dos olhos

b) Outras Tifo transmitida por pulgas

Febre recorrente transmitida por pulgas

3 Baseada na aacutegua

a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose

b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e

Outras infecccedilotildees por helmintos

4 Transmissatildeo por inseto vetor

a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono

b) Procriam na aacutegua Malaacuteria

Arboviroses

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose

FONTE HELLER 1997

44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997

Page 18: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · destacar, a transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste

18 despejo de resiacuteduos domeacutesticos aleacutem funcionar como uma fonte permanente

de contaminaccedilatildeo

EFICIEcircNCIA DE FOSSAS SEacutePTICA

A fossa seacuteptica reduz a concentraccedilatildeo dos soacutelidos sedimentaacuteveis e a

demanda bioquiacutemica de oxigecircnio (DBO5) sendo que a eficiecircncia de remoccedilatildeo

destes pode ser ampliada pelo prolongamento do tempo de detenccedilatildeo Na

tabela abaixo relacionamos os resultados percentuais de remoccedilatildeo eou

reduccedilatildeo observados em fossas bem projetadas e operadas

Tabela 1

Paracircmetro de remoccedilatildeo

Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio (DBO) 40 a 60

Demanda Quiacutemica de Oxigecircnio (DQO) 30 a 60

Soacutelidos Sedimentaacuteveis (SS) 85 a 95

Soacutelidos em suspensatildeo 50 a 70

Graxas e Gorduras 70 a 90

Nitrogecircnio Amoniacal 0 a 10

Nitrogecircnio total 0 a 10

Coliformes Totais 20 a 60

Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES

Como demonstra a tabela acima o efluente de uma fossa seacuteptica

mesmo considerando-se os maiores iacutendices de eficiecircncia ainda apresenta

substacircncias e organismos capazes de influenciarem na qualidade da aacutegua

subterracircnea

Uma indicaccedilatildeo da poluiccedilatildeo potencial das aacuteguas subterracircneas por

nitratos oriundos de fossas seacutepticas pode ser observado no exemplo a seguir

Uma populaccedilatildeo de 20 pessoashaacute representa uma descarga de ateacute 100

Kghaacuteh no solo a qual se fosse oxidada e lixiviada pela infiltraccedilatildeo por 100

mma de chuvas resultaria em uma descarga local com concentraccedilatildeo de 100

mg1N-NO3

19 Tabela 2

CLASSE DE IMPACTO

AMBIENTAL

CENAacuteRIO

lsquorsquoArsquorsquo

MUITO BAIXO

bull TRATAMENTO PUacuteBLICO COMPLETO ndash O

esgoto eacute canalizado em todo o seu trajeto ateacute

a estaccedilatildeo puacuteblica de tratamento onde passa

por um processamento completo

bull TRATAMENTO PRIVADO COMPLETO ndash O

esgoto passa por tratamento privado

completo e depois segue para a rede puacuteblica

ou diretamente ao ambiente

lsquorsquoBrsquorsquo BAIXO

TRATAMENTO PRIVADO PARCIAL COM REDE

PUacuteBLICA DE COLETA ndash O esgoto escoa

canalizado e passa por um tratamento parcial mas

eficiente antes de ser lanccedilado na rede puacuteblica

rsquoCrsquorsquo MEacuteDIO

bull FOSSA SEacutePTICA MAIS SUMIDOURO ndash O

esgoto eacute canalizado ateacute uma fossa seacuteptica

seguida de sumidouro

bull REDE PUBLICA DE COLETA SEM

TRATAMENTO ndash O esgoto das residecircncias eacute

canalizado para uma rede puacuteblica de coleta

sem tratamento

lsquorsquoDrsquorsquo ALTO

FOSSA NEGRA ndash O esgoto eacute lanccedilado sem

tratamento em uma fossa negra onde contamina o

solo e as aacuteguas subterracircneas

lsquorsquoErsquorsquo MUITO ALTO

ESGOTO A CEacuteU ABERTO ndash O esgoto natildeo eacute

canalizado em nenhuma etapa do seu trajeto ateacute o

corpo receptor

Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES

De acordo com a tabela 2 a aacuterea estudada ndash Praia da Gamboa ndash se

encontra na classe de impacto ambiental nos niacuteveis ldquoCrdquo meacutedio ldquoDrdquo alto e ldquoErdquo

20 muito alto Demonstrando alto risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas

tornando-as improacuteprias ao consumo humano

21

3- GERENCIAMENTO SUSTENTAVEacuteL DOS

RECURSOS HIacuteDRICOS

A demanda de aacutegua para abastecimento puacuteblico e demais atividades

antroacutepicas incrementada pelo crescimento demograacutefico registrado na praia da

Gamboa na uacuteltima deacutecada tem contribuiacutedo fortemente para a degradaccedilatildeo das

reservas hiacutedricas subterracircneas Aliada ainda ao descarte de efluentes e

resiacuteduos das atividades urbanas esta questatildeo ressalta a necessidade do

conhecimento de seu significado com vistas agrave minimizaccedilatildeo e controle de

impactos e reserva de condiccedilotildees baacutesicas que assegurem a preservaccedilatildeo dos

recursos hiacutedricos para geraccedilotildees futuras Desta forma torna-se necessaacuterio a

implantaccedilatildeo de medidas que visem uma gestatildeo ambientalmente sustentaacutevel da

qualidade e da quantidade dos recursos hiacutedricos assim todos os usos da aacutegua

requerem que a sua qualidade estejam dentro dos limites preacute-determinados

para os usos especiacuteficos portando o binocircmio quantidadequalidade eacute

indissociaacutevel

O gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos na praia da Gamboa

fundamenta-se nos quatros princiacutepios baacutesicos recomendados e enunciados

pela Declaraccedilatildeo de Dublin por ocasiatildeo da Conferecircncia Internacional sobre

Aacutegua e Meio Ambiente em 1992 e posteriormente ratificados e inseridos na

Agenda 21-Eco 92 Os princiacutepios enumeram-se em 1-A aacutegua doce eacute um

recurso finito e vulneraacutevel essencial para a sustentaccedilatildeo da vida do

desenvolvimento e do meio ambiente 2-O desenvolvimento e a gestatildeo

integrada de recursos hiacutedricos devem ser participativos envolvendo usuaacuterios

planejadores e tomadores de decisotildees poliacuteticos em todos os niacuteveis 3-As

mulheres desempenham papel principal no abastecimento domeacutestico na

gestatildeo e na proteccedilatildeo da aacutegua e 4-A aacutegua tem um valor econocircmico em todos

os seus usos competitivos e deve ser reconhecida como um bem econocircmico

assim como um bem social

Considerando tais princiacutepios a implantaccedilatildeo da Gestatildeo dos Recursos

Hiacutedricos na Praia da Gamboa contaraacute com uma accedilatildeo e intervenccedilatildeo articuladas

entre o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo a

22 implementaccedilatildeo de um Saneamento Ambiental5 e o estimulo ao uso de

tecnologia limpa na construccedilatildeo civil e na elaboraccedilatildeo de casas com um sistema

integrado de reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais

31-Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a

Vidardquo

O Projeto de Educaccedilatildeo6 Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

apresenta como foco central a promoccedilatildeo e a reflexatildeo da comunidade escolar e

de suas adjacecircncias sobre os problemas ambientais e a busca de soluccedilotildees

Estimulando e preparando os alunos para serem agentes transformadores

desenvolvendo novas habilidades e condutas ambientalmente corretas atraveacutes

de uma postura eacutetica condizentes ao exerciacutecio da cidadania

A escola foi o local escolhido para realizaccedilatildeo do projeto devido a

considerarmos como espaccedilo social e o local onde o aluno daraacute sequumlecircncia ao

seu processo de socializaccedilatildeo O que nela se faz se diz e se valoriza

representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova

Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na praacutetica

no cotidiano da vida escolar e da vida comunitaacuteria contribuindo para a

formaccedilatildeo de cidadatildeos responsaacuteveis

O projeto abordaraacute a problemaacutetica sobre a escassez da aacutegua e o seu

uso racional a niacutevel escolar e domeacutestico a fim de evitar desperdiacutecios e

promover uma nova forma de pensar e agir mudando seus haacutebitos e

desenvolvendo formas de economizar aacutegua

5Eacute o conjunto de accedilotildees socioeconocircmicas que tem por objetivo alcanccedilar Salubridade Ambiental por meio de abastecimento de aacutegua potaacutevel coleta e disposiccedilatildeo sanitaacuteria de resiacuteduos soacutelidos liacutequidos e gasosos promoccedilatildeo da disciplina sanitaacuteria de uso do solo drenagem urbana controle de doenccedilas transmissiacuteveis e demais serviccedilos e obras especializadas com a finalidade de proteger e melhorar as condiccedilotildees de vida urbana e rural 6 ART1ordm Entende-se por educaccedilatildeo ambiental os processos por meio dos quais o indiviacuteduo e a coletividade constroem valores sociais conhecimentos e habilidades atitudes e competecircncias voltadas para a conservaccedilatildeo do meio ambiente bem de uso comum do povo agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade

23 Objetivos

Objetivo Geral

Contribuir na formaccedilatildeo da conscientizaccedilatildeo da comunidade escolar da

Escola Estadual Paulo Scofano (Municipalizada) localizada na Praia da

Gamboa - no uso racional da aacutegua e desenvolver saberes e competecircncias que

propiciem mudanccedilas de haacutebitos e atitudes que natildeo satildeo condizentes com a

sustentabilidade dos Recursos Hiacutedricos e Ambientais

Objetivos Especiacuteficos

1- Identifica problemas e soluccedilotildees voltadas para a questatildeo do consumo

consciente dos recursos hiacutedricos

2- Incentivar o uso de tecnologias limpas na construccedilatildeo civil e de

reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais

3- Estimular praacuteticas adequadas de Saneamento Ambiental e de haacutebitos

de higiene pessoal

4- Desenvolver oficinas de horta comunitaacuteria com a praacutetica de adubaccedilatildeo

orgacircnica (desenvolvimento sustentaacutevel)

5- Buscar parcerias para a execuccedilatildeo do projeto

6- Integrar as accedilotildees do projeto de Educaccedilatildeo Ambiental agraves propostas

pedagoacutegicas da escola

Justificativa

O presente projeto apresenta relevacircncia devido agrave problemaacutetica da

escassez da aacutegua doce na atualidade recurso natura indispensaacutevel para

todas as formas de vida O desperdiacutecio e uso indisciplinado dos recursos

hiacutedricos promovem a contaminaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo do solo de mananciais e de

aquumliacuteferos implicando na geraccedilatildeo de problemas soacutecio-econocircmico-ambientais a

curto meacutedio e longo prazo Desta forma uma das alternativas viaacuteveis e de

baixo custo para a minimizaccedilatildeo ou mesmo soluccedilatildeo do problema eacute uma

profunda reflexatildeo e alteraccedilatildeo eacutetica-comportamental da populaccedilatildeo que por sua

vez poderaacute pressionar atraveacutes do conhecimento adquiridos pelo projeto o

24 governo a fim de exigir seus direitos e exercer seus deveres no que tange agrave

formulaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas referentes agrave utilizaccedilatildeo de recursos

naturais

Na ultima deacutecada a demanda pela a aacutegua cresceu significamente na

Praia da Gamboa devido ao crescimento demograacutefico da regiatildeo Assim torna-

se necessaacuterio uma Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos locais e de acordo com a

Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash ART 1ordm - VI-a gestatildeo dos recursos

hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder

Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Assim a implementaccedilatildeo do Projeto

de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo constitui uma

complementaccedilatildeo ao mecanismo de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos

que seratildeo implementados na Praia da Gamboa

Metas

1- Realizar palestras sobre Educaccedilatildeo Ambiental e o uso racional da aacutegua

para a comunidade escolar e para as famiacutelias dos alunos

2- Trabalhar o conceito dos 3Rs (Reduzir Reutilizar e Reciclar)

3- Realizar um diagnoacutestico soacutecio-ambiental da Praia da Gamboa

4- Avaliar a aacutegua da escola com a ajuda dos professores do niacutevel

fundamental ndash ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) e de suas respectivas turmas

5- Promover workshop sobre consumo consciente e reutilizaccedilatildeo das

aacuteguas pluviais

6- Criar a horta comunitaacuteria nas adjacecircncias da escola com a ajuda da

comunidade da Praia da Gamboa

7- Visita aos mananciais de abastecimento da Praia da Gamboa

8- Desenvolver indicadores ambientais de anaacutelise dos recursos hiacutedricos

utilizando peixes como bio-indicadores da qualidade e vitalidade dos

rios e mananciais demonstrando sua importacircncia no equiliacutebrio do

ecossistema aquaacutetico

9- Avaliaccedilatildeo anual do programa

25 Puacuteblico alvo

O Projeto ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo apresenta como puacuteblico

alvo os alunos do Ensino Fundamental ndash Ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) da Escola

Estadual Paulo Scofano (municipalizada) e a comunidade da Praia da

Gamboa que se identifica com a proposta do projeto

Cronograma das atividades 2009

Atividades

meses

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12

Realizaccedilatildeo de

palestras de EA

- - X

Trabalhar o 3Rs X

Visita aos

mananciais

X

Realizaccedilatildeo do

Workshop

X

Criaccedilatildeo da Horta

comunitaacuteria

X X X

Avaliaccedilatildeo da aacutegua

da escola

X X

Realizaccedilatildeo do

diagnoacutestico soacutecio-

ambiental

X X

Criaccedilatildeo dos

indicadores

ambientais

X X

26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS

O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da

Praia da Gamboa

Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado

pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento

sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se

expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos

cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos

a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que

desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo

Infelizmente estamos muito longe disso

A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona

intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico

tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo

de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade

de chuva aiacute eacute muito grande

321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente

Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as

companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os

domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o

acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro

Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de

baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela

seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta

a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de

filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos

caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou

27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o

telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna

Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas

somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo

atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior

Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento

drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -

seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la

sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e

importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais

Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta

uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de

meacutetodos modernos de filtragem e estocagem

322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais

Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais

e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais

racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da

Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa

privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior

escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel

A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e

seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as

enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua

Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de

aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por

estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a

energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla

28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos

os produtos que economizem aacutegua

A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver

ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o

quanto antes

Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da

Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a

uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua

potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais

A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais

1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de

calhas

2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior

3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio

superior

4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias

sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc

29

Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de

Aacuteguas Pluviais

GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais

30

33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO

Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais

decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da

Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de

extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com

frequumlecircncia na regiatildeo

Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um

processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo

mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo

constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se

caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)

Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos

e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras

vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e

funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo

As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa

anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)

Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de

sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo

permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes

resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo

Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50

sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de

lagoas

Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees

estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de

uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de

volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias

vezes a taxa de produccedilatildeo

A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo

fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute

31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que

as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica

A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de

reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa

regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa

A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A

profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo

de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da

lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor

A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial

Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as

aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas

O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e

constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs

zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa

O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante

este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que

iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria

orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o

lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute

a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas

dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa

liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa

(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute

fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela

fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para

isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas

devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo

solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de

oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e

consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e

32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo

praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas

Fotossiacutentese

CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2

Respiraccedilatildeo

Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia

A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de

oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a

noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua

ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute

denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre

por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia

quando na presenccedila de oxigecircnio

As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de

oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de

sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que

a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90

de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste

no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades

das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com

volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de

detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias

Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de

organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas

apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com

o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente

Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo

natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse

fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua

33

CONCLUSAtildeO

O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem

desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de

efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais

devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais

ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e

natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas

e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente

Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e

democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio

e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a

participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da

populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo

concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo

essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade

dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos

deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com

sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento

Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo

ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e

uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de

habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que

praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal

Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor

gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma

Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa

7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico

34

BIBLIOGRAFIA

LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997

35

WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009

36

ANEXOS

ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1

Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa

37 Foto 2

Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa

38 Foto 3

Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa

39 Foto 4

Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar

40 Foto 5

Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo

41 Foto 6

Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua

42 Foto 7

Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

43

ANEXO 2

TABELAS DE INFECCcedilOtildeES

TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua

CATEGORIA INFECCcedilAtildeO

1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias

relacionada com a higiene) disenteria amebiana

balantidiacutease

enterite campylobacteriana

coacutelera

diarreacuteia por escherichia coli

giardiacutease

diarreacuteia por rotaviacuterus

salmonelose

disenteria bacilar

Febres enteacutericas

febre tifoacuteide

febre paratifoacuteide

Poliomielites

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease

2 Relacionada com a higiene

a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele

Doenccedilas infecciosas dos olhos

b) Outras Tifo transmitida por pulgas

Febre recorrente transmitida por pulgas

3 Baseada na aacutegua

a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose

b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e

Outras infecccedilotildees por helmintos

4 Transmissatildeo por inseto vetor

a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono

b) Procriam na aacutegua Malaacuteria

Arboviroses

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose

FONTE HELLER 1997

44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997

Page 19: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · destacar, a transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste

19 Tabela 2

CLASSE DE IMPACTO

AMBIENTAL

CENAacuteRIO

lsquorsquoArsquorsquo

MUITO BAIXO

bull TRATAMENTO PUacuteBLICO COMPLETO ndash O

esgoto eacute canalizado em todo o seu trajeto ateacute

a estaccedilatildeo puacuteblica de tratamento onde passa

por um processamento completo

bull TRATAMENTO PRIVADO COMPLETO ndash O

esgoto passa por tratamento privado

completo e depois segue para a rede puacuteblica

ou diretamente ao ambiente

lsquorsquoBrsquorsquo BAIXO

TRATAMENTO PRIVADO PARCIAL COM REDE

PUacuteBLICA DE COLETA ndash O esgoto escoa

canalizado e passa por um tratamento parcial mas

eficiente antes de ser lanccedilado na rede puacuteblica

rsquoCrsquorsquo MEacuteDIO

bull FOSSA SEacutePTICA MAIS SUMIDOURO ndash O

esgoto eacute canalizado ateacute uma fossa seacuteptica

seguida de sumidouro

bull REDE PUBLICA DE COLETA SEM

TRATAMENTO ndash O esgoto das residecircncias eacute

canalizado para uma rede puacuteblica de coleta

sem tratamento

lsquorsquoDrsquorsquo ALTO

FOSSA NEGRA ndash O esgoto eacute lanccedilado sem

tratamento em uma fossa negra onde contamina o

solo e as aacuteguas subterracircneas

lsquorsquoErsquorsquo MUITO ALTO

ESGOTO A CEacuteU ABERTO ndash O esgoto natildeo eacute

canalizado em nenhuma etapa do seu trajeto ateacute o

corpo receptor

Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental ndash ABES

De acordo com a tabela 2 a aacuterea estudada ndash Praia da Gamboa ndash se

encontra na classe de impacto ambiental nos niacuteveis ldquoCrdquo meacutedio ldquoDrdquo alto e ldquoErdquo

20 muito alto Demonstrando alto risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas

tornando-as improacuteprias ao consumo humano

21

3- GERENCIAMENTO SUSTENTAVEacuteL DOS

RECURSOS HIacuteDRICOS

A demanda de aacutegua para abastecimento puacuteblico e demais atividades

antroacutepicas incrementada pelo crescimento demograacutefico registrado na praia da

Gamboa na uacuteltima deacutecada tem contribuiacutedo fortemente para a degradaccedilatildeo das

reservas hiacutedricas subterracircneas Aliada ainda ao descarte de efluentes e

resiacuteduos das atividades urbanas esta questatildeo ressalta a necessidade do

conhecimento de seu significado com vistas agrave minimizaccedilatildeo e controle de

impactos e reserva de condiccedilotildees baacutesicas que assegurem a preservaccedilatildeo dos

recursos hiacutedricos para geraccedilotildees futuras Desta forma torna-se necessaacuterio a

implantaccedilatildeo de medidas que visem uma gestatildeo ambientalmente sustentaacutevel da

qualidade e da quantidade dos recursos hiacutedricos assim todos os usos da aacutegua

requerem que a sua qualidade estejam dentro dos limites preacute-determinados

para os usos especiacuteficos portando o binocircmio quantidadequalidade eacute

indissociaacutevel

O gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos na praia da Gamboa

fundamenta-se nos quatros princiacutepios baacutesicos recomendados e enunciados

pela Declaraccedilatildeo de Dublin por ocasiatildeo da Conferecircncia Internacional sobre

Aacutegua e Meio Ambiente em 1992 e posteriormente ratificados e inseridos na

Agenda 21-Eco 92 Os princiacutepios enumeram-se em 1-A aacutegua doce eacute um

recurso finito e vulneraacutevel essencial para a sustentaccedilatildeo da vida do

desenvolvimento e do meio ambiente 2-O desenvolvimento e a gestatildeo

integrada de recursos hiacutedricos devem ser participativos envolvendo usuaacuterios

planejadores e tomadores de decisotildees poliacuteticos em todos os niacuteveis 3-As

mulheres desempenham papel principal no abastecimento domeacutestico na

gestatildeo e na proteccedilatildeo da aacutegua e 4-A aacutegua tem um valor econocircmico em todos

os seus usos competitivos e deve ser reconhecida como um bem econocircmico

assim como um bem social

Considerando tais princiacutepios a implantaccedilatildeo da Gestatildeo dos Recursos

Hiacutedricos na Praia da Gamboa contaraacute com uma accedilatildeo e intervenccedilatildeo articuladas

entre o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo a

22 implementaccedilatildeo de um Saneamento Ambiental5 e o estimulo ao uso de

tecnologia limpa na construccedilatildeo civil e na elaboraccedilatildeo de casas com um sistema

integrado de reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais

31-Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a

Vidardquo

O Projeto de Educaccedilatildeo6 Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

apresenta como foco central a promoccedilatildeo e a reflexatildeo da comunidade escolar e

de suas adjacecircncias sobre os problemas ambientais e a busca de soluccedilotildees

Estimulando e preparando os alunos para serem agentes transformadores

desenvolvendo novas habilidades e condutas ambientalmente corretas atraveacutes

de uma postura eacutetica condizentes ao exerciacutecio da cidadania

A escola foi o local escolhido para realizaccedilatildeo do projeto devido a

considerarmos como espaccedilo social e o local onde o aluno daraacute sequumlecircncia ao

seu processo de socializaccedilatildeo O que nela se faz se diz e se valoriza

representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova

Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na praacutetica

no cotidiano da vida escolar e da vida comunitaacuteria contribuindo para a

formaccedilatildeo de cidadatildeos responsaacuteveis

O projeto abordaraacute a problemaacutetica sobre a escassez da aacutegua e o seu

uso racional a niacutevel escolar e domeacutestico a fim de evitar desperdiacutecios e

promover uma nova forma de pensar e agir mudando seus haacutebitos e

desenvolvendo formas de economizar aacutegua

5Eacute o conjunto de accedilotildees socioeconocircmicas que tem por objetivo alcanccedilar Salubridade Ambiental por meio de abastecimento de aacutegua potaacutevel coleta e disposiccedilatildeo sanitaacuteria de resiacuteduos soacutelidos liacutequidos e gasosos promoccedilatildeo da disciplina sanitaacuteria de uso do solo drenagem urbana controle de doenccedilas transmissiacuteveis e demais serviccedilos e obras especializadas com a finalidade de proteger e melhorar as condiccedilotildees de vida urbana e rural 6 ART1ordm Entende-se por educaccedilatildeo ambiental os processos por meio dos quais o indiviacuteduo e a coletividade constroem valores sociais conhecimentos e habilidades atitudes e competecircncias voltadas para a conservaccedilatildeo do meio ambiente bem de uso comum do povo agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade

23 Objetivos

Objetivo Geral

Contribuir na formaccedilatildeo da conscientizaccedilatildeo da comunidade escolar da

Escola Estadual Paulo Scofano (Municipalizada) localizada na Praia da

Gamboa - no uso racional da aacutegua e desenvolver saberes e competecircncias que

propiciem mudanccedilas de haacutebitos e atitudes que natildeo satildeo condizentes com a

sustentabilidade dos Recursos Hiacutedricos e Ambientais

Objetivos Especiacuteficos

1- Identifica problemas e soluccedilotildees voltadas para a questatildeo do consumo

consciente dos recursos hiacutedricos

2- Incentivar o uso de tecnologias limpas na construccedilatildeo civil e de

reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais

3- Estimular praacuteticas adequadas de Saneamento Ambiental e de haacutebitos

de higiene pessoal

4- Desenvolver oficinas de horta comunitaacuteria com a praacutetica de adubaccedilatildeo

orgacircnica (desenvolvimento sustentaacutevel)

5- Buscar parcerias para a execuccedilatildeo do projeto

6- Integrar as accedilotildees do projeto de Educaccedilatildeo Ambiental agraves propostas

pedagoacutegicas da escola

Justificativa

O presente projeto apresenta relevacircncia devido agrave problemaacutetica da

escassez da aacutegua doce na atualidade recurso natura indispensaacutevel para

todas as formas de vida O desperdiacutecio e uso indisciplinado dos recursos

hiacutedricos promovem a contaminaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo do solo de mananciais e de

aquumliacuteferos implicando na geraccedilatildeo de problemas soacutecio-econocircmico-ambientais a

curto meacutedio e longo prazo Desta forma uma das alternativas viaacuteveis e de

baixo custo para a minimizaccedilatildeo ou mesmo soluccedilatildeo do problema eacute uma

profunda reflexatildeo e alteraccedilatildeo eacutetica-comportamental da populaccedilatildeo que por sua

vez poderaacute pressionar atraveacutes do conhecimento adquiridos pelo projeto o

24 governo a fim de exigir seus direitos e exercer seus deveres no que tange agrave

formulaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas referentes agrave utilizaccedilatildeo de recursos

naturais

Na ultima deacutecada a demanda pela a aacutegua cresceu significamente na

Praia da Gamboa devido ao crescimento demograacutefico da regiatildeo Assim torna-

se necessaacuterio uma Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos locais e de acordo com a

Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash ART 1ordm - VI-a gestatildeo dos recursos

hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder

Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Assim a implementaccedilatildeo do Projeto

de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo constitui uma

complementaccedilatildeo ao mecanismo de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos

que seratildeo implementados na Praia da Gamboa

Metas

1- Realizar palestras sobre Educaccedilatildeo Ambiental e o uso racional da aacutegua

para a comunidade escolar e para as famiacutelias dos alunos

2- Trabalhar o conceito dos 3Rs (Reduzir Reutilizar e Reciclar)

3- Realizar um diagnoacutestico soacutecio-ambiental da Praia da Gamboa

4- Avaliar a aacutegua da escola com a ajuda dos professores do niacutevel

fundamental ndash ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) e de suas respectivas turmas

5- Promover workshop sobre consumo consciente e reutilizaccedilatildeo das

aacuteguas pluviais

6- Criar a horta comunitaacuteria nas adjacecircncias da escola com a ajuda da

comunidade da Praia da Gamboa

7- Visita aos mananciais de abastecimento da Praia da Gamboa

8- Desenvolver indicadores ambientais de anaacutelise dos recursos hiacutedricos

utilizando peixes como bio-indicadores da qualidade e vitalidade dos

rios e mananciais demonstrando sua importacircncia no equiliacutebrio do

ecossistema aquaacutetico

9- Avaliaccedilatildeo anual do programa

25 Puacuteblico alvo

O Projeto ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo apresenta como puacuteblico

alvo os alunos do Ensino Fundamental ndash Ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) da Escola

Estadual Paulo Scofano (municipalizada) e a comunidade da Praia da

Gamboa que se identifica com a proposta do projeto

Cronograma das atividades 2009

Atividades

meses

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12

Realizaccedilatildeo de

palestras de EA

- - X

Trabalhar o 3Rs X

Visita aos

mananciais

X

Realizaccedilatildeo do

Workshop

X

Criaccedilatildeo da Horta

comunitaacuteria

X X X

Avaliaccedilatildeo da aacutegua

da escola

X X

Realizaccedilatildeo do

diagnoacutestico soacutecio-

ambiental

X X

Criaccedilatildeo dos

indicadores

ambientais

X X

26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS

O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da

Praia da Gamboa

Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado

pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento

sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se

expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos

cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos

a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que

desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo

Infelizmente estamos muito longe disso

A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona

intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico

tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo

de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade

de chuva aiacute eacute muito grande

321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente

Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as

companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os

domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o

acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro

Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de

baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela

seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta

a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de

filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos

caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou

27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o

telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna

Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas

somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo

atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior

Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento

drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -

seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la

sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e

importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais

Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta

uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de

meacutetodos modernos de filtragem e estocagem

322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais

Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais

e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais

racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da

Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa

privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior

escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel

A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e

seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as

enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua

Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de

aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por

estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a

energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla

28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos

os produtos que economizem aacutegua

A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver

ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o

quanto antes

Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da

Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a

uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua

potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais

A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais

1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de

calhas

2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior

3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio

superior

4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias

sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc

29

Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de

Aacuteguas Pluviais

GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais

30

33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO

Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais

decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da

Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de

extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com

frequumlecircncia na regiatildeo

Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um

processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo

mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo

constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se

caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)

Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos

e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras

vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e

funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo

As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa

anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)

Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de

sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo

permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes

resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo

Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50

sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de

lagoas

Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees

estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de

uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de

volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias

vezes a taxa de produccedilatildeo

A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo

fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute

31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que

as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica

A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de

reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa

regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa

A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A

profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo

de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da

lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor

A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial

Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as

aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas

O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e

constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs

zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa

O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante

este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que

iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria

orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o

lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute

a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas

dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa

liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa

(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute

fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela

fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para

isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas

devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo

solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de

oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e

consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e

32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo

praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas

Fotossiacutentese

CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2

Respiraccedilatildeo

Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia

A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de

oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a

noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua

ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute

denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre

por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia

quando na presenccedila de oxigecircnio

As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de

oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de

sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que

a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90

de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste

no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades

das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com

volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de

detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias

Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de

organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas

apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com

o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente

Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo

natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse

fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua

33

CONCLUSAtildeO

O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem

desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de

efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais

devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais

ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e

natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas

e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente

Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e

democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio

e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a

participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da

populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo

concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo

essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade

dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos

deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com

sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento

Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo

ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e

uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de

habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que

praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal

Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor

gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma

Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa

7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico

34

BIBLIOGRAFIA

LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997

35

WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009

36

ANEXOS

ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1

Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa

37 Foto 2

Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa

38 Foto 3

Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa

39 Foto 4

Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar

40 Foto 5

Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo

41 Foto 6

Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua

42 Foto 7

Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

43

ANEXO 2

TABELAS DE INFECCcedilOtildeES

TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua

CATEGORIA INFECCcedilAtildeO

1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias

relacionada com a higiene) disenteria amebiana

balantidiacutease

enterite campylobacteriana

coacutelera

diarreacuteia por escherichia coli

giardiacutease

diarreacuteia por rotaviacuterus

salmonelose

disenteria bacilar

Febres enteacutericas

febre tifoacuteide

febre paratifoacuteide

Poliomielites

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease

2 Relacionada com a higiene

a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele

Doenccedilas infecciosas dos olhos

b) Outras Tifo transmitida por pulgas

Febre recorrente transmitida por pulgas

3 Baseada na aacutegua

a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose

b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e

Outras infecccedilotildees por helmintos

4 Transmissatildeo por inseto vetor

a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono

b) Procriam na aacutegua Malaacuteria

Arboviroses

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose

FONTE HELLER 1997

44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997

Page 20: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · destacar, a transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste

20 muito alto Demonstrando alto risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas

tornando-as improacuteprias ao consumo humano

21

3- GERENCIAMENTO SUSTENTAVEacuteL DOS

RECURSOS HIacuteDRICOS

A demanda de aacutegua para abastecimento puacuteblico e demais atividades

antroacutepicas incrementada pelo crescimento demograacutefico registrado na praia da

Gamboa na uacuteltima deacutecada tem contribuiacutedo fortemente para a degradaccedilatildeo das

reservas hiacutedricas subterracircneas Aliada ainda ao descarte de efluentes e

resiacuteduos das atividades urbanas esta questatildeo ressalta a necessidade do

conhecimento de seu significado com vistas agrave minimizaccedilatildeo e controle de

impactos e reserva de condiccedilotildees baacutesicas que assegurem a preservaccedilatildeo dos

recursos hiacutedricos para geraccedilotildees futuras Desta forma torna-se necessaacuterio a

implantaccedilatildeo de medidas que visem uma gestatildeo ambientalmente sustentaacutevel da

qualidade e da quantidade dos recursos hiacutedricos assim todos os usos da aacutegua

requerem que a sua qualidade estejam dentro dos limites preacute-determinados

para os usos especiacuteficos portando o binocircmio quantidadequalidade eacute

indissociaacutevel

O gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos na praia da Gamboa

fundamenta-se nos quatros princiacutepios baacutesicos recomendados e enunciados

pela Declaraccedilatildeo de Dublin por ocasiatildeo da Conferecircncia Internacional sobre

Aacutegua e Meio Ambiente em 1992 e posteriormente ratificados e inseridos na

Agenda 21-Eco 92 Os princiacutepios enumeram-se em 1-A aacutegua doce eacute um

recurso finito e vulneraacutevel essencial para a sustentaccedilatildeo da vida do

desenvolvimento e do meio ambiente 2-O desenvolvimento e a gestatildeo

integrada de recursos hiacutedricos devem ser participativos envolvendo usuaacuterios

planejadores e tomadores de decisotildees poliacuteticos em todos os niacuteveis 3-As

mulheres desempenham papel principal no abastecimento domeacutestico na

gestatildeo e na proteccedilatildeo da aacutegua e 4-A aacutegua tem um valor econocircmico em todos

os seus usos competitivos e deve ser reconhecida como um bem econocircmico

assim como um bem social

Considerando tais princiacutepios a implantaccedilatildeo da Gestatildeo dos Recursos

Hiacutedricos na Praia da Gamboa contaraacute com uma accedilatildeo e intervenccedilatildeo articuladas

entre o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo a

22 implementaccedilatildeo de um Saneamento Ambiental5 e o estimulo ao uso de

tecnologia limpa na construccedilatildeo civil e na elaboraccedilatildeo de casas com um sistema

integrado de reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais

31-Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a

Vidardquo

O Projeto de Educaccedilatildeo6 Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

apresenta como foco central a promoccedilatildeo e a reflexatildeo da comunidade escolar e

de suas adjacecircncias sobre os problemas ambientais e a busca de soluccedilotildees

Estimulando e preparando os alunos para serem agentes transformadores

desenvolvendo novas habilidades e condutas ambientalmente corretas atraveacutes

de uma postura eacutetica condizentes ao exerciacutecio da cidadania

A escola foi o local escolhido para realizaccedilatildeo do projeto devido a

considerarmos como espaccedilo social e o local onde o aluno daraacute sequumlecircncia ao

seu processo de socializaccedilatildeo O que nela se faz se diz e se valoriza

representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova

Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na praacutetica

no cotidiano da vida escolar e da vida comunitaacuteria contribuindo para a

formaccedilatildeo de cidadatildeos responsaacuteveis

O projeto abordaraacute a problemaacutetica sobre a escassez da aacutegua e o seu

uso racional a niacutevel escolar e domeacutestico a fim de evitar desperdiacutecios e

promover uma nova forma de pensar e agir mudando seus haacutebitos e

desenvolvendo formas de economizar aacutegua

5Eacute o conjunto de accedilotildees socioeconocircmicas que tem por objetivo alcanccedilar Salubridade Ambiental por meio de abastecimento de aacutegua potaacutevel coleta e disposiccedilatildeo sanitaacuteria de resiacuteduos soacutelidos liacutequidos e gasosos promoccedilatildeo da disciplina sanitaacuteria de uso do solo drenagem urbana controle de doenccedilas transmissiacuteveis e demais serviccedilos e obras especializadas com a finalidade de proteger e melhorar as condiccedilotildees de vida urbana e rural 6 ART1ordm Entende-se por educaccedilatildeo ambiental os processos por meio dos quais o indiviacuteduo e a coletividade constroem valores sociais conhecimentos e habilidades atitudes e competecircncias voltadas para a conservaccedilatildeo do meio ambiente bem de uso comum do povo agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade

23 Objetivos

Objetivo Geral

Contribuir na formaccedilatildeo da conscientizaccedilatildeo da comunidade escolar da

Escola Estadual Paulo Scofano (Municipalizada) localizada na Praia da

Gamboa - no uso racional da aacutegua e desenvolver saberes e competecircncias que

propiciem mudanccedilas de haacutebitos e atitudes que natildeo satildeo condizentes com a

sustentabilidade dos Recursos Hiacutedricos e Ambientais

Objetivos Especiacuteficos

1- Identifica problemas e soluccedilotildees voltadas para a questatildeo do consumo

consciente dos recursos hiacutedricos

2- Incentivar o uso de tecnologias limpas na construccedilatildeo civil e de

reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais

3- Estimular praacuteticas adequadas de Saneamento Ambiental e de haacutebitos

de higiene pessoal

4- Desenvolver oficinas de horta comunitaacuteria com a praacutetica de adubaccedilatildeo

orgacircnica (desenvolvimento sustentaacutevel)

5- Buscar parcerias para a execuccedilatildeo do projeto

6- Integrar as accedilotildees do projeto de Educaccedilatildeo Ambiental agraves propostas

pedagoacutegicas da escola

Justificativa

O presente projeto apresenta relevacircncia devido agrave problemaacutetica da

escassez da aacutegua doce na atualidade recurso natura indispensaacutevel para

todas as formas de vida O desperdiacutecio e uso indisciplinado dos recursos

hiacutedricos promovem a contaminaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo do solo de mananciais e de

aquumliacuteferos implicando na geraccedilatildeo de problemas soacutecio-econocircmico-ambientais a

curto meacutedio e longo prazo Desta forma uma das alternativas viaacuteveis e de

baixo custo para a minimizaccedilatildeo ou mesmo soluccedilatildeo do problema eacute uma

profunda reflexatildeo e alteraccedilatildeo eacutetica-comportamental da populaccedilatildeo que por sua

vez poderaacute pressionar atraveacutes do conhecimento adquiridos pelo projeto o

24 governo a fim de exigir seus direitos e exercer seus deveres no que tange agrave

formulaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas referentes agrave utilizaccedilatildeo de recursos

naturais

Na ultima deacutecada a demanda pela a aacutegua cresceu significamente na

Praia da Gamboa devido ao crescimento demograacutefico da regiatildeo Assim torna-

se necessaacuterio uma Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos locais e de acordo com a

Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash ART 1ordm - VI-a gestatildeo dos recursos

hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder

Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Assim a implementaccedilatildeo do Projeto

de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo constitui uma

complementaccedilatildeo ao mecanismo de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos

que seratildeo implementados na Praia da Gamboa

Metas

1- Realizar palestras sobre Educaccedilatildeo Ambiental e o uso racional da aacutegua

para a comunidade escolar e para as famiacutelias dos alunos

2- Trabalhar o conceito dos 3Rs (Reduzir Reutilizar e Reciclar)

3- Realizar um diagnoacutestico soacutecio-ambiental da Praia da Gamboa

4- Avaliar a aacutegua da escola com a ajuda dos professores do niacutevel

fundamental ndash ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) e de suas respectivas turmas

5- Promover workshop sobre consumo consciente e reutilizaccedilatildeo das

aacuteguas pluviais

6- Criar a horta comunitaacuteria nas adjacecircncias da escola com a ajuda da

comunidade da Praia da Gamboa

7- Visita aos mananciais de abastecimento da Praia da Gamboa

8- Desenvolver indicadores ambientais de anaacutelise dos recursos hiacutedricos

utilizando peixes como bio-indicadores da qualidade e vitalidade dos

rios e mananciais demonstrando sua importacircncia no equiliacutebrio do

ecossistema aquaacutetico

9- Avaliaccedilatildeo anual do programa

25 Puacuteblico alvo

O Projeto ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo apresenta como puacuteblico

alvo os alunos do Ensino Fundamental ndash Ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) da Escola

Estadual Paulo Scofano (municipalizada) e a comunidade da Praia da

Gamboa que se identifica com a proposta do projeto

Cronograma das atividades 2009

Atividades

meses

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12

Realizaccedilatildeo de

palestras de EA

- - X

Trabalhar o 3Rs X

Visita aos

mananciais

X

Realizaccedilatildeo do

Workshop

X

Criaccedilatildeo da Horta

comunitaacuteria

X X X

Avaliaccedilatildeo da aacutegua

da escola

X X

Realizaccedilatildeo do

diagnoacutestico soacutecio-

ambiental

X X

Criaccedilatildeo dos

indicadores

ambientais

X X

26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS

O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da

Praia da Gamboa

Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado

pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento

sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se

expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos

cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos

a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que

desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo

Infelizmente estamos muito longe disso

A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona

intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico

tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo

de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade

de chuva aiacute eacute muito grande

321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente

Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as

companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os

domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o

acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro

Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de

baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela

seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta

a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de

filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos

caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou

27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o

telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna

Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas

somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo

atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior

Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento

drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -

seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la

sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e

importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais

Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta

uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de

meacutetodos modernos de filtragem e estocagem

322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais

Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais

e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais

racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da

Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa

privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior

escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel

A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e

seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as

enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua

Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de

aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por

estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a

energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla

28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos

os produtos que economizem aacutegua

A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver

ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o

quanto antes

Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da

Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a

uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua

potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais

A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais

1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de

calhas

2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior

3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio

superior

4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias

sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc

29

Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de

Aacuteguas Pluviais

GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais

30

33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO

Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais

decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da

Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de

extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com

frequumlecircncia na regiatildeo

Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um

processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo

mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo

constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se

caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)

Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos

e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras

vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e

funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo

As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa

anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)

Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de

sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo

permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes

resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo

Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50

sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de

lagoas

Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees

estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de

uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de

volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias

vezes a taxa de produccedilatildeo

A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo

fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute

31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que

as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica

A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de

reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa

regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa

A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A

profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo

de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da

lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor

A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial

Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as

aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas

O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e

constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs

zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa

O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante

este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que

iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria

orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o

lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute

a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas

dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa

liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa

(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute

fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela

fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para

isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas

devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo

solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de

oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e

consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e

32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo

praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas

Fotossiacutentese

CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2

Respiraccedilatildeo

Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia

A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de

oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a

noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua

ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute

denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre

por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia

quando na presenccedila de oxigecircnio

As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de

oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de

sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que

a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90

de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste

no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades

das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com

volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de

detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias

Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de

organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas

apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com

o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente

Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo

natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse

fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua

33

CONCLUSAtildeO

O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem

desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de

efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais

devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais

ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e

natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas

e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente

Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e

democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio

e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a

participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da

populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo

concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo

essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade

dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos

deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com

sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento

Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo

ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e

uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de

habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que

praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal

Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor

gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma

Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa

7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico

34

BIBLIOGRAFIA

LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997

35

WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009

36

ANEXOS

ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1

Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa

37 Foto 2

Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa

38 Foto 3

Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa

39 Foto 4

Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar

40 Foto 5

Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo

41 Foto 6

Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua

42 Foto 7

Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

43

ANEXO 2

TABELAS DE INFECCcedilOtildeES

TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua

CATEGORIA INFECCcedilAtildeO

1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias

relacionada com a higiene) disenteria amebiana

balantidiacutease

enterite campylobacteriana

coacutelera

diarreacuteia por escherichia coli

giardiacutease

diarreacuteia por rotaviacuterus

salmonelose

disenteria bacilar

Febres enteacutericas

febre tifoacuteide

febre paratifoacuteide

Poliomielites

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease

2 Relacionada com a higiene

a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele

Doenccedilas infecciosas dos olhos

b) Outras Tifo transmitida por pulgas

Febre recorrente transmitida por pulgas

3 Baseada na aacutegua

a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose

b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e

Outras infecccedilotildees por helmintos

4 Transmissatildeo por inseto vetor

a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono

b) Procriam na aacutegua Malaacuteria

Arboviroses

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose

FONTE HELLER 1997

44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997

Page 21: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · destacar, a transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste

21

3- GERENCIAMENTO SUSTENTAVEacuteL DOS

RECURSOS HIacuteDRICOS

A demanda de aacutegua para abastecimento puacuteblico e demais atividades

antroacutepicas incrementada pelo crescimento demograacutefico registrado na praia da

Gamboa na uacuteltima deacutecada tem contribuiacutedo fortemente para a degradaccedilatildeo das

reservas hiacutedricas subterracircneas Aliada ainda ao descarte de efluentes e

resiacuteduos das atividades urbanas esta questatildeo ressalta a necessidade do

conhecimento de seu significado com vistas agrave minimizaccedilatildeo e controle de

impactos e reserva de condiccedilotildees baacutesicas que assegurem a preservaccedilatildeo dos

recursos hiacutedricos para geraccedilotildees futuras Desta forma torna-se necessaacuterio a

implantaccedilatildeo de medidas que visem uma gestatildeo ambientalmente sustentaacutevel da

qualidade e da quantidade dos recursos hiacutedricos assim todos os usos da aacutegua

requerem que a sua qualidade estejam dentro dos limites preacute-determinados

para os usos especiacuteficos portando o binocircmio quantidadequalidade eacute

indissociaacutevel

O gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos na praia da Gamboa

fundamenta-se nos quatros princiacutepios baacutesicos recomendados e enunciados

pela Declaraccedilatildeo de Dublin por ocasiatildeo da Conferecircncia Internacional sobre

Aacutegua e Meio Ambiente em 1992 e posteriormente ratificados e inseridos na

Agenda 21-Eco 92 Os princiacutepios enumeram-se em 1-A aacutegua doce eacute um

recurso finito e vulneraacutevel essencial para a sustentaccedilatildeo da vida do

desenvolvimento e do meio ambiente 2-O desenvolvimento e a gestatildeo

integrada de recursos hiacutedricos devem ser participativos envolvendo usuaacuterios

planejadores e tomadores de decisotildees poliacuteticos em todos os niacuteveis 3-As

mulheres desempenham papel principal no abastecimento domeacutestico na

gestatildeo e na proteccedilatildeo da aacutegua e 4-A aacutegua tem um valor econocircmico em todos

os seus usos competitivos e deve ser reconhecida como um bem econocircmico

assim como um bem social

Considerando tais princiacutepios a implantaccedilatildeo da Gestatildeo dos Recursos

Hiacutedricos na Praia da Gamboa contaraacute com uma accedilatildeo e intervenccedilatildeo articuladas

entre o Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo a

22 implementaccedilatildeo de um Saneamento Ambiental5 e o estimulo ao uso de

tecnologia limpa na construccedilatildeo civil e na elaboraccedilatildeo de casas com um sistema

integrado de reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais

31-Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a

Vidardquo

O Projeto de Educaccedilatildeo6 Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

apresenta como foco central a promoccedilatildeo e a reflexatildeo da comunidade escolar e

de suas adjacecircncias sobre os problemas ambientais e a busca de soluccedilotildees

Estimulando e preparando os alunos para serem agentes transformadores

desenvolvendo novas habilidades e condutas ambientalmente corretas atraveacutes

de uma postura eacutetica condizentes ao exerciacutecio da cidadania

A escola foi o local escolhido para realizaccedilatildeo do projeto devido a

considerarmos como espaccedilo social e o local onde o aluno daraacute sequumlecircncia ao

seu processo de socializaccedilatildeo O que nela se faz se diz e se valoriza

representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova

Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na praacutetica

no cotidiano da vida escolar e da vida comunitaacuteria contribuindo para a

formaccedilatildeo de cidadatildeos responsaacuteveis

O projeto abordaraacute a problemaacutetica sobre a escassez da aacutegua e o seu

uso racional a niacutevel escolar e domeacutestico a fim de evitar desperdiacutecios e

promover uma nova forma de pensar e agir mudando seus haacutebitos e

desenvolvendo formas de economizar aacutegua

5Eacute o conjunto de accedilotildees socioeconocircmicas que tem por objetivo alcanccedilar Salubridade Ambiental por meio de abastecimento de aacutegua potaacutevel coleta e disposiccedilatildeo sanitaacuteria de resiacuteduos soacutelidos liacutequidos e gasosos promoccedilatildeo da disciplina sanitaacuteria de uso do solo drenagem urbana controle de doenccedilas transmissiacuteveis e demais serviccedilos e obras especializadas com a finalidade de proteger e melhorar as condiccedilotildees de vida urbana e rural 6 ART1ordm Entende-se por educaccedilatildeo ambiental os processos por meio dos quais o indiviacuteduo e a coletividade constroem valores sociais conhecimentos e habilidades atitudes e competecircncias voltadas para a conservaccedilatildeo do meio ambiente bem de uso comum do povo agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade

23 Objetivos

Objetivo Geral

Contribuir na formaccedilatildeo da conscientizaccedilatildeo da comunidade escolar da

Escola Estadual Paulo Scofano (Municipalizada) localizada na Praia da

Gamboa - no uso racional da aacutegua e desenvolver saberes e competecircncias que

propiciem mudanccedilas de haacutebitos e atitudes que natildeo satildeo condizentes com a

sustentabilidade dos Recursos Hiacutedricos e Ambientais

Objetivos Especiacuteficos

1- Identifica problemas e soluccedilotildees voltadas para a questatildeo do consumo

consciente dos recursos hiacutedricos

2- Incentivar o uso de tecnologias limpas na construccedilatildeo civil e de

reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais

3- Estimular praacuteticas adequadas de Saneamento Ambiental e de haacutebitos

de higiene pessoal

4- Desenvolver oficinas de horta comunitaacuteria com a praacutetica de adubaccedilatildeo

orgacircnica (desenvolvimento sustentaacutevel)

5- Buscar parcerias para a execuccedilatildeo do projeto

6- Integrar as accedilotildees do projeto de Educaccedilatildeo Ambiental agraves propostas

pedagoacutegicas da escola

Justificativa

O presente projeto apresenta relevacircncia devido agrave problemaacutetica da

escassez da aacutegua doce na atualidade recurso natura indispensaacutevel para

todas as formas de vida O desperdiacutecio e uso indisciplinado dos recursos

hiacutedricos promovem a contaminaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo do solo de mananciais e de

aquumliacuteferos implicando na geraccedilatildeo de problemas soacutecio-econocircmico-ambientais a

curto meacutedio e longo prazo Desta forma uma das alternativas viaacuteveis e de

baixo custo para a minimizaccedilatildeo ou mesmo soluccedilatildeo do problema eacute uma

profunda reflexatildeo e alteraccedilatildeo eacutetica-comportamental da populaccedilatildeo que por sua

vez poderaacute pressionar atraveacutes do conhecimento adquiridos pelo projeto o

24 governo a fim de exigir seus direitos e exercer seus deveres no que tange agrave

formulaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas referentes agrave utilizaccedilatildeo de recursos

naturais

Na ultima deacutecada a demanda pela a aacutegua cresceu significamente na

Praia da Gamboa devido ao crescimento demograacutefico da regiatildeo Assim torna-

se necessaacuterio uma Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos locais e de acordo com a

Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash ART 1ordm - VI-a gestatildeo dos recursos

hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder

Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Assim a implementaccedilatildeo do Projeto

de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo constitui uma

complementaccedilatildeo ao mecanismo de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos

que seratildeo implementados na Praia da Gamboa

Metas

1- Realizar palestras sobre Educaccedilatildeo Ambiental e o uso racional da aacutegua

para a comunidade escolar e para as famiacutelias dos alunos

2- Trabalhar o conceito dos 3Rs (Reduzir Reutilizar e Reciclar)

3- Realizar um diagnoacutestico soacutecio-ambiental da Praia da Gamboa

4- Avaliar a aacutegua da escola com a ajuda dos professores do niacutevel

fundamental ndash ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) e de suas respectivas turmas

5- Promover workshop sobre consumo consciente e reutilizaccedilatildeo das

aacuteguas pluviais

6- Criar a horta comunitaacuteria nas adjacecircncias da escola com a ajuda da

comunidade da Praia da Gamboa

7- Visita aos mananciais de abastecimento da Praia da Gamboa

8- Desenvolver indicadores ambientais de anaacutelise dos recursos hiacutedricos

utilizando peixes como bio-indicadores da qualidade e vitalidade dos

rios e mananciais demonstrando sua importacircncia no equiliacutebrio do

ecossistema aquaacutetico

9- Avaliaccedilatildeo anual do programa

25 Puacuteblico alvo

O Projeto ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo apresenta como puacuteblico

alvo os alunos do Ensino Fundamental ndash Ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) da Escola

Estadual Paulo Scofano (municipalizada) e a comunidade da Praia da

Gamboa que se identifica com a proposta do projeto

Cronograma das atividades 2009

Atividades

meses

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12

Realizaccedilatildeo de

palestras de EA

- - X

Trabalhar o 3Rs X

Visita aos

mananciais

X

Realizaccedilatildeo do

Workshop

X

Criaccedilatildeo da Horta

comunitaacuteria

X X X

Avaliaccedilatildeo da aacutegua

da escola

X X

Realizaccedilatildeo do

diagnoacutestico soacutecio-

ambiental

X X

Criaccedilatildeo dos

indicadores

ambientais

X X

26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS

O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da

Praia da Gamboa

Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado

pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento

sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se

expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos

cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos

a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que

desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo

Infelizmente estamos muito longe disso

A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona

intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico

tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo

de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade

de chuva aiacute eacute muito grande

321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente

Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as

companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os

domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o

acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro

Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de

baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela

seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta

a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de

filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos

caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou

27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o

telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna

Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas

somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo

atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior

Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento

drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -

seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la

sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e

importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais

Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta

uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de

meacutetodos modernos de filtragem e estocagem

322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais

Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais

e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais

racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da

Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa

privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior

escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel

A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e

seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as

enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua

Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de

aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por

estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a

energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla

28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos

os produtos que economizem aacutegua

A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver

ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o

quanto antes

Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da

Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a

uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua

potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais

A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais

1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de

calhas

2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior

3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio

superior

4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias

sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc

29

Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de

Aacuteguas Pluviais

GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais

30

33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO

Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais

decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da

Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de

extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com

frequumlecircncia na regiatildeo

Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um

processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo

mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo

constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se

caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)

Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos

e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras

vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e

funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo

As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa

anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)

Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de

sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo

permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes

resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo

Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50

sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de

lagoas

Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees

estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de

uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de

volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias

vezes a taxa de produccedilatildeo

A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo

fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute

31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que

as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica

A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de

reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa

regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa

A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A

profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo

de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da

lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor

A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial

Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as

aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas

O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e

constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs

zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa

O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante

este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que

iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria

orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o

lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute

a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas

dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa

liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa

(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute

fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela

fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para

isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas

devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo

solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de

oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e

consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e

32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo

praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas

Fotossiacutentese

CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2

Respiraccedilatildeo

Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia

A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de

oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a

noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua

ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute

denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre

por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia

quando na presenccedila de oxigecircnio

As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de

oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de

sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que

a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90

de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste

no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades

das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com

volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de

detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias

Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de

organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas

apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com

o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente

Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo

natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse

fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua

33

CONCLUSAtildeO

O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem

desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de

efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais

devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais

ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e

natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas

e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente

Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e

democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio

e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a

participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da

populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo

concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo

essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade

dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos

deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com

sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento

Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo

ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e

uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de

habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que

praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal

Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor

gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma

Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa

7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico

34

BIBLIOGRAFIA

LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997

35

WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009

36

ANEXOS

ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1

Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa

37 Foto 2

Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa

38 Foto 3

Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa

39 Foto 4

Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar

40 Foto 5

Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo

41 Foto 6

Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua

42 Foto 7

Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

43

ANEXO 2

TABELAS DE INFECCcedilOtildeES

TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua

CATEGORIA INFECCcedilAtildeO

1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias

relacionada com a higiene) disenteria amebiana

balantidiacutease

enterite campylobacteriana

coacutelera

diarreacuteia por escherichia coli

giardiacutease

diarreacuteia por rotaviacuterus

salmonelose

disenteria bacilar

Febres enteacutericas

febre tifoacuteide

febre paratifoacuteide

Poliomielites

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease

2 Relacionada com a higiene

a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele

Doenccedilas infecciosas dos olhos

b) Outras Tifo transmitida por pulgas

Febre recorrente transmitida por pulgas

3 Baseada na aacutegua

a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose

b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e

Outras infecccedilotildees por helmintos

4 Transmissatildeo por inseto vetor

a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono

b) Procriam na aacutegua Malaacuteria

Arboviroses

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose

FONTE HELLER 1997

44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997

Page 22: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · destacar, a transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste

22 implementaccedilatildeo de um Saneamento Ambiental5 e o estimulo ao uso de

tecnologia limpa na construccedilatildeo civil e na elaboraccedilatildeo de casas com um sistema

integrado de reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais

31-Projeto de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a

Vidardquo

O Projeto de Educaccedilatildeo6 Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

apresenta como foco central a promoccedilatildeo e a reflexatildeo da comunidade escolar e

de suas adjacecircncias sobre os problemas ambientais e a busca de soluccedilotildees

Estimulando e preparando os alunos para serem agentes transformadores

desenvolvendo novas habilidades e condutas ambientalmente corretas atraveacutes

de uma postura eacutetica condizentes ao exerciacutecio da cidadania

A escola foi o local escolhido para realizaccedilatildeo do projeto devido a

considerarmos como espaccedilo social e o local onde o aluno daraacute sequumlecircncia ao

seu processo de socializaccedilatildeo O que nela se faz se diz e se valoriza

representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova

Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na praacutetica

no cotidiano da vida escolar e da vida comunitaacuteria contribuindo para a

formaccedilatildeo de cidadatildeos responsaacuteveis

O projeto abordaraacute a problemaacutetica sobre a escassez da aacutegua e o seu

uso racional a niacutevel escolar e domeacutestico a fim de evitar desperdiacutecios e

promover uma nova forma de pensar e agir mudando seus haacutebitos e

desenvolvendo formas de economizar aacutegua

5Eacute o conjunto de accedilotildees socioeconocircmicas que tem por objetivo alcanccedilar Salubridade Ambiental por meio de abastecimento de aacutegua potaacutevel coleta e disposiccedilatildeo sanitaacuteria de resiacuteduos soacutelidos liacutequidos e gasosos promoccedilatildeo da disciplina sanitaacuteria de uso do solo drenagem urbana controle de doenccedilas transmissiacuteveis e demais serviccedilos e obras especializadas com a finalidade de proteger e melhorar as condiccedilotildees de vida urbana e rural 6 ART1ordm Entende-se por educaccedilatildeo ambiental os processos por meio dos quais o indiviacuteduo e a coletividade constroem valores sociais conhecimentos e habilidades atitudes e competecircncias voltadas para a conservaccedilatildeo do meio ambiente bem de uso comum do povo agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade

23 Objetivos

Objetivo Geral

Contribuir na formaccedilatildeo da conscientizaccedilatildeo da comunidade escolar da

Escola Estadual Paulo Scofano (Municipalizada) localizada na Praia da

Gamboa - no uso racional da aacutegua e desenvolver saberes e competecircncias que

propiciem mudanccedilas de haacutebitos e atitudes que natildeo satildeo condizentes com a

sustentabilidade dos Recursos Hiacutedricos e Ambientais

Objetivos Especiacuteficos

1- Identifica problemas e soluccedilotildees voltadas para a questatildeo do consumo

consciente dos recursos hiacutedricos

2- Incentivar o uso de tecnologias limpas na construccedilatildeo civil e de

reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais

3- Estimular praacuteticas adequadas de Saneamento Ambiental e de haacutebitos

de higiene pessoal

4- Desenvolver oficinas de horta comunitaacuteria com a praacutetica de adubaccedilatildeo

orgacircnica (desenvolvimento sustentaacutevel)

5- Buscar parcerias para a execuccedilatildeo do projeto

6- Integrar as accedilotildees do projeto de Educaccedilatildeo Ambiental agraves propostas

pedagoacutegicas da escola

Justificativa

O presente projeto apresenta relevacircncia devido agrave problemaacutetica da

escassez da aacutegua doce na atualidade recurso natura indispensaacutevel para

todas as formas de vida O desperdiacutecio e uso indisciplinado dos recursos

hiacutedricos promovem a contaminaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo do solo de mananciais e de

aquumliacuteferos implicando na geraccedilatildeo de problemas soacutecio-econocircmico-ambientais a

curto meacutedio e longo prazo Desta forma uma das alternativas viaacuteveis e de

baixo custo para a minimizaccedilatildeo ou mesmo soluccedilatildeo do problema eacute uma

profunda reflexatildeo e alteraccedilatildeo eacutetica-comportamental da populaccedilatildeo que por sua

vez poderaacute pressionar atraveacutes do conhecimento adquiridos pelo projeto o

24 governo a fim de exigir seus direitos e exercer seus deveres no que tange agrave

formulaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas referentes agrave utilizaccedilatildeo de recursos

naturais

Na ultima deacutecada a demanda pela a aacutegua cresceu significamente na

Praia da Gamboa devido ao crescimento demograacutefico da regiatildeo Assim torna-

se necessaacuterio uma Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos locais e de acordo com a

Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash ART 1ordm - VI-a gestatildeo dos recursos

hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder

Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Assim a implementaccedilatildeo do Projeto

de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo constitui uma

complementaccedilatildeo ao mecanismo de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos

que seratildeo implementados na Praia da Gamboa

Metas

1- Realizar palestras sobre Educaccedilatildeo Ambiental e o uso racional da aacutegua

para a comunidade escolar e para as famiacutelias dos alunos

2- Trabalhar o conceito dos 3Rs (Reduzir Reutilizar e Reciclar)

3- Realizar um diagnoacutestico soacutecio-ambiental da Praia da Gamboa

4- Avaliar a aacutegua da escola com a ajuda dos professores do niacutevel

fundamental ndash ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) e de suas respectivas turmas

5- Promover workshop sobre consumo consciente e reutilizaccedilatildeo das

aacuteguas pluviais

6- Criar a horta comunitaacuteria nas adjacecircncias da escola com a ajuda da

comunidade da Praia da Gamboa

7- Visita aos mananciais de abastecimento da Praia da Gamboa

8- Desenvolver indicadores ambientais de anaacutelise dos recursos hiacutedricos

utilizando peixes como bio-indicadores da qualidade e vitalidade dos

rios e mananciais demonstrando sua importacircncia no equiliacutebrio do

ecossistema aquaacutetico

9- Avaliaccedilatildeo anual do programa

25 Puacuteblico alvo

O Projeto ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo apresenta como puacuteblico

alvo os alunos do Ensino Fundamental ndash Ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) da Escola

Estadual Paulo Scofano (municipalizada) e a comunidade da Praia da

Gamboa que se identifica com a proposta do projeto

Cronograma das atividades 2009

Atividades

meses

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12

Realizaccedilatildeo de

palestras de EA

- - X

Trabalhar o 3Rs X

Visita aos

mananciais

X

Realizaccedilatildeo do

Workshop

X

Criaccedilatildeo da Horta

comunitaacuteria

X X X

Avaliaccedilatildeo da aacutegua

da escola

X X

Realizaccedilatildeo do

diagnoacutestico soacutecio-

ambiental

X X

Criaccedilatildeo dos

indicadores

ambientais

X X

26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS

O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da

Praia da Gamboa

Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado

pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento

sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se

expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos

cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos

a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que

desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo

Infelizmente estamos muito longe disso

A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona

intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico

tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo

de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade

de chuva aiacute eacute muito grande

321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente

Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as

companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os

domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o

acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro

Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de

baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela

seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta

a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de

filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos

caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou

27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o

telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna

Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas

somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo

atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior

Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento

drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -

seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la

sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e

importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais

Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta

uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de

meacutetodos modernos de filtragem e estocagem

322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais

Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais

e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais

racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da

Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa

privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior

escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel

A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e

seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as

enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua

Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de

aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por

estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a

energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla

28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos

os produtos que economizem aacutegua

A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver

ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o

quanto antes

Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da

Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a

uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua

potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais

A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais

1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de

calhas

2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior

3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio

superior

4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias

sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc

29

Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de

Aacuteguas Pluviais

GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais

30

33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO

Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais

decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da

Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de

extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com

frequumlecircncia na regiatildeo

Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um

processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo

mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo

constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se

caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)

Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos

e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras

vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e

funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo

As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa

anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)

Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de

sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo

permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes

resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo

Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50

sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de

lagoas

Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees

estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de

uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de

volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias

vezes a taxa de produccedilatildeo

A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo

fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute

31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que

as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica

A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de

reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa

regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa

A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A

profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo

de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da

lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor

A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial

Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as

aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas

O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e

constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs

zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa

O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante

este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que

iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria

orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o

lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute

a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas

dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa

liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa

(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute

fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela

fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para

isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas

devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo

solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de

oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e

consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e

32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo

praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas

Fotossiacutentese

CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2

Respiraccedilatildeo

Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia

A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de

oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a

noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua

ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute

denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre

por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia

quando na presenccedila de oxigecircnio

As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de

oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de

sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que

a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90

de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste

no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades

das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com

volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de

detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias

Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de

organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas

apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com

o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente

Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo

natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse

fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua

33

CONCLUSAtildeO

O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem

desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de

efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais

devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais

ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e

natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas

e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente

Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e

democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio

e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a

participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da

populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo

concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo

essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade

dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos

deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com

sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento

Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo

ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e

uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de

habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que

praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal

Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor

gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma

Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa

7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico

34

BIBLIOGRAFIA

LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997

35

WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009

36

ANEXOS

ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1

Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa

37 Foto 2

Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa

38 Foto 3

Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa

39 Foto 4

Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar

40 Foto 5

Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo

41 Foto 6

Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua

42 Foto 7

Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

43

ANEXO 2

TABELAS DE INFECCcedilOtildeES

TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua

CATEGORIA INFECCcedilAtildeO

1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias

relacionada com a higiene) disenteria amebiana

balantidiacutease

enterite campylobacteriana

coacutelera

diarreacuteia por escherichia coli

giardiacutease

diarreacuteia por rotaviacuterus

salmonelose

disenteria bacilar

Febres enteacutericas

febre tifoacuteide

febre paratifoacuteide

Poliomielites

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease

2 Relacionada com a higiene

a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele

Doenccedilas infecciosas dos olhos

b) Outras Tifo transmitida por pulgas

Febre recorrente transmitida por pulgas

3 Baseada na aacutegua

a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose

b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e

Outras infecccedilotildees por helmintos

4 Transmissatildeo por inseto vetor

a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono

b) Procriam na aacutegua Malaacuteria

Arboviroses

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose

FONTE HELLER 1997

44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997

Page 23: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · destacar, a transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste

23 Objetivos

Objetivo Geral

Contribuir na formaccedilatildeo da conscientizaccedilatildeo da comunidade escolar da

Escola Estadual Paulo Scofano (Municipalizada) localizada na Praia da

Gamboa - no uso racional da aacutegua e desenvolver saberes e competecircncias que

propiciem mudanccedilas de haacutebitos e atitudes que natildeo satildeo condizentes com a

sustentabilidade dos Recursos Hiacutedricos e Ambientais

Objetivos Especiacuteficos

1- Identifica problemas e soluccedilotildees voltadas para a questatildeo do consumo

consciente dos recursos hiacutedricos

2- Incentivar o uso de tecnologias limpas na construccedilatildeo civil e de

reutilizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais

3- Estimular praacuteticas adequadas de Saneamento Ambiental e de haacutebitos

de higiene pessoal

4- Desenvolver oficinas de horta comunitaacuteria com a praacutetica de adubaccedilatildeo

orgacircnica (desenvolvimento sustentaacutevel)

5- Buscar parcerias para a execuccedilatildeo do projeto

6- Integrar as accedilotildees do projeto de Educaccedilatildeo Ambiental agraves propostas

pedagoacutegicas da escola

Justificativa

O presente projeto apresenta relevacircncia devido agrave problemaacutetica da

escassez da aacutegua doce na atualidade recurso natura indispensaacutevel para

todas as formas de vida O desperdiacutecio e uso indisciplinado dos recursos

hiacutedricos promovem a contaminaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo do solo de mananciais e de

aquumliacuteferos implicando na geraccedilatildeo de problemas soacutecio-econocircmico-ambientais a

curto meacutedio e longo prazo Desta forma uma das alternativas viaacuteveis e de

baixo custo para a minimizaccedilatildeo ou mesmo soluccedilatildeo do problema eacute uma

profunda reflexatildeo e alteraccedilatildeo eacutetica-comportamental da populaccedilatildeo que por sua

vez poderaacute pressionar atraveacutes do conhecimento adquiridos pelo projeto o

24 governo a fim de exigir seus direitos e exercer seus deveres no que tange agrave

formulaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas referentes agrave utilizaccedilatildeo de recursos

naturais

Na ultima deacutecada a demanda pela a aacutegua cresceu significamente na

Praia da Gamboa devido ao crescimento demograacutefico da regiatildeo Assim torna-

se necessaacuterio uma Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos locais e de acordo com a

Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash ART 1ordm - VI-a gestatildeo dos recursos

hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder

Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Assim a implementaccedilatildeo do Projeto

de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo constitui uma

complementaccedilatildeo ao mecanismo de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos

que seratildeo implementados na Praia da Gamboa

Metas

1- Realizar palestras sobre Educaccedilatildeo Ambiental e o uso racional da aacutegua

para a comunidade escolar e para as famiacutelias dos alunos

2- Trabalhar o conceito dos 3Rs (Reduzir Reutilizar e Reciclar)

3- Realizar um diagnoacutestico soacutecio-ambiental da Praia da Gamboa

4- Avaliar a aacutegua da escola com a ajuda dos professores do niacutevel

fundamental ndash ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) e de suas respectivas turmas

5- Promover workshop sobre consumo consciente e reutilizaccedilatildeo das

aacuteguas pluviais

6- Criar a horta comunitaacuteria nas adjacecircncias da escola com a ajuda da

comunidade da Praia da Gamboa

7- Visita aos mananciais de abastecimento da Praia da Gamboa

8- Desenvolver indicadores ambientais de anaacutelise dos recursos hiacutedricos

utilizando peixes como bio-indicadores da qualidade e vitalidade dos

rios e mananciais demonstrando sua importacircncia no equiliacutebrio do

ecossistema aquaacutetico

9- Avaliaccedilatildeo anual do programa

25 Puacuteblico alvo

O Projeto ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo apresenta como puacuteblico

alvo os alunos do Ensino Fundamental ndash Ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) da Escola

Estadual Paulo Scofano (municipalizada) e a comunidade da Praia da

Gamboa que se identifica com a proposta do projeto

Cronograma das atividades 2009

Atividades

meses

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12

Realizaccedilatildeo de

palestras de EA

- - X

Trabalhar o 3Rs X

Visita aos

mananciais

X

Realizaccedilatildeo do

Workshop

X

Criaccedilatildeo da Horta

comunitaacuteria

X X X

Avaliaccedilatildeo da aacutegua

da escola

X X

Realizaccedilatildeo do

diagnoacutestico soacutecio-

ambiental

X X

Criaccedilatildeo dos

indicadores

ambientais

X X

26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS

O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da

Praia da Gamboa

Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado

pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento

sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se

expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos

cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos

a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que

desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo

Infelizmente estamos muito longe disso

A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona

intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico

tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo

de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade

de chuva aiacute eacute muito grande

321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente

Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as

companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os

domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o

acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro

Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de

baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela

seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta

a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de

filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos

caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou

27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o

telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna

Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas

somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo

atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior

Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento

drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -

seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la

sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e

importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais

Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta

uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de

meacutetodos modernos de filtragem e estocagem

322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais

Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais

e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais

racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da

Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa

privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior

escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel

A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e

seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as

enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua

Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de

aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por

estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a

energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla

28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos

os produtos que economizem aacutegua

A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver

ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o

quanto antes

Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da

Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a

uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua

potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais

A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais

1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de

calhas

2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior

3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio

superior

4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias

sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc

29

Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de

Aacuteguas Pluviais

GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais

30

33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO

Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais

decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da

Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de

extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com

frequumlecircncia na regiatildeo

Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um

processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo

mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo

constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se

caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)

Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos

e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras

vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e

funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo

As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa

anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)

Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de

sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo

permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes

resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo

Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50

sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de

lagoas

Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees

estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de

uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de

volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias

vezes a taxa de produccedilatildeo

A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo

fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute

31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que

as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica

A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de

reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa

regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa

A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A

profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo

de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da

lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor

A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial

Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as

aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas

O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e

constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs

zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa

O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante

este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que

iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria

orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o

lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute

a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas

dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa

liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa

(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute

fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela

fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para

isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas

devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo

solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de

oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e

consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e

32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo

praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas

Fotossiacutentese

CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2

Respiraccedilatildeo

Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia

A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de

oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a

noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua

ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute

denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre

por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia

quando na presenccedila de oxigecircnio

As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de

oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de

sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que

a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90

de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste

no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades

das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com

volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de

detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias

Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de

organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas

apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com

o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente

Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo

natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse

fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua

33

CONCLUSAtildeO

O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem

desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de

efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais

devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais

ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e

natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas

e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente

Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e

democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio

e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a

participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da

populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo

concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo

essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade

dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos

deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com

sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento

Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo

ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e

uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de

habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que

praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal

Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor

gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma

Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa

7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico

34

BIBLIOGRAFIA

LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997

35

WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009

36

ANEXOS

ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1

Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa

37 Foto 2

Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa

38 Foto 3

Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa

39 Foto 4

Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar

40 Foto 5

Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo

41 Foto 6

Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua

42 Foto 7

Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

43

ANEXO 2

TABELAS DE INFECCcedilOtildeES

TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua

CATEGORIA INFECCcedilAtildeO

1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias

relacionada com a higiene) disenteria amebiana

balantidiacutease

enterite campylobacteriana

coacutelera

diarreacuteia por escherichia coli

giardiacutease

diarreacuteia por rotaviacuterus

salmonelose

disenteria bacilar

Febres enteacutericas

febre tifoacuteide

febre paratifoacuteide

Poliomielites

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease

2 Relacionada com a higiene

a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele

Doenccedilas infecciosas dos olhos

b) Outras Tifo transmitida por pulgas

Febre recorrente transmitida por pulgas

3 Baseada na aacutegua

a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose

b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e

Outras infecccedilotildees por helmintos

4 Transmissatildeo por inseto vetor

a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono

b) Procriam na aacutegua Malaacuteria

Arboviroses

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose

FONTE HELLER 1997

44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997

Page 24: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · destacar, a transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste

24 governo a fim de exigir seus direitos e exercer seus deveres no que tange agrave

formulaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas referentes agrave utilizaccedilatildeo de recursos

naturais

Na ultima deacutecada a demanda pela a aacutegua cresceu significamente na

Praia da Gamboa devido ao crescimento demograacutefico da regiatildeo Assim torna-

se necessaacuterio uma Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos locais e de acordo com a

Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash ART 1ordm - VI-a gestatildeo dos recursos

hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder

Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Assim a implementaccedilatildeo do Projeto

de Educaccedilatildeo Ambiental ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo constitui uma

complementaccedilatildeo ao mecanismo de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos

que seratildeo implementados na Praia da Gamboa

Metas

1- Realizar palestras sobre Educaccedilatildeo Ambiental e o uso racional da aacutegua

para a comunidade escolar e para as famiacutelias dos alunos

2- Trabalhar o conceito dos 3Rs (Reduzir Reutilizar e Reciclar)

3- Realizar um diagnoacutestico soacutecio-ambiental da Praia da Gamboa

4- Avaliar a aacutegua da escola com a ajuda dos professores do niacutevel

fundamental ndash ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) e de suas respectivas turmas

5- Promover workshop sobre consumo consciente e reutilizaccedilatildeo das

aacuteguas pluviais

6- Criar a horta comunitaacuteria nas adjacecircncias da escola com a ajuda da

comunidade da Praia da Gamboa

7- Visita aos mananciais de abastecimento da Praia da Gamboa

8- Desenvolver indicadores ambientais de anaacutelise dos recursos hiacutedricos

utilizando peixes como bio-indicadores da qualidade e vitalidade dos

rios e mananciais demonstrando sua importacircncia no equiliacutebrio do

ecossistema aquaacutetico

9- Avaliaccedilatildeo anual do programa

25 Puacuteblico alvo

O Projeto ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo apresenta como puacuteblico

alvo os alunos do Ensino Fundamental ndash Ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) da Escola

Estadual Paulo Scofano (municipalizada) e a comunidade da Praia da

Gamboa que se identifica com a proposta do projeto

Cronograma das atividades 2009

Atividades

meses

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12

Realizaccedilatildeo de

palestras de EA

- - X

Trabalhar o 3Rs X

Visita aos

mananciais

X

Realizaccedilatildeo do

Workshop

X

Criaccedilatildeo da Horta

comunitaacuteria

X X X

Avaliaccedilatildeo da aacutegua

da escola

X X

Realizaccedilatildeo do

diagnoacutestico soacutecio-

ambiental

X X

Criaccedilatildeo dos

indicadores

ambientais

X X

26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS

O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da

Praia da Gamboa

Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado

pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento

sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se

expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos

cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos

a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que

desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo

Infelizmente estamos muito longe disso

A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona

intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico

tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo

de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade

de chuva aiacute eacute muito grande

321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente

Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as

companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os

domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o

acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro

Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de

baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela

seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta

a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de

filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos

caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou

27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o

telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna

Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas

somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo

atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior

Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento

drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -

seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la

sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e

importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais

Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta

uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de

meacutetodos modernos de filtragem e estocagem

322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais

Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais

e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais

racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da

Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa

privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior

escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel

A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e

seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as

enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua

Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de

aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por

estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a

energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla

28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos

os produtos que economizem aacutegua

A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver

ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o

quanto antes

Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da

Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a

uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua

potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais

A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais

1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de

calhas

2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior

3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio

superior

4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias

sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc

29

Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de

Aacuteguas Pluviais

GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais

30

33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO

Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais

decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da

Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de

extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com

frequumlecircncia na regiatildeo

Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um

processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo

mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo

constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se

caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)

Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos

e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras

vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e

funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo

As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa

anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)

Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de

sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo

permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes

resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo

Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50

sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de

lagoas

Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees

estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de

uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de

volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias

vezes a taxa de produccedilatildeo

A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo

fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute

31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que

as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica

A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de

reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa

regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa

A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A

profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo

de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da

lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor

A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial

Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as

aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas

O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e

constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs

zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa

O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante

este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que

iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria

orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o

lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute

a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas

dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa

liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa

(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute

fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela

fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para

isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas

devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo

solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de

oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e

consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e

32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo

praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas

Fotossiacutentese

CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2

Respiraccedilatildeo

Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia

A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de

oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a

noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua

ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute

denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre

por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia

quando na presenccedila de oxigecircnio

As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de

oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de

sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que

a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90

de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste

no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades

das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com

volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de

detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias

Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de

organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas

apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com

o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente

Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo

natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse

fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua

33

CONCLUSAtildeO

O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem

desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de

efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais

devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais

ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e

natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas

e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente

Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e

democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio

e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a

participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da

populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo

concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo

essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade

dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos

deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com

sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento

Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo

ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e

uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de

habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que

praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal

Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor

gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma

Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa

7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico

34

BIBLIOGRAFIA

LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997

35

WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009

36

ANEXOS

ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1

Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa

37 Foto 2

Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa

38 Foto 3

Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa

39 Foto 4

Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar

40 Foto 5

Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo

41 Foto 6

Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua

42 Foto 7

Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

43

ANEXO 2

TABELAS DE INFECCcedilOtildeES

TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua

CATEGORIA INFECCcedilAtildeO

1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias

relacionada com a higiene) disenteria amebiana

balantidiacutease

enterite campylobacteriana

coacutelera

diarreacuteia por escherichia coli

giardiacutease

diarreacuteia por rotaviacuterus

salmonelose

disenteria bacilar

Febres enteacutericas

febre tifoacuteide

febre paratifoacuteide

Poliomielites

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease

2 Relacionada com a higiene

a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele

Doenccedilas infecciosas dos olhos

b) Outras Tifo transmitida por pulgas

Febre recorrente transmitida por pulgas

3 Baseada na aacutegua

a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose

b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e

Outras infecccedilotildees por helmintos

4 Transmissatildeo por inseto vetor

a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono

b) Procriam na aacutegua Malaacuteria

Arboviroses

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose

FONTE HELLER 1997

44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997

Page 25: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · destacar, a transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste

25 Puacuteblico alvo

O Projeto ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo apresenta como puacuteblico

alvo os alunos do Ensino Fundamental ndash Ciclo II (6ordm ao 9ordm ano) da Escola

Estadual Paulo Scofano (municipalizada) e a comunidade da Praia da

Gamboa que se identifica com a proposta do projeto

Cronograma das atividades 2009

Atividades

meses

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12

Realizaccedilatildeo de

palestras de EA

- - X

Trabalhar o 3Rs X

Visita aos

mananciais

X

Realizaccedilatildeo do

Workshop

X

Criaccedilatildeo da Horta

comunitaacuteria

X X X

Avaliaccedilatildeo da aacutegua

da escola

X X

Realizaccedilatildeo do

diagnoacutestico soacutecio-

ambiental

X X

Criaccedilatildeo dos

indicadores

ambientais

X X

26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS

O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da

Praia da Gamboa

Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado

pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento

sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se

expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos

cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos

a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que

desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo

Infelizmente estamos muito longe disso

A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona

intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico

tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo

de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade

de chuva aiacute eacute muito grande

321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente

Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as

companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os

domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o

acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro

Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de

baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela

seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta

a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de

filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos

caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou

27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o

telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna

Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas

somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo

atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior

Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento

drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -

seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la

sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e

importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais

Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta

uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de

meacutetodos modernos de filtragem e estocagem

322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais

Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais

e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais

racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da

Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa

privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior

escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel

A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e

seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as

enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua

Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de

aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por

estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a

energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla

28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos

os produtos que economizem aacutegua

A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver

ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o

quanto antes

Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da

Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a

uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua

potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais

A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais

1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de

calhas

2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior

3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio

superior

4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias

sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc

29

Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de

Aacuteguas Pluviais

GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais

30

33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO

Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais

decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da

Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de

extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com

frequumlecircncia na regiatildeo

Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um

processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo

mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo

constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se

caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)

Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos

e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras

vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e

funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo

As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa

anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)

Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de

sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo

permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes

resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo

Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50

sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de

lagoas

Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees

estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de

uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de

volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias

vezes a taxa de produccedilatildeo

A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo

fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute

31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que

as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica

A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de

reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa

regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa

A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A

profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo

de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da

lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor

A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial

Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as

aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas

O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e

constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs

zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa

O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante

este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que

iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria

orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o

lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute

a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas

dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa

liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa

(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute

fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela

fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para

isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas

devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo

solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de

oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e

consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e

32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo

praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas

Fotossiacutentese

CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2

Respiraccedilatildeo

Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia

A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de

oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a

noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua

ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute

denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre

por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia

quando na presenccedila de oxigecircnio

As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de

oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de

sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que

a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90

de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste

no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades

das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com

volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de

detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias

Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de

organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas

apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com

o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente

Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo

natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse

fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua

33

CONCLUSAtildeO

O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem

desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de

efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais

devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais

ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e

natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas

e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente

Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e

democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio

e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a

participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da

populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo

concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo

essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade

dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos

deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com

sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento

Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo

ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e

uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de

habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que

praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal

Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor

gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma

Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa

7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico

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BIBLIOGRAFIA

LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997

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WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009

36

ANEXOS

ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1

Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa

37 Foto 2

Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa

38 Foto 3

Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa

39 Foto 4

Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar

40 Foto 5

Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo

41 Foto 6

Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua

42 Foto 7

Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

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ANEXO 2

TABELAS DE INFECCcedilOtildeES

TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua

CATEGORIA INFECCcedilAtildeO

1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias

relacionada com a higiene) disenteria amebiana

balantidiacutease

enterite campylobacteriana

coacutelera

diarreacuteia por escherichia coli

giardiacutease

diarreacuteia por rotaviacuterus

salmonelose

disenteria bacilar

Febres enteacutericas

febre tifoacuteide

febre paratifoacuteide

Poliomielites

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease

2 Relacionada com a higiene

a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele

Doenccedilas infecciosas dos olhos

b) Outras Tifo transmitida por pulgas

Febre recorrente transmitida por pulgas

3 Baseada na aacutegua

a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose

b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e

Outras infecccedilotildees por helmintos

4 Transmissatildeo por inseto vetor

a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono

b) Procriam na aacutegua Malaacuteria

Arboviroses

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose

FONTE HELLER 1997

44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997

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26 32 REUTILIZACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS

O gerenciamento das aacuteguas da chuva eacute imprescindiacutevel para o futuro da

Praia da Gamboa

Torneira seca naquela comunidade eacute um problema constante causado

pelo crescente desprezo por parte do poder puacuteblico com o desenvolvimento

sustentaacutevel O desafio do qual depende a nossa sobrevivecircncia e pode se

expressado pela questatildeo ldquoComo a gente reaprende a tocar a parte que nos

cabe na sinfonia da natureza sem dissonacircnciasrdquo Nossa pretensatildeo de sermos

a espeacutecie mais evoluiacuteda soacute se justificaria na medida em que

desempenhaacutessemos bem o papel de guardiotildees e curadores da criaccedilatildeo

Infelizmente estamos muito longe disso

A Praia da Gamboa estaacute numa posiccedilatildeo geograacutefica situada na zona

intertropical com temperaturas meacutedias elevadas e regime pluviomeacutetrico

tambeacutem elevado resumindo clima quente e uacutemido favorecendo a implantaccedilatildeo

de poliacuteticas puacuteblicas voltadas agrave captaccedilatildeo da aacutegua da chuva pois a quantidade

de chuva aiacute eacute muito grande

321-Aacutegua de chuva - como ela estaacute sendo uacutetil atualmente

Aproveitar a aacutegua de chuva natildeo eacute uma invenccedilatildeo nova poreacutem com as

companhias de aacutegua e esgoto trazendo de forma mais cocircmoda ateacute os

domiciacutelios a aacutegua essa praacutetica se tornou menos utilizada Poreacutem atualmente o

acesso a aacutegua potaacutevel se tornou mais raro e por consequumlecircncia mais caro

Alguns domiciacutelios no Brasil satildeo servidos por sistemas hidraacuteulicos de

baixa pressatildeo e da tubulaccedilatildeo na rua a aacutegua vai para uma cisterna de onde ela

seraacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua no telhado Aonde atualmente se capta

a chuva esta aacutegua estaacute sendo transferida para a cisterna uacutenica O processo de

filtragem (se houver) se daacute na grande maioria das vezes com meacutetodos

caseiros como caixas de areia filtragem ldquofinardquo com telas contra mosquitos ou

27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o

telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna

Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas

somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo

atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior

Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento

drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -

seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la

sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e

importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais

Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta

uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de

meacutetodos modernos de filtragem e estocagem

322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais

Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais

e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais

racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da

Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa

privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior

escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel

A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e

seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as

enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua

Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de

aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por

estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a

energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla

28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos

os produtos que economizem aacutegua

A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver

ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o

quanto antes

Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da

Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a

uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua

potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais

A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais

1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de

calhas

2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior

3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio

superior

4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias

sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc

29

Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de

Aacuteguas Pluviais

GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais

30

33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO

Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais

decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da

Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de

extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com

frequumlecircncia na regiatildeo

Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um

processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo

mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo

constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se

caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)

Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos

e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras

vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e

funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo

As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa

anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)

Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de

sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo

permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes

resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo

Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50

sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de

lagoas

Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees

estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de

uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de

volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias

vezes a taxa de produccedilatildeo

A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo

fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute

31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que

as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica

A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de

reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa

regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa

A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A

profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo

de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da

lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor

A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial

Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as

aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas

O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e

constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs

zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa

O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante

este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que

iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria

orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o

lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute

a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas

dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa

liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa

(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute

fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela

fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para

isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas

devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo

solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de

oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e

consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e

32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo

praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas

Fotossiacutentese

CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2

Respiraccedilatildeo

Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia

A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de

oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a

noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua

ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute

denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre

por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia

quando na presenccedila de oxigecircnio

As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de

oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de

sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que

a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90

de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste

no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades

das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com

volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de

detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias

Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de

organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas

apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com

o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente

Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo

natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse

fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua

33

CONCLUSAtildeO

O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem

desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de

efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais

devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais

ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e

natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas

e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente

Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e

democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio

e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a

participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da

populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo

concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo

essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade

dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos

deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com

sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento

Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo

ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e

uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de

habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que

praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal

Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor

gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma

Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa

7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico

34

BIBLIOGRAFIA

LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997

35

WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009

36

ANEXOS

ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1

Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa

37 Foto 2

Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa

38 Foto 3

Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa

39 Foto 4

Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar

40 Foto 5

Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo

41 Foto 6

Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua

42 Foto 7

Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

43

ANEXO 2

TABELAS DE INFECCcedilOtildeES

TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua

CATEGORIA INFECCcedilAtildeO

1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias

relacionada com a higiene) disenteria amebiana

balantidiacutease

enterite campylobacteriana

coacutelera

diarreacuteia por escherichia coli

giardiacutease

diarreacuteia por rotaviacuterus

salmonelose

disenteria bacilar

Febres enteacutericas

febre tifoacuteide

febre paratifoacuteide

Poliomielites

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease

2 Relacionada com a higiene

a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele

Doenccedilas infecciosas dos olhos

b) Outras Tifo transmitida por pulgas

Febre recorrente transmitida por pulgas

3 Baseada na aacutegua

a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose

b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e

Outras infecccedilotildees por helmintos

4 Transmissatildeo por inseto vetor

a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono

b) Procriam na aacutegua Malaacuteria

Arboviroses

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose

FONTE HELLER 1997

44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997

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27 panos Muitas vezes se espera tambeacutem a ldquoprimeira passagemrdquo que lava o

telhado para entatildeo desviar a chuva para a cisterna

Estas formas de aproveitamento da chuva satildeo geralmente usadas

somente quando natildeo haacute possibilidade de cavar poccedilos artesianos ou estes natildeo

atendem integralmente a demanda ou fornecem aacutegua de qualidade inferior

Na verdade eacute possiacutevel e altamente desejaacutevel que o aproveitamento

drsquoaacutegua de chuva - e isto eacute ainda mais verdadeiro para as grandes cidades -

seja integrado ao abastecimento drsquoaacutegua potaacutevel no sentido de substituiacute-la

sempre que possiacutevel tornando-se assim uma contribuiccedilatildeo descentralizada e

importantiacutessima para a retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais

Certamente nisso eacute imperioso um tratamento destas aacuteguas que garanta

uma qualidade compatiacutevel com os usos pretendidos ou seja precisa-se de

meacutetodos modernos de filtragem e estocagem

322 Gerenciamento integrado das aacuteguas pluviais

Os esforccedilos de algumas ONGs sobretudo de agecircncias governamentais

e das companhias de aacutegua e esgoto no sentido de fomentar o uso mais

racional da ldquocommodityrdquo Aacutegua (com o apoio duma legislaccedilatildeo moderna e da

Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA) precisam ser respaldados pela iniciativa

privada oferecendo produtos e sistemas para permitir que se passe em maior

escala da teoria para a praacutetica sustentaacutevel

A aacutegua de chuva eacute na maioria das regiotildees disponiacutevel sua retenccedilatildeo e

seu aproveitamento concorrem para reduzir outros problemas como as

enchentes nas cidades e a ameaccedila de conflitos sociais pela Aacutegua

Aleacutem disso seria gradativamente facilitada a tarefa das companhias de

aacutegua de garantirem aacutegua potaacutevel a todos apesar da demanda crescente Por

estas razotildees o aproveitamento drsquoaacutegua de chuva tambeacutem merece - como a

energia solar - um tratamento fiscal diferenciado para incentivar a sua ampla

28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos

os produtos que economizem aacutegua

A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver

ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o

quanto antes

Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da

Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a

uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua

potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais

A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais

1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de

calhas

2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior

3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio

superior

4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias

sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc

29

Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de

Aacuteguas Pluviais

GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais

30

33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO

Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais

decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da

Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de

extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com

frequumlecircncia na regiatildeo

Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um

processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo

mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo

constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se

caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)

Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos

e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras

vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e

funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo

As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa

anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)

Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de

sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo

permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes

resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo

Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50

sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de

lagoas

Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees

estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de

uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de

volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias

vezes a taxa de produccedilatildeo

A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo

fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute

31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que

as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica

A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de

reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa

regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa

A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A

profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo

de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da

lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor

A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial

Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as

aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas

O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e

constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs

zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa

O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante

este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que

iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria

orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o

lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute

a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas

dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa

liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa

(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute

fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela

fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para

isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas

devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo

solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de

oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e

consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e

32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo

praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas

Fotossiacutentese

CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2

Respiraccedilatildeo

Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia

A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de

oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a

noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua

ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute

denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre

por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia

quando na presenccedila de oxigecircnio

As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de

oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de

sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que

a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90

de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste

no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades

das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com

volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de

detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias

Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de

organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas

apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com

o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente

Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo

natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse

fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua

33

CONCLUSAtildeO

O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem

desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de

efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais

devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais

ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e

natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas

e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente

Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e

democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio

e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a

participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da

populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo

concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo

essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade

dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos

deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com

sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento

Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo

ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e

uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de

habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que

praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal

Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor

gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma

Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa

7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico

34

BIBLIOGRAFIA

LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997

35

WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009

36

ANEXOS

ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1

Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa

37 Foto 2

Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa

38 Foto 3

Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa

39 Foto 4

Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar

40 Foto 5

Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo

41 Foto 6

Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua

42 Foto 7

Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

43

ANEXO 2

TABELAS DE INFECCcedilOtildeES

TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua

CATEGORIA INFECCcedilAtildeO

1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias

relacionada com a higiene) disenteria amebiana

balantidiacutease

enterite campylobacteriana

coacutelera

diarreacuteia por escherichia coli

giardiacutease

diarreacuteia por rotaviacuterus

salmonelose

disenteria bacilar

Febres enteacutericas

febre tifoacuteide

febre paratifoacuteide

Poliomielites

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease

2 Relacionada com a higiene

a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele

Doenccedilas infecciosas dos olhos

b) Outras Tifo transmitida por pulgas

Febre recorrente transmitida por pulgas

3 Baseada na aacutegua

a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose

b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e

Outras infecccedilotildees por helmintos

4 Transmissatildeo por inseto vetor

a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono

b) Procriam na aacutegua Malaacuteria

Arboviroses

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose

FONTE HELLER 1997

44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997

Page 28: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · destacar, a transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste

28 utilizaccedilatildeo Obviamente estas vantagens fiscais deveratildeo ser estendidas a todos

os produtos que economizem aacutegua

A indagaccedilatildeo a ser respondida na atualidade natildeo eacute mais se deve haver

ou natildeo aproveitamento drsquoaacutegua de chuva mas como tornaacute-lo disponiacutevel o

quanto antes

Proponho que seja elaborado um decreto que torne possiacutevel na Praia da

Gamboa tendo em vista que diariamente muitas aacutervores caem para dar lugar a

uma nova casa construccedilotildees sustentaacuteveis que tenham sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais com o objetivo de reduzir o consumo da aacutegua

potaacutevel a partir do aproveitamento das aacuteguas pluviais

A seguir explico de forma sinteacutetica o funcionamento do sistema de

aproveitamento de aacuteguas pluviais

1ordm - A aacutegua da chuva eacute captada pelo telhado e coletada pelo sistema de

calhas

2ordm - A aacutegua desce pela tubulaccedilatildeo ateacute o reservatoacuterio inferior

3ordm - Do reservatoacuterio inferior a aacutegua eacute bombeada para o reservatoacuterio

superior

4ordm - A partir do reservatoacuterio superior a aacutegua eacute distribuiacuteda para as bacias

sanitaacuterias e torneiras utilizadas para irrigaccedilatildeo de jardim lavagem de piso e etc

29

Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de

Aacuteguas Pluviais

GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais

30

33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO

Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais

decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da

Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de

extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com

frequumlecircncia na regiatildeo

Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um

processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo

mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo

constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se

caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)

Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos

e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras

vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e

funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo

As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa

anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)

Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de

sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo

permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes

resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo

Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50

sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de

lagoas

Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees

estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de

uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de

volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias

vezes a taxa de produccedilatildeo

A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo

fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute

31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que

as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica

A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de

reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa

regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa

A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A

profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo

de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da

lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor

A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial

Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as

aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas

O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e

constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs

zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa

O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante

este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que

iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria

orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o

lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute

a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas

dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa

liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa

(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute

fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela

fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para

isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas

devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo

solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de

oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e

consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e

32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo

praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas

Fotossiacutentese

CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2

Respiraccedilatildeo

Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia

A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de

oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a

noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua

ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute

denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre

por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia

quando na presenccedila de oxigecircnio

As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de

oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de

sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que

a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90

de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste

no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades

das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com

volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de

detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias

Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de

organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas

apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com

o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente

Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo

natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse

fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua

33

CONCLUSAtildeO

O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem

desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de

efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais

devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais

ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e

natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas

e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente

Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e

democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio

e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a

participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da

populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo

concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo

essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade

dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos

deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com

sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento

Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo

ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e

uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de

habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que

praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal

Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor

gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma

Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa

7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico

34

BIBLIOGRAFIA

LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997

35

WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009

36

ANEXOS

ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1

Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa

37 Foto 2

Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa

38 Foto 3

Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa

39 Foto 4

Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar

40 Foto 5

Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo

41 Foto 6

Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua

42 Foto 7

Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

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ANEXO 2

TABELAS DE INFECCcedilOtildeES

TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua

CATEGORIA INFECCcedilAtildeO

1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias

relacionada com a higiene) disenteria amebiana

balantidiacutease

enterite campylobacteriana

coacutelera

diarreacuteia por escherichia coli

giardiacutease

diarreacuteia por rotaviacuterus

salmonelose

disenteria bacilar

Febres enteacutericas

febre tifoacuteide

febre paratifoacuteide

Poliomielites

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease

2 Relacionada com a higiene

a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele

Doenccedilas infecciosas dos olhos

b) Outras Tifo transmitida por pulgas

Febre recorrente transmitida por pulgas

3 Baseada na aacutegua

a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose

b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e

Outras infecccedilotildees por helmintos

4 Transmissatildeo por inseto vetor

a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono

b) Procriam na aacutegua Malaacuteria

Arboviroses

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose

FONTE HELLER 1997

44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997

Page 29: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · destacar, a transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste

29

Implantaccedilatildeo de Sistema de Aproveitamento de

Aacuteguas Pluviais

GIMAT|BU Gerecircncia de Recursos Materiais

30

33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO

Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais

decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da

Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de

extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com

frequumlecircncia na regiatildeo

Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um

processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo

mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo

constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se

caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)

Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos

e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras

vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e

funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo

As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa

anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)

Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de

sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo

permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes

resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo

Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50

sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de

lagoas

Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees

estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de

uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de

volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias

vezes a taxa de produccedilatildeo

A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo

fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute

31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que

as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica

A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de

reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa

regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa

A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A

profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo

de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da

lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor

A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial

Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as

aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas

O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e

constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs

zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa

O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante

este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que

iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria

orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o

lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute

a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas

dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa

liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa

(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute

fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela

fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para

isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas

devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo

solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de

oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e

consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e

32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo

praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas

Fotossiacutentese

CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2

Respiraccedilatildeo

Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia

A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de

oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a

noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua

ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute

denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre

por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia

quando na presenccedila de oxigecircnio

As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de

oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de

sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que

a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90

de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste

no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades

das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com

volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de

detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias

Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de

organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas

apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com

o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente

Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo

natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse

fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua

33

CONCLUSAtildeO

O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem

desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de

efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais

devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais

ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e

natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas

e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente

Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e

democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio

e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a

participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da

populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo

concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo

essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade

dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos

deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com

sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento

Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo

ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e

uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de

habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que

praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal

Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor

gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma

Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa

7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico

34

BIBLIOGRAFIA

LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997

35

WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009

36

ANEXOS

ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1

Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa

37 Foto 2

Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa

38 Foto 3

Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa

39 Foto 4

Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar

40 Foto 5

Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo

41 Foto 6

Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua

42 Foto 7

Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

43

ANEXO 2

TABELAS DE INFECCcedilOtildeES

TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua

CATEGORIA INFECCcedilAtildeO

1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias

relacionada com a higiene) disenteria amebiana

balantidiacutease

enterite campylobacteriana

coacutelera

diarreacuteia por escherichia coli

giardiacutease

diarreacuteia por rotaviacuterus

salmonelose

disenteria bacilar

Febres enteacutericas

febre tifoacuteide

febre paratifoacuteide

Poliomielites

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease

2 Relacionada com a higiene

a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele

Doenccedilas infecciosas dos olhos

b) Outras Tifo transmitida por pulgas

Febre recorrente transmitida por pulgas

3 Baseada na aacutegua

a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose

b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e

Outras infecccedilotildees por helmintos

4 Transmissatildeo por inseto vetor

a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono

b) Procriam na aacutegua Malaacuteria

Arboviroses

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose

FONTE HELLER 1997

44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997

Page 30: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · destacar, a transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste

30

33 LAGOAS DE ESTABILIZACcedilAtildeO

Na perspectiva de tentar minimizar os transtornos ambientais

decorrentes da ineficiecircncia do tratamento de efluentes existentes na Praia da

Gamboa As lagoas de estabilizaccedilatildeo representam uma possibilidade de

extinccedilatildeo das fossas negras e esgotos a ceacuteu aberto encontrados com

frequumlecircncia na regiatildeo

Segundo MOTTA 1997 as lagoas de estabilizaccedilatildeo constituem um

processo de tratamento de esgoto que aproveita fenocircmenos naturais sendo

mais indicadas para regiotildees de clima tropical As lagoas de estabilizaccedilatildeo

constituem um processo bioloacutegico de tratamento de aacuteguas residuaacuterias que se

caracterizam pela simplicidade eficiecircncia e baixo custo (MATSUSHITTA sd)

Seu tratamento eacute feito atraveacutes de fenocircmenos naturais fiacutesicos quiacutemicos

e bioloacutegicos sem a necessidade de energia externa exceto a solar Outras

vantagens podem ser citadas como a simplicidade de operaccedilatildeo e

funcionamento baixo custo de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo

As lagoas de estabilizaccedilatildeo podem ser classificadas como lagoa

anaeroacutebica facultativa e maturaccedilatildeo (KELLNER e PIRES 1998)

Lagoa Anaeroacutebica ndash Nelas ocorrem simultaneamente os processos de

sedimentaccedilatildeo e digestatildeo aneroacutebica natildeo havendo oxigecircnio dissolvido No fundo

permanece um depoacutesito de lodo e na superfiacutecie formam-se bolhas de gaacutes

resultantes da fermentaccedilatildeo do mesmo

Essas lagoas admitem cargas elevadas reduzindo-as em cerca de 50

sendo portanto comumente utilizadas como lagoa primaacuteria de uma seacuterie de

lagoas

Ela eacute uma das unidades de tratamento onde a existecircncia de condiccedilotildees

estritamente anaeroacutebias eacute essencial Tal eacute alcanccedilado atraveacutes do lanccedilamento de

uma grande carga de DBO (Demanda Bioquiacutemica de Oxigecircnio) por unidade de

volume da lagoa fazendo com que a taxa de consumo de oxigecircnio seja vaacuterias

vezes a taxa de produccedilatildeo

A conversatildeo da mateacuteria orgacircnica em condiccedilotildees anaeroacutebias eacute lenta pelo

fato das bacteacuterias anaeroacutebias se reproduzirem numa vagarosa taxa Isto poacute

31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que

as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica

A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de

reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa

regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa

A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A

profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo

de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da

lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor

A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial

Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as

aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas

O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e

constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs

zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa

O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante

este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que

iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria

orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o

lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute

a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas

dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa

liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa

(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute

fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela

fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para

isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas

devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo

solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de

oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e

consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e

32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo

praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas

Fotossiacutentese

CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2

Respiraccedilatildeo

Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia

A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de

oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a

noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua

ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute

denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre

por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia

quando na presenccedila de oxigecircnio

As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de

oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de

sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que

a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90

de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste

no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades

das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com

volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de

detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias

Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de

organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas

apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com

o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente

Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo

natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse

fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua

33

CONCLUSAtildeO

O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem

desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de

efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais

devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais

ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e

natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas

e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente

Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e

democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio

e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a

participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da

populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo

concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo

essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade

dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos

deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com

sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento

Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo

ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e

uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de

habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que

praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal

Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor

gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma

Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa

7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico

34

BIBLIOGRAFIA

LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997

35

WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009

36

ANEXOS

ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1

Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa

37 Foto 2

Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa

38 Foto 3

Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa

39 Foto 4

Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar

40 Foto 5

Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo

41 Foto 6

Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua

42 Foto 7

Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

43

ANEXO 2

TABELAS DE INFECCcedilOtildeES

TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua

CATEGORIA INFECCcedilAtildeO

1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias

relacionada com a higiene) disenteria amebiana

balantidiacutease

enterite campylobacteriana

coacutelera

diarreacuteia por escherichia coli

giardiacutease

diarreacuteia por rotaviacuterus

salmonelose

disenteria bacilar

Febres enteacutericas

febre tifoacuteide

febre paratifoacuteide

Poliomielites

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease

2 Relacionada com a higiene

a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele

Doenccedilas infecciosas dos olhos

b) Outras Tifo transmitida por pulgas

Febre recorrente transmitida por pulgas

3 Baseada na aacutegua

a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose

b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e

Outras infecccedilotildees por helmintos

4 Transmissatildeo por inseto vetor

a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono

b) Procriam na aacutegua Malaacuteria

Arboviroses

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose

FONTE HELLER 1997

44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997

Page 31: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · destacar, a transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste

31 um lado eacute advindo de que as reaccedilotildees anaeroacutebias geram menos energia que

as reaccedilotildees anaeroacutebias de estabilizaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica

A temperatura do meio tem uma grande influecircncia nas taxas de

reproduccedilatildeo da biomassa e conversatildeo do substrato o que faz com que nossa

regiatildeo se torne propiacutecia para este tipo de lagoa

A lagoa anaeroacutebia tem uma profundidade de quatro metros A

profundidade eacute importante no sentido de reduzir a possibilidade na penetraccedilatildeo

de oxigecircnio produzido pela superfiacutecie para as demais camadas Pelo fato da

lagoa ser mais profunda a aacuterea requerida eacute correspondente menor

A lagoa anaeroacutebia natildeo requer qualquer equipamento especial

Lagoas Facultativas ndash Operam em condiccedilotildees intermediaacuterias entre as

aeroacutebias e anaeroacutebias coexistindo os processos encontrado em ambas

O processo de tratamento por lagoas facultativas eacute muito simples e

constitui-se unicamente por processos naturais Estes podem ocorrer em trecircs

zonas da lagoa zona anaeroacutebia zona aeroacutebia e zona facultativa

O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai por outra Durante

este caminho que pode demorar vaacuterios dias o esgoto sofre os processos que

iratildeo resultar em sua purificaccedilatildeo Apoacutes a entrada do efluente na lagoa a mateacuteria

orgacircnica em suspensatildeo (DBO particulada) comeccedila a sedimentar formando o

lodo de fundo Este sofre tratamento anaeroacutebio na zona anaeroacutebia da lagoa Jaacute

a mateacuteria orgacircnica dissolvida (DBO soluacutevel) e a em suspensatildeo de pequenas

dimensotildees (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa

liacutequida Estas sofreratildeo tratamento aeroacutebio nas zonas mais superficiais da lagoa

(zona aeroacutebia) Nesta zona haacute necessidade da presenccedila de oxigecircnio Este eacute

fornecido por trocas gasosas da superfiacutecie liacutequida com a atmosfera e pela

fotossiacutentese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo Para

isso haacute necessidade de suficiente iluminaccedilatildeo solar portanto estas lagoas

devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiaccedilatildeo

solar Na zona aeroacutebia haacute um equiliacutebrio entre o consumo e a produccedilatildeo de

oxigecircnio e gaacutes carbocircnico Enquanto as bacteacuterias produzem gaacutes carbocircnico e

consomem oxigecircnio atraveacutes da respiraccedilatildeo as algas produzem oxigecircnio e

32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo

praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas

Fotossiacutentese

CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2

Respiraccedilatildeo

Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia

A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de

oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a

noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua

ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute

denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre

por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia

quando na presenccedila de oxigecircnio

As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de

oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de

sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que

a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90

de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste

no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades

das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com

volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de

detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias

Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de

organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas

apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com

o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente

Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo

natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse

fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua

33

CONCLUSAtildeO

O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem

desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de

efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais

devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais

ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e

natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas

e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente

Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e

democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio

e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a

participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da

populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo

concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo

essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade

dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos

deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com

sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento

Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo

ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e

uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de

habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que

praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal

Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor

gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma

Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa

7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico

34

BIBLIOGRAFIA

LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997

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WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009

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ANEXOS

ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1

Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa

37 Foto 2

Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa

38 Foto 3

Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa

39 Foto 4

Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar

40 Foto 5

Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo

41 Foto 6

Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua

42 Foto 7

Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

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ANEXO 2

TABELAS DE INFECCcedilOtildeES

TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua

CATEGORIA INFECCcedilAtildeO

1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias

relacionada com a higiene) disenteria amebiana

balantidiacutease

enterite campylobacteriana

coacutelera

diarreacuteia por escherichia coli

giardiacutease

diarreacuteia por rotaviacuterus

salmonelose

disenteria bacilar

Febres enteacutericas

febre tifoacuteide

febre paratifoacuteide

Poliomielites

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease

2 Relacionada com a higiene

a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele

Doenccedilas infecciosas dos olhos

b) Outras Tifo transmitida por pulgas

Febre recorrente transmitida por pulgas

3 Baseada na aacutegua

a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose

b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e

Outras infecccedilotildees por helmintos

4 Transmissatildeo por inseto vetor

a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono

b) Procriam na aacutegua Malaacuteria

Arboviroses

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose

FONTE HELLER 1997

44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997

Page 32: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · destacar, a transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste

32 consomem gaacutes carbocircnico na realizaccedilatildeo da fotossiacutentese As reaccedilotildees satildeo

praticamente as mesmas com direccedilotildees opostas

Fotossiacutentese

CO2 + H2O + Energia Solar egrave Mateacuteria Orgacircnica + O 2

Respiraccedilatildeo

Mateacuteria Orgacircnica + CO2 egrave CO2 + H2O + Energia

A medida que afasta-se da superfiacutecie da lagoa a concentraccedilatildeo de

oxigecircnio diminui devido a menor ocorrecircncia da fotossiacutentese Tambeacutem durante a

noite natildeo haacute realizaccedilatildeo de fotossiacutetese enquanto que a respiraccedilatildeo continua

ocorrendo Esta zona onde pode ocorrer ausecircncia ou presenccedila de oxigecircnio eacute

denominada zona facultativa Nela a estabilizaccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica ocorre

por meio de bacteacuterias facultativas que podem sobreviver tanto na ausecircncia

quando na presenccedila de oxigecircnio

As lagoas facultativas dependem da fotossiacutentese para a produccedilatildeo de

oxigecircnio como jaacute foi dito anteriormente Desta forma a eficiecircncia desse tipo de

sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes aacutereas para que

a exposiccedilatildeo agrave luz solar seja adequada podendo a chegar a valores de 70 a 90

de remoccedilatildeo de DBO Como a atividade fundamental do processo consiste

no desenvolvimento das algas e estas da presenccedila de luz as profundidades

das lagoas restringem-se a valores variaacuteveis entre 15 e 20 m poreacutem com

volumes elevados de forma a permitir a manutenccedilatildeo de grandes periacuteodos de

detenccedilatildeo em geral de 15 a 20 dias

Lagoa de Maturaccedilatildeo ndash Sua finalidade principal eacute a remoccedilatildeo de

organismos patogecircnicos soacutelidos em suspensatildeo e nutrientes Satildeo utilizadas

apoacutes o tratamento secundaacuterio dos esgotos realizados em lagoas ou natildeo com

o propoacutesito de melhorar a qualidade do efluente

Uma observaccedilatildeo se faz importante que raramente a remoccedilatildeo de lodo

natildeo se justifica antes de 15 anos ininterruptos de funcionamento sendo esse

fazer necessaacuterio quando o lodo atinge 50 da lacircmina de aacutegua

33

CONCLUSAtildeO

O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem

desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de

efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais

devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais

ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e

natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas

e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente

Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e

democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio

e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a

participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da

populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo

concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo

essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade

dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos

deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com

sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento

Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo

ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e

uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de

habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que

praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal

Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor

gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma

Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa

7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico

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BIBLIOGRAFIA

LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997

35

WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009

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ANEXOS

ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1

Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa

37 Foto 2

Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa

38 Foto 3

Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa

39 Foto 4

Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar

40 Foto 5

Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo

41 Foto 6

Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua

42 Foto 7

Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

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ANEXO 2

TABELAS DE INFECCcedilOtildeES

TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua

CATEGORIA INFECCcedilAtildeO

1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias

relacionada com a higiene) disenteria amebiana

balantidiacutease

enterite campylobacteriana

coacutelera

diarreacuteia por escherichia coli

giardiacutease

diarreacuteia por rotaviacuterus

salmonelose

disenteria bacilar

Febres enteacutericas

febre tifoacuteide

febre paratifoacuteide

Poliomielites

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease

2 Relacionada com a higiene

a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele

Doenccedilas infecciosas dos olhos

b) Outras Tifo transmitida por pulgas

Febre recorrente transmitida por pulgas

3 Baseada na aacutegua

a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose

b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e

Outras infecccedilotildees por helmintos

4 Transmissatildeo por inseto vetor

a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono

b) Procriam na aacutegua Malaacuteria

Arboviroses

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose

FONTE HELLER 1997

44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997

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CONCLUSAtildeO

O fornecimento de aacutegua limpa em quantidades suficientes mas sem

desperdiacutecios e perdas a construccedilatildeo de redes de esgoto tratamento de

efluentes domeacutesticos e a drenagem e disposiccedilatildeo adequada das aacuteguas pluviais

devem ser uma prioridade absoluta na Praia da Gamboa Ela natildeo pode mais

ser encaminhada com tamanho desprezo utilizando-se meios ultrapassados e

natildeo condizente com o desenvolvimento sustentaacutevel com poliacuteticas clientelistas

e populistas e com uma relaccedilatildeo pouco democraacutetica e transparente

Torna-se necessaacuterio a municipalizaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo e

democratizaccedilatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de aacutegua o esgotamento sanitaacuterio

e a despoluiccedilatildeo hiacutedrica atraveacutes da criaccedilatildeo de conselhos das aacuteguas com a

participaccedilatildeo da sociedade civil o controle do poder local e a fiscalizaccedilatildeo da

populaccedilatildeo organizada sobre a qualidade de prestaccedilatildeo de serviccedilos podendo

concedecirc-los ao setor privado (com ressalvas 7 pois se trata de um serviccedilo

essencial) desde que possa assegurar efetivamente um controle de qualidade

dos serviccedilos das taxas e das tarifas O tratamento de efluentes domeacutesticos

deve ser implementado e controlado e o uso das aacuteguas taxado de acordo com

sua utilizaccedilatildeo e grau de comprometimento

Combate agrave ocupaccedilatildeo irregular em aacutereas de risco e de proteccedilatildeo

ambiental como eacute o caso dos mananciais de aacutegua com maior fiscalizaccedilatildeo e

uma repressatildeo eneacutergica agrave induacutestria de invasotildees construccedilatildeo e comeacutercio de

habitaccedilotildees precaacuterias nessas aacutereas Puniccedilotildees mais severas para aqueles que

praticam a grilagem urbana e do parcelamento ilegal

Essa obra oferece possibilidades e alternativas para um melhor

gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos atraveacutes de medidas que engloba uma

Gestatildeo participativa e articulada com a comunidade da Praia da Gamboa

7 Na Inglaterra a privatizaccedilatildeo dos serviccedilos de abastecimento de aacutegua e tratamento de esgoto fez com que as tarifas agrave populaccedilatildeo ficassem muito caras No restante da Europa desenvolvida esses serviccedilos satildeo prestados pelo poder puacuteblico

34

BIBLIOGRAFIA

LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997

35

WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009

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ANEXOS

ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1

Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa

37 Foto 2

Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa

38 Foto 3

Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa

39 Foto 4

Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar

40 Foto 5

Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo

41 Foto 6

Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua

42 Foto 7

Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

43

ANEXO 2

TABELAS DE INFECCcedilOtildeES

TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua

CATEGORIA INFECCcedilAtildeO

1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias

relacionada com a higiene) disenteria amebiana

balantidiacutease

enterite campylobacteriana

coacutelera

diarreacuteia por escherichia coli

giardiacutease

diarreacuteia por rotaviacuterus

salmonelose

disenteria bacilar

Febres enteacutericas

febre tifoacuteide

febre paratifoacuteide

Poliomielites

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease

2 Relacionada com a higiene

a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele

Doenccedilas infecciosas dos olhos

b) Outras Tifo transmitida por pulgas

Febre recorrente transmitida por pulgas

3 Baseada na aacutegua

a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose

b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e

Outras infecccedilotildees por helmintos

4 Transmissatildeo por inseto vetor

a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono

b) Procriam na aacutegua Malaacuteria

Arboviroses

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose

FONTE HELLER 1997

44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997

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BIBLIOGRAFIA

LAROSA M A AYRES F A Como Produzir uma Monografia 7ordf ed Rio de Janeiro WAk 2008 ECO U Como se faz Uma Tese Satildeo Paulo Perspectiva 1983 SANTOS M Territoacuterio e Sociedade Satildeo Paulo Fundaccedilatildeo Perseu Abramo 2000 ___________ A Urbanizaccedilatildeo Brasileira Satildeo Paulo Hucitec 1993 ___________ e SILVEIRA M L O BRASIL Territoacuterio e Sociedade no Iniacutecio do Seacuteculo XXI 3ordf Ed Satildeo Paulo Record 2001 FAUSTO Boris Histoacuteria Concisa do Brasil Satildeo Paulo EDUSP 1995 SAHR W D O Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash Uma palavra e as coisas In Revista RAEGA no 2 Curitiba EDUFPR 1988 GONCcedilALVES C W Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente 8ordf ed Satildeo Paulo Contexto 2000 IBGE Recursos Naturais e Meio Ambiente Uma Visatildeo do Brasil Rio de Janeiro IBGE 1997 MEADOWS D L e outros Limites do Crescimento Satildeo Paulo Perspectiva 1973 MORAES A C R Contribuiccedilotildees para a Gestatildeo da Zona Costeira do Brasil Satildeo Paulo HUCITEC|Edusp 1999 SINGER P Economia Poliacutetica da Urbanizaccedilatildeo 14ordf Ed Satildeo Paulo Contexto 1988 BUARQUES S C Construindo o Desenvolvimento Local Sustentaacutevel 2ordf Ed Satildeo Paulo Garamond 2002 AYOADE J O Introduccedilatildeo agrave Climatologia Para os troacutepicos 9ordf Ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2003 MOTA Suetocircnio Introduccedilatildeo agrave Engenharia Ambiental Rio de Janeiro ABES 1997

35

WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009

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ANEXOS

ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1

Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa

37 Foto 2

Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa

38 Foto 3

Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa

39 Foto 4

Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar

40 Foto 5

Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo

41 Foto 6

Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua

42 Foto 7

Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

43

ANEXO 2

TABELAS DE INFECCcedilOtildeES

TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua

CATEGORIA INFECCcedilAtildeO

1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias

relacionada com a higiene) disenteria amebiana

balantidiacutease

enterite campylobacteriana

coacutelera

diarreacuteia por escherichia coli

giardiacutease

diarreacuteia por rotaviacuterus

salmonelose

disenteria bacilar

Febres enteacutericas

febre tifoacuteide

febre paratifoacuteide

Poliomielites

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease

2 Relacionada com a higiene

a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele

Doenccedilas infecciosas dos olhos

b) Outras Tifo transmitida por pulgas

Febre recorrente transmitida por pulgas

3 Baseada na aacutegua

a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose

b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e

Outras infecccedilotildees por helmintos

4 Transmissatildeo por inseto vetor

a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono

b) Procriam na aacutegua Malaacuteria

Arboviroses

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose

FONTE HELLER 1997

44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997

Page 35: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · destacar, a transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste

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WEBGRAFIA wwwvezdomestrecombr visitado em 12|11|2008 wwwibgegovbr visitado em 20|12|2008 wwwolharambiental|zonacosteiracombr visitado em 20|12|2008 wwwagua-de-chuvacom visitado em 02|01|2009 wwwesgotoevidacombr visitado em 02|01|2009 wwwaguaorgbr visitado em 05|01|2009 wwweducarscuspbr visitado em 07|01|2009 wwwmmagovbr visitado em 09|01|2009 wwwunescoorgbr visitado em 10|01|2009 wwwrededasaguasorgbr visitado em 10|01|2009 wwwmangaratibagovbr visitado em 10|01|2009 wwwsaneagocombr visitado em 25|01|2009

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ANEXOS

ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1

Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa

37 Foto 2

Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa

38 Foto 3

Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa

39 Foto 4

Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar

40 Foto 5

Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo

41 Foto 6

Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua

42 Foto 7

Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

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ANEXO 2

TABELAS DE INFECCcedilOtildeES

TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua

CATEGORIA INFECCcedilAtildeO

1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias

relacionada com a higiene) disenteria amebiana

balantidiacutease

enterite campylobacteriana

coacutelera

diarreacuteia por escherichia coli

giardiacutease

diarreacuteia por rotaviacuterus

salmonelose

disenteria bacilar

Febres enteacutericas

febre tifoacuteide

febre paratifoacuteide

Poliomielites

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease

2 Relacionada com a higiene

a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele

Doenccedilas infecciosas dos olhos

b) Outras Tifo transmitida por pulgas

Febre recorrente transmitida por pulgas

3 Baseada na aacutegua

a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose

b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e

Outras infecccedilotildees por helmintos

4 Transmissatildeo por inseto vetor

a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono

b) Procriam na aacutegua Malaacuteria

Arboviroses

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose

FONTE HELLER 1997

44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997

Page 36: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · destacar, a transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste

36

ANEXOS

ANEXO I FOTOGRAFIAS Foto 1

Processo de favelizaccedilatildeo do litoral da Praia da Gamboa

37 Foto 2

Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa

38 Foto 3

Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa

39 Foto 4

Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar

40 Foto 5

Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo

41 Foto 6

Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua

42 Foto 7

Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

43

ANEXO 2

TABELAS DE INFECCcedilOtildeES

TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua

CATEGORIA INFECCcedilAtildeO

1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias

relacionada com a higiene) disenteria amebiana

balantidiacutease

enterite campylobacteriana

coacutelera

diarreacuteia por escherichia coli

giardiacutease

diarreacuteia por rotaviacuterus

salmonelose

disenteria bacilar

Febres enteacutericas

febre tifoacuteide

febre paratifoacuteide

Poliomielites

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease

2 Relacionada com a higiene

a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele

Doenccedilas infecciosas dos olhos

b) Outras Tifo transmitida por pulgas

Febre recorrente transmitida por pulgas

3 Baseada na aacutegua

a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose

b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e

Outras infecccedilotildees por helmintos

4 Transmissatildeo por inseto vetor

a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono

b) Procriam na aacutegua Malaacuteria

Arboviroses

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose

FONTE HELLER 1997

44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997

Page 37: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · destacar, a transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste

37 Foto 2

Ocupaccedilatildeo desordenada da Praia da Gamboa

38 Foto 3

Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa

39 Foto 4

Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar

40 Foto 5

Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo

41 Foto 6

Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua

42 Foto 7

Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

43

ANEXO 2

TABELAS DE INFECCcedilOtildeES

TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua

CATEGORIA INFECCcedilAtildeO

1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias

relacionada com a higiene) disenteria amebiana

balantidiacutease

enterite campylobacteriana

coacutelera

diarreacuteia por escherichia coli

giardiacutease

diarreacuteia por rotaviacuterus

salmonelose

disenteria bacilar

Febres enteacutericas

febre tifoacuteide

febre paratifoacuteide

Poliomielites

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease

2 Relacionada com a higiene

a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele

Doenccedilas infecciosas dos olhos

b) Outras Tifo transmitida por pulgas

Febre recorrente transmitida por pulgas

3 Baseada na aacutegua

a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose

b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e

Outras infecccedilotildees por helmintos

4 Transmissatildeo por inseto vetor

a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono

b) Procriam na aacutegua Malaacuteria

Arboviroses

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose

FONTE HELLER 1997

44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997

Page 38: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · destacar, a transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste

38 Foto 3

Reservatoacuterio de aacutegua captada de umas doa nascentes da Praia da Gamboa

39 Foto 4

Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar

40 Foto 5

Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo

41 Foto 6

Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua

42 Foto 7

Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

43

ANEXO 2

TABELAS DE INFECCcedilOtildeES

TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua

CATEGORIA INFECCcedilAtildeO

1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias

relacionada com a higiene) disenteria amebiana

balantidiacutease

enterite campylobacteriana

coacutelera

diarreacuteia por escherichia coli

giardiacutease

diarreacuteia por rotaviacuterus

salmonelose

disenteria bacilar

Febres enteacutericas

febre tifoacuteide

febre paratifoacuteide

Poliomielites

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease

2 Relacionada com a higiene

a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele

Doenccedilas infecciosas dos olhos

b) Outras Tifo transmitida por pulgas

Febre recorrente transmitida por pulgas

3 Baseada na aacutegua

a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose

b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e

Outras infecccedilotildees por helmintos

4 Transmissatildeo por inseto vetor

a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono

b) Procriam na aacutegua Malaacuteria

Arboviroses

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose

FONTE HELLER 1997

44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997

Page 39: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · destacar, a transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste

39 Foto 4

Esgoto a ceacuteu aberto que escoa direto para o mar

40 Foto 5

Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo

41 Foto 6

Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua

42 Foto 7

Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

43

ANEXO 2

TABELAS DE INFECCcedilOtildeES

TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua

CATEGORIA INFECCcedilAtildeO

1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias

relacionada com a higiene) disenteria amebiana

balantidiacutease

enterite campylobacteriana

coacutelera

diarreacuteia por escherichia coli

giardiacutease

diarreacuteia por rotaviacuterus

salmonelose

disenteria bacilar

Febres enteacutericas

febre tifoacuteide

febre paratifoacuteide

Poliomielites

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease

2 Relacionada com a higiene

a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele

Doenccedilas infecciosas dos olhos

b) Outras Tifo transmitida por pulgas

Febre recorrente transmitida por pulgas

3 Baseada na aacutegua

a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose

b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e

Outras infecccedilotildees por helmintos

4 Transmissatildeo por inseto vetor

a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono

b) Procriam na aacutegua Malaacuteria

Arboviroses

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose

FONTE HELLER 1997

44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997

Page 40: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · destacar, a transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste

40 Foto 5

Esgoto lanccedilado diretamente para um curso de aacutegua que desemboca em um manguezal proacuteximo

41 Foto 6

Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua

42 Foto 7

Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

43

ANEXO 2

TABELAS DE INFECCcedilOtildeES

TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua

CATEGORIA INFECCcedilAtildeO

1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias

relacionada com a higiene) disenteria amebiana

balantidiacutease

enterite campylobacteriana

coacutelera

diarreacuteia por escherichia coli

giardiacutease

diarreacuteia por rotaviacuterus

salmonelose

disenteria bacilar

Febres enteacutericas

febre tifoacuteide

febre paratifoacuteide

Poliomielites

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease

2 Relacionada com a higiene

a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele

Doenccedilas infecciosas dos olhos

b) Outras Tifo transmitida por pulgas

Febre recorrente transmitida por pulgas

3 Baseada na aacutegua

a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose

b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e

Outras infecccedilotildees por helmintos

4 Transmissatildeo por inseto vetor

a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono

b) Procriam na aacutegua Malaacuteria

Arboviroses

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose

FONTE HELLER 1997

44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997

Page 41: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · destacar, a transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste

41 Foto 6

Construccedilatildeo puacuteblica localizada proacutexima a um curso de aacutegua

42 Foto 7

Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

43

ANEXO 2

TABELAS DE INFECCcedilOtildeES

TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua

CATEGORIA INFECCcedilAtildeO

1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias

relacionada com a higiene) disenteria amebiana

balantidiacutease

enterite campylobacteriana

coacutelera

diarreacuteia por escherichia coli

giardiacutease

diarreacuteia por rotaviacuterus

salmonelose

disenteria bacilar

Febres enteacutericas

febre tifoacuteide

febre paratifoacuteide

Poliomielites

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease

2 Relacionada com a higiene

a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele

Doenccedilas infecciosas dos olhos

b) Outras Tifo transmitida por pulgas

Febre recorrente transmitida por pulgas

3 Baseada na aacutegua

a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose

b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e

Outras infecccedilotildees por helmintos

4 Transmissatildeo por inseto vetor

a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono

b) Procriam na aacutegua Malaacuteria

Arboviroses

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose

FONTE HELLER 1997

44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997

Page 42: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · destacar, a transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste

42 Foto 7

Escola onde eacute realizado o Projeto de Educaccedilatildeo Ambienta ldquoValorizando a Aacutegua e a Vidardquo

43

ANEXO 2

TABELAS DE INFECCcedilOtildeES

TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua

CATEGORIA INFECCcedilAtildeO

1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias

relacionada com a higiene) disenteria amebiana

balantidiacutease

enterite campylobacteriana

coacutelera

diarreacuteia por escherichia coli

giardiacutease

diarreacuteia por rotaviacuterus

salmonelose

disenteria bacilar

Febres enteacutericas

febre tifoacuteide

febre paratifoacuteide

Poliomielites

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease

2 Relacionada com a higiene

a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele

Doenccedilas infecciosas dos olhos

b) Outras Tifo transmitida por pulgas

Febre recorrente transmitida por pulgas

3 Baseada na aacutegua

a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose

b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e

Outras infecccedilotildees por helmintos

4 Transmissatildeo por inseto vetor

a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono

b) Procriam na aacutegua Malaacuteria

Arboviroses

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose

FONTE HELLER 1997

44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997

Page 43: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · destacar, a transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste

43

ANEXO 2

TABELAS DE INFECCcedilOtildeES

TABELA 1 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua

CATEGORIA INFECCcedilAtildeO

1 Feco-oral(transmissatildeo hiacutedrica ou Diarreacuteias e disenterias

relacionada com a higiene) disenteria amebiana

balantidiacutease

enterite campylobacteriana

coacutelera

diarreacuteia por escherichia coli

giardiacutease

diarreacuteia por rotaviacuterus

salmonelose

disenteria bacilar

Febres enteacutericas

febre tifoacuteide

febre paratifoacuteide

Poliomielites

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease

2 Relacionada com a higiene

a)Infecccedilotildees da pele e dos olhos Doenccedilas infecciosas da pele

Doenccedilas infecciosas dos olhos

b) Outras Tifo transmitida por pulgas

Febre recorrente transmitida por pulgas

3 Baseada na aacutegua

a) Por penetraccedilatildeo na pele Esquistossomose

b) Por ingestatildeo Difilobotriacutease e

Outras infecccedilotildees por helmintos

4 Transmissatildeo por inseto vetor

a) Picadura proacuteximo a aacutegua Doenccedila do sono

b) Procriam na aacutegua Malaacuteria

Arboviroses

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose

FONTE HELLER 1997

44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997

Page 44: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · destacar, a transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste

44 TABELA 2 - Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com os excretas CATEGORIA CARACTERIacuteSTICA INFECCcedilAtildeO VIA DOMINAN- PRINCIPAIS EPIDEMIOLOacuteGICA TE DE TRANS- MEDIDAS MISSAtildeO DE CON- TROLE 1Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Enterobiacutease Pessoal Abastecimento natildeo-bacterianas Baixa dose Infecccedilotildees Domeacutestica domeacutestico infecciosa enteroviroacutetica aacutegua Himenolepiacutease Educaccedilatildeo Amebiacutease sanitaacuteria Giardiacutease Melhorias Balantidiacutease habitacionais 2Doenccedilas feco-orais Natildeo-latentes Febre tifoacuteide e Pessoal Abastecimento bacterianas Meacutedia ou alta paratifoacuteide Domeacutestica domeacutestico de dose infecciosa Salmonelose Alimentos aacutegua Moderadamente Disenteria bacilar Aacutegua Educaccedilatildeo Capazes de se Coacutelera sanitaacuteria multiplicarem Enterite campylo- Tratamento bacteriana de excretas Diarreacuteia por Ecoli antes do uso 3Helmintos do solo Latentes Ascaridiacutease Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Tricuriacutease Campos Tratamento Sem hospedeiro Ancilostomiacutease Culturas de excretas intermediaacuterio agriacutecolas antes da aplicaccedilatildeo no solo 4 Teniacuteases Latentes Teniacuteases Jardim Instalaccedilatildeo de Persistentes Campos fossas Com hospedeiro Pastagem Cozimento intermediaacuterio inspeccedilatildeo de carnes 5Helmintos hiacutedricos Latentes Esquistossomose Aacutegua Tratamento Persistentes e outras doenccedilas de excretas Com hospedeiro provocadas antes do intermediaacuterio por helmintos lanccedilamento na aacutegua 6Doenccedilas trans- Insetos vetores Filariose e todas Vaacuterios locais Identifica- mitidas por insetos relacionados as infecccedilotildees contaminados ccedilatildeo e elimi aos excretas mencionadas por fezesnos naccedilatildeo dos categorias 1a5 quais insetos locais ade sendo moscas procriam quados e baratas para pro- vetores criaccedilatildeo FONTE HELLER 1997