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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM A PROVA TESTEMUNHAL NO PROCESSO PENAL Um Enfoque Acerca do Falso Testemunho VANESSA MICHELE PIMENTEL DE FREITAS Orientador Prof. Beltrano de Tal Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

A PROVA TESTEMUNHAL NO PROCESSO PENAL

Um Enfoque Acerca do Falso Testemunho

VANESSA MICHELE PIMENTEL DE FREITAS

Orientador

Prof. Beltrano de Tal

Rio de Janeiro

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

A PROVA TESTEMUNHAL NO PROCESSO PENAL

Um Enfoque Acerca do Falso Testemunho

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Direito Penal e

Processual Penal

Por: Vanessa Michele Pimentel de Freitas

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AGRADECIMENTOS

A minha mãe Maria de Lourdes que

sempre me apoiou em todos os meus

estudos

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DEDICATÓRIA

Dedico este meu trabalho a minha mãe,

mais uma vez, me deu a oportunidade de

estudar e me aprofundar e que sempre se

dedicou a todas as minhas realizações;

Ao meu pai que me incentivou;

Ao meu amigo João Cabral, que sempre

me ajudou e me passou toda sua

experiência na área Penal;

Ao meu irmão, Ricardo, que de forma

mesmo que involuntária sempre valorizou

o meu esforço.

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RESUMO

Um estudo de questões relevantes sobre a prova testemunhal no

Processo Penal, mostrando os conflitos doutrinários sobre o tema. Enfocando

a questão do crime de falso testemunho. Sendo apresentado o conceito de

testemunha, sua importância no processo e na vida de quem está sendo

julgado ou que sofreu a lesão. Abordando a possibilidade, capacidade, o

dever, o compromisso, as penalidades, a veracidade do depoimento e o

comparecimento da testemunha. O critério de avaliação do juiz para decidir se

os testemunhos prestados são válidos. A questão dos ascendentes,

descendentes, cônjuge e irmãos, figurando como testemunha. Baseando-se principalmente na importância das alegações prestadas no

depoimento da testemunha. É analisado profundamente, quem pode estar

figurando como testemunha. Os impedimentos, a suspeição, o compromisso

de dizer a verdade sob pena da testemunha que for pega mentindo ser

processada pelo crime de falso testemunho. Abordando principalmente a

importância e o papel da figura testemunha, como sendo um dos mais antigos

meios de prova no Processo Penal. Além de todo o exposto, tenta explicar o

papel da testemunha e na responsabilidade da verdade em seu depoimento.

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METODOLOGIA

Os métodos que utilizei foram tão somente a leitura de Códigos e livros.

O que me trouxe a escolha do tema, foi a preocupação e a repercussão na

vida de um indivíduo pela prática do crime de falso testemunho. Mas para

chegar até o tema, tive que estudar de forma mais aprofundada a matéria de

prova testemunhal.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Conceito de testemunha 09

CAPÍTULO II - Fundamento e valor da prova

testemunhal 10

2.1 - Valor probatório 12 2.2 - Valoração CAPÍTULO III – Caracteres do testemunho 14

CAPITULO IV- Capacidade, impedimentos e 16 deveres das testemunhas 4.1 – Compromisso 18 4.2 – Comparecimento da testemunha 20 CAPITULO V – Crime de Falso Testemunho 22 CONCLUSÃO 27

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 28

BIBLIOGRAFIA CITADA 29

ÍNDICE 30

FOLHA DE AVALIAÇÃO 20

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INTRODUÇÃO

Pretendo com este trabalho, analisar a questão do crime de falso

testemunha, sua aplicabilidade do Processo Penal e a importância da

veracidade dos depoimentos prestados.

Foi preciso entender a importância e a relevância dos depoimentos

prestados em juízo, o que ele poderia influenciar na vida de um ou mais

indivíduos. Sobre tudo, avaliar o interesse e a importância que tem o ato ilícito

para a testemunha.

Para chegar ao enfoque do crime de falso testemunho, foi preciso

fazer um estudo sobre a prova testemunhal no Processo Penal, para poder

entender de onde surgiu o crime de falso testemunho. E analisar

principalmente a importância da criação deste dispositivo legal.

Analisando assim, o conceito, a fundamentação e o valor da prova

testemunhal, os caracteres do testemunho, a capacidade, impedimentos e

deveres das testemunhas, a prestação se compromisso.

Utilizei para a elaboração deste trabalho, obras clássicas do

Direito e Processo Penal, como as de Tourinho Filho, Rogério Greco, Norberto

Avena, Guilherme Nucci, o que me trouxe auxilio para os estudos.

Espero que através deste trabalho, possa realizar o objetivo aqui

proposto. Não só para orientar e aprimorar os estudos dos profissionais do

Direito, como também o leitor que queira se aprofundar no assunto.

CAPÍTULO I

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CONCEITO DE TESTEMUNHA

A testemunha é a pessoa que toma conhecimento de um fato mediante

um ou mais de seus sentidos, para Moacyr Amaral Santos, “ testemunha é

uma pessoa distinta dos sujeitos processuais, que convidada na forma da lei,

por ter conhecimento do fato ou ato controvertido, entre as partes, depõe sobre

este em juízo, para atestar sua existência” ( Obra citada, vol 2, pág 393).

Testemunha, em sentido técnico e jurídico, é pessoa natural convocada

para atestar em juízo ou extrajudicialmente, mesmo não sendo parte

interessada na lide, para esclarecer fato que é de seu conhecimento ou que

presenciou.

“Testemunhas são terceiras pessoas que comparecem perante a

autoridade para externar-lhe suas percepções sensoriais extraprocessuais: o

que viu, o que ouviu etc”. ( ARANHA, Adalberto José Q. T. Camargo. Da prova

no Processo Penal. 5ª edição. São Paulo: Saraiva, 1999,p 138

A testemunha não faz parte da relação processual, não tem interesse

algum na ação. Está ali tão somente com o intuito de elucidar os fatos e

esclarecer a verdade. Sem que haja vínculo algum com qualquer das partes do

litígio.

Ela pode ser chamada a depor pelo magistrado, pelas partes ou até

mesmo por iniciativa própria, depõe sobre fato que tenha tomado

conhecimento ou que presenciou.

As vezes, a testemunha vai para testemunhar apenas para atestar a

inexistência do fato, como por exemplo, a testemunha que vai certificar o álibi.

CAPÍTULO II

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FUNDAMENTO E VALOR DA PROVA TESTEMUNHAL

A prova testemunhas no nosso ordenamento jurídico, sobretudo no

Processo Penal, é de extrema importância, pois o meio mais eficaz para se

elucidar os fatos é a prova testemunhal. Seria muito improvável conseguir

provar, em alguns casos, tão somente com os outros meios de provas.

Em regra, as infrações penais só podem ser provadas, em juízo, por

pessoas que tenham assistido ao fato ou que dele tiveram conhecimento.

Em tempos anteriores um só depoimento de testemunha, não era capaz

de garantir a elucidação do ato criminoso, não era capaz de satisfazer quanto

a autoria e materialidade do objeto de investigação.

Só que com o passar do tempo foi se observando que não basta ter

uma quantidade grande de testemunhas, mas sim o conteúdo que cada

testemunha tenha para testemunhar. Pois as vezes com apenas um

depoimento de apenas uma testemunha, os fatos são elucidados de forma

simples e clara. Desde que este testemunho esteja em harmonia com os

demais meios de prova colhido nos autos.

Entende-se que a fundamentação dessa prova, é pelo simples fato da

presunção de que a testemunha narrará a verdade, pelo simples fato de a

mesma não ter interesse algum na causa e se quer conhecer os integrantes do

litígio.

O que deve ser levado em conta, é a proporção de indignação da

testemunha presente ao fato e ao réu. Pois se uma testemunha afirmar a

ocorrência e a outra nega, ficaremos sem provas concretas. Logo o réu será

inocentado, pois no direito penal, havendo dúvida o réu não poderá ser

condenado. Assim reza o princípio do in dúbio pro réu.

Quem deve mediar e analisar os depoimentos, será o juiz. Pois ele terá

a capacidade de avaliar tudo que foi dito e levar em consideração as condições

em que se apresente a testemunhas. Pois na maioria das vezes a testemunha

fica assustada, com medo de represálias. Analisará também as mentiras, o

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nível social, intelectual, a capacidade de memorização, o estado psíquico e

emotivo, entre outros fatores.

Após essa análise, o juiz poderá avaliar através de seu convencimento o

teor dos depoimentos prestados.

Tudo em nome da busca da verdade. A prova testemunhal tem o valor

relativo e para cada caso existe uma variação. Isso dependerá do critério e do

convencimento do julgador. Podendo através de um único depoimento o

deslanche de todo fato delituoso, Bastando este, estar em harmonia com os

demais acostados aos autos.

2.1 VALOR PROBATÓRIO

Como já anteriormente citado, a testemunha é relativa.

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Em algumas ocasiões a testemunha está incapacitada de depor, em

virtude de seu estado emocional, psicológico, psíquico, sua maturidade.

Como poderíamos levar em consideração o depoimento de um doente

mental, uma criança, um cego, um surdo, aos idosos?

No mais é preciso ser levado em conta o grau de amizade, parentesco,

a relação de vizinhança, condomínio, os laços de companheirismo, de

simpatia e solidariedade que se iniciam entre pessoas que freqüentam os

mesmo ambientes, quais seja, trabalho, clubes, academias, entre outros.

Assim como o nível de hierarquia, subordinação, relações de afeto ou

desafeto e crenças religiosas. Para que não haja a imparcialidade pelo fato

de tais relações influenciem no depoimento..

Pois nem o indivíduo com grau de instrução, seja ele de analfabetos ou

de pessoas cultas que façam escapar dos fatores de motivação pessoal.

Assim como o nível social, os interesses econômicos, religiosos, o nível de

antipatia, simpatia, interesse afetivo, ainda que por complexos de origem da

infância.

São discutidos os valores do testemunho humano, pelo fato de os

nossos sentidos frequentemente nos iludirem. Pois há uma tendência da

testemunha em diminuir o fator tempo e as dimensões das coisas. Há no

judiciário evidentes erros na prestação do testemunho, mesmo quando o

indivíduo está de boa-fé sem qualquer fator de influência. Desta maneira

não há precisão, objetividade de um instrumento físico ou mecânico,

ocorrendo sempre erros comuns na percepção de cores, de tempo e de

distância e até mesmo de sons. Sem falar na influência de interesses

pessoais ou sugestão, ou ainda nos sentimentos, quais sejam, amor,

amizade, ódio, inveja etc, como anteriormente relatado.

No entanto, no Processo Penal, a prova testemunhal é primordial, já que

o crime é um fato , um trecho da vida que é percebido por outra pessoa. O

depoimento é uma das provas mais antigas, estando em grau de hierarquia

equiparado as outras provas do Processo Penal. Não podendo o

magistrado, levar tão somente em consideração o depoimento não está

adequado aos outros meio de prova. Não podendo afastar o depoimento da

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testemunha pelo seu estado social, profissão, ocupação, crença, idade,

entre outros.

Há de ser feita uma análise em depoimentos prestados por certas

pessoas, como por exemplo, o depoimento de uma criança. Em regra se

presume a pureza do menor, o que lhe gera uma certa credibilidade.

Entretanto, devemos analisar a questão da precariedade do testemunho

infantil diante da sugestionalidade e fantasia que pode apresentar.

Principalmente nas mentiras defensivas, tão própria das crianças, que

impede de valoração para a acusação. Não se pode exigir de uma criança a

maturidade de um adulto. Podendo assim, inventar, criar, pode querer ser o

centros das atenções, pode fantasiar. Logo, só deve ser levado em

consideração quando for coerente e harmônico com as outras provas ou os

outros depoimentos prestados por adultos.

Outro personagem que se discute, é o policial, quando são os únicos

apresentados pela acusação. Embora tenha fé Pública, muitos depoimentos

não devem ser levados em consideração, pelo fato de o policial demonstrar

interesse na investigação e não encontre sustentação alguma em outros

elementos probatórios.

2.2 CLASSIFICAÇÃO

Podemos classificá-las em diretas, indiretas, próprias, impróprias,

informais, numerárias e referidas

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A testemunha direta é aquela que teve contato imediato e direto dos

fatos presenciados

Já a testemunha indireta é aquela que sabe da existência do fato, que

tomou conhecimento através de terceiros. É a famosa testemunha de “ouvi

dizer”.

Testemunha própria é aquela que depõe sobre fatos objeto do processo

cuja a existência conhece de ciência própria ou “ouviu dizer”.

No caso da Testemunha imprópria, é aquela que depõe sobre um ato,

fato ou circunstancias objeto do processo ou inquérito imputado ao acusado.

Numerárias são aquelas que prestam compromisso, são arroladas

conforme a quantidade legal estabelecida

As informante, são pessoas que tem um grau de parentesco com o

acusado. Não prestam o compromisso legal de dizer a verdade.

As referidas, como o próprio nome diz, são aquelas que são citadas nos

depoimentos de outras testemunhas.

CAPITULO III

CARACTERES DO TESTEMUNHO

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Os caracteres do testemunho são: oralidade, objitividade e

retrospectividade.

Alguns autores falam da judicialidade. Para nosso juízo, não são um dos

caracteres do testemunho, uma vez que significa tão somente ser levado em

consideração exclusivamente o depoimento prestado perante a autoridade

judicial. Certo que seu valor probatório não é tão importante quanto o colhido

sob o crivo do contraditório.

Com relação ao caracteres do testemunho da oralidade, obriga que a

testemunha deponha de forma oral, como a regra do artigo 204 do CPP. A

autoridade formula a pergunta e recebe as respostas oralmente. Não sendo

possível por escrito, mas poderá consultar seus apontamentos caso haja

necessidade. O código estabelece uma exceção ao caso, salvo o depoente

seja portador de deficiência auditiva ou mudos e surdos-mudos.

O caracteres do testemunho objetividade estabelece que a testemunha

não pode fazer apreciações pessoais, em concordância com o artigo 213 do

CPP, salvo quando inseparáveis da narrativa do autor.

Já o caracteres do testemunho retrospectividade é aquele que a

testemunha depões sobre fatos passados e jamais sobre fatos futuros.

Entende-se como retrospectividade a referência sempre de fatos pretéritos.

CAPITULO IV

CAPACIDADE, IMPEDIMENTOS E DEVERES DAS

TESTEMUNHAS

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A luz do artigo 202 do Código de Processo Penal, diz que nenhuma

testemunha poderá se eximir da obrigação de depor. Assim como, toda

pessoa poderá ser testemunha.

Conforme a ilustre obra de Fernando da Costa Tourinho Filho, no

Manual de Processo Penal, 14ª edição, editora Saraiva, pág. 609. “Assim

não impede que uma criança de 8 anos compareça em juízo para depor

sobre fatos a que, porventura, tenha assistido. Cumprirá ao Julgador, nessa

hipótese, tomar as necessárias precauções, arbitrando ao depoimento o

valor que merecer antes os demais elementos de convicção”.

A capacidade de estar apto a testemunhar é muito ampla, depende de

alguns fatores, como já mencionados, deve ser analisada a força probatória

e os depoentes devem ratificar essa possibilidade, através do compromisso

prestado.

Há também em nosso ordenamento jurídico, vedações a certas pessoas

a testemunhar, como no caso de pessoas que devem guardar segredo por

conseqüência de sua função, ministério, ofício ou profissão. Não por

limitações subjetivas, mas sim pelo quesito objetivo. Em concordância com

o artigo 207 do Código de Processo Penal. No entanto, se a parte

interessada na manutenção do segredo desobrigá-la, aí sim essa pode

depor.

Nos casos de grau de parentesco, ou seja, ascendentes, descendentes,

cônjuge, irmão, quando não houver outro meio de prova, não poderá se

eximir da obrigação de depor. O interesse Público se sobrepõe as relações

de família, em consonância com o artigo 206 do CPP. Deverá depor sem o

compromisso de dizer a verdade, desta forma, entende-se que o Estado não

quis sobrepor o interesse público ao familiar. Logo se não prestaram

compromisso, não poderão ser punidas pelo crime de falso testemunho,

conforme o artigo 342 do CPP.

O compromisso que a testemunha presta serve para que tudo que ela

declare tenha força de verdade. No ato do compromisso, a testemunha se

compromete dando sua palavra de honra a dizer somente a verdade sobre

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os fatos que tem conhecimento ou presenciou, sob pena de responder pelo

crime de falso testemunho previsto no artigo 342 do CPP.

4.1 COMPROMISSO

Como anteriormente citado, o compromisso, é para que o depoente se

comprometa a dizer a verdade sobre os fatos que assistiu, presenciou ou

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que teve conhecimento, sob pena de responder pelo crime de falso

testemunho enquadrado no artigo 342 do CPP.

Esta é uma forma, talvez de intimidar a testemunha a dizer tão somente

a verdade, sob a ameaça de uma sanção caso não seja declarado somente

a verdade. Pois ali o que se busca é somente a elucidação dos fatos para

que seja apurado o crime que foi cometido, para que não haja um injusto

com relação a vítima nem com o acusado.

Toda testemunha deve dizer a verdade, por isso o juiz verifica que aos

costumes, deferirá o compromisso para o seu depoimento, alertando-s que

poderá incorrer no crime de falso testemunho caso se afaste da verdade

dos fatos.

Nas palavras de Guilherme de Souza Nucci, testemunha “é a pessoa

que declara ter tomado conhecimento de algo, podendo, pois, confirmar a

veracidade do ocorrido, agindo sob o compromisso de estar sendo imparcial

e dizendo a verdade”.

Tourinho filho em seu Manual de Processo Penal, 14ª edição, editora

saraiva, pág. 615 diz “ Na verdade, o compromisso não é pressuposto ou

elemento essencial do falso testemunho. Ao contrário do Código Criminal de

1830, que falava em “ jurar falso em juízo”, e o de 1890, que dizia “

asseverar em juízo como testemunha sob juramento ou afirmação...”. o atual

CP limita-se a dizer: “Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade,

como testemunha, perito, tradutor ou intérprete em processo judicial, policial

ou administrativo, ou em juízo arbitral”. Nenhuma alusão a compromisso.

Nem mesmo a Lei n. 10.268, de 28-8-2001, que deu nova redação ao art.

342 do CP faz referência”.

Logo, analisando desta forma, prestando ou não compromisso, a

testemunha poderá ser processada pelo crime de falso testemunho.

Há posicionamento de outros doutrinadores que defendem que não há o

crime de falso testemunho como por exemplo, o Tornaghi (c.f Instituições de

processo penal, Rio de Janeiro), Nelson Hungria ( Comentários ao código

penal, Rio de Janeiro: Forense, 1958, v9, p.472), entre outros.

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Mas há de se observar que hoje o posicionamento majoritário é que nos

casos de testemunhas descompromissadas não cometem o crime de falso

testemunho, pois o legislador processual ao alcance do artigo 342 do CP

conjugado com os arts. 206 e 208 do CPP, excluiu eles do crime de falso.

Nada mais justo, só pensarmos na figura da mãe de um acusado.

Nunca que uma mãe entregaria seu filho perante um juiz ou qualquer

autoridade. Preferiria responder pelo crime de falso testemunho do que ver

seu filho condenado, mesmo sabendo que o mesmo cometeu o delito. Seria

muito injusto, pois ela acabaria arcando com o cometimento do delito do

filho.

4.2 COMPARECIMETO DAS TESTEMUNHAS

A testemunha mesmo que não queira comparecer, é obrigada.

Está obrigação encontra-se imposta no artigo 206 do CPP “ A testemunha

não poderá eximir-se da obrigação de depor” , Caso não vá por livre e

espontânea vontade, deverá ser autoridade policial ou por oficial de justiça,

que poderá solicitar auxilio de força pública. Em concordância com o artigo

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218 do CPP, que diz: “ Se, regularmente intimada, a testemunha deixar de

comparecer sem motivo justificado, o juiz poderá requisitar à autoridade

policial a sua apresentação ou determinará seja conduzida coercitivamente

por oficial de justiça, que poderá solicitar o auxilio da força pública”.

Independente da condução coercitiva, o juiz poderá nos moldes do

artigo 219 do CPP, aplicar a testemunha que deixou de comparecer multa

prevista no artigo 453, sem prejuízo do processo penal por crime de

desobediência e ainda lhe condenar pelas custas de diligência.

Ainda incorrera nas penas acima descritas, caso compareça e

permaneça em silêncio, traduzindo então que não compareceu. E ainda, se

mudar de endereço e não comunicar a mudança ao juízo que a convocou

dentro de 1 (um) ano , a contar da data do depoimento.

Há uma excludente no caso acima mencionado, caso a testemunha

tenha permanecido em silêncio, se restar comprovado que o testemunho

pode servir como prova contra a própria testemunha. Em consonância ao

princípio constitucional de que ninguém será compelido a produzir provas

contra si mesmo, não será punível a quietude testemunhal.

Em caráter excepcional, nos casos de testemunham que estejam em

enfermidade ou são idosos, por impossibilidade de se apresentarem,

cumprirá ao Juiz juntamente com o Escrivão e as partes, transportar-se até

o local onde se encontre a testemunha enferma ou idosa, para inquiri-la. Em

conformidade com o artigo 220 do CPP. Caso devidamente intimadas, uma

das partes se recuse a ir ao encontro da testemunha. Essa recusa será

certificada nos autos, mas não invalidará o ato. Não configurando qualquer

espécie de cerceamento de defesa.

De acordo com o artigo 221 do CPP, as pessoas ali elencadas serão

ouvidas em local, dia e hora marcada entre eles e o Juiz. Essa prerrogativa

se estende ao Ministério Público, conforme os termos do artigo 40, I da Lei

8.625, de 12-2-1993, (Lei Orgânica do Ministério Público).

Por último, mais um caso de exceção ao dever de comparecer perante a

autoridade que estiver presidindo ao processo, é a testemunha que mora

fora da sua jurisdição, de acordo com o artigo 222 do CPP “ A testemunha

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que morar fora da jurisdição do juiz será inquirida pelo juiz do lugar de sua

residência, expedindo-se para esse fim, carta precatória, com prazo

razoável, intimada as partes”.

A Súmula 273 do STJ faz desnecessária a intimação da data de

audiência no juízo deprecado. “ Intimada a defesa da expedição da carta

precatória, torna-se desnecessária intimação da data da audiência no juízo

deprecado”. Desta forma, o advogado fica sem saber em que Vara, dia e

horário será realizada a audiência. Logo, entende-se que há um flagrante

prejuízo à ampla defesa

No caso de a testemunha encontrar-se presa e residindo em outra

comarca, de acordo com o § 3º do artigo 222 do CPP, com a redação dada

pela Lei n. 11.900/2009, poderá ser ouvida por videoconferência ou recurso

tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, permitindo a

presença de defensor e podendo ser realizada.

Evidente que não seria razoável exigir da testemunha o sacrifício de ter

que viajar determinadas distâncias, de outros Estados ou Municípios para ir

depor em outro Município ou Estado, tendo que gastar de seu próprio

dinheiro, onde vai ocorrer o julgamento.

CAPITULO V

CRIME DE FALSO TESTEMUNHO

Para começarmos este capitulo, gostaria de recitar um dos dez

mandamentos constante do Livro Êxodo, Capítulo 20, versículo 16,

assevera: “não darás falso testemunho contra teu próximo”.

Falso testemunho quer dizer: crime de negar, ocultar ou alterar,

intencionalmente, em prejuízo de terceiro, a verdade sobre circunstâncias

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do fato sobre o qual depõe, perante autoridade judiciária, em processo

policial ou administrativo, ou em juízo arbitral. Conforme preceitua o art. 342

do CPP.

A Luz do nosso Código Penal em seu art. 342 traz o dispositivo

pertinente ao falso testemunho, com a nova redação dada pela lei 10.268,

de agosto de 2001, destacou os seguintes elementos constantes no caput

da mencionada figura típica: a conduta de fazer afirmação falsa, ou negar.

ou calar a verdade; como testemunha, perito, contador, tradutor ou

intérprete; em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em

juízo arbitral.

Cabendo ressaltar, que não alcança as figuras da vítima, que apenas

poderá responder por falsa comunicação de crime e denunciação caluniosa,

tampouco o réu, que tem o direito de permanecer em silêncio.

Em análise do núcleo do tipo as condutas são: a primeira é fazer

afirmação falsa que nada mais é que mentir ou narrar fato não

correspondente a verdade; a segunda seria negar a verdade o que significa

não reconhecer a existência de algo verdadeiro ou recusar-se a admitir a

realidade; a terceira e última é calar a verdade que é silenciar ou não contar

a verdade dos fatos. A diferença entre negar a verdade e calar a verdade é

que na primeira conduta leva a pessoa contrariar a verdade, embora sem

fazer afirmação, enquanto que na segunda, faz com que a pessoa se negue

a responder.

O caput do artigo 342 do CPP elenca de forma taxativa os sujeitos

ativos do crime de falso testemunho. São eles: a testemunha, o perito, o

contador, o tradutor e o intérprete.

Podemos classificar as testemunhas como diretas e indiretas. No

primeiro caso, seriam as testemunhas que presenciaram o fato diretamente.

No segundo são as testemunhas que souberam do acontecido por

intermédio de terceiros, as famosas que “ouviram dizer”. Em outra linha de

raciocínio temos as próprias e as Impróprias. No primeiro caso são as que

depõem sobre fatos que sabem por existência própria ou que “ouviu dizer”.

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No segundo caso, são as que depõem sobre inquérito ou processo a que

estiveram presentes.

Conforme o ilustre autor Rogério Greco, em seu Curso de Direito Penal,

7ª edição, editora Impetrus, pág 582. Descrimina a Classificação doutrinária

como sendo: “ Crime de mão própria; comissivo (podendo, no entanto, ser

praticado via omissão imprópria, nos termos do art. 13, § 2º, do Código

Penal), ou omissivo próprio (na hipótese em que o agente, por exemplo, se

cala sobre a verdade); instantâneo; de forma livre; monossubjetivo; não

transeunte.

Os sujeitos do crime de falso testemunho são: sujeito ativo e o sujeito

passivo. O sujeito ativo é aquele que se encontra tipificado no art. 342 do

CPP, quais sejam: a testemunha, o perito, o contador, o tradutor e o

intérprete. Já o sujeito passivo neste tipo de crime é o Estado,

eventualmente, pode ser considerada também a pessoa prejudicada pelo

ato falso.

O elemento subjetivo do tipo é o dolo, não cabendo modalidade de

natureza culposa. O agente deverá ter conhecimento de que os fatos de que

presta depoimento são falsos, Ou seja, deverá ter a intenção de mentir.

Assim, o agente que declara um falso, acreditando este, ser verdadeiro,

não pode de forma alguma ser punido por seu depoimento. Pois as vezes

pessoas tem formas diferentes de interpretar o que viu ou assistiu das

demais testemunhas que deporão contrariamente ao acusado de falso.

O delito pode ser praticado na modalidade comissiva e omissiva. Na

modalidade comissiva ocorre quando o agente faz uma afirmação falsa. Já

na modalidade omissiva é quando o agente cala a verdade.

O crime de falso testemunho se consuma quando o juiz encerra o

depoimento, já a falsa perícia se concretiza no momento da entrega do

laudo pericial, da tradução, ou com a realização da interpretação falsa.

Logo, deve estar reduzido a termo, devidamente assinado.

Neste sentido, o Supremo Tribunal Federal entende que o crime de falso

testemunho tem natureza formal, se consuma com o simples depoimento

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falso. Embora haja divergência, a maioria da doutrina entende que não

admite tentativa neste tipo de infração penal.

O que assistimos no cotidiano, é o juiz impondo que a testemunha diga

a verdade, sob pena de a testemunha sair da sala de audiência presa em

flagrante. Bastando analisar que se o juiz se convenceu de que a

testemunha está fazendo afirmação falsa, negando ou calando a verdade,

deduz-se que o juiz está fazendo um julgamento antecipado da questão.

Majorando a situação, se ainda existirem provas a produzir. Acarretara

futuramente, uma suspeição deste juiz.

A testemunha que quando perguntada, se recusa a prestar suas

declarações, pode ser presa em flagrante. Pois este caso vertente, o juiz

não precisará julgar antecipadamente os fatos. Uma vez que a testemunha

tem a obrigação de responder.

Caso a testemunha, venha se arrepender do falso que cometeu, a lei lhe

garante o benefício da retratação. Expresso no § 2º do art. 342 do CPP,

com redação determinada pela Lei 10.268 de 28 de agosto de 2001, que o

crime deixa de ser punível, quando antes da sentença, o agente cometidor

do crime, se retrata ou declara a verdade. Valendo ressaltar, que a

retratação deve ser feita no processo em que o agente cometeu o delito de

falso testemunho, não no que o agente esta respondendo pela prática do

crime de falso testemunho.

O dispositivo, acima mencionado, deve ter sido criado com o intuito de

antes da prolação da sentença o juiz ter tempo para analisar a importância

do testemunho falsamente prestado, podendo ser mudado, a tempo antes

da sentença o seu convencimento. Há doutrinadores que entendem, que

decisão pode ser mudada através de recurso. Mas o lógico é em primeira

instância, antes da sentença.

O inquérito pode ser instaurado ou requisitado de Ofício. Mas o

entendimento dos Tribunais Superiores é no sentido de que a ação penal

pode ser proposta antes do julgamento do processo que deu origem ao

falso testemunho, mas só poderá ser julgado após o término definitivo do

processo onde o falso se deu.

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O que se indaga é a questão de concurso de pessoas no crime de falso

testemunho. A coautoria, neste tipo de ilícito é vedada, pois se o delito é de

mão própria, não podemos cogitar de coautoria. Cabendo então

perfeitamente na modalidade de participação, o concurso de agentes não

impede tecnicamente, que uma pessoa induza, instigue ou auxilie outra a

mentir em juízo.

Existem quatro hipóteses para o falso testemunho, aplicando o mesmo

raciocínio para os demais sujeitos ativos deste crime: a) a pessoa que

mente sem ser subornada, tenha sido convencida por outro sujeito ou não.

Será tipificada no artigo 342; b) a pessoa induz, instiga ou auxilia outrem a

mentir, sem lhe prometer vantagem. Esta será tipificada no artigo 342,

combinado com o artigo 29; c) a pessoa mente, porque foi subornada,

responderá na forma do artigo 342 § 1º, sua pena será aumentada de um

sexto a um terço; d) a pessoa induz, instiga ou auxilia outrem a mentir,

dando, oferecendo ou prometendo dinheiro ou qualquer vantagem, não será

punida na forma do art. 342 e sim na norma prevista no art. 343, atualmente

com pena devidamente maior. Ou seja de 3 a 4 anos em sua forma simples,

porém com aumento de um sexto a um terço, se o processo criminal com

parte constituída por entidade da Administração Pública. O subornado pode

ter uma reprimenda de 1 a 3 anos, aumentando de um sexto a um terço.

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CONCLUSÃO

A motivação é um problema complexo, dinâmico, mutável e fluido. Ela

varia no tempo e no espaço, de acordo com a situação e o indivíduo. Varia no

mesmo indivíduo em épocas e situações diferentes. Seus fatores ou razões, ou

seja, os motivos humanos, exibem forças diversas, tanto em pessoas e

situações diferentes, quanto na mesma pessoa em situação e época distintas.

O que é bom hoje, poderá ter efeito oposto amanhã, dependendo da

personalidade do indivíduo (sua inteligência, caráter, valores, atitudes,

expectativas e percepções) e da situação (com seus inúmeros aspectos e

influências ambientais, pessoais, financeiros, políticos, econômicos, religiosos,

sociais, psicológicos, culturais, educacionais, científicos, técnicos,

tecnológicos, gerenciais e administrativos).

A motivação constitui o fator principal e decisivo no êxito da ação de

todo e qualquer indivíduo ou empreendimento coletivo. Só com o acaso e a

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sorte é que se aproxima relativamente a esse êxito, mas com muito menos

força. Não se compreende um administrador insensível ao problema da

motivação. Com este trabalho, visamos identificar e explicar as mais

importantes teorias e abordagens disponíveis, com as respectivas críticas,

ligações e inter-relacionamentos. Com tudo isso, tentamos propiciar uma visão

geral e abrangente dos aspectos positivos, negativos, conjunturais e

diferenciais destas teorias e abordagens, bem como a importância da

motivação para o trabalho.

O inter-relacionamento entre administração e motivação foi descrito

como uma maneira de mostrar a melhor forma de coordenar o pessoal,

buscando inputs que resultem em motivação e que venham trazer bons

resultados para as organizações. O relacionamento existente entre liderança e

motivação com a finalidade de mostrar como transformar uma organização.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

GRECO, Rogério Código Penal Comentado. 5ª edição, editora Impetus.

MAGALHÃES, Humberto Piragibe. Prova em Processo Civil. Editora

Rio,1976.

AVENA, Norberto. Processo Penal Esquematizado. 2ª edições, editora Método.

QUIMARÃES, Deocleciano Torrieri. Dicionário técnico jurídico, 6ª edição,

editora Rideel

NUCCI, Guilherme de Souza, Código Penal Comentado. 10ª edição, editora

Revista dos Tribunais

GRECO, Rogério, Curso de Direito Penal, Parte Especial. 7ª edição, editora

Impetus

FILHO, Fernando da Costa Tourinho, Manual de Processo Penal. 14ª edição,

editora Saraiva.

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BIBLIOGRAFIA CITADA

1 - FILHO, Fernando da Costa Tourinho, Manual de Processo Penal. 14ª

edição, editora Saraiva.

2 - ARANHA, Adalberto José Q. T. Camargo. Da prova no Processo Penal. 5ª

edição. São Paulo: Saraiva, 1999.

3 – SANTOS, Moacy Amaral, Volume 2.

4 – TORNAGHI, c.f Instituições de processo penal, Rio de Janeiro,

5 - HUNGRIA,Nelson. Comentários ao código penal, Rio de Janeiro: Forense,

1958, v9.

6 - GRECO, Rogério Código Penal Comentado. 5ª edição, editora Impetus.

7- NUCCI, Guilherme de Souza, Código Penal Comentado. 10ª edição, editora

Revista dos Tribunais

ÍNDICE

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FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Conceito de testemunha 09

CAPÍTULO II - Fundamento e valor da prova

testemunhal 10

2.1 - Valor probatório 12 2.2 - Valoração CAPÍTULO III – Caracteres do testemunho 14

CAPITULO IV- Capacidade, impedimentos e 16 deveres das testemunhas 4.2 – Compromisso 18 4.2 – Comparecimento da testemunha 20 CAPITULO V – Crime de Falso Testemunho 22 CONCLUSÃO 27

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 28

BIBLIOGRAFIA CITADA 29

ÍNDICE 30

FOLHA DE AVALIAÇÃO 31