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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PERFIL DE MULHERES SUBMETIDAS AO EXAME DE PAPANICOLAU NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE MORRO DA LIBERDADE MANAUS/AM - CONTRIBUIÇÕES DA ENFERMAGEM PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE Por: Andréa Cristina de Morais Chaves Orientador Prof. Maria da Conceição Maggioni Poppe

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PERFIL DE MULHERES SUBMETIDAS AO EXAME DE

PAPANICOLAU NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE MORRO

DA LIBERDADE – MANAUS/AM - CONTRIBUIÇÕES DA

ENFERMAGEM PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE

Por: Andréa Cristina de Morais Chaves

Orientador

Prof. Maria da Conceição Maggioni Poppe

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Florianópolis

2010

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PERFIL DE MULHERES SUBMETIDAS AO EXAME DE

PAPANICOLAU NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE MORRO

DA LIBERDADE – MANAUS/AM - CONTRIBUIÇÕES DA

ENFERMAGEM PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Saúde da

Família.

Por: Andréa Cristina de Morais Chaves

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AGRADECIMENTOS

A Deus, princípio e fim de tudo. A meu filho Rafael Oliveira, que sempre compreendeu as minhas ausências. A meu esposo Reginaldo Thuler, que, nas adversidades me fez crer que era possível. À minha orientadora, Maria Poppe, meus agradecimentos por seu apoio e compromisso. Às mulheres, sujeitos de estudo desta pesquisa, pela colaboração e atenção para comigo. E, finalmente agradeço a todos que ao cruzar o meu caminho, mostraram-me que era possível.

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DEDICATÓRIA

Este trabalho é dedicado à minha mãe; que deu-me a vida e ensinou-me a vivê-la com dignidade, que acompanhou minhas conquistas com paciência e resignação, fazendo-se imprescindível a cada conquista. À você expresso minha profunda admiração.

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RESUMO

Apesar de o câncer ser conhecido de muitos séculos, somente nos últimos anos, vem ganhando uma dimensão maior convertendo-se em um evidente problema de saúde pública em todo o mundo. No Brasil, esta realidade não é diferente, visto que, sua incidência vem crescendo, pois esta tendência é compatível com a de países desenvolvidos, onde condições inerentes à vida moderna favorecem os fatores de risco para a o câncer de colo de útero, sendo o mesmo responsável pela segunda causa de morte em mulheres brasileiras. Este estudo buscou traçar o perfil e analisar os motivos das mulheres para realização do exame de Papanicolau, identificando o seu conhecimento acerca do câncer do colo uterino. O estudo é de natureza exploratória descritiva, a amostra constituiu-se de 41 mulheres que realizaram o exame Papanicolau na Unidade de Saúde do Morro da Liberdade em Manaus/AM. Os resultados revelaram que as mulheres têm conhecimento a respeito da prevenção e da necessidade regular da realização do exame de Papanicolau e os enfermeiros que vêm trabalhando na área ginecológica têm a com a preocupação de repassar à população a auto-promoção de sua saúde, efetivando paulatinamente às ações de educação em saúde, que embora receba estímulo dos gestores, ainda necessita ser melhor incorporada ao processo de trabalho. Concluímos que é fundamental a atuação concisa da enfermagem para continuar informando, prevenindo e sobretudo incentivando, mas para que o programa tenha resultado eficaz, é necessária a participação efetiva da paciente para que possamos evitar e diagnosticar ainda precocemente às lesões cancerígenas.

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METODOLOGIA

O estudo foi realizado com os dados coletados utilizando questionário

de forma exploratória para obter informações variadas com abordagem

quantitativa. Foi feita a revisão bibliográfica sobre o tema até a elaboração final

do trabalho.

Os dados foram obtidos antes da coleta do exame de citologia cervical,

através de formulário próprio elaborado para esse fim. Foram entrevistadas 40

(quarenta) mulheres, escolhidas aleatoriamente entre aquelas que realizaram o

exame na UBS Morro da Liberdade/Manaus-AM, no período de um mês

(Abril/Maio 2009). Elas foram orientadas a respeito do exame e as dúvidas

foram esclarecidas durante a entrevista a qual assinaram o Termo de Livre

Esclarecimento e Consentimento, onde foi descrito os objetivos da pesquisa.

A partir dos dados obtidos foram realizadas as análises das respostas e

elaborado os gráficos que irão ajudar a traçar o perfil das mulheres que

procuram o exame de citologia cervical naquela unidade de saúde.

TIPO DE ESTUDO/ABORDAGEM

Para o desenvolvimento da pesquisa foi realizado um estudo

exploratório, quantitativo-descritivo que visa conhecer as diversas situações e

relações que ocorrem na vida social, político, econômico e demais

comportamentos humanos individualmente, como de grupos e comunidades

complexas, e de revisão bibliográfica, pois além de ser parte da investigação

científica, a pesquisa bibliográfica é um importante instrumento na educação

continuada do profissional de saúde.

Os dados foram obtidos através de formulário, contemplando 15

perguntas. Os resultados foram analisados na seguinte maneira: fizemos a

leitura do material obtido, com o objetivo de organizar as informações;

consolidamos as informações, caracterizando as mulheres do estudo.

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População/ Amostra

Mulheres que procuraram a Unidade Básica de Saúde do Morro da

Liberdade para realizar o Exame Papanicolau. A amostra se deu por 41

mulheres atendidas durante o mês de abril e maio/ 2009, que realizaram o

exame.

Local da Pesquisa

A Unidade Básica de Saúde (UBS) do Morro da Liberdade, está

localizada na Travessa São Benedito, 01, no Bairro Morro da Liberdade, na

cidade Manaus/AM. A UBS é composta por 02 equipes de saúde, formada por

05 médicos (as), 04 enfermeiras e 15 agentes comunitários de saúde, 03

auxiliares de enfermagem, 02 odontólogos e 01 técnico de higiene dental.

Rotina da Unidade Básica de Saúde

Na Unidade Básica de Saúde da Família do Morro da Liberdade que

atende à população dos bairros Morro da Liberdade e Santa Luzia, a

realização do exame preventivo é feita como rotina da unidade, em horário

específico no cronograma semanal das equipes. A coleta é feita pela técnica

de enfermagem que, em seguida, encaminha os exames ao laboratório da

Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas

(FCECON) juntamente com a ficha de identificação, requisição do exame e

ficha do envio de lâminas. Os resultados ficam prontos de quinze a vinte dias e

retornam para a unidade onde são entreguem para as pacientes que agendam

a consulta com o ginecologista.

Os casos positivos para câncer são encaminhados para tratamento na

unidade de referência, Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado

do Amazonas (FCECON). Os casos de vulvovaginites e cervicites são tratados

na própria unidade de saúde que fornece a medicação.

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Após a realização do exame, a equipe de enfermagem não tem mais

contato com paciente.

Material e Métodos

Os dados foram obtidos através de formulários, contemplando 15

perguntas, aplicados a 41 mulheres, antes da realização do exame

Papanicolau na Unidade.

Para a revisão bibliográfica procederam-se às seguintes etapas:

identificação e delimitação do assunto, na qual se formularam palavras-chave

para o levantamento bibliográfico (câncer, câncer de colo uterino, profissionais

de enfermagem) e identificaram-se os termos que expressassem o seu

conteúdo; consultados livros e guias profissionais, para obtenção das

informações relativas ao tema estudado. Houve captura e armazenamento dos

dados e, após leitura adequada, utilizou-se 20 referências, entre livros e

manuais.

Dentre a literatura consultada, as mais importantes são os editados pelo

Instituto Nacional do Câncer (2008) e o Ministério da Saúde (1997), que são

referenciais de pesquisa e normatização vigente para o atendimento, conduta

clinica e planejamento de ações para o controle do câncer no país e de

Diógenes, Rezende e Passos (2001) que descreve a importância da atuação

do enfermeiro na detecção precoce do câncer de colo uterino durante as

consultas ginecológicas, servindo assim de base para a construção do estudo

apresentado.

Análise dos Resultados

Para analisarmos os resultados, usamos as seguintes fases:

1. Leitura do material obtido, com o objetivo de organizar as

informações;

2. Consolidação das informações, viabilizando caracterizar as mulheres

do estudo.

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Aspectos Éticos da Pesquisa

O estudo foi norteado pela resolução 196/96 do Conselho Nacional de

Saúde, sobre pesquisa envolvendo seres humanos, incorporando sob a óptica

do indivíduo e da coletividade os quatros referenciais básicos da bioética:

autonomia, não maledicência, beneficência e justiça, visando também,

assegurar os deveres e os direitos que dizem respeito à comunidade científica,

aos sujeitos da pesquisa e ao Estado.

A pessoa que participar da pesquisa terá assegurado a sua privacidade,

o sigilo das respostas e o direito de retirar o consentimento a qualquer tempo

durante a pesquisa, sem sofrer qualquer penalidade. E estará ajudando,

através das suas informações, para a ampliação do conhecimento científico do

tema pesquisado (TEIXEIRA, 2001).

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 11

CAPÍTULO I – Conceito, Características e Estimativa do Câncer 13

CAPÍTULO II – A Participação dos Enfermeiros no Combate 21

ao Câncer de Colo de Útero.

CAPÍTULO III – Apresentando e Analisando os Resultados 26

CONSIDERAÇÕES FINAIS 41

ÍNDICE DE ANEXOS 45

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 50

ÍNDICE 52 FOLHA DE AVALIAÇÃO 53

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INTRODUÇÃO

Com os elevados índices de mortalidade por câncer de colo de útero no

Brasil faz-se necessário a implantação de estratégias efetivas e humanizadas

visando à detecção precoce do câncer de colo de útero.

Citologia cervical é o método clássico de rastreamento para neoplasia

de trato genital baixo feminino e tornou-se o método isolado de rastreamento

de câncer mais efetivo (LONKY, 1999).

A citologia oncótica tem sido usada neste país, a exemplo das nações

desenvolvidas, como o principal teste de rastreamento para a detecção do

referido câncer. A alta especificidade do teste permite incluir entre os casos

suspeitos um baixo número de mulheres sem a doença, evitando sobrecarga

de demanda no sistema de saúde pública (HYPPÓLITO,et al, 2005).

O Ministério da Saúde esclarece a relevância de mudar a estratégia no

combate ao câncer, combinando ações preventivas de promoção e proteção à

saúde, com medidas diagnósticas e terapêuticas especialmente as de

diagnóstico precoce. Todos os níveis de atenção devem ser mobilizados,

desde o primário ao terciário, com suas estruturas de saúde próprias, uma vez

que a prevenção, o diagnóstico e o tratamento do câncer envolvem todos os

complexos do setor de saúde, seja público ou privado (BRASIL, 1995).

A prevenção primária do câncer se refere a toda e qualquer ação

voltada para a redução da exposição da população a fatores de risco de

câncer, tendo como objetivo reduzir a ocorrência da doença (incidência),

através da promoção da saúde e proteção específica (BRASIL, 1995).

A educação é a um fator primordial para o controle do câncer, na

maioria dos casos, a doença está relacionada a fatores como alimentação, uso

prolongado de medicamentos, tabagismo, álcool, produtos domésticos,

costumes e hábitos de vida, somadas ao prolongamento da expectativa de

vida e o envelhecimento populacional, são determinantes no aumento da

incidência de doenças crônico-degenerativas, como o câncer.

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As atividades educativas são de alta relevância, já que muitas mulheres,

por seus valores e cultura, não reconhecem as medidas de prevenção e

detecção precoce do câncer.

Segundo a OMS, cerca de um terço dos casos de câncer podem ser

evitados através da prevenção primária (WHO, 1996).

A humanização dos serviços de saúde, principalmente da enfermagem,

se caracteriza como um processo contínuo e depende de uma reflexão diária

da equipe sobre o cuidado. A responsabilidade do profissional enfermeiro de

criar vínculos e estabelecer relações próximas e claras com as duvidas, medos

do outro permite um processo de transparência entre o usuário e o profissional,

resultando na construção da autonomia do usuário.

Assim, o enfermeiro não deve delegar suas atribuições ao profissional

de nível técnico, visto que, se perde a oportunidade de encaminhar a paciente

precocemente ao acompanhamento médico. As ações voltadas para o

diagnóstico precoce das lesões pré-malignas são de fundamental importância

para a resposta terapêutica.

O presente estudo foi dividido em quatro capítulos, onde foram

abordados os conceitos e características do câncer, do câncer de colo uterino,

a participação do enfermeiro no combate ao câncer de colo de útero e a

apresentação e análise dos resultados, que teve o propósito de conhecer o

perfil das mulheres que procuram o serviço, os motivos que as levam a

procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) para realizar o exame,

identificando o nível de informação sobre a gravidade da patologia e a

importância da realização do exame preventivo.

O ambiente, a cultura, o modo de vida são um dos fatores de risco para

o câncer. Assim, fica evidente a relevância deste ensaio, onde descreveremos

em três capítulos, a argumentação teórica acerca do câncer de forma geral, do

câncer de colo uterino e a terceira, refere-se à participação do enfermeiro no

combate ao câncer de colo uterino.

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CAPÍTULO I

CONCEITO, CARACTERÍSTICAS E ESTIMATIVA DO

CÂNCER

Câncer é o nome que se dá a todas as formas de tumores malignos.

Essa palavra vem do latim câncer, que significa caranguejo. Esse nome está

relacionado à semelhança entre as pernas do crustáceo e os tentáculos do

tumor, que se infiltram nos tecidos sadios do corpo. Os tumores ocorrem

quando algumas células de um organismo multiplicam-se de forma

descontrolada, devido a uma anormalidade (ZIEGLER, 2002).

O câncer é uma das doenças que mais causam morte no mundo, sua

origem dá-se através de alterações cumulativas do material genético (DNA) de

células normais, as quais sofrem transformações até se tornarem malignas.

(JORDE,2000). Para que ocorram essas alterações são necessários fatores

que juntamente com a predisposição genética desencadearam modificações

nas células.

Dentro da área da saúde utilizamos com freqüência o termo fatores de

risco para definirmos a chance de uma pessoa sadia, exposta a diversos

fatores, como ambientais ou hereditários, adquirir uma doença.

A maioria dos casos de câncer está relacionada a fatores ambientais. As

mudanças provocadas no meio ambiente pelos seres humanos e as escolhas

de diferentes estilos de vida e de consumo pode aumentar ou diminuir o risco

de câncer. O conhecimento científico atual evidencia que o tipo de

alimentação, como: o excesso de sal, gordura e açucares; um estilo de vida

sedentário; o tabagismo; o consumo excessivo de bebidas alcoólicas; a

exposição excessiva ao sol sem proteção; o ambiente ocupacional;

comportamentos sexuais e os fatores psicológicos como: estresse, mágoa e

rancor podem estar relacionados em maior ou menor grau com o

desenvolvimento de determinados tipos de câncer.

Com o envelhecimento da população, o controle das doenças

infecciosas, o aumento da expectativa de vida e o contato com poluentes

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ambientais, as neoplasias, no âmbito das doenças crônicas não transmissíveis,

vêem aumentando sua importância relativa ao perfil de morbimortalidade das

populações. Entre essas patologias, o câncer, de uma forma geral, ocupa o

segundo lugar entre as patologias dessa categoria que mais matam (INCA,

2008).

Prevenção, rastreamento e detecção são as melhores estratégias para

debelar o câncer. Podemos dividir a prevenção em duas vertentes: a

prevenção primária, onde são focadas medidas que garantam que o câncer

não chegue a manifestar, e a prevenção secundária, com o objetivo de

detectar e tratar o câncer precocemente, enquanto ainda se encontra em

estágio possível de cura.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), estima-se que, para o

ano de 2010, ocorrerão 18.430 casos novos de câncer de colo de útero. O

número de casos novos de câncer do colo do útero esperado para o Brasil no

ano de 2010 será de 18.430, com um risco estimado de 18 casos a cada 100

mil mulheres.

Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer do colo do

útero é o mais incidente na Região Norte (23/100.000). Nas regiões Centro-

Oeste (20/100.000) e Nordeste (18/100.000), ocupa a segunda posição mais

freqüente e nas regiões Sul (21/100.000) e Sudeste (16/100.000), a terceira

posição. No ano de 2008, houveram 4.812 óbitos devido ao câncer de colo.

1.1 Programa Saúde da Família

O Programa Saúda da Família (PSF) é o primeiro nível de contato dos

indivíduos (assistência primária), levando a atenção à saúde o mais próximo

possível do local onde a pessoa vive e trabalha, formando assim a prevenção

primária. Criado em 1994, pelo Ministério da Saúde tem como base a

prevenção, a promoção e a recuperação da saúde de forma geral e

continuada. (FIGUEIREDO, 2007)

Dentro do programa existe um conjunto de ações e projetos de base

para prevenção e promoção da saúde, como: combate ao tabagismo e ao

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sedentarismo, alimentação saudável, saúde na escola e saúde da pessoa

idosa.

A Promoção em saúde pode ser definida como um conjunto de ações,

intervenções e propostas que ataca as causas básicas das doenças. Quando a

doença é o câncer de colo de útero para realizamos promoção em saúde,

devemos incentivar as mulheres a adotar hábitos saudáveis de vida, ou seja,

estímulo à exposição aos fatores de proteção, como: alimentação saudável,

atividade física regular, evitar ou limitar a ingestão de bebidas alcoólicas e

eliminação do tabagismo.

Com o desenvolvimento e o seguimento dessas diretrizes é possível

realizar de forma eficaz a assistência primária que é tão necessária para

prevenção e controle dos cânceres.

1.2 Câncer do Colo do Útero

O colo do útero é revestido, de forma ordenada, por várias camadas de

células epiteliais pavimentosas, que ao sofrerem transformações intra-epiteliais

progressivas, podem evoluir para uma lesão cancerosa invasiva em um

período de 10 a 20 anos. (BRASIL, 2002).

Com aproximadamente 500 mil casos novos por ano no mundo, o

câncer do colo do útero é o segundo tipo de câncer mais comum entre as

mulheres, sendo responsável pelo óbito de, aproximadamente, 230 mil

mulheres por ano. Sua incidência é cerca de duas vezes maior em países

menos desenvolvidos, se comparada à dos mais desenvolvidos. A incidência

por câncer do colo do útero torna-se evidente na faixa etária de 20 a 29 anos,

e o risco aumenta, rapidamente, até atingir seu pico geralmente na faixa etária

de 45 a 49 anos (INCA 2008).

Em países desenvolvidos, a sobrevida média estimada em cinco anos

varia de 59% a 69%. Nos países em desenvolvimento os casos são

encontrados em estádios relativamente avançados, e, conseqüentemente, a

sobrevida média é de cerca de 49% após cinco anos. A média mundial

estimada é de 49% (INCA 2008).

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O principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer do colo de

útero está relacionado à infecção causada pelo Papilomavírus humano (HPV)

e os principais fatores risco relacionados ao desenvolvimento desta infecção

são:

1. Início precoce das atividades sexuais;

2. Multiplicidade de parceiros sexuais;

3. Parceiro sexual masculino com múltiplas parceiras;

6. Tabagismo;

7. Infecções genitais de repetição;

O conhecimento dos fatores de risco por parte da população

proporciona a possibilidade de sua prevenção, através da educação das

mulheres para este tipo de problema, mantendo-se alerta para todas essas

variáveis, uma vez que elas caracterizam o comportamento de risco do câncer

cérvico-uterino e devem ser considerados na população alvos do programa de

controle.

O Ministério da Saúde esclarece à relevância de se mudar a estratégia

no combate do câncer, combinando ações preventivas de promoção e

proteção à saúde com medidas diagnósticas e terapêuticas, especialmente as

de diagnóstico precoce. Todos os níveis de atenção devem ser observados,

desde o primário ao terciário, com estruturas de saúde própria, uma vez que a

prevenção, o diagnóstico e o tratamento do câncer envolvem todo o complexo

do setor saúde, seja público ou privado (BRASIL, 1997).

Para que a prevenção do câncer ginecológico aconteça é necessária a

colaboração da cliente, do profissional da saúde, e, principalmente, do poder

governamental, pois este último é quem fornece estruturas, recursos humanos

e condições adequadas para a realização da prevenção ginecológica. Essa

ação conjunta influência positivamente na luta contra o câncer cervical.

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1.3 Colpocitologia Oncótica

O exame Papanicolaou é realizado no Brasil desde 1946, para a

detecção precoce do câncer de colo de útero. É um exame de baixo custo e

possibilita o tratamento da doença em estágios iniciais, o que impede o seu

desenvolvimento em quase 100% dos casos.

Até a década de 1990, o teste de Papanicolaou convencional constituiu-

se na principal estratégia utilizada em programas de rastreamento voltados

para o controle do câncer do colo do útero.

Apesar dessas afirmações, existe uma lacuna entre a cobertura dos

exames realizados nas unidades de saúde e a mortalidade por câncer.

A primeira mobilização nacional para a detecção precoce da doença

ocorreu em 1998, onde foram colhidos 3 milhões de exames, dos quais 65%

foram na faixa etária de 35 a 49 anos de idade. Detectou-se em 60 mil exames

algum tipo de alteração e, das mulheres que apresentaram lesões precursoras

de alto grau e câncer, 77% foram acompanhadas e tratadas. No ano de 2002

ocorreu a segunda mobilização nacional visando prioritariamente captar,

acompanhar e tratar as mulheres que estivessem na faixa etária de risco mas

que nunca realizaram o exame e repetir o exame naquelas que o fizeram

durante a primeira mobilização ou há mais de 3 anos (BRASIL, 2002).

Conhecer o perfil das mulheres que realizam o papanicolau em

um determinado espaço geográfico é de grande importância, pois possibilita a

elaboração de políticas públicas voltadas para a realidade local. Neste

contexto, nosso objeto de estudo mostra-se válido e importante para organizar

um programa de prevenção, priorizando grupos de riscos, por idade e

características da vida sexual, para diminuir a taxa de mortalidade por câncer

do colo uterino.

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1.4 Faixa Etária e Periodicidade para Realização do Exame

Preventivo do Colo do Útero

A periodicidade de realização do exame preventivo do colo do útero,

estabelecida pelo Ministério da Saúde do Brasil, em 1988, é de que o exame

citopatológico deve ser realizado em mulheres de 25 a 60 anos de idade, uma

vez por ano e após dois exames anuais consecutivos negativos, a cada três

anos. Esta recomendação permanece atual e está em acordo com os

principais programas internacionais, pois se baseia na evolução lenta do

câncer de colo uterino (Brasil,2002).

É estimado que uma redução de cerca de 80% da mortalidade por este

câncer pode ser alcançada com o rastreamento de mulheres na faixa etária de

25 a 65 anos com o teste de Papanicolaou e com o tratamento de lesões

precursoras com alto potencial de malignidade ou carcinoma “in situ”. Para

tanto, é necessário garantir a organização, a integralidade e a qualidade do

programa de rastreamento, assim como o acompanhamento das pacientes.

A identificação das mulheres na faixa etária de maior risco,

especialmente aquelas que nunca realizaram exame na vida, é o objetivo da

captação ativa. As estratégias devem respeitar as peculiaridades regionais

envolvendo lideranças comunitárias, profissionais de saúde, movimentos de

mulheres, meios de comunicação entre outros.

1.5 Situações Especiais

Existe ainda algumas situações especiais, preconizadas pelo Ministério

da Saúde (Brasil,2002), que são:

Mulher grávida: não se deve perder a oportunidade para a realização do

rastreamento. Pode ser feito em qualquer período da gestação,

preferencialmente até o 7º mês. Não está contra-indicada a realização

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do exame em mulheres grávidas, a coleta deve ser feita com a espátula

de Ayre* e não usar escova de coleta endocervical.

Mulheres virgens: a coleta em virgens não deve ser realizada na rotina.

A ocorrência de condilomatose genitália externa, principalmente vulvar e

anal, é um indicativo da necessidade de realização do exame do colo,

devendo-se ter o devido cuidado e respeitando a vontade da mulher.

Mulheres submetidas a histerectomia:

• Histerectomia total recomenda–se a coleta de esfregaço de fundo

de saco vaginal;

• Histerectomia subtotal: rotina normal.

Mulheres com DST: devem ser submetidas à citopatologia mais

freqüentemente pelo seu maior risco de serem portadoras do câncer do

colo do útero ou de seus precursores. Já as mulheres com condilomas

em genitália externa não necessitam de coletas mais freqüentes do que

as demais.

1.6 Recomendações prévias a mulher para a realização da

coleta do exame preventivo do colo de útero

Segundo o Ministério da Saúde, para realização do exame preventivo do

colo do útero e a fim de garantir a qualidade dos resultados recomenda-se:

• Não utilizar duchas ou medicamentos vaginais ou exames intravaginais como,

por exemplo a ultrassonografia, durante 48 horas antes da coleta;

• Evitar relações sexuais durante 48 horas antes da coleta;

• Anticoncepcionais locais, espermicidas, nas 48 horas anteriores ao exame;

• O exame não deve ser feito no período menstrual, pois a presença de sangue

pode prejudicar o diagnóstico citológico. Aguardar o quinto dia após o término

da menstruação. Em algumas situações particulares, como em um

sangramento anormal, a coleta pode ser realizada.

______________ * Espátula de Ayre – Uma espátula de madeira de boa aceitação é do tipo Ayre, com 18 cm de comprimento e extremidade arredondada e a outra afilada. É artigo médico-hospitalar de uso único (após o uso, perde suas características originais ou que, em função de outros riscos reais ou potenciais à saúde da usuária, não pode ser reutilizado). Quanto ao método de esterilização adotado, tipo embalagem e de acondicionamento segue as normas vigentes da ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária (www.anvisa.gov.br).

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O profissional de saúde deve estar atento durante a coleta do

preventivo, pois é possível à identificação de outras patologias que podem ser

a real preocupação da mulher, e ainda, podem causar lembranças,

associações com situações vividas anteriormente, relativas às experiências

com a própria sexualidade, como também as representações adquiridas a esse

respeito podem influenciar na decisão das mulheres sobre a realização do

próximo exame, por ser considerado um exame constrangedor.

Com isso, devemos esclarecer quanto aos procedimentos realizados,

pois boa parte do comportamento epidemiológico do câncer de colo de útero

deve-se a timidez para realização do exame.

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CAPÍTULO II

A PARTICIPAÇÃO DOS ENFERMEIROS NO COMBATE

AO CÂNCER DE COLO DE ÚTERO

Há cinqüenta anos, o Sistema de Saúde Brasileiro implantou o exame

Papanicolau nos serviços de saúde ambulatorial, onde apesar de ser possível

a sua prevenção, os índices de morbimortalidade por câncer cervical não

registram nenhuma queda significativa nos últimos anos. O principal objetivo

das ações de controle é prevenir o carcinoma invasivo através da detecção,

diagnóstico e tratamento das lesões cervicais pré-invasoras (DIÓGENES,

REZENDE & PASSOS, 2001).

A única maneira de prevenir o câncer do colo uterino é fazendo o exame

de citologia oncótica. Através da prevenção é possível diminuir a incidência

dessa doença que, atualmente, é uma das maiores causas de morte em

mulheres do nosso país (BRASIL 2002).

Outra importância do exame de prevenção é que este ajuda a identificar

outras doenças transmissíveis através de relação sexual (DST), como o

papilomatose, a tricomoníase, a gardnerella e a monilíase. O vírus do Papiloma

pode causar transformações nas células do colo uterino que evoluem para o

câncer. A maioria das pessoas infectadas com esse vírus tem câncer de colo

uterino. Por isso é importante a identificação das doenças sexualmente

transmissíveis para verificar a freqüência com que o exame de detecção

precoce deve ser feito.

Para o Ministério da Saúde a atuação do enfermeiro na prevenção do

câncer tem sido objeto de estudo em diversos países e cada vez mais fica

comprovada a importância deste profissional nos programas de educação em

saúde (BRASIL, 1997).

Os enfermeiros desde da sua formação acadêmica se preocupam em

desenvolver uma assistência globalizada aos pacientes, visualizando o cuidar

nas dimensões física, emocional e espiritual. Diante disso, refletimos o quanto

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é necessário que os profissionais da saúde estejam desenvolvendo

habilidades e práticas para melhor adesão das mulheres na realização do

exame de prevenção do colo uterino, para isso, é necessário que seja

incentivado programas de aperfeiçoamento e especialização aos profissionais

de enfermagem, tanto na prevenção quanto na recuperação, reabilitação do

paciente.

O processo de cuidar da família pode ser entendido como uma

metodologia de ação baseada em um referencial teórico, isto é, o enfermeiro

tem de ser competente em acessar e intervir com as famílias num

relacionamento cooperativo - profissional/família, tendo como base uma

fundamentação teórica. Para tanto, deve aliar os conhecimentos científico e

tecnológico às habilidades de observação, comunicação e intuição

(DIÓGENES, REZENDE & PASSOS, 2001).

A Política de Estratégia Saúde da Família (ESF), baseia-se no princípio

da prevenção, que deve ser adotado por qualquer membro da equipe que atua

no programa. Esses princípios estão relacionados às atividades assistências,

educativas e de pesquisa exercidas pelo enfermeiro. Dentre eles citamos:

Identificação de populações de alto risco.

Inclui a verificação das pacientes que apresentam a idade preconizada

pelo Ministério da Saúde para a realização do exame. O enfermeiro

deve conhecer a sua população adscrita e assim, prever quantos

preventivos deverão ser realizados durante o ano.

Rastreamento.

Também chamado de busca ativa e tem como objetivo identificar

pacientes que possuem fatores de risco para o desenvolvimento de uma

doença. A identificação deve ser feita utilizando recursos para atrair a

população em foco, utilizando recursos que aproximem os pacientes da

Unidade Básica de Saúde.

Detecção

Tem a finalidade de diagnóstico precoce da doença. A realização e

conscientização da população para realização do exame de

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Papanicolau, como segundo normativa Ministério da Saúde, que diz:

realização de um exame por ano, e no caso de dois exames negativos

consecutivos a cada três anos.

Educação e prevenção primária.

A educação em saúde tem uma importante contribuição a prestar nas

ações de saúde, com destaque na área de prevenção de câncer de colo

uterino e das doenças sexualmente transmissíveis. De forma ampla,

deve estar presente nas escolas, nas instituições, atuando com todas as

faixas de idade, sexo feminino e masculino, considerando crenças,

valores e atitudes da mulher na estratégia de sensibilização, para que as

mulheres exerçam a prática do referido exame.

Reabilitação

O enfermeiro deve acolher os usuários que requeiram cuidados de

reabilitação, realizando orientações, seguimentos e encaminhamentos, de

acordo com a necessidade de cada indivíduo, ajudando ainda a reintegração

na sociedade.

Conforme Lei nº 7.498/86 que dispõe sobre a regulamentação do

exercício da Enfermagem, dentre outras atribuições cabe privativamente ao

enfermeiro: planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação

dos serviços de assistência de Enfermagem e a consulta de Enfermagem.

Durante a consulta de enfermagem deve-se estabelecer uma relação de

confiança entre o profissional e a cliente, garantindo o caráter confidencial da

consulta, elevando a auto-estima e a verbalização dos sentimentos e

percepções bem como, o conhecimento do próprio corpo, a participação ativa

da cliente na prevenção e controle da doença nos diversos níveis de

prevenção; capacitá-la a reconhecer as situações de risco vividas por ela.

Na consulta, o enfermeiro deve identificar aspectos da história de vida e

saúde da cliente, além de outras informações como antecedentes pessoais e

familiares da mesma. Deve compreender que apesar de a clientela ser

constituída, exclusivamente, de mulheres essas são indivíduos distintos, com

características, culturais, atitudes e normas de conduta diferenciadas, que se

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encontram em faixa etária diversas com problemáticas específicas e que

assumem diferentes papéis sociais, familiares, econômicos e educacionais.

Na perspectiva da saúde da família, cabe à enfermagem, como desafio

básico, redefinir suas práticas assistenciais, gerenciais e de ensino, com base,

principalmente, na epidemiologia crítica e no modelo de atenção integral à

saúde. (DIÓGENES, REZENDE & PASSOS, 2001). Nesse sentido, o

planejamento estratégico passa a ser um instrumento precioso para a

construção dessa prática inovadora, tanto na dimensão do cuidado de

enfermagem quanto do gerenciamento do cuidado.

O cuidado na saúde da família tem como objetivo a promoção da saúde

através da mudança. A proposta é ajudar a família a criar novas formas de

interação para lidar com a prevenção. Deve-se conhecer, por exemplo, o que a

família pensa sobre o que causou a doença e as possibilidades de cura, a fim

de ajudar a família a modificar crenças que dificultam a implementação de

estratégias para lidar com o cuidado da pessoa que está doente.

Observa-se ainda, outra barreira, como medo “do exame ser positivo”:

muitas mulheres que chegam a fazer o exame não retornam para saber o

resultado: logo, a estratégia de capacitação para entrega do resultado também

deve ser analisada e a busca ativa dessas pacientes, mesmo com o resultado

negativo para o câncer, demonstra o comprometimento do profissional

enfermeiro e a população assistida.

A enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde do ser

humano e da coletividade. O enfermeiro atua na promoção, proteção,

recuperação e exerce a profissão com autonomia, respeitando os princípios

legais da enfermagem. Na elaboração do plano de cuidados da enfermagem,

deve-se considerar o dispositivo do “acolhimento” como uma postura ética,

integre o paciente como protagonista em seu processo terapêutico,

considerando sua cultura, seus saberes e sua capacidade de avaliar riscos.

O enfermeiro exerce um papel importante nas ações de prevenção do

câncer. No momento em que as práticas de Enfermagem estão absorvendo

profundas transformações, e discutindo com muita ênfase a evolução da

ciência e tecnologia, a liberdade, autonomia profissional, o desenvolvimento de

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novas competências, modernização, as novas formas de assistência e a

necessidade de trabalhar em harmonia com a equipe multidisciplinar.

Conforme estudo realizado, a prevenção e cura do câncer do colo uterino

dependem de fatores como: prestação de serviços adequados, definições da

população-alvo, capacitação da comunidade de maneira responsável e

consistente (DIÓGENES, REZENDE E PASSOS, 2001).

O aumento da expectativa de vida da mulher, as modificações de

hábitos de vida, as necessidades de saúde da mulher, apontam para rotinas de

prevenção, acessibilidade e busca ativa. Sendo assim, cabe ao Governo

assumir sua responsabilidade e nós, profissionais de saúde, fazermos a nossa

parte.

A população precisa estar presente durante todo o processo de saúde e

doença, por meio do processo participativo com a população torna-se mais

fácil para a tomada de decisões e estabelecimento de prioridades, resolução

de seus problemas.

Segundo Diógenes, et al (2001), na perspectiva de que os avanços no

setor saúde ocorram articuladamente às possibilidades de transformação geral

da sociedade, rumo a um projeto de emancipação de todos os cidadãos.

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CAPÍTULO III

APRESENTANDO E ANALISANDO OS RESULTADOS

Nosso estudo delimita como sujeito 41 mulheres com idade entre 15 e

73 anos, que procuraram a UBS do Morro da Liberdade para realizar o exame

de prevenção do colo uterino. A partir dos resultados obtidos traçamos o perfil

destas mulheres para que, as políticas públicas direcionadas a mulher, ofereça

acesso mais efetivo para o diagnóstico precoce do câncer do colo do útero.

Em relação ao conhecimento das mulheres sobre a importância da

realização do exame preventivo, 80% (33) das mulheres relatam saber a

importância da realização do exame e 20% (8) não sabem a importância da

realização do exame, isso nos faz inferir que é por meio da educação em

saúde, que podemos promover saúde. É importante salientar que, a educação

nesta área, é uma das formas de levar informação às pessoas, auxiliando-as

nas mudanças de comportamento prejudiciais à saúde e em atividades que

busquem a qualidade de vida.

Os profissionais da Estratégia Saúde da Família que dispõem de

educação continuada, potencialmente os enfermeiros, podem não apenas

implementar rotinas de prevenção, de acessibilidade e busca ativa, mas

conseguir através da educação em saúde responsabilizar também a

comunidade por sua própria saúde, apoderando-a, e assim conseguir os

melhores aliados para enfrentar estes entraves.

Educação em saúde é o campo de prática e conhecimento do setor

saúde que se tem ocupado mais devidamente com a criação de vínculos entre

a ação médica e o pensar e o fazer cotidiano da população. Divergentes

concepções e práticas têm marcada a história da educação em saúde no

Brasil, apesar de se falar de educação em saúde antes da década de 70, esta

foi basicamente uma iniciativa das elites políticas e econômicas, e, portanto,

subordinada aos seus interesses.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo teórico e de campo realizado em mulheres do Morro da

Liberdade/Manaus-AM na busca do perfil e conhecimento dessas mulheres

acerca da prevenção do câncer do colo uterino, levou-nos às seguintes

proposições:

Constatamos na caracterização das mulheres que há um predomínio

com idade compreendida entre 20 a 39 anos. A maioria sem união conjugal

estável, sendo verificadas 14 solteiras e 08 divorciadas. Verificamos que

apesar da maioria ter nível médio completo a ocupação principal desenvolvida

é dentro do âmbito familiar e com renda entre 2 a 4 salários mínimos.

Nos depoimentos ficou constatado que a maioria já realizou o exame

anteriormente, apesar de não obedecer à regularidade firmada pelo Ministério

da Saúde e que, apesar disso, relatam saber da importância do exame

ginecológico.

Em relação a ter vivenciado algum problema ginecológico, a maioria

relatou que, apresentaram algum distúrbio ginecológico em algum momento

anteriormente, como: prurido e verrugas e que 11 (26,83%) estavam

procurando o exame apenas para diagnosticar leucorréias.

Percebemos que, apesar do fumo ser um fator de risco para a doença, a

maioria das mulheres não era fumante.

Todas as mulheres entrevistadas foram unânimes em afirmar ser

conhecedoras dos riscos do câncer de colo uterino e do risco de vir a

desenvolvê-lo se não tomarem os devidos cuidados. Este resultado denota

claramente sobre a prática profissional, mostrando o quanto a equipe da

Unidade Básica de Saúde deve continuar empenhada para o desenvolvimento

de práticas educativas para que as mulheres possam se sensibilizar sobre tal

assunto e procure o serviço de saúde.

A ação educativa em saúde é um processo que leva os indivíduos ou

grupos a assumirem ou ajudarem na melhoria das condições de saúde. Os

profissionais e a população devem compreender que a saúde da comunidade

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depende de ações oferecidas pelo serviço de saúde, como também de esforço

da própria população através de conhecimento, compreensão, reflexão e

adição de práticas de saúde. Muitos profissionais vêm se engajando em

experiências de atenção à saúde bastante inserida no meio popular, onde

passam a conviver com seus movimentos e sua dinâmica interna. O

pioneirismo da educação popular tem propiciado para que os profissionais

inovem de forma extremamente criativa na relação educativa com a população

e seus movimentos organizados.

Essa relação mais intima do profissional de saúde com a população cria,

inclusive, condições para redefinição crítica da prática técnica em vários

serviços de saúde, apontando para um modelo mais integrado aos interesses

populares. Assim, vai se configurando no Brasil, uma postura de relação entre

os profissionais de saúde e a população, voltada para a gestação de novos

conhecimentos e novas formas de organização social. As ações educativas

devem buscar a participação e reflexão conjunta dos profissionais de saúde

com as mulheres sobre os diferentes aspectos relacionados às doenças e as

ações de controle das mesmas na tentativa de sensibilizá-las para adoção de

atitudes e comportamentos compatíveis ou condizentes com uma vida mais

saudável.

Constatamos que uma grande parte não faz uso de anticoncepcionais e

que a prevenção primária baseia-se no estímulo do uso de preservativos

durante a relação sexual, uma vez que a prática de sexo seguro é uma das

formas de evitar o contágio de Doenças Sexualmente Transmissíveis, como o

HPV, vírus que tem papel importante para o desenvolvimento do câncer.

Evidenciamos que a população das mulheres do estudo iniciou sua vida

sexual muito cedo, onde apesar de ser uma dos fatores de riscos, ela também

realizam o exame Papanicolau na faixa etária que prioriza o Ministério da

Saúde, se já iniciada a atividade sexual.

Notamos que as mulheres possuíam noções superficiais no que se

refere ao câncer do colo de útero, como também as doenças que podem ser

detectadas na ocasião do exame.

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Percebemos que a maioria das mulheres, por ter conhecimento no que

se refere à prevenção, realizam o exame como controle/rotina, por entender a

necessidade da realização do mesmo.

Esta investigação nos proporcionou averiguar a adesão das mulheres ao

exame de Papanicolau, vindo elas de um nível sócio-econômico melhor,

concluímos que educação e saúde caminham juntas, pois o nível de

escolaridade está diretamente associado com a utilização dos serviços de

saúde.

Durante a pesquisa podemos observar que o enfermeiro devido às

diversas atribuições dentro da unidade básica e a forma de contratação de

alguns profissionais faz com que algumas atribuições sejam designadas ao

profissional de nível médio, como o técnico de enfermagem. Assim, perdemos

tanto para a melhoria do nosso conhecimento quanto à conquista da confiança

das mulheres examinadas.

Para o Ministério da Saúde a atuação do enfermeiro na prevenção do

câncer tem sido objeto de estudo em diversos países e cada vez mais fica

comprovada a sua importância nos programas de prevenção junto à

população, não só como técnico, mas também como educador e conselheiro

(BRASIL, 1997).

O controle desta doença é dificultado, sobretudo, por fatores culturais,

sociais, econômicos e comportamentais, fazendo com que mais de 70% das

pacientes diagnosticadas com câncer de colo de útero, apresentem a doença

em estágio avançado já na primeira consulta, o que limita consideravelmente a

possibilidade de cura. Diante deste contexto sugerimos as seguintes ações

para a UBS do Morro da Liberdade:

• Formar equipes multidisciplinares para implementar a busca de mulheres

que possuem alteração no resultado citopatológico e não compareceram para

consulta de retorno;

• Agendar consulta de retorno após coleta do preventivo, para que haja melhor

controle e acreditação no serviço;

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• Realizar ações de promoção da saúde e de atenção ontológica em todos

os níveis de atenção;

• Realizar ações educativas abordando questões relacionadas ao

tabagismo, alimentação, consumo de álcool, atividade física e fatores

hormonais;

• Realizar palestra educativa antes da coleta em sala reservada

coletivamente;

• Realizar busca ativa das mulheres na comunidade adstrita da UBS

conforme faixa etária preconizada pelo programa;

• Realizar periodicamente exame clínico colpocitologia oncótica em

mulheres de 25 a 60 anos;

O ensaio permitiu-nos observar a variação do número de mulheres

atendidas semanalmente para realização do exame de Papanicolau, pois

muitos são os atores responsáveis pela realização deste procedimento, tendo

a educação em saúde um grande potencial para reversão deste quadro.

Infelizmente a comunidade ainda demonstra uma visão

predominantemente curativista, dificultando sua adesão aos programas

educativos desenvolvidos pela equipe de saúde, todavia os enfermeiros devem

compreender que isto envolve mudança em hábitos, crenças e valores

arraigados durante toda a vida, exigindo desta forma que o enfermeiro trabalhe

mais de forma dinâmica, criativa, interativa.

Todavia não podemos considerar encerrada uma discussão como a que

levantamos ao longo do trabalho, pois desfiguraria o caráter dinâmico das

idéias apresentadas. Entendemos que a elaboração teórica construída ao

longo deste estudo revelou-nos a necessidade de empreender mais esforços

no sentido de aprofundar a reflexão e de ampliar a discussão cada vez mais,

acerca do tema aqui tratado.

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Índice de anexos

Anexo 1 >> Questionário aplicado

Anexo 2 >> Termo de Livre Consentimento Anexo 3 >> Lista de Gráficos

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ANEXO 1

FORMULÁRIO

1. DADOS:

1.1 Características das Entrevistadas

Idade: ______________________

Estado Civil: ( ) Casada ( ) Separada ( )Solteira ( ) Estável

Escolaridade: ( ) Analfabeta ( ) Lê e escreve ( ) 1º grau incompleto ( ) 1º grau

completo

( ) 2º grau incompleto ( ) 2º grau completo ( ) Superior

Ocupação:

_______________________________________________________________

Renda Familiar: ( ) < 01 salário mínimo ( ) 01 a 02 salários mínimos; ( ) 02 a 04

salários mínimos; ( ) > 04 salários mínimos.

2. DADOS REFERENTES AO EXAME DE PREVENÇÃO E FATORES DE

RISCOS:

2.1 Sabe da Importância do Exame? ( ) Sim ( ) Não

2.2 Última vez do Exame: ( ) há menos de 01 ano ( ) há 01 ano ( ) há 02 anos

( ) há mais de 03 anos

2.3 Teve algum problema ginecológico? ( ) Sim ( ) Não

2.4 O que é câncer de colo uterino?

_______________________________________________________________

2.5 Já realizou tratamento com radioterapia e/ou quimioterapia? ( ) Sim ( ) Não

2.5 Fumante? ( ) Sim ( ) Não

2.6 Quando iniciou a atividade sexual? ______________________

2.7 Faz uso de anticoncepcional? ( ) Sim ( ) Não

2.8 O que a motivou a fazer o exame?

_______________________________________________________________

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ANEXO 2

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

A senhora está sendo convidada para participar, como voluntária, em uma

pesquisa. Após ser esclarecido sobre as informações a seguir, no caso de

aceitar fazer parte deste estudo, assine ao final desse documento.

Os nomes não serão divulgados e em caso de recusa, você não será

penalizada de forma alguma. A pesquisa denomina-se PERFIL DE

MULHERES SUBMETIDAS AO EXAME DE PAPANICOLAU NA UBS DO

BAIRRO MORRO DA LIBERDADE/MANAUS-AM: CONTRIBUIÇÃO DA

ENFERMAGEM PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE. A pesquisadora

responsável é a Enfermeira Andréa Cristina de Moraes Chaves, COREN-AM

145456, telefone para contato 8812-9921.

Manaus, ___ de _____________ de 2009

__________________________________ Assinatura do Pesquisado

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ANEXO 3

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 01 Distribuição das mulheres que procuram a UBS do Morro da Liberdade para realização do exame de prevenção do câncer ginecológico segundo faixa etária, Manaus, 2009.....................................................................................27

GRÁFICO 02 Distribuição das mulheres que procuram a UBS Morro da

Liberdade para realização do exame de prevenção do câncer ginecológico segundo estado civil, Manaus, 2009.....................................................................................28

GRÁFICO 03 Distribuição das mulheres que procuram a UBS Morro da

Liberdade para realização do exame de prevenção do câncer ginecológico segundo escolaridade, Manaus, 2009.....................................................................................29

GRÁFICO 04 Distribuição das mulheres que procuram a UBS do Morro da

Liberdade para realização do exame de prevenção do câncer ginecológico segundo ocupação, Manaus, 2009.....................................................................................30

GRÁFICO 05. Distribuição das mulheres que procuram a UBS do Morro da

Liberdade para realização do exame de prevenção do câncer ginecológico segundo renda familiar, Manaus, 2009.....................................................................................31

GRÁFICO 06 Distribuição das mulheres que procuram a UBS do Morro da

Liberdade para realização do exame de prevenção do câncer ginecológico de acordo com o tempo de realização do último, Manaus, 2009.....................................................32

GRÁFICO 07 Distribuição das mulheres que procuram a UBS do Morro da

Liberdade para realização do exame de prevenção do câncer ginecológico de acordo com o uso de anticoncepcionais, Manaus, 2009 .. ...................................33

GRÁFICO 08 Distribuição das mulheres que procuram a UBS do Morro da

Liberdade para realização do exame de prevenção do câncer ginecológico de acordo com problemas ginecológicos anteriores, Manaus, 2009....................................................34

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GRÁFICO 09 Distribuição das mulheres que procuram a UBS do Morro da Liberdade para realização do exame de prevenção do câncer ginecológico de acordo com a definição da entrevistada sobre o câncer de colo uterino, Manaus, 2009.....................................................................................35

GRÁFICO 10 Distribuição das mulheres que procuram a UBS do Morro da

Liberdade para realização do exame de prevenção do câncer ginecológico de acordo com hábito de fumar, Manaus, 2009......................................................................36

GRÁFICO 11 Distribuição das mulheres que procuram a UBS do Morro da

Liberdade para realização do exame de prevenção do câncer ginecológico de acordo com realização de tratamento por radioterapia e/ou quimioterapia, Manaus, 2009............37

GRÁFICO 12 Distribuição das mulheres que procuram a UBS do Morro da

Liberdade para realização do exame de prevenção do câncer ginecológico de acordo com segundo início da atividade sexual, Manaus, 2009..........................................38

GRÁFICO 13 Distribuição das mulheres que procuram a UBS do Morro da

Liberdade para realização do exame de prevenção do câncer ginecológico segundo opinião da entrevistada sobre importância do exame, Manaus, 2003................................39

GRÁFICO 14. Distribuição das mulheres que procuram a UBS do Morro da

Liberdade para realização do exame de prevenção do câncer ginecológico de acordo com o fator que a motivou a realizar o exame, Manaus, 2009.........................................40

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ANS. Agencia Nacional de Saúde Suplementar. Manual Técnico de Promoção da Saúde e Prevenção de Riscos e Doenças na Saúde Suplementar. Rio de Janeiro: 2006 AYOUB, A.C. et al. Planejando o Cuidar na Enfermagem Oncológica. São Paulo, 2000. BRASIL, Ministério da Saúde. Ações de Enfermagem para o controle do câncer. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Câncer, 1995. BRASIL, Ministério da Saúde. Prevenção do Colo do Útero. Manual Técnico. Brasília (DF): 2002. BRASIL, Ministério da Saúde. Saúde da Família: Uma Estratégia para reorientação do Modelo Assistencial. Brasília (DF): 2000. BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Coordenação Nacional de Controle do Tabagismo e Prevenção Primária de Câncer. Bases para implantação de um Programa de Controle do Tabagismo. Rio de janeiro, 1996. 69p. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Nacional de Assistência à Saúde. Ações de Enfermagem para o controle de câncer. Rio de Janeiro: Pró-Onco, 1997. COFEN. Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986. Dispõe sobre a regulamentação do exercício da Enfermagem, dentre outras atribuições cabe privativamente ao enfermeiro: planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços de assistência de Enfermagem e a consulta de Enfermagem. In: Diário Oficial da União, Brasília, fls. 9.273-9.275, 26 jun. 1986.Seção I. CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE. Resolução 196/96: Normas de Pesquisa em Saúde. Diário Oficial da União de 10/10/96. DIÓGENES, M.A.R.; REZENDE, M.D.S.; PASSOS, N.N.G. Prevenção do Câncer: Atuação do Enfermeiro na Consulta de Enfermagem Ginecológica Aspecto Ético e Legais da Profissão. Fortaleza (CE): 2001. FIGUEIREDO, N.M.A.; TONINI, Teresa. SUS e PSF para Enfermagem: práticas para o cuidado em saúde coletiva. São Caetano do Sul (SP): 2007 FREIRE, P. Ação cultural para a liberdade. 8. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02

AGRADECIMENTO 03

DEDICATÓRIA 04

RESUMO 05

METODOLOGIA 06

SUMÁRIO 10

INTRODUÇÃO 11

Capítulo I – Conceito, Características e Estimativa do Câncer 13

1.1 Programa Saúde da Família 14

1.2 Câncer de Colo de Útero 15

1.3 Colpocitologia Oncótica 17

1.4 Faixa Etária e Periodicidade para Realização do 18

Exame Preventivo do Colo do Útero

1.5 Situações Especiais 18

1.6 Recomendações prévias a mulher para a realização 19

da coleta do exame preventivo do colo de útero

Capítulo II - A Participação dos Enfermeiros no Combate ao 21

Câncer de Colo Uterino

Capítulo III – Apresentação e Analisando os Resultados 26

CONSIDERAÇÕES FINAIS 41

ÍNDICE DE ANEXOS 45

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 50

ÍNDICE 52

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

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Avaliado por: Conceito: