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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM LIDERANÇA NAS ORGANIZAÇÕES: TODOS OS FUNCIONÁRIOS SÃO POTENCIALMENTE LIDERES? SELMA COSTA DE SOUZA ORIENTADORA M S . FABIANE MUNIZ Rio de Janeiro 2012

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · estavam sempre me dando forças para prosseguir, meu esposo, meus filhos, irmão e netos que sempre acreditaram em mim e entenderam

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

LIDERANÇA NAS ORGANIZAÇÕES: TODOS OS FUNCIONÁRIOS

SÃO POTENCIALMENTE LIDERES?

SELMA COSTA DE SOUZA

ORIENTADORA

MS. FABIANE MUNIZ

Rio de Janeiro

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

LIDERANÇA NAS ORGANIZAÇÕES: TODOS OS FUNCIONÁRIOS

SÃO POTENCIALMENTE LIDERES?

Apresentação de monografia à Universidade Candido

Mendes como requisito parcial para obtenção do grau

de especialista em Gestão de Recursos Humanos

Por: . Selma Costa de Souza

Rio de Janeiro

2012

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela serenidade que tive para realizar mais este sonho

me dando sabedoria para ultrapassar todas as barreiras que foram impostas

durante minha jornada.Ele me manteve forte, me deu coragem e me conduziu até

aqui.

Agradeço a todos os que nessa empreitada, estiveram de alguma forma

colaborando para a conclusão deste curso. Em especial, agradeço ao meu marido

Devanil.

Agradeço a meus filhos, pela preocupação desprendida e a fé na

persistência para a conclusão deste curso.

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DEDICATÓRIA

A meus avós Noêmia e Osvaldo que enquanto estiveram ao meu lado,

estavam sempre me dando forças para prosseguir, meu esposo, meus filhos,

irmão e netos que sempre acreditaram em mim e entenderam minha ausência e

caminharam ao meu lado nos momentos difíceis.

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RESUMO

Desde o inicio das atividades em grupo organizadas pelo homem,

sempre houve a necessidade de se estabelecer métodos de trabalho para

se alcançar os objetivos planejados, e isso sempre foi feito através da

liderança. Com a transformação constante que o mercado vem sofrendo nos

últimos tempos, apresentando um quadro de competição constante, e a

evolução continua do homem, foi necessário o desenvolvimento de novos

métodos de liderar.

O que foi possível perceber nesse estudo é que existem diversos

tipos e estilos de liderança cada uma demonstrando características

peculiares não somente do líder e de sua atuação mas de seu grupo de

comandados. Assim, pode-se perceber que muitos dos líderes podem

possuir estilos diferenciados complementando os tipos nos quais eles são

enquadrados.

Neste estudo é possível entender que o líder é aquele capaz de

fazer a correta leitura de cada situação e agir de acordo com o que ela

exige, motivar o liderado para que haja harmonia na equipe.

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METODOLOGIA

O presente projeto analisou como contribuição teórica, produções

bibliográficas usando como autores principais: Idalberto Chiavenato, Peter

Drucker e Cecília Bergamini, artigos da web, além da observação gerada dentro

de organizações privadas de prestação de serviços públicos e de ensino superior,

durante a jornada de formação do curso de Gestão de Recursos Humanos.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

CONCEITUANDO LIDER 10

CAPÍTULO II

TEORIAS DE LIDERANÇAS 27

CAPÍTULO III

ESTILOS DE LIDERANÇA 32

CONCLUSÃO 37

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 39

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INTRODUÇÃO

Desde o início das atividades em grupo organizadas pelo homem,

sempre houve a necessidade de se estabelecer métodos de trabalho para se

alcançar os objetivos planejados, e isso sempre foi feito através da liderança.

Com a transformação constante que o mercado vem sofrendo nos últimos

tempos, apresentando um quadro de competição crescente, e a própria evolução

contínua do homem, foi necessário o desenvolvimento de novos métodos de

liderar as pessoas, a fim de atingir os objetivos empresariais. Atualmente, além de

se caminhar para conseguir vantagens competitivas sobre os concorrentes, as

empresas, para se destacarem no mercado, têm a necessidade de potencializar a

capacidade de seus colaboradores, caminhando para atingir vantagens

competitivas do fator humano. Estas vantagens competitivas possibilitarão o

controle do fator mais variável dentro dos processos organizacionais e de

liderança, pois habilitará as próprias pessoas a se organizarem de maneira mais

produtiva e eficiente, esta mudança de comportamento modificará radicalmente o

quadro atual de envolvimento e comprometimento dos colaboradores dentro das

organizações.

Para tornar clara a interação entre os processos da empresa e o

processo de liderança, é necessário conhecer o contexto organizacional, onde

líderes, liderados e equipes são elementos que estão constantemente se

relacionando. Dentro deste contexto está o ser humano, o qual por sua vez, reage

de forma não padronizada frente aos acontecimentos no trabalho e em sua vida

pessoal, o que se reflete diretamente nas atividades da empresa. Daí vem a

importância do líder dentro da organização.

Os benefícios para a empresa, quando conta com um líder, são

inúmeros, pois é nele que se concentra a atenção de todos, ele é quem irá

conduzir ou influenciar os demais componentes da organização. Então pode-se

dizer que com o passar o passar do tempo o conceito de liderança vem se

transformando e demonstrando que não existe uma maneira específica de liderar,

ou seja, cada líder tem seu próprio estilo de conduzir as pessoas, e é disso que

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as organizações precisam para se diferenciar em um ambiente de grande

competitividade.

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CAPÍTULO I

CONCEITOS DE LIDERANÇA

"O líder eficaz não é alguém amado e

admirado. É alguém cujos seguidores fazem as

coisas certas. Popularidade não é liderança.

Resultados sim!"

Peter Drucker (1997)

Segundo Hunter (2004) “Liderança é a habilidade de influenciar pessoas

para trabalharem entusiasticamente visando atingir aos objetivos identificados

como sendo para o bem comum”. Ou seja, um processo no qual o individuo

influencia outros a se comprometerem com a busca de objetivos comuns.

Constata-se então a grande influência que a liderança exerce sobre o

comportamento das pessoas, tornando-se um fator fundamental para o sucesso

empresarial. Na atual era do conhecimento, velhos paradigmas estão sendo

quebrados e uma nova performance passa a ser exigida dos lideres. A figura do

chefe que da ordens e exige o cumprimento de tarefas esta obsoleto.

Segundo Chiavenato (1992, p. 147) a liderança é definida como “uma

influência interpessoal exercida numa dada situação e dirigida através do

processo de comunicação humana para a execução de um ou mais objetivos

específicos”.

De acordo com o site Wikipédia(19 de janeiro de 2012) o líder diferencia-

se do chefe, que é aquela pessoa encarregada por uma determinada tarefa ou

atividade em uma empresa, tendo autoridade de mandar e exigir obediência. A

questão da liderança e sua relação entre líder e liderados vem sendo objeto de

estudo ao longo da história.

Segundo Chiavenato (1993), “o século XX foi o século da administração.

Foi nele que surgiram as principais abordagens administrativas e a administração

se desenvolveu de forma impressionante.

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Peter Drucker (1997) ressalta que: “Em crise não há liderança partilhada,

quando o barco esta afundando o capitão não pode convocar uma reunião para

ouvir as pessoas, tem de dar ordens. Este é o segredo da liderança partilhada:

saber em que situações deve agir como chefe e em que situações atuar como

parceiro”. Para ele “a tarefa do líder é desenvolver lideres”, pois toda empresa

necessita deles.

Warren Bennis (1996) reforça que“ um bom gestor faz as coisas bem,

enquanto um bom líder faz as coisas certas”. Ele identifica quatro competências

comuns nos lideres: visão, capacidade de comunicação, respeitabilidade e desejo

de aprendizagem. Também afirma que os lideres são pessoas com capacidade

para se expressar lentamente. “Eles também sabem o que querem, por que

querem e como comunicar isso aos demais, a fim de obter a cooperação e o

apoio deles”.

Na visão de Bergamini (1994, p. 31), o líder caracteriza-se: por uma forte

busca de responsabilidade e perfeição na tarefa”, vigor e persistência na

perseguição dos objetivos, arrojo e originalidade na resolução de problemas,

impulso para o exercício da iniciativa nas situações sociais, autoconfiança e

senso de identidade pessoal, desejo de aceitar as conseqüências da decisão e

ação, prontidão para absorver o stress interpessoal, boa vontade em tolerar

frustrações e atrasos, habilidade para influenciar o comportamento de outras

pessoas e capacidade de estruturar os sistemas de interação social no sentido

dos objetivos em jogo.

Liderar não é uma tarefa simples o líder tem que estar bem consciente de

tudo o que vai encontrar. Liderança exige paciência, disciplina, humildade,

respeito e compromisso valores que norteiam as ações de uma pessoa assim. O

líder esta o tempo todo envolvido em situações diferentes e lidando com

colaboradores diferentes em todos os sentidos e comportamentos. A ascensão

desastrosa vem, muitas vezes, impulsionada por boa intenção. Um profissional

que sempre apresentou um excelente desempenho individual nas tarefas de

cunho mais técnico e, como valorização, é promovido a um cargo de liderança,

passando então a demonstrar que não tem habilidade necessária para a nova

função. Neste momento a gerencia percebe que ganhou um profissional de

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desempenho sofrível e perdeu um ótimo técnico e ainda cria-se um quadro de

difícil solução.

A maiorias das pessoas pensa na liderança como se fosse uma posição e,

portanto, não se vêem como lideres, acreditam que a liderança é um dom e,

portanto não há como nos “tornarmos” lideres se não nascemos dotados desta

competência. Liderança é uma ‘habilidade” e sendo assim pode ser desenvolvida.

A nova e boa liderança, se respalda na capacidade para entender,

responder e antecipar mudanças, ouvir e respeitar as idéias das pessoas,

estimular a criatividade e o conhecimento, a conciliação de pontos concorrentes,

delegar, comunicar, exercendo o dialogo, aplicando princípios holísticos e

democráticos. Sendo assim, mais do que procurar desenvolver lideres formais, as

empresas devem dar oportunidades a todos os seus colaboradores o

desenvolvimento da habilidade de liderar, pois, todos poderão contribuir para

melhores resultados a partir da percepção de que cada um pode ser líder de si

próprio, estando a serviço do bem comum. Esse tipo de liderança transformadora,

que permeará todo o ambiente organizacional certamente será o maior diferencial

competitivo para qualquer organização.

A pessoa considerada líder pode, algumas vezes, não ter o que

chamamos de "liderança formal", ou seja, aquela dada formalmente por uma

empresa, posição social, familiar, entre outras. Mas sim, pode deter apenas o

reconhecimento e validação dos demais e deste modo ocupar o lugar do que

conhecemos também como "liderança informal". Isso justifica o velho jargão

comparativo de que "nem sempre o chefe (liderança formal) é quem lidera o grupo

(liderança informal ou formal)".

1.1 CONCEITUANDO LIDER

Segundo Chiavenato ( 2004) liderança é o ato de liderar, não é tão

somente ter autoridade ou controle, é suprir necessidades, ter influência e

habilidade em um contexto social. O primeiro papel do líder dentro de uma

organização é traduzir em comportamentos observáveis os valores da

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organização e, por meio deles, fazer os resultados acontecerem. O líder fala e é

ouvido e isso ocorre em função do processo fundamental da liderança: o

fenômeno da ressonância– a capacidade de fazer vibrar a razão e a emoção,

suscitadas pelo sonho comum, em cada um dos liderados.

Hoje liderar é basicamente relacionamento. De acordo com Vergara ( 1999)

é óbvio que o líder precisa ter competência técnica, mas, ele tem que concentrar

seus esforços no desenvolvimento de sua competência comportamental, pois seu

dia a dia será repleto de administração de conflitos, negociação, busca de

sinergia, enfim, necessidade de inter relação e comunicação constantes. Para

isto, o líder terá que conquistar as pessoas e envolvê-las para que façam de

coração o que precisa ser feito, da melhor maneira possível.

Segundo Vergara (1999) “nessa nova era o que se quer são pessoas que

tenham mentalidade global, aceitando e lidando com as contradições da vida,

lidando com o inesperado, abrindo-se para si mesmas e para os outros,

encontrando significado no trabalho e permitindo que outros também encontrem.

Parece claro que tais pessoas devem ter certas características pessoais capazes

de facilitar o processo de influenciação”.

O líder que ama o que faz assume a responsabilidade pessoal pelo

sucesso de sua equipe, ele sabe que impacta na vida das pessoas que o rodeiam

e quer que todos sejam vitoriosos. Além disto, ele está sempre formando novos

líderes, pois acredita que a liderança deve ser desenvolvida por todas as

pessoas, já que em várias esferas de nossa vida podemos atuar como líderes.

Os líderes dos novos tempos deixam de ocupar o papel de “mecânicos” da

organização mecanicista e passam a ser os “jardineiros” na empresa vista como

um sistema vivo, abordando a gestão de pessoas como se estivessem cultivando

um jardim, acreditando que as pessoas são sementes e têm o potencial para

crescer. A nova e boa liderança, se respalda na capacidade para entender,

responder e antecipar mudanças, ouvir e respeitar as idéias das pessoas,

estimular a criatividade e o conhecimento, a conciliação de pontos concorrentes,

delegar, comunicar, exercendo o diálogo, aplicando princípios holísticos e

democráticos.

Segundo Drucker(1996) existe uma diferença entre “ser” e “estar” líder. A

liderança formal seria o “estar líder”, que é o caso do cargo imposto ao grupo e

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que exerce funções de direção e controle, como por exemplo, um chefe de

departamento ou o gerente de uma fábrica. Este tipo de líder exerce um poder

hierárquico sobre os seus subordinados e talvez não tenha as qualidades de um

verdadeiro líder. Já o “ser líder” é aquela liderança - formal ou informal - que é

“aceita” pelo grupo, sendo o elemento central para onde convergem às

comunicações, desempenhando um papel importante na orientação do grupo

para a consecução de seus objetivos. Este tipo de líder exerce autoridade e

influência sobre o grupo, seria a liderança desejada e necessária a todos os

grupos.

Segundo Carvalhal(1981), a liderança não deve ser confundida com

chefia ou com gerência. Um bom gerente ou chefe não deve ser,

necessariamente, um bom líder. O líder nem sempre é um gerente ou chefe. Na

realidade, os líderes devem estar presentes a nível de direção, gerência e em

todos os seus níveis hierárquicos, ou seja, em todas as suas áreas de atuação.

Contudo, é na gerência que reside o ponto mais crítico da liderança. Nele, são

elaborados e traduzidos os objetivos e necessidades da empresa e transformados

em metas e esquemas de trabalho para serem implementados e realizados pelos

demais níveis da hierarquia empresarial. A gerência passa a atuar como

intermediária entre os objetivos fixados pela alta direção e os meios utilizados

pelo nível operacional.

CHEFE LÍDER

Ordena

Solicita

Impõe seu ponto de vista Está aberto a sugestões

Controla as atividades Confia ao delegar funções

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É paternalista (protege uns e

persegue outros)

Presta atenção em cada um dos seus

subordinados (sabe explorar as habilidades)

É autoritário É democrático

Cria um clima negativo de

segurança e ameaça

Conquista positiva de credibilidade através

da admiração e do respeito mútuos

Tem dificuldades para se expressar Comunica-se bem

Fonte: IANNINI, Pedro Paulo. Chefia e liderança – Capacitação gerencial.

Viçosa: Aprenda Fácil, 2000, p.24.

Cada pessoa é um ser único, sistêmico, com personalidade,

características, habilidades, atitudes e conhecimentos, diferentes uns dos outros.

Por isso, é preciso conhecer as ferramentas de gestão de pessoas. Elas poderão

auxiliar na tomada de decisões em relação ao aproveitamento e valorização dos

talentos, que integram as equipes de trabalho. Uma das principais ferramentas da

gestão de pessoas é o aprendizado contínuo. Os resultados que dizem respeito à

liderança, quer sejam positivos ou negativos, estão atrelados à aceitação das

pessoas. Para que haja possibilidade de implantar, desenvolver, conduzir e gerar

uma liderança eficaz se faz necessário o entendimento da mesma. O líder tem o

papel de conduzir os demais componentes da organização, a sucumbir às

expectativas, aprendizagens e metas.

Drucker (2006, p.45) diz que para um líder ser completo ele precisa ter oito

atitudes. Primeiramente, deve perguntar sobre as providências a serem

necessariamente tomadas, buscar as coisas certas para a empresa; ter um plano

de ação claro; não fugir das responsabilidades; ser um bom comunicador; ter foco

em oportunidades, não em problemas, transformar as reuniões em

acontecimentos produtivos; usar o pronome pessoal “nós” e evitar o “eu”. A

liderança eficiente requer consciência das ações e fatos ocorridos no grupo, bem

como a visão e a resolução apropriada para cada situação. Por essa razão, não

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existem exercícios ou fórmulas que garantam uma liderança bem-sucedida.

Porém, vale ressaltar que atitudes coerentes e bem pensadas aumentam a

probabilidade de um líder alcançar a eficiência.

Liderar é ser capaz de fazer vibrar a alma alheia. Todas as demais

características são bem vindas, mas sem esta primeira não explicam a liderança e

sequer a permitem. O líder é o individuo capaz de canalizar a atenção dos

participantes e dirigi-las para ideais comuns, ou seja, é traduzir em

comportamento observáveis os valores da organização e por meio deles, fazer os

resultados acontecerem. A presente definição ressalta algumas virtudes como,

habilidade que é a capacidade adquirida e aperfeiçoada com a prática por alguém

que tenha o desejo de liderar, e influência que é o modo pelo qual envolve

totalmente a equipe, ou seja, o líder motiva de tal forma a alcançar objetivos, que

visa não somente satisfazer ou beneficiar a empresa ou o líder, mas visa o bem

comum, ou seja, todos os envolvidos. Liderança envolve, em si, um sentido de

mudança, onde todos se engajam para a realização, para a ação que leva à

realização desta mudança: uma maior participação no mercado, a consolidação

da liderança uma mudança de estrutura empresarial. Uma situação de

emergência exige um tipo de comportamento do líder diferente de uma situação

de estabilidade. Isto mostra que a liderança e necessária em todos os tipos de

organização humana.

O poder de liderar não é bom nem mau, o que pode dar errado é a forma

como se obtém e se usa o poder. Enquanto que para algumas pessoas o poder

de liderar é algo natural, inerente à vida das empresas, para outras o consideram

algo não nobre e prejudicial. O bom líder é aquele que sabe dosar sua porção de

liderança de forma a criar abertura suficiente para, sendo exigido pelo contexto,

utilizar seu lado "chefe" sem que isso, na verdade, seja prejudicial ou afaste as

pessoas com as quais convive. É assim também que podemos diferenciar o

conceito de liderança e poder. Ambos os conceitos tratam de uma influência no

comportamento do outro, porém, diferindo-se na forma e objetivo. O processo de

liderança é um processo que envolve uma delicada dinâmica. Muitas vezes,

porém, o poder passa a ser uma questão pessoal, em que o desejo é unicamente

exercer o domínio e suplantar o outro. Quando o poder passa a ser um fim em si

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mesmo, bloqueia o alcance dos objetivos esperados, com óbvios danos à

organização.

A liderança eficiente requer consciência das ações e fatos ocorridos no

grupo, bem como a visão e a resolução apropriada para cada situação. Por essa

razão, não existem exercícios ou fórmulas que garantam uma liderança bem-

sucedida. Porém, vale ressaltar que atitudes coerentes e bem pensadas

aumentam a probabilidade de um líder alcançar a eficiência.

Assim compreende-se que não basta ser carismático e

empreendedor, é necessário compreender a complexidade da natureza humana,

em especial quando se trata de relacionamento com outros, ou seja, uma equipe

diversificada, uma tarefa reconhecidamente difícil, para a qual muitos não estão

preparados.

1.2 - LIDERANDO EQUIPES

De acordo com Chiavenato(1993) o líder de uma equipe de trabalho

passa a maior parte de seu tempo comunicando-se com alguém, seja na

conversa presencial ou no telefonema, na reunião, por e-mail ou na apresentação

corporativa, portanto,a comunicação não só transmite a informação, como

também influencia no relacionamento.

Cada pessoa tem suas aspirações, seus objetivos, suas preferências, sua

personalidade, seus talentos e habilidades. Porém, ao constituírem uma equipe

de trabalho, as pessoas que se destacam, pelas diferenças individuais, precisam

de uma liderança para alcançar seus objetivos ou atingir o resultado esperado. O

que se observa é que a liderança é necessária em todas as atividades, em todos

os tipos de organização humana e, principalmente, nas empresas onde é uma

das principais funções administrativas, destacando-se pela sua complexidade. A

liderança é um processo abrangente que ocorre, praticamente, em todos os

segmentos da sociedade como a família e a escola. Ela se manifesta sempre que

uma pessoa procura influenciar o comportamento de outro ou de um grupo, com

vistas a alcançar objetivos.

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Para liderar é preciso comunicar (revista Melhor Gestão de Pessoas;

2011). Por isso é que nas empresas de hoje, em que o papel desenvolvido pelo

líder é desenvolver, agregar e influenciar pessoas, estimular os colaboradores a

trabalharem com entusiasmo e o aprimoramento das habilidades de comunicação

está na ordem do dia, em fim, é o lider quem norteia todos os demais

colaboradores, sua conduta e comportamento sempre servirão de parâmetro,

portanto devem apresentar postura coerente com os propósitos da organização e

acima de tudo, liderança é uma questão de caráter e atitude. Um líder sem caráter

não obterá a credibilidade junto as pessoas e sua falta de atitude não influenciara

positivamente o comportamento da equipe, enfim não será aceito como uma

verdadeira liderança, portanto, só é líder quem inspira confiança para isso precisa

de múltiplas capacitações, esta condição não garante a assunção da liderança,

mas garante a base onde ela pode ser construída. Infelizmente existe empresas

que não deram conta que a competência de seus lideres, ou a falta dela, é capaz

de alavancar ou detonar todas as demais competências organizacionais, como o

relacionamento com outras setores e lideranças. A liderança pode se a mola

propulsora quanto a âncora puxa toda uma equipe para baixo.

O líder pode ter autoridade delegada ou autoridade natural. A primeira

trata de um cargo, de escolha não necessariamente do grupo para ocupar esta

posição; enquanto que a segunda destaca-se no grupo. Esse líder exercerá

atividades que influenciarão as pessoas a cooperar na execução de um objetivo

que considera ideal. O modelo de gestão de comando e controle hierarquizado é

um dos principais responsáveis por isso, pois cria circunstâncias que obrigam

pessoas a agir em conformidade com uma "determinada cultura" de apego a

cargos e status, que impedem uma verdadeira visão da função dentro da

organização. Ela não pode ser traduzida meramente pela geração de empregos,

mas, principalmente, pela valorização das pessoas e da sociedade em que está

inserida, fazendo com que a geração de riquezas seja a alimentadora desse

desenvolvimento. O líder precisa ser visível, pois ele faz o que diz e diz o que fala,

ele é o exemplo a ser seguido. Para colocar-se como exemplo, há que se ter

visibilidade. Portanto, sem visibilidade não há liderança.

De acordo com Kotter (2000) de maneira geral, a liderança é uma atividade

que está diretamente ligada às pessoas. E, que para o trabalho seja desenvolvido

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de acordo com os objetivos propostos pelo líder, é fundamental que haja uma

relação muito grande de confiança entre os envolvidos. Porém, para adquirir essa

confiança, o líder deve se entregar ao desenvolvimento pessoal, de forma que

busque continuadamente a atualização e qualificação, pois quando for exigida

alguma de suas habilidades, ele deve estar preparado para demonstrar a sua

competência.

1.3 - LIDER X LIDERADOS

Segundo Carvalhal (1981) a influencia pelo medo, logo nos ocorre pensa

mentos sobre relação entre feitor e escravo, conceito que deixa a desejar diante

da moderna gestão onde existe a preocupação com o bem estar dos liderados. “O

medo adquire um forma mais sutil, porém não menos vigorosa: O medos de

perder o emprego, um cargo, de sofrer corte no salário, de não ser promovido “

(Carvalhal, p.49) desta forma não há necessidade que o liderado aceite ou

compreenda o objetivo basta que cumpra os objetivos de quem lidera. A influencia

pelo medo, alem dos problemas éticos que pode envolver, possui varias

limitações praticas.

A influência pela pelas regras, exprimem conceitos arraigados, por anos e

anos de pressões sócios culturais nos liderados. O dia a dia de quem trabalha sob

este tipo de influencia, baseado no respeito à tradição e as regras, gera uma

obediência muitas vezes inconsciente.

As relações entre líder e equipe se dão através da confiança entre as

partes, que consiste numa expectativa positiva em relação às atitudes do outro.

Pode haver três tipos de confiança nessas relações: por intimidação, por

conhecimento e por identificação (Tannebaum 1972, p.481). A relação de

confiança por intimidação nos remete a situações onde o liderado faz o que lhe é

imposto devido ao medo das conseqüências de não realizar o que foi solicitado.

Os liderados lutam para se proteger de ameaças reais e imaginárias, a

confiança por intimidação nos remete a uma relação de poder exercido por

ocupação de cargo hierarquicamente superior e não à liderança natural. Quanto

mais se conhece alguém, maior é a previsibilidade de suas ações e maior é o

grau de confiança estabelecido neste relacionamento Há também a confiança por

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identificação, que envolve o emocional das pessoas envolvidas. É quando existe

uma conexão muito forte e uma afinidade de interesses muito grande. cada

pessoa tem uma forma diferente de desempenhar funções e o líder tem que saber

reconhecer estas pessoas e passar a tarefa de forma que este entenda. Na

influencia através da concordância racional indica que os liderados olham os

lideres como responsáveis pela implementação e consideram corretas depois de

analisar racionalmente, tem motivos e embasamentos para concordar, para que

se exerça este tipo de liderança, é necessário o líder seja capaz de garantir o seu

entendimento de convencer os liderados sobre a adequação do objetivo. Na

influencia por deliberação conjunta os liderados participam de elaboração de

processos, nada mais lógico do que confiar as pessoas da organização para

estabelecerem objetivos, controlar sua execução, pois existe a certeza de que as

pessoas envolvidas possuem visão geral da organização o comprometimento com

os objetivos e o acesso a informações que seriam necessárias para uma atitude

eficaz. “ A participação das pessoas no estabelecimento de seus objetivos

aumenta a probabilidade de se esforçarem para atingi-los” (CARVALHAL, apud

Lewin, P.52). Desta forma, ao lado do aspecto motivacional, a participação nos

processos implantados tem uma gestão democrática, onde os liderados tem

acesso as informações e com este envolvimento democrático se obtém mais

coesão.

Procedimentos como estes norteiam o cotidiano da liderança, e suas

respostas, dependem em grande parte das atitudes de lideres e liderados. Enfim

as expectativas do liderado influenciam diretamente o exercício da liderança. Seja

a ordem ou a disciplina do líder podem significar diferentes reações como a falta

de segurança, ou seja, a possibilidade da não satisfação de uma necessidade. A

forma como se é liderado vai influenciar diretamente no trabalho desenvolvido

pela equipe uma pessoa insatisfeita poder germinar o desentendimento em toda a

equipe, refletindo com certeza no produto fim, que são as tarefas a serem

desenvolvidas.

Atualmente está muito presente a idéia de valorização das pessoas, do

reconhecimento de seu trabalho, extinguindo-se, aos poucos, o conceito de

gerência e passando-se a falar mais em liderança. James Hunter, em “O Monge e

o Executivo” frisa muito a importância do relacionamento do líder com sua equipe.

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O líder deve demonstrar que dá o melhor de si pela empresa e assim, despertar

em sua equipe o mesmo sentimento de comprometimento. Para isso, deve

estabelecer com seu grupo uma relação de credibilidade e confiança. E como

conquistar um bom relacionamento com a equipe? Para conquistar e preservar

um bom relacionamento com sua equipe, o líder deve saber ouvir seus

funcionários, identificar suas prioridades, avaliar o ambiente interno buscando

sempre o bem estar de cada integrante, para que isso possa refletir-se no grupo

como um todo. O líder deve também conversar com seus liderados valorizando

novas idéias e implementando-as quando forem necessárias, anunciando

estratégias e decisões para o conhecimento de todos e assim ganhando

credibilidade em relação a sua equipe. O feedback é uma ferramenta muito

importante na relação entre líder e liderados quando usado de forma positiva e

consciente para que, mesmo quando houver uma crítica negativa, as pessoas

interpretem-na de forma positiva e busquem melhorar, não levando a crítica de

determinada atitude para o lado pessoal. Na hora de comentar uma falha, o líder

deve criticá-la e não criticar o autor da falha, o que deve ser feito em particular

sempre, para não expor ninguém. É interessante num feedback negativo, que se

considere outras situações positivas do funcionário, como forma de motivá-lo e

instigá-lo a buscar a melhora nas atividades, pois sempre é reconhecido pelas

coisas boas que realiza. O feedback é uma ferramenta que permite ao líder

conseguir um maior comprometimento de seu grupo, pois estes buscarão sempre

melhorar suas tarefas para o benefício de todos.

Em certas ocasiões pode ocorrer o fato de alguns liderados não aceitarem

a indicação do líder e se colocarem contra o que foi decidido. Isso geralmente

ocorre quando um membro da equipe é promovido à liderança, gerando situações

de inveja, principalmente quando algum outro membro se achava mais capaz

para ocupar o cargo ou por ter mais tempo de empresa.

O líder não é somente uma pessoa que simplesmente troca seus serviços

e orientações pelas promoções financeiras. Sua relação com os liderados é tão

ampla que se torna parte da vida dessas pessoas, criando um relacionamento

que desperta sentimentos. Ao dialogar com os liderados o líder não deve

radicalizar o debate; o ideal é que seja democrático, afinal o diálogo é o exercício

da mente civilizada.

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O bom relacionamento entre o líder e seus liderados é essencial para o

bom andamento das atividades propostas pela empresa, entretanto deve-se

manter o profissionalismo no ambiente de trabalho muito claro a todos e evitar

situações de preferência ou afetividade que transpareçam ao grupo.

O que se passa é que nem sempre os colaboradores vêem refletidos no

comportamento dos seus líderes as intenções (sempre boas) que lhes deram

origem, o mesmo se passando, no “lado” dos líderes, acerca da percepção do

comportamento dos seus colaboradores. Assim, grande parte deste processo de

interação humana é realizada sem o devido alinhamento comportamental entre as

partes. A liderança é uma transação em que se trocam resultados por autonomia.

Quando queremos melhorar a liderança nas nossas organizações temos de

considerar, decididamente, a natureza simbiótica da relação líder/liderado.

Teremos de implementar processos que, de forma explícita, permitam identificar e

gerir: os resultados que, líder e liderado, se propõem alcançar, os esforços que

cada um se predispõe a despender e o desenvolvimento de competências que

estão associadas às várias fases do processo. Se o fizermos, ajudaremos os

nossos liderados a conquistarem autonomia através dos seus resultados

individuais e os líderes a alcançarem resultados pela

cedência de autonomia e, ao mesmo tempo, estaremos a desenvolver a

organização através do desenvolvimento daqueles que a constituem!

1.4 LIDERANÇA E MOTIVAÇÃO

Na visão de Chiavenato (1992, p. 165), a motivação pode ser conceituada

como o “[...] esforço e tenacidade exercidos pela pessoa para fazer algo ou

alcançar algo, é um dos inúmeros fatores que contribuem para o bom

desempenho do trabalho, e que a motivação é a mais facilmente influenciável do

que as demais características das pessoas”. Observando a motivação como o

estímulo que um indivíduo recebe a fim de realizar alguma atividade, e a liderança

como a capacidade de influenciar, destaca-se a relação entre os termos, na qual

o líder provoca estímulos que geram motivação nas pessoas.

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Para Bergamini (1994, p. 57) “[...] quanto mais se aprofunda o estudo da

liderança e da motivação humana relacionada com o trabalho, mais se percebe

que esses dois temas se cruzam com freqüência cada vez maior. Já se está

chegando a um momento no qual falar de um assunto implica necessariamente

abordar também o outro”. O gerente, o chefe ou a pessoa responsável por

exercer a liderança têm a responsabilidade de influenciar e motivar seus

subordinados continuamente. Porém, isso não é uma tarefa fácil, pois cada

indivíduo possui suas aspirações e desejos, e algumas vezes seus objetivos

conflitam-se com os objetivos das organizações.

O papel de um líder eficaz será sempre dar a visão, o objetivo e as metas.

SMART, quer dizer em Inglês, esperto, inteligente. Ao trabalhar metas SMART, o

líder está usando a sua inteligência ao trabalhar uma metodologia simples, mas

extremamente estimuladora. Cada letra da palavra SMART possui um significado

conforme se descreve na sequencia:

S (Specific), ou seja, metas específicas. É muito comum ouvir o líder dizer

"precisamos vender mais, produzir mais, reduzir mais orçamento", mas, em quê?

Vender mais o quê? É preciso definir claramente, sendo específico na definição

da meta.

M (Mensurable), isto é, metas mensuráveis. O desejo de muitos: "quero ganhar

dinheiro este ano". Tudo bem, mas quanto dinheiro você quer ganhar?

A (Attainable), ou seja, metas alcançáveis. Aqui temos o ponto principal da maior

falha dos líderes: estabelecer metas inalcançáveis. O líder muitas vezes

determina metas como aumentar a produção em quatro vezes, crescer 50% este

ano, mas se esquece de levar em conta a realidade do mercado e da própria

empresa. Pergunte-se: "será que temos insumos e equipe para conduzir o

atingimento das metas?". Caso contrário, ao estabelecer uma meta além do que

se pode conquistar, pode-se gerar uma desmotivação ao ver que no terceiro mês,

nenhuma delas foi alcançada.

R (Relevant), ou seja, metas relevantes. Uma forma de estimular a motivação do

liderado é se ele entender que a meta é desafiadora e está ligada ao seu

propósito de vida, que o realiza. Metas desafiantes que ao conquistá-las, o

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liderado tenha orgulho de contar para a família, para os amigos e se sentir

importante, que fez parte do sucesso da empresa.

T (Time-bound), ou seja, metas com tempo definido. O prazo para conquistar a

meta deve ser claro, deve ter data para terminar. O tempo é um fator decisivo

para que se consiga ou não atingir a meta. Também dá uma excelente

oportunidade de esquematizar ou alocar investimentos de forma adequada. Ao

planejar o tempo corretamente, eliminamos formas de pensar como "tudo para

ontem", "não temos tempo para nada", "ainda hoje", entre outros.

Portanto, não custa nada o líder adotar as metas SMART diariamente nas suas

ações. As metas SMART também ajudarão a organizar a sua vida profissional e

pessoal.

Conforme Fiorelli (2004, p. 123) o verdadeiro líder tem a função

motivadora, que deve estar ligada às crescentes recompensas pessoais dos

subordinados, fazendo com que o caminho para essas recompensas se torne

mais fácil de ser percorrido, reduzindo os bloqueios e as armadilhas durante todo

o percurso. Não deve focar os benefícios somente para o grupo, deve também

proporcionar a satisfação individual. Uma vez motivados, haverá, por parte dos

membros da equipe, uma tendência natural em devolver ao líder seu

reconhecimento e aceitação como forma de lhe conferir a autoridade da qual

necessita para desempenhar seu papel de dirigir pessoas.

Assim, a liderança é uma postura que pode ser aprendida e desenvolvida,

pois Chiavenato (1992, pg. 160) diz que “[...] a habilidade de liderança não é nata.

Nem privativa de alguns poucos superdotados. Ela tem de ser aprendida e

incorporada ao comportamento do gerente para fazer parte do seu cotidiano de

trabalho”. Percebe-se, contudo que, com muito exercício e prática de

treinamentos essa habilidade poderá trazer maior confiança quando necessária.

Drucker (2006, p.45) diz que para um líder ser completo ele precisa ter oito

atitudes. Primeiramente, deve perguntar sobre as providências a serem

necessariamente tomadas, buscar as coisas certas para a empresa; ter um plano

de ação claro; não fugir das responsabilidades; ser um bom comunicador; ter foco

em oportunidades, não em problemas, transformar as reuniões em

acontecimentos produtivos; usar o pronome pessoal “nós” e evitar o “eu”.

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Existe uma divisão nos tipos de motivação observando para isto, as

diferentes causas que induzem um indivíduo a estar motivados. Para tal, são

observadas as necessidades e expectativas deste indivíduo.

A motivação que podemos chamar de intrínseca, está relacionada com

recompensas psicológicas, ou seja, ao que diz respeito ao reconhecimento,

status, a imagem de como está e se sente dentro de um grupo. Este tipo de

motivação está ligado a ações individuais e às características que cada um possui

e são aceitas pelo grupo que estão pertencendo.

Ao oposto da motivação intrínseca, está a motivação extrínseca. Ela ocorre

quando as causas estão baseadas em recompensas mensuráveis e quantitativas

como, lado financeiro, conquistas materiais, promoções no ambiente de trabalho e

independem de um estilo de liderança, pois são determinadas pelo ambiente em

que nos encontramos.

Dentro deste assunto de motivação, podemos encontrar fatores

relacionados ao comportamento motivacional que geram uma geram uma gama

de outros sentimentos que colaboram para uma dinâmica de relações, sejam elas

positivas ou negativas.

Os fatores externos permite que outra pessoa forme a necessidade de

outra. Por exemplo, um pai que diz que o filho precisa tirar boas notas na escola.

Segundo Fiorelli (2004, p.129) os fatores relacionados à Pressão Social

são situações referentes a movimentos promovidos por uma iniciativa popular,

seja por um desejo coletivo ou intenção sobre um objetivo induzindo a um sujeito,

pensar, agir ou querer algo do coletivo. Exemplo, Um funcionário que procura

progredir na empresa porque isso é o que se espera dele, ou algo que apareça na

mídia e queremos muito ter.

Os fatores internos referem-se a pessoas que por natureza são auto

motivadas agindo em função própria, com conceitos e características particulares

visíveis. Agem em função do que julgam bom para elas e para o bem comum.

Exemplo, a decisão de fazer uma faculdade, ou qual a faculdade irá decidir fazer.

Além de Maslow e Herberg, um Psicólogo americano conhecido como

McClelland, dissertou sobre três necessidades ou motivos como principais

responsáveis pelo comportamento humano.

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Para esta Teoria foi dado o nome de “Teoria da Motivação pelo Êxodo e /

ou Medo”. McClelland classificou os fatores conforme tabela abaixo.

Necessidade Meio para obter a Satisfação

Realização Competir como forma de auto-avaliação

Afiliação Relacionar-se cordial e afetuosamente

Poder Exercer influência

Este autor afirma que cada pessoa possui um nível diferente de

necessidades umas das outras. Necessidades estas, que nunca são nulas e

tendem sempre a apontar o nível de cada uma delas, por menor que seja.

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CAPITULO II

TEORIAS

Segundo Chiavenato a teoria as relações humanas constatou a influência

da liderança sobre o comportamento das pessoas. Existem três principais teorias

sobre a liderança:

Teoria dos Traços da personalidade: Segundo esta teoria o líder possui

características marcantes de personalidade que o qualificam para a função, os

líderes devem possuir certas características de personalidade especiais que

seram basicamente as principais facilitadoras no desempenho do papel de

liderança. Assim, os líderes passaram a ser entendidos como seres diferentes das

demais pessoas pelo fato de possuírem alguns traços de personalidade

considerados como profundos responsáveis não só por fazê-los emergir como tal

como também por mantê-los em suas posições. Isso permite concluir que os

líderes já nascem como tal, não havendo a probabilidade de ‘fazê-los’

posteriormente por meio do uso de técnicas de desenvolvimento pessoal.

Na concepção de Stogdill e Mann, citados por Bergamini (1994, p. 29),

existem cerca de 124 projetos nesse sentido, listando “aproximadamente 34

traços de personalidade considerados como características típicas da

amostragem dos líderes eficazes”. Sociabilidade, habilidades interpessoais,

autoconfiança, ascendência e domínio, participação, fluência verbal, equilíbrio

emocional, controle e busca de responsabilidade são alguns exemplos de traços

apontados pela teoria. A grande preocupação dessa abordagem é mostrar o que

é o líder, sem se preocupar em correlacionar as características com a

produtividade ou a eficácia do processo de liderança.

A teoria dos traços é uma das mais antigas a respeito da liderança. Um

traço é uma qualidade ou característica da personalidade. Segundo esta teoria, o

líder é aquele que possui alguns traços específicos de personalidade, que o

distinguem das demais pessoas. São características marcantes, através das

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quais pode influenciar o comportamento das demais pessoas. A teoria dos traços

parte do pressuposto de que certos indivíduos possuem uma combinação

especial de traços de personalidade, que podem ser definidos e utilizados para

identificar futuros líderes potenciais.

Teoria das Trocas - A partir de 1964, Hollander busca na Teoria das

Trocas encontrar o equilíbrio entre líder e liderado. Segundo esse enfoque, o

surgimento de um líder não se dá unicamente pelo seu tipo de personalidade,

mas tem relação com outros fatores, tais como as normas em uso pelos grupos.

Esses valores grupais é que irão eleger como importantes certas características

da personalidade do líder. Para Hollander, a aceitação do líder e sua permanência

como tal dependem de quanto ele seja considerado como facilitador do

atendimento dos objetivos almejados pelo grupo liderado. Segundo Bergamini

(1994):

“Com a Teoria das Trocas de Hollander, o papel desempenhado pelos

subordinados no processo de liderança começa a despontar como um elemento

que pode favorecer a formação eficaz desse vínculo. Até então, os estudos

vigentes somente dirigiam sua atenção às características que tipificavam os

líderes” Portanto, a partir dessa teoria, mais uma variável é acrescida às

condições básicas: a eficácia do exercício da liderança, que é a percepção que os

liderados possuem da figura do líder.

Abordagem situacional de Liderança - Na sua forma mais simples, a

tese situacional defende a idéia de que a situação faz surgir o líder necessário e

conveniente; ou seja, os grupos escolheriam o líder ou líderes adaptados às suas

necessidades. Mas essa posição seria demasiado finalista e restritiva; pois, em

vez de pretender que a liderança seja um ato passivo, a teoria situacional afirma

que o líder hábil pode adaptar-se e antecipar-se às necessidades dos elementos

do seu grupo. Segundo Tannenbaum, Weschler e Massarik (1961): "Liderança é a

influência interpessoal, exercida na situação e dirigida através do processo de

comunicação humana, com vista à obtenção de um ou diversos objetivos

específicos"

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Como se vê, a liderança é encarada como um fenômeno social que ocorre

exclusivamente em grupos sociais. É definida como função de três elementos: do

indivíduo (personalidade, caráter, capacidade de realização, etc.) do grupo

(estrutura das inter-relações individuais no grupo, atitudes, necessidades, etc.) da

situação (exigências das situações, objetivos, ambiente envolvente do líder e do

grupo, etc.) Essa abordagem situacional da liderança procura, assim, integrar os

elementos válidos das várias abordagens de um problema que se revelou

demasiado complexo para que possa ser explicado por uma abordagem restrita,

qualquer que ela seja.

Teoria Contingencial ou do Comportamento - foi elaborada a partir

daquilo que Fiedler denomina de medida LPC (Least Prefered Coworker) da

personalidade do líder. Muito da estrutura teórica adotada por ele tomou como

base os estudos de campo desenvolvidos pela Universidade de Illinois a partir de

1951. Começando com um grande número de dimensões estudadas, esse

número foi reduzido para duas dimensões independentes a serem consideradas.

Embora a terminologia possa ser variada, foi possível distinguir a existência de

dois tipos básicos de estilos de líder: aquele que pode ser considerado com

orientado para a tarefa e aquele que é orientado para relacionamento.

Em meados do século XX, e após amplos estudos realizados no

âmbito da pesquisa dos comportamentos de liderança, uma idéia alternativa

começou a ganhar forma. A liderança começou a ser vista como a maneira de

proceder derivada da relação existente entre o líder e outras pessoas do grupo.

Assim, passa-se a considerar que não é a posse de certos traços que contribui

para o sucesso dos líderes, mas, antes, a sua capacidade em adequar os

comportamentos às exigências das diversas situações. Mas na verdade

mostrava-se difícil demonstrar a existência de uma relação consistente entre

padrões de liderança e desempenho do grupo.

Por outro lado, é um fato que a maioria das pessoas desempenha na sua

vida papéis de liderança em situações diferentes. Ganha assim forma a

Abordagem Contingencial de liderança. Segundo Fiedler (1967): “O ponto mais

importante dessa teoria é que a eficácia da liderança depende tanto da situação

em que o grupo se encontra quanto do líder. Se a teoria está certa, isso significa

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que um programa que envolva somente os aspectos de personalidade do líder ou

somente os aspectos situacionais da organização está fadada ao fracasso. Um

estilo de liderança não é em si mesmo melhor ou pior do que outro, nem

tampouco existe um tipo de comportamento em liderança apropriado para todas

as condições. Dessa forma, quase todo mundo poderia ser capaz de ter sucesso

como líder em algumas situações e quase todo mundo está apto a falhar em

outras. Caso queiramos melhorar o desempenho organizacional, devemos lidar

não somente com o estilo do líder, mas também com os fatores que promovem a

influência sobre ele” (Fiedler, F. E. , 1967)

Portanto, tornar-se um líder capaz e eficaz, a despeito de ser possível a

todos, não parece que será conseguido simplesmente com programas de

treinamento de poucas semanas, tampouco mudanças comportamentais reais

serão conquistadas em seminários de poucas horas

Teoria Caminho-Objetivo (Path-Goal) - Dentro do enfoque contingencial,

surge mais uma teoria ressaltando a importância do liderado como um reduto

motivacional dentro do processo da liderança. A teoria Caminho-Objetivo (Path-

Goal) é pouco conhecida no Brasil, mas muito valorizada dentro dos contextos

americano, canadense e europeu. Segundo Smith, P. B. & Peterson, M. F.(1989):

“A teoria do Caminho-Objetivo muito claramente deriva das teorias que se

baseiam na expectância, que se tornaram populares no campo do comportamento

organizacional nos anos 60 (por exemplo, Vroom, 1964). Na sua essência, ela

propõe que os subordinados farão aquilo que desejarem os líderes, caso eles

façam duas coisas. Primeiro, devem assegurar que os subordinados

compreendam como atingir os objetivos do líder. Segundo, esses líderes devem

prever que os subordinados cheguem aos seus objetivos pessoais nesse

processo (House, 1971). A tarefa do líder é, então, diagnosticar a função do

ambiente e selecionar aqueles comportamentos que assegurarão que os

subordinados estejam motivados ao máximo no sentido dos objetivos

organizacionais”

Então, segundo essa teoria, os subordinados se sentirão motivados cada

vez mais motivados com o comportamento do líder, na medida em que esse

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mesmo comportamento comprovar, de forma objetiva, que traz uma contribuição

decisiva em favor do atendimento das expectativas desses liderados.

Depois desta rápida revisão de algumas das principais teorias da liderança

não há como descrever estilos de comportamento do líder propondo que algum

desses comportamentos seja melhor ou mais indicado para se atingir a eficácia

como líder. Assim como não é possível priorizar os comportamentos em liderança

segundo seus graus de eficácia, não se domina também o conjunto complexo

daquelas variáveis situacionais ou ambientais que têm peso suficiente para

determinar condições que favoreçam este ou aquele estilo de liderança. No

entanto, aquilo que se pode perceber a partir do exame da experiência prática é

que líderes diferentes atingiram sua eficácia de maneiras particulares e em

situações também especiais.

Após analisar os processos de liderança a partir de diversos ângulos,

podemos concluir que não se justifica afirmar que esses teóricos se contradizem,

pelo contrário, se complementam, nos oferecendo assim uma visão mais clara

sobre o tema liderança.

Por mais que tentemos, longe ainda está de se ter esgotado o assunto e de

se poder definir ou explicar plenamente o fenômeno da liderança.

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CAPITULO III

ESTILOS DE LIDERANÇA

Estilos de liderança são teorias que estudam os diversos comportamentos

do líder em relação aos seus subordinados, maneiras pelas quais o líder orienta

sua conduta. Essa abordagem se refere as atitudes do líder, isto é, seu estilo de

comportamento para liderar.

Existem vários estilos de liderança, como a liderança afetiva, a autoritária,

a democrática, a liberal, a coaching, a diretiva, a modeladora, a participativa, a

visionaria, entre outras. Porém a escolha de apenas um estilo como sendo o mais

adequado é praticamente impossível, já que existem inúmeras como sendo o

mais adequado é praticamente impossível, já que existem inúmeras situações

pelas quais um grupo pode estar passando e que exigirá uma forma ou outra de

liderança. Fatores como a maturidade dos membros do grupo, o relacionamento

grupal, as crenças e valores pessoais, as diferentes tarefas que serão cumpridas

e os prazos para execução deverão certamente influenciar no comportamento do

líder. Embora variem os estilos de liderança, todos os bons líderes têm certas

características em comum como caráter, carisma, comprometimento,

comunicação, discernimento, foco, iniciativa, atenção, responsabilidade, confiança

e autodisciplina, que são pré-requisitos da liderança bem-sucedida.

Segundo Chiavenato (1992) destacam-se três diferentes estilos básicos de

liderança, a autocrática, a liberal e a democrática. Porém, o que se percebe é que

cada estilo tem seu devido valor dentro de sua área de atuação, como por

exemplo, numa atividade militar, em que as pessoas precisam de uma liderança

mais firme.

Então, acredita-se que o estilo autoritário seja mais eficiente.

Autorit

ário

A ênfase é centrada no líder que líder fixa as diretrizes, sem

qualquer participação do grupo, determina providências e as

técnicas para execução das tarefas.

Democ

rático

A ênfase é centrada no líder e nos subordinados. As

diretrizes são debatidas e decididas pelo grupo, estimulado e

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assistido pelo líder. O próprio grupo esboça as providências e as

técnicas para atingir o alvo.

Liberal Ênfase nos subordinados. Há liberdade completa para as

decisões grupais ou individuais, com participação mínima do líder.

Fonte: CHIAVENATO, Idalberto. Gerenciando Pessoas: o passo decisivo

para a administração participativa. São Paulo: Makron Books, 1992, p.12.

Liderança autocrática

De acordo com Fiedler (1967) liderança autocrática é uma forma extrema

de liderança transacional, onde o líder exerce um nível elevado de poder sobre os

empregados ou membros da equipe. As pessoas que compõem a equipe não têm

muitas oportunidades para apresentar sugestões, mesmo que estas sejam do

interesse da equipe ou da organização. A maior parte das pessoas não gosta de

ser tratada desta forma. Assim, este tipo de liderança tende a desencadear

elevados níveis de absentismo e de insatisfação. Além disso, os resultados da

equipa não recebem a criatividade e a experiência de todos os membros da

equipa, pelo que se perdem muitos dos benefícios do trabalho de equipa. No

entanto, no caso de alguns trabalhos de rotina ou sem exigência de qualificações,

este estilo pode ser eficaz, se as vantagens do controlo se sobrepuserem às

desvantagens.

Liderança carismática

Um estilo de liderança carismática pode parecer semelhante a um estilo de

liderança transformacional, já que o líder injeta grande doses de entusiasmo na

equipe e são muito participativos na questão de motivar os outros. No entanto, um

líder carismático pode ter tendência a acreditar mais em si próprio do que na

equipe. Isto pode criar o risco de que um projeto, ou até mesmo uma organização

inteira, caia se o líder sair: aos olhos dos seguidores, o sucesso está associado à

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presença do líder carismático. A liderança carismática acarreta uma grande

responsabilidade e requer um compromisso a longo prazo por parte do líder.

Liderança participativa

Apesar de ser o líder democrático ou participativo a tomar a decisão final,

os outros membros são incentivados a contribuir no processo de decisão. Isto não

só aumenta a satisfação no emprego, ao envolver os empregados ou os membros

da equipa naquilo que esta por acontecer, na empresa como também ajuda a

desenvolver as capacidades de todos. Segundo Fiedler (1967) os empregados e

membros da equipe sentem que controlam o próprio destino e sentem-se

motivados para trabalhar com afinco por algo mais do que a mera compensação

financeira.

Liderança transacional

Este estilo de liderança começa com a premissa de que os membros da

equipe concordam em obedecer completamente ao líder quando começam a

trabalhar com ele: (normalmente) a transação constitui o pagamento aos

colaboradores em troca de esforço e obediência. Assim, o líder tem o direito de

"punir" os membros da equipe se o trabalho realizado não corresponder aos

padrões pré-determinados.

Os colaboradores pouco podem fazer para melhorar a satisfação com o

emprego sob este tipo de liderança. O líder pode dar algum controle aos membros

da equipe em relação a salário/recompensa, usando incentivos que encorajam

padrões ainda mais elevados ou uma maior produtividade. Um líder transacional

pode ainda exercer a "gestão por exceção", onde, em vez de recompensar o

trabalho melhor, pode tomar ações corretivas se os padrões exigidos não tiverem

sido cumpridos.

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A liderança transacional é apenas uma forma de gestão e não um estilo de

liderança, já que é dado mais ênfase a tarefas em curto prazo. Tem grandes

limitações em termos de conhecimento ou de trabalho criativo, mas continua a ser

um estilo comum a muitas organizações.

Liderança transformacional

Uma pessoa com este estilo de liderança é um verdadeiro líder que inspira

a equipe com uma visão partilhada do futuro. Os líderes transformacionais são

muito visíveis e passam muito tempo a comunicar. Não lideram necessariamente

a partir da linha da frente, uma vez que tendem a delegar responsabilidade entre

as equipes. “Apesar de o entusiasmo ser contagioso, podem precisar de apoio de

pessoas de pormenores”.

Os líderes (ou gestores) transacionais certificam-se de que o trabalho de

rotina é feito de forma viável, enquanto que os líderes de transformação procuram

iniciativas que acrescentam valor. Este estilo de liderança é, sem dúvida, o mais

adequado a organizações dinâmicas e competitivas. Como a participação demora

o seu tempo, este estilo pode fazer com que os processos se desenrolem mais

lentamente do que quando se recorre a uma abordagem autocrata, mas o

resultado tende a ser melhor. Pode ser mais adequado quando o trabalho de

equipe é essencial e quando a qualidade é mais importante do que a velocidade

do mercado ou da produtividade.

Liderança Laissez-faire

Esta expressão em francês significa "deixar andar" e é usada para

descrever um líder que deixa os colegas prosseguir com o que fazem. Pode ser

eficaz se o líder controlar o que é conseguido e der conhecimento disso a equipe

de forma regular. Normalmente, a liderança laissez-faire funciona em equipes

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onde os indivíduos têm muita experiência e espírito de iniciativa válido.

Infelizmente, também pode resultar em situações em que os gestores não

exercem controle suficiente.

As teorias situacionais de liderança partem do princípio de que não existe

um único estilo ou característica de liderança válida para toda e qualquer

situação. O verdadeiro líder é aquele capaz de se ajustar, a um grupo particular

de pessoas, sob condições extremamente variadas. Um estilo adotado por um

líder pode ser extremamente eficaz em determinada situação e, num outro

momento, o mesmo estilo poderá ser totalmente inadequado.

CONCLUSÃO

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A liderança pode ser exercida de várias formas e em muitos níveis. Vai

depender sempre de quem é o Líder e de quem são os Liderados. Para se ter

sucesso, principalmente no ambiente de trabalho, é preciso escolher o estilo certo

para o grupo certo, lembrando sempre que hoje o homem está muito mais voltado

para o relacionamento do que para a tarefa.

O líder que perceber isso terá muito mais facilidade para exercer sua

liderança, com sucesso e satisfação. Hoje as empresas querem líderes

estratégicos, assertivos e colaboradores. E, acima de tudo, seres humanos, que

tomem decisões justas e tenham atitudes corretas!

Equipes são grupos de pessoas trabalhando em prol de um objetivo

comum. Mas o grupo é formado por pessoas diferentes, com anseios, vontades e

sonhos diferentes. Sem valorizar o indivíduo é impossível motivar a equipe. Se

não nos concentrarmos no indivíduoteremos alguns membros do grupo

motivados e outros, não.

O compromisso de um líder é despertar a motivação que existe dentro de

cada membro da equipe. Ele precisa assumir esse compromisso. Precisa estar

comprometido como o sucesso das pessoas que estão abaixo dele. Então é

preciso buscar meios de despertar a motivação de cada integrante da equipe.

O que na verdade chama a atenção é que mesmo a sociedade observando

a necessidade da mudança no que concerne a comando e comandante, ou seja,

mudar aquela figura de chefe que manda, desmanda, detém o poder, se faz

necessário o líder que deve trabalha com o grupo, para que este possa ser cada

vez mais organizado e produtivo. Porém, vemos que ainda existem “chefes” sob o

nome de líder, demonstrando total autoridade perante seus liderados que ainda

são subordinados, fazendo com que o grupo de trabalho seja distante, desunido e

desmotivado para o desenvolvimento de qualquer tipo de trabalho conjunto.

Atualmente, além de se caminhar para conseguir vantagens competitivas

sobre os concorrentes, as empresas, para se destacarem no mercado, têm a

necessidade de potencializar a capacidade de seus colaboradores, caminhando-

se para atingirem as vantagens competitivas do fator humano. Estas vantagens

competitivas possibilitarão o controle do fator mais variável dentro dos processos

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organizacionais e de liderança, pois habilitará as próprias pessoas a se

organizarem de maneira mais produtiva e eficiente, esta mudança de

comportamento modificará radicalmente o quadro atual de envolvimento e

comprometimento dos colaboradores dentro das organizações.

Para tornar clara a interação entre os processos da empresa e o processo

de liderança, é necessário conhecer o contexto organizacional, onde líderes,

liderados e grupos são elementos que estão constantemente se relacionando.

Dentro deste contexto está o ser humano, o qual por sua vez, reage de forma não

padronizada frente aos acontecimentos no trabalho e em sua vida pessoal, o que

se reflete diretamente nas atividades da empresa. Daí vem a importância do líder

dentro da organização.

Os benefícios para a empresa, quando conta com um líder, são inúmeros,

pois é nele que se concentra a atenção de todos, ele é quem irá conduzir ou

influenciar os demais componentes da organização. Então pode-se dizer que com

o passar o passar do tempo o conceito de liderança vem se transformando e

demonstrando que não existe uma maneira específica de liderar, ou seja, cada

líder tem seu próprio estilo de conduzir as pessoas, e é disso que as

organizações precisam para se diferenciar em um ambiente de grande

competitividade.

Liderar fica sendo então algo como prover um significado ao trabalho que

faça com que valha a pena o engajamento das pessoas, que esse significado

ajuda a sensação de pertencer, mas, sobretudo, conceda a chance de participar,

com o seu próprio trabalho e esforço, na construção de algo que valha a pena

engajar as nossas vidas.

REFERÊNCIAS

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