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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA A EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA (EaD) E A SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO AO ENSINO NO BRASIL Por: Miriam Ribeiro Sant`Ana Sequim Orientadora Profª. Mary Sue Pereira Niterói Janeiro/2012

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · garantir a democratização do acesso ao ensino no Brasil, e estudaremos como a EaD pode ser um valioso instrumento para tal democratização

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA (EaD) E A SUA CONTRIBUIÇÃO

PARA A DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO AO ENSINO NO

BRASIL

Por: Miriam Ribeiro Sant`Ana Sequim

Orientadora

Profª. Mary Sue Pereira

Niterói

Janeiro/2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA (EaD) E A SUA CONTRIBUIÇÃO

PARA A DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO AO ENSINO NO

BRASIL

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Administração e Supervisão

Escolar.

Por: Miriam Ribeiro Sant`Ana Sequim

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, meu criador.

Ao meu pai, Sebastião (In Memoriam),

por ter dado início a história da minha

vida.

A minha mãe, Waldira, mulher

guerreira, em quem me inspiro.

E ao meu grupo, pela parceira na

busca por mais essa conquista.

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DEDICATÓRIA

A Marcelo, meu marido, companheiro,

amigo e grande incentivador.

Obrigada, Amor por tudo!

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RESUMO

No presente trabalho, buscamos traçar, no primeiro capítulo, um

panorama da evolução histórica da educação à distância (EaD), desde os

primeiros cursos por correspondência, até a utilização, atualmente, da internet

como mídia básica que dá suporte a tal modalidade de educação, observando

quais são as perspectivas atuais. Buscamos ainda nesse capítulo evidenciar o

que é a EaD na visão dos alunos, bem como pesquisamos as iniciativas

governamentais que visam garantir o acesso às tecnologias digitais que

servem de suporte e de meio de acesso aos cursos à distância via internet.

No segundo capítulo, tivemos como objetivo demonstrar que a EaD é

uma ferramenta de democratização do acesso ao ensino no Brasil, pois através

dela tornam-se reais os mandamentos constitucionais de garantia de acesso à

educação, bem como concretizam o que grandes educadores como Anísio

Teixeira e Paulo Freire (cujos pensamentos procuramos resumir) diziam ser os

princípios de uma educação de qualidade, democrática e de massa.

Demonstramos, de forma objetiva e por meio de gráficos, a grande

expansão pela qual a EaD vem experimentando no Brasil recentemente.

Por fim, no terceiro capítulo deixamos claro que a educação à distância

é algo dotado de efetividade, definida como sendo aquilo que provoca

mudanças na realidade. Evidenciamos que a EaD provoca mudanças para

melhor na vida dos alunos, pois estes passam a ter melhores perspectivas.

Embasamos tais evidências em um estudo comparativo do desempenho dos

profissionais formados em curso de EaD com profissionais formados em cursos

presenciais.

Procuramos também no último capítulo entender quais os fatores que

provocam limitações na efetividade da EaD, sendo que propusemos possíveis

soluções para tais limitações.

Queremos enfatizar que esta pequena obra não tem a pretensão de

esgotar tão importante assunto, mas tão-somente contribuir para seu estudo e

debate.

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METODOLOGIA

Interessou-nos o objeto de pesquisa desta obra o fato de ser a educação

à distância um dos assuntos mais em pauta na área educacional, sendo que o

assunto é frequentemente abordado pela mídia. Tamanha evidência da EaD

nos levou aos seguintes questionamentos: será a educação à distância uma

eficaz forma de democratização do acesso ao ensino no Brasil? E caso seja,

qual o real impacto que tal modalidade de educação provoca na vida daqueles

que por ela optaram? Para respondermos a esses dois questionamentos

lançamos mão de farta literatura, tanto impressa quanto digital, e também de

pesquisas, publicadas em revistas especializadas e na internet que trazem

dados interessantes sobre o que é a EaD, suas potencialidades e suas

limitações. Procuramos nos apoiar no pensamento de dois grandes educadores

brasileiros, Paulo Freire e Anísio Teixeira, com o intuito de nos balizarmos a fim

traçar as linhas gerais do que seria para esses dois grandes nomes da

educação uma educação de massa, inclusiva e democrática.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I - EaD: Início, desenvolvimento 10

e estágio atual

CAPÍTULO II - A EaD como ferramenta da 20

democratização do acesso ao ensino no Brasil

CAPÍTULO III – A Efetividade e as limitações da EaD 32

CONCLUSÃO 41

BIBLIOGRAFIA 43

ÍNDICE 45

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INTRODUÇÃO

Vivemos a era do conhecimento, e a ponta-de-lança dessa era é a

informática. Praticamente todos os setores da atividade humana foram

invadidos pelos computadores.

Em 1969, com a entrada em operação da rede ARPANET nos EUA,

houve pela primeira vez a conexão entre dois computadores geograficamente

separados, visando a troca de informações entre eles. Era o início de algo que

mais tarde tornar-se-ia conhecida em todo o mundo como internet.

No Brasil, a utilização da Internet passou a se intensificar a partir da

metade da década de 1990, sobretudo após a privatização do sistema estatal

de telecomunicações, o que possibilitou acesso rápido a linhas telefônicas mais

baratas.

Empresas e instituições incorporaram rapidamente a internet em suas

atividades, utilizando-a como poderoso instrumento de concretização de seus

objetivos. Essa tendência solidificou-se com o passar do tempo, haja vista que

a utilização da rede mundial de computadores aparece como sendo algo

irreversível. Hoje em dia, as organizações, públicas ou privadas, com ou sem

fins lucrativos descobriram que a internet é uma poderosa ferramenta para o

atingimento de sua missão institucional.

É nesse contexto que iremos desenvolver nossa pesquisa, que tem a

Educação à Distância (EaD) como objeto. Sem dúvidas, a internet mudou a

configuração de tal modalidade de ensino. Não significa dizer, no entanto, que

não abordaremos, em visão panorâmica, no primeiro capítulo desta obra, as

tecnologias pré-internet que se utilizava a EaD para se materializar. Nesse

capítulo introdutório faremos um apanhado histórico da EaD, a fim de localizar

o leitor em relação ao tema, dando-lhe noções básicas sobre o que é, afinal de

contas, a Educação à Distância.

Já no capítulo dois, analisaremos a questão da necessidade de se

garantir a democratização do acesso ao ensino no Brasil, e estudaremos como

a EaD pode ser um valioso instrumento para tal democratização.

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O terceiro capítulo estudará a EaD em si, com o intuito de se delinear as

potencialidades e as limitações dessa modalidade de ensino.Faremos um

estudo comparativo a respeito do desempenho nas formas de avaliação de que

dispõe o Ministério da Educação e Cultura (MEC), sobretudo o ENADE.

Analisaremos o desempenho dos alunos dos cursos de Educação à Distância

frente aos alunos dos cursos presenciais.

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CAPÍTULO I

EAD: INÍCIO, DESENVOLVIMENTO E ESTÁGIO ATUAL O decreto federal nº 5622, de 19/12/2005, em seu artigo 1º, assim

define a EaD:

Para os fins deste Decreto, caracteriza-se a educação à distância

como modalidade educacional na qual a mediação didático-

pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a

utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com

estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em

lugares ou tempos diversos.

Esse decreto vem regulamentar ao artigo 80 da lei 9.394/1996, que é a

lei das diretrizes e bases da educação brasileira.

Feita essa pequena introdução, podemos começar a estudar a origem e

a evolução do fenômeno da tele-educação. As primeiras experiências de

educação à distância surgiram na Europa no século XIX. Com a revolução

industrial ocorrida no século anterior, houve a necessidade de se qualificar a

mão-de-obra para as indústrias que iam tornando-se cada vez mais complexas.

Há registros também de experiência de tele-educação, na modalidade ensino

por correspondência, nos EUA, como a desenvolvida pela Universidade de

Chicago em 1892.

No Brasil, temos variadas experiências de tele-educação. Desde os

cursos por correspondência oferecidos pelo Instituto Monitor (1939), e pelo

Instituto Universal Brasileiro (1942), que ofereciam diversos cursos (mecânica

de automóveis, montagem e manutenção de circuitos eletrônicos, corte e

costura, por exemplo) por meio de publicações em jornais e revistas, até

iniciativas que se utilizavam de outros meios de comunicação, como o rádio

pela Fundação Roquette Pinto e pelo MEB – Movimento pela Educação de

Base - com objetivo de promover a tele-educação, e a televisão, nos anos

1970, com as iniciativas em educação supletiva de 1º e 2º graus feitas pela

Fundação Roberto Marinho e pela Fundação Padre Anchieta.

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Uma das características mais marcantes dos cursos por

correspondência até o começo do século XX era seu caráter eminentemente de

educação para o trabalho. Visa-se o ensino de uma profissão. Tinha-se por

objetivo o desenvolvimento de determinadas habilidades (datilografia, por

exemplo).

Genericamente, podemos traçar a tele-educação ou educação à

distância, em 5 gerações distintas.

A primeira (1850-1960) foi caracterizada pela predominância do papel

impresso e mais tarde, passou a contar com o rádio e a televisão. Todavia, o

papel continuou a predominar.

A segunda geração (1960-1985) teve como marca principal o declínio da

predominância do papel impresso, que já não era mais a tecnologia base de

mídia que dava suporte à tele-educação, dividindo tal tarefa com as fitas de

áudio, a televisão, as fitas de vídeo e com o fax.

A terceira geração (1985-1995) tem como característica determinante o

advento dos computadores e da internet como tecnologia midiática base da

tele-educação. Passou-se a utilizar a forma eletrônica de correio, o chamado e-

mail, em substituição às mensagens via correio postal para a comunicação

entre professor e alunos. Passou-se também a utilizar outras formas de

comunicação digital, como o cd e a videoconferência.

Na quarta geração (1995-2005), nota-se o aprofundamento da utilização

das tecnologias digitais já empregados e o advento de outras, como os chats

(salas de bate-papo eletrônicas na internet) e transmissões digitais em banda

larga.

Observe-se que a tradicional mídia de papel não foi banida do processo

de ensino à distância, mas apenas foi relegada a segundo plano.

Por último, temos a quinta geração que, na definição de James C.

Taylor1 é caracterizada como sendo uma mescla de tudo que existe na quarta

geração mais a comunicação via computadores com sistemas de respostas

automatizadas, permitindo o acesso a processos institucionais, caracterizando-

1 Apud Santos, Edma.Educação on line para além da EAD: um fenômeno da

cibercultura.Educação on line.Cenário, formação e questões didático-metadológicas.Rio de Janeiro: Wak Editora, 2010, página 31.

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se tal geração como a geração do surgimento da aprendizagem flexível

inteligente.

Temos ainda, pelo lado da comunicação em si, fases bem distintas,

ditadas pelo estágio de desenvolvimento cultural da civilização2. Assim sendo,

na cultura tradicional rural o tipo de comunicação predominante era oral e local,

na qual a ênfase era o aqui e o agora. Após essa fase, veio, no bojo da

revolução industrial, sobreveio a comunicação escrita e de massa, na qual se

sobressaia uma visão linear dos acontecimentos (encadeamento lógico de

causa e efeito) e um anseio pelo futuro.Por fim, há o aparecimento da

comunicação simbólico-digital oriunda da cultura eletrônica, cujas maiores

características são a onipresença (eliminação das barreiras espaciais), a

descontinuidade, a hipertextualidade do olhar e a interatividade.

1.1- Perspectivas atuais da Educação à Distância (EaD)

Como anteriormente dito, com o desenvolvimento de outros meios de

comunicação, sobretudo o digital, dos anos 1980 em diante, e principalmente

como a advento e rápida expansão da internet, o ensino superior também

ganhou voz e vez na educação à distância. Atualmente temos, dentre outras,

as experiências da Fundação Cecierj / Consórcio Cederj, que vem a ser uma

junção de forças de seis universidades localizadas no Estado do Rio de Janeiro

( UENF, UERJ, UFF, UFRJ, UFRRJ e UNIRIO), que desde o ano 2000 tem por

objetivo “contribuir para a interiorização do ensino superior público gratuito e de

qualidade no Estado do Rio de Janeiro por meio de ofertas de cursos de

graduação à distância na modalidade semipresencial (...)“3. Baseando na

metodologia de Ensino à Distância (EaD), com suporte em tecnologias

multimídia, sobretudo telefone e internet, essa iniciativa busca eliminar as

limitações temporais e espaciais de uma parcela da população de educandos

que moram em lugares distantes das universidades ou que não podem dispor

de tempo para assistir as aulas no modelo tradicional de curso.

2 Leite, Lígia Silva. Mídia e a perspectiva da tecnologia educacional no processo pedagógico

contemporâneo.Tecnologia e Educação.As mídias na prática docente.Rio de Janeiro: Wak Editora, 2011, página 62.

3 Extraído da página do Consórcio Cecierj na internet, disponível em http://www.cederj.edu.br/cederj/ .Acesso em 08/09/2011, às 19:17 horas.

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No que tange os cursos de pós-graduação, temos a experiência pioneira

da Universidade Cândido Mendes (UCAM), que implementou em 1996 o

programa de pós-graduação A Vez do Mestre, e desde o ano 2000 oferece a

modalidade de Pós-Graduação à distância4.

1.2- As iniciativas governamentais de promoção ao acesso

a tecnologias digitais

Há iniciativas governamentais que visam à promoção do acesso às

tecnologias digitais. Sem dúvida, a maior de todas é o ProInfo (Programa

Nacional de Tecnologia Educacional), programa educacional do Ministério da

Educação (MEC) que tem por objetivo promover o uso pedagógico da

informática na rede pública de educação, levando às escolas computadores,

recursos digitais e conteúdos educacionais5.

Além do ProInfo, há outros programas e ações, no âmbito do MEC, a

saber6:

• Domínio público – biblioteca virtual ► Lançado em 2004, o portal

oferece acesso de graça a obras literárias, artísticas e científicas (na

forma de textos, sons, imagens e vídeos), já em domínio público ou que

tenham a sua divulgação autorizada;

• DVD – Escola ► O Projeto DVD Escola oferece a escolas públicas de

educação básica caixa com mídias DVD, contendo, aproximadamente,

150 horas de programação produzida pela TV Escola;

• e-Proinfo► O Ambiente Colaborativo de Aprendizagem (e-Proinfo) é um

ambiente virtual colaborativo de aprendizagem que permite a

4 Extraído da página da Faculdade A Vez do Mestre, disponível em http://www.avm.edu.br/.

Acesso em 20/09/2011, às 18:23 horas. 5 Extraído da página do Ministério da Educação na internet, disponível em

http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=289&Itemid=822 . Acesso em 14/09/2011, às 19:15 horas.

6 Idem.

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concepção, administração e desenvolvimento de diversos tipos de

ações, como cursos a distância, complemento a cursos presenciais,

projetos de pesquisa, projetos colaborativos e diversas outras formas de

apoio a distância e ao processo ensino-aprendizagem;

• e-Tec► Lançado em 2007, o sistema Escola Técnica Aberta do Brasil

(e-Tec) visa à oferta de educação profissional e tecnológica a distância e

tem o propósito de ampliar e democratizar o acesso a cursos técnicos de

nível médio, públicos e gratuitos, em regime de colaboração entre União,

estados, Distrito Federal e municípios. Os cursos serão ministrados por

instituições públicas.

• Programa Banda Larga nas Escolas►O Programa Banda Larga nas

Escolas (PBLE) tem como objetivo conectar todas as escolas públicas

urbanas à internet, rede mundial de computadores, por meio de

tecnologias que propiciem qualidade, velocidade e serviços para

incrementar o ensino público no País. O Programa Banda Larga nas

Escolas foi lançado no dia 04 de abril de 2008 pelo Governo Federal, por

meio do Decreto nº 6.424 que altera o Plano Geral de Metas para a

Universalização do Serviço Telefônico Fixo Comutado Prestado no

Regime Público – PGMU (Decreto nº 4.769). Com a assinatura do

Termo Aditivo ao Termo de Autorização de exploração da Telefonia

Fixa, as operadoras autorizadas trocam a obrigação de instalarem

postos de serviços telefônicos (PST) nos municípios pela instalação de

infraestrutura de rede para suporte a conexão à internet em alta

velocidade em todos os municípios brasileiros e conexão de todas as

escolas públicas urbanas com manutenção dos serviços sem ônus até o

ano de 2025. A gestão do Programa é feita em conjunto pelo Ministério

da Educação (MEC) e pela Agência Nacional de Telecomunicações

(ANATEL), em parceria com o Ministério das Comunicações (MCOM), o

Ministério do Planejamento (MPOG) e com as Secretarias de Educação

Estaduais e Municipais;

• ProInfo Integrado►O ProInfo Integrado é um programa de formação

voltada para o uso didático-pedagógico das Tecnologias da Informação

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e Comunicação (TIC) no cotidiano escolar, articulado à distribuição dos

equipamentos tecnológicos nas escolas e à oferta de conteúdos e

recursos multimídia e digitais oferecidos pelo Portal do Professor, pela

TV Escola e DVD Escola, pelo Domínio Público e pelo Banco

Internacional de Objetos Educacionais;

• TV Escola►A TV Escola é um canal de televisão do Ministério da

Educação que capacita, aperfeiçoa e atualiza educadores da rede

pública desde 1996. Sua programação exibe, nas 24 horas diárias,

séries e documentários estrangeiros e produções próprias.

Os principais objetivos da TV Escola são o aperfeiçoamento e

valorização dos professores da rede pública, o enriquecimento do

processo de ensino-aprendizagem e a melhoria da qualidade do ensino.

Há inúmeras possibilidades de uso da TV Escola: desenvolvimento

profissional de gestores e docentes (inclusive preparação para

vestibular, cursos de progressão funcional e concurso público);

dinamização das atividades de sala de aula; preparação de atividades

extraclasse, recuperação e aceleração de estudos; utilização de vídeos

para trabalhos de avaliação do aluno e de grupos de alunos;

revitalização da biblioteca e aproximação escola-comunidade. Alguns

dos programas exibidos pela TV Escola estão disponíveis para

download gratuito no Portal Domínio Público;

• Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB)►O programa busca

ampliar e interiorizar a oferta de cursos e programas de educação

superior, por meio da educação a distância. A prioridade é oferecer

formação inicial a professores em efetivo exercício na educação básica

pública, porém ainda sem graduação, além de formação continuada

àqueles já graduados. Também pretende ofertar cursos a dirigentes,

gestores e outros profissionais da educação básica da rede pública.

Outro objetivo do programa é reduzir as desigualdades na oferta de

ensino superior e desenvolver um amplo sistema nacional de educação

superior a distância. Há polos de apoio para o desenvolvimento de

atividades pedagógicas presenciais, em que os alunos entram em

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contato com tutores e professores e têm acesso a biblioteca e

laboratórios de informática, biologia, química e física. Uma das

propostas da Universidade Aberta do Brasil (UAB) é formar professores

e outros profissionais de educação nas áreas da diversidade. O objetivo

é a disseminação e o desenvolvimento de metodologias educacionais de

inserção dos temas de áreas como educação de jovens e adultos,

educação ambiental, educação patrimonial, educação para os direitos

humanos, educação das relações étnico-raciais, de gênero e orientação

sexual e temas da atualidade no cotidiano das práticas das redes de

ensino pública e privada de educação básica no Brasil;

• Banco Internacional de Objetos Educacionais►O Banco Internacional

de Objetos Educacionais é um portal para assessorar o professor. No

banco, estão disponíveis recursos educacionais gratuitos em diversas

mídias e idiomas (áudio, vídeo, animação/simulação, imagem,

hipertexto, softwares educacionais) que atendem desde a educação

básica até a superior, nas diversas áreas do conhecimento;

• Portal do Professor►O Portal do Professor é um espaço para troca de

experiências entre professores do ensino fundamental e médio. É um

ambiente virtual com recursos educacionais que facilitam e dinamizam o

trabalho dos professores. O conteúdo do portal inclui sugestões de aulas

de acordo com o currículo de cada disciplina e recursos como vídeos,

fotos, mapas, áudio e textos. Nele, o professor poderá preparar a aula,

ficará informado sobre os cursos de capacitação oferecidos em

municípios e estados e na área federal e sobre a legislação específica;

• Programa Um Computador por Aluno (Prouca)►Com a edição do

Decreto nº 7243, de 26 de julho de 2010, o presidente Luiz Inácio Lula

da Silva regulamentou o Programa Um Computador por Aluno (Prouca)

e o Regime Especial de Aquisição de Computadores para Uso

Educacional (Recompe). O Prouca é um programa pelo qual estados,

municípios e o Distrito Federal podem adquirir computadores portáteis

novos para uso das suas redes públicas de educação básica. A empresa

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habilitada para esta venda foi selecionada por meio de pregão eletrônico

para registro de preços realizado pelo Fundo Nacional de

Desenvolvimento da Educação (FNDE). Para incentivar a compra, o

governo federal disponibiliza linha de crédito para financiamento por

meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

(BNDES). O laptop possui configuração exclusiva e requisitos funcionais

únicos, tela de cristal líquido de sete polegadas, bateria com autonomia

mínima de três horas e peso de até 1,5 kg. É equipado para rede sem fio

e conexão de Internet;

• Projetor Proinfo►Com o propósito de levar tecnologias às salas de aula,

o Ministério da Educação disponibiliza, por meio do FNDE, um projetor

multimídia interativo para facilitar o ensino e a aprendizagem. Concebido

e desenvolvido pelas universidades federais de Santa Catarina e de

Pernambuco, o projetor é diferente dos demais disponíveis no mercado

por facilitar a interatividade. Portátil e leve (apenas 5 quilos), é equipado

com mouse, teclado e portas de entrada para CD, DVD e demais

acessórios (USB), e congrega diversas funcionalidades. Portanto,

dispensa o uso de computador. O objetivo é levar os conteúdos digitais

para a sala de aula e, com isso, torná-la mais atraente e interativa. O

Ministério da Educação já solicitou patente do produto. O projetor

multimídia será mais uma ferramenta de inclusão digital do Programa

Nacional de Tecnologia Educacional – ProInfo.

Observe-se que todos esses programas são operacionalizados pela

Secretaria de Educação a Distância do MEC e que por se tratarem de

iniciativas nacionais e não apenas federais envolvem todos os demais entes da

Federação (Estados, Distrito Federal e Municípios), sob coordenação da União.

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1.3- A EaD na perspectiva dos alunos

Como um indício da influência que o estágio atual da EaD exerce sobre

os educandos, podemos analisar recente reportagem divulgada pela revista

Appai Educar7, com base na pesquisa feita pela Revista Digital da

CVA/RICESU8, na qual mapeou-se as expectativas de um grupo de alunos de

ensino presencial que também estudavam pela EaD. Foram sondadas suas

percepções sobre o que é uma aula no ambiente virtual e o que uma aula no

ambiente presencial, bem como as características para uma boa aula

presencial versus uma boa aula no ambiente virtual.

Dentre as características apontadas, em termos percentuais pelos

alunos, para haver uma boa aula no ambiente presencial, destacam-se:

1.Metodologia atrativa, interessante com uma boa dinâmica explicativa (44%) ;

2. Diversificação e atualização do material didático (11%); 3.Interação

professor/aluno e aluno/aluno (10%); 4.Participação, interesse e organização

do aluno (8%); 5.Outras características (27%).

Já no curso virtual, foram apontadas as seguintes características:

1.Participação, interesse e organização do aluno, bem como sua autodisciplina

(22%); 2. Diversificação e atualização do material didático (21%); 3.Interação

professor/aluno e aluno/aluno (16%); 4.Acompanhamento, motivação e preparo

do professor (12%); 5.Outras características (29%).

Graficamente, as diferenças saltam aos olhos:

Gráfico 1: uma boa aula no ambiente Gráfico 2: uma boa aula no ambiente virtual

presencial

7 Ano 13, nº 69 – 2010, pág. 30. 8 Disponível em http://pead.ucpel.tche.br/revistas/index.php/colabora/article/view/133

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Já no que se refere ao que seria uma aula, para tais alunos, no ambiente

presencial, temos: 1.Transmissão oral do conteúdo pelo professor (52%);

2.Troca de informações e experiências por meio da interação presencial (28%);

3.Obrigação que o aluno tem para não receber falta (8%); 4.Processo de

mediação do conhecimento por meio do docente e do educando (3%);4.Outras

respostas (9%).

No que tange a essa percepção no ambiente virtual, temos: 1.Troca de

ideias, de experiência e de muita leitura por parte do aluno (36%); 2. Interação

escrita em ambiente virtual (13%); 3.Flexibilidade quanto ao programa de

estudo temporal e espacial (10%); 4.Maior responsabilidade e disciplina do

discente (7%); 5.Outras respostas (34%).

Graficamente, temos:

Gráfico 3: A aula no ambiente virtual Gráfico 4: A aula no ambiente presencial

Segundo os autores da pesquisa, o grupo de estudantes que respondeu

a pesquisa estava matriculado em um curso de graduação na modalidade

presencial, mas também cursava uma disciplina na modalidade a distância,

sendo que já havia cursado pelo menos uma disciplina nessa mesma

modalidade.

Comparando os dados, torna-se possível observamos uma grande

variação na maneira de encarar a educação presencial e a EaD por parte dos

alunos pesquisados, pois se na educação presencial o ponto forte destacado

pelos alunos foi a presença e sua atuação , com ênfase nos métodos de

ensino por este utilizado, na EaD, os alunos destacam a necessária

cooperação que deve existir entre os próprios estudantes e entre estes e os

professores, com a finalidade de mútuo auxílio no processo de ensino-

aprendizagem.

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CAPÍTULO II

A EAD COMO FERRAMENTA DA DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO AO ENSINO NO BRASIL

A democracia é uma forma de governo muito antiga, imaginada pelos

gregos, e que se baseava em uma inversão dos modos de governar até então

existentes nas sociedades da época, consistindo na ideia de que não era a

população que deveria existir para servir o governo, mas o contrário, sendo que

tal governo deveria ser composto por pessoas escolhidas pela população, para

que esses escolhidos pusessem em prática aquilo que a maioria achava ser o

melhor para ela mesma.

O conceito de democracia (palavra formada pela união de duas outras,

de origem grega: deimos, que significa povo, e cracia, que significa governo),

pode ser definido como sendo o " 1. governo em que o povo exerce a

soberania. 2. sistema comprometido com a igualdade ou a distribuição

igualitária de poder."9

Como vimos, a democracia pode ser resumida como um sistema em

que, em um Estado Democrático de Direito, o poder é exercido por

representantes do povo e em nome do povo.

O documento fundamental do Estado Democrático de Direito é a

Constituição, cuja principal função é garantir os direitos fundamentais, dentre

os quais, em termos de constituição brasileira, é o direito à educação (artigo 6º

da Constituição da República Federativa do Brasil), componente dos direitos

sociais (que são direitos fundamentais de 2ª dimensão), nascidos da luta do

proletariado durante a 3ª revolução industrial ocorrida no século XX e que

visavam garantir igualdade material entre os membros de uma sociedade.

São destinatários da proteção conferida por essa geração de direitos

sociais os chamados hipossuficientes e as parcelas mais fragilizadas do estrato

social.

A implementação dessa dimensão de direitos é feita por meio de

políticas públicas que os tornem efetivos.

9 Mini Houaiss Dicionário da Língua Portuguesa.Rio de Janeiro:Objetiva, 2004, pag.215

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21

Então, resumidamente podemos dizer que a educação é um direito

fundamental, básico, que possui garantia constitucional e que por isso obriga o

Estado e a família, e deve ser promovida com a colaboração da sociedade.

Vejamos o que diz o artigo 205 da Constituição Federal:

Art.205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família,

será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade,

visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o

exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

O artigo 206 da Constituição Federal, por sua vez, traz os princípios

pelos quais o ensino deverá ser realizado:

Art.206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o

pensamento, a arte e o saber;

III – pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e

coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;

IV – gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;

V – valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na

forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por

concurso público de provas e títulos, aos da rede pública;

VI – gestão democrática do ensino público, na forma da lei;

VII – garantia de padrão de qualidade;

VIII – piso salarial nacional para os profissionais da educação escolar

pública, nos termos da lei federal.

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Por outro lado, o artigo 208 da Constituição Federal estabelece quais

modalidades de ensino são deveres do Estado: 1. A educação básica

obrigatória (inciso I); 2. O ensino médio gratuito e universal (inciso II); 3. A

educação infantil, em creches e pré-escolas (inciso IV); 4. Níveis mais elevados

de ensino, segunda a capacidade individual (inciso V) e, 5.O ensino noturno

regular (inciso VI).

2.1- Educação e democracia: o pensamento de Anísio

Teixeira10:

Anísio Spínola Teixeira (1900-1971), nascido em Caetité, Bahia foi um

dos pioneiros do conceito de educação democrática. Para esse grande

educador, a educação não poderia ser vista como um privilégio, mas sim como

um direito social e um instrumento para a efetivação da democracia.

Anísio Teixeira defendia que a educação seria uma maneira eficaz de

garantir a unidade nacional, uma melhor organização do País como nação, e o

aprimoramento popular através da construção de uma cultura que atendesse

todo povo brasileiro. Teixeira defendia uma educação sistematizada, regular,

popular, pública, de qualidade e democrática.

Anísio Teixeira poderia ser considerado como um voluntarista, isto é, um

crítico sistemático do estado da educação em sua época. Tal senso crítico o

levou a conceber a escola como sendo um espaço no qual as crianças de

origem humilde pudessem contar com condições reais de melhoria de vida por

meio da educação. Tais condições eram materializadas em livros, recreação,

revistas, saúde, ciência e arte, professores com o devido preparo, sentidos

aguçados de percepção e crítica e desenvolvimento vontade de ser ter

propósitos de vida.

Como educador, Teixeira tinha duas vertentes claras de atuação: 1. a

preocupação com a elaboração de um plano de construção de escolas, que

permitisse a elevação do número de matrículas de alunos; 2. a criação de um

projeto pedagógico que atendesse os interesses dos alunos matriculados.

10. Disponível em www.scielo.br/pdf/es/v21n73/4203.pdf Consulta em 04/11/2011 às 17:50 hs.

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Assim sendo, Anísio Teixeira procurou atuar no sentido de ampliar o

atendimento às crianças, com ênfase à melhoria da sua frequência e de seu

rendimento. Procurou ainda fomentar uma apurada preparação do professor,

bem como o acompanhamento das atividades docentes. Com isso, buscava-se

criar um ambiente em que todos os atores escolares pudessem desenvolver

um sentimento de responsabilidade pela escola enquanto instituição pública.

De outro lado, buscou incentivar a educação técnica nas escolas secundárias,

conjugando conteúdos de cultura geral com conteúdos de ensino

profissionalizante, com o intuito de formar profissionais críticos. Havia ainda a

preocupação com a educação dos adultos, materializada com a ampliação da

oferta de cursos de extensão e de aperfeiçoamento.

Podemos ver claramente que Anísio Teixeira entendia a educação como

um bem social a ser distribuído a todos e não apenas como um privilégio que

deva ficar restrito a um pequeno grupo de privilegiados. Na verdade, Teixeira

até defendia que a educação deveria ser utilizada como um instrumento de

formação de uma elite intelectual, mas a diferença com o ensino vigente à

época é que tal formação de elites deveria dar-se em todas as atividades, e

não apenas nas intelectuais, e com a participação de todas as classes sociais.

Em resumo, podemos dizer que Anísio Teixeira era contrário à educação

como um processo excludente, limitado à formação de um tipo de elite da qual

não fazia parte o povo, ao analfabetismo, à ausência, a repetência e a evasão

escolares, ao descompasso entre o ensino médio e as exigências da sociedade

moderna, à exclusão promovida no acesso à universidade, à improvisação do

ensino e à falta de compromisso com a educação pública de qualidade.

Por outro lado, Teixeira era favorável a uma escola séria, correta,

organizada e que fosse dedicada à formação básica do povo, a um ensino

médio que privilegiasse a cultura nacional, à aplicação integral das verbas

obrigatórias da educação, a uma educação básica mínima a todo brasileiro.

Enfim, era um entusiasta da plena educação como efetivo instrumento de

desenvolvimento nacional.

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2.2- Educação e democracia: o pensamento de Paulo

Freire

Paulo Reglus Neves Freire, um dos maiores pensadores da educação

brasileira nasceu no Recife, Pernambuco e freqüentou a escola primária em

Jaboatão, tendo concluído seus estudos secundários também no Recife.

Diplomado em Direito, nunca exerceu a profissão, tendo optado pela

carreira docente desde logo, como professor de Língua Portuguesa no mesmo

colégio no qual se formou. Logo após seu primeiro cargo de direção, tendo

assumido a diretoria de educação e cultura do SESI de Pernambuco. Mais

tarde, assumiu a superintendência da instituição.

Paralelamente, continuou com sua carreira docente, tendo lecionado

Filosofia da Educação na Escola de Serviço Social do Recife. Em 1960, foi

nomeado professor doutor de Filosofia e História da Educação da Faculdade

de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade do Recife.

Por sempre ter participação ativa na vida educacional, cultural e política

de Recife, primeiramente, e de Pernambuco e do Brasil, posteriormente, levou-

o a ocupar variadas posições em diversos cargos públicos de relevância.

A primeira delas foi a coordenação do Programa Nacional de

Alfabetização do Governo Federal. Destaca-se nessa época a utilização do

método Paulo Freire de alfabetização de adultos. Tal método visava a rápida

alfabetização de jovens e adultos, que acabou por revelar-se uma prática

educativa verdadeiramente inédita.

Com o golpe militar de 1964 no Brasil, acabou por refugiar-se primeiro

na Bolívia e em seguida, no Chile, país no qual desenvolveu diversas

atividades acadêmicas e executivas, como, por exemplo, na consultoria do

Escritório Regional da UNESCO, no Instituto de Pesquisa e Treinamento da

Reforma Agrária, no Escritório Especial para Educação de Adultos e na

Universidade Católica de Santiago.

Retornando ao Brasil em 1980, após um período nos EUA, retomou suas

atividades acadêmicas, tendo lecionado na PUC-SP e na Unicamp e como

professor visitante na USP.

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Além das atividades como professor, Paulo Freire também assumiu

cargos na Administração Pública, tendo sido nomeado secretário de educação

do município de São Paulo, em 1989.

Até falecer em 1997, continuou com intensa atividade intelectual,

produzindo ensaios, livros, artigos, entrevistas, conferências e diálogos com

outros pensadores.

Podemos definir a obra de Paulo Freire como sendo uma busca pela

autonomia do aluno, que deve desenvolver o saber de forma ativa, objetivando

a construção de uma consciência crítica, que segundo Freire, estava

implicitamente ligada à formação e desenvolvimento da democracia.

Um dos pilares de seu pensamento era a necessidade do estímulo ao

diálogo, pois assim seria possível a concretização da vida democrática e a

formação de pessoas compatíveis com a democracia. A educação deveria

refletir esses anseios democráticos, já que ensinaria ao educando a

importância do diálogo como instrumento de aproximação entre os vários

setores da sociedade e como forma de repelir o assistencialismo, que seria

uma maneira de deformação e domesticação do ser humano, na medida em

que promovia a passividade e não permitia o desenvolvimento crítico e

autônomo do homem.

Freire era um crítico da educação de sua época, já que ele via nela uma

prática educativa que estimulava a passividade, a hierarquização da vida

social, sendo totalmente descolado da realidade na qual estava inserida.

Em sua célebre obra “Pedagogia da Autonomia“, Paulo Freire destaca

que para haver educação é necessário que haja diálogo entre educando e

educador, possibilitando ao aluno ser ativo na construção do saber, devendo

partir dos seguintes pressupostos:

1. Rigorosidade metódica, que vem a ser o dever do educador

democrático em reforçar a curiosidade e a não-submissão do aluno,

ensinando-lhe a pensar de forma crítica e correta;

2. Pesquisa, pois segundo Freire, não há ensino sem pesquisa e vice-

versa;

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3. Respeito ao conhecimento trazido pelos educandos, pois o professor

deve aproveitar a experiência dos alunos, relacionando-a aos

conteúdos;

4. Criticidade, que é o estímulo à curiosidade crítica e racional do

educando, afastando-o da ingenuidade e do irracionalismo;

5. Estímulo à ética, pois educar não seria apenas treinar, mas

principalmente estimular o caráter formador da moral do ser humano;

6. Estímulo à estética, ao estimular a beleza da pureza e da retidão da

educação como instrumento formador pleno do ser humano como ser

crítico e pensante.

7. Corporeificação da palavra pelo exemplo, que vem a ser uma

correlação entre o pensar certo e o fazer certo, pois de nada adianta

falar sem se praticar o que se fala;

8. Estímulo à assunção de riscos, à aceitação do novo e à rejeição de

qualquer forma de discriminação, pois segundo Freire o pensar certo

implica a rejeição a qualquer forma de discriminação na prática

educacional que venha a estimular preconceitos quando a raça,

classe ou gênero, já que isso ofende a própria substância do ser

humano e atenta seriamente contra a democracia. Além disso, é

parte do pensar certo o estímulo ao desenvolvimento crítico do

próprio entendimento do educando sobre as coisas, os fatos e os

conceitos apresentados pelo educador. O professor deve estimular o

aluno a enfrentar os riscos da produção do próprio conhecimento;

9. Reflexão crítica sobre a prática docente, que seria um fenômeno

duplo envolvendo a reflexão crítica sobre a prática docente e a

própria prática docente, com o objetivo de conduzir ao pensar certo e

à melhor prática docente;

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10. Necessidade de reconhecimento e assunção da identidade cultural,

pois uma das tarefas mais importantes da prática educativo-crítica é

propiciar as condições em que os educandos, em suas relações uns

com os outros e de todos com o professor possam ter a oportunidade

de assumir-se como ser social e histórico, como ser pensante,

comunicante, transformador, criador, realizador de sonhos, que é

capaz de odiar porque é capaz de amar. Isso significa uma rejeição

ao treinamento pragmático puro e simples ou do elitismo autoritário

dos que se pensam donos da verdade e do saber articulado. Em

resumo, é o reconhecimento do aluno como receptor mas também

como produtor e transmissor de conhecimento.

Assim sendo, Paulo Freire defende que ensinar não é transferir

conhecimento apenas, mas sim que o ensino contém uma consciência de

inacabamento, pois isso seria próprio do ser humano, que seria um ser nunca

“pronto” ou terminado, do ponto de vista intelectual e social. Haveria uma

inconclusão do ser, que se sabe como tal, e aí que entra o papel da educação,

pois ao se perceber inacabado, o ser humano se torna educável, devendo ser

estimulado a construir, de forma autônoma, seu próprio conhecimento.

2.3- A EaD como instrumento de democratização do

acesso à educação.

Passaremos a analisar interessante pesquisa realizada em 2008 pelo

Instituto Monitor, com apoio da Associação Brasileira de Educação à Distância

e do governo federal, que elaborou o Anuário Brasileiro de Estatística de

Educação Aberta e à Distância11 e traz relevantes dados sobre a efetivação da

democratização do acesso à educação promovida pela EaD, que atua como

um poderoso instrumento para tal democratização. Percebe-se claramente que

a EaD efetivou os dispositivos constitucionais que privilegiam o acesso à

educação, bem como vai ao encontro das ideias de uma educação

11 Disponível em http://www.abraead.com.br/anuario/anuario_2008.pdf Acesso em 04/11/2011 às 18:49

hs.

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massificada, inclusiva e de qualidade defendidos por Anísio Teixeira e Paulo

Freire.

Inicialmente, faremos um apanhado geral do número de alunos

matriculados em cursos à distância no Brasil em 2008 (dados mais atualizados

disponíveis).

Conforme demonstra a tabela abaixo, no ano de 2008 havia cerca de

2,5 milhões de alunos atendidos por grandes projetos de educação à distância:

Gráfico 3 : alunos matriculados em grandes projetos de educação à distância

em 2008.

Registre-se que, segundo o Anuário Estatístico em análise, houve um

crescimento de 213% (duzentos e treze por cento) nas matrículas de alunos na

EaD em tais instituições, e de 54,8% (cinquenta e quatro vírgula oito por cento)

no número de instituições credenciadas à EaD durante os anos de 2004 a

2007.

Segundo o estudo em análise, houve e com em dados oficiais, houve um

crescimento de 571% (quinhentos e setenta e um por cento) no número de

curso de graduação em EaD e de 315% (trezentos e quinze por cento) no

número de matrículas nos curso de graduação no período de 2000 a 2006. A

próxima tabela mostra a evolução do crescimento das instituições que

ministravam curso na EaD no período:

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Gráfico 4:evolução das instituições de ensino superio que ministram curso por EaD – 2000 a

2006

Ainda segundo o estudo ora analisado, o desempenho dos alunos de

graduação dos cursos à distância, e dos alunos de cursos presenciais de

graduação no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE ) de

2006, foram muito semelhantes, sendo que os resultados dos alunos dos

curso a distância foi ligeiramente melhor ( média de 38,26), em comparação

com os resultados dos cursos presenciais (média de 37,6), conforme mostra a

tabela:

Gráfico 5 : comparação do desempenho entre os alunos de cursos presenciais e de alunos cursos de EaD

no ENADE 2006

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Nota-se também que a generalização do EaD se deu em todas as

regiões do Brasil, pois segundo os dados do Anuário em estudo, o número de

alunos matriculados em cursos de graduação de EaD saltou de 23.588 alunos,

em 2004, para 135.998, em 2006, na Região Centro-Oeste; de 57.982 alunos,

em 2004, para 89.818 alunos em 2006, na Região Nordeste; de 11.644 alunos,

em 2004, para 50.905 alunos, em 2006, na Região Norte; de 163.887 alunos,

em 2004, para 243.114 alunos, em 2006, na Região Sudeste, e; de 52.856

alunos, em 2004, para 258.623 alunos, em 2006, na Região Sul.

Assim, quanto à graduação e às demais modalidades de educação que

também são abrangidas pela EaD, o Anuário nos dá provas do caráter

universalista da EaD, pois segundo amostra estatística feita por esse estudo,

94,4% dos clientes de EaD são constituídos por alunos não-institucionais, isto

é, por alunos que não são vinculados previamente a qualquer tipo de

instituições. Melhor dizendo, são oriundos da população em geral, conforme

tabela abaixo:

ORIGEM DA CLIENTELA

PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO

ABERTA E UNIVERSAL

94,4

FUNCIONALISMO PÚBLICO

12,0

MERCADO CORPORATIVO

10,4

SINDICATOS, ASSOCIAÇÕES OU

ORGANISMOS DE REPRESENTAÇÃO DE CLASSE PROFISSIONAL

4,8

OUTROS

9,6

Fonte: ABREAD/2007 – amostra.

Gráfico 6: origem da clientela da EaD em 2007

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Com base em tais dados, fica evidente que a EaD é uma poderosa

ferramenta de democratização do acesso à educação em nosso País. Pela

riqueza das informações trazidas pelo Anuário em estudo, podemos afirmar

que a EaD é um instrumento de concretização da democratização do acesso à

educação, pois tornou realidade para milhares de educandos as disposições

constitucionais que determinam que a educação é um direito de todos.

Além disso, a EaD demonstrou a pertinência do pensamento de Anísio

Teixeira e de Paulo Freire, pois como foi visto no primeiro capítulo desta obra,

a necessidade da atuação conjunta de professores e alunos é fundamental

para o sucesso dessa modalidade de educação, sendo esses dois atores do

processo educacional precisam desenvolver uma parceria democrática na

construção e transmissão do saber.

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CAPÍTULO III

A EFETIVIDADE E AS LIMITAÇÕES DA EAD

Segundo o dicionário Aurélio12 o vocábulo efetivo é definido como aquilo

“ 1. Que produz um efeito real; positivo. 2. Permanente, fixo”. Desta forma,

podemos definir a efetividade como a capacidade que possui algo de produzir

efeitos, ou seja, é a capacidade de fazer intervenções na realidade,

modificando-a

Neste capítulo, nos dedicaremos a estudar a efetividade da EaD quanto

esta ser um instrumento apto a garantir mudanças reais na vida dos alunos que

utilizam esta forma de educação. Serão utilizados como parâmetros de aferição

de tal efetividade dados de acesso dos formados pela educação à distância ao

mercado de trabalho, a empregos qualificados e a melhores salários.

Estudaremos também as limitações da EaD naquilo que falta para ela se

tornar mais efetiva como meio de acesso à educação e ao mercado de trabalho

e como instrumento de democratização de acesso à educação.

3.1- As limitações da efetividade da EaD como instrumento de

democratização do acesso à educação no Brasil

O Ministério da Educação tem referenciais objetivos de qualidade para

cursos de educação superior à distância que podem ser usados como modelo

para todas as tipos de EaD13.

Assim sendo, estabelece o MEC que são parâmetros para se avaliar a

qualidade de um curso superior de ensino à distância: 1. a concepção de

educação e de currículo no processo de ensino e de aprendizagem; 2.

sistemas de comunicação; 3. material didático; 4. avaliação; 5. equipe

12 Minidicionário Aurélio da Língua Portuguesa/Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, 3ª ed. –

Rio de Janeiro:Nova Fronteira, 1993, pág. 197.

13 Disponível em http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/referenciaisead.pdf . Acesso em 15/12/2011.

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multidisciplinar; 6.infraestrutura de apoio; 7. gestão acadêmico-

administrativa; 8. sustentabilidade financeira.

Há, como visto uma série de requisitos que precisam ser cumpridos,

para segundo, o MEC, se constatar a qualidade de um curso de EaD. Iremos

avaliar as limitações existentes de cada um deles, explicitando com dados

como cada item influi na expansão ou retração da EaD, e por consequência,

influindo na possibilidade dessa modalidade de ensino como meio efetivo de

acesso à educação.

Para demonstrarmos as limitações quanto aos itens 1, 3, 4, 5 ,6, 7 e 8,

utilizaremos pesquisa feita pela Associação Brasileira de Ensino à Distância,

publicada ano de 200814 na qual fica explicitada tais limitações.

No que tange ao item 01, temos a resistência que muitos professores

têm à EaD pelo fato de que muitos profissionais de educação têm deficiência

em lidar com modernas tecnologias digitais, sendo que muitos deles fazem

parte dos grupo dos “excluídos digitais”, pois sequer possuem computador.

Ademais, muitos softwares e hardwares não possuem versões em português, o

que impossibilita que muitos docentes possam atuar no ambiente virtual que é

onde opera a EaD atualmente. Não raras vezes, muitos docentes veem o

computador como um intruso no processo de ensino-aprendizagem.

Quanto às equipes multidisciplinares, temos como principal limitador as

dificuldades que muitos profissionais de educação (incluindo aí docentes e

pessoal técnico-administrativo), têm em lidar com as tecnologias digitais que

dão suporte modernamente a EaD. Para a operacionalização dos cursos de

educação à distância, é fundamental que haja equipes multidisciplinares de

profissionais, sobretudo de docentes, responsáveis pelo conteúdo (parte

acadêmica) e de profissionais da Tecnologia da Informação (TI) que são

responsáveis pelo acesso dos alunos ao conteúdo disponibilizado. Para tanto,

é importante que essas duas categorias de profissionais possam comunicar-se

de forma eficiente, de modo que exista uma convergência de esforços, e para

isso, é fundamental que os docentes tenham pelo menos uma noção do que a

14 Disponível em http://www.abed.org.br/congresso2008/tc/511200885458PM.pdf. Consulta em

15/12/2011

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tecnologia pode ou não oferecer a fim de garantir o acesso dos alunos aos

conteúdos postados.

Temos ainda problemas quanto ao material didático, que são de três

tipos:

A). A inadequação de muitos materiais didáticos disponibilizados pelos

docentes. Geralmente os docentes colocam no ambiente de EaD o mesmo

material que usam nas aulas presenciais, sem se preocupar em adaptá-los

para a nova mídia;

B). A utilização em excesso de animações permitidas por alguns aplicativos o

que acaba resultando em poluição visual desse material didático, levando o

aluno a se distrair com tais efeitos, e a não se fixar na essência, no conteúdo;

C). O fato de muitos docentes investirem em uma única mídia, como por

exemplo em vídeos, o que leva a uma restrição de seu público alvo, que passa

a se resumir apenas aos possuidores de tecnologias que permitem o acesso a

tais materiais, como computadores mais potentes e conexão por banda larga.

Quanto à avaliação, ela se dá por parte de uma percepção errônea de

muitos docentes sobre a EaD, pois muitos desses profissionais creem que

essa modalidade de educação é menos trabalhosa por se tratar de um

processo que, uma vez iniciado, não necessitaria mais da atenção do docente,

pois seria um processo automático de educação, o que termina por ficar os

alunos à mercê de sua sorte e, que também acabam arcando com o ônus do

fracasso que é atribuído à sua própria falta de habilidade e não à falta de

mediação do docente.

Temos a questão da limitação gerada pela falsa percepção que a EaD

acaba fornecendo a muitos administradores de instituições de ensino, no que

se refere à sustentabilidade financeira e a gestão acadêmico – administrativa

dos cursos de EaD. Quanto à primeira parte da questão há comprovação

estatística de que os custos de cursos a distância, que sejam oferecidos

mantendo-se a qualidade, são tão ou até mais caros que os cursos presenciais,

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já que necessitam de dedicação exclusiva e individual a cada aluno, o que

difere de uma sala de aula presencial, onde o professor atende a todos a partir

de uma única pergunta. Tal atenção individual de que necessitam os alunos de

EaD acaba elevando os custos de suporte a esses alunos. No que tange a

gestão acadêmico-financeira, a ideia de automatismo do processo de ensino –

aprendizagem que abordamos acima fornece aos administradores a percepção

falsa de que se pode manter uma estrutura de gestão acadêmico –

administrativa mais enxuta, menos robusta, por ser a administração desses

cursos mais simples, menos trabalhosa, o que acaba levando a um

afrouxamento na gestão desses cursos. Tal percepção também pode

comprometer a infraestrutura de apoio a alunos e professores, exatamente por

conta dessa pretensa simplicidade na administração dos cursos de EaD, o que

acabaria por justificar a diminuição da custosa infraestrutura de apoio.

Quanto ao sistema de comunicação, há a limitação referente aos custos

do serviço. Recente pesquisa revelou que a banda larga existente no Brasil é a

mais cara do mundo.

3.2- A efetividade da EaD : Possíveis soluções às limitações da

efetividade da EaD

Estudaremos agora possíveis soluções para as limitações que se

constituem entraves a uma maior efetividade da EaD como instrumento de

democratização ao acesso do ensino no Brasil.

Como destacado no tópico 2 deste capítulo, o acesso a sistemas de

comunicação a preços acessíveis e de boa qualidade revelou-se essencial à

expansão da EaD, tornando-a mais efetiva, portanto. Com o início das

operações do Plano Nacional de Banda Larga, em 02/10/201115, e que visa

oferecer internet em banda larga a um preço de R$ 35,00 (trinta e cinco reais)

mensais tal problema que limita o acesso à internet por usuários de baixa

15 Noticiado em http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/internet-popular-comeca-amanha.

Acesso em 20/12/2011

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renda, e por consequência o acesso à EaD, que atualmente tem na internet

seu principal veículo, poderá ser, se não ao todo solucionado, pelo menos em

muito reduzido.

No que se refere à resistência dos professores, podemos constatar

empiricamente que os profissionais que resistem à EaD são geralmente

oriundos de gerações pré-computador. Tal quadro não se repete com as

gerações mais atuais, as chamadas gerações X, Y e Z16

A geração X é constituída por pessoas nascidas nos anos 70 do século

passado. São pessoas nascidas no início da era digital, e que vivenciaram a

explosão da informática ocorrida na metade dos anos 1990.

A geração seguinte, a Y, é formada por pessoas nascidas nos anos

1980, e que viveram na adolescência a ascensão da internet, a popularização

dos celulares, dos computadores e das redes sociais. Logo, para tal geração,

lidar com tecnologia é algo natural.

Vivenciamos atualmente a geração Z. Tal geração é constituída por

aqueles nascidos na primeira década do século 21, sendo que muitas vezes

torna-se espantosa a facilidade com que tal geração lida com a tecnologia,

havendo uma percepção nas gerações anteriores que a geração Z “já nasce

sabendo” lidar com a tecnologia digital. Tal percepção, nos parece, advém do

fato que essas pessoas já nasceram em um ambiente tecnológico consolidado,

no qual as tecnologias tornaram-se muito fáceis de serem usadas,

dispensando-se qualquer conhecimento técnico prévio.

Como visto, a solução para os problemas de resistência à EaD por parte

dos profissionais da educação, à primeira vista, parece que é uma questão de

tempo, pois os profissionais da gerações pré-computador tendem a ser

substituídos por profissionais mais novos, oriundos das gerações X,Y, e Z, e

que lidam de modo natural com a tecnologia digital.

No que se refere às demais limitações quanto ao material didático,

avaliação, equipe multidisciplinar, infraestrutura de apoio, gestão acadêmico-

administrativa e sustentabilidade financeira a resolução de tais problemas

demandam uma atuação vigorosa do MEC em sua função fiscalizadora das

instituições de ensino que ofereçam cursos de EaD.

16 Disponível em http://www.agenciaboreal.com/blog/geracao-x-y-z/ .Acesso em 22/12/2011.

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Uma boa iniciativa, em nossa, opinião, foi o envio, por parte do governo

federal, de projeto de lei que cria o Plano Nacional de Educação (PNE) para

vigorar de 2011 a 2020, ao Congresso Nacional, em 15 de dezembro de 2010.

O novo PNE apresenta dez diretrizes objetivas e 20 metas, também

sendo previstas de estratégias próprias de efetivação. Estão previstas formas

de a sociedade participar de cada uma das conquistas previstas.

Tal projeto de lei prevê, dentre outras coisas: 1). O incentivo à formação

inicial e continuada de professores e profissionais da educação em geral; 2).

avaliação e acompanhamento periódico e individualizado de todos os

envolvidos na educação do País (estudantes, professores, profissionais,

gestores e demais profissionais da educação); 3).expansão da oferta de

matrículas gratuitas em entidades particulares de ensino e do financiamento

estudantil, bem como o investimento na expansão e na reestruturação das

redes físicas e em equipamentos educacionais (transporte, livros, laboratórios

de informática, redes de internet de alta velocidade e novas tecnologias).

Desta forma, fica evidente que é fundamental atacar esses gargalos que

limitam a EaD, reduzindo-lhe a efetividade, sendo que tal tarefa deve ser uma

missão conjunta de governo e sociedade.

3.3- A efetividade da EaD : Estudo comparativo do desempenho

dos alunos do ensino presencial com os da educação à

distância.

Em recente pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) 17,

tendo por base dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

ficou claro não há diferenças significativas de oportunidades e salarial entre os

alunos de cursos presenciais e de cursos à distância. A pesquisa é subdividida

em: A). cursos técnico -profissionalizantes; B).Graduação técnica

No que se refere aos cursos técnico-profissionalizantes, temos as

seguintes constatações:

17 Publicada na revista Appai nº 69, ano 13 – 2010, pág.27

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• O salário médio dos formados em cursos presenciais é de cerca

de R$ 738,37, enquanto o salário médio dos formados pela EaD é

de cerca de R$ 946,6;

.

• O salário/hora dos alunos presenciais é de R$ 6,12 e dos alunos

de EAD é de R$ 6,84,

• Quanto à jornada de trabalho, observou-se que enquanto os

profissionais formados pelos cursos presenciais trabalham em

média 41,74 horas, os profissionais formados via educação à

distância trabalham cerca de 43,52 horas, em média;

• No que tange ao acesso ao mercado de trabalho, a pesquisa

constatou 69,79 % dos alunos presenciais estão trabalhando,

enquanto 77,14% dos alunos de EaD encontram-se empregados;

• Todavia, a pesquisa constatou que enquanto 97,22 % dos

profissionais formou-se por cursos presenciais, apenas 1,58 %

são oriundos de cursos à distância.

Quanto à graduação técnica, temos as seguintes conclusões:

• O salário médio dos profissionais presenciais é de R$

2.728,60, enquanto o salário médio dos profissionais

formados pela EaD é de R$ 1.855,28;

• A jornada média dos egressos da educação presencial é

de 42,16 horas, enquanto a dos egressos da EaD é de

45,24 horas;

• O salário/hora dos profissionais com formação presencial é

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de R$ 16,62, enquanto os formados pela educação à

distância é de R$ 10,28;

• Já o acesso ao mercado de trabalho aos profissionais

presenciais é de 90,81 %, enquanto que aos profissionais

saídos da EaD é de 89,33%;

• Nesse nível de formação, 95,63% dos alunos são de

cursos presenciais e 2,27% são alunos de EaD.

3.4. Considerações finais.

Como vimos, a EaD constitui-se um fator de mudança real na vida de

muitas pessoas, pois garante a elas formação profissional e oportunidades de

melhoria de vida, via melhores oportunidades de emprego e renda. Assim,

sendo, podemos dizer que a educação à distância é algo dotado de efetividade.

Todavia, tal efetividade não é plena e absoluta, pois é contida por

limitações de várias ordens. Para uma dessas limitações, a da resistência de

muitos profissionais à EaD, pode parecer que bastaria esperar que os

profissionais mais antigos se aposentassem, sendo substituídos por

profissionais mais novos, vindos das gerações X,Y e Z para que o problema

fosse solucionado.Tal posição induz uma passividade que não se coaduna com

a necessidade de existir uma postura ativa e crítica na educação, como ficou

bem demonstrado por Freire e Teixeira no capítulo 2 desta obra. É fundamental

que a questão seja atacada de frente, tanto pelo governo quanto pela

sociedade.

Em relação às demais limitações, ficou evidente a necessidade de

atuação governamental em seu papel fiscalizador, sendo também

indispensável a participação de todos os envolvidos no processo educacional.

O projeto de lei do novo Plano Nacional de Educação evidencia que tal

participação não pode ser deixada de lado.

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No que se refere à efetividade da EaD em si, demonstramos que não há

relevantes diferenças, na inserção no mercado de trabalho e no ganho de

melhores salários, de profissionais formados à distância dos profissionais

oriundos de cursos presenciais.Porém, demonstrou-se que a participação de

alunos de EaD nesse universo é pequena, em que pese ter ficado demonstrado

no capítulo 2 desta obra que a educação à distância veio para ficar e está se

expandindo rapidamente, em taxas superiores à da educação presencial.

Queremos deixar evidente, porém, que ainda há um longo caminho a

ser percorrido.

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CONCLUSÃO

Ao finalizarmos esta pequena obra, e diante do que foi por nós

pesquisado, podemos afirmar que a Educação à Distância é uma ferramenta

muito útil, em especial em países de grande extensão territorial igual ao Brasil,

que possui uma sociedade marcada por imensas desigualdades sociais e

regionais.

Podemos perceber que a internet, atualmente, é indispensável para a

concretização da EaD como meio de garantir a democratização do acesso ao

ensino em nosso país. Ficou evidente também que é fundamental que tanto os

alunos quanto os professores e demais profissionais de educação tenham

acesso à tecnologia digital, e para isso o governo não pode se esquivar de seu

papel de provedor dos meios necessários para garantir tal acesso.

Por outro lado, vimos que a sociedade também desempenha papel

fundamental na massificação com qualidade da EaD, ao exigir do governo que

cumpra seu papel fiscalizador das instituições de ensino à distância. Mas a

sociedade não pode ficar apenas no confortável papel de cobrar providências

alheias, devendo também participar de forma ativa de todo o processo ensino-

aprendizagem à distância.

Vimos que a massificação da EaD vem ao encontro do que determina

nossa Constituição Federal quanto à garantia do acesso de todos a uma

educação de qualidade. Vimos também que essa modalidade de educação é a

realização de sonhos de uma educação inclusiva, de massas, de qualidade e

verdadeiramente democrática de grandes pensadores como Anísio Teixeira e

Paulo Freire.

Observamos que a EaD exige uma nova postura tanto de docentes

como dos alunos, que necessitam tornarem-se parceiros no processo de

construção e transmissão de conhecimento, afastando a antiga postura passiva

do aluno ante o processo de ensino-aprendizagem. Demonstramos isso de

forma objetiva, com gráficos, de maneira que ficasse claro ao leitor quais são

as percepções dos alunos do que seria uma boa aula no ambiente virtual e no

ambiente presencial e o que seriam os elementos indispensáveis para a

existência de uma aula no ambiente virtual e no ambiente presencial.

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Evidenciamos que a EaD é algo irreversível, cuja expansão se dá de

forma muito rápida, em taxas superiores às da educação presencial. Todavia,

demonstramos que há limitações que impedem um maior avanço da educação

à distância. Procuramos entender as raízes desses problemas e buscamos

apontar possíveis soluções para eles.

Comparamos o desempenho dos profissionais oriundos da educação

presencial com os profissionais vindos da educação à distância, no que se

refere ao acesso a bons empregos e salários. Ficou claro que no que tange a

esses quesitos, não há grandes diferenças entre esses dois tipos de

profissionais. Destacamos, porém, a baixa participação dos profissionais vindos

da EaD no mercado de trabalho.

Diante do exposto, podemos concluir que a Educação à Distância é

realmente algo útil, servindo como eficaz ferramenta garantidora da

democratização do acesso ao ensino no Brasil, em que pesem suas limitações.

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BIBLIOGRAFIA

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Página do Consórcio Cecierj na internet, disponível em

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Página do Ministério da Educação na internet, disponível em

http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=289&Itemid=822 .

Acesso em 14/09/2011, às 19:15 horas;

Pesquisa da Associação Brasileira de Ensino à Distância (ABED). Disponível

em http://www.abed.org.br/congresso2008/tc/511200885458PM.pdf. Consulta em

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Portal do Ministério da Educação e Cultura (MEC). Disponível em

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

EaD: Início, desenvolvimento e estágio atual 10

1.1 – Perspectivas atuais da Educação à Distância 12

1.2 – As iniciativas governamentais de promoção 13

ao acesso a tecnologias digitais

1.3 – A EaD na perspectiva dos alunos 18

CAPÍTULO II

A EaD como ferramenta de democratização do 20

acesso ao ensino no Brasil

2.1 – Educação e democracia: o pensamento 22

de Anísio Teixeira

2.2 – Educação e democracia: o pensamento 24

de Paulo Freire

2.3 – A EaD como instrumento de democratização 27

do acesso à educação

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CAPÍTULO III

A Efetividade e as limitações da EaD 32

3.1 – As limitações da efetividade da EaD como 32

Instrumento de democratização do acesso

à educação no Brasil

3.2 – A efetividade da EaD: possíveis soluções 35

às limitações da efetividade da EaD

3.3 - A efetividade da EaD: Estudo comparativo 37

do desempenho dos alunos do ensino

presencial com os da EaD

3.4 – Considerações finais 39

CONCLUSÃO 41

BIBLIOGRAFIA 43

ÍNDICE 45