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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE OPERADORES LOGÍSTICOS: TERCEIRIZAÇÃO DA LOGÍSTICA Por: Rosangela Gomes dos Santos Orientador Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço, M. Sc. Rio de Janeiro 2003

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

OPERADORES LOGÍSTICOS:

TERCEIRIZAÇÃO DA LOGÍSTICA

Por: Rosangela Gomes dos Santos

Orientador

Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço, M. Sc.

Rio de Janeiro

2003

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

OPERADORES LOGÍSTICOS:

TERCEIRIZAÇÃO DA LOGÍSTICA

Apresentação de monografia à Universidade

Cândido Mendes como condição prévia para a

conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato

Sensu” em Logística Empresarial.

Por: Rosangela Gomes dos Santos

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AGRADECIMENTOS

A Deus, em primeiro lugar, por conceder realizar mais

uma etapa do meu sonho pessoal.

A meu namorado, pelo carinho e compreensão e

incentivo na busca do conhecimento.

A meu irmão pela colaboração e apoio para

concretização deste trabalho.

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DEDICATÓRIA

A minha mãe, fonte inesgotável de amor e

estímulo.

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RESUMO

Este trabalho teve como objetivo identificar como e por que está

acontecendo o processo de adoção de operadores logísticos pelas

empresas brasileiras.

No estudo, verificou-se que antes de se adotar um operador logístico,

as maiores preocupações das empresas brasileiras referem-se a aspectos

relacionados à qualidade e à gama de serviços prestados.

Quanto aos principais objetivos para a adoção de um operador

logístico, constatou-se a necessidade das empresas de reduzirem seus

custos e de otimizarem sua logística, visando poder melhor enfocar sua

especialização e negócio, aumentando sua competitividade a níveis

estratégicos.

Quanto às desvantagens mais relevantes identificadas, são as que os

operadores logísticos com menos tempo de atuação no mercado

apresentam um maior desconhecimento dos custos internos e do real nível

de serviço desejado pelos seus clientes.

São apresentadas também, outras informações a respeito dos

operadores logísticos no Brasil e no exterior, visando gerar conhecimento do

assunto abordado.

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada objetiva esclarecer a adoção dos operadores

logísticos na logística integrada.

A proposta deste trabalho acadêmico é aprofundar e/ou trazer

conhecimentos a respeito do tema abordado.

As fontes de pesquisas foram bibliográficas, consultas a Internet,

revistas e jornais.

O assunto abordado é relativamente novo, o que gerou uma maior

concentração de consultas na Internet e revistas especializadas.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Operadores Logísticos 10

CAPÍTULO II Operadores Logísticos no Brasil 32

CAPÍTULO III – Operadores Logísticos no Exterior 38

CONCLUSÃO 42

BIBLIOGRAFIA 43

ÍNDICE 45

FOLHA DE AVALIAÇÃO 47

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INTRODUÇÃO

A globalização dos mercados, as exigências de níveis de serviço,

com qualidade cada vez maior que agitam o mundo dos negócios, têm

mostrado que o caminho do sucesso empresarial desde hoje e para as

próximas décadas, passa por um forte processo de integração com as

modernas técnicas de gerenciamento e operação, buscando meios de reagir

à intensa pressão competitiva e obter a excelência em todos os níveis das

empresas.

Nesse cenário, as ações em busca de ganhos de velocidade em

toda a cadeia logística, da redução de custos, do aumento de produtividade

e qualidade, da manutenção de colaboradores treinados e motivados e de

clientes satisfeitos, são cada vez mais uma necessidade de nosso dia-a-dia

e uma questão de sobrevivência empresarial, numa visão competitiva e

estratégica.

A logística é singular: nunca pára! Está ocorrendo em todo mundo,

24 horas por dia, sete dias por semana, durante 52 semanas por ano.

Poucas áreas de operações envolvem a complexidade ou abrangem o

escopo geográfico característico da logística.

O objetivo da logística é tornar disponíveis produtos e serviços no

local onde são necessários, no momento em que são desejados.

A logística moderna também é um paradoxo. Existe desde o início

da civilização: não constitui uma novidade. No entanto, a implementação das

melhores práticas logísticas tornou-se uma das áreas operacionais mais

desafiadoras e interessantes da Administração.

A logística envolve a integração de informações, transporte, estoque,

armazenamento, manuseio de materiais e embalagem.

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A responsabilidade operacional da logística está diretamente

relacionada com a disponibilidade de matérias-primas, produtos semi-

acabados e estoques de produtos acabados, no local onde são requisitados

ao menor custos possíveis.

O objetivo central da logística é atingir um nível desejado de serviço

ao cliente pelo menor custo possível.

Segundo este foco, a adoção de um operador logístico apresenta-se

com uma tendência logística.

Para se falar de terceirização da logística, deve-se considerar seu

papel na logística, ou seja, o objetivo da terceirização deve ser o de obter

desenvolvimento econômico, especialização dos serviços, competitividade,

controles adequados, aprimoramento dos sistemas de custeio, esforço de

treinamento e desenvolvimento profissional, redução do desperdício,

valorização dos talentos humanos, agilidade nas decisões, redução dos

custos de operação, maior lucratividade e crescimento, entretanto nunca se

deve perder o foco que a qualidade deve ser preservada sobre todas as

outras características da terceirização.

Este trabalho mostra que, a terceirização das atividades de

operação logística permite que a organização que contrate um terceiro foque

as operações do seu próprio negócio, seu core business, dirigindo todos os

esforços em sua condução, e que custos são reduzidos e a cadeia de

suprimentos torna-se mais otimizada. E, apresenta ainda, as vantagens e

desvantagens na adoção de um operador logístico e a atual posição deste

no âmbito nacional e internacional.

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CAPÍTULO I

OPERADORES LOGÍSTICOS

“Há na arte literária, como nas demais, três

elementos básicos: o dom, a cultura e a

técnica”.

Alceu Amoroso Lima

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CONCEITO

“Operador Logístico é o fornecedor de serviços

logísticos, especializado em gerenciar e executar todas

ou parte das atividades logísticas nas várias fases da

cadeia de abastecimento de seus clientes, agregando

valor aos produtos dos mesmos, e que tenha

competência para, no mínimo, prestar simultaneamente

serviços nas três atividades básicas de controle

estoques, armazenagem e gestão de transportes”.

(CARDOSO, 1999, p. 30).

O estabelecimento deste conceito é de grande importância para que o

mercado possa ser devidamente ordenado, tendo em vista que isso deverá

permitir tanto que os fornecedores de serviços logísticos, quanto os clientes

destes serviços possam compreender de forma adequada:

- O conjunto total das atividades logísticas que podem ocorrer

ao longo de uma cadeia de suprimento genérica e quais podem, em

princípio, ser terceirizadas para fornecedores de serviços logísticos.

- Quais os pré-requisitos para que um fornecedor de serviços

logísticos possa ser considerado um operador logístico e, portanto,

que fornecedores de serviços logísticos no mercado são efetivamente

operadores logísticos.

1.1 – Tipos e origem dos Operadores Logísticos

De uma maneira geral pode-se afirmar que, sob o ponto de vista

operacional, existem dois tipos básicos de operadores logísticos: operadores

baseados em ativos e operadores baseados em informação e gestão. Os

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operadores baseados em ativos se caracterizam por possuírem

investimentos próprios em transporte, armazenagem etc. Os operadores

baseados em gestão e informação não possuem ativos operacionais

próprios. Eles vendem know-how de gerenciamento, baseado em sistemas

de informação e capacidade analítica, que lhes permite identificar e

implementar as melhores soluções para cada cliente, com base na utilização

de ativos de terceiros. Existe uma controvérsia sobre as vantagens de um

tipo de operador sobre o outro. Os que defendem os operadores baseados

em ativos argumentam que eles são mais sólidos e comprometidos, devido

aos investimentos especializados que detém. Por outro lado, os defensores

dos operadores baseados em informação afirmam que por não estarem

comprometidos com ativos específicos, são mais flexíveis na busca da

melhor solução possível para atender um determinado cliente.

Quanto à origem, são duas as principais fontes para o surgimento de

operadores logísticos: ampliação de serviços e diversificação de atividades.

No primeiro caso as fontes são as empresas especializadas em transporte,

ou armazenagem ou informação, que através de parcerias ou aquisições

ampliam sua atuação para oferecer um serviço ampliado e integrado de

logística para seus clientes. No segundo caso encontram-se empresas

industriais ou comerciais, que por terem desenvolvido uma alta competência

para o gerenciamento interno de suas operações logísticas, decidem

diversificar sua atividade através de criação de empresa prestadora de

serviços logísticos integrados para terceiros.

1.2 – Processo ao se decidir por um Operador Logístico

Por ser capaz de explorar melhor a economia de escala, por ser

especializado e focado, e muitas vezes por possuir menores custos de mão

de obra, terceiros tendem a ter custos substancialmente inferiores aos de

uma empresa não especializada. Por outro lado, o argumento de que numa

operação interna é mais fácil garantir controle sobre qualidade, prazos e

disponibilidade, não é também necessariamente verdadeiro. E o principal

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motivo é que a execução interna dos serviços tende a criar a síndrome do

monopólio. Ou seja, o fato de ter a garantia da exclusividade no

fornecimento, não sofrer concorrência externa, e não ter que atender a

exigências crescentes do mercado tende a gerar um processo de

acomodação e resistência a mudanças, que muitas vezes resulta na

deterioração dos serviços e da eficiência com o passar do tempo. Por estas

razões, em muitos casos, uma decisão de entregar a um terceiro a execução

de parte da operação pode resultar numa combinação de menores custos e

melhores serviços para o contratante.

A experiência acumulada por diversas empresas no processo de

terceirização com operadores logísticos, aponta para as vantagens de um

procedimento estruturado na análise da decisão. Este procedimento se

baseia na busca de respostas a quatro perguntas básicas:

O que se deseja ganhar com a contratação?

Que características devem ter o operador logístico?

Que instrumentos gerenciais devem ser estabelecidos?

Como avaliar os resultados / sucesso da operação?

1.2.1 - O que se deseja ganhar com a contratação?

Delegar a um operador externo a responsabilidade pelas atividades

logísticas envolve custos e riscos significativos, que precisam ser

compensados por ganhos advindos da decisão de terceirizar. Portanto, um

passo fundamental no processo decisório é definir o mais claramente

possível quais os ganhos possíveis de serem alcançados com a contratação

de um terceiro. Existem pelo menos quatro dimensões de ganhos potenciais:

- Redução de custos: A redução de custos pode se dar pela

diminuição das despesas administrativas, pela redução de

estoques, e pela diminuição dos custos de transporte,

armazenagem e movimentação.

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- Melhoria da qualidade dos serviços: A melhoria da

qualidade dos serviços pode resultar, por exemplo, de maior

disponibilidade de estoques, menores tempos de ciclo, e maior

pontualidade nas entregas.

- Aumento da rentabilidade do negócio: O aumento da

rentabilidade do negócio pode ser obtido através de menores

investimentos em ativos, economias de escala, e maior

eficiência devido ao maior foco na competência central do

negócio.

- Crescimento do market share: Os ganhos de market share

podem advir da entrada em novos segmentos de mercado, ou

expansão nos mercados já explorados, função da maior

capilaridade e capacidade de distribuição do operador logístico

contratado.

1.2.2 - Que características devem ter o operador logístico?

Uma vez que tenham sido claramente identificados os ganhos

potenciais da terceirização, o próximo passo é identificar um operador

logístico que tenha um conjunto de características necessárias para garantir

que os resultados almejados sejam alcançados. Dada a importância

estratégica da decisão, o relacionamento entre o contratante e o operador

externo tende a caminhar na direção da parceria, o que exige o mínimo de

compatibilidade entre as necessidades e características dos parceiros. Estas

características de compatibilidade podem ser agrupadas em quatro classes:

- Atitudes gerenciais: As atitudes gerenciais dizem respeito à

postura das empresas em questões como o treinamento de

empregados, valorização de trabalho em equipe, e cooperação

técnica com terceiros.

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- Padrões de convivência: Os padrões de convivência

envolvem a pré-disposição para fixação de objetivos comuns,

para disponibilização de informações operacionais e

estratégicas, e para repartição de ganhos e perdas.

- Filosofia empresarial: A filosofia empresarial se refere a

estratégias de crescimento, políticas de investimentos e de

inovação de produtos e processos.

- Estrutura / imagem: A estrutura e imagem se referem ao

tamanho relativamente ao contratante, a solidez financeira e a

sofisticação gerencial e tecnológica.

Estabelecer as características necessárias e encontrar um operador /

parceiro com estas características, representa um passo fundamental para

aumentar as chances de sucesso no uso de um operador logístico.

1.2.3 - Que instrumentos gerenciais devem ser estabelecidos?

Dada a complexidade do relacionamento e a dinâmica da operação, é

de fundamental importância a criação de instrumentos gerenciais de

planejamento e controle para monitorar a operação terceirizada. Estes

instrumentos gerenciais devem cobrir as atividades de planejamento e

controle operacionais conjuntos, procedimentos de comunicações internas,

compartilhamento de custos e benefícios, características do contrato,

investimentos na operação e nas pessoas.

1.2.4 - Como avaliar os resultados / sucesso da operação?

Com base nos objetivos de ganhos, previamente definidos, e nas

informações obtidas pelos instrumentos gerenciais de planejamento e

controle, torna-se possível avaliar os resultados da operação terceirizada, e

utilizar esta avaliação como mecanismo de retro-alimentação para

aperfeiçoar tanto operação quanto os mecanismos de planejamento e

controle.

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O primeiro passo a ser dado na escolha de um operador logístico é:

“A realização de estudos para identificar a empresa na

cadeia de suprimentos na qual ela está inserida, desde

os fornecedores até o cliente final, e do detalhamento

de todas as atividades passíveis de terceirização”.

(REZENDE, 2001, 4ª parte).

Feito isto se deve esclarecer se a organização está ou não preparada

para a terceirização, ou seja, todo um trabalho de análise preliminar deve ser

feito para que se conheça bem o ambiente interno bem como sua

receptividade a esta mudança em sua estrutura.

O próximo passo, após a definição favorável à contratação de um

operador logístico, será a definição detalhada das atividades que serão

terceirizadas e do nível de serviço esperado, que deverá ser igual ou

superior ao conseguido pela própria organização, tendo em vista que a

qualidade jamais deve deixar de ser levada em conta.

Em seguida as informações do contratante devem ser preparadas,

para que as empresas candidatas à contratação possam conhecer a

organização bem como os materiais e produtos envolvidos no processo, e

ainda quais atividades serão terceirizadas.

1.3 – Formação e questões para pré-qualificação dos

Operadores Logísticos

1.3.1 – Caracterização da empresa contratante:

- Descrição geral da empresa, capital social (valor e origem), porte

(área coberta e total, tipo de processo e equipamentos principais),

localização (matriz, filiais, centros de distribuição etc).

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- Os canais de distribuição utilizados (CD, atacado, varejo etc),

destinos (cidades; estados; países), freqüência e volumes

correspondentes.

- Posição no mercado. Está em expansão, diversificação, qualidade

de serviços e atendimento ao cliente.

1.3.2 – Materiais e produtos:

- Descrição dos principais materiais e produtos (características físicas)

e sua aplicação.

- Relação e quantidade dos materiais e produtos envolvidos.

1.3.3 – Atividades que serão terceirizadas:

- Descrição detalhada das atividades que serão terceirizadas

(recebimento, estocagem, montagem de kits, separação, expedição,

gerenciamento do transporte etc.).

- Objetivos da terceirização das operações logísticas.

- Responsabilidades do Operador Logístico.

1.3.4 – Processo de seleção:

- Objetivos e critérios da avaliação.

- Como será desenvolvido o processo de seleção.

1.3.5 – Instalações e equipamentos:

- Instalações do operador logístico nas cidades que serão indicadas

no projeto, ou escritório de representação, ou potenciais parceiros.

- Áreas de armazenagem e localidades, equipamentos de

movimentação e armazenagem.

1.3.6 – Serviços e capacitação:

- Relação dos principais serviços e clientes.

-Capacitação para assumir as operações físicas, administrativas e

fiscais (adequar a melhor característica de armazém geral, filial ou

emissão remota de notas fiscais).

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-Conhecimentos de modernas técnicas de logística e produtividade,

JIT etc.

- Experiência com operações similares.

- Capacidade de omitizar fretes, rotas, aproveitamento etc.

- Conveniência de que o pagamento seja baseado nos custos

operacionais detalhados cost driver: movimentação e manuseio

handling, empacotamento e estocagem.

- Conveniência de que a operação seja compartilhada com outros

clientes para que seja possível ratear os custos fixos.

- Serviços de apoio: informática, projetos e treinamento.

- Experiência com sistema de gerenciamento de estoques,

disponibilidade de hardware e software.

- Equipe com experiência em desenvolvimento de sistemas e

adaptação do software e monitoramento de todas as etapas do

processo através do código de barras.

- Customização do software para transferência de dados para o

cliente.

- Equipe para desenvolvimento de projetos logísticos.

- Equipe de Recursos Humanos para treinamento de pessoal.

1.4 – Quando decidir em contratar um Operador Logístico?

As atividades relacionadas ao gerenciamento da cadeia logística de

uma empresa são caras e intensivas em capital. São necessários

investimentos em armazéns, pessoas, equipamentos, meios de transporte e,

cada vez mais, em sistemas informativos. Ao analisar uma terceirização, as

companhias avaliam diversos pontos em relação às suas operações

logísticas, como o custo real de cada atividade, a necessidade do controle

direto sobre as mesmas, a possibilidade do desenvolvimento de know-how

interno e reduções esperadas de custos.

Entretanto, o custo é apenas parte da questão. A outra parte é

representada pelo serviço aos clientes. O gerenciamento das cadeias

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logísticas liga a empresa de um lado a seus clientes e de outro, a seus

fornecedores. Rupturas nessas cadeias – por falhas de comunicação de

pedidos de clientes ou por entrega de produtos em atraso, por exemplo - têm

efeitos danosos na relação de uma empresa com seus fornecedores e

clientes. A medida em que a empresa tem seus canais de suprimento e

distribuição cada vez mais globalizados, a possibilidade de ocorrência

dessas rupturas é cada vez maior. Devem-se também estudar outras

questões, como a manutenção e melhoria de serviços a clientes sem o

controle direto das atividades logísticas e se a empresa não está trocando

vantagens em custos no curto prazo por uma perda da interface com seus

clientes no longo prazo.

A terceirização de operações logísticas representa uma grande

oportunidade em alguns casos e um considerável risco em outros. Contudo,

não analisar devidamente os custos e benefícios dessa terceirização é o

maior de todos os riscos.

A contratação de serviços logísticos de produção e distribuição pode

ter vários enfoques, desde o simples contrato de transporte e armazenagem

até o total controle da cadeia de suprimentos dessa empresa. Esses

serviços podem ser tradicionais, pela manutenção do modelo logístico já

existente ou inovativos, através do uso de ferramentas modernas de

gerenciamento da cadeia logística e contínuo questionamento das práticas

existentes visando um aumento da competitividade do canal como um todo.

Os operadores logísticos normalmente oferecem estrutura gerencial,

funcionários, armazéns, meios de transporte, equipamentos móveis, serviços

de inventário, preparação de materiais para linhas de produção e uma série

de serviços de valor agregado de acordo com as necessidades específicas

de cada cliente.

No altamente competitivo ambiente de negócios em que vivemos, as

empresas buscam continuamente melhorar sua eficiência operacional e

alcançar vantagens competitivas. Várias das pressões que as empresas

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sofrem atualmente têm forte ligação com seu gerenciamento logístico, como

a globalização de fornecedores, plantas produtivas e mercados

consumidores. A complexidade e custos dessa cadeia aumentam

consideravelmente. A crescente competição por mercados leva as empresas

a expandirem sua oferta de produtos, serem mais ágeis na resposta às

necessidades dos clientes e diminuírem o ciclo de vida de seus produtos. O

capital da empresa está empenhado com investimentos em manufatura e

desenvolvimento de produtos e mercados – que é, afinal, o motivo de

existência da própria empresa - e percebe-se uma carência de recursos no

desenvolvimento da empresa em outras frentes que não fazem parte do

negócio principal da empresa, entre elas a logística.

Quando corretamente implementada, a terceirização de serviços

logísticos pode ser a ferramenta ideal para superar esses desafios. Seu

potencial de redução de custos é amplamente conhecido. Uma empresa de

logística pode, por exemplo, conseguir diversas eficiências por economias

de escala e melhor planejamento dos processos de coleta e distribuição de

produtos. Além disso, uma mais estável e previsível cadeia de suprimentos

diminui bastantes custos com transportes de emergência, como os

transportes aéreos. Entretanto, as vantagens da terceirização não estão

restritas a custos. Melhora de níveis de serviços a clientes também são

marcantes. Ter apenas um operador logístico em vez de uma série de sub-

contratados desenvolvendo os mesmos serviços, ou seja, um único

responsável por todos os fluxos, torna a empresa muito mais flexível às

mudanças do mercado, além de possibilitar a otimização da cadeia como um

todo, ao invés de ganhos pontuais e descoordenados em vários setores da

companhia. Freqüentemente, a velocidade que os materiais fluem é

aumentada, com conseqüente diminuição de níveis de estoque. Outra

vantagem é o acesso a novas técnicas muito mais avançadas, de

gerenciamento logístico que os provedores desses serviços tenham

desenvolvido, que as técnicas que a empresa pode dispor com sua estrutura

interna.

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Obviamente, existem obstáculos no processo de terceirização de

serviços logísticos. Como esse processo afeta vários setores de uma mesma

empresa, como produção, vendas, marketing e finanças, a tomada de

decisão torna-se complicada. Além disso, a filosofia da estrutura de compras

da empresa pode inibir a terceirização. Contratando externamente serviços

logísticos, a empresa poderá estar baixando seus custos gerais de

transporte por economias de escala e outros ganhos. Entretanto, em muitos

casos, o principal benefício são ganhos nos custos gerais de logística, não

necessariamente custos de transporte. A simplificação de focar a

contratação de um operador logístico em avaliações de custos de frete torna

difícil a venda da idéia para os diversos setores da empresa envolvidos.

Outro ponto de apreensão se refere ao temor da direção da empresa em se

concentrar em um único operador os complicados processos de gestão de

inventários, movimentação de materiais e transporte. Mudar operador

logístico é muito mais difícil que mudar um fornecedor ou transportador

qualquer.

A necessidade de uma empresa ter um mais eficiente gerenciamento

de sua cadeia de suprimentos é diretamente proporcional ao tipo de

mercado em que ela atua. Companhias em ambientes de forte mudança –

com diversificação de linhas de produtos, desenvolvimento de novos

mercados, fornecimento global, alianças estratégicas, fusões, aquisições,

tendem a se beneficiar muito dessa parceria. Observa-se também que a

empresa deve, antes de se comprometer com um provedor logístico, ter

clara evidência dos resultados que podem ser conseguidos. Deve ser feito

um estudo das melhores práticas de mercado, definir oportunidades de

melhorias e quantificar o resultados em termos de custos e níveis de serviço.

Na nova economia as empresas devem continuamente rever a

maneira que lidam com cada elemento de seu negócio. Como excelência em

serviços logísticos é essencial à qualidade de serviços prestados pela

empresa e à competitividade da sua estrutura de custos, a análise da

possibilidade de terceirização de serviços logísticos é de particular

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importância. Conforme as empresas fiquem mais familiarizadas com esse

tipo de parceria, o mercado de operadores logísticos no Brasil se

desenvolverá consideravelmente, ao exemplo do que já ocorre na Europa e

Estados Unidos. A terceirização de operação logística não é necessária para

todos, mas para muitos pode gerar grandes e duradouros benefícios em

termos de reduções de custos e melhorias em atendimento a clientes.

1.4.1 – Mudando de mãos: terceirização da logística

Há quatro fortes objetivos a serem alcançados com a adoção de um

operador logístico:

“Reduzir custos.

Focar no negócio.

Ter mais flexibilidade.

Reduzir investimentos”.

(DIEGUEZ, 2003, p. 80)

Segue ilustração abaixo:

Os resultados da pesquisa revelam a relevância que os operadores

logísticos vêm ganhando no país. Eram apenas 35 no final da década de 90.

Hoje são 120. No entanto, embora o nível de satisfação das empresas com

os serviços prestados pelas terceirizadas seja alto, os operadores logísticos

têm muito ainda que melhorar e avançar. O ponto fraco é a falta de projetos

Por que as empresas terceirizamas atividades logísticas?

Reduzir custos84,40%

Focar no negócio75,60%

Ter mais flexibilidade66,70%

Reduzir investimentos66,70%

Pesquisa de múltipla escolha. Fonte: Coppead

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mais sofisticados para serem apresentados aos clientes em várias áreas,

como gerenciamento de estoques.

1.5 – Operadores Logísticos integrados a Supply Chain

Management

Não existem mais opiniões no mercado que discordem que a

integração da Cadeia de Suprimento Supply Chain Management, bem como

a utilização de operadores logísticos, são tendências logísticas. Então, se

isto é uma realidade, todas as empresas estão investindo nestas

tendências? Não necessariamente. Muitas vezes pelo fato de não

compreenderem adequadamente os reais benefícios e oportunidades da

aplicação destes conceitos, as empresas fazem com que os mesmos se

tornem conflitantes na busca de um melhor sistema logístico. Mas por que

isto ocorre? Em primeiro lugar, vale a pena questionar alguns pontos

"chaves" relacionados à viabilidade destes dois conceitos:

Ü Você sabe qual é o Custo Total Logístico em toda a Cadeia de

Suprimento da qual você faz parte?

Ü Você conhece quais são os pontos fortes e fracos desta Cadeia e

sabe onde estão as oportunidades de melhoria em relação a

aumentos de produtividade e melhoria do nível de serviço ao cliente

final?

Ü Você sabe qual é o real custo total logístico, em sua organização, das

atividades que podem ser desenvolvidas por um operador logístico?

Ü Você sabe separar a análise de viabilidade da utilização de

operadores logísticos em aspectos quantitativos (ex: fatores

econômicos) e qualitativos (ex: fatores estratégicos)?

Ü Você sabe mensurar o nível de satisfação do seu cliente final e quais

os fatores que influenciam neste indicador?

Ü Você permite que a redução do seu custo logístico seja o grande fator

decisivo na aquisição de uma operação logística terceirizada?

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Ü Você entende ser importante uma visão cada vez melhor e mais clara

de todos os componentes de custo e de ganho de toda a Cadeia de

Suprimento?

Ü Você percebe que o aumento de produtividade que um membro

integrante da sua Cadeia de Suprimento (ex: operador logístico) deve

refletir diretamente e positivamente nos seus resultados?

Se estas questões estão claras e são rigorosamente praticadas, não

existe a menor possibilidade da operação logística terceirizada ser

conflitante com a integração da Cadeia de Suprimento. Porém, o que se

percebe no mercado é que muitas empresas, embora até concordem com as

questões apresentadas, não as praticam no dia-a-dia, muitas vezes

inconscientemente. Por exemplo, será que a empresa que está ansiosa em

se livrar de suas operações logísticas de distribuição física de produtos

acabados deve considerar que irá eliminar todas as suas funções

relacionadas com a logística de distribuição física? No curto prazo não,

mesmo que o operador logístico possua tais funções, pois embora ele tenha

um melhor conhecimento de distribuição, isto não é suficiente, pois o mesmo

não conhece uma série de aspectos importantes de sua Cadeia de

Suprimento, como: expectativas do seu cliente, peculiaridades de seu

produto, sazonalidades da sua demanda, importância do processo de

distribuição para o seu negócio, prioridades dos acionistas, valores e

políticas de sua organização, entre inúmeros outros fatores que somente o

tempo irá mostrar em um processo de "parceirização".

E o sistema de medição e faturamento de um operador logístico?

Será que o mesmo pode ser consolidado em um instrumento de contrato,

com pouca flexibilidade para alterações, sem o conhecimento mútuo e

aceitação de uma empresa em relação à outra? Também não, pois caso

contrário existirá uma grande chance, no médio e longo prazo, de uma

empresa perceber que desenvolveu, em relação à outra, uma relação

ganha-perde que implicará claramente em uma desintegração cada vez

maior da Cadeia de Suprimento. Infelizmente, é isto que está ocorrendo em

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muitas organizações no Brasil. Operadores Logísticos que, para se

viabilizarem, são obrigados a cobrar um valor inferior ao custo total logístico

e empresas que terceirizam suas atividades e percebem no médio e longo

prazo que estabeleceram uma relação ganha-perde e chegam à conclusão

que para apenas uma das partes foi bom enquanto durou. É claro que

existem as empresas que se preocupam com isto e desenvolve um

adequado planejamento inicial, visando identificar com clareza as reais

bases de uma possível relação ganha-ganha.

Há quatro anos atrás a Xerox cuidava de uma operação que era

considerada estratégica:

“Nós fazíamos a distribuição, a armazenagem, o

transporte – tudo. Chegou a um ponto que ou

virávamos uma empresa de logística, ou achávamos

quem fizesse isso para nós”.

(MENDES, 2003, p. 84)

A Xerox é uma das empresas líderes de seus mercados que estão

terceirizando seus serviços logísticos a provedores especializados como

estratégia para melhorar o nível de serviço e poder se dedicar mais ao

negócio principal.

No ano passado a Xerox entregou a operação do centro nacional de

distribuição de suprimentos de Resende, no Rio de Janeiro, para a

Flextronics, provedor de serviços logísticos. Há também, uma parceria com a

Ryder, provedora de serviços logísticos americana, para a gestão de

materiais consumidos internamente na empresa. As economias geradas com

essas terceirizações foram enormes. O custo fixo da cadeia integrada de

suprimentos caiu para a metade nos últimos quatro anos. No caso das peças

de reposição, o custo operacional do efetivo técnico é 30% menor do que em

1999, quando a própria Xerox fazia tudo. E talvez o mais importante de

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todos os ganhos: as peças chegam em média 30% mais rapidamente à mão

dos técnicos do que antes.

Os Correios também querem se dedicar à sua vocação: logística.

Atualmente, os Correios (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos

– ECT), está estrategicamente oferecendo serviços de logística a várias

empresas como a TIM, operadora de telefonia celular.

Com uma estrutura de 12.000 agências espalhadas por 5.561

municípios, 47.000 carteiros, 5.000 caminhões, 9.000 motos, 19.000

bicicletas e 27 aviões fretados, os Correios chegaram a conclusão de que

poderiam ficar com um pedaço da demanda por logística de valor agregado.

Além de distribuir e habilitar celulares, os funcionários da ECT

gerenciam um armazém da TIM Sul em São José dos Pinhais, no Paraná.

São eles que recebem os equipamentos, movimentam o estoque, separam

os pedidos e emitem notas fiscais. Antes, porém de disparar a operação, a

ECT ficou sete meses estudando a logística da TIM Sul.

“O Operador precisa conhecer as minúcias da cadeia

de distribuição do cliente”.

(MENDES, 2003, p. 88)

1.5.1 – Redução de custos

Contratar um operador logístico para cuidar de todas as etapas do

processo, desde o transporte de matéria-prima até a entrega do produto ao

cliente final, ou terceirizar apenas parte da cadeia, como a de transportes,

significa reduzir custos, agilizar procedimentos e ganhar tempo.

Conforme inúmeras pesquisas realizadas por centros especializados

em logística, com empresas de médio e grande porte, a redução de custos é

o principal motivo que leva as companhias a terceirizar suas operações

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logísticas, seguido pela busca por uma maior agilidade na entrega de

mercadorias e a focalização no core business.

Tais pesquisas ainda revelam que grande parte dos funcionários que

desempenham atividades logísticas nas empresas é terceirizada, os serviços

de transporte direto são realizados por empresas contratadas, são

terceirizados os serviços de transporte e distribuição.

A contratação de uma empresa especializada traz mais segurança

para que a companhia se dedique à sua atividade fim sem se preocupar com

o gerenciamento de fluxos de materiais, peças, transporte de mercadorias,

armazenagem e controle de estoque, entre outros, pois a empresa

contratada já tem pessoal qualificado para prestar esses serviços. Além

disso, a redução de custos é possível, já que gastos como espaço e

segurança geralmente são rateados entre vários clientes do operador

logístico.

A maior agilidade na distribuição e entrega de produtos também é um

ponto positivo.

A Redeconomia, formada por uma associação de 15 supermercados

independentes e com depósitos próprios, prevê uma redução de custo com a

terceirização que começa a implementar. Eles fizeram um estudo e

chegaram à conclusão de que a melhor saída era contratar o serviço de um

operador logístico que gerenciaria a mercadoria em um armazém geral.

Assim os fornecedores fariam a entrega em um único ponto para todos e

poderiam negociar descontos. Gerando uma redução em até três dias no

tempo de recolocação dos produtos nas unidades.

1.5.2 – Vantagens competitivas

Nas perspectivas e análises futuras de competitividade nota-se a forte

tendência na logística, de aumentar a adoção de operadores logísticos,

facilitando as soluções integradas, que contemplem a intermodalidade,

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oferecendo ao cliente oportunidades logísticas de movimentação completa

do fluxo de produto, desde o fornecedor até seu cliente final. As empresas

que utilizam operadores logísticos têm reduzido seus custos gerando

vantagens competitivas e facilitando o relacionamento entre as empresas

componentes do processo logístico.

No gerenciamento da logística integrada o melhoramento em todos os

elementos do sistema logístico, ou seja, serviço ao cliente, gestão de

estoques, previsão de vendas, transportes, armazenagem e custos

logísticos. O serviço ao cliente é a principal fonte da vantagem competitiva,

cujo objetivo da logística integrada é projetar estratégias que possibilitem a

realização de um serviço de qualidade superior e a preço justo.

A combinação de crescente complexidade operacional e sofisticação

tecnológica têm contribuído de forma decisiva para aumentar a demanda por

operadores logísticos. Ao prestar serviços para um substancial número de

terceiros, geram economias de escala, que viabilizam investimentos

contínuos em ativos, tecnologias, e capacitação gerencial e operacional.

Além disso, por estarem prestando serviços para um variado conjunto de

empresas, pertencentes a diferentes setores, tem a oportunidade única de

aprender com a experiência de terceiros, através de um processo contínuo

de benchmarking. Como resultado, os operadores logísticos têm o potencial

de operar com menores custos e oferecer melhores serviços do que

operações executadas internamente.

Além das vantagens básicas de custos e qualidade de serviços, os

operadores logísticos têm o potencial de gerar vantagens competitivas para

seus contratantes em pelo menos três dimensões adicionais: redução de

investimentos em ativos, foco na atividade central do negócio e maior

flexibilidade operacional.

Uma das principais tendências do atual ambiente empresarial é a

busca pela maximização do retorno sobre os investimentos. Um número

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crescente de empresas tem implementado o conceito de Economic Value

Added - EVA, visando perseguir este objetivo. Ao transferir sua operação

logística para um terceiro, uma empresa tem a oportunidade de reduzir

investimentos em armazenagem, frota, tecnologia de informação, e até

mesmo estoque, o que se reflete diretamente na melhoria do retorno sobre

ativos e investimento.

A inovação e o aprendizado permanentes são, cada dia mais, um

requisito básico para que as empresas se mantenham vivas e competitivas.

No atual ambiente, a competitividade passa a ser um alvo móvel, o que

exige foco na atividade, e excelência operacional. Ao delegar a atividade

logística para um operador externo competente, os executivos da empresa

contratante liberam tempo e energia para se dedicar à difícil e estratégica

missão de desenvolver e aperfeiçoar a competência central do seu negócio.

No mundo incerto em que se vive hoje, a flexibilidade operacional, ou

seja, a capacidade de se adaptar rapidamente a flutuações de preços e

demanda, e a diferentes exigências do mercado, é um requisito para a

sobrevivência. Ao contratar com terceiros a operação de suas atividades

logísticas, a empresa transforma custos fixos em variáveis, reduzindo

substancialmente seu ponto de equilíbrio, ganhando por conseqüência

flexibilidade operacional.

1.6 – Desvantagens na adoção de Operadores Logísticos

Apesar do potencial de vantagens competitivas, apresentadas

anteriormente, a utilização de operadores logísticos não está livre de

problemas.

O primeiro deles é o risco de perder o acesso a informações chaves

do mercado. O envolvimento no dia-a-dia com as operações de campo,

incluindo o contato direto com clientes e fornecedores, é um importante

ingrediente para se manter sintonizado com os problemas e oportunidades

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da operação, e com as mudanças no ambiente do negócio. Ao delegar para

um terceiro este tipo de contato a empresa corre o risco de perder a

sensibilidade de identificar a tempo as mudanças necessárias.

Outra desvantagem é o descompasso entre as percepções do

contratante e do operador contratado sobre o que sejam os objetivos

competitivos da empresa contratante. Nas operações do dia-a-dia as

empresas são obrigadas a fazer escolhas entre diversos objetivos

competitivos, como por exemplo, custos, flexibilidade, consistência /

confiabilidade, inovação, velocidade etc. Estas escolhas deveriam ser feitas

a partir de uma estratégia competitiva previamente definida, e modificadas à

medida que mudam as condições de competição no mercado. Além disso,

diferentes clientes em diferentes mercados, exigem diferentes prioridades

competitivas. A falta de mecanismos adequados de comunicação entre

contratante e o operador contratado, tende a gerar um descompasso de

percepções sobre as reais prioridades competitivas, gerando como

conseqüência descompasso sobre objetivos operacionais. Um subproduto

deste descompasso tende a ser a inabilidade do operador contratado de

responder a mudanças nas condições do negócio.

Um outro problema potencial é a incapacidade do operador logístico

de cumprir as metas combinadas com o contratante. Muitas vezes, na ânsia

de conquistar o negócio, e com base apenas em previsões sobre o volume e

complexidade da operação sendo terceirizada, o operador promete mais do

que é possível alcançar. Isto gera tensões que precisam ser monitoradas

para evitar frustrações de ambos os lados.

A criação de uma dependência excessiva da empresa contratante ao

operador logístico, gerando um alto custo de mudança, também é um

problema. Ao desmantelar sua estrutura gerencial e operacional voltada para

a logística e deixar nas mãos de um terceiro, ativos, informações e know-

how, a mudança de fornecedor, ou mesmo o retorno a uma operação

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interna, pode resultar em custos excessivamente elevados para a empresa

contratante.

Para minimizar a possibilidade de ocorrência de problemas na

contratação de operadores logísticos, o caminho natural é, portanto, seguir

um procedimento analítico estruturado que permita decidir, em bases mais

objetivas possíveis, sobre a conveniência de terceirizar, e com quem

terceirizar.

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CAPÍTULO II

OPERADORES LOGÍSTICOS NO BRASIL

“O verdadeiro progresso não consiste no ter

progredido, mas no progredir”.

Brecht

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OPERADORES LOGÍSTICOS NO BRASIL

2.1 – A indústria dos operadores logísticos no Brasil

A indústria de operadores logísticos no Brasil é bastante recente.

Pode-se mesmo afirmar que este é um fenômeno que começou a ganhar

vulto apenas em 1994, a partir da estabilização econômica propiciada pelo

plano real. O crescimento vem se dando tanto pelo surgimento de

operadores genuinamente nacionais, quanto pela entrada no país de alguns

dos mais importantes e conhecidos provedores globais.

Como em toda indústria nascente, o setor apresenta problemas e

oportunidades. As oportunidades têm a ver com o enorme potencial do

mercado brasileiro, conseqüência da privatização da infra-estrutura de

transportes, e da crescente adoção do conceito de logística integrada e

Supply Chain Management pelas maiores empresas do país. Os problemas

derivam da má qualidade da infra-estrutura física, da falta generalizada de

padrões, do pouco conhecimento que se tem da indústria, e da conseqüente

dificuldade das empresas contratantes para identificar e selecionar os

operadores mais adequados às suas reais necessidades.

No caso específico da contratação de operadores logísticos, esta

dificuldade se torna ainda mais aguda devido às inúmeras alternativas de

atuação, incluindo dimensões tais como: tipos de serviços oferecidos;

escopo geográfico de atuação; tipos de indústria atendidos; características

dos ativos utilizados e atividade de origem.

O tempo médio de operação no país é de apenas cinco anos e meio,

sendo que uma das mais antigas está no mercado há mais de 10 anos, e as

mais novas há apenas 2 anos. Tal fato era de se esperar, dado que o

fenômeno dos operadores logísticos é relativamente recente no Brasil.

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2.1.1 – Serviços oferecidos

A primeira característica que chama atenção em relação aos serviços

é a variedade da oferta proporcionada pelas empresas: transporte

rodoviário, transporte aéreo, armazenagem, logística integrada, gestão de

informações logísticas, controle e pagamento de fretes, e documentação (ex.

emissão de notas fiscais). Apesar desta ampla variedade, os serviços de

transporte ferroviário e marítimo têm ofertas muito restritas. Isto parece

refletir a distorção da matriz de transportes brasileira, totalmente dominada

pelo modal rodoviário.

Há uma pequena oferta de serviços de consultoria voltados para o

projeto de soluções logísticas para clientes potenciais. Isto significa uma

oportunidade ainda pouco explorada no Brasil.

Embora o número de serviços ofertados seja grande, a receita total

dos operadores logísticos é fortemente concentrada em um número limitado

deles. Dentre os serviços com maior participação destacam-se o transporte

e a armazenagem, os mais importantes em termos de contribuição para a

receita.

Este amplo conjunto de serviços é oferecido a um número limitado de

clientes. Em média, os operadores logísticos no Brasil trabalham com cerca

de 30 clientes, sendo que este número varia de um mínimo de 6 a um

máximo de 70. Além de trabalharem com um número restrito de clientes, os

operadores executam contratos de porte relativamente limitado. Isto parece

ser um indicador de que os clientes estão contratando apenas partes

limitadas do processo logístico com um determinado operador, ao invés de

entregar toda ou grande parte da operação a um operador integrado.

O processo de negociação para o fechamento de um determinado

contrato é razoavelmente longo, levando em média 5 meses, mas podendo

variar entre 3 e 6 meses. O critério principal restritivo de seletividade na

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decisão de fechar um contrato com um determinado cliente, é a sua

capacitação em atender as necessidades do cliente. Uma outra informação

interessante a respeito da política de seleção de clientes diz respeito à

tendência à especialização em certas indústrias. Alguns operadores

logísticos afirmam não ter uma política de especialização, enquanto outros

citam as indústrias eletroeletrônica, incluindo computadores, bens de

consumo, automobilística, bancária, gráfica e química como focos da

especialização.

As exigências são as mesmas, independentes da região. Fato de que

a grande maioria dos clientes dos operadores logísticos possui sede em São

Paulo, fazendo com que suas exigências sejam estendidas para as demais

regiões em que operam. Este fato indica uma falta de visão a respeito do

valor de uma política de segmentação dos serviços. O mesmo ocorre na

tentativa de correlação da indústria do cliente com o tipo de serviço

prestado. Não há nenhum tipo de relação. Um exemplo marcante da pouca

atenção à questão da segmentação do serviço ocorre com o comércio

eletrônico. Alguns operadores logísticos atendem clientes de e-commerce.

No entanto, os serviços oferecidos a este canal são os mesmos daqueles

proporcionados ao canal tradicional. Isto talvez se deva ao fato de que a

participação deste segmento no faturamento total dos operadores ainda seja

muito pequena, variando entre 2% e 4%.

2.1.2 – Infra-estrutura

Os operadores no país possuem ou, no mínimo, operam frotas e/ou

armazéns dedicados às suas operações. Todos também oferecerem

recursos dedicados aos seus clientes, se necessário. No que diz respeito

aos armazéns dos operadores, verifica-se uma forte concentração na região

Sudeste. Grande parte deles se encontra localizado no estado de São Paulo.

A maioria possui frota própria. A quantidade de veículos, no entanto,

varia muito. Os mesmos fazem intensivo da subcontratação de terceiros.

Todos, terceirizam alguma parte de suas atividades. São várias as

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atividades terceirizadas, sendo que o transporte rodoviário, o transporte

aéreo e as operações de courier, são totais ou parcialmente terceirizadas.

Outras atividades terceirizadas são o desenvolvimento de softwares,

transporte marítimo, armazenagem, aplicações de internet, transporte

ferroviário, aplicações de EDI.

Referente ao uso de tecnologia de informação, a utilização de WMS

na armazenagem, apesar da adoção do código de barras ainda não ser tão

alto está presente em alguns dos operadores. O acompanhamento de

pedidos pela Internet já está sendo oferecido aos clientes, tanto de e-

commerce, quanto do canal tradicional. O uso do EDI indica que, apesar do

crescimento do uso da Internet, este sistema ainda está sendo bastante

utilizado. Sistemas que dão suporte à frota parecem ainda não estar sendo

adotados em larga escala. Poucos possuem GPS e/ou roteirizador.

2.1.3 – Barreiras e oportunidades ao desenvolvimento

A pressão por melhoria de performance é considerada o fator de

maior impacto. No entanto, a pressão para redução de preços não fica para

trás, indicando que ambos são considerados igualmente importantes Esta

situação coloca os operadores sobre forte pressão; reduzir custos e

melhorar nível de serviço simultaneamente. A tendência ao aumento no

número de serviços terceirizados, combinada com o crescimento do e-

commerce, indicam um provável crescimento do mercado e uma maior

valorização dos operadores.

O alto valor e complexidade dos impostos, assim como as más

condições da infra-estrutura do país são as maiores barreiras dos

operadores logísticos ao desenvolvimento do setor no país. A deficiência de

capacitação da mão-de-obra representa uma dificuldade em atender aos

níveis crescentes de exigência dos clientes. A falta de entendimento das

diferenças entre operadores e transportadores, por parte dos clientes, é um

dos problemas do setor. Esta confusão certamente contribui para o aumento

da pressão por redução de preços. O pouco conhecimento de logística por

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parte dos clientes e a sazonalidade da demanda, são outras barreiras aos

operadores.

A melhoria da competência em Tecnologia da Informação é a principal

oportunidade para a melhoria de desempenho por parte dos operadores.

Parece ser uma resposta óbvia às maiores exigências de serviço e redução

de custos. Ela permite expandir os serviços em certas situações, reduzir

custos e melhorar serviços.

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CAPÍTULO III

OPERADORES LOGÍSTICOS NO EXTERIOR

“Nada existe de permanente a não ser a

mudança”.

Heráclito

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OPERADORES LOGÍSTICOS NO EXTERIOR

3.1 – A indústria dos operadores logísticos no exterior

O mercado de prestação de serviços logísticos vem crescendo muito

rapidamente em todo o mundo. São várias as evidências deste fenômeno.

Na indústria química norte americano, o número médio de atividades

logísticas terceirizadas, por empresa, cresceu fortemente no período entre

1989 e 1995, indicando uma forte tendência de aumento do escopo de

serviços logísticos terceirizados. No mercado Europeu e Norte Americano,

verifica-se através de matérias e estudos que muitos gerentes estão

comprometidos com a terceirização de suas atividades logísticas, e que a

tendência é de aumentar o número de atividades terceirizadas. O resultado

de tudo isto tem sido o rápido crescimento da indústria de prestadores de

serviços logísticos – PSLs (Maria Luisa Mendes, 2003).

As possibilidades de terceirização das atividades logísticas são

inúmeras. Por esta razão, nos países onde as atividades dos PSLs estão

mais desenvolvidas, a segmentação do mercado vem aumentando, incluindo

desde a simples terceirização de atividades de transporte até a contratação

de terceiros para operar todo o processo logístico.

Devido ao aumento da importância e complexidade das terceirizações

logísticas, vem aumentando a preocupação com um melhor conhecimento

destas atividades. No entanto, a maioria dos estudos conhecidos, tem

examinado o setor sob a perspectiva das empresas contratantes. Em geral,

estes estudos englobam os passos necessários à terceirização destas

atividades, as situações em que se deve terceirizar e o que pode se esperar

dela.

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A literatura que trata dos problemas e características PSLs, no

entanto, é razoavelmente escassa. Questões como pré-requisitos

necessários para ser considerado um prestador de serviços logísticos

integrados - operador logístico, os diferentes formatos existentes,

perspectivas da indústria e tendências de adição de valor ao cliente são

muito pouco discutidas.

3.1.1 – Formatos e definições

São várias as denominações encontradas na literatura internacional

para os prestadores de serviços logísticos.

Expressões como provedores de serviços logísticos terceirizados -

third-party logistics providers ou 3PLs, provedores de logística integrada -

integrated logistics providers, empresas de logística contratada contract

logistics companies e operadores logísticos logistics operators são alguns

dos termos normalmente utilizados na literatura internacional para

denominar empresas prestadoras de serviços logísticos. A nível

internacional, a primeira denominação, ou seja, 3PL, é claramente a mais

utilizada. No Brasil, existe uma forte tendência a se utilizar a denominação

operador logístico.

3.1.2 – Serviços oferecidos

Gerenciamento de armazém; consolidação de carga; sistemas de

informação; operação ou gerenciamento de frota; negociação de frete;

seleção de transportadora; emissão de pedido; importação/exportação;

retorno de produtos; processamento de pedido; montagem ou instalação de

produtos; desconsolidação de produtos para clientes; reposição de estoque.

3.1.3 – Segmentação

O aumento da complexidade da cadeia de suprimentos fez com que

fossem cada vez mais necessários investimentos em logística, uma área

que, muitas vezes, não fazia parte do core business das empresas. Nestes

casos, várias delas preferiram terceirizar todas ou algumas destas atividades

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e se concentrar no seu negócio principal. Abriram-se, portanto, amplas

oportunidades para prestadores de serviços logísticos, resultando no

surgimento de um grande número de provedores. O crescimento do número

de 3PLs e as inúmeras possibilidades de atuação, resultaram numa

segmentação da indústria.

Sob o ponto de vista dos tipos de serviços prestados, os 3PLs podem

ser classificados, numa primeira fase, em dois grandes grupos básicos: os

especialistas operacionais e os integradores. O primeiro grupo corresponde

às empresas que oferecem serviços específicos como, por exemplo, o

transporte, a armazenagem, a consolidação ou a etiquetagem. Neste caso,

apesar de executar somente uma atividade básica, há a possibilidade de se

adicionar valor ao cliente incorporando serviços extras como processamento

de pedido, reparo e controle de estoque. A competência básica deste grupo

é a excelência operacional. No segundo caso, a empresa é capaz de prover

uma solução logística completa, uma vez que abrange uma grande gama de

serviços planejados e gerenciados de forma integrada. Também neste caso,

é possível oferecer atividades extras, fora do conjunto de serviços básicos,

como fazem algumas empresas de consultoria ao desenvolverem projetos

logísticos complexos para clientes específicos.

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CONCLUSÃO

Este trabalho teve como premissa identificar os objetivos para a

adoção de operadores logísticos pelas empresas brasileiras, e mostrar como

essa tendência é fomentadora de uma economia que não pára de crescer.

Foi mostrado que os provedores de serviços logísticos ou operadores

logísticos como são chamados aqui no Brasil, são empresas capazes de

oferecer soluções em armazenagem, controle de estoques, distribuição,

embalagem e transporte, entre outras etapas da cadeia logística. Eles são

muito mais do que operadores de caminhões ou empilhadeiras. O negócio

deles é repensar a integração das diversas partes dos processos logísticos

dos clientes para reduzir seus custos e otimizar a eficiência.

O momento está para eles. As organizações estão esforçando-se

para conquistar ou manter liderança em seus setores, lidando com uma

economia globalizada num grau elevado de competições. E a adoção de um

operador logístico como ferramenta estratégica, é uma vantagem

competitiva visando o enfoque no negócio principal da empresa contratante

do operador.

A redução dos custos e otimização da cadeia é primordial na

contratação de um operador logístico, porém, a qualidade torna-se essencial

como conseqüência, na visão das empresas contratantes, visando a

excelência na prestação de serviços aos clientes.

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MENDES, M. L. As fronteiras da logística. Revista Exame. Nº 8, 790ª ed.,

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTOS 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I 10

OPERADORES LOGÍSTICOS 10

CONCEITO 11

1.1 – Tipos e origens de Operadores Logísticos 11

1.2 – Processo ao se decidir por um operador logístico 12

1.2.1 – O que se deseja ganhar com a contratação? 13

1.2.2 – Que características devem ter o operador logístico? 14

1.2.3 – Que instrumentos gerenciais devem ser estabelecidos? 15

1.2.4 – Como avaliar os resultados / sucesso da operação? 15

1.3 – Formação e questões para pré-qualificação dos

Operadores Logísticos 16

1.3.1 – Caracterização da empresa contratante 16

1.3.2 – Materiais e produtos 17

1.3.3 – Atividades que serão terceirizadas 17

1.3.4 – Processo de seleção 17

1.3.5 – Instalações e equipamentos 17

1.3.6 – Serviços e capacitação 17

1.4 – Quando decidir em contratar um Operador Logístico? 18

1.4.1 – Mudando de mãos: terceirização da logística 22

1.5 – Operadores Logísticos integrados a Supply Chain Management 23

1.5.1 – Redução de custos 26

1.5.2 – Vantagens competitivas 27

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1.6 – Desvantagens na adoção de um Operador Logístico 29

CAPÍTULO II 32

OPERADORES LOGÍSTICOS NO BRASIL 32

2.1 – A indústria dos Operadores Logísticos no Brasil 33

2.1.1 – Serviços oferecidos 34

2.1.2 – Infra-estrutura 35

2.1.3 – Barreiras e oportunidades ao desenvolvimento 36

CAPÍTULO III 38

OPERADORES LOGÍSTICOS NO EXTERIOR 38

3.1 – A indústria dos Operadores Logísticos no exterior 39

3.1.1 – Formatos e definições 40

3.1.2 – Serviços oferecidos 40

3.1.3 – Segmentação 40

CONCLUSÃO 42

BIBLIOGRAFIA 43

ÍNDICE 45

FOLHA DE AVALIAÇÃO 47

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes

Curso: Pós-Graduação “Lato Sensu” em Logística Empresarial – Projeto A

Vez do Mestre

Título da Monografia: Operadores Logísticos: Terceirização da Logística

Autor: Rosangela Gomes dos Santos

Orientador: Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço, M. Sc.

Data da entrega: 03 de outubro de 2003

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Conceito Final: