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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM METODOLOGIA LEAN MAUFACTORING E SUAS PRINCIPAIS FERRAMENTAS Por: Marcus Vinicius Oliveira Santos Orientador Prof. Nélsom Magalhães Rio de Janeiro 2011

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · indispensável o emprego de estratégias que além de facilitar a produção, ... enxuta), também conhecido como sistema Toyota,

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

METODOLOGIA LEAN MAUFACTORING E SUAS PRINCIPAIS

FERRAMENTAS

Por: Marcus Vinicius Oliveira Santos

Orientador

Prof. Nélsom Magalhães

Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

METODOLOGIA LEAN MANUFACTORING E SUAS PRINCIPAIS

FERRAMENTAS

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Engenharia de

Produção.

Por: Marcus Vinicius Oliveira Santos

3

AGRADECIMENTOS

Há Deus, aos amigos André

Quinhones, Luciene, Pedro Leonardo,

Sérgio Miguel.

4

DEDICATÓRIA

Dedico a Deus, minha esposa Cristina,

meus pais, irmãos e sobrinhos.

5

RESUMO

O estudo em questão vem mostrar um pouco da realidade do mercado

financeiro, porque as empresas para serem sólidas no mercado, precisam

atender as necessidades e expectativas dos seus clientes sem elevar seus

custos de uma forma geral.

Com a aplicação da metodologia Lean Manufacturing e suas

ferramentas, as empresas passam a ter mais flexibilidade, qualidade,

segurança, motivação dos colaboradores e capacidade para inovação. Em

contra partida podem- se diminuir seus custos, eliminar as perdas durante o

processo, diminuir seus estoques, ou seja, eliminando todos os desperdícios

em seu processo produtivo.

6

METODOLOGIA

A metodologia usada nesta investigação pretende transpor a teoria para

aplicação prática. Para isso foi necessário, primeiramente, a integração numa

indústria de embalagens de vidro.

Segundo passo foi um estudo exaustivo do tema, de modo a efetuar um

enquadramento teórico afim de capacitação, para aplicação prática dos

conhecimentos adquiridos em ambiente real. Para tal foi feito uma revisão

bibliográfica de livros, diálogos com profissionais da área (Black belts e Green

belts). Após conhecimentos adquiridos sobre o tema, procedeu-se á seleção

de um processo construtivo com potencial de melhoria, e assim foram

sugeridas algumas ferramentas do Lean Manufacturing.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - A História 11

CAPÍTULO II - O Que é O Lean Manufacturing? 17

CAPÍTULO III –Apresentação e Análise de Caso 34

CONCLUSÃO 38

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 39

ÍNDICE 42

FOLHA DE AVALIAÇÃO 43

8

INTRODUÇÃO

Com a globalização, muitas são as dificuldades que as empresas vêm

enfrentando para manter-se no mercado industrial como: lidar com a

concorrência, promover a aceitabilidade de seu produto, produzir com

qualidade, manter preços mais acessíveis, buscar a melhoria contínua nos

processos e adotar uma filosofia de trabalho que seja de fácil interpretação dos

empregados. Com todos estes quesitos a serem alcançados, torna-se

indispensável o emprego de estratégias que além de facilitar a produção,

manutenção e sustentação da mesma, também estimule seus funcionários,

ensinando-os a reduzir custos.

Com esta proposta surgiu a filosofia lean manufacturing (produção

enxuta), também conhecido como sistema Toyota, que tem como conceito

pioneiro apresentado pela empresa japonesa um método que muitas outras

empresas adotaram como cultura operacional, onde concentram-se em reduzir

os custos e o tempo de espera. Seu foco é na otimização dos recursos através

da eliminação das atividades que não agregam valores (desperdícios); ou

reprocesso nas correntes totais de abastecimentos e conseqüêntemente

alcançando os objetivos propostos.

Womack (1998), define lean manufacturing como uma abordagem que

busca uma forma de melhor organizar e gerenciar os relacionamentos de uma

empresa com seus clientes, cadeia de fornecedores, desenvolvimento de

produtos e operações de produção, segundo a qual e possível fazer cada vez

mais com menos (menos equipamento, menos esforço humano, menos

tempo,etc.).

Daí nasceu o interesse por este estudo, visando, testar, se com a

aplicação da metodologia Lean manufacturing ou produção enxuta, é possível

melhorar a capacidade das empresas e assim render mais gastando menos.

Ferro (2002) afirma que a sociedade vive em um momento de

competitividade causada pela eficácia das operações empresariais, e uma das

mais fortes ferramentas da indústria é a produção enxuta. Sendo esta capaz

de ajudar a função produção a cumprir seu papel estratégico dentro da

9

organização, fazendo com que ela consiga a atender seus cinco objetivos

básicos: fazer certo as coisas, fazer as coisas com rapidez, fazer as coisas em

tempo certo, mudar o que faz e fazer o mais barato possível.

Sendo assim o problema levantado nesta pesquisa é que hoje para as

empresas se tornarem sólidas no mercado financeiro, precisam atender as

necessidades e expectativas dos seus clientes, sem elevar seus custos de

uma forma geral, contudo, isto não é uma tarefa fácil, mas seria a metodologia

Lean manufacturing realmente eficaz para o sucesso empresarial?

Para realização desta pesquisa o método utilizado será investigativo de

caráter bibliográfico, tendo como objeto empírico o sistema Lean

Manufacturing onde faremos um estudo de caso de uma empresa que se

encontrava numa situação desfavorável e que adotou tal ferramenta,

apontando as mudanças e apresentando o resultado alcançado.

Como base teórica, utilizamos autores como Womack e Jones: A

mentalidade enxuta nas empresas; Werkema: Lean Seis Sigma. Introdução às

Ferramentas do Lean Manufacturing; Hines e Taylor: Guia para Implementação

da Manufatura Enxuta; Lixer: O modelo Toyota:14 princípios de gestão do

maior fabricante do mundo e outros que ao longo desta pesquisa serão foram

mencionados na referencia bibliográfica.

A importância deste estudo e levar aos futuros profissionais da área

conhecimentos que os faça entender os principais desafios a serem superados

na engenharia de produção e adotar os melhores recursos para a melhoria e o

sucesso da mesma.

No que diz respeito à apresentação, este trabalho encontra-se

organizado em três capítulos, sendo o primeiro: Um Passeio Histórico, onde

fazemos uma síntese de como surgiu a ferramenta Lean Manufacturing, o

segundo capitulo intitulado: O que é Lean Manufacturing? Onde

apresentaremos algumas ferramentas e todas as áreas onde são utilizadas e

como são utilizadas. Já o terceiro capítulo denominado: Análise e

Apresentação de Caso, no qual tratamos de verificar quais as principais

mudanças adquiridas pela instituição após a implementação da ferramenta e

10

se houve ou não mudanças favoráveis, comprovando a eficácia da teoria Lean

Manufacturing na pratica.

Após a análise, em nossa conclusão faremos um parecer com as

impressões gerais obtidas através da pesquisa.

11

CAPÍTULO I

UM PASSEIO HISTÓRICO NO LEAN MANUFACTORING

Antes de adentrarmos no tema proposto neste trabalho, que o é o Lean

Manufacturing, faz-se necessário conhecermos um pouco de sua história o que

faremos nas linhas a seguir.

1.2 A Criação do Sistema Toyota

Quando Henry Ford criou a linha de produção, o mundo ficou

extasiado. Foi uma verdadeira revolução para a época. Todos os conceitos e

concepções utilizados por Ford foram extremamente bem difundidos em sua

fábrica: os operados tinham as ferramentas em um local de fácil acesso,

fazendo cada um uma única tarefa etc. Por conta disso, ele conseguiu

aumentar a produtividade da sua linha de manufatura de uma forma grandiosa

e que, por muitos anos, acabou se tornando o modelo a ser seguido em todo o

ocidente do planeta. Já naquela época, Ford em seu livro “Today and

Tomorrow” (*1921) falava sobre algo que viríamos a conhecer mais tarde como

Just In Time ou simplesmente JIT. Ele dizia que “o estoque é um desperdício”.

Ele também apresenta um conjunto de técnicas e métodos com o objetivo de

eliminar o desperdício em todos os aspectos da produção, definindo como

desperdício “toda a atividade na organização que não contribui como o objetivo

principal da empresa que é ganhar dinheiro”.

O Lean Manufacturing ou (Sistema Toyota de Produção) foi

originalmente desenvolvido para a manufatura. Portanto, para o perfeito

entendimento acerca do TPS, deve-se antes de mais nada, compreender suas

origens na manufatura, mais especificamente na indústria automobilística. O

entusiasmo da família Toyoda pela indústria automobilística começou ainda no

iníciodoséculo,

Toyoda Sakichi foi para os EUA pela primeira vez em 1910, quando foi visitar a

indústria automobilística que estava começando a fabricar o modelo T da

12

Ford. A popularidade dos carros da Ford estava em alta e muitas empresas

queriam produzi-los.

No ano de 1926, Toyoda Sakichi (1867 - 1930) fundava a Toyoda

Spinning & Weaving e a Toyoda Automatic Loom Works Ltda. Em 1929, a

Kiichiro Toyoda, filho do fundador Sakichi esteve em visita técnica às fábricas

da Ford também nos Estados Unidos. Como decorrência deste entusiasmo e

da crença de que a indústria automobilística em breve se tornaria o carro-chefe

da indústria mundial, Kiichiro Toyoda criou o departamento automobilístico na

Toyoda Automatic Loom Works, a grande fabricante de equipamentos e

máquinas têxteis pertencente à família Toyoda, para que em 1937, fundassem

a Toyota Motor Company.

Em 1932, o recém-formado engenheiro mecânico Taiichi Ohno

integrou-se à Toyoda Spinningand Weaving, onde permaneceu até ser

transferido para a Toyota Motor Company Ltd. em 1943. Tendo recebido “total

poder” de Kiichiro Toyoda, então presidente do grupo, Ohno começou a

introduzir mudanças nas linhas de fabricação da fábrica Koromo da Toyota

Motor Company em1947. A Toyota entrou na indústria automobilística,

especializando-se em caminhões para as forças armadas, mas com o firme

propósito de entrar na produção em larga escala de carros de passeio e

caminhões comerciais. Porém, com a entrada do Japão na II Guerra Mundial

acabou frustrando os seus planos.

Com o término da II Grande Guerra em 1945, a Toyota retomou os

seus planos de tornar-se uma grande montadora de veículos, porém qualquer

análise menos pretensiosa indicava que a distância que a separava dos

grandes e os competidores americanos, eram simplesmente monstruosa.

Costumava-se dizer que nesta época, que a produtividade dos trabalhadores

americanos era aproximadamente dez vezes superior à produtividade da mão-

de-obra dos japoneses.

Segundo Ghinato (2000) serviu para “acordar” e motivar os japoneses

a alcançar a indústria americana, o que de fato aconteceu, anos mais tarde. O

sucesso do sistema de produção em massa da Ford inspirou diversas

iniciativas em todo o mundo. A Toyota Motor Company, tentou por vários anos,

13

sem sucesso, reproduzir a organização e os resultados obtidos nas linhas de

produção da Ford. Até que em 1956 o então engenheiro-chefe da Toyota,

Taiichi Ohno, percebeu, em sua primeira visita às fábricas da Ford, que a

produção em massa precisava de ajustes e melhorias de forma a ser aplicada

em um mercado discreto e de demanda variada de produtos, como era o caso

do mercado japonês. Ohno notou que os trabalhadores eram sub-utilizado e

as tarefas eram repetitivas além de não agregar valor, existia uma forte divisão

(projeto e execução) do trabalho, a qualidade era negligenciada ao longo do

processo de fabricação e existiam grandes estoques intermediários. O fato da

produtividade americana, ser tão superior à japonesa chamou a atenção para a

única explicação razoável: A diferença de produtividade só poderia ser

explicada pela existência de perdas no sistema de produção japonês. A partir

daí, o que se viu foi a estruturação de um processo sistemático de identificação

e eliminação das perdas.

Fez, então, uma conexão entre supermercado e Just in Time (JIT),

surgindo à idéia do sistema kanban, que levou dez anos para se estabelecer

por completo na Toyota Motor Company. Em 1963, configurou-se o início do

kanban externo, ou seja, com partes entregues pelos fornecedores.

Na década de 70 a Toyota começou a receber o reconhecimento

mundial a partir da crise do petróleo, que impuseram severas restrições aos

ganhos decorrentes da produção em larga escala. Contudo, deve ser dito que

esta foi uma das causas fundamentais para que a Toyota Motor Company,

emergisse como detentora de um poderoso e eficaz sistema de gerenciamento

da produção, perfeita mentes para novas regras. A urgência na redução dos

custos de produção fez com que todos os esforços fossem concentrados na

identificação e eliminação das perdas. Esta passou a ser a base sobre a qual

está estruturado todo o sistema de gerenciamento da Toyota Motor Company.

É inegável que o JIT tem a surpreendente capacidade de colocar em

prática o princípio da redução dos custos através da completa eliminação das

perdas. Talvez, por seu impacto sobre os tradicionais métodos de

gerenciamento, tenha se criado uma identidade muito forte com o próprio TPS.

No entanto, o TPS não deve ser interpretado como sendo essencialmente o

14

JIT, o que por certo limitaria sua verdadeira abrangência e potencialidade. O

JIT é nada mais do que uma técnica de gestão incorporada à estrutura do lean

Manufacturing que ao lado do Jidoka, ocupa a posição de pilar de sustentação

do sistema.

Existem diferentes formas de representar a estrutura do Sistema

Toyota de Produção. O TPS com seus dois pilares –JIT e Jidoka – e outros

componentes essenciais do sistema. Segundo este modelo, o objetivo da

Toyota é atender da melhor maneira as necessidades do cliente, fornecendo

produtos e serviços da mais alta qualidade, ao mais baixo custo e no

menor tempo possível. Tudo isso enquanto assegura um ambiente de trabalho

onde segurança e moral dos trabalhadores constitua-se em preocupação

fundamental da gerência.

A expressão em inglês "Just-In-Time" foi adotada pelos japoneses,

mas não se consegue saber com precisão a partir de quando ela começou a

ser utilizada. Fala-se do surgimento da expressão na indústria naval, sendo

incorporada, logo a seguir, pelas indústrias montadoras. Portanto, já seria um

termo conhecido e amplamente utilizado nas indústrias antes das publicações

que notabilizaram o JIT como um desenvolvimento da Toyota Motor Co. No

entanto, Ohno afirma que o conceito JIT surgiu da idéia de Kiichiro Toyoda de

que, numa indústria como a automobilística, o ideal seria ter todas as peças ao

lado das linhas de montagem estivessem no momento exato de sua utilização.

Sendo assim, qual a melhor maneira de definirmos Just-In-Time? A

referida expressão significa que cada processo deve ser suprido com os itens

certos, no momento certo, na quantidade certa e no local certo. O objetivo do

JIT é identificar, localizar e eliminar as perdas, garantindo um fluxo contínuo de

produção.

Para Uhlmann (1997), posteriormente o conceito de JIT se expandiu, e

hoje é uma filosofia gerencial que procura não apenas eliminar os

desperdícios, mas também colocar o componente certo, no lugar certo e na

hora certa. As partes são produzidas em tempo de atenderem às

necessidades de produção, ao contrário da abordagem tradicional de produzir

15

para caso as partes sejam necessárias. O JIT leva a estoques bem menores,

custos mais baixos e melhor qualidade do que os sistemas convencionais.

Para LARA JR., (1990) O just-in-time é uma estratégia de produção

com o objetivo de reduzir custos totais e melhorar a qualidade do produto,

visando obter uma racionalização da produção e em termos de utilização de

materiais no processo, significa a peça certa, no momento certo, na quantidade

certa e no local certo. O fluxo contínuo é a resposta à necessidade de redução

do tempo de produção. A implementação de um fluxo contínuo na cadeia de

agregação de valor normalmente requer a reorganização e rearranjo do

layout fabril, convertendo os tradicionais layouts funcionais (ou layouts por

processos) – onde as máquinas e recursos estão agrupadas de acordo com

seus processos (ex.: grupo de retíficas, grupo de prensas, etc.) – para células

de manufatura compostas dos diversos processos necessários à fabricação de

determinada família de produtos.

A conversão das linhas tradicionais de fabricação e montagem em

células de manufatura é somente um pequeno passo em direção a

emplementação da produção enxuta. O que realmente conduz ao fluxo

contínuo é a capacidade de emplementação um fluxo unitário (um a um) de

produção, onde, no limite os estoques entre processos sejam completamente

eliminados. Desta forma garantimos a eliminação das perdas por estoque,

perdas por espera e obtemos a redução do tempo de espera na produção.

Ohno sabia que havia duas maneiras de aumentar a eficiência na linha

de fabricação: aumentando a quantidade produzida ou reduzindo o número de

trabalhadores. Em um mercado discreto, como o mercado doméstico japonês

há Época, era evidente que o incremento na eficiência só poderia ser obtido a

partir da diminuição do número de trabalhadores. A partir daí, Ohno procurou

organizar o layout em linhas paralelas ou em forma de "L", de maneira que um

trabalhador pudesse operar 3 ou 4 máquinas ao longo do ciclo de fabricação,

conseguindo com isso, aumentar a eficiência da produção de 2 a 3 vezes.

Por em execução esta nova forma de organização exigiu de Ohno

levantou a seguinte questão: “Por que um funcionário na Toyota Motor

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Company é capaz de operar apenas uma máquina enquanto na fábrica têxtil

Toyoda uma operadora supervisiona 40 a 50 teares automáticos?” A resposta

era exatamentente porque as máquinas na Toyota não estavam preparadas

para parar automaticamente, quando o processamento estivesse terminado ou

quando algo de anormal acontecesse.

A invenção de Sakichi Toyoda, aplicada às máquinas da Toyota Motor

Company, deu origem ao conceito de Jidoka ou autonomação, como também é

conhecido. Na verdade, a palavra jidoka significa simplesmente

automação. Ninbennoaru jidoka expressa o verdadeiro significado do conceito,

ou seja, que a máquina é dotada de inteligência e toque humano. Ainda que o

jidoka esteja freqüentemente associado à automação, ele não é um conceito

restrito às máquinas. No Sistema Toyota de Produção, jidoka é ampliado para

a aplicação em linhas de produção operadas manualmente. Neste caso,

qualquer operador da linha pode parar a produção quando alguma

anormalidade for detectada. Jidoka consiste em facultar ao operador ou à

máquina a autonomia de parar o processamento sempre que for detectada

qualquer anormalidade. A idéia central é impedir a geração e propagação de

defeitos e eliminar qualquer anormalidade no processamento e fluxo de

produção. Quando a máquina interrompe o processamento ou o operador pára

a linha de produção, imediatamente o problema torna-se visível ao próprio

operador, aos seus colegas e à sua supervisão. Isto desencadeia um esforço

conjunto para identificar a causa fundamental e eliminá-la, evitando a

reincidência do problema e conseqüentemente reduzindo as paradas da linha.

Hoje a Toyota é espelho para muitas indústrias, não só para as

automobilísticas, mais sim para todo ramo manufatureiro.

17

CAPÍTULO II

O QUE É O LEAN MANUFACTORING?

Lean Manufacturing é um revolucionário sistema oriental que possui

uma dimensão fundamental: requer menores recursos, maximiza a eficiência e

a produtividade e, principalmente, maximiza a flexibilidade, sendo mais ágil,

inovadora e capaz de enfrentar as exigências do mercado competitivo.

O Pensamento Enxuto é uma filosofia operacional ou um sistema de

negócios, uma forma de especificar valor, alinhar na melhor seqüência as

ações que criam valor, realizar essas atividades sem interrupção toda vez que

alguém precise utilizá-las de forma cada vez mais eficaz, ou seja, fazer cada

vez mais com cada vez menos – menos esforço humano, menos equipamento,

menos tempo e menos espaço – e, ao mesmo tempo, aproximar-se cada vez

mais de oferecer aos clientes exatamente o que eles desejam no tempo certo.

Também é uma forma de tornar o trabalho mais satisfatório, oferecendo um

retorno imediato sobre os esforços para transformar desperdícios em valor. È

uma forma de criar novos trabalhos em vez de simplesmente demitir

funcionários na busca pela eficiência. Mas trabalho que efetivamente agregam

valor. Eliminam-se desperdícios e não empregados.

O termo Lean é relacionado como um processo genérico de

gerenciamento derivado do Sistema Toyota de Produção. Lean significa

principalmente eliminar desperdícios ou atividades que não acrescentam valor

numa linha de produção ou em qualquer outro processo. Na medida em que

não se gera desperdícios ou atividades sem valor, a eficiência é maior, os

custos são menores e a satisfação do cliente é maior. O lean que tem como

base ou foco a metodologia eliminar principalmente as sete despesas mortais

inerentes a cada processo.

Para Ohno (1997) a eliminação de desperdícios e dos elementos

desnecessários a fim de reduzir custos; sua idéia básica é conseguir produzir

apenas o necessário, no momento e quantidade certa.

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Werkema (2006) O Lean Manufacturing é uma iniciativa, que busca

eliminar os desperdícios decorrentes na linha de produção, ou seja, excluir

tudo que não agrega valor para seu cliente e imprimir velocidade na empresa.

2.1 Desperdícios

Nakagawa (1993) conceitua desperdícios toda forma de custo que não

adiciona qualquer valor ao produto sob a ótica do cliente.

Por esta definição, contar e estocar partes componentes, qualquer

forma de inspeção, testes, transportes, preenchimento de controles internos,

perdas durante o processo, atividades de reprocessamento e atendimento de

garantias, etc. Seriam formas de desperdícios.

Segundo Womack e Jones (2003): shingo (1996) e Hines e Taylor

(2000), classificam os setes desperdícios como:

- Excesso de produção

- Tempo de espera

- Transporte

- Processos inadequados

- Excesso de estoque

- Movimentação desnecessária

- Defeitos de qualidades

Excesso de Produção

Produzir excessivamente ou cedo de mais, acaba resultando em fluxos

irregulares de materiais ou excesso de estoque. Dos sete desperdícios, a

perda por excesso de produção é a que causa maior prejuízo. Ela tem como

características esconder as outras perdas e é a mais complicada de ser

eliminada durante o processo. Esta perda é proveniente da falta de diálogo

entre a área comercial e programação de produção.

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Para Ghinato (2000), o tempo elevado de preparação de equipamentos

e máquinas, erro no controle da produção, qualidade e tempo de espera, etc.

Teremos consumo desnecessário de matéria-prima e estoque elevado.

Para Shingo, (1996) existem dois tipos de despesas com excesso de

produção: perda por produzir demais (superprodução por quantidade) e perda

por produzir antecipadamente (superprodução por antecipação).

Excesso de Produção por Quantidade

È a perda por produzir além do volume programado ou requerido (sobra

peça/ produtos). Este tipo de perda está fora de questão quando se aborda a

superprodução no sistema Toyota de Produção. È um tipo de perda

inadmissível sob qualquer hipótese e está completamente superada na Toyota.

Excesso de Produção por antecipação

È a perda decorrente de uma produção realizada antes do momento

necessário, ou seja, as peças/ produtos fabricados ficarão estocadas

aguardando a ocasião de serem consumidas ou processadas por etapas

posteriores. Esta é a perda mais perseguida no Sistema Toyota de Produção.

Tempo de Espera

O desperdício com tempo de espera origina-se de um intervalo de

tempo no qual nenhum processamento, transporte ou inspeção é executado,

ou seja, formando filas ao longo das linhas de produção. O lote acaba ficando

“estacionado” á espera de sinal verde para seguir em frente no fluxo de

produção.

Para Hines e Taylor (2000), as perdas por espera representam longos

períodos de ociosidades das pessoas, máquinas e informações, resultando em

fluxos mal definidos.

20

Suas principais causas são: avaria de equipamentos, mudança de

ferramentas, atrasos ou faltas na matéria-prima ou mão-de-obra e interrupção

de seqüencia de operação.

Podemos destacar basicamente três tipos de perda por espera:

- Perda por espera no processo

- Perda por espera do lote

- Perda por espera do operador

Tempo de Espera no Processo

O lote inteiro aguarda o término da operação que está sendo executada

no lote interior, até que a máquina, dispositivos e ou operadores estejam

disponíveis para início da operação (processamento, inspeção ou transporte).

Tempo de Espera do Lote

È a espera que cada peça componente de um lote é submetida até que

toda peça, do lote tenham sido processadas para, então, seguir para o próximo

passo ou operação.

Tempo de Espera do Operador

Ociosidade gerada quando o operador é forçado a permanecer junto à

maquina, de forma a acompanhar ou monitorar o processamento do início ao

fim, ou devido ao desbalanceamento de operações.

Transporte

O transporte é uma atividade que não agrega valor, e como tal, pode ser

encarado como perda que deve ser minimizada. A eliminação ou redução do

transporte deve ser encarada como uma das prioridades no esforço de

redução de custo, pois em geral, o transporte ocupa 45% do tempo total de

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fabricação de um item. As melhorias mais significativas em termos de redução

das perdas por transportes são aquelas aplicadas ao processo de transporte,

obtidas através de alterações de layout que dispensem ou eliminem as

movimentações de materiais. Somente após esgotadas as possibilidades de

melhorias no processo é que então, as melhorias nas operações de

transportes são introduzidas. É o caso da aplicação de esteiras rolantes,

transportadores aéreos, braços mecânicos, talhas, pontes rolantes.

Conforme Lixer (2005), o transporte é uma atividade que não agrega

valor, e deve ser vista como uma perda que deve ser minimizada.

Processos Inadequados

Para Ghinato (2000), são parcelas do processamento que poderiam ser

eliminadas sem afetar as características e funções básicas do produto/ serviço.

Esta perda pode classificar como perda no próprio processamento,

situações em que o desempenho do processo encontra-se aquém da condição

ideal. Podemos citar o exemplo de a baixa velocidade de corte de um torno por

problemas de ajuste de máquina ou manutenção.

Excesso do Estoque

É a perda sob a forma de estoque de matéria-prima, material em

processamento e produto acabado. Uma grande barreira ao combate às

perdas por estoque é a vantagem que os estoques proporcionam de aliviar os

problemas de sincronia entre os processos.

No ocidente, os estoques são encarados como um “mal necessário”. O

Sistema Toyota de Produção utiliza a estratégia de diminuição gradativa dos

estoques intermediários como uma forma de identificar outros problemas no

sistema, escondidos por trás dos estoques como:

- Ocultar problemas da qualidade, pois o estoque gera independência

entre os estágios do processo produtivo, rompendo o fluxo do processo como

um todo.

22

- Ocultar os problemas de quebra de máquina, permitindo a manutenção

do fluxo contínuo de produção, mesmo com quebra de máquina, o que

estimula grandemente a atitude de postergação da correção dos problemas e a

degradação da própria manutenção, bem como de seus resultados.

- Aumentar os problemas de preparação de máquinas (setup), uma vez

que os lotes grandes compensam e trazem embutidos em seus custos tanto a

ineficiência, quanto os altos custos de preparação das máquinas.

Para Corrêa e Corrêa (2006), comenta que os estoques, além de

esconderem outros tipos de desperdícios, significam perda de espaço e

investimento.

Movimento Desnecessário

As perdas por movimentação são os desperdícios presentes na mais

variadas operações do processo produtivo. Relacionam-se aos movimentos

desnecessários realizados pelos operadores na execução de uma operação.

Este tipo de perda pode ser eliminado através das melhorias baseadas no

estudo de tempos e movimentos.

A racionalização dos movimentos nas operações é obtida também

através da mecanização de operações, transferindo para a máquina atividades

manuais realizadas pelo operador. Contudo, Val alertar que a introdução de

melhorias nas operações via mecanização, é recomendada somente após

terem sido esgotadas todas as possibilidades de melhorias na movimentação

do operário e eventuais mudanças nas rotinas das operações.

Para Ghinato (2000) a introdução de melhorias como resultado do

estudo dos movimentos pode reduzir os tempos de operação em 10 a 20%.

Para Corrêa e Gianesi (1996), a eliminação de perda por movimento,

reduz os tempos de operação, o uso intensivo do estudo de tempos e

métodos, contribui para padronização das tarefas e aumento da qualidade e

produção.

Defeitos de Qualidade

23

A perda por fabricação de produtos defeituosos é o resultado da

geração de produtos que apresentem alguma de suas características de

qualidade fora de uma especificação ou padrão estabelecido e que por esta

razão não satisfaçam os requisitos de uso. No Lean Manufacturing, a

eliminação das perdas por fabricação de produtos defeituosos depende da

aplicação sistemática de métodos de controle na fonte, ou seja, junto à causa

raiz do defeito.

Para Corrêa e Corrêa (2006), produzir produtos defeituosos significa

desperdiçar materiais, disponibilidade de equipamentos, disponibilidade de

mão-de-obra, movimentação de materiais defeituosos.

O que devemos fazer para combater esses desperdícios?

Produzindo o que o cliente deseja e na quantidade desejada,

entregando na data requerida pelo cliente, com menor custo e com qualidade

que supere as expectativas do cliente. Para que isso aconteça, devemos

reduzir drasticamente os estoques, produzir com qualidade na primeira vez

(não pode haver retrabalhos), diminuir as distâncias do percurso das peças,

utilizar profissionais treinados e satisfeitos com o seu trabalho e utilizar

equipamentos adequados para cada passo do trabalho. Pensando em

combater estes desperdícios foi criado o antídoto dos mesmos, o pensamento

enxuto.

24

2.2 Princípios do Lean Manufacturing

Para Womack e Jones (2003), o poderoso antídoto para o desperdício é

uma forma de especificar valor, alinhar na melhor seqüência as ações que

criam valor, realizar as atividades sem interrupções, de forma mais eficaz.

Princípios Do Lean

- Valor;

- Fluxo de Valor;

- Fluxo Contínuo;

- Produção Puxada;

- Perfeição.

Valor

O Valor é o ponto de partida. Podemos começar com uma tentativa

consciente de definir precisamente o valor em termos de produtos específicos,

com capacidades específicas, oferecidas a preços específicos, através do

diálogo com clientes específicos. Para se fazer isto, é preciso ignorar os ativos

e as tecnologias existentes e repensar as empresas com base em uma linha

de produto com equipes de desenvolvimento de produtos forte no mercado,

com dedicação.

Werkema (2006), o valor normalmente é definido pelo cliente final,

apesar de serem criadas pelo produtor. Então as empresas determinam o que

fazer: reduzir custos e melhorar a qualidade.

Fluxo de Valor

São todos os passos necessários para a produção de um produto

através do fluxo total de valores para destacar as perdas sem adição de valor.

25

Werkema (2006) Dividir a cadeia produtiva em três: aquelas que

realmente geram valor; aquelas que não geram valor, mas são importantes no

processo da qualidade; e as que não agregam valor sendo refugadas.

Fluxos Contínuos

Devemos dar fluidez para os processos e atividades restantes. O efeito

imediato da criação de fluxos contínuos pode ser sentido na redução dos

tempos de concepção de produtos e do processamento de pedidos e na

diminuição do estoque.

Wekema (2006), ter a capacidade de desenvolver, produzir rapidamente

dá ao produto uma pontualidade: a empresa pode atender as necessidades e

expectativas dos clientes instantaneamente.

Produção Enxuta

Produzir o que os clientes (internos e externos) precisam no tempo

certo, ou seja, só fazer o que for solicitado pelo cliente.

Puxar é um método para controlar a produção entre dois processos, e

deve ser feita de acordo com o consumo real do cliente, e não de acordo com

uma previsão de consumo.

Werkema (2006), as empresas não empurram mais os produtos ao

consumidor, através de descontos. O consumidor passa a puxar a produção,

diminuindo o estoque e dando valor ao produto.

Para Rother e Shook (1999), o objetivo de colocar um sistema puxado é

ter uma maneira de dar a ordem exata da produção ao processo anterior, sem

prever a demanda do processo posterior.

26

Perfeição

A perfeição deve ser o objetivo constante de todos envolvidos nos fluxos

de valor. A busca do aperfeiçoamento contínuo em direção a um estado ideal

deve nortear todos os esforços da empresa, em processos transparentes nos

quais todos os membros de cadeia (montadores, fabricantes, de diversos

níveis, distribuidores e revendedores), tenham conhecimento profundo do

processo, como um todo, podendo dialogar e buscar continuamente formas de

criar valor.

Para Shingo (1996), desperdícios é qualquer ação que agregue tempo,

esforço, custo, Mas não agregue valor ao produto final.

2.3 Ferramentas do Lean

Antes de estudarmos cada ferramenta, precisamos entender que antes

de usarmos cada uma delas, precisamos da implementação eficaz dos

conceitos associados ao Lean Manufacturing, que exige uma mudança cultural

dentro da empresa, e uma postura para querer mudar. A filosofia é uma

inovação na gestão de operações e toda inovação começa pela mente.

A seguir estudaremos algumas ferramentas dentro do Lean

Manufacturing.

2.3.1 Poka-Yoke

É a criação de um dispositivo que impedem com que causas especiais

resultem em defeitos ou barateiam a inspeção de cada item produzido, para

determinar se é aceitável ou defeituoso.

Este conceito faz parte do Lean Manufacturing e foi desenvolvido

primeiramente por Shingo, a partir do principio do “não-custo”. Sua capacidade

de encontrar erros é essencial, pois não sabemos a causa dos defeitos

encontrados nos processos imperfeitos. Os defeitos resultam os erros não

identificados ou não se faz nada para corrigi-los. Esses defeitos são a principal

27

causa de reclamações de clientes e a criação de muitos custos escondidos

para o produto.

Segundo Shingo (1996), a inspeção sucessiva, auto-inspeção da fonte

pode ser todas alcançadas através do uso de métodos Poka-Yoke. O Poka-

Yoke possibilita a inspeção 100% através de controle físico ou mecânico.

Existem duas maneiras onde o Poka-Yoke pode ser usado para corrigir

erros: método de advertência e método de controle.

- Método de Advertência é quando temos na linha de produção, uma

baixa incidência de defeitos e possíveis de serem corrigidos.

- Método de Controle é o dispositivo mais poderoso, porque paralisa o

processo até que a condição causadora do defeito tenha sido corrigida.

Para shingo (1996), temos três tipos de Poka-Yoke de controle: método

de contato, conjunto e etapas.

- Método de contato: identifica os defeitos em virtude da existência ou

não de contato entre os dispositivos e alguma característica ligada à forma ou

dimensão do produto.

- Método de contato: determina se um dado número de atividades

previstas, serão executada.

- Método de etapas: Determina se são seguidos os estágios ou

operações por um dado procedimento.

2.3.2 5S

É uma ferramenta de trabalho que permite desenvolver um

planejamento sistemático de classificação, ordem, limpeza, permitindo assim

imediato maior produtividade, segurança, clima organizacional, motivação dos

funcionários e como conseqüência melhorar a competitividade na organização.

O 5S é um processo ou método para criar e manter um lugar de trabalho

organizado, limpo, seguro e de alto rendimento. Sua metodologia é de

melhorar a eficiência através da destinação adequada de materiais (separar o

que é necessário do desnecessário), organização, limpeza e identificar

materiais e espaços e a manutenção e melhorias do próprio 5S.

28

Podemos classificar os 5S como: Seiri, Seiton, Seizo, Seiketsu e

Shitsuke.

- Seiri (organizar) é o senso de utilização. Tudo que não for necessário

para atividade deve ser removido do local de trabalho.

- Seiton (arrumação) é o senso de tudo no seu lugar. Cada coisa deve

ter o seu lugar para que, sendo necessária, seja encontrada facilmente.

- Seizo (limpeza) é o senso de que a limpeza é fundamental para a

melhoria. Um local de trabalho limpo transmite a mensagem de que ali se

trabalha com qualidade.

- Seiketsu (padronização) é o senso de conservação, pois a definição de

padrões é fundamental para a manutenção dos progressos alcançados no

grupo.

- Shitsuke (disciplina) é o senso de responsabilidade, já que o treino

com os padrões definidos pelo grupo é fundamental para o cumprimento dos

compromissos assumidos. Disciplina significa trabalhar conscientemente

através de regras e normas de organização, arrumação e limpeza.

Os benefícios dos 5S são: sentimento de posse do local de trabalho;

facilita a melhoria para manutenção; melhora a produtividade; aumenta a

segurança e as condições de higiene e saúde; temos mais espaço nos locais

de trabalho.

2.3.3 Kanban

Segundo Pace (2003) Kanban significa cartão de sinalização que

controla os fluxos de produção ou transportes em uma industria.

O cartão pode ser substituído por outro sistema de sinalização, como

luzes, caixas vazias e até locais que estejam vazios demarcados.

Colocam-se o Kanban em peças ou partes específicas de uma linha de

produção, para indicar a entrega de uma determinada quantidade. Quando se

esgotarem todas as peças, o mesmo aviso é levado ao seu ponto de partida,

onde se converte num novo pedido para mais peça. Quando for recebido o

29

cartão ou quando não há nenhuma peça na caixa ou no local definido, então

deve-se movimentar, produzir ou solicitar a produção da peça.

A administração da produção é a função administrativa responsável pelo

estudo e pelo desenvolvimento de técnicas de gestão da produção de bens e

serviços.

Para Slack (1996), a produção é o principal foco dentro das

organizações, pois é dela que vem o objetivo a ser alcançado na empresa.

A função produção se preocupa principalmente, com os seguintes

assuntos:

- Estratégia da produção: as diversas formas de organizar a produção

para atender a demanda e ser competitivo.

- Projeto de produtos e serviços: criação e melhora de produtos e

serviços.

- Sistemas de produção: arranjo físico e fluxos produtivos.

- Arranjos produtivos: produção artesanal, produção em massa e

produção enxuta.

- Ergonomia

- Estudos de tempo e movimentos

- Planejamento da produção: planejamento de capacidade, agregado,

plano mestre de produção e seqüência.

- Planejamento e controle de projetos

Podemos citar três tipos de Kanban: o eletrônico; produção e

movimento.

Kanban Eletrônico ou E-Kanban

Embora o sistema kanban físico seja o mais conhecido, na maioria das

empresas têm adotado o Kanban eletrônico. O sistema eletrônico permite a

sinalização imediata da demanda real do cliente em toda a cadeia de

fornecimento. Esse sistema tem como objetivo eliminar problemas comuns á

utilização do sistema físico de Kanban como a perda dos cartões e a

atualização dos quadros.

30

Kanban de Produção

È o sinal, normalmente cartão ou caixa, que autoriza a produção de

determinada quantidade de um item. Os cartões circulam entre o processo

fornecedor e o cliente, sendo fixado junta a peça após a produção e só

retiradas após o consumo do cliente, retornando ao processo para autorizar a

produção e conseqüentemente a reposição do item consumo.

Kanban de Movimento

Também conhecido como Kanban de transporte normalmente um cartão

diferenciado do Kanban da produção que autoriza a movimentação das peças

entre processo fornecedor e o processo cliente quando houver.

O Kanban puxa a produção e dita o ritmo de produção para atender as

demandas.

2.3.4 Kaizen

Uma filosofia de melhoria contínua que enfatiza a participação dos

empregos, pela qual cada processo é continuamente avaliado e melhorado em

termos de tempo, recursos, qualidade e outros aspectos relevantes do

processo. Kaizen (mudança para melhor).

Esta prática visa o bem não somente da empresa como do homem que

trabalha nela. Estas empresas são municiadas com ferramentas para se

organizarem e buscarem sempre resultados melhores. Partindo do principio de

que o tempo é o melhor indicador isolado de competitividade, atua de forma

ampla para reconhecer e eliminar os desperdícios existentes na empresa, seja

em processos produtivos já existentes ou em fase de projeto, produtos novos,

manutenção de máquinas ou, ainda, processos administrativos.

O que não podemos confundir os acontecimentos Kaizen com a

ferramenta Kaizen, porque não têm mesmo significado.

31

- Acontecimento Kaizen: são eventos participativos, por grupos

específicos e orientados para um único assunto (projeto).

- O Kaizen pelo contrário tem a intenção de ser incorporado como uma

abordagem normal, permanente e diária á melhoria de todo o fluxo de valor .

Ambas as abordagens são utilizadas no lean.

2.3.5 TPM (Manutenção Total Preventiva)

Ela pode ser considerada como a ciência médica das máquinas. TPM é

um programa de manutenção que envolve um conceito recém-definido para

manutenção de instalações e equipamentos. O objetivo do programa TPM é

aumentar significativamente a produção, enquanto, ao mesmo, tempo,

aumentar o moral dos funcionários e satisfação no trabalho.

A TPM traz de manutenção em foco uma parte necessária e de

importância vital para o negócio.

Alguns dos motivos para adotarmos a TPM como ferramenta.

- Adoção de abordagem de ciclo de vida para melhorar o desempenho

global de equipamentos de produção.

- Melhorar a produtividade dos trabalhadores altamente motivados que é

conseguido pelo alargamento do trabalho.

- A utilização de voluntários e atividades em pequenos grupos para

identificar a causa da falha de plantas, e possíveis modificações nos

equipamentos.

32

Benefícios diretos da TPM para a indústria.

- Aumentar a produtividade.

- Retificar as reclamações dos clientes.

- Redução os custos de fabricação.

- Satisfazer as necessidades dos clientes em 100%.

- Reduzir os clientes.

- Seguir as medidas de controle da poluição.

Podemos citar alguns itens como benefícios indiretos da TPM.

- Maior nível de confiança entre funcionários.

- Manter o local de trabalho limpo.

- Atingir metas, trabalhando como equipe.

- Compartilhar conhecimento e metas.

Podemos dividir a TPM em: Manutenção de repartição, manutenção

preventiva, manutenção corretiva e prevenção de manutenção.

Manutenção Repartição

Significa que as pessoas esperam até que o equipamento falhe para

que só assim possa realizar o reparo. Tal coisa poderia ser usados, quando, a

falha do equipamento não afete significativamente as operações, a produção

ou gerar qualquer perda significativa além do custo de reparação.

Manutenção Preventiva

É uma manutenção diária (limpeza, inspeções de lubrificação e

reaperto), projetos para manter o estado dos equipamentos em bom estado e

prevenir falhas através da prevenção da deterioração. É divido em manutenção

periódica e manutenção preditiva.

33

- Manutenção Periódica: manutenção do tempo, como base consiste em

inspecionar periodicamente, manutenção e limpeza de equipamentos e

substituição de peças para impedir a falha subida e problemas de processo.

- Manutenção Preditiva: este é um método no qual a vida útil do

equipamento, em parte importante é previsto, com base em inspeção e

diagnóstico, a fim de usar as peças até o limite de sua vida útil. Em

comparação com manutenção periódica, a manutenção preditiva é a

manutenção baseada em condição. Ele gerencia valor valores de tendências,

através da medição e análise de dados sobre a deterioração e emprega um

sistema de vigilância, projetado para monitorar as condições através de um

sistema on-line.

Manutenção Corretiva

Além disso, melhora o equipamento e seus componentes de modo que

a manutenção preventiva pode ser realizada de forma confiável. Equipamentos

com fraqueza, o projeto deve ser redesenhado para melhorar a confiabilidade

de manutenção ou melhoria.

Prevenção de Manutenção

Indica que o projeto de um novo equipamento. O desgastes das

máquinas, são suficientemente estudada (as informações no local levando a

prevenção falha, uma manutenção mais fácil e evita defeitos de segurança e

facilidade de fabricação) e são incorporadas antes da colocação em um novo

equipamento.

34

As ferramentas do Lean são apenas teorias até serem aplicadas são:

- nas situações adequadas.

- de uma forma sistemática.

- eliminarem desperdícios.

- melhoria contínua as aptidões dos colaboradores e o desempenho da

empresa.

35

CAPÍTULO III

APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE CASO

3.1 A História da Empresa

A Indústria e Comércio SA é uma empresa no ramo de embalagens de

vidro a mais de um século, e tem como missão a superação e expectativas do

cliente. Durante muitos anos seu público alvo estava muito bem definido, e a

empresa gozava de grande saúde financeira. Seus clientes sabiam que seus

produtos eram sinônimos de qualidade e preço bom.

O presidente e os sócios eram pessoas presentes em toda a rotina,

mantinham uma política de contato direto com seus clientes para manterem

uma proximidade e demonstrar a importância que a empresa tinha com seus

clientes.

Com o passar dos anos o presidente juntamente com os sócios

passaram a dar mais autonomia para alguns colaboradores de confiança

assumiram funções que antes eram exercidas pelos mesmos, como: compras,

engenharia, produção.

Para alguns anos mais tarde fosse o ponto culminante, onde ficou

explícita a falta de experiência, conhecimento ou entendimento para analisar

as transformações do mercado e explorar novas possibilidades existentes.

Em 2007 a empresa encontrava-se em uma situação difícil, as vendas

iam mal, os colaboradores estavam desmotivados, os balanços não saiam do

vermelho, não havia expectativas de progresso da empresa e a concorrência

de mercado cada vez mais exigente. Entende-se que o principal alvo de uma

indústria ó o lucro. Porem nem sempre é possível atingir esse objetivo, quando

no balanço patrimonial o total do seu passivo é maior do que o seu ativo, será

complicado honrar em todas as despesas geradas pela atividade.

Com problemas na engenharia em desenvolver novos produtos e a

produção muito abaixo do esperado. Por isso a área de vendas fica

prejudicada.

36

Após uma consultoria na empresa surgiram alguns tópicos

identificados prejudiciais para sucesso da empresa como:

- Máquinas sem manutenção;

- Mercado mais exigente;

- Funcionários desmotivados;

- Desperdício de matéria-prima;

- Estoques elevados;

- Baixa qualidade.

Portanto viram que sua marca, já não era tão forte no mercado. Então

após algumas reuniões entre presidente, sócios e gerência desta indústria viu-

se que deveriam tomar alguma decisão.

Então decidiram adotar o Lean Manufactoring como principal

ferramenta, para melhorar o desempenho a nível mundial.

3.2 Estudo de Caso

Um caso adotado para redução dos gastos pela manutenção com

transportadores de refugo, atuando com a Manutenção Total Preventiva.

Situação em 2010 vinha como:

- Transportadores ligados 24 horas por dia, totalizando 730 horas por

mês, por trabalharmos em 3 turnos.

- Com o índice de produção atual, em grande parte desse tempo os

transportadores trabalhavam vazios e ou com pouquíssimo refugo a ser

transportados para seu destino, já que por se tratar de vasilhame de vidro seria

reciclado.

Isto gerava um desperdício enorme de energia, além de desgastes

prematuros em todos os componentes dos transportadores. Além disso,

quando um transportador apresentasse falha, haveria uma correria para levar o

vidro refugado até o local de rejeito mais próximo, gerando transtornos

enormes para o pessoal da produção.

37

Situação proposta pela manutenção, configurar os transportadores

para que sejam ligados a cada 55 minutos e que permaneçam em

funcionamento por 5 minutos.

O dispositivo terá uma chave com duas posições, temporizado e by

pass.

O temporizado deverá estar acionado em tempo integral e o by pass

será acionado quando houver uma mudança e/ou problemas na máquina que

gerem muito refugo.

Haverá um aviso luminoso/sonoro que será acionado toda vez que o by

pass estiver em funcionamento.

Abaixo segue o gráfico dos custos no ano de 2010.

38

Vejamos no gráfico abaixo o consumo após a implementação do projeto

até junho de 2011.

R$ 1.284,30

R$ 108,15R$ 518,45

R$ 6.894,44

R$ 10.452,09

R$ 1.646,75

R$ 0,00

R$ 2.000,00

R$ 4.000,00

R$ 6.000,00

R$ 8.000,00

R$ 10.000,00

R$ 12.000,00

Emendas Emborrachamento Pinhões Correais Energia Total

Custoscom oprojeto

R$ 1.280,00R$ 6.136,00

R$ 19.490,00

R$ 81.600,00

R$ 123.706,00

R$ 15.200,00

R$ 0,00

R$ 20.000,00

R$ 40.000,00

R$ 60.000,00

R$ 80.000,00

R$ 100.000,00

R$ 120.000,00

R$ 140.000,00

Emendas Emborrachamentos Pinhões Correias Energia Total

Custos2010

39

Podemos concluir que até o momento tivemos uma economia de

R$112.773,90.

Este projeto está causando um grande impacto na empresa, por alem

da economia, houve grande comprometimento da equipe que abraçou a causa

e esteve envolvido na operação e manutenção dos equipamentos.

Hoje a empresa em menos 4 anos, têm 291 projetos que trouxeram a

Indústria e Comércio SA uma redução nos custos de aproximadamente US$

16.5 milhões. Neste caso podemos concluir que a ferramenta Lean, quando

aplicada de forma correta e comprometimento de toda equipe, pode fazer com

que muitas empresas tornam-se sólidas no mercado.

40

CONCLUSÃO

O esforço necessário para atingir o Lean Manufacturing é muito

grande, sendo que para isso, é preciso ter um bom programa de

gerenciamento da rotina capaz de identificar possíveis desperdícios.

O Lean Manufacturing é capaz de ajudar as empresas a focarem em

seus principais problemas e atuar de forma efetiva para eliminá-los. A

tendência futura mais marcante da qualidade é a busca de uma abrangência

cada vez maior para aplicação dos seus conceitos e técnicas, porém com

enfoque de sistema, ou, seja, o entendimento de que uma empresa é um

conjunto de partes que se inter-relacionam entre si. Como uma evolução dos

movimentos da produção em massa, o Lean veio para ficar e ampliar mais os

horizontes profissionais das empresas. Para uma implantação bem sucedida,

no entanto, é importante que a empresa tenha uma certa cultura contra os

desperdícios.

Podemos assim concluir o estudo podendo afirmar que o Lean não é

somente teoria, porém se bem aplicado pode nos dar resultados bem positivos.

41

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WOMACK, J. P.; JONES, D.T. A Mentalidade Enxuta nas Empresas. Rio de

Janeiro: 5ª edição, Campus, 1998.

44

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

UM PASSEIO HISTÓRICO NO LEAN MANUFACTURING 11

1.1 - A Criação do Sistema Toyota 11

CAPÍTULO II

O QUE É O LEAN MANUFACTURING 17

2.1 – Desperdícios

2.2 – Princípios do Lean 24

2.3 – Ferramentas do Lean 26

2.3.1 – Poka-Yoke 26

2.3.2 – 5S 27

2.3.3 – Kanban 28

2.3.4 – Kaizen 30

2.3.5 – TPM 31

CAPÍTULO III

APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE CASO 35

3.1- A História da Empresa 35

3.2 – Estudo de caso 36

CONCLUSÃO 40

45

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 41

ÍNDICE 44