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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM A INFLUÊNCIA DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO NO ALCANCE DO SUCESSO ORGANIZACIONAL Por: Débora Ferreira De Oliveira Carvalho Orientador: Prof. Dr. Vilson Sérgio de Carvalho RIO DE JANEIRO 2011

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · lado nos momentos difíceis. A todos vocês minha mais sincera e pura gratidão. Amo a todos com ... As pessoas se tornam o segredo

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

A INFLUÊNCIA DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO NO

ALCANCE DO SUCESSO ORGANIZACIONAL

Por: Débora Ferreira De Oliveira Carvalho

Orientador:

Prof. Dr. Vilson Sérgio de Carvalho

RIO DE JANEIRO

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

A INFLUÊNCIA DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO NO

ALCANCE DO SUCESSO ORGANIZACIONAL

Trabalho apresentado à AVM – Faculdade Integrada

como pré-requisito para a obtenção de Certificado de

Conclusão de Curso de Pós-graduação Lato Sensu, na

área de Pedagogia Empresarial.

Por: Débora Ferreira de Oliveira Carvalho

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AGRADECIMENTOS

A Deus, Autor e Consumador da minha fé. À

minha família, pela educação e pelos valores

transmitidos. Ao meu esposo por todo apoio,

incentivo, dedicação e por estar sempre ao meu

lado nos momentos difíceis. A todos vocês minha

mais sincera e pura gratidão. Amo a todos com

amor eterno.

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DEDICATÓRIA

Ao meu esposo Fillipe, pelos 10 anos de

relacionamento, pela história que temos

construído juntos, pelos momentos bons e maus

sempre dando suporte um ao outro, pelo nosso

companheirismo, pela nossa amizade, pelo nosso

amor.

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EPÍGRAFE

“Gerir talento humano está se tornando

indispensável para o sucesso das organizações.”

(CHIAVENATO)

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RESUMO

Desde que o mercado começou a exigir excelência em relação à

produtividade e a qualidade dos serviços prestados, estamos tendo que

constantemente nos adaptar à todos estes estímulos, comprometendo de alguma

forma nosso aprendizado e saúde. Dentro deste contexto de competitividade e

concorrência, as empresas começam a perceber que investir em pessoas é o que

tem trazido maiores resultados para o sucesso da empresa. Oferecer aos

colaboradores qualidade de vida no trabalho é o que tem promovido, saúde,

sensação de bem-estar, energia, motivação, ânimo e principalmente,

comprometimento com a empresa.

As pessoas se tornam o segredo para o sucesso das organizações e nada

mais justo que investir nelas para que as coisas caminhem em direção ao sucesso.

As pessoas precisam das empresas para alcançarem objetivos, sonhos e metas

pessoais e as empresas precisam das pessoas para avançar rumo à excelência

empresarial. É neste contexto que o pedagogo empresarial está inserido. Com o

intuito de fazer com que esta relação empresa-funcionário seja saudável. Ele vem

com o objetivo de explorar ao máximo as diversas competências e inteligências dos

colaboradores, fazendo com isso com que a empresa caminhe, se desenvolva e

alcance o sucesso organizacional.

Palavras-chave: qualidade de vida no trabalho, colaboradores, sucesso,

organizações, pedagogo empresarial.

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METODOLOGIA

Para o desenvolvimento deste trabalho foram utilizados todos os

conhecimentos adquiridos ao longo do curso em todas as disciplinas, pesquisas

feitas através da leitura de livros, revistas e sites que tratavam a respeito do assunto.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 9

CAPÍTULO I

Uma visão sobre Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) ......................................... 10

1.1) A QVT como fator de melhoria na Gestão de Pessoas ................................. 13

CAPÍTULO II

A organização e suas perspectivas nos dias atuais ................................................. 16

2.1) A relação entre a QVT e o sucesso organizacional ....................................... 19

CAPÍTULO III

O pedagogo empresarial e a organização ............................................................... 22

3.1) A Gestão de Pessoas gerando QVT ............................................................. 26

CONCLUSÃO ........................................................................................................... 30

BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................... 33

ÍNDICE ..................................................................................................................... 34

FOLHA DE AVALIAÇÃO .......................................................................................... 35

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INTRODUÇÃO

Um cenário muito comum que presenciamos nos últimos anos tem sido

encontrar trabalhadores abatidos, cansados e desgastados pelo dia estressante que

tiveram no trabalho. Nos ônibus percebemos todos os dias pessoas, ainda cedo,

exaustas pelo dia de trabalho que mal começou ou aliviadas por estarem em fim

voltando para casa. Qualquer coisa que aconteça fora do normal, é motivo de brigas,

confusões e desavenças devido ao estado emocional em que as pessoas se

encontram. O trabalho, muitas vezes, para a maioria, tem sido um fardo difícil de

carregar. Um peso que desagrada, aborrece e irrita. Esse quadro gera desgaste

emocional, doenças físicas e psicológicas, além de pessoas que detestam o trabalho

e que caminham para esta obrigação todos os dias, sem qualquer motivação,

incentivo ou prazer. Desta forma, se torna difícil a possibilidade de existir qualidade

de vida, quer no trabalho ou fora dele.

Alcançar a qualidade de vida é e sempre será o grande anseio do ser

humano, que busca tudo que possa proporcionar maior bem estar e o equilíbrio

físico, psíquico e social a fim de obter uma vida mais satisfatória. Profissionais de

diversas áreas têm se dedicado à arte de descobrir novas formas e maneiras de

obter estes anseios. Sabemos que a saúde, hoje, é determinada pelas várias

condições do meio ambiente, pelas próprias condições de vida dos indivíduos e pelo

equilíbrio entre fatores externos e internos do ser humano, sendo assim, o equilíbrio

ideal está no equilíbrio global de todos os setores da vida de cada indivíduo. Vida

emocional, familiar, espiritual, conjugal, profissional, social, tudo contribui para viver

bem e com qualidade.

Neste contexto, inevitável e naturalmente a qualidade de vida está sendo

inserida no meio organizacional das empresas, local onde grande parcela do tempo

das pessoas é dedicada. O mercado cada dia mais competitivo e exigente, movido

pela velocidade das informações geradas por um mundo globalizado e pelos

avanços tecnológicos define o profissional como sendo a verdadeira potência. A

motivação e o comprometimento são os combustíveis dessa potência. Sendo assim,

a geração de qualidade de vida para os profissionais torna-se essencial para que a

empresa alcance sucesso.

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Tal conceito está tomando formas nos últimos anos. Os benefícios da

empresa que oferece qualidade de vida aos seus colaboradores são inúmeros, ainda

imensuráveis em sua totalidade. Sabe-se que a redução de custos com a saúde dos

colaboradores é considerável, além de ocorrer diminuição dos níveis de estresse e

aumento de produtividade. Trata-se de um novo setor inexplorado e imprescindível

que está sendo inserido nas organizações diante das pressões de um conceito

antigo, que antes não tinha tanta relevância.

Muitas corporações estão tentando construir este setor com a implantação de

programas aleatórios, que não trazem os resultados necessários e desejados, pois

um programa de qualidade de vida deve ter um direcionamento e um

acompanhamento, o que requer tempo e dedicação. Com o intuito de obter

resultados rapidamente, muitas empresas contratam serviços desqualificados e

acabam perdendo com isso.

É nesse contexto que surge o pedagogo empresarial. Com o intuito de ser o

profissional que, dentro de uma nova visão da gestão de pessoas, trabalhará junto

aos colaboradores a fim de fazer com que a empresa supere às expectativas do

mercado. Esse quadro reflete um período de exploração de um novo setor que

necessita, assim como os outros setores, de uma estrutura forte e articulada que os

colaboradores e as empresas devem construir juntos.

CAPÍTULO I – Uma visão sobre Qualidade de Vida no

Trabalho (QVT)

Para iniciarmos as reflexões sobre a Qualidade de Vida no Trabalho (QVT)

seria interessante trazer uma definição sobre qualidade de vida da Organização

Mundial da Saúde (OMS), agência especializada em saúde, fundada em 7 de abril

de 1948 e subordinada à Organização das Nações Unidas:

“Qualidade de vida é a percepção do indivíduo sobre sua posição na vida, no contexto de sua cultura e do sistema de valores em que ele vive, e em relação com seus objetivos, expectativas, padrões e conceitos. Trata-se de um conceito amplo, que inclua a saúde física, o estado psicológico, as crenças pessoais, as relações sociais e suas relações com o ambiente.” (Organização Mundial da Saúde)

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A busca pela qualidade de vida é algo inerente ao ser humano. Ele está

sempre a procura de relacionar-se bem, ter uma melhor moradia, uma alimentação

boa e/ou nutritiva, momentos de lazer, afetividade, sexualidade saudável, bem como

saúde física, emocional e espiritual. Quando estes anseios são alcançados

plenamente, podemos dizer que foi atingida a qualidade de vida total. Podemos

definir a qualidade de vida total como sendo a busca incessante de todo ser humano

para se perceber feliz e realizado, em todas as áreas de sua vida, a maior parte do

tempo possível. Como vemos, segundo a OMS, para promover a percepção de

saúde e bem-estar geral de um indivíduo, todas as dimensões de sua existência

precisam estar contempladas.

Em todo o tempo, o homem está inserido em diferentes contextos: família,

amigos, vizinhança, clubes, festas, igreja, e em todos eles, ele procura estar bem

relacionado, satisfeito e feliz. Esta idéia de satisfação não pode ser diferente quando

falamos especificamente do trabalho (vida profissional). Dedicamos uma parte

significativa do melhor que temos e que somos no universo do trabalho, e lá

continuamos possuindo os mesmos anseios e necessidades que temos em outros

momentos da vida. Todo trabalhador, ao iniciar todos os dias suas atividades em

seu ambiente de trabalho, leva junto de si todas as complexidades de seu mundo

biopsicossocial.

“Quando falamos em qualidade de vida, devemos lembrar que ela não exclui a qualidade de vida no trabalho. Ao contrário, uma está intimamente ligada à outra. O trabalho que deveria proporcionar prazer ao funcionário e motivá-lo muitas vezes não cumpre seu papel. Assim, temos pessoas frustradas, depressivas, ansiosas, entre outras enfermidades que são causadas, também, pela forma como são tratadas na vida profissional. Ainda que a empresa vise à obtenção de lucros, é necessário lembrar sempre que o ser humano deve ser o foco quando se deseja Qualidade de Vida, Qualidade de Vida no Trabalho e funcionários motivados.” (SOUZA E FONTES, 2010, p. 180)

Buscando alcançar estes anseios dos funcionários, o propósito dos

programas de qualidade de vida nas organizações tem sido o de encorajar e apoiar

hábitos e estilos de vida que promovam saúde e bem estar entre todos os

funcionários durante toda a sua vida profissional e pessoal. Um programa de

qualidade de vida existe para gerar estratégias com o intuito de promover um

ambiente que estimule e dê suporte ao indivíduo e à empresa, conscientizando

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sobre como sua saúde física, emocional e psíquica está diretamente relacionada à

sua qualidade e produtividade.

Segundo Chiavenato (2010):

“O termo Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) foi cunhado por Louis Davis na década de 1970 quando desenvolvia um projeto sobre desenho de cargos. Para ele, conceito de QVT refere-se à preocupação com o bem-estar geral e a saúde dos colaboradores no desempenho de suas atividades. Alguns autores europeus desenvolveram outras conceituações dentro da abordagem sociotécnica e da democracia industrial. Atualmente, o conceito de QVT envolve tanto os aspectos físicos e ambientais, como os aspectos psicológicos do local de trabalho.” (CHIAVENATO, 2010, p. 487)

Não é suficiente ter em mente mudar relevantemente o estado de saúde dos

profissionais, mas também encorajá-los a cuidarem e gerenciarem sua própria

saúde, adquirindo um ganho substancial na sua satisfação e crescimento, assim

como no aumento de produção e redução de custos para a empresa.

“A Qualidade de Vida no Trabalho tem sido definida de diferentes formas por diversos autores. No entanto, praticamente todas as definições têm em comum a ideia de que este movimento visa a propiciar maior humanização do trabalho, e de que viver com qualidade de vida é saber manter o equilíbrio no dia-a-dia, procurando sempre melhorar o processo de interiorização de hábitos saudáveis, aumentando a capacidade de enfrentar pressões e dissabores e vivendo de modo mais consciente e harmônico em relação ao meio ambiente, às pessoas e a si próprio.” (SOUZA E FONTES, 2010, p. 188)

A QVT tem sido um tema em constante e rápida evolução, com reformulações

frequentes de conceitos e modelos de implantação, e que, mesmo em meio a uma

gama de versões e propostas, vem como uma questão importantíssima e cada vez

mais presente nas decisões gerenciais dentro das empresas. E é disso que

trataremos nos próximos capítulos.

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1.1) QVT como fator de melhoria na gestão de pessoas

É incrível como o mundo tem mudado a cada dia e com uma rapidez

impressionante. Novas tecnologias, novas descobertas da ciência, novos ramos

profissionais, novas formas de pensar o mundo. É fato que mudanças sempre

existiram na história da humanidade, mas nos últimos anos estão com uma

velocidade muito maior e causando impactos muito mais fortes para a sociedade.

A velocidade da mudança e os desafios do mundo globalizado estão

conduzindo a um sentido de emergência quanto à adaptabilidade das organizações,

como condição para que sobrevivam no ambiente de negócios. Está havendo uma

nova abordagem e uma nova visão do futuro das organizações.

Uma das áreas que muito foi influenciada com estas mudanças foi a área de

recursos humanos. A visão que temos hoje da área é absolutamente oposta a de

sua configuração tradicional, quando ainda se chamava Departamento de Recursos

Humanos. Muita coisa mudou. Lidar com pessoas tornou-se uma atividade

completamente diferente do que se fazia há poucos anos.

Estamos vivendo num momento excitante para as organizações. Como vimos

anteriormente, as empresas começam a perceber que a qualidade de vida e a saúde

são ativos importantes, envolvendo as dimensões física, intelectual, emocional,

profissional, espiritual e social. As pessoas se tornaram o diferencial competitivo que

mantém e promove o sucesso organizacional.

A gestão de pessoas tem sido a responsável pela excelência das

organizações bem sucedidas. A principal vantagem competitiva das empresas

decorre das pessoas que nela trabalham. Ao falar em organizações, falamos

necessariamente de conjunto de pessoas. São elas que representam, que dão

personalidade à empresa. A maneira pela qual as pessoas se comportam, dirigem,

executam, agem, trabalham, “tocam” a empresa vai depender, em grande parte das

políticas e diretrizes das organizações sobre como lidar com as pessoas em suas

atividades.

“De um lado, o trabalho toma considerável tempo das vidas e dos esforços das pessoas, que dele dependem para a subsistência e sucesso pessoal.

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Separar o trabalho da existência das pessoas é muito difícil, senão quase impossível, diante da importância e do impacto que o trabalho nelas provoca. Assim, as pessoas dependem das organizações nas quais trabalham para atingir seus objetivos pessoais e individuais. Crescer na vida e ser bem-sucedido depende de crescer dentro das organizações. De outro lado, as organizações também dependem direta e irremediavelmente das pessoas para operar, produzir seus bens e serviços, atender seus clientes, competir nos mercados e atingir seus objetivos globais e estratégicos.” (CHIAVENATO, 2010, p. 4 e 5)

A QVT tem assumido dois lados antagônicos: de um lado, a luta dos

trabalhadores pelo seu próprio bem-estar e satisfação no trabalho, de outro lado, o

interesse das organizações por produtividade e lucro. Cada uma das partes depende

da outra. Uma relação de mútua dependência na qual há benefícios para ambas.

As organizações começam a perceber que práticas inadequadas no ambiente

de trabalho geram impacto negativo na saúde física e emocional dos empregados e,

consequentemente, em sua saúde financeira. Começam a entender que precisam

de pessoas motivadas que participem ativamente nas decisões da organização e

que sejam bem recompensadas pelas suas contribuições. As pessoas passam a

assumir o elemento básico do sucesso empresarial, uma vez que as organizações

dependem delas para alcançar a missão organizacional.

Conforme Chiavenato (2010, p. 487), “a competitividade organizacional – e

obviamente, a qualidade e produtividade – passam obrigatoriamente pela QVT.”

Para satisfazer os clientes externos é fundamental que os clientes internos estejam

satisfeitos. As empresas precisam, antes de se voltarem para atender os seus

clientes externos, satisfazer as necessidades daqueles que são responsáveis pelo

serviço oferecido. Como diz Claus Möller, consultor dinamarquês: “coloque os

empregados em primeiro lugar e eles porão os consumidores em primeiro lugar”. As

organizações que investem no colaborador estão, implicitamente, investindo em

seus clientes.

“A gestão da qualidade total nas organizações depende fundamentalmente da otimização do potencial humano. E isto depende de quão bem as pessoas se sentem trabalhando na organização. A QVT representa o grau em que os membros da organização são capazes de satisfazer suas necessidades pessoais através do seu trabalho na organização.” (CHIAVENATO, 2010, p. 487)

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As organizações são formadas por pessoas e dependem delas para alcançar

sua missão; e para as pessoas, as organizações constituem o meio pelo qual

alcançam seus objetivos pessoais.

Falar de QVT é falar de respeito pelas pessoas, pois oferecer QVT aos

colaboradores é, dentre outras coisas, oferecer satisfação com o trabalho

desempenhado, é apresentar possibilidades de futuro dentro da organização, é

saber reconhecer os resultados obtidos, é oferecer salários e benefícios compatíveis

com uma vida digna de cidadão, é criar um ambiente favorável de relacionamento

dentro da equipe, é promover um ambiente físico e psicológico saudável, é oferecer

ao colaborador a possibilidade de participar das tomadas de decisão, fazendo-o

participar ativamente e com liberdade de atuação. Enfim, é fazê-lo perceber que ele

é parte fundamental do sucesso ou insucesso da organização.

Sabemos que quando um ambiente organizacional está ao contrário de tudo

isso temos pessoas sem motivação, com falta de atenção, sem vontade de inovar e

aceitar mudanças, uma considerável diminuição de produtividade, uma alta

rotatividade nos cargos, e, principalmente pessoas que não agregam valores à

organização. Tudo isso cria uma energia negativa que repercute na família, na

sociedade e no sistema médico e torna difícil o alcance da missão da organização.

Sabemos que não existem empresas perfeitas, mas com certeza algumas são

menos imperfeitas que outras. Nos aprofundaremos nisso nos próximos capítulos.

Concepções Evolutivas do QVT Características ou Visão

1- QVT como uma variável (1959 a 1972)

Reação do indivíduo ao trabalho. Era investigado como melhorar a qualidade de vida no trabalho para o indivíduo.

2- QVT como uma abordagem (1969 a 1974)

O foco era o indivíduo antes do resultado organizacional; mas, ao mesmo tempo, tendia a trazer melhorias tanto ao empregado quanto à direção.

3- QVT com um método (1972 a 1975)

Um conjunto de abordagens, métodos ou técnicas para melhorar o ambiente de trabalho e tornar o trabalho mais produtivo e mais satisfatório. QVT era visto como sinônimo de grupos autônomos de trabalho, enriquecimento de cargo ou desenho de novas plantas com integração social e técnica.

4- QVT como um movimento (1975 a 1980)

Declaração ideológica sobre a natureza do trabalho e as relações dos trabalhadores com a organização. Os termos administração participativa e democracia industrial eram frequentemente ditos como ideais do movimento de QVT.

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5- QVT como tudo (1979 a 1982)

Como panacéia contra a competição estrangeira, problemas de qualidade, baixas taxas de produtividade, problemas de queixas e outros problemas organizacionais.

6- QVT como nada (futuro) No caso de alguns projetos de QVT fracassarem no futuro, não passarão de apenas um "modismo" passageiro.

Fonte: NADLER E LAWLER apud FERNANDES (1996, p. 42)

CAPÍTULO II – A organização e suas perspectivas nos dias

atuais

As organizações não existem por acaso. Elas funcionam através de

mecanismos de cooperação e de competição com outras organizações. Elas

dependem de outras organizações e lutam contra outras organizações para manter

seus domínios. Sendo assim, é fundamental que todas elas tenham as suas

estratégias organizacionais a fim de se manterem competitivas no mercado.

“A estratégia organizacional constitui o mecanismo através do qual a organização interage com o seu contexto ambiental. A estratégia define o comportamento da organização em um mundo mutável, dinâmico e competitivo. A estratégia é condicionada pela missão organizacional, pela visão do futuro e pelos objetivos principais da organização. O único integrante racional e inteligente da estratégia organizacional é o elemento humano: a cabeça e o sistema nervoso da organização. O cérebro do negócio. A inteligência que toma decisões.” (CHIAVENATO, 2010, p. 62)

Todas as organizações possuem uma missão, ou seja, uma razão para

existir. A finalidade pela qual ela foi criada ou o motivo para que ela deve servir. É

fundamental que as pessoas que trabalham numa organização conheçam sua

missão, pois se elas não sabem por que ela existe e para onde ela está indo, jamais

saberão qual caminho devem seguir. A missão orienta as atividades da organização.

Cada organização tem a sua missão própria e específica e ela deve ser

objetiva, clara, possível e, acima de tudo, impulsionadora e inspiradora. O conceito

de missão faz com que as pessoas passem a trabalhar em função da causa da

organização e não apenas para a organização em si. Isso é etimulante.

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Os dirigentes da organização devem preocupar-se em difundir a missão

organizacional a fim de que os colaboradores sejam mais conscientes e assumam

um compromisso pessoal em relação ao seu alcance. Quando todos conhecem a

missão e os valores que norteiam seu trabalho, as coisas se tornam mais fáceis de

entender, o papel de cada um se torna mais compreensível e os colaboradores

passam a contribuir de maneira eficaz para o sucesso da organização. Sentem-se

parte integrante do negócio, sentem-se valorizadas.

As empresas possuem também uma visão. Visão é a imagem que a

organização tem a respeito de si mesma e do seu futuro. Está voltada para aquilo

que a organização pretende ser. Representa o destino que se pretende transformar

em realidade, a imagem daquilo que as pessoas que trabalham na organização

gostariam que ela realmente fosse. E por que a visão é importante nas modernas

empresas?

“Simplesmente pelo fato de que hoje não se controlam mais as pessoas através de regras burocráticas e hierarquia de comando, mas por meio do compromisso com a visão e os valores compartilhados. Quando as pessoas conhecem qual a visão pretendida, ficam sabendo exatamente para onde ir e como ir, sem necessidade de coerção.” (CHIAVENATO, 2010, p. 68)

Sendo assim, a missão e a visão da organização proporcionam os elementos

básicos para a definição dos objetivos globais e a construção da estratégia

organizacional que falamos no início deste capítulo. “A estratégia organizacional

funciona como o meio para realizar a missão e alcançar os objetivos organizacionais

decorrentes da visão da empresa.” (CHIAVENATO, 2010, p. 69)

As empresas precisam ter foco no futuro. Precisam saber e definir onde

querem chegar e o que farão para isso. Os objetivos da empresa devem estar

focados em resultados e não em meras atividades do dia-a-dia; devem ser

consistentes, ou seja, estarem em coerência com as metas da organização; devem

ser bem definidos, mensuráveis, alcançáveis. Para isso, é preciso haver

planejamento. Não um simples planejamento, mas um planejamento estratégico.

“O planejamento estratégico pode focalizar a estabilidade no sentido de assegurar a continuidade do comportamento atual, em um ambiente previsível e estável. Também pode focalizar a melhora do comportamento para assegurar a reação adequada a frequentes mudanças em um ambiente mais dinâmico e incerto. Pode ainda focalizar as contingências no sentido de antecipar-se a eventos que podem ocorrer no futuro e identificar

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as ações apropriadas quando eles eventualmente ocorrerem.” (CHIAVENATO, 2010, p. 75)

Dentro de tudo que foi falado sobre o mundo organizacional: a missão e a

visão da empresa, seus valores e crenças, as estratégias organizacionais, os

objetivos e o planejamento estratégico, para tudo isso dependemos das pessoas.

São elas que vão correr em busca de alcançar a missão dentro de determinada

visão, são elas que vão pensar estrategicamente nos objetivos e nas metas a serem

traçadas e planejadas, são elas que vão se comprometer em seguir o planejamento

que foi desenvolvido, enfim, são elas que vão definir a velocidade com que a

empresa vai caminhar. Tudo vai depender do esforço delas e do quanto elas se

sentem motivadas para isso.

É neste momento que as empresas começam a perceber que é preciso

investir em seus colaboradores para se manter de pé. É a partir daí que começam a

perceber como as pessoas precisam ser valorizadas e respeitadas, pois são o

combustível da organização. Chegamos num ponto onde não é a mais a empresa

que escolhe a pessoa, mas a pessoa que escolhe a empresa. Onde ela se sentirá

melhor e mais feliz. Aquela que tem “o melhor” para oferecer, essa será a escolhida.

Atualmente, como já falamos, vivemos numa sociedade onde as mudanças

são rápidas e inesperadas no mundo dos negócios e no campo do conhecimento.

Dentro das empresas temos cada vez mais atividades que exigem pessoas de

diversas competências. Com isso, a forma de se administrar as empresas tende a

ser incerta e desafiadora devido às mudanças e transformações cheias de

ambiguidades e incertezas. A este tempo chamamos Era da Informação.

As organizações requerem agilidade, mobilidade, inovação e mudança

necessárias para enfrentar as novas ameaças e oportunidades em um ambiente de

intensa mudança e turbulência.

“As organizações precisam alcançar objetivos em um cenário de concorrência acirrada, tomar decisões, coordenar múltiplas atividades, conduzir pessoas, avaliar o desempenho dirigido a metas, obter e alocar recursos. Numerosas atividades administrativas são desempenhadas por vários administradores e orientadas para áreas e problemas específicos, e precisam ser realizadas e coordenadas de maneira integrada e coesa em cada organização.” (CHIAVENATO, 2010, p. 11)

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Graças ao grande impacto provocado pela Era da Informação, o capital

financeiro cede o trono para o capital intelectual. A busca constante por processo de

gestão de pessoas faz parte das organizações que visam cada vez mais à

satisfação de seus funcionários para que, motivados, executem suas tarefas com

eficiência e eficácia. A gestão de pessoas é a preocupação de muitas organizações

para que seus objetivos sejam atingidos, de preferência com a participação de um

grupo eficaz e motivado liderado por um gestor que tenha desafios estratégicos

nesta atividade.

Estamos vivendo e trabalhando numa sociedade do futuro, porém muitas

organizações ainda persistem em usar os instrumentos do passado. Em muitas

organizações falava-se até pouco tempo em relações industriais com uma visão

tradicional, burocrática e operacional que vem desde o final da Revolução Industrial

e que encontrou seu auge na década de 1950. Em outras, falava-se em

administração de recursos humanos, em uma visão mais dinâmica que predominou

até 1990. Em organizações mais sofisticadas, fala-se agora em administração de

pessoas, com uma abordagem que tende a personalizar e a visualizar as pessoas

como seres humanos, dotados de habilidades e capacidades intelectuais.

Entretanto, a tendência que hoje visualizamos está voltada para mais além:

administração com as pessoas. Isso significa tocar a organização juntamente com

os colaboradores e parceiros internos que mais entendem dela, dos seus negócios e

do seu futuro. É o que veremos a seguir.

2.1) A relação entre a QVT e o sucesso organizacional

Felizmente, para algumas empresas inovadoras e conscientes, este cenário

do passado não faz parte de sua realidade atual. As melhores empresas para se

trabalhar têm transformado o ambiente de trabalho e a saúde emocional e física em

vantagem competitiva, tendo plena convicção estratégica de que quanto mais

satisfação, mais retorno terão em produtividade, criando assim a visão de uma

organização mais privilegiada, competitiva e equilibrada.

“A qualidade de vida, portanto, é a nova tendência das grandes empresas. O emprego de uma qualidade de vida satisfatória para o funcionário traz

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para a empresa um maior retorno financeiro, em consequência da boa produtividade, pois o funcionário trabalha mais descansado, sem se preocupar com a família e com o trânsito, podendo conciliar sua vida profissional e a particular com dignidade.” (SOUZA E FONTES, 2010, p. 158)

Até algum tempo atrás, a relação entre os funcionários e as organizações era

considerado algo antagônico e conflitivo. Acreditava-se que os objetivos das

organizações como lucro, produtividade, eficiência e eficácia, redução de custos,

etc, eram incompatíveis com os objetivos individuais das pessoas, como melhores

salários, benefícios, conforto e segurança no trabalho, lazer, desenvolvimento

pessoal, etc. Se uma parte levava tudo a outra ficava sem nada. Sem dúvida, uma

visão míope, estreita e distorcida.

Atualmente, podemos perceber que a organização que busca alcançar os

seus objetivos da melhor maneira possível, precisa saber canalizar os esforços das

pessoas para que também elas atinjam os seus objetivos individuais e que ambas

saiam ganhando. Trata-se de uma solução que requer negociação, participação e

sinergia de esforços.

Para mobilizar e utilizar plenamente as pessoas em suas atividades, as organizações estão mudando os seus conceitos e alterando as suas práticas gerenciais. Em vez de investirem diretamente nos produtos e serviços, elas estão investindo nas pessoas que entendem deles e que sabem como criá-los, desenvolvê-los, produzi-los e melhorá-los. Em vez de investirem diretamente nos clientes, elas estão investindo nas pessoas que os atendem e os servem e que sabem como satisfazê-los e encantá-los. As pessoas passam a constituir o elemento básico do sucesso empresarial. (CHIAVENATO, 2010, p. 4)

Mas é importante ressaltar que não existirá QVT se não houver uma boa

identificação entre a empresa e o empregado. Primeiramente, a missão e os valores

da empresa, a filosofia da empresa, sua missão, o clima participativo, o gosto por

pertencer a ela e as possibilidades de desenvolvimento pessoal precisam criar esta

identificação.

Também não devemos confundir QVT com política de benefícios e nem com

atividades festivas, embora essas sejam importantes em uma estratégia global.

Oferecer QVT tem a ver, essencialmente com a cultura da organização. Essa cultura

precisa estar intrínseca à visão que a organização tem a respeito de seus

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colaboradores. É fato: colaboradores motivados e saudáveis passam a ser sinônimo

de melhoria no ambiente de trabalho.

Neste contexto, a QVT tem ganhado espaço dentro das organizações a partir

da atual reestruturação do trabalho, uma vez que solicita, cada vez mais, que o

trabalhador se identifique com a organização e trabalhe em equipe. As organizações

estão, atualmente, procurando formas de seduzir o funcionário e reduzir o conflito

interno. Talvez essa seja uma possibilidade de abertura para o desenvolvimento da

qualidade de vida dentro das organizações.

É indiscutível a contribuição que os programas de qualidade de vida têm

gerado e o forte impacto que eles causam nas empresas. O aumento da

produtividade e da lucratividade é o ponto mais evidente desse processo, além de

resultar em profissionais mais bem dispostos e felizes.

Um termo que tem sido muito utilizado ultimamente é: Educação Corporativa.

Segundo o site do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior:

“Educação corporativa pode ser definida como uma prática coordenada de gestão de pessoas e de gestão do conhecimento tendo como orientação a estratégia de longo prazo de uma organização. Educação corporativa é mais do que treinamento empresarial ou qualificação de mão-de-obra. Trata-se de articular coerentemente as competências individuais e organizacionais no contexto mais amplo da empresa. Nesse sentido, práticas de educação corporativa estão intrinsecamente relacionadas ao processo de inovação nas empresas e ao aumento da competitividade de seus produtos (bens ou serviços).” (SITE)

A educação corporativa tem focado o desenvolvimento do quadro de pessoas,

visando, ao mesmo tempo obter o resultado nos negócios. Difere do treinamento

tradicional, onde se transmitia conhecimentos específicos em assuntos que a

pessoa tivesse alguma deficiência, mas traz uma visão mais ampla e a longo prazo.

A educação corporativa tem sido estimulada por um ambiente inquieto, curioso e

revolucionário, provocado por fatores externos – globalização, tecnologia,

competitividade – que causam impacto na administração das organizações.

Diante das perspectivas de crescimento, as empresas devem estar atentas a

questões de gestão de pessoas que, se deixadas num segundo plano, podem

comprometer a vida da própria organização. Um dos itens essenciais dentro desta

perspectiva é a EDUCAÇÃO. As pessoas estão preocupadas com o futuro, e ele

está na educação.

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O crescimento de cada organização será consequência do fruto de suas

habilidades em criar situações adequadas para o futuro, transformando esta visão

de qualidade de vida em realidade, desenvolvendo e gerenciando os recursos

estratégicos e necessários.

CAPÍTULO III – O pedagogo empresarial e a organização

As mudanças na função de RH se dividem basicamente em três eras ao longo

do século XX, de acordo com Chiavenato (2010, p. 34): Industrialização Clássica,

Industrialização Neoclássica e a Era da Informação. Segundo ele, essas três eras

trouxeram abordagens diferentes sobre como lidar com as pessoas dentro das

organizações. Ao longo das três eras, a área de RH passou por três etapas distintas:

Relações Industriais, Recursos Humanos e Gestão de Pessoas. Cada uma delas

ajustada aos padrões de sua época, à mentalidade predominante e às necessidades

da organização.

Na Industrialização Clássica foi quando surgiu o departamento pessoal e logo

depois, o departamento de relações industriais. O departamento pessoal existia

apenas para fazer cumprir as exigências legais a respeito do emprego. Mais a

frente, o departamento de relações industriais assume o mesmo papel,

acrescentando outras tarefas como o relacionamento da organização com os

sindicatos e a coordenação interna com os demais departamentos para enfrentar

problemas sindicais de conteúdo reivindicatório. Se restringiam à atividades

operacionais e burocráticas. As pessoas são consideradas apêndices das máquinas

e meras fornecedoras de esforço físico, predominando o conceito de mão-de-obra.

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Na Industrialização Neoclássica surgem os departamentos de recursos

humanos (RH) que vem substituir os departamentos de relações industriais. Além

das tarefas operacionais e burocráticas, o RH desenvolvia funções operacionais e

táticas, como órgãos prestadores de serviços especializados. Cuidam do

recrutamento e seleção, treinamento, avaliação, remuneração, higiene e segurança

no trabalho e de relações trabalhistas e sindicais, com variadas doses de

centralização e monopólio dessas atividades.

Na Era da Informação surgem as equipes de gestão de pessoas, que

substituem os departamentos de recursos humanos.

“As práticas de RH são delegadas aos gerentes de linha em toda a organização, os quais passam a ser os gestores de pessoas, enquanto as tarefas operacionais e burocráticas não-essenciais são transferidas para terceiros através da terceirização. As equipes de RH livram-se de atividades operacionais para proporcionar consultoria interna, para que a área possa assumir atividades estratégicas de orientação global, visando ao futuro e ao destino da organização e seus membros. As pessoas – de agentes passivos que são administrados – passam a constituir agentes ativos e inteligentes que ajudam a administrar os demais recursos organizacionais. A virada é fenomenal. As pessoas passam a ser consideradas parceiros da organização que tomam decisões a respeito de suas atividades, cumprem metas e alcançam resultados previamente negociados e que servem o cliente no sentido de satisfazer suas necessidades e expectativas.” (CHIAVENATO, 2010, p. 42)

As três etapas das organizações no decorrer do século XX

Eras

Era da industrialização

Clássica Era da industrialização

Neoclássica Era da Informação Períodos 1900-1950 1950-1990 Após 1990

Estrutura organizacional predominante

Burocrática, funcional, piramidal,

centralizadora, rígida e inflexível. Ênfase

nos órgãos.

Mista, matricial, com ênfase na

departamentalização por produtos ou serviços ou unidades estratégicas de

negócios.

Fluída, ágil e flexível, totalmente

descentralizadora. Ênfase nas redes de

equipes multifuncionais.

Cultura organizacional predominante

Teoria X. Foco no passado, nas tradições e nos

valores conservadores.

Transição. Foco no presente e no atual.

Ênfase na adaptação ao ambiente.

Teoria Y. Foco no futuro e no destino. Ênfase na mudança e

na inovação. Valorização do

conhecimento e da criatividade.

Ambiente organizacional

Estático, previsível, poucas e gradativas

mudanças.

Intensificação e aceleração das mudanças

ambientais

Mutável, imprevisível, turbulento, com

grandes e intensas mudanças.

Modo de lidar com as pessoas

Pessoas como fatores de produtos inertes e estáticas. Ênfase nas regras e controles

Pessoas como recursos organizacionais que

devem ser administrados. Ênfase nos objetivos

Pessoas como seres humanos proativos e inteligentes que devem ser

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rígidos para regular as pessoas.

organizacionais para dirigir as pessoas.

impulsionados. Ênfase na liberdade e no comprometimento para motivar as

pessoas.

Administração de pessoas Relações industriais Administração de recursos

humanos Gestão de pessoas

Fonte: CHIAVENATO (2010, p. 40)

Como podemos ver, as constantes mudanças nestas últimas décadas

mudaram muito o cenário das organizações e a cada dia elas continuam mudando

num ritmo cada vez mais frenético. Estas buscam cada vez mais profissionais

especializados e capacitados em liderar equipes e em trabalhar com pessoas, que

se organizam não em torno do que fazem, mas com base no que elas são ou

acreditam que são. A humanidade ingressou na Era da Informação. Sendo assim, o

papel das organizações diante dos seus funcionários está se ampliando cada dia

mais.

“Na Era da Informação, lidar com pessoas deixou de ser um problema e passou a ser a solução para as organizações. Deixou de ser um desafio e passou a ser a vantagem competitiva para as organizações bem-sucedidas.” (CHIAVENATO, 2010, p. 42)

Dentro de todo esse contexto surge o pedagogo empresarial. Nesta

sociedade do futuro, que podemos chamar também de sociedade do conhecimento,

onde há a necessidade do aprendizado contínuo para garantia de sobrevivência, o

pedagogo empresarial surge na empresa como o profissional que, juntamente com

outros profissionais da área, conduzirá, dentro da organização, os processos de

aprendizagem, utilizando-se do relacionamento interpessoal para interagir com o

meio, a fim de reorganizar a forma de pensar da empresa.

“Atualmente, o mundo do trabalho requer um processo de aprendizagem contínua. Como os métodos e as técnicas de trabalho que estão em constante renovação, os profissionais devem estar sempre atualizados para manter as organizações interessadas em suas competências.” (MACÊDO, RODRIGUES, JOHANN e CUNHA, 2007, p. 38)

O pedagogo empresarial surge como uma nova ferramenta para que as

organizações que caminham para serem bem sucedidas se desenvolvam

sadiamente. Com o propósito de ajustar as falhas, pensar estrategicamente, ter

habilidade para as relações humanas: saber aprender, treinar e delegar tarefas –

estas características são algumas das solicitadas aos profissionais no mercado

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globalizado – o pedagogo direcionará o profissional na tarefa da qual ele melhor se

ajusta para o melhor aproveitamento de suas qualidades.

“O ambiente organizacional contemporâneo requer um trabalhador pensante, criativo, pró-ativo, analítico, com habilidade para resolução de problemas e tomadas de decisões, capacidade de trabalho em equipe e em total contato com a rapidez de transformação e a flexibilidade dos tempos atuais.” (GRECO, 2005)

O pedagogo empresarial está inserido neste ambiente a fim de auxiliar no

desenvolvimento das competências e habilidades de cada indivíduo, para que cada

profissional saiba lidar com várias demandas, com incertezas, com várias culturas ao

mesmo tempo, direcionando o resultado positivo num mercado onde a competição

gera mais competição. A atuação do pedagogo será de estruturação e

reestruturação do trabalho, e quando trabalhado de forma combinada e em conjunto

– pedagogo, gerentes e colaboradores – o resultado será uma produção totalmente

diferente, com novas descobertas e interpretações.

A tarefa do pedagogo empresarial é, entre outras, a de ser o mediador e o

articulador de ações educacionais na administração de informações dentro do

processo contínuo de mudanças e de gestão do conhecimento. Gerenciar processos

de mudança exige novas posturas e novos valores organizacionais, características

fundamentais para empresas que pretendem manter-se ativas e competitivas no

mercado. Sendo assim, o profissional da educação atua na área de RH com o

objetivo da melhoria de resultados coletivos. Dentre suas atividades estão:

desenvolver projetos educacionais, selecionar e planejar cursos de aperfeiçoamento

e capacitação, representar a empresa em negociações, convenções, simpósios,

realizar palestras, aportar novas tecnologias, pesquisar a utilização e a implantação

de novos processos, avaliar desempenho e desenvolver projetos para o treinamento

dos funcionários.

Um exemplo que podemos citar que poderá fazer parte de sua rotina: numa

empresa onde o relacionamento entre as pessoas não é bom, com o intuito de

alcançar uma relação interpessoal no trabalho saudável, poderá desenvolver

dinâmicas de grupos, jogos de desenvolvimento de equipes e outros com o objetivo

de apaziguar os conflitos de relacionamento onde as pessoas poderão exprimir suas

angústias e aflições, trocar informações e estabelecer um momento de descontração

e interação.

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“Lidar com as diversas subjetividades [verdades] particulares – as próprias e as dos outros -, e processá-las, de forma que produzam decisões “objetivas” que visem “resultados” objetivos exige, paradoxalmente, talentos e habilidades comportamentais que fogem à régua e ao compasso que regem os gráficos e números destes mesmos resultados. É isso que faz com que certas lideranças realmente se diferenciem e tornem-se excepcionais. Atrás de uma liderança bem sucedida, existe, com certeza, uma trajetória de aprendizagem sólida, consciente ou não, de como funcionam a alma, a psique, as emoções e os sentimentos humanos.” (SOUZA e FONTES, 2010, p. 67)

Cabe a este profissional provocar mudanças comportamentais nas pessoas

envolvidas, abrangendo os dois lados: o funcionário que quando motivado e por

dentro dos conhecimentos necessários, sente-se melhor e produz mais e a empresa

que quando se mantém com pessoas qualificadas obtém melhores resultados e

maiores lucratividades. O pedagogo e a empresa fazem uma ótima combinação,

pois em tempos modernos ambos têm o mesmo objetivo: formar cidadãos críticos

com competências para tal função.

Cabe ao pedagogo empresarial, neste cenário, incentivar a aprendizagem

contínua, para desenvolver atitudes, formas de pensamento e hábitos, competências

e uma visão do negócio, que possam dotar as pessoas de ferramentas mentais que

aperfeiçoem seu trabalho. Como diz Chiavenato (2010, p. 467): “o gerenciamento do

conhecimento procura alinhar a educação das pessoas aos objetivos estratégicos do

negócio”.

Com o trabalho desenvolvido pelo pedagogo a transformação de uma

empresa, para a melhor empresa para se trabalhar, será de forma lenta, porém

efetiva, já que toda e qualquer mudança consiste em resistências, mas o objetivo

final será conquistado, visto que, aprender faz parte da natureza humana.

3.1) A Gestão de Pessoas gerando Qualidade de Vida no Trabalho

(QVT)

A intervenção deste pedagogo descrito no capítulo anterior dentro da empresa

poderá ser feita através de seis conceitos, citados por Chiavenato, que, se seguidos

fielmente levam os colaboradores a alcançarem a qualidade de vida no trabalho:

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agregar pessoas, aplicar pessoas, recompensar pessoas, desenvolver pessoas,

manter pessoas e monitorar pessoas.

Dentro de agregar pessoas temos a parte de recrutamento e seleção de

pessoas, onde geramos um conjunto de candidatos para cargos específicos e

escolhemos o melhor candidato para o cargo. Em aplicar pessoas iremos orientar

os colaboradores de forma a deixar clara para eles a cultura organizacional da

empresa, além de integrá-los à equipe, modelarmos ele ao cargo, avaliando

constantemente o seu desempenho. Em recompensar pessoas, temos a parte da

remuneração justa, as políticas de incentivos e os benefícios concedidos. Em

desenvolver pessoas temos os processos de treinamento e desenvolvimento,

visando, a longo prazo, habilitar os colaboradores a serem mais produtivos e

contribuírem de forma eficaz para o alcance dos objetivos organizacionais. Em

“manter pessoas”, temos os programas de reconhecimento pelo trabalho

desempenhado e mostramos as preocupações com o local de trabalho: higiene,

segurança, saúde. Em “monitorar pessoas” temos o banco de dados onde temos as

informações referentes à gestão de pessoas.

“Todos esses processos estão intimamente relacionados entre si, de tal maneira que se interpenetram e se influenciam reciprocamente. Cada processo tende a favorecer ou prejudicar os demais, quando bem ou mal utilizado. Além do mais, todos esses processos são desenhados de acordo com as exigências das influências ambientais externas e das influências organizacionais internas para obter a melhor compatibilização entre si. Ele deve funcionar como um sistema aberto e interativo.” (CHIAVENATO, 2010, p. 16)

Fonte: CHIAVENATO (2010, p. 17)

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Através desta forma de gerir pessoas, se trabalhamos com responsabilidade e

comprometimento, temos uma grande probabilidade de oferecermos qualidade de

vida aos colaboradores e alcançar o sucesso da empresa. Os benefícios da geração

de qualidade de vida aos colaboradores são inúmeros: como já falamos, a melhoria

da produtividade, empregados mais alertas e motivados, melhoria da própria

imagem corporativa, menos absenteísmo, melhoria das relações humanas e

industriais, baixas taxas de enfermidade, melhoria da moral da força de trabalho,

redução em letargia e fadiga, redução de rotatividade (turnover), entre outros.

As organizações trabalham com gente. Pessoas que são capazes de conduzir

a empresa a seus objetivos estratégicos, gerando mudanças, riqueza e valor.

Pessoas que são a chave do sucesso ou do fracasso das estratégias inovadoras de

uma organização.

Se os processos e a tecnologia são necessários para transformar uma

empresa, é importante também lembrar que são as pessoas que dão vida a esses

aspectos. Assim como as pessoas, as situações de trabalho diferem de uma

empresa para outra, de um país para outro e por isso precisamos estar atentos às

atuais tendências do mercado e especialmente às pessoas - clientes internos e

externos - que a compõe.

“A denominação ARH deve desaparecer e ceder lugar a uma nova e recente abordagem: a gestão das pessoas. Para ser mais preciso, gerenciar pessoas é cada vez mais uma responsabilidade da gerência de linha. Nessa abordagem, as pessoas são consideradas seres humanos e não simples recursos empresariais. Suas características e diferenças individuais são consideradas e respeitadas, pois elas são dotadas de personalidades singulares, de inteligência e de aptidões diferenciadas, de conhecimentos e habilidades específicos. Mais ainda. Nas organizações bem-sucedidas, não se fala mais em administrar ou gerenciar pessoas, pois isso poderia significar que as pessoas são meros agentes passivos e dependentes das decisões vindas de cima. Fala-se em administrar com as pessoas, como se elas fossem parceiras do negócio e não elementos estranhos e separados da organização. Isso tem um novo significado.” (CHIAVENATO, 2010, p. 559)

Porque trabalhamos com gente, nossa forma de gerir precisa ter uma

proximidade com o humano, seus sentimentos e emoções, suas expectativas, seus

valores, que assim como foram construídos ao longo da vida, podem ser recriados a

partir de afinidades com uma cultura empresarial que favoreça o crescimento

contínuo e compartilhado e o investimento no capital intelectual.

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É por esta razão que atualmente, nas organizações de sucesso, o ser

humano é visto como a única verdadeira vantagem competitiva sustentável. Para

além do financeiro, o valor de uma empresa também é um bem conquistado: reflexo

das pessoas e postura da empresa na vida, no dia a dia. Esse é um grande desafio.

Desde que o mercado passou a exigir novas e complexas interações em

termos de excelência em relação à produtividade e à qualidade dos serviços

prestados, estamos tendo que constantemente nos adaptar a todos estes estímulos.

Porém, não podemos esquecer que, em primeiro lugar, devemos nos sentir bem no

papel que estamos desempenhando onde quer que estivermos. Viver uma vida

vibrante e feliz, na qual se utiliza o máximo que possui, com enorme prazer é um

objetivo de vida. É o que gera qualidade à vida no trabalho.

Para que a organização alcance sucesso é preciso sintonia entre as pessoas

e a empresa através de uma gestão cuidadosa e eficiente. Essa sintonia se torna

real através desta gestão de pessoas, que agora passam a ser consideradas como

parceiras do negócio e não mais como recursos. É preciso compreender a realidade

da empresa, olhando a gestão de forma integrada, com ênfase nas pessoas como

fonte determinante do sucesso, gerando resultados dentro dos objetivos da

empresa, agregando mais valor, permitindo ao funcionário compreender a sua

missão, procurando a melhor forma de executar o trabalho, por prazer, com o

máximo empenho na tarefa, sem fórmulas mágicas.

Se quisermos pensar na empresa hoje e no futuro, significa que temos que

entender que, se queremos obter a excelência empresarial, devemos desempenhar

um trabalho com e através das pessoas. Um local onde todos partilham os mesmos

objetivos e não estão apenas cumprindo um horário e recebendo um salário ao final

do mês, mas que a empresa passe a fazer parte da vida do funcionário. Assim todos

saem ganhando nesta nova arquitetura do trabalho.

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CONCLUSÃO

As organizações estão reconhecendo, cada dia mais, que uma força de

trabalho saudável e produtiva é essencial para o sucesso dos negócios. Investir no

fator humano pode ser a grande oportunidade para virar o jogo e ganhar maior

competitividade.

As relações de trabalho passaram por várias mudanças no Brasil e tiveram

reflexo direto na área de recursos humanos, que passou de atividade burocrática e

de controle, para atividade estratégica, responsável por ajudar as empresas, e

desenvolver as pessoas que a compõem. O impacto dessas mudanças é percebido

através dos processos de racionalização e técnicas que incorporam ao ambiente

empresarial novas tecnologias e modelos de gestão.

Temos visto que as empresas que mais se destacam no mercado são aquelas

cujos gestores tem a visão em investir no desenvolvimento e capacitação de seus

funcionários, pois sabem que inovação vem de gente. Muitas empresas e

organizações estão encontrando meios para motivar cada vez mais sua equipe de

colaboradores, pois diversas pesquisas já foram comprovadas que uma equipe

motivada obtém um maior rendimento no seu trabalho ou na sua função.

A motivação pessoal é de grande importância para o sucesso profissional. Os

trabalhadores da atualidade buscam muito mais que um simples salário, os mesmos

almejam um local de trabalho seguro e que ao mesmo tempo satisfaça suas

necessidades possibilitando seu desenvolvimento pessoal e profissional.

As organizações bem sucedidas estão se transformando em centros de

aprendizagem. São organizações que aprendem através de seus membros.

“A aprendizagem organizacional permite que pessoas e grupos possam conduzir as organizações para a mudança e a renovação contínuas. A aprendizagem é a principal vantagem competitiva de uma organização. Ela conduz à criatividade e à inovação.” (CHIAVENATO, 2004, p. 470)

Para desenvolver esta mentalidade de aprendizagem contínua precisamos

das pessoas. A aprendizagem organizacional desenvolve os conhecimentos e

habilidades que capacitam as pessoas a compreender e agir eficazmente da

organizações.

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“...as organizações bem-sucedidas são organizações que aprendem eficazmente. Em uma economia na qual a única certeza é a incerteza, a única fonte certa de vantagem competitiva duradoura é o conhecimento. Quando os mercados mudam, as tecnologias proliferam, os concorrentes se multiplicam e os produtos se tornam obsoletos da noite para o dia, as organizações bem sucedidas são aquelas que criam o novo conhecimento de modo consistente, disseminam-no pela organização e o incorporam às novas tecnologias e aos produtos. Mas, a aprendizagem organizacional é algo mais do que apenas adquirir novos conhecimentos. É mais difícil desaprender os antigos que perderam relevância.” (CHIAVENATO, 2004, p. 471)

E é neste contexto que os profissionais da área de RH apresentam a enorme

responsabilidade, no sentido de alinhar suas ações e programas com indicadores

empresariais e de desempenho, demonstrando aos gestores que os investimentos

no fator humano são estratégicos para as organizações modernas.

O desafio desse novo profissional, diferentemente do que podem pensar

alguns, não se resume a conduzir dinâmicas de grupo e preparar material de

treinamento para o qual as pessoas não estão engajadas ou enxergando uma

necessidade imediata. Isto requer muito trabalho. É preciso estudo e observações

cuidadosas do que está acontecendo dentro da empresa e entender o seu

ecossistema, como ele funciona e por que existe um desequilíbrio dentro dele. Tal

diagnóstico requer do pedagogo empresarial perspicácia, observação, envolvimento,

desprendimento, coragem, preparo técnico, ousadia, vontade, criatividade e desejo

efetivo pela descoberta dos pontos de desequilíbrio dentro da corporação.

“Enfim, percebe-se que hoje, o grande desafio dos líderes é possuir capacidade para gerenciar as pessoas e as relações interpessoais de sua equipe; aprimorar a capacidade de viver em meio à diversidade de culturas e pessoas; ser resiliente; ter capacidade empática; além de uma série de outras competências e habilidades comportamentais. Estes elementos, aparentemente meio soltos, ou à deriva nos ambientes corporativos, devem ser combinados com sofisticação e utilizados de forma sutil como quem, com arte, mistura cores e pinceladas para criar uma bela imagem que faça sentido, ou seja, que produza harmonias e sinergias para o alcance de resultados.” (SOUZA e FONTES, 2010, p. 61)

Uma questão importante para a formação e a atuação do pedagogo

empresarial diz respeito ao entendimento dos comportamentos humanos no

contexto organizacional, tendo em vista que toda sua atuação está pautada na

dimensão humana. As políticas de RH, por si só, não garantem mudanças ou

comprometimentos mais ou menos efetivos; tem no elemento humano o seu ponto-

chave. A maneira de agir desse novo profissional precisa ocorrer de forma

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relacionada e cooperativa com a dos outros profissionais de gestão. Assim será

possível elaborar e consolidar planos, projetos e ações que visem colaborar para a

geração de qualidade de vida aos trabalhadores, bem como alcançar o sucesso da

empresa.

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BIBLIOGRAFIA

CHIAVENATO, Idalberto. 3ª ed. Introdução à Teoria Geral da Administração. Rio

de Janeiro: Elsevier, 2004.

CHIAVENATO, Idalberto. 3ª ed. Gestão de Pessoas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

GRECO, Myrian Glória. Pedagogia Empresarial: o pedagogo empresarial. Rio de

Janeiro, 2005. Disponível em: http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/pemp02.htm.

Acesso em: 20 dez 2010.

MACÊDO, Ivanildo Izaias de; RODRIGUES, Denize Ferreira; JOHANN, Maria

Elizabeth Pupe e CUNHA, Neisa Maria Martins da. 9ª ed. Aspectos

comportamentais da gestão de pessoas. Rio de Janeiro: FGV, 2007.

SOUZA, Luís Cláudio Paiva de e FONTES, Carlos Eduardo Mazzuco Fontes. 2ª ed.

Qualidade de Vida no Trabalho Saúde Emocional e Gestão Estratégica. São

Paulo: EDICON, 2010.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO .................................................................................................... 2

AGRADECIMENTOS ................................................................................................. 3

DEDICATÓRIA ........................................................................................................... 4

EPÍGRAFE ................................................................................................................. 5

RESUMO .................................................................................................................... 6

METODOLOGIA ......................................................................................................... 7

SUMÁRIO ................................................................................................................... 8

INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 9

CAPÍTULO I

Uma visão sobre Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) ......................................... 10

1.1) A QVT como fator de melhoria na Gestão de Pessoas ................................. 13

CAPÍTULO II

A organização e suas perspectivas nos dias atuais ................................................. 16

2.1) A relação entre a QVT e o sucesso organizacional ....................................... 19

CAPÍTULO III

O pedagogo empresarial e a organização ............................................................... 22

3.1) A Gestão de Pessoas gerando QVT ............................................................. 26

CONCLUSÃO ........................................................................................................... 30

BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................... 33

ÍNDICE ..................................................................................................................... 34

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

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