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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A EDUCAÇÃO AMBIENTAL APLICADA NAS ATIVIDADES ESCOLARES Por: Geovane Santos Pinto Orientadora: Profª. Mariana de Castro Moreira Salvador 2010 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … filedos alunos que será possível uma mudança de hábitos para preservarmos o meio ambiente. ... As atividades feitas na escola

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL APLICADA

NAS ATIVIDADES ESCOLARES

Por: Geovane Santos Pinto

Orientadora: Profª. Mariana de Castro Moreira

Salvador

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL APLICADA

NAS ATIVIDADES ESCOLARES

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do

Mestre – Universidade Candido Mendes como

requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Educação Ambiental

Por: Geovane Santos Pinto

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por tudo. Ele tem

sido muito bom pra mim.

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha esposa,

pela ajuda e paciência na realização

deste trabalho e por compreender a

necessidade extrema de preservarmos

o Meio Ambiente.

RESUMO

No primeiro capítulo, será mostrado como as atividades escolares

podem ajudar no processo de conscientização, formação social do homem

e a preservação do meio ambiente. É através das atividades

interdisciplinares, o engajamento de toda equipe escolar e a colaboração

dos alunos que será possível uma mudança de hábitos para preservarmos

o meio ambiente.

No segundo capítulo, enfoca como a educação ambiental é

importante no processo educativo, pois é através do ensino, seja ele formal

ou informal, que poderemos modificar e aprimorar as atitudes dos alunos,

tornando-os cidadãos críticos e capazes de exercer seus direitos e cumprir

com seus deveres.

No terceiro, mostra como surgiu o projeto, quais eram as

necessidades, como foi aplicado à atividade na Unidade Escolar e o

resultado após seis meses de sua aplicação.

METODOLOGIA

O método que levou ao problema proposto foi o levantamento do perfil

ambiental da Escola Professora Altair da Costa Lima, que mobilizou toda

a comunidade escolar para o desenvolvimento de atividades escolares, com

finalidade de conscientizar a população escolar sobre as questões

ambientais. Foram realizadas campanhas educativas utilizando a rádio

escolar, distribuição de panfletos, folder, cartazes, a fim de informar e

incentivar a população em relação à problemática ambiental de forma clara e

objetiva.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 07

CAPÍTULO I - Atividades Escolares e o Meio Ambiente 09

CAPÍTULO II - A Importância da EA no Processo Educativo 19

CAPÍTULO III – Atividades em Educação Ambiental 29

CONCLUSÃO 37

BIBLIOGRAFIA 38

WEBGRAFIA 40 ANEXOS 43

INTRODUÇÃO

Esta monografia tem como tema a Educação Ambiental aplicada nas

atividades escolares. As atividades feitas na escola e fora dela, têm

fundamental importância na conscientização para a preservação do meio

ambiente. A instituição escolar deve inserir de forma sistematizada, ações

ambientais em seus planos de unidade, pois quanto mais nos relacionamos

com o meio ambiente à nossa volta, mais melhoramos a qualidade de vida

que temos. Logo, é função da escola usar e abusar do tema “meio

ambiente” de forma transversal, com ações reflexivas, teóricas e praticas,

para que os alunos possam aprender a amar e respeitar tudo que esta a

sua volta, tendo responsabilidade e respeito com a natureza.

A Lei Federal nº 9.795, de 27 de abril de 1999, através de artigo 2°

diz:

"A Educação Ambiental é um componente

essencial e permanente da educação nacional,

devendo estar presente, de forma articulada, em

todos os níveis e modalidades do processo

educativo, em caráter formal e não-formal”.

O ponto chave deste trabalho é o modo como as atividades escolares

podem colaborar para a Educação Ambiental. É através da

conscientização dos alunos e da comunidade escolar, que poderemos criar

interesse em proteger o ambiente em que vive disseminando as questões

ambientais e fazer com que o aluno multiplique tudo que aprendeu no

ambiente escolar.

O tema sugerido é de extrema importância, pois as atividades

escolares devem buscar valores que conduzam a uma convivência

harmoniosa com o ambiente e as demais espécies que habitam o planeta,

auxiliando o aluno a analisar criticamente seus atos, que tem levado a

destruição inconseqüente dos recursos naturais e de várias espécies. Deste

modo o aluno perceberá que a natureza não é fonte inesgotável de

recursos. Suas reservas são finitas e devem ser utilizadas racionalmente,

evitando o desperdício e considerando a reciclagem como processo

fundamental para a nossa sobrevivência.

A escola tem papel fundamental quando se fala de Educação

Ambiental. É o espaço social e o local onde o aluno dará seqüência ao seu

processo de socialização. O que nela se faz se diz e se valoriza representa

um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova. Comportamentos

ambientalmente correto, contribuindo para a formação de cidadãos

responsáveis, compreendendo os fenômenos naturais, as ações humanas

e sua conseqüência para consigo e para sua própria espécie.

CAPÍTULO I

ATIVIDADES ESCOLARES E O MEIO AMBIENTE

Consideremos que a Educação Ambiental, um processo contínuo de

aprendizagem, baseado no respeito de todas as formas de vida, colocando

em prática ações que contribuem para a formação social do homem e a

preservação do meio ambiente. Nesse processo, existe a necessidade de

uma ação pedagógica direcionada de forma a integrar com os docentes e

discentes, transformando-o para que ele entenda e transforme o meio em

que vive. Segundo VASCONCELOS:

“... a presença, em todas as práticas educativas, da

reflexão sobre as relações dos seres entre si, do ser

humano com ele mesmo e do ser humano com seus

semelhantes é condição imprescindível para que a

Educação Ambiental ocorra”. (VASCONCELOS,

1997).

É importante expor através deste trabalho à importância e

necessidade do tema “meio ambiente” está inserido permanentemente no

projeto pedagógico da escola. Influenciar de maneira interdisciplinar,

aproveitando o conteúdo específico de cada matéria de maneira que haja

um engajamento por parte de todos aqueles que estão comprometidos com

as atividades escolares.

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais, uma das questões

que levaram a inserir o meio ambiente como tema transversal foi à

contribuição, que, em termos de educação, essa perspectiva pode contribuir

para:

“...evidenciar a necessidade de um trabalho vinculado

aos princípios da dignidade do ser humano, da

participação, da co-responsabilidade e da eqüidade”.

(Parâmetros Curriculares Nacionais, 2000, p.19)

Assim, os professores e coordenadores podem criar propostas

pedagógicas interdisciplinares, visando o desenvolvimento da Educação

Ambiental como um todo. O trabalho em grupo é fundamental para o êxito

nas aplicações das atividades.

Segundo os PCNs:

“...mais do que informações e conceitos, a escola se

proponha a trabalhar com atitudes, com formação de

valores, com o ensino e a aprendizagem de

habilidades e procedimentos”. (Parâmetros

Curriculares Nacionais, 2000)

Com a necessidade da implementação de atividades que levassem os

alunos a compreenderem que é preciso colaborar com a preservação do

meio ambiente, principalmente no que tange a Educação Ambiental, foi feita

uma análise sobre a definição de Educação Ambiental utilizando a

abordagem metodológica oferecida pelas leituras e trocas de informações

entre o corpo docente da Unidade Escolar e principalmente na LDB - Lei de

Diretrizes e Bases da Educação (9394/96), os Parâmetros Curriculares

Nacionais (2000), e ainda artigos acerca da Educação Ambiental (Agenda

21, Carta da Terra).

Por esse motivo, foi necessário inserir atividades de Educação

Ambiental nas disciplinas de maneira interdisciplinar em todas as práticas

cotidianas da escola buscando a formação de uma sociedade consciente em

face de um desenvolvimento sustentável.

Uma das formas de levar a conscientização aos discentes é pela ação

direta da escola. Com aplicação de atividades nas quais o educando

participe, ativamente, através da leitura de textos, livros atuais, vídeos,

debates, pesquisas, produção de materiais, palestras, experiências e outras

mais, que desenvolvam nos educandos reflexões críticas, compreendendo

os problemas que afetam a comunidade onde vivem, refletindo e criticando

as ações que desrespeitam e, muitas vezes, destroem um patrimônio que é

de todos.

Algumas reflexões poderiam ser abordadas como: Para onde vai o

lixo que produzo na sala? Como poderia contribuir para a redução dos

problemas referentes ao excesso de resíduos orgânicos e inorgânicos

produzidos na escola? Tudo que tem na lixeira de minha escola é mesmo

lixo? O que a falta de um destinamento correto para os resíduos escolares

pode causar a minha comunidade? Porque não existe coleta seletiva na

minha escola? Porque destruo as carteiras que servem para sentar e

estudar? Porque as paredes das salas estão sempre riscadas? Porque as

salas estão sempre sujas?

A própria Constituição Federal de 1988 e a Lei de Educação

Ambiental (Lei nº 9795) incorporam esta evolução conceitual, como se vê no

art. 1º da Lei 9795:

“Entendem-se por educação ambiental os processos

por meio dos quais o indivíduo e a coletividade

constroem valores sociais, conhecimentos,

habilidades, atitudes e competências voltadas para a

conservação do meio ambiente, bem de uso comum

do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua

sustentabilidade”. (Lei de Educação Ambiental art. 1º

Lei nº 9795).

Após toda reflexão sobre estas questões levantadas, cabe aos

professores e coordenadores elaborarem atividades que levem os alunos a

entenderem que o Ambiente Escolar deve ser cuidado e preservado. Assim,

espera-se modificar de maneira significativa o modo de pensar,

comportamento individual e coletivo para se construir um ambiente melhor

para todos que nele vive. A Educação Ambiental não se encerra na escola.

Ela deve ser vista como um processo contínuo que sempre acompanhará o

indivíduo ao longo de sua vida.

Tomemos da Política Nacional de Educação Ambiental instituída pela

Lei no 9.795/99 uma definição bastante precisa de Educação Ambiental:

Art. 1º “Entende-se por educação ambiental os

processos por meio dos quais o indivíduo e a

coletividade constroem valores sociais,

conhecimentos, habilidades, atitudes e competências

voltadas para a conservação do meio ambiente, bem

de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade

de vida e sua sustentabilidade” (Lei de Educação

Ambiental art. 1º Lei nº 9795)

A reflexão a respeito dos problemas ambientais exige e exigirá da

sociedade atitudes mais sérias e rápidas, para assegurar a sustentabilidade

dos recursos naturais e a qualidade de vida. Assim, a escola – com a

educação formal – pode e deve contribuir para com o desenvolvimento do

indivíduo, mudando seus hábitos, apurando seu senso crítico, suas atitudes

e valores. A escola possui um espaço político importante par promover a

mudança social.

Segundo Pedrini (2002)

“Nesta linha de pensamento, ela pode atuar como

agente do processo educativo, podendo capacitar e

potencializar os educandos para uma reflexão crítica

da sociedade, abrindo, portanto, o caminho de

mudanças”. (Pedrini, 2002 p.140)

Sem o envolvimento da escola, enquanto segmento organizado,

essas mudanças dificilmente irão acontecer. O processo de sensibilização

dos educandos ajudará na aquisição de conhecimento, de valores éticos e

morais, ampliando sua formação, melhorando a sua qualidade de vida e

preparando-o para o futuro. Logo os educandos estarão multiplicando o

conhecimento adquirido no Ambiente Escolar, ajudando na preservação para

as gerações atuais e futuras.

Com a interdisciplinaridade a aplicação das atividades relativas à

conscientização das questões ambientais, foi muito mais fácil. Quando se

trabalha em grupo em um único objetivo as ações se tornam mais

prazerosas, tanto para os professores, tanto para os educandos. O

conhecimento é repassado e assimilado com mais facilidade, de forma

descontraída e objetiva. As atividades e ações preparadas promoverão a

sensibilização da comunidade escolar sobre a importância e a necessidade

da preservação e da conservação da Unidade Escolar e também a casa

onde residem, bairro e cidade. Logo, é fundamental que essas atividades

perpetuem para que não só a escola seja abrangida pelas mudanças de

atitudes sócio-ambientais, de cidadania, saúde, higiene e segurança.

Logo os resultados são os melhores possíveis. Percebemos que a

escola exerce forte influência na transformação de comportamentos dos

alunos que quando estimulados, desenvolvem mais o seu lado criativo e

melhoram as notas.

“As crianças gostam de aprender quando os adultos

as conduzem por um longo tempo de forma

cuidadosa, mas com rigor”. (BUEB, 2008). E (WISKE,

2007) afirma que, “A tarefa dos professores deve ser

engajar, motivar, inspirar e apoiar seus alunos no

difícil processo de desenvolver, avaliar e refinar sua

compreensão”. (BUEB, 2008 p.28), (WISKE, 2007 p.

28).

A participação dos alunos nas atividades demonstra o grau de

comprometimento e de interesse pela atividade realizada e pela preservação

do meio. O projeto exige que os alunos tenham pensamentos claros diante

das questões levantadas e consciência que deve se importar com os outros

e com o mundo em que vivem. A escola é a extensão da sociedade e talvez

a parte mais conservadora.

Segundo ARMSTRONG, (2008), uma sociedade que muda suas

estruturas educacionais muda a si mesma. Não permitindo as mudanças nas

escolas, ela está retardando o próprio desenvolvimento como sociedade. Na

verdade o processo é inverso. É a escola que pode mudar e melhorar a

sociedade através de cidadãos cônscios de seus direitos e deveres,

entendendo que uma sociedade se faz de pessoas engajadas com o bem

comum.

Assim, afirma REGO, (2006):

“A escola, espaço privilegiado para educar a

intersubjetividade, pode ser também espaço onde a

geografia supera a disciplinaridade coisificante para

se converter na produção de saberes que façam da

transformação do espaço vivido o objeto catalisador

de pensamentos e ações dos educandos”. (REGO,

2006, p. 38).

O conhecimento de preservação ambiental produzido na escola pode

ser observado no comportamento dos alunos dentro e fora da escola. O

processo multiplicador de conhecimento é natural. São as ações e os

exemplos que marcam o aprendizado, eles são melhores absorvidos do que

a teoria. Com o tempo esse comportamento passa a ser natural e cotidiano.

A escola deve manter em vista os comportamentos dos alunos e intervir

sempre que possível. O projeto deve ser reavaliado e adequado para todas

as inovações. Se o projeto for abandonado, aos poucos vão se perdendo o

sentido e o objetivo das atividades.

A escola deve orientar os pais sobre a importância do projeto que a

Escola esta desenvolvendo e de sua participação no processo de educação

de seus filhos. Tudo o que ensinamos deve ter significado para quem

aprende. Em casa, pais e filhos devem trocar informações e colocar na

prática tudo que o aluno aprendeu nas atividades. Precisamos dar exemplos,

precisamos ser a mudança que pregamos. O nosso exemplo é muito

importante. Pelas nossas ações, acrescentamos substância e vigor à busca

por uma vida sustentável. Os bons exemplos são fundamentais para a

formação de valores nas novas gerações.

Muitos ambientalistas acreditam que serão necessários os esforços

de todas as instituições sociais, trabalhando juntas, para minimizar o impacto

do homem no mundo nas próximas décadas. A educação exerce um papel

fundamental entre essas instituições sociais. É nela que a atual geração de

crianças, deverá tomar conhecimento da situação do planeta. Elas

provavelmente serão as mais atingidas pelas rápidas mudanças ambientais.

As crianças que freqüentam a escola de hoje, no futuro precisarão tomar

decisões políticas sociais referentes às questões ambientais, evitando assim

os efeitos mais drásticos no meio ambiente.

Segundo HUTCHISON (2008):

Os líderes escolares podem ajudar a mitigar as

práticas do, com insustentáveis das escolas,

instituindo com o apoio de alunos e funcionários, uma

auditória ambiental da escola que identifique o fluxo

de energia, recursos e resíduos que nela circulam.

(HUTCHISON, 2008, p. 54)

Com esse estudo pode-se detectar o fluxo de recursos e produtos

residuais que circulam na escola, incluindo papel, plásticos, sobras de

comida, suprimentos artísticos (trabalhos escolares produzidos por alunos

que após o uso são descartados), embalagens e outros materiais. Tudo

pode ser separado e reaproveitado. Os papéis, por exemplo, podem ser

reciclados e trabalhados nas aulas de Educação Artísticas, nas aulas de

Português ser usados como rascunho nas produções de texto, nas aulas de

Matemática ser usados como rascunho nos cálculos matemáticos.

É também importante salientar o uso racional da energia elétrica em

todo o ambiente escolar. É preciso criar o hábito de desligarmos todos os

aparelhos que consomem energia quando não estiver sendo usados. A

água, também é importante. Sua qualidade de ver sempre avaliada e

preservada para que os alunos tenham sempre água de qualidade para

fazer uso. É necessário fazer manutenções hidráulicas periodicamente para

evitar o desperdício com vazamento.

Assim destaca (LA TAILLE, 2008):

“...viver implica refletir sobre quem queremos ser, uma

educação que vise à conscientização dos alunos

sobre o seu papel como habitantes da Terra não pode

limitar-se aos aspectos técnicos da questão. Ela deve

levar os jovens a pensar os jovens sobre o que, afinal,

é ser humano”. (LA TAILLE, 2008, p. 19)

A escola esta sendo chamada para interagir com os demais

segmentos institucionais, na linha de frente na busca de soluções

sustentáveis para que o planeta possa continuar existindo e sendo um lugar

habitável para as futuras gerações. E que essas gerações entendam a

necessidade de preservar o planeta em que vive.

Os exemplos de sustentabilidade que levamos para sala de aula,

somente “funciona” se for significativo para os alunos. Uma maneira de

mostrar o significado do que ensinamos é apresentar algum tipo de

aplicação, mas esta não é a única forma de fazê-lo. As ações devem ter

significado para quem aprende. É preciso demonstrar de acordo com a sua

realidade, seus conhecimentos e vivências, para se obter êxito nas aulas

teóricas e práticas. O rendimento nas aulas é infinitamente melhor. Quando

enchemos de conteúdos que não condiz com a sua realidade, o aluno não

consegue encontrar aplicabilidade no que aprendeu e o resultado é um

desastre.

Assim diz BUEB, (2008):

“Como o aluno irá aprender a propósito do ambiente,

os conteúdos programáticos lecionados, tornar-se-ão

uma das formas de tomada de consciência, tornando-

se, mais agradáveis e de maior interesse para o

aluno”. (BUEB, 2008).

A prática de Educação Ambiental nesse enfoque enfrenta dois

grandes desafios: o primeiro exige que os educadores possuam um amplo

conhecimento sobre os problemas ambientais e o segundo é a capacidade

para desenvolver ações educativas com pessoas de culturas deferentes. No

entanto, o sistema educacional brasileiro não forma profissionais com esse

perfil.

Os professores são portadores de uma visão global de ambiente,

além da visão mais específica da realidade escolar. Este conhecimento

permite que eles sejam capazes de interpretar a realidade e conduzir-se

através de representações. Há, entretanto, alguns obstáculos que impedem

que eles adotem posturas mais críticas, o que nos impõe uma reflexão de

que a dimensão ambiental não pode estar restrita ao imaginário coletivo,

devendo sair do confinamento perceptivo e oferecer caminhos que possam

favorecer a participação ativa.

Nessas atividades, o forte é a utilização de determinados recursos

e/ou estratégias pedagógicas, como folders, cartazes, cartilhas, revistas em

quadrinhos, campanhas de esclarecimentos, vídeos, chamadas apelativas

na mídia, jingles, interpretação de “músicas ecológicas” por corais, bandas,

conjuntos etc. peças de teatro, minicursos, palestras, vivências, programas

de rádio, literatura de cordel, abordando temas ambientais geralmente

desvinculados de uma proposta educativa mais ampla.

Assim a Proposta de Diretrizes Curriculares Nacionais para a

Educação Ambiental diz:

Existe uma grande demanda dos sistemas de ensino,

educadores, alunos e cidadãos a respeito da

Educação Ambiental no ensino formal, devido à

percepção da premência do enfrentamento dos

complexos desafios ambientais. Devem ser

consideradas as necessidades planetárias, as

discussões, avanços históricos e experiências

acumuladas quanto à temática no Brasil e no âmbito

internacional. Todo este contexto fortalece o

reconhecimento do papel transformador e

emancipatório da Educação Ambiental, exigindo a

revisão da referência superficial da transversalidade e

da interdisciplinaridade contida na sua normatização

para o ensino formal, que se apresenta desconexa,

reducionista, desarticulada e insuficiente. (Proposta

de Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação

Ambiental, 2001).

Para Sonia Maria Muhringer, para que seja possível desenvolver o

trabalho consciente de educação para a sustentabilidade, é preciso que as

escolas e os educadores percebam que se trata de um campo de muitos

conflitos, onde a questão econômica tem seu peso. Aliás, a complexa idéia

de sustentabilidade está alicerçada justamente na harmonização dos muitos

fatores envolvidos no uso racional dos recursos e um deles é a viabilidade

dos projetos.

“As decisões do cotidiano da escola refletem os

problemas macroambientais, são as mesmas

contradições da sociedade como o todo. Será

necessário investir, sobretudo energia, na implantação

de rotinas e estruturas que tornem possível até

mesmo ações relativamente simples como coleta

seletiva”. (MUHRINGER, 2008).

Alguns dos aspectos importantes é a nomeação de um coordenador

para acompanhar e articular as atividades desempenhadas na escola. A

direção, coordenação, professores e funcionários administrativos devem

trabalhar juntos. Todos são responsáveis pelo desenvolvimento do trabalha.

CAPÍTULO II

A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

NO PROCESSO EDUCATIVO

Entende-se por Educação Ambiental os processos por meio dos quais

o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos,

habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio

ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida

e sua sustentabilidade.

Segundo Guerra (2002), no Fórum das ONGs, realizado

paralelamente à Conferência Rio 92 (o qual produziu a Agenda 21), Tratado

de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade

Global, "reconhece o papel central da educação na formação de valores e

na ação social e para criar sociedades sustentáveis e eqüitativas

(socialmente justas e ecologicamente equilibradas)", ele considera a

Educação Ambiental:

"...um processo de aprendizagem permanente

baseado no respeito a todas as formas de vida, o que

requer responsabilidade individual e coletiva em

níveis: local, nacional e planetário". (Guerra, 2002)

Com base na Agenda 21, documento de referência para a

implantação da Educação Ambiental e acordos de preservação do meio

ambiente em todo mundo, é possível ver que o ensino, inclusive o ensino

formal, a consciência pública e o treinamento devem ser reconhecidos como

um processo pelo qual os seres humanos e as sociedades podem

desenvolver plenamente suas potencialidades. Tanto o ensino formal como

o informal é indispensável para modificar e aprimorar as atitudes dos

estudantes, para que estas tenham capacidade de avaliar os problemas e

corrigi-los.

Diante da perspectiva de uma escola preparada para tratar das

questões ambientais e voltada para a formação de cidadãos críticos,

reflexivos e, plenamente, conscientes de seus direitos e deveres é que se

encontra o ambiente ideal para o desenvolvimento e formação de valores,

indo além dos conteúdos aplicados em sala de aula. Fornece mais que

informações e conceitos (por vezes errôneos trazidos em certos materiais

didáticos), contudo, valorizando comportamentos, experiências, habilidades

que possam favorecer o trabalho que o tema propõe dentro do currículo e

nas práticas cotidianas de todos.

Outro fator determinante na inserção da Educação Ambiental na escola de

maneira interdisciplinar, transversal e efetiva é, sem dúvida, a formação adequada

e o aperfeiçoamento do profissional docente (capacitação e oficinas), sobretudo, a

esse respeito, os Parâmetros Curriculares Nacionais ressaltam que:

“O educador ambiental na escola necessita, assim

como o educando, apreciar e valorizar o trabalho que

está se propondo realizar, buscando formação mais

especializada, informações atuais, publicações acerca

do assunto, sentindo-se parte integrante do processo,

contribuindo para a diminuição dos inúmeros

problemas que a ignorância sobre “as conseqüências

dos nossos atos de hoje podem causar ao planeta em

um futuro bem próximo”. (Parâmetros Curriculares

Nacionais, 2000, p.30)

As propostas metodológicas sugeridas para a efetivação e inserção

da Educação Ambiental no currículo e nas práticas escolares devem

considerar as dimensões cognitivas de valoração e de habilidades que, em

conjunto, possam contribuir para a diferenciação da qualidade do ensino-

aprendizagem e para que possamos de certa forma, garantir um futuro

melhor, mais civilizado e muito mais consciente dos males causados à

natureza ao longo de todos esses séculos.

(...) a EA tem o importante papel de fomentar a

percepção da necessária integração do ser humano

com o meio ambiente. Uma relação harmoniosa,

consciente do equilíbrio dinâmico da natureza,

possibilitando, por meio de novos conhecimentos,

valores e atitudes, a inserção do educando e do

educador como cidadãos no processo de

transformação do atual quadro ambiental do nosso

planeta. (Mauro Guimarães, 2000, p.15)

As práticas educativas devem ser fiscalizadas e praticadas por todos

no ambiente escolar. As mudanças são lentas, mas com um pouco de boa

vontade e a percepção de que todos estão se empenhando para manter o

ambiente escolar limpo e conservado é pouco provável que alguém venha a

cometer erros antes cometidos.

Segundo JACOBI (2005) a participação deve ser a base das práticas

de educação ambiental e considerando o quadro de agravamento cotidiano

da crise ambiental, esta representa um instrumento essencial para a

transformação das relações entre sociedade e ambiente.

Com este intuito, a participação dos alunos é fundamental para

melhorarmos não só o ambiente escolar, mas o ambiente em que ele vive:

casa, cidade e estado. O que ele aprende na escola, será multiplicado em

sua casa com seus familiares, amigos, vizinhos e em todo lugar por onde ele

passar. Daí a Educação Ambiental praticada nas atividades escolares é

extremamente importante. Segundo a citação de Pedrini:

“Educação Ambiental é um processo para propiciar às

pessoas uma compreensão crítica e global do

ambiente, para elucidar valores e desenvolver atitudes

que lhes permitam adotar uma posição consciente e

participativa a respeito das questões relacionadas

com a conservação e adequada utilização dos

recursos naturais, para a melhoria da qualidade de

vida e a eliminação da pobreza extrema e do

consumismo desenfreado”. (Pedrini, 2002 p.73).

Não resolveremos os problemas de insustentabilidade socioambiental

com as mesmas atitudes educacionais do passado. O processo de

Educação Ambiental exige práticas revolucionárias que envolvam as

pessoas, fazendo-as entender que seus atos e atitudes refletirão

diretamente nas novas gerações. As práticas escolares devem ser

repensadas, melhoradas e adaptadas para atender a demanda.

Com o crescimento tecnológico e a influências que eles exercem

sobre as pessoas, a escola pode utilizar desse meio de comunicação na

formação das crianças e dos adolescentes. É preciso reconhecer a função

da escola como local privilegiado para se praticar a Educação Ambiental.

Dessa forma a mídia trás informações em tempo real sobre problemas

ambientais do país e do mundo. Sem contar que a tecnologia associada à

internet fascina e encanta os adolescentes que passam grande parte do

tempo conectado. Todos esses recursos podem ser usados para ajudar na

disseminação de informação das questões ambientais.

Segundo BUCKINGHAM, (2008):

“Os meios digitais têm enorme potencial para o

ensino, mas é difícil realizar esse potencial se eles

são considerados apenas tecnologias, e não formas

de cultura e comunicação”. (BUCKINGHAM, 2008).

Essas informações podem ser usadas como material facilitador na

prática da Educação Ambiental. Os veículos de comunicação são capazes

de incentivar o pensamento crítico sobre as mudanças sofridas no planeta e

contribuir para as ações transformadoras da realidade. Logo, os meios de

comunicação oferecem uma possibilidade singular de inserir na realidade do

aluno os avanços na área tecnológica e científica nas salas de aula.

De acordo com CALDAS:

“A democratização do saber científico é essencial

para que, além da tomada de consciência, todos

sejam capazes de atuar de forma crítica nos

processos sociais que envolvem o meio ambiente. O

desenvolvimento e as pesquisas das áreas de ciência

e tecnologia oferecem instrumentos que podem

contribuir para amenizar ou até resolver diversos

problemas ambientais e a Educação Ambiental pode

criar os alicerces para que toda a sociedade se

empenhe e determine sua utilização”. (CALDAS,

1999)

Apesar de todo o esforço para inserir a Educação Ambiental nos

temas transversais, esse avanço foi tímido ao longo do tempo. Os

professores ainda encontram dificuldades para ter acesso a materiais

didáticos relativos ao tema, as informações disponíveis são pouco

divulgadas e de algumas vezes são imprecisas, incompletas ou

desatualizadas, facilitando assim a elaboração de conceitos errôneos

estabelecidos nos princípios da Educação Ambiental. Além disso, a

divulgação de esclarecimentos básicos no que tange à Educação Ambiental,

os mecanismos adotados para promover o desenvolvimento sustentado e

como fazê-los não é transmitido para os educadores. Tudo isso poderia ser

transmitido por meio de cursos, palestras e capacitações.

Os recursos destinados são mal aplicados – por falta de habilidade

nesta questão que é nova na escola – e às vezes nem chegam até a

Unidade Escolar, é desviado para outros setores que não é da educação e

usado em outras finalidades. A estrutura física da escola também contribui

para a possível degradação do meio ambiente. Não existe planejamento

ecológico na hora de se construir ou reformar a Unidade Escolar. A

manutenção das partes elétricas e hidráulicas quase não é feita.

Outro fator importante é a falta de estímulo do profissional de

Educação. A má condição de trabalho, a falta de compromisso dos alunos,

baixa remuneração e desinteresse do poder público, levam os educadores à

não terem estímulos em desempenhar suas atividades, pois não há

condição de fazê-las.

A omissão da família, também é fator importante. A ajuda da família

no processo de Educação Ambiental contribuiria na aquisição de novos

hábitos de preservação do meio onde vive, vivenciaria novas experiências e

mudaria de atitudes na realização de algumas atividades domésticas.

Sem essas contribuições, o professor se vê solitário, travando uma

luta desigual, tendo que fazer das “tripas coração”, exercer funções, que não

é sua e que muitas vezes não tem habilidades para desempenhar.

Para GADOTTI, (2008):

“O sistema formal de educação, em geral, baseia-se

em princípios predatórios e em uma racionalidade

instrumental, reproduzindo valores insustentáveis.

Para introduzir uma cultura de sustentabilidade nos

sistemas educacionais, é preciso reeducar o sistema.

Ele faz parte do problema, não é somente parte da

solução. Estou convencido de que a sustentabilidade

é um conceito poderoso, uma oportunidade para que

a educação renove seus velhos sistemas, fundados

em princípios e valores competitivos, e introduza uma

cultura da sustentabilidade e da paz nas comunidades

escolares a fim de que sejam mais cooperativas e

menos competitivas”. (GADOTTI, 2008, p. 13).

Com a participação da família, a Escola passa a ter ajuda também da

educação não-formal que não deixa de ser tão importante quanto a formal.

A Escola consegue ampliar os conhecimentos dos alunos e dos pais,

incentivando e conscientizando as mudanças de hábitos da família. É

evidente, portanto, a importância da participação dos pais na educação dos

filhos em todos os âmbitos da Educação. Os pais precisam estar atuando

junto com a escola no processo de aprendizagem dos alunos.

Educar para uma vida sustentável é o mais importante hoje. A

atividade escolar foi, é e será o método mais eficaz para contribuir para

desenvolvimento sustentável. É preciso reorientar os programas

educacionais existentes para promover conhecimentos, competências,

habilidades, princípios, valores e atitudes relacionados com a

sustentabilidade. As atividades precisam ser vivenciadas pelos educandos,

eles precisam entrar em contato e conhecer as necessidades de seu habitat,

pois a prática funciona melhor que o discurso.

Segundo GADOTTI, (2008), mais do que educar para o

desenvolvimento sustentável, devemos educar para a sustentabilidade ou,

simplesmente, educar para a vida sustentável. Nesse sentido, vida

sustentável é o estilo de vida que harmoniza a ecologia humana e a

ambiental mediante tecnologias apropriadas economias de cooperação e

empenho individual.

De acordo com LA TAILLE, (2006):

“As estratégias educacionais que visem a preparar os

alunos para o bom trato do meio ambiente, para o

chamado “desenvolvimento sustentável”, para a

convivência harmoniosa dos homens para o seu

planeta e para a própria sobrevivência da humanidade

devem imperativamente focar o grave problema do

consumo”. (LA TAILLE, 2006, p. 16).

Se por um lado às escolas começam a multiplicar os bons exemplos,

por outro lado existe um longo caminho a percorrer na visão dos

especialistas. Para o consultor Marcelo Freitas, da Corporate Gestão

Empresarial e da organização Escola Responsável, a visão das escolas

sobre a sustentabilidade ainda é muito restrita e:

“No campo pedagógico, elas têm um bom discurso,

política e educacionalmente corretos. Entretanto, nas

práticas gerenciais, ainda deixa muito a desejar.

Credito isso a um conservadorismo extremo, à

pequena permeabilidade dos seus gestores e a uma

falta de contato com seus pares de outros segmentos”

(FREITAS, 2008).

Se bons exemplos são fundamentais para a formação de valores nas

novas gerações, a Escola começa a desenvolver iniciativas cada vez mais

maduras que conseguem conciliar os projetos didáticos com propostas

realistas de responsabilidade ambiental, incorporadas ao cotidiano da

Unidade Escolar. A própria escola precisa dar exemplo de seus padrões de

uso de energia, reciclagem e projeto de construção sustentável. Assim a

implementação das atividades sobre sustentabilidade.

Segundo FREITAS, não é apenas a prática de uma coleta seletiva e

reutilização dos materiais que torna a escola sustentável.

“A sustentabilidade tem fortes raízes em valores como

ética, o respeito e o compromisso com as futuras

gerações. Todas as escolas têm compromisso de

formar cidadãos para uma sociedade melhor, mais

consciente e justa. É pela prática que demonstrarão

isso a seus alunos”. (FREITAS, 2008).

Contudo, se as escolas ainda não se deram conta do papel

estratégico que desempenham na construção de um mundo sustentável,

com desafios como o aquecimento global e o esgotamento dos recursos

naturais, isso não tardará acontecer. Esta será, certamente, uma das

próximas fronteiras do desenvolvimento pedagógico.

Todas as pessoas têm direito desfrutar do meio ambiente

ecologicamente equilibrado, assim como também, tem o dever de mantê-lo

em perfeita harmonia, para o uso da coletividade e para as futuras gerações

para a melhoria da qualidade de vida no planeta. Com as atividades de

Educação Ambiental proposta na Escola, o meio ambiente está propenso a

ser protegido, conservado e sustentável.

De acordo com Dias (1992):

“É inegável que a educação ambiental contribui

significativamente para a proteção do meio ambiente

e a melhoria da qualidade de vida. Por este motivo,

muitas pessoas que se dedicam à educação formal,

como também à informal, têm interesse em conhecer

o que é a educação ambiental e de que maneira

realizar sua prática”. (DIAS, 1992, p. 399).

A definição de sustentabilidade vai além da preservação dos recursos

naturais e da capacidade de desenvolvimento sem destruir o Meio Ambiente.

As atitudes humanas devem ser equilibradas consigo e com o planeta. Ser

sustentável é fazer uso do necessário e não impedir que outros o façam.

Pensando nisso, CAMARGO, (2008), criou os dez mandamentos de

uma escola sustentável:

1. “Coerência: é preciso lutar contra o fosso entre a

teoria do que se faz em sala de aula e o que se

realiza no cotidiano da instituição”.

2. “Informação: embora nas escolas ainda seja um

processo inicial, há muitas experiências que

podem ser compartilhadas, como, por exemplo,

ONGs e empresas de outros segmentos. Do

mesmo modo, é preciso investir em formação

continuada também na área ambiental”.

3. “Cultura: sustentabilidade não se constrói com

ações pontuais, mas com transformação da

cultura interna, o que inclui mobilizar diretores,

coordenadores, professores, funcionários

administrativos, alunos e pais”.

4. “Paciência: nada se faz do dia para a noite, nessa

área. Mudar procedimentos arraigados leva

tempo. É um processo constante e crescente, com

idas e vindas”.

5. “Realismo: assim como o restante da sociedade, a

implantação de políticas de sustentabilidade nos

confronta com inúmeras contradições,

principalmente no que se refere aos aspectos da

viabilização econômica ou tecnológica”.

6. “Democracia: para se construir uma escola

sustentável, é preciso saber que nada se faz de

cima para baixo. É preciso saber ouvir e dialogar

com vários setores e interesses envolvidos”.

7. “Compromisso socioambiental: a noção de

sustentabilidade ultrapassa em muitos os limites

da escola. É preciso estimular os alunos a atrair a

comunidade circunvizinha, tornando a escola um

pólo difusor dessa nova consciência”.

8. “Criatividade: estamos em plena transformação.

Não há soluções esquematizadas. Cada escola

encontrará o seu caminho. Mas não se contente

apenas com a implantação de ações como a

coleta seletiva, embora essa seja um começo”.

9. “Metas: estabeleça metas de curto, médio e longo

prazo. Um projeto de amplo espectro com esse

torna-se mais eficiente se trabalhar dentro e

objetivos preestabelecidos”.

10. “Transversalidade: por fim, é sempre bom lembrar.

Sustentabilidade rima, com educação. É

importante que haja coerência e articulação entre

os projetos ligados à sustentabilidade e o que é

trabalho em sala de aula nas diferentes

disciplinas”. (CAMARGO, 2008, p. 34)

CAPÍTULO III

ATIVIDADES EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Neste capítulo descreverei uma atividade relacionada com a questão

ambiental, realizada no ano de 2009. A atividade “A Educação Ambiental

nas atividades escolares” partiu da necessidade de conscientizar os alunos

da importância das questões ambientais, da higiene mental, pessoal, do

ambiente familiar e da escola, para melhorar suas condições de vida.

Primeiramente foi feita uma discussão para avaliarmos o quanto os

alunos entendiam sobre o tema. Pois, se vamos mudar o modo de sermos é

preciso que essa mudança venha de dentro, que a pessoa queira modificar

seu jeito de ser, se não for assim não haverá sucesso. Chegamos a um

consenso e os alunos entenderam a necessidade de adotarmos modos de

agir tais como:

• Jogar lixo no lixo;

• Organizar as carteiras na sala;

• Limpar a lousa;

• Manter as carteiras, o chão, e as paredes limpas;

• Preservar os trabalhos expostos pelos colegas.

De forma a preservar o ambiente e o patrimônio escolar como forma

de melhorar suas condições de vida, estendendo-se a comunidade.

ATIVIDADES A SEREM REALIZADAS

Todas as disciplinas

• Pesquisa diagnóstica referente à higiene e limpeza da escola;

• Montagem de um painel, destacando as reivindicações dos alunos,

para dirigir novas ações;

• Limpeza dirigida e contínua;

• Confecções de cartazes com frases significativas incentivando o

processo de valorização pessoal.

AVALIAÇÃO

A avaliação dos alunos será medida pela mudança comportamental dos

mesmos.

Onde:

• As serventes observarão as salas após cada período e pontuarão as

mesmas de acordo com o grau de limpeza e organização;

• Será feito um painel com as notas dadas, possibilitando os próprios

alunos a auto-avaliação;

• Observaremos a reação dos alunos da sala na distribuição das

tarefas.

Atividades a serem desenvolvidas por disciplina

HISTÓRIA

• Resgate da história da escola, buscando as mudanças ocorridas em

todos os aspectos (arquitetônico, estrutural e visual).

ESTRATÉGIAS

• Pesquisas sobre a escola, criação e funcionamento;

• Entrevistas com ex-alunos;

• Observações das alterações estruturais feitas na escola a partir da

planta original, fotos, documentos, etc.

GEOGRAFIA E MATEMÁTICA

• Localização da escola, da cidade, do município, do estado, da região

e do Brasil.

ESTRATÉGIAS

• Mapeamento e construção da Maquete do Rio Imbassay na Cidade

de Dias D’ávila - Bahia;

• Pesquisas sobre a localização da escola.

CIÊNCIAS

• As conseqüências da falta de higiene na saúde;

• Problemas causados pelo lixo, e pela falta de higiene;

• Problemas da decomposição e acúmulo dos diferentes tipos de lixo

na unidade escolar;

• Reciclagem;

• Meio ambiente.

ESTRATÉGIAS

• Pesquisas;

• Coleta de material;

• Reciclagem de papel e confecção de objetos.

LÍNGUA PORTUGUESA E ESTRANGEIRA

• Rimas com palavras relacionadas com a limpeza;

• Poesias;

• Cordel;

• Corais;

• Redações, textos e músicas;

• Reprodução de temas de linguagem escrita para o visual;

• Frases;

• Teatro.

ESTRATÉGIAS

• Montagens de pequenos diálogos relacionados com a limpeza

(português e inglês);

• Confecção de cartazes, com frase em inglês e português sobre a

limpeza da classe e da escola.

EDUCAÇÃO ARTÍSTICA

• Artes com papel reciclado;

• Teatro;

• Paródias;

• Cartazes.

ESTRATÉGIAS

• Desenvolvimento, em grupos, de paródias sobre o tema, a partir de

uma música conhecida;

• Montagem de uma peça teatral referente ao tema.

MATEMÁTICA

• Problemas sobre a produção de lixo;

• Elaborarão de estatísticas;

• Gráficos;

• Planificação de sólidos.

ESTRATÉGIAS

• Elaboração de problemas referentes a decomposição de materiais

orgânicos e inorgânicos;

• Montagem de gráficos sobre a pontuação das classes.

EDUCAÇÃO FÍSICA

• Gincana da preservação "O Meio Ambiente Sou Eu".

ESTRATÉGIAS

• Campanhas de material de limpeza;

• Campanhas de alimento não perecíveis;

• Campanhas de doação de roupas;

• Doação de livros;

• Provas competitivas (relativas ao tema ou não);

• Montagens de cartazes para anotação de pontuação.

SELEÇÃO E PREPARAÇÃO DE MATERIAIS/RECURSOS A SEREM

UTILIZADOS

• Questionários;

• Cartazes;

• Maquetes;

• Desenhos;

• Planta do Prédio;

• Exposição dos trabalhos feitos;

• Campanhas educativas;

• Campanhas preventivas;

• Uso da rádio escolar;

• Relatórios;

• Gráficos;

• Redações;

• Textos;

• Filmes;

• Atividades físicas específicas.

AVALIAÇÃO DO TRABALHO

Ao final do ano, após seis meses do início do projeto, percebemos

que as ações deram resultado positivo. Conseguimos mobilizar 80% dos

alunos e mantivemos a escola limpa e o que é melhor, os alunos estavam

conscientes da necessidade de preservarmos o meio ambiente, a escola e o

meio onde vive. Tudo só foi possível com a colaboração da direção,

coordenação, professores, funcionários e, juntamente com os alunos que

colaboraram bastante.

A atividade escolar desempenha um papel importante no processo de

formação do indivíduo, criando condições favoráveis para desenvolver o

papel de cada um e contribuir para a melhoria da vida no planeta. A

finalidade desta educação para o ambiente foi determinada pela UNESCO,

logo após a Conferência de Belgrado (1975) e são as seguintes:

"Formar uma população mundial consciente e

preocupada com o ambiente e com os problemas com

ele relacionados, uma população que tenha

conhecimento, competências, estado de espírito,

motivações e sentido de empenhamento que lhe

permitam trabalhar individualmente e coletivamente

para resolver os problemas atuais, e para impedir que

eles se repitam”. (Conferência de Belgrado 1975).

Para avançar na questão da Educação Ambiental, urge se pensar na

formação de professores e dos demais integrantes da escola capacitando-os

constantemente, para que não sejam esgotados os conteúdos das

respectivas disciplinas.

A política de educação ambiental, principalmente nas atividades

escolares, deve ser pensada de modo a garantir a continuidade das

atividades realizadas em prol do meio ambiente. Outro fator que impede a

continuidade das atividades é a rejeição por parte de alguns professores que

ao final do projeto, as ações já foram realizadas e por não possuir mais

conteúdos, desistem das atividades. Daí a importância da capacitação dos

educadores.

Tais resultados confirmar o que expõem Rosa; Silva; Leite (2009), ao

dizer que os professores “não estão recebendo formação suficiente para

romper as correntes que os amarram à perspectiva educacional

conservadora”. (p.256). A fim de sanar ou reverter esse quadro Azevedo;

Silva; Sales; et al. (2009, s/n) sugerem que:

“A escola ressignifique e reconsidere o seu processo

de planejamento, a fim de rever práticas de ensino e

aprendizagem, com a finalidade de possibilitar ao

aluno o envolvimento com atividades prazerosas e

significativas, que venham atender ao seu interesse.

Sugerimos também que ela reveja sua proposta

didática, possibilitando ao professor autonomia para

desenvolver um trabalho, junto ao aluno, pautado no

conhecimento e preservação integrando as demais

áreas do conhecimento, como recurso para uma

aprendizagem significativa e reflexiva”. (Azevedo;

Silva; Sales apud Zuquim, 2010).

Graça; Campos (2009) completa dizendo que:

“O trabalho pedagógico com a questão ambiental

requer empenho e, principalmente uma interação da

escola com os demais setores sociais. As atividades a

ser desenvolvidas demandam aspectos

interdisciplinares que contribuirão para que a

compreensão dos alunos ocorra de maneira mais

fácil, favorecendo o seu entrosamento e atuação junto

aos temas ambientais, passando assim, a fazer parte

importante de um processo de conhecimento e

cooperação com o seu bem estar, dos outros, do meio

ambiente e, é claro, do planeta, permitindo que as

próximas gerações também possam usufruir dos

enormes benefícios que a natureza é capaz de

proporcionar”. (Campos apud Zuquim, 2010).

As atividades em Educação Ambiental são fundamentais para

conscientizarmos os educandos de maneira mais descontraída sobre a

realidade em que se encontra o planeta. Essas atividades devem ir além das

fronteiras da escola, de sua casa, de sua cidade. O processo de

conscientização da comunidade escolar pode desencadear iniciativas na

escola e na comunidade. O que eles assimilam deve acompanhar o

indivíduo por toda sua vida, garantindo um futuro melhor para as próximas

gerações.

Assim Souza (2000), afirma que o estreitamento das relações intra-

escolar é fundamental na conservação do ambiente da escola. Quanto mais

se mantém a proximidade com os alunos, mais os compreendemos e

entendemos suas necessidades.

Nesse sentido, a experiência da Escola Professora Altair da Costa

Lima pode ser utilizada como incentivo a projetos similares de educação

científica envolvendo não só a questão do meio ambiente, mas em

qualquer atividade que vise promover crescimento e o desenvolvimento do

ser humano. .

CONCLUSÃO

Este projeto representou o início de várias atividades relacionadas

com a mudança de hábitos em relação às questões ambientais. Através dele

podemos observar a transformação de conceitos que antes eram

desprezados e hoje faz parte do processo de formação de consciência

ambiental dos educandos. Os seres humanos são naturalmente aversos a

mudanças. Mas as atividades desenvolvidas na Unidade Escolar criaram

condições favoráveis para mudar conceitos de valores, convicções, culturas

e comportamento.

Com a conclusão das atividades no fim do ano letivo, o balanço foi

positivo. As mudanças eram visíveis, o ambiente escolar era outro. Daí é

preciso repensar os pontos positivos e negativos do projeto. A partir dessa

experiência é possível realizar outros projetos na unidade, relacionados a

outros temas que envolvam as experiências que os alunos foram expostos,

mas não esquecendo que o anterior já faz parte do currículo da escola. Ele é

o carro chefe das modificações e melhorias que a escola recebeu através

das ações dos alunos.

Assim, para efetivação de um projeto com essa importância, é

necessária a participação de todos os envolvidos com a comunidade

escolar: professores, coordenadores, pais, diretores e todos os funcionários

de apoio da unidade escolar, para que as ações sejam cumpridas de modo a

satisfazer as necessidades do projeto. Ainda que a falta de estrutura dificulte

a realização de algumas atividades, não é fator decisivo para a não

realização do mesmo.

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ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1 >> Levantamento do perfil ambiental

ANEXO 1

Levantamento do perfil ambiental

Escola Professora Altair da Costa Lima Itens a serem observados e analisados na Unidade Escolar

1. Se possui área verde;

2. Lixo (separação de lixo, redução, reutilização e reciclagem);

3. Água (qual a qualidade da água que consumo? Existe desperdício,

poluição);

4. Árvores (que tipo e qual o seu estado);

5. Respeito aos animais silvestres que vivem no ambiente escolar;

6. Noções de saúde (higiene, prevenção de doenças);

7. Estado de conservação e limpeza da escola (salas de aulas,

banheiros, quadra de esporte, cantina, biblioteca, sala de multimeios

e áreas livres);

8. Observar se a escola possui lixeira suficiente para suprir as

necessidades (lixeira em locais estratégicos);

9. Profissionais de limpeza (a escola possui funcionários suficientes para

a função).