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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
AVM FACULDADE INTEGRADA
PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO
DA QUALIDADE NA SECRETARIA DE PÓS-GRADUÇÃO DO
IFRJ – CAMPUS NILÓPOLIS
Por: Danielle Freitas de Andrade Soares
Orientador: Prof. Dr. Vilson Sergio de Carvalho
Rio de Janeiro
2013
DOCU
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
AVM FACULDADE INTEGRADA
Proposta de Implantação de um Sistema de Gestão da
Qualidade na Secretaria de Pós-Graduação do IFRJ – Campus
Nilópolis
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada – Universidade Candido Mendes como
requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Administração Escolar
Por: Danielle Freitas de Andrade Soares
AGRADECIMENTO
A Deus, que sempre abençoou minha
vida.
Ao Fabio, meu esposo, grande amigo
que sempre me valorizou e me
incentivou a sonhar.
Aos meus pais, que me deram a
oportunidade de estudar.
Às minhas irmãs Ellen e Gisele.
Aos meus sobrinhos Júlia, Manuela e
Lorenzo.
A todos que, de alguma forma,
contribuíram e tornaram possível a
realização deste trabalho.
RESUMO
Esta pesquisa propõe investigar como a implantação de um Sistema de Gestão da Qualidade pode aperfeiçoar o funcionamento e o atendimento da Secretaria Escolar de uma Instituição Pública. Tendo em vista que os serviços públicos geralmente são tachados como de baixa qualidade, o objetivo desse estudo é sugerir um modelo de implantação do Sistema de Gestão da Qualidade tendo como base a Norma ISO 9001:2008 para a Secretaria de Pós-Graduação do IFRJ – Campus Nilópolis. Este trabalho está dividido em três capítulos. No primeiro capítulo, pretendeu-se conhecer um pouco da história do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro – IFRJ, especialmente do Campus Nilópolis. No segundo capítulo, teve-se a intenção de compreender as Normas que tratam do Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ). E no terceiro capítulo, objetivou-se estudar qual a responsabilidade das organizações junto ao SGQ. Como resultado desta pesquisa conclui-se que a implantação de um Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) é o início da busca pela qualidade. Tem-se como desafio maior a implementação do SGQ que sinteticamente consiste em utilizar a rotina padronizada de acordo com a NBR ISO 9001 nos processos institucionais e buscar continuamente a melhoria organizacional.
METODOLOGIA
De acordo com GIL (2009) o procedimento utilizado para coletar os dados
numa pesquisa é o que define o delineamento da pesquisa. Abaixo, segue uma
explicação do referido autor:
O elemento mais importante para identificação de um delineamento é o procedimento adotado para a coleta de dados. Assim, podem ser definidos dois grandes grupos de delineamentos: aqueles que se valem das chamadas fontes de 'papel' e aqueles cujos dados são fornecidos por pessoas. No primeiro grupo estão a pesquisa bibliográfica e a pesquisa documental. No segundo estão a pesquisa experimental, a pesquisa ex-post-facto, o levantamento, o estudo de campo e o estudo de caso. (GIL, 2009: p. 43)
Segundo GIL (2009:44) "a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir
de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos
científicos". O autor relata que embora este tipo de pesquisa seja realizado em
quase todos os estudos, algumas pesquisas são constituídas unicamente de
fontes bibliográficas.
A pesquisa bibliográfica permite ao pesquisador buscar mais informações
do que se fosse pesquisar diretamente. Como principal desvantagem destaca-
se a possibilidade de algumas fontes pesquisadas possuírem dados incorretos
ou equivocados, comprometendo dessa maneira a qualidade da pesquisa.
A pesquisa documental é definida por GIL (2009) como muito semelhante
à bibliográfica, diferindo apenas na natureza das fontes. As fontes de uma
pesquisa documental consistem em: documentos oficiais, reportagens de
jornal, cartas, contratos, diários, filmes, fotografias, gravações, relatórios de
pesquisa, relatórios de empresas, tabelas estatísticas, etc. "A pesquisa
documental vale-se de materiais que não receberam ainda um tratamento
analítico" GIL (1999:46).
De acordo com as afirmações acima, este trabalho consiste numa
pesquisa bibliográfica e documental. A pesquisa é considerada bibliográfica
porque a pesquisa foi realizada em livros e documental devidos aos
documentos oficiais que foram pesquisados como: Estatuto do IFRJ, Plano de
Desenvolvimento Institucional do IFRJ, Regimento Geral do IFRJ; relatórios
(Relatório de Gestão do IFRJ).
Na primeira etapa, foi realizada uma pesquisa no Portal do IFRJ e a partir
dos documentos oficiais encontrados fez-se uma análise desses documentos
com o intuito de conhecer um pouco da história da Instituição (IFRJ) e do
Campus Nilópolis. A partir do estudo do Estatuto, do Regimento Geral, do
Plano de Desenvolvimento Institucional, do Relatório de Gestão e dos
procedimentos das secretarias acadêmicas de pós-graduação foi possível
caracterizar a infraestrutura física e a estrutura organizacional do Campus
Nilópolis, especialmente a secretaria de pós-graduação e destacar suas
principais atribuições.
Já na segunda etapa, as principais fontes de pesquisa foram a NBR ISO
9001:2008, NBR 9000 e o Livro "Sistemas de Gestão Integrados" do autor
Jorge Cerqueira. O intuito da pesquisa foi conhecer como surgiu a série ISO,
as principais atualizações das Normas de Qualidade, como funciona e se
estrutura a NBR ISO 9001: 2008.
Na última etapa, a fonte de pesquisa continuou a mesma da segunda
etapa sendo que o foco da pesquisa foi no Sistema de Gestão da Qualidade
dando ênfase em seus princípios, na função da alta administração e na
padronização das rotinas.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - O IFRJ 10
CAPÍTULO II - A Norma ISO 9001 20
CAPÍTULO III – O Sistema de Gestão da Qualidade 29
CONCLUSÃO 36
BIBLIOGRAFIA 37
INTRODUÇÃO
Neste trabalho monográfico será abordado o tema “Sistema de Gestão
da Qualidade (SGQ)”.
Esta pesquisa propõe investigar como a implantação de um Sistema
de Gestão da Qualidade pode aperfeiçoar o funcionamento e o atendimento
da Secretaria Escolar de uma Instituição Pública.
Tendo em vista que a Gestão da Qualidade tem sido requerida nas
Instituições de Ensino assim como nas outras Organizações, esta pesquisa
torna-se importante visto que os serviços públicos geralmente são tachados
como de baixa qualidade, os seus servidores possuem uma fama de que
não gostam de trabalhar e de que fazem um péssimo atendimento ao seu
público.
Esta pesquisa torna-se necessária à medida que propõe um modelo
de implantação do Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) à luz da Norma
ISO 9001. Segundo CERQUEIRA, (2012:2) “A vantagem da adoção de uma
norma do tipo da NBR ISO 9001 é empregar algo que já foi previamente
analisado e organizado para atender a todo tipo de negócio”.
A implementação do SGQ permite uma evolução na gestão das
organizações ao ponto de quebrar o paradigma das gestões que utilizam
seus esforços apenas para “apagar incêndios”, eliminando somente o efeito
indesejável causado pelo problema ao invés de solucionar a não
conformidade. (CERQUEIRA, 2012)
Como objetivo desse estudo, temos: Sugerir um modelo de
implantação do Sistema de Gestão da Qualidade tendo como base a Norma
ISO 9001:2008 para a Secretaria de Pós-Graduação do IFRJ – Campus
Nilópolis. Analisar o impacto da implantação de um Sistema de Gestão da
Qualidade na Secretaria Escolar de uma Instituição Pública. Verificar quais
são os desafios para a implantação de um Sistema de Gestão da Qualidade
na Secretaria de Pós-Graduação. Demonstrar quais são os procedimentos
para a implantação de um Sistema de Gestão da Qualidade na Secretaria de
Pós-Graduação. Facilitar o conhecimento do Sistema de Gestão da
Qualidade e incentivar a aplicação da NBR ISO 9001 pela comunidade do
Instituto.
Apesar das Normas da Família ISO 9000 terem sido criadas com o
objetivo de preparar as indústrias para competir no mundo globalizado. Essa
pesquisa foi desenvolvida sob a hipótese de que é viável a implantação de um
Sistema de Gestão da Qualidade em uma Instituição de Ensino e que o
desenvolvimento do SGQ é capaz de aperfeiçoar o funcionamento e o
atendimento da Secretaria Escolar de uma Instituição Pública.
Este trabalho está dividido em três capítulos. No primeiro capítulo,
pretendeu-se conhecer um pouco da história do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro – IFRJ, especialmente do Campus
Nilópolis. No segundo capítulo, teve-se a intenção de compreender as Normas
que tratam do Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ). E no terceiro capítulo,
objetivou-se estudar qual a responsabilidade das organizações junto ao SGQ.
CAPÍTULO I
O INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E
TECNOLOGIA DO RIO DE JANEIRO - IFRJ
Missão
Promover a formação profissional e humana, por meio de uma educação
inclusiva e de qualidade, contribuindo para o desenvolvimento do país nos
campos educacional, científico, tecnológico, ambiental, econômico, social e
cultural.
1.1 – Histórico do IFRJ
O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro
teve como origem a Escola Técnica de Química surgida em plena 2ª Guerra
Mundial, durante o Governo Vargas, integrante da Rede Federal de Ensino
Industrial, pois na época a área de química industrial era de interesse
estratégico nacional. (Portal IFRJ, 2012)
A Instituição iniciou suas atividades em 1943 com uma única turma de
24 alunos do Curso Técnico de Química Industrial (CTQI), na antiga Escola
Nacional de Química da Universidade do Brasil (atual UFRJ).
Em 1946, o CTQI foi transferido para as instalações da Escola Técnica
Nacional, hoje CEFET - RJ, onde permaneceu por 39 anos. Em 1959, passou a
ser uma Autarquia Educacional. Entre os anos de 1965 e 2008, a Instituição
teve várias denominações, entre elas: Escola Técnica Federal de Química da
Guanabara, Escola Técnica Federal de Química do Rio de Janeiro, CEFET
Química de Nilópolis / RJ. (Portal IFRJ, 2012)
Em dezembro de 2008, a Instituição já com quase 70 anos de tradição
transformou-se em Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio
de Janeiro – IFRJ através da Lei 11.892, de 29 de dezembro de 2008. O
Colégio Agrícola Nilo Peçanha que era vinculado à Universidade Federal
Fluminense foi integrado ao IFRJ e hoje é conhecido como Campus Pinheiral.
De acordo com o Estatuto, “o IFRJ é uma instituição de educação
superior, básica e profissional, pluricurricular, multicampi e descentralizada,
especializada na oferta de educação profissional e tecnológica nas diferentes
modalidades de ensino,...” (Estatuto IFRJ, 2009:3).
Atualmente o IFRJ é constituído por onze campi: Nilópolis, Maracanã,
Pinheiral, Duque de Caxias, Paracambi, São Gonçalo, Volta Redonda, Arraial
do Cabo, Realengo, Engenheiro Paulo de Frontin, Mesquita e a Reitoria
instalada no município do Rio de Janeiro. (Portal IFRJ, 2012)
São oferecidos Cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio – inclusive
na modalidade Jovens e Adultos; Cursos de Graduação nas Modalidades de
Bacharelado, Licenciatura e Cursos Superiores de Tecnologias e Cursos de
Pós-Graduação Lato e Stricto Sensu. (Portal IFRJ, 2012)
Figura 1: Mapa de localização dos Campi – IFRJ Fonte: Portal IFRJ
1.2 – Descrição do Campus Nilópolis
Em 1994 foi criada a Unidade de Ensino Descentralizada de Nilópolis
(UnED) da antiga Escola Técnica Federal de Química do Rio de Janeiro
(ETFQ-RJ). Na época existiam apenas dois Cursos Técnicos integrados ao
Ensino Médio: Química e Saneamento. Em 1999 passou a ser a sede do
CEFET Química – RJ. Em 2002 o Centro de Ciências e Cultura foi criado e
instalado no CEFET Química de Nilópolis/RJ. Finalmente em 2008 o Centro
Federal de Educação Tecnológica passa a Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia e esta unidade recebe o título de “Campus Nilópolis”.
(Portal IFRJ, 2012)
O Campus Nilópolis possui mais de 2500 alunos, funciona nos três
turnos, ofertando cursos presenciais de Educação Profissional desde o Ensino
Técnico de nível médio até Pós-Graduação stricto sensu. (Portal IFRJ, 2012)
Cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio:
Curso Técnico em Química
Curso Técnico de Controle Ambiental
Curso Técnico em Manutenção e Suporte em Informática (Educação de Jovens
e Adultos)
Cursos de Graduação:
Curso Superior de Tecnologia em Gestão da Produção Industrial
Curso Superior de Tecnologia em Produção Cultural
Curso Superior de Bacharelado em Produção Cultural
Curso Superior de Bacharelado em Química
Curso Superior de Licenciatura em Química
Curso Superior de Licenciatura em Física
Curso Superior de Licenciatura em Matemática
Cursos de Pós-Graduação:
Stricto Sensu - Mestrado Profissional em Ensino de Ciências
Lato Sensu - Especialização em Educação de Jovens e Adultos
Lato Sensu - Especialização em Linguagens Artísticas, Cultura e Educação
Lato Sensu - Especialização em Gestão Ambiental
1.2.1 – Infraestrutura Física
Segundo o Plano de Desenvolvimento Institucional do IFRJ, a área
construída do Campus Nilópolis é aproximadamente 9.500 m² e está distribuída
conforme abaixo. (PDI / IFRJ, 2009-2013)
• Salas:
28 salas de aula;
02 salas de aula de inglês;
01 sala de Desenho Técnico;
01 sala de Grêmio estudantil;
01 sala de Informática;
01 Sala de monitoria;
01 Sala de Artes;
01 Sala dos Professores;
01 Sala de Professores do Mestrado;
03 Secretarias Escolares (Ensino Médio e Técnico, Graduação e Pós-
Graduação)
22 Salas administrativas (Coordenadores dos Cursos, Equipe Técnico-
pedagógica, Reuniões, Coordenação de Extensão, Coordenação de Integração
Escola-Empresa, Coordenação de turnos, Coordenação de áreas, Conselho de
ética, Coordenação de Segurança e Administração de Ambientes
Tecnológicos, Coordenação de Suporte de Tecnologia da Informação e
Comunicação, Protocolo, Prefeitura, Compras, Financeiro, Gestão de Pessoas,
Gabinete da Direção e três salas de Diretores);
• Laboratórios:
Laboratório de Pesquisas e Prestação de Serviços. 25m²
Laboratório de Química Geral. 100m²
02 Laboratórios de Química Orgânica. 100m²
Laboratório de Química Inorgânica. 100m²
Laboratório de Físico-Química e Corrosão. 100m²
Laboratórios de Química Analítica. 100m²
Laboratório de Análise Instrumental. 100m²
Laboratório de Bioquímica. 100m²
Laboratório de Sistema Residuário. 100m²
02 Laboratórios de Metrologia. 100m²
Laboratório de Biologia. 100m²
Laboratório de Microbiologia. 100m²
Laboratório de Bioensaio. 100m²
Laboratório de Informática. 100m²
Laboratório de Hardware. 100m²
Laboratório de pesquisa e informação. 100m²
02 laboratórios de Física Básica. 100m²
Laboratório de Física Moderna. 100m²
Laboratório de Produção Cultural. 100m²
Laboratório de áudio. 100m²
Laboratório de vídeo. 100m²
Laboratório de construção de materiais educativos. 100m²
Laboratório das licenciaturas. 100m²
Laboratório de estratégias didáticas. 100m²
Laboratório de microscopia. 100m²
Laboratório de aplicações. 100m²
• Sanitários:
4 banheiros para servidores (2 masculinos e 2 femininos);
4 banheiros de alunos (2 masculinos e 2 femininos)
1 banheiro na sala da direção;
1 banheiro no Serviço Médico e
2 vestiários (masculino e feminino).
• Biblioteca:
A Biblioteca possui 225m², aproximadamente 3000 títulos, tem capacidade
para 60 alunos, funciona de segunda-feira a sexta-feira das 8h às 22h. Possui
alguns computadores com acesso a internet, mesas para estudo em grupo e
individual.
• Demais Ambientes:
Auditório com capacidade para 180 pessoas;
2 plantas para tratamento de efluentes (1 físico-químico e 1 biológico);
Quadra coberta poliesportiva;
Piscina semi-olímpica;
Sala de musculação;
Posto médico e enfermaria;
Almoxarifado;
Setor de Reprografia e Audiovisual;
Horto de plantas medicinais e
Copa.
1.2.2 – Estrutura Organizacional
O campus Nilópolis é dirigido por uma diretoria geral que conta com o
auxílio de mais três diretorias adjuntas, a saber: diretoria de ensino, diretoria de
administração e diretoria de apoio técnico ao ensino. (Relatório de Gestão
IFRJ, 2012)
O campus Nilópolis possui 148 docentes, dentre estes 46 são
qualificados como doutores, 69 como mestres, 14 como especialistas e 19
como graduados. (Relatório de Gestão IFRJ, 2012)
Atualmente o campus possui 116 servidores administrativos, sendo 20
de nível superior, 76 de nível médio e 20 de nível fundamental. (Relatório de
Gestão IFRJ, 2012)
Abaixo, segue o organograma administrativo do Campus Nilópolis.
Figura 2: Organograma Administrativo do Campus Nilópolis Fonte: Portal IFRJ
1.3 – Caracterização da Secretaria de Pós-Graduação do Campus Nilópolis
A Secretaria de Pós-Graduação do Campus Nilópolis foi criada em 2008
em função da aprovação pela CAPES do Mestrado Profissional em Ensino de
Ciências. Inicialmente esta Secretaria funcionava dentro da Pró-Reitoria de
Pós-Graduação, pois desde 1999 o Campus Nilópolis (na época sede do
CEFETE Química) além de administrar todos os setores comuns a uma
Instituição de Ensino, também mantinha todos os setores sistêmicos (Reitor,
Pró-Reitores e diversas Diretorias). Finalmente em 2011 foi aprovado o aluguel
de um prédio para alocar esses setores sistêmicos (Reitoria). A partir desse
momento, iniciou-se a reestruturação dos setores, pois a maioria deles estava
dividindo espaço e tarefas com as Pró-Reitorias e Diretorias.
Atualmente o espaço da Pós-Graduação é de aproximadamente 120m²
e abriga a Secretaria de Pós-Graduação, duas salas de aulas, uma sala de
estudo, um laboratório de produção gráfica e uma sala para editoria da Revista
Ciências & Idéias.
O corpo administrativo da Secretaria de Pós-Graduação é composto por
dois servidores que exercem a função de Coordenador da Secretaria e Vice-
Coordenador. Esses dois servidores são auxiliados por uma aluna da
graduação que recebe uma “bolsa de monitoria”.
A Secretaria de Pós-Graduação funciona de segunda-feira a sexta-feira
de 8h às 18h. Ela é “o órgão central de registro e controle das atividades
acadêmicas da Pós-Graduação” (IFRJ, 2011:2).
É uma instância normativa que tem o objetivo de controlar as funções acadêmicas do discente, desenvolvendo os procedimentos de anotar, registrar e acompanhar o percurso e o desempenho do aluno até a etapa da sua integralização curricular. Deve proceder à orientação acadêmica aos estudantes, bem como, acompanhar a legislação vigente, as normas e os regulamentos internos. (IFRJ, 2011: p. 2).
1.3.1 – Principais Atribuições da Secretaria de Pós-Graduação
A principal atribuição da Secretaria de Pós-Graduação é documentar e
registrar a vida do corpo discente mantendo esse registro organizado com o
objetivo de resguardar a memória e a história da Instituição.
De acordo com o Regimento Geral do IFRJ (2011), compete à Secretaria
de Pós-Graduação:
I - efetuar os registros relativos à vida acadêmica do corpo discente matriculado
nos cursos de pós-graduação;
II - organizar e manter, sob sua custódia, os arquivos de registros individuais do
corpo discente;
III - efetivar os trâmites de matrícula, inscrição e trancamento em disciplina dos
discentes nos cursos de pós-graduação do Campus;
IV - expedir históricos escolares parciais, declarações de matrícula, diários de
classe e identidades estudantis;
V - atuar na formalização dos processos para emissão e registro de diplomas,
certificados de conclusão de curso e históricos escolares do ensino de pós-
graduação;
VI - formar e informar processos relativos à vida acadêmica do corpo discente e
docente;
VII - manter sob custódia permanente os diários de classe devidamente
preenchidos;
VIII - preencher, anualmente, os bancos de dados dos órgãos reguladores
referentes à pós-graduação.
Segundo o documento “Função, atribuição e procedimentos das secretarias
acadêmicas”, seguem mais atribuições deste setor:
• Responder perante a Pró-reitoria de Pesquisa, Inovação e Pós-
Graduação e Direção Geral do Campus pelo expediente e pelos serviços
gerais da Secretaria;
• Organizar a coletânea da legislação, regulamentos, regimentos,
instruções, despachos e ordens de serviço;
• Organizar e manter atualizado o arquivo dos projetos pedagógicos, das
grades curriculares, de planos de curso e ementas das disciplinas dos
cursos da pós-graduação do IFRJ;
• Estabelecer os procedimentos de rotina das atividades da secretaria;
• Fazer conferência rigorosa dos dados e documentos pessoais dos
alunos, extraindo com fidelidade o que for do interesse da escrituração
acadêmica; Emitir os diários de classe dos professores;
• Elaborar relatórios semestrais das atividades de Secretaria com dados
estatísticos referentes a matrículas, trancamentos, desistências e
concluintes;
• Assinar memorandos emanados da Secretaria;
• Supervisionar a organização e manutenção do arquivo inativo;
• Realizar as matrículas dos estudantes;
• Organizar e manter as pastas dos alunos atualizadas;
• Realizar a inscrição, inclusão, cancelamento e trancamento de
disciplinas, requeridas pelos estudantes;
• Emitir carteirinhas dos alunos;
• Emitir declarações de matrícula;
• Divulgar informações importantes aos estudantes;
• Manter os dados dos estudantes atualizados junto aos sistemas
acadêmicos;
• Abrir processo para emissão e registro de certificado e/ou diploma;
• Receber, informar e expedir requerimentos e demais documentos
pertinentes ao setor;
• Conhecer a legislação educacional e as normas dos regulamentos dos
cursos pertinentes à Pós-Graduação;
• Fornecer aos alunos instruções sobre matrículas, calendário acadêmico
e demais informações sobre o curso;
• Informar aos coordenadores a situação irregular do docente;
• Divulgar e preparar o material e local para as defesas de TCC,
dissertações e teses;
• Encaminhar a versão final dos trabalhos de conclusão de curso, das
dissertações e das teses à biblioteca.
CAPÍTULO II
A NBR ISO 9001 – Sistemas de Gestão da Qualidade -
Requisitos
2.1 – Breve Histórico
Segundo Morejón (2005) após a Segunda Guerra Mundial surgiu a Era
da Garantia da Qualidade. Essa era se fortaleceu devido à mudança da
característica das indústrias que antes fabricavam material bélico, mas com o
final da guerra tiveram que renovar seus produtos, passando então a produzir
eletrodomésticos.
Como conseqüência da Era da Garantia da Qualidade, os grandes
clientes exigiam certa segurança de que os requisitos solicitados nos produtos
seriam atendidos pelas empresas. Em decorrência dessas exigências, os
sistemas da qualidade formais e documentados iniciaram-se com o uso de
normas para avaliar a capacidade das empresas. Ocorreu que essas normas
multiplicaram-se de tal forma que os fornecedores não sabiam a qual obedecer.
Então, foi necessária uma padronização para a norma de qualidade
(CERQUEIRA, 2012).
Para corrigir o problema da proliferação de normas a que os fornecedores deveriam atender, inviável em certas circunstâncias, a ISO (International Organization for Standardization) estabeleceu o Comitê Técnico TC 176 – Garantia da Qualidade. Esse comitê analisou as diversas normas existentes e consolidou os diversos conteúdos, publicando em 1987 as Normas para Sistemas da Qualidade – ISO série 9000, compostas por cinco normas: ISO 9000:1987, ISO 9001:1987, ISO 9002:1987, ISO 9003:1987 e ISO 9004:1987. (CERQUEIRA, 2012: p. 181).
A adoção das normas da série ISO 9000 pelos países interessados no
comércio internacional gerou uma apropriação da nomenclatura de acordo com
os sistemas de normas nacionais. No Brasil, a Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT) foi responsável pela a adaptação das Normas ISO
9000, passando a utilizar o prefixo NBR. (CERQUEIRA, 2012).
Segundo Cerqueira (2012), em 1994, as Normas ISO 9000 sofreram a
primeira revisão. Poucos requisitos foram alterados, a atualização mais
significante foi a extensão da definição de produto onde incluía os serviços
dentro dessa definição.
A segunda revisão das Normas ISO 9000 aconteceu no final do ano
2000, a nova versão difere das anteriores em sua estrutura e o foco: ”uma vez
que o foco passou a ser mais explícito, não só no atendimento aos requisitos
dos clientes e aos requisitos regulamentares aplicáveis aos produtos, mas
também na melhoria contínua desse atendimento.” CERQUEIRA (2012, p.182).
Após a revisão de 2000, foi realizada a tradução e a incorporação pela
ABNT das Normas ISO 9000 que foram publicadas da seguinte maneira:
• NBR ISO 9000 – Sistemas de Gestão da Qualidade – Fundamentos e
Vocabulário.
• NBR ISO 9001 – Sistemas de Gestão da Qualidade – Requisitos.
• NBR ISO 9004 – Sistemas de Gestão da Qualidade – Diretrizes para
Melhoria de Desempenho.
Em 2008 foi publicada pela ABNT a Norma NBR ISO 9001:2008. Essa
nova versão não teve inclusão de novos requisitos e nem modificações em
seus conceitos. Na verdade foi realizada uma melhoria no texto com a
finalidade de facilitar o entendimento e de torná-la mais compatível com a
Norma ISO 14001:2004. (CERQUEIRA, 2012).
2.2 – A série ISO 9001
De acordo com a NBR ISO 9001 (2008, p.1) “esta norma pode ser usada
por partes internas e externas, incluindo organismos de certificação, para
avaliar a capacidade da organização de atender aos requisitos do cliente, os
regulamentares e os da própria organização”.
Segundo Cerqueira (2012) a norma NBR ISO 9001:2008 contém em seu
texto cerca de 140 requisitos que devem ser cumpridos pelo sistema de gestão
quando aplicáveis na organização. Essa aplicação é determinada pelo tipo do
produto e pela característica dos processos.
2.2.1 – Conceito de Produto e Cliente
Baseado na norma ISO 9000 – Sistemas de Gestão da Qualidade –
Fundamentos e Vocabulário, produto é o resultado de um processo. Existem
quatro categorias de produto, a saber:
• Serviços (por exemplo, transporte);
• Informações (por exemplo: programa de computador, dicionário);
• Materiais e equipamentos (por exemplo: parte mecânica de um motor);
• Materiais processados (por exemplo: lubrificante).
A definição encontrada na norma citada acima para cliente é
organização ou pessoa que recebe um produto. Como exemplo, tem-se:
consumidor, cliente, usuário final, varejista, beneficiário e comprador. Esse
cliente pode ser interno ou externo à organização.
2.2.2 – Estrutura da Norma ISO 9001:2008
0. Introdução
0.1. Generalidades – Introdução
0.2. Abordagem de processo
0.3. Relação com a norma NBR ISO 9004
0.4. Compatibilidade com outros sistemas de gestão
1. Objetivo
1.1. Generalidades – Objetivo
1.2. Aplicação
2. Referência Normativa
3. Termos e Definições
4. Sistema de gestão da qualidade
4.1. Requisitos gerais – Sistema de gestão da qualidade
4.2. Requisitos de documentação
4.2.1. Generalidades – Requisitos de documentação
4.2.2. Manual da qualidade
4.2.3. Controle de documentos
4.2.4. Controle de registros da qualidade
5. Responsabilidade da direção
5.1. Comprometimento da direção
5.2. Foco no cliente
5.3. Política da qualidade
5.4. Planejamento
5.4.1. Objetivos da qualidade
5.4.2. Planejamento do sistema de gestão da qualidade
5.5. Responsabilidade, autoridade e comunicação
5.5.1. Responsabilidade e autoridade
5.5.2. Representante da direção
5.5.3. Comunicação interna
5.6. Análise crítica pela direção
5.6.1. Generalidades – Análise crítica pela direção
5.6.2. Entradas para a análise crítica
5.6.3. Saídas da análise crítica
6. Gestão de recursos
6.1. Provisão de recursos
6.2. Recursos humanos
6.2.1. Generalidades
6.2.2. Competência, treinamento e conscientização
6.3. Infra-estrutura
6.4. Ambiente de trabalho
7. Realização do produto
7.1. Planejamento da realização do produto
7.2. Processos relacionados ao cliente
7.2.1. Determinação de requisitos relacionados ao produto
7.2.2. Análise crítica dos requisitos relacionados ao produto
7.2.3. Comunicação com o cliente
7.3. Projeto e desenvolvimento
7.3.1. Planejamento do projeto e desenvolvimento
7.3.2. Entradas de projeto e desenvolvimento
7.3.3. Saídas de projeto e desenvolvimento
7.3.4. Análise crítica de projeto e desenvolvimento
7.3.5. Verificação de projeto e desenvolvimento
7.3.6. Validação de projeto e desenvolvimento
7.3.7. Controle de alterações de projeto e desenvolvimento
7.4. Aquisição
7.4.1. Processo de aquisição
7.4.2. Informações de aquisição
7.4.3. Verificação do produto adquirido
7.5. Produção e prestação de serviço
7.5.1. Controle de produção e prestação de serviço
7.5.2. Validação dos processos de produção e prestação de serviço
7.5.3. Identificação e rastreabilidade
7.5.4. Propriedade do cliente
7.5.5. Preservação do produto
7.6. Controle de equipamento de monitoramento e medição
Não Conformidade no item 7.6 da ISO9001:2008 – Determinação dos
equipamento de monitoramento e medição
Não Conformidade no item 7.6 da ISO9001:2008 – Garantia de resultados
válidos na medição e monitoramento
8. Medição, análise e melhoria
8.1. Generalidades
8.2. Monitoramento e medição
8.2.1. Satisfação dos clientes
8.2.2. Auditoria interna
8.2.3. Monitoramento e medição de processos
8.2.4. Monitoramento e medição de produto
8.3. Controle de produto não-conforme
8.4. Análise de dados
8.5. Melhoria
8.5.1. Melhoria contínua
8.5.2. Ação corretiva
8.5.3. Ação preventiva
2.2.3 – O Modelo de Gestão da NBR ISO 9001
O esquema de gestão da NBR ISO 9001 pode ser representado pela
figura 3. Este modelo define a relação que deve existir entre os diferentes
elementos do Sistema de Gestão da Qualidade que é realizado em processos
e baseado na cadeia de valor ao cliente. Como se pode observar na figura 3, o
cliente é envolvido no processo desde a definição dos requisitos para o
produto, na entrada até o monitoramento final de sua satisfação. Este esquema
é utilizado para representar todos os requisitos da NBR ISO 9001 contidos nos
itens 5, 6, 7 e 8 (ver estrutura da norma citada) embora não detalhe os
processos da cadeia de valor e de apoio. Ainda se referido ao modelo, a elipse
representa o item 4 da referida Norma. (CERQUEIRA, 2012).
Figura 3: Sistema de Gestão da Qualidade Fonte: http://fabrica.ms.senac.br/2013/04/mas-o-que-sao-processos/
2.2.4 – A Documentação de um Sistema de Gestão segundo a NBR ISO
9001
A documentação do sistema de gestão da qualidade “destina-se a
assegurar que a informação necessária ao SGQ seja prontamente recuperável
e esteja atualizada e disponível onde se fizer necessária, visando garantir a
previsibilidade requerida”. CERQUEIRA (2012, p.195). Ela deve incluir segundo
a NBR ISO 9001:2008, os seguintes documentos:
• Declarações documentadas da política da qualidade e dos objetivos da
qualidade;
• Manual da qualidade;
• Procedimentos documentados e registros requeridos pela Norma;
• Documentos, incluindo registros, determinados pela organização como
necessários para assegurar o planejamento, a operação e o controle
eficazes de seus processos;
• Registros requeridos pela Norma ISO 9001.
Vale ressaltar que essa documentação não é semelhante entre as
Instituições cabendo a cada uma fazer os ajustes necessários que irá diferi de
acordo com o tamanho, com a atividade e complexidade dos processos.
Dentre os documentos obrigatórios que as Organizações precisam
elaborar para implantar o SGQ, destaca-se o Manual da Qualidade visto que
este documento especifica o sistema das Instituições. Cerqueira (2012)
complementa no que consiste este manual: “Além de apresentar a estrutura do
sistema, a interação e a sequência dos processos, a indicação e a justificativa
para quaisquer exclusões em relação aos requisitos prescritos pela NBR ISO
9001, ele pode incluir ou fazer referência aos procedimentos documentados”.
CERQUEIRA (2012, p.195).
A Norma ISO 9001 exige que sejam estabelecidos os seguintes
procedimentos documentados:
• Procedimento para controle de documentos (4.2.3);
• Procedimento para controle de registros (4.2.4);
• Procedimento para auditoria interna (8.2.2);
• Procedimento para controle de produto / serviço não conforme (8.3);
• Procedimento para ação corretiva (8.5.2) e
• Procedimento para ação preventiva (8.5.3)
De acordo com a NBR 9001:2008 (itens 4.2.3 e 4.2.4 / requisitos de
controle) os documentos do sistema de gestão podem ser classificados em
dois tipos, a saber: documentos e registros.
Baseado na norma ISO 9000 – Sistemas de Gestão da Qualidade –
Fundamentos e Vocabulário, documento “é a informação e o meio no qual ela
está contida” e registro “é um documento que apresenta os resultados obtidos
em uma atividade ou fornece evidências de atividades realizadas”.
Apesar de o registro ser um tipo de documento, o seu controle ocorre
de maneira distinta dos outros documentos do sistema de gestão. A principal
diferença entre documento e registro é a posição dos mesmos em relação às
atividades realizadas dentro do sistema. Cerqueira explica melhor essa
diferença no trecho e na figura 4, abaixo:
Os documentos devem ser elaborados e estar disponíveis antes da realização das atividades, pois estabelecem o quem, o quê, o como, o quando, o onde e o porquê a atividade deve ser feita, determinando responsabilidades, procedimentos, especificações ou métodos de trabalho a serem seguidos. Quanto aos registros, devem ser gerados após ou durante a realização de uma atividade e mantidos para consulta posterior por tempo definido, a partir do qual podem ser descartados. (CERQUEIRA, 2012: p. 195).
Figura 4: Documentação de Sistema de Gestão Fonte: CERQUEIRA, 2012
Sintetizando, o item documentação no SGQ pode ser resumido na
seguinte citação:
O ponto central de um sistema de gestão da qualidade baseada nas normas ISO 9000 consiste na apropriada documentação desse sistema. Pode-se, de certo modo, confirmar que a recomendação básica do conjunto de normas ISO 9000 se resume em “Diga o que você faz, faça o que você diz e... documente tudo!”. (MOREJÓN, 2005: p. 102).
Abaixo, segue a figura 5 retirada da NBR ISO 9000 – Sistemas de
Gestão da Qualidade – Fundamentos e Vocabulário que mostra os principais
conceitos relacionados com a documentação.
Figura 5: Conceitos relacionados com a documentação Fonte: NBR ISO 9000
CAPÍTULO III
O Sistema de Gestão da Qualidade
A NBR ISO 9001:2008, item 4.1 diz em requisitos gerais do Sistema de
Gestão da Qualidade que a organização “deve estabelecer, documentar,
implementar e manter um sistema de gestão da qualidade e melhorar
continuamente a sua eficácia”. Abaixo, seguem mais deveres da organização,
segundo a norma citada acima:
• Determinar os processos necessários para o sistema de gestão da
qualidade e sua aplicação por toda a organização;
• Determinar a sequência e interação dos processos;
• Determinar critérios e métodos necessários para assegurar que a
operação e o controle desses processos sejam eficazes;
• Assegurar a disponibilidade de recursos e informações necessárias para
apoiar a operação e o monitoramento desses processos;
• Monitorar, medir (quando aplicável) e analisar esses processos; e
• Implementar ações necessárias para atingir os resultados planejados e a
melhoria contínua desses processos.
3.1 – Princípios de Gestão da Qualidade
De acordo com a norma ISO 9000 – Sistemas de Gestão da Qualidade –
Fundamentos e Vocabulário, as organizações precisam ser dirigidas e
controladas por seus gestores de maneira transparente e sistemática. A Norma
apresenta oito princípios de gestão da qualidade que podem ser utilizados pela
alta administração para que a Instituição apresente melhorias em seu
desempenho. São eles:
1. Foco no Cliente – as organizações dependem de seus clientes e,
portanto, convém que atendam as necessidades atuais e futuras do
cliente, e seus requisitos e procurem exceder as suas expectativas.
2. Liderança – os líderes estabelecem unidade de propósito e o rumo da
organização. Convém que eles criem e mantenham o ambiente interno,
no qual as pessoas possam estar totalmente envolvidas no propósito de
atingir os objetivos da organização.
3. Envolvimento de pessoas – as pessoas de todos os níveis são a
essência de uma organização, e seu total envolvimento possibilita que
as suas habilidades sejam usadas para o benefício da organização.
4. Abordagem de processo - o resultado desejado é alcançado mais
eficientemente quando as atividades e os recursos relacionados são
gerenciados como um processo.
5. Abordagem sistêmica para a gestão - identificar, entender e gerenciar
processos inter-relacionados como um sistema contribui para a eficácia
e eficiência da organização no sentido desta atingir os seus objetivos.
6. Melhoria contínua - convém que a melhoria contínua do desempenho
global da organização seja seu objetivo permanente.
7. Abordagem factual para tomada de decisão – as decisões eficazes são
baseadas na análise de dados e informações.
8. Benefícios mútuos nas relações com os fornecedores - a organização e
seus fornecedores são interdependentes, e uma relação de benefícios
mútuos aumenta a habilidade de ambos em agregar valor.
3.2 – A Função da Alta Administração no SGQ Conforme a NBR 9001:2008 (item 5), a alta direção é a principal
responsável pelo desenvolvimento e implementação do Sistema de Qualidade
na instituição. Como essa escolha está no nível estratégico, é responsabilidade
da alta administração: demonstrar o seu comprometimento comunicando a
organização à importância de atender os requisitos solicitados pelos clientes,
assim como os regulamentos; estabelecer a política da qualidade; assegurar
que os objetivos dessa política sejam estabelecidos; analisar criticamente o
sistema de gestão da organização e assegurar a disponibilidade de recursos. O
autor Cerqueira (2012) resume como deve ser esse comprometimento da Alta
Administração:
A liderança efetivamente demonstrada, o evidente compromisso e a participação ativa da Alta Direção são fatores essenciais para garantir o desenvolvimento e a manutenção de um Sistema de Gestão da
Qualidade que permita, por meio do aprendizado contínuo, alcançar esses objetivos. (CERQUEIRA, 2012: p. 200).
Segundo Cerqueira (2012:202) “a política da qualidade é uma
declaração formal de intenções que estabelece os valores ou o senso comum
de direção, que fixa os princípios de atuação e os compromissos da
organização em relação ao seu desempenho na gestão da qualidade.” Desta
maneira é responsabilidade da alta direção definir, elaborar (em linguagem
clara) e divulgar os compromissos da referida política a todos os
colaboradores. É importante ressaltar que a política de qualidade de uma
organização deve ser adequada ao tipo de atividade que ela exerce; ser
compatível com outras políticas como a ambiental – por exemplo; e com seus
valores, missão e visão. (CERQUEIRA, 2012).
A Alta Direção deve focalizar suas ações visando o cliente. Como a
organização depende do cliente, a NBR ISO 9001:2008 recomenda que “sejam
atendidas as necessidades atuais e futuras do cliente e seus requisitos”.
O Planejamento da Qualidade é uma atividade de responsabilidade da
alta direção e segundo Cerqueira (2012) essa atividade pode ser resumida
conforme a figura 6, abaixo.
Figura 6: Resumo da atividade de Planejamento da Qualidade Fonte: CERQUEIRA, 2012
É também função da Alta Administração “definir e comunicar a
responsabilidade e a autoridade das pessoas envolvidas com os processos do
Sistema de Gestão da Qualidade” (CERQUEIRA, 2012: 207). Essa
comunicação contribui para um efetivo compromisso dos colaboradores com os
objetivos da qualidade. Outra recomendação da Norma ISO 9001:2008 é que a
direção indique um representante da administração para coordenar e controlar
o sistema da qualidade. Faz-se necessário também que o Sistema de Gestão
da Qualidade seja analisado criticamente pela Alta Direção com o intuito de
“assegurar sua contínua adequação, suficiência e eficácia” (CERQUEIRA,
2012: 210).
3.3 – A Padronização e a Gestão da Rotina
Segundo Cerqueira (2012), geralmente os desperdícios acontecem nas
organizações porque os seus processos não estão controlados. E para
estabelecer os processos de controle, é necessário definir os padrões de
qualidade e de produtividade. Abaixo, outra afirmação do autor sobre este
assunto:
... Quando se pensa em estabelecer procedimentos ou instruções para padronizar as rotinas ou a maneira de executar tarefas, atividades e processos, há que se medir o impacto causado pelos mesmos na missão e nas estratégias de negócio da organização, em especial no atendimento aos requisitos dos clientes pretendidos. (CERQUEIRA, 2012: p. 71).
Os processos mais importantes para a organização são chamados de
“processos críticos”. A construção do Sistema de Gestão da Qualidade deve
iniciar pelos processos críticos e quanto maior for o risco de problemas ou de
não-conformidades envolvidas nas atividades desses processos, maior deve
ser o trabalho de prevenção. Como uma das primeiras ações para
implementação do SGQ deve-se realizar o Planejamento da Qualidade e a
padronização das rotinas ligadas aos processos críticos. (CERQUEIRA, 2012).
3.3.1 – O Caminho da Padronização
Para a padronização do trabalho repetitivo (rotina) relacionado aos
processos críticos que serão incluídos no SGQ, Cerqueira (2012) sugere que
sejam obedecidos os passos abaixo:
• Educar e treinar as pessoas – aquelas que estão envolvidas com os
processos críticos da Instituição devem ser ensinadas e treinadas sobre
os conceitos básicos do SGQ e sobre como padronizar e gerenciar as
rotinas. É necessário que o responsável pela implantação do SGQ crie
um padrão específico para que as documentações de rotinas sejam
padronizadas através desse modelo. Essa padronização é realizada
através da documentação das rotinas pelas pessoas que as realizam
utilizando como modelo o documento “padrão” criado pelo responsável
pela implantação do SGQ.
• Estabelecer a missão do processo – todo processo tem um objetivo e a
função da missão é determinar o que esse processo deve fazer e qual é
o seu propósito. Essa missão deve ser simples e objetiva para que
facilite sua compreensão e seu cumprimento.
• Mapear o processo – o mapeamento do processo é um item
fundamental para a padronização das rotinas e deve ser realizado por
um grupo de pessoas e não apenas pelo gestor do processo. O
fluxograma é a ferramenta mais indicada para esse mapeamento. Para
a criação do fluxograma é necessário um breve treinamento para
manusear essa ferramenta. Como um bom resultado de um
mapeamento, o fluxograma confeccionado deverá refletir com exatidão
como cada atividade ou tarefa é realizada.
• Identificar os clientes e as características da qualidade valorizadas – em
cada produto devem ser identificadas as características de qualidade
valorizadas pelos clientes. E para saber quais são as características
esperadas, o gestor do processo precisa ouvir dos seus clientes quais
são essas características.
• Definir os itens de controle – após a identificação das características da
qualidade deve-se definir um item de controle medido numa unidade
coerente, por exemplo:
...uma atividade de manutenção corretiva cujos clientes colocam, como característica valorizada, a prontidão de atendimento, isto é, o tempo de resposta a um pedido. Digamos que considerem como satisfatório um atendimento de manutenção que ocorra em no máximo 20 minutos depois do pedido. Pode-se, neste caso, estabelecer, como item de controle, a prontidão de atendimento e controlar sua qualidade por um indicador de prontidão, definido como sendo a relação entre quantidade de pedidos diários atendidos e aceitos pelos clientes dentro do limite de tempo fixado e o total de pedidos diários. Essa prontidão pode ser monitorada pelo gestor diariamente e os desvios em relação a uma meta preestabelecida tratados por ações corretivas a partir da análise das causas incidentes. (CERQUEIRA, 2012: p. 77).
• Elaborar um padrão preliminar – utilizando os modelos padronizados de
rotina que foram criados para o SGQ “deve ser documentado um padrão
preliminar a ser implementado e monitorado” (Cerqueira, 2012:78). No
padrão preliminar é necessário que se identifique os 5W+1H, que
significa (what / why / who / where / when / how – o que / por que / quem
/ onde / quando / como) o trabalho deve ser feito.
• Testar o padrão preliminar e medir a eficácia dos itens de controle – o
padrão preliminar deve ser monitorado e controlado através da
observação dos níveis de desempenhos alcançados. Esse teste é
realizado para evitar que se padronize a rotina de forma errada.
• Solucionar problemas básicos – os problemas que anteriormente
estavam escondidos por causa da ausência do controle de processos
podem ser identificados e solucionados após o teste do padrão
preliminar. Nessa fase também é possível melhorar os fluxogramas dos
processos.
• Padronizar a rotina – após a confirmação da eficácia na solução dos
problemas deve-se implantar a rotina melhorada considerando os novos
padrões propostos, modificações e ajustes caso necessários.
CONCLUSÃO
Como resultado desta pesquisa conclui-se que a implantação de um
Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) é o início da busca pela qualidade.
Tem-se como desafio maior a implementação do SGQ que sinteticamente
consiste em utilizar a rotina padronizada de acordo com a NBR ISO 9001 nos
processos institucionais e buscar continuamente a melhoria organizacional.
Cabe à Alta Administração a tarefa de gerir todo o processo de
implantação e execução do SGQ. Ao implantar a NBR ISO 9001 na
Organização e serem certificados pela conformidade dessa norma, os gestores
adquirem uma ferramenta de trabalho que é reconhecida e respeitada
internacionalmente.
A efetiva implantação do SGQ na Secretaria de Pós-Graduação do IFRJ
(Campus Nilópolis) garantirá aos seus clientes e a Diretoria da Instituição que
os produtos desenvolvidos por esta Secretaria atenderão à satisfação dos
clientes.
Outra questão que precisa ser considerada nesta pesquisa é a
importância do Sistema de Gestão Integrados que consiste na integração de
outros sistema de gestão além do sistema de qualidade, são eles: Gestão
Ambiental, Gestão da Segurança e Saúde Ocupacional e Gestão da
Responsabilidade Social.
Portanto, sugere-se que novas pesquisas sejam realizadas visando à
implantação de um sistema de Gestão Integrados não somente na Secretaria
de Pós-Graduação, mas em todos os setores do IFRJ.
BIBLIOGRAFIA
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