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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE ESTUDO DOS ASPECTOS NEGATIVOS CAUSADOS AO MEIO AMBIENTE PELO FECHAMENTO DO CANAL DO LINGUADO, NO ECOSSISTEMA ESTUÁRIO DA BAÍA DA BABITONGA/CANAL DO LINGUADO Por: MARINALVA LIMA DE ANDRADE FERREIRA Orientadora Prof a . VERA AGAREZ Rio de Janeiro 2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

ESTUDO DOS ASPECTOS NEGATIVOS CAUSADOS AO MEIO

AMBIENTE PELO FECHAMENTO DO CANAL DO LINGUADO,

NO ECOSSISTEMA ESTUÁRIO DA BAÍA DA

BABITONGA/CANAL DO LINGUADO

Por: MARINALVA LIMA DE ANDRADE FERREIRA

Orientadora

Profa. VERA AGAREZ

Rio de Janeiro

2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

ESTUDO DOS ASPECTOS NEGATIVOS CAUSADOS AO MEIO

AMBIENTE PELO FECHAMENTO DO CANAL DO LINGUADO,

NO ECOSSISTEMA ESTUÁRIO DA BAÍA DA

BABITONGA/CANAL DO LINGUADO

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do

Mestre – Universidade Candido Mendes como

requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Gestão Ambiental.

Por: Marinalva Lima de Andrade Ferreira

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AGRADECIMENTOS

O presente trabalho dedico a Deus em

primeiro lugar, ao meu marido Rafael, a

minha mãe Marizete, a minha sobrinha

Ana Luiza Botelho que me ajudou na

digitação e a todos que colaboraram

para minha formação e realização

deste. As minhas filhas Danielle e

Rafaella que muito me incentivaram a

conclusão do referido trabalho.

A minha orientadora Profa. Vera

Agarez, que com seu jeito meigo e

compreensivo me ajudou demais com

seu ótimo profissionalismo.

Meu muito obrigado a todos.

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DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia ao meu

companheiro, marido, amigo, Rafael e as

minhas adoradas filhas, Danielle e

Rafaella, que tanto têm incentivado para o

meu aperfeiçoamento, aceitando

pacientemente as longas noites que

passei debruçada sobre os livros e pelos

outros momentos que não pude

compartilhar com a devida atenção que

merecem.

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RESUMO

A monografia que se apresenta, aborda o tema do Estudo dos

Aspectos Negativos Causados ao Meio Ambiente pelo fechamento do Canal do

Linguado, no ecossistema estuário da Baía da Babitonga/Canal do Linguado.

Diante da condição da área degradada com o fechamento do Canal do

Linguado, se torna indispensável um estudo para que seja estudada uma

possível reabertura do Canal do Linguado, para uma melhoria na qualidade

ambiental do sistema Baía da Babitonga/Canal do Linguado.

Com o fechamento do Canal do Linguado muitos rios foram

prejudicados, como a pesca, a maricultura, a qualidade das águas etc.

Independente do Canal ser reaberto deve ser implantado programas

para melhoria da qualidade ambiental da área degradada, envolvendo

saneamento básico, controle da poluição industrial.

O fechamento do Canal do Linguado resultou num impacto

extremamente negativo para toda a região.

Com tudo que vem acontecendo ao longo do Canal, permitirá uma

maior fiscalização por parte das autoridades competentes. O estudo justifica-

se, por ser necessária uma análise mais detalhada a cerca do tema, por ser ele

complexo e por manter ligações com o desenvolvimento socioeconômico do

pais.

A Gestão Ambiental é um instrumento da Política Nacional de Meio

Ambiente que visa que o desenvolvimento econômico ocorra sem uma

degradação ambiental intensa e desregrada, atuando de forma que os

empreendimentos sejam realizados e executados sempre levando em

consideração o aspecto ambiental, minimizando e mitigando seus impactos.

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METODOLOGIA

O Trabalho é resultado de uma pesquisa bibliográfica e documental

realizada a partir da leitura de livros, revistas trabalhos acadêmicos, artigos,

projetos e resumos, em visita a biblioteca do CENTRAN (Centro de Excelência

em Engenharia de Transportes), instituição esta que realizou pesquisa e

desenvolveu estudos na área do Canal do Linguado, legislações.

A metodologia aplicada é a hermenêutica onde tudo deve ser entendido

a partir do individual, e o individual desde o todo, numa relação circular,

norteada pelo paradigma do holismo e tendo como “plano de fundo” a ética

ambiental.

A investigação se desenvolve a partir de uma análise epistemológica

da legislação ambiental brasileira, com enfoque na sua base orientadora de

princípios legais, tendo como referência a conjugação dos princípios da

informação, participação, a educação ambiental e a cidadania ambiental.

A abordagem teórico – critica – metodológica levara em conta os

aspectos históricos, sociais políticos, culturais e econômicos, com ênfase na

perspectiva de transformação social.

Através desta revisão de literatura, pode-se obter uma breve análise de

pensar e agir a educação ambiental de maneira contextualizada, integrada,

com o objetivo de contribuir para as reflexões críticas teórico – metodológicos

necessários ao desenvolvimento deste trabalho, procurando mostrar que as

práticas educativas articuladas com a problemática ambiental devem fazer

parte de um processo educativo que reforce um pensar, orientado para refletir

a crise ambiental e transformar a realidade.Uma das funções da educação é

formar o cidadão. Para tanto a educação deve ser focada numa visão crítica,

segundo Paulo Freire (1996), num processo de reflexão – ação propicie uma

práxis transformadora.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO............................................................................................ 9

CAPÍTULO I ................................................................................................ 11

Histórico do Fechamento do Canal do Linguado ........................................ 11

I.1 Localização Geográfica......................................................................... 11

I.2 Histórico do Fechamento do Canal do Linguado .................................. 13

CAPÍTULO II ............................................................................................... 16

Diagnóstico Ambiental ................................................................................ 16

II.1 Recursos Hídricos................................................................................ 17

II.2 Qualidade da Água .............................................................................. 19

CAPÍTULO III .............................................................................................. 21

Aspectos Socioeconômicos, Uso e Ocupação do Solo, Turismo e Cultura e Atividades Pesqueiras.............................................................................. 21

III.1 Aspectos Socioeconômicos ................................................................ 21

III.2 Uso e Ocupação do Solo .................................................................... 22

III.3 Turismo e Cultura................................................................................ 23

III.3.1 Recursos Naturais............................................................................ 24

III.3.2 Recursos Culturais........................................................................... 25

III.3.3 - Infra-Estrutura para o Turismo........................................................ 27

III.4 Atividades Pesqueiras......................................................................... 28

CAPÍTULO IV.............................................................................................. 33

Aspectos Negativos Causados ao Meio Ambiente...................................... 33

CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................ 39

ANEXOS ..................................................................................................... 41

BIBLIOGRAFIA ........................................................................................... 56

ÍNDICE........................................................................................................ 58

FOLHA DE AVALIAÇÃO............................................................................. 59

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 01 - Localização da Baía da Babitonga/Canal do Linguado ......... 13

FIGURA 02 – Mapa de Municípios.............................................................. 21

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objetivos relatar os aspectos negativos

causados ao meio ambiente pelo fechamento do Canal do Linguado, no

ecossistema estuário da Baía da Babitonga/Canal do Linguado, por meio de

pesquisas em bibliotecas onde haja material sobre o referido assunto, pela

internet, pelo IME Instituto Militar de Engenharia, que foi uma das firmas que

fez um estudo sobre a área para ampliação da rodovia que corta a área e

outras formas disponíveis nos dias de hoje, tendo em vista que a área de

estudo mencionada neste trabalho está localizada no litoral norte do Estado de

Santa Catarina, região Sul do Brasil.

A transformação, pelo homem, da ilha de São Francisco do Sul –

Estado de Santa Catarina – numa península criou um dos mais importantes

desastres ecológicos em nosso país, no qual até o Ministério Público Federal,

veio a intervir, através de um processo de Ação Civil Pública para estabelecer o

equilíbrio no sistema estuário da Baía da Babitonga, seriamente prejudicada

pela construção de um aterro sobre o Canal do Linguado, que eliminou a

circulação da água, segregando as partes norte e sul da baía.

Para compreender a origem de todo o transtorno ambiental com o

fechamento do Canal do Linguado, faz-se necessário a discriminação da

seguinte cronologia:

No ano de 1907, houve o fechamento do canal norte, localizado

entre a Ilha do Linguado e a Ilha de São Francisco, de maior

largura (600 metros), para construção do ramal ferroviário de

ligação ao porto de São Francisco do Sul;

Posteriormente foi efetuado o fechamento parcial do canal sul que

fica entre o continente e a ilha do Linguado, com 400 metros de

largura, restando uma abertura de 120 metros, sobre a qual foi

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construída uma ponte metálica com uma parte central móvel de

40 metros;

Em função da intensificação das correntes no local, iniciou-se um

processo erosivo que passou a comprometer a fundação dos

pilares, ao mesmo tempo em que se observou um aumento da

profundidade do local;

Houve assoreamento na região da Barra do Sul, causando a

obstrução da boca da barra;

Em 1935, conclui-se o fechamento total do Canal do Linguado;

A construção deste aterro transformou a Ilha em uma península,

fechando permanentemente a circulação das águas na área, o

que resultou em diversas alterações ambientais no sistema

hídrico da Baía da Babitonga/Canal do Linguado e,

conseqüentemente, na sua biota. Desta forma o complexo

estuarino da Baía da Babitonga passou a apresentar uma única

conexão com o oceano, localizada em sua porção norte, havendo

a formação de dois estuários: O da Baía da Babitonga,

propriamente dito e o de Barra do Sul.

Em 1986 a Associação de Preservação e Equilíbrio do Meio Ambiente

de Santa Catarina – APREMA apresentou o documento “Relatório sobre os

Impactos Ambientais no Ecossistema Estuarino do Canal do Linguado”.

O trabalho realizado até então confirmou os indícios de que o efeito de

fechamento do Canal do Linguado resultou num impacto negativo para toda a

região.

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CAPÍTULO I

HISTÓRICO DO FECHAMENTO DO CANAL DO

LINGUADO

I.1 - Localização Geográfica

A Baía da Babitonga, uma das principais formações estuarinas do Sul

do Brasil, fica localizada no litoral norte do Estado de Santa Catarina e possui

uma lâmina de água com área total de 134 km2 e um volume de

armazenamento de água em torno de 780 milhões de metros cúbicos.

O Complexo Hídrico da Baía da Babitonga, com seus 1.400 km2,

abrange parte dos municípios de Joinville, o maior aglomerado urbano do

estado, com 429.604 habitantes (IBGE, Censo 2000), São Francisco do Sul,

Garuva, Itapoá, Araquari e Balneário Barra do Sul. Situada próxima às

encostas da Serra do Mar, a baía recebe a contribuição de vários rios, com

destaque para os rios Cubatão do Norte, Palmital, Cachoeira e Parati. Na Baía

de Babitonga são encontradas as maiores áreas de manguezais do limite sul

da América do Sul. Tem como limites ao leste o Município de São Francisco do

Sul e o Oceano Atlântico, ao oeste o Município de Joinville, ao norte os

municípios de Itapoá e Garuva, e ao sul os municípios de Araquari e Balneário

de Barra do Sul.

A Baía da Babitonga liga-se ao Oceano Atlântico através de uma barra

principal ao norte, com uma abertura de 1.850 metros, situada entre a Praia

Figueira do Pontal (Município de Itapoá) e a Praia de Capri (Município de São

Francisco do Sul). Possuía uma segunda ligação com o Oceano Atlântico,

através do Canal do Linguado e da Praia de Barra do Sul, ligação esta que foi

interrompida com o aterro do canal em 1935 para facilitar a ligação viária entre

a Ilha de São Francisco do Sul e o continente.

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A profundidade da baía atinge de 10 a 15 metros, o que lhe confere

boa navegabilidade, com destaque para o Porto de São Francisco do Sul, o

maior porto natural do Estado de Santa Catarina. O acesso hidroviário a

Joinville ocorreu com intensidade até meados da década de 70, para transporte

de cargas e passageiros. Atualmente, com o assoreamento do Rio Cachoeira e

da Lagoa de Saguaçu, o trânsito de embarcações de grande porte no local

ficou impossibilitado.

A grande extensão territorial da Baía de Babitonga também pode ser

observada pela diversidade ambiental existente na área. Com nascentes no

alto das serras, entre campos de altitude e matas de galeria, os rios descem as

encostas da Serra do Mar, e atingem a planície quaternária, protegidos pela

densa Floresta Atlântica, até desaguar na Baía de Babitonga, passando pela

região dos manguezais.

O Canal do Linguado, por sua vez, é o braço sul da Baía da Babitonga

e, até seu fechamento, fazia uma conexão hidraulicamente muito eficiente

entre a Baía e o Oceano Atlântico. Desta forma, o fechamento do canal

dificultou a troca de água e proporcionou um grande assoreamento provocado

pelo acúmulo de sedimentos trazidos pelos afluentes da Baía da Babitonga.

Nos períodos das marés de enchente, ocorre represamento em vários

afluentes da Baía, provocando a inversão das correntes. Este processo

propicia que grande parte dos poluentes volte a seus estuários de origem.

A lâmina de água do Canal do Linguado, entre o aterro e a Barra do

Sul (ligação com o Oceano Atlântico), é de 11,7 km2.

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Figura 01 - Localização da Baía da Babitonga/Canal do Linguado

I.2 – Histórico do Fechamento do Canal do Linguado

A história do fechamento do Canal do Linguado remonta ao ano de

1907, quando o canal norte, que liga a Ilha do Linguado à Ilha de São

Francisco, de uma largura de 600 metros, foi fechado para a construção do

ramal ferroviário de ligação ao Porto de São Francisco do Sul. Logo a seguir

foi efetuado o fechamento parcial do canal sul, com 400 metros de largura, que

liga a Ilha do Linguado ao continente, deixando uma abertura de apenas 120

Canal do Linguado

Local do Aterro

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metros, sobre a qual foi construída uma ponte metálica com uma parte central

móvel (Diagnóstico Ambiental da Baía da Babitonga – UNIVILLE, 2006).

Contudo, em decorrência do fechamento total do canal norte, as

correntes que escoavam entre os três vãos da ponte se tornaram muito

intensas, gerando um processo erosivo que passou a comprometer a fundação

dos pilares, constituindo um grande risco à segurança do tráfego rodoviário, ao

mesmo tempo em que aumentou significativamente a profundidade no local. Ao

mesmo tempo, a Barra do Sul, que apresentava um canal de cerca de 1,80

metros de profundidade e largura de 800 metros, foi sofrendo um processo de

assoreamento. A diminuição no volume de águas oriundo do Canal do

Linguado resultou numa maior dominância da ação das ondas e conseqüente

transporte litorâneo, iniciando um processo de obstrução da referida barra.

A erosão provocada pela força das correntes no aterro do canal sul se

tornou crítica em 1926. Em 1934, em virtude da situação em que se encontrava

o aterro do canal sul, decidiu-se pelo fechamento total do canal, que foi

concluído em 1935. Neste período, em função do progressivo estreitamento do

canal, a erosão ocasionada pelo aumento das correntes levou a área oposta do

aterro a apresentar profundidades de até 18 metros, onde antes esta não

ultrapassava os 2,5 m de profundidade.

A construção deste aterro transformou a Ilha de São Francisco do Sul

numa península, o que implicou em diversas e profundas alterações

ambientais, (tais como: drástica redução de várias espécies da biota marinha

na região, o aumento da poluição das águas do canal, o assoreamento das

margens dos aterros e o mais grave que foi a redução na circulação das águas

no canal), ao sistema hídrico da Baía da Babitonga e, conseqüentemente, a

toda sua biota. Desta forma, o complexo estuarino da Baía da Babitonga

passou a apresentar uma única conexão com o oceano, localizada em sua

porção norte, havendo a formação de dois estuários: o estuário da Baía da

Babitonga, propriamente dito, e o estuário de Barra do Sul.

A discussão acerca dos problemas decorrentes do fechamento do

Canal do Linguado iniciou poucos anos depois de seu fechamento definitivo,

em 1948, quando passaram a veicular as notícias de que a decisão do

fechamento teria sido um grande erro. Desde então, junto com o agravamento

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da situação de assoreamento que envolvia as margens dos aterros e a barra,

foi crescendo também a discussão em torno do assunto e as reivindicações,

por parte da população, para que o canal fosse reaberto. Fruto destas, houve a

elaboração de diferentes projetos e estudos relacionados a viabilidade e às

alternativas de reabertura, realizados por instituições como o Instituto de

Pesquisas Hidroviárias (INPH), Empresa de Portos do Brasil (PORTOBRAS),

Associação de Preservação e Equilíbrio do Meio Ambiente de Santa Catarina

(APREMA), Centro de Excelência em Engenharia de Transportes (CENTRAN).

Contudo, por motivos de natureza diversa, nenhuma proposta foi levada a

cabo; entre os fatores, o fato de que nenhum trabalho até o momento teve a

abrangência necessária para uma análise interdisciplinar temporal, espacial e

sistêmica, fazendo jus à complexidade de fatores envolvidos neste sistema

estuarino.

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CAPÍTULO II

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL

Em muitas partes do mundo, as atividades humanas, incluindo o

desenvolvimento urbano e industrial, a pesca, a agricultura e principalmente o

desflorestamento, estão alterando as propriedades dos ecossistemas costeiros.

Embora a relação entre o aumento da população humana e as

alterações ambientais tenha sido estabelecida há bastante tempo, só

recentemente se têm efetuado tentativas para avaliar os impactos dessas

atividades na zona costeira. Para tanto, necessita-se conhecer as tendências

na qualidade da água e do sedimento marinho/estuarino e de posse destes

conhecimentos possibilitam interpretações ecossistêmicas, sobretudo da saúde

ambiental da região estudada.

A expansão comercial e a utilização dos oceanos como via de

transporte e comunicação têm influenciado na forma de ocupação da zona

litorânea, onde hoje se observa o impacto que essa convivência está trazendo.

É estimado para este milênio que cerca de 75% da população humana estará

vivendo nas zonas costeiras, principalmente na região compreendida entre os

trópicos, onde há uma intensa urbanização (UNITED NATIONS, 1985;

GOLDBERG, 1995).

O movimento de populações para as regiões costeiras incrementou o

uso das terras, no que diz respeito ao desenvolvimento da relação residência /

trabalho / indústria / porto, tendo como resultado a transferência de uma grande

carga poluidora para a interface terra/oceano. (GESAMP, 1990).

As interconexões entre os ecossistemas aquáticos e terrestres fazem

com que certas perturbações atinjam áreas longínquas em função da dinâmica

de seus sistemas (JORGENSEN et al., 1992). Esgotos domésticos, metais

pesados, pesticidas e os derivados de hidrocarbonetos são os principais

responsáveis pelo impacto detectado em vários ambientes, sendo esses

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agentes fontes de preocupação para as zonas costeiras (UNESCO, 1983;

1992).

A Baia da Babitonga, tendo em seu entorno 6 municípios com

atividades industriais, agrícolas, portuárias e turísticas, sofre também impactos

que afligem o ecossistema costeiro de um modo geral.

II.1 - Recursos Hídricos

A hidrografia pesquisada teve como área de abrangência o Complexo

Hídrico da Baía de Babitonga, da qual o Canal do Linguado é parte integrante.

O Complexo Hídrico da Baía da Babitonga tem como os principais

afluentes as bacias hidrográficas dos rios Cubatão do Norte, Cachoeira,

Palmital e Parati.

Com uma área de 488 km2 a bacia hidrográfica do Rio Cubatão do

Norte é a maior e mais importante do Complexo, tendo como principais

afluentes os rios Quiriri, do Braço, Campinas, da Prata e Pico.

No seu baixo curso, após cruzar a Rodovia Federal BR–101, foi aberto,

na década de 50, um canal extravasor com mais de 11 km de extensão e 40 m

de largura, com objetivo de desviar parte da água do Rio Cubatão do Norte

para o canal e assim, evitar as inundações que ocorriam no Distrito de

Pirabeiraba e Estrada da Ilha.

A bacia hidrográfica do Rio Cachoeira ocupa uma região relativamente

plana, com área total de 84,82 km2, e localizada quase totalmente na região

urbana do Município de Joinville. Após passar pela área central da cidade o Rio

Cachoeira deságua na Lagoa de Saguaçu, a qual por sua vez é ligada à Baía

da Babitonga.

O Rio Cachoeira recebe a contribuição de vários afluentes, dentre eles

os rios Morro Alto, Matias, Itaum–Açu, Itaum–Mirim, Jaguarão, Bucarein, Bom

Retiro e Boa Vista.

A foz do Rio Cachoeira caracteriza-se como uma região estuarina, sob

a influência das marés, e onde se encontram áreas remanescentes de

manguezais. Durante os períodos de subida da maré pode-se verificar a

inversão do fluxo da água no Rio Cachoeira, até quase a metade do seu

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percurso, causada pela entrada de água salgada. Este efeito associado às

baixas altitudes junto à foz causam freqüentes problemas de inundações na

região, atingindo também alguns afluentes, principalmente os rios Itaum,

Bucarein, Jaguarão e Matias.

O Rio Palmital (também conhecido como Canal Três Barras) se

estende por mais de 25 km ao norte da Praia da Vigorelli. Sua nascente

localiza-se no Município de Garuva, na localidade de Palmital. A bacia

hidrográfica do Rio Palmital drena uma área de 357,6 km2.

Seus principais afluentes são os rios da Onça, Sete Voltas, Três

Barras, Bonito, Pirabeiraba e Canela, todos situados na margem direita, com

nascentes na Serra do Mar/Serra do Quiriri. O Rio Cubatão do Norte também

pode ser considerado um afluente do Rio Palmital, pois nesta região estuarina

há o aporte de diversos cursos de água.

O Rio Palmital tem sua bacia bastante influenciada pelas marés, o que

o torna quase que totalmente envolto por grandes áreas de manguezais.

A bacia hidrográfica do Rio Parati abrange uma área de 72,2 km2 e

apresenta uma ocupação relativamente intensa, representada pelo uso urbano,

agropecuário e silvicultura. A urbanização pode ser notada desde a região do

curso superior do rio, no Bairro Itinga, até a cidade de Araquari, a 2 km da sua

foz no Canal do Linguado.

Após percorrer uma extensão de aproximadamente 18 km e receber a

contribuição de vários afluentes, com destaque para os rios do Morro e

Araquari, o Rio Parati deságua no Canal do Linguado.

Pode-se dizer que o potencial hídrico total da região pesquisada,

considerando as quatro principais bacias hidrográficas, em termos de vazões

médias e mínimas, é da ordem de 57,22 m3/s e 9,62 m3/s, respectivamente.

Estas seriam, a princípio, as vazões de água lançadas no Complexo Hídrico da

Baia de Babitonga.

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II.2 - Qualidade da Água

As principais causas da poluição das águas superficiais que compõem

o Complexo Hídrico da Baia de Babitonga são os despejos de esgotos

domésticos, efluentes industriais, dejetos animais e pesticidas.

Os municípios inseridos na área de drenagem do Complexo, à exceção

de Joinville, não possuem sistema público de esgotos sanitários que atenda a

malha urbana, ou seja, nas cidades de Garuva, Araquari, Itapoá, Barra do Sul e

São Francisco do Sul os esgotos ali gerados, sem tratamento, são lançados

diretamente, ou por meio das galerias pluviais, nas águas dos rios existentes

na região. Apesar da Cidade de Joinville contar com sistema público de

esgotos sanitários, a cobertura na malha urbana é ainda baixa, não superando

os 16% da população urbana atual ali residente.

Apesar das indústrias de médio e grande porte da região terem e

estejam realizando grandes investimentos para tratar seus efluentes, observa-

se ainda, com freqüência, uma operação e manutenção não muito satisfatória

das suas estações de tratamento. Por outro lado, uma grande parte das

pequenas e microempresas vem lançando seus efluentes, sem ou com

tratamento inadequado, nas águas dos mananciais locais. Há que se lembrar

ainda do grande passivo ambiental existente na área de drenagem da região, o

qual exigirá investimentos vultuosos para a sua devida recuperação.

O parâmetro “coliformes fecais” é utilizado como indicador de poluição

por matéria orgânica de origem animal. A presença desses organismos na

água inclui também a possibilidade da existência de microorganismos

responsáveis pela transmissão de doenças.

A toxicidade nas águas é causada por substâncias químicas

provenientes, principalmente, de efluentes industriais, do chorume de lixões e

de aterros de resíduos industriais e urbanos, e do lixiviamento de

agroquímicos. Contribuem também, em menor escala, os esgotos domésticos.

A toxicidade é medida através de testes ecotoxicológicos, e tem por finalidade

saber-se se, e em que medida, as substâncias ou misturas de substâncias são

nocivas, como e onde se manifestam seus efeitos. Os testes são realizados em

organismos vivos, pois só a matéria viva é capaz de fornecer informações

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sobre a toxicidade e o potencial tóxico de substâncias químicas. Os resultados

de toxicidade na Região de Joinville foram obtidos através de testes feitos com

microcrustáceos (Daphnia magna) e com fotobactérias (Vibrio fischeri).

O estudo sobre a qualidade da água e química ambiental da Baía da

Babitonga/Canal do Linguado apresenta as seguintes conclusões principais:

A existência de condições normais nos parâmetros físico-

químicos (temperatura, salinidade, OD, DBO, pH, condutividade,

turbidez, fosfato, nitrito e nitrato).

Presença de metais pesados na quase totalidade dos pontos de

coleta, compartimentos (água, sedimento e organismos) e

campanhas, evidenciando a existência de biodisponibilidade

destes contaminantes nas duas porções da baía. Diferente do

esperado, os índices de metais pesados nas áreas próximas ao

aterro não foram superiores à maioria das outras áreas da baía.

A maioria dos organismos analisados atende os limites legais

para consumo humano, no que se refere às concentrações de

metais pesados no músculo. Deve-se ressaltar, contudo, o risco

para a saúde humana, da acumulação, a longo prazo, dos metais.

Foram observados valores elevados de coliformes fecais, muito

acima dos limites legais, em diversos pontos da área estudada.

A biodisponibilidade dos contaminantes e as altas taxas de

coliformes fecais está relacionada à carência de sistemas de

tratamento de efluentes domésticos e industriais, associada aos

processos de ressuspensão dos sedimentos contaminados do

fundo da baía.

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CAPÍTULO III

ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS, USO E OCUPAÇÃO

DO SOLO, TURISMO E CULTURA E ATIVIDADES

PESQUEIRAS

III.1 - Aspectos Socioeconômicos

O Complexo Hídrico da Baía da Babitonga/Canal do Linguado, com

seus 1.400 km2, abrange parte dos municípios de Joinville, São Francisco do

Sul, Garuva, Itapoá, Araquari e Balneário Barra do Sul conforme Mapa dos

municípios abaixo.

Santa Cruz

Vila Nova

Sol Nascente

Balneário Enseada

Neudor

RFFSA

JONVILLE SÃO FRANCISCO DO SUL

JARAGUÁDO SUL

ITAPOÁ

ARAQUARI

GARUVA

SCHROEDER

GUARAMIRIM

Pirabeiraba

BALNEÁRIO BARRA DO SUL

Itapocu

UbatubaSaí

Ilha das Grarc s ou da PazaPta. Jos Diasé

280

280

Ilha Feia

.

ItapoçuRio

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Babitonga

Francisco

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RIO

ILHA DE S.FRANCISCO

Figura 02 – Mapa de Municípios

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Estes seis municípios reúnem hoje aproximadamente uma população

de 583.857 habitantes, sendo que a cidade de Joinville, localizada as margens

da Baía da Babitonga/Canal do Linguado, é o maior aglomerado urbano da

região, com uma população de 492.101 habitantes (IBGE, 2008).

Considerando-se a relevância do Complexo Hídrico da Babitonga, esta

análise tem como objetivo apresentar os principais aspectos sócio-econômicos

dos municípios contidos no referido Complexo.

A análise das informações sócio-econômicas dos municípios do

entorno da Baía permite concluir que:

As cidades integrantes do Complexo Hídrico da Baía da

Babitonga/Canal do Linguado caracterizam-se por uma população

que vive, em sua maioria, em área urbana. As condições de

saneamento básico são ainda precárias, principalmente no que se

refere ao tratamento de esgoto. As cidades de Garuva, Itapoá e

Barra do Sul são deficitárias no que se refere ao atendimento

hospitalar.

A atividade agrícola das cidades do Complexo gira em torno da

cultura do arroz irrigado, da mandioca e da banana. A pecuária é

representada nas cidades pelo rebanho bovino leiteiro e de corte.

A atividade industrial é mais desenvolvida no município de Joinville,

sendo a atividade portuária na cidade de São Francisco do Sul base para sua

economia.

III.2 - Uso e Ocupação do Solo

O uso e ocupação do solo na região da Baía da Babitonga/Canal do

Linguado caracteriza-se pela presença de importantes áreas de florestas

nativas remanescentes e trechos alterados pela pressão antrópica (Atlas

Ambiental da Região de Joinville, 2002).

Segundo o estudo mencionado, a bacia contribuinte ao sistema Baía

da Babitonga/Canal do Linguado possui aproximadamente 65% de sua área

coberta por vegetação natural – áreas de Mata Atlântica, manguezais e

campos de altitude.

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As áreas alteradas pelo uso antrópico localizam-se na planície costeira

e fundos de vales, somando aproximadamente 35% da área – áreas

urbanizadas, áreas para uso agropecuário e reflorestamentos comerciais.

Na região podem ser identificados vários conflitos de uso, como o

avanço da área urbanizada sobre os manguezais, encostas de morros e fundos

de vales e ocupação de encostas e margens de rios por atividade agropecuária

(Atlas Ambiental da Região de Joinville, 2002).

No Canal do Linguado, próximo à cidade de Barra do Sul, em função

da pequena entrada de correntes de maré causada pelo fechamento do Canal,

iniciou-se um processo de avanço da área urbana em direção a áreas muito

próximas à lâmina d´água. Parte das residências e da infra-estrutura urbana

está localizada em trechos das margens do Canal que anteriormente eram

submetidos à inundação natural durante períodos de maré cheia.

Além da ocupação desordenada de áreas sensíveis à intervenção

humana, como manguezais e margens de rios, observa-se um incremento na

poluição das águas da Baía, seja associada ao aumento no número de

indústrias ou à falta de saneamento básico.

III.3 - Turismo e Cultura

A Baía da Babitonga/Canal do Linguado é um dos mais belos e pouco

conhecidos ecossistemas do país, cercada por manguezais e por grandes

áreas de Mata Atlântica ainda intocada, habitat de diversas espécies da fauna

marinha e terrestre. Por esta razão, apresenta forte potencial turístico em

função de sua beleza natural aliada à preservação dos traços culturais dos

colonizadores das cidades abrangidas pelo Complexo Hídrico da Baía da

Babitonga/Canal do Linguado.

A região apresenta como traços característicos de sua cultura a

predominância da colonização açoriana no litoral e a colonização alemã no

continente, refletindo na estrutura das comunidades.

Ao se percorrer as cidades no entorno da Baía, observam-se as

construções em estilo açoriano, as festas tradicionais e o linguajar resultado da

miscigenação de idiomas, constituindo-se em atrativo turístico a ser explorado.

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O município de Joinville se destaca pela forte presença da colonização

alemã, constatado pela arquitetura em estilo enxaimel e as demais

manifestações da cultura germânica, gerando consideráveis recursos oriundos

do turismo.

Os recursos naturais existentes na região propiciam a prática de

esportes aquáticos, da pesca amadora, tanto em mar aberto como no interior

da Baía, além do incremento do ecoturismo, todos geradores de renda para a

região. Estas atividades estão sujeitas aos impactos causados pela

manutenção ou retirada do aterro no Canal do Linguado.

III.3.1 - Recursos Naturais

Todas as cidades componentes do Complexo Hídrico da Baia

Babitonga/Canal do Linguado são beneficiadas por formações naturais

relevantes. Destacam-se:

Araquari: Canal do Linguado, praia Barra do Sul, Rio Parati com

suas ilhas do Mel, dos Barcos e dos Papagaios, corredeiras do

Rio Itapocu, Balneário Barra da Lagoa.

Balneário Barra do Sul: a praia Barra do Sul, de areias

monazíticas, tem extensão de 16 km; conta com as ilhas dos

Tamboretes, de Estipinga, Eslobo, dos Remédios, Araras e Feia;

a Lagoa da Barra (Canal do Linguado); além dos rios Perequê, do

Tito e Buvespa.

Garuva: Monte Cristo, pico da Serra do Mar, cascata do Quiriri,

Rio Palmital, Pesque-pague Truta e Mina D’ouro.

Itapoá: destacam-se 32 km de praias de areia branca e fina,

divididos em diversos balneários; apresenta sambaquis na Barra

do Saí, Três Barras e Lagoa do Furado; além do Parque

Ecológico de Volta Velha, situado num dos últimos

remanescentes de floresta atlântica costeira.

Joinville: destaca-se no município o passeio ecológico do Castelo

dos Bugres, as cachoeiras do Vale Quiriri, os locais rurais

culturais e paisagísticos, a Estrada Bonita, o Recanto Tia Marta, a

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Estrada Caminho Curto – Rio Bonito, o Recanto Jativoca, a Lagoa

dos Espinheiros e do Saguaçu/Baía da Babitonga, o mirante –

torre no alto do morro da Boa Vista, o Parque Ecológico Morro do

Finder, além das ilhas da região.

São Francisco do Sul: merecem destaque no município o morro

do Pão-de-Açúcar, as praias dos Ingleses, da Figueira, de Paulas,

do Calixto, do Forte, de Itaguaçu, Ubatuba, da Enseada, da

Saudade, Bonita e Grande, o Balneário de Capri, o Arquipélago

da Baía da Babitonga/Canal do Linguado, as ilhas da Paz e da

Rita e a Lagoa Capivari.

III.3.2 - Recursos Culturais

As seis cidades abrangidas pelo Complexo apresentam um conjunto

construído que caracteriza a tradição cultural germâmica e açoriana típicas da

região, sendo destacadas as seguintes:

Araquari: o Santuário do Bom Jesus do Araquari, a Estação

Ferroviária, e os Sambaquis. O município tem como evento

principal a Festa do Senhor do Bom Jesus do Araquari.

Balneário Barra do Sul: a Capela de Nossa Senhora das Graças,

as ruínas dos sítios de sambaquis existentes nas margens do rio

Perequê, a construção artesanal de embarcações de pequeno

porte e o artesanato (artefatos de pesca). A festa de Nossa

Senhora dos Navegantes, padroeira da cidade, a Farra do Boi, na

véspera da Páscoa, a festa de São Pedro e a festa da Tainha são

os eventos tradicionais do município.

Garuva: o artesanato em vime e madeira e produtos típicos da

região. Garuva tem como eventos principais a festa da Igreja

Matriz de São João Batista e a festa do Colono.

Itapoá: artesanato de pesca, comida típica açoriana (frutos do

mar), e apresenta no povoado de Jaguaruna, próximo à praia da

Figueira, local calmo com chácaras, fazendas e antiga igreja. O

aniversário da cidade, a festa do Pescador, a festa da Padroeira,

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a festa do Boi de Mamão, a festa do Senhor Bom Jesus e a festa

da Imaculada Conceição são os eventos promovidos pelo

município de Itapoá.

Joinville: também conhecida como “Cidade das Flores”, Joinville

nasceu e cresceu com a imigração européia. Preserva

características que nos remetem às cidades alemãs e entre as

várias atrações da cidade destacam-se as ruas e edificações

tradicionais da cultura alemã, Casa da Memória e Cemitério do

Imigrante, Estação Ferroviária, Mercado Municipal, Catedral

Diocesana, Museu Nacional da Imigração e Colonização, Museu

Arqueológico do Sambaqui, Museu de Arte de Joinville, Museu

Victor Kursancew, Museu da Fundição, Arquivo Histórico de

Joinville, Casa Fritz Alt. Corpo de Bombeiros Voluntários de

Joinville, Parque Zoobotânico, Parque Turístico Expoville,

Recanto Davet, Orquidário Agrícola Boa Vista, Feira de Arte e

Artesanato, além das construções em enxaimel na área rural.

Joinville realiza os seguintes eventos de destaque para o município:

festival de Dança, Festa das Flores, Fenachopp, Festa do Tiro Rei, Rodeio

Crioulo, Festa do Colono, Festas religiosas, Expoverão, Expoinverno e Feira

Têxtil.

São Francisco do Sul: destaca-se, primeiramente, o Centro

Histórico composto de construções erguidas no século XVIII no

estilo açoriano, tombadas pelo Patrimônio Histórico Nacional,

além do Museu Nacional do Mar, a antiga Base Naval na ilha da

Rita, o Museu Histórico, o Forte Marechal Luz, a Igreja Matriz de

Nossa Senhora da Graça, o Mercado Público, a Escadaria do

Cantagalo e as Cariocas.

São Francisco do Sul mantém traços de sua cultura de origem açoriana

em danças como o boi-mamão, a dança do vilão e o pau-da-fita, e tradicionais

como o “Pão-de-Deus”. A cultura africana é identificada pela presença da

associação de capoeira “Caravelas Negras” que cultiva as manifestações

culturais herdadas dos povos africanos.

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O artesanato característico da ilha de São Francisco é o trabalho em

cipó, bordados em tela, crochê, entalhes de madeira e confecções de cordas.

Os eventos tradicionais do município de São Francisco do Sul são a

Festilha (Festa das Tradições da Ilha), Festa Junina, Festa da Tainha, Festa da

Nossa Senhora da Glória, Festa da Padroeira Nossa Senhora da Graça,

Circuito da Ilha de São Francisco do Sul, Festa do Camarão e o Carnaval.

III.3.3 - Infra-Estrutura para o Turismo

As cidades em estudo apresentam a seguinte infra-estrutura

direcionada ao turismo:

Araquari: Não dispõe de meios de hospedagem e os serviços de

alimentação estão concentrados nas rodovias federais que cortam

o território.

Balneário Barra do Sul: dispõe de 1 hotel com capacidade para 20

leitos, duas pousadas (só abertas durante o verão) e casa para

alugar. Conta com alguns bares e lanchonetes, a maioria de

estrutura familiar, normalmente abertos no verão.

Garuva: dispõe de 2 empreendimentos hoteleiros, com

capacidade de 157 leitos, além de restaurantes e churrascarias

localizados na BR-101.

Itapoá: possui 4 empreendimentos hoteleiros que dispõem de 353

leitos, 4 campings que permanecem fechados fora da alta

estação, além de vários restaurantes, lanchonetes. O município

conta com 3 agências bancárias.

Joinville: dispõe de 31 opções de hospedagem, num total de

3,286 leitos que atendem a todas as categorias sociais. As

opções quanto aos serviços de alimentação são incontáveis,

havendo diversos tipos de restaurantes (cozinha internacional,

churrascarias, comida caseira, cozinha chinesa, árabe, italiana,

natural, grelhados e frutos do mar), além de confeitarias e casas

que servem o tradicional café colonial. O município conta com

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serviço de informações turísticas, companhias aéreas, locadoras,

agencias bancárias, shopping centers e hospital.

São Francisco do Sul: dispõe de 11 hotéis que oferecem 670

leitos, além de 3 pousadas e 4 campings. No setor de

alimentação, são 49 estabelecimentos, entre bares restaurantes e

similares que oferecem, em sua maioria, pratos à base de frutos

do mar. O município conta com 1 agência de viagens e turismo e

várias empresas operando em passeios náuticos na Baía da

Babitonga/Canal do Linguado.

O potencial turístico da região é ainda, pouco explorado, indicando uma

possibilidade de oportunidades econômicas para os habitantes das cidades do

Complexo.

Quanto ao aspecto de infra-estrutura hoteleira, São Francisco do Sul é

o município com melhores índices da região, causando preocupação os índices

de Itapoá, município que recebe uma taxa de turistas superior a sete vezes o

número de habitantes e, Joinville pelo próprio porte da cidade. A figura

apresentada no Anexo 6 aborda os recursos turísticos existentes na região.

III.4 - Atividades Pesqueiras

A pesca é um sistema de atividades inter-relacionadas, que incluem a

captura, o processamento, o mercado e a demanda do consumidor pelo

pescado.

Podemos dividir a pesca em quatro tipos principais:

De subsistência – exercida com o propósito único de alimentação,

não tendo finalidade comercial;

Artesanal ou de pequena escala – o pescado capturado é total ou

parcialmente comercializado. Os pescadores podem ser os

proprietários dos barcos e petrechos ou utilizá-los em sistema de

parceria com os proprietários. As embarcações são de pequeno e

médio portes, motorizadas ou não. Os petrechos e insumos são

relativamente simples, muitas vezes confeccionados pelos

próprios pescadores;

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Industrial - realizada por embarcações maiores, com mais

autonomia, capazes de operar a maiores distâncias da costa. As

embarcações apresentam sistema de mecanização a bordo para

facilitar o manuseio do dos petrechos. Elas possuem aparelhos

de apoio á pesca, como sistema de localização por satélite e

radiotransmissores. Os proprietários das embarcações podem ser

empresas e indústrias de beneficiamento de pescado.

Normalmente a atuação se dá sobre estoques pesqueiros

específicos;

Amadora - praticada com finalidade de turismo, lazer ou esporte.

O produto da atividade não pode ser comercializado nem

industrializado.

Cerca de95% dos pescadores mundiais estão envolvidos na pesca de

pequena escala, capturando quase a metade do pescado destinado ao

consumo humano no mundo. São aproximadamente 40 milhões de pessoas

empregadas diretamente no setor (metade de produtores primários e metade

de pessoal envolvido no beneficiamento, comércio e distribuição). Se forem

considerados seus dependentes e os trabalhadores de apoio, pode-se estimar

que a pesca de pequena escala é o meio de subsistência de mais de 200

milhões de pessoas em todo o mundo (MCGOODWIN,2002).

No Brasil, estima-se que cerca de 60% do pescado seja

capturado pela pesca extrativa de pequena escala (Dias Neto e

Filho, 2003).

As pescarias de pequena escala apresentam as seguintes

características principais (LOGAN et AL., 1986):

São executadas em três tipos de ambientes tropicas marinhos:

plataforma continental costeira de continentes e ilhas, estuário e

recifes de coral;

Nas capturas, recolhe-se um grande número de espécies, e o

tamanho do pescado capturado é com freqüência, pequeno;

Há uma grande variedade de tipos de barcos e petrechos. Muitas

das técnica de pesca demandam trabalho braçal intensivo.Os

petrechos têm custos de operação relativamente baixos;

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30

Os lucros obtidos com a atividade pesqueira são muito variáveis,

existindo um forte componente sazonal. Os pecadores têm pouco

controle sobre os preços pagos pela produção;

A maior parte dos recursos explorados pela pesca de pequena

escala é de acesso aberto. Tal característica tende a produzir

sobre pesca econômica ou mesmo biológica;

Possuem ampla variedade de formas de venda de pescado,

passando pela venda direta ao consumidor final no local de

desembarque até sistemas de mercado mais sofisticados com

atuação de atravessadores;

O recrutamento dos membros da tripulação dos barcos baseia-se

mais em vínculos sociais importantes (por exemplo, pessoas da

família) do que em conhecimentos e experiência;

As comunidades de pescadores de pequena escala apresentam

dispersão espacial.

A pesca de pequena escala possui grande dose de ricos e incertezas

quanto ao seu sucesso como atividade econômica.O pescador enfrenta o risco

de perder a própria vida e seus meios de produção a cada viagem de

pesca,fato esse agravado pela quase impossibilidade de acesso a seguros

médicos, de vida e de patrimônio. Além disso, é impossível para os envolvidos

na atividade preverem com exatidão as capturas, os preços praticados pelo

mercado e as condições climáticas futuras (MCGOODWIN, 2002).

O mesmo autor cita algumas estratégias empregadas pelos

pescadores de pequena escala para enfrentar essas incertezas e ricos,

destacando-se a manutenção de outras atividades produtivas componentes da

renda familiar e a adoção de um sistema de repartição da produção que

consiste, na maioria das vezes, na divisão do pescado por parte, descontados

os custos operacionais, fixada antes da saída para pesca.

Os pescadores envolvidos com a pesca de pequena escala encontram

muitas dificuldades para a realização da atividade. Entre os principais

problemas estão:

Degradação ambiental;

Sobre pesca e /ou pesca predatória;

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Dificuldade de acesso a sistema de crédito e seguros;

Dependência de intermediários (atravessadores) para o sucesso

da atividade;

Áreas de pesca próximas aos núcleos urbanos;

Pouco poder político;

Conflito com outros setores: fiscalização, pesca industrial,

aqüicultura, turismo e conservação ambiental.

A grande maioria dos pescadores artesanais de Santa Catarina atua

nas baías, lagoas, e estuários, utilizando pequenas embarcações e aparelhos

de eficiência limitada (Rodrigues et AL.,1998).

Inicialmente a pesca de pequena escala era praticada de forma

complementar ás atividades agrícolas pelos lavradores que habitavam as

zonas costeiras. Com o processo de urbanização dessas áreas, foi alterado o

caráter complementar da pesca nessas comunidades, que passaram a se

dedicar exclusivamente á pesca (Teixeira, 1988, apud Rodrigues et al., 1998).

A partir desse fato, os estoques passaram a ser explorados pelos

pescadores de forma ininterrupta e não mais apenas nos períodos de safra. Tal

fato, aliado á melhoria na infra-estrutura de escoamento da produção e ao

desenvolvimento da pesca industrial, levou a uma redução nos estoques

pesqueiros locais (Rodrigues et AL., 1998).

Inicialmente a pesca de pequena escala era praticada de forma

complementar às atividades agrícolas pelos lavradores que habitavam a as

zonas costeiras. Com o processo de urbanização destas áreas, foi alterado o

caráter complementar da pesca nessas comunidades, que passaram a se

dedicar exclusivamente à pesca (TEIXEIRA, 1988, apud, RODRIGUES et AL.,

1998).

A partir deste fato, os estoques passaram a ser explorados pelos

pescadores de forma ininterrupta e não mais apenas nos períodos de safra.

Tal fato, aliado à melhoria na infra-estrutura de escoamento da produção e ao

desenvolvimento da pesca industrial, levou a uma redução no estoques

pesqueiros locais.

Alem dos fenômenos anteriormente mencionados como originários do

processo de redução dos estoques, deve se considerada também a

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progressiva degradação da qualidade ambiental da Baía da Babitonga/Canal

do Linguado em função do crescimento do parque industrial de Joinville, do

aumento na descarga de esgoto doméstico e industrial na região, do

desmatamento e ocupação agrícola e principalmente da interrupção do fluxo

das águas pelo Canal do Linguado.

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CAPÍTULO IV

ASPECTOS NEGATIVOS CAUSADOS AO MEIO

AMBIENTE

Os estudos realizados na região do Canal do Linguado por instituições

como o Instituto de Pesquisas Hidroviárias (INPH), Empresa de Portos do

Brasil (PORTOBRAS), Associação de Preservação e Equilíbrio do Meio

Ambiente de Santa Catarina (APREMA), Centro de Excelência em Engenharia

de Transportes (CENTRAN), indicaram que os danos ambientais da Baía da

Babitonga e do Canal do Linguado, ocorreram pelo crescimento populacional

dos municípios localizados na área, passaram a ocorrer processos de origem

antropica que causaram a progressiva degradação da qualidade ambiental da

Baia da Babitonga/Canal do Linguado, foram e continuam sendo causados

principalmente:

Pelo fechamento do Canal do Linguado;

Pela poluição industrial e respectivo lançamento de efluentes sem

tratamento na Baía da Babitonga/Canal do Linguado;

Pela falta de saneamento básico e conseqüente lançamento de

efluentes domésticos sem tratamento na Baía da Babitonga/Canal

do Linguado;

Pela ocupação desordenada do entorno da Baía da Babitonga e

da bacia contribuinte;

Pela remoção da cobertura vegetal e conseqüente exposição dos

solos á ação da natureza;

Pelo aumento no esforço de pesca e no número de pescadores

(sobrepesca).

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Não foi possível determinar a importância relativa de cada agente

causador de impactos, por causa da ausência de dados anteriores e da

complexidade do sistema.

A este processo de degradação progressiva, acrescentou-se a

construção do aterro no Canal do Linguado, intervenção que

potencializou os fenômenos já existente na Baía.

O aterro impediu a livre circulação de água pelo Canal do Linguado e ,

juntamente com os processos antrópicos observados na bacia, vem

provocando o progressivo assoreamento e alteração do equilíbrio

ecológico deste sistema ao longo dos anos.

O fechamento do Canal do Linguado constitui impacto importante à

qualidade ambiental do sistema da Baía da Babitonga/Canal do Linguado. Os

processos de degradação de origem antrópica (falta de saneamento, poluição

industrial, ocupação desordenada do entrono da baía e da bacia de drenagem,

assoreamento, etc.) associados ao fechamento do Canal do Linguado

intensificaram as alterações ambientais detectadas nos levantamentos

efetuados em estudos já realizados anteriormente.

O Canal do Linguado, por sua vez, é o braço sul da Baía da Babitonga

e, até seu fechamento, fazia uma conexão hidraulicamente muito eficiente

entre a Baía e o Oceano Atlântico. Desta forma, o fechamento do canal

dificultou a troca de água e proporcionou um grande assoreamento provocado

pelo acúmulo de sedimentos trazidos pelos afluentes da Baía da Babitonga.

O diagnósticos ambientais destaca os danos ambientais causados pelo

fechamento do Canal do Linguado para os diferentes componentes ambientais,

em maior ou menor grau, destacando-se os principais impactos relacionados

ao fechamento do canal:

Danos à fauna e à flora causados pela concentração de poluentes

na Baía da Babitonga/Canal do Linguado, advindos das áreas

industriais e urbanas, principalmente da região de Joinville.

Significativos processos de assoreamento, principalmente na

região próxima ao Canal do Linguado, na sua face voltada para a

baía;

Assoreamento da boca de Barra do Sul;

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Ocupação às margens do Canal do Linguado, na região de Barra

do Sul, em áreas de baixas cotas, sujeitas a alagamentos em

situações normais de maré;

Degradação dos manguezais na região do Canal do Linguado

entre o aterro e Barra do Sul, em áreas de baixas cotas, sujeitas a

alagamentos em situações normais de maré;

Migração dos bosques de suas área originais para áreas de

sedimentação de finos, com substituição por espécies vegetais

terrestres, na área da Baía da Babitonga próximo ao aterro.

Alteração do bem estar da comunidade, que seja na utilização da

Baía da Babitonga/Canal do Linguado como área de lazer e

turismo, quer seja no segmento que utiliza seus recursos naturais

para sobrevivência (pesca profissional e maricultura);

Interrupção na vegetação ao longo do Canal do Linguado entre a

Boca da Barra do Sul e o interior da Baía da Babitonga.

Não foi possível determinar – pela inexistência de dados anteriores – a

velocidade e a intensidade desses processos de degradação ambiental.

O fechamento do Canal do Linguado afetou a vida marinha, em

diferentes escalas. Do mesmo modo, afetou o bem estar da comunidade, quer

seja na utilização da Baia da Babitonga como área de lazer e turismo, ou

naquele segmento que utiliza seus recursos naturais para sobrevivência (pesca

profissional e maricultura. Do ponto de vista dos moradores da região, a

reabertura do Canal do Linguado é uma prioridade absoluta.

Deste modo, deve-se considerar o fechamento do Canal como dano

ambiental grave, causador de danos lentos, gradativos e cumulativos, como

potencializador das demais ações antropicas impactantes ao meio ambiente

(poluição, falta de saneamento, etc.)

Caso uma possível reabertura do Canal do Linguado, resultará em uma

melhora na qualidade ambiental do sistema Baia da Babitonga/canal do

Linguado a longo prazo, apesar de desencadear uma fase de perda de

qualidade ambiental aguda, a curto prazo, relacionado á ressuspensão dos

sedimentos e á disponibilização de contaminantes.

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36

Independente da manutenção e/ou retirada do aterro do Canal do

Linguado devem ser tomadas as seguintes medidas para minimizar os

problemas ambientais detectados na região;

Implementação e melhoria do sistema de esgotamento sanitário

da bacia de drenagem, com implantação de estações de

tratamento de esgoto (ETE);

Implementação e melhoria do sistema de controle ambiental das

indústrias existentes na bacia de drenagem, com especial atenção

para as grandes indústrias (setores metal mecânico, plástico e

têxtil);

Implementação de sistema de fiscalização ambiental para as

diversas ações (controle industrial, controle de pesca, de

desmatamento etc.) mediante o fortalecimento institucional dos

vários órgãos ambientais na região;

Criação de um Sistema de Gerenciamento da Baía da

Babitonga/Canal do Linguado. (SGBB).

A região do Canal do Linguado vem sofrendo um intenso processo de

assoreamento ao longo dos anos, decorrente de seu fechamento, ocasionando

uma redução acentuada na profundidade em toda sua extensão. A variação da

maré atinge uma amplitude de 2,3 metros com duração máxima aproximada de

6 horas, segundo a tábua de marés publicadas pela Capitania dos Portos para

o Porto de São Francisco do Sul.

Caso o Canal do Linguado seja reaberto, alguns estudos devem ser

efetuados para o detalhamento das ações, como por exemplo, determinação

da concentração de metais pesados no sedimento profundo próximo ao aterro

do canal do Linguado, levantamento topográfico em Barra do Sul e

cadastramento das residências e infra-estrutura urbana suscetíveis de

inundação.

Do ponto de vista ambiental: menor volume de dragagem, e como

conseqüência menor deposição de material dragado e menor possibilidade de

ressuspensão de poluentes.

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Ressalta-se, entretanto, que qualquer dos cenários estudados e das

alternativas adotadas não trará de volta a situação existente na época em que

se deu o fechamento do Canal do Linguado.

A qualidade dos recursos hídricos superficiais monitorados na Bacia

Hidrográfica da Baia de Babitonga é, de modo geral, alarmante. Na área

urbana de Joinville as águas atingem um nível crítico de poluição, refletindo-se

em rios biologicamente quase mortos. Na área rural a contaminação dos rios

também é preocupante (Vieira, 2005).

Este quadro gera uma situação conflituosa no sentido que, numa

região com grande potencial hídrico, as águas estão sendo usadas

inadequadamente, priorizando-as como corpos receptores de rejeitos de

origem antrópica, conseqüentemente ameaçando usos vitais, como por

exemplo, o suprimento de água própria para o consumo humano,

dessedentação de animais, produção de alimentos e para o próprio habital do

ecossistema local.

Além do aspecto estético de um rio visualmente poluído e fético, como

é o caso, por exemplo, do Rio Cachoeira, outro ponto a ser considerado é seu

potencial como fonte de doenças. O panorama atual dos recursos hídricos da

Bacia Hidrográfica da Baia de Babitonga é conseqüência da falta de um

sistema de gerenciamento que regule e garanta seus usos múltiplos e

sustentáveis. Uma primeira iniciativa nesse sentido, na região, foi a criação do

Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Cubatão do Norte em 23 de Novembro de

1998 através do Decreto Estadual No 3.391/98. De acordo com a Lei No

9.748/94 o objetivo do Comitê é coordenar as atividades dos agentes públicos

e privados relacionados aos recursos hídricos, no âmbito de sua bacia, a fim de

melhorar a qualidade dos corpos de água. Este Comitê tem uma importância

altamente estratégica, já que o Rio Cubatão do Norte é o único manancial na

região capaz de atender as demandas atuais e futuras (de médio prazo) do

abastecimento de água para a população do Município de Joinville. Permitir a

degradação ambiental da Bacia Hidrográfica do Rio Cubatão do Norte, em

especial na região situada à montante do ponto de captação da CASAN, é

colocar em sérias dificuldades a curto prazo o abastecimento de água da

região.

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O trabalho realizado só vem confirmar o alto índice de que o

fechamento do Canal do Linguado resultou num impacto negativo para toda a

região do Canal do Linguado.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante de todo exposto sobre o estudo dos aspectos negativos causados

ao meio ambiente pelo fechamento do canal do linguado, no ecossistema

estuário da baía da babitonga / canal do linguado, pode-se concluir que, a

degradação no meio ambiente não é fenômeno ressente no mundo, e a

situação vai se agravando com a ambição do homem.

Diante desta condição recomenda-se que o Canal do Linguado seja reaberto,

caso se assegure pelos estudos hidrodinâmicos que haverá melhora futura da

qualidade ambiental da baía.

Porém, independentemente de o canal ser ou não aberto, devem ser

implantados programas para a melhoria da qualidade ambiental da baía,

envolvendo saneamento básico, controle da poluição industrial, fiscalização

sobre a pesca profissional e amadora etc. A participação do maior número

possível de entidades na discussão e implantação dos projetos deve ser

assegurado.

Um sistema efetivo de controle de desembarque pesqueiro, com o

apoio do IBAMA, das prefeituras e universidades locais, deve ser implantado,

buscando obter dados de qualidade a longo prazo.

Pelo trabalho pesquisado, indica que o fechamento do Canal do

Linguado, resultou num impacto extremamente negativo para toda a região. A

obstrução do canal comprometeu a hidrodinâmica de todo o sistema estuarino,

reduzindo consideravelmente a profundidade da área em função de um intenso

processo de assoreamento em todo o corpo de água e na barra, afetando toda

a biota. Segundo o IBAMA (1998), o represamento da água doce na área da

Baia da Babitonga fez com que a região a jusante do aterro (barra do Sul)

ficasse isolada, alterando suas condições estuarinas e estabelecendo nesse

local uma situação que se caracteriza mais como de uma lagoa costeira.

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O fechamento do Canal ocasionou vários problemas ambientais vigente

na região, como o agravamento do efeito poluente nas águas da baía, o

aumento das inundações em Joinville e a redução do canal no porto de São

Francisco do Sul.

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ANEXOS

Índice de anexos

ANEXO 1 - LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

ANEXO 2 - LEGISLAÇÃO FEDERAL BRASILEIRA

ANEXO 3 - LEIS AMBIENTAIS

ANEXO 4 - RESOLUÇÕES CONAMA

ANEXO 5 - LEGISLAÇÃO ESTADUAL DE SANTA CATARINA

ANEXO 6 - MAPA ILUSTRATIVOS DE RECURSOS TURÍSTICO DA

REGIÃO

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ANEXO 1

LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

A normatização do uso da biodiversidade e ecossistemas da zona

costeira na região sul é feita principalmente por legislação federal. Os Estados

participam com importantes instrumentos de gerenciamento de recursos

hídricos e, no Estado de Santa Catarina, de regulação da ocupação do solo

nos balneários.

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ANEXO 2

LEGISLAÇÃO FEDERAL BRASILEIRA

Art. 20, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL:

No art. 20 vemos citado que são bens da União as ilhas fluviais e

lacustres nas zonas limítrofes com outros países, as praias marítimas, as ilhas

oceânicas e as costeiras, o mar territorial, os recursos naturais da plataforma

continental e da zona econômica exclusiva, os terrenos de marinha e seus

acrescidos.

Inclui-se entre os bens dos estado, as áreas nas ilhas oceânicas e

costeiras que estiverem sobre o seu domínio, excluídas aquelas sobre domínio

da união, municípios e terceiros.

Considera-se o litoral um patrimônio turístico, paisagístico, histórico e

paleontológico.

Os terrenos de Marinha - conceituados pelo Decreto-lei 9.760, de

05/09/46 - referem-se a uma “profundidade de 33 (trinta e três) metros,

medidos horizontalmente, para a parte de terra, da posição da linha do preamar

médio de 1831, os situados no continente, na costa marítima e nas margens

dos rios e lagos, até onde se faça sentir a influência das marés e os que

contornam as ilhas situadas em zona onde se faça sentir a influência das

marés.” (art. 2º).

ART. 23, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL:

“ É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e

dos Municípios:

vi - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de

suas formas;

vii - preservar as florestas, a fauna e a flora”

ART. 24, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL:

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Parágrafo 1º - Diz que em termos de legislação ambiental a União deve

limitar-se a estabelecer normas gerais, aplicáveis a todo território brasileiro.

Assim, a norma geral que invadir as particularidades regionais ou locais, passa

a ser inconstitucional.

Assim observa-se o princípio de cooperação entre as diferentes esferas

do governo tendo também como princípio que:

“ a superveniência da lei Federal sobre normas gerais suspende a

eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário”

Art. 225, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

“ Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem

de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao

Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo para as presentes e

futuras gerações”.

A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o

Pantanal Matogrossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional e sua

utilização far-se-á na forma da lei, dentro de condições que assegurem a

preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.

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ANEXO 3

LEIS AMBIENTAIS

Lei n.º 7661/88 que Institui o Plano Nacional de Gerenciamento

Costeiro

Essa lei instituiu o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro (PNGC),

que já encontra-se na sua segunda versão (PNGC II).

Art. 2º- O PNGC tem por finalidade “orientar a utilização racional dos

recursos da zona costeira, de forma a contribuir para elevar a qualidade de vida

da sua população, e a proteção de ser patrimônio natural, histórico, étnico e

cultural”.

Art. 3º - O PNGC “deverá dar prioridade à conservação e proteção,

entre outros, dos seguintes bens:

i- recursos naturais, renováveis e não renováveis.

ii- sítios arqueológicos de relevância cultural e demais unidades

naturais de preservação permanente;

iii- monumentos que integrem o patrimônio natural, histórico,

paleontológico, espeleológico, arqueológico, étnico, cultural e paisagístico”.

iv- Art. 5º - Define como competência do poder federal (através do

CONAMA) intervir em assuntos ligados a zona costeira como: “urbanização;

ocupação e uso do solo; do subsolo e das águas; parcelamento e

remembramento do solo; sistema viário e de transporte; sistema de produção,

transmissão e distribuição de energia; habitação e saneamento básico; turismo,

recreação e lazer; patrimônio natural, histórico, étnico, cultural e paisagístico”.

Art. 7º - Define que “a degradação dos ecossistemas, do patrimônio e

dos recursos naturais da Zona Costeira implicará ao agente a obrigação de

reparar o dano causado.”

Art. 10º - Assegura o “acesso às praias como livre e franco”

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Essa mesma lei é explícita ao assinalar que “Não será permitida a

urbanização ou qualquer forma de utilização do solo da zona costeira, que

impeça ou dificulte o acesso assegurado nesse artigo".

Apesar de atribuir grande poder à União no que tange ao controle da

Zona Costeira, a Lei Nacional de Gerenciamento Costeiro especifica que “Os

estados e municípios poderão instituir, através de lei, os respectivos Planos

Estaduais de Gerenciamento Costeiro, observando as normas e diretrizes do

PNGC e o disposto nessa lei, e designar os órgãos competentes para a

execução de tais planos”.

Lei n.º 4771 de 15/09/65

Institui o novo Código florestal, alterada pela Lei nº7511 de 07/07/86:

Art. 2º - Considerem-se de preservação permanente, pelo só efeito

desta Lei, as florestas e demais formas de vegetação natural situadas:

a) ao longo dos rios ou de qualquer outro curso de água, em faixa

marginal cuja largura mínima será:

1- de30m (trinta metros) para os rios de menos de 10m(dez metros) de

largura;

2- de 50m (cinqüenta metros) para os cursos que tenham de 10 (dez) a

50m (cinqüenta metros) de largura;

3- de 100m (cem metros) para os cursos de água que meçam entre

50m (cinqüenta metros) e 100m (cem metros) de largura;

4- de 150m (cento e cinqüenta metros) para os cursos se água que

possuam entre 100m (cem metros) e 200m (duzentos metros) de largura;

5- igual à distância entre as margem para os cursos de água com

largura superior a 200m (duzentos metros).

b) ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d’água naturais ou

artificiais;

f) nas restingas, como fixadora de dunas ou estabilizadoras de

mangues;”

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47

Art. 3º Consideram-se ainda de preservação permanente, quando

assim declarada por ato do poder público, as florestas e demais formas de

vegetação natural destinadas:

• a atenuar a erosão da terra;

• fixar dunas;

• fixar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias;

• a asilar exemplares da fauna e da flora ameaçados de extinção;

• assegurar condições de bem estar público.

Parágrafo 1º - a supressão total ou parcial de florestas de preservação

permanente só será admitida com prévia autorização do Poder Executivo

Federal, quando for necessária à execução de obras, planos, atividades ou

projetos de utilidade pública ou interesse social.”

Lei n.º 6.766, de 19 de Dezembro de 1979 - Parcelamento do Solo

Art. 3º - Parágrafo Único - “Não será permitido o parcelamento do solo:

IV. Em terrenos onde as condições geológicas não aconselham a

edificação;

V. em áreas de preservação ecológica ou naquelas onde a poluição

impeça condições sanitárias suportáveis...”

Lei n.º 6.938, de 31 de Agosto de 1981 - Dispõem Sobre a Política

Nacional do Meio Ambiente

DECRETO N.º 44 623, DE 10 DE OUTUBRO 1962.

Regulamentou a Lei n.º 2097, de 6 de Junho de 1959, definindo as

normas para a prática da pesca nas águas interiores.

DECRETO N.º 750 DE 10/02/93: DISPÕE SOBRE O CORTE, A

EXPLORAÇÃO E A SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO PRIMÁRIA OU NOS

ESTÁGIOS AVANÇADOS E MÉDIO DE REGENERAÇÃO DA MATA

ATLÂNTICA.

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“Art. 1º ficam proibidos os cortes, a exploração e a supressão de

vegetação primária ou nos estágios avançado e médio de regeneração da Mata

Atlântica”.

Art.3º Para os efeitos deste decreto considera-se Mata Atlântica as

formações e ecossistemas associados inseridos no domínio Mata Atlântica,

com as respectivas delimitações estabelecidas pelo Mapa de Vegetação do

Brasil, IBGE 1988:

......manguezais,restingas......

No art. 225, 3º, a CF diz que “as condutas e atividades lesivas ao meio

ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções

penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos

causados.

Na verdade não existe um consenso jurídico no que se refere a leis

aplicáveis ao ambiente costeiro. Temos nesse ambiente uma sobreposição de

competências, com uma trama densa de leis e normas.

Lei nº10.164 de 11 de Maio de 1994

Art.2º- Entende-se como pesca artesanal a pesca profissional exercida

ou não com embarcação pesqueira,desde que sem vínculo empregatício com

industria praticada em águas litorâneas e interiores com fins complementares

ao regime de economia familiar.

DECRETO Nº 35.539, DE 19 DE SETEMBRO DE 1994.

REGULAMENTA A LEI Nº 10.164, DE 11 DE MAIO DE 1994.

Art. 6º - A taxa de cadastro e fornecimento da Carteira de Habilitação

de Pescador Artesanal será definida em Assembléia Geral da Federação dos

Sindicatos dos Pescadores e Colônias de Pescadores do Rio Grande do Sul.

Parágrafo único - Reverterá para a Brigada Militar, 15% dos valores

arrecadados com as taxas, com a finalidade de auxiliar o custeio das ações de

fiscalização e controle, de que tratam os artigos 1º e 2º deste Decreto.

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ANEXO 4

RESOLUÇÕES CONAMA

Resolução do CONAMA n.º 004, de 18 de Setembro de 1985

Art. 3º - São reservas ecológicas:

b) - as florestas e demais formas de vegetação natural situadas:

VII - nas restingas, em faixa mínima de 300 metros a contar da linha de

preamar máxima;

VIII - nos manguezais, em toda a sua extensão;

IX - nas dunas, como vegetação fixadora...”

Resolução do CONAMA n.º 001 de 23 de Janeiro de 1986

Art. 1º - Para o efeito desta resolução, considera-se Impacto Ambiental

qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio

ambiente, causado por qualquer forma de matéria ou energia resultante das

atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:

I- a saúde, a segurança e o bem estar da população;

II- a biota;

III- as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;

IV- a qualidade dos recursos naturais.”

Resolução do CONAMA n.º 004 de 31 de Março de 1993

Art. 1º - Passam a ser de caráter emergencial, para fins de zoneamento

e proteção, todas as áreas de formações nativas de restinga.

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Art. 2º - As atividades, as obras, os planos e os projetos a serem

instalados nas áreas de restinga serão obrigatoriamente objeto de

licenciamento ambiental pelo órgão estadual competente.

Parágrafo único - Excetua-se do disposto no caput deste artigo as

atividades, as obras, os planos e os projetos a serem instalados na faixa de

300 metros considerada de preservação permanente de que trata o art. 3º,

alínea “b” da Resolução/ CONAMA/ n.º 004/85....”

Resolução CONAMA nº 237 de 19 de dezembro de 1997

Define: Licenciamento ambiental; Licença ambiental; Estudos

ambientais; Impacto ambiental regional.

Resolução CONAMA nº 261 de 30 de Junho de 1999

Aprova diretrizes para a análise dos estágios sucessionais de

vegetação de restinga para o Estado de Santa Catarina, listando espécies

características de cada padrão de vegetação, incluindo espécies raras e

ameaçadas de extinção.

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ANEXO 5

LEGISLAÇÃO ESTADUAL DE SANTA CATARINA

LEI n.º 5.973 DE 15/10/80

Art. 5 - Parágrafo 2: “Os municípios, no tocante à preservação da

qualidade ambiental, atuarão dentro dos limites de sua competência, e de

forma subsidiária em relação ao estado, conforme definido na legislação

federal”.

DECRETO n.º 14.250 DE 05/06/81:

Capítulo II, Seção I, subseção II, art. 10:

“Toda empresa deverá tratar seu esgoto sanitário quando não existir

sistema público de coletas, transporte, tratamento e disposição final de esgoto”.

Capítulo III - das áreas de Proteção Especial e das Zonas de Reserva

Ambiental - Seção I,

“Art. 42 - São consideradas áreas de proteção especial:

II - os promontórios, as ilhas fluviais e as ilhas costeiras e oceânicas,

estas quando cedidas pelo Governo federal;

III - as áreas de formações vegetais defensivas à erosão de encostas e

de ambientes de grande circulação biológica, especialmente os mangues;

IV - os estuários e as lagunas;”

“Art. 43 - Para o efeito deste Regulamento, considera-se:

III - promontório: a elevação costeira florestada ou não que compõem a

paisagem litorânea do continente ou de ilhas;

IV - Ilha: extensão de terra cercada de água por todos os lados, dotada

de características relevantes à proteção da flora e da fauna;

V - Áreas de formações vegetais defensivas à erosão de encostas e de

ambientes de grande circulação biológica: a região sensível ao desgaste

natural onde a cobertura vegetal preserva, permanentemente o solo;”

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“Art. 47 - Nos promontórios, numa faixa de até 2.000m (dois mil metros)

de extensão, a partir da ponta mais avançada, é proibido:

I - o corte raso da vegetação nativa;

III - a edificação de prédios ou construções de qualquer natureza.

Parágrafo único: Mediante prévia autorização, desde que admitida

pelos órgãos municipais ou, quando for o caso, pelos órgãos federais

competentes, poderá ser deferido o pedido de construção de que trata o item III

deste artigo.”

“Art. 48 - Nas ilhas fica proibido o corte raso da vegetação nativa e

outras atividades que degradem os recursos naturais e a paisagem.”

“Art. 49 - Nas áreas de formação vegetal defensivas à erosão, fica

proibido o corte de árvores e demais formas de vegetação natural, obedecidos

os seguintes critérios:

VI - nas restingas, como fixadora de dunas ou estabilizadoras de

mangues;”

Seção IV, do parcelamento do solo:

“Art. 61 - Com vistas à preservação ambiental ou ecológica, é proibido

o parcelamento do solo:

Parágrafo 1 - Em áreas litorâneas, numa faixa de 2.000 m (dois mil

metros), a partir das terras de marinha, o parcelamento do solo desde que

admitido pelo Municípios atendidas as exigências específicas com relação aos

aspectos ambientais e sanitários, depende de análise prévia do órgão estadual

do meio ambiente.”

LEI nº 6.063, DE 24 DE MAIO DE 1982 - DISPÕEM SOBRE O

PARCELAMENTO DO SOLO.

Art. 3º - “Não será permitido o parcelamento do solo:

III. em terrenos com declividade igual ou superior a30%

V. em áreas de proteção especial, definidas na legislação, e naquelas

onde o parcelamento do solo possa causar danos relevantes à flora, fauna e

outros recursos naturais;”

Art. 4º - “Em áreas litorâneas, numa faixa de 2.000 m (dois mil metros)

a partir das terras de marinha, o parcelamento do solo depende da análise da

Fundação do Meio Ambiente - FATMA”

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Quanto à gestão dos recursos hídricos, Santa Catarina dispõe de

instrumentos legais já estabelecidos, com políticas em execução. Os principais

instrumentos são desta política são:

Lei nº 6.739 de 16 de dezembro de 1985 - cria o Conselho Estadual de

Recursos Hídricos;

Constituição Estadual - Artigos 8 e 9 (estabelecem a competência do

Estado na gestão dos recursos hídricos); Artigo 12 (define como bens do

Estado as águas superficiais e subterrâneas, fluentes, emergentes e em

depósito); Artigo 138 (estabelece que a política de desenvolvimento regional

deve assegurar o uso adequado dos recursos naturais); Artigo 144 (define as

bacias hidrográficas como unidades básicas de planejamento ambiental);

Lei nº 9.022 de 06 de maio de 1993 - Dispõe sobre o sistema estadual

de gerenciamento de recursos hídricos;

Lei nº 9.748 de 30 de novembro de 1994 - dispõe sobre a política

estadual de recursos hídricos;

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ANEXO 6

MAPA ILUSTRATIVOS DE RECURSOS TURÍSTICO DA

REGIÃO

O mapa abaixo ilustra os recursos turísticos existentes na região.

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BIBLIOGRAFIA

UNIVILLE - Diagnostico ambiental da Baia da Babitonga / Marta J. Cremer,

Paulo Roberto Dias Morales, Therezinha M. N. de oliveira – Joinville,SC: 2006

CONVENIO DNIT/IME, estudos Ambientais da Baía da Babitonga –Canal do

Linguado, 2004

WINCKLER, Sergio. Aquicultura e pesca em Santa Catarina. Florianópolis:

EPAGRI, 2003

CEREGATO, S.A.; PETRERE, M. Financial comparisons of artisanal fisheries

in Urubupungá complex in the middle Paraná river(Brazil). Braz. J. Biol., v. 63,

n.4,p673-682, 2003

CONAMA n. 344, de 25 de março de 2004. Diário Oficial da Uniao, Brasilia, 7

maio 2004.

CONAMA n. 357, de 17 de março de 2005. Diario Oficial da União, Brasilia, 18

mar. 2005

AZEVEDO, F. A; CHASIN, A. A. M. Metais – Gerenciamento da toxidade. São

Paulo: Atheneu, 2003

KNIE, Joaquim L. W. (ccord.) Altas ambiental da Regiao de Joinville –

Complexo hídrico da Baia da Babitonga. Florianopolis: FATMA/GTZ, 2002

MENEZES, L. F. T. PEIXOTO, A. L.; MACIEL, N. C. A riqueza ameaçada dos

manguezais. CIÊNCIA Hoje, 2000

ATLAS Ambiental da Região de Joinville, 2002

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56

UNITERMOS. Programa de recuperação ambiental da Baía da Babitonga.

FUNDEMA. Joinville, Santa Catarina, 2000

FATMA. Fundação do Meio Ambiente do Estado de Santa Catarina. Baía da

Babitonga. Joinville, 1994.

FERNANDES, M. Praias sujas por esgotos das casas e industrias. Diário

Catarinense, 24 out. 2000.

KNIE, Joaquim L. W. (coord.) Atlas ambiental da Região de Joinville –

Complexo Hídrico da Baía da Babitonga. Florianópolis: FATMA/ GTZ, 2002.

FARIA, J. M. Estudo da qualidade bacteriológica das águas e das ostras

cultivadas na Baía da Babitonga – Joinville, 2002

FATMA/ GTZ. Relevância de parâmetros de qualidade das águas correntes.

Florianópolis, 1999.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO .................................................................................... 2

AGRADECIMENTO .................................................................................... 3

DEDICATÓRIA............................................................................................ 4

RESUMO .................................................................................................... 5

METODOLOGIA ......................................................................................... 6

SUMÁRIO ................................................................................................... 7

LISTA DE FIGURAS ................................................................................... 8

INTRODUÇÃO............................................................................................ 9

CAPÍTULO I ................................................................................................ 11

Histórico do Fechamento do Canal do Linguado ........................................ 11

I.1 Localização Geográfica......................................................................... 11

I.2 Histórico do Fechamento do Canal do Linguado .................................. 13

CAPÍTULO II ............................................................................................... 16

Diagnóstico Ambiental ................................................................................ 16

II.1 Recursos Hídricos................................................................................ 17

II.2 Qualidade da Água .............................................................................. 19

CAPÍTULO III .............................................................................................. 21

Aspectos Socioeconômicos, Uso e Ocupação do Solo, Turismo e Cultura e Atividades Pesqueiras.............................................................................. 21

III.1 Aspectos Socioeconômicos ................................................................ 21

III.2 Uso e Ocupação do Solo .................................................................... 22

III.3 Turismo e Cultura................................................................................ 23

III.3.1 Recursos Naturais............................................................................ 24

III.3.2 Recursos Culturais........................................................................... 25

III.3.3 - Infra-Estrutura para o Turismo........................................................ 27

III.4 Atividades Pesqueiras......................................................................... 28

CAPÍTULO IV.............................................................................................. 33

Aspectos Negativos Causados ao Meio Ambiente...................................... 33

CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................ 39

ANEXOS ..................................................................................................... 41

BIBLIOGRAFIA ........................................................................................... 56

ÍNDICE........................................................................................................ 58

FOLHA DE AVALIAÇÃO............................................................................. 59

Page 58: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · entre a Ilha do Linguado e a Ilha de São Francisco, de maior largura (600 metros), para construção do ramal ferroviário

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES - PÓS-

GRADUAÇÃO LATO SENSU - INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

Título da Monografia: ESTUDO DOS ASPECTOS NEGATIVOS CAUSADOS

AO MEIO AMBIENTE PELO FECHAMENTO DO CANAL DO LINGUADO, NO

ECOSSISTEMA ESTUÁRIO DA BAÍA DA BABITONGA/CANAL DO

LINGUADO

Autora: MARINALVA LIMA DE ANDRADE FERREIRA

Data da entrega: 01 de agosto de 2009

Avaliado por:

Conceito: