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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU AVM FACULDADE INTEGRADA A NECESSIDADE DE BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA O DESENVOLVIMENTO GLOBAL E APRENDIZAGEM DA CRIANÇA Sibele Melnik Khalili Boukai Orientador: Prof. Dr. Vilson Sérgio de Carvalho Rio de janeiro - RJ 2015

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

AVM FACULDADE INTEGRADA

A NECESSIDADE DE BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA O

DESENVOLVIMENTO GLOBAL E APRENDIZAGEM DA CRIANÇA

Sibele Melnik Khalili Boukai

Orientador:

Prof. Dr. Vilson Sérgio de Carvalho

Rio de janeiro - RJ

2015

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A NECESSIDADE DE BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA O

DESENVOLVIMENTO GLOBAL E APRENDIZAGEM DA CRIANÇA

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada

como requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Educação infantil e Desenvolvimento, por

Sibele Melnik Khalili Boukai.

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Agradeço meu marido Toufic que com seu

amor e paciência supriu minha atenção pelos nossos

filhos, ajudando-os no dever de casa, estudar para

as provas e outras coisas.

Aos meus filhos Carlos e Rose que

compreenderam a necessidade que tive em me

debruçar na leitura, muitas vezes deixando de levá-

los aos eventos ou aproveitar um dia ensolarado na

piscina.

Agradeço também meus orientadores Ana

Paula Oliveira e Vilson Sergio de Carvalho pelo o

acompanhamento e revisão do estudo, permitindo a

realização deste trabalho.

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Dedico este trabalho em particular aos meus

filhos Carlos e Rose pelos quais tive o prazer,

carinho e um infinito amor em participar de cada

momento de seu desenvolvimento, observando e

participando de cada conquista.

Ao meu marido que me incentivou em todos

os momentos em ampliar meus estudos e

especialização, sabendo que requeria tempo

sobrecarregando o seu dia.

Dedico à meu querido pai Abrão (im

memoriam) que sempre me incentivou a estudar,

lutar pelos meu sonhos me orientando e me

acolhendo nas horas difíceis.

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RESUMO

O presente trabalho contempla a importância da ludicidade no processo de

aprendizagem na Educação infantil. Foram realizadas pesquisas bibliográficas,

fundamentando a importância do lúdico na educação infantil e a função do educador

na nova pedagogia, onde a criança é considerada um ser humano ativo. No primeiro

capítulo aborda-se o surgimento da Educação Infantil e diferentes visões de alguns

pensadores. No segundo capitulo através de um rápido histórico, busca-se

compreender as leis que regem a educação infantil. No terceiro capitulo abordamos

a ludicidade na educação infantil, definindo de forma clara o papel dos brinquedos,

jogos e brincadeiras, como podem e devem ser usados como auxiliadores das

disciplinas, a formação e o papel do educador na Educação Infantil frente à nova

pedagogia. A conclusão do presente estudo teórico objetiva intensificar a

importância da ludicidade na educação infantil, tendo o educador como mediador na

hora de aplicar conceitos e administrar os conteúdos, usando a ludicidade para que

seja auxiliadora do processo ensino aprendizagem.

Palavras-chave: Educação-Infantil, ludicidade, aprendizagem.

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METODOLOGIA

O presente trabalho é dedicado a enfatizar a importância do brincar no

processo ensino aprendizagem. Valorizar a brincadeira como forma de expressão

que traduza a construção do conhecimento da criança vivenciada individualmente ou

em grupos. Os jogos, os brinquedos e as brincadeiras são atividades fundamentais

da infância. A criança apresenta características e especificidades próprias e

encontra nas atividades lúdicas uma forma de mostrar sua criatividade, emoção,

descontentamentos, expressando de forma espontânea a sua maneira de pensar e

agir. Por esse motivo é de suma importância que o educador esteja não só

comprometido, mas envolvido de maneira plena com sua função (rotina) e com a

turma, para que juntos possam trilhar novos caminhos e atingir novos objetivos.

Percebemos que muitas vezes as crianças são privadas de brincar, criar e

imaginar para seguir regras e padrões dos adultos. Muitos adultos, acostumados

com uma educação tradicional e conservadora, não percebem que através do lúdico

as crianças estão interagindo, trocando experiências, valores, tomando decisões,

entendendo as emoções e reorganizando pequenas frustrações e emoções,

elaborando hipóteses e resolvendo problemas. Esses momentos dão abertura para

as novas informações, pois permite um novo olhar sobre o objeto. Naturalmente as

crianças desenvolvem suas habilidades intelectuais, sem que haja esforço

consciente ou intervenção de um adulto, no nosso caso, de um educador.

Dessa forma percebemos o lúdico como parceiro inquestionável nos

ambientes onde acontecem a educação infantil, tornando-se importante no processo

de ensino aprendizagem a partir do momento que é visto como um componente

fundamental do desenvolvimento mental das crianças. O brincar ajuda as crianças a

compreenderem o seu mundo, ajuda a aprender sobre si mesma e a se relacionar

com os outros.

Nesse presente trabalho, optou-se pela pesquisa bibliográfica, tendo como

base os autores D.W.Winnicott, Jean Piaget, Ivanise C. Rezende Meyer e o livro

Einstein teve tempo para brincar - como método de investigação, responsável em

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esclarecer a importância do brincar pelo brincar, assim como o brincar como

propósito pedagógico.

O decorrer deste trabalho levará a reflexão do “porque” e do “como”

podemos estimular o conhecimento através dos jogos e brincadeiras dentro do

planejamento curricular e a importância do educador neste processo, impedindo

assim que a escola se torne menos atraente mediante ao mundo tecnológico digital

em que esses pequenos seres nascem inseridos.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I - O surgimento da Educação Infantil e sua importância 11

CAPÍTULO II - As leis que regem a Educação Infantil 18

CAPÍTULO III - A ludicidade na Educação Infantil 24

CONCLUSÃO 39

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 40

BIBLIOGRAFIA CITADA 42

ÍNDICE 43

FOLHA DE AVALIAÇÃO 44

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INTRODUÇÃO

A Educação Infantil não deve ser vista como um “passa-tempo”, aonde as

crianças são deixadas pelos pais, afim que possam trabalhar. Nesta fase da infância

é fundamental e de suma importância às atividades lúdicas, jogos e brincadeiras,

tendo o educador como mediador introduzindo conhecimentos sobre o mundo que

os cercam, dentro de um planejamento, expandindo assim uma aprendizagem de

fato.

A relação professor aluno é essencial para uma aprendizagem significativa,

onde as duas partes cooperam entre si. Para isso devemos interiorizar a diferença

entre jogos, brincadeiras e brinquedos. Os jogos incluem uma intenção lúdica do

jogador, despertando o imaginário e a memória. Os brinquedos são objetos que

servem de suporte para a brincadeira. A brincadeira é a atuação que a criança

desempenha ao concretizar as regras do jogo, ao mergulhar na ação lúdica.

O estudo está divido em três capítulos. No primeiro capítulo, “o surgimento

da Educação Infantil e sua importância”, pretende-se mostrar que s pensadores e

pesquisadores da época do século XVII que já discutiam sobre sua importância do

brincar no âmbito pedagógico de aprendizagem. Temas e questões que continuam a

ser debatidos até os dias de hoje. Para efeito ilustrativo, o poema Borboleta ajuda a

equiparar a necessidade de respeitar a individualidade de cada criança, seguindo o

pensamento de Jean Piaget.

No segundo capítulo, “As leis que regem a Educação Infantil”, por sua vez,

apresentamos as leis que regem a Educação Infantil tendo como vista desde a

Constituição Federal (CF) de 1988, passando pelo Estatuto da Criança e do

Adolescente (ECA) e pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) de

1996.

O terceiro capítulo “A ludicidade na Educação Infantil” retrata a importância

do brincar na fase Pré-operatória, segundo Jean Piaget, e a necessidade da

ludicidade como auxiliadora nas disciplinas, levando a criança a aprendizagem.

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Mostra a formação do educador e sua função como mediador no desenvolvimento

infantil e formador dos futuros cidadãos.

Segundo Santos et alii(1997;14)

“a formação lúdica deve possibilitar ao futuro educador

conhecer-se como pessoa, saber de suas possibilidades e

limitações, desbloquear suas resistências e ter uma visão clara

sobre a importância do jogo e do brinquedo para a vida da

criança, do jovem e dó adulto.”

Por fim a conclusão deste trabalho. O educador precisa sentir prazer em

ensinar, voltar a ser criança, tendo o conhecimento da fase em que se encontra o

aluno e o grupo. Assim terá condições de proporcionar atividades e brincadeiras que

estimulem a atuação da criança á procura de novos conhecimentos/ aprendizagem.

É preciso que o educador saiba brincar, ajudando com informações, levando

a criança a aprender a procurar os saberes necessários à compreensão do tema,

deixando de ser “o dono do saber”.

O educador deve estar ciente que a sua missão é mediar às descobertas

desses pequenos cidadãos. Deve ser mensageiro da alegria e da satisfação de

seus alunos, criando seres ativos fascinados pelo conhecimento.

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CAPITULO I

O SURGIMENTO DA EDUCAÇÃO INFANTIL E SUA

IMPORTÂNCIA

A partir do século XVII pensadores e pesquisadores já discutiam sobre os

jogos, as brincadeiras, os processos de aprendizagens e a necessidade de uma

visão diferenciada quando o assunto era a Educação Infantil.

Friedrich Froebel (1782- 1852) foi o primeiro educador a reconhecer a

importância educativa do jogo na aprendizagem. Considerava que o

desenvolvimento da criança dependia também da atividade construtiva (trabalhos

manuais) e do estudo da natureza. Daí surgiu o termo “Jardim de Infância”. Froebel

defendia que o inicio da infância era de suma importância para a formação de

pessoas, por isso o ensino deveria despertar o interesse da criança através das

brincadeiras incentivando assim a criação de representações do mundo concreto

com a finalidade de entendê-lo, oficializando uma aprendizagem de fato. Foram

introduzidas atividades de dobraduras, música, recortes e contos. O objetivo das

atividades nos jardins de infância era possibilitar brincadeiras criativas. As atividades

e o material escolar eram determinados de antemão, para oferecer o máximo de

oportunidades e tirar proveito educativo da atividade lúdica. As brincadeiras

previstas por Froebel eram, quase sempre, ao ar livre para que a turma interagisse

com o ambiente. Considerava a Educação Infantil indispensável para a formação da

criança e essa ideia foi aceita por grande parte dos teóricos da educação que vieram

depois. Foi considerado um dos precursores da Escola Nova. (Revista Nova Escola,

editora Abril, texto de Marcio Ferrari, 2011).

Édouard Claparède (1873 – 1940) nasceu na Suíça, formou-se em medicina,

direcionando sua carreira para o campo da psicologia experimental. Claparede a

necessidade de estudar o funcionamento da mente infantil e de estimular na criança

um interesse ativo para o conhecimento. Para ele o educador deve colocar o aluno

na situação adequada para que seu interesse seja despertado, permitindo que

construa o seu conhecimento de encontro com o que procura. Segundo Claparède

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(1905), o aluno era considerado um receptor de informações, por isso defendia uma

escola ativa, na qual a aprendizagem se dá pela resolução de problemas,

estimulando na criança um interesse ativo pelo conhecimento. Este estudo fez com

que muitos pesquisadores refletissem e percebessem que a atividade e não a

memorização é o vetor do aprendizado. Surge então a importância da brincadeira e

dos jogos na educação para despertar as necessidades e interesses da criança,

considerada um ser ativo. Para Clamparède (1905) a inteligência é a capacidade de

adaptação a situações novas, por meio do pensamento. Cabe ao professor colocar o

aluno em situação de interesse para que adquira conhecimento. Pois quando uma

pessoa realiza alguma ação, diariamente, sua atividade se torna um hábito, não

tendo necessidade de apelar para a inteligência ao executá-la. Porém, quando a

pessoa está na frente de uma situação pela primeira vez e não tem outros recursos

aos quais apelar como o hábito, reflexos ou instintos, precisa recorrer à inteligência.

(Revista Educar para crescer, 2011)

Jean Piaget (1896-1980), psicólogo e biólogo suíço, baseou suas teorias e

pesquisas com rigor científico, de produção teórica e implicações práticas que

contribuíram muito no campo da educacional. Ela defende que o desenvolvimento

da criança é considerado maturacionista, no sentido de que defende o

desenvolvimento das funções biológicas como base para os avanços da

aprendizagem. Para Piaget as crianças entre 2 (dois) e 7 (sete) anos encontram-se

no estágio de desenvolvimento “pré-operatório”, também chamado de estágio da

“inteligência simbólica”. Esta fase tem como característica principal a interiorização

de esquemas de ação construídos no estagio anterior denominado “sensório-motor”.

(livro Psicologias, uma introdução ao estudo de psicologia, editora Saraiva, 1989,)

O estagio Sensório-Motor ocorre na fase entre 0 (zero) a 2 (dois) anos,

quando o bebê começa a construir esquemas de ação para assimilar mentalmente o

seu meio. A “inteligência é prática”, ou seja, as noções de espaço e tempo são

construídas pela ação repetitiva. Segundo Piaget,a brincadeira é uma forma de

exercitar a imaginação, se relacionando de acordo com seu interesse e suas

necessidades, junto à realidade do mundo que ainda tem muito a descobrir. Através

da brincadeira a criança reflete, organiza, constrói, destrói e constrói novamente,

dando a possibilidade de desenvolver habilidades e enriquecimento intelectual

através da diversão. (Livro Pontos da psicologia geral, editora Ática-1990)

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Lev Semenovich Vygotsky (1896-1917) foi um psicólogo bielo-russo,

descoberto nos meios acadêmicos ocidentais depois de sua morte. Foi um dos

primeiros a defender que o desenvolvimento intelectual da criança ocorre em função

das interações sociais e condições de vida. Para Vygotsky a criança é um sujeito

inserido no grupo que constrói o seu conhecimento socialmente produzido. O

desenvolvimento é o aperfeiçoamento ativo do conhecimento disponível no meio

social que a criança nasceu. Quando a criança brinca, ela está acima de sua idade

média e de seu comportamento diário, manifestando certas habilidades que não

seriam esperadas na sua idade. Para Vygotsky o brinquedo é o mundo imaginário

onde a criança pode realizar os seus desejos, o brincar é benéfico ao aprendizado,

pois a criança esta favorável a condição de aprender, através do imaginário, tendo

função pedagógica. (Vygotsky,1985).

Com esse propósito cabe ao educador articular os processos

desenvolvimento e aprendizagem em sala de aula, orientar e mediar propondo

desafios aos alunos, estimulando a curiosidade.

“A promoção de atividades que favoreçam envolvimento da

criança em brincadeiras, principalmente aquelas que

promovem criações de situações imaginárias, tem pedagógica

atuando no processo de desenvolvimento da criança”. (1984)

De acordo com as citações acima percebemos que vários estudiosos deram

um enfoque sobre a necessidade do Brincar na infância como papel decisivo na

evolução do processo do desenvolvimento humano. Através da brincadeira, a

inteligência e a sensibilidade estão sendo desenvolvidas, garantindo que a

potencialidade e afetividade das crianças se harmonizem.

O brincar é a melhor maneira de aprender. O brincar não é apenas um passa

tempo ou perda de tempo. Quando a aprendizagem ocorre tendo em vista a criança

como uma esponja, onde absorve as informações dadas, a aprendizagem não é

verdadeira, pois a criança não tem iniciativa, deixando de aplicar o que foi aprendido

no ambiente. Quando a criança brinca, ela está tendo a oportunidade de

aprendizagem sem perceber.

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A criança ente 5 (cinco) e 6 (seis) anos demonstram bastante iniciativas. É a

partir da observação dos adultos que a criança vai percebendo o mundo que está

inserida, construindo a sua própria imagem , delineando aos poucos a auto-estima e

o auto-conceito que juntos fortalecem a sua consciência de sua existência no

espaço histórico-social. Este propósito ocorre através dos jogos simbólicos onde a

criança pode representar diferentes papéis de faz de conta como médico,

professora, piloto, fada, príncipes, pai, mãe, etc., como também com jogos que

tenham regras onde vivência momentos de cooperação e competição.

Em seu processo de tentativa e erro, a criança cria soluções variadas para

seus desafios e dilemas. O brincar promove a resolução de problemas, a

criatividade, aumenta o poder de concentração e estimula para o desenvolvimento

social. Quando brinca, constrói o seu conhecimento através do movimento, da ação,

da observação, tendo uma aprendizagem de fato. Através das brincadeiras são

capazes de expressar a sua forma de ver e sentir o mundo, tornando-se capaz de

refletir sobre fatos reais e abstratos, como também construir a sua realidade.

Quando se é dado à oportunidade da criança brincar está sendo proporcionado a

esse pequeno cidadão o direito de tornar-se um ser ativo, criativo, capaz de

expressar seus sentimentos, emoções e organizar um mundo de descobertas,

contribuindo para o seu desenvolvimento cognitivo e intelectual. A criança precisa

brincar, inventar, jogar e criar para crescer e manter seu equilíbrio psicossocial e

afetivo.

A ludicidade é a forma mais fácil e real para estabelecer relações afetivas,

dando-lhe segurança e confiança para que o processo de aprendizagem seja

prazerosa, provocando entusiasmo em conhecer e descobrir o mundo. A importância

das brincadeiras e dos brinquedos é despertar o interesse da criança pela escola e

pelo aprendizado. Devem despertar o espírito cooperativo, ajudando-a criar a ordem

social, fortificando o companheirismo além de desenvolver características físicas,

psíquicas e motoras, já que faz com que a criança adquira a dominância corporal,

reconhecendo suas capacidades e limitações.

Se a criança precisa brincar para ser ela mesma, para desenvolver-se para

conhecer, para expor suas emoções, entender o mundo que chega até ela, podemos

afirmar:

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“Brincar com crianças não é perder tempo, é ganhá-lo, se é

triste ver meninos sem escola , mais triste ainda é vê-los

sentados enfileirados, em sala sem ar, com exercícios estéreis

sem valor para a formação do homem”. (Andrade, 1974, p. 21)

Quando o professor utiliza a brincadeira como facilitador do conhecimento,

sua aula torna-se mais integrativa, propiciando o aprender com prazer ao mesmo

tempo vivencia sociocultural, aprendizado e de valores, desenvolvimento da arte e

as múltiplas linguagens; a criança fica mais motivada, criativa, desinibida, adquirindo

novos conhecimentos através da convivência em grupo. A criança recria e repensa

sobre a sua realidade, sobre a sua sociedade, transformando seus conhecimentos

através do movimento e mudanças de perceber o mundo.

Ao introduzir os jogos e brincadeiras como facilitador da aprendizagem, o

professor deve selecioná-los sempre direcionado a sua proposta de trabalho,

visando em alcançar os objetivos do planejamento, provocando o interesse do seu

aluno. Isso ocorre quando o professor escolhe os jogos e brincadeiras de acordo

com a faixa etária do seu grupo, respeitando ao mesmo tempo a individualidade de

cada aluno, oferecendo desafios adequados sem causar frustrações. Quando o

professor cria oportunidades para que o Brincar aconteça, sem atrapalhar as aulas,

ele está percebendo a criança como um ser humano em desenvolvimento, capaz de

aprender e se desenvolver.

É importante que o jogo e o brinquedo sejam atrativos para o aluno desejar

aprender e enfrentar com tranqüilidades novos desafios respeitando as

potencialidades do aluno, estimulando-o para enfrentar desafios e interagir com o

conhecimento. A aprendizagem de fato não ocorre apenas com a transmissão de

conceitos. É preciso que a criança aprenda a aprender, sem pressa. Através dos

jogos e brincadeiras as crianças se tornam mais abertas à “aventura e para

curiosidade”.

Assim a descoberta do conhecimento ocorre de forma saudável dando ao

aluno a oportunidade de aprender a:

Respeitar regras, relações humanas, respeitar sua vez,

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Escutar, conversar, expor suas vontades e idéias,

Perceber o seu corpo, respeitando suas limitações e possibilidades de

melhorar, como também a qualidade de vida e cuidados com a alimentação,

higiene e saúde,

Ser um agente transformador dando sua opinião, sugerindo e dialogando

sobre novas regras, por exemplo,

Perceber-se como um agente integrante e responsável do grupo

Torna-se um cidadão consciente, responsável e criativo.

“A inteligência gosta de brincar. Brincando ela solta e fica mais

inteligente ainda. Brinquedo é o tônico para a inteligência. Mas

se ela tem que fazer coisas que não são desafio, ela fica

preguiçosa e emburrecida” (Rubem Alves: Livro “O desejo de

ensinar, a arte de aprender”, Editora Educar, 2005)

Poema Borboleta

Um homem achou o casulo de uma borboleta. E, no dia em que apareceu

uma pequena abertura no casulo, ele sentou e observou a borboleta, por diversas

horas, enquanto ela se esforçava em forçar seu corpo através daquele pequeno

furo. Depois, parecia parar sem fazer nenhum progresso. Parecia que ela tinha

chegado até onde podia e não poderia, portanto, ir mais longe.

Então, o homem decidiu ajudar aquela borboleta. Ele pegou uma tesoura e

retirou o que restava do casulo. A borboleta assim apareceu facilmente, mas ela

tinha o corpo inchado e pequenas asas enrugadas.

Ele continuou a olhar a borboleta, pois ele esperava que, a qualquer

momento, as asas crescessem e expandissem para suportar o corpo, que iria

contrair-se com o tempo. Nenhuma das duas coisas aconteceu. Aliás, a borboleta

passou o resto da sua vida engatinhando com o corpo inchado e as asas enrugadas.

Ela nunca conseguiu voar. O que o homem tinha feito, com a melhor das intenções e

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que ele não pode compreender, foi que o casulo restrito, a luta e o sufoco requerido

para sair pela pequena abertura do casulo eram as formas que a natureza tinha feito

para forçar o fluido do corpo da borboleta a passar para as asas. Sendo assim, ela

estaria pronta para voar assim que ela tivesse se libertado do casulo. Às vezes as

lutas são necessárias na nossa vida. Se Deus nos permitisse passar pela vida sem

nenhum obstáculo, nós seríamos "deficientes". Não seríamos fortes o suficiente e

nunca poderíamos "voar". (Autor desconhecido, fonte internet, site Bibilio, acervo de

pensamentos).

Isso mostra que nós educadores não devemos tornar a vida dos nossos

alunos fácil, privando-os da tentativa de acertar/errar, construir/destruir/ reconstruir,

conquistando assim novos conhecimentos e valores, ou seja, uma aprendizagem de

fato.

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CAPITULO II

AS LEIS QUE REGEM A EDUCAÇÃO INFANTIL

Observando a historia, a educação infantil ocorria através da vivência com

adultos e outras crianças visando à transmissão de valores, regras e tradições. No

Brasil as primeiras creches tinham como objetivo uma ação assistencialista com o

objetivo de facilitar a vida das mães que trabalhavam fora de casa, viúvas, crianças

órfãs e abandonadas. O Ministério da Educação foi criado apenas em 1930 com a

chegada de Getúlio Vargas ao poder, que tinha como função desenvolver atividades

referentes a saúde, esportes, educação e meio ambiente.

Os assuntos referentes a educação eram ministrados pelo Departamento

Nacional de Ensino ligado ao Ministério da Justiça. Em 1934, com a nova

Constituição Federal, a educação passa a ser vista como um direito a todos sendo

dever da família e dos poderes públicos. Em 1953 surge o Ministério da Educação e

Cultura (MEC), cuja função era centralizar o modelo de educação para ser seguido

pelos Estados e Municípios. Em 1961 foi aprovada a primeira Lei de Diretrizes e

Bases da educação, onde dava mais autonomia ao Estado e Municípios. Em 1971

foi aprovada uma nova Lei de Diretrizes e Bases que instituía a obrigatoriedade

escolar dos 7 (sete) aos 14 (quatorze) anos.

Com o fim da ditadura, em 1984 e com a Constituição Federal de 1988, a

educação infantil passou a ser considerada como política pública. Constituição da

República Federativa do Brasil -1988.

“Nos representantes do povo brasileiro, reunidos em

assembléia Nacional constituinte para instituir um Estado

Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos

sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o

desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores

supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem

preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida na

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ordem interna e internacional, com soluções pacificas das

controvérsias promulgadas sob a proteção de Deus a

Constituição da República Federativa do Brasil...”. (site:

Planalto do governo)

Com a legislação de 1988 a Educação Infantil passa a ser relacionada ao

atendimento de crianças de 0 (zero) a 6 (seis) anos, tendo direito, assegurado pela

constituição , a creches e pré-escola.

Não havia a preocupação com a formação do profissional, apenas que se

ele tivesse capacidade de domínio da turma, não havia uma proposta pedagógica,

visava apenas suprir as necessidades das famílias de baixa renda. Essa constituição

priorizava a proteção da infância, garantindo seus direitos por parte do estado e da

família. Na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, lê-se:

Artigo 208º - define os deveres do Estado com a educação,

garantindo:

I - educação básica e obrigatória e gratuita dos 4 aos 17 anos

de idade, assegurada inclusive, sua oferta gratuita para todos

os que a ele não tiverem acesso na idade própria,

II - atendimento educacional especializado aos portadores de

deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;

IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças de

até 5 anos de idade;

VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da

educação básica, por meio de programas suplementares de

material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência

à saúde.

Artigo 1º- O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito

público subjetivo.

Artigo 2º- O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder

Público, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da

autoridade competente.

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Em 1996 a mais recente Lei de Diretrizes e Bases 9394, passou a incluir a

Educação Infantil as creches e a pré-escola, exigindo uma formação adequada dos

profissionais da Educação Básica. A Educação Infantil passa a ser reconhecida pela

sua importância na vida da criança e para a sociedade, revelando e reafirmando

suas funções pedagógica e social, ou seja, a Educação Infantil passa a ser definida

como a primeira etapa da educação básica. Isso aconteceu porque vários

pesquisadores e estudiosos defendiam que nos seis primeiros anos de vida, a

criança desenvolve sua personalidade e inteligência o que seria ideal para a

formação do futuro cidadão.

Em outras palavras a Educação Infantil passou a ser considerada de suma

importância para o desenvolvimento humano, oferecendo bases e fundamentos para

as séries seguintes. A creche e a pré-escola continuam com a função de cuidar, mas

levando em consideração também o educar. Com isso a nova Lei de Diretrizes e

Bases (LDB) fez com que a visão e a postura sobre o aluno da Educação Infantil

fosse considerado como um sujeito ativo, de múltiplas inteligências, um cidadão com

direitos, respeitando sempre o seu desenvolvimento, promovendo uma

aprendizagem de fato.

O MEC elaborou alguns documentos entre 1990 e 2000, objetivando

parâmetros de qualidade para a Educação Básica. Por isso, segundo a Lei de

Diretrizes e Bases 9394/96, a Educação Infantil tem como objetivo o

desenvolvimento pleno da criança de 0 (zero) a 6 (seis) anos , em seus aspectos

físicos, intelectual, psicológico e social, complementando a ação da família e da

comunidade. Cabe a Educação Infantil ser um espaço de socialização e

desenvolvimento, levando a criança a adquirir conhecimento de forma

contextualizada, critica e adequada a sua faixa etária, ampliando a compreensão e a

interação com o mundo.

Em 1990 entra em vigor a Lei 8069 “Estatuto da Criança e do Adolescente”

(ECA), que tem como base a doutrina da proteção integral determinado ás questões

como os direitos fundamentais da criança e do adolescente, as sanções quando há

cometimento do ato infracional (crime), quais órgãos devem prestar assistência e os

tipos de crimes contra a criança. Segundo a ECA, a aprendizagem ocorre em curso

de ensino técnico e em atividades especificas que não sejam prejudiciais ao

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desenvolvimento do adolescente e não interfiram nos estudos regulares, implicando

na carga horária redigida. A Eca é considerada um marco na proteção da infância e

tem com base:

Artigo 1º _ Esta lei dispõe sobre a proteção integral da criança

e ao adolescente

Artigo 2º - Considera-se criança, para efeito desta lei, as

pessoas até doze anos de idade incompletos e adolescentes

ente 12 e 18 anos de idade.

Artigo 3º - A criança e o adolescente gozam de todos os

direitos fundamentais e inerentes à pessoa humana, sem

prejuízo da proteção integral que trata esta lê, assegurando-se-

lhes, por lei ou por outros meios todas as oportunidades e

facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico,

mental, moral, espiritual e social em condições de liberdade e

de dignidade.

Artigo 4º - E dever da família, da comunidade, da sociedade em

geral e do poder publico assegurar, com absoluta prioridade, a

efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à

alimentação, à educação, ao esporte, lazer, à

profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à

liberdade e a convivência família e comunitária.

Artigo 16º - IV a criança tem direito a brincar, praticar esportes

e desenvolver-se.

Artigo 53º- a criança e o adolescente têm direito a educação,

visando Ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo

para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho,

assegurando-lhes:

I-Igualdade de condições para o acesso e permanecia na

escola,

II-Direito de ser respeitado por seus educadores

V-Acesso a escola gratuita próxima a sua residência.

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Artigo 54º- E dever do estado assegurar a criança e ao

adolescente

III-Atendendo em creches e pré-escola de zero a seis anos de

idade.

Artigo 208º (Proteção judicial) regem-se pelas disposições

desta lei as ações de responsabilidade por ofensa aos direitos

assegurados a criança e ao adolescente referente ao não

oferecimento ou oferta irregular:

I- do ensino obrigatório

III - de atendimento em creche e pré-escola as crianças de zero

a seis anos de idade.

No ano de 1998 foi feito um Referencial para a estruturação do currículo de

caráter nacional para a Educação Infantil. Neste Referencial há sugestões e não a

obrigatoriedade de segui-las. Atendendo a LDB 9394/96 que estabelece pela

primeira vez na história do Brasil que a Educação Infantil é a primeira etapa da

educação básica, o Referencial Curricular para a Educação Infantil de 1998 tem

como objetivo auxiliar a realizações no trabalho educativo junto as crianças,

respeitando o interesse das mesmas pela brincadeira, tendo um desenvolvimento

integral, num ambiente socializador, ampliando o acesso ao conhecimento,

auxiliando no trabalho diário dos educadores junto as crianças.

Segundo o Referencial Curricular é necessário que o planejamento permita

que a criança se movimente, pois é uma forma de linguagem no qual adquirem uma

interação positiva com o mundo de maneira equilibrada. Através do movimento as

crianças expressam sentimentos, emoções e pensamentos. São capazes de

interagir sobre o meio físico, atuando sobre o ambiente humano. O movimento e a

ação das crianças contam com uma progressiva precisão.

De acordo com o Referencial, o objetivo da Educação Infantil está

intrinsecamente ligado à formação social e ao conhecimento do mundo pela criança,

desenvolvendo sua identidade e autonomia. Para que o conhecimento do mundo

seja completo esse “movimento” deve promover a resolução de problemas, a

criatividade, aumentar o poder de concentração e estimular a criança para o

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desenvolvimento social. Para que o conhecimento do mundo seja completo é

necessário que através do movimento, da música, das artes visuais, linguagem oral

e escrita, a criança tenha interesse de descobrir novos conhecimentos através da

investigação e da curiosidade, podendo observar o ambiente que a cerca de

maneira crítica. Esse movimento ocorre através da brincadeira utilizando diferentes

recursos que estimulam a criança a construir o seu conhecimento através da ação,

da observação, podendo interiorizar suas descobertas, interagindo de maneira

coerente e consciente no seu meio, como um ser atuante e transformador através de

suas ações quando necessário.

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CAPÍTULO III

A LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Lili vive no mundo do faz de conta.

Faz de conta que isto é um avião, zum...

Depois aterrissou em pique e virou trem

Tuc, tuc, tuc, tuc...

Entrou pelo túnel chispando.

Mais debaixo da mesa haviam bandidos.

Pum! pum! pum! pum!

O trem descarrilhou. E o mocinho? Meu Deus!

No auge da confusão, levaram Lili para cama à força.

E o trem ficou tristemente derrubado no Chão,

Fazendo de conta que era mesmo uma lata de sardinha.

(Lili Inventa o Mundo, Mario Quintana).

Através desta poesia percebemos como o lúdico desempenha, na vida da

criança, múltiplas possibilidades a partir da brincadeira de faz-de-conta. Na história

da educação percebemos que desde a época antiga, os homens usufruíam de

momentos lúdicos. O lúdico acontecia, fazendo parte do dia-a dia das pessoas

através da transmissão dos ofícios e das artes, na época em que a educação era

restrita a família.

Segundo pesquisas, os jogos surgiram no século XVI em Roma e na Grécia,

cuja finalidade era ensinar letras. Algumas brincadeiras daquela época estão

presentes até hoje nos nossos dias, como o cabo-de-guerra, pique-pega, jogar

pedrinhas, entre outros.

Platão (427-347 a.C.), filosofo grego, foi o primeiro estudioso a perceber a

importância do lúdico e suas influências na educação, definindo os jogos como

agentes facilitadores no processo de aprendizagem da escrita, leitura e da

matemática. Platão rejeitava a educação que se praticava na Grécia, em sua época,

pois julgava ser mera transmissão de conhecimentos técnicos. Para ele o verdadeiro

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saber é o conhecimento cientifico, ou seja, quando o homem é capaz de lembrar,

tendo condições de interagir no seu meio, de maneira consciente e transformadora e

que a busca do saber deve continuar a vida inteira. (sinte: Info Escola, navegando e

aprendendo)

Brasil temos o exemplo dos índios que através da ludicidade, mesmo antes

da colonização, quando ensinavam a pescar, caçar e dançar, fizeram com que seus

costumes e tradições fossem mantidos por seus herdeiros. No final da Idade média,

a Igreja católica passou a reconhecer o valor educativo dos jogos, permitindo a sua

utilização em seus colégios, deixando de considerá-los imorais e profanos. No fim do

século XIX começou a surgir um movimento de renovação do ensino e finalmente no

século XX, surgiram novas propostas, como a Pedagogia Nova, dando origem a

Escola Nova, também chamada de Escola Ativa ou Escola Progressiva, que

estruturou um novo olhar para educação.

A proposta principal desta nova proposta pedagógica é dar liberdade a seus

alunos para refletir, aprender fazendo, a pesquisa investigatória, o método da

redescoberta, o método da solução de problemas. A escola deveria libertar o aluno

da tutela do adulto, dando condições de agir de acordo com a sua própria

consciência moral. Segundo essa nova pedagogia, (revista Nova Escola, 2015) todo

o formalismo da escola tradicional, deveria ser banida, dando ao aluno condições de

autonomia, assumindo responsabilidades de ordem social escolar para mais tarde

poderem enfrentar problemas de ordem política do seu país.

Com a Revolução de 1930, dando origem a Primeira República, a Educação

Brasileira ganhou força, criando-se o Ministério da Educação, tendo Francisco

Campos como primeiro ministro. Com a revolução tivemos uma nova realidade que

necessitava de mão de obra qualificada e para isso foi necessário investir na

educação.

“O adulto trabalhador de amanha é, hoje, a criança que

aprende e sabe brincar. A criança que hoje participa de

brincadeiras e jogos, amanhã saberá trabalharem grupo. Se

hoje aprende a aceitar as regras dos jogos, amanhã respeitará

as normas sociais.” (CUNHA, 1994).

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Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9394 de 20 de dezembro

de 1996, na Seção II do Titulo V, artigo 29, a Educação Infantil é definida da

seguinte forma:

Art.29- A educação infantil, primeira etapa da educação básica,

tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até

seis anos de idade, em seus aspectos físicos, psicológicos,

intelectual e social, complementando a ação da família e da

comunidade.

Mas é no Estatuto da criança e do adolescente, Lei 8069 de 13 de julho de

1990, artigo 16, parágrafo IV que o Brincar é garantido por lei.

3.1- A importância do brincar na Educação Infantil

A Educação Infantil deve através da convivência e da brincadeira, propiciar a

produção de sentimentos e de criação de significados, através do contato com o

outro, permitindo que a criança possa construir-se neste contato.

O brincar é indispensável na vida criança para seu aprendizado e

desenvolvimento. O brincar ajuda a criança a aprender e a resolver problemas,

desenvolver a criatividade, capacidades físicas, emocionais, intelectuais e sócias de

forma natural, sendo um instrumento para a construção do conhecimento infantil.

Através do brincar, a criança irá se desenvolver permeada por relações cotidianas, e

assim poderá construir sua identidade, sua imagem. O brincar e importante para o

desenvolvimento global da criança e fundamental para a aprendizagem.

A inclusão da ludicidade na educação infantil é muito importante, pois o

educador terá condições de conhecer melhor o seu aluno, a partir das brincadeiras e

dos jogos que ele propiciará a ele,

Winnicott (1965) define o brincar como uma área intermediaria de

experimentação para o qual contribuem à realidade interna (fantasias, desejos e

imaginação) e externa (é a realidade por todos compartilhados). Em outras palavras

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a criança torna-se capaz de participar do seu contexto e perceber-se como um ser

no mundo. Para ele cada ser humano traz um potencial inato para amadurecer, para

se integrar, porém, o fato dessa tendência ser inata não garante que ela realmente

vá ocorrer. Isto dependerá de um ambiente facilitador que forneça cuidados que

precisa (família x escola).

Segundo Vygotsky (1984), brincar é a situação imaginaria criada pela

criança. Através da ludicidade as crianças representam aquilo que não são, mas

gostariam de ser, isto é, um constante faz de conta. O brinquedo ajuda a

desenvolver a organização do espaço e do tempo, tornando a criança cuidadosa,

desenvolvendo sua reflexão, sua personalidade e a sua simbologia em relação ao

mundo que a cerca (natureza, pessoa, construções humanas). Deve ter uma relação

com a criança, sem um sistema de regras, que organizem sua utilização, conforme o

jogo. Como por exemplo, uma boneca que permite várias formas de brincadeiras.

Segundo Walter Benjamim (1984), o brinquedo sempre foi e será um objeto

criado pelo adulto para a criança e serviam de alegria para as crianças.

Para Vygotsky, um brinquedo tem um papel importante, aquele de preencher

uma atividade básica da criança, ou seja, ele é um motivo para ação.

Para as crianças entre 5 (cinco) e 6 (seis) anos, o brinquedo integra

predominantemente elementos da realidade, sendo um estimulante material para

fazer fluir o imaginário infantil. Para assumir uma função lúdica, o brinquedo deve

propiciar diversão, prazer e até desprazer, quando escolhido voluntariamente, e para

assumir a função educativa o brinquedo deve ensinar qualquer coisa que complete o

individuo em seu saber, seus conhecimentos e sua apreensão do mundo.

A brincadeira é a ação que a criança desempenha ao concretizar as regras

do jogo, ao mergulhar na ação lúdica. Através das brincadeiras e das atividades

lúdicas, a criança se socializa entrando em contato com os valores morais da

sociedade. É a forma de expressão, que traduz a construção do conhecimento pela

criança, vivenciada pela turma, em grupos ou individualmente. Pode ser trabalhada

ora livremente, ora dirigida, sem determinar para as crianças padrões

comportamentais ou julgá-las o seu desempenho.

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Segundo Vygotsky (1984), através da brincadeira a criança reorganiza suas

experiências, criando espaço para a reconstrução do conhecimento

(desenvolvimento cognitivo). Como a criança pequena não tem a capacidade de

esperar cria um mundo ilusório, onde os desejos irrealizáveis podem ser realizados.

Esse mundo é o que chama de brincadeira.

Segundo Claparède (1956) o jogo infantil desempenha papel importante

como motor do autodesenvolvimento, e consequentemente, método natural de

educação e instrumento de desenvolvimento.

Para Winnicott (1975) a brincadeira é a própria saúde, ela traz a

oportunidade para o exercício da essência do equilíbrio humano. Através dos gestos

realizados pelas crianças durante as brincadeiras, expressam suas intenções,

condições, todas as tensões tornam-se visíveis e perceptíveis.

A criança é curiosa e imaginativa, gosta de experimentar o mundo

explorando todas as suas possibilidades. Brincando a criança adquire experiências

que irão ajudá-la a amadurecer emocionalmente e aprender uma forma de

convivência satisfatória. O brincar é um elemento importante para a aprendizagem,

quando a criança se torna um sujeito ativo desta aprendizagem que encontra na

ludicidade o prazer de aprender. Quando a criança brinca, está representando o

discurso externo e o interioriza, construindo o seu próprio pensamento. À medida

que a criança brinca, ela interage com objetos e com outras pessoas, construindo

relações e conhecimentos a respeito do mundo em que vive. O desenvolvimento do

raciocínio e da linguagem também é desenvolvido através das brincadeiras. A

criança determina a brincadeira através das possibilidades imaginarias em relação

aos brinquedos. Para a criança o brinquedo significa um pedaço do mundo que ela

já conhece.

Os brinquedos são selecionados para o desenvolvimento corporal,

intelectual, afetivo, criativo e social, sendo necessário pensar como esses

brinquedos serão introduzidos no mundo da criança. Em certas situações precisa ser

apresentado, explicando as diferentes possibilidades de exploração que oferece e

outras podem simplesmente ser colocado no ambiente. São motivos de ação para

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as crianças. Para Winnicott (1965) os brinquedos apresentam várias funções

importantes:

As crianças têm prazer (físico e emocional) em todas as experiências de

brincadeiras,

As crianças brincam para dominar angústias, controlar idéias ou impulsos que

condizem à angústia se não forem dominados,

A criança aprecia concluir seus impulsos de raiva ou agressividade podendo ser

expressos sem retorno do ódio e da violência do meio para com ela,

A personalidade infantil evolui através das suas próprias brincadeiras e das

invenções de brincadeiras feita por outras crianças e adultos,

A brincadeira fornece uma organização para iniciação de relações emocionais,

propiciando o desenvolvimento de contatos sociais,

A brincadeira, o uso de forma de artes e práticas religiosas tendem, por métodos

diversos, mas aliados a unificação e integração geral da personalidade.

As crianças entre 5 (cinco) e 6 (seis) anos apresentam características

marcantes enquanto brincam, relacionando tudo o que acontece em seu redor com

sentimentos e ações. Suas argumentações são relacionadas aos seus desejos e

medos.

Os brinquedos mais adequados nesta fase são: telefones, panelas e

utensílios de cozinha, bonecas, máscaras e fantasias, massa de modelar, animais

de plástico e pelúcia, quebra-cabeça, instrumentos musicais, meios de transportes,

casa de bonecas com moveis, cabanas, com os quais eles possam perceber o

mundo que está inserido, levando a uma reflexão e questionamento, percebendo

que faz parte deste contexto.

Os jogos também devem ser introduzidos na Educação Infantil, pois

apresentam regras que orientam as ações dos competidores, estabelecem seus

limites de ação, dispõem sobre penalidades e recompensas, pressupõem uma

situação problema. Através do jogo percebemos a personalidade da criança, através

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da ação do individuo sobre uma realidade, como também seus valores morais e

sociais.

3.2 - A ludicidade como auxiliadora das disciplinas

A brincadeira é nato à criança, oferecendo liberdade, alegria, oportunidade

de correr, pular, rolar, sorrir, observar, interagir e aprender, vencendo desafios do

seu cotidiano. O brincar está intrínseco à infância levando a criança a fazer

descobertas, A infância é o período em que as crianças se percebem como “Eu”,

descobrindo suas próprias capacidades.

Atualmente questões culturais apressam o desenvolvimento das crianças

fazendo com que elas tenham medo ou desinteresse pela escola e pelo o aprender.

A correria dos dias atuais torna as crianças estressadas, ficando mal humorada,

cansadas, depressivas e ansiosas.

Antigamente as crianças aprendiam pela própria curiosidade e com alguma

ajuda de um membro familiar, quando aprecia alguma oportunidade de ensino.

Atualmente nossas crianças também têm a atenção dos pais, mas o seu lazer

passou a ser visto como momentos de “qualidade”, ou seja, atividades que possam

enriquecer seu desenvolvimento com aula de violino, inglês, francês, com isso a

relação pais e filhos também mudou de valor.

Em 1948 uma criança de idade escolar tinha 41% do seu tempo livre para

brinca. Em 1997 esse tempo reduziu a 15% e ainda para piorar muitas escolas

públicas dos Estrados Unidos eliminaram o recreio. Além disso, desde esta época

até os dias atuais percebemos que as habilidades tradicionalmente ensinadas em

determinada série, passaram a ser ensinadas em séries anteriores.

Muitos de nos percebemos isso com os nossos filhos, quando éramos

crianças aprendíamos a ler na primeira série do primeiro ano do fundamental I,

atualmente essa cobrança ocorre na educação infantil, diminuindo o tempo da

criança para brincar devido às aulas especializadas como inglês, laboratório,

informática. Infelizmente notamos que cada vez menos as crianças têm tempo para

brincar! Essa nova visão sobre a criança interfere muito no desempenho e na

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aprendizagem, juntamente com a sociedade conturbada em que vivemos com altos

índices de criminalidade, violência, divórcios, etc.

Segundo o psicólogo Daniel Goleman do Centro de Estudos da Criança da

Universidade de Yale, afirma em seu livro “Inteligência emocional” que a relação

sobre o índice de inteligência alto ou baixo (QI), está ligada à inteligência emocional

que inclui autocontrole, empenho, persistência e capacidade de motivar, muitas

vezes abaladas pela cobrança cultural e sócia dos dias de hoje.

A inteligência emocional é também a essência da vontade e do caráter. Uma

pessoa que age por impulso, não tem autocontrole, pode agir de forma moralmente

repreensível. Um indivíduo emocionalmente inteligente sabe respeitar e ouvir os

outros, tendo condições de perceber e controlar as emoções, perante certas

situações.

Quando o educador dedica o seu tempo para brincar, conversar sobre o

espaço, a sociedade, o mundo desta criança, ele contribui para o desenvolvimento

da Inteligência emocional, garantindo um brilhante futuro para essa criança. Através

da ludicidade as crianças se desenvolvem com olhar critico, tornando-se capaz de

fazer escolhas, baseadas em evidências científicas, podendo assim ampliar seu

conhecimento no meio social em que interage. Ao brincar a criança desenvolve a

criatividade, fazendo explorações.

Quando o educador brinca com seus alunos, ele também está valorizando e

respeitando a característica fundamental da infância que é o brincar, evitando à

formação precoce dos “minis-adultos”. Ao observamos a criança que tem a

oportunidade se brincar, percebemos o brilho no seu olhar e o prazer de criar,

observar, “destruir” (transformar), expandindo seus horizontes, através da sua ação

e movimento. Ao brincar com seu aluno, permitindo uma relação natural entre

educador-aluno-educador; o educador está contribuindo de forma positiva para

despertá-lo intelectualmente. O educador deve observar o comportamento de seu

aluno, em que momento ele pode aproveitar melhor o ensinamento.

O mundo em que vivemos apresenta um leque imenso de oportunidades

sociais e de aprendizagem para o desenvolvimento de nossos alunos. Cabe ao

educador observar o interesse ou curiosidade do aluno, durante uma atividade ou

até mesmo entre a conversa do aluno com um colega, tendo a oportunidade de criar

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jogos e brincadeiras, fazendo com que a criança tenha interesse por eles. Deixar

que as crianças em algum momento assumam as “regras” e combinados,

propiciando uma relação afetiva satisfatória, despertando o interesse e o

aprendizado

Uma atividade pode ser explorada várias vezes da mesma maneira ou de

diferentes formas, pois a criança descobre algo novo a cada vez, e gostam de

descobrir padrões previsíveis. Brincar equivale a aprender na educação infantil, com

atividades programadas em torno do brincar, num ambiente estimulante,

participando das brincadeiras junto com os alunos, injetando conhecimentos

importantes em relação ao mundo que a cerca.

Para que aconteça uma aprendizagem de fato é muito importante que o

conteúdo seja contextualizado, tornando o conteúdo significativo, ou seja, mostrar

que o que eles aprendem nas aulas de matemática e linguagem, faz parte de sua

vida. Mostrar que ao aprender as letras, poderá ler rótulos dos produtos que gostam,

ou saber qual ônibus pegar. Ao comprar um produto eles precisam saber os

números para saber o preço, o que são capazes de pegar um ônibus visualizando o

número, por exemplo.

Na matemática as crianças devem aprender os “princípios básicos” do

contar e entender o conceito da relação número através da exploração de objetos de

seu universo, para depois aprender a somar e subtrair. Segundo pesquisadores as

habilidades matemáticas iniciais ocorrem naturalmente no universo infantil, a partir

do momento que as crianças visualizam os números nos elevadores, nos telefones,

nos muros, das casas, ônibus, carros etc. Os números estão em todos os lugares,

em todos os tempos; são abstratos, mas ao mesmo tempo incorporados no que é

físico.

As crianças com quatro anos tornam-se capazes de contar e comparar

quantidades, associando número à quantidade e contando um- a- um. Conforme vão

crescendo entre cinco e seis anos começam a olhar o dado e dizer o número

correspondente, sem precisar contar ou quando fazemos uma pergunta simples

como, por exemplo; você tem três palitos se eu te der mais três quantos palitos você

terá? Rapidamente indicam o resultado final sem precisar contar um-a-um.

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Mas é muito bom o educador ter o cuidado de como perguntar, pois para

uma criança que não entende a função numérica, se colocarmos seis objetos um em

cima do outro e um pouco mais afastado outros seis objetos idênticos ao que foram

empilhados um ao lado do outro e perguntarmos onde há mais objetos , a criança

responderá que são os colocados lado a lado , devido ao espaço ocupado.

Através das brincadeiras e jogos as crianças, respeitando o tempo de cada

criança (maturidade, segundo Piaget); ela através de sua experiência e observação

passa a perceber que o número é importante para a tarefa de conservação

numérica.

Quando a criança tem a possibilidade de experimentar, explorar os números,

seja com brinquedos ou observando o adulto na anotação no quadro, a criança

percebe as diferentes formas de contextualização dos números , passando a

perceber e compreender por meio de sua própria vivência.

É importante que o educador em sala de aula tenha como meta estimular as

crianças através de diferentes tipos de jogos de tabuleiros, com diferentes regras e

objetivos como partir de ponto de saída para atingir um objetivo final (a linha de

chegada) e brincadeiras com o “mundo matemático”, aplicando os números em

diferentes contextualizações, como no calendário diário, ao anotar os

aniversariantes do mês, ao fazer a contagem em relação aos dias que faltam para

um evento.

Podem utilizar diferentes objetos como sucatas, objetos de sala de aula,

para que eles percebam que esses conceitos matemáticos podem ser usados em

diversas situações. Desta maneira, estarão de maneira lúdica, ensinado os

conceitos matemáticos, como contar termo a termo, (ordem estável), noções de

quantidade, perceber que um número pode ser maior ou menor que o outro.

Em minha experiência em sala de aula tenho a preocupação de estimular as

crianças, através de jogos e brincadeiras a contar uma um (ordem estável) e a

noção de quantidade (5 <>4), utilizando diferentes tipos de objetos como sucata,

brinquedos da própria sala para que as crianças percebam que a contagem pode ser

utilizada em diversas situações, independentemente de começar por um objeto.

Um dos jogos é “a corrida das tartarugas” que consiste em partir de um

ponto de saída para atingir o objetivo final, a linha de chegada. Em uma placa de

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EVA há três pistas compostas por dez casinhas. Peço para as crianças jogar o dado

(alguns contam pontinho por pontinho e outros ao visualizar indicam o número

correspondente), pegar o número de fichas correspondente para depois andar com a

tartaruga. Após alcançarem à chegada peço para contar quantas fichas cada um

pegou, questionando quem tem mais ou menos. Dessa maneira as crianças através

da ludicidade aprendem os conceitos matemáticos que serão usados ao longo de

seu ensino.

Enfatizo muito a chamadinha, quantos meninos têm? E quantas meninas?

Há mais meninos ou meninas? Quantas letras têm o nome do “Gabriel” e da

“Sabrina”? Qual nome t5em mais letras, e qual tem menos. No calendário mensal

são anotados os dias que choveram, fizeram sol ou nublado, os aniversariantes e

eventos daquele mês. Nas quais também trabalhamos os conceitos matemáticos.

Linguagem, todas as crianças fazem parte de uma sociedade, seja, rica,

pobre, grande, pequena, urbana ou rural todas vivenciando interações rotineiras e

cotidianas que propiciam o desenvolvimento da linguagem, tornando a criança capaz

de expressar suas necessidades, pensamentos e sentimentos.

Como desenvolver as habilidades linguísticas, ler e escrever? Antes de a

criança aprender a ler e escrever, é necessário que ela já tenha um bom

vocabulário, falando e formando frases e perceber que as frases são formadas por

palavras, as frases devem ser formadas com começo meio e fim com certa fluência.

Devem ser coerentes como “eu quero a bola que esta dentro do armário”, ou “eu

estou com fome”. Quando a criança já domina o sistema fonológico (os sons que

formam as palavras), aprende o significado de várias palavras e passam a entender

como a língua e usada no contexto social, são capazes de contar pequena historias,

perceber a diferença entre números e letras, desenhos ou rabisco e letras, assim

estarão reconhecendo o “código da escrita”, as letras que formam as palavras, estão

preparadas para alcançar os objetivos da verdadeira leitura.

Isso acontece num ambiente estimulador, onde as crianças têm acesso a

diferentes tipos de textos, podendo ouvir, relatar e comentar sobre as historias

contadas proporcionando á criança o domínio da língua, o significado das palavras.

Podemos brincar de falar palavras que iniciam com uma determinada letra, depois

silabas, de contar quantos “pedacinhos” (silabas) têm o nome da criança, depois o

do amigo e assim por diante também brincar de rimas e trava línguas. Podemos

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reproduzir recontos coletivos para que a professora escreva e lês observem como é

composta a escrita, e mais a frente “construir” uma palavra com o grupo para que

eles percebam o som das letras.

A habilidade de contar historias esta relacionada à habilidade de aprender a

ler porque a criança tem que ouvir, acompanhar a historia e compreendê-la. O

educador deve agir como mediador, demonstrando prazer ao ler uma historia,

estimulando a criança à curiosidade e ao interesse de manusear o livro quantas

vezes forem necessárias. Deve ensinar a observar a capa, mostrar o titulo, dizer o

nome do autor e ilustrador e como manusear o livro.

Entre 4 e 6 anos a crianças começa a ter “a consciência fonológica”,

percebem que as palavras são compostas de sons (letras) e já reconhecem a

maioria das letras do alfabeto. Quando pronunciamos uma palavra de maneira

fonética às crianças passam a “construir” uma palavra e conseqüentemente a ler.

Pra que isso aconteça é necessário à curiosidade e o interesse por parte da criança.

Muitas vezes quando a criança esta desenhando pergunta como escreve

determinada palavra. É curioso que no inicio da escrita estão presente as silabas

tônicas.

É muito comum na educação infantil o uso da chamadinha, formada por

cartelas com o nome de cada aluno. Isso é muito importante, pois o nome é a

identidade da criança. Além disso, a criança aprende as letras do alfabeto e vivência

à estabilidade da seqüência da escrita. Em sala de aula tenho o alfabeto fixado na

parede, cada letra com um desenho correspondente e a escrita do desenho,

exemplo b + o desenho + bola. Temos o calendário com os meses móveis, e a

chamadinha. Na sala há o cantinho da leitura e mesmo assim vamos uma vez por

semana a biblioteca. Todos os dias tem a hora do conto. Quando a criança

demonstra interesse pela escrita e isso é notado quando a criança faz um desenho e

pergunta como se escreve ou quero fazer um desenho para mamãe, me ajuda a

escrever “mamãe”. Trabalho através da pronuncia fonética e logo eles percebem M

de “mala”, ou associam ao nome de um amigo ou parente. Quando a criança

percebe a fonética da letra e que as palavras são formadas por silabas

(pedacinhos), passamos a “construção” das palavras.

Uma brincadeira que as crianças demonstraram muito interesse foi quando

enchi vários balões com sílabas dentro. Cada criança tinha que estourar um balão,

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achar o seu pedacinho, falar um objeto que iniciasse com o mesmo pedacinho e

fazer o desenho correspondente. A alegria e o interesse eram nítidos. Tive uma

experiência muita interessante com um aluno. Na sala de alfabetização no final do

ano passado tinha um aluno que já estruturava as palavras pequenas. Quando

peguei um livro de historia da sala e chamei-o para “ler” uma palavra de imediato

recusou afirmando que não sabia. Dei-lhe a segurança que iria ajudá-lo, então

apenas apontei os pedacinhos e ele devagar conseguiu ler, leu algumas palavras e

seus olhos irradiaram um brilho que nunca mais vou esquecer.

Alfabetizar não é ensinar as crianças a repetir. Para alfabetizar é admitir que

as crianças pensam sobre a escrita. Admitir que as crianças pensam é um ato de

respeito e de carinho, considerando-as como seres atuantes capazes de agirem e

transformarem. Para que alfabetização e o letramento ocorram de forma natural, é

necessário que os educadores propiciem aos seus alunos acesso a diferentes tipos

de escrita (livros, gibis, revistas, catálogos, encartes e outros), com os quais possam

interagir, tornando a leitura e escrita parte do convívio dos alunos.

Alfabetização e letramento estão intrinsecamente ligados, porém entende-se

como alfabetização o domínio do sistema lingüístico, conduzindo a criança a ler e

escrever e letramento é quando essa criança está inserida no contexto social,

tomando gosto pela leitura e percebendo a função social de ler e escrever. Segundo

o Parâmetro Curricular Nacional, uma das funções estabelecidas para língua

portuguesa é levar o aluno a “utilizar a linguagem escrita de modo atender as

múltiplas demandas sociais, responder a diferentes propósitos comunicativos e

expressivos e considerar as diferentes condições de produção de discurso”, ou seja,

que o aluno além de alfabetizado, faça uso da leitura e da escrita em práticas sociais

(letramento).

3.3 - O Educador na Educação Infantil

De acordo com o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (1998)

define o ato de educar como:

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[...] propiciar situações de cuidados, brincadeiras e

aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam

contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de

relação interpessoal, de ser e estar com os outros em atitude

básica de aceitação, respeito e confiança e o acesso, pelas

crianças, aos conhecimentos mais amplos da realidade social e

cultural.

No Brasil, a educação infantil está passando por mudanças importantes em

seu sistema, a “Nova Pedagogia” está sendo inserido aos poucos como processo de

ensino deixando a educação tradicional para trás. Com essa nova concepção o

educador deixa de ser o transmissor de conhecimentos e o aluno um absorvedor,

sem a oportunidade de se expressar livremente.

Nos dia de hoje, o educador precisa atuar como mediador da aprendizagem,

percebendo a criança como um ser ativo, que compara, exclui, ordena e reformula

hipóteses. A aprendizagem e a construção do conhecimento acontecem a partir da

própria atividade do sujeito. O educador mediador deve ter em mente que as

crianças estão incluídas no processo ensino/aprendizagem, devendo dialogar com

elas respeitando suas expressões, manifestações, reconhecendo a importância

delas como ensinadoras sobre si mesmas para nos adultos. Escutar uma criança no

contexto educativo é ter cuidado atencioso de buscar compreender seus atos e suas

manifestações, a fim de responder a eles adequadamente. Assim as crianças se

tornam visíveis dentro das instituições e das práticas educativas.

Deve ter consciência da importância do lúdico na educação infantil, tendo

consciência que o material pedagógico não e um objeto estático, desapertando o

mesmo interesse para o grupo. O material pedagógico é um objeto dinâmico que se

altera em função da cadeia simbólica e imaginária do aluno. Deve saber observar e

intervir a partir da lógica da atividade lúdica, descobrindo explorações possíveis para

obter um melhor aproveitamento do brinquedo como mediador das brincadeiras e

dos trabalhos escolares, que se podem utilizar os mesmos materiais.

A função principal do educador é preparar futuros cidadãos, ajudando-os a

ter consciência de si mesmo, dos outros ao seu redor e da sociedade como um todo.

Deve ser um organizador do espaço, do tempo, dos limites, das atividades, e de

situações contrarias a rotina escolar.

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Assim o educador infantil deve atuar como responsável pela construção da

identidade, dos valores morais e éticos das crianças desde sedo, sendo a peça-

chave pelo processo de desenvolvimento da criança.

Para isso o educador deve propiciar uma aprendizagem prazerosa, tendo

em mente que a criança é um ser ativo, possibilitando atividades em que possa agir

pensar, refletir, questionar através de atividades dinâmicas onde o educador media

com o aluno, facilitando sua relação com a aprendizagem.

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CONCLUSÃO

A educação infantil é um lugar onde as crianças brincam, tendo a

oportunidade de se desenvolver no aspecto afetivo, intelectual, social e motor.

Através da ludicidade a criança percebe o mundo exterior através de seu corpo e é

com ele que entra na relação com o meio ambiente, desenvolvendo conhecimento

de fato. É no brincar que entrega seu corpo e sua alma. Brincando a criança

desenvolverá a linguagem, o pensamento lógico e a noção do EU corporal, além de

adquirir os conceitos matemáticos, como contar um-a-um (ordem estável), obter

noções de quantidade, perceber que um número pode ser maior ou menor que o

outro...

Cabe ao educador possibilitar o direito de brincar, num ambiente organizado

e estimulante, participando com seus alunos, injetando novos conhecimentos,

agindo como mediador. Quando o educador brinca com seus alunos, ele também

está valorizando e respeitando a característica fundamental da infância que é o

brincar. Assim estará propiciando a criança uma oportunidade de experimentar o

mundo, explorando todas as suas possibilidades. Brincando a criança adquire

experiências que irão ajudá-la a amadurecer emocionalmente e aprender uma forma

de convivência satisfatória.

Espero que este trabalho possa servir como orientador, aos profissionais da

educação infantil, potencializando o seu trabalho e o desenvolvimento de seus

alunos no processo da aprendizagem.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 8

INTRODUÇÃO 9

CAPÍTULO I - O surgimento da Educação Infantil e sua

importância

11

CAPÍTULO II - As leis que regem a Educação Infantil

18

CAPÍTULO III - A ludicidade na Educação Infantil

24

3.1- A importância do brincar na Educação Infantil 26

3.2 - A ludicidade como auxiliadora das disciplinas 30

3.3 - O Educador na Educação Infantil 36

CONCLUSÃO 39

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 40

BIBLIOGRAFIA CITADA 42

ÍNDICES 43

AVALIAÇÃO 44

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SIBELE MELNIK KHALILI BOUKAI

A NECESSIDADE DE BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA O

DESENVOLVIMENTO GLOBAL E APRENDIZAGEM DA CRIANÇA

Monografia apresentada à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para

obtenção do grau de Especialista em Educação infantil e Desenvolvimento.

Orientador: Prof. Vilson Sérgio de Carvalho Aprovado pelos membros da banca examinadora em __/__/__, Banca Examinadora __________________________________________________ __________________________________________________

Rio de Janeiro – RJ

2015