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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE O AMBIENTE CORPORATIVO Por: Rogério da Silva Teófilo Orientador Prof. Nelsom Magalhães Rio de Janeiro 2010

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · introduÇÃo Esse trabalho de pesquisa tem por propósitos definir planejamento, planejamento estratégico e gestão estratégica

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

O AMBIENTE CORPORATIVO

Por: Rogério da Silva Teófilo

Orientador

Prof. Nelsom Magalhães

Rio de Janeiro

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

O AMBIENTE CORPORATIVO

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do

Mestre – Universidade Candido Mendes como

requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Gestão Empresarial.

Rogério da Silva Teófilo.

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AGRADECIMENTOS

Em especial, a Deus, à minha esposa e

filhos pela compreensão e carinho.

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DEDICATÓRIA

À minha esposa Neide e aos meus filhos

que estão sempre ao meu lado me

apoiando e me incentivando. Obrigado

meus amores.

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RESUMO

Porque alguns empresários conseguem levar seu empreendimento ao sucesso

pleno mantendo grandes grupos empresariais germinados de pequenas

empresas familiares, enquanto que outros falham em suas estratégias levando o

seu empreendimento ao fracasso abalando a credibilidade do mercado?

Com base no questionamento acima proposto, delimitei os objetivos deste

trabalho monográfico aos seguintes tópicos:

1- Definir projeto, planejamento, planejamento estratégico e gestão estratégica

como ferramentas de gestão corporativa.

2- Definir empreendedorismo, como forma interessante de realização do ser

humano – indivíduo e cidadão.

O que distingue os verdadeiros empreendedores é a sua necessidade de fazer,

de realizar, de criar e implementar idéias, de aceitar o desafios ou às vezes, a

oportunidade única de uma pessoa. (a pessoa certa na hora e lugar certos).

A razão do fracasso na maioria dos empreendimentos, em geral está

relacionada às seguintes falhas:

Falha na escolha da estratégia de negócio.

Falha na definição de missão e valores da empresa.

Falha na delimitação de riscos.

Falha de estratégia de marketing e definição de público alvo x padrão de

qualidade.

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METODOLOGIA

O objeto de estudo e pesquisa desse trabalho consiste no empreendedorismo,

gestão estratégica no ambiente corporativo privado e no estudo comparativo de

sucesso e insucesso entre duas empresas brasileiras de varejo.

Este trabalho foi desenvolvido através de uma pesquisa bibliográfica detalhada

e minuciosa. Procurei me basear em sites da internet e em autores renomados

que dominam o assunto.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Definições de Projeto,

Planejamento Estratégico,

e Gestão Estratégica 09

CAPÍTULO II - Definições de Empreendedorismo 14

CAPÍTULO III – Cases de Sucesso e Insucesso 15

CONCLUSÃO - Porque os negócios fracassam 27

BIBLIOGRAFIA 28

ÍNDICE 30

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INTRODUÇÃO

Esse trabalho de pesquisa tem por propósitos definir planejamento,

planejamento estratégico e gestão estratégica e em seguida apresentar cases

de sucesso e insucesso na implantação da gestão estratégica em empresas,

especificando os motivos, as causas e os efeitos das tomadas de decisões dos

respectivos administradores.

Após incansável busca em diversas fontes de pesquisa e nos mais

variados acervos e informações sobre o assunto, decidi comentar a respeito dos

grupos empresariais Pão de Açúcar e Mesbla S/A. Ambos têm em comum o fato

de serem grupos empresariais de grande porte, administrados por homens de

espírito empreendedor, competitivos, inovadores, em busca da hegemonia no

ramo de comércio varejista no Brasil, que enfrentaram momentos de

turbulências político/econômicas de ordem nacional e internacional , num

cenário de difícil previsão política, econômica e de comportamento de

mercados, o período de transição entre os governos das ditaduras militares e

os governos eleitos, passando pela assembléia constituinte de 1988, pelos

conturbados governos de Fernando Collor de Melo (polêmico e extravagante

como o seu plano COLLOR) e Fernando Henrique Cardoso (democrata e

socialista, criador do REAL). Os Srs. Abílio Diniz e Ricardo Mansur são ícones

do seu tempo, com estilos diferentes, quase opostos, ambos extremamente

ousados, arrojados e técnicos ao ponto de um deles ter conseguido alavancar

seus negócios, inovando como a primeira empresa de varejo nacional a

negociar suas ações na bolsa de NY, mantendo o foco no tipo de cliente ideal e

nas pessoas como sendo a razão de ser do seu empreendimento; e o outro de

não ter conseguido o mesmo feito, por ter efetuado transferências de grandes

volumes de capitais próprios de outras empresas suas de ramos diferentes,

perdendo o foco no tipo de cliente ideal e esbarrando na tênue linha que divide

a boa técnica contábil e o crime de fraude contábil (gestão temerária). Em

minha opinião, dois interessantes exemplos de gestão estratégica.

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CAPÍTULO I

DEFINICÕES DE PROJETO, PLANEJAMENTO,

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E GESTÃO

ESTRATÉGICA

Inicialmente, antes de discorrer sobre gestão estratégica e suas

perspectivas no ambiente corporativo, precisamos de algumas definições

importantes.

1.1 - PROJETO

É um plano, um empreendimento. Para se criar um projeto é necessário

que se faça a análise quantitativa dos dados. Geralmente um projeto tem a

duração de curto prazo e é voltada para a resolução de um problema específico

e setorial, quase sempre não envolve a organização como um todo. A esse

termo são associados:

a) A intenção, ou seja, o objetivo, o propósito ou a solução de um

problema;

b) A metodologia que são os procedimentos, o desenvolvimento, o

plano.

Assim desenvolve-se um projeto, que irá se desencadear no

planejamento.

1.2 – PLANEJAMENTO

É o projeto colocado em prática, sua base é a definição clara e

inconfundível do objetivo a ser alcançado e dos recursos que poderão sustentar

o projeto. É um processo contínuo e dinâmico que consiste em um conjunto de

ações intencionais, integradas, coordenadas e orientadas para tornar realidade

um objetivo futuro, de forma a possibilitar a tomada de decisões

antecipadamente. No planejamento devem ser levadas em conta todas as áreas

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da empresa (o ambiente interno), pois elas se interagem por isso devem ser

devidamente alinhadas com a estratégia planejada a fim de garantir o sucesso

do projeto. É necessário também considerar as variáveis externas oriundas do

mundo globalizado (o ambiente externo) que participam com fatores de risco ao

empreendimento que devem ser transformados em oportunidades de negócios.

Outra definição de planejamento, segundo o autor Maximiano:

“O processo de planejamento é a ferramenta que as pessoas e

organizações usam para administrar suas relações com o

futuro. É uma aplicação específica do processo decisório. As

decisões que procuram, de alguma forma, influenciar o futuro,

ou que serão colocadas em prática no futuro, são decisões de

planejamento.”

(Maximiano, Antonio Cesar Amaru, Introdução à Administração, 5ª

edição, São Paulo, editora Atlas, 2000.).

1.3 – PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Planejamento Estratégico é uma atividade administrativa que visa

direcionar os rumos futuros da empresa, de aplicação de médio e/ou longo

prazo, criando os objetivos e adequando, quando necessário o respectivos

recursos, às mudanças de oportunidades dos mercados, produzindo assim,

respostas consistentes a três questões fundamentais:

a) Onde estamos?

b) Onde queremos chegar?

c) Como vamos fazer para chegar lá?

Através do planejamento estratégico podemos determinar a melhor

maneira de alocar os recursos disponíveis com as necessidades futuras da

empresa, rumo aos objetivos estabelecidos, pondo em prática mudanças

contínuas que visando a maior produtividade, a melhor qualidade dos

produtos/serviços, alinhando os interesses dos clientes aos resultados

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esperados pelos sócios e investidores (lucro, rentabilidade, crescimento e

desenvolvimento)

os quais assegurem seu sucesso e a permanência no mercado.

Num planejamento estratégico estão envolvidos:

a) Análise do ambiente;

b) Definição dos princípios e valores da organização;

c) Declaração da missão e visão de futuro;

d) Definição dos objetivos;

e) Elaboração de ações;

f) Definição de indicadores e metas;

g) Implementação;

h) Avaliação; e

i) Rrevisão.

Apesar da nomenclatura “planejamento estratégico” ser tão usual,

planejamento e estratégia são inseparáveis, pois todo planejamento é

estratégico. O planejamento define ações, formas de fazer algo, o que é a

estratégia.

Em Planejamento Estratégico de Marketing, de Helton Haddad, temos a

seguinte definição:

“Planejamento estratégico pode ser definido como um processo

gerencial voltado a criar a adequação dos objetivos e recursos da

empresa às mudanças de oportunidades de mercados. “.

(Silva, Helton Haddad Carneiro da, Planejamento Estratégico de

Marketing, 3ª edição, Rio de Janeiro, Editora FGV, 2006.).

1.4 – GESTÃO ESTRATÉGICA

É a continuidade natural do planejamento estratégico. Aplicar uma

gestão estratégica na empresa é ter uma visão generalista do negócio, não

centralizando decisões, não limitando a estratégia em uma determinada área ou

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setor da empresa, isto é, não deixar com que os objetivos de uma área sejam

considerados como mais importantes ou se ou se sobreponham aos objetivos

do planejamento estratégico, mas sim, simplesmente, como uma das metas a

serem atingidas para se chegar ao objetivo final daquela empresa. Metas

estratégicas são mutáveis, por isso têm de ser flexíveis. A gestão estratégica é

inflexível.

Deve-se ter em mente que ao implementar uma gestão estratégica em

uma empresa é necessário o comprometimento, o envolvimento, a interação

prática entre todas as pessoas integrantes daquela empresa, em todos os níveis

de hierarquia como na formação de um time. O profissional responsável pela

implementação do planejamento estratégico será sempre lembrado pelo

resultado obtido e não pelas teorias aplicadas. Repensar a estrutura

organizacional e os processos administrativos em função do momento

econômico vivido pela empresa também faz parte de uma gestão estratégica,

cabe a esse profissional exercer o tipo de liderança eficaz para cada caso,

considerando-se que as pessoas geralmente são resistentes às mudanças.

Muitas vezes é preciso mudar algo que vem sendo feito há muito tempo

“daquele jeito”. Eis aí o desafio que se impõe o líder, ele deve atuar nos três

níveis da organização, abaixo listados, e ter a coragem de mudar quando

necessário isso significa ser pró-ativo, correr riscos e assumi-los, esse é o

diferencial entre os verdadeiros líderes.

Níveis da organização:

a) Estratégico (ganhar). Ele será aferido pelos resultados alcançados,

em função dos investimentos realizados e sua rentabilidade.

b) Pessoal (com quem). Ele será reconhecido pelo seu estilo e

personalidade, sintetizados pela capacidade de mobilizar pessoas e

pelo seu carisma.

c) Organizacional (como). Ele será respeitado por sua capacidade de

integrar as diferentes áreas funcionais na consecução dos objetivos

organizacionais.

É fundamental para esse profissional dispor de informações

imprescindíveis para o sucesso da estratégia, sempre aferidas por indicadores

quantitativos, qualitativos e quantitativos/qualitativos, o que lhe permitirá

acompanhar e avaliar o comportamento da empresa, administrando nos

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momentos necessários a dose correta dos “remédios” para se atingir os

objetivos pretendidos.

Por exemplo, em um time que inicia as suas atividades, o triângulo

estratégico seria o pontapé inicial, no qual são propostas as três questões

fundamentais do planejamento estratégico:

TRIÂNGULO ESTRATÉGICO

Capacitação Propósito

(O que nós sabemos fazer?) (O que nós queremos ser?)

Ambiente (O que nos é permitido fazer?)

Figura 1 – O triângulo estratégico

Outra definição de planejamento estratégico, como um processo,

segundo o autor Maximiano, contribui para melhor compreendermos

a importância da gestão estratégica como um processo de longo

prazo:

“O processo de planejamento estratégico consiste em definir

objetivos para a relação com o ambiente, levando em conta os

desafios e as oportunidades internos e externos. O processo de

planejamento estratégico afeta a empresa a longo prazo, porque

compreende as decisões sobre os produtos e serviços que a

organização pretende oferecer e os mercados e clientes que

pretende atingir.”.

(Maximiano, Antonio Cesar Amaru, Introdução à Administração, 5ª

edição , São Paulo, editora Atlas, 2000.).

O que é que nós vamos

fazer?

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CAPÍTULO II

DEFINICÕES DE EMPREENDEDORISMO

1.1 - EMPREENDER

É o ato de se criar um projeto e colocá-lo em prática com metas e

resultados definidos. Empreendedorismo é uma forma interessante de

realização do ser humano – indivíduo e cidadão.

1.2 - O EMPREENDEDOR

Para o empreendedor toda meta deve ser desafiante. Estabelecer uma

meta é muito importante, pois especificar as condições, o tempo e aonde se

quer chegar é um dos primeiros passos para o sucesso. Para atingir a meta é

interessante criar estratégias.

O SEBRAE em sua apostila Aprender a Empreender, assim define o

empreendedor:

Ser um empreendedor é muito mais que ter a vontade de

chegar ao topo de uma montanha; é conhecer a montanha e o

tamanho do desafio; planejar cada detalhe da subida, saber o

que você precisa levar e que ferramentas utilizar; encontrar a

melhor trilha, estar comprometido com o resultado, ser

persistente, calcular os riscos, preparar-se fisicamente;

acreditar na sua própria capacidade e começar a escalada.

(Apostila Aprender a Empreender – SEBRAE Nacional/Fundação

Roberto Marinho – Programa Brasil Empreendedor)

Ainda segundo o SEBRAE, o empreendedor deve possuir dez

características que o conduzirão ao sucesso de seu negócio:

1> Estabelecimento de metas

2> Busca de oportunidades e iniciativa

3> Correr riscos calculados

4> Busca de informações

5> Planejamento e monitoramento sistemático

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6> Exigência de qualidade e eficiência

7> Persistência

8> Comprometimento

9> Persuasão e rede de contatos

10>Independência e autoconfiança

CAPÍTULO III

CASES DE SUCESSO E INSUCESSO

3 – CASE DE SUCESSO NA IMPLEMENTAÇÃO DE GESTÃO ESTRATÉGICA:

3..1.1 – O GRUPO PÃO DE AÇÚCAR- GPA

As informações abaixo foram extraídas no site:

http://grupopaodeacucar.com.br e demonstram com excelência de detalhes o

primor e a capacidade empreendedora de uma equipe gerenciada por um líder

de sucesso, o Sr. Santos Diniz e depois por seu filho, o Sr. Abílio Diniz, como foi

conduzida a administração do GPA, de forma estratégica, a primeira empresa

de varejo nacional a abrir o seu capital na bolsa de NY (ousadia e vanguarda

que alavancou os negócios do Grupo) e finalmente, consolidando as melhores

práticas de Governança Corporativa a partir de 2003, no ranking das melhores

empresas do país, a maior empresa brasileira de varejo.

3.1.2 – HISTÓRIA

1929 - Ideal do fundador: Abrir um negócio próprio com estrutura forte, sólida,

diferente dos comércios aqui instalados. Criado pelo Sr. Santos Diniz . Em 1948

na Av. Brigadeiro Luiz Antônio, no bairro Jardim Paulista inaugura a Doceria Pão

de Açúcar.

1957 – Abertura do primeiro Supermercado Pão de Açúcar (sistema de auto-

serviço).

1960 – O Grupo Pão de Açúcar já possui mais de 50 lojas em 17 cidades.

1970 – Inaugura sua 1ª loja no exterior na cidade de Lisboa - Portugal.

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1971 – Inaugurada a marca Jumbo, primeiro hipermercado do Grupo Pão de

Açúcar, inaugurado em Santo André.

1976 – Fusão de todas as lojas de departamento da rede – formam a

Companhia Brasileira de Distribuição – CBD.

1980 – Fechamento das lojas Jumbo e início do Extra, único hipermercado da

rede. Reestruturação: Ombusdman do varejo – Abílio Diniz assume o comando

presidencial do Grupo enquanto o Sr. Santos assume o Conselho Administrativo

da CBD.

1997 - A primeira empresa varejista nacional a abrir o seu capital na bolsa de

Nova York e associa-se ao Grupo Cassino, Francês.

Pioneira no comércio de internet varejista no país com o “Pão de Açúcar

delivery”.

No final da década de 90 cria o primeiro supermercado educacional do mundo,

o “Pão de Açúcar kids”

1998 – Aquisição de diversos supermercados atuantes em bairros populares, o

Grupo Pão de Açúcar compra a REDE BARATEIRO DE SUPERMERCADO que

após diversas reestruturações passou a se chamar COMPREBEM BARATEIRO

e finalmente COMPREBEM.

1998 - Foi criado o Instituto Grupo pão de Açúcar para orientar o investimento

social da Empresa, visando contribuir para o desenvolvimento social e ambiental

das comunidades onde a Empresa atua e beneficiaram diretamente mais de 60

mil crianças, jovens no programa educacional com incentivo à cultura, inclusão

pelo esporte, campanhas de alimentação saudável (uma cozinha itinerante que

oferece cursos de culinária nas lojas da bandeira COMPREBEM, em parceria

com a Secretaria Municipal de Abastecimento, da Prefeitura Municipal de São

Paulo.

2003 – No Rio de Janeiro estabelece a fusão com o Grupo SENDAS, rede de

supermercados tradicional Carioca.

As operações do Grupo se dividem em cinco categorias:

- O Pão de Açúcar – Supermercado de vizinhança para as classes A e B.

- COMPREBEM e SENDAS – Supermercados para classe média popular.

- Hipermercado Extra.

- Eletroeletrônicos Extraeletro.

2003 – Inicia o processo de Governança Corporativa e profissionalização.

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2004 – Aumento de participação de ações do Grupo Cassino.

2006 - Cassio Casseb – novo presidente da CIA.

Criou o Extra perto um novo modelo de loja, inspirado no modelo europeu de

varejo de conveniência.

2007 – Claudio Galeazzi – novo presidente da CIA.

2009 – Incorporou o grupo GLOBEX.

Atual presidente da CIA: Enéas Pestana e vice-presidente: José Roberto

Tambasco.

3.1.3 - O GPA HOJE

O Cronograma acima demonstra a capacidade empreendedora do Grupo

Pão de Açúcar e relata como foi estrategicamente desenvolvida uma trajetória

de sucesso e a consolidação de uma empresa importante no cenário econômico

do Brasil, que oferece oportunidades de emprego a milhares de pessoas. Hoje

o Grupo Pão de Açúcar é líder no seguimento varejista com receita bruta de R$

26,2 bilhões em 2009. È pioneira no setor varejista de alimentos com mais de 60

anos de atuação no setor. Mais de 1.102 lojas, mais de 1,7 milhão de metros

quadrados de área de venda com estrutura multiformato para atender a

demanda de todo tipo de consumidor em 18 estados e no DF.

Esse é o poder da crença: “Abrir um negócio próprio com estrutura forte,

sólida, diferente dos comércios aqui instalados.”

Frases do líder Abílio Diniz: “Se o líder é verdadeiro as pessoas o seguem.

“Se eu tiver que cometer erros, tem que ser erros novos.”

MISSÃO: Garantir a melhor experiência de compra para todos os nossos

clientes, em cada uma de nossas lojas.

VISÃO: O Grupo Pão de Açúcar almeja ampliar a participação no mercado

brasileiro de varejo e tornar-se a empresa mais admirada por sua rentabilidade,

inovação, eficiência, responsabilidade social e contribuição para o

desenvolvimento do Brasil.

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PILARES:

Cliente > nossa razão de ser; Nossa Gente > pessoas com excelência técnica,

bem preparadas e motivadas para assumir desafios, riscos e atitudes

inovadoras.

Nossa Gente > Pessoas que gostam de servir, que valorizam o respeito em

suas relações internas com o cliente, fornecedores e parceiros, e que se

posicionam com garra, independentemente das circunstâncias.

Domínio da tecnologia > Atenção a tudo o que acontece no mundo, avaliando

a sua utilidade e seu retorno para o nosso negócio, para extrair dessas

tecnologias disponíveis o máximo aproveitamento.

Sólida estrutura de capital > uma estrutura de capital que permita investimento

em nossa empresa, em nossa gente, e em nosso país, operando com eficiência

para proporcionar retorno aos acionistas e um crescimento sustentável no longo

prazo.

Figura 2 – Os pilares do GPA

Nos

sa G

ente

D

omín

io d

a T

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logi

a

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Grupo Pão de Açúcar

Cliente: Nossa Razão de ser

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3.1.4 - A ESTRATÉGIA

A estratégia do Grupo pão de Açúcar (2006 até 2010): Direcionada para

a busca por ganhos de eficiência, que permitam operar com despesas menores

e maior competitividade. Em 2006, um dos desafios estratégicos do Grupo for

compatibilizara o imediatismo do varejo com um plano estruturado para os

próximos anos, que resultou na definição do Planejamento Estratégico até2010.

Entre as metas estabelecidas, destacam-se um crescimento de vendas

significativo, com vendas brutas de 25,0 bilhões (descontados os efeitos de

inflação) ao final do período e o aumento do retorno sobre o capital investido

(ROIC), de 10,0% para 15,0%. Para alcançar esses objetivos macro, foram

definidas sete grandes diretrizes:

1> Fortalecer a competitividade das bandeiras.

2> Aumentar as vendas de comércio eletrônico para 4,5% das vendas totais

em 2010.

3> Expandir a participação de não alimentos para 34% do faturamento bruto.

4> Dobrar a participação de marcas próprias de 5% para 10%.

5> Intensificar o crescimento orgânico com a inauguração de 150 lojas até

2010. (crescimento médio de 7% ao ano da área de vendas).

6> Intensificar a busca por maior eficiência operacional.

7> Investir na atração e retenção de talentos na Companhia, em linha com

as diretrizes de Recursos Humanos.

3.1.5 - GOVERNANÇA CORPORATIVA – VISÃO GERAL

O Grupo Pão de Açúcar sempre procurando aperfeiçoar suas práticas de

Governança Corporativa, buscando a transparência, o aumento da liquidez das

ações, a criação de valor aos acionistas e o cumprimento rigoroso de todas as

regras destinadas às empresas de capital aberto. Atende às regras da CVM, às

regras de Governança Corporativa da Bolsa de Valores de São Paulo e em

paralelo, também atende as regras da Lei Sarbanes-Oxley em consonância com

as recomendações NYSE (Bolsa de Valores de NY).

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3.2 – CASE DE INSUCESSO NA IMPLEMENTAÇÃO DE GESTÃO ESTRATÉ-

GICA

As informações abaixo foram extraídas no site

http://pt.wikipedia.org/wiki/Categoria:Empresas_extintas_do_Brasil. Não

obstante ter sido um caso de insucesso, demonstram a ousadia, a capacidade

empreendedora de uma equipe gerenciada por um líder de sucesso, o Sr.

Ricardo Mansur.

3.2 1- GRUPO MESBLA S/A.

A Mesbla S/A foi uma cadeia de lojas de departamentos brasileira que

iniciou suas atividades em 1912, com filial de uma firma francesa, e teve sua

falência decretada em 1999.

3.2.2 – HISTÓRIA

No prédio de número 83 da rua da Assembléia, no centro da cidade do

Rio de Janeiro, foi instalada em 1912, uma filial da firma Mestre & Blatgé, com

sede em Paris e especializada no comércio de máquinas e equipamentos.

A filial brasileira tinha pouca importância dentro da organização francesa

espalhada pelo mundo. Quatro anos depois de sua instalação, sua

administração foi entregue ao francês Luiz La Saigne , até então subgerente da

filial Buenos Aires. Em 1924, La Saigne transformou o estabelecimento carioca

numa firma autônoma, com o nome de Sociedade Anônima Brasileira

Estabelecimentos Mestre et Blatgé, que em 1939 passou a denominar-se

Mesbla S/A. A nova denominação era uma combinação das primeiras sílabas

do nome original, que foi sugerida pela secretária do Sr. Luiz La Saigne, Izalra,

através de um concurso interno. A preocupação era que no início da 2ª Guerra

Mundial, a França se manifestou solidária à Hitler, o que poderia ocasionar

represálias no Brasil com referência ao nome.

A filha de La Saigne casou com Henrique de Boton. Ele e seu filho André

comandaram a expansão da empresa até os anos 80. Na década de 50 a

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empresa tinha lojas instaladas nas principais capitais do país e em algumas

cidades do interior. Nos anos 80 a Mesbla tinha 180 pontos de venda e

empregava 28 mil pessoas. Suas lojas de grande porte, com áreas raramente

inferiores a 3 mil m2 , eram pontos de referência nas cidades onde a Mesbla se

fazia presente.

Por quase três décadas reinou praticamente sozinha no mercado de

varejo, por ser a única empresa do gênero de abrangência nacional.

Orgulhavam-se seus funcionário em afirma r que a Mesbla só não vendia

caixões funerários, que são para os mortos, para os vivos tinham todas as

mercadorias , desde botões, até automóveis, lanchas e aviões.

No entanto a expansão da Mesbla se fez com estratégias de mercado

que logo se mostraram ultrapassadas. Quando decidiu incrementar a venda de

vestuário e roupas de cama e mesa, os artigos eram expostos junto às

máquinas e equipamentos, a mercadorias tradicionais da empresa. A mesma

mistura desorganizada se via nos catálogos.

Também as compras da empresa junto a fornecedores apresentavam

falhas. Por exemplo, tão logo o Brasil reatou relações diplomáticas com a União

Soviética, no governo de João Goulart, a Mesbla importou daquele país grande

quantidade de máquinas fotográficas e câmeras de filmar de baixa qualidade.

Como as importações não tiveram continuidade, a Mesbla se viu em

dificuldades para prestar assistência técnica dos produtos vendidos.

A luz vermelha acendeu em 1981 quando a Mesbla passou do primeiro

para o terceiro lugar entre as maiores empresas de varejo do Brasil e começou

a enfrentar uma concorrência mais forte. Uma consultoria mercadológica foi

contratada e as lojas da Mesbla passaram por uma completa reformulação, com

mudanças na decoração das lojas, arrumação das vitrines, uniformes dos

vendedores e comunicação dos clientes. Passou também a cuidar melhor da

publicidade, apresentando catálogos a cores e anúncios bem cuidados para a

televisão. Atraiu os melhores executivos do mercado, oferecendo bons salários.

Além das lojas de departamentos, rinha estabelecimentos próprios para venda

de móveis, automóveis, lanchas, além de uma financeira. Atuou também no

comercial internacional através de uma empresa subsidiária, que tinha filial em

Nova York. Dentre os vários negócios milionários realizados pela Mesbla

Comércio Internacional mereceu destaque até no New York Times a venda de

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60 mil caminhões à China, no valor de 900 milhões de dólares. Em 1985, foi

escolhida pela revista Exame, especializada em economia e negócios, como a

melhor empresa do Brasil.

André de Botton foi consagrado como rei do varejo. Seu nome fazia parte

do quarteto que formava a nobreza empresarial dos anos 70 e 80, completado

por Octavio Lacombe, do Grupo Paranapanema, Olavo Monteiro de Carvalho,

do Monteiro Aranha, e Augusto Trajano, da CAEMI. Além dos escritórios das

grandes corporações e dos gabinetes de ministros e políticos de Brasília eles

circulavam pelas esferas da alta sociedade carioca da época. De Botton foi

escolhido por duas vezes, como varejista Estrangeiro do Ano pela organização

Americana National Retail Federation.

Apesar dessas mudanças, alguns problemas persistiram. A Mesbla tinha

40 diretores, o que tornava as decisões lentas. Ao final do Governo Sarney, em

1999, a diretoria, acreditando que o país caminhava para uma hiperinflação,

começou a estocar mercadorias em excesso e passou a contar basicamente

com recursos gerados por sua financeira. Com o advento do Plano Real, com o

fim da inflação alta, mostrou as fragilidades da Mesbla e a empresa passou a

enfrentar constantes prejuízos, que tentou resolver com o fechamento de lojas e

dispensa de empregados. Para agravar, tinha que enfrentar a concorrência de

lojas de departamento e hipermercados estrangeiros, com facilidade de obter

capitais no exterior a juros mais baixos.

As empresas estrangeiras conquistaram a clientela de melhor poder aquisitivo,

sempre atenta a novidades, com uma maior variedade de mercadorias e

facilidades de crediário, em especial com a criação de cartões de crédito

próprios. Quando a Mesbla tentou se igualar aos seus concorrentes, criando

marcas exclusivas de roupa e seu próprio cartão de crédito, já era tarde.

No ano de 1994, já havia fechado várias lojas e reduzido seu quadro para 4.500

funcionários, sem conseguir estancar os prejuízos.

3.2.3 - RICARDO MANSUR E O FIM

Em 1997, com dívidas superiores a um bilhão de reais pediu concordata.

No mesmo ano, o controle acionário da Mesbla foi adquirido pelo empresário

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Ricardo Mansur, que arrematou 51% das ações por 600 milhões de reais a

serem pagos em dez anos, além de assumir a dívida fiscal de 350 milhões de

reais da concordatária. Nove meses antes havia comprado as lojas do Mappin,

tradicional empresa de varejo paulista. Tinha intenção de fazer a fusão das

duas empresas, torná-las rentáveis e revendê-las com lucro.

Empresário polêmico, Mansur, dono de empresas de laticínios, de um

banco, era conhecido tanto pelo seu estilo agressivo como seu gosto pela

ostentação. Mantém um mansão em Londres, onde patrocina um time de pólo,

para o qual fornece cavalos puro-sangue de sua própria criação. Para satisfazer

os desejos de uma filha, encomendou a um conceituado arquiteto paulista uma

casa de bonecas, no valor de 300 mil dólares, que instalou em sua fazenda em

Indaiatuba.

Na tentativa de salvar a Mesbla e o Mappin, Mansur colocou à frente das

empresas o executivo João Paulo Amaral. Mas João Paulo logo se deu conta de

que estava diante de uma daquelas missões tidas como impossíveis. A falta de

dinheiro no caixa era mais grave do que se pensava, os atrasos do pagamento

de fornecedores, crônicos. Em seguida, começou uma série de pedidos de

falência, além de ameaças de despejo em todos os shoppings onde as lojas

exibiam suas marcas.

Mansur tentou usar de seu prestígio junto a políticos e até mesmo da

pressão dos funcionários da Mesbla e do Mappin, por meio de passeatas, para

conseguir dinheiro do BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento

Econômico e Social, um banco público. Ao mesmo tempo, buscava algum

grupo estrangeiro interessado em adquirir as lojas.

Sua credibilidade, no entanto, começou a ser posta em dúvida quando

começou a divulgar informações falsas para concretizar o negócio. Ao mesmo

tempo, a administração de seu banco começou a ser investigada e se apuraram

práticas fraudulentas, que resultaram em sua liquidação. Por conta dessas

práticas, Mansur chegou a ser preso e teve seus bens bloqueados. Um novo

pedido de prisão foi feito por sua ex-mulher, a quem não pagava pensão

alimentícia.

Diante de tantos problemas, Mansur se desinteressou da sorte da Mesbla

e do Mappin. Voou para Londres e não voltou mais ao Brasil. A falência de

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ambas as empresas, foi decretada em junho de 1999 e a última loja da Mesbla a

fechar suas portas foi a filial de Niterói no dia 24 de agosto de 1999.

Na mesma época, encerraram suas atividades as Lojas Brasileiras e a G.

Aronson, duas empresas varejistas de capital nacional. Desde então, o mercado

de varejo é dominado por empresas estrangeiras.

3.3 – COMENTÁRIOS SOBRE OS DOIS CASOS ACIMA

3.3.1 – O GRUPO PÃO DE AÇÚCAR

O Grupo Pão de Açúcar, fundado em 1948, manteve como focos de

ações permanentes, perfeitamente definidos em suas declarações de missão,

valores e visão, o tri-pé baseado em três pilares voltados exclusivamente para

atender o cliente “nossa razão de ser”.

1º - “Nossa gente”, no qual estão abrangidos, orientados e alinhados todos os

stakeholders (acionistas, colaboradores, fornecedores, prestadores de serviços,

administradores, clientes, governo e a comunidade em geral – Instituto Pão de

Açúcar – que garantem a solidez da marca e a sustentabilidade do Grupo);

2º - “Domínio da tecnologia”, o qual consiste no aperfeiçoamento dos processos

internos e constante evolução dos sistemas de controle, tendo reforçadas as

suas estruturas de distribuição e de tecnologia, além da construção de um novo

Data Center, foram abertos centros de distribuição e depósitos regionais em

diversos estados.

3º - “sólida estrutura de capital”, em que se propõe a compor uma estrutura de

capital que permita investimentos na empresa, nas pessoas e no país, visando

proporcionar retorno aos acionistas e um crescimento sustentável no longo

prazo.

Esses pilares garantiram o sucesso do planejamento estratégico

implementado, haja vista os resultados financeiros apresentados, a plena

expansão apresentada e proposta.

Podemos dizer que o boom do Grupo Pão de Açúcar foi a decisão de

emitira ações de seu capital para venda na Bolsa de Nova York, onde adquiriu o

capital de 172 milhões de dólares que fizeram toda a diferença na consolidação

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das estratégias do Grupo, garantindo o suporte financeiro para a sua expansão

dentro do território nacional.

3.3.2 – O GRUPO MESBLA S/A

O Grupo Mesbla S/A começou suas atividades em 1939, fruto de uma

decisão estratégica de seu administrador, de mudar a razão social, pra evitar

que os seus clientes (o foco da empresa) a relacionassem com o governo

francês, na época aliado do governo nazista de Hitler, o que poderia prejudicar a

sua imagem, uma vez que a empresa havia sido fundada em 1912, por

empresários franceses que ainda estavam sob o controle acionário da mesma,

seu ponto forte era o seu público alvo, a classe média, na época, de maior

poder aquisitivo, que não se importava em pagar mais caro pelos seus produtos,

pela comodidade de encontrá-los em uma loja de departamentos que oferecia

quase todo o tipo de produto de ferramentas a roupas e sapatos, veículos, etc.

O que importava para aquele cliente era o status da marca MESBLA. Em

função de vários fatores sócio-econômicos a direção da empresa decidiu mudar

o perfil de seus clientes, pretendendo alcançar a base da pirâmide social, com

isso, ela perdeu a fidelização de seus clientes potenciais, que migraram para

outras concorrentes que surgiam no mercado; por ser um incômodo estar lado a

lado com clientes de classe inferior que buscavam produtos mais baratos de

menor qualidade oferecidos na ocasião pela indústria da União Soviética, país

favorecido politicamente pelo governo de João Goulart, toda a estratégia da

empresa foi modificada, o resultado foi insatisfatório, pois entraram no mercado

empresas com maior poder competitivo, que podiam alavancar seus negócios

com capitais estrangeiros com taxas de juros de baixo custo, e que também já

haviam entrado no mercado com o foco direcionado para aquele tipo de cliente,

(das classes C e D de menor poder aquisitivo), não tiveram a necessidade de

mudar as suas estratégias. A MESBLA S/A, por sua vez, precisou enxugar o

quadro de pessoal e modificar processos internos de vendas, de marketing, de

exposição de mercadorias, de portfólio de produtos, captar no mercado de

trabalho novos profissionais e treiná-los e motivá-los, e até no item crediário, foi

preciso mudanças. Aí um de seus erros, haja vista que a empresa oferecia

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crediário com cartão próprio e financiamento de capital próprio, não alcançando

a rentabilidade necessária para se manter no mercado, começaram a surgir nos

cartórios os pedidos de concordata, o que levou a empresa à intervenção, tendo

na época sido adquirida pelo Sr. Ricardo Mansur que havia recentemente

comprado ações do grupo Mappin, tendo como objetivo a fusão das duas

empresas e tornar-se o “Rei do Varejo” do Brasil.

Cometeu uma série de equívocos, entre eles transferências de grandes

volumes de capital de um banco seu o CREFISUL, gerando por parte do Fisco

uma denúncia judicial e a intervenção do CREFISUL pelo Banco Central.

Inviabilizando a continuidade da MESBLA S/A esses foram alguns dos motivos

que levaram a falência da empresa.

3.3.3 – O GRUPO MESBLA S/A HOJE

O Grupo MESBLA não alcançou as novas regras de Governança

Corporativa, que são requisitos para que uma empresa opere ações na

BOVESPA. Na época as regras eram as constantes da Lei 6.404 (Lei das S/A) e

as normas da CVM.

Do grupo Mesbla restou apenas a massa falida, ainda em processo

judicial e a força da marca, ainda presente na memória de muitos consumidores

brasileiros, fruto das poderosas ações de marketing implementadas naquele

tempo.

Há um projeto em fase de implantação que aposta nessa força da marca

para retornar ao mercado atuando através da web, a nova modalidade de

vendas pela internet é um caminho pelo qual muitas empresas já estão

vislumbrando alavancar seus negócios. É o mercado do futuro. Talvez o grupo

Mesbla ainda tenha uma segunda chance.

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CONCLUSÃO

O propósito deste trabalho é responder ao quesito: No ambiente

corporativo, porque os negócios fracassam? Pelas laudas escritas acima,

objeto de pesquisa deste trabalho monográfico, bem como pela bibliografia

consultada pode-se afirmar que o administrador, empreendedor, o verdadeiro

líder, deve estar atento as mudanças dos cenários e estar pronto para

transformar a empresa quando necessário. As empresas podem aperfeiçoar sua

capacidade, continuamente, de mudar e ampliar suas possibilidades de sucesso

atual e futuro. È de competência desse líder, identificar e discutir as crises,

crises potenciais ou grandes oportunidades. Saber como criar um “senso de

urgência” em um processo de mudança e conduzir todos os seus gerentes e

suas respectivas equipes subordinadas para a realização das mudanças que

forem propostas.

Tendo em vista que 70% de todos os principais esforços de mudança

nas organizações fracassam, conclui-se que o problema não está nos

administradores da alta gerência, eles têm perfeita noção da estratégia que

formularam e controle da situação. Alguns negócios fracassam devido a falhas

de comunicação por dentro do ambiente corporativo, é no seu staf gerencial que

as decisões estratégicas para a empresa encontram barreiras de comunicação.

Parece que existe um “medo” de perder o controle do grupo chefiado, da equipe,

uma espécie de competição interna disfuncional, uma lacuna entre o saber e o

fazer, ou até mesmo porque alguns gerentes não conseguem transmitir com

eficiência a estratégia a ser seguida, definida pela alta administração e aprovada

pelo conselho consultivo. Conseqüentemente ela se perde no âmbito da

gerência, não alcançando a base da pirâmide, o ambiente operacional. Como

resultado observa-se vários sintomas desse mal que atinge lentamente as

empresas, por exemplo: falhas na APO (administração da Produção e

Operações); definição de níveis mínimos de estoque, foco no cliente errado,

desperdícios, desleixo com a marca e a imagem da empresa e etc. Esses

sintomas se não identificados rapidamente podem provocar a queda nos

resultados da empresa e a perda de competitividade no mercado.

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Na opinião do autor Thomas Batemam, alguns negócios fracassam,

porque os administradores põem o coração no negócio, e falham ao usar a

cabeça:

“Por que as empresas vão à falência? De acordo com a revista Inc.,

a razão mais comum nada tem a ver com produtos, conhecimento

de mercado ou empenho. O que mata as empresas é o julgamento

ruim na alta cúpula. Quando um empreendedor decide iniciar um

negócio, coloca todo o seu coração nele, mas falha ao usar a

cabeça.

Ex.: Por sorte, nosso maior cliente é a General Motors (ou Xerox,

ou IBM). Tradicionalmente, muitos administradores adorariam estar

nessa posição. Hoje em dia, é melhor eles estarem preparados para

o caso de repentinamente perderem o seu maior cliente – isso

acontece o tempo todo.”

(Bateman, Thomas S. Administração: Construindo vantagem

Competitiva, 1ª edição, 4ª tiragem, editora Atlas S/A, 1998.).

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BIBLIOGRAFIA CITADA

BATEMAN, Thomas S.. Administração: construindo vantagem competitiva, São

Paulo, editora Atlas, 1998.

MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru, Introdução à Administração, São Paulo, 5ª

edição, editora Atlas, 2000.

SILVA, Helton Haddad Carneiro da, Planejamento Estratégico de Marketing, 3ª

edição, Rio de Janeiro, editora FGV, 2006.

SEBRAE Nacional/Fundação Roberto Marinho – Programa Brasil Empreendedor

- Apostila Aprender a Empreender.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

NETO, João Pinheiro de Barros, teorias da Administração, editora Campus,

2000.

CHIAVENATO , Adalberto –, Introdução à Teoria da Administração Manual

Prático para Estudantes e Gerentes Profissionais, editora Campus, 2000.

FERREIRA, Manuel Portugal, Ser Empreendedor – Pensar criar e moldar a nova

empresa, editora Saraiva, 1ª edição, 2010.

AGUILERA, José Carlos, Gestão Estratégica de Mudanças Corporativas, São

Paulo, editora Saraiva, 2009.

Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC – Apostila Código das

Melhores Práticas de Governança Corporativa., São Paulo, 2009.

Sites:

http://www.istoe.com.br/noticias /data86661

http://pt.wikpedia.org/widi/mesbla

http://www.carlosmartins.com.br/opiniaomesbla.htm

http://www.epoca.globo.com/edic/19990524/neg1htm

http://www.mesbla.com.br/loja (nova loja virtual)

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I - Definições de Projeto, planejamento Estratégico,

e Gestão Estratégica 09

1.1 – Projeto 10

1.2 – Planejamento 10

1.3 – Planejamento Estratégico 11

CAPITULO II – Definições de Empreendedorismo 14

1.1 – Empreender 14

1.2 – Empreendedor 14

Capítulo III – Cases de Sucesso e Insucesso 15

3.1 – Cases de sucesso na implementação de Gestão

Estratégica 15

3.2 – Case de Insucesso na implementação de Gestão

Estratégica 19

3.3 – Comentários sobre os dois casos citados 24

CONCLUSÃO – porque os negócios fracassam 27

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 29

BIBLIOGRAFIA CITADA 29

ÍNDICE 30

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

Título da Monografia: O AMBIENTE CORPORATIVO

Autor: ROGÉRIO DA SILVA TEÓFILO

Data da entrega: 15/12/2010

Avaliado por: Conceito: