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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE O POTENCIAL BIOTECNOLÓGICO DAS MICROALGAS: PRODUTOS E APLICAÇÕES Por: Melissa Medeiros Ferreira Hatherly Orientador Prof. Francisco Carrera Rio de Janeiro 2010

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · maiores, em virtude dos efeitos visíveis de desequilíbrios provocados pelo homem na natureza. A

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

O POTENCIAL BIOTECNOLÓGICO DAS MICROALGAS:

PRODUTOS E APLICAÇÕES

Por: Melissa Medeiros Ferreira Hatherly

Orientador

Prof. Francisco Carrera

Rio de Janeiro

2010

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

O POTENCIAL BIOTECNOLÓGICO DAS MICROALGAS:

PRODUTOS E APLICAÇÕES

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do

Mestre – Universidade Candido Mendes como

requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Gestão Ambiental.

Por: Melissa Medeiros Ferreira Hatherly

3

AGRADECIMENTOS

À minha família pelo apoio incondicional e

a todos aqueles que acreditam que a

persistência é o caminho do êxito.

4

DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia a todos cujo

entusiasmo me incentivou a seguir, apesar

das dificuldades; em especial a minha

família.

5

RESUMO

A produção de biocombustíveis e.energias limpas têm sido apontadas como

um dos grandes desafios tecnológicos para viabilizar o desenvolvimento

sustentável no século XXI. As microalgas são os organismos fotossintetizantes

mais eficazes no processo de conversão da energia luminosa em energia

química. Desta forma, são indicadas como substrato com alto potencial

energético para a produção de biocombustíveis.

A imensa biodiversidade e conseqüente variabilidade na composição

bioquímica da biomassa obtida das culturas de microalgas, aliadas ao emprego

de melhoramento genético e ao estabelecimento de tecnologia de cultivo em

grande escala, vêm permitindo que determinadas espécies sejam

comercialmente utilizadas. Dessa forma, o cultivo de microalgas tem sido

realizado visando à produção de biomassa tanto para uso na elaboração de

alimentos quanto para a obtenção de compostos naturais com alto valor no

mercado mundial. No campo da saúde é possível produzir novos alimentos,

mais saudáveis e com vantagens do ponto de vista econômico, porque

prevenir doenças é mais barato do que curá-las, e do social, porque não é

necessário que as pessoas mudem comportamentos alimentares para obterem

benefícios. No que toca ao desenvolvimento sustentável e na gestão de

recursos naturais, as algas são aplicáveis na produção de biocombustíveis e

no sequestro de CO2, que consomem e que fixam, contribuindo para a

minimização do efeito estufa e das alterações climáticas. O cultivo de

microalgas apresenta várias características interessantes: custos relativamente

baixos para a colheita e transporte e menor gasto de água, comparados aos de

cultivo de plantas; podendo ser realizado em condições não adequadas para a

produção de culturas convencionais, além de apresentar maior eficiência

fotossintética que os vegetais superiores.

6

METODOLOGIA

Este trabalho trata-se de uma revisão sobre a biotecnologia de microalgas,

baseada em pesquisa bibliográfica, principalmente, em artigos recentes como

Mata et al., 2009, Bertoldi et al., 2008 e Derner, et al., 2006.

Todas as informações a respeito do tema foram baseadas em dados pretéritos

e não em pesquisa de campo.

Inicialmente foi feita uma pesquisa bibliográfica sobre biotecnologia e as

microalgas, e a partir desse tema central, os sub-temas como os produtos e

aplicações possíveis, visando à aplicabilidade nutricional, energética e

ambiental.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Conceitos 11

CAPÍTULO II - Aplicações e Produtos 15

CAPÍTULO III – Legislação 21

CONCLUSÃO 23

BIBLIOGRAFIA 25

ANEXO 29

ÍNDICE 32

8

INTRODUÇÃO

A gestão ambiental tem como principal objetivo a busca permanente de

melhoria da qualidade ambiental dos serviços, produtos e ambiente de trabalho

de qualquer organização pública ou privada. A busca permanente da qualidade

ambiental é, portanto um processo de aprimoramento constante do sistema de

gestão ambiental global de acordo com a política ambiental estabelecida pela

organização. Há também objetivos específicos da gestão ambiental,

claramente definidos segundo a própria norma NBR-ISO 14.001. (COELHO,

1996).

O conceito de gestão ambiental vem evoluindo, nas últimas décadas, de forma

significativa. Antes dos anos 70, a gestão ambiental ainda encontrava-se na

fase de reconhecimento de problemas ambientais. Havia pouco conhecimento

relativo a impactos ambientais e resíduos perigosos, e uma existência limitada

de requisitos e padrões ambientais. Nos anos 90 espera-se uma atuação mais

responsável por parte das empresas, através da adoção de um novo sistema

de conceitos em relação ao meio ambiente, que inclui: o gerenciamento

integrado (meio ambiente + segurança + saúde); a auditoria ambiental; a

avaliação do ciclo de vida do produto; e o sistema de gerenciamento

ambiental. Eventos como a Conferência das Nações Unidas para o Meio

Ambiente e Desenvolvimento - Rio 92, deixou clara a importância do conceito

de desenvolvimento sustentável, que embasou todas as Convenções

assinadas na ocasião (Biodiversidade, Florestas, Mudanças Climáticas), bem

como os termos da Agenda 21 - Agenda de Compromissos para Ações

Futuras.

A Agenda 21, no capítulo 16 sobre o Gerenciamento Ambientalmente

Saudável da Biotecnologia, recomenda-se prestar atenção sobre como o uso

das biotecnologias poderá afetar a manutenção da integridade ambiental.

Segundo Malheiros (1996), grande parte dos instrumentos administrativos e

gerenciais da política, do planejamento e da gestão ambiental possui caráter

preventivo e são importantes mecanismos para o desenvolvimento sustentável,

estando em consonância com o Princípio da Abordagem Preventiva/Princípio

9

da Prevenção e da Precaução, adotado na Declaração do Rio de Janeiro, em

1992. Por sua vez, a Convenção sobre a Diversidade Biológica reiterou a

importância do Princípio da Precaução, explicando que tal princípio justifica-se

pelos danos ambientais causados pela má aplicação de outras tecnologias no

passado.

As preocupações com o meio ambiente assumem proporções cada vez

maiores, em virtude dos efeitos visíveis de desequilíbrios provocados pelo

homem na natureza.

A adoção de medidas que visam a uma maior eficiência na prevenção da

contaminação é muito mais vantajosa não só do ponto de vista de se evitarem

problemas ambientais, mas também porque resultam em aumento da

competitividade. A ecoeficiência e a produção mais limpa constituem

mecanismos que complementam e fortalecem os Sistemas de Gestão

Ambiental nas empresas, que têm como objetivo sustentável conseguir que os

recursos naturais transformem-se efetivamente em produtos e não gerem

resíduos (DIAS, 2009).

Nos últimos anos, tem sido focado o potencial biotecnológico das microalgas,

principalmente devido à identificação de diversas substâncias sintetizadas por

estes organismos.

No que toca ao desenvolvimento sustentável e na gestão de recursos naturais,

as algas são aplicáveis na produção de biocombustíveis (biodisel, bioetanol e

biohidrogênio) e no sequestro de CO2, que consomem e que fixam,

contribuindo para a minimização do efeito estufa e das alterações climáticas. O

cultivo de microalgas apresenta várias características interessantes: custos

relativamente baixos para a colheita e transporte e menor gasto de água,

comparados aos de cultivo de plantas; podendo ser realizado em condições

não adequadas para a produção de culturas convencionais, além de

apresentarem maior eficiência fotossintética que os vegetais superiores.

A imensa biodiversidade e conseqüente variabilidade na composição

bioquímica da biomassa obtida das culturas de microalgas, aliadas ao emprego

de melhoramento genético e ao estabelecimento de tecnologia de cultivo em

10

grande escala, vêm permitindo que determinadas espécies sejam

comercialmente utilizadas. O cultivo de microalgas tem sido realizado visando

à produção de biomassa tanto para uso na elaboração de alimentos quanto

para a obtenção de compostos naturais com alto valor no mercado mundial

(DERNER et al., 2006).

No campo da saúde é possível produzir novos alimentos, mais saudáveis e

com vantagens do ponto de vista econômico, porque prevenir doenças é mais

barato do que curá-las, e do social, porque não é necessário que as pessoas

mudem comportamentos alimentares para obterem benefícios.

11

CAPÍTULO I

CONCEITOS

1.1. Biotecnologia Na verdade, podemos considerar que a biotecnologia surgiu a milhares de

anos, desde que o homem começou a empregar empiricamente processos

biológicos para a produção de pães e vinhos, desconhecendo a existência e o

comportamento dos organismos vivos envolvidos nesta produção (KATZ e

BERCOVICH, 1990). Atualmente, em vista das diferentes e sofisticadas

técnicas existentes, das variadas áreas de aplicação e setores produtivos

envolvidos, torna-se difícil conceituar esta tecnologia, e talvez seja mais

apropriado falarmos em „biotecnologias‟. A definição talvez mais abrangente

fosse a do Office of Technology Assessment (OTA): "a biotecnologia inclui o

conjunto de técnicas que utiliza organismos vivos, ou parte deles, para fabricar

ou modificar produtos, melhorar plantas ou animais, ou desenvolver

microorganismos para usos específicos". Um conceito mais simples seria o de

Salles Filho et al.(1986) onde a biotecnologia é "o desenvolvimento e a

aplicação de organismos biológicos na produção de bens e serviços".

1.2. Microalgas

O termo microalgas não tem valor taxonômico, engloba microrganismos algais

com clorofila a, e outros pigmentos fotossintéticos, os quais são capazes de

realizar a fotossíntese oxigênica, e sua caracterização (sistemática) implica a

consideração de uma série de critérios (HOEK et al., 1995; RAVEN et al.,

2001).

Segundo TOMASELLI (2004), estes microrganismos têm sido tradicionalmente

classificados quanto aos tipos de pigmentos, a natureza química dos produtos

de reserva e pelos constituintes da parede celular. Também têm sido

considerados aspectos citológicos e morfológicos, tais como a ocorrência de

células flageladas, a estrutura dos flagelos, os processos de formação do

núcleo e da divisão celular, a presença e a caracterização de envoltório do(s)

12

cloroplasto(s) e a possível conexão entre o retículo endoplasmático e a

membrana nuclear. Além desses, técnicas de biologia molecular igualmente

têm sido usadas (HU, 2004).

Sob a denominação microalgas estão incluídos organismos com dois tipos de

estruturas celulares: estrutura procariótica, com representantes nas Divisões

Cyanophyta (cianobactérias) e Prochlorophyta; estrutura celular eucariótica,

com representantes nas Divisões Chlorophyta, Euglenophyta, Rhodophyta,

Haptophyta (Prymnesiophyta), Heterokontophyta (Bacillariophyceae,

Chrysophyceae, Xantophyceae etc.), Cryptophyta e Dinophyta, segundo HOEK

et al. (1995).

Apesar das diferenças estruturais e morfológicas entre os representantes de

cada divisão, esses são fisiologicamente similares e apresentam um

metabolismo análogo àquele das plantas (ABALDE et al., 1995). São

principalmente encontradas no meio marinho, em água doce e no solo, sendo

consideradas responsáveis por pelo menos 60% da produção primária da

Terra (CHISTI, 2004).

O número exato de espécies de microalgas ainda é desconhecido. Atualmente

são encontradas citações relatando que podem existir entre 200.000 até

alguns milhões de representantes deste grupo. Tal diversidade também se

reflete na composição bioquímica e, desta forma, as microalgas são fonte de

uma quantidade ilimitada de produtos (NORTON et al., 1996; PULZ & GROSS,

2004). Cabe ressaltar que algumas espécies sintetizam compostos que podem

ser altamente tóxicos para outras espécies de organismos, inclusive para o

homem. Estes compostos também têm sido explorados comercialmente, e são

objeto de inúmeras pesquisas (TEIXEIRA, 2002).

13

1.2.1 Crescimento das Microalgas

No ambiente natural, assim como nos cultivos, o crescimento de uma

população de microalgas é resultado da interação entre fatores biológicos,

físicos e químicos (RAVEN, 1988). Os fatores biológicos estão relacionados às

próprias taxas metabólicas da espécie cultivada, bem como com a possível

influência de outros organismos sobre o desenvolvimento algal. Quanto aos

fatores físico-químicos, são principalmente reportados estudos sobre

iluminação, temperatura, salinidade e disponibilidade de nutrientes

(HELLENBUST, 1970; GUILLARD, 1975; EPPLEY, 1977; YONGMANITCHAI &

WARD, 1991).

Segundo BOROWITZKA (1999), estes organismos podem ser cultivados em

diversos sistemas de produção, com volume variando desde poucos litros até

bilhões de litros. Os sistemas comumente empregados são pouco sofisticados,

uma vez que muitas empresas desenvolvem cultivos a céu aberto, sob

condições naturais de iluminação e temperatura, e com baixo ou nenhum

controle destes parâmetros ambientais. Os tanques são geralmente rasos,

construídos em concreto, fibra de vidro, policarbonato, com fundo de terra ou

revestido com material plástico, sendo que as culturas são constantemente

agitadas.

Recentemente, alguns cultivos têm sido desenvolvidos em equipamento

específico, denominado fotobiorreator (“photobioreactor”), visando a alcançar

elevadíssima produtividade. Os cultivos são realizados em sistema fechado,

em painéis de forma achatada ou em serpentinas, espirais ou cilindros,

construídos com tubos de plástico, vidro ou policarbonato. Nos

fotobiorreatores, é possível controlar as condições de cultivo (quantidade dos

nutrientes, temperatura, iluminação, pH etc.). Isto implica uma elevada

produtividade, viabilizando a produção comercial de uma série de compostos

de elevado valor (TREDICI, 2004).

14

Muitas das substâncias sintetizadas e acumuladas pelas microalgas são

também encontradas nas plantas, as quais evoluíram das algas verdes ou

clorófitas (RAVEN et al., 2001). Entretanto, segundo COHEN (1986) e

RICHMOND (1990), a produção microalgal pode ser justificada por apresentar

diversas vantagens, dentre as quais podem ser destacadas: o cultivo de

microalgas é um sistema biológico eficiente na utilização da energia solar para

a produção de matéria orgânica, sendo que, muitas espécies crescem mais

rapidamente do que as plantas terrestres, fato que possibilita maiores

rendimentos anuais de biomassa (maior produtividade); sua natureza unicelular

assegura uma biomassa com mesma composição bioquímica, o que não

ocorre com as plantas terrestres que apresentam compostos localizados em

partes específicas: nos frutos, folhas, sementes ou raízes; por manipulação

das condições ambientais de cultivo (luz, temperatura e nutrientes, por

exemplo) muitas espécies podem ser induzidas a sintetizar e acumular altas

concentrações de proteínas, carboidratos, lipídios etc.

Tais compostos apresentam um elevado valor comercial, principalmente por

serem produtos naturais; podem crescer bem em regiões com extremas

condições climáticas. Os cultivos podem ser desenvolvidos com água marinha

ou de estuários, a qual não pode ser convencionalmente empregada no cultivo

de plantas com valor para a agricultura, ou com água proveniente de diversos

outros processos de produção (agropecuária, indústrias, dejetos domésticos,

etc.); o ciclo de vida da maioria das microalgas se completa em poucas horas,

o que favorece a seleção de cepas e o melhoramento genético das espécies.

15

CAPÍTULO II

APLICAÇÕES E PRODUTOS

2.1 Importância e Tipos de aplicação

A aplicação de microalgas mais comum tem sido na aqüicultura, para a

alimentação direta ou indireta de algumas espécies de peixes, moluscos,

crustáceos e de diversos organismos forrageiros (algas, rotíferos e artemia) de

interesse econômico. São empregadas espécies de Bacillariophyceae

(Chaetoceros spp. Ehrenberg, Thalassiosira spp. Cleve, Phaeodactylum

tricornutum Bohlin e Skeletonema costatum Greville), Haptophyceae

(Isochrysis spp. Parke), Cryptophyceae (Rhodomonas spp. Karsten),

Chrysophyceae (Monochrysis spp. Skuja), Prasinophyceae (Tetraselmis spp.

Stein), Cyanophyceae (Arthrospira spp. e Spirulina spp.) e Chlorophyceae

(Chlorella spp., Dunaliella spp. e Scenedesmus spp. Bourrely), dentre outras

classes e diversas espécies (SILVA et al., 2003; MULLER-FEUGA, 2004)

(Anexo 1).

Além da consolidada produção para a obtenção de biomassa, diversas

microalgas têm sido cultivadas por sua capacidade de sintetizar compostos

considerados nutracêuticos (capacidade comprovada de proporcionar

benefícios à saúde, como a prevenção e tratamento de doenças), tais como os

ácidos graxos poliinsaturados (ácido araquidônico - ARA, ácido

eicosapentaenóico – EPA e ácido docosahexaenóico – DHA, por exemplo) e

pigmentos carotenóides (astaxantina, betacaroteno, luteína, cantaxantina etc.),

que apresentam propriedades terapêuticas (GILL & VALIVETY, 1997;

TRIPATHI et al., 1999). Atualmente as microalgas são comercializadas como

alimento natural ou suplemento alimentar e, são encontradas formulações em

pó, tabletes, cápsulas ou extratos. São também incorporadas em massas,

petiscos, doces, bebidas etc., tanto como suplemento nutricional quanto como

corantes naturais (BECKER, 2004; COLLA et al., 2004; PULZ & GROSS,

2004).

16

Para o emprego na elaboração de alimentos, bem como para a extração de

alguma substância de interesse, é necessário primeiramente separar a

biomassa do meio de cultura. O processo de separação envolve uma ou mais

etapas sólido:líquido, como floculação, centrifugação e filtração, por exemplo.

A seguir, a biomassa é desidratada. Para tanto, podem ser empregadas

diversas técnicas, como a secagem ao sol, o “spray-drying” e a liofilização.

Para a extração dos compostos, as células microalgais são rompidas,

empregando métodos de homogeneização, ultra-som, choque osmótico,

solventes e enzimas etc. As substâncias de interesse são então recuperadas

e, na maioria dos casos, sofrem algum processo de purificação, como ultra

filtração, cromatografia ou fracionamento (MOLINA GRIMA, 2004).

Afora as aplicações relacionadas ao emprego das microalgas e dos produtos

extraídos destas na indústria de alimentos, muitos estudos vêm sendo

realizados nos mais diversos campos, tais como: no tratamento de águas

residuais de inúmeros processos industriais, para a detoxificação biológica e

remoção de metais pesados; como bioindicadores, na detecção de nutrientes

(para as microalgas) e substâncias tóxicas (detergentes e efluentes industriais,

herbicidas etc.).

Na agricultura, a biomassa pode ser empregada como biofertilizante do solo.

Além de sintetizar toxinas, as microalgas podem produzir uma gama de

moléculas bioativas com propriedades antibióticas, anticâncer,

antiinflamatórias, antivirais, redutoras do colesterol, enzimáticas e com outras

atividades farmacológicas. Também podem ser empregadas como fonte

primária de alimento para larvas, juvenis e até de adultos de moluscos,

crustáceos e peixes, bem como do zooplâncton, usado como alimento para

crustáceos e peixes (BROWN et al., 1991). Outra função das microalgas na

aqüicultura é proporcionar a melhoria da qualidade da água, através da

absorção de produtos nitrogenados tóxicos (amônia e nitrito) (LAVENS &

SORGELOOS, 1996) e combate a bactérias patogênicas pela produção de

substâncias antibióticas.

17

As microalgas podem ser usadas na mitigação do efeito estufa, pela

assimilação do CO2, resultado do processo de queima dos combustíveis

fósseis e de práticas agrícolas impróprias (as queimadas, por exemplo). Ainda,

possibilitam produção de biocombustíveis (biodiesel, por exemplo).

Por fim, as microalgas são úteis a produção de hidrogênio livre, por biofotólise

na elaboração de um inseticida natural, pela recombinação de uma seqüência

do DNA da bactéria Bacillus thuringiensis var. israelensis (Bti) no genoma de

uma espécie de microalga, consumida pelo mosquito da malária em sua forma

larval (DERNER, 2006).

2.2 Produção de biodiesel

O aumento no preço de mercado das oleaginosas tradicionais usadas na

produção do biocombustível (girassol, soja, palma, milho), inflacionando o setor

alimentar, tornou ainda mais acelerada à busca por outras matérias-primas,

como as microalgas. Apesar das vantagens ambientais e comerciais para o

uso da microalga como matéria-prima na produção do biodiesel, o processo de

transformação desta planta em combustível ainda é muito caro.

A colheita da biomassa das microalgas não segue regime de safras, pode ser

realizada diariamante, pois tem um tempo de geração de poucas horas, o que

permite cultivos contínuos. Não são necessárias áreas aráveis ou água

potável, não competindo, portanto, com a agricultura, animais ou pessoas pela

sua outorga. A biofixação de CO2 é outra característica deste cultivo, tornando

neutro em carbono o biocombustível de óleo das microalgas. Após a colheita e

extração do óleo, os meios de cultura são diretamente reaproveitados ou

reciclados, os resíduos usados na produção de biogás por digestão anaeróbica

e posterior co-geração de energia elétrica, para uso no próprio processo de

cultivo, utilizando-se o CO2 gerado pela combustão do biogás na aquicultura

das próprias microalgas de forma a incrementar seu crescimento. Este

potencial de reaproveitamento pode ser incorporado às outras receitas, como

da comercialização dos biocombustíveis, dos subprodutos da biomassa e da

biodigestão.

18

A configuração para produção de biodiesel pressupõe eficácia do balanço

energético, reciclagem contínua dos meios de cultura, escoamento da

produção e aproveitamento do metano como fonte para produção de energia

elétrica juntamente com os resíduos de biomassa. Sua produção (Fig.1) ocorre

por meio de uma reação química conhecida por Transesterificação (é a reação

de um lipídio com um álcool para formar ésteres e um subproduto, o glicerol ou

glicerina), onde os óleos ou gorduras de origem animal ou vegetal reagem com

o álcool na presença de um catalisador, produzindo dois outros subprodutos, o

glicerol (ou glicerina) e o éster metílico de ácido gordo (óleo vegetal). A

separação de fases é uma etapa importante da produção de biodiesel.

O processo de refino dos produtos decorrentes da sua produção pode ser

tecnicamente difícil e pode elevar substancialmente os custos de produção. A

pureza do biodiesel deve ser alta e de acordo com as especificações. A fase

de fundo contém água e álcool e deve ser submetida a um processo de

evaporação. Os vapores de água e álcool são, a seguir, liquefeitos em um

condensador. Da mesma forma, o álcool residual é recuperado da fase de

topo. Após essa recuperação, o álcool ainda contém água e deve ser

desidratado. Essa desidratação é normalmente feita por destilação. A

desidratação do metanol é bastante simples e fácil de ser conduzida, uma vez

que a volatilidade relativa dos constituintes dessa mistura é muito grande e

inexiste a azeotropia. A desidratação do etanol é mais difícil em razão da

azeotropia, associada à volatilidade relativa não tão acentuada.

A glicerina bruta do processo contém impurezas e se for purificada terá um

valor de mercado muito mais favorável. A purificação da glicerina bruta pode

ser feita por destilação a vácuo, gerando um produto límpido e transparente.

Caso a reação de transesterificação seja incompleta ou caso a purificação seja

insuficiente, o biodiesel produzido pode ficar contaminado com glicerol livre e

retido, triglicerídeos e álcool.

A presença de contaminantes pode ser prejudicial para os motores e para o

meio ambiente. Os ésteres deverão ser lavados por centrifugação e,

posteriormente, desumidificados.

19

Figura 1: Fluxograma do processo de produção de biodiesel (Adaptado de

Lima et al., 2004)

Nos últimos 10 anos, têm sido feitos vários estudos para o desenvolvimento de

métodos para análise do biodiesel, suas impurezas e subprodutos. Esses

estudos incluem a cromatografia gasosa, a separação da fase sólida, a

cromatografia de filme líquido, a cromatografia de líquido de alta precisão, a

refractometria etc. As técnicas de análise necessitam ser precisas, confiáveis,

reproduzíveis, rápidas e simples, e requerer equipamentos disponíveis. A

cromatografia gasosa tem sido o método mais aceito para análise do biodiesel

20

(KNOTHE, 1998) por causa da sua simplicidade e pelo alto nível de precisão.

O biodiesel produzido a partir das microalgas não é muito diferente daquele

produzido a partir dos óleos de plantas oleaginosas, entretanto algumas

vantagens podem ser apontadas. A primeira delas é o rendimento de óleo

extraído das microalgas, que chega a ser 200 vezes maior do que o das outras

plantas, o que possibilita uma redução no custo do produto. Em segundo lugar,

o biodiesel de microalgas, quando utilizado em baixas temperaturas, apresenta

uma melhor adaptação, não é sensível a flocagem.

Os óleos encontrados nas microalgas possuem composição em ácidos graxos

e características físico-químicas e químicas similares aos de óleos vegetais, e

por isto elas podem ser consideradas como potencial matéria-prima para a

produção de biodiesel. Sabe-se que entre os óleos vegetais, a composição em

ácidos graxos varia e, por conseguinte, variam as suas propriedades físico-

químicas (exemplo, a estabilidade à oxidação) o mesmo ocorrerá com o óleo

extraído de diferentes microalgas e de condições variadas de cultivo.

A seleção da matéria prima é a decisão mais importante a ser tomada já que o

custo da mesma representa entre 60 e 80% do custo total de produção do

biodiesel. De 1978 até 1996 o Department of Energy‟s Office of Fuels

Development desenvolveu o Aquatic Species Program – Biodiesel from Algae

no intuito de estudar a produção de biodiesel através de microalgas crescidas

em tanque, com alto teor de lipídios e utilizando CO2 residual de planta de

queima de carvão para a produção de energia. Experimentos evidenciaram a

grande potencialidade do uso de microalgas para a produção de biodiesel.

As grandes motivações para a produção de biodiesel são os benefícios sociais

e ambientais que esse novo combustível pode trazer. Contudo, em razão dos

diferentes níveis de desenvolvimento econômico e social dos países, esses

benefícios devem ter considerados diferentemente.

21

CAPÍTULO III

LEGISLAÇÃO

O objeto social e o modelo societário das empresas que vão dedicar-se ao

mercado de biodiesel devem estar perfeitamente consolidados de acordo com

os objetivos e o lugar que elas ocuparem na cadeia do biodiesel. É preciso

olhar não apenas os impactos fiscais e tributários (onde, por exemplo, a

localização geográfica é fundamental), mas também a estrutura societária.

Em 2005, a população brasileira viu surgir no País o mercado de Biodiesel. A

novidade se tornou possível com a aprovação de duas medidas provisórias

transformadas em lei, após ampla discussão no Congresso. A primeira delas

foi a MP 214/04, que introduziu o Biodiesel na matriz energética brasileira. As

modificações promovidas pelos deputados no texto encaminhado pelo

Executivo resultaram na criação de uma política pública para esse tipo de

combustível. A complementação veio com a MP 227/04, que instituiu um

modelo tributário para o setor.

Atualmente não falta legislação para o uso e produção de biodiesel, tal como a

lei do biodiesel - Lei 11.097/2005 – dispõe sobre a introdução do biodiesel na

matriz energética brasileira, altera as Leis 9.478, de 6 de agosto de 1997;

9.847, de 26 de outubro de 1999; e 30 de dezembro de 2002. A lei permite a

atuação reguladora da Agência Nacional do Petróleo (ANP) sobre o biodiesel.

De acordo com a lei, a ANP passa a se chamar Agência Nacional do Petróleo,

Gás Natural e Biocombustíveis e passa a ter atuação reguladora também

sobre o setor de combustíveis de fontes renováveis.

Na Agenda 21, no capítulo 16 sobre o Gerenciamento Ambientalmente

Saudável da Biotecnologia, recomenda-se prestar atenção sobre como o uso

das biotecnologias poderá afetar a manutenção da integridade ambiental.

A Constituição Federal - Art. 225. “Todos têm direito ao meio ambiente

ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia

qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de

defendê-lo e preservá-lo para presentes e futuras gerações.” Vem relembrar

22

cada um de nós sob a responsabilidade em nossas atitudes em relação ao

meio ambiente.

Quanto à utilização de microalgas como matéria-prima, a Lei de Crimes

Ambientais afirma que sem a devida permissão, licença ou autorização para o

uso, sempre será passível de pena.

23

CONCLUSÃO

O cultivo de microalgas para a obtenção de biomassa e de seus produtos de

síntese trata-se de uma atividade industrial estabelecida em escala comercial

em alguns países e a produção está a cargo de grandes empresas.

Apesar de ser uma atividade consolidada em outros países, a produção

comercial de microalgas no Brasil tem sido realizada por empresas (localizadas

no litoral de Santa Catarina e de praticamente todos os Estados da Região

Nordeste) que produzem a biomassa e a empregam principalmente na

alimentação de organismos como camarões e moluscos marinhos. Não há

informações da produção em grande escala para a obtenção de biomassa ou

para a extração de compostos bioativos visando a outras aplicações. Somente

existem iniciativas ainda de caráter experimental em diversos centros de

pesquisa e, em geral, trabalhando isoladamente.

Além das substâncias conhecidas, a quantidade de compostos de interesse

comercial que podem ser obtidos das microalgas parece ser imprevisível. Em

nível mundial, o crescente interesse em tecnologias limpas, sustentáveis e

orgânicas, na obtenção de produtos para o consumo humano, demanda uma

contínua busca por espécies e/ou variedades capazes de sintetizar grandes

quantidades de compostos específicos e de como é possível potencializar a

biossíntese destes (condições de cultivo, melhoramento genético etc.).

Igualmente, há a necessidade de pesquisas visando ao desenvolvimento e,

principalmente, ao aperfeiçoamento dos sistemas de produção em escala

comercial, a fim de tornar comercialmente viáveis alguns dos sistemas

conhecidos. Essas pesquisas, por fim, também, se fazem necessárias à

identificação dos produtos que podem ser extraídos das microalgas, da

possível atividade biológica (estudos metabológicos e toxicológicos) e do

desenvolvimento de mercados específicos para estes.

Os atuais esforços e investimentos das empresas estão dirigindo a atenção e

esforços de marketing nas promessas de produzir biodiesel de algas e

24

sistemas de produção. Um grande número de empresas está alegando que

eles estão na vanguarda da tecnologia e vai produzir biodiesel de algas

economicamente nos próximos anos. No entanto a maioria destas empresas

tem limitado conhecimentos técnicos e poucos têm realmente biodiesel feito a

partir de algas. Produção de biodiesel requer o cultivo de algas em larga escala

e sistemas de colheita, com o desafio de reduzir o custo por unidade de área,

mas em grande escala, as condições de crescimento de algas precisa ser

cuidadosamente controlada.

Baseado na revisão de diversos trabalhos pode-se afirmar que as microalgas

já são um ingrediente funcional do futuro.

25

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29

ANEXO 1

Bacillariophyceae

http://www.vattenkikaren.gu.se/fakta/arter/algae/mikroalg/chaespp/chaespe.html

Chaetoceros spp. Ehrenberg

http://www.nature.com/nature/journal/v456/n7219/full/456179a.html

Phaeodactylum tricornutum Bohlin

http://www.dnr.state.md.us/bay/cblife/algae/diatom/thalassiosira.html

Thalassiosira spp. Cleve

http://www.smhi.se/oceanografi/oce_info_data/plankton_checklist/diatoms

/skeletonema_costatum.htm

Skeletonema costatum Greville

Haptophyceae

http://www.scubla.it/pagine_acquacoltura/Gruppo_C/alghe_pronte_concentrate.php

Isochrysis spp. Parke

Cryptophyceae

http://www.rbgsyd.nsw.gov.au/science/current_research/australian_freshwater

_algae2/algpic/motile_microalgae

Rhodomonas spp. Karsten

30

Chlorophyceae

http://portuguese.alibaba.com/product-tp/chlorella-11270349.html

Chlorella spp.

http://www.biol.tsukuba.ac.jp/~inouye/ino/g/chl/chl_pic1.html

Dunaliella spp.

http://www.rbgsyd.nsw.gov.au/science/current_research/australian_freshwater

_algae2/algpic/soft_or_firm_colonies

Scenedesmus spp. Bourrely

Prasinophyceae

http://planktonnet.awi.de/sci_images_detail.php?itemid=56242

Tetraselmis spp. Stein

Cyanophyceae

http://www.butbn.cas.cz/ccala/index.php?cb1=Cyanobacteria&page=sr

Arthrospira spp.

http://protist.i.hosei.ac.jp/pdb/images/Prokaryotes/Oscillatoriaceae/

Spirulina_2b.html

Spirulina spp.

31

Chrysophyceae

http://mytylus.com/mytylus_sp/estudis.html

Monochrysis spp. Skuja

32

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

CONCEITOS 11

1.1 - Biotecnologia 11

1.2 – Microalgas 11

1.2.1 – Crescimento das Microalgas 13

CAPÍTULO II

APLICAÇÕES EPRODUTOS 15

2.1. – Importância e Tipos de aplicação 15

2.2 – Produção de Biodiesel 17

CAPÍTULO III

LEGISLAÇÃO 21

CONCLUSÃO 23

BIBLIOGRAFIA 25

ANEXO 29

ÍNDICE 32