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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A FORMAÇÃO E AÇÃO DO PEDAGOGO EMPRESARIAL Por: ALINE DE FÁTIMA DA SILVA Orientador PROF. DOUTOR VILSON SÉRGIO CARVALHO Rio de Janeiro 2011

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · O homem é, portanto, um ser plenamente biológico, mas que se não dispusesse plenamente da cultura, seria um primata do

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A FORMAÇÃO E AÇÃO DO PEDAGOGO EMPRESARIAL

Por: ALINE DE FÁTIMA DA SILVA

Orientador

PROF. DOUTOR VILSON SÉRGIO CARVALHO

Rio de Janeiro

2011

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A FORMAÇÃO E AÇÃO DO PEDAGOGO EMPRESARIAL

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Pedagogia

Empresarial.

Por.: Aline de Fátima da Silva

3

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter me iluminado

para alcançar este meu objetivo, ao

Prof. Doutor Vilson Sérgio pelas

orientações para a elaboração desta

pesquisa. À minha mãe Nádia Baresic

por estar ao meu lado em todos os

momentos e por acreditar sempre no

meu potencial.

4

DEDICATÓRIA

Dedico a todas as pessoas que

apostaram no meu potencial sempre me

incentivando e dizendo que seria capaz.

Obrigada Nádia, André, Marcus, Padre

Alceu e Padre Willyans. E a você Papai,

onde está sei que torce muito por mim.

5

"Quem não enxerga o valor que possui,

corre atrás dos motivos errados..."

6

RESUMO

Quando se fala no pedagogo é comum associá-lo à escola. Entretanto

devido às novas demandas educacionais do final do século XX, o pedagogo

desempenha papel vital para disseminação da educação em várias esferas

sociais o alcance do sucesso no mundo dos negócios. A discussão do papel

do pedagogo em espaços não-escolares tem sido foco de muitos debates na

atualidade. O objetivo deste estudo é demonstrar a importância da atuação do

pedagogo no processo educativo dentro das empresas, a fim de contribuir para

ampliar a visão do seu papel para o desenvolvimento de recursos humanos

dentro das mesmas.

7

METODOLOGIA

A realização desta pesquisa monográfica foi elaborada a partir de uma

pesquisa bibliográfica descritiva, que visou o levantamento de informações

para obter conhecimento existe sobre o tema.

Com este tipo de pesquisa, busca-se gerar mais conhecimentos sobre

o assunto a partir da análise de fontes bibliográficas existentes.

O levantamento bibliográfico visou buscar em fontes documentais

(documentos impressos e arquivos eletrônicos) informações relevantes para a

elaboração deste estudo.

8

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..................................................................................................09

CAPÍTULO I - EDUCAÇÃO E PEDAGOGIA....................................................12

1.1. Conceito e finalidade da educação...........................................................12

1.2. Pedagogia e seu campo de atuação.........................................................15

1.3. Função do pedagogo em espaços não escolares....................................18

CAPITULO II- ADMINISTRAÇÃO NO PROCESSO DE GESTÃO DE

PESSOAS.........................................................................................................22

2.1. A nova concepção de gestão de pessoas...............................................22

CAPÍTULO III- O OLHAR DA GESTÃO DE PESSOAS E A AÇÃO

PEDAGÓGICA.................................................................................................28

3.1 O papel do administrador..........................................................................31

3.2 O papel do psicólogo................................................................................35

3.3 O pedagogo e sua finalidade no trabalho da empresas...........................38

CONCLUSÃO...................................................................................................44

ÍNDICE..............................................................................................................46

9

INTRODUÇÃO

A experiência tem demonstrado que o sucesso das empresas

corresponde a um somatório de um conjunto de situações favoráveis e

desfavoráveis. Saber lidar com estas situações representa a capacidade da

empresa para estar à frente de seus concorrentes.

Um novo modelo organizacional voltado para a inovação, com vistas a

apoiar competitividade já começa a ser visualizado. Ele está baseado no

desenvolvimento de pessoas no contexto empresarial. É este processo de

melhora que possibilita a empresa torna-se mais produtiva.

A adoção de uma postura orientada para o aprendizado humano

abrange a participação e o comprometimento das pessoas que fazem parte da

organização, em diferentes níveis hierárquicos.

Identificada a questão na qual esta apoiada o sucesso da empresa é

necessário clarificar que todo o processo de mudança é lento e orientado por

um conjunto de ações que são determinantes para a integração das pessoas

em seu ambiente de trabalho. Este processo de influência que o indivíduo

recebe ao participar de uma empresa denomina-se Educação.

Assim sendo é primordial, no contexto atual que as organizações

busquem na Educação o caminho para melhorar a produtividade. Dentro da

empresa o papel de conduzir este processo educacional pertence ao

Pedagogo Empresarial que atua no campo de conhecimento da Pedagogia

Empresarial.

Considerando que a Pedagogia Empresarial objetiva a formulação de

estratégias e metodologias para garantir a aprendizagem de informações e o

conhecimento o presente trabalho objetiva apresentar o papel do pedagogo

nas diferentes situações encontradas nas organizações empresariais no que

10

se refere às relações interpessoais, destacando a sua importância na gestão

de Pessoas, bem como apontar a diferenciação entre a sua prática e a dos

gestores administrativos.

Partindo do pressuposto de as práticas educativas não se da de forma

isolada das relações sociais que caracterizam a estrutura econômica e política

de uma sociedade, estando subordinadas a interesses de grupo e de classes

sociais, entende-se que nas empresas ao desenvolver suas atividades os

trabalhadores participam constantemente de situações de ensino-

aprendizagem.

Dessa forma, percebe-se o corre o processo educativo dentro das

empresas, principalmente na área de recursos humanos. Ao desenvolver

qualquer função, o trabalhador o faz no conjunto das relações sociais, no qual

está inserido. Para executar precisa ser educado, entretanto esta educação

ocorre no seio do processo produtivo.

Neste sentido para que haja um rendimento máximo em relação ao

desenvolvimento intelectual e moral do indivíduo dentro da empresa é

necessário que haja uma organização. Isto é possível através do processo

educativo, no sentido de uma ação pedagógica que norteie as práticas

educativas, conforme esses interesses.

Dito isto, o presente estudo justifica-se pela necessidade de

compreender melhor a atuação do pedagogo empresarial no processo

educativo, a fim de viabilizar, a qualificação profissional do trabalhador de

forma integral.

O objetivo deste estudo será demonstrar a importância da atuação do

pedagogo no processo educativo dentro das empresas, a fim de contribuir para

ampliar a visão do seu papel para o desenvolvimento de recursos humanos

dentro das mesmas. Para o alcance deste objetivo foram propostos os

11

seguintes objetivos específicos: a) definir o conceito de pedagogia e

educação,b) demonstrar o conceito de Pedagogia e c) discorrer sobre a

capacidade de atuação do pedagogo dentro da empresa.

12

CAPÍTULO I

EDUCAÇÃO E PEDAGOGIA

1.1. Conceito e finalidade da educação

O caminho para a educação perpassa por todas as atividades

humanas, por isso seu objetivo maior deve ser propiciar o pleno

desenvolvimento de todos os indivíduos levando-os à humanização1. Para

Sacristán e Gómmez (2000, p. 13):

A educação, num sentido amplo, cumpre uma inulidível função de socialização desde que a configuração social da espécie se transforma em um fator decisivo da hominização e em especial da humanização do homem.

Dessa forma a tarefa da educação é complexa e delicada, porque

supõe, em princípio, tornar o individuo um cidadão. Na sociedade em

constantes transformações, é necessário pensar que a concepção de

educação não pode ser entendida a partir de uma definição simplificada.

A educação2 estende-se à vida inteira, daí a necessidade de organizá-

la, a fim de atender às exigências da humanidade. Acerca disto Debesse e

Mialaret (1974, p.17) asseveram-nos que:

A educação consiste em favorecer o desenvolvimento tão completo quão possível das aptidões de cada pessoa, a um tempo como indivíduo como membro de uma sociedade regida pela solidariedade. A educação é inseparável da evolução social, constitui uma das forças que a determina.

1 A educação é uma prática social que busca realizar nos sujeitos humanos as características de humanização plena. (LIBÂNEO, 2000, P.66). 2 A palavra educação tomada ao latim tem dupla origem: educare quer dizer nutrir, e educere, tirar fora de, conduzir para, numa palavra , criar ( DEBESSE e MIALARET, 1974)

13

Por tudo isso, a educação é essencialmente um apontar de

possibilidades, de distinções, de relações e de humanidade. Educar é abrir, é

erguer, é questionar, é duvidar e ensinar a duvidar, é ser modesto em saber

ajudar.

Segundo Freire (1987, p.14) a “hominização” não é adaptação, o

homem não se naturaliza, humaniza o mundo. A “hominização” não é só

processo biológico, mas também história. Falar em humanização é reconhecer

a desumanização, que na perspectiva de Freire é a distorção da vocação do

ser mais.

Esta distorção revela-se na injustiça, na exploração, na opressão e na

violência dos opressores. Nas palavras de Freire (1987, p. 30)

A luta pela humanização, pelo trabalho livre, pela desalienação, pela afirmação dos homens como pessoas, como “seres para si”, não teria significação. Esta somente é possível porque a desumanização, mesmo que um fato concreto na história, não é, porém destino dado, mas resultado de uma “ordem” injusta que gera violência dos opressores e esta, o ser menos.

Dessa forma a educação assume uma função social e torna-se um

verdadeiro trunfo para construir uma sociedade mais democrática 3, pois

homens educados são homens que possuem recursos para colocar em

liberdade o seu pensamento, e a liberdade maior é a que se conquista através

de idéias, que não podem ser destruídas pela força, e que dependendo de sua

intensidade, imortalizam-se geração após geração e mantêm vivos aqueles

que inicialmente as acenderam.

Para Libâneo (2000 p.22-23)

Numa sociedade em que as relações sociais se baseiam em relações de antagonismo, em relações de exploração de uns sobre os outros, a educação só pode ter cunho emancipatório,

3 A educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida. (John Dewey.)

14

pois a humanização plena implica a transformação dessas relações.

Neste sentido a educação consiste em desenvolver as oportunidades

para que cada um venha a ser uma pessoa em toda a sua plenitude, apoiando-

se nos recursos da pessoa, mediante a consideração de suas necessidades e

fraquezas, suas forças e esperanças.

Para Morin (1999, p.52)

O homem é, portanto, um ser plenamente biológico, mas que se não dispusesse plenamente da cultura, seria um primata do mais baixo nível. A cultura acumula em si o que é conservado, transmitido, aprendido, e comporta normas e princípios de aquisição.

Nesta perspectiva é preciso considerar que na sociedade muitos são

os responsáveis pelo que o indivíduo se torna, muitos influenciam em suas

decisões, em seus pensamentos e na forma de se produzir como homens. O

indivíduo é educado para servir a sociedade, para mais tarde exercer uma

profissão que promete preencher suas vidas e realizá-las como seres

humanos.

Esta afirmativa vem de encontro com a opinião de Brandão (1995) que

ressalta que a educação é “um modo de vida” dos grupos sociais, que existe

em toda parte4 e no imaginário das pessoas e na ideologia dos grupos sociais.

Enfim ninguém escapa da educação. Brandão (1995, p. 11) ainda afirma sobre

a educação:

Ela ajuda a pensar tipos de homens. Mais do que isso, ela ajuda a criá-los, através de passar de uns para os outros o saber que os constituí e legitima. Mais ainda, a educação participa do processo de produção de crenças e idéias, de qualificações e especialidades que envolvem as trocas de símbolos, bens e poderes que, em conjunto, constroem tipos de sociedades. E esta é a sua força.

4 Ela aparece sempre que há relações entre pessoas e intenções de ensinar- e- aprender (BRANDÃO, 1995).

15

Na realidade, muitas vezes o que acontece é bem diferente, pois esses

indivíduos educados com técnicas para formar técnicos nas mais diversas

áreas, podem tornar-se frustrados, sofrendo com seus conflitos. Entretanto,

cabe ressaltar que a educação deve libertar o homem das convenções, do

autoritarismo das idéias que padronizam, da obediência cega e do comodismo.

Assim, a educação deve estimular a ação do sujeito para a construção

de conhecimentos, propiciando a criticidade, bem como a reflexão. A educação

deve lutar contra os entraves psicológicos, a fim de libertar o homem “de sua

miséria afetiva, de sua pobreza criativa e de sua incapacidade desfrutar o

prazer de viver” (TORO, p. 242).

Conforme Libâneo (2000, p.65)

A educação tem de fato uma função adaptadora. Há vínculos reais entre o ser humano que se educa e o meio natural e social, há um certo grau de adaptação às exigências desse meio. A educação é, também uma prática ligada à produção e reprodução da vida social, condição para que os indivíduos se formem para a continuidade da vida social.

Nesta perspectiva, sabe-se a educação pode ser compreendida como

fenômeno plurifacetado5, devido multiplicidade de sua ocorrência em diversos

lugares: na família, no trabalho, na rua, na fábrica, na escola, na política. A

evolução do conceito de educação levou à diversificação da atividade

educativa em várias esferas da sociedade, visando a disseminação de sabres

e modos de ação.

1.2. Pedagogia e seu campo de atuação

Dessa forma fica claro que o campo educativo é bastante vasto,

constituindo uma diversidade de práticas educativas que por si exigem a

5 LIBÂNEO, C.J., (2000, p. 18).

16

existência um trabalho em uma direção explícita no campo da ação educativa.

O campo do conhecimento6 que trata da teoria e da prática da educação é a

Pedagogia.

Libâneo (2000, p.29) afirma que “a Pedagogia é uma reflexão teórica a

partir e sobre as práticas educativas. Ela investiga os meios organizativos e

metodológicos de viabilizar os processos formativos em contextos

socioculturais específicos”.

Dito de outra forma, a Pedagogia é uma ciência da prática educativa7

que não se efetiva como tecnologia imediata, mas como uma reflexão

sistemática sobre uma técnica particular que é a educação. Pode-se afirmar,

então, que ela é uma reflexão teórica a partir de práticas educativas.

Pimenta (2001, p.55) afirma que a “Pedagogia, enquanto ciência

prática da e para a práxis educacional, determina objetivos pedagógicos desta

a partir da e para a práxis, cujo sentido não está, pois na compreensão, mas

no aperfeiçoamento da práxis”.

Entendida como ciência da teoria e da prática educativa é importante

ressaltar que a Pedagogia por si só não muda a práxis, ela se caracteriza

como um instrumento de ação, pois são os homens educadores que agem.

Sendo assim ela envolve intervenção humana e comprometimento moral de

quem educa.

A Pedagogia é então o estudo do ato educativo, da prática

educativa concreta que se efetua na sociedade como um dos pilares básicos

que configuram a atividade humana. Ela compreende a práxis humana, uma

6 A Pedagogia trata do campo teórico-investigativo da educação, do ensino e do trabalho pedagógico que se realiza na práxis social. (ANFOPE, 2005) 7 A Sociologia, Psicologia, Economia, e Lingüística ocupam-se dos problemas educativos abordam o fenômeno educativo sob a perspectiva de seus próprios conceitos e métodos de investigação. A Pedagogia é uma das ciências da educação que mais se distingue delas por estudar o fenômeno educativo na sua globalidade (LIBÂNEO, 2000).

17

vez que incorpora o sentido de transformação das condições da realidade, que

impedem a humanização do homem.

Em síntese, acerca da Pedagogia Pimenta (2001, p.56-57) afirma que:

Desta maneira, fica claro que a Pedagogia só pode ser ciência prática da e para a educação enquanto se compreende como esclarecimento racional da ação educativa dirigida à humanização da geração em desenvolvimento, consciente do fato de que seu saber da e par a educação é mediatizado pelo educador.

A complexificação da sociedade levou à ampliação do conceito de

educação, por vias de conseqüência a teoria e a prática educativa. Em várias

esferas da sociedade surge a necessidade de disseminar não só o

conhecimento, mas modos de ação. Esta perspectiva é relevante, uma vez que

hoje se pensa na educação do cidadão planetário.

O exercício profissional da prática pedagógica cabe ao pedagogo lidar

com fatos, estruturas, contextos e situações referentes à prática educativa em

suas várias modalidades e manifestações.Na perspectiva de Libâneo (2000,

p.44):

Pedagogo é o profissional que atua em várias estâncias da prática educativa, direta ou indiretamente ligadas à organização e ao processo de transmissão e assimilação ativa de saberes e modos de ação tendo em vista objetivo de formação humana definidos em sua contextualização histórica.

No entendimento das práticas educativas atuais o pedagogo é o

profissional capacitado para realizar um diagnóstico e, a partir deste identificar

necessidades e falhas no processo de ensino-aprendizagem. Em sua ação

pode indicar metodologias adequadas à situação de cada local; e apontar que

ações devem ser voltadas para o grupo ou para o indivíduo.

18

O pedagogo não é apenas um professor, é um profissional que está

habilitado para atuar na difusão do conhecimento, ou seja, está apto para

educar. Coloca-se aqui a educação como prática que leva à libertação dos

homens, sendo consoante com a perspectiva de Freire (1987, p.67) que

afirma:

O que nos parece indiscutível é que, se pretendemos a libertação dos homens não podemos começar por aliená-los ou mantê-los alienados. A libertação autêntica, que é a humanização em processo, não é uma coisa que se deposita nos homens. Não é uma palavra a mais, oca, mitificante. É práxis, que implica a ação e a reflexão dos homens sobre o mundo para transformá-lo.

Assim sendo, atualmente a escola não é mais a única fonte de

informação como já foi no passado. No século XXI, com a mudança dos

paradigmas da educação na Sociedade da Informação8 deve-se pensar na

educação em todos os setores de atuação humana.

1.3. Função do pedagogo em espaços não escolares

Ao se falar em Pedagogia logo associa-se à escola, entretanto esta

visão precisa e deve ser mudada , pois frente às exigências do novo cenário

mundial , as organizações necessitam desenvolver as pessoas no ambiente de

trabalho.A pedagogia como ciência da educação se apresenta como a mais

adequada quando se trata de desenvolver seus colaboradores como seres

humanos.

8 A sociedade da informação é a sociedade que está atualmente a constituir se, na qual são amplamente utilizadas tecnologias de armazenamento e transmissão de dados e informação de baixo custo. Esta generalização da utilização da informação e dos dados é acompanhada por inovações organizacionais, comerciais, sociais e jurídicas que alterarão profundamente o modo de vida tanto no mundo do trabalho como na sociedade em geral. (HUGO ASSMANN, 2000).

19

A necessidade de desenvolvimento humano exige o aprendizado

permanente, a capacitação, a criatividade, motivação,etc..É justamente

necessidade de preparação e qualificação de pessoas que tem justificado a

presença do pedagogo na empresa .

Como a educação assume papel fundamental para a gestão de

pessoas, com o objetivo de reestruturar os processos de qualificação

profissional no interior das organizações, a Pedagogia Empresarial precisa

estar relacionada à atuação de outros profissionais no ambiente em que atua.

Em relação ao pedagogo empresarial Almeida (2006, p.6) assinala que:

A atuação desse novo profissional precisa ocorrer de forma relacionada e cooperativa com a dos outros profissionais da gestão. Assim será possível elaborar e consolidar planos, projetos e ações que visem colaborar para a melhoria da atuação dos funcionários, bem como para melhorar o desempenho da empresa.

Neste contexto a atuação do pedagogo empresarial torna-se

imprescindível, uma vez que o seu campo e atividade é extra-escolar. Nesta

esfera, o pedagogo é um especialista em atividades para-escolares, atuando

em órgãos públicos, privados e não públicos ( LIBÂNEO, 2002). Para Libâneo

(2005), no campo da ação extra-escolar, o pedagogo se distingue como

formador, instrutor, organizador, técnico e consultor.

Pedagogo empresarial, no exercício da pedagogia, atua em empresas

com atividades pedagógicas referentes à transmissão de saberes e técnicas

ligadas a outra atividade profissional especializada.

Dito isto, é importante ressaltar que o pedagogo empresarial, para

exercer sua função e atingir seus objetivos, necessita de apoio de uma equipe

multidisciplinar integrada e competente, pois a atuação em equipe é o que

trará melhores resultados ( ALMEIDA, 2006).

20

Ribeiro (2007, p. 11) enfatiza que “a pedagogia empresarial existe,

portanto, para dar suporte tanto em relação à estruturação das mudanças

quanto em relação à ampliação e à aquisição de conhecimento no espaço

organizacional. Neste contexto, a promoção das pessoas em todos os

aspectos do trabalho destaca-se como um elemento fundamental para a

obtenção da sinergia entre equipes. Pessoas com habilidades e competências

distintas formam equipes de alto desempenho quando lhes é dada autonomia

para alcançar metas bem definidas.

Além da empresa, o hospital também é um ambiente não escolar no

qual o pedagogo pode atuar. Este ambiente é denominado pelo MEC

(Ministério da Educação e Cultura) como Classe Hospitalar, sem “ um

ambiente que possibilita o atendimento educacional a crianças e jovens

internados, que necessitam de educação especializada durante a

hospitalização”. (ROCHA & PASSEGGI, 2010, p.2).

De acordo com Zardo & Freitas (2007, p.4):

A conexão entre o pedagógico e o ambiente hospitalar pode surtir atitudes positivas que auxiliam a criança em relação ao tratamento, à aprendizagem, às relações interpessoais, fornecendo encorajamento para enfrentar a hospitalização.

Fontes (2005), explica que a atuação do pedagogo em ambiente

hospitalar é necessária, uma vez que contribui para diminuir o fracasso escolar

e os elevados índices de evasão e repetência que acometem crianças e jovens

que vivenciam período de internamento hospitalar.

Para Fontes (2005, p. 5) o papel do pedagogo no hospital “é propiciar

à criança o conhecimento e a compreensão daquele espaço, ressignificando

não somente a ele, como à própria criança, sua doença e suas relações nessa

nova situação de vida”.

21

No ambiente hospitalar o pedagogo é um mediador entre a criança e

o ambiente,visando ajudar a superar seus medos, anseios, angústias,

necessidades e limitações (ROCHA & PASSEGGI, 2010, p.2).

22

CAPITULO II

ADMINISTRAÇÃO NO PROCESSO DE

GESTÃO DE PESSOAS

2.1. A nova concepção de gestão de pessoas

No limiar do terceiro milênio o modelo de gestão de recursos humanos

evidencia a necessidade de valorização das pessoas para sobreviver em

espaços competitivos gerados pela globalização e pelo neoliberalismo. Para

Chiavenato (1999, p.40)

Na Era da Informação - em que já estamos aprendendo a viver - as mudanças que ocorrem nas empresas não são somente estruturais, são, sobretudo, mudanças culturais e comportamentais, transformando o papel das pessoas que delas participam.

Neste sentido é importante que as empresas, na atualidade, a fim de

obterem sucesso, desenvolvam novas posturas em relação à administração

dos recursos humanos. Dito em outras palavras, a administração de recursos

humanos está se diferenciando do antigo contexto industrial clássico, no qual

ela foi gerada, pois atualmente as pessoas dentro das organizações não são

mais vistas como um recurso a ser administrado.

Conforme Chiavenato (1999, p.40) na Era da Informação “a ARH está

deixando de ser a área voltada para trás, para o passado e para a tradição, e

algumas poucas vezes para o presente, para constituir-se em área aprumada

para frente, para o futuro e para o destino da empresa”.

Em outras épocas as relações humanas dentro das organizações eram

tratadas de outra maneira. A Teoria Clássica da Administração que foi

23

formulada no final do século XVIII e início do século XIX9 dá ênfase na

estrutura organizacional, pela visão do Homem Econômico e pela busca da

máxima eficiência.

Ainda neste contexto, a Administração Científica ou Taylorismo, se

embasava no treinamento dos trabalhadores a fim de fazê-los produzir mais e

com melhor qualidade. Preocupava-se com a diminuição do desperdício

operacional, desse modo introduziu o controle com o objetivo de estabelecer

uma seqüência e um tempo pré-programado para a execução das atividades.

O Fordismo10, por sua vez, é um método de produção caracterizado

pela produção em série, sendo um aperfeiçoamento do taylorismo. Segundo

Perez (2005):

O fordismo método de racionalização da produção em massa, teve início na indústria automobilística Ford, nos Estados Unidos, onde as esteiras rolantes levavam o chassi do carro e as demais peças a percorrerem a fábrica enquanto os operários distribuídos lateralmente, iam montando os veículos.

O toyotismo é um modo de organização da produção capitalista que é

caracterizado por quatro aspectos:1)mecanização flexível 2)processo de

multifuncionalização de sua mão-de-obra 3)Implantação de sistemas de

controle de qualidade total e 4)Sistema just in time que se caracteriza pela

minimização dos estoques com um planejamento de produção. Segundo Braga

(2005)

Nele os trabalhadores tornam-se especialistas multifuncionais. Ele elevou a produtividade das companhias automobilísticas japonesas e passou a ser considerado um modelo adaptado ao sistema produtivo flexível. Dentre as suas características temos: a existência de um relacionamento cooperativo entre os gerentes e os trabalhadores, ou seja, uma hierarquia administrativa horizontal; controle rígido de qualidade; e “desintegração vertical da produção em uma rede de

9 Henri Fayol (1841 - 1925). 10 O Fordismo é uma alusão ao nome do profissional que mais influenciou na criação desse modo de produção, o norte-americano Henry Ford (1863-1947), fundador da empresa que leva seu nome.

24

empresas, processo que substitui a integração vertical de departamentos dentro da mesma estrutura empresarial”.

Devido ao desenvolvimento tecnológico da atualidade, tem crescido

dia-a-dia os desafios das empresas. Dessa forma a administração

organizacional também passou por mudanças.

Acerca do impacto que as mudanças estão causando nas

organizações Bergamini (1980, p. 18) assevera-nos que:

Buscando transformar estes desafios em oportunidades, as organizações têm-se visto impelidas por um processo de mudança, não somente no tocante ao seu produto final, como também na busca de novas diretrizes em suas políticas financeira e mercadológica.

Diante deste cenário de mudanças, as organizações estão buscando

em sua área de recursos de humanos novas perspectivas obter maior

conhecimento do comportamento das pessoas em situação de trabalho.

Dessa forma, neste novo contexto estrutural e cultural, nos quais se

encontram as empresas, os gerentes e administradores passam a assumir

novas responsabilidades. De acordo com Chiavenato (1999, p. 40) além de

aprender novas habilidades conceituais e técnicas, estes profissionais também

deverão desenvolver habilidades humanas para lidar com suas equipes de

trabalho. Em outras palavras as empresas devem obter um saber prático para

lidar de maneira mais eficaz com os desafios que sempre acompanham a

mudança.

Neste sentido, as empresas precisam ajudar as pessoas a lidar com a

turbulência emocional que vêm com as mudanças; bem como considerar

mudanças como uma oportunidade para experimentação e para crescimento

pessoal e profissional. Isto significa ir além do aprimoramento técnico. Significa

ir a busca do desenvolvimento da competência pessoal e interpessoal.

25

Acerca disto Kanaane (1995, p. 33) afirma que:

Ao adotar tal postura, a organização estará visando ao melhor relacionamento entre os membros que a compõem, com o intuito primordial de melhorar a qualidade de vida no trabalho com conseqüentes reflexos na vida social do indivíduo (lazer, família, amigos, etc)

Dessa forma, a postura a ser adotada para que ocorra o

desenvolvimento organizacional, que levará à conquista do sucesso no cenário

de turbulências será incorporação da premissa de que as pessoas constituem

o elemento fundamental da empresa, sendo responsáveis pela inteligência do

negócio, bem como pela racionalidade nas decisões.

Hoje a Gestão de Pessoas trata as pessoas não mais como recursos

organizacionais, mas sim como parceiros e colaboradores ( CHIAVENATO ,

1999).

Para Bergamini (1980, p.18-19) “a humanização das organizações afigura-se

como objetivo cujas pretensões vão além das corriqueiras atividades-maio das

funções administrativas de recursos humanos”.

Na atualidade existe um grande desafio para os profissionais que

atuam na área de recursos humanos11, pois se vive num contexto de rápidas

transformações. No novo paradigma de gestão o desenvolvimento profissional

ganhou mais importância, trazendo à tona a emergência do trabalhador ser

tratado como indivíduo, como sujeito que ele é.

Almeida (2006, p.7), afirma que dentro deste novo paradigma de

gestão de pessoas “o Pedagogo Empresarial tem o domínio de

conhecimentos, técnicas e práticas que, somadas à experiência dos

profissionais de outras áreas, constituem instrumentos importantes para a

atuação na gestão de pessoas”.

11 Para Boog ( 1994) o nome mais adequado é Talentos Humanos, Pessoas ou Potencial Humano.

26

Outra tendência da nova gestão de pessoas é o novo construto que

subjaz processo de aprendizagem como fator relevante para o

desenvolvimento profissional e autônomo, embasado em experiências

anteriores que podem levar á reflexão sobre suas próprias ações presentes.

Nesta perspectiva o treinamento deixa de ser um conjunto de

treinamentos que propicia à pessoa o conhecimento sobre o que executa e

passa a ser a treinabilidade, que é a absorção da aprendizagem tendo em

vista conseqüências futuras. (BOOG, 1994). Para Chiavenato (1999, p.295):

Modernamente o treinamento é considerado um meio de desenvolver competências nas pessoas para que elas se tornem mais produtivas, criativas, inovadoras, a fim de contribuir melhor para os objetivos organizacionais, e cada vez, mais valiosos.

Diante das mudanças, novos paradigmas surgem e trazem com eles

novos desafios no campo empresarial. Conforme Malvezzi apud Boog (1994,

p.15) outra tendência constatada no escopo profissional é o reconhecimento

de que a aprendizagem não é um fator relacionado apenas às condições

interna dos indivíduos, mas igualmente dependente de fatores externos. A

integração destas duas ordens de fatores caracteriza a treinabilidade.

Bosa & Ribas (2008 , p.8) explicam que:

Para o desempenho global das organizações, o setor de recursos humanos junto com a pedagogia empresarial está chamado a responder, de forma mais efetiva em termos de contribuição, para o desenvolvimento de projetos e programas de treinamento e desenvolvimento de pessoas, permitindo assim, o aumento da produtividade tanto em nível pessoal quanto organizacional

Neste contexto nasce uma nova configuração sobre as funções da

área de RH e que também existe uma nova concepção de trabalho, na qual o

pedagogo empresarial ganha cada vez mais destaque. O trabalho pode ser

27

definido como um conjunto de condições materiais, sociais e culturais,

podendo atingir ou não as necessidades do trabalhador. Kanaane (1995, p.25)

ressalta que

Sob o paradigma de uma visão global-holística que desponta gradativamente, o trabalho dispõe de profunda dimensão que extrapola os limites sóciopolíticos, caracterizando uma relação mais humanizada entre as partes que o compõem. Esta concepção enseja uma proposta que apregoa elementos integrativos da tríade: homem, natureza e sociedade, incorporando os seguintes níveis: mente/corpo, cultura/vida e pragmática e vida instantânea.

Do exposto tem-se que é preciso que as organizações12 adotem novas

concepções sobre o trabalho para que possam delinear novas perspectivas.

Para Kanaane (2005) o entendimento do trabalho como uma forma de

realização do homem é também uma forma de apreender o sentido real que o

trabalho enseja.

12 Sistemas socialmente estabelecidos pelo conjunto de valores expressos pelos indivíduos que dela fazem, parte, sendo assimilados e transmitidos sucessivamente pelos mesmos. (KANAANE, 1995)

28

CAPÍTULO III

O OLHAR DA GESTÃO DE PESSOAS E

A AÇÃO PEDAGÓGICA

Hoje no mundo dos negócios, funcionários são vistos como pessoas

e não como meros recursos organizacionais. Sabe-se que a gestão de

pessoas é uma das áreas que mais tem sofrido mudanças nas ultimas

décadas, e que ela é responsável pelo acesso rápido à mudanças que

influenciam no sucesso financeiro das organizações na atualidade.13

O desafio de aprender a lidar com pessoas para alcançar sucesso faz

parte da nova concepção de Gestão de Pessoas nas organizações. Esta nova

concepção formula-se a partir da idéia de que o sucesso de uma organização

depende cada vez mais do conhecimento, habilidades, criatividade e

motivação de sua força de trabalho.

O sucesso das pessoas, por sua vez, depende cada vez mais de

oportunidades para aprender e de um ambiente favorável ao pleno

desenvolvimento de suas potencialidades.

Pessoas com habilidades e competências distintas formam equipes

de alto desempenho quando lhes é dada autonomia para alcançar metas bem

definidas. Na Era da Informação14 o recurso organizacional mais imprescindível

são as pessoas.

Assim, é importante que os desejos e necessidades das pessoas da

organização sejam corretamente identificados e utilizados na definição das

estratégias, dos planos e das práticas de gestão organizacionais.

13 As organizações dependem das pessoas para proporcionar-lhes o necessário planejamento e organização, para dirigi-las e controlá-las e para fazê-las operar e funcionar (CHIAVENATO, 1997).

29

Na perspectiva de Chiavenato (1999, p.4):

O Contexto da Gestão de Pessoas é formado por pessoas e organizações. As pessoas passam boa parte de suas vidas trabalhando, dentro das organizações, e estas dependem daquelas para poder funcionar e alcançar sucesso.

Como a Gestão de Pessoas implica o reconhecimento dos interesses e

valores tanto da instituição quanto do grupo, torna-se imprescindível que as

organizações criem estratégias didático-pedagógicas, a fim de promoverem o

desenvolvimento contínuo da qualidade.

Assim sendo as empresas devem incorporar uma nova base conceitual

para se constituir parte integrante da sua tarefa de formação. Esta nova base

conceitual é o aprender.De acordo com Ribeiro ( 2003, p.29):

Esta postura vem acompanhada de uma pedagogização das ações de gestão organizacional: as determinações diretivas precisam estimular e desenvolver mais a capacidade de auto-organização e desenvolvimento de seus empregados precisa motivar, admitir e coordenar a em todos os eus setores, precisa ultrapassar a idéia de que pode apenas confiar no trabalho independentemente das ações de formação e de aperfeiçoamento.

Sabendo que as pessoas e as organizações vivem numa contínua

relação, para cumprir sua missão as organizações devem incluir no processo

de qualificação profissional de elevar o potencial e aprendizagem das pessoas

no ambiente de trabalho.

Na perspectiva desta concepção orientada para o desenvolvimento da

aprendizagem, tem-se a concepção da multidisciplinariedade dentro da

organização.

14 Teve início nos anos 90 e é a época que estamos vivendo atualmente (CHIAVENATO, 1997).

30

Costa ( 2004) assevera-nos que os processos de gestão das empresas são,

por essência, multidisciplinares, congregando diversos grupos de

especialidades com foco em objetivos únicos.

Na multidisciplinariedade ocorre a conciliação da visão de diferentes

áreas de conhecimento, como Administração, Psicologia e a Pedagogia. Ela

converge para o trabalho em equipe e se constitui numa exigência da gestão

moderna de pessoas,

Tendo as pessoas como verdadeiro núcleo potencializador da estrutura

empresarial e da máquina organizacional a multidisciplinariedade pode

aumentar a eficiência e eficácia por parte dos funcionários. Na equipe

multidisciplinar, de acordo com Almeida (2006, p. 6) a pedagogia empresarial

envolve: consultoria empresarial, educação continuada, ensino a distância,

gestão de pessoas e treinamento empresarial.

Como a educação assume papel fundamental para a gestão de

pessoas, com o objetivo de reestruturar os processos de qualificação

profissional no interior das organizações, a Pedagogia Empresarial precisa

estar relacionada à atuação de outros profissionais no ambiente em que atua.

Em relação ao pedagogo empresarial Almeida (2006, p.6) assinala que:

A atuação desse novo profissional precisa ocorrer de forma relacionada e cooperativa com a dos outros profissionais da gestão. Assim será possível elaborar e consolidar planos, projetos e ações que visem colaborar para a melhoria da atuação dos funcionários, bem como para melhorar o desempenho da empresa.

Dito isto, é importante ressaltar que o pedagogo empresarial, para

exercer sua função e atingir seus objetivos, necessita de apoio de uma equipe

multidisciplinar integrada e competente, pois a atuação em equipe é o que

trará melhores resultados. ( ALMEIDA, 2006).

31

Neste contexto, a promoção das pessoas em todos os aspectos do

trabalho destaca-se como um elemento fundamental para a obtenção da

sinergia entre equipes. Pessoas com habilidades e competências distintas

formam equipes de alto desempenho quando lhes é dada autonomia para

alcançar metas bem definidas.

3.1 O papel do administrador

Na era da informação, a capacidade de obter resultados por meio das

pessoas torna-se prioritária, pois o conhecimento está na mente das pessoas e

a capacidade do administrador para saber transformar conhecimento em

resultados requer grande habilidade, além dos conhecimentos de

administração.

Na empresa papel básico e o perfil do administrador é a obtenção de

resultados por meio de pessoas. A essência de sua atuação é a obtenção de

resultados por meio de terceiros, do desempenho da equipe que ele

supervisiona e coordena. Dessa forma o administrador deve ter condições de

liderar os membros da sua equipe e de tomar decisões em nome desta equipe.

Conforme Lima (2002)

O administrador precisa conhecer seu ambiente de trabalho, seu mercado e seus clientes, criando comportamentos alternativos. Essa visão das transformações e movimentos no meio ambiente é que poderá nortear as decisões estratégicas na empresa, e a habilidade para lidar com a tecnologia - e seus efeitos colaterais - é crucial para o sucesso empresarial.

Outra improtante habilidade do administrador é saber tomar decisões,

pois não existe decisão perfeita e ele terá que pesar as vantagens e

desvantagens de cada alternativa para escolher a melhor. Cabe a eleem toda

32

ação e decisão, colocar, em primeiro lugar, o desempenho econômico,

produzindo bens e serviços desejados pelo consumidor, com qualidade e por

um preço que ele esteja disposto a pagar.

Cumpre ao administrador seja um generalista e, em cima dessa base,

deve construir alguma especialização. Entretanto, a grande maioria das

empresas não prepara generalista, mas os especialistas que lhes interessam

em seus quadros. A base geral, sobre a qual o administrador vai construir sua

especialidade, deve ser uma preocupação permanente de cada um.

Um bom administrador deve ter uma grande experiência de vida. O

mais importante é procurar fazer de cada dificuldade, de cada fato vivenciado,

de cada situação, uma lição de vida, procurando analisar por que as coisas

aconteceram de uma forma e não de outra, por que determinadas decisões

foram tomadas, por que as pessoas agiram assim, o que estava por trás do

que se via na aparência, o que se desejava de fato e quais eram os interesses

reais dos que tomaram as decisões.

Para Lima (2002):

O perfil do administrador de hoje, é o de um eterno aprendiz, capaz de levar o seu aprendizado para o ambiente das organizações. Além disso, o aprendizado pode se tornar um instrumento capaz de guiar todas as suas ações, tornando-se uma verdadeira filosofia de vida.

O administrador é responsável pelo planejamento e funcionamento de

uma empresa, seja ela pública ou privada. É competência dele criar ou

disponibilizar os meios para que a eficiência de cada etapa do processo

administrativo seja alcançada com sucesso. Da mesma forma, estuda a melhor

utilização da mão-de-obra para aumentar a produtividade, define programas e

métodos de trabalho, avalia resultados, corrige distorções e replaneja os

serviços administrativos.

33

É também competência do administrador atuar na seleção e admissão

de pessoal e nas relações entre a empresa e os funcionários. Da mesma

forma, é de responsabilidade dele a gestão eficaz dos recursos financeiros da

empresa. Finalmente, um outro campo.

Da mesma forma, é de responsabilidade dele a gestão eficaz dos

recursos financeiros da empresa. Finalmente, um outro campo ou área que,

necessitada da atuação permanente do administrador, está relacionada com o

esforço mercadológico, ou como é mais conhecida, a área de marketing, cujo

objetivo final é colocar no mercado os produtos ou serviços da empresa, bem

como manter a imagem da empresa com o mais elevado grau de

aceitabilidade junto a este mesmo mercado.

Na perspectiva de Ghiraldelli Jr ( 2007):

O administrador é aquele que organiza o presente para que o futuro seja igual ao presente. Muitos dizem que o bom administrador, aquele que vai trazer felicidade à empresa ou à sociedade é o que tem “visão”. Ter visão não é saber enxergar. É saber ver além dos outros. É ver o futuro. Não para torná-lo real, mas para con-torná-lo.

A humanidade está inserida na era da informação. O grande volume

de informações existentes contribui para tornar o conhecimento uma 'arma' a

disposição das pessoas e das empresas para vencer a competitividade. A

comunicação passou a ser valorizada, pois é o meio pelo qual se disseminam

as informações, agregando valor aos indivíduos que conseguem transformar

essas informações em conhecimentos.

Há a necessidade de uma grande habilidade de relacionamento

interpessoal, em aspectos como linguagem, comportamento, vivência

multicultural e habilidade para negociação. O administrador precisa conhecer

seu ambiente de trabalho, seu mercado e seus clientes, criando

comportamentos alternativos.

34

Essa visão das transformações e movimentos no meio ambiente é que

poderá nortear as decisões estratégicas na empresa, e a habilidade para lidar

com a tecnologia - e seus efeitos colaterais - é crucial para o sucesso

empresarial.

Para Weiblen (2007)

O perfil dos administradores desse novo milênio, pois, é de: rígidos limites éticos, de um envolvimento cada vez maior em trabalhos em equipe, de constante atualização e aperfeiçoamento, planejamento estratégico, responsabilidade social e ambiental. Tudo isso, para a sobrevivência em um mundo cada vez mais globalizado e, portanto, sempre suscetível a turbulências econômicas que afetam o rumo das mais diversas empresas e países.

Todos os aspectos levantados neste trabalho demonstram que o perfil

do administrador de hoje, é o de um eterno aprendiz, capaz de levar o seu

aprendizado para o ambiente das organizações.

Além disso, o aprendizado pode se tornar um instrumento capaz de

guiar todas as suas ações, tornando-se uma verdadeira filosofia de vida. As

empresas modernas devem se tornar gestoras de conhecimentos para ajudá-

las a se transformar continuamente e sobreviver às mudanças tão rápidas que

vêm ocorrendo no ambiente empresarial.

Para isso, é necessária a mudança do perfil do administrador, que,

além de uma formação técnico-científica, deve ter uma formação humanística,

interdisciplinar e sistêmica, levando a aprendizagem para todos os níveis

organizacionais, através de novas Tecnologias de Informação, introduzindo,

portanto uma nova concepção de administração nas organizações.

35

3.2 O papel do psicólogo

A administração de recursos humanos na atualidade tem recebido a

atenção das empresas, motivadas pela obtenção de seu sucesso no mundo

dos negócios. A tarefa de desenvolver as pessoas no ambiente de trabalho

tem sido a incumbência do psicólogo.

O trabalho do psicólogo dentro da empresa objetiva desenvolver

atividades que supram as necessidades das organizações e as auxiliem a

tornarem-se competitivas e a sobreviverem nesse mercado globalizado,

contextualizando o ambiente onde se desenvolve o trabalho. O trabalho do

psicólogo tem sido apontado como o ponto chave alcançar níveis excelentes

de qualidade por toda a organização. Sua atuação tem valor essencial e

estratégico para o desenvolvimento dos indivíduos. Neste sentido sua

importância se fundamenta no comportamento humano, pois para viver em

sociedade o homem precisa aprender agir de diferentes formas, ou seja, de

acordo com as circunstâncias. Para Carvalho (1981, p.19)

O comportamento humano, em sua acepção mais ampla, abrande todas as reações do indivíduo, quer estas se exteriorizem em gestos, palavras ou atos, quer ocorram apenas no interior do próprio ser, constituindo suas tendências, desejos, interesses, emoções, sentimentos, paixões, idéias.

Para desenvolver o indivíduo o psicólogo deve saber se relacionar e se

comunicar; ser paciente e flexível, ao se deparar com pessoas tão diferentes

umas das outras; ser ético ao lidar com as inúmeras informações que

recebem; ter habilidade para negociar e convencer as pessoas; ser humilde ao

mostrar a maneira correta de agir e, principalmente, gostar de trabalhar com

seres humanos. Dessa forma pode contribuir sucesso na Gestão de Pessoas,

no que se refere ao acompanhamento, orientação nas dificuldades surgidas;

36

apontando as falhas no processo e sugerindo melhorias.

Conforme Martín - Baró (1996)

Na medida em que a psicologia tome como seu objetivo específico os processos da consciência humana, deverá atender ao saber das pessoas sobre si mesmo enquanto indivíduos e enquanto membros de uma coletividade. O saber mais importante do ponto de vista psicológico não é o conhecimento explícito e formalizado, mas esse saber inserido na práxis quotidiana, na maioria das vezes implícito, estruturalmente inconsciente, e ideologicamente naturalizado, enquanto adequado ou não às realidades objetivas, enquanto humaniza ou não às pessoas, e enquanto permite ou impede os grupos e povos de manter o controle de sua própria existência

Na perspectiva de Dutra (2005) o papel do psicólogo é o de facilitador

da gestão das mudanças, pelas quais a organização tem e terá sempre de

passar, bem como do relacionamento interpessoal, buscando mediar os

conflitos e levar as pessoas a perceberem que podem encontrar soluções

condensadas de ganho-ganha.

A autora também ressalta que o papel de facilitador cabe para o

desenvolvimento pessoal e profissional, identificando, estimulando,

direcionando, criando possibilidades para que as pessoas percebam em que

aspectos podem melhorar. Poderá também integrar, ajudando e preparando as

lideranças para saberem lidar com as pessoas.

Poderá facilitar a satisfação pessoal, procurando através de pesquisas

de clima e intervenções compatíveis, contribuir para que a organização seja

um ambiente propicio à satisfação das necessidades individuais, procurando

colocar as pessoas em atividades que correspondam ao seu perfil e às suas

expectativas, com o objetivo de promover o ajustamento/integração do

indivíduo a cultura organizacional.

37

Wandicke (2009) salienta que o psicólogo deve compreender o ser

humano, ser social, que interage constantemente com o meio. Outro fator

relevante é que é necessário que o psicólogo tenha consciência de que ele é

um trabalhador. Segundo Porras (2001)

Esta é a missão dos psicólogos, os quais trabalharão em organizações cada vez mais complexas durante o próximo milênio, serão líderes e peças fundamentais para potenciar determinados elementos, fazendo do trabalho organizacional uma forma de vida e compreendendo totalmente a missão, visão e cultura da empresa, tendo como resultado técnicas de organização forjadas à medida desta cultura e sua posterior eficiência e eficácia no desenvolvimento dos RH.

Para Zanelli (2002) as atividades do psicólogo organizacional são: a)

realizar diagnóstico e proposições sobre problemas organizacionais ligados aos

recursos humanos; b) promover treinamento e desenvolvimento de pessoal; c)

realizar projetos de avaliação de desempenho; d) implantar política de estágios

na empresa; e) desenvolver, em equipe multiprofissional, a política de saúde

ocupacional; f) desenvolver ações de assistência psicossocial que facilitem a

integração do trabalhador; g) promover vagas existentes na organização; h)

efetuar movimentação interna de pessoal e i) implantar e atualizar plano de

cargos e salários.

O papel do psicólogo organizacional é atuar para a melhoria da

qualidade de vida no ambiente de trabalho, pois “à medida que o indivíduo está

inserido no contexto organizacional, está sujeito a diferentes variáveis que

afetam diretamente o seu trabalho e sua saúde” (BASTOS, 2007).

Nesta direção Pires (2010, p.98) afirma que:

O psicólogo organizacional e do trabalho como ator inserido neste novo contexto, também um trabalhador vulnerável às consequências advindas deste cenário, ao mesmo tempo em que tem que se colocar como um agente a contribuir tanto com trabalhadores quanto com a organização num processo de intensas transformações.

38

É importante ressaltar que o psicólogo que atua nas organizações está

envolvido no âmbito grupal, organizacional, contextual e ambiental (PIRES,

2010).

Desta forma irá atuar em prol da promoção da qualidade de vida dentro

das organizações. Como profissional de RH, o psicólogo deve se envolver com

o negócio da empresa, conhecer o mercado no qual ela está inserida, entender

também do negócio das áreas clientes para melhor atender as demandas

internas e saber compreender linguagem dos executivos.

3.3 O pedagogo e sua finalidade no trabalho da empresas

Devido ao processo de reestruturação produtiva que vem ocorrendo no

cenário internacional e nacional, as empresas buscam cada vez mais

estratégias eficazes, a fim de promover avanços nos processos produtivos e

manter sua competitividade.

Para promover tal avanço as empresas passaram a incorporar um

novo paradigma em seu universo produtivo que é a preparação das pessoas

dentro do ambiente de trabalho. Neste contexto surgiu a necessidade de

formação e preparação dos recursos humanos, pois para aprimorar seus

processos produtivos as organizações passaram a valorizar o capital humano.

A necessidade de valorização do ser humano no ambiente de trabalho

trouxe em cena a atuação do Pedagogo Empresarial, que tem como

preocupação central em seu campo de trabalho o desenvolvimento de pessoas

no contexto na qual desenvolvem seu trabalho. Para Ribeiro (2007, p. 11)

pedagogia empresarial “tem como finalidade principal provocar mudanças no

comportamento das pessoas de modo que estas melhorem tanto a qualidade

do seu desempenho profissional quanto pessoal”.

Na visão de ribeiro (2007, p. 11):

39

A pedagogia empresarial se ocupa basicamente com os conhecimentos, as competência, as habilidades e as atitudes diagnosticados como indispensáveis/ necessários à melhoria da produtividade. Para tal, implanta programa de qualificação/ requalificação profissional, produz e difunde o conhecimento, estrutura o setor de treinamento, desenvolve programas de levantamentos de necessidade de treinamento, desenvolve e adapta metodologia da informação e da comunicação às praticas de treinamento.

Cabe salientar que o Pedagogo Empresarial encontra o desafio de

propiciar a educação integral no ambiente em que atua isto porque se depara

no cotidiano com pessoas que para desenvolver seu trabalho possuem uma

formação profissional limitada e unilateral. Silva et al (2008, p.3) relatam que:

O pedagogo atualmente desenvolve e coordena projetos educacionais para o treinamento de funcionários e para a divulgação de produtos; elabora programas de avaliação; atua como conselheiro de carreira; analisa e orienta a metodologia para o aprendizado de cada funcionário; pesquisa e seleciona cursos e projetos a serem adotados pela empresa; orienta funcionários nos cursos via internet e trabalha a cultura empresarial (valores e objetivos) com os funcionários ou até mesmo sendo consultores de uma instituição.

Percebe-se que o Pedagogo Empresarial participa desse processo

educativo para o processo de aprendizagem profissional continuada pelos

centros de formação e treinamento.Com isso, a empresa valoriza mais o bem-

estar de seus empregados, deixando unicamente a se preocupar com lucro,

produtividade e redução de custos. A partir dessa nova visão, as instituições

proporcionam melhores salários, benefícios, ambiente confortável, lazer e

segurança aos seus funcionários.

Dessa forma, na perspectiva de Holtz (p.18) o “Pedagogo Empresarial,

enfrenta na empresa o desafio de contrabalançar os efeitos desiquilibradores

da especialização profissional, limitante e muitas vezes castradora”. Como as

pessoas são o núcleo potencializador da estrutura organizacional, a

responsabilidade de gerenciar pessoas mantém estreita relação com a

40

atividade do Pedagogo Empresarial, uma vez que seu compromisso é com o

patrimônio intelectual, ou seja, verdadeiramente com o homem. Conforme

Almeida (2006, p.51)

O Pedagogo Empresarial neste contexto auxilia na identificação dos elementos comunicacionais necessários à implantação de processos que sejam fáceis de gerir, fazendo os Processos Inovadores serem exeqüíveis do ponto de vista funcional ou pode-se ter um processo que seja inovador trazendo, por exemplo, redução do custo de produção, mas cujo custo de implantação será tão alto que o tornará inviável.

No ambiente empresarial o desenvolvimento profissional ocorre

embasado no processo ensino-aprendizagem. Por esta razão, o ambiente de

trabalho exige a formulação de treinamentos, dinâmicas e técnicas que

promovam a aprendizagem dos colaboradores. Neste foco Almeida (2006,

p.52) ressalta que:

O papel do pedagogo empresarial aqui é apoiar o gestor no desenvolvimento e aplicação da melhores práticas relativas ao desenvolvimento da aprendizagem para funcionários, principalmente no que se refere aos investimentos (e no direcionamento) para treinamentos, dinâmicas e avaliações que façam diferença na produtividade pessoal e na qualidade de vida no ambiente corporativo.

A relevância do papel do Pedagogo nas empresas pode melhor ser

compreendido na perspectiva de O`Donnel (2006) que afirma que a condição

primordial para a sustentabilidade da vida no planeta é a mudança de visão

que o homem tem que ter sobre si mesmo. Ao empreitar o desafio de

promover a educação integral dentro da empresa, o pedagogo se põe em

busca de um ideal maior que é a mudança de paradigmas. Segundo O`Donnel

(2006, p.28):

O mundo atual das organizações e negócios também está sendo dirigido por esse novo conjunto de expectativas. Por um lado, certas tendências são obviamente o resultado direto da

41

globalização econômica e cultural. Por outro lado,uma aprendizagem organizacional e de desenvolvimento de recursos humanos à altura dos desafios se torna inadiável não apenas para o sucesso das empresas como também para a sustentabilidade do planeta.

Neste sentido tanto as Empresas como a Pedagogia têm os mesmos

ideais, pois agem em direção à realização da mudança organizacional. Para

que esta mudança ocorra é necessário que haja um processo educativo no

ambiente de trabalho. Na perspectiva de Chiavenato (1999, p. 320) a mudança

constitui uma aspecto da criatividade e inovação nas organizações. A mudança

está em toda a parte: nas organizações, tecnologia, pessoas, serviços. Sendo

assim ela representa a principal característica dos tempos modernos.

Ao se falar em Pedagogia logo associa-se à escola, entretanto esta

visão precisa e deve ser mudada , pois frente às exigências do novo cenário

mundial , as organizações necessitam desenvolver as pessoas no ambiente de

trabalho.A pedagogia como ciência da educação se apresenta como a mais

adequada quando se trata de desenvolver seus colaboradores como seres

humanos. A necessidade de desenvolvimento humano exige o aprendizado

permanente, a capacitação, a criatividade, motivação,etc..É justamente

necessidade de preparação e qualificação de pessoas que tem justificado a

presença do pedagogo na empresa .

Na perspectiva de Bosa & Ribas (2008, p.7):

Entende-se que o papel do Pedagogo Empresarial é implantar programas de qualificação profissional, produzir e divulgar conhecimentos, estruturar o setor de treinamento, levantar as necessidades de formação continuada, identificar as deficiências no âmbito organizacional e desenvolver programas adequados para o desenvolvimento de pessoas. Para atuar nesse contexto, o pedagogo necessita ter como ponto principal a filosofia e a política de recursos humanos adotados pela organização

Devido às mudanças e transformações que as competências

profissionais exigem, as empresas estão repensando as suas situações de

42

aprendizagem. Essas competências tornaram-se um fator crucial e

diferenciador para o sucesso da empresa. A aprendizagem dentro das

organizações é decisiva para manter sua competitividade, pois ela exige a

preparação e atualização dos colaboradores. Conforme Chiavenato (1999,

p.296):

A aprendizagem significa mudança no comportamento da pessoa através da incorporação e novos hábitos, atitudes, conhecimentos, e destrezas. Fala-se muito em aprendizagem organizacional para se referir a uma cultura de aprimoramento das pessoas que predomina nas organizações bem sucedidas.

Estas mudanças de comportamento no ambiente de trabalho é

conseguida através do treinamento15, pois com ele as pessoas podem

assimilar informações, aprender habilidades, desenvolver atitudes e

comportamentos diferentes e desenvolver conceitos abstratos.

O pedagogo é o profissional da educação, que, por ter uma formação

humanista bastante solidificada, tem condições de trabalhar com o ser humano

em diversas situações, inclusive na área empresarial. Ele possui uma formação

polivalente, especialmente no que se refere aos conhecimentos didáticos e

metodológicos, tão necessários no processo de ensino, tão requisitado em

qualquer ambiente.

Para Almeida (2006, p. 130): A atuação do profissional de pedagogia nas organizações será importante e positiva na medida em que elas não estejam visualizando apenas a manutenção de políticas de RH clientelistas, mas sim estejam preocupadas com o desenvolvimento humano de forma efetiva voltadas para a potencialização da inteligência de cada um individualmente e da organização como um todo.

15 O treinamento é um processo cíclico e contínuo que vai além da simples transmissão de informação (CHIAVENATO, 1999).

43

Na visão do pedagogo processo de ensino-aprendizagem vai além da

transmissão ou construção do conhecimento, pois se caracteriza também pelo

desenvolvimento das habilidades que o ser humano possui. No âmbito

empresarial a tarefa do Pedagogo Empresarial consiste em ser o mediador e o

articulador de ações educacionais na administração de informações dentro do

processo contínuo de mudanças e de gestão do conhecimento.

Nesta perspectiva o pedagogo empresarial atua na área de Recursos

Humanos com o objetivo de direcionar seus conhecimentos. Seu compromisso

é seleciona e planeja cursos de aperfeiçoamento e capacitação, representa a

empresa em negociações, convenções, simpósio, realiza palestras, aporta

novas tecnologias, pesquisa a utilização e a implantação de novos processos,

avalia desempenho e desenvolve projetos para o treinamento dos funcionários.

Conforme Holtz (2006), as responsabilidades do pedagogo empresarial

são:

Conhecer e encontrar as soluções práticas para as questões que envolvem a otimização da produtividade das pessoas humanas - o objetivo de toda Empresa

Conhecer e trabalhar na direção dos objetivos particulares e sociais da Empresa onde trabalha

3Conduzir com atividades práticas, as pessoas que trabalham na Empresa - dirigentes e funcionários - na direção dos objetivos humanos, bem como os definidos pela Empresa. Promover as condições e atividades práticas necessárias - treinamentos, eventos, reuniões, festas, feiras, exposições, excursões, etc... - , ao desenvolvimento integral das pessoas, influenciando-as positivamente (processo educativo), com o objetivo de otimizar a produtividade pessoal.

Aconselhar, de preferência por escrito, sobre as condutas mais eficazes das chefias para com os funcionários e destes para com as chefias, a fim de favorecer o desenvolvimento da produtividade empresarial Conduzir o relacionamento humano na Empresa, através de ações pedagógicas, que garantam a manutenção do ambiente positivo e agradável, estimulador da produtividade. Fonte: HOLTZ (2006)

44

CONCLUSÃO

Na atualidade são inúmeros os debates acerca do papel da Educação.

Isto tem demonstrado a preocupação da sociedade em possibilitar a formação

do cidadão planetário, num mundo de múltiplas e velozes conexões.Sendo

assim, a educação é a força motriz para o desenvolvimento da sociedade.

Partindo do pressuposto de as práticas educativas não se constroem

de forma isolada, os indivíduos participam constantemente de situações de

ensino-aprendizagem, dentro ou fora da escola. Na atualidade as experiências

de educação não escolar têm sido definidas como educação não formal,

revelando a importância da atuação do pedagogo em diversas esferas sociais.

A partir da análise empreendida neste estudo pode-se observar que a

educação tem papel fundamental para a formação ética e moral do ser

humano.

A educação é que possibilita que o ser humano se torne

verdadeiramente homem, pois ela molda a natureza humana, ela conduz o

indivíduo à autonomia e permite que valores e conhecimentos produzidos

culturalmente de uma geração para outra. A análise dos autores consultados

permitiu verificar que a formação humana resulta de um ato intencional, que

transforma o ser biológico em um novo ser, ou seja, um ser de cultura. Esse

ato denomina-se educação.

Foi verificado que o pedagogo é o profissional da educação, que, por

ter uma formação humanista bastante solidificada, tem condições de trabalhar

com o ser humano em diversas situações, inclusive na área empresarial. Ele

possui uma formação polivalente, especialmente no que se refere aos

conhecimentos didáticos e metodológicos, tão necessários no processo de

ensino, tão requisitado em qualquer ambiente.

45

Constatou-se que na visão do pedagogo o processo de ensino-

aprendizagem vai além da transmissão ou construção do conhecimento, pois

se caracteriza também pelo desenvolvimento das habilidades que o ser

humano possui.

Pode-se concluir que no âmbito empresarial a tarefa do Pedagogo

Empresarial consiste em ser o mediador e o articulador de ações educacionais

na administração de informações dentro do processo contínuo de mudanças e

de gestão do conhecimento.

46

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52

ÍNDICE

INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I - EDUCAÇÃO E PEDAGOGIA 12

1.1. Conceito e finalidade da educação 12

1.2. Pedagogia e seu campo de atuação 15

1.3. Função do pedagogo em espaços não escolares 18

CAPITULO II- ADMINISTRAÇÃO NO PROCESSO DE GESTÃO DE

PESSOAS 22

2.1. A nova concepção de gestão de pessoas 22

CAPÍTULO III- O OLHAR DA GESTÃO DE PESSOAS E A AÇÃO

PEDAGÓGICA 28

3.1 O papel do administrador 31

3.2 O papel do psicólogo 35

3.3 O pedagogo e sua finalidade no trabalho da empresas 38

CONCLUSÃO 44

BIBLIOGRAFIAS 46

WEBGRAFIA 50

ÍNDICE 52

FOLHA DE AVALIAÇÃO 53

53

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES -

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

Título da Monografia: A Formação e Ação do Pedagogo Empresarial

Autor: Aline de Fátima da Silva

Data da entrega:

Avaliado por: Professor Doutor Vilson Sérgio de Carvalho

Conceito: