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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
AVM FACULDADE INTEGRADA
A MUDANÇA COMPORTAMENTAL DE COLABORADORES EM
HOSPITAIS DA REDE PARTICULAR NO RIO DE JANEIRO
ATRAVÉS DE T&D EM SEGURANÇA DO TRABALHO
Por: Isabela de Souza França
Orientador
Professor Marcelo Saldanha
Rio de Janeiro
2012
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
AVM FACULDADE INTEGRADA
A MUDANÇA COMPORTAMENTAL DE COLABORADORES EM
HOSPITAIS DA REDE PARTICULAR NO RIO DE JANEIRO
ATRAVÉS DE T&D EM SEGURANÇA DO TRABALHO
Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada
como requisito parcial para obtenção
do grau de especialista em Pedagogia Empresarial.
Por: Isabela de Souza França
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus,
por ser minha fortaleza para enfrentar os obstáculos
e minha inspiração para compreender o ser humano;
aos meus pais França e Maria,
por me manterem em seus alicerces vitais;
aos professores de toda minha vida escolar e acadêmica,
por edificarem meu castelo do conhecimento.
DEDICATÓRIA
Dedico às colegas de classe
Hairila Sant’anna e Janaína Oliveira,
por formarem uma equipe do início ao fim
e por proporcionarem o suporte necessário
à minha permanência no curso;
aos meus amigos de longa data,
por me escutarem sem que uma palavra seja dita.
RESUMO
Essa monografia tem como objetivo esclarecer a importância do
processo de T&D na Segurança do Trabalho, assim como apresentar alguns
tipos de treinamento de rotina e conteúdos centrados na área hospitalar, que
vêm a cooperar no cotidiano dos colaboradores, para que eles se
conscientizem sobre a garantia da integridade física e mental no ambiente de
trabalho, minimizando e/ou eliminando os riscos de acidentes. Mesmo com a
ocorrência de treinamentos, o índice de acidentes ainda é considerável e isso
pode ser combatido, a partir da implementação de projetos pedagógicos de
treinamento e desenvolvimento nessa área.
Palavras-chave: Pedagogia Empresarial; Treinamento e Desenvolvimento em
Segurança do Trabalho; Acidentes de Trabalho; Medicina do Trabalho; Riscos
Ambientais.
METODOLOGIA
Esse trabalho de pesquisa apresentará um caráter bibliográfico, no
qual se baseará por livros especializados, artigos de revistas on-line e as de
alta circulação, monografias, além de entrevistas com profissionais técnicos da
área de Segurança do Trabalho, que possuem experiência em rotina hospitalar,
no que diz respeito ao processo de Treinamento e Desenvolvimento (T&D).
Os principais autores, que servirão de referência, são Idalberto
Chiavenatto, Izolda Lopes, Amélia Escotto do Amaral Ribeiro, Peter Senge e
Stephen Robbins, no que tange ao universo da Pedagogia Empresarial; e
Flávio Rivero Rodrigues, Antonio Luiz de Toledo Pinto, Márcia Cristina Vaz dos
Santos Windt e Livia Céspedes, relacionados às áreas de Segurança e
Medicina do Trabalho.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I
CONCEITOS GERAIS SOBRE PEDAGOGIA, PEDAGOGIA EMPRESARIAL E
SEGURANÇA DO TRABALHO
CAPÍTULO II
TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO NAS ORGANIZAÇÕES
CAPÍTULO III
T&D EM SEGURANÇA DO TRABALHO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
BIBLIOGRAFIA
WEBGRAFIA
ÍNDICE
INTRODUÇÃO
Atualmente, as empresas buscam a melhoria através de inovações
para permanecer no mercado consumidor, a fim de que conquistem a
vantagem competitiva e a credibilidade dos clientes. Para tanto, a Segurança
do Trabalho, uma vez implantada no sistema organizacional, está à disposição
dos colaboradores em prol da assistência técnica quanto à integridade física e
mental, redução e eliminação de riscos e fontes de perigo, evitando acidentes,
além de promover programas de treinamento, que conferem a necessidade de
(re)transmitir informações e conhecimentos técnicos, (trans)formar o
comportamento por meio de atos e percepções mais seguras, de caráter
prevencionista, neste caso, no ramo hospitalar.
Contudo, ainda há inúmeros problemas a serem resolvidos,
principalmente, no sentido de agregar pessoas, valores e preceitos básicos de
Saúde e Segurança do Trabalho, para que o saber e o agir estejam em
sintonia, de forma controlada e consciente. Prevenir é muito melhor do que
corrigir, pois evita-se a perda de tempo e o re-trabalho, inclusive, mantém-se a
satisfação e a qualidade do serviço. A Segurança do Trabalho baseia-se na
legislação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), nas Normas
Regulamentadoras (NRs), entre outras, para treinar pessoas, através de uma
linguagem mais didática e atrativa.
Conscientizar é uma tarefa árdua e constante, e o técnico em
Segurança do Trabalho tem a finalidade de (re)educar pessoas no ambiente
laboral, assim, pode ser considerado como um multiplicador e, ao mesmo
tempo, um formador de multiplicadores que auxiliam no combate de riscos ou
de acidentes.
CAPÍTULO I
CONCEITOS GERAIS SOBRE PEDAGOGIA, PEDAGOGIA EMPRESARIAL
E SEGURANÇA DO TRABALHO
1 – APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO: UMA PARCERIA DE
SUCESSO
Conhecer o mundo é um ato natural do ser humano e é uma das
habilidades que desenvolvemos desde os primórdios vitais de nossa existência.
Para tanto, é imprescindível associar a inata curiosidade aos componentes do
processo educacional/educativo: a cultura e a educação. Elas estão
interligadas e coexistem de forma substancial, uma vez que ambas são
transmitidas intencional e sistematicamente, além de representarem o poder de
influenciar em nossas experiências nas situações informais, segundo o ponto
de vista antropológico de Carlos Brandão, comentado por Izolda Lopes:
“(...) o desenvolvimento do homem ocorre por meio da sua
relação ativa no meio ambiente, seja ele natural e social,
formando, assim, o meio culturalmente organizado. É nessa
interação do homem com o meio em que se relaciona que ele,
enquanto sujeito atuante/participativo, processa sua
aprendizagem letrada, mas, (...) uma aprendizagem
sociocultural que passa de geração em geração, formando
nossa herança historicamente acumulada e culturalmente
organizada que se transforma todos os dias de nossas vidas e
a aplicamos em nossas atividades, sejam elas informais,
formais ou não formais.”
(LOPES, 2009, pp. 15-6)
Assim, podemos considerar que apreendemos informações,
independente da situação ou do ambiente em que nos encontramos. Porém,
quando se trata de ambiente de trabalho, é viável priorizar o processo de
ensino-aprendizagem formalizado, que ocorre entre um mediador e os
aprendizes - que, neste caso, são o pedagogo e os colaboradores
respectivamente. Esse profissional é o responsável em difundir uma série de
conhecimentos e transformá-los em resultados possíveis (aprendizado) em
tempo recorde.
No entanto, em meio a tanta competitividade nas organizações, não
há espaço para a tentativa ou o erro, devido à velocidade das ações e
atividades e à busca imediata da perfeição. Portanto, será que a aprendizagem
e a capacidade de desenvolver competências, habilidades e atitudes podem
ser atributos positivos do capital intelectual ou apenas meros pré-requisitos de
um mercado extremamente exigente e seletivo?
Desse modo, é de suma importância sabermos dissociar as
pressões do dia a dia no ambiente de trabalho das reais intenções que
compõem a tão desejada autorealização pessoal e profissional, através da
aquisição e da prática do conhecimento, de acordo com as formas de planejar
e atuar dentro e fora da empresa.
Vale ressaltar que o processo pedagógico de ensino-aprendizagem
não sobreviverá se este não apresentar uma base sócio-interacional, que
valorize as relações interpessoais quanto à formação e à gradação dos
conhecimentos tácito e explícito, sob o prisma da Pedagogia Empresarial.
2. O CONCEITO DE PEDAGOGIA
Para elaborarmos um escopo referente à Pedagogia Empresarial, é
necessário abordar a respeito da ideia que temos sobre o que é a Pedagogia
em sentido literal, mas, sobretudo, o que ela representa no histórico dos
envolvidos no processo de ensino-aprendizagem, considerando a realidade
presente no contexto empresarial.
Como sabemos, a Pedagogia é a ciência que apresenta como objeto
de estudo a Educação, além de proporcionar a elucidação de fatos observados
e conteúdos transmitidos em sala de aula de forma sistematizada e metódica, a
fim de compreender a qualidade desse processo, por meio de ferramentas
adequadas e profissionais atentos e suscetíveis à mudança. Desse modo,
entendemos a relação entre Pedagogia e Educação, quando analisamos que:
“(...) Educação ocorre em todos os momentos de vida do
indivíduo, os processos educativos acontecem em uma
variedade de manifestações e atividades – sociais, políticas,
culturais, econômicas, religiosas, familiares, escolares..., por
meio de distintas modalidades – formais, informais e não
formais. É nessas práticas educativas o campo de estudo
científico da Pedagogia.”
(Idem, ibidem, p. 17)
Agora, se a Educação é o foco em questão, é possível constatar que
as diversas ocasiões de uma vida escolar estão vinculadas àquilo que
aprendemos com o outro, seja com o professor (mediador), seja com o colega
de classe. A partir dessa interação espontânea e tão eficaz, o indivíduo,
mesmo que involuntariamente, permite-se para conhecer o novo e rever
conceitos assimilados ou não, tendo a oportunidade de (re)construir seu
castelo do conhecimento, através de tentativas, erros e acertos. Entretanto, ele
não é preparado para avaliar a si mesmo e pode até carregar essa herança
negativa para a realidade no ambiente organizacional.
Portanto, é essencial destacar que a Pedagogia possui um caráter
transdisciplinar e transformador de consciências, visto que todas as áreas do
conhecimento necessitam de nuances pedagógicas para permanecerem atuais
e próximas de seus integrantes específicos. Segundo a autora, o conceito de
Pedagogia fundamenta-se na relação entre teoria e prática, que vai do coletivo
para o particular, o que contribui para a evolução da sociedade em forma de
espiral, quando ela diz que:
“(...) a PEDAGOGIA é o campo do conhecimento científico, que
se ocupa do estudo sistemático da educação em suas várias
modalidades, e da prática educativa concreta, que se realiza
em todos os aspectos que formam uma sociedade (...). O que a
sociedade produz, cria, transforma, em sua atividade histórico-
social, vai constituindo saberes que formam o patrimônio
cultural acumulado. O resultado dessa atividade (...) é
organizado e, daí, registrado (...), transmitido por meio da ação
educativa, para que o sujeito se “aproprie” desses
conhecimentos e continue a produzir novos saberes (...).”
(Id id ibidem, p. 21)
Assim, todo o processo educacional/educativo será visto como um
ciclo de reflexões e questionamentos para a formação de novos
conhecimentos, novos conceitos e novas práticas.
2.1. A IMPORTÂNCIA DA PEDAGOGIA EMPRESARIAL NOS DIAS ATUAIS
Vivemos na era pós-moderna, a qual se refere à globalização de
informações e, se obtivermos acesso a elas, estamos conectados através de
uma rede de contatos (pessoas e/ou empresas) com o intuito de (re)transmitir e
receber informações, independente do contexto social vivenciado. Contudo,
vamos focalizar o contexto organizacional no que diz respeito ao planejamento
(projeto pedagógico) e ao processo de T&D na área de Segurança do
Trabalho. Portanto, o instrutor/mediador, neste caso, não será especificamente
o pedagogo empresarial, mas, sim, o técnico em Segurança do Trabalho, com
a ressalva de que essa pesquisa apresentará o conteúdo de Segurança do
Trabalho sob o ponto de vista pedagógico.
Então, é importante fundamentar o processo de T&D em Segurança
do Trabalho com as bases da Pedagogia Empresarial, quanto ao conceito,
finalidades e funções do profissional dessa área. A partir daí, podemos
entender a Pedagogia Empresarial como uma ramificação acadêmica da
Pedagogia que engloba planejamento para a realização do processo de T&D
dos colaboradores dentro de uma empresa. Esse processo equivale a outro
processo sistematizado, já conhecido e vivenciado na vida escolar, que é o de
ensino-aprendizagem. O professor vira o instrutor e o aluno, o colaborador. A
nomenclatura se modifica, além do espaço físico onde ocorre o processo, no
entanto, os atos de transmitir e aprender permanecem nele.
Por isso, podemos observar que:
“(...) a Pedagogia Empresarial se ocupa basicamente com os
conhecimentos, as competências, as habilidades e as atitudes
diagnosticados como indispensáveis/necessários à melhoria da
produtividade. Para tal, implanta programa de
qualificação/requalificação profissional, produz e difunde o
conhecimento, estrutura o setor de treinamento, desenvolve
programas de levantamentos de necessidades de treinamento,
desenvolve e adapta metodologias da informação e da
comunicação às práticas de treinamento.”
(RIBEIRO, 2008, p. 11)
Além de treinar e desenvolver pessoas, o pedagogo empresarial (ou
instrutor) precisa se conscientizar de que (re)transmitir o conhecimento não
garante o aprendizado, logo, esse profissional pode se aperfeiçoar no que
tange à gestão do conhecimento, atingindo os objetivos básicos da
Administração: diminuir gastos e maximizar lucros. Contudo, isso só será
possível se houver investimento em capital intelectual, para que haja
sustentabilidade das vantagens competitivas e qualidade nos serviços (ou seja,
melhoria de desempenho de funções através do aprendizado).
Para complementar a fundamentação presente, vamos ao conceito
de Gestão do Conhecimento. O termo vem do inglês Knowledge Management
(KM), que atribui certos processos encadeados em um ciclo contínuo e
compartilhado, tais como geração, armazenamento, gerenciamento e
disseminação do conhecimento existente nas instituições empresariais. Assim,
esse conhecimento é um patrimônio da própria empresa, que pode ser
oferecido aos funcionários e que estes estarão sempre colaborando, quanto ao
compartilhamento de experiências e conhecimentos tácitos, a princípio,
somente seus.
No item 2.0 (“O Conceito de Pedagogia”), quando mencionamos que
o aprendiz, na fase adulta, pode não ter sido orientado em se autoavaliar desde
os tempos de escola, precisamos pensar em mudar esse quadro crítico. Por
esse ângulo, é de responsabilidade do mediador atuar, orientando e
promovendo a formação continuada de maneira contundente e motivadora. É,
de fato, um dos inúmeros desafios que o pedagogo deve enfrentar, de acordo
com o contexto e a cultura de cada empresa, não se esquecendo de seguir o
planejamento e/ou o projeto pedagógico, que se baseiam em objetivos,
recursos, métodos e metodologia de treinamento.
Assim, podemos ressaltar a importância do papel do pedagogo
empresarial (ou instrutor), no que diz respeito à finalidade de gerar mudanças
no comportamento humano para a melhoria de qualidade em desempenho
profissional e pessoal, através de uma perspectiva atualizada em que a
empresa aprende e se inova de modo contínuo e compartilhado (learning
organization).
3 – T&D: TEORIA E PRÁTICA
Segundo o professor e consultor Julio Cesar S. Santos, em seu
artigo “Treinamento e Desenvolvimento”, da revista on-line Portal RH, os
conceitos de treinamento e desenvolvimento estão definidos separadamente, a
saber:
“Treinamento é qualquer procedimento que vise promover e
aumentar o aprendizado entre os funcionários de uma
empresa, visando, particularmente, à aquisição de habilidades
para um determinado cargo. Para Goldstein (1991),
treinamento é a aquisição sistemática de atitudes, conceitos,
conhecimentos, regras ou habilidades que resulta em melhoria
de desempenho no trabalho. Outros autores, como Wexley e
Heinrichs, acreditam que treinamento é um processo de
aprendizado que auxilia o profissional a atingir a eficiência
exigida no seu trabalho (presente e futuro) mediante o
desenvolvimento de hábitos apropriados de pensamentos,
ações, atitudes, comportamentos, conhecimentos e técnicas.
Os objetivos de um treinamento são impulsionar a eficiência,
incrementar e aumentar a produtividade, elevar os níveis de
qualidade, promover a segurança no trabalho e diminuir
refugos e re-trabalhos.”
(SANTOS, 2011)
“Considera-se desenvolvimento como uma forma de
aperfeiçoamento pessoal que consiste em aprimorar o
conhecimento e as habilidades de natureza complexa e não
estruturada. Mas, outros autores afirmam que o
desenvolvimento de um funcionário é a capacidade desse
funcionário em acumular conhecimentos e informações
suficientes para que ele possa desenvolver melhor sua função
atual ou outras tarefas que lhes serão confiadas. Por outro
lado, Nadler (1984) diferencia “treinamento” de “educação” e de
“desenvolvimento”, conceituando-os da seguinte maneira:
● Treinamento é uma aprendizagem relacionada à tarefa atual
do empregado;
● Educação seria a aprendizagem que visa à preparação do
indivíduo para uma tarefa futura, já identificada;
● Desenvolvimento é a aprendizagem adquirida para o
crescimento do indivíduo, mas não relacionada a uma tarefa
presente (ou futura).”
(Id ibidem)
Com isso, entendemos que treinar e desenvolver pessoas são ações
interligadas e componentes de um mesmo processo educacional/educativo
dentro e fora das instituições, em prol de objetivos, missão, visão e valores
correspondentes.
CHIAVENATO (1994) refere-se à ação de treinar como “o ato
intencional de fornecer os meios para proporcionar a aprendizagem”, todavia,
essa aprendizagem deveria ser uma consequência favorável tanto à empresa,
quanto ao colaborador. Isso dependerá da sistematização de informações e
conhecimentos, aliada às práticas condizentes ao planejamento relacionado ao
assunto em destaque.
Para tanto, o processo de T&D ocorrerá de acordo com a
necessidade das organizações em se manterem vivas no mercado consumidor
e inovarem seus produtos e/ou serviços, a fim de continuarem na concorrência
e garantirem a vantagem competitiva. Além do mais, esse processo só será
interessante aos envolvidos – donos e clientes internos – se a educação no
trabalho for constante, significativa e percebida como prioridade quanto à
conquista da autorealização.
4 – NOÇÕES GERAIS SOBRE SEGURANÇA DO TRABALHO
Podemos compreender o termo Segurança do Trabalho, segundo a
definição do site da Wikipédia, como:
“(...) um conjunto de ciências e tecnologias que tem o objetivo
de promover a proteção do trabalhador no seu local de
trabalho, visando à redução de acidentes de trabalho e
doenças ocupacionais. É uma área de engenharia e de
medicina do trabalho cujo objetivo é identificar, avaliar e
controlar situações de risco, proporcionando um ambiente de
trabalho mais seguro e saudável para as pessoas.”
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Seguran%C3%A7a_do_trabalho)
No Brasil, o SESMT (Serviços Especializados em Engenharia,
Segurança e Medicina do Trabalho) é o órgão responsável pela prevenção,
diminuição, neutralização ou eliminação de acidentes de trabalho, além da
organização de toda e qualquer atividade referente à Segurança do Trabalho e
sua respectiva NR é a no 4, que estabelece as atribuições do SESMT e
especifica sua formação conforme o grau de risco da atividade da empresa e a
quantidade de empregados. O SESMT pode ser composto pelos seguintes
profissionais:
● Engenheiro de Segurança do Trabalho;
● Médico do Trabalho;
● Técnico de Segurança do Trabalho;
● Enfermeiro do Trabalho;
● Auxiliar de Enfermagem do Trabalho.
As atividades principais da Segurança do Trabalho são a prevenção
de acidentes e incêndios, além da promoção da integridade física e mental dos
colaboradores e terceirizados.
A área da Segurança do Trabalho baseia-se em Normas
Regulamentadoras, chamadas de NR’s, que fornecem informações e
procedimentos mandatórios, referentes à Segurança e Medicina do Trabalho
no Brasil. Sua finalidade é orientar os profissionais desses segmentos, uma vez
que estes devem (re)transmiti-las de acordo com o ramo, no qual a
organização está inserida, e com as obrigações e necessidades que garantam
a integridade física e mental dos colaboradores, assim como a utilização de
Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) e adaptação do setor de trabalho
através de recursos ergonômicos – que servem para melhorar a produtividade
do colaborador quanto à postura ao realizar atividades sentado ou em pé,
diante do computador, em movimento etc.
O livro é composto por 33 NR’s e estão em conformidade com a
legislação, no que tange ao Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT), relativas à Segurança e Medicina do Trabalho, que foram
aprovadas pela Portaria no 3.214, 08 de junho de 1978. São de observância e
cumprimento obrigatórios por todas as empresas brasileiras regidas pela CLT.
Neste caso, a NR principal é a no 32, a qual condiz com a
Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde, que foi “aprovada
pela Portaria no 485, de 11 de novembro de 2005, art. 200, VII, da CLT, sobre
higiene nos locais de trabalho. A Lei no 6.437, de 20 de agosto de 1977,
configura infrações à legislação sanitária federal , estabelece sanções
respectivas, e dá outras providências” (p. 624).
CAPÍTULO II
TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO NAS ORGANIZAÇÕES
1. TREINAR PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES
Para uma empresa funcionar, com efeito, é preciso aperfeiçoar a
qualidade de produtos e/ou serviços, o atendimento ao cliente e a geração de
lucros. Portanto, a adequação dessa empresa no mercado consumidor deve
ser constante através de cursos de capacitação ou treinamentos periódicos.
Assim, podemos levar em consideração que treinar pessoas é
praticar a realidade presente e futura do meio empresarial vigente, é esclarecer
sobre a cultura, aproximando os colaboradores e os transformando, de fato, em
clientes internos, uma vez que o alcance para a satisfação do cliente externo
depende sumariamente da satisfação do cliente interno. Contudo, o
treinamento ainda é rotulado como um custo desnecessário, sob o ponto de
alguns empresários, além de ser encarado pelos funcionários como um castigo
de rotina. O bloqueio para aprender dificulta todo o processo
educacional/educativo, principalmente, quando não existe iniciativa inovadora
da parte do instrutor.
Desse modo, é imprescindível que o responsável pela
(re)transmissão de informações e conhecimentos deve preocupar-se com os
objetivos da organização, interligados aos objetivos dos colaboradores. Isso,
sim, seria o cenário ideal para a realização de uma práxis do processo de
ensino-aprendizagem no âmbito organizacional. Esse profissional pode até não
assegurar o comprometimento de todos os envolvidos nesse processo,
entretanto, se houver a combinação entre preparo didático e ferramentas
contextualizadas para a situação de treinamento, é possível concretizar tal
processo com o resultado final: o aprendizado.
Segundo FARIA (1992), a prática de treinamento pode apresentar
não só caráter educacional/ educativo, como também comportamental, no que
tange a atos negativos, que prejudicam a imagem dos profissionais no
cotidiano de trabalho e causam situações-problema, afetando diretamente o
ambiente laboral. Por isso, tal prática, inclusive, tem a finalidade de mediar
conflitos, tanto individuais quanto sociais, o que acarreta a rotatividade de
pessoal, tais como:
● atrasos e faltas no trabalho;
● conflitos internos (interpessoais);
● gastos inúteis de materiais;
● acomodação;
● perda da motivação de buscar novos conhecimentos;
● diminuição da capacidade produtividade;
● perda da qualidade;
● falta de sintonia como os avanços científico-tecnológicos;
● danos em ferramentas e máquinas;
● lentidão na execução das tarefas;
● mau atendimento ao público.
Com base na lista de comportamentos contraproducentes acima,
estabelecemos uma hipótese: se uma das intenções cruciais dos responsáveis
pela empresa fosse proporcionar aos seus funcionários a oportunidade de
crescimento pessoal e profissional, todos os itens dessa lista poderiam ser
convertidos em atitudes positivas, motivadoras e direcionadas à consolidação
de um perfil, que se baseia em melhoria de qualidade, vantagem competitiva,
produtividade e relação interpessoal bem-sucedida. Tudo isso poderia ser
revertido por meio de um planejamento de conscientização e orientação
pedagógica, com base em uma diretriz educacional/empresarial contínua e
compartilhada.
Logo, a importância do treinamento nas organizações vai além do
conceito, amplia a relação entre a empresa aprendente e o conhecimento.
Assim, confirma-se a ideia de treinamento como:
“(...) uma maneira eficaz de agregar valor às pessoas, à
organização e aos clientes. Ele enriquece o patrimônio humano
das organizações. Ele é o responsável pelo capital intelectual
das organizações.”
(CHIAVENATO, 1999, pp. 294-5)
Embora o termo treinamento possua uma série de definições de
cunho acadêmico, é válido lembrar que os pontos em comum entre elas se
estabelecem pelo fato de ser um processo sistemático, socio-interacional e
comportamental, que visa à aprendizagem, através de competências,
habilidades e atitudes (CHA), a serem experimentadas no contexto
organizacional.
Para tanto, o processo de treinamento se desmembra em uma
sequência de quatro etapas, conforme o esquema de Chiavenato, a saber:
(Id ibidem, p. 298)
Como podemos observar, tais etapas servem de base para
demonstrar a necessidade de planejamento sistemático, no sentido de registrar
e praticar o projeto pedagógico de treinamento. É um programa cíclico,
contínuo e deve ser passível de mudanças, uma vez que os resultados possam
se concretizar positivamente e, assim, a avaliação poderá ser definida no prazo
esperado. Enfim, planejar é uma ação segura, porém, é viável que o instrutor
saiba o quê e como emitir os conteúdos, de modo a alcançar o objetivo do
programa, que é o aprendizado dos colaboradores, avaliado na prática de
ações, que antes eram apenas teorias suscetíveis de serem aplicadas.
No entanto, mesmo que, historicamente, o significado de
treinamento seja uma ação estruturada e formal, temos a informação, quanto
aos métodos de treinamento, de que:
1- Diagnóstico: necessidades
de treinamento a serem
satisfeitas
2 - Desenho do programa de treinamento
3 -Implementação:
aplicação do programa de treinamento
4 - Avaliação dos resultados do treinamento
“(...) evidências recentes indicam que 70 por cento do
aprendizado do local de trabalho acontece durante o
treinamento informal – não estruturado, não planejado e
facilmente adaptável às situações e aos indivíduos – para
ensinar habilidades e manter os funcionários atualizados.”
(DOBBS, K., 2000, pp. 94-98 In: ROBBINS, Stephen P.,
JUDGE, Timothy A. e SOBRAL, Filipe. Comportamento
Organizacional – Teoria e Prática no Contexto Brasileiro.
SP: Pearson Prentice Hall, 2010, pp. 541-2)
Por isso, podemos levar em conta que essa tendência traduz o
simples fato de que os treinamentos informais significam a capacidade de os
colaboradores em ajudar uns aos outros, pois:
“Eles compartilham informações e solucionam problemas de
trabalho em conjunto. Portanto, muitos gestores hoje apoiam o
que costumava ser chamado de ‘conversa de corredor’.”
(ROBBINS, Stephen P., JUDGE, Timothy A. e SOBRAL,
Filipe, 2010, p. 542)
Certamente, o compartilhamento de informações agiliza o acesso à
comunicação entre colaboradores, através de encontros casuais em alguns
setores da empresa, inclusive, viabiliza a compreensão de certos assuntos
organizacionais, no tocante à busca de soluções de problemas referentes aos
serviços já executados. Tudo isso pode facilitar significativamente o
desempenho de cada integrante da organização, se houver engajamento
naquilo que ocorre dentro dela e pré-disposição a ouvir e repassar informações
relevantes, que podem contribuir para a evolução desta.
2. DESENVOLVER COMPETÊNCIAS, HABILIDADES E ATITUDES: É
POSSÍVEL?
Antes de chegarmos a uma resposta hipotética, voltemos à realidade
presente e ao conceito do termo desenvolvimento: é um processo de ensino-
aprendizagem, que ocorre a médio e longo prazo, com o intuito de consolidar
uma formação através da Educação Continuada, sob uma perspectiva de
orientação para o futuro. Assim, segundo Chiavenato, vejamos a passagem
abaixo:
“O desenvolvimento está mais focalizado no crescimento
pessoal do empregado e visa à carreira futura e não apenas ao
cargo atual.
(...) Hoje, as organizações estão exigindo novas habilidades,
conhecimentos e capacidades de todas as pessoas. E o
desenvolvimento passou a envolver a totalidade dos
funcionários.”
(Id id ibidem, pp. 322-3)
Para que as empresas atinjam seus objetivos e permaneçam em
expansão no mercado consumidor, é necessário que haja investimentos em
capital intelectual, no que tange à aplicação de T&D, considerando a
comunicação (mesmo informal) entre os colaboradores, ou por via internet ou
por encontros casuais dentro e fora da instituição.
Agora, quanto ao processo de T&D, podemos interligar as duas
ações, pois são coexistentes e constituem um processo de mudança:
sistematizado, cíclico, contínuo e compartilhado. Esse pode ser o caminho a
ser trilhado para alcançar a implementação do T&D como um evento não
somente de cunho teórico, como também, pragmático e transformador.
2.1. DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL
O termo Desenvolvimento Organizacional (DO) refere-se ao tema
dessa pesquisa, o qual significa o processo de T&D como um dos fatores de
mudança das pessoas dentro das instituições, que parte do nível de
aprendizagem individual e se destina ao nível de mudança organizacional, cuja
aprendizagem engloba toda a organização. As características principais desse
processo são a intervenção dos próprios colaboradores em formular e
implementar as mudanças graves e urgentes, e o monitoramento destes por
um consultor interno ou externo.
Com base nisso, entendemos DO como:
“(...) um esforço de longo prazo, apoiado pela alta direção, no
sentido de melhorar os processos de resolução de problemas e
de renovação organizacional, particularmente através de um
eficaz e colaborativo diagnóstico e administração da cultura
organizacional – com ênfase especial nas equipes formais de
trabalho, equipes temporárias e cultura intergrupal – com a
assistência de um consultor-facilitador e a utilização da teoria e
tecnologia das ciências do comportamento, incluindo ação e
pesquisa.”
(FRENCH e BELL JR., 1981, p.17 In: CHIAVENATO,
Idalberto. Gestão de Pessoas – O Novo Papel dos
Recursos Humanos nas Organizações. RJ: Ed. Campus,
1999, pp. 331-2)
Não nos aprofundemos em técnicas e outros detalhes do processo
de DO, o que vale neste momento é compreender que tal processo é baseado
na troca de pontos de vista, no que diz respeito aos pontos críticos da
organização, além do monitoramento constante, a fim de modificar atitudes,
valores e crenças, que podem repercutir no comportamento dos próprios
funcionários, de modo a comprometer o funcionamento da estrutura
organizacional vigente.
Portanto, não é diferente quando o assunto é segurança no trabalho,
uma vez que os objetivos primordiais são proteger a empresa de custos e os
colaboradores, de acidentes. Observemos o fragmento a seguir:
“Para entender como a cultura nacional afeta o treinamento,
pense em como ela pode influenciar a maneira como as
pessoas aprendem e aplicam suas novas habilidades. Um
estudo de 68 organizações em 14 diferentes países descobriu
que, nas culturas com índices elevados de aversão à incerteza,
os treinamentos de segurança causaram um impacto menor,
pois os funcionários já tendiam a se comportar de forma segura
mesmo sem eles.90 Contudo, eles ficaram menos propensos a
aplicar o treinamento de segurança no trabalho em situações
novas, pois tendiam a seguir procedimentos-padrão já em
prática. É necessário haver mais pesquisa sobre como oferecer
treinamento eficaz internacionalmente.”
(90. BURKE, M. J., CHAN-SERAFIN, s., SALVADOR, R.,
SMITH, A. e SARPY, S. A., 2008, pp. 133-152 In:
ROBBINS, Stephen P., JUDGE, Timothy A. e SOBRAL,
Filipe. Comportamento Organizacional – Teoria e Prática
no Contexto Brasileiro. SP: Pearson Prentice Hall, 2010,
p. 553)
A abordagem mencionada acima condiz com a ideia de que não
existe a possibilidade de renovação nos treinamentos em segurança no
trabalho, o que interfere prejudicialmente na cultura dos funcionários, baseada
na estagnação diante de qualquer nova eventualidade, isto é, não há um
processo contínuo de T&D, tampouco investimentos em análises periódicas
sobre treinar pessoas no âmbito internacional. São custos relacionados a
ações que tendem a dimensionar uma visão panorâmica de todos os processos
e fatos que competem à segurança no trabalho. Ainda estamos muito longe de
garantir a magnitude quanto à prevenção e à correção de medidas seguras no
ambiente de trabalho.
CAPÍTULO III
T&D EM SEGURANÇA DO TRABALHO
1. NECESSIDADE DE TREINAR PESSOAS E SUAS CAUSAS
RODRIGUES (2009) aborda a definição de treinamento como “uma
sequência de ações, diversas ações, que visem preencher a lacuna entre um
desempenho pessoal insatisfatório para um desempenho pessoal satisfatório”
(p.32), além de defender a ideia de que tal processo deve ser uma prática
sistematizada e planejada, uma vez que ele não concorda com a concepção de
que treinar pessoas é agrupar trabalhadores em um espaço propício de aula e
tratar de assuntos referentes ao trabalho e ao modo como este deve ser
executado, principalmente, quando o foco em estudo é a prevenção de
acidentes.
De acordo com a constatação do autor, treinar é uma atitude
pragmática, baseada na seguinte realidade:
“(...) você só deve treinar alguém quando esse alguém
apresentar alguma carência de desempenho, que, no caso da
segurança do trabalho, podem ser várias: desconhecimento do
risco, imperícia, falta de informação ou formação técnica, ou
ainda, alguma atitude imprópria que possa vir a causar
acidentes.
Pode ser também quando se introduz uma nova tecnologia,
uma mudança nos processos industriais ou uma alteração
estrutural no sistema operacional. Sempre, nesses casos,
torna-se necessário suprir a ausência de conhecimentos,
habilidades ou atitudes corretas por meio de treinamento.”
(Id ibidem)
Quando nos referimos a acidentes de trabalho, é indispensável que
consideremos a prática do treinamento como um evento que assume um
caráter mais imediatista e estratégico, no sentido de garantir a segurança do
local de trabalho e dos colaboradores, reduzindo ou extinguindo os riscos
possíveis de ameaça e até transtornos irreversíveis.
Para comentarmos sobre T&D em Segurança e Saúde no Trabalho,
é relevante explicitar o conceito de acidentes de trabalho, conforme a Lei n.
79.037, de 24/12/1976, a qual alterou a Lei n. 8.213, de 24/07/1991,
estabelecida pelo Ministério do Trabalho (MTb) e conhecida como a “Lei dos
Acidentes do Trabalho”, que é referente à Previdência Social, quando diz que:
“(...) é o que ocorre pelo exercício do trabalho, a serviço da
Empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional
que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou
temporária, da capacidade para o trabalho.”
(Id id ibidem, p.35)
A partir da acepção expressa acima, o autor critica seu valor
semântico, por não apresentar conceitos, natureza e características, apenas
são demonstradas as consequências desse evento danoso. Assim, ele expõe
uma definição de cunho prevencionista, de modo a esclarecer o que realmente
significa o termo acidentes de trabalho, de acordo com um dos pioneiros da
prevenção de acidentes no Brasil, Álvaro Zocchio. Por isso, podemos concluir
que:
“● São ocorrências anormais e indesejáveis no exercício do
trabalho;
● Interrompem a atividade onde ocorrem;
● Interferem negativamente também em outras atividades;
● Agridem os trabalhadores com pequenas lesões, ou até
grandes mutilações e, às vezes, com a morte;
● Causam diversos e consideráveis prejuízos às empresas;
● Contribuem para o desequilíbrio socioeconômico da nação.”
(Id id ibidem, pp.35-6)
Se soubermos diferenciar o que é e o que não é acidente de
trabalho, não estaremos em conformidade com a Lei, mas sim, com a postura
prevencionista, ligada ao bom senso. Isso é sinal de que, mais uma vez, a lei
em voga deveria ser revisada e atualizada. Como podemos assegurar a
integridade física dos colaboradores, se o conteúdo teórico e legal não se
adéqua à realidade vigente de circunstâncias acidentais? Elas podem ocorrer
tanto dentro do ambiente de trabalho, quanto fora deste, quando o percurso
compreende a ida ao trabalho ou a volta para a casa, saindo do local de
trabalho. Chamamos isso de acidentes típico e de trajeto respectivamente.
É de grande valia que o técnico de Segurança do Trabalho conheça
os conceitos básicos e a legislação relativa à segurança, saúde, higiene e meio
ambiente, no que tange ao contexto laboral, para que se inicie uma jornada de
ações de treinamento e conscientização mais eficazes e enérgicas quanto à
mudança de comportamento, de forma mais segura e preventiva do que
corretiva.
1.1. PRÁTICA DE T&D EM SEGURANÇA E MEDICINA DO
TRABALHO NO CONTEXTO HOSPITALAR
1.1.1. PROCESSO DE T&D ATRAVÉS DA PALESTRA DE
INTEGRAÇÃO
Como já sabemos, o processo de T&D no ramo hospitalar, a que se
refere o conteúdo de Saúde e Segurança do Trabalho, baseia-se
principalmente na Norma Regulamentadora de no 32 - Segurança e Saúde no
Trabalho em Serviços de Saúde -, que atende aos profissionais das áreas de
Engenharia, Medicina e Segurança do Trabalho, integrantes do SESMT.
Portanto, com base na legislação vigente, esse processo de ensino-
aprendizagem, de cunho organizacional, dá início no momento em que os
candidatos às vagas tornam-se colaboradores: no dia da Palestra de
Integração.
O programa de integração é uma iniciativa da área dos Recursos
Humanos (RH), que promove a oportunidade de inserir os novos integrantes na
empresa, para se sentirem envolvidos desde já, através de palestras sobre os
setores centrados em Administração, Saúde, Higiene e Segurança do
Trabalho, que, no caso de um hospital, são: RH, Departamento Pessoal (DP),
SESMT, Gestão de Saúde, Enfermagem e Medicina. Cabe informar que, nesse
caso, o conteúdo programático a ser enfatizado corresponde ao SESMT, e,
sobretudo, priorizar a importância desse conteúdo a todos os colaboradores,
uma vez que as informações deveriam ser muito bem disseminadas, para que
a captação seja efetiva no sentido de serem transferidas em forma de atitudes
seguras e preventivas.
Assim, de acordo com o artigo “Integração Organizacional”, da
revista Só Pedagogia, de Tatiana dos Reis Silveira, podemos visualizar que:
“O objetivo básico do processo de integração consiste em
buscar a melhor relação entre o funcionário e a empresa, de
forma que o novo funcionário saiba os valores, visão, missão
da empresa, a forma como eles atuam, como realizam seu
trabalho, a qualidade dos seus produtos e serviços, a forma de
lidarem com seus clientes e fornecedores, cultura da empresa,
tradições, história de como ela surgiu, com o intuito de facilitar
a sua adaptação. Nesta apresentação, são informadas as
normas e procedimentos da empresa, os benefícios que ela
oferece, além de informações sobre políticas da empresa para
avaliação do desempenho, remuneração e programa de bônus,
estrutura organizacional. Sua duração geralmente é de um dia
a uma semana, variando de empresa para empresa.”
(www.pedagogia.com.br)
SILVEIRA (2009) expõe a ideia de que a integração, assim como
todo e qualquer processo de ensino-aprendizagem, deve apresentar uma
essência pedagógica, que envolve experiências individuais de aprendizagem,
filiadas às necessidades, cultura e valores, para o alcance da autorealização.
Para tanto, a integração pode ser organizada por planejamento e projeto de
implementação, visto que a relação teoria/prática de T&D possa coexistir de
modo coerente e constante. Sendo assim, os profissionais habilitados podem
contribuir significativamente, uma vez que são propagadores de conhecimento
teórico e tácito, interligando suas experiências cotidianas àquilo que é
apreendido durante a vida escolar/acadêmica.
O técnico em Segurança do Trabalho funciona como um executor de
treinamento multidisciplinar, concernente à saúde e segurança no ambiente de
trabalho, aplicando, nesse caso, a NR 32 como base norteadora para a
validação de regras e proibições, que deveriam ser transmitidas de forma
contextualizada ao evento realizado.
1.1.2. T&D EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO: CONTEÚDO DA
PALESTRA DE INTEGRAÇÃO NO RAMO HOSPITALAR
Para legitimar esse trabalho, a seguir, demonstraremos uma parte
do conteúdo apresentado na Integração de novos colaboradores, face ao
contexto de Saúde e Segurança do Trabalho:
SESMT
SESMT significa Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e
em Medicina do Trabalho.
● Esse órgão tem a finalidade de promover a saúde e a integridade física
do trabalhador em seu ambiente laboral;
● É responsabilidade do SESMT identificar os riscos presentes no
ambiente de trabalho e propor medidas para sua extinção ou
neutralização.
TREINAMENTOS REALIZADOS PELO SESMT
● Integração de novos colaboradores;
● Integração de colaboradores de empresas terceirizadas; [Grifo nosso]
● DS (Diálogo de Segurança)*;
● Formação de brigada de combate a incêndio;
● SIPAT (Semana Interna de Prevenção contra Acidentes de Trabalho);
● Cartazes educativos;
● Treinamentos periódicos**.
NR 32 – SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM SERVIÇOS DE
SAÚDE
ITENS BÁSICOS
32.2.4.3.2 – O uso de luvas não substitui o processo de lavagem das
mãos, o que deve ocorrer, no mínimo, antes e depois do uso das
mesmas;
32.2.4.5 – O empregador deve vedar:
a) a utilização de pias de trabalho para fins diversos dos
previstos;
b) o ato de fumar, o uso de adornos e o manuseio de lentes de
contato nos postos de trabalho;
c) o consumo de alimentos e bebidas nos postos de trabalho;
d) a guarda de alimentos em locais não destinados para este
fim;
e) o uso de calçados abertos;
32.2.4.14 – Os trabalhadores que utilizarem objetos perfurocortantes
devem ser os responsáveis pelo seu descarte;
32.2.4.15 – São vedados o reencape e a desconexão manual de agulhas.
PRINCIPAIS RISCOS OCUPACIONAIS
RISCOS FÍSICOS – Consideram-se agentes físicos diversas formas de
energias a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como ruído,
vibrações, temperaturas extremas, radiações etc;
RISCOS QUÍMICOS – Consideram-se agentes químicos as substâncias,
compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pelas vias
respiratória, cutânea e digestiva. Todo produto tem uma FISPQ (Ficha de
Informações de Segurança de Produtos Químicos);
RISCOS BIOLÓGICOS – Consideram-se agentes biológicos bactérias,
fungos, vírus, príons entre outros microorganismos;
RISCOS ERGONÔMICOS – A Ergonomia estabelece parâmetros que
permitem a adaptação das condições de trabalho às características
psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar o máximo
de conforto, segurança e desempenho eficiente;
RISCOS ACIDENTAIS – São os riscos naturais a que trabalhadores estão
expostos no seu dia a dia e que poderão contribuir para a ocorrência de
acidentes. Como exemplo, o piso escorregadio é um risco acidental e
que pode causar tombos. [Grifo meu]
KIT QUIMIOTERÁPICO
Em caso de derramamento de produto quimioterápico:
▪ A equipe de Enfermagem deve informar imediatamente à Auxiliar de
Governança do andar;
▪ A Auxiliar de Higiene deve realizar a limpeza do produto, utilizando
todos os equipamentos que estão dentro da bombona.
ACIDENTE DE TRABALHO
É o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa,
provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a
perda ou a redução da capacidade para o trabalho permanente ou
temporária.
CAUSAS DOS ACIDENTES
ATO INSEGURO
É o ato voluntário que o profissional expõe ele mesmo ou seu par aos
riscos de acidentes
Exemplos:
· Trabalhar em ritmo perigoso;
· Trabalhar com ferramenta defeituosa;
· Não usar EPI (Equipamento de Proteção Individual);
· Distrair-se, brincar e/ou brigar no local de trabalho;
· Reencapar agulhas;
· Descartar inadequadamente materiais perfurocortantes.
CONDIÇÃO INSEGURA
São falhas ou irregularidades do meio ambiente ou dos meios de trabalho
que comprometem a segurança.
Exemplos:
· Falta de limpeza e organização no ambiente de trabalho;
· Piso escorregadio;
· Descarpack cheio;
· Instalações elétricas expostas;
· Perfurocortantes descartados inadequadamente.
CAUSAS DOS ACIDENTES
(CONT.)
IMPREVISTOS
São situações inesperadas, não programadas, que fogem ao controle do
ser humano.
Exemplos:
· Temporais;
· Vendavais;
· Enchentes;
· Incêndios.
O QUE FAZER NA OCORRÊNCIA DE ACIDENTE DE TRABALHO?
▪ Informar à chefia imediatamente;
▪ Encaminhar-se ao setor de emergência;
▪ Procurar o setor de Segurança do Trabalho (SESMT) para análise do
acidente;
▪ Agendar atendimento com a Medicina do Trabalho.
EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI
O QUE SIGNIFICA EPI?
É todo equipamento, de uso individual, destinado a proteger a saúde e a
integridade física do trabalhador, devendo ser utilizado nas seguintes
condições:
- Sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa
proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças
profissionais e do trabalho;
- Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo
implantadas;
- Para atender a situações de emergência.
Os slides abaixo estão de acordo com a Norma Regulamentadora de
no 6 (Equipamento de Proteção Individual – EPI), quanto às responsabilidades
do empregador e do empregado respectivamente:
RESPONSABILIDADES DO EMPREGADOR
● Adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade;
● Exigir seu uso;
● Fornecer ao trabalhador somente o EPI aprovado pelo órgão nacional
competente em matéria de segurança e saúde no trabalho;
● Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado do EPI, sua
guarda e conservação;
● Substituir imediatamente o EPI, quando danificado ou extraviado.
RESPONSABILIDADES DO COLABORADOR
● Usá-lo apenas para a finalidade a que se destina;
● Responsabilizar-se por sua guarda e conservação;
● Comunicar à empresa qualquer alteração que o torne impróprio para
uso;
● Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.
* Quanto ao DS (Diálogo de Segurança), foi feita uma adaptação referente ao
chamado DDS (Diálogo Diário de Segurança), pois só ocorre quando houver
necessidade ou urgência de uma ação de T&D em um determinado setor do
hospital.
** Não só em relação ao item “Treinamentos periódicos”, como também ao
conteúdo legal que acompanha a NR 32, existem algumas fundamentais NRs
(Normas Regulamentadoras), que servem de suporte e complementação em
um hospital de grande porte, assim como: NR 4 (SESMT); NR 5 (CIPA –
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes); NR 6 (EPI); NR 7 (Controle
Médico de Saúde Ocupacional); NR 9 (PPRA – Programa de Prevenção de
Riscos Ambientais); NR 10 (Segurança em Instalações e Serviços em
Eletricidade); NR 11 (Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de
Materiais); NR 13 (Caldeiras e Vasos de Pressão); NR 15 (Atividades e
Operações Insalubres); NR 16 (Atividades e Operações Perigosas); NR 17
(Ergonomia); NR 23 (
e de Conforto nos Loc
(Sinalização de Segura
Espaços Confinados).
O processo
compartilhado pelos in
Bombeiros do RJ, quan
prática). Além disso,
saber:
Assim, todo
Segurança do Trabal
colaboradores, o que a
principalmente quando
os funcionários são ale
caso de ocorrência de
porém, quando acontec
que o técnico de Segu
uma Ficha de Análise d
ADMISSIONALE
PERIÓDICO
CIPA -COMISSÃO
INTERNA DE PREVENÇÃO DE
ACIDENTES
23 (Proteção contra Incêndios); NR 24 (Cond
Locais de Trabalho); NR 25 (Resíduos Ind
gurança) e NR 33 (Segurança e Saúde no
).
cesso de T&D em Saúde e Segurança
los integrantes do SESMT e, em especial,
, quando se trata do assunto de Brigada de In
isso, esse processo apresenta outros desd
odo e qualquer conteúdo de T&D programa
rabalho deveria ser mais próximo da c
que ainda é um ideal a ser alcançado e realiza
ando se refere a acidentes de trabalho. No dia
ão alertados e orientados a respeito de pro
ia de acidente no meio laboral (típico) ou acid
contece com alguns deles, não há a devida p
Segurança do Trabalho possa validar o acid
álise de Acidente de Trabalho, que é o primeir
DE
DS - DIÁLOGO DE SEGURANÇA
BRIGADA -PRINCÍPIO DE COMBATE A INCÊNDIO
INTTRAB
DE TER
SIPATINT
PREVACID
TR
ondições Sanitárias
Industriais); NR 26
nos Trabalhos em
nça do Trabalho é
ecial, pelo Corpo de
de Incêndio (teoria e
desdobramentos, a
ramado em Saúde e
da consciência dos
realizado com louvor,
No dia da Integração,
e procedimentos em
u acidente de trajeto,
ida providência, para
acidente através de
rimeiro procedimento
INTEGRAÇÃO -TRABALHADORES
DE EMPRESAS TERCEIRIZADAS
SIPAT - SEMANA INTERNA DE
PREVENÇÃO DE ACIDENTES DE
TRABALHO
realizado por esse profissional, a fim de que seja possível fazer uma CAT
(Comunicação de Acidente de Trabalho), que se enquadra em uma legislação
específica – PORTARIA No 5.051, de 26 de fevereiro de 1999 -, a qual condiz
que:
“(...) foi prevista inicialmente na Lei no 5.316/67, com todas as
alterações ocorridas posteriormente até a Lei no 9.032/95,
regulamentada pelo Decreto no 2.172/97. A lei no 8.213/91
determina, no seu artigo 22, que todo acidente do trabalho ou
doença profissional deverá comunicado pela empresa ao INSS,
sob pena de multa em caso de omissão (...)”
(http://www.mps.gov.br/conteudoDinamico.php?id=297)
A área de Segurança do Trabalho é fundamentada em leis e regras,
o que nem sempre é um atrativo aos olhos de quem deveria praticá-las, em
benefício próprio e de seu par, dentro de um ambiente que se cerca de riscos
diversos e fontes de perigo. Apesar disso, os profissionais dessa área têm o
dever de se apropriar da teoria prevista em lei, para (re)transmitir saberes
específicos e adequar os conteúdos à realidade da empresa, face à postura
prevencionista de minimizar, neutralizar ou eliminar riscos evidentes.
1.1.3. ALGUMAS ABORDAGENS SOBRE ASSUNTOS DE T&D EM SAÚDE
E SEGURANÇA DO TRABALHO
De acordo com o esquema de T&D mencionado acima, os temas
escolhidos a serem abordados nesse trabalho, além da Integração, serão sobre
os cuidados com os produtos quimioterápicos e a SIPAT no contexto
hospitalar, de forma sintetizada.
Quando há seriedade e comprometimento inseridos na cultura da
empresa, a CIPA se faz valer significativamente pelo simples fato de os
colaboradores, engajados nas causas de reduzir ou eliminar os riscos de
acidentes, são orientados pelo técnico de Segurança do Trabalho a auxiliarem
na percepção prevencionista de acidentes no meio laboral, além de contribuir
na elaboração do Mapa de Risco e da SIPAT, entre tantas outras
responsabilidades. Eles tornam-se aliados do SESMT, compartilhando algumas
atribuições que não competem a esse órgão trabalhar unilateralmente. O
conteúdo dessa NR deve ser adaptado à realidade dos participantes por meio
de uma linguagem didática, uma vez que ela é baseada essencialmente na
legislação, de modo a apresentar-se por uma linguagem técnica e formal.
A formação do processo de CIPA é bastante complexa, todavia, se
planejar uma programação pré-estabelcida e conforme aos preceitos da NR –
5, é possível encaminhar todo o conteúdo de forma acessível, para que os
cipeiros sejam considerados, de fato, como multiplicadores da Segurança do
Trabalho.
Segundo RODRIGUES (2009, p. 76), o curso de formação de
cipeiros é basicamente elaborado pelos seguintes tópicos, a saber:
“● O Acidente: conceito legal e conceito prevencionista;
● Causas de acidentes: condições inseguras; atos inseguros;
comportamento de risco;
● SIPAT e demais campanhas de segurança;
● A CIPA e o papel dos Cipeiros;
● Inspeções de Segurança: legais, formais e informais;
● Investigação e análise de acidentes;
● Prevenção de doenças ocupacionais;
● Prevenção de incêndios;
● NR – 05 e Normas Regulamentadoras;
● EPI – Equipamento de Proteção Individual;
● Primeiros Socorros; Prevenção contra AIDS;
● Mapa de Riscos.”
Antes de demonstrarmos as abordagens dos temas em questão, é
de suma importância ressaltar também que o ramo hospitalar baseia-se na
legislação relacionada à biossegurança, sob o ponto de vista da engenharia de
segurança e da medicina do trabalho, definida por COSTA (1996), como o:
“(...) conjunto de medidas técnicas, administrativas,
educacionais, médicas e psicológicas, empregadas para
prevenir acidentes em ambientes biotecnológicos.”
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Biosseguran%C3%A7a)
Com base no site mencionado anteriormente, acresentamos a
seguinte relação com o conceito em destaque:
“(...) a biossegurança envolve as relações
tecnologia/risco/homem. O risco biológico será sempre uma
resultante em diversos fatores e, portanto, seu controle
depende de ações em várias áreas, priorizando-se o
desenvolvimento e divulgação de informações , além da
adoção de procedimentos correspondentes às boas práticas de
segurança para profissionais, pacientes e meio ambiente.”
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Biosseguran%C3%A7a)
Como podemos observar, evitar os riscos biológicos e prevenir os
acidentes em ambientes ocupacionais são ações preconizadas em programas
de treinamento em Saúde e Segurança do Trabalho. É indispensável não só
fundamentar-se na biossegurança, como também na legislação vigente, que
corresponde à Lei no 11.105, de 24 de março de 2005. De acordo com o Cap. I,
Art. 1o (Disposições Preliminares e Gerais):
“Esta Lei estabelece normas de segurança e mecanismos de
fiscalização sobre a construção, o cultivo, a produção, a
manipulação, o transporte, a transferência, a importação, a
exportação, o armazenamento, a pesquisa, a comercialização,
o consumo, a liberação no meio ambiente e o descarte de
Organismos Geneticamente Modificados – OGM e seus
derivados, tendo como diretrizes o estímulo ao avanço
científico na área de biossegurança e biotecnologia, a proteção
à vida e à saúde humana, animal e vegetal, e a observância do
princípio da precaução para a proteção do meio ambiente.”
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11105.htm)
Em relação ao conteúdo sobre produtos quimioterápicos, o técnico
de Segurança do Trabalho tem a responsabilidade em organizar o programa de
T&D, através de folders, e orientar o pessoal do setor de Higiene Hospitalar,
em especial, para manusear, eficazmente, o kit quimioterápico em caso de
derramamento de produto quimioterápico.
KIT QUIMIOTERÁPICO PARA USO EXCLUSIVO
EM CASO DE DERRAMAMENTO
CUIDADOS
Ocorrido o derramam
seguintes EPI’s, conform
1 – LUVA DE PROCEDIME
2 – RESPIRADOR PFF-2
3 – ÓCULOS DE PROTEÇÃ
4 – TOUCA DESCARTÁVE
5 – PRÓ-PÉS (1 PAR)
6 – CAPOTE DE MANGA C
7 – SABONETE SACHÊ
DOS COM OS PRODUTOS QUIMIOTERÁPI
amamento, o funcionário deverá procede
onforme a ordem abaixo:
DIMENTO
TEÇÃO
TÁVEL
GA COMPRIDA
8 – ÁGUA DESTILADA
9 – SACO BRANCO
LITROS
10- TRANSOFIX
11- COMPRESSA ABSO
12- MANTA ABSORVE
13- BARREIRA DE CO
14-BOMBONA
1.
RÁPICOS
ceder, munido dos
ILADA 250 ml
ANCO GRANDE 100
ABSORVENTE 45/50
ORVENTE
E CONTENÇÃO
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
EFEITOS ADVERSOS NO MANEJO DA QUIMIOTERAPIA
ANTINEOPLÁSICA PARA OS TRABALHADORES
▪ VERMELHIDÃO CUTÂNEA; ▪ EDEMA DE MUCOSA; ▪ ÚLCERA;
▪ ESTOMATITE; ▪ PRURIDO; ▪ ERITEMA; ▪ PRESENÇA DE ERUPÇÕES
CUTÂNEAS; ▪ EDEMA DE PÁLPEBRA; ▪ NÁUSEAS; ▪ DISPNEIA
ASMATIFORME; ▪ EDEMA DE GLOTE.
PROCEDIMENTOS DE ENFERMAGEM EM CASO DE DERRAMAMENTO
SOBRE O CORPO
CUIDADOS GERAIS
DERRAMAMENTO
1) NA PELE:
▪ INTERROMPER AS ATIVIDADES IMEDIATAMENTE;
▪ LAVAR ABUNDANTEMENTE COM ÁGUA, SEGUIDO DE ÁGUA E
SABÃO, SEM PRODUZIR ATRITO LOCAL, PARA EVITAR IRRITAÇÃO;
▪ PROCURAR ATENDIMENTO MÉDICO.
2) NO AMBIENTE:
▪ EM CASO DE DERRAMAMENTO, OS PROCEDIMENTOS SERÃO
REALIZADOS PELOS FUNCIONÁRIOS DO SETOR RESPONSÁVEL.
OBS.: COMUNICAR AO SETOR EM CASO DE DERRAMAMENTO PELO
RAMAL CORRESPONDENTE.
3) NAS ROUPAS:
▪ INTERROMPER AS ATIVIDADES IMEDIATAMENTE;
▪ RETIRAR AS ROUPAS, DE FORMA QUE NÃO TOQUE NA PARTE CONTAMINADA;
▪ ACONDICIONÁ-LAS EM SACO PLÁSTICO E RECIPIENTE ESPECIAL;
▪ PROCEDER COMO LIXO TÓXICO E PERIGOSO.
4) NOS OLHOS
▪ INTERROMPER AS ATIVIDADES IMEDIATAMENTE;
▪ IRRIGAR ABUNDANTEMENTE COM ÁGUA, SEGUIDO DE NaCI
0,9%;
▪ PROCURAR ATENDIMENTO MÉDICO.
ACIDENTES PUNCTÓRIOS OU ACIDENTES COM MATERIAIS
PERFUROCORTANTES
▪ INTERROMPER AS ATIVIDADES;
▪ ESPREMER O LOCAL DA PUNÇÃO PARA A SAÍDA DO SANGUE;
▪ LAVAR ABUNDANTEMENTE COM ÁGUA, SEGUIDO DE ÁGUA E
SABÃO;
▪ PROCURAR ATENDIMENTO MÉDICO.
OBS.: TODOS OS ACIDENTES, QUE ENVOLVEM O CONTATO DAS
DROGAS COM A PELE E MUCOSAS, DEVEM SER REGISTRADOS JUNTO
AO SERVIÇO DE SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO.
CONDUTAS DE SEGURANÇA
EPI’s ADEQUADOS NO ATO DA INFUSÃO
▪ CAPOTE DE MANGA LONGA FECHADO NAS COSTAS;
▪ MÁSCARAS DESCARTÁVEIS;
▪ LUVAS CIRÚRGICAS ESTÉREIS, APÓS A DEGERMAÇÃO DAS MÃOS.
EPI’s ADEQUADOS NO MANUSEIO DAS EXCRETAS
▪ CAPOTE MÁSCARA DESCARTÁVEL E DOIS PARES DE LUVAS DE
PROCEDIMENTO, INCLUSIVE NA TROCA DE FRALDAS;
▪ AO DESPREZAR EXCRETAS NO VASO SANITÁRIO, FAÇA COM
CUIDADO, EVITANDO RESPINGOS. AO DAR DESCARGA, FAZÊ-LO COM A
TAMPA DA MESMA FECHADA, EVITANDO A DISPERSÃO DE CITTÓXICOS
EM AEROSSÓIS.
RECIPIENTE DE GUARDA TEMPORÁRIA
APÓS O ACONDICIONAMENTO DOS RESÍDUOS QUIMIOTERÁPICOS
EM RECIPIENTES PRÓPRIOS, OS MESMOS DEVEM SER ALOCADOS NO
EXPURGO DO SETOR, TEMPORARIAMENTE, ATÉ QUE SEJA FEITA A
COLETA INTERNA PELO SERVIÇO DE HIGIENE E LIMPEZA.
A COLETA INTERNA DOS RESÍDUOS QUIMIOTERÁPICOS DEVE
SER REALIZADA PELA EQUPE DE HIGIENE E LIMPEZA, SENDO
NECESSÁRIA A UTILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
INDIVIDUAL (EPI’s), TAIS COMO:
- UNIFORME (AVENTAL DE BORRACHA);
- LUVAS DE BORRACHA;
- MÁSCARA/GORRO;
- ÓCULOS DE PROTEÇÃO;
- BOTA DE BORRACHA.
Agora, quanto ao evento da SIPAT, iremos dispor da programação,
que é composta de palestras multidisciplinares, além de vivências, e requer
uma preparação muito bem planejada. Segundo os preceitos da empresa
Diferencial Educação & RH (consultar link onde se encontram informações
sobre a empresa em destaque
(http://www.via6.com/empresa/58511/diferencial-educacao-rh), a SIPAT é:
“(...) uma semana voltada à prevenção, tanto no que diz
respeito a acidentes do trabalho quanto a doenças
ocupacionais. É uma das atividades obrigatórias para todas as
Comissões Internas de Prevenção de Acidentes do Trabalho,
devendo ser realizada com frequência anual. A legislação da
SIPAT está prevista na Portaria no 3.214, de 08/06/1978 [Grifo
nosso], NR-5, item 5.16, alínea [Grifo nosso] “o”: promover,
anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a
Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho –
SIPAT”.
(http://www.diferencialbr.com.br/modelo_sipat.pdf)
O cronograma da SIPAT está dividido em palestras técnicas e
vivências. Essas palestras podem ser ministradas por membros da própria
empresa, ao passo que as vivências, por profissionais de instituições diversas.
No tocante às palestras/temas concernentes à “Qualidade de Vida”, podemos
priorizar algumas sugestões, tais como:
- Tabagismo e alcoolismo;
- Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST’s);
- Higiene pessoal;
- Doenças Ocupacionais;
- Acidentes do Trabalho: causas (ato inseguro, condição insegura
e imprevistos;
- Saúde da mulher;
- Alimentação como fator preventivo de doenças;
- Bom clima organizacional como fator de saúde;
- Importância da atividade física;
- Biossegurança;
- Stress no ambiente de trabalho;
- Postura nos locais de trabalho (Ergonomia – NR 17);
- Segurança no lar;
- Reciclagem;
- Passatempos: palavras cruzadas e loteria de segurança para
SIPAT;
- Assertividade na comunicação.
Enquanto que tudo aquilo que confere às vivências, a empresa pode
oferecer os serviços a seguir:
- Massagem e alongamento;
- Ginástica laboral;
- Stress e autoavaliação;
- Respiração e visualização;
- Cantoterapia;
- Maquiagem e outros serviços de beleza.
Além do mais, os responsáveis pela Segurança do Trabalho podem
apresentar EPI’s, fitas de sinalização, equipamentos de medição, extintores,
mangueiras e outros produtos referentes a essa área, explicitando a utilidade
de cada um.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A área de Segurança do Trabalho tem, por excelência, um cunho
multidisciplinar e se adéqua a todos os ramos de trabalho. Em especial, no
contexto hospitalar, a gama de assuntos para programas de treinamento (e
desenvolvimento) é bastante variada, por isso, o técnico/instrutor está sempre
comprometido a elaborar o conteúdo, organizar o material e interagir com o
grupo de colaboradores que receberá o treinamento. Porém, como podemos
avaliar o aproveitamento dos colaboradores em prol da integridade física e
mental dentro do ambiente laboral? Mesmo quando se trata de saúde, as
pessoas ainda não se conscientizaram a respeito dos procedimentos
condizentes a atos seguros e a casos de acidentes.
Se for funcionário da higiene, da enfermagem, da manutenção
(obras) ou de qualquer setor do hospital, é imprescindível o envolvimento ético
com a sua segurança e a do seu par, para que o índice de acidentes possa ser
o mínimo possível. Portanto, seria viável a criação de uma proposta
pedagógica nos cursos de Segurança do Trabalho, no que tange ao processo
de T&D. Isso porque as instituições que oferecem o curso de Segurança do
Trabalho não apresentam uma disciplina centrada na prática de T&D. O
técnico/instrutor passa a experimentar a habilidade de comunicação em
treinamentos, quando já está exercendo a função. Além disso, alguns
estudantes dessa área podem não apresentar tal habilidade e sentir que sua
formação pode ficar deficiente, dificultando, assim, o ingresso no mercado de
trabalho. A raiz do problema pode estar na grade curricular de cursos dessa
área.
Inclusive, outra sugestão seria a inserção de um pedagogo
empresarial nos hospitais, uma vez que os temas referentes a T&D são muitos,
há uma grande quantidade de profissionais graduados ou técnicos que
necessitam de um mediador/facilitador, quanto à sistematização de conteúdos
essenciais de áreas distintas, através da elaboração de projetos pedagógicos
dentro do ambiente de trabalho.
Se houvesse a possibilidade de investir na melhoria da qualidade de
T&D de pessoas, tanto no âmbito da Segurança do Trabalho, quanto no da
Pedagogia Empresarial, poderia evoluir o capital intelectual nos hospitais, além
de garantir a diminuição ou a eliminação de acidentes de trabalho, por meio de
programas periódicos de conscientização ou campanhas de integração. A
educação continuada, em virtude do progresso profissional e da ética, pode
contribuir significativamente no fluxo das ações cotidianas, para manter o
ambiente laboral mais organizado, evitando o re-trabalho e interrupções
desnecessárias, com o intuito de mudar o comportamento no sentido de
prevenir mais do que corrigir.
BIBLIOGRAFIA
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas: O Novo Papel dos Recursos
Humanos nas Organizações. RJ: Ed. Campus, 1999.
CARVALHO, Laiz Barbosa de (Co-autora). Novo Minidicionário da Língua
Portuguesa. 3.ed. SP: Larousse Cultural, 2009.
LOPES, Izolda (Org.). Pedagogia Empresarial: Formas e Contextos de
Atuação. 3.ed. RJ: Wak Editora, 2009.
PINTO, Antonio Luiz de Toledo; WINDT, Márcia Cristina Vaz dos Santos e
CÉSPEDES, Lívia. Segurança e Medicina do Trabalho. 4.ed. RJ: Saraiva,
2009.
RIBEIRO, Amélia Escotto do Amaral. Pedagogia Empresarial: Atuação do
Pedagogo na Empresa. 5.ed. RJ: Wak Editora, 2008.
ROBBINS, Stephen; JUDGE, Timothy A. e SOBRAL, Filipe. Comportamento
Organizacional: Teoria e Prática no Contexto Brasileiro. 14.ed. SP: Pearson
Prentice Hall, 2010.
RODRIGUES, Flávio Rivero. Treinamento em Saúde e Segurança do Trabalho.
SP: LTr, 2009.
WEBGRAFIA
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http://www.biosseguranca.com – 25/01/2012
http://br.linkedin.com/pub/julio-cesar-s-santos/25/544/1b8 - 28/03/2011
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http://www.profigestao.blogspot.com – 28/03/2011
http://pt.wikipedia.org/wiki/Biosseguran%C3%A7a – 25/01/2012
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http://sites.google.com/site/ferramentasgerenciais/recursos-humanos/ii-
treinamento-e-desenvolvimento-de-pessoas-t-d (ARAÚJO, Luis César G. de.
Gestão de Pessoas. São Paulo: Atlas, 2008.). – 22/07/2011
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO
AGRADECIMENTOS
DEDICATÓRIA
RESUMO
METODOLOGIA
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I
CONCEITOS GERAIS SOBRE PEDAGOGIA, PEDAGOGIA EMPRESARIAL E
SEGURANÇA DO TRABALHO
1. Aprendizagem e desenvolvimento: uma parceria de sucesso
2. O conceito de pedagogia
2.1. A importância da pedagogia empresarial nos dias atuais
3 – T&D: teoria e prática
4 – Noções gerais sobre segurança do trabalho
CAPÍTULO II
TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO NAS ORGANIZAÇÕES
1. Treinar pessoas nas organizações
2. Desenvolver competências, habilidades e atitudes: é possível?
2.1. Desenvolvimento organizacional
CAPÍTULO III
T&D EM SEGURANÇA DO TRABALHO
1. Necessidade de treinar pessoas e suas causas
1.1. Prática de T&D em segurança e medicina do trabalho no contexto
hospitalar
1.1.1. Processo de T&D através da palestra de integração
1.1.2. T&D em saúde e segurança do trabalho: conteúdo da palestra de
integração no ramo hospitalar
1.1.3. Algumas abordagens sobre assuntos de T&D em saúde e
segurança do trabalho
CONSIDERAÇÕES FINAIS
BIBLIOGRAFIA
WEBGRAFIA