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Universidade Cândido Mendes Pós Graduação “Lato Sensu” Projeto a vez do mestre A Importância dos Recursos Humanos Estratégicos nas Organizações Por: Aline Velludo Bulhões de Souza Orientadora Maria Lucia de Souza Moreira Rio de Janeiro 2010

Universidade Cândido Mendes Pós Graduação “Lato Sensu ... · objetivo exclusivo de fornecer ferramentas para a realização da gestão e desenvolvimento de pessoas, com clareza,

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Universidade Cândido Mendes

Pós Graduação “Lato Sensu”

Projeto a vez do mestre

A Importância dos Recursos Humanos Estratégicos nas

Organizações

Por: Aline Velludo Bulhões de Souza

Orientadora

Maria Lucia de Souza Moreira

Rio de Janeiro

2010

2

Universidade Cândido Mendes

Pós Graduação “Lato Sensu”

Projeto a vez do mestre

A Importância dos Recursos Humanos Estratégicos nas

Organizações

Apresentação de monograf ia à

universidade Cândido Mendes como

condição prévia para a conclusão do

curso de especial ista em pedagogia

empresarial.

Por: Al ine Velludo Bulhões de Souza

3

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, minha família, meus

amigos e meu amado marido pelos

incentivos e apoio necessários para

conseguir alcançar mais esse objet ivo.

4

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a todos que me apoiaram

e me incentivaram, não só neste momento,

mas em todos os momentos da minha vida.

5

RESUMO

Esta monograf ia aborda a importância de uma organização

possuir uma gestão estratégica de recursos humanos a f im de que

contribua para seu crescimento e fortalecimento no mercado. O

setor de recursos humanos constitui-se em uma das áreas mais

importantes e imprescindíveis na estrutura de uma organização.

Sendo assim, é necessário que o RH aprimore-se cada vez mais as

ferramentas que tenham grande impacto no desempenho dos

negócios por meio dos funcionários e que seja capaz de medir o

resultado f inal. Surge então a importância de ter um RH

estratégico dentro das organizações a f im de alcançar processos

alinhados com a estratégia da empresa e que, ao mesmo tempo,

sejam competit ivos no mercado e satisfaçam os anseios das

pessoas que nela trabalham.

6

METODOLOGIA

Pesquisa de caráter exploratório que util iza como ferramenta

para coleta de dados a bibliograf ia de livros, revistas, artigos e

sites.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

Noções gerais de gestão de recursos humanos 12

1.1- Breve histórico 12

1.2- Conceito

CAPÍTULO II

O papel e o objetivo do RH nas organizações 19

CAPÍTULO III

Recursos humanos estratégico 23

3.1- Noções gerais e conceitos 23

3.2- Aplicação do RH estratégico nas organizações 30

3.3- Impactos do RH estratégico nas organizações 33

CAPÍTULO IV

A resistência no processo de modificação do RH tradicional para o Rh

estratégico. 40

Conclusão 48

Bibliografia 49

8

INTRODUÇÃO

Este trabalho monográf ico trata-se de uma pesquisa

acadêmica cujo objetivo perfaz-se em propor uma ref lexão sobre a

importância de um Recursos Humanos (RH) Estratégico nas

organizações. Nesta perspectiva, realiza-se uma crít ica sobre as

classif icações do RH dentro das organizações e, como podem

realmente apresentarem valor agregado a estas, melhorando seus

resultados e aproximando-as da nova visão de futuro do

mercado.De acordo com Chiavaneto ( 2008):

Em Administração de Empresas, a def inição

clássica de organização é uma companhia,

corporação, f irma, empreendimento ou

inst ituição, ou parte ou combinação de uma

dessas, seja incorporada ou não, pública ou

privada, que têm suas próprias funções ou

administração, e que tenham um ou mais

objetivos f inais em comum, ouso aqui

complementar, “gerando os resultados

planejados” (CHIAVANETO, 2008, p. 21)

A chave do sucesso estará nas mãos da empresa que mais

se aproximar da compreensão de quem é o seu cliente. Sendo

possível observar que atualmente todos debatem a importância da

participação dos recursos humanos (RH) na gestão empresarial, na

busca de entender o verdadeiro papel desta área dentro das

organizações, e a ajuda essencial que deverá prover na realidade

futura de relacionamento organização versus mercado.

9

Pesquisando sobre o tema, nota-se que há uma imensa

quantidade de livros, revistas especializadas, seminários e cursos

sobre a importância e funções de um RH estratégico nas

organizações.

Todas as organizações, de maneira general izada, se

mostram cada vez mais conscientes de que o setor de Recursos

Humanos é um dos fatores fundamentais de competit ividade, e em

um mercado com mudanças aceleradas, isso pode se tornar um

diferencial não tão facilmente alcançado pelas demais.

Mesmo os modelos ultrapassados de gestão empresaria l que

possuem garantia de sucesso são questionáveis atualmente, pois

sabemos que o sucesso do passado não garante mais o sucesso

no futuro, e que as organizações precisam de alta f lexibi l idade,

para se ajustarem à velocidade nas mudanças das necessidades

do mercado.

De acordo com Brandão e Guimarães (2002) há diversas

classif icações para definir a forma de agir do RH das

organizações:

“Existe uma série de classif icações,

nomenclaturas, ut i l izadas para definir a forma

de agir do RH das organizações, entre elas

estão os 3 t ipos clássicos:

· RH´s umbilicais: São aqueles cujas

atividades são administrativas, rot ineiras, seus

serviços pouco agregam à organização como

um todo.

· RH da moda: Eles cumprem suas atividades

como os anteriores, porém sua estrutura

costuma util izar novos nomes (analistas são

10

tratados de consultores, RH pode ser chamado

de Gestão de Pessoas ou de Gente), buscando

as tendências “modernas”, usualmente

apresentam muita forma e pouco conteúdo!

· RH´s Estratégicos: Aqui se encontram os

raros. Segundo pesquisa do Professor Tomas

Wood Jr, “apenas 5% dos RH´s do Estado de

São Paulo pertencem a esta categoria. A

primeira diferença é o RH como staff , está

presente junto à diretoria desde o momento do

planejamento estratégico da empresa”.

(BRANDÃO e GUIMARÃES, 2002, p.55-70)

Assim, um RH estratégico deve participar da elaboração da

visão, da missão, e do planejamento estratégico da empresa,

real izando suas atividades e colaborando para que os planos

departamentais aconteçam de acordo com este compromisso,

buscando atingir as metas estabelecidas.

O setor de Recursos Humanos Estratégico tem em seu

contexto essencial o papel determinante de lidar com seus

prof issionais, tendo como prát ica não copiar outras realidades,

mas buscar seu próprio caminho, investindo em seu crescimento

através de cursos, leituras e, principalmente, questionamento,

criando desta forma, alternativas novas e inéditas para o contexto

organizacional.

Este trabalho just i f ica-se pelo fato de que as organizações

vivem em um processo de constante ajuste e renovação diante das

mudanças ocorridas diariamente no mundo empresarial. O setor de

Recursos Humanos acaba sendo visto, de maneira preconceituosa,

como um setor burocrát ico, sem importância, que têm como única

responsabil idade o pagamento dos funcionários.

11

Em algumas empresas, adotou-se o RH Estratégico. E

nessas empresas foi visto que ao delegar funções a este setor no

quesito integração diretoria – funcionários, o rendimento e os

lucros aumentaram. Apesar disso, ainda existe quem relute na

renovação e nas mudanças desde setor. Dentro deste contexto, o

estudo e o desenvolvimento do RH Estratégico mostram-se como a

ligação entre os funcionários e a direção de qualquer empresa,

desde a contratação pessoal até ao nível do corporativismo e

satisfação pessoal com o trabalho.

O objetivo geral adotado para este trabalho será comprovar

que o RH Estratégico, visto a partir da perspectiva do

empresariado moderno, é de extrema importância na relação

diretoria – funcionários. Para isto, os objet ivos específ icos

traçados foram conceituar o RH Estratégico; apresentar o papel

deste setor numa organização; analisar seu potencial estratégico

no desenvolvimento e lucratividade das empresas e demonstrar a

sua importância perante a relação entre funcionários e empresa.

Este trabalho terá como metodologia fazer uma revisão

bibl iográf ica dos principais l ivros e periódicos nacionais e

internacionais, além de art igos científ icos e sites of iciais acerca

dos estudos sobre o papel integrador do RH Estratégico.

12

CAPÍTULO I

NOÇÕES GERAIS DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS

1.1- Breve Histórico

Na área de Administração de Empresas, o setor de Recursos

Humanos tem como responsabilidade, de maneira general izada, a

gestão de pessoas dentro da organização. Este setor surgiu da

necessidade de controlar os trabalhadores de uma organização,

inicialmente em aspectos bem simples como a carga horária, a

quantidade de faltas e salários. De seu surgimento aos dias de

hoje, a área foi adquir indo inúmeras atividades, além de maiores

responsabil idades, tendo uma maior importância para o sucesso da

organização. Pode-se dizer que houve uma evolução da área, de

operacional para estratégica como explica Fisher (2002):

“No Brasi l a área de RH iniciou-se na

década de 30, época da legislação trabalhista,

do início do movimento sindical e da proteção

aos trabalhadores. Nas décadas de 40 e 50 a

intervenção governamental nas relações

trabalhistas se acentuou, mostrando a

necessidade de ampliação das funções do

Departamento de RH (1943 - promulgação da

CLT). Nas décadas de 60 e 70, t ivemos a

promulgação de leis de Segurança no

Trabalho, Saúde Ocupacional e Pensões. De lá

pra cá a área foi mudando e ganhando cada

vez mais importância, e hoje ela tem papel de

13

destaque na tomada de decisão de parte das

organizações brasi leiras também”.

(FISCHER 2002, p.58)

No entanto, sabe-se que aquelas atividades operacionais,

que deram origem a área, ainda fazem parte de suas

responsabil idades na grande maioria das empresas no Brasil e no

mundo. É notório que, em muitas empresas a forma de atuação

não é muito diferente de como era feita no passado, tendo a área,

por isso, muitas vezes má reputação, sendo alvo de crít icas por

outras áreas administrativas.

Com o passar dos anos, a sociedade vivenciou inúmeras

transformações, com isso a Gestão de Pessoas também foi se

transformando, conforme detalhado nos tópicos anteriores. Desta

forma, f ica explícito que as condições sociais, econômicas,

culturais e, obviamente, organizacionais são categóricas às

práticas de Recursos Humanos. Além do mais, a Era da Informação

também inf luenciou a gestão de pessoas. Fisher (2002) alega que

as pessoas devem ser fonte de vantagem competit iva. Mas a área

de Recursos Humanos também tem que ser por si só, uma fonte

que agregue valor a cadeia de valor organizacional.

“Com o advento da globalização e do

crescimento da tecnologia e a difusão da

Internet, começaram a surgir práticas de

gestão que buscam a competit ividade,

fundamentadas nestas inovações. São

exemplos de sucesso o e-business e o e-

commerce. Como a área de Recursos Humanos

também tem que se manter competit iva, ela

também busca se adequar às novas

14

tendências. Af inal, a área de RH, assim como

todas as áreas de uma organização, tem hoje

como objetivos a redução de custo, a ef iciência

e rapidez dos processos e a alta produtividade.

Além disso, é crescente a pressão sobre a

área para que ela se torne um parceiro

estratégico, um business partner, também

chamado consultor interno.

“Outra grande mudança que afeta a área de

RH é o surgimento de virtual workplaces-

organizações em que os empregados podem

trabalhar de qualquer ponto do mundo, estando

conectados a suas empresas eletronicamente.

Também chamado de teletrabalho, esta nova

modalidade surgiu da necessidade real de se

obter informações rápidas e de baixo custos e

aliar a melhoria de qualidade de vida, através

da f lexibil idade da escolha do local de

trabalho”. (FISHER, 2002, p.74)

1.2 CONCEITO

Recursos humanos uma espécie de RH burocrát ico, com foco

apenas em seus próprios processos. Também tido como

operacional não é somente o departamento de pessoal que atua na

elaboração da folha de pagamento, cálculos trabalhistas, relações

industriais e benefícios. Mesmo os RHs que possuem ações

estruturadas de treinamento, seleção, avaliação de desempenho e

programas de gestão podem vir a ter foco estr itamente

operacional, fechando-se para o restante da empresa e

preocupando-se exclusivamente com suas atividades, sem

importar-se com os impactos de suas ações nos resultados e nas

maiores metas da organização.

15

O setor de Recursos Humanos trata-se do conjunto de

empregados ou colaboradores de uma organização que tenham o

objetivo básico de alinhar polít icas de Recursos Humanos com a

estratégia da organização empresarial, através da Gestão de

Pessoas e da Gestão de Competências.

A gestão de pessoas é uma atividade executada por todos os

gestores de uma organização empresarial, com o apoio do setor de

Recursos Humanos, cuja f inalidade é de alcançar um desempenho

que combine as necessidades individuais das pessoas com as da

organização as que elas pertencem.

Já a atividade da gestão de competências se dá com o

objetivo exclusivo de fornecer ferramentas para a realização da

gestão e desenvolvimento de pessoas, com clareza, foco e critério,

obedecendo a tríade necessária à área de Recursos Humanos.

Este t ipo de gestão nos permite selecionar tais ferramentas

através de alguns mecanismos facil itadores, tais como:

Mapeamento e mensuração por competências, Seleção por

competências, Avaliação por competências e Plano de

desenvolvimento por competências.

Portanto, a gestão de recursos humanos vai consist ir num

somatório de papéis e atividades que podem ser sintetizadas no

seguinte:

a) planejamento de recursos humanos determinando aquilo que

deve ser feito para conseguir os colaboradores necessários para o

seguimento dos objetivos organizacionais, com vistas ao preciso

conhecimento da natureza dos objetivos da organização,

conhecimento do mercado de trabalho e o domínio das técnicas de

planejamento.

b) recrutamento e seleção:

16

* o recrutamento contém técnicas e métodos para atrair candidatos

capazes de realizar determinadas tarefas e ocupar cargos

estipulados pela organização, através de um processo selet ivo

interno ou externo;

* a seleção corresponde à escolha das pessoas, após o

recrutamento, comparando os perf is dos candidatos e as

exigências dos cargos e funções exigidas pela organização.

c) integração dos recursos humanos onde será efetuada uma

apresentação da organização de forma geral para o funcionário

selecionado, inclusive das instalações e demais colaboradores, a

f im de que se integre de maneira mais efetiva.

d) análise e descrição das funções:

* a análise das funções consiste na invest igação das tarefas,

obrigações e responsabil idades das funções a serem assumidas de

forma adequada;

* a descrição das funções trata-se de um retrato f iel das tarefas,

objetivos e responsabil idades da função a ser assumida, levando-

se em conta os seguintes aspectos:

- o que é que o funcionário faz?

- como é que o funcionário executa as tarefas?

- por que é que as tarefas são executadas?

- que capacidades são necessárias?

e) avaliação de desempenho consiste na apreciação do

desempenho do indivíduo na função que ocupa.

f) remuneração, benefícios e incentivos: entendendo-se por salário

a compensação periódica em forma de pagamento do trabalho;

incentivos são recompensas destinadas a compensar e encorajar

17

os empregados que demonstrem uma performance superior à

média e podem ser individuais, de grupo ou da organização;

benefícios são recompensas recebidas por todos os funcionários

pelo simples fato de serem da organização, tais como vale

alimentação, vale transporte, etc.

g) higiene e segurança no trabalho:

* higiene do trabalho perfaz-se em normas e procedimentos que

visam a integridade física e mental do trabalhador;

* segurança do trabalho trata-se de medidas técnicas destinadas a

prevenir acidentes.

h) formação prof issional e desenvolvimento pessoal, que inclui não

somente a formação no sentido de aumentar as capacidades com

vista à execução de um trabalho específ ico, mas a educação no

sentido mais general izado, de forma a aumentar o nível de

conhecimento e a capacidade do indivíduo em responder a

mudanças no ambiente externo à organização.

O processo de formação implica em quatro fases essenciais:

- diagnóstico da situação (identif icação e análise das necessidades

e conversão das necessidades em objetivos de formação);

- programação (quem treina; quais conteúdos; quais metodologias

usar);

- implementação (aplicação dos programas);

- avaliação (verif icação das alterações provocadas pela formação).

i) controle e auditoria dos recursos humanos que trata-se de uma

avaliação em caráter macro, ou seja, da organização em seu

conjunto que pode ser feita através de questionários, entrevistas e

estatíst icas de pessoal.

18

O RH é parte integral do negócio, e não apenas um

departamento que trabalha isolado, tendo de enfrentar desafios

como todos os demais setores. O primeiro é tornar-se um

prestador de serviços dentro da própria organização, aprendendo a

agir como parte do negócio, uma área que saiba descrever seus

serviços e que tenha ferramentas para medir quais são os custos,

os prazos e a satisfação do cliente interno com as entregas. Mais

um grande desafio é entender que, para fazer parte do negócio

realmente, o RH precisa aprender a aconselhar pessoas e oferecer

um trabalho de consultoria apoiado na sua expertise em

gerenciamento de capital humano.

19

CAPÍTULO II

O PAPEL E O OBJETIVO DO RH NAS ORGANIZAÇÕES

Antigamente, o setor de departamento de pessoal atuava

apenas entregando perfeitamente os resultados relat ivos a

admissões, promoções, demissões, entre outros. Depois, veio a

necessidade de treinar e selecionar as pessoas. Logo após,

pediram ao RH que entendesse de números e buscasse os

resultados organizacionais. Agora o papel é mais complexo e muito

mais estratégico. Cabe ao RH projetar o futuro e, a partir daí,

combinar os esforços para aliar as pessoas ao negócio.

Especialistas da área garantem que o grande diferencial

estratégico encontra-se nas pessoas. Isto é amplamente

conhecido, até porque o mundo vive a era do conhecimento, dos

talentos e da inovação. Em outras palavras, as pessoas que

trabalham nas organizações constituem um grande capital humano

e invest ir em pessoas signif ica invest ir em resultados.

De uma maneira ampla, os RHs ainda não compreenderam

que seu papel real é de desenhar polít icas, métodos e processos

que devem estar al inhados com a estratégia da empresa e que, ao

mesmo tempo, mostrem-se competit ivos no mercado e satisfaçam

os anseios de todos. Entende-se que o RH deve desenvolver seus

procedimentos de trabalho, ferramentas e polít icas, a f im de atingir

o perfeito equil íbrio entre a estratégia do negócio e a expectativa

dos colaboradores.

Contudo, é verdadeiro af irmar que muitos RHs ainda têm

pouco destaque em algumas corporações. O escritor Tom Peters,

em seu livro “Reimagine” diz que “a grande maioria dos planos

estratégicos das grandes empresas não tem nenhum capítulo

20

dedicado à estratégia de RH”. Tudo isso demonstra uma grande

relevância, mas trata-se de atividades “meio” e não “f im”. Essa

visão (ou falta dela) é mais perceptível quando se observa que os

RHs conformam-se em trabalhar sem mensurar os resultados

obtidos, em organizar grandiosos treinamentos sem conhecer a

ef icácia adquir ida, em administrar a “rotina” trabalhista sem cogitar

inovações e melhorias. A grande ut il idade da área ainda não é

percebida e muitos chegam a vê-la como um peso morto, um setor

burocrático e porque não dizer, uma barreira às pessoas.

De um lado, a tecnologia, a informática e a Internet se

mostram mais presentes no cotidiano de qualquer empresa. Do

outro, o setor econômico está aquecido. Isso acaba por resultar em

uma necessidade de administrar margens de lucro menores, em

transações mais ef icientes e enxutas. Tendo isto em vista, o

talento individual começa a ser cada vez mais valor izado.

Conseqüentemente, o RH passa a ser mais exigente com o perf i l

do prof issional que trabalha para sua empresa, pois a partir da

importância dada a esta pessoa se descobre o futuro de uma

organização.

Os prof issionais tão cobiçados pelas companhias

seguramente passaram por um processo seletivo para conseguirem

atuar onde estão no momento. Isto quer dizer que estes foram

recrutados e selecionados pelo RH daquela empresa,

demonstrando que não se deve esquecer a importância estratégica

dada a este departamento, em especial, da área de Recrutamento

e Seleção de Pessoal.

Com a necessidade de fechar o processo o quanto antes,

surge um problema frente a inúmeras outras tarefas que lhe são

atribuídas na qual, invariavelmente, o analista de RH acaba não

dedicando este tempo necessário e tão importante ao processo

seletivo.

21

Muitas outras tarefas operacionais são atr ibuídas ao RH

tradicional, o que pode impedi-lo de participar em decisões

fundamentais. Algo importante que poderia ser feito é a

sistematização das operações mecânicas ou ainda a análise de

quais poderiam ser eliminadas. Isso permitir ia distr ibuir as tarefas

da melhor maneira, focando no principal objetivo desse

prof issional: contratar melhor.

Entretanto, somente isso não é tão importante, uma vez que

a part icipação do RH nos projetos da empresa é tão importante

quanto o enxugamento das tarefas simplesmente operacionais da

área. Sendo assim, o papel estratégico do departamento mostra-se

como essencial, exibindo alguma boa solução para as empresas

que desejam aumentar seus resultados, obtendo lucros. E para que

isso seja possível, é crucial contar com alguém da área que

possua uma cadeira na diretoria e participação nas decisões, que

tenha mais conhecimento sobre os valores e objetivos da

organização. A gestão de pessoas mostra-se extremamente

importante, considerando-se todas as af irmações anteriores.

Durante a real ização do planejamento estratégico e das

reuniões decisivas, é indispensável a presença do representante

dessa área, sempre levando em consideração a vantagem

competit iva.

Se as empresas que são consideradas ideais para se

trabalhar forem observadas, é perceptível que elas colocam os

seus colaboradores em primeiro lugar. Valorizando o ser humano,

elas acabam conquistando um clima melhor de trabalho, sendo

mais competit ivas e lucrativas.

O departamento de Recursos Humanos uti l iza estratégias que

podem ajudar a companhia com ações de benfeitorias, que

incentivam os colaboradores para que também coloquem seus

22

clientes em primeiro lugar. Esses atos constituem o diferencial de

uma empresa. O prof issional do RH tem a obrigação de

desenvolver suas competências e implementar práticas inovadoras.

Por isso ele deve ser considerado como um agente de mudanças,

devendo estar habilitado a ser um estrategista.

23

CAPÍTULO III

RECURSOS HUMANOS ESTRATÉGICO

3.1 NOÇÕES GERAIS E CONCEITO

O RH Estratégico exibe-se como um setor articulado e

conhecedor da estratégia empresarial. O seu foco está em

resultados mensuráveis e ele é capaz de agregar valor ao negócio

e às pessoas. Tem papel de transmit ir todas as decisões tomadas

nas reuniões de discussões estratégicas aos funcionários. Além

disso, também realiza o f luxo inverso de informações, entendendo

as necessidades dos trabalhadores e levando-as à diretoria. A sua

visão vai muito além das atividades e processos de Recursos

Humanos.

A estratégia da empresa e das pessoas acontece de maneira

equil ibrada devido ao elo existente formado pelo RH estratégico.

Sem o equil íbrio entre estratégia e pessoas, aumenta-se o risco do

RH estar focado apenas nas polít icas da empresa e na criação de

regras que exerçam controle sobre as atividades dos funcionários.

O senso da realidade seria perdido ao se priorizar a aproximação

da estratégia e distanciamento das pessoas, correndo o r isco de

haver a implantação de algo sem sentido, além de ser visto como

arrogante. Em contrapart ida, se aproximar das pessoas e

distanciar da estratégia, passa a ter uma boa receptividade das

pessoas, mas as ações perdem em resultados obtidos.

RHs direcionados exclusivamente para as pessoas não

devem ser confundidos com obras assistenciais. Estes setores

fazem tudo o que estiver ao alcance para agradar os funcionários.

Quando não conseguem, geram revoltas, uma vez que muitos

24

atribuem a esse setor o papel de defensor dos “fracos e

oprimidos”.

Tudo isso está relacionado com o prof issional selecionado

para atuar nos departamentos de recursos humanos, que,

geralmente, são psicólogos, assistentes sociais ou pedagogos. É

necessário que, além de serem excelentes prof issionais, saibam

lidar com o público como ninguém. O problema é que normalmente

estas pessoas não foram treinadas para entender dos negócios,

não conhecem o ramo no qual a sua empresa atua e muitas vezes

desconhecem o que a equipe precisa para produzir mais.

O RH estratégico é aquele setor que consegue agrupar o

melhor dos dois lados e ainda assim manter o equil íbrio entre ação

e resultado. Em outras palavras, ele tem o dever de inf luenciar o

negócio com o objetivo de atingir o sucesso da empresa, e isso só

acontece, sem sombra de dúvidas, num ambiente composto por

pessoas felizes, desenvolvidas e produtivas.

Entretanto, o surgimento do RH estratégico não é um

acontecimento recente. Há vários anos, a necessidade de o setor

ajudar os departamentos a atingirem as metas da empresa é

discut ida. Para isso, é necessário que a burocracia na

administração de pessoal como, por exemplo, processar a folha de

pagamentos e gerir o plano de saúde corporat ivo, seja deixada

para trás, com a terceirização dessas atividades. A principal

motivação era ter tempo e oportunidade de focar suas ações na

criação de novas estratégias de gestão de pessoas, a f im de

estimular o desenvolvimento dos talentos que garant iriam o futuro

do negócio. Essa nova maneira de pensar do RH, com relação ao

seu papel e atuação direta, foi discutida em exaustão, mas, parece

que ainda não funciona direito na maioria das companhias.

25

Não existem fatores que impedem que o RH se torne

efetivamente estratégico, exceto quando existe a l imitação de

olhar para a organização apenas sob o foco do RH. Quando se

começa a olhar para a estratégia do negócio é inevitável: a alta

direção passa a enxergá-lo de modo diferenciado, assimilando a

importância de uma gestão estratégica de pessoas.

Nos dias de hoje, a uti l ização do termo “RH estratégico” vem

sendo adotada pelos prof issionais de Recursos Humanos das

grandes empresas. Mas, para alguns, o setor de RH estratégico

ainda é tomado como um sonho longe de ser concretizado. As

empresas, que tem a aplicação do RH no nível estratégico,

promovem a valorização do capital humano, conseguindo obter

resultados extraordinários, conforme vem sendo amplamente

publicado.

Desta forma, não restam mais dúvidas com relação ao capital

humano ser o recurso mais signif icante das organizações.

Contudo, ainda existem muitas barreiras a serem vencidas, para

aperfeiçoá-lo de forma competente. O caminho para um RH

verdadeiramente estratégico, com um espaço na diretoria e

participação nas decisões, é muito dif ícil e está apenas na sua

fase inicial, demonstrando com isso a importância de se conhecê-

lo.

É necessário que o RH part icipe das decisões tomadas pela

empresa, desde o planejamento estratégico, para que se possa

obter, juntamente com os outros setores da empresa, a

indispensável vantagem competit iva. Atualmente, o RH precisa ter

concentração no chamado “core business” (coração do negócio),

dando ênfase aos objetivos e resultados da empresa e gerenciando

inúmeros processos relacionados à gestão das pessoas.

26

Se não houver um enfoque na estratégia, não existe maneira

de alinhar a gestão de pessoas com as metas organizacionais. E

para que esse foco seja at ingido, é necessário delegar. Como

Peter Drucker ensinou, “o mais importante é identif icar o que não

fazer”. No caso do RH tradicional, existem inúmeras atividades,

principalmente operacionais, que podem ser delegadas,

terceir izadas ou simplesmente excluídas. Tomar essa decisão

signif ica possibil itar mais tempo para que os prof issionais de

Recursos Humanos consigam invest ir no seu foco principal.

A NP 4427:2004 - Sistemas de gestão de recursos humanos

– em sua introdução, deixa bem clara essa questão, ao af irmar:

“[...] a gestão de recursos humanos deve tratar de atrair, manter e

desenvolver as pessoas que desempenham atividades para a

organização [...] ”

As competências conferidas ao RH Estratégico possuem,

indiscutivelmente, relação com "Pessoas": desde atrair pessoas

competentes e desenvolver essas competências das pessoas, até

manter essas pessoas competentes.

Conforme determinado pela ISO 10015, o treinamento deve

seguir um planejamento e ser desenvolvido para alcançar, entre

outros, os seguintes resultados estratégicos: aumento da

produtividade, das vendas, do lucro, do retorno do investimento;

além da redução de custos, de desperdícios, de acidentes, de

rotatividade do pessoal, e promover uma melhoria contínua na

Gestão da Qualidade.

A Norma 10015 ainda esclarece que esse treinamento será

um invest imento e não uma despesa para a empresa, e que,

portanto, tem que ser desenvolvido com a f inalidade de conseguir

resultados signif icativos e mensuráveis.

27

O Professor Mário Sérgio Cortel la (2004), faz a seguinte

af irmação: “Tecnologia hoje é commodity. O que faz a diferença

são as pessoas. Por isso, as empresas inteligentes têm investido

cada vez mais no treinamento e montado seus estoques de

conhecimento, o que traz velocidade e renovação constante aos

negócios.” Para as normas ISO de Gestão, é obrigatório, o

seguinte:

· A f inalidade do treinamento têm que estar relacionada com a

estratégia da organização.

· Os resultados deste treinamento têm que ser analisados.

A norma NBR ISO 10015, ao ter como principal objet ivo a

qualif icação e o aperfeiçoamento dos trabalhadores de uma

empresa,coloca os funcionários em primeiro lugar, o que é

comprovado pelas empresas que são avaliadas como o melhor

lugar para se trabalhar. A implementação de um RH pode ser

facil itada se for realizada através de um PROJETO. Um projeto

bem elaborado e coordenado de acordo com a boa técnica

aumenta de modo signif icat ivo a probabil idade de ser bem

sucedido.

Para que consigam se tornar estratégicos, os prof issionais do

setor de RH necessitam desenvolver as características mais

importantes para implementar a Norma ISO 10015: Gestão da

qualidade – Diretrizes para treinamento – e outras Boas Práticas

de RH. Para isso, investir no treinamento contínuo dos

prof issionais de RH se mostra como uma necessidade essencial a

ser suprida, pelas organizações que desejam impor as normas de

gestão.

César Souza faz uma importante observação aos

prof issionais de RH, ao fazer a seguinte af irmação:

28

“Torna-se necessário e urgente reinventar a área de RH. Os

prof issionais dessa área só conseguirão ser co-autores das

estratégias corporativas quando tiverem domínio dos diferentes

negócios da empresa, visão estratégica, mente empreendedora e

clara percepção das competências essenciais que fazem essa

empresa ter lucro ou prejuízo”. (SOUZA, 2007, p22-23)

Os prof issionais de RH que almejem atender à demanda atual

precisam desenvolver competências para a implementação de

práticas modernas e inovadoras, dando grande destaque à

obtenção e análise de resultados e, principalmente, para implantar

as diretr izes ditadas pela norma ISO 10015.

Geralmente, o prof issional de RH apresenta uma boa

formação acadêmica, perf i l de empreendedor e de agente de

transformação. Conhecendo a ISO 10015 e outras ferramentas que

possuem relação com a área de Gestão de Pessoas, o prof issional

de RH terá competência para encarar os desafios de uma área

estratégica.

As ações de responsabil idade do RH – seleção, avaliação,

treinamento, programas de competências gerenciais, remuneração,

pesquisa de clima, etc – têm o dever de colaborar com a obtenção

das metas de negócio. Sem levar em consideração as funções

burocráticas e legais, se não há nenhum valor agregado não faz

sentido ocupar qualquer espaço no organograma.De acordo com

André Fisher( 2002) há três vantagens concretas e específ icas em

eleger a performance como alvo e competência de RH.

“Primeira: passamos a lidar com uma

variável tangível que pode ser observada,

descrita, mensurada e aperfeiçoada. E

29

convenhamos, a mensurabil idade tem sido o

calcanhar de Aquiles de RH.

- Segunda: nossos clientes internos são

obcecados em aprimorar produtos, processos

e performance. Eles vivem, sobrevivem e se

projetam em função dos resultados alcançados

e estão dispostos a pagar um pouco mais a

quem os ajude vencer o desafio.

- Terceira: a melhoria sistemática da

performance é uma ação estratégica chave

para a perpetuação da organização, tanto

quanto dos empregos, cl ientes, lucros e

invest imentos.” ( FISHER 2002, p.90)

O dever do setor de RH estratégico é tornar dif ícil a vida dos

concorrentes, facil i tando a vida do cl iente interno. Para que isso

seja possível, é necessário implantar capacidades gerenciais,

prof issionais, comportamentais e culturais ou substituir por um

“know-how” equivalente. Sabemos que o treinamento de pessoas

envolve a aplicação de conhecimentos, habil idades e técnicas

adquir idas para resolver problemas, melhorar as vendas ou

incrementar a produtividade da equipe. Esse tipo de

comportamento é chamado de agregação de valor. Ou seja, é o

procedimento de transformar o fator humano em um diferencial

competit ivo. É claro que o RH, como qualquer outra área, não atua

estrategicamente em tempo integral. A tát ica se mostra

fundamental para a execução da estratégia e cumprimento das

obrigações legais e morais que se espera de um RH e das

organizações vinculadas.

O invest imento em treinamento e capacitação dos

trabalhadores e do próprio departamento é outra particularidade

30

que se mostra fundamental para um RH ser estratégico. Os

resultados são obtidos através de pessoas, e os prof issionais de

RH, por estarem cientes disso, buscam cada vez mais

aprimoramento para seu pessoal e para si próprio. Devido a essa

conscient ização, as empresas conseguem enxergar de modo

crescente a importância dos colaboradores dentro da corporação.

Certamente, fábricas avançadas, equipamentos sof ist icados, robôs

ou tecnologia de ponta não tem capacidade de alterar a

importância de se ter, adquirir e manter bons funcionários. No

entanto, polít icas sociais atrativas, salários interessantes e

promessas de carreira, não seguram esses prof issionais se eles

não se sentirem inseridos e fazendo parte integrante na gestão

estratégica de seu trabalho.

3.2- APLICAÇÃO DO RH ESTRATÉGICO NAS ORGANIZAÇÕES

A atuação estratégica não é representada necessariamente

pela atuação em recrutamento e seleção, treinamento e

desenvolvimento, remuneração e carreira ou benefícios, pois é

possível exemplif icar empresas com todas essas áreas. Toda

organização existe para executar algo, porém o objet ivo maior é

atingir o que está expresso na visão empresarial.

Sem o auxílio de seus colaboradores, uma empresa não é

absolutamente nada, pois a organização por si não é capaz de

fazer nada, não saindo do lugar, sem ação, torna-se inerte. A

“alma” para a empresa são os seus funcionários; são eles que

fazem acontecer, ao atingirem os resultados esperados pela

‘Visão’. Por outro lado, também são responsáveis pelos resultados

serem alcançados ou não.

O Lucro não é pejorat ivo, é questão essencial para

perpetuação do capital. Como a organização em si é imóvel, são

31

as pessoas que devem ter as ações para tal resultado e, portanto,

alguém precisa conduzir as pessoas para que os resultados

organizacionais sejam atingidos. Ser estratégico é demonstrar à

sua empresa o quanto invest ir em gente dá retorno.

Frente a estas transformações, o mercado vem se tornando

cada vez mais competit ivo, o que exige de seus executivos a

percepção de que as organizações têm função de gerar lucros,

produtos, serviços e empregos à sociedade. Mas para que isso

ocorra, é importante entender o comportamento dos prof issionais

que estão inseridos nestas organizações, pois tanto os cl ientes

como o mercado exigem que o atendimento seja realizado por

pessoas altamente qualif icadas, que demonstrem equi l íbrio

emocional e que saibam lidar com situações adversas, além de

interagir de forma adequada, o que leva a geração de cl ientes

satisfeitos, e conseqüentemente, a manutenção da competit ividade

dessas empresas e da lucratividade de seus acionistas.

Existe uma grande necessidade das organizações de

acompanhar o desenvolvimento e essas transformações no

mercado global, onde a inovação, a criat ividade e o dinamismo

mostram-se como essenciais para a sobrevivência da organização.

Sendo assim, pode ser percebido que o potencial desenvolvimento

das organizações possui relacionamento direto com a Gestão do

Comportamento Humano e as transformações organizacionais e do

mercado. Devido ao fato descrito anteriormente, é preciso deixar

de lado o ant igo modelo burocrático e central izador, e passar a

uti l izar uma visão mais holíst ica, estratégica e inovadora, que

integra o ambiente e as pessoas como um todo.

Para que as organizações possam alcançar um alto grau de

desempenho é necessário que se coloque em prática alguns

pontos fundamentais, mas principalmente a ponto de vista voltado

para o incentivo ao comprometimento de todos os prof issionais,

32

além do senso de propriedade que formará o alicerce, criando o

futuro para a organização. A administração estratégica é a

real ização de um trabalho com ênfase em todo potencial que a

empresa oferece, tendo como objetivo relacionar suas metas e os

recursos necessários para atingi- las. Por isso, é necessário que a

organização estratégica esteja sempre se reinventando, traçando

novos passos, projetando os desafios do futuro para a sua

superação, impulsionando o crescimento da empresa.

Os valores e a cultura organizacional serão fatores que

podem contribuir no procedimento de adaptação às mudanças, uma

vez que proporcionam uma interação entre o ambiente externo e

as estratégias da organização.

Uma organização que possui um alto desempenho tem que

lidar freqüentemente com mudanças e transformações, sua

principal característica tem que ser a inovação constante e

continuada dos produtos e serviços prestados. É importante frisar

também a importância das pessoas que fazem parte da

organização, pois estas devem sempre se sentir estimuladas para

desenvolver suas competências, estarem em constante

aprendizado, trabalharem de maneira f lexível, sempre buscando o

crescimento pessoal, prof issional e, sobretudo o crescimento da

organização.

Pode-se concluir, então, que as organizações com um alto

desempenho e resultados são aquelas que valorizam a inovação,

percebem o presente com o olhar no futuro, possuem dinamismo, a

visão do inteiro, mas que essencialmente cuidam para que seus

recursos humanos estejam em constante atualização e

aprendizado, além de manterem um alto grau de comprometimento

e motivação entre seus funcionários.

33

3.3- IMPACTOS DO RH ESTRATÉGICO

A empresa como um todo tem o dever de avaliar todos os

prejuízos tangíveis e intangíveis que passará a assumir, entre os

quais podemos citar:

- perda de funcionários capacitados e já integrados, colocando-os

à disposição de ser contratados pela concorrência;

- aumento no número de reclamações trabalhistas motivadas pela

insensibi l idade da empresa num momento dif ícil;

- queda na produtividade dos “sobreviventes”, uma vez que estão

na expectativa de vir a ser os próximos da “l ista”;

- aumento da intensidade de boatos alarmantes, tanto interna

como externamente;

- danos à imagem da empresa junto a cl ientes, fornecedores e

comunidade;

- insegurança da direção corporativa, dos acionistas e

controladores;

- queda no valor das ações ou no valor de mercado da empresa;

- dif iculdades crescentes na aquisição de crédito;

- aumento nos custos de emprést imos bancários, entre outros.

Como é possível ser visto, além do alto custo humano, as

demissões sumárias - que diferem em números e objetivos das

chamadas demissões pontuais - podem levar a empresa muito

rapidamente ao fundo do poço, ao invés de salvá-la. A alternativa

para isso seria então, contar com um RH Estratégico que, como

tal, poderia ter alguns planos contingenciais, não só para um

34

momento de crise, mas para qualquer outro t ipo de situação que

venha a envolver o “core business” da empresa. Até porque o fato

de antecipar-se ao problema, propondo alternativas viáveis e

criativas, avaliando a relação custo-benefício de cada uma é o que

vai diferenciar o RH Estratégico do clássico Departamento de

Pessoal, que possui uma função mais restrita a recolher as

Carteiras de Trabalho e calcular as rescisões trabalhistas ao invés

de minimizar os danos embutidos nesses processos.

Segue uma entrevista realizada pela Revista On line –

Amazonas 24h, exemplif icando o tema em discussão:

“Empresas consideram setor de RH

estratégico

19-Abr-2010

São Paulo- O setor de RH foi fortemente

afetado pela crise, convive com mudanças

signif icat ivas nos últ imos anos e tem uma

série de desafios pela frente. É isso que

revelou uma pesquisa mundial realizada pela

Lockwood Leadership, representada no Brasi l

pela consultoria Fell ipel l i, com prof issionais da

área em todo o mundo. Segundo o estudo, o

maior desafio para os próximos cinco anos é o

desenvolvimento de lideranças, seguido da

gestão de talentos, do equil íbrio entre

necessidades globais e locais e das mudanças

de gestão nas organizações.

"O panorama atual exige que o setor esteja

focado em identif icar os potenciais l íderes e

35

desenvolver suas habil idades prof issionais,

além de gerir adequadamente os talentos.

Dessa maneira, poderemos explorar o que

cada colaborador tem de melhor, respeitando a

individualidade e compondo a mão-de-obra de

forma inteligente", af irma Adriana Fell ipel l i,

sócia-diretora da consultoria. "No Brasil , essas

necessidades são ainda maiores, com o

desenvolvimento da economia e a crescente

posição de destaque no cenário internacional",

destaca.

Segundo os entrevistados, o RH é visto por

34% das empresas como um setor estratégico,

e 30% o consideram um agente de mudanças.

"Esses índices demonstram a valorização do

setor, que tem crescido nas companhias. Nos

últ imos anos, passamos a ser vistos como uma

área dedicada a alcançar resultados

específ icos, melhorando a capacidade de

mudança dentro das empresas", explica

Adriana. Essa visão ref lete as modif icações

que têm ocorrido no setor. Para 36% dos

pesquisados, o papel do RH mudou muito nos

últ imos três anos, atendendo às novas

necessidades das empresas, e 21% acreditam

que as mudanças foram radicais, com

reestruturações substanciais nos serviços.

Em relação às mudanças ocasionadas pela

crise econômica, 46% responderam que o

impacto foi grande, com modif icações nos

serviços oferecidos. Os prof issionais

36

afirmaram que, além de incluir mais táticas de

gerenciamento de crise nos treinamentos,

t iveram que reorganizar suas estratégias de

gestão devido ao corte de custos.

Finalmente, a pesquisa revelou quais serviços

do RH são mais valorizados pelo público

interno das empresas. Realização de

treinamentos (30%) e a avaliação do trabalho

(20%) foram as funções mais votadas. "A

pesquisa revela a cara do RH atualmente: um

setor estratégico, com a função de consultoria

e coaching, e não somente administrat iva",

f inaliza Adriana.

Mais informações sobre a Fell ipel l i

“A Fellipell i é parceira da Results Coaching

Systems na comercial ização da metodologia

de coaching baseada na neurociência no

Brasil, e representa as empresas Consulting

Psychologists Press, Team Management

Systems, a Birkman International Inc. e

Lockwood Leadership no país. A companhia

tem como missão auxil iar na busca por

soluções que promovam efetivo aumento de

performance nas empresas. Seu objetivo é

torná-las mais competit ivas e ef icientes,

valorizando as preferências individuais e

prof issionais das equipes ao administrar

conflitos e gerenciar recursos. A Fell ipel l i é

l íder em instrumentos de avaliação

mundialmente reconhecidos como indicadores

de alta qualidade e confiabil idade, todos de

37

acordo com os padrões ét icos estabelecidos

pelo mercado”

(REVISTA AMAZONAS 24H ON LINE. In:

http://www.amazonas24horas.com/Empresas-

consideram-setor-de-RH-estrategico.html.

Acesso em 16/07/2010)

Anteriormente fora citado que desde os anos 70, é possível

ser observada uma crise estrutural do capital ismo, o que revela um

esgotamento do modelo taylorista/fordista de produção seriada. A

grande quantidade de bens produzidos e serviços disponibi l izados

em busca de mercado, apresentando similaridades que os

transformam em “commodities”, para um mercado consumidor cada

vez mais exigente por qualidade, preço e inovação, impõem uma

nova maneira fabril de pensar, que busca agregar valor aos bens e

serviços com redução dos custos de produção e aumento da

qualidade.

Consequentemente, as organizações vêm trazendo

modif icações em seus procedimentos internos e externos,

incorporando inovações contínuas, buscando assim, uma maior

adaptação aos ambientes globalizados que se modif icam em

velocidade acelerada. A informatização, a automatização, células

de produção, desenvolvimento sustentável, terceir ização, alianças,

organização virtual e responsabilidade social, entre outras tantas

iniciat ivas, já não se mostram como meras estratégias em busca

de ef iciência e ef icácia, e sim como estratégias inovadoras no

esforço de sobrevivência das organizações. Manter-se junto ao

cliente não é mais uma expressão de marketing, mas uma f i losof ia

e a principal missão das empresas maduras e intel igentes na

conquista e manutenção de um mercado.

38

Segundo Charles O’ Reil ly III e Jeffrey Pfeffer( 2001):

“Empresas extraordinárias, que se destacam por procurarem, em

sua gerência, envolver os recursos emocionais e intelectuais de

seu pessoal; l ibertando o valor oculto de sua força de

trabalho.Todos nós queremos nos sentir valorizados como

pessoas, não só como agentes econômicos. Queremos ser

respeitados pelo que somos, não só pelo que fazemos”. ( O’

REILLY e PFEFFER, 2001,p.22)

Enquanto existe uma preocupação pela concorrência em

correr atrás das mesmas pessoas disputadas, as empresas

consideradas inteligentes estão fazendo algo inf initamente mais

importante e mais dif ícil de se copiar – construindo organizações

que tornem possível que todas as pessoas comuns, em cada mesa

e em cada setor da empresa, apresentem um desempenho

excepcional.

A atuação da gestão estratégica de pessoas é aquela que vai

valorizar modelos sistêmicos e complexos, onde os pilares

psicológicos inerentes aos seres humanos além de ser

considerados, também são incorporados como ferramentas

facil itadoras de crescimento intelectual, de conhecimentos técnicos

e de posturas comportamentais do prof issional, possibil i tando-o a

descobrir novos talentos e avançar em pontos relevantes ao longo

de sua trajetória no ambiente organizacional.

De acordo com O’ Reil ly III e Jeffrey Pfeffer( 2001): “As

características da administração estratégica de recursos humanos

explicitamente reconhece os impactos do ambiente organizacional

externo; reconhece o impacto da competição e da dinâmica do

mercado de trabalho; apresenta foco no longo prazo; enfatiza a

escolha e a tomada de decisão; considera todas as pessoas da

empresa, e não apenas o grupo de executivos ou de empregados

operacionais; está integrada com a estratégia corporat iva e com as

39

demais estratégias funcionais”. (O’ Reilly III e Jeffrey Pfeffer(

2001, p.51)

Não existe maneira de relacionar a gestão de pessoas com

os objetivos das organizações, se não der ênfase na estratégia. É

necessário delegar, para conseguir esse foco na estratégia. É

essencial que saibamos o que não é correto fazer. No caso do RH

tradicional, há muitas tarefas, principalmente operacionais, que

podem ser delegadas, terceirizadas ou simplesmente abolidas.

Implementar essa decisão signif ica disponibil izar tempo para que

os prof issionais de Recursos Humanos invistam no seu foco

principal nas pessoas, nos funcionários da empresa.

Como resultado dessa estratégia, é notório a existência de

muito mais gente feliz em relação as suas vidas prof issionais,

pessoais, afetivas, familiares e sociais. Pessoas que serão mais

abertas e disponíveis para o novo, para conhecimentos diversos,

sem ter amarras, que possuam energia posit iva,

demonstrando ter o coração e a mente abertos para receber o

diverso, em uma organização produtiva e saudável.

40

CAPÍTULO IV

A RESISTÊNCIA NO PROCESSO DE MODIFICAÇÃO

DO RH TRADICIONAL PARA O RH ESTRATÉGICO

Se os freqüentes desafios propostos pelo mundo moderno

fossem seguidos, as organizações que são proativas e bem

sucedidas poderiam ver o surgimento de um novo conceito de

gestão de recursos humanos: a consultoria interna. Uma

verdadeira revolução na área de RH foi ocasionada graças a

globalização da economia e o aumento da competit ividade do

mercado.

Antes, gerir pessoas, através do Departamento Pessoal,

consistia em tratar burocrat icamente todos os processos de

admissão, bem como o pagamento de salário, demissão e as

obrigações no âmbito jurídico das empresas. O RH t inha função de

f iscalizar e regular por excelência. Com o surgimento da Escola

das Relações Humanas e o aperfeiçoamento das doutrinas sobre

comportamento organizacional, a administração de recursos

humanos evolui gradativamente na direção das tendências atuais.

É evidente que, ainda hoje, muitas empresas ainda conservam a

antiga visão e maneira de lidar com os seus recursos humanos,

que envolve custos f ixos gerenciados de forma paternalista,

burocrática e estát ica.

Entretanto, a gestão administrativa é conhecida por ser o

fator diferencial de qualquer organização. O desafio visto nos

tempos modernos é, portanto, a agregação de valor às suas

atividades, visando à transformação dos seus recursos humanos

em um centro lucrativo, através do investimento nas pessoas.

41

O tradicional modo de administração de recursos humanos

está fadado a ser f inalizado, uma vez que é crescente o número de

empresas que passaram a adotar o novo método de gestão de RH.

Graças à sensatez das organizações modernas, que são

bastante perceptivas quanto às conseqüências da economia

globalizada, da inovação tecnológica (incremento da comunicação

e facil idade de acesso à informação) e à nova relação capital e

trabalho, pode ser visto um novo direcionamento da gestão rumo

ao aprimoramento da estrutura trabalhista.

O conhecimento de que as pessoas estabelecem a essência

das organizações e que é necessário um invest imento no seu

capital intelectual têm a sua definição na prática de adotar novos

sistemas de gestão, que se iniciam com a Reengenharia , o

Downsizing , a Terceir ização e Quarteirização das suas atividades-

meio e, f inalmente chegando na gestão "on-line" e no início da

transição do prof issional de recursos humanos para consultor

interno.

Deste modo, a evolução da gestão de RH surgiu da

necessidade de possuir um maior conhecimento do ambiente

interno e externo da organização, com a f inalidade de participar do

seu planejamento estratégico integral, otimizando a qualidade dos

produtos/serviços oferecidos pela empresa ao seu público interno

(gerência, colaboradores) e externo (mercado, sociedade).

O principal objet ivo do recém prof issional de RH começa a

ser a busca do comprometimento do funcionário com a empresa em

todos os planos, buscando a integração de seus prof issionais no

processo de mudança, conscientizando-os da importância do papel

exercido, incentivando a criat ividade e a autonomia, fazendo que

eles façam a diferença, uma vez que, embora estejam trabalhando

em conjunto e com tecnologias mais sof ist icadas, somente eles

42

possuem o dom do pensamento, da criação e da inovação. Com

pessoas motivadas, conscientes e envolvidas é possível vencer

todos os desafios impostos pela competit ividade.

Independentemente da organização e de seus objetivos, à

medida que se torna maior, a complexidade de suas situações

aumenta proporcionalmente, o que requer novas iniciativas que

vão além da gestão técnica de recrutamento, seleção, treinamento

e desenvolvimento, remuneração, planejamento de carreiras,

avaliação do desempenho, tratamento das relações sindicais,

sociais e da burocracia legal. Começam a surgir necessidades de

melhorias que envolvem o processo seletivo, salarial e

desenvolvimento de treinos estratégicos.

Orl ickas (1999) faz uma observação sobre um fator

fundamental: “O ponto crít ico da gestão dos recursos humanos é a

administração "técnica" e o gerenciamento "por partes" das

pessoas, o que, com o tempo, perde a relação com o trabalho, com

o negócio, com os resultados esperados e com a demanda de

mudanças do ambiente, tornando-se ampla e mecânica.”

(ORLICKAS , 1999,p 67)Ou seja, as pessoas são diferentes entre

si e, a part ir disso, precisam ser geridas de uma forma dinâmica,

individual e direcionada a sua equipe de trabalho.

A área de recursos humanos foi, sem margem de dúvidas, o

setor que exibiu a maior resistência à era da globalização.

Entretanto, as part icularidades atuais do ambiente interno e

externo das empresas vêm inf luenciando amplamente o setor

empresarial, exercendo uma grande pressão na busca de novas

estratégias de gestão, que possam agil izar e otimizar a tomada de

decisões, maximizando a qualidade de seus produtos/serviços e

valorizando os seus recursos humanos. São esses desafios que

vão originar novos prof issionais e el iminarão, aos poucos, a gestão

43

tradicional, trazendo destaque ao constante aprendizado e a

atitude de assumir riscos.

As organizações são formadas baseadas em um conjunto de

pessoas em torno de um objetivo comum. Essas pessoas vão

conduzir o negócio, uti l izando-se de todas as informações que têm

a disposição e aplicando seus conhecimentos e habil idades. Serão

essas pessoas as grandes responsáveis por alcançar os resultados

pretendidos pela organização. Embora tenham a incerteza do

futuro, as empresas precisam estar preparadas para enfrentá-lo.

Para isso, elas devem invest ir na capacitação dos seus

prof issionais para assegurarem a sua permanência e

desenvolvimento no mercado. Sendo assim, esse tornou-se o

grande desafio do negócio de RH: obter vantagem competit iva

através dos trabalhadores, administrando com as pessoas e

buscando o seu comprometimento.

Assim sendo, antes de tomar a decisão de implantar o

método de consultoria interna de RH, as organizações tem o dever

de reestruturar as suas polít icas de RH, que venham a eliminar a

burocracia desnecessária, garantindo a ef icácia do trabalho

através do investimento na área pessoal e disseminando

internamente o conceito de business, preparando assim a empresa

para o amanhã, de acordo com o novo objetivo do RH: atuar como

uma unidade estratégica de negócio, que também é favorável

f inanceiramente para a empresa.

E tudo isso pode ser adquirido através da orientação,

instrumentalização e acompanhamento, em termos de

procedimentos e processos, de todos os seus colaboradores.

Atualmente, é exigida do prof issional de RH a convivência do dia-

a-dia do seu cl iente interno que, no método de consultoria interna,

são os gerentes de cada setor, a sua equipe, bem como a diretoria

44

da empresa, que são responsáveis por integrar o ponto de vista do

consultor interno na tomada de decisões.

As pessoas procuram suas satisfações pessoais e anseiam

que essas sejam realizadas, ao passo que a organização espera

uma grande contribuição de cada um. Para que tais interesses e

expectativas se tornem compatíveis, o business RH tem o dever de

oferecer ao seu cl iente interno os melhores produtos e serviços,

identif icando as necessidades e apresentando novas resoluções,

para estreitar os canais de comunicação, além de buscar novas

ferramentas para evoluir a cultura da organização, de uma maneira

que possa agregar valor à empresa através das pessoas,

aumentando a sua capacidade e obtendo maior motivação e assim,

maior lucrat ividade, com um menor custo e maior qualidade,

produtividade e satisfação do seu cliente externo. Seguramente

não é um processo simples, mas gerir o capital intelectual da

empresa, inovar e ousar tornou-se o novo papel do prof issional de

recursos humanos.

O RH clássico está próximo a ver o seu f im, uma vez que

muitas empresas já conseguiram se l ivrar da burocracia e operam

em processos on-line , deliberando uma maior autonomia aos seus

prof issionais, através de programas de conscientização da

importância do trabalho em equipe e do comprometimento

individual com as metas corporativas.

É vál ido ressaltar que nunca antes o RH foi tão necessário

quanto neste momento. Este setor deve ser a base de lançamento

das mudanças comportamentais e culturais que transformarão

essas empresas a se tornarem mais aptas a competir na economia

global. Central izar informações e técnicas de recrutamento,

seleção, treinamento, cargos e salários tornaram-se coisa do

passado.

45

E, contrariando o que se possa acreditar em princípio, não

existe uma desvalorização do prof issional de RH no processo de

consultoria interna. A transformação do RH "tradicional" numa área

de consultoria, que procura o crescimento simultâneo da empresa

e de seus colaboradores, atuando com uma visão sistemática e

como facil itadora para a melhoria da ef icácia do setor de RH é a

atitude mais intel igente a ser tomada no momento.

Contudo, essa intensa mudança de conceitos deve ser

operada na ampla gestão da organização, visando a redução dos

graus hierárquicos, a aplicação de conceitos gerenciais originais, a

procura do trabalho participat ivo, de novos sistemas de

pagamento, de forma a gerar a agregação de valor a toda sua

clientela, seja interna ou externa. O RH organizado de modo

descentralizado se mostra como um item complementar na

reestruturação das coordenações a procura de um melhor

desempenho, que pode contribuir de maneira ampla para garantir a

sua perenidade no mercado de hoje e de amanhã.

Todo processo que resulte em mudança acaba gerando

apreensão, rejeição e ansiedade, o que é normal e previsível. A

resistência a mudanças é um processo emocional que envolve

sentimentos relacionados à nova realidade, como o medo de

perder o domínio, o poder e a segurança. Algumas pessoas

acreditam que sustentam o controle através da manutenção do

status quo , embora isso possa resultar em um desempenho

inadequado.

As organizações são nada mais que sistemas polít icos. O

impacto que a resultante do projeto pode provocar requer uma

atenção particular, uma vez que poderá gerar uma alteração no

equil íbrio de forças.

46

Para haja a superação desse elemento complicador, o

consultor interno precisa possuir a capacidade de identif icar e

administrar as emoções do seu cl iente interno, compreendendo-as

e encarando-as como um procedimento normal, como um sinal de

que um ponto crít ico foi alcançado, apoiando-o para que se

divulgue (seja de maneira verbal ou subtendido nas "entrel inhas",

através da linguagem corporal), comprovando a necessidade do

seu trabalho para a ef icácia do processo.

Usualmente, as resistências têm origem nas pessoas que

apresentam um perf i l conservador ou acomodado, que escolhem

trabalhar em meio às dif iculdades e de forma estática, evitando,

assim, as inovações por medo de errarem, uma vez que temem o

feedback e a crít ica.

Gerenciadores que possuem dif iculdades em suportar

mudanças são capazes de transmit ir sua insegurança ao seu

quadro e acendem um cl ima bastante desfavorável na organização.

É bastante usual que um cliente interno não receba a função de

gerenciar seus recursos humanos, por ter a crença de ser essa

uma função característ ica da área de RH e também por acreditar

que pouco pode contribuir uma vez que se encontra submetido a

esse mesmo contexto.

Enfrentar a mudança pode levar um prof issional a diferentes

manifestações. Orlickas (1999) consegue expor os t ipos de

resistências mais comuns: o questionamento constante sobre o

novo projeto e sua metodologia; a redundância no abastecimento

das informações; o cliente começa a alegar falta de tempo para

gerenciar seus recursos humanos; a criação de empecilhos e

distância; ofensiva ao trabalho da consultoria interna, alegando

não existir os resultados propostos. Isto demonstra que a pressão

por resoluções imediatas posit ivas são perfeitamente visíveis; o

cliente interno às vezes part icipa, às vezes permanece em silêncio,

47

ou então toma alguma atitude submissa; os prof issionais de RH

af irmam que outras empresas já f izeram o mesmo antes e não deu

certo e o cl iente interno tem um súbito envolvimento no projeto.

Uma vez conhecidas as resistências, no momento certo e

com o público adequado, deve-se mostrar que a organização está

buscando soluções, ao invés de somente apontar os problemas,

tentando explicar ao seu cl iente interno que o seu comportamento

é natural, sem colocá-lo em qualquer circunstância delicada e,

ouvi- lo em si lêncio, para deixar que ele diga o que pensa e, assim,

desabafe a sua ansiedade. Esse deve ser o caminho a ser seguido

pelo consultor para encarar esse momento dif ícil e fazer com que o

seu cl iente compreenda o seu trabalho, aceitando e colaborando

com o novo modelo.

É válido ser ressaltado que essa abordagem não só crit ica o

emprego das técnicas e suas especial izações, como também

mostra outra maneira de se trabalhar com recursos humanos. Isto

demonstra uma concepção das pessoas nas organizações sob uma

nova óptica, que vem resultando em inúmeros questionamentos

oriundos dos empresários a respeito da importância das mudanças

para melhor, da evolução da gestão global, ref let indo e fazendo a

diferença através das pessoas - o verdadeiro diferencial

competit ivo - gerenciando e investindo em cada uma e

visualizando todo o conjunto. Esse processo de aprendizado e

amadurecimento vem, gradativamente, ajudando a transformar

organizações de todo o mundo em sistemas dinâmicos, arrojados e

l íderes de mercado.

48

CONCLUSÃO

As organizações ao longo do processo de crescimento e

desenvolvimento estão criando e aprimorando conhecimentos e

experiências para se adequarem ao novo cenário do mundo

globalizado, def inindo assim, a incessante busca pela

competit ividade. Tais processos estão diretamente l igados aos

fatores essenciais como a f lexibi l idade, a qualif icação, e a

produtividade, gerando outros modelos de gestão de recursos

humanos, procurando reformular seu relacionamento com a força

de trabalho, objetivando melhorias contínuas de produção e

visando atrair os trabalhadores à co-participação dos desafios

competit ivos atuais.

As empresas estão incorporando novos padrões de relação

de trabalho onde buscam uma maior participação dos

trabalhadores na tomada de decisões das organizações.

Conseqüentemente, a valorização do capital humano está mais

acentuada, como também, a transformação dos recursos humanos

de uma atuação operacional para atuação estratégica.

Na busca contínua por novas polít icas da gestão de recursos

humanos, a inovação tornou-se um dos fatores fundamentais para

as organizações atualmente. As exigências de conhecimentos

práticos, como teóricos, além das novas atitudes e habil idades

decorrentes da introdução das inovações tecnológicas e sócio-

organizacionais, nas quais, vêem alterando o perf i l dos talentos

humanos dentro da organização. Esta abordagem ref lete novos

paradigmas que tratam da eminência de contornos para as

polít icas de recursos humanos voltadas à obtenção de resultados.

49

BIBLIOGRAFIA

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Gestão de Desempenho. In:WOOD JR, T.. (coord.). Gestão

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SOUZA, CÉSAR. Talentos & Competit ividade, Rio de Janeiro:

Qualitymark, 2007.

50

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 1

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

Noções gerais de gestão de recursos humanos 12

1.1- Breve histórico

1.2- Conceito

CAPÍTULO II

O papel e o objetivo do RH nas organizações 14

CAPÍTULO III

Recursos humanos estratégico 23

3.1- Noções gerais e conceitos 23

3.2- Aplicação do RH estratégico nas organizações 30

3.3- Impactos do RH estratégico nas organizações 33

51

CAPÍTULO IV

A resistência no processo de modificação do RH tradicional para o Rh

estratégico. 40

CONCLUSÃO 48

BIBLIOGRAFIA 49

ÍNDICE 50

FOLHA DE AVALIAÇÃO 52

52

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da instituição: Universidade Cândido Mendes

Título da monografia: A Importância dos Recursos

Humanos Estratégico nas Organizações

Autora: Aline Velludo Bulhões de Souza

Orientadora: Prof ª Maria Lucia de Souza Moreira

Data da entrega _____/_____/____

Avaliado por Conceito