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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU” PROJETO VEZ DO MESTRE CURSO PSICOPEDAGOGIA O DISTÚRBIO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO (DDA) EM PSICOPEDAGOGIA Por SIRLENE MARIA DE ALMEIDA OLIVEIRA Orientada por: Mary Sue Carvalho Pereira Rio de Janeiro Outubro/2004

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”

PROJETO VEZ DO MESTRE

CURSO PSICOPEDAGOGIA

O DISTÚRBIO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO (DDA)

EM PSICOPEDAGOGIA

Por

SIRLENE MARIA DE ALMEIDA OLIVEIRA

Orientada por:

Mary Sue Carvalho Pereira

Rio de Janeiro

Outubro/2004

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”

PROJETO VEZ DO MESTRE

CURSO PSICOPEDAGOGIA

O DISTÚRBIO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO (DDA)

EM PSICOPEDAGOGIA

OBJETIVO:

Monografia apresentada como exigência final para

obtenção do grau de Especialista em Psicopedagogia,

do Projeto a Vez do Mestre – Universidade Cândido

Mendes, por Sirlene Maria de Almeida Oliveira.

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AGRADECIMENTO

Primeiramente, agradeço a Deus, essa energia que nos

envolve e fortalece todos os dias, pelo avanço desses

novos passos;

Agradeço a meus filhos, Rodrigo e Renata pelo

incentivo e apoio atribuídos a esse meu caminhar.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a todos aqueles que, de alguma

forma, se sintam envolvidos pela expressão DDA e

que numa estreita união entre esperança e apoio,

buscam a estrutura necessária para viver a paz e a

alegria.

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“Não, não tenho caminho novo. O que tenho de

novo é o jeito de caminhar”.

Thiago de Mello

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RESUMO

O Distúrbio do Déficit de Atenção (DDA), é considerado o distúrbio do

neurodesenvolvimento mais comum da infância, porém, pouco conhecido pelo

público em geral, com freqüência passa despercebido ou é erradamente

diagnosticado.

Os sintomas oficiais do DDA são: inatenção, impulsividade e, às vezes,

mas nem sempre, hiperatividade ou excesso de energia.

Uma estimativa conservadora seria que 5% das crianças em idade

escolar têm DDA. O índice de crianças com DDA no Brasil é de 3 a 6%.

Por muitos séculos esse tipo de criança foi punida, discriminada e

considerada como um enorme desafio para os pais, professores e médicos.

Com uma manifestação precoce, geralmente, antes dos 7anos de idade,

o professor é, com freqüência, quem primeiro percebe os indícios do DDA em

crianças, devendo, por isso, verificar o que está realmente ocorrendo, com o

compromisso de quem busca auxiliar no diagnóstico e superar as dificuldades

apresentadas.

Estudos revelam que o mau aproveitamento escolar dessas crianças,

em geral, é devido à falta de concentração e a excessiva atividade não

produtiva é resultado das condições existentes no próprio contexto escolar.

É importante estarmos preparados para oferecer a essas crianças,

oportunidades iguais e a possibilidade de integração na sociedade, cabendo à

escola, a implementação de um trabalho que tenha como objetivo, o

atendimento educacional especializado aos estudantes e professores, a

modificação de posturas e atitudes com relação à freqüência dos alunos DDAs,

bem como difundir informações corretas sobre o tema aos pais e

responsáveis..

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METODOLOGIA O trabalho aqui apresentado constitui o resultado de uma incansável

busca pelo entendimento do comportamento DDA no contexto escolar.

Elaborado a partir de pesquisa bibliográfica, uma grande diversidade

de livros, de diferentes autores, foram consultados e confrontados, favorecendo

o esclarecimento de diferentes informações acerca da evolução do seu

conhecimento.

Sendo organizado e desenvolvido pela seleção dessas informações, o

trabalho foi finalizado, sugerindo que essas questões sejam socializadas no

espaço escolar, onde a presença desses alunos é comumente cogitada e

problematizada.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...............................................................................9

I – HISTÓRICO DO DDA..............................................................11

II – UMA TENTATIVA DE CONCEITUAÇÃO..............................17

III – A APRENDIZAGEM..............................................................36

CONCLUSÃO...............................................................................44

BIBLIOGRAFIA............................................................................45

ATIVIDADES CULTURAIS..........................................................47

ÍNDICE..........................................................................................49

FOLHA DE AVALIAÇÃO.............................................................51

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INTRODUÇÃO

O propósito almejado por esse trabalho é apresentar o esclarecimento

sobre o Distúrbio do Déficit de Atenção (DDA) em escolares, suas

conseqüências, possibilidades de atendimento e superação das dificuldades

que permeiam o processo pedagógico, já que esta condição é tão freqüente no

alunado, quanto controverso para a escola.

Indagar sobre a sua origem, através da evolução do seu conhecimento,

considerando suas diferentes denominações e características, possibilitaram o

acesso a importantes informações e conseqüentemente, à seleção entre mitos

e verdades que envolvem o tema DDA, visando uma abordagem atual e

comprometida com a prática pedagógica.

Com a determinação de esclarecer esse comportamento no contexto

escolar, sem, no entanto, estabelecer um compromisso mágico com as

dificuldades enfrentadas pela escola e pelo aluno DDA, também foi necessário

perquirir sobre a atuação dessa escola que se diz inclusiva e seus reflexos na

vida de seus alunos.

Essas indagações são básicas e indispensáveis ao enfrentamento do

problema. Suas respostas sinalizarão a intervenção adequada à superação dos

aspectos que se apresentem como prejudiciais à dinâmica escolar e ao

desenvolvimento da aprendizagem desse aluno.

Podendo mostrar-se como inquieto, impetuoso, desorganizado, com

dificuldade de concentração, muito embora, com freqüência, seja bastante

inteligente, o aluno DDA costuma ser protagonista de histórias que desafiam a

prática docente e os paradigmas historicamente cultuados pela escola.

O desconhecimento que existe sobre DDA, leva os profissionais,

especialmente da área de educação, a designar esses alunos como,

“preguiçosos”, “bagunceiros”, “cabeças de vento”, entre outros, cobrando deles

um comportamento idealizado por essa limitação, já que o Distúrbio do Déficit

de Atenção é caracterizado por uma constelação de problemas relacionados

com a falta de atenção, hiperatividade e impulsividade.

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Os rótulos que são atribuídos a esses alunos, além de estigmatizá-los e

favorecer a evolução do problema, denunciam a ineficiência da escola em

cumprir a sua função social.

Procurando articular a organização desse estudo às necessidades mais

abrangentes do tema DDA na escola, todo o conteúdo dessa Monografia foi

situado na área da Psicopedagogia, já que, estando baseada em diversas

áreas do conhecimento, revela-se capaz de atender aos atuais problemas que

obstruem o processo ensino-aprendizagem.

Norteando todos os procedimentos aqui sugeridos para o atendimento

ao aluno DDA, a Psicopedagogia reforça a esperança de que o êxito desse

trabalho seja possível, sendo esta a principal tarefa que aqui nos propusemos.

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I - HISTÓRICO DO DDA

Quando surgiu o DDA, não se sabe. Porém, acredita-se que os

sintomas do DDA estejam conosco há tanto tempo quanto o registro da nossa

história.

Crianças com comportamento marcado pela agitação falta de atenção

ou impulsividade, sempre existiram e despertaram o interesse científico, seja

para puni-las ou para entendê-las, em diferentes épocas.

Visto como defeito moral, no século XIX – e antes disso – esse “mau

comportamento ou comportamento incontrolado”, denunciava a

responsabilidade devida pelos pais, os filhos ou ambos, nos reflexos dessa

educação, que a sociedade condenava e que a Pediatria tentava corrigir,

indicando o castigo físico como o “remédio” necessário à reparação desse

fracasso.

O tratamento dispensado às crianças que se comportavam “mal”,

remontam episódios cruéis da história da civilização humana. Discriminadas

pela sua hiperatividade, eram vítimas de maus-tratos e, em alguns casos, até

mesmo exterminadas.

Na verdade, só recentemente as crianças conseguiram ter mais direitos

que os animais, o que resultou numa maior tolerância e curiosidade quanto ao

seu comportamento inadequado, e que, até então, era considerado como uma

possessão satânica ou uma fraqueza moral, que necessitava ser cruelmente

corrigida.

Apenas no início do século XX, o DDA passou a ser considerado uma

condição médica, já que as especulações sinalizavam para a neurologia e não

para o diabo, quando a preocupação eram os problemas com o

comportamento infantil, muito embora não se possa precisar quem foi o

primeiro a definir a síndrome. No entanto, o estudo realizado pelo Pediatra

inglês, George Frederic Still, em 1902, é considerado como o impulso inicial

das pesquisas sobre o DDA.

Still observou o comportamento de um grupo de crianças que de acordo

com a sua prática médica, tinha um defeito maior e crônico “no controle moral”.

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As crianças tinham atitudes agressivas, desafiadoras, resistência à disciplina,

desatentas, hiperativas, propensas a acidentes, sendo consideradas como uma

ameaça a outras crianças, devido a toda essa sua característica hostil,

perceptível antes dos oito anos de idade. Criadas em ambientes saudáveis e

com bons cuidados parentais, Still especulou que o “mau comportamento”

dessas crianças, poderia ter uma base biológica, uma propensão a corrupção

moral geneticamente herdada ou seria conseqüência de lesões sofridas por

ocasião do parto.

Apesar de rotular os pais dessas crianças como portadores de um

“defeito de controle moral”, Still confirmou uma ligação hereditária em seus

comportamentos, ao constatar que alguns membros de suas famílias eram

portadores de problemas psiquiátricos como depressão, alcoolismo e

alterações de conduta.

Quanto a teoria sobre lesões de nascimento e danos cerebrais, essa

persistiu nos anos 30 e 40, na idéia da “criança com lesões cerebrais”.

Dentre os estudos realizados, destacamos o artigo publicado pelos

médicos americanos Eugene Kahn e Louis H. Cohen, em 1934, no famoso The

New England Journal of Medicine, onde era revelada por eles uma causa

biológica nas alterações comportamentais das crianças vítimas da epidemia de

encefalite de Von Economo, ocorrida entre 1917-1918. Essas alterações

consistiam em uma imobilidade crônica em algumas vítimas e em outras, uma

insônia crônica que afetava a atenção, regulação da atividade física e controle

dos impulsos. Esse último grupo, manifestava os sintomas que hoje

consideramos ser a tríade diagnóstica do DDA: distrabilidade, impulsividade e

inquietação, e, por isso, Kahn e Cohen são considerados como os primeiros a

apresentar uma descrição mais sofisticada da relação entre doença orgânica e

os sintomas do DDA.

Essa revelação acabou por generalizar todas as crianças que

apresentavam sintomas similares aos observados naquelas atingidas pelo

surto de encefalite, acreditando-se que, de alguma outra forma, elas deveriam

ter sofrido algum dano cerebral, originando o termo “Lesão Cerebral Mínima”,

posteriormente mudado para “Disfunção Cerebral Mínima”, a famosa DCM, por

falta de evidências que pudessem confirmar a existência de lesões cerebrais.

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Sabemos que os pedagogos e os educadores foram os primeiros a se

preocuparem com os distúrbios apresentados por crianças com dificuldade em

qualquer tipo de aprendizagem, uma vez que, naquela época, o modelo médico

privilegiava o aspecto comportamental do distúrbio e o modelo pedagógico

privilegiava o aspecto da aprendizagem.

Em 1937, Charles Bradley descobriu, acidentalmente, que as

anfetaminas (medicamentos estimulantes do sistema nervoso central) eram

eficientes no tratamento de crianças com distúrbio de comportamento,

especialmente aquelas que eram hiperativas e/ou impulsivas, ajudando-as a

reduzir seus comportamentos tão ”perturbadores”. Esse efeito contrariava a

lógica e levou ao surgimento do conceito de “efeito paradoxal“ (efeito contrário

ao esperado com uso de determinada medicação), tendo sido considerada por

muitos profissionais como uma verdadeira prova terapêutica. Eles afirmavam

que a criança ou adulto que demonstrasse um efeito calmante após receber

anfetamina seria portador do distúrbio, enquanto o efeito estimulante, o

negaria.

Em 1945, foram fundados os primeiros centros psicopedagógicos com o

intuito de beneficiar pais, crianças e educadores em um trabalho que integrava

lar-escola. Unindo conhecimento psicológico e pedagógico, estes centros

procuravam tratar comportamentos socialmente inadequados, tanto na escola

como no lar, objetivando a readaptação da criança.

Mais tarde, em 1957, a denominação “Hiperatividade Infantil” foi utilizada

por Maurice Laufer, tornando-se o nome mais conhecido e que perdurou por

mais tempo, somando aos estudos então realizados, a hipótese de que a

síndrome deveria ser uma patologia exclusiva de crianças do sexo masculino e

que desapareceria naturalmente ao longo do seu crescimento.

Com o sintoma da hiperatividade isolado de qualquer noção de dano

cerebral, em 1960, Stella Chess e outros autores escreveram sobre a

“Síndrome da Criança Hiperativa”. Chess acreditava que os sintomas eram

parte de uma “hiperatividade fisiológica”, cujas causas estariam determinadas

mais na biologia (genética individual) do que no meio ambiente (como causador

de lesão). Daí o termo “Síndrome da Criança Hiperativa”.

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Em 1968, a Associação de Psiquiatria Americana (APA), usou o termo

“Reação Hipercinética da Infância”, ao publicar o Manual Diagnóstico e

Estatístico de Desordens Mentais (DSM-II), apresentando uma nova

denominação aos sintomas.

No início da década de 70, a definição da síndrome incluiu os sintomas

mais sutis de distraimento e impulsividade ao da hiperatividade. Também era

evidente a ramificação do DDA nas famílias sem a associação a maus

cuidados parentais e que os sintomas, muitas vezes, melhoravam com o uso

de medicação estimulante.

Devido a falta de indícios comprobatórios que pudessem confirmar a

suspeita de que o DDA tinha uma base biológica e era geneticamente

transmitido, alguns ainda argumentavam que o DDA seria um distúrbio mítico,

uma desculpa inventada para isentar de culpa as crianças problemáticas e

seus pais.

Em 1973, foram apresentados a Associação Médica Americana, vários

estudos que estabeleciam uma ligação entre determinados alimentos e aditivos

químicos e o comportamento e a habilidade de aprendizagem de certos

indivíduos, porém, esta teoria não foi bem aceita pela comunidade médica

dominante na época, muito embora tenha obtido a simpatia de uma grande

parcela da população americana.

Ainda na década de 70, Virgínia Douglas, no Canadá, através de sua

importante teoria direcionou o foco das pesquisas então voltadas para o

sintoma da hiperatividade, para as questões atentivas, que era subvalorizado

anteriormente. Graças principalmente ao seu trabalho, a síndrome foi

rebatizada, em 1980, como Distúrbio do Déficit de Atenção (DDA), sugerindo

uma uniformidade ao conceito.

Ainda em 1976, Grabriel Weiss mostrou através de estudos realizados a

longo prazo, que na adolescência, a hiperatividade pode diminuir, persistindo,

entretanto, os problemas de atenção e impulsividade. Esse estudo foi decisivo

para que esse tipo de funcionamento cerebral fosse reconhecido na população

adulta.

Com a publicação do DSM-III pela Associação Americana de Psiquiatria,

em 1980, a forma adulta foi oficialmente reconhecida, na época, nomeada de

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“tipo residual”, renomeando a síndrome como Distúrbio do Déficit de Atenção

(DDA). Apresentando-a dividida em duas categorias: Transtorno do Déficit de

Atenção com Hiperatividade (TDA/H) e Transtorno do Déficit de Atenção sem

Hiperatividade (TDA/SH), tendo a pretensão de desvincular a nomeação da

síndrome de seus aspectos etiológicos (fatores causais), dando destaque aos

aspectos clínicos (sintomas) e enfatizar a questão atentiva como sintoma

nuclear da alteração.

Sabe-se, hoje, que a maioria dos termos atribuídos ao DDA refletia mais

o nível de conhecimento atingido numa determinada época, do que

propriamente o que de fato ocorriam nas alterações de comportamento.

Em 1994, a Associação Americana de Psiquiatria publicou o DSM-IV,

classificando o DDA em dois subtipos básicos e em uma combinação de

ambos, tornando-se um consenso na busca pelo diagnóstico realizado pela

comunidade médica.

• Déficit de Atenção: DA, predominantemente desatento ;

• Déficit de Atenção: DA/HI, predominantemente hiperativo-

impulsivo;

• Déficit de Atenção: DA/C, em que sintomas desatentivos e de

hiperatividade/impulsividade estão presentes no mesmo grau de

intensidade (a maioria das crianças e adolescentes enquadra-se

nessa categoria).

Recentemente, especialistas americanos criaram um novo rótulo para o

DDA, visando identificar crianças hipersensíveis, cujo cérebro recebe uma

quantidade de estímulos muito maior que a pessoa comum: índigo – a cor

arroxeada do jeans, quase lilás, e escolhida por representar uma aura positiva.

O índigo, ou lilás, para a psiquiatra Ana Beatriz, é a versão superdotada

dos DDAs, fruto da revolução tecnológica, que hiperestimulou as crianças,

trazendo à tona seus expoentes DDA.

Acredita-se que nos EUA haja uma geração sem precedentes de

índigos. No Brasil, conforme afirma a psiquiatra, essa explosão de

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potencialidades ainda está por despontar, já que essa revolução tecnológica é

mais recente.

O estudo do DDA é dinâmico e a informação, deve ser o instrumento

utilizado entre os profissionais de educação e saúde, na busca pelo objetivo

maior dessa interação: a valorização e inclusão do aluno DDA no universo

social.

1.1 - Denominação escolhida

Na prática, qualquer que seja a nomenclatura atribuída dentre as

diversas classificações, deverá conceber o sintoma do déficit de atenção como

núcleo básico, comum e unificador desse tipo de funcionamento mental.

Portanto, o termo que adotaremos ao longo desse trabalho, será

Distúrbio do Déficit de Atenção (DDA), já que esta designação, inclui toda a

gama de manifestações dessa intrigante síndrome.

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II – UMA TENTATIVA DE CONCEITUAÇÃO

2.1 - O que é o DDA?

O DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção) é um dos distúrbios neuro-

comportamentais mais comuns da infância, que acompanha a criança desde o

início da sua vida escolar, chegando à fase adulta.

Tecnicamente, o diagnóstico correto atual recebe o rótulo de “Distúrbio

do Déficit de Atenção com hiperatividade” (Associação Americana de

Psiquiatria, 1994), incorporando, indevidamente, o sintoma da hiperatividade e

sugerindo, injustamente, através da palavra distúrbio, uma patologia na

diagnose.

Segundo a psiquiatra Ana Beatriz,

“O DDA é muito mais um tipo de funcionamento cerebral

diferente do que propriamente um distúrbio em si”.

Essa revelação retira o DDA da esfera da doença e possibilita uma nova

percepção para o comportamento DDA.

A clássica tríade de sintomas que o define inclui impulsividade, alteração

da atenção e hiperatividade ou excesso de energia. Essas características, por

serem comumente associadas ao comportamento infantil, devem ser

observadas considerando-se a intensidade, a freqüência e a constância com

que se manifestam, sempre em comparação com crianças da mesma idade.

Segundo o neuropediatra Milton Genes, o comportamento DDA tem

características marcantes,

“Freqüentemente, os pais se queixam que seu filho é

muito agitado, não pára quieto um minuto, não fixa a

atenção em qualquer tarefa, anda pela sala perturbando

o irmãozinho, todos os brinquedos estão quebrados, não

consegue aguardar a sua vez, quando vê televisão

incomoda quem está ao lado, mexe-se o tempo todo,

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parece que não escutar o que não lhe interessa, mas

está ligado em tudo ao redor, não avalia o perigo, não

fica sentado quieto, não obedece ordens, não sabe ouvir

um não, atrapalha os colegas durante as aulas, seus

trabalhos escolares são mal feitos e bagunçados, não

gosta de estudar em casa, seu rendimento escolar é

baixo. Por vezes, enfrenta e desafia os adultos. Esta é a

criança tida como avoada, estabanada, que vive no

mundo da lua, tem bicho carpinteiro.”

O DDA não está associado a baixa inteligência, porém, as

conseqüências individuais (incluindo a baixa auto-estima), familiares e sociais

geram sempre algum grau de incapacidade, sofrimento, associado a prejuízo

significante do desempenho escolar e social.

Essa afirmação é revelada pela psiquiatra Ana Beatriz,

”Quando pensamos em DDA, não podemos raciocinar

como se estivéssemos diante de um cérebro ”defeituoso”.

Devemos, sim, olhar sob um foco diferenciado, pois, na

verdade, o cérebro apresenta um funcionamento

bastante peculiar, que acaba por trazer-lhe um

comportamento típico, que pode ser responsável tanto

por suas melhores características, como por suas

maiores angústias e desacertos vitais.”

A origem do DDA está ainda indefinida, porém, os maiores indícios são

genéticos. No entanto, é certo que evolua com o tempo, da mesma maneira

que evoluem a personalidade e a habilidade cognitiva da criança.

Dependendo dessa evolução da criança (que deverá se considerada

tanto na parte física como psicológica, afetiva, pedagógica e social), os

sintomas do DDA poderão ser modificados.

Quando não diagnosticado, torna as tarefas de cada estágio do

desenvolvimento mais difíceis, propiciando a manifestação de sintomas

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secundários. Hoje, sabemos que apenas um terço da população com DDA a

supera e dois terços a apresentam por toda a vida.

“Os sintomas secundários – os mais difíceis de tratar

– são os que se desenvolvem antes que a síndrome

primária seja reconhecida: baixa auto-estima,

depressão, aborrecimento e frustração na escola,

medo de aprender coisas novas, deterioração no

relacionamento com os semelhantes, às vezes uso

abusivo de drogas ou álcool, roubo ou mesmo

atitude violenta em razão da frustração acumulada.”

(Hallowell, 1999).

Os critérios para determinação da idade de início dos sintomas têm sido

questionados, porém, a hiperatividade geralmente é notada antes dos sete

anos, podendo não acontecer o mesmo com a alteração da atenção.

O DDA ocorre mais em meninos que em meninas, provavelmente numa

proporção de três para um. O sintoma da hiperatividade está mais presente nos

meninos e o da desatenção, predomina mais entre as meninas, devendo tal

diferença ser determinada pelas particularidades biológicas dos sexos, além da

influência do componente cultural.

Sendo um tipo de distúrbio de aprendizagem, o DDA afeta todas as

áreas de cognição, podendo exacerbar qualquer dificuldade específica de

aprendizagem e, conseqüentemente, levar ao fracasso escolar, repetência e

dificuldades emocionais.

Normalmente, crianças com DDA são identificadas após ingressarem na

escola e encaminhadas para tratamento, pois, a sua inadaptabilidade à

instituição ou falta de concentração para as atividades escolares, sinalizam

essa condição.

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2.2 – O trio de sintomas do DDA

O DDA é caracterizado por três principais sintomas: pela dificuldade em

manter a atenção, inquietude acentuada (por vezes hiperativa) e impulsividade.

Muito embora o funcionamento cerebral do DDA possa gerar uma série

de problemas, devemos destacar que, por outro lado, é capaz de intensificar,

de maneira bastante favorável, o processo de criatividade.

Talvez esse aspecto justifique a genialidade inquestionável de Mozart,

Einstein, Leonardo da Vinci, Van Gogh, dentre outros que apresentavam um

funcionamento cerebral DDA inegável.

“Muitas pessoas bem-sucedidas têm DDA, que é

particularmente comum entre as mais criativas – artistas,

atores, escritores, cientistas -, cujos trabalhos envolvem

muita energia, e pessoas que trabalham por conta

própria”.(Hallowell, l999)

O DDA pode apresentar-se sob as mais diversas formas e medidas, já

que a manifestação de seus sintomas está intimamente relacionada aos fatores

ambientais e psicológicos que envolvem a história de vida da criança, devendo,

esse aspecto, refletir na evolução, no tratamento ou até mesmo na

consideração da manifestação como doença.

Sendo comparativo, o diagnóstico é norteado, mais pelo relato dessa

história e a observação do comportamento, do que por exames complicados. O

tratamento deverá ser indicado, de acordo com o sofrimento provocado na

criança e na interferência dos sintomas no funcionamento familiar, escolar e

social.

2.2.1- Alteração da atenção

Esta é a alteração que deve confirmar o diagnóstico DDA e, por isso, é o

principal sintoma apresentado pela síndrome.

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Na verdade, a síndrome não é de déficit de atenção, mas de

inconstância na atenção, pois, determinadas atividades ou assuntos podem

despertar um interesse espontâneo ou apaixonante, determinando uma

hiperconcentração que poderá dificultar o seu desvio para outras atividades.

No entanto, a desatenção pode prevalecer e tornar-se mais acentuada

se o DDA é afetado pelas dificuldades relacionadas ao sono – inquietação,

insônia e cansaço- podendo, conseqüentemente, apresentar déficits na

qualidade do desempenho escolar, relacionamentos pessoais e o estado geral

de saúde física e mental.

Ü ALTERAÇÃO DA ATENÇÃO

Pode ser percebida pela presença de, pelo menos, seis de nove

características descritas abaixo:

• Freqüentemente, falha em dar atenção a detalhes ou comete

erros por descuido nas tarefas escolares, no trabalho ou em

outras atividades;

• Freqüentemente, tem dificuldades em manter a atenção nas

tarefas ou brincadeiras;

• Freqüentemente, parece não escutar, quando não falam

diretamente com ele;

• Freqüentemente, não consegue seguir instruções, deixando de

terminar as tarefas escolares, domésticas ou deveres no trabalho

(não devido a comportamento de oposição ou por não conseguir

entender as instruções);

• Freqüentemente, tem dificuldade na organização de tarefas e

atividades;

• Freqüentemente, evita, não gosta ou fica relutante em se

envolver em tarefas que exijam esforço mental contínuo (como as

lições em classe e em casa);

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• Freqüentemente, perde objetos necessários às tarefas ou

atividades (brinquedos, solicitações da escola, lápis, livros ou

apetrechos pessoais);

• Freqüentemente, é facilmente distraído por estímulos externos;

• Freqüentemente, se esquece de suas atividades diárias.

2.2.2 - Impulsividade

Literalmente a palavra impulso significa: ação de impelir; força com que

se impele; estímulo, abalo.

Exatamente como sugere as definições da palavra, o DDA reage diante

dos estímulos externos. Quando relacionamos o DDA a um problema básico de

inibição, podemos entender a acentuada irritabilidade que o envolve, pois, ele

não assegura a inibição dos impulsos. Falta-lhe a pequena pausa entre o

impulso e a ação que possibilita que a maioria das pessoas reflita antes de

praticar seus atos.

2.2.3 - Hiperatividade

Esse é o sintoma que originariamente descreveu a síndrome:

hiperatividade em crianças.

Podendo estar ou não presente na diagnose, hoje, sabemos que ela não

desaparece com o término da adolescência, mas, tende a se adequar à fase

adulta.

Pode ser apresentada de forma variável pelo DDA, determinando uma

singularidade ao nível de atividade do comportamento.

• Hiperatividade física

Facilmente de ser identificada, a hiperatividade física em crianças, pode

ser conceituada como uma atividade motora excessiva e movimentação física

extrema.

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Também pode ser manifestada através das dificuldades relacionadas

com o sono, onde a inquietação persiste, comprometendo a quantidade e/ou

qualidade do descanso.

• Hiperatividade mental ou psíquica

A hiperatividade mental ou psíquica está caracterizada pelo bombardeio

de atividades e pensamentos que dominam o jeito DDA de ser e

conseqüente incapacidade perceptível dos sinais sociais, reclamados pelos

relacionamentos familiar, escolar e social.

Também pode afetar o sono, já que essa quantidade e velocidade de

pensamentos são constantes, resultando em grande dificuldade para relaxar e

dormir.

• Hipoatividade

Não apresentando qualquer manifestação que possa caracterizar a

hiperatividade (freqüentemente meninas), a criança hipoativa geralmente passa

despercebida, por isso, está mais propensa aos danos causados pelo DDA não

diagnosticado e não tratado.

Em geral são esses alunos que costumamos considerar, em classe,

como “bonzinhos”, pois não incomodam. Mas aí está um grande perigo: eles

não incomodam, mas também não aprendem!

Ü HIPERATIVIDADE

A hiperatividade-impulsividade pode ser percebida pela presença de seis

de nove comportamentos, seis dos quais se relacionam com hiperatividade e

três com impulsividade.

• Freqüentemente, mexe as mãos ou os pés, ou se mexe muito

quando sentado;

• Freqüentemente sai da carteira em sala de aula, ou em outras

situações em que se espera que permaneça sentado;

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• Freqüentemente, corre ao redor ou trepa nas coisas em situações

em que essa atitude não é apropriada (em adolescentes ou

adultos, isso pode ser limitado a sensações subjetivas de

inquietação);

• Freqüentemente, tem dificuldades em brincar ou de se envolver

em atividades de lazer de forma tranqüila;

• Freqüentemente, está “pronto para decolar” ou age como se

estivesse “movido por um motor”;

• Freqüentemente, fala excessivamente.

Ü IMPULSIVIDADE

• Freqüentemente, responde de forma intempestiva antes que as

perguntas sejam terminadas;

• Freqüentemente, tem dificuldade em esperar a vez;

• Freqüentemente, se intromete ou interrompe os outros (conversas

ou jogos).

2.3 – Causa

Historicamente, a busca pela compreensão do comportamento DDA

influenciou a maioria de suas diferentes denominações e, ainda hoje,

indefinida, apresenta várias possíveis causas para o seu surgimento,

confundidas entre predisposições genéticas, alterações no funcionamento

cerebral, presença de agentes estressores e inibidores, num amontoado de

sinais de risco que, às vezes, ainda podem apresentar-se associados . .

Podemos observar esse aspecto da etiologia do DDA, através da

afirmação feita pelo psiquiatra Hallowell,

“Não sabemos exatamente a sua origem, mas os maiores

indícios são genéticos. Outras causas como problemas

no nascimento, podem contribuir, mas o fator genético é

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a razão principal. Fatores ambientais podem agravá-lo,

mas não são os causadores”.

E complementa:

“Os atuais indícios no mínimo apóiam a idéia de que o

DDA é uma síndrome de origem genética na qual o

sistema biológico da pessoa experimentou algum tipo de

mudança – química, neuroanatômica ou maturacional -,

entrando em desiquilíbrio. É a falta de equilíbrio, a

desregulação do sistema neurobiológico do corpo, que

prejudica a capacidade da pessoa de prestar atenção

seletiva ao que a cerca”.

Conforme o entendimento de Sam e Michael Goldstein,

“A hereditariedade é a causa mais freqüente do

distúrbio”

Temos, ainda, a afirmação de Bastos e Bueno,

“Além da hipótese genética, a ocorrência do DDA está

muitas vezes correlacionado a complicações durante a

gravidez e no parto, inclusive com relatos de

traumatismos neonatais”.

No entanto, apesar de tantos estudos e indícios, Hunsucher revela que

ainda há uma tendência de pessoas incrédulas quanto a condição física do

DDA, acreditar que “uma criança explosiva e impulsiva seja fruto de uma má

educação.”

Porém, a psiquiatra Ana Beatriz conclui,

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26

“Nenhuma hipótese mostrou-se, por si só, capaz de

explicar todos os casos de DDA”.

De acordo com alguns pesquisadores, a dificuldade em associar o

funcionamento cerebral à subjetividade do comportamento humano, revela-se

como uma limitação para que todas essas possíveis causas, estabeleçam uma

única definição.

2.3.1 – Predisposição Genética/Hereditariedade

• Estudos epidemiológicos revelaram uma maior incidência da síndrome

entre parentes de crianças com DDA em comparação com parentes de

crianças não-DDA. Uma estimativa considera que 30% ou mais dos

pais de crianças com DDA têm eles mesmos DDA, porém, até o

momento, nenhuma pesquisa conseguiu investigar a probabilidade

estatística de adultos com DDA terem filhos com DDA. Ressalta-se aqui,

que não é possível que uma pessoa passe a ter DDA na fase adulta.

• Vários estudos demonstraram que a maioria das crianças com DDA,

pertence a famílias com problemas psiquiátricos e neurológicos, como

depressão, autismo, problemas de conduta e o próprio DDA.

• Estudos com gêmeos idênticos (compartilham o mesmo ambiente pré e

pós-natal, como também o mesmo material genético) e gêmeos

fraternos (só compartilham o mesmo ambiente nos nove primeiros

meses de desenvolvimento), demonstraram que a taxa de crianças que

tinham o DDA era mais alta em gêmeos idênticos do que em gêmeos

fraternos, ainda que os irmãos gêmeos fossem criados por famílias

distintas. Esse aspecto pressupõe que a constituição genética do

indivíduo deve exercer influência na expressão do distúrbio;

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27

• As meninas parecem apresentar o DDA sem hiperatividade com mais

freqüência que os meninos. A especulação dessa incidência sinaliza a

forma como o gene DDA se expressa e a ausência do cromossomo Y.

2.3.2 – Alterações estruturais e funcionais no cérebro DDA

• Estudos realizados por meio de exames de neuroimagem revelaram

uma alteração na estrutura cerebral dos portadores do DDA, que

consistia numa hipoperfusão cerebral nas áreas pré-frontal e pré-motora

do cérebro, determinada por uma diminuição do fluxo sanguíneo nestas

áreas. Como conseqüência, foi constatada uma diminuição do

metabolismo nesta região, provocada pelo déficit na retenção de glicose

(oriunda do sangue) e portanto, no uso da energia.

Sabendo-se que a região frontal está relacionada à inibição de

comportamentos inadequados, à capacidade de prestar atenção, ao

autocontrole, ao planejamento e à aprendizagem; no cérebro DDA essa

atribuição falha por receber menos glicose (açúcar vindo dos alimentos),

sua fonte maior de energia.

• Na organização cerebral, os neurotransmissores (substâncias químicas

produzidas pelo cérebro), têm a função de conduzir as informações e

determinar a ativação ou inibição destas, modulando, assim, o agir dos

indivíduos. Dessa forma, no caso específico do DDA, os

neurotransmissores mais participativos, nesse processo de

desregulagem no funcionamento do lobo frontal, seriam as

catecolaminas, que incluem a noradrenalina e a dopamina.

Como o estimulante Ritalina e algumas anfetaminas demonstram

produzir grande efeito terapêutico em portadores de DDA, alguns

estudos concluíram que, devido esses estimulantes aumentarem a

quantidade desses neurotransmissores, o funcionamento bioquímico do

cérebro DDA deve ser talvez, conseqüência de sua baixa produção ou

subutilização.

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2.3.3 – Fatores ambientais externos:

• Acidentes ocorridos durante o período gestacional ou posterior a

este, podem ocasionar o DDA, sendo exemplos:

- hipóxia (privação de oxigenação suficiente) pré e pós-natal;

- traumas obstétricos;

-rubéola intra-uterina e outras infecções;

-encefalite e meningite pós-natal;

-traumatismo cranioencefálico (TCE)

-deficiência nutricional;

-exposição a toxinas.

• A ingestão de algumas substâncias tóxicas ingeridas pela mãe

durante a gestação (álcool, drogas, tabaco e certos

medicamentos), pode dar origem ao DDA na criança.

• Crianças com peso corporal muito baixo ao nascerem,

apresentam uma probabilidade maior de apresentarem

dificuldades atentivas e comportamentais, na vida adulta;

• A inquietação em geral, incluindo as dificuldades relacionadas ao

sono, podem ser amenizadas, evitando o excesso de cafeína –

café, mate e refrigerantes, assim como a prática de uma atividade

física e uma dieta rica em verduras e legumes;

• Deficiência de ferro pode provocar o DDA;

• Cuidados parentais (dos pais) inadequados não causam o DDA,

mas podem exacerbar os seus sintomas;

• A predominância do DDA entre crianças adotadas é maior do que

na população em geral, sugerindo uma relação entre o risco

parental (uso abusivo de drogas e doença mental entre essas

pessoas que dão seus filhos) e o DDA.

• Padrões irregulares de desenvolvimento, alguns adiantados e

outros atrasados (andar, falar, ler etc), fazem parte do contexto

DDA.

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• Problemas sexuais, como a hipossexualidade e a

hipersexualidade, são comuns em DDAs.

2.3.4- Visão multifatorial

Este fator causal prevê uma combinação entre fatores predisponentes e

a singularidade de um organismo que poderá rejeitar ou assimilar a

possibilidade do DDA.

Nessa perspectiva, a genética não representa uma fatalidade, mas, uma

probabilidade, de fato, das mais importantes, para a expressão DDA ser

desencadeada.

• O estresse provocado por ambientes desestruturados, ou mesmo

o aumento de demandas no desempenho pessoal ou social,

podem dar origem aos sintomas do DDA;

• O enfrentamento de várias situações estressantes podem alterar

a bioquímica de um cérebro geneticamente predisposto e levá-lo

a manifestar a tríade de sintomas do DDA, no entanto, pessoas

com carga genética favorável ao DDA, podem nunca desenvolver

a síndrome em função de viverem em um ambiente bem

estruturado.

2.4 - DIAGNÓSTICO

Sabemos que a maior parte das crianças são, algumas vezes,

distraídas, impulsivas e inquietas, no entanto, a grande maioria não é DDA.

Desde bebê, a criança interage com o mundo através da sua mobilidade

e expressividade natural. Dessa forma, muito embora algumas crianças

desenvolvam a síndrome em idade bem precoce, é muito difícil a confirmação

do diagnóstico em crianças com menos de sete anos de idade, pois, antes

dessa faixa etária, a atenção não é tão exigida e o comportamento é muito

variável.

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Uma criança com DDA não diagnosticado é vista como “apenas uma

criança”, só que um pouco mais que as outras. Esse “um pouco mais” deve ser

observado com cuidado, pois, essa observação pode consistir no “exame” mais

importante na busca pelo diagnóstico ou representar o início de um processo

de exclusão desencadeado pela escola.

Para que isso não ocorra, o professor deve evitar classificar e rotular,

procurando, antes de tudo, conhecer profundamente o comportamento e as

características infantis de uma forma geral.

Especialistas alertam que a precipitação no diagnóstico esconde uma

tendência da escola em cogitar um problema no aluno, ao menor sinal de

dificuldade, embalada pelo modismo da patologização.

Segundo a psicopedagoga, Sara Pain,

“Não é suficiente detectar a dor do indivíduo; é

necessário buscar opções. Para ajudar a criança a

sobrepujar sua perturbação, não basta denunciar o papel

dessa perturbação como defesa, é necessário restituir ao

conhecimento e à atividade cognitiva, a alegria que foi

pervertida sob a forma de ignorância”.

A atitude investigativa da escola deve visar a ajuda ao real problema e

ter início na própria sala de aula, com dados colhidos pelo professor. No

entanto, deve-se certificar que nenhuma inadequação pedagógica esteja

afetando o aluno, seja ela metodológica ou estrutural. Também é preciso ser

descartado problemas de visão e audição, assim como eventuais fatores

emocionais, tais como doença ou perda de familiares, separação conjugal,

chegada de um irmãozinho etc.

Deve-se reconhecer, também, que os sintomas do DDA devem estar

presentes antes dos sete anos de idade, não deve ser breve ou superficial,

com duração de no mínimo, seis meses, e aparecer em pelo menos dois

contextos diferentes (casa, escola, locais de lazer etc), sempre em comparação

com crianças do mesmo sexo e idade.

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Para as crianças que de fato têm DDA, é muito importante que o

diagnóstico seja feito o mais cedo possível, de modo a minimizar o dano à

auto-estima que em geral ocorre quando essas crianças são mal interpretadas

e rotuladas de preguiçosas, esquisitas ou más.

Perceber cedo que uma criança tem um distúrbio de aprendizagem

como o DDA, é uma forma de ajudá-la a atingir esse objetivo.

Finalmente, confirmando-se um certo número de condições que se

assemelham muito ao DDA, é importante contatar a família e solicitar uma

consulta ao neuropediatra.

. A conduta realizada no diagnóstico do DDA foi descrita por Hallowell,

“Há um conjunto lógico de etapas que leva ao diagnóstico

do DDA. A chave para isso é a história, a própria

recapitulação, feita pela pessoa, de sua vida, confirmada e

ampliada (principalmente quando se diagnostica o DDA em

uma criança) pelas observações de pessoas próximas:

pais, professor, irmãos, amigos. Não há nenhum exame

difinitivo para o DDA, nenhum exame de sangue, leitura de

eletroencefalograma, tomografia computadorizada,

tomografia por pósitron, raios X, achado neurológico

patognomônico ou contagem de pontos em teste

psicológico. É importante sublinhar este ponto: o

diagnostico do DDA se baseia antes de tudo na história do

indivíduo”.

O papel do neuropediatra, no entanto, consiste essencialmente em

reconhecer a forma de tratamento prioritário para cada criança, podendo

estabelecer atendimento com psicomotrista, psicopedagogo, psicólogo,

fonoaudiólogo.

Conforme complementa Rita Thompson, Mestre em Educação,

“Estudos têm demonstrado que crianças com essa

síndrome apresentam risco aumentado de

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desenvolverem outras doenças psiquiátricas na infância,

adolescência e idade adulta, incluindo o comportamento

anti-social, problemas com o uso de drogas lícitas e

ilícitas e transtornos de humor e ansiedade”.

O tratamento do DDA é multidisciplinar, com enfoque das áreas

cognitiva, emocional, social e pedagógica, visando os desajustes sociais.

Dessa forma, o critério para confirmar a necessidade de tratamento,

será a descrição de comportamentos que sinalizam grande inadaptação e

sofrimento por parte das crianças e adolescentes DDAs.

A vida de uma criança com DDA não diagnosticado e de sua família é

cheia de desavenças, culpas, recriminações, baixo rendimento e tristeza

desnecessários. Muito embora o diagnóstico e o tratamento não ponham fim às

dificuldades, porém, ao menos permitem que tais dificuldades sejam

conhecidas exatamente como são.

2.4.1 - Socializando Informações e Experiências

É difícil pensar a escola, sem considerar os vários desafios que a

educação vêm enfrentando e, dentre esses, a determinação de que ela seja,

realmente, inclusiva.

Quando observamos os alunos de uma sala de aula, membros de uma

sociedade como qualquer um de nós, verificamos semelhanças e diferenças

entre si, porém quando observados como grupo, apresentam muitas diferenças

em suas peculiaridades individuais.

O resultado do histórico e da teia de relações sociais que permeiam a

existência de cada um de nós, é o responsável pelas necessidades específicas

e peculiares de cada pessoa.

No entanto, a escola precisa estar preparada para oferecer a todos os

seus alunos, oportunidades iguais e a possibilidade de integração na

sociedade.

Conforme afirma Rita Thompson, Mestre em Educação,

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“A condução de uma escola inclusiva, requer uma crença

pessoal de que todas as crianças podem aprender e um

compromisso de proporcionar a todas as crianças igual

acesso a um currículo rico e a uma instrução de

qualidade.”

Esse processo, no entanto, não pode ser imposto de cima para baixo,

mas deve começar pela atuação dos dirigentes e professores que, como

líderes, devem tornar-se agentes modificadores da situação de segregação de

alguns alunos, dentre esses, os DDAs.

.Para que se possa intervir de forma favorável no “funcionamento“ de

cada aluno, é necessário conhecer, saber identificar e lidar com as

características individuais de todos.

Da mesma forma que é fundamental capacitar o professor, através do

especialista, para executar o programa de remediação específico para a

dificuldade sinalizada; é preciso preparar os alunos para uma convivência

igualitária, onde a importância das diferenças seja enfatizada e prestar

atendimento aos pais, que também devem receber esclarecimentos,

orientações e espaço na necessária participação desse processo.

Quando confirmado o diagnostico de DDA, é muito importante que pais e

professores tranqüilizem a criança sobre essa questão.

A troca de informações e experiências entre a família e a escola,

continua sendo essencialmente útil. Na verdade, quanto mais cedo a questão

for esclarecida e todas as perguntas respondidas com clareza, menos tempo a

condição levará para ser aceita pela criança como apenas mais uma parte de

sua vida cotidiana.

Dizer que o DDA é meio parecido com ser míope e precisar usar óculos,

esclarecendo que a miopia não é nos olhos, mas na maneira de pensar, parece

ser uma forma honesta e simples para explicar o DDA para uma criança.

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Ü DEZ DICAS PARA PAIS E PROFESSORES DE COMO EXPLICAR O

DDA PARA CRIANÇAS

1. Use a verdade como o princípio central de orientação.

Em primeiro lugar eduque a si mesmo a respeito do DDA e então

coloque o que aprendeu com suas próprias palavras, usando

palavras que a criança possa compreender.

2. Use um vocabulário preciso. Não invente palavras vagas ou

vazias, pois a criança carregará para onde quer que vá as

explicações que você lhe der.

3. A metáfora da miopia é útil para explicar o DDA às crianças. Ela é

bem clara e emocionalmente neutra.

4. Responda a perguntas. Peça que perguntem e não tenha medo

de dizer que não sabe, quando for o caso, comprometendo-se em

buscar a resposta certa.

5. Deixe claro para a criança que o DDA não é estupidez, retardo,

defeito, maldade etc.

6. Dê exemplos positivos, seja da história ou de sua experiência

pessoal.

7. Se for possível, faça com que os outros saibam que a criança tem

DDA. Faça com que os outros alunos da turma saibam (após

haver discutido isso com a criança e seus pais), assim como o

restante da família. Mais uma vez, a mensagem deve ser a de

que não há nada a esconder ou de que se envergonhar.

8. Previna a criança para que não use o DDA como desculpa. O

DDA é uma explicação, não um pretexto. Elas continuam tendo

de assumir a responsabilidade pelo que fazem.

9. Divulgue o conhecimento o mais que puder, ainda há muita

ignorância e desinformação envolvendo o DDA. A única e mais

forte das armas de que dispomos para garantir que a criança

receba um tratamento apropriado é o conhecimento.

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10. Ensine a criança a esclarecer dúvidas que outras pessoas

possam ter, especialmente outras crianças. O princípio orientador

é o mesmo: diga a verdade.

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III - A APRENDIZAGEM

3.1 - Enfoque biológico

Estudos em neurobiologia têm exaltado a importância da atividade

cerebral no desenvolvimento da aprendizagem.

Qualquer malformação, distúrbio ou interrupção que prejudique a

coordenação e regulação do seu funcionamento, prejudicará a transmissão de

estímulos e, portanto, a aprendizagem.

Sabemos, também, que a aprendizagem é gradual, isto é, vamos

aprendendo pouco a pouco e de forma contínua.

Considerando-se que cada indivíduo tem seu ritmo próprio de

aprendizagem (ritmo biológico) que, aliado ao seu esquema próprio de ação,

irá constituir sua individualidade, podemos concluir que essas diferenças levam

alguns indivíduos a serem mais lentos na aprendizagem, enquanto outros são

mais rápidos.

A aprendizagem é, portanto, um processo pessoal, individual, isto é,

tem, caráter genético e depende de vários fatores:

• Dos esquemas de ação inatos do indivíduo;

• Do estágio de maturação de seu sistema nervoso;

• De seu tipo psicológico constitucional (introvertido ou

extrovertido);

• De seu grau de envolvimento, seu esforço e interesse.

A escola acredita que todos os alunos, ao nela ingressarem, estão

em condições de aprender. No entanto, seus resultados têm

demonstrado que alguma intervenção se faz necessária, para que essa

perspectiva não seja prejudicada.

Martha Luvisaro, Coordenadora de Ensino Especial, firma,

“Na verdade, todos aprendem, mas nem todos aprendem

tudo aquilo que se exige que todos aprendam e há os

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que aprendem o que todos aprendem, mas de forma

diferente”.

Sendo assim, no universo escolar, devemos saber que o processo de

desenvolvimento de todos os nossos alunos se dá através das mesmas fases e

da mesma seqüência, porém, a única diferença a ser considerada, deve ser o

ritmo de aprendizagem de cada um.

3.1.1- Efeitos positivos da inclusão – Atuação docente:

• perceber discrepâncias entre o que ele quer fazer e o que permitem

os atuais limites, relacionamentos e estruturas;

• adaptar esses limites, relacionamentos e estruturas para possibilitar

os próximos passos para a inclusão;

• há um maior conhecimento da realidade existente na escola, no

que tange à inclusão escolar de crianças com necessidades

especiais;

• utiliza-se da abertura de um espaço canalizador das angústias e

dificuldades sentidas pelos demais docentes, na busca de

alternativas para a solução das questões evidenciadas no cotidiano

escolar;

• propicia mudanças atitudinais através de um olhar diferenciado

para o aluno, que deixa de ser percebido como doente, para ser

olhado como um indivíduo capaz de aprender;

• desenvolve um maior aprofundamento dos conhecimentos teóricos

e práticos necessários para atuar frente à diversidade do alunado.

3.2 – Enfoque Regulamentar

Vivemos em uma cultura que valoriza mais as questões econômicas que

as questões sociais. Essa verdade, tão conhecida por todos nós, é sustentada

por sucessivos processos de exclusão de pessoas, seja por dominação, seja

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por segregação, motivados por problemas relacionados com religião, política,

saúde, etnia, sexo, gênero, economia etc, e que, especificamente na escola,

revela-se através de uma seleção pautada pelo preconceito e rejeição de

alunos.

Esse impedimento tem gerado muitos debates acerca do tema

“integração”, não só dentro da escola, mas fora dos seus muros também.

Integrar, do latim “integrare”, significa inteirar, completar, tornar inteiro. E esse,

é um outro impedimento.

Para Piaget, ter assegurado o direito à educação, significa ter

oportunidade de se desenvolver, tanto do ponto de vista intelectual, como

social e moral.

Com o intuito de oportunizar o acesso de todos ao sistema educacional,

a atual política educacional brasileira incluiu, em suas metas, a integração de

crianças e jovens portadores de necessidades especiais, na escola regular,

com apoio de atendimento especializado, quando necessário.

Entende-se por aluno com necessidade especial, aqueles que precisam,

de alguma forma, de orientação acerca de sua adaptação ou aprendizagem

escolar, portadores ou não de deficiência.

Essa regulamentação está prevista, em sua forma mais abrangente,

através de preceitos constitucionais e, em específico, elencada no documento

Política Nacional de Educação Especial, publicado em l994, pela Secretaria de

Educação Especial do Ministério de Educação e Desporto – MEC.

No texto desse documento, essa clientela de alunos está constituída por

três grandes grupos, cada qual reunindo um numeroso grupo de tipos e graus

de excepcionalidade. São eles:

Ü Primeiro grupo (Portadores de Altas Habilidades):

-indivíduos que apresentam, de forma isolada ou combinada, elevada

potencialidade ou desempenho significativamente acima da média em um ou

mais dos seguintes aspectos: intelectualidade, aptidão acadêmica específica,

produtividade, capacidade de liderança, aptidão para as artes e

psicomotricidade;

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Ü Segundo grupo (Portadores de Condutas Típicas):

-indivíduos que apresentam alterações no comportamento social e/ou

emocional, acarretando prejuízo no seu relacionamento com as demais

pessoas. (nesse grupo, encontramos, também, os portadores de DDA).

Ü Terceiro grupo (Portadores de Deficiências):

-indivíduos que apresentam algum comprometimento em um ou mais

dos seguintes aspectos: físico (aparelho locomotor ou da fala: deficientes

físicos), mental (deficientes mentais) ou sensorial (deficientes visuais ou

auditivos). A ocorrência no mesmo indivíduo de dois ou mais desses

comprometimentos associados caracteriza o grupo dos chamados deficientes

múltiplos.

As diferenças individuais são reconhecidas desde Platão e Aristóteles,

cabendo a esses filósofos a observação de que as escolas deveriam adaptar-

se a essas diferenças.

Porém, sabemos que as dificuldades que entravam esse processo de

inclusão, não se limitam a existência de uma regulamentação formal.

De acordo com o entendimento do Professor Darcy Ribeiro, existe um

conjunto de dificuldades articuladas no processo de integração escolar, que

carecem de responsabilidade e compromisso,

“Creio haver provado que só há uma solução para os

problemas da educação. Exclusivamente uma: levar a

educação a sério”.

Não é simples de se conseguir um contexto efetivo de integração. Para

incluir alunos, não basta o Administrador Escolar, matriculá-los na escola. Não

basta que o Professor os aceite em suas classes regulares. Para essa clientela

de alunos, integrar significa, também, tornar-se inteiro, através da inserção

social e do acesso aos direitos e deveres da pessoa comum em igualdade de

condições.

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Para Melchior,

“ o papel da Escola não deve ser entendido como um

somatório de interesses individuais ou corporativos, mas

como a dimensão política concreta da atuação integrada

de todos os componentes da comunidade escolar, que

têm os mesmos interesses em relação ao

desenvolvimento de cada um de seus elementos e do

grupo como um todo. Isso pressupõe capacidade

profissional em nível técnico-científico, não como saber

acabado mas sob o controle da consciência profissional e

da vontade política dos sujeitos envolvidos que vão

produzir o desenvolvimento através da prática e da

reflexão.”

Para essa empreitada, um trabalho de sensibilização e envolvimento da

comunidade escolar se faz necessário, de forma que a escola crie condições

de capacitar, apoiar e assegurar a atuação do professor, que por sua vez, deve

estar sempre envolvido com a aprendizagem de seus alunos, quer tenham

boas ou deficientes condições para aquisição de conhecimentos.

3.2.1- Efeitos positivos da inclusão – Atuação institucional;

• proporcionar meios através dos quais o professor possa aprender novas

práticas educacionais;

• encontrar maneiras de estabelecer relações pessoais entre todos os

alunos da escola;

• desenvolver com os professores uma concepção de disciplina, que vigore

em toda a escola;

• ajudar a escola a tornar-se acolhedora e manter-se como uma

comunidade;

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• promover uma filosofia baseada em princípios de igualdade, justiça e

imparcialidade para todos.

3.3 – A Aprendizagem do aluno DDA:

Para favorecer a aprendizagem dos alunos DDAs, são necessárias algumas

adaptações na prática pedagógica desenvolvida pelo professor e a

manutenção do convívio regular de seus colegas de classe.

Com esse cuidado, podemos propiciar uma vida escolar de normalidade,

onde ele possa se perceber como uma pessoa capaz e se desenvolver em

todos os seus aspectos.

3.3.1 – Reavaliação do manejo nos problemas de

comportamento do aluno DDA:

• Qual o nível de atividade que a criança suporta? – é importante perceber o

momento em que a criança necessita sair de sala, beber água, ou alguma

outra atividade que diminua o estado de tensão acumulado;

• Com que facilidade se distrai? – a criança que passa rapidamente de uma

atividade a outra, certamente estará perdendo algum conteúdo solicitado

pela professora. É melhor que a tarefa seja segmentada em partes

menores, a fim de garantir o término da atividade;

• Qual a intensidade nas emoções? – existem crianças que protestam

diante de novas experiências por medo de não conseguirem realizá-las

corretamente. É importante que o professor verifique se entendeu a

solicitação da tarefa correspondente.

• Quão persistente ou teimosa é quando quer algo? – não adianta bater de

frente com a criança nesse momento – é importante dar um tempo para o

“esfriamento” da irritação, de forma que a criança possa se reorganizar e

mudar sua estratégia de ação;

• Qual o seu limite sensorial? – existem crianças com uma

hipersensibilidade inata ao tato, odores, luz ou ruídos. Quando chegam a

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seu limiar, normalmente, se descontrolam e tornam-se mais agitadas. É

necessário diminuir esses estímulos.

• Qual o humor básico? – existem crianças que se mostram mais

deprimidas, com pouca autoconfiança e baixa auto-estima;

• Qual o nível de agressividade? – normalmente, a criança envolve-se em

brigas pela incapacidade de controlar seus impulsos. É importante que o

professor verifique a série de incidentes que costumam culminar em

brigas. Isto o ajudará a encontrar uma solução. Importante é ser prático e

imparcial, combinando anteriormente normas de boa convivência.

3.3.2 - Dicas gerais para o professor:

• Procure inseri-lo em turma pequena;

• Sente a criança perto do professor. Olhe-o sempre nos olhos;

• Diga o que você pretende. Seja transparente;

• Mantenha as promessas;

• É essencial prestar atenção às emoções envolvidas no

processo de aprendizagem;

• Utilize regras de funcionamento em sala. As mesmas devem

ser claras e objetivas;

• Propicie uma espécie de válvula de escape como, por exemplo,

sair da sala de aula por alguns instantes;

• Use estratégias educacionais mais flexíveis;

• Utilize estratégias de motivação;

• Utilize estratégias de ensino participativo;

• Use recursos facilitadores;

• Tente descobrir no aluno, qual o sistema sensorial mais

desenvolvido;

• Administre seu nível de estresse e frustração;

• Convide-o para ser o monitor da turma;

• Permita que os alunos falem e não se limitem a ouvir;

• Ensine ao aluno a esquematizar as informações;

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• Estimule a leitura em voz alta;

• Combine tarefas de grande interesse com tarefas de baixo

interesse;

• Verifique se ele entendeu as ordens antes de iniciar a próxima

atividade;

• Faça o aluno utilizar o comportamento auto-instrutivo durante o

trabalho;

• Não use textos longos/divida as tarefas;

• Reduza os testes cronometrados;

• Dê retorno constante do seu desempenho – automonitorização;

• Avalie mais pela qualidade do que pela qualidade.

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CONCLUSÃO

A criança portadora do Distúrbio do Déficit de Atenção (DDA), ao inserir-

se na realidade escolar, enfrenta algumas dificuldades por parte da

comunidade educacional, devido ao pouco conhecimento que se têm sobre

essa síndrome, agravado pela prática de um trabalho voltado para a

homogeneidade, determinando uma tendência excludente.

Crianças com DDA, quando comparada a outra da mesma idade e sexo,

mostra sensível redução de habilidade para manter a atenção, controlar suas

ações ou dizer algo sem pensar, regular as atividades físicas de acordo com a

situação, ser motivada a ouvir os outros, compreender e acatar o que lhe foi

dito. Ao longo da infância, em casa, na escola, elas escutam que são

imperfeitas, preguiçosas e problemáticas, devido esse comportamento

inadequado.

Em razão de fracassos sucessivos, rotulações impróprias e tantas outras

dificuldades emocionais, as crianças com DDA em geral desenvolvem

problemas relativos a auto-imagem e auto-estima, comprometendo ainda mais

o seu funcionamento familiar, escolar e social.

Muito embora alunos difíceis sejam por todos os educadores

conhecidos, as características DDA e o desconhecimento da síndrome,

revelam-se como um grande obstáculo na identificação do aluno DDA e ao seu

favorável desempenho.

Esse desconhecimento e essa ação educativa realizada, consciente ou

inconscientemente, no contexto escolar, absorve e reproduz valores que estão

inseridos num processo de exclusão social.

Faz-se necessário para todo trabalho de inclusão escolar, o

compromisso na realização de todas as suas etapas e o envolvimento de

profissionais de áreas interligadas, para que possamos vislumbrar o

desenvolvimento global do aluno e acesso a uma aprendizagem possível.

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BIBLIOGRAFIA CEZIMBRA, Márcia. A Criança Índigo, Jornal O Globo, Jornal da Família p. 1 e

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WEISS, M. L. Psicopedagogia Clínica: Uma visão diagnóstica. Porto Alegre:

Artes Médicas, 1992.

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_______________. Revista SINPRO. Transtorno de Déficit de Atenção com e

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Déficit de Atenção e Hiperatividade. Rio de Janeiro: Edição Especial, 2004.

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ATIVIDADES CULTURAIS

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO ......................................................................................... 02

AGRADECIMENTO ......................................................................................... 03

DEDICATÓRIA ................................................................................................ 04

RESUMO ......................................................................................................... 06

METODOLOGIA .............................................................................................. 07

SUMÁRIO ........................................................................................................ 08

INTRODUÇÃO ................................................................................................. 09

I – HISTÓRICO DO DDA ................................................................................. 11

1.1 – Denominação escolhida ............................................................... 16

II – UMA TENTATIVA DE CONCEITUAÇÃO .................................................. 17

2.1 – O que é o DDA? ........................................................................... 17

2.2 – O trio de sintomas do DDA ........................................................... 20

2.2.1 – Alteração da atenção ...................................................... 20

2.2.2 – Impulsividade .................................................................. 22

2.2.3 – Hiperatividade ................................................................. 22

2.3 – Causa ........................................................................................... 24

2.3.1 – Predisposição genética/hereditariedade ......................... 26

2.3.2 – Alterações estruturais e funcionais no cérebro DDA ...... 27

2.3.3 – Fatores ambientais externos .......................................... 28

2.3.4 – Visão multifatorial ........................................................... 29

2.4 – Diagnóstico ................................................................................... 29

2.4.1 – Socializando informações e experiências ....................... 32

III – A APRENDIZAGEM .................................................................................. 36

3.1 – Enfoque biológico ......................................................................... 36

3.1.1 – Efeitos positivos da inclusão – Atuação docente ............ 37

3.2 – Enfoque regulamentar .................................................................. 37

3.2.1 – Efeitos positivos da inclusão – Atuação institucional ...... 40

3.3 – A aprendizagem do aluno DDA .................................................... 41

3.3.1 – Reavaliação do manejo nos problemas de comportamento

do aluno DDA ....................................................................................... 41

3.3.2 – Dicas gerais para o professor ......................................... 42

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CONCLUSÃO .................................................................................................. 44

BIBLIOGRAFIA ................................................................................................ 45

ATIVIDADES CULTURAIS .............................................................................. 47

ÍNDICE ............................................................................................................. 49

FOLHA DE AVALIAÇÃO .................................................................................. 51

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FOLHA DE AVA LIAÇÃO

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PROJETO A VEZ DO MESTRE

Pós-Graduação “Lato Sensu”

Título: O Distúrbio do Déficit de Atenção (DDA) em Psicopedagogia

Data da Entrega: _________________________________ Avaliado por: __________________________________________ Grau_______.

_________________,_____de_____________de______.

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