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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM Por: Débora Gonçalves de Barros Orientador Prof. Vilson Sérgio Rio de Janeiro 2010 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

Por: Débora Gonçalves de Barros

Orientador

Prof. Vilson Sérgio

Rio de Janeiro

2010

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

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INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Orientação

Educacional e Pedagógica.

Por: Corine Smith e Lisa Strick

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AGRADECIMENTOS

.... a Deus, primeiramente, que é minha

maior motivação, aos amigos e

parentes, que nunca deixaram de

acreditar no meu potencial.

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DEDICATÓRIA

.....dedica-se a Deus; o autor e

consumador da minha fé, aos meus pais

Antonio Aredes de Barros e Mirtes

Gonçalves de Barros, à minha irmã

Dislaine Gonçalves de Barros, à minha

prima Letícia Marins Gonçalves e ao meu

grande amor; Douglas Gusmão Cazarotti

Ferreira.

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RESUMO

A pesquisa apresenta uma análise das dificuldades de aprendizagem

nas diversas etapas do desenvolvimento humano. O estudo se pautou na

abordagem qualitativa na realização das atividades, através da observação e

entrevista com professores, alunos e responsáveis da Escola Municipal

Professora Lígia da Silva França, situada em São João de Meriti, que nos

proporcionou compreender o processo de aprendizagem com mais facilidade.

Durante a pesquisa constatamos que as dificuldades de aprendizagem

são decorrentes de vários fatores, porém enfatizamos os mais importantes

como: falta de acompanhamento individual, tanto da famíllia como da escola,

recursos inadequados, desconhecimento do assunto, falta de paciência, entre

outros.

Quando o meio é qualificado como inadequado para um

desenvolvimento sadio, tanto físico quanto psicológico, o sujeito poderá

encontrar obstáculos, mas poderão ser superados à medida que encontramos

na família, na escola e no próprio sujeito uma porta, que nos permita entrar e

reconstruir junto a estes uma nova aprendizagem.

Sendo assim, consideramos que o presente estudo trouxe-nos

respostas satisfatórias para nossos questionamentos a respeito das

dificuldades enfrentadas pelos alunos no processo de aprendizagem,

possibilitando-nos também a oportunidade de uma nova postura diante deste

problema.

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METODOLOGIA

Para a pesquisa em questão foi utilizado estudo feito por Corinne Smith

e Lisa Strick que oferecem um guia completo e abrangente para as causas,

identificação e tratamento das dificuldades de aprendizagem, onde podemos

obter esclarecimentos sobre estes pequenos distúrbios que podem ter impacto

significativo no desenvolvimento da criança, tanto dentro quanto fora da

escola.

São oferecidas inúmeras estratégias práticas e inovadoras para auxiliar

os indivíduos com dificuldades a obterem êxito, desde seus primeiros dias na

pré–escola até os anos de faculdade e depois. Ao longo deste estudo são

respondidas perguntas mais frequentes feitas por pais e professores.

Sabemos que o conhecimento do sujeito é construído na interação com

o seu meio, seja o familiar, o escolar ou mesmo o bairro, e, deste meio,

depende para se desenvolver como pessoa. E por isso foram realizados

estudos, através de entrevistas com professores, alunos e responsáveis da

rede minicipal de São João de Meriti, mais precisamente na Escola Municipal

Professora Lígia da Silva França, que nos permitiu realizar esta pesquisa

mostrando-se sempre solícitos. Esta pesquisa focalizou as causas das

dificuldades de aprendizagem, e para a complementação de tal estudo vários

sites foram visitados a fim de colher a maior quantidade possível de material

referente ao assunto em questão.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Entendendo as diculdades

de aprendizagem 10

CAPÍTULO II - Como as dificuldades de

aprendizagem são identificadas? 20

CAPÍTULO III – Uma educação apropriada 25

CONCLUSÃO 32

ANEXOS 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 38

ÍNDICE 40

FOLHA DE AVALIAÇÃO 42

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INTRODUÇÃO

Com este projeto temos o propósito de refletir sobre os aspectos

relacionados as dificuldades de aprendizagem do indivíduo durante todos os

processos de formação de seu caráter.

A escola, no cumprimento da sua função social, deverá desenvolver

nas crianças que nela confiam a sua formação, competências e habilidades

para prepará-las para agir conforme as exigências da contemporaneidade.

Como não há como se distanciar desta realidade, todos os

profissionais da educação sentem a necessidade de refletir sobre suas ações

pedagógicas no que diz respeito a conhecer e reconhecer a importância do

sujeito da aprendizagem, a entender o que pode facilitar ou impedir que ela

aprenda.

A sociedade atual experimenta mudanças rápidas e complexas devido

ao fluxo de informações variadas e numerosas. As crianças são estimuladas

continuamente, através de sons e imagens, a perceber um mundo plural,

colorido, virtual, interligado.

Diante do exposto, reconhecemos a emergência de transformar a

relação que estabelecemos com a maneira de ensinar e aprender. Não basta

mais ter informações a respeito de um determinado assunto e resolver os

problemas de qualquer forma. Para saber optar com coerência diante das

solicitações cotidianas, é necessário estar constantemente estudando e

aprendendo.

Entretanto, diante da necessidade de aprender, há a dificuldade que

vem associada a sentimentos fortes de incapacidade, sensações de angústia,

baixa estima, imaturidade para crescer, desenvolver-se, amadurecer e

enfrentar um mundo tão dinâmico e exigente.

Embora seja difícil falar separadamente do sujeito, da família e da

escola, pois todos se fundem em uma relação triangular, as autoras fazem

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uma abordagem em suas peculiaridades, focalizando as causas das

dificuldades de aprendizagem próprias a cada uma destas instâncias.

Diante disto, neste trabalho de pesquisa pretendemos, a partir do

levantamento bibliográfico entender o que são dificuldades de aprendizagem,

quais os fatores responsáveis, como a prática pedagógica contribui como

estratégia de intervenção, qual deve ser a postura do professor quando

identifica alunos com dificuldade de aprendizagem e se a prática pedagógica é

suficiente para intervir com estes alunos. De posse destas informações

pretendemos propor algumas alternativas para melhorar a nossa prática e

consequentemente de outros professores que tenham a consciência de grande

responsabilidade que é a tarefa de educar, bem como a responsabilidade da

família.

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CAPÍTULO I

ENTENDENDO AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

‘Quantas vezes o aluno erra na sua resposta sem que a professora

note que ele estava de fato pensando muitas vezes, até pensando

bem. Não devemos supor que a resposta errada indica que a criança

não estava pensando. Precisamos conhecer como a criança estava

pensando. O que a leva a chegar a conclusões diferentes das

nossas? Como ela está representando as idéias na cabelça dela?’

(CARRAHER,2002, p.18)

1.1 – O que são as dificuldades de aprendizagem?

Consideradas raras no passado, as dificuldades de aprendizagem

supostamente afetam, hoje em dia, pelo menos 5% da população. Muitas

autoridades pensam que o número de indivíduos afetados é, na verdade, muito

maior, e os especialistas concordam que muitas crianças nãp estão indo tão

bem quanto poderiam na escola em virtude de deficiências que não foram

identificadas . Ano após ano, muitos desses indivíduos são erroneamente

classificados como tendo baixa inteligência, insolência ou preguiça. Eles são

constantemente instados, por adultos anciosos e preocupados com seu

desenvolvimento acadêmico, a corrigirem-se ou a esforçarem-se. Quando as

táticas comuns de recompensa e de punição fracassam, pais e professores

tornam-se frustrados, mas ninguém sente maior frustração que os próprios

estudantes.

Embora as dificuldades de aprendizagem tenham se tornado o foco de

pesquisas mais intensas nos últimos anos, elas ainda são pouco entendidas

pelo público em geral. As informações sobre dificuldades de aprendizagem têm

tido uma penetração tão lenta que os enganos são abundantes até mesmo

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entre professores e outros profissionais da educação. Não é difícil entender a

confusão. Para começo de conversa, o termo dificuldades de aprendizagem

refere-se não a um único distúrbio, mas a uma ampla gama de problemas que

podem afetar qualquer área do desempenho acadêmico. Raramente, elas

podem ser atribuídas a uma única causa: muitos aspectos diferentes podem

prejudicar o funcionamento cerebral, e os problemas psicológicos dessas

crianças frequentemente são complicados, até certo ponto, por seus ambientes

doméstico e escolar.

As dificuldades de aprendizagem podem ser divididas em tipos gerais,

maius uma vez que, com frequência, ocorrem em combinações e também

variam imensamente em gravidade, pode ser muito difícil perceber o que os

estudantes agrupados sob esse rótulo têm em comum.

Na realidade, as dificuldades de aprendizagem são normalmente tão

sutis que essas crianças não parecem ter problema algum. Muitas crianças

com dificuldades de aprendizagem têm inteligência na faixa de média a

superior, e o que em geral é mais óbvio nelas é que são capazes (mesmo que

excepcionalmente) em algumas áreas. Como uma criança pode saber tudo o

que precisa saber sobre dinossauros aos quatro anos, mas ainda ser incapaz

de saber o alfabeto? Como um aluno que lê três anos a frente do nível de sua

série entrega um trabalho por escrito completamente incompreensível? Como

uma criança pode ler um parágrafo em voz alta impecavelmente e não

recordar seu conteúdo cinco minutos depois? Não nos admira que os

estudantes sejam acusados com tanta frequência de serem desatentos, não-

cooperativos ou desmotivados.

“Os conteúdos escolares são necessários, mas para que possam

promover a aprendizagem o professor precisa saber distinguir por

quais meios esates conteúdos são acessíveis às crianças. Tudo

depende das etapas do desenvolvimento. Sem conhecer as

características que definem tais etapas, torna-se mais difícil ensinar a

criança de modo que ela aprenda.” (SEBER, 1995, p. 231)

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Tal discrepância entre o que parece que a criança deveria ser capaz de

fazer e o que ela realmente faz, contudo, é a marca desse tipo de deficiência.

O que as crianças com dificuldades de aprendizagem têm em comum é o

baixo desempenho inesperado. Na maior parte do tempo, elas funcionam de

um modo consistente com o que seria esperado de sua capacidade intelectual

e de sua bagagem familiar e educacional, mas dê-lhes certos tipos de tarefas e

seus cérebros parecem “congelar”. Como resultado, seu desempenho na

escola é inconsistente: emparelhadas ou mesmoà frente de suas classes em

algumas áreas, mas atrás em outras. Embora os prejuízos neurológicos

possam afetar qualquer área do funcionamento cerebral, as deficiências que

mais tendem a causar problemas acadêmicos são aquelas que afetam a

percepção visual, o processamento da linguagem, as habilidades motoras finas

e a capacidade para focalizar a atenção. Até mesmo deficiências menores

nessas áreas (que podem passar completamente despercebidas em casa)

podem ter um impacto devastador tão logo a criança entre na escola.

‘Uma experiência interessante nos é proporcionada pelos professores

que solicitam cedo demais uma representação que ultrapassa a

maturidade das crianças: a incitação muito precoce à representação

de um boneco com cabeça e corpo pode levar justamente à ruptura

dessa representação’ (GREIG, 2004, p.61).

Muitas crianças com dificuldades de parendizagem tambémlutam com

comportamentos que complicam suas dificuldades na escola. A mais saliente

dessa é a hiperatividade, uma inquietação extrema que afeta 15 a 20% das

crianças com dificuldades de aprendizagem. Alguns outros comportamentos

problemáticos em geral observados por pessoas jovens com dificuldades de

aprendizagem são os seguintes:

Fraco alcance da atenção: A criança distrai-se com facilidade, perde

rapidamente o interesse por novas atividades, pode saltar de uma atividade

para outra e, frequentemente, deixa projetos ou trabalhos inacabados.

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Dificuldades para seguir instruções: A criança pode pedir ajuda

repetidamente, mesmo durante tarefas simples (“Onde é mesmo que eu

deveria colocar isso?” “Como é mesmo que se faz isto?”). Os enganos são

cometidos, porque as instruções não são completamente entendidas.

Imaturidade Social: A criança age como se fosse mais jovemque sua idade

crionológica e pod preferir brincar com crianças menores.

Dificuldade com a conversação: A criança tem dificuldade em em encontrar

as palavras certas, ou perambula sem cessar tentando encontrá-las.

Inflexibixibilidade: A criança teima em continuar fazendo as coisas à sua

própria maneira, mesmo quando esta funciona; ela resiste a sugestões ou a

ofertas de ajuda.

Distração: A criança frequentemente perde a lição, as roupas e outros objetos

seus; esquece-se de fazer as tarefas e trabalhos e/ou tem dificuldade em

lembrar de compromissos ou ocasiões sociais.

Falta de destreza: A criança parece desajeitada e sem coordenação; em

geral, deixa cair as coisas ou as derrama, ou apalpa e derruba os objetos;

pode ter uma caligrafia péssima; é vista como completamente inepta em

esportes e jogos.

Falta de controle dos impulsos: A criança toca tudo (ou todos) que prende

seu interesse, verbaliza suas observações sem pensar, interrompe ou muda

abruptamente de assunto em conversas e/ou tem dificuldade para esperar ou

revezar-se com outras.

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1.2 – Importância do reconhecimento das etapas do

desenvolvimento cognitivo em sala de aula

De acordo com Piaget, as etapas do desenvolvimento cognitivo estão

classificadas da seguinte forma: período sensório-motor (do nascimento até os

2 anos aproximadamente), período da inteligência simbólica ou pré-operatória

concreta (de 7-8 a 11-12 anos), período da inteligência operatória formal (a

partir de 12 anos, com equilíbrio entre 14-15 anos).

Período sensório-motor: Corresponde ao primeiro estádio do desenvimento

lógico, vai desde o nascimento até o aparecimento da linguagem por volta dos

18 meses a 2 anos. É assim chamado porque existe uma coordenação

sensório-motora da ação, com base na evolução da percepção e da

motricidade.

Período pré-operatório: Até os 2 anos o desenvolvimento é centrado na

própria criança, mas, a partir dos 2 anos a criança se volta para a realidade

exterior, tentando descobrí-la e, por isoo, é chamado de estádio objetivo. É

também chamado de período simbólico, pois instala-se a representação

mental, conforme afirma Goulart (2007, p. 54)

Período operatório concreto: No terceiro nível dainteligência operatória

concreta, o pensamento se torna reversível e conservador. A criança é capaz

de realizar a reversibilidade de pensamento diante da transformação do objeto

de um formato a outro, concluindo que não houve modificação em relação à

quantidade, apenas no formato.

Período operatório formal/abstrato ou hipotético dedutivo: No último e

quarto estádio, o da inteliginteligência hipotética-dedutiva ou formal, o

pensamento se torna independente do concreto, partindo de premissas cuja

verdade é admitida a título hipotético, podendo operar de acordo com uma

lógica que implica todas as combinações possíveis.

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1.3 – O que causa as dificuldades de aprendizagem?

Embora os estudantes com dificuldades de aprendizagem sejam, de

longe, o grupo com necessidades especiais maior e de mais rápido

crescimento na população escolar, os pais nem sempre podem obter respostas

claras para suas questões mais urgentes, quando um problema de

aprendizagem é identificado.

Múltiplos fatores contribuem para as dificuldades de aprendizagem. Nos

últimos anos, a importância relativa de tais causas tornou-se uma questão de

crescentes pesquisas e debates, em alguns estudos mais recentes, os

investigadores têm usado técnicas sofisticadas de imagens.

Os fatores biológicos que contribuem para as dificuldades de

aprendizagem podem ser divididos em quatro categorias gerais: lesão cerebral,

erros no desenvolvimento cerebral, desequilíbrios neuroquímicos e

hereditareidade. Uma vez que não existem testes neurológicos definitivos para

dificuldades de aprendizagem, a determinação da causa de problemas desse

tipo em determinado aluno ainda é, amplamente , uma questão de trabalho de

“adivinhação” informada.

Lesão cerebral: Por muitos anos, suoôs-se que todos os estudantes com

dificuldades de aprendizagem haviam experienciado alguma espécie de dno

cerebral. Hoje sabemos que a maioria das crianças com dificuldades de

aprendizagem não tem uma história de lesão cerebral.Mesmo quando tem,

nem sempre é certo que essa seja a fonte de suas dificuldado diversas des

escolares. Não existem dúvidas, entretanto, de que as dificuldades de

aprendizagem de algumas crianças realmente surgem a partir de lesões ao

cérebro. Entre estes tipos de lesões estão: hemorragias cerebrais e tumores,

encefalite e meningite, transtornos glandulares e hipoglicemia não tratados na

primeira infância, entre outros, como lesões cerebrais antes do parto.

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Alterações no desenvolvimento cerebral: Os tipos de problemas produzidos

por alterações no desenvolvimento cerebral depende, em parte, das regiões do

cérebro afetadas.A aprendizagem e outros comportamentos complexos

dependem da ativação de “circuitos” envolvendo diversas áreas do cérebro,

por essa razão, é difícil um aluno com dificuldades de parendizagemter um

problema de aprendizagem único e isolado.. Os cientistas identificaram três

padrões que ocorrem com particular frequência, como hemisfério esuqerdo

hipoativo/hemisfério direito hiperativo, hemisfério direito hipoativo/hemisfério

esuqerdo hiperativo, hipoatividade nos lombos frontais.

Desequilíbrios químicos: Um grupo crescente de evidências sugere que os

desequilíbrios neuroquímicos contribuem para alguns transtornos de

aprendizagem, particularmente aqueles que envolvem dificuldadecom a

atenção, a distração e a impulsividade. Isso inclui a síndrome conhecida como

Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH). As crianças com este

transtorno são, frequentemente, acusadas de “não prestar atenção”, mas na

verdade elas prestam atenção a tudo.

Hereditariedade: Um estudo recente descobriu que 60% das crianças com

dificuldades de aprendizagem tinham pais e/ou irmãos comproblemas similares

de aprendizagem, enquanto 25% podiam identificar avós, tios e tias com

dificuldades de aprendizagem. Enquanto que os gêmeos fraternos têm

problemas de dificuldades de aprendizagem similares cerca de metade das

vezes, gêmeos idênticos têm deficiências similares cerca de 70%. Quando

existe uma história familiar de dificuldades de aprendizagem, os pais também

precisam do apoio que é oferecido às crianças, tanto dos profissionais quanto

por parte de outros membros da família.

1.4 – Tipos básicos de dificuldades de aprendizagem

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Fatores orgânicos permanecem, por muito tempo, como a principal

causa dos problemas de aprendizagem. Este conceito mudou a partir de

diversos estudos na área da saúde mental .ste sentido.

Diferenciando transtornos de aprendizagem de problemas de

aprendizagem: Dificuldades, problemas e transtornos de aprendizagem ainda

são temas que causam controvérsias, e delimitações ainda estão sendo feitas

neste sentido. Transtorno de aprendizagem ou dificuldade de aprendizagem

específica se define como um transtorno de um ou mais dos processos

psicológicos básicos implicados na compreensão ou no uso da linguagem . Os

problemas de aprendizagem podem se apresentar em razão de uma

metodologia inadequada, privação cultural e econômica, má-formação

docente, falta de planejamento das atividades, desconhecimento da realidade

cognitiva dos alunos.

TDAH – Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade: Podemos

encontrar o Transtorno do déficit de atenço de déficit de atenção do tipo

predominantemente desatento, o Transtorno de déficit de atenção

predominantemente hiperativo/impulsivoe, ainda, o Transtorno de déficit de

atenção do tipo combinado. A maioria dos profissionais utiliza os critérios

diagnósticos do DSM IV ( Manual de estatística e diagnóstico, Quarta edição)

para avaliação, já que é um diagnóstico essencialmente clínico, ou seja, não é

detectado em exames médicos. Se essa investigação não for muito bem feita

corre-se o risco de estar medicando sem necessidades. Não é raro uma

criança com TDAH apresentar comorbidades, agregando distúrbios, como

dislexia, disgrafia, discalculia, etc. Diante disto, um programa pedagógico

específico deverá ser elaborado para esta criança, mas não é o que

observamos nas escolas, mesmo naquelas que se dizem inclusivas, as quais

parecem limitar o conceito de inclusão tão somente aos portadores da

síndrome de Down ou com algum outro retardo mental aparente e evidente.

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Dislexia: Muitas crianças passampor dificuldades quando estão aprendendo a

ler, e um diagnóstico precipitado pode levar esta criança ao rótulo de portadora

de dislexia. É preciso muito cuidado, tanto por parte da escola quanto do

profissional, responsável pelo diagnóstico, a fim de não se julgarem

precipitadamente as dificuldades de aprendizagem de uma criança. Alguns

professores e pais, por não conhecerem o ´rocesso evolutivo da escrita, ficam

anciosos e acabam realizando, erroneamente, a tentativa de “treinar” a escrita

da criança. Não levam em conta as idéias que as crianças elaboram sobre a

sua escrita, suas hipóteses de construção. A dislexia é um distúrbio na leitura

que afeta a escrita, sendo normalmente detectada a partir da alfabetização,

período me que a criança inicia o processo de leitura. Seu problema torna-se

bastante evidente, quando tenta soletrar letras com muita dificuldade e sem

sucesso. O que se espera de uma criança, para esta idade, normalmente não

se encontra em uma criança dislexa, que é identificar as letras, os fonemas, a

quantidade de sílabas em uma palavra, para daí formar as frases e ,

posteriormente, ler umtesto.

Discalculia: A Matemática, para algumas crianças é, ainda, um bicho de sete

cabeças. Muitos não compreendem os problemas matemáticos, não

conseguem entender qual a operação que deve ser feita, se adição, subtração,

multiplicação ou divisão. Alguns, não entendem os sinais, muito menos as

expressões. Em muitos casos, a dificuldade não está na criança, mas no

professor, que elabora problemas com enunciados inadeuqados para a idade

cognitiva da criança.No entanto, em outros casos, pode se tratar de um

distúrbio chamado discalculia e não de “preguiça”. Este transtorno não é

causado por deficiência mental nem por déficits visuais ou auditivos, nem por

má escolarização, por isso é importante não confundir a discalculia com os

fatores citados acima.

Disgrafia: Na disgrafia, o sujeiro apresenta uma letra feia e com garranchos.

Isso acontece por causa de uma incapacidade de recordar a grafia da letra, ou

seja, ao tentar relembrar um grafismo, a criança escreve muito lentamente e,

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com isso, acabam indo inadequadamente às letras, de maneira ilegível. Entre

as causas, estão os distpurbios da psicomotricidade, em geral, e os da

percepto-motricidade, em particular. Podemos encontrar dois tipos de disgrafia,

como a motora ( discaligrafia) - a criança consegue falar e ler bem, mas

encontra dificuldades na coordenação motora fima para escrever as letras, as

palvras e os números; - perceptiva – não consegue fazer relação entre o

sistema simbólico e as grafias que representam sons e letras, palavras e

frases.

Disortografia: A característica principal de um sujeito com disortografia é a

confusão com letras, sílabas e trocas ortográficas, já conhecidas e trabalhadas

pelo professor. Trata-se de um distúrbio da escrita, na qual encontramos

inversões, aglutinações, omissões, desordem na estrutura da frase. Uma

criança privada de uma metodologia de ensino satisfatória ou que teve uma

aprendizagem incorreta da leitura e da escrita poderá apresentar didortografia

corrigível a partir de um acompanhamento adequado. Umas das orientações

são – estimular a memória visual da criança por meio de quadros com letras do

alfabeto, números, famílias silábicas, não exigir que a criança escreva vinte

vezes a palavra, não reprimir a criança mas auxiliá-la positivamente.

“Crítico, criativo, atualizado, competente. Trata-se, não de cerear,

temer, controlar a aompetência de quem aprende, mas de abri-lhe a

chance na dimensão maior possível. Não interessa o disciúlo mas o

novo mestre. Entre o professor e o aluno não se estabelece apenas

hierarquização verticalizada, que divide papéis pela forma do

autoritarismo, mas sobretudo confronto dialético. Este alimenta-se da

realidade histórica formada por entidades concretas que se

relacionam de modo autônomo, como sujeitos sociais plenos.”(DEMO,

1993, p. 153)

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CAPÍTULO II

COMO AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM SÃO

IDENTIFICADAS?

Uma vez que as dificuldades de aprendizagem são definidas como

problemas que interferem no domínio de habilidades escolares básicas elas só

podem ser formalmente identificadas até que uma criança comece a ter

problemas na escola.

Entretanto, o que tal prática significa, na realidade, é que as crianças

com dificuldades de aprendizagem geralemte precisam enfrentar suas

dificuldades por anos antes de ser feito um esforço intensivo para descobrir se

o melhor meio de ajudá-las. Infelizmente, quanto mais tempo uma dificuldade

de aprendizagem permanece sem reconhecimento, mais provável é que os

problemas de um aluno comecem a aumentar.

Por isso, é extremamente importante que os pais que se preocupam

com o progresso dos filhos na escola hajam de forma imediata para uma

investigação.

Nossa finalidade aqui é discutir os mais precoces sinais de alerta de

dificuldades de aprendizagem, de modo que você saiba quando uma avaliação

é necessária.

‘Os pais inconscientemente deixam a seu filho a carga de refazer sua

história, mas refazê-la de tal maneira que nada deveria mudar, apesar

de tudo. O paradoxo em que a criança está presa produz logo efeitos

violentos; com efeito, raramente há oportunidade de que a criança se

realize em seu próprio nome.’ ( FERNÁNDEZ, 1991, p. 99)

1.1 – Detectando problemas

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Quantas vezes a escola observa alguns comportamentos, sinaliza à

família que algo não vai bem, que é necessário procurar um especialista para

uma avaliação, e a família nada faz? Muitos ainda se chateiam, chegando

mesmo a retirar a criança da escola. A criança vai para outra instituição de

ensino, mas lá acontece a mesma coisa, o que leva, muitas vezes, a uma nova

recolocação da criança, perpetuando-se a situação. O resultado disso é um

agravamento tanto do emocional quanto da aprendizagem escolar, pois,

quando a criança começa a criar vínculos, ela é retirada da escola, sendo

obrigada a iniciar um novo processo de adaptação.

Acontece também de afamília levar a criança ao psicopedagogo, que

faz o diagnóstico, verifica que a criança necessita iniciar imediatamente um

tratamento, mas a família não prossegue.

“Tratando-se de uma criança, isto é, um ser em evolução, a

superação do sintoma tem um caráter de urgência na medida em que

está em jogo seu próprio destino, já que a parada no desenvolvimento

produz deteriorações muitas vezes irrecuperáveis.” (PAÍN, 1992, p.

74)

A família deve fazer todo um esforço para que a criança consiga

superar suas dificuldades. Algumas dizem que não podem pagar o tratamento,

entretanto há instituições que oferecem gratuitamente o serviço, ou mesmo

com o psicopedagogo pode-se chegar a um acordo. Outros expressam

dificuldade em relação à distância, afirmando que não tem como levar; contudo

alguns transportes escolares disponibilizam horários extras. Em muitos casos,

observamos a resistência dos pais em dar continuidade ao tratamento, porque

tratar a criança significa mexer na estrutura familiar.

Em decorrência de sintomas apresentados na escola, os pais são

chamados e , na maioria das vezes, tal qual a própria escola, a primeira reação

é isentarem-se de qualquer responsabilidade, muitos não aceitam a dificuldade

da criança, e o que deveria ser visto como um alerta e prevenção, para um

diagnóstico precoce, é encarado pela família como uma batalha.

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1.2 – Sintomas

Quando um sintoma aparece, muitas famílias não assumem os

déficits, porque assumí-los pressupõe-se um também, uma investigação de

algo que não se quer revelar.

Paín diz que, “em alguns casos, o tabu do conhecimento está

incorporado em formas de segredo” (1992, p. 40). Um filho adotivo, uma mãe

prostituta, um pai viciado, um nascimento após aborto provocado, ou mesmo

uma tentativa de aborto na gestação desta criança são segredos que, se

revelados, poderiam desautorizar os pais, por meio de uma chantagem por

parte dos filhos ou de uma identificação com a mãe prostituta, não

possibilitando uma recriminação ou censura por parte desta mãe.

Corroborando com a idéia, Fernández entende que “... os

movimentos ante o segredo, ante o não dito, podem converter-se em

sintomático” (1991, p. 40). Portanto, algo que poderia ser da ordem do saber,

do conhecer a história inviabiliza um saber na aprendizagem.

Existindo uma situação patológica no âmbito familiar, o sintoma

aparece, para denunciar algo que não vai bem, que já existia previamente, mas

não foi percebido, ou foi mascarada.

Há crianças que sentem o carinho dos pais, e a aprendizagem flui de

forma prazerosa, mas há outras que, ao não aprenderem, percebem aí a única

maneira de contar com este carinho e atenção. É como uma criança que

sempre faz algo errado para chamar a atenção da mãe ocupada com seus

afazeres, mesmo sabendo que poderá receber um castigo.

Alguns segredos vêm com uma carga muito grande de culpa,

provocando um comportamento diferencial nesta família e, para aliviar

tamanha culpa, a superproteção, muitas vezes,

Apresenta-se como pano de fundo.

1.3 – Afetividade em equilíbrio

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A falta de afeto dentro das famílias vem sendo cada vez mais revelada.

Certo pai me disse que ão abraçava seus três filhos, porque não teve o amor

de seus pais e, consequentemente, não conseguia agir de outra forma. No

diagnóstico, o filho, pré – adolescente, demonstrou enorme carência afetiva e

baixa estima. O pai, até então, não havia enxergado isto como prejudicial ao

seu filho, tampouco imaginava que poderia estar influenciando, negativamente,

seu rendimento escolar. Foi preciso que alguém de fora sinalizasse tal

dinâmica, para o pai perceber que deveria mudar.

Piaget diz:

“Em um primeiro sentido, pode-se dizer que a afetividade intervém

nas operações da intreligência; que ela estimula ou perturba; que ela

é causa de acelerações ou de atraso no desenvolvimento intelectual;

mas que ela não será capaz de modificar as estruturas da inteligência

enquanto tal... Em um segundo sentido, pode-se dizer, ao contrário,

que a afetividade intervém nas estruturas da inteligência; que ela é

fonte de conhecimentos e de operações cognitivas originais.

Numerosos autores têm sustentado este ponto de vista. “

(LAJONQUIÉRE, 2002, p. 128)

Um vínculo afetivo familiar não é criado de uma hora para outra. Deve

ser cultivado desde a primeira infância, respondendo aos seus infindáveis

porquês, respondendo com paciência às inúmeras contra-argumentações,

quando se proíbe de fazer algo, interessando-se pelo dia a dia escolar, e não

só nas notas do boletim. Deve-se colocar à disposição par ajudar nas tarefas

escolares sempre que o filho precisar, dizer não quando necessário e ser firme

nesta posição, explicando, porém, as razões da negativa.

Manter um diálogo aberto é imprescindível para uma boa relação

familiar. Quando não há diálogo impõe-se o anti-diálogo, que, de acordo com

Freire,

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“é desamoroso. É acrítico e não gera criticidade, exatamente porque

desamoroso. Não é humilde. É desesperançoso. Arrogante.

Autosuficiente. No anti-diálogo quebra-se aquela relação de (simpatia)

entre seus polos, que caracteriza o diálogo. Por tudo isso o anti-

diálogo não comunica. Faz comunicados.” (FREIRE, 1983, p. 108)

1.4 – Insegurança da família em relação à escola

Tenho percebido que muitos pais se sentem inseguros em relação à

prática construtivista. A queixa mais comum é que acreditam que as crianças

ficam muito á vontade, que a quantidade de tarefas é pequena, que algumas

crianças demoram a ler, que em algumas escolas, não há nota, e, sim,

conceito, o que para muitos pais é difícil de entender. Isto gera um conflito

muito grande na criança, pois estes pais provavelmente estudaram em

colégios tradicionais, onde tinham que muito cedo aprender a montar as

continhas (quando não se permitia contar os palitinhos ou nos dedos), e

possivelmente, ainda não estavam preparados cognitivamente para tal

aprendizagem. Esta ansiedade é passada para seus filhos que se tornam

também ansiosos e angustiados.

Por outro lado, a criança pode até estudar em uma escola construtivista,

mas, não raro, tem em casa pais que, embora desejem ajudar, acabam

“ensinando” do jeito que aprenderam, quando criança, atropelando uma

construção que vem sendo realizada na escola e, evidentemente, atrapalhando

a aprendizagem.

Por isso, é de fundamental importância que os pais busquem

informações sobre a linha teórica adotada pela escola e verifiquem se está de

acordo com toda sua proposta pedagógica, acreditando nela. Deve-se solicitar

que a escola explique como serão adotadas as formas de avaliação, o dia a

dia, como os pais devem proceder para ajudar os filhos nas tarefas escolares

etc, é aí que entra o papel do orientador pedagógico e educacional.

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CAPÍTULO III

Uma educação apropriada

Crianças gostam de pensar e quando lhe são fornecidos meios para

estimular seu raciocínio, surgem oportunidades para desenvolver seu

potencial.

O erro é uma preciosidade que nenhum professor e nem os pais devem

desperdiçar, visto que, por meio dele, temos a oportunidade de observar como

a criança está raciocinando e como constrói seu pensamento. Seria cruel

demais simplesmente apontar o erro, sendo mais justo repensá-lo junto à

criança para que ela possa fazer as correlações necessárias e descobrir o que

deverá ser modificado.

Professores em escolas desestruturadas, sem apoio material e

pedagógico, desqualificados pela sociedade, pelas famílias, pelos

alunos não podem ocupar bem o lugar de quem ensina tornando o

conhecimento desejável pelo aluno. É preciso que o professor

competente e valorizado encontre o prazer de ensinar para que

possibilite o nascimento do prazer de aprender. A má qualidade do

ensino provoca um desetímulo na busca do conhecimento. (WEISS,

2003, p. 18)

1.1 – Monitoramento do progresso do aluno

Devaneios, mau comportamento para chamar a atenção e manipulação

dos outros para a redução de expectativas ou para que sintam pena são uma

amostra de estratégias contraprodutivas de enfrentamento bastante usadas

por crianças com dificuldades de aprendizagem na escola e em casa.

Com muitas delas perderam o entusiasmo, é importante que comecem a

experimentar algum sucesso tão logo quanto possível. Assim que percebem

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que estão avançando, sua motivação e seu nível de compromisso com os

tarefas escolares geralmente melhoram. Para manterem seu entusiasmo,

precisam ser capazes de ver a si mesmas fazendo progresso em uma base

regular.Muitas são muito sensíveis a contratempos: até mesmo curtos períodos

de frustração podem ser suficiente para fazer com que desistam e revertam a

padrões desejáveis de comportamento.

Por esse motivo, os pais sensatos não esperam pelos boletins ou por

revissões anuais legalmente exigidas para verem como seus filhos estão indo

na escola. Ao invés disso, monitoram o progresso do aluno mais atentamente,

em geral, em uma base semanal ou mesmo diária. Ao detectarem problemas,

esses pais entram em contato com a escola e buscam a intervenção imediata.

Tal posição ativa protege as crianças da experiência de períodos extensos e

prejudiciais de derrota e, muitas vezes, leva a importantes ajustes no

porograma didático.

A fim de monitorar-se efetivamente o progresso de um estudante, é

essencial que o orientador pedagógico e educacional desenvolva

relacionamentos cooperativos com os professores da criança e, ás vezes,

também com os administradores escolares.

Ainda mais importante do que oferecer auxílio escolar são as tarefas de

oferta de apoio emocional a crianças com deficiências de processamento de

informações e o esforço para que essa crianças sintam que são membros

valorizados e funcionais da sociedade. Muitos estudps mostram que um senso

de valor e de pertencer a um grupo são mais fundamentais para o sucesso

futuro de uma criança do que suas habilidades na escola. Por esse motivo, os

seguintes tipos de atividades podem ser tão úteis para seu filho quanto os

deveres de casa:

• Assumir uma parcela justa de responsabilidades em casa.

• Participar de passatempos e atividades recreativas.

• Participação em atividades de grupo.]

• Envolvimento em projetos de serviços comunitários.

• Envolvimento em cerimônias e tradições religiosas.

• Participação em viagens e passeios da família.

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Tente evitar tornar a participação nessas atividades ou nos passeios da

família uma condição em relação ao sucesso na escola. Todas as crianças

precisam acreditar que pertencem a um grupo e que têm valor

independentemente de sua capacidade para um bom desempenho escolar.

Isso é especialmente importante para estudantes com dificuldades de

aprendizagem cujo o processo na escola, com frequência, é lento ou errático.

Será na vivência dos casos de não-aprendizagem que poderemos

socializar experiências, possibilitar espaços de interação, de olhar e

de escutas, observando relatos, comprovando a importância das

intervenções pscosocioeducativas nas supostas incapacidades para

aprendizagem avançando nos aspectos da afetividade e da cognição.

(DIRECIONAL EDUCADOR, edição 61, 2010, p. 13)

1.2 – Apoio apropriado em casa e na escola

É no âmbito familiar que o sujeito inicia suas primeiras aprendizagens.

Aprende a sugar no ceio da mãe, a rolar no berço, a levantar a cabecinha, o

tronco, a sentar, a comer de colherinha, a engatinhar, a dizer as primeiras

palavras, a andar, a cantar, a dançar. Todas estas conquistas são

presenciadas primeiramente pela família que passa a dar-lhe estímulos,

almejando que a criaça conquiste cada vez mais novas habilidades.

È observando a interação existente entre os membros da família que

podemos compreender como se dá a circulação do conhecimento e o

acesso a aprendizagem, visto como cada membro familiar tem uma

firma própria de aprender e operar ao construir o próprio

conhecimento, ou seja, uma modalidade de parendizagem que o

permite se aproximar do desconhecido, para agregá-lo ao saber.

(MUNHOZ, 2005, p. 180)

Nesse sentido, é importante que a família estimule o pensamento desta

criança, ajudando-a a pensar com autonomia, ouvindo suas indagações,

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questionamentos e permitindo que faça suas escolhas e se responsabilize por

elas, colocando os limitess necessários na medida certa.

Em determinadas famílias, esta autoria de pensamento é podado,

impedindo que a criança possa pensar, escolher, negar, questionar. Isto

poderá refletir negativamente na aprendizagem do sujeito quando da

elaboração de uma redação, na interpretação de textos, em pesquisas

escolares, em decisões a serem tomadas em grupos, mostrando-se submisso

e inseguro.

É neste contexto que a família imprime suas marcas no sujeito,

moldando-o conforme acredita serem corretos os seus juízos de valor. Estas

marcas, no entanto, poderão vir carregadas de frustrações, atribuindo ao filho

a responsabilidade de ser o que estes pais não conseguiram, ou de continuar

numa tradição familiar.

Vigotsky evidencia a função da família e da escola para o

desenvolvimento do indivíduo através do ensino aprendizagem, demonstrando

que é em seu interior, que serão substanciados os saberes cotidianos em

saberes científicos, sendo que aqueles correspondem aos saberes construídos

no âmbito extra-escolar e estes referem-se aos saberes construídos no interior

das escolas, o saber sistematizado, bem elaborado o saber socialmente

“aceitável”, que sofrem modificações no âmbito escola e posteriormente se

tornam instrumentos de interação e mudança social.

Verificamos nas entrevistas feitas na Escola Municipal Professora Lígia

da Silva França, em São João de Meriti, com pais, alunos e professores da

escola, que nas falas das crianças a escola representa uma specto importante

no seu aprendizado, na maioria dos casos ela não é o único local em que ela

aprende, porém as crianças resslatam o quanto a presença do adulto é

relevante na apreensão do conhecimento.

Podemos também observar que o contexto familiar dos alunos

pertencentes às classes menos favorecidas que os níveis de aprendizado da

família em alguns momentos impedem-nas de progredir na leitura e escrita,

pois são apropriadas pelos alunos também no convívio com outras pessoas.

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Percebe-se nas falas das crianças a busca de compreensão do mundo

através da apropriação da leitura e escrita. Nesse contexto revela-se que a

valorização do saber se efetiva no momento que é possível escender

socialmente. Também a aquisição da leitura e da escrit é vista como

possiblidades de mudanças da realidade social que as crianças vivenciam,

tornando-se importante fator de mudança social. Deve-se isso ao trabalho

realizado pelos professores, os quais mostram-se comprometidos com a

formação de seus alunos e também “sozinhos” neste processo, já que os pais

não demonstram o mesmo comprometimento e muitas vezes ficam

“estressados” diante desta situação.

De acordo com pesquisas do instituto Academia de Inteligência, no

Brasil, 92% dos professores estão com três ou mais sintomas de

estresse e 41% com dez ou mais. É um número altíssimo, indicando

que quase a metade dos professores não deveria estar em sala de

aula, mas internada em uma clínica antiestresse. (CURY, 2003, p.62)

1.3 – Ansiedade em relação ao futuro

Em muitas famílias, a ansiedade acumula-se a medida que a criança se

aproxima de seu décimo sexto aniversário. Nesse ponto, muitas questões que

antes eram hipotéticas agora começam a tornar-se reais e urgente. O que a

criança fará depois do ensino médio? Como ganhar a vida? Será que ela

possui interesses acadêmicos ou o potencial intelectual para ir à universidade?

Será que está suficiantemente madura para viver longe de casa?

Os pais de alunos com dificuldades de aprendizagem enfrentam essa

questões com uma grande preocupação. Além de ter habilidades escolares

incompletas, Nossos adolescentes parecem, ás vezes, não possuir maturidade

e motivação. Eles podem chegar ao final do ensino médio sem ter considerado

seriamente o que desejam fazer no futuro. Os pais que se preocupam cada

vez mais sobre como a criança sobreviverá de pois de terminada essa etapa

tomam tal fracasso para antecipar o futuro como uma deficiêmcia de ambição.

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Com a maior frequência, contudo, a responsável por isso é a falta de

experiência com o planejamento e a tomada de decisões. Os alunos que têm

dificuldades na escola (e que tem muitas das decisões que lhes dizem respeito

tomadas por outros) com frequência desenvolvem uma mestalidade de

sobrevivência; o que é importante para eles é passar por cada dia sem

humilhações ou desastres. Após alguns anos, esse alunos tornam-se

“deficientes quanto ao futuro”.

O conceito do ano seguinte, ou de dois anos á frente, tem pouco

significado real para essas pessoas.

O apoio adicional e um cuidadoso planejamento podem ser

necesssários para ajudar pessoas jovens com problema de processamento de

informações a fazerem uma transição tranquila para um mundo profissional ou

a educação superior. Reconhecendo esse fato, a lei feseral norte-americana

exige que um plano de Transição Individual ( ITP) seja desnvolvido para

estudantes com dificuldades de aprendizagem antes dos dezesseis anos de

idade (alguns estados exigem que o processo de planejamento da transição

seja iniciado antes). Todavia, as pesquisas indicam que os planos de transição

desenvolvidos em muitas escolas de ensino médio oferecem muito pouco,

tarde demais. Como resultado, vários estudantes com dificuldades de

aprendizagem deixam a escola sem habilidade profissionalmente produtivas ou

um plano coerente e realista para o futuro.

Os pais precisam assumir a liderança no processo de planejamento da

transição, ao invés de deixarem essa importante questão inteiramente por

conta de pessoas na escola da criança. As autoridades concordam que, aos

dezesseis anos, é muito tarde para começar o planejamento da transição; a

maioria recomenda que se inicie isso na nona série ou mesmo antes. Além

disso, embora os serviços de transição estejam melhorando em muitas áreas,

as crianças com dificuldades de aprendizagem ainda são, frequentemente,

prejudicadas no processo de ensino médio e orientação vocacional. Os

orientadores pedagógicos, algumas vezes, são amplamente ignorantes sobre

as necessidades especiais de indivíduos com dificuldade de aprendizagem e

sobre os programas e serviços disponíveis para ajudá-los. O monitoramento e

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a defensoria, portanto, são mais importantes que nunca á medida que a

criança se aproxima da conclusão de seus estudos, a fim de garantir-se que os

estudantes estão explorando uma faixa plena de opções (um objetivo

importante nesta fase é também o de fazer com que o estudante participe mais

ativamente nos processos de planejamento e de defensoria).

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CONCLUSÃO

Diante do estudo ralizado, concluímos que a família tem um importante

papel no desenvolvimento do sujeito, principalmente no que diz respeito à

afetividade, condição necessária ao crescimento integral da criança. A família

que oferece um ambiente livre de críticas, ameaças e exigências ( que

correspondem aos desejos dos pais) estará proporcionando um bom equilíbrio

à criança e estabelecendo uma base firme, ajudando-a a lidar com frustrações,

fracassos, sucessos, mudanças, perdas. Crianças e adolescentes que não

conseguem conviver com perdas e fracassos podem apresentar

comportamentos agressivos, violentos, recorrerem às drogas, dispersam-se

facilmente, isolam-se e consequentemente, têm um baixo rendimento escolar.

Se formos investigar a origem disso tudo, encontraremo, lá atrás, na infância,

situações que deveriam ter sido evitadas, e não foram.

A escola tem um importante papel, devendo proporcionar um ambiente

que trabalhe a auto-estima, o respeito pelas diferenças, a auto-confiança, a

aceitação do erro como condição normal, à aprendizagem. Estimular a

curiosidade, ouvir as crianças naquilo que elas desejam saber e incorporar

estes desejos ao currículo, realizar projetos que posssam trazer assuntos, para

serem incorporados à realidade do aluno são atitudes que ajudarão o aluno a

compreender melhor os temas abordados, fazendo sentido para sua

aprendizagem.

Trabalhar com inclusão é algo urgente e indispensável. Não me refiro

apenas às crianças com síndrome de Down (ou outros tipos de retardo), mas

também a crianças com problemas de aprendizagem, que muitas vezes são

rotuladas de preguiçosas e desligadas, quando, na realidade, são vítimas de

situações que não dependeram delas. Embora a inclusão e a avaliação não

estejam entre os objetos específicos do presente trabalho, são questões que

devem ser encaradas com muita seriedade pelas escolas. Como as escolas

estão cuidando hoje da avaliação de uma criança com transtornos ou

problemas do aprendizado? Estão as escolas realmente, sabendo lhe dar com

a inclusão em sala de aula (nos casos necessários), ou fingindo se adequar à

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lei da inclusão, para que não sejam excluídas da comunidade? E os

Orientadores Educacionais ePedagógicos, o que tem feito?

No entanto acreditamos que para acontecer o avanço na

aprendizagem do indivíduo com dificuldades de aprendizagem é preciso que

os professores e orientadores sejam comprometidos com a desmistificação

das relações socais, tenham clareza teórica e estimule a presença, a

discussão, a pesquisa, o debate e enfrentamento de tudo que se constrói o

ser. Além do mais, que esses profissionais sejma reflexivos em sua prática

pedagógica, devem ser sensíveis a apreensão de possibilidades alternativas,

devem ter consciência que são passíveis de erros, estejam sempre se

questionando no seu fazer, indo além das atividades imediatas, tendo em

mente o tipo de homem que quer formar.

Percebemos que o indivíduo com dificuldades de aprendizagem é

perfeitamente capaz de aprender e até mesmo de criar, muitas vezes, coisas

que pessoas consideradas como normais, não conseguem criar. Basta que a

escola e a família cumpram seu papel e não se vejam como inimigos, mas sim

como parceiros neste processo árduo e ao mesmo tempo compensador, diante

dos resultados, sempre com ajuda da mediação realizada pelo orientador

pedagógico e educacional.

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ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1 >> Entrevista aos professores; Anexo 2 >> Entrevista aos alunos; Anexo 3 >> Entrevista aos pais.

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ANEXO 1

Questionário destinado aos professores: Caro professor (a) Solicito a sua colaboração no sentido de responder as questões abaixo, de forma sincera, pois os dados servirão de apoio para efetivação de um estudo para monografia sobre Dificuldades de Aprendizagem

Desde já, obrigada! Débora Gonçalves de Barros

Idade: Quantos anos atua como professor (a)? Qual a sua formação?

1- Como você exerce sua práxis, a fim de alcançar os objetivos educacionais da escola?

2- Que metodologia utiliza para garantir às crianças clareza e segurança

no seu aprendizado?

3- O que faz quando descobre em sua turma uma criança com dificuldade de aprendizagem?

4- Que recursos utiliza para trabalhar com essas crianças?

5- Faz um trabalho individualizado ou coletivo?

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ANEXO 2

Questionário destinado aos alunos: Idade: Ano de escolaridade:

1- Você tem alguma dificuldade em entender o que seu professor explica?

2- Aprender é importante para você?

3- Como você acha que seu professor podeia agir em sala de aula para que você entenda melhor os conteúdos?

4- Você acha que a escola está lhe ajudando em sua aprendizagem?

5- Seus pais lhe ajudam em casa com as atividades de casa ou atividades extras?

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ANEXO 3

Questionário destinado aos pais:

Idade:

Escolaridade:

1- Como você acha que seu filho está no processo de aprendizagem?

2- Você acha que a escola e o professor estão realizando bem seu papel

de educadore?

3- Você ajuda seu filho nesse processo?

4- Como é o seu relacionamento com o professor de seu filho e a equipe

pedagógica da escola?

5- Como é seu relacionamento com seu filho (a)?

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

1- CARRAHER, Terezinha Nunes. Aprender pensando: contribuições da

psicología cognitiva para a educação. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002.

2- CURY, Augusto Jorge. Pais brilhantes, profesores fascinantes. RJ:

Sextante, 2003.

3- FERNANDÉZ, Alicia. A inteligencia aprisionada: abordagens

psicopedagógicas clínica da criança e sua familia. Porto Alegre: Artes

Médicas, 1991.

4- FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. RJ: Paz e Terra,

1983.

5- GREIG, Philippe. A criança e seu desenvolvimento: o nascimento da

arte e da escrita; trad. Fátima Murad. Porto Alegre: Artmed, 2004.

6- HAYDT, Regina Célia Cazaux. Curso de Didática Geral. SP, 1998.

7- LAJONQUIÉRE, Leandro de. De Piaget a Freud: para repensar as

aprendizagens. A Psicopedagogia entre o conhecimento e o saber.

Petrópolis, RJ: Vozes, 1992.

8- MUNHOZ, Maria Luíza Puglisi. Educação e familia em uma visão

psicopedagógica sistémica. Petrópolis, RJ:Vozes, 2004.

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9- PAÍN, Sara. Diagnósticos e tratamentos dos problemas de

aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.

10- Revista: DIRECIONAL EDUCADOR: O PLANEJAMENTO E SEUS

DIVERSOS OLHARES, edição 61, 2010.

11- SAMPAIO, Simaia. Dificuldades de aprendizagem: A psicopedagogía na

relação sujeito, familia e escola. RJ, 2009.

12- SEBER, Maria da Glória. Psicologia do pré-escolar: uma visão

construtivista. São Paulo: Moderna, 1995.

13- SITES, internet.

14- STRICK, Corine Smith e Lisa. Dificuldades de aprendizagem de A a

Z:Um guía completo para país e ducadores. Porto Alegre: Artmed, 2001.

15- WEISS, Maria Lúcia Lemme. Psicopedagogia clínica: uma visão

diagnóstica dos problemas de aprendizagem escolar. RJ: DP&A, 2003.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

(ENTENDENDO AS DIFICULDADES DE

APRENDIZAGEM) 10

1.1 - O que são as dificuldades de aprendizagem? 10

1.2 - Importância do reconhecimento das

etapas do desenvolvimento cognitivo em

sala de aula 14

1-3 - O que causa as dificuldade de aprendizagem? 15

1.4 – Tipos básicos de dificuldades de aprendizagem? 16

CAPÍTULO II

(COMO AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

SÃO IDENTIFICADAS? 20

1.1 – Detectando problemas 20

1.2 – Sintomas 22

1.3 – Afetividade em equilíbrio 22

1.4 – Insegurança da família em relação à escola 24

CAPÍTULO III

(UMA EDUCAÇÃO APROPRIADA)

1.1 – Monitoramento do progresso do aluno 25

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1.2 – Apoio apropriado em casa e na escola 27

1.3 – Ansiedade em relação ao futuro 29

CONCLUSÃO 32

ANEXOS 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 38

ÍNDICE 40

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes (Instituto A Vez do

Mestre)

Título da Monografia: Dificuldades de Aprendizagem

Autor: Corine Smith e Lisa Strick

Data da entrega: 21 de agosto de 2010

Avaliado por: Prof. Vilson Sérgio

Conceito: