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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A EQUOTERAPIA NO DESENVOLVIMENTO
NEUROPSICOMOTOR EM CRIANÇAS PORTADORAS DE
SÍNDROME DE DOWN
ROBERTA REIS COUTINHO
Profª. Orientadora
Maria Poppe
RIO DE JANEIRO
2004
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A EQUOTERAPIA NO DESENVOLVIMENTO
NEUROPSICOMOTOR EM CRIANÇAS PORTADORAS DE
SÍNDROME DE DOWN
Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes
como condição prévia para a conclusão do Curso de Pós-
Graduação “Lato Sensu” em Psicomotricidade.
Por: Roberta Reis Coutinho
DEDICATÓRIA
Esta monografia é dedicada à todos
aqueles que torcem por mim, me apóiam
em meus sonhos, para que eu tenha força
para transformá-los em realidade.
AGRADECIMENTOS
A Deus, pois sem a presença dele na
minha vida, tudo seria em vão.
À minha família, em especial aos
meus pais, por tudo que representam
e ao meu noivo pelo simples fato de
existir em minha vida e dividir todas
as minhas conquistas ao meu lado.
CAPÍTULO I
SÍNDROME DE DOWN
Segundo Pueschel (1993), o registro antropológico mais antigo é do século
VII, onde foi encontrado através de escavações um crânio saxônio que apresentava
modificações estruturais semelhantes aos portadores da Síndrome de Down, devido a
esse fato questiona-se a respeito da origem da Síndrome, alguns acreditam que é tão
antiga quanto a humanidade, outros que é um produto da evolução humana.
Até o momento não foi possível responder a essa questão de maneira
fidedigna, para isso seria necessário pesquisas de época. Pueschel (1993) descreve
que até o século XIX não há documentação científica sobre a Síndrome de Down,
pois revistas médicas e pesquisadores interessados em problemas genéticos e de
deficiência mental eram escassos.
No quadro “Virgem e Criança” de Andrea Mantegna, artista do século XV,
Pueschel coloca que Zellwerger descobriu traços no menino Jesus semelhantes aos
de uma criança portadora da Síndrome, sendo esta mais uma forma de comprovar a
sua origem, a de analisar pinturas antigas.
1.1 - Incidência
Segundo descrições de Cotran (1999) a Síndrome de Down ocorre em todos
os grupos raciais, sem prevalência de região, havendo uma freqüência de uma a duas
crianças a cada mil nascimentos, sem contar os abortos espontâneos. Essa freqüência
varia de autor para autor e ao se tratar da freqüência de casos com relação direta da
Síndrome com a idade materna, pode chegar a aproximadamente um bebê para cada
90 nascimentos, de mães com idade superior a 45 anos.
1.2 - Genética
Para que se entenda a genética da Síndrome de Down, precisa-se relembrar
algumas descrições da célula, do cromossomo, do cariótipo e da divisão celular.
Werneck (1995) descreve que a célula é a menor unidade do corpo humano,
possuindo 46 cromossomos, ou seja, 23 pares de cromossomos idênticos dois a dois.
Destes 23 pares, um par é especificado como sexual, ou seja, determinante do sexo.
Os outros 22 pares são autossômicos semelhantes no homem e na mulher,
enumerados de 1 a 22.
Ela ressalta que os cromossomos são responsáveis pela herança genética,
definem a cor dos olhos, a inteligência, a tendência a desenvolver uma certa doença,
o tipo de pele, entre outras características. São os cromossomos que armazenam as
características físicas, intelectuais e emocionais do ser humano. Havendo qualquer
modificação ou perda deste material genético o funcionamento celular pode ser
totalmente alterado.
Werneck (1995) menciona que ao ocorrer o encontro do espermatozóide
com o óvulo origina-se um ovo que migra até o útero onde se fixa pelos próximos
nove meses. É então que começa a divisão celular. O ovo começa a se dividir
sucessivamente, onde cada divisão gera-se duas células idênticas denominado
mitose. Qualquer interferência no processo de divisão celular pode causar sérios
danos ao embrião, danos estes denominados agentes genéticos. A interferência pode
ocorrer por virose, por exposição a radiação ou a substâncias químicas tóxicas, ou
por uso de determinados medicamentos.
No caso da Síndrome de Down, há um cromossomo extra no par 21,
responsável pelas anomalias características da Síndrome.
1.3 - Patogenia
Segundo Cotran (1999) a Síndrome de Down é devida a uma falha na
distribuição cromossômica ocorrida no desenvolvimento do óvulo, do
espermatozóide ou durante a divisão celular do ovo fertilizado. Essa falha na
distribuição cromossômica é na maioria dos casos, o provável resultado da não
disjunção meiótica, levando a chamada trissomia 21-22.
Cotran (1999) ressalta também que é raro em uma família haver mais de uma
criança com trissomia do 21. Existem possibilidades de tendências hereditária para
erros mióticos.
- Trissomia simples
Werneck (1995) descreve que ao observar o cariótipo identifica-se um par
de cromossomos nos 21 acrescidos de mais um terceiro denominado o causador da
Síndrome de Down. Esta trissomia é também denominada livre ou por não disjunção
correspondente a aproximadamente a 96% dos casos registrados.
Segundo Werneck (1995) a ciência não consegue provar, ainda, os fatores
que podem interferir na multiplicação celular do embrião, de modo a transformar um
bebê que seria cromossomicamente perfeito num portador de Síndrome de Down.
Ela segue afirmando que a idade materna da mãe foi definitivamente
considerada causadora da Síndrome. Porém estudos mais atuais questionam esta
afirmativa, sem destacar que há uma relação bastante consideravel a ocorrência da
Síndrome de Down com a idade materna avançada.
Concluindo ela ressalta que alguns estudos também colocam em questão a
relação entre alterações hormonais maternas, como disfunções hormonais e a
Síndrome de Down. Além do uso indiscriminado de contraceptivos orais, de fumo e
de álcool; da exposição ao Raio X, a substâncias químicas e a agentes infecciosos de
modo geral, que estão sendo estudados como possíveis fatores de risco a não-
disjunção, causando a trissomia simples.
- Trissomia por translocação
Corresponde a 2% da população de crianças com Síndrome de Down. Neste
caso, identifica-se que o cromossomo adicional encontra-se sobre um cromossomo
de outro par que não é o 21 ao qual depois fica agregado, sofrem uma quebra na
região central e os dois mais longos se unem.
Clinicamente, a criança com trissomia por translocação não tem diferença
daquela que tem trissomia livre.Quando fica comprovado que a origem da Síndrome
de Down é por translocação tornando-se necessário fazer também, o cariograma nos
pais.
A translocação pode ter acontecido durante a formação das células
reprodutoras que deram origem ao embrião e, nesse caso, é vista como um acidente
genético.Mas existe um tipo de translocação que é herdada; a mãe ou pai daquele
bebê pode, eventualmente ser portador de uma translocação equilibrada.
Em outras palavras, ele tem um dos cromossomos 21 sobreposto e, portanto,
ao contarmos o número de cromossomos, terá somente 45, pois o de número 21 não
está pareado. Metade dos casos de translocação são herdados de um dos pais, a outra
metade ocorre durante a formação da criança (Werneck, 1995).
- Mosaicismo
Werneck (1995) descreve que assim como a translocação, em apenas cerca
de 2% dos casos de Síndrome de Down ocorre o mosaicismo que é um fenômeno
derivado de uma translocação ou de uma trissomia simples. Porém são diferentes de
ambos os casos, pois crianças portadoras de Síndrome de Down por mosaicismo
possuem células normais e células com 47 cromossomos, ou seja, células normais e
células trissômicas. O mosaicismo, portanto, consiste numa derivação de um caso
que seria por trissomia simples ou por translocação.
1.4 - Diagnóstico
Ao se diagnosticar a Síndrome de Down, a impressão geral é mais
importante do que as características isoladas (Rowland, 1996).
É um diagnóstico puramente clínico, baseado, principalmente, no retardo
mental, nas características físicas e confirmado pelo estudo genético em que há
presença de material cromossômico extra.
1.5 - Patologia
De acordo com Monteiro (2003), os defeitos cardíacos mais comuns são o
defeito do septo atrioventricular em 36% dos pacientes.
Além das malformações cardíacas associadas tem-se as gastrointestinais
onde incluem-se a estenose ou artrisia duodenal, atresia oral e megacolo. Também
podem ser descritas as malformações da coluna, em particular da porção cervical
posterior, podendo de forma ocasional promover sintomatologia neurológica, mas
achados mais freqüentes tratam do desenvolvimento prematuro de alterações
consideradas à arteriosclerose cerebral, que mais freqüentemente são encontradas em
pessoas na primeira década de vida.
Monteiro (2003), cita outras alterações que podem estar associadas à
Síndrome de Down nos seguintes sistemas: osteomuscular, endócrino-muscular,
hematológico, otorrinolaringológico e gastrointestinais.
Ele relata que no sistema osteomuscular podem ser observadas as seguintes
alterações: ângulo acetabular ilído diminuído; displasia acetabular em 60% dos
casos; instabilidade rótulo-femural em 12% dos casos, onde na maioria das vezes
resulta em luxações com indicação cirúrgica, deslocamento da primeira vértebra
cervical sobre a segunda.
No sistema endócrino-metabólico é possível observar: alterações da função
tireodiana, podendo-se vincular ao desenvolvimento anormal da glândula, resultando
em um quadro sugestivo de desordem auto-imune; hipertiroidismo, involução do
timo, comprometimento da glândula pituitária, apresentando alteração da secreção do
hormônio de crescimento, deficiência adrenal em cerca de 50%. alterações
vinculadas ao hormônio gonadais em 27% (Cotran, 1999).
Além disso, ele relata que hábitos nutricionais definidos por erros dietéticos
são o principal fator do desenvolvimento de obesidade nesta população, pois eles
apresentam massa corporal pequena e crescimento menor que as outras crianças,
requerem menos calorias e nutrientes para o seu metabolismo energético.
Sobre o sistema neurológico, ele evidencia que podem ser encontrados: a
massa encefálica durante a infância atingindo somente 3/4 do seu peso esperado,
indicando plasticidade ou velocidade de maturação neuronal reduzida e limitada;
lobos frontais pequenos, lobos occipitais encurtados; redução secundária dos sulcos;
cerebelo pequeno; redução quanto ao número e ao volume do desenvolvimento
neuronal e dos destritos sugerindo uma parada de plasticidade no sistema,
degeneração e progressiva formação de placas senis, além disso cerca de 8,1% dos
portadores da Síndrome de Down apresentam distúrbios convulsivos, dos quais 40%
manifestam o quadro antes do primeiro ano de vida.
No sistema otorrinolaringológico, Cotran (1999) descreve predisposição a
hipoventilação, obstrução das vias aéreas superiores em 50% dos casos,
freqüentemente associada a hipocemia, gerando desconforto e incordenação dos
movimentos respiratórios; otites médicas redicivantes, com diminuição da
capacidade auditiva; pavilhão auricular e conduto auditivo externo menor que o
normal.
Finalmente no sistema gastrointestinal ele relata: atresia duodenal, que em
alguns casos se apresenta associada à obstrução jejual; atresias digestivas altas; ânus
imperfurado; estenose do piloro; pâncreas anular.
1.6 - Quadro Clínico
O quadro clínico é caracterizado por uma quantidade de sintomas e sinais,
refletindo no desenvolvimento neurológico e físico anormais.
No quadro clínico o mais importante é o retardo físico e mental.
O recém-nascido com Síndrome de Down apresenta baixo peso, apatia, com
reflexos neonatais embotados, dificuldades respiratórias freqüentes, icterícia
fisiológica prolongada, tendência a policitemia, hérnia umbilical, estenose duodenal,
hiperflexibilidade das articulações com hipotonia muscular generalizada e severa.
O desenvolvimento neuropsicomotor desses pacientes é nitidamente
retardado e o crescimento físico também, sendo os adultos significativamente
menores que o normal.
Lefévre (1998) faz questão de frisar que a hipotonia tende a diminuir
conforme a criança envelhece. Seus movimentos costumam ser lentos, com pouca
coordenação e sua marcha apresenta-se instável com base larga; outros sinais com
evolução.
Lefévre (1998), finaliza seu relato sobre o quadro clínico do portador da
Síndrome de Down ressaltando que a vida média deles gira em torno de 18 anos,
podendo chegar a velhice. Alguns fatores contribuem para essa vida média curta
como: a alta susceptibilidade à infecções, principalmente respiratórias, a elevada
freqüência de malformações associadas, a elevada incidência de leucemia e o
precoce aparecimento de demências.
1.7 - Características Físicas da Síndrome de Down
A parte posterior da cabeça é levemente achatada (braquicefalia) na maioria
das crianças, o que dá uma aparência arredondada (Shepherd, 1996).
O rosto apresenta um contorno achatado, devido, principalmente, aos ossos
faciais pouco desenvolvidos e ao nariz pequeno.
Os olhos são amendoados, quanto ao formato, as pálpebras são estreitas e
levemente oblíquas.
A dobra da pele pode ser vista em muitos bebês nos cantos internos dos
olhos.
As orelhas são pequenas, as vezes com bordas superiores dobradas e de
implantação baixa.
A boca da criança com Síndrome de Down é pequena, algumas crianças a
mantém aberta e a língua pode projetar-se um pouco.
O pescoço pode ter uma aparência larga e grossa.
As mãos e os pés tendem a ser pequenos e grossos e o dedo é muitas vezes
levemente curvado para dentro.
Em cerca de 50% das crianças com Síndrome de Down, uma única dobra é
observada atravessando a palma em uma ou ambas as mãos.
Os dedos do pés são geralmente curtos e, na maioria das vezes, ocorre
grande espaço entre o dedão e o segundo dedo.
Muitos bebês com Síndrome de Down apresentam tônus muscular pobre,
força muscular reduzida e coordenação muscular limitada.
No entanto, à medida que a criança cresce, o tônus e a força muscular
melhoram marcadamente.
1.8 - Exame Físico e Neurológico da Criança
Lefévre (1990) cita que ao examinar neurologicamente uma criança deve-se
reconhecer a necessidade de certa flexibilidade, pois nem sempre será possível seguir
os itens do roteiro proposto para a avaliação. Ao serem observadas as atitudes e
atividades espontâneas da criança, podem ser colhidas preciosas informações.
- Exame clínico geral
De acordo com Lefévre (1990) este exame é de grande utilidade, e através
dele já foram obtidos elementos capazes de fornecer o diagnóstico clínico. Assim as
infecções que determinam atitudes características são diagnosticadas ao exame
clínico geral. Mas deve-se considerar o fato de recém-nascidos reagirem de maneira
própria diante de infecções graves, diferentemente, em muitos casos, dos adultos e
idosos.
- Exame físico especial
Com relação aos exames físicos especiais, Schmidt (1999), destaca os
exames de crânio e de coluna vertebral, cujos achados são muitas vezes relacionados
com patologias do sistema nervoso.
Quanto ao exame de crânio, ele descreve que alterações podem estar
presentes em virtude de distúrbios congênitos do tipo macro ou microcefálicos, ou
distúrbios adquiridos com a microcefalia conseqüente a hidrocefalia.
Ao se tratar do exame de coluna vertebral, ele relata poder verificar a
existência de desvios no sentido lateral ou sagital, que em alguns casos, estão
relacionados a hipotonia da musculatura que sustenta a coluna como os eretores da
coluna.
- Exame neurológico
Segundo Lefévre (1990) a característica principal da semiologia
neuropediátrica é a criança cujo sistema nervoso central está sempre em processo de
maturação fisiológica, a doença não produz apenas efeitos diretos como uma
hemiplegia, mas também interrompe a dinâmica evolutiva de funções que estavam
em progresso.
Ele descreve que ao exame neurológico evolutivo são examinados o
equilíbrio estático e o dinâmico, a coordenação apendicular, algumas pioras de
sensibilidade e gnosias, a persistência motora e a coordenação tronco membros.
Além de serem estudados também os reflexos cutâneos e miotáticos, o tônus
muscular e as sincinésias.
1.9 - Evolução Motora, Visual e Espacial
Segundo Lefévre (1990), todo movimento requer uma programação para a
sua realização. Quando a criança é pequena os gestos não são conscientes, são
reflexos. Mas a medida em que as ações vão se tornando mais complexas, as
intenções do ato motor exigem a participação de uma linguagem interior.
Com relação as crianças portadoras da Síndrome de Down, ela descreve que
não conseguem automatizar certas habilidades por terem estruturas cerebrais
organizadas de forma deficiente, de tal modo que não são capazes de programar
adequadamente o ato motor.
Além disso, ela relata que todos os gestos realizados pela criança tem seu
aspecto figurativo e operativo. Eles são sempre harmoniosos com a finalidade para
que são realizados. Dependendo, porém para sua execução do tônus muscular. Como
a atividade motora envolve o corpo e o espaço, precisa-se ter um bom conhecimento
corporal.
Relacionando esta questão com os lactentes Down, ela ressalta que pela
hipotonia generalizada dos mesmos, há um atraso para a sustentação da cabeça,
sentar e andar desenvolvendo um padrão atrasado de desenvolvimento.
Quanto ao reconhecimento visual destas crianças, ela relata terem
dificuldades para análise e síntese visual.
CAPÍTULO II
A PSICOMOTRICIDADE
De acordo com Ferreira (2000), a Psicomotricidade é uma nova abordagem
do corpo humano e estuda o indivíduo e suas relações com o corpo. É uma ciência-
encruzilhada, uma técnica em que se cruzam e se encontram múltiplos pontos de
vista e que utiliza os conhecimentos de várias ciências como a Biologia, a Psicologia,
a Psicanálise, a Sociologia e a Lingüística.
É uma terapia que se dispõe a desenvolver as faculdades expressivas do
indivíduo. Toda ciência é relativa a um objeto de estudo que dele tira sua unidade e
especificação. No caso da psicomotricidade, o objeto de estudo é o corpo e a sua
expressão dinâmica (Coste, 1992).
A Psicomotricidade, como toda ciência, corresponde a um objetivo de
estudo próprio, do qual retira sua unidade e especificação, isto é, o corpo e sua
expressão dinâmica, fundamentado em três conhecimentos básicos a saber:
- o movimento, que segundo os conhecimentos atuais, ultrapassa o ato
mecânico e o próprio indivíduo, sendo a base das posturas e posicionamentos
diante da vida;
- o intelectivo, que encerra a gênese e todas as qualidades da inteligência do
pensamento humano, seu desenvolvimento depende do movimento para se
estabelecer, desenvolver e operar;
- o afeto, que é a própria pulsão interna do indivíduo, que matiza a motivação e
envolve todas as relações do sujeito com os outros, com o meio e consigo
mesmo (Bueno, 1998).
O psicomotricista deve estar habilitado a atuar na promoção, preservação e
recuperação da movimentação corporal, como instrumento de desenvolvimento
humano.
O campo de ação do psicomotricista abrange duas correntes de intervenção:
a pedagógica e a terapêutica. De acordo com estes pontos de vista, o psicomotricista
poderá atuar em creches, centro de estimulação precoce, escolas maternais, jardins de
infância e estabelecimentos de 1º, 2º e 3º graus, clínicas de reabilitação, hospitais e
centros geriátricos.
Envolve-se com o desenvolvimento global e harmônico do indivíduo desde
o nascimento. Portanto, é a ligação entre o psiquismo e a motricidade.
Há várias definições acerca do que seja a psicomotricidade e seu estudo é
bastante recente. O termo evoluiu seguindo uma trajetória primeiramente teórica
depois prática, até chegar a um meio-termo entre essas duas.
Dentro da evolução da psicomotricidade, no início deste século a sua noção
fixou-se sobretudo no desenvolvimento motor da criança. Depois foi estudada a
relação entre o atraso do desenvolvimento motor e o atraso intelectual da criança.
Seguiram-se estudos sobre o desenvolvimento da habilidade manual e de aptidões
motoras em função da idade até se chegar à posição atual da psicomotricidade:
ultrapassar os problemas motores e trabalhar também a relação entre o gesto e a
afetividade e a qualidade de comunicação por intermédio dos mesmos.
Essa abordagem globalizante vem atingido cada vez mais os profissionais
de diversas áreas. Contudo, existe uma dificuldade muito grande desse profissional
assumir totalmente essa abordagem, visto que implica eterno estudo das áreas
psicológica, neurológica, social, emocional e motora (Bueno, 1998).
Hoje existe a Sociedade Brasileira de Psicomotricidade, a qual vem lutando
para que os profissionais atuantes caminhem de forma séria e estruturada. Ela define
a psicomotricidade como “uma ciência que tem por objetivo o estudo do homem por
meio do seu corpo em movimento, nas relações com seu mundo interno e externo”.
A psicomotricidade considera o ser físico e social em transformação
permanente e em constante interação com o meio, modificando-o e modificando-se.
Na psicomotricidade é trabalhada a globalidade do indivíduo; é uma disciplina que
estuda a implicação do corpo, a vivência corporal, o campo semiótico das palavras e
a interação entre os objetos e o meio para realizar uma atividade.
O desenvolvimento psicomotor acontece num processo conjunto de todos os
aspectos (motor, intelectual, emocional e expressivo), dividindo-se em duas fases:
primeira infância (0 a 3 anos) e segunda infância (3 a 7 anos), completando-se
maturacionalmente por volta dos 8 anos de idade.
Coste (1992) afirma que a psicomotricidade tem por objetivo maior fazer do
indivíduo:
- Um ser de comunicação.
- Um ser de criação.
- Um ser de pensamento operativo, ou seja, a psicomotricidade leva em conta o
aspecto comunicativo do ser humano, do corpo e da gestualidade.
Em sua prática, a psicomotricidade nos revela, o homem é o seu corpo,
dando-nos a visão de que precisamos atuar nesse corpo: para que uma pessoa se
exprima enquanto corpo que realiza mais livremente seus próprios desejos, é
necessário que ela cresça não em sua individualidade absoluta, mas em suas relações
com os outros e o mundo.
A partir das primeiras experiências psicomotoras que a criança vai
constituindo pouco a pouco o seu modo pessoal de ser, de sentir, de agir e reagir
diante dos outros, dos objetos e do mundo que a rodeia, e a qualidade da relação que
a criança estabelece com o meio é que condicionará a saúde mental da mesma.
Mediante a relação com as pessoas e com os objetos, a criança se comunica e
expressa suas dificuldades, sejam elas de ordem motora, emocional ou cognitiva.
Nesse ano e em futuros, acreditamos que a psicomotricidade caminha para
sua própria identidade, e a clareza de atuação dos profissionais atualmente nela
envolvidos determinará o seu percurso e concreticidade.
5.1 - Educação Psicomotora
Abrange todas as aprendizagens da criança, processando-se por etapas
progressivas e específicas conforme o desenvolvimento geral de cada indivíduo.
Realiza-se em todos os momentos da vida por meio de percepções vivenciadas, com
uma intervenção direta a nível de cognitivo, motor e emocional, estruturando o
indivíduo como um todo. A educação psicomotora passa pela facilitação das
condições naturais e prevenção de distúrbios corporais. Ela se realiza na escola, na
família e no meio social com a participação dos educadores, dos pais. Dirige-se
prioritariamente a crianças em condições de freqüentar a escola e sem
comprometimentos maiores.
Le Boulch (1981) comenta que “ a educação psicomotora deve se considerada
como uma educação de base na escola elementar, ponto de partida de todas as
aprendizagens pré-escolares e escolares”.
Vayer (1989) coloca que, do ponto de vista educativo, o papel e lugar da
educação psicomotora na educação geral corresponderá, naturalmente, às diferentes
etapas do desenvolvimento da criança, e assim entendemos que: no curso da primeira
infância a educação psicomotora permanece sendo o núcleo fundamental de uma
ação educativa que começa a diferenciar-se em atividades de expressão, organização
das relações lógicas e as necessárias aprendizagens de leitura-escrita-ditado; no curso
da grande infância a diferenciação entre as atividades educativas se faz mais
acentuadamente, e a educação psicomotora mantém então a relação entre as
diversas atividades que concorrem simultaneamente ao desenvolvimento de todos os
aspectos da personalidade.
Lapierre (1989) escreve que a educação psicomotora é uma ação
psicopedagógica que utiliza os meios da educação física, com a finalidade de
normalizar ou melhorar o comportamento do indivíduo.
Vayer e Picq (1985) sugerem que se investiguem as técnicas mais eficazes
para se obter uma melhora progressiva no comportamento geral da criança. A
consciência do corpo, o domínio do equilíbrio, o controle e mais tarde a eficácia das
diversas coordenações gerais e segmentares, a organização do esquema corporal, a
orientação no espaço e, finalmente, melhores possibilidades de adaptação ao mundo
exterior são os principais objetivos da educação psicomotora.
CAPÍTULO III
EQUOTERAPIA
A equoterapia é uma método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo
como instrumento de trabalho, objetivando a reabilitação de pessoas como
comprometimentos físicos e ou mentais, auxiliando seu desenvolvimento físico,
psíquico e social.
O trabalho é desenvolvido por uma equipe multidisciplinar, formada por
profissionais de saúde, educação e equitação (Tavares,1998).
3.1. Uso do cavalo
O uso do cavalo dá-se, devido a grande vantagem de sua utilização no
movimento que o “passo” transmite ao praticante, que são sequênciados, simultâneos
e tridimensionais, onde o movimento no plano vertical é para cima e para baixo e no
plano horizontal para direita e para esquerda. Esse movimento é completado pela
pequena torção de bacia do praticante, que é provocado pelas inflexões laterais do
dorso do animal. O deslocamento da pelve do praticante, que é provocado pelas
inflexões lateral do dorso do animal. O deslocamento da pelve do praticante se
assemelha ao movimento que uma pessoa realiza ao andar, propiciando a
conscientização corporal do portador de deficiência, estimulando a aprendizagem ou
reaprendizagem da marcha, mantém o equilíbrio, realiza movimentos sincronizados
de tronco, braços, ombros, cabeça e restante do corpo, objetivando a melhora global
do tônus muscular, estimulando a circulação sangüínea aumentando a produção de
adrenalina e consequentemente as taxas cardíacas e respiratórias bem como no
auxílio do funcionamento do aparelho digestivo.
Além dos benefícios motores a interação cavalo praticante propicia o
desenvolvimento psicológico, auxilia na autoconfiança, auto-estima, na afetividade,
na socialização, no aprendizado, coordenação, socialização, no aprendizado,
coordenação, no sistema motivacional enfim, proporcionando ao praticante uma
interação no meio físico e social.
Os cavalos utilizados na equoterapia devem possuir as seguintes
características:
a) Adestramento adequado a pratica da terapia;
b) Cavalos mais velhos devido os mesmos serem menos ariscos e mais dóceis;
c) Altura média de 1,50m;
d) Devem estar bem aprumados, sem manqueiras e com andaduras amplas e
cadenciadas;
e) Devem ser castrados
3.2. Andaduras
Para se considerar as andaduras do cavalo devemos levar em consideração os
membros em apoio, os membros em elevação e os tempos em sustentação. O
membro estará em apoio quando este repousar no solo, em elevação será o oposto e
em sustentação não haverá nenhum membro em apoio.
A equoterapia faz uso das andaduras naturais do cavalo, as quais são: passo,
trote e galope.
3.2.1. Passo
É uma andadura simétrica, rodada ou marchada, basculante e a quatro
tempos.
Simétrica: Quando as variações da coluna vertebral do praticante e do cavalo
são simétricas.
Rolada ou Marchada: Quando não há tempo de suspensão, isto é, os membros
estão sempre em apoio.
Basculante: Em conseqüência dos movimentos do pescoço do cavalo.
Quatro tempos: Quando os membros se elevam e pousam sucessivamente,
sempre na mesma ordem, fazendo-se ouvir quatro batidas distintas.
Existem quatro tipos de passo: passo médio, passo reunido, passo alongado e
passo livre.
Passo médio: é um passo fraco, regular e desembaraçado sem por isso ser
levado ao máximo de sua intenção. O cavalo marcha alegremente, porém com calma,
em passo igual e decidido, marcando nitidamente as quatro batidas igualmente
espaçadas e bem distintas. O cavaleiro mantém um contato suave e constante com a
boca de seu cavalo.
Passo reunido: o cavalo se desloca resolutamente para frente permanecendo
no “posto da mão”. Seu pescoço se eleva, se arredonda, sua cabeça toma uma
posição que se aproxima da vertical. Sua boca está em contato suave com as rédeas
tensas. Seus membros posteriores se engajam pela ação das ancas. A andadura do
cavalo permanece “marchada”, vigorosa, com uma sessão regular do pousar dos
membros. Cada batida cobre menos terreno que no pátio médio. Ela é mais elevada
pelo fato de cada articulação flexionar mais. Os membros posteriores pousam atrás
das marcas dos membros anteriores. A mobilidade é maior. Necessariamente o passo
reunido é ligeiramente mais curto que o passo médio sob pena de cair num passo
precipitado e irregular.
Passo alongado: o cavalo cobre ao máximo de terreno possível sem
precipitação e sem alterar a regularidade de suas batidas. Os posteriores ultrapassam
nitidamente as marcas anteriores. O cavalo deixa o pescoço se alongar e a cabeça se
coloca a frente da vertical sem entretanto perder o contato.
Passo livre: é uma andadura de repouso na qual o alongamento das rédeas
inteiramente distendidas, deixa ao cavalo a completa disponibilidade de seu pescoço.
3.2.2. Trote
É uma andadura simétrica, saltada por bípedes diagonais, a dois tempos e
fixada.
Fixada: quando os movimentos do pescoço são quase imperceptíveis.
Dois tempos: quando entre o elevar de um bípede diagonal até o seu retorno
ao solo (inclusive), ouve-se duas batidas.
Saltada: quando entre o pousar de cada bípede diagonal existe um tempo de
suspensão.
Existem quatro tipos de trote: trote médio, trote reunido, trote de trabalho e
trote alongado.
Trote médio: é uma andadura intermediária entre o reunido e o trote
alongado. O cavalo se desloca para frente francamente, sem atravessas, engaja suas
ancas que permanecem muito ativas, tensiona suavemente as rédeas em uma atitude
equilibrada e desembaraçada. Seus lances devem ser tão iguais quanto possíveis, os
anteriores seguindo exatamente iguais aos anteriores. Por sua expressão enérgica e
impulsiva ele mostra claramente o grau de flexibilidade e de equilíbrio atingidos pelo
cavalo.
Trote reunido: o pescoço, ao se elevar permite as espadas se moverem com
maior liberdade em todas as direções. Os jarretes avançam sob a massa, conservando,
apesar de uma velocidade reduzida, a energia da impulsão. O cavalo dá lances mais
curtos, porém ele é mais móvel e mais leve.
Trote de trabalho: é uma andadura intermediária entre o trote médio e o trote
reunido, na qual, o cavalo, ainda não preparado para os movimentos reunidos, se
apresenta bem equilibrado, avançado, com o pescoço flexível, sem sair da mão, por
lances iguais e elásticos, as ancas permanecendo muito ativas.
Trote alongado: o cavalo cobre o máximo possível. Ele amplia sua ação sem
sair e sem procurar um ponto de apoio sobre o bocado. O pescoço se alonga e as
espáduas, energicamente impulsionadas pelas ancas, ganham terreno para frente, sem
ganhar sensivelmente maior elevação.
3.2.3. Galope
É uma andadura assimétrica saltada, muito basculada, a três tempos.
Assimétrica: quando os movimentos da coluna vertebral em relação ao eixo
longitudinal do cavalo não são simétricos.
Três tempos: quando ao elevar de um membro ou membros associados, até
seu retorno ao solo ouve-se três batidas.
Existem quatro tipos de galope: galope médio, galope reunido, galope de
trabalho e galope alongado.
Galope médio: é uma andadura intermediária entre o galope reunido e o
galope alongado. O cavalo perfeitamente direto da cabeça a cauda. Marcha
livremente em seu equilíbrio natural. Os lances são longos, iguais e andaduras bem
cadenciadas. As ancas desenvolvem uma impulsão crescente.
Galope reunido: as espáduas bem soltas, são livres e móveis, as ancas são
ativas e vibrantes. A mobilidade do cavalo aumenta sem que a impulsão diminua.
Galope de trabalho: é uma andadura intermediária entre o galope médio e o
galope reunido na qual um cavalo, ainda não preparado para os movimentos reunido,
se apresenta bem equilibrado, avançado com o pescoço flexível, sem sair da mão em
lances iguais, leves e cadenciados, as ancas permanecendo muito ativas.
Galope alongado: o pescoço se estende, a ponta do focinho se coloca mais ou
menos para a frente. O cavalo aumenta a amplitude dos seus lances sem todavia
acelerá-los sem nada perder da sua calma e de sua leveza. O contra galope (galope
falso) sobre um círculo é um flexionamento. O cavalo conserva sua colocação natural
com uma ligeira flexão da nuca para o lado de fora do círculo. Sua conformação
porém se opõe a uma inflexão da coluna vertebral para que o cavalo se adapte a linha
circular seguida.
3.3. Fases da Equoterapia
A equoterapia pode ser dividida em quatro fases de acordo com a Associação
Nacional de Equoterapia (ANDE). São elas: hipoterapia, equitação terapêutica, pré
esportiva e esportiva. Essas fases são atingidas de acordo com a evolução do
praticante junto ao tratamento, desde a reabilitação específica ao portador de
deficiência física e ou mental (hipoterapia), até uma etapa mais avançada onde o
praticante já se encontra apto a participar de provas esportivas de equitação.
3.4. Materiais usados na equoterapia
Na escolha do equipamento o critério mais forte é a segurança.. O
equipamento apropriado deve ser usado como critérios individuais.
O equipamento apropriado não deve estar simultaneamente preso ao cavalo e
ao cavaleiro, não deve restringir nem interferir no equilíbrio, não deve causar
desconforto ou vergonha, não deve incomodar nem o cavalo nem oferecer risco ao
mesmo.
O que determina o uso de equipamento especial é o tipo de extensão da
deficiência, se é uma condição estável em piora ou em melhora, a idade, saúde, peso
e altura do praticante, o conhecimento do praticante, a experiência e reação com o
cavalo, instrutores e voluntários, a educação e o tipo de aulas dadas, a andadura dos
animais.
Vestimentas: calças adequadas que devem se confortáveis e não limitar os
movimentos (sentar e alongar), calça jeans e moletons. Os agasalhos não devem ser
muito compridos, de forma que o praticante não sente em cima do mesmo.
Manta: material em feltro que cobre o dorso do animal, possibilitando a
montaria dupla. É acompanhada por uma alça que pode ser de diferentes alturas e
espessuras que auxiliam na segurança do praticante proporcionando maior liberdade
de movimento e posições do praticante.
Indicações de manta:
- falta do controle cervical e de tronco
- mobilizações passivas ou ativa assistidas de MMSS
- alongamentos
Em pêlo: montar em pêlo permite um maior contato com o animal, mais
estímulos tátil, térmico e proprioceptivo.
Sela: compõe-se de uma armação de ferro e fibra chamada arcão. As partes de
ferro constituem duas arcadas que limitam a sela na frente e atrás, o restante da
armação é de fibra. Toda sela é recoberta de couro. Os coxins são bandas
alcochoadas que ficam na parte inferior do acento, entre os dois coxins fica um vazio
chamado calha que permite o arejamento do lombo e evita ferimento da coluna do
cavalo. De cada lado tem abas que protegem as coxas do cavaleiro.
Objetivos e indicações: acentua o movimento ântero-posterior exigindo maior
equilíbrio entre a musculatura de flexão e extensão da coluna para manter o controle
sobre o plano sagital. A flexão e a extensão da coluna consiste no primeiro nível do
controle postural. Ao adquirir o controle postural sobre o plano sagital desenvolve
atividades elaboradas com variações de velocidade do animal Obtido esse controle,
estimular reações sobre o plano frontal na qual o praticante dependendo do seu
tamanho poderá ser colocado em diferentes posições.
Estribos: são apoios colocados de cada lado da sela, na qual o praticante apoia
os pés.
Borracha ortopédica: é fixado nos estribos, esse material tem um formato
adaptado com objetivo de corrigir a inversão ou eversão dos pés.
Rédea: possibilita a condução do animal, geralmente é de couro.
Capacete: é muito importante para a segurança, para não interferir no
equilíbrio é necessário que o encaixe seja exato.
Material de picadeiro
Rampa: deve ter as seguintes partes: rampa, plataforma e escada
acompanhada ou não de corrimão.
Se o praticante consegue subir sem auxílio na sela é porque já foram
alcançados bastante objetivos da terapia e o objetivo é cada vez mais aumentar a
independência dos portadores de deficiência.
A construção da rampa deve atender as seguintes necessidades:
- A rampa deve ser construída de tal forma que o instrutor possa caminhar em
descida a medida que o cavalo se move;
- A plataforma deve ser grande para que se posicione dois adultos para que o
praticante tenha liberdade de movimento;
- A altura deve ser adequada para que não se tenha dificuldades de lançar a
perna por cima;
- A escada deve ter degraus de no máximo 20 cm de altura e largos
possibilitando que duas pessoas subam as escadas.
Cones
Tubos
Bolas (pequenas, médias e grandes) e argolas
Formas geométricas e letras
Cesta de basquete
ÍNDICE
INTRODUÇÃO...........................................................................................................5
CAPÍTULO I –SÍNDROME DE DOWN.....................................................................6
1.1 – Incidência...............................................................................................................
1.2 - Genética.................................................................................................................
1.3 – Patogenia................................................................................................................
1.4 – Diagnóstico............................................................................................................
1.5 – Patologia................................................................................................................
1.6 – Quadro Clínico......................................................................................................
1.7 – Características físicas da Síndrome de Down.......................................................
1.8 – Exame físico e neurológico da criança.................................................................
1.9 – Evolução motora, visual e espacial.......................................................................
1.10 – Objetivos.............................................................................................................
CAPÍTULO II – PSICOMOTRICIDADE..................................................................15
CAPÍTULO III – EQUOTERAPIA............................................................................18
2.1 – Definição...............................................................................................................
2.2 – Uso do cavalo........................................................................................................
2.3 – Andaduras..............................................................................................................
2.3.1 – Passo...................................................................................................................
2.3.2 – Trote...................................................................................................................
3.3.3 – Galope................................................................................................................
2.4 – Fases da Equoterapia.............................................................................................
2.5 – Materiais usados na Equoterapia...........................................................................
CAPÍTULO IV – NEUROFISIOLOGIA.......................................................................
3.1 – Divisões anatômicas do Sistema nervoso central..................................................
3.2 – Sistema Sensorial..................................................................................................
3.3 – Sistema motor........................................................................................................
3.4 – Sistema Integrado.................................................................................................
3.5 – Reflexos................................................................................................................
3.6 – Funções do Sistema nervoso.................................................................................
3.7 – Função motora do tronco cerebral........................................................................
3.8 – Sistema vestibular.................................................................................................
3.9 – Controle global da locomoção..............................................................................
CAPÍTULO V – ATUAÇÃO DO TERAPEUTA.........................................................
4.1 – Função do terapeuta na Equoterapia.....................................................................
4.2 – Objetivos...............................................................................................................
4.3 – Atividades envolvidas...........................................................................................
4.3.1 – Primeiro contato.................................................................................................
4.3.2 – Inicialização sobre o cavalo...............................................................................
4.4 – Exercícios.............................................................................................................
4.4.1 – Alongamento muscular......................................................................................
4.4.2 – Volteio................................................................................................................
4.4.3 – Coordenação motora...........................................................................................
4.4.4 – Equilíbrio............................................................................................................
4.4.5 – Fortalecimento muscular....................................................................................
4.5 – Benefícios..............................................................................................................
4.6 – Contra-indicações..................................................................................................
CONCLUSÃO................................................................................................................
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................
ANEXO...........................................................................................................................
CAPÍTULO IV NEOROFISIOLOGIA
O Sistema nervoso é o sistema que sente, que pensa e que controla o nosso
organismo. Para realizar essa função, reune-se informações sensoriais vinda de todas
as partes do corpo e as transmite pelos nervos, para a medula espinhal e para o
encéfalo. É formado por três subsistemas principais:
• Eixo sensorial que é responsável pela transmissão dos sinais sensoriais
periféricos para que quase toda parte da medula espinhal.
• Eixo motor que é responsável pela condução dos sinais neurais centrais
do sistema nervoso para os músculos e glândulas de todo o corpo.
• Sistema integrado que é responsável pela análise e armazenamento na
memória da informação para esta ser utilizada no futuro.
As reações neurais mais simples são integradas a nível da medula espinhal
enquanto que as reações mais complexas do sistema nervoso (como as de controle
de postura, do equilíbrio, controle da respiração e da circulação) são integradas a
nível do tronco cerebral. As funções mais complexas do sistema nervoso como
processamento do pensamento, armazenamento da memória e determinação de
atividades motoras, são integradas no cérebro.
Dessa forma o sistema nervoso pode ser considerado no desempenho de
três funções importantes: função sensorial, função integrativa, e função motora
(DOUGLAS,1999).
4.1.Divisões anatômicas do sistema nervoso
O Sistema nervoso é dividido em:
• Sistema nervoso central: que é constituído pelo encéfalo e medula espinhal.
• Sistema nervoso periférico: é considerado área integradora na qual é armazenada
a memória, elaborando os pensamentos e outras funções relacionadas ao
complexo controle de nosso corpo.
A medula espinhal exerce duas funções sendo a primeira condutora para
muitas vias nervosas que vão ou vem do cérebro, e a segunda como área integradora
na coordenação de muitas atividades neurais subconscientes.
O Sistema nervoso periférico é formado por uma rede ramificada de nervos
que atingem todos os tecidos do corpo. Temos as vias aferentes que são responsáveis
pela transmissão de informações sensoriais para o encéfalo e medula espinhal, e as
vias eferentes são responsáveis pela transmissão de sinais do sistema nervoso central
para a periferia (em especial para os músculos).
Os nervos periféricos tem origem do encéfalo quando são chamados de
nervos cranianos e inervam em sua maior parte a cabeça e da medula quando são
chamados nervos espinhais inervando todo restante do corpo.
4.2.Sistema sensorial
É responsável pela transmissão das informações sensoriais de toda superfície
e das estruturas profundas do corpo, para o sistema nervoso através de nervos
espinhais e tronco cerebral, em seguida sendo transmitidas através de via secundária
para todas as outras regiões do sistema nervoso onde ocorrerá o processamento das
informações sensoriais.
4.3.Sistema motor
É a parte do sistema nervoso que está relacionada com a transmissão de sianis
para os músculos e para as glândulas exógenas e endócrinas do corpo humano.
Esses sinais tem origem na área motora do córtex cerebral, nas regiões basais
do encéfalo ou na medula espinhal e são transmitidos por nervos motores para os
músculos. Cada região do sistema nervoso é responsável pelo controle dos
movimentos corporais ficando ma medula espinhal e as regiões basais do encéfalo
com as respostas automáticas do corpo e as regiões mais elevadas com a execução
dos movimentos controlados pelo pensamento do cérebro.
4.4.Sistema integrado
Localizado adjacente a todos os centros sensoriais e motores da medula
espinhal e encéfalo. Existem numerosos centros com a função no desempenho de
processos integrados estando relacionado com a memória e avaliação da informação
sensorial.
É nessa região que as respostas apropriadas e determinadas e os sinais
transmitidos para os centros motores causando os movimentos do corpo.
4.5.Reflexos
É uma resposta motora que ocorre após um estímulo sensorial, a resposta
ocorre através de um arco reflexo que é formado por um receptor e uma via
condutora nervosa e um efetor. O receptor é uma terminação sensorial capaz de
detectar as sensações corporais usuais como o tato, olfato e a visão, a via de
condução é por onde se dá a transmissão dos sinais detectados e o efetor é o músculo
esquelético ou um órgão interno ou uma glândula que possa ser controlada por
nervos.
Em grande parte muitas das nossas funções musculares automáticas, são
controladas por reflexos que são processados na medula espinhal.
4.5.Funções do sistema nervoso
Para se chegar aos três níveis principais da função do sistema nervosos
ocorrem diferentes etapas de evolução, desde simples fibras nervosas até o sistema
nervoso complexo com bilhões de neurônios. Esses três níveis são:
• Medula espinhal – controla a maioria dos mecanismos reflexos do organismo.
• Regiões basais do encéfalo – controle da maioria das funções automáticas
complexas como: fome, equilíbrio, marcha, respiração etc.
• Córtex cerebral – atua no controle de nossas atividades motoras mais finas.
4.6.Sistema vestibular
Função do equilíbrio do tronco cerebral
A formação reticular bulbar também é capaz de manter o equilíbrio em
função da variação do grau nos diferentes músculos, sendo a maior parte dos reflexos
de equilíbrio iniciada no aparelho vestibular, por sua vez esse aparelho está dividido
em dois componentes distintos:
• Utrículo e sáculo – são duas camadas ocas cheias de líquido onde situam-se
estruturas sensoriais especiais chamadas máculas.
• Canais semi circulares - são três canais circulares distintos cheios de líquido,
onde uma das suas extremidades existe uma dilatação bulbosa chamada âmpula.
As máculas captam a posição da cabeça em relação a direção em que atua a
gravidade . As âmpulas permitem identificação do movimento de rotação da cabeça
ao plano do canal estimulado. As máculas do utrículo e do sáculo e os cristais
ampulares transmitem seus sinais para o sistema nervoso central por meio do nervo
vestíbulo coclear.
Função das máculas
As máculas das utrículas e das sáculas favorecem o mecanismo do equilíbrio
e as informações necessárias para manutenção do equilíbrio ela também ajuda a
manter o equilíbrio ela também ajuda a manter o equilíbrio durante o início do
movimento para frente, para os lados ou qualquer direção linear.
Função do cerebelo no equilíbrio
Uma das principais funções do cerebelo é de predizer a posição futura do
corpo no espaço, ou seja, predizer quando vai ocorrer um desequilíbrio. Tal situação
ocorre através dos lobus flóculonodulares do cerebelo que recebem informações dos
canais semi circulares e das máculas.
Isso permite que os sinais enviados para correção sejam detectados pela
formação reticular bulbar antes que a pessoa perca a noção de predizer o equilíbrio
tendo como resultado a lentidão na realização dos movimentos pois se não há o
desequilíbrio com facilidade.
4.7. Controle global da locomoção
Para o controle global da locomoção, primeiramente a pessoa deve se
sustentar contra a ação da gravidade sendo essa sustentação realizada em parte pela
medula espinhal (mecanismo de empuxo extensor) e também pela formação reticular
bulbar e através da variação do sistema de equilíbrio ocorrem grau de endurecimento
das diferentes partes do corpo visando a posição correta do corpo quando uma pessoa
tende a cair.
Uma vez equilibrado a locomoção se dá pelo movimento rítmico dos
membros, sendo a medula espinhal através de seus circuitos rítmicos capaz de
produzir esses movimentos.
Dessa forma a maior parte das funções da locomoção pode ser executado pela
medula espinhal e pelo tronco cerebral, tendo como controlador dessas funções o
córtex cerebral.
As atividades motoras mais complexas do corpo são controladas pelo córtex
cerebral, gânglios da base e cerebelo sendo que essas três áreas atuam quase sempre
em conjunto, tendo cada uma dessas áreas as seguintes funções específicas:
• Córtex cerebral – desempenha papel principal do controle dos movimentos
precisos e delicados.
• Gânglios da base – são responsáveis pelo controle dos movimentos semi
voluntários complexos, como os de andar, os de fazer volta, os de correr e o
desenvolvimento de posturas corporais para a realização de funções específicas.
• Cerebelo ajuda tanto o córtex quanto os gânglios basais na realização de suas
funções, além disso faz com que os músculos atuem em conjunto de maneira
coordenada, de modo a permitir graus mais precisos e delicados, faz com que os
movimentos ocorrar de forma regular (MACHADO, 1993).
CAPÍTULO V
ATUAÇÃO DO TERAPEUTA
Neste capítulo será apresentada a função do terapeuta na Equoterapia, os seus
objetivos, o primeiro contato da criança com o cavalo, as atividades envolvidas, a
inicialização sobre o cavalo e os exercícios, entre eles: alongamento muscular, volteio,
coordenação motora, equilíbrio e fortalecimento muscular, também serão apresentados os
benefícios e as contra-indicações da Equoterapia.
5.1.Função do terapeuta na equoterapia
• Realizar a avaliação dos pacientes;
• Interpretar o diagnóstico e conhecer a patologia envolvida;
• Analisar quadros clínicos específicos;
• Orientar a equipe interdisciplinar nos estudos de casos;
• Orientar os pais quanto à patologia, tratamento e aos objetivos traçados;
• Elaborar uma conduta terapêutica com objetivos específicos para o desenvolvimento do
tratamento;
• Demonstrar técnicas de manuseio a serem aplicadas durante o tratamento;
• Orientar os auxiliares e instrutores quanto a conhecimento e ao manuseio adequado dos
pacientes.
O fisioterapeuta que indicará quando suspender algo ou como alcançar o objetivo
que foi traçado, priorizando o tratamento de acordo com suas necessidades.
5.2.Objetivos
• Adequar o sistema nervoso sensorial (propriocepção e exterocepção);
• Adequar tônus muscular;
• Desenvolver as etapas neuroevolutivas de acordo com sua idade cronológica;
• Desenvolver noção segmentar;
• Desenvolvimento psicomotor (controle de cabeça, controle de tronco, reações de
proteção e reações de equilíbrio);
• Desenvolver trocas posturais;
• Fortalecimento muscular;
• Melhorar conscientização corporal;
• Desenvolver a coordenação motora fina e ampla;
• Melhorar a auto-confiança, a auto-estima, controle emocional e afetividade,
promovendo condições para que o indivíduo possa se integrar à sociedade da melhor
maneira possível;
• Orientação domiciliar.
5.3. Primeiro contato/atividades envolvidas
A indicação de tempo de sessão é de trinta minutos. No primeiro contato o
praticante aproxima-se do animal para conhecê-lo e para aprender sobre suas necessidades
básicas, como alimentação, escovação e preparação do cavalo para montagem.
5.3.1.Inicialização sobre o cavalo
Esta iniciação poderá ser realizada com o terapeuta junto com o praticante sobre o
cavalo ou com o praticante sozinho, isto vai variar dependendo de como foi o primeiro
contato do praticante com o cavalo, dentro de uma visão psicológica ou de fatores físicos
limitantes que impossibilitem o praticante a permanecer sozinho sobre o cavalo, como por
exemplo o não controle do tronco.
Já nesta fase começamos a trabalhar toda a postura do paciente ao cavalo, o que irá
englobar o posicionamento de tronco, o assento e o posicionamento das pernas.
Na maioria das vezes a criança só monta a partir da segunda ou terceira sessão pois
o praticante deve estar bem adaptado ao animal.
5.4.Exercícios
Os exercícios são designados de acordo com os objetivos a serem alcançados.
5.4.1.Alongamento muscular
Fazer todo um alongamento de cadeia anterior e posterior.
• Solicitar que o praticante realize elevação de membros superiores simultâneos e
alternadamente;
• Solicitar ao praticante que deite sobre o dorso do cavalo em decúbito dorsal e ventral;
• Utiliza-se materiais lúdicos com intuito de fazer com que o praticante alcance-os
realizando alongamento.
5.4.2.Volteio
São exercícios realizados durante a montagem, onde solicitamos ao praticante que
realize mudanças de posições em cima do cavalo (montar para frente, para trás e para a
lateral do cavalo). Pode ser feito com o cavalo andando ou parado, vai depender do grau de
evolução do praticante.
Neste exercício trabalhamos alongamento e fortalecimento muscular, coordenação
motora e equilíbrio, como citados abaixo:
• Alongamento de membros inferiores, pois a mudança de posição requer a abertura das
pernas;
• Fortalecimento de toda a cadeia extensora e flexora o que permitirá o equilíbrio do
praticante sobre o cavalo;
• A coordenação e o equilíbrio, pois o centro de gravidade é mudado a cada troca de
posição.
4.4.3.Coordenação motora
Trabalha-se a coordenação do praticante com atividades lúdicas e principalmente
através da própria equitação, ou seja, o praticante é ensinado a conduzir o cavalo utilizando
as mãos na sustentação da rédea e os membros inferiores no controle da marcha do cavalo.
4.4.4.Equilíbrio
Este é exercitado a partir do próprio montar e durante toda a realização do
tratamento, pois o praticante para manter-se sobre o animal trabalha constantemente o
equilíbrio.
4.4.5.Fortalecimento muscular
Assim como o equilíbrio o fortalecimento é realizado durante todo o tratamento,
pois o praticante para manter-se sobre o animal realiza uma contração isométrica de toda a
sua musculatura.
• Praticante sentado sobre o cavalo, solicitar que ele deixe e volte a posição sentada;
• Solicitar que o praticante jogue a rédea para frente e alcance a mesma.
4.5.Benefícios
• Melhoramento da relação
• Melhoramento da psicomotricidade
• Melhoramento de natureza técnica
• Melhoramento da socialização
Melhoramento da relação
• Valorização plena do indivíduo
• Autocontrole
• Autoconfiança
• Comunicação
• Atenção e o tempo de atenção
• Vigilância da relação Melhoramento da psicomotricidade
• Melhorar o tônus
• Mobilizar as articulações da coluna e do quadril
• Facilitar o equilíbrio e a postura do tronco ereto
• Favorecer a obtenção de lateralidade
• Melhorar a percepção de esquema corporal
• Favorecer a referência de espaço e de tempo
• Permitir que se trabalhe a coordenação ou a dissociação de movimentos
• Facilitar a precisão do gesto
• Permitir melhor conhecimento de posições de seu corpo e do corpo do cavalo
• Permitir a integração do gesto para compreensão de uma ordem recebida ou por
imitação.
Melhoramento de natureza técnica
A equoterapia contribui para que o praticante aprenda sobre os cuidados que se tem
com os cavalos, que são: estábulos, alimentação, curativos, selar e colocar as rédeas e as
técnicas de equitação que fazem com que o cavalo ande em várias velocidades.
Melhoramento da socialização
A equoterapia melhora a integração de indivíduos com danos cognitivos ou
corporais, no meio de uma grupo de cavaleiros vindos de outras instituições, entre um
grupo de cavaleiros saudáveis que frequentam o mesmo centro equestre.
4.6.Contra – indicações
• Medo excessivo do animal
• Alterações graves da coluna vertebral, como por exemplo, hérnia discal.
CONCLUSÃO
Com o presente trabalho, procurou-se analisar os benefícios do tratamento
psicomotor e fisioterápico, em crianças portadora de síndrome de down, associada a
equoterapia. Baseada na prática de atividades frequentes e técnicas de equitação, a
equoterapia constitui num tratamento complementar de recuperação e reeducação motora e
mental. Possui como objetivo, benefícios físicos e psíquicos no tratamento de dificuldades
sensoriais (áudio-fono-visuais), distúrbios evolutivos e/ou comportamentais, patologias
ortopédicas (congênitas ou acidentais) e deficiências causadas por lesões neuro-motoras
(cerebral ou medular). As crianças portadoras de síndrome de down beneficiam-se da
equoterapia pelo fato de apresentarem atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, devido
a presença de um cromossomo 21 extra. Atualmente não se sabe a causa da síndrome de
down. A maioria dos bebês portadores de síndrome de down são nascidos de mães maiores
de 35 anos de idade. O cromossomo extra na trissomia do 21 poderia originar da mãe ou do
pai, mas frequentemente o cromossomo extra vem da mãe. No caso de crianças portadoras
de síndrome de down, o tratamento psicomotor e fisioterápico associado a equoterapia,
contribui para melhor tônus muscular, coordenação motora, postura, reação de equilíbrio,
controle de cabeça e tronco e esquema corporal. Assim, esta pesquisa, de caráter
bibliográfico, buscou destacar a importância de intervenção fisioterapêutica, em crianças
portadoras de síndrome de down, associada a equoterapia.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ATIVIDADES EXTRA-CURRICULARES
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................................................................................7 CAPÍTULO I – SÍNDROME DE DOWN.........................................................................10 CAPÍTULO II – A PSICOMOTRICIDADE.....................................................................22 CAPÍTULO III - EQUOTERAPIA...................................................................................25 CAPÍTULO IV – NEUROFISIOLOGIA..........................................................................34 CAPÍTULO V – ATUAÇÃO DO TERAPEUTA.............................................................40 CONCLUSÃO...................................................................................................................46 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................................47
RESUMO
A síndrome de Down caracteriza-se não por ser em si uma doença, mas sim um
erro genético que ocorre no decorrer da gestação, ocasionado pela alteração do 21 par de
cromossomos (trissomia do 21). O que a caracteriza basicamente é o atraso no
desenvolvimento motor (principalmente gerado pela hipotonia característica) e nas funções
mentais.
A psicomotricidade trata-se de uma série de exercícios para desenvolver as
capacidades e habilidades da criança de acordo com a fase do desenvolvimento em que ela
se encontra. As atividades devem ser dadas de acordo com o que a criança apresenta e com
sua capacidade. Cada criança tem o seu próprio ritmo, o qual deve ser observado e
respeitado na prática da estimulação psicomotora.
A aplicação da psicomotricidade em crianças com síndrome de Down visa dar à
criança instrumentos que a ajudem a desenvolver a motricidade, para que possa ter
independências nas suas atividades de vida diária. Treinar a capacidade dela se dedicar, em
prazos cada vez maiores, a uma atividade.
De acordo com a pesquisa realizada a psicomotricidade aquática utiliza de técnicas
com o objetivo de melhorar tônus muscular, equilíbrio psíquico, mental e emocional,
melhora postural e estímulo das fases neuroevolutivas.
METODOLOGIA A monografia será uma revisão bibliográfica, o levantamento bibliográfico será realizado a partir de livros.