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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM EDUCAÇÃO CORPORATIVA: O IMPACTO NO DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS EMPRESARIAIS E HUMANAS NA NATURA COSMÉTICOS Por: Luzinete Vilarim Silva Orientador Prof. Paulo José Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

EDUCAÇÃO CORPORATIVA: O IMPACTO NO DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS EMPRESARIAIS E HUMANAS NA NATURA COSMÉTICOS

Por: Luzinete Vilarim Silva

Orientador

Prof. Paulo José

Rio de Janeiro

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

EDUCAÇÃO CORPORATIVA: O IMPACTO NO DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS EMPRESARIAIS E HUMANAS NA NATURA COSMÉTICOS

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em. Gestão de

Recursos Humanos ...

Por: Luzinete Vilarim Silva

RIO DE JANEIRO

2011

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar quero agradecer a

Deus. Ele, como sempre, soberano e

justo, me concedeu mais esta

oportunidade.

Aos professores da AVM, que me

facilitaram na elaboração deste

trabalho, colocando à minha disposição

seus conhecimentos e experiências e

àqueles que me concederam apoio e

compreensão em especial ao Paulo

José, pela habilidade, presteza e

paciência com que orientou a

elaboração deste trabalho e a

professora Maria Luiza de Souza

Moreira, que com confiança me

forneceu livros e me incentivou para

a escolha do tema.

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DEDICATÓRIA

A minha família em especial aos meus

dois filhos Aryane e Leonardo por

estarem sempre presentes em minha

vida, mesmo nos momentos que precisei

estar ausente para estudar ou para

elaboração desta monografia, a eles

dedico a frase abaixo:

A chave para a liberdade é a educação.

Steve Biko

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RESUMO

Esta monografia tem como objetivo discorrer sobre a educação

corporativa e sua aplicabilidade nas organizções, ela surge como um novo

sistema de aprendizagem onde o foco principal são os colaboradores. A

educação coporativa, que cresceu aos poucos nas últimas décadas, fez surgir

as universidades corporativas, que nasce das experiências de programas de

treinamento e desenvolvimento profissionais corporativos e da constatação de

que a universidade não prepara adequadamente para o trabalho. O conceito

de universidade corporativa surgiu nos EUA na década de 50, quando a

General Eletric criou a Cotronville. Mas foi só a partir da década de 80 que se

viu um aumento considerável destes novos espaços de formação. No Brasil ela

ganhou força a partir da década de 90 e seu crescimento rápido foi através da

necessidade de contínua aprendizagem, como conseqüência das vertiginosas

mudanças no mundo do trabalho, em razão dos avanços tecnológicos

permanentes e do processo de globalização da economia. As universidades

corporativas surgem como solução para o alinhamento das iniciativas de

treinamento às estratégias da organização ao aprendizado permanente para

obtenção de vantagem competitiva. A Educação Corporativa da Natura

Cosméticos, desenvolve a excelência humana e profissional através da criação

de valores em soluções educacionais, contribuindo para a melhoria do

desempenho organizacional e para o fortalecimento da imagem institucional da

empresa.

Palavras-chave : Diferencial Competitivo, Aprendizagem Contínua e Educação

Corporativa.

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METODOLOGIA

A metodologia adotada neste trabalho fundamenta-se na

classificação de Vergara (2006), quanto aos fins, a pesquisa é do tipo

descritiva pois pretende discorrer sobre a educação corpotrativa e apresentar

as mudanças ocorridas na Natura Cosméticos após sua prática. Considerando-

se a produção de pesquisa que envolve organizadores,consultores/alunos

participantes da educação corporativa..

Em relação à coleta e análise dos dados, a pesquisa será conduzida

inicialmente através de consulta à bibliografia, dando ênfase ao aspecto teórico

e à revisão da literatura acerca do assunto escolhido. Foi realizado uma

amostra de pesquisa com cem participantes, com o objetivo de explorar o

tema em consonância com as teorias compiladas. Dentro da organização

escolhida, Natura Cosméticos, a investigação será desenvolvida em somente

com a àrea de treinamentos de consultores da empresa, o que permitiu

estudá-la e examinar seu ambiente.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO -----------------------------------------------------------------------------------8

CAPÍTULO I

1.1 Gestão do Conhecimento------------------------------------------------------------11

1.2 Aprendizagem Organizacional------------------------------------------------------15

1.3 Gestão por Competência-------------------------------------------------------------19

CAPÍTULO II

2.1 Educação Corporativa/ Universidade Corporativa------------------------------21

CAPÍTULO III

3.1 Educação Corporativa O Caso Natura Cosméticos--------------------------29

3.2 Treinamento e capacitação Natura--------------------------------------------------33

CAPÍTULO IV

1.1 Apresentação da Pesquisa------------------------------------------------------------38

CONCLUSÃO------------------------------------------------------------------------------------40

BIBLIOGRAFIA----------------------------------------------------------------------------------42

WEBGRAFIA-------------------------------------------------------------------------------------44

ANEXOS

Anexo I > Entrevista --------------------------------------------------------------------------45

Anexo II > Questionário-----------------------------------------------------------------------47 Anexo III> Quadro de pesquisa-------------------------------------------------------------49 Anexo IV> Gráfico -----------------------------------------------------------------------------50 Anexo V > Material Internet------------------------------------------------------------------51 Anexo VI Material Internet------------------------------------------------------------------52 Anexo VII Material Internet------------------------------------------------------------------54 FOLHA AVALIAÇÃO-------------------------------------------------------------------------55

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INTRODUÇÃO

A presente monografia tem a finalidade de apresentar as

mudanças no mundo educacional, com o avanço tecnológico, que coloca as

empresas diante da necessidade de se adaptarem e se manterem no ambiente

bastante competitivo, veloz e de muitas incertezas. Para se manterem

competitivas, as empresas estão fazendo mudanças com bastante freqüência.

O capital intelectual aliado ao conhecimento empresarial, está sendo muito

valorizado e são fundamentais para a sobrevivência da organização

atualmente, essa situação é sentida na medida em que a organização pensa

em seus funcionários como colaboradores, e que investir em capital humano é

o diferencial que irá contribuir para a eficácia e o sucesso na estratégia

empresarial.

A Educação Corporativa e considerada um dos principais agente

na gestão do conhecimento e das transformações nas organizações nos dias

de hoje, pois despertam os interesses nas empresas preocupadas com

competitividade, o desenvolvimento sustentável e a responsabilidade social. As

organizações já perceberam que o conhecimento tem prazo de validade cada

vez menor - ciclo de aprendizado é de 03 anos, ou seja, a cada três anos é

preciso renovar o conhecimento que envolva tecnologia - e que para

acompanhar as mudanças, seus profissionais precisam se desenvolver e

aprender na mesma velocidade. Neste sentido, as Universidades Corporativas

tem a meta de oferecer a todos os funcionários o conhecimento e as

competências necessárias para o sucesso da organização. Com esta

contextualização observa-se a importância para estudo do tema.

Desta forma, a justificativa pelo tema fundamenta-se sobretudo no

fato de que os modelos formais de educação estão em crise, as universidades

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tradicionais e pós-graduação tornaram-se abundantes, oferecendo diplomas

práticos e teóricos demais e isso acaba gerando uma lacuna nas empresas.

De olho no potencial de seus colaboradores, as empresas procuraram investir

em suas carreiras, oferecendo recursos para que estes pudessem crescer e

suprir as necessidades específicas da corporação. Considerando que investir

em capital humano é um diferencial competitivo, a universidade corporativa,

ajuda na geração de competências nas empresas que buscam um diferencial

no mercado.

Dentre os principais autores que serão investigados, pode-se citar

os seguintes nomes: Educação Corporativa no Brasil: Éboli (2000), Gestão

Educação Corporativa no Brasil; mitos e verdades: Éboli (2004), Meister

(1999) ;Gestão do Conhecimento: Sveiby (1997) ;e Aprendizagem

Organizacional : Senge (1998).

A delimitação desta monografia foi estabelecida a partir da

elaboração de uma pergunta e de uma hipótese que norteia todo o trabalho de

investigação proposto. Esta pergunta pode ser enunciada da seguinte forma:

como a educação corporativa pode impactar no desenvolvimento de

competências empresariais e humanas?

A hipótese principal é de que o processo de aprendizagem contínua

oferecido pela empresa permite conhecer as competências desejadas para os

diversos perfis profissionais da Natura Cosméticos, de acordo com cada área

de atuação. Para comprovação dessa hipótese, os dados analisados serão

coletados a partir de um estudo de caso pautado numa pesquisa diretamente

com os colaboradores da área de treinamentos, a fim de investigar quais os

impactos causados na organização.

O objetivo geral deste trabalho é analisar o impacto causado no

desenvolvimento de competências da organização e dos seus funcionários

após o implantação da Educação Corporativa pela Natura Cosméticos.

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Guiados pelo objetivo destacado acima, a estrutura deste trabalho é

composta dos seguintes itens além desta introdução. No primeiro, o objetivo é

apresentar teorias sobre Gestão do Conhecimento, em seguida discutir os

aspectos relacionados à aprendizagem organizacional e a gestão por

competencias.

No segundo apresentar as discussões sobre Educação

Corporativa/Universidade Corporativa, sua origem e desenvolvimento no Brasil.

No terceiro, apresentar o surgimento e implementação da Educação

corporativa na Natura cosméticos, identificar fatores que mais motivaram o

Natura a investir em conhecimento, e descrever os impactos da EC no

desenvolvimento de competências empresarias e humanas.

No quarto capítulo apresenta-se a pesquisa. E por último, realiza-se

as considerações finais.

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CAPITULO I

1.1 GESTÃO DO CONHECIMENTO

Eboli (2004) coloca o conhecimento como fonte de vantagem

competitiva para as empresas que visam um desenvolvimento sustentável.

Gerar e transferir conhecimento na empresa é sempre um processo de

aprendizagem organizacional; conhecimento não é coleção, é conexão, mais

importante que gerar novos conhecimentos é fazer conexões com

conhecimentos já existentes, ampliando a rede de relacionamentos internos e

externos da organização.

A Gestão do conhecimento nas organizações está relacionada

aos processos de aprendizagem e à conjunção dos processos de

aquisição e desenvolvimento de conhecimentos, bem como de disseminação

e de construção de memórias, num processo coletivo para a elaboração das

competências necessárias à organização.

Diante de um cenário de grande complexidade no mundo

corporativo e na sociedade em geral, fenômenos econômicos e sociais são

responsáveis pela reestruturação do ambiente de negócios. A globalização da

economia, impulsionada pela tecnologia da informação e pelas comunicações,

é uma realidade da qual não se pode escapar. Neste contexto, o conhecimento

se transforma em um valioso recurso estratégico para a vida das pessoas e

das empresas. No entanto, apenas saber muito sobre alguma coisa, não

proporciona maior poder de competição para uma organização, é quando

aliado a sua gestão que ele faz diferença.

O conceito de gestão do conhecimento parte do ponto em que todo

o conhecimento existente na empresa e na cabeça das pessoas, e pertence

também à organização. Em contrapartida, todos os colaboradores que

contribuem para esse sistema podem usufruir todo o conhecimento presente

na organização. Este conceito surgiu no início da década de 90 e, segundo

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Sveiby (1998, p.3), “a Gestão do Conhecimento não é mais uma moda de

eficiência operacional. Faz parte da estratégia empresarial”.

O conhecimento deriva da informação, assim como esta, dos dados.

O conhecimento é uma mistura de elementos, portanto, difícil de ser colocado

em palavras ou de ser plenamente entendido em termos lógicos. Ele existe

dentro das pessoas e por isso é complexo e imprevisível.

Nonaka e TakeushI (1997, p.63) observam que “o conhecimento,

diferentemente da informação, refere-se a crenças e compromisso”, ou seja, os

valores e as crenças integram o conhecimento, pois determinam o que o

conhecedor vê, absorva e conclui a partir das suas observações.

Estes autores classificaram o conhecimento humano em dois tipos:

conhecimento tácito e conhecimento explícito. O conhecimento tácito é difícil

de ser articulado na linguagem formal, é o conhecimento pessoal incorporado

à experiência individual e envolve fatores intangíveis como, por exemplo,

crenças pessoais, perspectivas, intuições etc. É considerado como uma fonte

importante de competitividade entre as organizações; e o conhecimento

explícito é o que pode ser articulado na linguagem formal, facilmente

transmitido, sistematizado e comunicado. Estes dois conhecimentos são

unidades estruturais básicas que se complementam e a interação entre eles é

a principal dinâmica da criação do conhecimento na organização.

Segundo Nonaka e TakeushI (op. cit, p.79), para se tornar uma

“empresa que gera conhecimento” a organização deve completar um “espiral

do conhecimento”, espiral este que vai de tácito para tácito, de explícito a

explícito, de tácito a explícito, e de explícito a tácito, como vê-se no quadro

abaixo.

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Figura 1 - Espiral do Conhecimento

Fonte: Nonaka e TakeushI (op cit, p.80).

O espiral apresentado na Figura 1 começa novamente depois de ter

sido completada, porém em patamares cada vez mais elevados, ampliando

assim a aplicação do conhecimento em outras áreas da organização. Gestão

do Conhecimento é portanto, a administração dos ativos de conhecimento das

organizações. Permite à organização saber o que ela sabe.

A gestão do conhecimento tem como principais objetivos, permitir a

identificação e mapeamento dos ativos de conhecimento e de informações

relacionadas à instituição e dar utilidade e lógica aos dados, transformando-os

em informação compreensível e essencial ao desenvolvimento da instituição.

Pode ser aplicada em empresas de todos os portes e nacionalidades,

é um processo corporativo, focado na estratégia empresarial e que envolve a

aprendizagem organizacional, a gestão de competências e a educação

corporativa.

É possível distinguir dos tipos de conhecimentos: “conhecimento

tácito” e “ conhecimento explicito”, ou codificado, refere-se ao conhecimento

tácito possui uma qualidade pessoal, o que torna sua formalização e

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comunicação mais difíceis.“O conhecimento tácito é profundamente enraizado

na ação,no comprometimento e no envolvimento em um contesto específico”

(Nonaka, 1994).

Diante da necessidade de converter os colaboradores em pessoas

criativas e talentosas, as organizações se veem obrigadas a modernizar

os modelos de treinamentos existentes, uma vez que:

{...} na sociedade industrial a educação era voltada exclusivamente para a alfabetização e o provimento de treinamento técnico, na sociedade do conhecimento a educação passa a ser universal e os níveis de educação crescem para as novas áreas de conhecimentos, que requerem mais treinamentos e educação atualizada para sua aplicação (ZABOT; SILVA,202, p.80).

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1.2 APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL

A aprendizagem pode ser pensada como um processo de

mudanças provocado por estímulos diversos, medido emoções e que pode se

manifestar ou não em modificações no comportamento de uma pessoa.

Para muitos especialistas, existe uma distinção entre o processo de

aprendizagem que ocorre dentro do organismo de um indivíduo que aprende

e as respostas dadas por essa pessoa, repostas que podem ser observáveis

e mensuráveis.

As pessoas são os elementos que uma organização dispõe para

uma determinada tarefa. São elas que têm a incumbência de perceber as

mudanças que ocorrem no ambiente, interpretá-las e promover os ajustes

internos necessários, ajustes esses, tanto em sua estrutura quanto em suas

metas, necessários para garantir a continuidade da organização.

Aprender não é só adquirir conhecimento através do recebimento de

informação, é um processo em andamento que só se encerra quando a pessoa

sabe, mas como as pessoas nunca sabem tudo que precisa saber para viver, a

aprendizagem é permanente. Isso ocorre também com as empresas, precisam

estar em constante aprimoramento.

No mundo competitivo de hoje, a aprendizagem organizacional

é o caminho estratégico de uma empresa que tem seus conceitos

baseados em conhecimento.Senge (1998, p.36) conceitua: “Nas organizações

que aprendem as pessoas expandem continuamente sua capacidade de criar

resultados que elas realmente desejam, onde maneiras novas e expansivas

de pensar são encorajadas, onde a aspiração coletiva é livre, e onde as

pessoas estão constantemente aprendendo a aprender coletivamente.”

Os indivíduos aprendem mais rapidamente novas informações e se

mostram mais eficientes no aproveitamento adequado de conhecimentos já

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armazenados por meio de aprendizados anteriores e através de

compartilhamento de experiências. O desenvolvimento e aprendizagem de

prioridades comuns, motiva e capacitam os funcionários, fazendo com que

essa motivação esteja comprometida com os objetivos da empresa.

As empresas passaram a adotar a partir da década de 90 a

aprendizagem organizacional como ferramenta de gestão de negócio, Senge

(op cit) foi um dos responsáveis pelo desenvolvimento do conceito

"organização que aprende". Em seu livro A quinta Disciplina, ele populariza o

conceito de aprendizagem organizacional, apostando numa nova filosofia

administrativa, que não seja mais um modismo ou um modelo de vida curta.

Esse fenômeno sistêmico permanece nas empresas independente

das pessoas, pois estas possuem sistemas que eles mesmos desenvolvem

que são introduzidos na sua cultura por meio, principalmente, de rotinas e

procedimentos. A aplicação do conhecimento, por sua vez, depende da

interligação de dados entre o programa desenvolvido e o desempenho do

funcionário.

As organizações foram colocadas diante da necessidade de

aprender e interpretar novas formas operacionais introduzidas no ambiente.

Para se manter atuando no mercado, ela deve adaptar-se às modificações sob

pena de ser superada pela concorrência e torna-se desqualificada. Com isso,

ela necessita ter elementos internos que monitorem essas mudanças e ajam

de forma adequada para garantir sua sobrevivência, esses elementos irão

manipular não somente a força e energia, mas também as informações.

Segundo Senge (op cit), as organizações devem desenvolver cinco

disciplinas para continuamente estarem em processo de aprendizagem:

1) Maestria pessoal, relacionada com o autoconhecimento;

2) Modelos mentais, que trata de imagens que influenciam o modo

como as pessoas vêem o mundo;

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3) Objetivos comuns, aborda as questões relacionadas à clareza e

compartilhamento de objetivos;

4) Aprendizado em grupo, relacionada ao desenvolvimento de

habilidades coletivas e de ações coordenadas;

5) Pensamento sistêmico, um modelo conceitual, formado por um

conjunto de conhecimentos ferramentas, que buscam o

aperfeiçoamento do processo de aprendizagem como um todo.

O conceito de aprendizagem organizacional abre espaço para uma

perspectiva administrativa de mudanças e otimização de processos através da

aprendizagem individual e coletiva : a capacidade de pensar em conjunto e

aprender em conjunto, associada a uma capacidade de ver e entender a

interdependência entre a organização e seu ambiente. (WITZEL, 2005, p.76).

O aprendizado contínuo e o compartilhamento de conhecimentos,

atuam no sentido de que todos tenham as qualificações necessárias para

sustentar os objetivos empresariais. A organização exercita a sua competência

e inteligência coletiva para responder ao seu ambiente interno (objetivos,

metas, resultados) e externo (estratégia).

Freire (2004) destaca que para a aprendizagem organizacional se

constituir como processo contínuo é necessário observar a estratégia

competitiva da organização, a cultura organizacional e a gestão de pessoas.

Para ela:

[....] ao pensar-se em aprendizagem organizacional é necessário atentar para a relevância do aprendizado individual para a eficiência da formação do conhecimento organizacional. A aprendizagem individual e, conseqüentemente, a organizacional, precisam estar conectadas à origem da palavra educação, que vem do latim educare e significa extrair de dentro de si. Em decorrência disso, o alvo da aprendizagem está em proporcionar condições para que o indivíduo extraia o conhecimento de si próprio. (FREIRE, op cit, p.1).

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A longo prazo a única fonte de permenante vantangem competitiva

de uma organização será a capacidade de aprender mais rápido que os

concorrentes, para isso é preciso alinhar o conhecimento útil à estratégia

empresarial. As empresas vêm desenvolvendo sua capacidade de aprender, e

continuamente aplicam ferramentas que facilitam o aprendizado ou mesmo

desenvolvem mecanismos de aprendizagem a cada dia.

É preciso focar no conhecimento como fonte de inovação e

vantagem competitiva para que as competências humanas possam gerar e

sustentar as competencias organizacionais, incentivando e estruturando

atividades de autodesenvolvimento para que as pessoas se

responsabilizem por este processo.

A Universidade Corporativa se propõe a disponibilizar meios para

facilitar e democratizar a aprendizagem. Esta pode ocorrer em ambientes

presenciais, nas salas de aula, ou em ambientes virtuais, Internet e Intranet,

possibilitando acesso a opções de capacitação a qualquer hora e em qualquer

lugar.

Mas, numa perspectiva moderna de organizações de aprendizagem,

a Educação Corporativa pretende valorizar e estimular a manutenção e

ampliação do principal espaço de aprendizagem e educação: o ambiente de

trabalho. Com isso consegue-se estimular a utilização do conhecimento tácito,

tornando todos possíveis aprendizes e professores ; facilitar o

compartilhamento de conhecimento produzido pelas pessoas que compõem a

organização e disponibilizar ações de aprendizagem formatadas para serem

utilizadas em harmonia com o processo produtivo.

O verdadeiro desafio é a articulação desta ampla gama de

ferramentas gerenciais e tecnológicas que servem para melhorar a capacidade

das organizações para aprender, inovar, utilizar suas competências e proteger

seus conhecimentos e ativos intangíveis estratégicos.

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1.3 GESTÃO POR COMPETÊNCIAS

Há uma grande necessidade de talentos para destacar os

diferenciais competitivos dos negócios e são os líderes que desempenham o

papel crucial de desenvolvimento desses profissionais e dessas competências.

Competência é a capacidade de mobilizar conhecimentos, valores e decisões

para agir de modo pertinente numa determinada situação. Portanto, para

constatá-la, há que considerar também os conhecimentos e valores que estão

na pessoa e nem sempre podem ser observados.

Competência engloba o conhecimento real, a habilidade, a

experiência, os julgamentos de valor e redes sociais. É o elo entre

conhecimento e estratégia, não pode ser copiada com exatidão, é transferida

pela prática, mas pode ser melhorada através de treinamento e

desenvolvimento. Segundo Prahalad & Hamel (1990, p.82) competencia

significa : ‘’[...] é o conjunto de conhecimentos, habilidades, tecnologias,

sistemas físicos, gerenciais e valores que geram diferencial competitivo para a

organização.’’

A competência está associada as realizações das pessoas, àquilo

que elas produzem e/ou entregam, é colocar em prática o saber em um

determinado contexto. Todo individuo precisa ter qualificações e que estas

tragam mudanças de atitudes e comportamentos permitindo-o saber momento

certo de utilizá-los. A competencia empresarial é um conjuto de qualificações e

tecnologias essenciais de dificil imitação por parte dos concorrentes. Tanto as

competências empresarias quanto as humanas precisam ser desenvolvidas

para que os colaboradores possam atender rapidamente as mudanças sociais

e os objetivos estratégicos da empresa.

Competência é, na verdade, colocar em prática o que se sabe em

um determinado contexto. Do ponto de vista empresarial, é a prática que

interessa: é o conhecimento aplicado que gera capacidade de produzir

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resultados, ou seja, competências. Muitas empresas utilizam o modelo de

gestão por competencias como forma de orientar seus esforços para planejar,

captar, desenvolver e avaliar as competencias necessárias para atingir seus

objetivos.

Para que as competências estejam sempre alinhadas, evitando

lacunas, é feito uma mapeamento. Este processo é feito através de pesquisas

documentais, coletas de dados, questionários estruturados, etc, que identificão

as competências existentes e as que faltam na organização. A principal

vantagem do mapeamento é a possibilidade de verificar detalhadamente o

desempenho das pessoas e da organização, e através deste melhorar o que

seja necessário para o alcance das metas.

Promover e aperfeiçoar essas competências é o objetivo de qualquer

programa educativo. As empresas estão dando ênfase ao estimulo e

valorização da criatividade inovadora, acentuando a realização individual e

maximizando as pontecialidades, tornando as apitidões e habilidades

compatíveis com as tarefas. É a valorização do conhecimento e do capital

humano.

Conhecimento não é quase nada, se não souber usá-lo de forma

adequada e correta nas mais variadas situações da vida pessoal e profissional,

isto é competência. E não existe competência sem o devido conhecimento

para ser usado. É mais do que um conjunto de capacidades e habilidades que

o individuo precisa ter para ocupar um determinado cargo, é uma ‘’atitude

social de implicação’’. (ZARIFIAN, 1996, p.97).

Gerir competências é algo a ser feito de forma dinâmica,

analisando quais competências e conhecimentos a empresa tem que permite

para alavancar novos negócios, e por outro lado, quais competências e

conhecimentos são necessários desenvolver para atender ou acompanhar as

mudanças atuais.

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CAPÍTULO II

2.1 Educação Corporativa / Universidade Corporativa

A educação corporativa está inserida no contexto atual das

organizações como umas das praticas inovadoras de gestão de pessoas.

Buscando compreender de forma mais consistente este novo conceito,

abordando-se o desenvolvimento de competências como fonte de sustentação

e complementariedade às ações educacionais.

Os modelos de educação corporativa (EC) emergiram com novos

parceiros, diante da necessidade de direcionamento nas ações de

desenvolvimento das pessoas e organizações.

A busca para transformar empregados em cidadãos corporativos

(Meister, 1999) , por meio da transformação sobre a estrutura contextual

inerente a cada negócio e da ampliação de competências, reforça a tese de

que não há outro caminho senão o investimento no processo de educativo,

para a ratificação dos objetvos estratégicos das organizações.

Para a investigação das Teorias de Universidade Corporativa, serão

utilizados os autores Éboli (2000), Dengo (2001) e Meister (1999), consultados

para elaboração das semelhanças entre as teorias, conforme apresentado a

seguir.

A idéia de universidade corporativa surgiu nos Estados Unidos a

partir dos anos 50, geralmente junto ao Departamento de T&D – chamadas

academias de aprendizagem. Mas sua denominação surgiu com mais ênfase

na década de 80 com primeiro caso de sucesso, o do General Eletric de

Cotonville, New Jersey. O que a diferenciou das demais empresas da época foi

sua habilidade de movimentar idéias entre os seus diferentes negócios,

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implantar e operacionalizar estratégias, com o apoio do treinamento de

Crotonville.

No Brasil, a adoção do conceito de universidade corporativa

começou na década de 90, ainda no Governo de Fernando Collor, através do

Programa Brasileiro da Qualidade Produtividade – PBQD. A iniciativa pioneira

no Brasil foi à da Escola Amil, do Grupo Amil, serviços de saúde. Porém, a

partir de 2000 é que se pode ver com maior freqüência o surgimento das

universidades corporativas no Brasil. Algumas empresas também adotaram

essa modalidade para melhorar seu desempenho no mercado,como exemplos

temos: Ceg, Pão de Açúcar, Ampla, Motorola, Accor Brasil, Mc Donald,

Telemar, Embratel, Lojas Renner, Siemens e tantas outras

Para conceituar o termo Meister (op cit, p.29), define : “[...] a

universidade corporativa é um guarda-chuva estratégico para desenvolver e

educar funcionários, clientes, fornecedores e comunidade, a fim de cumprir as

estratégias empresariais”. Por questão de sobrevivência empresarial, a

universidade corporativa é o diferencial competitivo, pois obtém de seus

treinandos excelentes conhecimentos e habilidades, que efetivamente

agreguem valor e resultados aos negócios.

Para Éboli (op cit, p.110), ‘’a universidade Corporativa (UC) é um

ambiente de aprendizagem no qual todo funcionário e todo o elemento do

sitema comercial da empresa compreendam a importância da aprendizagem

contínua vinculada a metas empresariais.’’ A Universidade Corporativa

personifica a filosofia de aprendizagem da organização, um modo de pensar

que tem como meta oferecer a todos os níveis de funcionários o conhecimento,

as qualificações e as competências necessárias para atingir os objetivos

estratégicos da organização.

A procura por esse diferencial ocorreu devido ao aumento da

competitividade no mercado nacional e internacional e a necessidade de

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aprendizagem permanente e de algumas necessidades não atendidas

plenamente pelos conteúdos de educação universitária.

Os conteúdos adotados nas universidades tradicionais são extensos

e não focam no objetivo específico da organização. E como o mercado pede

agilidade de informações, as universidades corporativas oferecem exatamente

o que a organização necessita. Para o treinamento tradicional, o processo de

aprendizagem é algo que tem começo e fim: depois de certa quantidade de

treinamento, o serviço está completo.Veja uma comparação entre as

universidades no Quadro 1:

Quadro 1 – Papel das Universidades Tradicionais e das Universidades

Corporativas

Universidade Tradicional Universidade Corporativa

Desenvolver competências essenciais para o mundo do trabalho

Desenvolver Competências essenciais para o sucesso do negócio

Aprendizagem baseada em sólida formação conceitual e universal

Aprendizagem baseada na prática dos negócios

Sistema educacional formal Sistema do desenvolvimento de pessoas pautado pela gestão por competências

Ensinar crenças e valores universais Ensinar crenças e valores da empresa e do ambiente de negócios

Desenvolver cultura acadêmica Desenvolver cultura organizacional

Formar cidadãos competentes para gerar o sucesso das instituições e da comunidade

Formar cidadãos competentes para gerar o sucesso da empresa e dos clientes

Fonte: EBOLI, op cit, p.117.

Conforme visto no Quadro 1,a universidade tradicional se estende em

seu conteúdo educacional. Proporciona uma visão ampla do tema estudado

sem focar num objetivo. Isto já não acontece na universidade corporativa onde

sua principal missão é desenvolver os colaboradores numa aprendizagem de

negócios, onde seu principal objetivo é atingir as metas da organização.

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A universidade corporativa de acordo com Ricardo (2005): “é um

conceito inspirado no tradicional conceito de universidade, abrigado pelo

ambiente empresarial e que diz respeito ao desenvolvimento de funcionários,

clientes, fornecedores franqueados e até comunidade” (Vergara apud Ricardo,

2005, p.40). É diferente da universidade tradicional por ser menos teórica,

atinge o foco de interesse.

Diante disto, as organizações vêem-se obrigadas a alterar sua

forma de atuação para responder ao mercado. As empresas devem

acompanhar as mudanças com velocidade , o que significa dizer que os

indivíduos que fazem parte dessa organização devem acompanhar essas

mudanças, na mesma velocidade. Isto reflete -se no crescente investimento

das empresas em treinamento de seus funcionários, que tem um enfoque

estratégico e amplo, oferecendo a compreensão do contexto no qual a

organização está inserida.

O modelo de treinamento tradicional é substituído por uma forma

mais dinâmica e objetiva de preparar os colaboradores para tender as

necessidades da organização. Esta mudança pode ser observada no Quadro

2.

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Quadro 2 - Mudança de Paradigma – Meister

Itens Departamento de T&D Universidade Corporativa

Foco Reativo Pró-Ativo

Organização Fragmentada/descentralizada Coesa e centralizada

Alcance Tático Estratégico

Endosso Pouco/nenhum Administração e funcionários

Apresentação Instrutor Uso de várias tecnologias

Responsável Diretor de Treinamento Gerente de Unidade de Negócio

Público-alvo Amplo e profundidade limitada

Curriculo personalizado por família de cargo

Inscrição Abertas Aprendizagem no momento certo

Resultado Aumento das qualificações profissionais

Aumento do desempenho no trabalho

Operação Opera como função administrativa

Opera como Unidade de Negócios (centro de lucros

Imagem Treinamento imposto do tipo ‘’Vá para o treinmento’’

UC como metáfora de aprendizado

Marketing Ditado pelo T&D Venda sob consulta

Fonte: Adaptado de Meister (op cit, p.23-24)

As mudanças ocorridas na forma de treinamento foram de extrema

importancia para o ambiente corporativo. Como vimos no quadro acima, o

treinamento tradicional era cansativo e pouco eficaz, e mais uma vez pode-se

notar a melhoria de forma dinâmica e objetiva das práticas utilizadas pela

universidade corporativa.

Enquanto os centros de capacitação criam programas a partir de

necessidades individuais, as universidade corporativas dão ênfase nos

negócios. Ou seja, elas permitem que o profissional desenvolva competências

de sustentação para as principais estratégias das companhias. Esse é um

complemento estratégico do gerenciamento, do aprendizado e

desenvolvimento dos funcionários.

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Uma vez que as organizações necessitam que as pessoas

aprendam mais rápido, acompanhando a velocidade da geração de

conhecimento do mundo atual, elas vêm com a missão de alinhar as

iniciativas de treinamento com a estratégia da organização, considerando a

cultura organizacional, o contexto organizacional e as competências

essenciais.

A partir deste ponto, descobre-se o elemento comum nesses

processos é o conhecimento. A capacidade de produzir, e utilizar

conhecimentos, são elementos capazes de criar competências e identidades

específicas em uma organização, gerando seus diferenciais competitivos.

Preocupadas com o ritmo intenso das mudanças, o que torna o conhecimento

em obsoleto numa questão de segundos, é fundamental que as empresas

garantam a seus funcionários uma estrutura permanente de ensino.

Sabe-se que reciclagem e desenvolvimento profissional são

investimentos seguros, as empresas estão montando suas próprias

universidades, que focam no essencial para o sucesso da empresa e suas

práticas serão aplicadas objetivamente as funções do colaborador. As

universidades corporativas são centros de educação e treinamento das

empresas que dispõem de diversas alternativas de aprendizagem, sempre as

alinhando à estratégia organizacional, para promover o desenvolvimento de

seus funcionários, além de outros elementos da cadeia de valor da empresa,

como clientes, fornecedores e parceiros.

O papel principal da Universidade Corporativa é identificar e

desenvolver competências nas organizações, possibilitando oportunidades

para o crescimento de seus colaboradores, sempre alinhadas com as

estratégias e valores corporativos, pois é importante agregar valor aos

negócios e às carreiras dos profissionais.

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Conforme observa Eboli (op cit, p.112), "a missão da UC consiste

em formar e desenvolver os talentos humanos na gestão dos negócios,

promovendo a gestão do conhecimento organizacional (geração, assimilação,

difusão e aplicação), por meio de um processo de aprendizagem ativa e

contínua”.

Eboli definiu os Sete Princípios de Sucesso da Educação

Corporativa e suas práticas, a saber:

Princípio 1 – Competitividade

“Valorizar a educação como forma de desenvolver o capital intelectual

dos colaboradores, transformando-os efetivamente em fator de diferenciação

da empresa diante dos concorrentes, ampliando assim sua capacidade de

competir. "Significa buscar continuamente a elevação do patamar de

competitividade empresarial por meio da implantação, do desenvolvimento e

da consolidação das competências críticas empresariais e humanas”.

Princípio 2 – Perpetuidade

“Entender a educação não apenas como um processo de

desenvolvimento e realização do potencial existente em cada colaborador, mas

também como um processo de transmissão de herança cultural, a fim de

perpetuar a existência da empresa”.

Princípio 3 – Conectividade

“Privilegiar a construção social do conhecimento, estabelecendo

conexões e intensificando a comunicação e a interação. Objetiva ampliar a

quantidade e a qualidade da rede de relacionamentos com o público interno e

externo”.

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Princípio 4 – Disponibilidade

“Oferecer e disponibilizar atividades e recursos educacionais de fácil uso e

acesso, propiciando condições favoráveis para que os colaboradores realizem

a aprendizagem a qualquer hora e em qualquer lugar”.

Princípio 5 – Cidadania

“Estimular o exercício da cidadania individual e corporativa,

formando atores sociais, ou seja, sujeitos capazes de refletir criticamente sobre

a realidade organizacional, de construí-la e modificá-la, e de atuar pautados

por uma postura ética e socialmente responsável”.

Princípio 6 – Parceria

“Entender que desenvolver continuamente as competências dos

colaboradores é uma tarefa complexa, exigindo que se estabeleçam parcerias

internas (com líderes e gestores) e externas (instituições de nível superior)”.

Princípio 7 – Sustentabilidade

“Ser um centro gerador de resultados para a empresa, procurando

sempre agregar valor ao negócio. Pode significar também buscar formas

alternativas de recursos que permitam um orçamento próprio e auto-

sustentável”.

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CAPÍTULO III

3.1 Educação Corporativa - O caso da Natura

Segundo a gerente de treinamento da Natura, a Educação

Corporativa da empresa enfatiza o princípio da perpetuidade, pois seu principal

propósito é entender a educação não apenas como um processo de

desenvolvimento e realização do potencial existente em cada colaborador, mas

também como um processo de transmissão da herança cultural a fim de

perpetuar a existência da empresa. Atua norteada pela visão de mundo da

empresa:

“A Natura, por seu comportamento empresarial, pela qualidade das

relações que estabelece e por seus produtos e serviços, será uma marca de

expressão mundial, identificada com a comunidade das pessoas que se

comprometem com a construção de um mundo melhor através da melhor

relação consigo mesmas, com o outro, com a natureza da qual fazem parte,

com o todo”.

Dentro dessa concepção construtiva, a Natura entende que a

educação é o principal caminho para o desenvolvimento humano e social.

O desenvolvimento de pessoas é um dos maiores desafios da

atualidade. Quando se discute flexibilidade, capacidade de respostas rápidas

e constantes, estiver se tratando do comportamento das pessoas, que é

desenvolvido. Mas, como a experiência tem evidenciado o processo de

aprendizado organizacional não é de todo bem sucedido. Devem-se discutir

formas e conteúdo exaustivamente, descobrindo novas possibilidades, mais

eficazes, mais prazerosas e menos onerosas.

A Natura é uma empresa de consméticos que inciciou suas

atividades em 1969, com quatro décadas de existência, a Natura alcançou

uma posição privilegiada. É hoje um dos maiores fabricantes brasileiros de

cosméticos, produtos de higiene e de perfumaria e, principalmente,

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reconhecida pelo seu comprometimento com a qualidade dos produtos e

serviços que desenvolve, produz e comercializa.

Uma pequena loja e um laboratório inaugurados em 1969, em São

Paulo, deram origem a um complexo industrial e a uma força de vendas

formada, ao final de 2008, por 850 mil revendedoras autônomas (as

Consultoras Natura), tanto no Brasil como no exterior.

Toda essa trajetória reflete uma constante expansão expressa, em

2008, por uma receita bruta de R$ 4,9 bilhões. Atualmente, as operações da

Natura estão concentradas no Espaço Natura, no município de Cajamar,

região próxima a São Paulo. Inaugurado em 2001, o local é um centro

integrado de pesquisa, produção e logística e um dos maiores e mais

modernos do gênero na América Latina.

Além do Espaço Natura, a empresa mantém uma unidade comercial

e de distribuição em Itapecerica da Serra, no Estado de São Paulo, em

Uberlândia e Matias Barbosa, em Minas Gerais, na capital do Estado de

Pernambuco, Recife e em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre.

Desde meados dos anos 90, a Natura busca aprimorar a

governança corporativa. Esse processo teve como marco a abertura de capital,

realizada em 2004, quando passou a integrar o Novo Mercado da Bovespa,

assumindo o compromisso de adotar práticas mais rígidas do que as exigidas

pela legislação.

Em 2005, como reconhecimento ao compromisso que a empresa

tem com a sustentabilidade, as ações da Natura foram incluídas no Índice de

Sustentabilidade Empresarial (ISE), da Bolsa de Valores de São Paulo

(Bovespa), cuja finalidade é reconhecer as companhias com os melhores

desempenhos em todas as dimensões da atuação empresarial.

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Desde sua origem modesta, a Natura sempre se inspirou em duas

paixões fundamentais: a cosmética, como veículo de autoconhecimento e de

transformação na vida das pessoas e das relações humanas.

Um marco na história da Natura foi a opção, ainda em 1974, pelo

sistema de venda direta. Surgiram assim as Consultoras Natura, revendedoras

autônomas que compram e revendem os produtos da marca, participantes de

um sistema vitorioso no Brasil e nos outros países nos quais já mantemos

operações.

As Consultoras, principal elo da Natura com o consumidor final,

são um público muito especial, com o qual mantém um relacionamento

próximo, por meio de cursos e oficinas de capacitação e de um amplo sistema

de comunicação. Afinal, elas são a linha de frente com os consumidores finais

e as responsáveis por disseminar o conceito do Bem Estar Bem, além do

engajamento em causas sociais e ambientais.

Sua missão, segundo sua filosofia corporativa, é "contribuir de

forma inovadora e exemplar para o aperfeiçoamento da sociedade,

provocando mudanças de atitudes e de valores que materializem o ideal

de sociedade mais justa”. Para isso, inspira-se nas seguintes referenciais de

ações:

• Estabelecimento de parcerias com instituições públicas e privadas,

compartilhando o desenvolvimento de projetos sociais de qualidade

enriquecidos pela diversidade de experiências e perspectivas.

• Estabelecimento de canais de comunicação para disseminar o ideal

social, promover a troca de informações e abrir, assim, um espaço

democrático de participação na construção coletiva das ações sociais da

empresa.

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• Estabelecimento de canais de participação para identificar e organizar,

dentro da empresa e fora dela, formas de atuação em projetos sociais

que favoreçam o envolvimento de seus colaboradores, fornecedores,

consultoras e comunidade.

• Valorização da estrutura da empresa para potencializar e disponibilizar

sua estrutura a serviço dos projetos sociais dirigidos à comunidade, o

que fortalece o conceito de empresa cidadã.

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3.2 Treinamento e Capacitação Natura

A preservação das Crenças e Valores nesse novo ciclo de

crescimento da Natura está intimamente ligada à estratégia de formação de

líderes para ocupar cargos de gerência, diretoria e vice-presidência. Por isso,

em 2009, iniciou-se o Programa de Desenvolvimento da Liderança, que

pretende, ao longo de cinco anos, ter 120% de sucessores já definidos e com

planos de desenvolvimento validados para todos os cargos de sucessão

crítica, no curto, médio e longo prazos.

O desafio será, cada vez mais, ocupar os cargos com líderes

formados dentro da própria Natura, com alta aderência aos princípios da

empresa. O programa contempla as operações no Brasil e no exterior. Ele

representa uma evolução do Programa de Formação de Líderes, que ocorreu

até meados de 2009 e capacitou 28 colaboradores nos dois últimos anos. Em

2010, estendeu-se a mesma abordagem adotada para a formação de

lideranças para os demais públicos da Natura.

Em 2009, superou-se a meta de investir 3,5% do total da folha de

pagamento da Operação Brasil em treinamentos para os colaboradores. Ao

longo do ano, o investimento em educação para esse público alcançou R$ 20,2

milhões, o equivalente a 4,4% da folha. O crescimento dos valores investidos

foi 43,8% superior a 2008, beneficiando um total de 4.714 colaboradores.

Entre os treinamentos, destaca-se a realização de workshops

estratégicos, voltado para a consolidação das Unidades Regionais e das

Unidades de Negócios. Esses cursos foram destinados também aos

colaboradores das operações internacionais, onde também investiu-se no

programa de desenvolvimento dos líderes e na formação de multiplicadores

internos para capacitações funcionais.

Os públicos gerenciais e administrativo dessas operações, incluindo

a força de vendas, tiveram sua média de horas mais voltada aos treinamentos

relacionados na construção de times. Os investimentos em treinamento e

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capacitação somaram R$ 2,24 milhões nas operações internacionais, com

crescimento em quase todas elas, exceto na Argentina e na França. Nos

demais países da América Latina, o foco dos investimentos foi direcionado

para o programa de formação da força de vendas e dos colaboradores das

áreas administrativas, de marketing e operacionais.

Quadro 3

Investimento em educação e treinamento de colaboradores (em R$ mil)1 2007 2008 2009

Operação 2007 2008 2009

Brasil2 15.951,9 14.062,0 20.221,3

Argentina 86,9 162,5 103,3

Chile 109, 7 82,7 164,6

México 416,7 496,8 1.567,1

Venezuela3 n.d 98,1 n.a

Peru 31,4 74,9 222,7

Colômbia 19,5 87,1 130,0

França 71,1 73,4 51,0

Total 22.460,1 15.137,6 16.686,1

Os dados em reais foram convertidos para dólar por US$ 1: 2007 - R$ 1,9480; 2008 - R$ 1,8346; 2009 - R$ 1,7412. O dado de investimento Brasil incorpora o treinamento da Força de Vendas (gerentes de vendas e gerentes de relacionamento). As operações na Venezuela foram encerradas em agosto de 2009.

Em 2009, registrou-se a média de 82 horas de treinamento por

colaborador, 12,8% inferior às 94 horas verificadas em 2008. Essa redução é

transitória em função da maior ênfase à decisão estratégica de priorizar a

formação de lideranças e estruturar para 2010 um programa mais abrangente

que alcance toda a Natura.

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Quadro 4

Média de horas de treinamento, por ano, por funcionário, discriminada por categoria funcional, na Operação Brasil

Grupo 2007 2008 2009

Produção2 120 105 86

Administrativo 92 90 79

Gerência 90 68 61

Diretoria 55 9 78

Total2 105 94 82

Este indicador contempla o treinamento da Força de Vendas (gerentes de vendas e gerentes de relacionamento). Contempla o total de horas de todos os níveis dividido pelo total de colaboradores em dezembro do ano correspondente.

Conta-se também com o Programa Natura Educação, por meio do

qual são concedidas bolsas de estudos para os colaboradores e também para

os seus familiares, de maneira a estimular a aprendizagem contínua. Em 2009,

os investimentos no programa cresceram 16,7% na comparação com o ano

anterior e houve aumento de 29,2% do número de bolsas concedidas.

Quadro 5

Na Operação Brasil - Programa Natura Educação 2007 2008 2009

Bolsas concedidas 568 473 611

Bolsas concedidas/inscrições (%) 44,4 32,6 48,3

Valor investido no programa Natura Educação (R$ milhares) 974 720 841

São considerados atendidos todos os colaboradores inscritos e contemplados durante o ano.

Quadro 6

Contratação e Capacitação de pessoas com deficiência – Na operação Brasil - Cursos realizados por colaboradores ou familiares subsidiados total ou parcialmente pela Natura

2007 2008 2009

Idiomas 142 118 117

Pré-vestibular 9 11 6

Universitários 234 219 292

MBA e pós-graduação 100 77 119

Técnicos/profissionalizantes 83 48 77

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Programa Crer para Ver - A educação é o principal instrumento

capaz de promover uma mudança estrutural na sociedade. Por isso, desde

1995, a Natura desenvolveu o Crer para Ver, programa criado com o objetivo

de promover a melhoria na qualidade da educação nas escolas públicas

brasileiras. Na sua estrutura, conta-se com a participação de consultoras e

consultores, que vendem, sem obter lucro, produtos desenvolvidos

exclusivamente para a linha Crer para Ver. O recurso líquido obtido viabiliza

vários projetos, sem nenhum lucro para a Natura ou remuneração para

consultoras e consultores.

No Brasil, foi arrecadado um total de R$ 3.767 mil, dos quais R$

3.381,0 mil foram investidos em sete iniciativas de caráter educacional. A

diferença entre o total arrecadado pelo programa Crer para Ver e o montante

investido é explicada pelo fato de que o total arrecadado em um ano compõe

um fundo que é investido nos diversos projetos apoiados pelo programa ao

longo dos anos seguintes. Em 2008, foi lançado o Crer para Ver em alguns

países da América Latina, como a Argentina. O investimento total anual em

projetos do Crer para Ver diminuiu 21,92%, em 2008, devido à finalização da

campanha de incentivo às matrículas no programa Educação de Jovens e

Adultos ( EJA - destinado a jovens e adultos que não tiverem a oportunidade

de completar os estudos da educação básica na idade correta), do Ministério

da Educação (MEC), junto a consultoras e consultores. Considerando que ele

conquistou maturidade e estabilidade e, por isso, incentivar o retorno aos

estudos já passou a fazer parte da rotina de consultoras e consultores. Entre

2006 e 2008, a equipe direcionou mais de 170 mil pessoas de volta à sala de

aula.

Encerrou-se 2010 com mais de 11 mil CNOs, número 24% superior a

2009. Também foram relevantes para promover um crescimento saudável do

canal, as ações de relacionamento e de treinamentos comercial e de vendas,

voltadas principalmente às CNs com menos tempo de vínculo. Somadas à

plataforma das CNOs, essas atividades convergiram para um dos menores

índices de rotatividade já registrados pela Natura.

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Quadro 7

Participantes de CNS em treinamentos no Brasil ( em milhares) 2008 2009 2010

CNS iniciantes 304,4 430,2 457,9

Treinamento inicial 164,9 354,4 360,9

Participações em treinamentos 458,2 583,0 592,6

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CAPITULO IV

APRESENTAÇÃO DA PESQUISA

A pesquisa foi realizada em uma amostra de 100 participantes, junto

ao setor de treinamentos dos consultores (CN) e consultores orientadores da

Natura (CNO), com diferentes níveis de escolaridades 1º, 2º e 3º grau , na

sede dos encontros no Rio de Janeiro, Situado na avenida 13 de Maio n. 13

sala 701, nos dias 23 de fevereiro e 19 de maio de 2011. A responsável pelo

treinamento da área entrevistada é a Gerente de Relacionamento Shelly

Sathler.

As perguntas foram apresentadas de forma objetivas e claras,

conforme anexo 2 pág. 47, o questionário aplicado contém 11 perguntas de

formas fechadas, foi elaborado inicialmente com referencias nos estudos

bibliográficos baseados nos questionários para auto diagnósticos do livro

Coletânea Universidades Corporativas : educação para as empresas do

século XXI. São Paulo : Schmkler Editores, 1999, coletânia cordenada pela

professora Marisa Eboli, onde a autora através de exaustivas pesquisas

exploratórias e descritivas explana sobre a importância do desenvolvimento de

talentos humanos para o sucesso nos negócios.

De acordo com as respostas dos colaboradores, a empresa

apresenta um bom nível de satisfação com os programas oferecidos, ao utilizar

a educação corporativa como diferencial competitivo da organização,

conforme nota-se no quadro 5 anexo 3 pág. 49, onde segundo dados da

pesquisa, no que diz respeito ao desempenho profissional 48 dos

entrevistados concordaram totalmente com a assertiva, enquanto 51

disseram concordar parcialmente que os cursos melhoram o desempenho

de seu trabalho. Ao responder quanto a proposta dos cursos estarem bem

claras a todos os níveis de profissionais, 59 concordaram e 38 concordaram

totalmente com a assertiva. Ao responderem se os treinamentos possibilitou

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oportunidade de crescimento profissional 59 concordaram e 35 concordaram

totalmente.

Conclui-se no gráfico 1 anexo 4 pág. 50, que as pessoas estão

bastante satisfeitas com a metodologia empregada pela empresa, cursos

dinâmicos e objetivos são os pontos fortes da metodologia utilizada pela

educação corporativa, e isso facilita o processo de aprendizagem. No

contexto, a educação corporativa veio para agilizar e melhorar o desempenho

no conjunto, ajudando a organização a atingir as metas esperadas.

O sistema de educação corporativa da natura cosméticos é um

sistema de aprendizado com foco nos colaboradores, para que estes

desenvolvam as competências e técnicas comportamentais que estejam em

sintonia com as metas e objetivos da organização e que provoque neles um

desejo de aprender, de conhecer e de transformar seu trabalho e suas

carreiras.

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CONCLUSÃO

O ambiente e as ideias se alteram com rapidez e para acompanhá-

los é preciso inovar sempre. A prática da educação corporativa geralmente é

exercitada por grandes organizações que focam seus objetivos ao

alinhamento das competências de seus funcionários. Diante deste cenário

competitivo, as organizações têm procurado evoluir não somente quanto à

concepção e implementação de programas de treinamento, mas

principalmente, quanto ao direcionamento estratégico deste tipo de iniciativa

tendo em vista o contexto empresarial.

O conhecimento é um importante recurso da organização. Não pode

ser copiado por concorrentes. Promover, desenvolver e aplicar o conhecimento

é o que leva a organização a se desempenhar melhor no mercado em que

concorre.

Só se pode falar de aprendizagem quando o comportamento

aumenta a eficiência do processo de informação, de maneira que alcance os

objetivos desejados, evite erros ou controle uma parte do meio externo. A

organização necessita manter-se sempre no processo, pois a aprendizagem

nunca é acabada devido as permanetes mudanças das condições no ambiente

em que atua. Se esta para de aprender, para de se auto-reorganizar, é

ultrapassada pelos concorrentes e morre.

A expansão dos relacionamentos, principalmente com clientes,

fornecedores e parceiros, é também um subproduto inestimável para a cadeia

de valor que envolve os negócios da organização, já que eles são

considerados no contexto da Educação Corporativa.

A Educação Corporativa da Natura cosméticos foi uma iniciativa

que deu certo, O processo de aprendizagem constante faz com que os

colaboradores estejam cada vez mais aptos a desenvolver novas tarefas e

aceitar novos desafios. Para prosperar e sobreviver num ambiente global em

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constante transformação é necessário que o modo de pensar seja

compartilhado por todos os colaboradores. A missão da (EC) é treinar e

garantir o aprendizado contínuo de funcionários, onde todos passem a ter as

qualificações necessárias para atender as metas da organização.

É preciso deixar registrado que será através da educação

corporativa que as empresas conseguirão um diferencial na área em que atua.

O valor do conhecimento, bem como da capacidade de aprender rapidamente,

portanto, passam a ser importantes diferenciais de competitividade no mundo

dos negócios.

Empresas de outras áreas de atuação, que não a de cosméticos,

também já investiram nessa modalidade educacional, como a operadora de

telefonia Telemar, o Grupo Accor de hotéis, TAM, Motorola, Banco do Brasil e

a Softway, do setor de telemarketing. Algumas têm prédio, oferecem cursos

para filhos de funcionários e têm crescido também os programas que

funcionam virtualmente, com aulas a distância.

Os programas produzidos pela Educação Corporativa Natura

garantem de certa forma um reconhecimento no mercado de sua atuação, pela

qualidade dos treinamentos e o ganho do conhecimento no âmbito pessoal.

A Educação Corporativa é a principal metodologia de planejamento

estratégico. O exemplo desta (EC) espelha bem os objetivos dessa modalidade

educacional: conduzir os talentos para o desenvolvimento de habilidades e

competências, o que permitirá que a empresa conquiste seus objetivos.

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BIBLIOGRAFIA

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Paulo: Atlas, 1997.

__________. Introdução a Teoria Geral da Administração: 7ª ed. São Paulo:

Campus, 2004.

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empresas do século XXI. São Paulo : Schmkler Editores, 1999.

DUTRA, Joel S. Gestão por Competências: um modelo avançado para o

gerenciamento de pessoas. São Paulo: Editora Gente, 2001.

EBOLI, Marisa. Gestão Educação Corporativa no Brasil; mitos e verdades.

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BR&lr=&id=1wjPRmcd7FwC&oi=fnd&pg=PA17&dq=educa%C3%A7%C3%A3o

+corporativa+natura&ots=maOx0kiVjN&sig=s7UVMdinjm7nQDl6VgvllRqv07U#

v=onepage&q=educa%C3%A7%C3%A3o%20corporativa%20natura&f=false

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http://www.educor.desenvolvimento.gov.br/public/arquivo/arq1229431220.pdf

Acesso em: 27/03/2011

http://www.rh.com.br/Portal/Desenvolvimento/Entrevista/3990/educacao-

corporativa-uma-realidade-brasileira.html

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http://ubiratangeo.blogspot.com/2008/08/gesto-de-pessoas-inovao-

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Acesso em: 27/03/2011

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Acesso em: 22/01/2011

http://xa.yimg.com/kq/groups/3033132/1802298136/name/Educacao_Corporati

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Acesso em: 22/01/2011

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http://scf.natura.net/Conteudo/Default.aspx?MenuStructure=5&MenuItem=12

Acesso em: 15/01/2011

http://natura.comunique-se.com.br/natura_si/show.aspx?id_materia=9338

Acesso em: 15/01/2011

http://www.uct-

fetranspor.com.br/apresentacao/2008_Palestra_M_Eboli_13%2011.pdf

Acesso em: 22/01/2011

http://natura.infoinvest.com.br/ptb/2450/relatorioanualcompleto_port_1008.pdf

Acesso em: 17/04/2011

http://www.degerencia.com/articulo/universidade_corporativa_como_alavanca_

da_vantagem_competitiva - acesso em: 16/05/2011

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ANEXO - I

PRODUZINDO O MATERIAL

Entrevista com a gerente de relacionamento natura

. - QUESTIONÁRIO EDUCAÇÃO CORPORATIVA NATURA COSMÉTICOS.

1. Nome da Educação Corporativa: ____________________________________________________________

2. Nome do responsável: ____________________________________________________________

3. Cargo: ____________________________________________________________

4. e-mail: ____________________________________________________________

5. Há quantos anos funciona a Educação Corporativa ?

____________________________________________________________

6. Utiliza e-learning? ( ) Sim ( ) Não

7. Que tipo de cursos ela oferece?

8. ____________________________________________

9. Quantos treinando possui?

________________________________________________

10. Qual o objetivo ? ____________________________________________________________

____________________________________________________________

11. Quantas pessoas estão envolvidas na gestão da Educação? ____________________________________________________________

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12. Os resultados que a Educação corporativa apresenta são os esperados? Por que?

____________________________________________________________

13. Quantas pessoas tiveram acesso aos cursos? ____________________________________________________________

14. Quais as expectativas para o próximo ano? (em relação à cursos,

projetos, expansão, infra-estrutura...). ( ) Nenhuma ( )Boa ( ) Muito Boa

15. Quanto tempo está na empresa:

1 a 5 anos - ____________________________________________________________

06 a 14 anos - ____________________________________________________________

15 a 20 anos - ____________________________________________________________

acima de 20 anos - ____________________________________________________________

16. Desempenho Profissional após o curso:

( ) Ruim 1 a 20%

( ) Regular 21 a 40%

( ) Bom 41 a 60%

( ) Muito Bom 61 a 89%

( ) Excelente 90 a 100%

17. Ciclo de Aprendizagem dos Cursos:

( ) 01 a 03 meses

( ) 04 a 6 meses

( ) 6 meses a 01 ano

( ) 1 a 3 anos

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ANEXO II

ENTREVISTA COM COLABORADORES NATURA

Este questionário tem o objetivo de coletar sua opinião sobre os treinamentos realizados pela natura cosméticos. Suas respostas serão totalmente confidenciais e anônimas, sendo analisado de forma agrupada e em conjunto com as respostas de outros participantes. O questionário é de fácil compreensão, leia as instruções e marque um X na opção que melhor corresponde à sua opinião. 1 – Os cursos oferecidos melhoraram o meu desempenho profissional.

( ) Concordo ( ) Concordo Totalmente ( ) Discordo ( ) Discordo

Totalmente ( ) Indiferente

2 – As propostas dos cursos estão bem claras à todos os níveis de profissionais. ( ) Concordo ( ) Concordo Totalmente ( ) Discordo ( ) Discordo

Totalmente ( ) Indiferente

3 – Os treinamentos possibilitou oportunidade de crescimento profissional. ( ) Concordo ( ) Concordo Totalmente ( ) Discordo ( ) Discordo

Totalmente ( ) Indiferente

4 – Os programas educacionais estão alinhados às estratégias do negócio. ( ) Concordo ( ) Concordo Totalmente ( ) Discordo ( ) Discordo

Totalmente ( ) Indiferente

5 – Os cursos são oferecidos de forma clara e objetiva. ( ) Concordo ( ) Concordo Totalmente ( ) Discordo ( ) Discordo

Totalmente ( ) Indiferente

6 – A sede dos treinamentos é de fácil acesso a todos os participantes. ( ) Concordo ( ) Concordo Totalmente ( ) Discordo ( ) Discordo

Totalmente ( ) Indiferente

7 – Os cursos são ministrados em uma linguagem fácil aos usuários. ( ) Concordo ( ) Concordo Totalmente ( ) Discordo ( ) Discordo

Totalmente ( ) Indiferente

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8 – Fora do âmbito empresarial, os cursos também são úteis. ( ) Concordo ( ) Concordo Totalmente ( ) Discordo ( ) Discordo Totalmente ( ) Indiferente 9- O conhecimento adquirido nos treinamentos são aplicados no meu trabalho. ( ) Concordo ( ) Concordo Totalmente ( ) Discordo ( ) Discordo Totalmente ( ) Indiferente 10- Houve melhoria das minhas habilidades que sejam decorrentes da realização do curso. ( ) Concordo ( ) Concordo Totalmente ( ) Discordo ( ) Discordo Totalmente ( ) Indiferente 11- os cursos me proporcionaram novos conhecimentos. ( ) Concordo ( ) Concordo Totalmente ( ) Discordo ( ) Discordo Totalmente ( ) Indiferente Agradecemos sua participação.

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ANEXO III

Quadro 5 - Pesquisa de satisfação com os funcionários

Pertuntas

Concordo

Concordo Totalmen

te

Discordo

Discordo Totalmen

te Indiferente Os cursos oferecidos melhoraram o meu desempenho profissional 51 48 1 As propostas dos cursos estão bem claras à todos os níveis de profissionais. 59 38 1 2 Os treinamentos possibilitou oportunidade de crescimento profissional. 59 35 3 3 Os programas educacionais estão alinhados às estratégias do negócio. 53 42 5 Os cursos são oferecidos de forma clara e objetiva. 54 45 1 A sede dos treinamentos é de fácil acesso a todos os participantes. 49 47 2 1 1 Os cursos são ministrados em uma linguagem fácil aos usuários. 45 52 2 1 Fora do âmbito empresarial, os cursos também são úteis 55 37 3 5 O conhecimento adquirido nos treinamentos são aplicados no meu trabalho. 57 36 1 6 Houve melhoria das minhas habilidades que sejam decorrentes da realização do curso. 42 51 1 6 Os curos me proporcionaram novos conhecimentos 36 63 1

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ANEXO IV

GRÁFICO

Gráfico 1 – Resultados da pesquisa de satisfação com os funcionários

PESQUISA NATURA

0102030405060708090100

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11PERGUNTAS

PARTICIPANTES

Concordo

Concordo Totalmente

Discordo

Discordo Totalmente

Indiferente

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ANEXO V

MATERIAL INTERNET

16 de dezembro de 2005, às 10h06min

Grandes empresas se unem e criam a ABEC Fortalecer o papel estratégico da educação nas empresas é o foco da Associação Brasileira de Educação Corporativa.

O maior diferencial competitivo de uma empresa encontra-se no nível de capacitação e conhecimento de toda a sua equipe. Há algum tempo, várias corporações perceberam a devida importância e, muitas destas, criaram suas próprias universidades corporativas. Para fortalecer o setor, em maio de 2004, foi criada a ABEC - Associação Brasileira de Educação Corporativa. Formada, inicialmente, por seis grandes empresas, a instituição tem a missão de promover o desenvolvimento das práticas de educação corporativa nas organizações, contribuindo para o crescimento de trabalhadores, empresas e da sociedade. Entre os vários objetivos da entidade está o de fortalecer o papel estratégico da educação corporativa, integrando as organizações para criar oportunidades de desenvolvimento profissional para o trabalhador e estimular a profissionalização. Tudo isso, com uma grande vantagem: o ganho de economia e eficiência por parte das empresas no desenvolvimento de produtos educacionais. Fundada com o aval dos ministérios da Educação, do Trabalho e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a ABEC conta com associados de peso como Caixa Econômica Federal, Cia. Vale do Rio Doce, Eletronorte, Embratel, Fiat, Hospital Albert Einstein, McDonald's, Metrô de São Paulo, Natura, Unimed e Votorantim Cimentos, entre outros. Para se tornar associada, as empresas interessadas precisam contar, entre outros aspectos, com um processo de educação corporativa. Mas o modelo deve se encaixar, necessariamente, como suporte à estratégia de negócio da organização, além de ter um modelo pedagógico definido, com um sistema de avaliação de resultados e métricas bem definidas. Outra exigência é que haja um corpo técnico especializado na condução da educação corporativa e comprometimento das lideranças da empresa com o processo de educação.

Disponível em:

http://www.administradores.com.br/informe-

se/informativo/grandes-empresas-se-unem-e-criam-a-abec/5823/

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ANEXO VI

MATERIAL INTERNET

Você está aqui: Casos de Sucesso EDUCAÇÃO CORPORATIVA NATURA (ECN) Natura Cosméticos

EDUCAÇÃO CORPORATIVA NATURA (ECN) Natura Cosméticos

Ciente da importância de difundir o conhecimento crítico para seu negócio e, principalmente, de disseminar e perpetuar sua razão de ser, a Natura deu os primeiros passos para a criação de sua educação corporativa. O objetivo principal é disseminar crenças e valores, missão, razão de ser e visão do mundo para toda a comunidade Natura. Entenda-se por comunidade Natura colaboradores internos, terceiros, fornecedores, consultoras — que somam aproximadamente 350 mil pessoas em todo o país — e comunidades.

A visão de mundo é, para a Natura, o bem mais precioso que a empresa possui. Ela representa a essência, a fonte de inspiração e é sua orientadora em direção ao cumprimento da razão de ser da Natura. Dessa forma, a empresa não investirá em programas que são facilmente adquiridos no mercado, mas sim em programas específicos, que estejam ligados diretamente à realidade da organização, ao seu universo. Isso não significa que a Natura não reconheça a importância dos conhecimentos já disponíveis nas instituições de ensino, universidades e escolas técnicas. A educação corporativa assumirá, nesse caso, o papel de incentivadora. Projetos de aprendizagem envolvendo os cinco sentidos, a razão e a emoção serão o núcleo da educação corporativa, que não tem data definida para a implantação, pois será um processo migratório das ações vigentes em treinamento para o novo modelo. Histórico As primeiras reflexões com a direção da empresa no sentido de implantar a universidade

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corporativa surgiram em 2000. A meta é desenvolver e consolidar as competências essenciais e empresariais do negócio Natura. A organização já realizou um primeiro diagnóstico de suas competências críticas, que está em fase de análise, aprofundamento e validação. Como serão os programas Como a idéia de implantar a educação corporativa é recente, muitos pontos ainda estão sendo definidos. A proposta é que ela englobe as dimensões da integração à cultura corporativa, estratégias de negócio, táticas operacionais e desenvolvimento pessoal. Sempre priorizando a busca do aperfeiçoamento, que promove o desenvolvimento dos indivíduos, da organização e da sociedade. Toda atividade de educação será "uma experiência Natura". A empresa pretende manter o modelo atual, que tem como premissa o envolvimento de líderes e gerentes no processo de aprendizagem. Hoje, os programas internos já contam com a participação desse público, tanto nas áreas operacionais quanto na de vendas. Estrutura e tecnologia Embora seja expressivo o número de pessoas beneficiadas com os programas educacionais, a educação corporativa Natura não abrirá mão de programas presenciais. Estes serão realizados juntamente com os programas a distância, de forma que a empresa não perca o foco em sua crença na importância do relacionamento. Sem dúvida, o ensino a distância atuará como um grande facilitador nesse processo, uma vez que possibilita maior cobertura geográfica. Porém, não pode estar desassociado do ensino em sala de aula, que promova a interação entre as pessoas. Para isso, a empresa construiu, na unidade de Cajamar, o Núcleo de Aprendizagem Natura (NAN), um local físico que funciona como núcleo da educação. Também estão sendo feitos investimentos na educação on-line. Os pilotos realizados demonstraram que o ensino a distância necessita de uma didática diferenciada, que está quase finalizada, com a utilização de vídeos, jogos e simulações. Até agora, as principais ferramentas usadas foram fitas de vídeo, que apoiam o trabalho das promotoras de vendas. Para o futuro, a proposta é utilizar intensamente a intranet da empresa e até uma TV corporativa. Fonte: EBOLI, Marisa; Educação Corporativa no Brasil: Mitos e Verdades; São Paulo; Editora Gente.

Disponível em:

http://www.aprenti.com.br/index.php?option=com_content&view=article&i

d=140:educacao-corporativa-natura-ecn-natura-

cosmeticos&catid=55:casos-de-sucesso&Itemid=210

Acesso em 19/04/2011

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ANEXO VII

JORNAL O GLOBO – BOA CHANCE

Domingo, 06 de junho de 2010

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição:

Título da Monografia:

Autor:

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito: