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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE SISTEMAS DE CUSTOS COMO FERRAMENTA PARA CONTROLE E TOMADA DE DECISÃO Por: Adriana de Souza Teixeira Rodrigues Orientador Prof. Ana Claudia Morrissy Rio de Janeiro 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

SISTEMAS DE CUSTOS COMO FERRAMENTA PARA CONTROLE E

TOMADA DE DECISÃO

Por: Adriana de Souza Teixeira Rodrigues

Orientador

Prof. Ana Claudia Morrissy

Rio de Janeiro

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

SISTEMAS DE CUSTOS COMO FERRAMENTA PARA CONTROLE E

TOMADA DE DECISÃO

Apresentação de monografia à Universidade Candido

Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Engenharia de Produção

Por: . Adriana de Souza Teixeira Rodrigues

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AGRADECIMENTOS

A todos os teóricos e pesquisadores

preocupados em disseminar o conhecimento.

“É impossível uma pessoa julgar idéias de um

novo paradigma analisando-as sob o prisma

do velho paradigma”.

João Mário Csillag

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DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho à minha mãe, minha

grande incentivadora.

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RESUMO

Com a velocidade das mudanças que ocorrem no mundo atualmente, as

empresas para manterem suas vantagens competitivas precisam conhecer

profundamente a sua estrutura de custos. De posse dessa informação, elas podem

tomar decisões mais rápidas sobre manutenção de mix de produtos, capacidade

produtiva, margens de contribuição e lucro. Quanto mais rápida e precisa forem sobre

essas decisões, mais elas ganharão vantagens sobre as outras.

Os sistemas de custeio são a base da contabilidade de custos, para a alocação

dos custos indiretos. Os custos indiretos têm crescido muito, tornando-se

imprescindível a sua alocação ao produto através de bases de rateio mais precisas,

sob pena de distorcer as informações.

Dentre os métodos de custeio existentes existe um que atenda a todos os

requisitos de uma vez, quais sejam, que apure de forma exata os custos indiretos; que

sirva para o controle e planejamento de estoques; que apresente à gerência

informações relevante para a tomada de decisões; que seja de fácil implantação a um

custo viável?

É procurando responder a essas perguntas que esse trabalho focará as

principais características dos sistemas de custeio; suas vantagens e desvantagens na

aplicação industrial.

Ficará patente que dentre os sistemas existentes, a utilização de somente um

método não é o bastante para fornecer as informações necessárias ao gerenciamento

eficaz, mas a conjunção e dois ou mais, levando-se em consideração as

características de cada empresa, poderá ser um ferramental útil para enfrentar os

desafios impostas pela competição e globalização.

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METODOLOGIA

Este trabalho foi realizado com base em fundamentação teórica utilizando

material das principais autoridades no assunto.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

Contabilidade de Custos 09

CAPÍTULO II

Sistemas de Custeio 14

CAPÍTULO III

A utilidade dos sistemas de custeio para planejamento, controle e decisão 32

CONCLUSÃO 35

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 36

BIBLIOGRAFIA CITADA 38

ÍNDICE 40

FOLHA DE AVALIAÇÃO 42

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INTRODUÇÃO

Na atual conjuntura, para estar na vanguarda do mercado, frente à acirrada

competição existente, as empresas têm de manter a rédea de seus processos de

manufatura, tanto em aspectos tais como qualidade e eficiência; quanto em relação

a seus custos de produção.

Sob esse aspecto, a Contabilidade Gerencial é uma grande aliada dos gestores

para se extrair dados para a alimentação de um sistema de informações que

propicie aos gestores elementos para a tomada de decisões.

Apesar de haver críticas quanto à deficiência dos modelos tradicionais e

informações contábeis, devido à revolução atual no ambiente de fabricação,

ambiente esse muito diferente dos anos alguns deles foram concebidos, as

empresas ainda os utilizam, efetivamente, para a obtenção de suas informações

gerenciais.

Nesse trabalho, apresentaremos algumas das ferramentas disponíveis à

utilização por parte das empresas, para alcançar o objetivo almejado de manter seu

processo produtivo condizente com as diretrizes traçadas visando rentabilidade dos

investimentos e participação no mercado.

Para tanto, iniciaremos com uma breve recapitulação dos aspectos básicos da

Contabilidade de Custo: sua origem, fundamentos e sistemas de custeio e como as

ferramentas disponibilizadas por ela podem, efetivamente, tornar o trabalho

planejamento, controle e tomada de decisões eficazes.

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CAPÍTULO I

CONTABILIDADE DE CUSTOS

1.1 – A Origem da Contabilidade de Custos

Com o advento da Revolução industrial, a Contabilidade – que até então

ocupava-se do registro das operações mercantis e aferição de bens patrimoniais –

passou a ter uma outra preocupação: a apuração de resultado nesse novo tipo de

empresa, uma vez que, ao contrário das empresas comerciais, que apenas

revendiam mercadorias adquiridas de outrem, essas adquiriam matérias-primas e

utilizavam fatores de produção para transforma-las em produtos destinados à

venda.

Foi nesse novo cenário que nasceu a Contabilidade de Custos, ramo da

contabilidade que controla os gastos das atividades de transformação comuns às

empresas industriais.

Graças à Contabilidade de Custos é possível obter informações para o

estabelecimento de padrões, para detectar ineficiências e desperdícios nas

atividades produtivas; além do mais, ela traz uma contribuição ao processo de

tomada de decisões, quando subsidia aos gestores, entre outras coisas, de

informações sobre se a capacidade de produção da fábrica é suficiente para atender

a todos os pedidos dos clientes ou sobre qual o produto ou linha de produtos deve

ser cortada; como fixar o preço de venda de um produto e, ainda, decisões entre

fabricar componentes ou comprar de terceiros.

Na atualidade, devido à grande oferta de produtos e serviços, concorrência brutal e

predatória, torna-se mister às empresas conhecer profundamente seus custos, para

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que possam tomar decisões sobre preços, manutenção ou corte de mix de produtos

na velocidade e presteza face às oscilações na macro e micro-economia.

Somente as empresas que têm essa vantagem competitiva: conhecer os seus

custos de maneira sistemática e estruturada estarão aptas a fazer frente aos novos

desafios num mercado cada vez mais abundante de oferta de produtos. As

empresas que ainda não atentaram para essa realidade estão fadadas a ficarem

para trás e, consequentemente, perderem participação no mercado.

A Contabilidade de Custos, tem como finalidade, segundo Coronetti, Beuren e

Souza (2003), relatar dados de diferentes fontes, tornando-os úteis à gestão, bem

como indicar como os recursos de uma firma são consumidos por seus objetos de

custeio.

Já para Leone (1995) – “a contabilidade de custos é uma atividade que se

assemelha a um centro processador de informações, que recebe os dados,

acumula-os de forma organizada, analisa-os e interpreta-os, produzindo

informações de custos para os diversos níveis gerenciais.”

Sua função é, pois, “o auxílio ao controle, fornecendo dados para o

estabelecimento de padrões, orçamento e previsões; acompanhamento posterior de

custos realizados e apoio às decisões gerenciais, através de fornecimento de

informações sobre conseqüências de medidas como corte de produtos, fixação de

preço de venda, opção de compra ou fabricação etc (Martins, 2008)”.

1.2 – O Esquema Fundamental da Contabilidade de Custos

O esquema fundamental da contabilidade de custos consiste em:

Ø Separação de custos e despesas;

Ø Apropriação dos Custos Diretos aos produtos;

Ø Apropriação dos Custos Indiretos aos produtos mediante rateio.

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1.3 – Sistemas Básicos de Produção

Existem dois sistemas básicos de produção:

O sistema de produção por encomenda

Também conhecido por Produção por Ordem. Caracteriza-se pela fabricação

descontínua de produtos não-padronizados. É adotada por empresas cuja produção

atende a encomendas especiais de clientes, de acordo com determinações internas

especiais e de forma não contínua. Trabalham sob regime de encomenda.

Alguns exemplos de empresas que trabalham com esse sistema: Estaleiros,

empresas de construção civil, empresas de auditoria, engenharia, fabricantes de

aviões, entre outros.

O outro sistema é conhecido como Produção Contínua.

O sistema de produção contínua

Este sistema é o mais comum e o seu surgimento se deu na medida em que as

empresas fabricavam seus produtos em grande escala e de forma padronizada para

distribuição por intermediários. As empresas que utilizam o sistema de Produção

Contínua são aquelas que normalmente produzem para atender às necessidades do

mercado consumidor (mercado de consumo).

Alguns exemplos de empresas que trabalham com esse sistema: empresas

alimentícias, de bebidas, cigarros, têxteis, laboratórios farmacêuticos, refinarias,

serviços de telefonia, energia, correios etc.

É nesse tipo de empresa que se melhor adapta o custeamento por processo.

1.4 – Sistemas de Custeio

Uma vez definido o sistema de acumulação de custos a ser utilizado pela

empresa, passa-se à escolha do sistema de custeio a ser adotado.

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Essa escolha já não depende do sistema produtivo da empresa e sim,

principalmente, do tipo de informação e de controle que a gerência pretende obter a

partir do sistema de custeio a ser implantado.

Os sistemas de custeio diferenciam-se entre si pela natureza dos dados

contábeis utilizados: históricos ou predeterminados.

1.4.1 - Sistema de custeio histórico

O sistema de custeio baseado em custos históricos ou atuais pode ser definido

como um sistema no qual os custos são registrados tais como ocorrem. Em

conseqüência disso, nesse sistema, os custos só são determinados após o término

da fabricação do produto ou da prestação do serviço da empresa.

Sob esse sistema, o produto é debitado pelo custo atual do material usado, da

mão-de-obra aplicada e por uma estimativa dos gastos gerais de fabricação.

Dessa forma, o sistema de custo atual ou histórico contém, no que diz respeito

aos gastos gerais de fabricação, um elemento do custo predeterminado.

Existem algumas limitações na utilização dos custos históricos, quais sejam:

ü O custo histórico pode não ser um custo típico, podendo mesmo, em alguns

casos, ser qualificado como um custo acidental;

ü Devido ao tempo requerido para a apuração dos custos históricos e para a

elaboração dos relatórios pertinentes, a sua eficácia gerencial é muito limitada;

ü Sob esse sistema, não existe medida de comparação para um julgamento

imediato do desempenho da empresa. A gerência toma conhecimento se o custo

mais recente foi maior ou menor do verificado em período anterior, mas não disporá

de elementos de comparação para determinar as operações, os fatores de produção

ou as causas das variações constatadas.

1.4.2 - Sistema de custeio predeterminado

Como o próprio nome indica, custos predeterminados são custos estabelecidos

com antecedência sobre as operações de produção. Assim, em um sistema de

custeio baseados em custos predeterminados, tanto o material como a mão-de-obra

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e os gastos gerais de fabricação são contabilizados com base em preços, usos e

volumes previstos.

A finalidade da utilização dessa modalidade é o interesse da gerência em

conhecer quais deveriam ser os seus custos, para depois, compara-los com os

custos reais.

Eles podem ser estimados com base na “melhor informação disponível no

momento” da sua fixação, ou podem ser padrões resultantes de um meticuloso

estudo de engenharia.

Uma das suas vantagens é a possível aplicação do chamado princípio da

exceção, que significa que a gerência passa a centralizar a sua atenção nos casos

de variações significativas ente custos predeterminados e custos reais. A sua

principal desvantagem, no entanto, refere-se ao trabalho e ao tempo requeridos

para a sua definição, ou seja, fixação de padrões.

O Custeio Padrão e o Target Costing são dois exemplos de custeio pré-

determinado.

A grande questão em Custos é como alocar os custos indiretos aos produtos.

Para a mensuração dos custos indiretos existem vários métodos também chamados

sistemas de custeio.

Entre os métodos tradicionais estão o:

- Custeio por Absorção (ou integral);

- Custeio por Absorção - Centros de Custo (Departamentalização);

- Custeio RWK

- Custeio Direto (ou variável);

- Custeio Padrão.

Dentre os métodos contemporâneos destacam-se:

- Custeio ABC;

- UEP;

- Custeio-meta (target costing);

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CAPÍTULO II

SISTEMAS DE CUSTEIO

A escolha do método de custeio a ser utilizado para servir como base para o

sistema de custos de uma empresa é de suma importância. Essa escolha deve levar

em consideração as características da empresa, o quadro funcional responsável por

sua alimentação e se as informações geradas por ele são de valia para a empresa em

termos gerenciais.

A seguir serão apresentadas as características de cada um dos sistemas de

custeamento, procurando-se identificar quais deles ou, se todos, prestam-se de

maneira eficaz e economicamente viável, para subsidiar aos gestores informações

consistentes para a tomada de decisões.

2.1 – Custeio por Absorção

2.1.1 – Custeio por Absorção I Segundo Meglioni (2003), “o custeio de absorção é o método que consiste em atribuir

aos produtos fabricados todos os custos de produção, quer de forma direta ou

indireta.” Nesse caso, todos os custos são absorvidos pelos produtos.

Nesse tipo de custeamento todos os custos indiretos são alocados ao produto

por meio de rateio. A base de rateio pode ser em função da mão-de-obra direta, horas-

máquinas, área ocupada (m2), material direto. Esse é o método mais comumente

utilizado nas empresas brasileiras, pois é o sistema aceito pela Legislação do Imposto

de Renda para a mensuração do “custo do produto vendido” (CPV).

Nesse método são separados os custos das despesas, pois enquanto aqueles

são alocados aos produtos, esses são lançados diretamente contra o resultado do

exercício.

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Eis o esquema básico de Custeio por Absorção:

Fonte: Contabilidade de Custos. Martins, Eliseu – 2008 – 9 ed. – p. 37.

Na prática, a separação de custos e despesas nem sempre é tão clara.

Tomemos como exemplo os custos de honorários da Diretoria: como mensurar quanto

tempo da Diretoria foi utilizado diretamente para resolver questões da Produção

(custos) e quanto para questões de ordem Administrativa (despesas)? Ou os gastos

com o Departamento Pessoal que atente ao pessoal da fábrica quanto do pessoal da

administração?

As maiores críticas a esse método é que os critérios de rateio são subjetivos e

nem sempre espelham a realidade, podendo distorcer as informações de custos,

favorecendo alguns produtos em detrimento de outros.

2.1.2 – Custeio por Absorção II (Departamentalização)

A departamentalização é um custeio de absorção por processo que nasceu

como forma de minimizar a arbitrariedade existente no rateio de custos indiretos no

método de Absorção original. Esse método preconiza que alguns custos que são

indiretos, quando vistos sob a ótica do produto, são diretos quando vistos sob a ótica

de Centros de Custos.

Ele consiste em dividir a fábrica em departamentos ou Centros de Custos.

Segundo Martins (2008): “é a unidade mínima administrativa para a Contabilidade de

Custos, representada por pessoas e máquinas, em que se desenvolvem atividades

homogenias.”

Despesas Custos

Estoque

Vendas

Demonstração de Resultados Receita CPV Lucro Bruto Despesas Lucro Operacional

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No sistema de custeio por processo a metodologia utilizada para a acumulação

de custos é chegar-se, primeiramente, aos custos por processos. O cerne desse

sistema são os Centros de Custos.

É a divisão da fábrica em segmentos, chamados Departamentos, aos quais são

debitados todos os custos de produção neles incorridos.

Esses departamentos podem ser divididos em dois grupos: Departamentos de

Produção e Departamentos de Serviços.

Os Departamentos de Produção são aqueles que atuam sobre os produtos e

têm seus custos apropriados diretamente a estes. Exemplos:

CORTE ACABAMENTO

APLAINAMENTO USINAGEM

MONTAGEM PINTURA

Os Departamentos de Serviços não atuam diretamente na produção, são

departamentos auxiliares. Seus custos não são apropriados diretamente aos produtos.

Eles são transferidos para os Departamentos de Produção que se beneficiam de seus

serviços.

A priori, os Departamentos de Produção são os próprios Centro de Custos.

Salvo em alguns casos cujo departamento possa ter mais de um centro de custos.

O Centro de Custos é, portanto, uma unidade mínima de acumulação de custos,

embora não seja necessariamente uma unidade administrativa, isto só ocorrendo

quando ele coincide com o próprio Departamento (NEVES, p. 46).

Eis as principais características do custeio por processo:

ü Emissão de relatórios a cada fase de produção;

ü Existência de uma conta geral “Produtos em Fase de Fabricação”, em que

diversas fases de produção são constituídas por razões analíticas denominadas

“Departamentos”, “Seções” ou “Centros de Custos”;

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ü Obtenção do Custo Unitário pela divisão do Custo Total de cada fase pelo

número de unidades produzidas em cada fase (critério de equivalência);

ü Transferência do custo das unidades prontas pra o processo subseqüente;

ü A produção completada em um processo é a matéria-prima de outro.

Embora cada empresa apresente a sua peculiaridade, que deve ser levada em consideração ao avaliar o critério que levará a termo para ratear os Custos Indiretos de Fabricação (CIF), há alguns critérios que são amplamente utilizados na prática e que reproduziremos, a baixo, para fins ilustrativos:

CIF Comuns ou Indiretos Critérios de Rateio em relação aos Departamentos para os Departamentos

Gastos relacionados com o edifício da fábrica, tais como, aluguel, depreciação, seguros, limpeza, reparos, Imposto Predial Área Ocupada

Iluminação da fábrica Área ocupada, número de lâmpadas ou pontos de luz.

Gastos com o escritório da fábrica (inclusive os relativos à Contabilidade de Custos)

Número de empregados, horas máquinas trabalhadas ou horas trabalhadas/MOD

Material Indireto Material Direto

Mão-de-obra Indireta Número de empregados, horas trabalhadas/MOD

Almoxarifado Custo dos materiais

Custo de refeitório, transportes e assistência médica dos empregados Número de empregados

Manutenção das máquinas Horas-máquinas trabalhadas Energia elétrica (força) Killowatt-hora consumido Fonte: Contabilidade de Custos – Um enfoque direto e objetivo – p. 51.

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As principais fases desse tipo de custeio são:

a. Acumulação dos Custos de Produção por departamento;

b. Cálculo do Custo Unitário pela divisão do Custo Total do departamento pelo

número de unidades fabricadas;

c. Após calculado o custo das unidades completadas, transferência física e de

valor para a próxima fase;

d. Cálculo, igualmente, dos Produtos em Fase de Fabricação.

2.1.2.1 – Conceito de Equivalência

Na produção contínua, sempre sobram materiais semi-acabados na produção

final do período. Nesse caso, os custos de produção devem ser alocados entre as

unidades acabadas e transferidas para o processo final (ou produtos acabados) e as

unidades semi-acabadas e remanescentes no departamento. Essa alocação pode ser

determinada pelo uso da unidade equivalente de produção.

As unidades equivalentes de produção são o número de unidades que poderiam

ser acabadas dentro de um determinado período contábil. Entretanto, as unidades

inteiras são o número de unidades em produção durante um período, acabadas ou

não. Por exemplo, assume-se que 800 unidades inteiras estão em processo no fim de

um período. Se as unidades estiverem 60% acabadas, o número de unidades

equivalentes em processo será 480 (800 x 60%).

As unidades equivalentes de materiais e custos de conversão são comumente

determinados em separado, porque sempre são introduzidos em momentos diferentes

ou taxas diferentes no processo de produção. No entanto, a mão-de-obra e o custo

indireto de fabricação são tratados em conjunto como custo de conversão, porque

frequentemente incorrem na produção ao mesmo tempo e à mesma taxa.

2.1.2.2 – O Tratamento Contábil

O sistema de custeamento por processo é tratado pela Contabilidade de Custos da

seguinte forma:

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a. Acumulação dos custos em contas, folhas ou mapa, representativos das

diversas linhas de produção;

b. Encerramento das contas sempre no final de cada período (mês, semana,

trimestre, ano, conforme período de custos da empresa);

c. Avaliação dos custos, não unidade por unidade, e sem através da base do custo

médio do período, chegando-se a dividir o Custo Total pelo número de unidades

produzidas, para se conhecer o custo médio unitário.

Entre as vantagens comumente citadas em relação a esse método, temos:

ü Aceito pela legislação do Imposto de Renda;

ü Maior facilidade para a determinação dos componentes do custo;

ü Maior conhecimento do processo produtivo;

ü Possibilidade de avaliar o desempenho de cada departamento;

ü Menor trabalho e custo.

Por outro lado, são destacadas como desvantagens:

ü Existência de variações acentuadas entre o custo real e o apurado, quando a

base de cálculo é o custo médio;

ü Existência de distorções caso seja feita uma má avaliação do cálculo da

produção equivalente, devido a estágios de produção complexos.

Para Souza et al (2003), o “custeio de absorção é sem dúvida o sistema mais

utilizado para monitorar a eficiência do processo em termos de volume, tempo e

recursos consumidos.”

2.2 – Custeio RKW

Este método, abreviação de Reichskuratorium für Wirtschaftlichtkeit, foi

concebido na Alemanha no início do século XX e o seu objetivo é o uso de custos para

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a fixação de preços. Para tanto, o método rateia todos os custos e despesas, inclusive

financeiras a todos os produtos. Ele tem duas fases, a primeira, dividi-se a empresa

em Centros de Custos e alocam-se os custos a esses centros através de rateios. Num

segundo momento, esses custos são alocados aos centros produtivos, ou seja,

àqueles diretamente ligados à produção. Após esse trabalho, acrescenta-se o lucro

desejado para se chegar ao preço final.

O método dos centros de custos, RKW ou método das ações homogêneas é

provavelmente a técnica de alocação de custos ao produto mais usada no Brasil e no

mundo, e sua sistemática representa perfeitamente os procedimentos da contabilidade

de custos tradicional (Bornia, 1995).

No entanto, sob o aspecto de fixação de preço, como bem expõe Martins (2008,

p. 220). “essa fórmula pode até ser usada numa economia de decisão totalmente

centralizada, ou em situação de monopólio ou oligopólio, porém dificilmente consegue

ter sucesso numa economia de mercado.”

É que numa economia de mercado saudável é a relação entre oferta e

demanda que vai arbitrar o preço, independente dos custos da empresa. Nesse caso,

cabe à empresa ter custos racionais, condizentes com os preços praticados ou que

busque um custo ótimo para que o preço de mercado não afete a rentabilidade

desejada.

2.3 – Custeio Direto (Variável)

O custeio direto nasceu da necessidade das empresas visualizarem o custo de

seus produtos sem o véu de subjetividade do método de absorção quanto aos gastos

gerais de fabricação (GGF).

Ele consiste em apropriar aos produtos somente os seus custos variáveis e os

que podem ser alocados diretamente a esse, sem a necessidade de rateio. Os custos

fixos e os indiretos são lançados junto com as despesas do período no resultado.

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Com a utilização desse método é possível atribuir a margem de contribuição de

cada produto, ou seja, quanto cada produto contribui para pagar as despesas fixas da

empresa. Advém dessa prática, também, chegar-se ao Ponto de Equilíbrio e a

decisões sobre custo/volume/lucro da cadeia produtiva.

Como foi dito anteriormente, esse tipo de custeio é utilizado pela Contabilidade

Gerencial para a tomada de decisões e não pode ser inserida na Contabilidade

Financeira por não ser aceita pela Legislação do Imposto de Renda. Nesse método

não há a “majoração” dos estoques em função de custos indiretos alocados. São

alocados somente os custos diretos, sendo os indiretos lançados à resultado do

período.

Além de não ser aceito pela Legislação do Imposto de Renda, uma outra

desvantagem atribuída a esse método é que alguns custos fixos que não são

considerados na alocação, são custos que podem ser atribuídos a um determinado

produto. Exemplo: custo fixo (depreciação) de uma máquina utilizada para um

determinado produto. Para essa crítica, alguns defensores do método sugerem que,

nesse caso, a empresa, após apurar a margem de contribuição do produto, pode

deduzir da margem, os gastos com marketing e fixos diretos.

Também há o fato do Custeio Variável ferir os Princípios Contábeis quando não

respeita o Regime de Competência e Confrontação, justificando a sua não utilização

em Balanços e Resultados.

2.4 – Custeio Padrão

O custeio padrão não é propriamente um sistema de custeio, mas sim, “a mais

e eficaz forma de se planejar e controlar custos.”(Martins, 2008 – p.315). É uma

referência, um ponto de comparação entre os custos numa condição ótima (padrão) e

o que realmente ocorreu.

Conforme Martins (2008 – p.316) – A instalação do Custo Padrão não significa a

eliminação de custos a valores reais incorridos (custo real); pelo contrário, só se torna

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eficaz na medida em que exista um custo real, para se extrair, da comparação de

ambos, as divergências existentes.

Essa afirmação é importante porque existe uma idéia errada de que o custo

padrão constitui-se na apropriação dos custos à produção não pelo seu valor efetivo,

mas por uma estimativa do que deveriam ser. Se assim fosse, a empresa que

adotasse esse critério tomaria decisões sobre definição de preço, por exemplo,

baseados em um valor que não seria o verdadeiro, e sim, o ideal.

Para o Custo Padrão cumprir o seu papel de servir como parâmetro de

comparação entre custos ótimos e os incorridos tem de haver um bom sistema de

custo real implantado na empresa.

Por custos ótimos tomamos aqueles custos apurados através da verificação da

capacidade produtiva da empresa, ou seja, com a ajuda da Engenharia de Produção, é

levantada a capacidade de cada máquina, capacidade de fornecimento de energia

elétrica, mão-de-obra, nível de matéria-prima, chegando-se ao Custo Padrão dos

fatores de produção que a empresa realmente tem a sua disposição. (Martins, 2008 –

p. 316).

O grande mérito do custo padrão é o de servir de parâmetro entre custos ideais,

dentro da capacidade produtiva da empresa, e os custos reais (incorridos), propiciando

aos gestores identificarem disparidades, diagnosticarem problemas e buscarem

soluções.

2.5 - Custeio Baseado em Atividades - ABC

Como pôde ser constatado nos métodos estudados anteriormente, os custos

indiretos de fabricação (CIFs) são alocados aos produtos mediante bases de rateio,

tais como, mão-de-obra direta, material direto, área ocupada. No entanto, os custos

indiretos têm aumentado muito nos últimos tempos, não guardando proporcionalidade

com as bases de rateio tradicionalmente utilizadas.

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Com o intuito de lançar uma nova luz à questão, que punha em xeque os

sistemas tradicionais, em meados dos anos 80, os acadêmicos de Harvard, Robert S.

Kaplan e Henry Thomas Johnson divulgavam seus estudos sobre um novo método,

baseado em atividades, ou seja, partia-se da premissa que as atividades de todas as

áreas funcionais da empresa é que consomem recursos, enquanto os produtos

consomem atividades.

Este método, nascido nos meios acadêmicos, teve boa aceitação no ambiente

empresarial, pois através dele muitos custos indiretos relativos a suporte a clientes e

logística, por exemplo, que não eram considerados nos custeios tradicionais,

ganharam visibilidade, propiciando aos gestores não só um conhecimento mais

apurado de seus custos indiretos, como a possibilidade de melhorar processos através

da identificação ineficiências e ociosidades.

O custeio baseado em atividade (ABC – Activity Based Costing), tem como foco

os recursos e as atividades como geradores de custos, enquanto que o custeio

tradicional focaliza os produtos como geradores de custos (Kaplan e Cooper, 1998).

Para Kaplan e Cooper (1998, p.94), aliás, o sistema de custeio ABC é um mapa

econômico das despesas e lucratividade da organização. É uma mudança de

paradigma quando estimula questionamentos interessantes, tais como, que atividades

estão sendo executadas pelos recursos organizacionais? Quanto custa executar tais

atividades? Elas são realmente necessárias ao processo? Quanto de cada atividade os

produtos, serviços e clientes da organização necessitam?

Outra constatação interessante sobre o método é mencionada por Atkinson et

al. (2000, p.77) sobre o custeio ABC ser um sistema de custeio de produtos que

atribuem os custos de apoio aos produtos na proporção da demanda que cada produto

exerce sobre várias atividades.

O princípio básico, pois, dessa metodologia é que são as atividades de todas as

áreas funcionais da empresa que consomem recursos e não os produtos. Esses

consomem atividades.

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Como a Atividade é o principal alicerce do método, um entendimento preciso do

que seja atividade se faz necessário. Segundo Brimsom (1996), uma atividade é uma

combinação de pessoas, tecnologia, materiais, métodos e ambiente, para a produção

de um dado produto ou serviço, tendo como exemplos o fechamento de uma venda,

produção de material de marketing, montagem de um produto e faturamento.

Conceituação semelhante o de Nakagawa (2001, p. 42), que vê atividade “como um

processo que combina, de forma adequada, pessoas, tecnologias, materiais, métodos

e seu ambiente, tendo como objetivo a produção de produtos”.

Para se chegar ao custo das atividades, estas são localizadas dentro da

estrutura da empresa, são classificadas como as que agregam valor e as que não

agregam valor e, finalmente, são minuciosamente detalhadas visando a análise e a

compreensão do comportamento de cada uma delas dentro processo para a obtenção

do produto. A partir daí, alocam-se os custos aos produtos em função da intensidade

de uso das atividades executadas. Desse modo, o custo do produto fica sendo a soma

dos custos das atividades a ele vinculadas e a sua entrega ao cliente.

Nesse método as bases de apropriação são denominadas de direcionadores de

custos, ou seja, são os direcionadores de custos que vincula, diretamente, as

atividades executadas aos produtos fabricados. Em outras palavras, eles têm o

objetivo de associar o custo de produção das atividades em um processo aos produtos

que consomem recursos nelas utilizados.

Hicks (1992) sugere os seguintes passos para a sua implantação:

- Identificar e definir as atividades relevantes;

- Organizar as atividades por centros de custos;

- Identificar os maiores elementos de custos;

- Determinar as relações entre as atividades e custos;

- Identificar os direcionadores de custos, para definir os custos por atividades por

produtos;

- Estabelecer o padrão de fluxo de custos;

- Selecionar a ferramenta apropriada para efetivar o padrão de fluxo de custo;

- Planejar o modelo de acumulação de custos;

- Reunir os dados necessários para direcionar o modelo de acumulação de custos;

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- Estabelecer o modelo de acumulação para simular a estrutura e fluxo de custos da

organização e desenvolver taxas de custeio.

Entre as vantagens mencionadas desse método de custeio estão de que é uma

ferramenta gerencial poderosa, quando estimula a melhoria contínua dos processos,

através da identificação de ociosidades e deficiências; permite criar parâmetros para

análise de desempenho; não restringe a análise ao custo do produto e sua

lucratividade e os critérios de causa e efeito são mais justos do que os utilizados nos

métodos tradicionais e atende aos Princípios Fundamentais da Contabilidade, tal como

o sistema de absorção.

Entretanto, são apontados como desvantagens do método: alguns custos ainda

são aferidos através de direcionadores de baixo nível casual, que acabam sendo

definidos arbitrariamente, como nos demais métodos; a implantação do sistema

demanda o engajamento de muitas pessoas com certo nível de especialização, nem

sempre disponíveis; o envolvimento e comprometimento de todos os empregados; a

necessidade de reorganização de toda a empresa antes de sua implantação e

necessidade de revisão constante, para evitar distorções.

As desvantagens assinaladas acima, principalmente as que dizem respeito a

custos de implantação, são o grande motivo de muitas empresas declinarem o uso do

sistema ABC, apesar de suas alardeadas vantagens frente a outros métodos.

Kennedy e Affleck (2001) expõem que “a adaptação do ABC depende de vários

fatores como: tamanho da empresa, tipos de produção, grau de centralização,

diversidade de produtos e a proporção dos custos indiretos no custo total de

produção.”

De fato, a literatura sobre o assunto sugere que muitas empresas utilizam o

ABC em certas áreas estratégicas e, não, em toda a empresa.

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2.6 - UEP – Unidade de Esforço de Produção

O método UEP é originou-se na França, na época da Segunda Guerra Mundial.

Seu idealizador, o engenheiro francês Georges Perrin, realizou os seus estudos

visando criar uma alternativa ao método RKW, alemão, que segundo ele, usava uma

medida abstrata para medir a produção diversificada numa seção homogênea. Ele

queria criar um meio de chegar-se a uma unidade de medida para a produção

diversificada que não fosse abstrata.

Seus estudos o levaram a conceber uma unidade de medida da produção a

qual denominou “GP”, suas iniciais.

Esse método de custeio é utilizado em diversas indústrias no sul do Brasil, pois

foi importado por um discípulo de Perrin, erradicado em Santa Catarina desde a

década de 60, Franz Allora. Na verdade, após a morte de Perrin, o método caiu em

desuso em seu país de origem. Graças aos esforços de Allora, que modificou o

método, renomeando-o de UP’s, ou métodos das UEP’s, que temos mais essa

ferramenta para aferição de custos.

No entanto, o método só começou a ter projeção em outras regiões do país, na

década de 80, após o interesse de pesquisadores da Universidade Federal do Rio

Grande do Sul, que o estudaram e o aprimoraram, divulgando-o em Seminários e

Congressos pelo Brasil. (Wernke, Moraes, Cardoso, 2004).

O método da UEP baseia-se na unificação da produção, em empresas

multiprodutoras, promovendo a simplificação do processo de controle de gestão.

Ele nasceu da necessidade de calcular os custos de produção em processos

fabris de natureza complexa e/ou diversificada. Para isso, usa uma unidade de medida

comum a toda a produção da empresa.

Conforme Bornia (2002), essa unidade de medida, chamada UEP, “é uma

medida que indicará, de forma quantitativa, o esforço despendido na transformação de

matéria-prima em produto acabado.

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Uma característica peculiar desse método, é que ele preocupa-se basicamente

com os custos de transformação. E está focado no Esforço da Produção, isto é, a

totalidade do esforço realizado por pessoas, máquinas, capital e energia aplicados na

produção. Tudo o que se relaciona com a produção gera esforços da produção. As

matérias-primas não são consideradas nesse contexto.

Em resumo, pela metodologia UEP, os custos unitários dos produtos são

compostos de custos de transformação mais custos das matérias-primas.

Esta técnica não utiliza o conceito de custos fixos e variáveis e há estudos que

sugerem que as UEP’s, uma vez definidas, mantêm-se constantes durante muito

tempo. (Diniz et al., 2004).

Wernke (2005, p. 63) menciona que para a implantação dos métodos são

necessárias oito etapas, a saber:

- Divisão da fábrica em postos operativos;

- Determinação dos índices de custos horários por posto operativo;

- Obtenção dos tempos de passagem dos produtos pelos postos operativos;

- Escolha do produto-base;

- Cálculo dos potenciais produtivos (UEP/hora) de cada posto operativo;

- Definição dos equivalentes dos produtos em UEP (valor em UEP do produto);

- Mensuração da produção total em UEP;

- Cálculo dos custos de transformação.

Há um estudo realizado por Sakamoto, Allora e Oliveira (2000), realizado na

Seara Alimentos S/A, testando a consistência das informações obtidas através desse

método que corrobora a utilidade da UEP em representar o esforço despendido em

cada produto. Eis a transcrição de um exemplo:

(...) Este, foi um fato muito interessante que se pôde perceber nos supervisores,

chefes e gerentes de produção, pois, eles sabem que existem produtos que demandam

maior esforço que outros, porém, não se consegue mensurar (...) a comparação do

produto Bacon tabletes com o produto Bacon fatias. Sabe-se que o Bacon tabletes

necessita um menor esforço produtivo para transformá-lo em produto acabado que o

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Bacon fatias. O que era um sentimento entre os envolvidos na produção, a UP de cada

produto veio a comprovar e estabelecer um referencial de controle, isto é, o Bacon

tabletes com 5,28 UP´s e o Bacon fatias com 7,82 UP´s. (...)o segundo produto

demanda 48% a mais de esforço produtivo em relação ao primeiro.

Como se vê, o método cumpre o seu papel de refletir o real esforço de

produção no processo fabril.

Notadamente, as vantagens desse método consistem na obtenção de um

sistema de informações gerenciais preciso, onde são conhecidos todos os processos

necessários para se chegar aos custos de transformação, propiciando um adequado

controle de planejamento e programação da produção. Vale ressaltar, também, que

através desse método é possível utilizar medidas de desempenho, tais como eficiência

(nível de produção alcançado em comparação com a capacidade normal); eficácia

(nível de excelência do trabalho ou a produção obtida em relação a capacidade

utilizada) e a produtividade (a produção real pelas horas trabalhadas).

A principal dificuldade encontrada diz respeito à adequada atribuição dos custos

aos seus postos operativos. Se isso não for feito, a determinação da UEP/h, fator

preponderante para o sucesso do método, pode ser distorcida. Para que essa

dificuldade seja sanada é necessária a construção de um sistema de informações

detalhada e é imprescindível que os profissionais responsáveis por essa etapa do

processo sejam profundos conhecedores da fábrica objeto de implantação, além é

claro, dos princípios básicos do método.

2.7 – Target Costing

Tradicionalmente, a formação de preços de um produto era baseado em seus

custos, impostos, comissões e margem de lucro desejada, em considerar os fatores

externos à empresa. Há muito, no entanto, empresas que adotam esse tipo de

procedimento se vêm restringidas a adotar preços praticados levando em consideração

o mercado consumidor, nem sempre condizentes com seus verdadeiros custos de

produção. Ou seja, para serem competitivas, as empresas precisam adequar seus

custos e margens à economia de mercado.

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Foi com esse pensamento que a Toyota, montadora japonesa, criou na década

de 60, o genka kikaku, que significa planejamento de custos. Mais tarde batizada como

target costing, quando o método passou a ser publicado na língua inglesa.

O sistema trata da formação de preços e o gerenciamento de lucros. Enquanto

nos sistemas tradicionais apuravam-se custos e acrescentava-se a margem de lucro

desejada no negócio para se chegar ao preço em que o produto seria ofertado; no

target costing é o inverso, levando-se em conta o preço de mercado para chegar-se

aos custos viáveis e margem desejada.

Para Cooper e Slagmulder (1997), “o target costing é primeiramente uma

técnica de gerenciamento de lucros futuros da empresa. Alcança este objetivo

disciplinando o processo de desenvolvimento do produto – identificando o custo ao

qual o produto deve ser fabricado, alcança-se a margem de lucro esperada quando

vendido ao preço alvo de venda (...) é uma estrutura aproximada para determinar o

custo do ciclo de vida no qual um determinado produto com uma funcionalidade e

qualidade especificadas deva ser fabricado para gerar uma margem desejada de lucro

quando vendido a um preço de venda pré-determinado”.

Everaert e Bruggeman (1997) vêem outra aplicação para o método: “ target

costing é uma ferramenta usada para reduzir o custo do ciclo de vida de novos

produtos pelo exame de todas as idéias possíveis para redução de custo durante os

estágios do projeto, desenvolvimento e protótipo do produto.”

Uma conceituação interessante, também, é a que faz Galindo (1998), que

assevera que “o target costing é o ponto de encontro entre o mercado e as

competências internas da empresa – entre valor e custo – e que inclui tanto

ferramentas técnicas de apuração como métodos de gestão de custos.”

Apesar de não haver uma homogeneidade quanto a sua conceituação, o target

costing é bastante mencionado na literatura como um modelo de gerenciamento de

custos que envolve toda a organização na busca de uma meta de custos que dê

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suporte à empresa definir o retorno desejado em termos de rentabilidade, e consiga

praticar os preços vigentes no mercado.

Sua eficácia é mais acentuada em novos projetos, pois é ainda no projeto que

as estruturas de custos podem sofrer alterações significativas, podendo-se chegar a

um custo que permita uma margem de lucro mais folgada. Por outro lado, isso não

quer dizer que não possa ser usado em produtos já em linha, apenas as modificações

para se alcançar um custo máximo permitido podem ficar restritos face não se poder

mexer na estrutura do produto.

Nesse método, o ponto de partida é o lucro alvo que é subtraído do preço de

mercado para se saber o custo unitário total permitido pelo mercado (método de

subtração).

São princípios básicos do Target Costing: o custo guiado pelo preço, o enfoque

no consumidor e o enfoque no projeto.

O sistema trabalha com os custos antes de serem incorridos, daí ser

considerado um sistema de custeio predeterminado tal como o Custo Padrão.

Empresas que utilizam esse método têm as decisões de engenharia passadas

pelo crivo do gosto do consumidor e requer que todos os departamentos da empresa

participem do sistema.

Quando se diz que o target costing é uma ferramenta para reduzir o custo do

ciclo de vida de novos produtos isso quer dizer que todas as idéias possíveis para a

redução de custo serão consideradas nos estágios de desenvolvimento do produto.

O envolvimento dos membros da cadeia de valor no processo (fornecedores,

distribuidores, prestadores de serviços) e a preocupação de difundir um esforço de

redução de custos através dessa cadeia também são características atribuídas ao

target costing. Isso é bem explicitado por Shank e Govindarajan (1997) quando salienta

que “a estrutura da cadeia de valor é um método para se dividir a cadeia – desde as

matérias-primas básicas até os consumidores finais – em atividades estratégicas

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relevantes a fim de se compreender o comportamento dos custos e as fontes de

diferenciação.”

O Target Costing veio preencher uma lacuna nascida a partir das grandes

mudanças ocorridas no mercado consumidor nas últimas décadas. A sua visão de que

o preço é dado pelo mercado e não pela empresa, somente levando-se em

consideração suas necessidades internas, vem revolucionando a abordagem de

custeamento de novos produtos.

Ela aparece na vanguarda, também, quando preconiza que todos na empresa

devem se envolver no processo em busca da meta de ter custos que permitam praticar

os preços de mercado, sem corroer as margens de lucro desejadas.

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CAPÍTULO III

A utilidade dos sistemas de custeio

para planejamento, controle e decisão

Um sistema de informações eficaz deve ter a sua relevância comprovada,

dentro de um custo-benefício aceitável e deve ter uma flexibilidade que possibilite a

adaptação para melhorias contínuas.

Nesse contexto, temos o sistema de custos que uma vez implantado, utilizando

as premissas sobre sistemas de informações em geral, ajudará a empresa que dele se

utilizar manter a sua competitividade porque ela estará de posse de informações, tais

como, qual a sua capacidade produtiva; a margem de contribuição de seus produtos; o

ponto de equilíbrio para alcançar a lucratividade; identificar quais produtos consomem

maiores recursos; saber o quanto produzir e vender para cobrir os seus custos, além

de ter um controle financeiro efetivo.

Para a implantação de um sistema de custos que gere essas informações, a

qualidade dos profissionais envolvidos na alimentação do processo e o

estabelecimento de uma cultura voltada para obtenção das informações são fatores de

suma importância para o seu sucesso.

É o gestor de custos o responsável pela escolha do sistema de custeio a ser

utilizado na empresa. Ele deve levar em consideração a estrutura física e operacional

da mesma e se o tipo de informação extraída é a almejada, ou seja, servirá tanto para

planejamento e controle quanto para tomada de decisões.

Por outro lado, analisando os sistemas de custeio apresentados no capítulo

anterior, é possível constatar que cada um deles tem o seu mérito e utilidade, mas

nenhum consegue solucionar todos os problemas ou todas as demandas

informacionais necessárias à gestão.

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O custeio por absorção e suas variações, bastante utilizado no Brasil por

atender às exigências da Legislação do Imposto de Renda e aos Princípios Contábeis,

têm o seu mérito na medida em que através dele é possível monitorar os recursos

consumidos, volume, tempo, enfim, a eficiência do processo produtivo. No entanto, a

arbitrariedade na alocação dos custos indiretos, a apuração dos estoques pelo seu

custo médio e as taxas de depreciações estabelecidas pela legislação são fatores

apontados como negativos nesse método. Com esse método o estabelecimento da

margem de contribuição do produto para o estabelecimento do Ponto de Equilíbrio, por

exemplo, fica prejudicada por causa do grau de subjetividade na alocação dos custos

fixos, que pode distorcer a margem do produto para esse fim.

Já o Custeio Direto atende a esse fim, pois quando só considera os custos

variáveis de cada produto na composição de seu custo, lançando os demais a

resultado, retira o “véu” de subjetividade existente ao arbitrar bases de rateio. Para o

seu uso, no entanto, as empresas devem manter dois tipos de custeamento, pois esse

método não é aceito pela Legislação do Imposto de Renda.

No Custeio ABC, que é aceito pela legislação do IR, o grau de subjetividade na

alocação dos custos indiretos é bem menor que no custeio por absorção, além de seu

uso estar voltado para a melhoria contínua quando mantém um constante

monitoramento das atividades e processos que geram valor, evitando desperdícios e

ociosidades. No entanto, por sua implantação demandar uma reestruturação da

empresa e envolver muitas pessoas, nem sempre o custo-benefício justifica a sua

adoção. Por outro lado, esse método inovador é usado parcialmente em algumas

empresas, para alguns produtos ou setores.

O método da UEP traz uma grande contribuição às unidades fabris

multiprodutoras por conseguir homogeneizar seus custos, através de uma medida

única, a UEP. Como ele é focado nos custos de transformação propicia às empresas

que fazem o seu uso uma análise adequada da rentabilidade dos produtos, ajuda em

decisões sobre manter uma linha ou não; se o esforço despendido em certo produto

vale a pena em relação a sua rentabilidade; além de facilitar o planejamento de

controle de produção e materiais. O UEP tem sua eficácia diminuída se houver

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significativas alterações no processo fabril. Nesse caso ele tem de ser revisado e

recalculado.

O Custeio Padrão e o Target Costing são sistemas de custeio predeterminados,

cuja finalidade é no caso do Custeio Padrão, servir de parâmetro para medir os custos

incorridos visando a detecção de oscilações significativas; e no Target Costing, buscar

o custo máximo permitido para se alcançar a rentabilidade desejada, sem fugir ao

preço de venda vigente no mercado consumidor. O uso dessas ferramentas nas

empresas devem ser acompanhadas de sistemas de custos já estabelecidos, que

suportem as comparações, no caso do Padrão; e informe os custos que possam ser

melhorados, no caso do Target Costing.

Na literatura consultada ficou claro que muitas empresas já fazem uso de mais

de um método de custeio para obter as informações necessárias ao andamento do

negócio, comprovando que não existe um que atenda a todos os requisitos de controle,

planejamento e tomada de decisões. Somente a conjugação de dois ou mais, dentro

das características organizações da empresa, permitirá a eficácia das ferramentas.

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CONCLUSÃO

Nos primórdios da Contabilidade de Custos a preocupação dos contadores era

a resolução de problemas pertinentes à mensuração dos estoques e do resultado em

termos monetários. Não havia nenhuma preocupação quanto a usá-la como

instrumento de gestão.

Somente com o desenvolvimento das indústrias, começou-se a olhar a

Contabilidade de Custos sob esse prisma: de prestar informações para o auxílio à

administração.

Durante esse trabalho foi demonstrado como foram criados e aperfeiçoados os

métodos de custeio para servir de apoio à Contabilidade Gerencial. No decorrer das

explanações, percebe-se que ainda há muito potencial para criação de novos métodos,

mais adequados aos novos tempos, já que o cenário onde algum deles foi concebido já

não existe mais.

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ATKINSON. A. A. et. al. Contabilidade gerencial. São Paulo: Atlas, 2000.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

Contabilidade de Custos

1.1 - A Origem da Contabilidade de Custos 9

1.2 – O Esquema Fundamental da Contabilidade de Custos 10

1.3 – Sistemas Básicos de Produção 11

1.4 – Sistemas de Custeio 11

1.4.1 – Sistemas de Custeio Histórico 12

1.4.2 – Sistemas de Custeio Predeterminado 12

CAPÍTULO II

Sistemas de Custeio 14

2.1 – Custeio por Absorção

2.1.1 – Custeio por Absorção I 14

2.1.2 – Custeio por Absorção II (Departamentalização) 15

2.1.2.1 – Conceito de Equivalência 18

2.1.2.2 – O Tratamento Contábil 18

2.2 – Custeio RKW 19

2.3 – Custeio Direto (Variável) 20

2.4 – Custeio Padrão 21

2.5 – Custeio Baseado em Atividade 22

2.6 – UEP – Unidade de Esforço de Produção 26

2.7 – Target Costing 28

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CAPÍTULO III

A Utilidade de Sistemas de Custeio para Planejamento e Controle 32

CONCLUSÃO 35

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 36

BIBLIOGRAFIA CITADA 38

ÍNDICE 40

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

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