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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA LIDERANÇAS: ATITUDES QUE TRAZEM RESULTADOS Janderson Augusto da Silva Orientador Prof. Antônio Medina Niterói 2012

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Você tem que conquistar o respeito de quem está ao ... uma das características de bom líder é ser ―humilde‖, pois a humildade

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

LIDERANÇAS: ATITUDES QUE TRAZEM RESULTADOS

Janderson Augusto da Silva

Orientador

Prof. Antônio Medina

Niterói

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

LIDERANÇAS: ATITUDES QUE TRAZEM RESULTADOS

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Gestão Empresarial.

Por: Janderson Augusto da Silva

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AGRADECIMENTOS

....aos líderes da organização Ponte e

ViaLagos ( Empresas do Grupo CCR ),

professores e amigos.

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DEDICATÓRIA

.....dedica-se esse trabalho a meus pais,

amigos de classe, todos os meus

familiares, minha namorada e aos meus

filhos que me desculparam nas ausências

e nos períodos em que estava me

dedicando ao tão sonhado ―canudo‖ de

pós graduado em Gestão Empresarial.

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RESUMO

Nos dias atuais, ser estratégico, fazer planejamentos, lidar com gestão

de pessoas, saber gerenciar de forma eficaz e atender as metas das

empresas, é um papel em que poucos podem se destacar.

Antigamente, o dono da empresa era quem ordenava tarefas aos seus

subordinados que tinham que acatar às ordens dadas. Caso contrário, não

poderiam fazer parte da empresa. Com o desenvolvimento do país nos

aspectos: econômico, social e político bem como a disponibilidade e aumento

no fluxo de informações, esse cenário muda. Surge assim, um campo propício

para um novo cargo: LÍDER - imbuído em dar continuidade e zelar pelos

interesses tanto da empresa quanto do colaborador.

Para esse líder, será designado ao papel de identificar, gerenciar e

desenvolver o potencial dos colaboradores para que a organização obtenha

resultados expressivos.

As atitudes do líder poderão gerar resultados positivos ou negativos

para sua organização. Os seus liderados tem que reconhecer o seu líder como

o mentor e o agente atuante e efetivo do processo e rotina de trabalho. Os

seus liderados devem identificar nos seus líderes, pessoas que antes de terem

uma função como esta, vivem de fato a tarefa que lhe foi confiada. Sua equipe

tem que acreditar e confiar em seu líder como ―norteador‖ quando as coisas

não forem tão bem. Finalmente, a equipe – do líder ao liderado, deve entender

com responsabilidade e seriedade que suas atitudes farão toda a diferença.

Cabe ressaltar que o líder deverá ser um profissional pronto à adaptar-

se às mudanças: liderança participativa, democrática, motivacional, que reage

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positivamente às pressões da concorrência tão acelerada nos dias atuais,

enfim, uma liderança aplicada à modernidade e eficiência.

Deverá também estar intrínseco neste líder que as atitudes que o

mesmo definir juntamente com a sua equipe, poderão levar ao sucesso ou ao

fracasso de seus parceiros organizacionais.

Já é sabido sobre as funções de um líder na teoria. Mas como a prática

dos estudos pode ser relacionada a casos de sucesso? Este trabalho

proporcionará ao leitor uma reflexão breve sobre o papel do líder neste novo

cenário e século. Diante de uma globalização avassaladora, onde o ―just in

time‖ rege a economia de países desenvolvidos e em desenvolvimento, uma

organização deverá contar com um líder norteador e uma equipe afinada para

o atendimento das metas da organização em questão.

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METODOLOGIA

Foram utilizados como métodos para averiguação e arguição de dados

para apresentação de monografia de conclusão de especialização em Gestão

Empresarial, pesquisas, leituras, artigos, análises de cases, bem como

material adquirido nas aulas ao longo do Curso da Instituição de Ensino

Cândido Mendes – Rio de Janeiro.

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SUMÁRIO

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 7

SUMÁRIO 8

INTRODUÇÃO 10

CAPÍTULO I 13

O SABER SER LÍDER

CAPÍTULO II 17

COMUNICAÇÃO: FERRAMENTA EFICAZ DO LÍDER

PARA TROCA DE CONHECIMENTO, DE METAS E

DE OBJETIVOS AOS SEUS LIDERADOS.

CAPÍTULO III 22

PAPEL DO LÍDER: CONHECER SEUS CLIENTES E

SUAS EXPECTATIVAS

3.1 - Cliente interno e Cliente externo 23

3.1.1 Decifrando o Cliente Interno 23

3.1.2 Decifrando o Cliente Externo 26

3.2.1. Consumidor – Cliente final – razão da existência 26

da organização

3.2.2. Visão panorâmica das particularidades do cliente 29

interno, cliente externo e a importância do papel das

lideranças nas tomadas das decisões.

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CAPÍTULO IV 32

ROMPENDO PARADIGMAS

4.1. Gestão de pessoas e o novo paradigma 34

CAPÍTULO V 35

PARTINDO DA TEORIA PARA A PRÁTICA:

APLICABILIDADE PARA UMA LIDERANÇA EFICAZ

CONCLUSÃO 50

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 54

ÍNDICE 57

ANEXO I 59

CASE DO EMPRESÁRIO ABÍLIO DINIZ

PRESIDENTE DO GRUPO PÃO DE AÇÚCAR

ANEXO II 64

CASE DO PRESIDENTE EXECUTIVO DO SICREDI

ADEMAR SCHARDONG

ANEXO III 67

A MAIORIA DOS LÍDERES NÃO CONHECE SEUS LIDERADOS

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INTRODUÇÃO

Segundo Max De Pree, gestor da norte-americana Herman Miller

Inc., considera a liderança como a arte de libertar as pessoas para fazerem o

que se exige delas de maneira mais eficiente e humana possível. Max De Pree

considera ainda que a primeira responsabilidade de um líder é a definição da

realidade e a última é agradecer; entre as duas deverá tornar-se um servidor

da organização e dos seus membros - é o contraste entre os conceitos de

propriedade e de dependência. Desta forma, a medida de uma boa liderança

encontra-se nos seus seguidores: quando estes atingem o seu potencial,

alcançam os resultados pretendidos e estão motivados, é sinal de uma boa

liderança.

Liderar é a própria arte de ser humano. Acredita-se que a palavra

liderança tenha aparecido por volta do ano 1300 da era cristã, embora o termo

venha sendo mais empregado nos últimos 200 anos, sobretudo, na língua

inglesa.

Liderança é o comportamento de um indivíduo quando está dirigindo

as atividades de um grupo em direção a um objetivo comum (Hemphill &

Coons, 1957,p.7).

Bennis e Nannus (1988:15), ao discorrerem sobre a questão,

propõem que líderes são aqueles que delegam poder aos empregados, a fim

de que eles procurem novas maneiras de atuar.

Guerreiro Ramos (1989:146), ao modelar a nova organização como

uma interação de homens parentéticos, apresenta o líder como um agente

capaz de facilitar o desenvolvimento de iniciativas livremente geradas pelos

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indivíduos, passíveis de se amalgamarem sob a forma de configurações reais.

Em outras palavras, um agente de motivação.

Cecília Bergamini (1994) descreve a existência de duas abordagens

na definição do termo liderança:

O que o líder é/Que atributos um líder deve ter? Alguns autores

associam liderança com características pessoais, como carisma e firmeza,

lealdade, coragem, anseio, resistência emocional, vigor físico, empatia, poder

de decisão, antecipação, sincronização, competitividade, autoconfiança,

responsabilidade, credibilidade, tenacidade, confiabilidade, vigilância e

proteção. Esta abordagem é bastante restrita, pois pressupõe que a liderança

seja um dom nato.

Supõem-se então, que a liderança vista por esta abordagem, é um

dom nato, ou seja, o indivíduo já nasce com a liderança intrínseca.

Aquilo que o líder faz/Que tipo de líder uma organização

pretende ter em sua equipe e trabalho? Um segundo grupo de

pesquisadores concentrou seus esforços na investigação de diferentes estilos

de liderança. Procurou-se, neste momento, estabelecer a correlação entre o

comportamento do líder - independentemente de suas características pessoais

- e a eficácia da liderança. Foram descritos dois estilos básicos, o autoritário e

o democrático. Entre estes dois extremos foram sendo encaixados os demais

estilos de liderança.

Segundo Jordan em seu livro Nunca Deixe de Tentar, (p.75-76): ...Nunca tentei motivar as pessoas falando, porque não acho que palavras signifiquem tanto quanto ações. Costuma-se dizer que uma imagem vale mais do que mil palavras. Procurei, então, pintar um quadro que

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mostrasse trabalho duro e disciplina. E nunca parei. No instante em que eu diminui o ritmo, especialmente se sou encarado como líder do meu time ou da minha empresa, estarei abrindo espaço para que os outros também diminuam o seu. Por que não? Se a pessoa que está acima tira um dia de folga ou não se esforça, por que os outros não deveriam fazer o mesmo? Um líder tem que fazer por merecer o título. Ninguém se torna líder só por ser o melhor jogador do time, o mais inteligente da turma ou o mais popular. Você tem que conquistar o respeito de quem está ao seu redor por meio de suas ações. É preciso agir de maneiro coerente, seja em um treino de basquete, um encontro de vendas ou na relação familiar. Os que estão à sua volta precisam saber o que esperar de você. Tem que confiar que você estará lá. Que seu desempenho está consistente, jogo atrás jogo, sobremodo quando as coisas ficarem difíceis.....(JORDAN, Michael, 1963, p.75-76).

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CAPÍTULO I

O SABER SER LÍDER

A liderança consiste em lideres que induzem seguidores a realizar certos objetivos que representam os valores e as motivações – desejos e necessidades, aspirações e expectativas – tanto dos lideres quanto dos seguidores. A genialidade da liderança está na forma como os lideres enxergam e trabalham os valores e motivações tanto para seus quanto de seus seguidores.

(MAXIMINIANO, 2000).

Segundo Grün (2009) a liderança é uma ciência de suma

importância, e para assumir esta benção é necessário desenvolver e possuir

características específicas de um líder, assim o líder deve ter experiência e

conhecer as coisas a partir de seu interior, apesar da sabedoria ser diferente

da prudência, a experiência tem tudo a ver com a sabedoria, em outras

palavras o líder deve ser sábio e ver as coisas como elas realmente são.

O líder também deve possuir maturidade humana, deve entender

que para estar à frente das pessoas é necessário que seja apreciado como

alguém amadurecido e sóbrio, pois desta forma é imparcial e conduz todos os

processos de maneira objetiva, deixando de lado as suas emoções.

O líder também deve ser modesto, não deve comportar-se de modo

egocêntrico, onde tudo e todos devem estar a sua volta como alguém que é

duro e opressivo, ele deve ser modesto porque mesmo que as idéias sejam

suas, o resultado só é alcançado por meio das pessoas, ou seja, o resultado é

da equipe.

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Alguns líderes têm necessidade de diminuir as pessoas para

acreditar que são grandes ou maiores que as pessoas que lideram, por isso

uma das características de bom líder é ser ―humilde‖, pois a humildade permite

aceitar as próprias fraquezas e reconhecer que como ser humano, o homem

pode cair e sua vida desmoronar facilmente, assim, humildade é reconhecer

que por mais alto que seja o trono, o homem é feito de barro.

Serenidade, senso de justiça e clareza nas decisões também são

características importantes da liderança, estar sempre em paz consigo mesmo

de forma serena, viabilizará tomadas de decisões esclarecidas, com um grau

de justiça em todas as ações durantes as rotinas processuais no dia-dia.

Atingir uma meta através das pessoas é que se chama liderança.

Um líder alcança suas finalidades especificas comandando com sucesso uma

equipe, grupo ou um número de pessoas, ele desempenha um papel

fundamental no reconhecimento, na cooperação das equipes e no ambiente de

trabalho.

Deve considerar que as pessoas são diferentes, têm objetivos

diferentes, motivações e interesses diferentes. Desta forma, um grande líder é

aquele capaz de fazer isto todos os dias, ano após ano. (MAXIMIANO, 2000).

Quanto mais o líder conhece seus limites pessoais e profissionais,

terá mais capacidade de interagir com os que estão à sua volta, ele deve estar

atento às renovações, a produtividade da equipe e aproveitar as

oportunidades de criatividade e crescimento dos colaboradores

(CHAVIANATO, 1999).

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LIDERANÇA – UM ELO IMPORTANTE NA CADEIA DA

ORGANIZAÇÃO

A liderança não é sinônima de gerência, embora cada gerente,

deva ser um líder, muitos sabem pouco o que a liderança exige, a liderança é

necessária em todas as organizações humanas. É fundamental que ela esteja

presente em todas as áreas, o líder precisa conhecer a natureza humana e

saber conduzir as pessoas, fazendo isto, ele esta liderando. (CHIAVENATO,

1999).

De acordo com Nadler e Lawler, citado em Stoner & Freeman

(1999), saber de forma individual o que motiva as pessoas é um trabalho da

liderança. Este processo é conduzido através do desempenho das pessoas no

dia-dia e de eventos dentro e fora do ambiente de trabalho.

Também é importante destacar a expectativa de cada pessoa, pois

desta maneira, cada um saberá como desenvolver e atender as necessidades

do trabalho. O trabalho em conjunto define um nível maduro para tomada de

decisões; as diretrizes deverão estar presentes e claras para os indivíduos,

uma vez que todo o processo deve ser devidamente compartilhado. Outro

ponto a ser observado como cautela, é o estabelecimento de metas, uma vez

que essas são extremamente impossíveis de se atingir, quando não há

determinação ou motivação suficiente para que os envolvidos no processo

suportem a pressão de colaboradores desmotivados e sem objetivos reais.

A elaboração e condução das recompensas relacionadas aos

desempenhos, também devem ser compartilhadas com toda equipe da

organização, apesar de ser muito trabalhoso demonstrá-la e seqüenciá-la de

acordo com o andamento da organização, este é o melhor caminho, pois a

metodologia de desdobramento, onde líderes comunicam aos seus parceiros

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de forma hierárquica até chegar ao chão da fabrica, muita informação é

perdida e muitas metas não são claras.

De acordo com Nadler e Lawler, citado em Stoner & Freeman

(1999), os líderes deverão conhecer muito os seus colaboradores e saber o

que os motivam, de uma forma individualizada. Este conhecimento pode ser

obtido através das observações, das reações que eles têm diante das

situações que se fizerem presentes no ambiente de trabalho e fora dele. Outro

ponto enfatizado nesta teoria, é deixar claro o que se espera do colaborador,

para que este possa saber como atender às expectativas do seu superior.

O líder e seus colaboradores deverão definir em conjunto, um nível

de desempenho possível de ser alcançado. Se as metas estabelecidas forem

muito difíceis de serem atingidas, a motivação do indivíduo provavelmente

será baixa. Faz-se importante o colaborador participar da elaboração das

metas, ou pelo menos ser informado, para ter claro o que a empresa, e

conseqüentemente seus superiores hierárquicos, esperam de cada

colaborador, tornando assim, possível qualquer meta estabelecida, viável à ser

atingida com sucesso.

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CAPÍTULO II

COMUNICAÇÃO: FERRAMENTA EFICAZ DO LÍDER

PARA TROCA DE CONHECIMENTO, DE METAS E DE

OBJETIVOS AOS SEUS LIDERADOS

A maior tarefa de um ser humano é ser líder de si mesmo e a maior tarefa de um líder é sair da platéia, entrar no palco da sua mente e ser autor da sua história.

A. Cury, em Seja um líder de si mesmo.

O estudo da Comunicação é amplo e sua aplicação é ainda maior.

Para a Semiótica, o ato de comunicar é a materialização do

pensamento/sentimento em signos conhecidos pelas partes envolvidas. Estes

símbolos são então transmitidos e reinterpretadas pelo receptor. Hoje, é

interessante pensar também em novos processos de comunicação, que

englobam as redes colaborativas e os sistemas híbridos, que combinam

comunicação de massa e comunicação pessoal e comunicação horizontal.

Em seu livro: Extensão ou Comunicação?, pela Editora Paz e Terra,

segunda edição, datada em 1975, Paulo Freire, partiu do princípio que a

comunicação é a que transforma essencialmente homens em sujeitos. Com

esta base formulou sua proposição fundamental de que a educação, como

construção compartilhada de conhecimentos, constitui um processo de

comunicação porque se gera através de relações dialéticas entre seres

humanos e com o mundo.

A comunicação adquiriu em Freire uma dimensão política, em vista

do caráter problematizador, gerador de reflexão (consciência crítica) e de

transformação da realidade que possui o diálogo. Este não é possível sem um

compromisso com seu processo.

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Acredita-se que este item tão expressivo denominado comunicação

é importante e imprescindível na relação afetiva e profissional entre o líder e

seus liderados.

Saber comunicar-se evita ruídos e falhas para que as metas sejam

alcançadas satisfatoriamente. É sabido que em uma organização, a relação

entre o topo da pirâmide e a sua base podem haver uma ruptura no ato da

comunicação que poderá consequentemente ocasionar na falha, retardamento

e até no fracasso naquilo que foi planejado para a obtenção do objetivo final.

Quando a comunicação encontra-se alinhada e todas as partes

envolvidas encontram-se e sobejam uma relação harmoniosa e integrada, a

probabilidade de se obter êxito torna-se maior.

Assim sendo, entende-se que a comunicação sofreu etapas de

transformação no processo geopolítico da humanidade. Esta se deparou com

centenas e décadas de transição, reformulando todo o processo de

transmissão de informação e conhecimento dos atores envolvidos.

Freire, analisando a articulação entre o saber, as novas tecnologias

e educação ao poder afirmaram, em 1993:

Exatamente porque somos programados, somos capazes de pôr-nos

diante da programação e pensar sobre ela, indagar e até desviá-la (...) Somos

capazes de inferir até na programação da que somos resultado (...) A vocação

humana é a de "saber" o mundo através da linguagem que fomos capazes de

inventar socialmente (...) nos tornamos capazes de desnudar o mundo e de

"falar" o mundo. Só podemos falar do mundo porque transformamos o mundo,

e o processo não poderia ser ao inverso. Neste sentido, a linguagem não só é

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veículo do saber, senão que é saber. Não se pode compreender a vida

histórica, social e política dos homens fora dele e da necessidade de saber.

É um processo que acompanha a vida individual e social das

pessoas no mundo com sua politicidade. Isto tem a ver com a forma de "estar

sendo" no mundo; o saber fundamental continua constituindo a capacidade de

desvendar a razão de ser do mundo, e este é um saber que nem é superior

nem inferior aos outros saberes, senão que é um saber que elucida, que

desoculta, ao lado da formação tecnológica (...) É o "saber político" que a

gente tem que criar, cavar, construir, produzir para que a pós-modernidade

democrática, a pós-modernidade progressista se instale e se instaure contra a

força e o poder de uma outra pós-modernidade que é reacionária.(....).

Necessita-se de homens, de mulheres, que ao lado dos saberes

técnicos e científicos, estejam também inclinados a conhecer o mundo de outra

forma, através de tipos de saberes não preestabelecidos. A negação disto

seria repetir o processo hegemônico das classes dominantes, que sempre

determinaram o que podem e devem saber as classes dominadas.

Deste modo, o aproveitamento das tecnologias da informação e

comunicação não pode estar dissociado das condições próprias e

institucionais de cada sociedade em geral e dos professores em particular.

Acredita Freire que conhecer o contexto do processo

comunicacional em que a leitura e a escrita se produzem é de fundamental

importância. É importante reconhecer, por exemplo, que existe uma sociedade

fortemente atravessada pelo mercado que marca a produção das palavras, ao

ponto de oferecer e demandar "conhecimentos".

20

Como para ter sucesso um líder depende de sua equipe (e vice-

versa) e do que ela realiza, administrar a equipe passa a ser condição

primordial para atingir esse sucesso. A primeira preocupação deve ser essa.

O líder precisa ser bom ouvinte. Controlar a vontade de falar e ouvir

o que os colaboradores dizem é indispensável. Respeitar os comentários e

observações, pois isso pode ser muito útil.

É importante também, decifrar as mensagens indiretas que os

colaboradores passam. Ou seja, o líder deve ser muito observador.

Ocorrem sempre duas transmissões de mensagem numa conversa.

Uma usa palavras e a outra, o tom de voz. Algumas vezes os dois combinam,

em outras não. Por exemplo, quando se pergunta como vai uma pessoa e ela

lhe responde que está bem, não é nessa palavra que se baseia e sim, no tom

de voz que a pessoa utilizou. Isso pode passar uma séria de informações

úteis: a pessoa pode estar deprimida, animada, ansiosa ou qualquer outra

emoção. Quando se ouve o tom, o volume a cadência e outras características

vocais, ocorre uma sintonia com a conversa ―não-verbal‖, onde via de regra, a

verdade é revelada.

Comunicação com equipe - Atitudes que devem ser observadas

no trato com os colaboradores:

Evitar críticas e ofensas para tornar sua própria opinião vitoriosa;

Quando vencer, seja generoso;

Não fugir do problema em pauta, nem revolva o passado para

tratar de outros problemas que você quer discutir;

Evitar intermediários;

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Procurar entender o modo de ver do outro antes de discutir com

ele;

Sugerir providências;

Não insistir em reprisar continuamente o mesmo problema;

Lembrar-se de seus objetivos a longo prazo;

Evitar asperezas, cuidado com o tom de voz;

Valorizar as idéias e colocações do grupo;

Formular bem os objetivos;

Evitar usar a palavra ―mas‖ no meio da frase;

Falar com convicção;

Evitar ―enrolação‖;

Não ser depreciativo no início da conversa;

Solicitar, não ―ordene‖;

Ser claro e direto;

Explicar o caso, solicitar esclarecimentos, transmitir o pedido.

Observando essa conduta, o líder obterá o respeito de sua equipe

por aquilo que ele é e não pelo cargo que ele ocupa. Ser líder não é ―meter

medo no colaborador‖ e sim, conquistar o apoio da equipe.

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CAPÍTULO III

PAPEL DO LÍDER:

CONHECER SEUS CLIENTES E SUAS EXPECTATIVAS

O objetivo de uma organização, seja ela pública ou privada sempre é, antes e acima de tudo, procurar a satisfação de seus clientes que é em última análise a razão da sua existência.

Anis Nacfur

É sabido que toda organização empresarial tem duas linhas de

cliente/público: o interno e o externo.

Ambas merecem destaque igualmente, ou seja, uma não pode ter

mais importância que a outra Para que haja êxito, as duas devem caminhar

paralelamente, rumo ao sucesso empresarial.

É uma relação de ganho. Todos os envolvidos nesta relação, saem

com ganhos e lucratividade: o acionista, colaboradores, líderes e o seu cliente

final.

De acordo com Hollander (1978) O processo de liderança

normalmente envolve um relacionamento de influência em duplo sentido,

orientado principalmente para o atendimento de objetivos mútuos, tais como

aqueles de um grupo, organização ou sociedade. Portanto, a liderança não é

apenas o cargo do líder, mas também requer esforços de cooperação por parte

de outras pessoas.

23

Segundo Paulo Marcante, em seu artigo Qualidade no atendimento -

diferencial competitivo dos campeões, cita que há dois tipos de clientes bem

específicos:

3.1 CLIENTE INTERNO E CLIENTE EXTERNO:

É todo aquele (pessoas, segmentos e organização) que mantém

contato com a empresa ou a quem você direciona seus serviços e/ou produtos.

Somente o cliente pode determinar se a qualidade de um serviço é boa ou não

é e dizer-nos que quem ou com quem. São identificados como:

Cliente Externo: Também conhecidos como clientes finais; são os

que mantêm financeiramente a organização, adquirindo produtos ou serviços;

Cliente Interno: É o nosso Diretor, Gerente, Chefe ou Colega de

Trabalho. São as pessoas a quem direcionamos os nossos serviços ou que

recebe algum tipo de produto, necessário a realização do nosso trabalho.

3.1.1 Decifrando o Cliente Interno.

Quais as expectativas do público interno?

Sabe-se que os integrantes da organização ao aplicar e agregar

seus investimentos financeiros e seus trabalhos, esperam um retorno à curto

prazo do seu capital e força de trabalho investidos.

Os investidores/acionistas ao investirem em uma organização

pública ou privada, esperam um retorno adequado de seus investimentos,

visando aumento da lucratividade e do seu fortalecimento no mercado

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investidor, gerando assim uma visão externa e global de um negócio sólido no

mercado econômico e financeiro.

Diretor/Gerente/Administrador, ao investirem e fazerem parte

integrante de uma organização esperam dos seus investidores,

reconhecimento, alcance das metas propostas pelos seus superiores,

liderança positiva e democrática em uma gestão participativa com seus

liderados, crescimento da empresa a qual faz parte, tornar possível um

acréscimo e um superávit orçamentário da empresa organizada, enfim,

proporcionar e fazer acontecer no seu espaço empresarial, todos as propostas

planejadas.

Trabalhador/liderado, ao investir e agregar a sua mão de obra,

espera reconhecimento financeiro que ocorre por meio de um salário digno à

sua atividade, pago pela organização, possibilidade de crescimento e

desenvolvimento profissional, qualificação interna da organização para que o

mesmo possa atingir patamares maiores hierarquicamente dentro de uma

cadeia de promoção, qualidade de vida, benefícios para sua família, bem como

o sentimento de segurança pela credibilidade e solidez que a organização

possa lhe proporcionar.

Vale ressaltar que um líder ávido pelos interesses da organização

em que atua, tem que estar altamente imbuído e focado para a realização total

para o cumprimento das expectativas do seu público externo, levando também

em consideração a satisfação do seu público interno.

O Consultor da MCG, Telmo Travassos de Azambuja, elaborou um

sistema de satisfação de clientes, abaixo citado:

CLIENTE: Organização ou pessoa que recebe um produto ou

serviço.

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CLIENTE INTERNO: Setor ou pessoa dentro de uma organização

que é afetado pela realização do produto e outros processos organizacionais.

SATISFAÇÃO DO CLIENTE: Percepção do cliente do grau no qual

os seus requisitos foram atendidos.

REQUISITO: Necessidade ou expectativa que é expressa,

geralmente, de forma implícita ou obrigatória.

EXPECTATIVA: Nível esperado do desempenho de um produto,

serviço ou fornecedor, com base em experiência passada, informação boca-a-

boca, tipo de necessidade e comunicação da empresa.

NECESSIDADES: Resultados ou benefícios desejados, a serem

obtidos mediante a utilização de um produto ou serviço.

PERCEPÇÕES DO CLIENTE: São as suas conclusões decorrentes

principalmente da experiência de consumo.

FONTE: Esquema do Telmo Travassos de Azambuja (Consultor da MCG), em seu artigo intitulado: QUEM SÃO OS CLIENTES E GERAÇÃO DE UM SISTEMA PARA SATISFAZÊ-LOS, de MCG - Setembro/05.

26

3.1.2 Decifrando o Cliente Externo

Segundo Kotler (2000, p. 56), a mais de 35 anos, Peter Drucker já

observava as empresas na preocupação com o cliente, sendo a primeira tarefa

da empresa de criar clientes, mas o cliente de hoje se depara com uma grande

variedade de produtos e serviços, e com eles fazem as suas escolhas. Para o

autor,o cliente avalia não somente os preços, mas o maior valor que uma

compra ou prestação de serviço trará. Os clientes comparam as empresas,

segundo a percepção que o cliente tem na prestação do serviço ou aquisição

do produto.

Conforme Bogmann (2002, p. 36), o cliente externo sofre o impacto

dos produtos e serviços oferecidos por nós sem fazer parte da organização.

Conforme autor é o cliente externo aquele cliente que paga pelo serviço, é

fundamental para empresa identificar quais são estes clientes, e fazer com que

o maior número dele se atraia pelos serviços oferecidos pela empresa, de

forma a fidelizá-los.

Assim sendo, dentre outros, o consumidor (cliente final), retrata mais

abrangentemente a ponta do cliente externo, não mais ou menos importante

que os outros, porém simboliza em sua satisfação, o resultado do trabalho

desenvolvido pela organização.

3.2.1. Consumidor – Cliente final – razão da existência

da organização.

Toda empresa tem vários grupos de interesses envolvidos em seu

sucesso. Cada grupo de interesse – stakeholder – espera algo da empresa ou,

pelo menos, um retorno de seus investimentos ou de suas expectativas.

27

A satisfação dos clientes é alcançada a partir de diversas ações que

a liderança competitiva das organizações precisam executar, assim, oferecer

produtos, serviços de qualidade, além de preços e prazos são alguns pontos

que podem influenciar na satisfação.

A definição de Kotler (1998, p. 53) para satisfação é: "[...] o

sentimento de prazer ou de desapontamento resultante da comparação do

desempenho esperado pelo produto (ou resultado) em relação às expectativas

da pessoa."

Sobre a satisfação dos consumidores é interessante avaliar que

esta:

[...] depende do desempenho do produto percebido com relação ao

valor relativo às expectativas do consumidor. Se o desempenho faz jus às

expectativas, o consumidor fica satisfeito. Se excede as expectativas, ele fica

encantado. As companhias voltadas para marketing desviam-se do seu

caminho para manter seus clientes satisfeitos. Clientes satisfeitos repetem

suas compras e falam aos outros sobre suas boas experiências com o produto.

A chave é equilibrar as expectativas do cliente com o desempenho

da empresa. As empresas inteligentes têm como meta encantar os clientes,

prometendo somente o que podem oferecer e depois oferecendo mais do que

prometeram (KOTLER; ARMSTRONG, 1999, p. 6).

Um cliente insatisfeito espalha informações negativas, denegrindo a

imagem da organização em questão, por isso, a satisfação dos clientes é um

importante instrumento para o sucesso e credibilidade de uma organização

sólida e idônea.

28

O papel do líder nessa questão é imprescinndível, pois é este que

terá a responsabilidade de ministrar, desenvolver, planejar e executar todas as

etapas para que o índice de satisfação do consumidor seja alcançado de forma

satisfatória e eficaz, gerando assim uma provável fidelização nesta relação de

organização e consumidor.

Tais objetivos serão alcançados quando um líder conseguir alcançar

o equilíbrio entre a satisfação do público interno e do público externo.

3.2.2. Visão panorâmica das particularidades do cliente

interno, cliente externo e a importância do papel das lideranças

nas tomadas das decisões.

Autor: Flávio Martins (texto na íntegra)

Para a excelência no atendimento, trate os seus clientes

internos em primeiro lugar. ( 06 de outubro )

Dentre os clientes de uma empresa, podemos classificá-los de duas

formas: Clientes Externos e Clientes Internos.

O entendimento mais comum é que Clientes Externos são aqueles

que compram da empresa. Mas, podemos afirmar que, diferentemente dessa

classificação, incluem-se todas as pessoas ou organizações externas à

empresa que com ela mantêm algum tipo de relacionamento comercial ou

institucional; tanto as que compram seus produtos, como também, os

fornecedores, fiscais do governo, prestadores de serviços, instituições, entre

outras. Já os Clientes Internos são as pessoas que fazem parte do corpo da

organização: seus dirigentes e funcionários.

29

Dizer que os clientes internos devem ser colocados em primeiro

lugar, pode parecer em desacordo com o entendimento geral de que o

cliente externo é que deve ser tratado como um rei, como o "patrão da

empresa". Porém, para atendê-lo melhor, antes, é preciso ter os clientes

internos motivados para que eles possam refletir essa situação no

atendimento.

O bom atendimento ao cliente interno começa nas relações

interpessoais, entre aqueles que trabalham na empresa, acarretando:

* No funcionamento da organização - Num local de trabalho,

quando as pessoas se tratam bem, o fluxo de papéis, informações, produtos

ou serviços "giram‖ melhor e mais rapidamente. Já quando os clientes

internos se tratam mal, a tendência é que as atividades internas funcionem

mais lentamente, comprometendo os resultados dos produtos ou serviços.

* Na imagem da organização pelo cliente externo - O cliente

externo tende a perceber o clima ruim gerado em uma empresa, onde as

pessoas não se relacionam bem. ("Que empresa estranha! As pessoas

estão sempre de mau humor. Não gosto nem de comprar lá, dá mal-

estar..."). São expressões muito comuns dos clientes em situações como

essas.

* Na saúde das pessoas: Num ambiente onde prevalece o mal-

estar, o rancor, as intrigas, geram stress e criam-se condições para

ocorrência de problemas como gastrite, úlcera, etc. Pelo lado do dirigente ou

executivo, para atender bem ao cliente externo, devem-se colocar em

prática, ações de bom atendimento ao cliente interno, para que ele seja

estimulado ao exercício constante da excelência no atendimento ao cliente

externo. Seguindo práticas como:

30

* Tornar claras a filosofia, as políticas, os métodos, os

comportamentos, procedimentos e formas de trabalho estabelecido pela

organização, para proporcionar a excelência no atendimento ao cliente;

* Dar exemplo de ação e de visão positiva do trabalho, agindo

com ética e profissionalismo nas atitudes e no cumprimento dos seus

compromissos com seus clientes externos e internos;

* Nunca agir de acordo com a expressão: "Faça como eu falo,

mas não faça como eu faço‖, especialmente na relação com o cliente;

* Criar um ambiente físico de trabalho adequado que seja

aprazível e motivador ao cliente interno e que dê boa impressão ao cliente

externo;

* Trabalhar no sentido que seu público interno desenvolva espírito

de camaradagem e trabalho em equipe;

* Mostrar que para a organização eles são importantes, como

profissionais e seres humanos;

* Recompensar as ações realizadas e motivar os empregados

para a excelência no atendimento ao cliente;

* Delegar autoridade suficiente para que os funcionários possam

tomar decisões que satisfaçam o cliente e apoiá-los nessas ações;

* Ouvir as opiniões de seus funcionários, deixando-os sentir que

são valorizados e ouvidos. Colocar em prática, sempre que possível, as

31

idéias deles e informar-lhes o porquê de algumas não terem sido postas em

exercício;

* Matricular-se e a seus empregados em cursos de atendimento ao

cliente. Ambos devem se desenvolver nesse sentido e ter harmonia de

conceitos e práticas;

* Manter uma equipe de linha de frente do atendimento, composta

de excelentes profissionais, os mais treinados, os melhores, os mais

inteligentes, os mais motivados e bem remunerados;

* Definir metas ousadas de atendimento. Ter profissionais sempre

dispostos a superá-las e dar-lhes feedback sobre o seu desempenho,

elogiando o trabalho bem feito e mostrando que os bons resultados são

reconhecidos, como também, tem visão e condições de orientar nas correções

de rumo;

* Ser sempre amigo, cortês e cordial para com seu pessoal para que

eles também o sejam com os seus clientes;

* Sempre que a empresa se destacar nos resultados ou

atendimento, comemorar com eles. Dividir o mérito até financeiramente, se

possível.

Com este tipo de postura, proporcionando exemplos e ações

concretas, o executivo estará preparando e atendendo bem ao cliente interno,

criando assim, um ―corpo‖ interno bem preparado e motivado, com estímulos

para buscar e alcançar a excelência no atendimento ao cliente externo.

32

CAPÍTULO IV

ROMPENDO PARADIGMAS

Crescer na vida e ser bem sucedido quase sempre significa crescer dentro das organizações. De outro lado, as organizações dependem direta e irremediavelmente das pessoas para operar, produzir bens e serviços, atender seus clientes, competir nos mercados e atingir seus objetivos globais e estratégicos. Com toda certeza as organizações jamais existiriam sem as pessoas que lhe dão vida, dinâmica, impulso, criatividade e racionalidade. Na verdade, cada uma das partes depende da outra. Uma relação de mútua dependência na qual há benefícios recíprocos. Uma relação de duradoura simbiose entre pessoas e organizações.

(CHIAVENATO,1999)

Segundo Hunter (2004) os lideres devem partir em busca do novo

paradigma, uma vez que o velho apresenta deficiências em seu resultado final.

As prioridades no velho paradigma, iniciam-se com o Presidente da

organização no topo da pirâmide organizacional e os empregados por sua vez

ficam no nível mais baixo no que se refere à importância dos mesmos para

empresa.

Dentro do velho paradigma de trabalho, o presidente da

organização é como um ditador absoluto, ele tem o poder de decidir o ciclo de

vida profissional de seus colaboradores, assim como a dos bens e serviços. A

cadeia mantém em seqüência as informações nos níveis superiores até o

ultimo nível inferior, os empregados e clientes. Uma vez que neste caso o

cliente é o inimigo, este não tem opiniões próprias, desvaloriza praticamente

tudo quando exige mais qualidade nos produtos e serviços. A conseqüência

disso é a migração dos consumidores para a concorrência. Esta pirâmide parte

do pressuposto que a falta de valorização das pessoas por meio da própria

33

gestão de pessoas, na hora da verdade, momento em que o provedor

encontra-se como consumidor, faz com que o primeiro esteja desmotivado e

não se sinta importante para a organização.

Abaixo segue a ilustração que demonstra o velho paradigma

citado por Hunter (2004 pag.42):

34

4.1. GESTÃO DE PESSOAS E O NOVO PARADIGMA

De acordo com Hunter (2004) o novo modelo da pirâmide mostra

uma organização onde os empregados da linha de frente estão servindo aos

clientes e garantindo as suas verdadeiras necessidades e a satisfação das

mesmas. O Supervisor enxerga os empregado como clientes e dedica-se

atender suas necessidades, assim cada gerente adota uma nova atitude

reconhecendo que o papel do líder não é dar ordens ao nível seguinte. Neste

caso o papel do líder é servir.

Abaixo segue a ilustração que demonstra o velho paradigma

citado por Hunter (2004 pag. 45):

35

CAPÍTULO V

PARTINDO DA TEORIA PARA A PRÁTICA:

APLICABILIDADE PARA UMA LIDERANÇA

EFICAZ

Uma forte liderança faz com que uma boa

empresa seja ainda melhor, da mesma forma que, com

certeza, uma fraca liderança reduz o seu potencial e, com

o tempo, o destrói.

Ram Charan

ATITUDE QUE CONDICIONA O VERDADEIRO LÍDER A PRATICAR

SUAS AÇÕES

Fazer acontecer, essa atitude deve ser o ponto de partida para se

discutir sobre as posturas, procedimentos e hábitos de um líder. Afinal, fica

claro que o objetivo de todo gestor seria atingir sempre os melhores resultados

em tempo hábil conforme estipulado no cronograma e no planejamento. Para

isso, o líder precisa de uma equipe comprometida, afinada e, principalmente,

motivada, pois sozinho não será capaz de resolver todos os problemas e

realizar as inúmeras tarefas do dia-a-dia. Liderar é diferente de oprimir e

coagir seus liderados é fazer com que a equipe seja homogênea e participativa

e busque junto alcançar os objetivos comuns.

Ser líder é ser um facilitador, ajudador, cooperador para o

desenvolvimento efetivo da organização. Estar disposto a enfrentar desafios,

ser a parte que estará mais em evidência à execução de tarefas.

36

Mas como fazer isso? Na rotina do trabalho muitas vezes o líder

esquece de detalhes importantes que podem influenciar no comportamento de

sua equipe, como a valorização do trabalho, envolvimento profissional e

principalmente a humanização. O líder deve analisar e avaliar suas atitudes,

buscando uma postura que ajude sua equipe a se desenvolver, alinhando suas

necessidades pessoais e valores aos da empresa, fazendo com que a

produtividade cresça e o objetivo seja atingido com êxito.

Rouch & Behling (1984 p.46), afirma que:

Liderança é o processo de influenciar as atividades de um grupo organizado na direção da realização de um objetivo.

Liderança é ter as repostas certas para as horas certas, ou então,

caso não as tenham, saber aonde ir para obtê-las.

Mas há os que confundem liderança com autoritarismo. Ou seja, a

antiga idéia do chefe, da gestão antiga, o velho ditado "manda quem pode e

obedece quem tem juízo".

Mas porque ainda há essa atitude autoritária? Por quais motivos

alguns ―profissionais‖ ainda usam a forma de gerir suas organização com a

soberba ―soberana‖ e o poder de coagir, sempre para exercer medo e

autoridade?

Primeiro, pelo fato de não acompanharem novos conceitos ou se

reterem a mudanças.

Segundo, são pessoas que tem todo o conhecimento e ferramentas

de novos conceitos, mas não aplicam. Pelo simples motivo de se acharem que

37

são bons demais para se envolverem em atividades onde terão que colocarem

a mão na massa.

Não conseguem aceitar o fato que, gerentes e todo o tipo de

liderança devem estar presentes nas execuções das tarefas empresarias.

Quem conhece o sucesso sabe que ele não acontece por acaso, que o acaso

não existe, e sim realizações de um trabalho que dão os seus frutos.

O verdadeiro líder sabe que não consegue fazer tudo sozinho. Mas

não comanda pelo medo. As pessoas o seguem porque acreditam na sua

visão.

Conforme Jacobs (1970, p.232)

Liderança é uma interação entre pessoas na qual uma apresenta informação de um tipo e de tal maneira que os outros se tornam convencidos de que seus resultados serão melhorados caso se comporte da maneira sugerida ou desejada.

A liderança só será efetiva se tiver a capacidade de envolver e fazer

com que todos se sintam necessários, partes importante do processo. As

pessoas envolvem-se mais facilmente se obtiverem reconhecimento do seu

trabalho, se sentirem que são peças fundamentais da engrenagem, que fazem

a empresa girar.

Segue abaixo os itens que um líder de sucesso necessita ter para

alavancar o dinamismo de sua organização empresarial.

- Credibilidade com a equipe

Se uma pessoa está em posição de liderança e não consegue

38

transparecer "Credibilidade" à sua equipe bem como aos demais adeptos da

empresa, será um líder fraco, não terá respeito nem da equipe gerida nem tão

pouco das outras lideranças tendo em vista que, credibilidade se consegue

através de transparência, humildade, flexibilidade, ser conciliador,

democrático, assertivo, inventivo, inovador, focado, enfim demanda tempo para

isso acontecer, mas com as atitudes será perceptivo que algo de valor os

colaboradores conseguem captar em relação ao seu líder.

- Planejamento aplicado: (atendimento do planejamento

estratégico estabelecido pela Diretoria).

O posicionamento onde a empresa toma decisões de modo a

desenvolver uma oferta e imagem distinta e valorizada pelos consumidores,

procurando posição de líder, desafiador, seguidor ou de nicho. Assim, procura-

se separar as definições e atividades planejamento estratégico e operacional,

na qual comenta-se o uma nova abordagem para o segmento de mercado

como uma ferramenta de implantação e execução no processo estratégico da

organização.

- Motivação

Assim, como a comunicação é umas das ferramentas eficazes da

liderança para que os processos caminhem para a mesma referência, a

motivação também é.

O gestor deve ser nesse sentido um facilitador para que as relações

ocorram dentro dos princípios e missão da instituição.

Existe uma variedade de formas de mobilizar pessoas: você pode

ameaçá-las com punições de diversas formas, ou induzi-las por recompensas.

39

Contudo, essa não é a melhor estratégia. O líder deve compreender

as necessidades nos indivíduos, cada um em seu particular, e como operam,

para poder então trabalhar com a índole da natureza humana, e não contra

ela.

A relação entre líder e equipe se da através da confiança entre as

partes, que consiste numa expectativa positiva em relação às atitudes do

outro. O líder deve demonstrar que dá o melhor de si pela empresa e assim,

despertar em sua equipe o mesmo sentimento de comprometimento. Para isso,

deve estabelecer com seu grupo uma relação de credibilidade e confiança.

A motivação é um problema complexo, dinâmico, mutável e fluido.

Ela varia no tempo e no espaço, de acordo com a situação e cenário em que a

organização está inserida.

É sabido que as coisas dentro da empresa nem sempre caminha

como a diretoria gostaria, sabendo disso o gestor deve está preparado e ciente

que o que é bom hoje, poderá ter efeito oposto amanhã, ou seja, as estratégias

deverão ser flexíveis e o responsável por comandar e orientar é o líder. O

mesmo deve está sempre atento ao clima organizacional e saber identificar

seus liderados ―chaves‖, ou seja, os multiplicadores que possam auxiliar em

momentos de crise e tomadas de decisão.

O principio de motivação deve está inserido no que o líder acredita

e no que ele pode reportar aos seus subordinados, ou seja, o próprio deverá

está ciente de seu papel e da importância do mesmo para que a credibilidade

flua e seja influente não só em seus dizeres, mas nas suas atitudes. Segue

alguns fatores fundamentais para motivar as pessoas.

40

Princípios fundamentais para motivar outras pessoas

Esteja você mesmo motivado

Se você mesmo não estiver

completamente envolvido e

entusiasmado, como poderá esperar

que outros estejam.

Selecione pessoas que estejam

altamente motivados

Não é fácil motivar pessoas de má

vontade. Escolha aquelas que

possuam potencial de motivação em

si mesmas.

Estabeleça metas realistas e

desafiadoras

Quanto melhor a equipe e seus

membros individuais, tanto melhor

eles responderão á objetivos que os

provoquem, contanto que os objetivos

sejam realistas.

Lembre-se de que o progresso motiva

Se você nunca oferece ás pessoas

um feedback sobre como estão

progredindo, logo irá desmotivá-las.

Planeje recompensas justas

Não é fácil. Você recompensará a

equipe toda, cada indivíduo ou

ambos? De qualquer forma, a

sensação de recompensa injusta vai

certamente contra a motivação.

Demonstre reconhecimento

Não lhe custa nada, mas o elogio e o

reconhecimento baseados no

desempenho são oxigênio para o

espírito humano.

Fonte: Como torna-se um Líder – John Adair pag. 40

41

- Conhecer a sua equipe e a empresa

Em empresas que não conseguem atingir os resultados prometidos,

os líderes, em geral, não se envolvem com a realidade do dia-a-dia. Eles

recebem muita informação, mas ela chega filtrada – apresentada pelos seus

subordinados diretos com suas próprias percepções, limitações e agendas ou

coletadas por outros funcionários com suas próprias perspectivas. Os líderes

não estão onde a ação está. Não estão envolvidos com a empresa, por isso

não conhecem sua organização de forma abrangente, e seu pessoal não o

conhece de verdade.

Para resolver essa questão, o líder deve ser parte da equipe, isto é,

não se colocar no papel de superior e sim de parceiro, dividindo as tarefas e

sendo cúmplice de seu time e vice-versa. Além disso, um bom líder precisa

conhecer as metas pessoais dos seus liderados e alinhá-las com as metas

corporativas, para assim alinhá-las e de forma interligada alcançar um objetivo

comum.

- Cumprimento de Metas propostas.

A cobrança ao líder é muito grande quando se fala em alcançar

metas e resultados, sendo muito deles expressivos e de tamanha importância

que, se não for bem gerenciada corre o risco de vida da organização.

As pesquisas sobre comportamento humano reconhecem e dão

cada vez mais importância às práticas de planejamento e estabelecimento de

metas como fatores de desenvolvimento pessoal. É possível constatar que

metas pré-estabelecidas influenciam a motivação pessoal.

42

Considerando que as empresas nascem e se desenvolvem em

função das pessoas e que não conseguem ser mais poderosas e influentes do

que quem as representa, podemos afirmar que as metas corporativas estão

atreladas às metas pessoais dos seus líderes. Nesse caso, o grande desafio

dos líderes é compatibilizar as metas pessoais com as metas corporativas.

Estabelecer prioridades é, no que tange às metas corporativas, o

maior desafio que um executivo tem que enfrentar. Um líder que diz: ―Tenho

dez prioridades!‖ não sabe o que está falando, ele próprio não sabe quais são

as suas verdadeiras prioridades. Para ser eficaz, um líder precisa ter poucas

metas e prioridades realistas focadas no desempenho geral da organização.

Além de definir metas claras, os líderes que sabem executar

comunicam suas prioridades de uma forma simples e direta. Eles falam

simples e francamente sobre o que pensam. Eles sabem como simplificar as

coisas de modo que os outros possam entendê-las, avaliá-las e agir sobre

elas, de modo que aquilo que é dito por eles se torne senso comum.

- Resiliência, perseverança e motivação gerencial

No cenário de hoje, os líderes devem estar aptos a combater

resultados insatisfatórios e ainda motivar sua equipe. Isto requer um

comprometimento positivo mesmo em momentos de dificuldades os

verdadeiros líderes devem encorajar sua equipe a pensar e agir positivamente

e colocar paixão no que fazem.

- Criação de projetos que visem reduzir os custos da

organização.

43

A redução de custos é uma luta contínua para a maioria das

empresas hoje em dia e a oferta de ferramentas disponíveis no mercado

também é grande. Na hora da escolha, é necessário conhecer os benefícios

que estes projetos podem trazer.

- Inserção dos colaboradores no processo de integração

organizacional.

O processo de socialização é a ferramenta chave para inserir a

cultura da organização no trabalho dos funcionários e ajustá-la a cada

mudança organizacional, preservando o pensamento cultural de seus

criadores.

Cooperação e confiança mútua. Líderes observam aos seus

colaboradores e cuidam para que haja cooperação. Ao detectar algum

comportamento inadequado, imediatamente o gestor deve intervir.

Comportamentos inadequados devem ser corrigidos mediante uma abordagem

direta, clara e objetiva.

- Assumir a responsabilidade. Ônus e bônus das atitudes tomadas

pela sua equipe.

- Estar em perfeita sintonia orquestrada com seus

colaboradores.

O líder deve conversar com seus liderados valorizando novas idéias

e implementando-as quando forem necessárias, anunciando estratégias e

decisões para o conhecimento de todos e assim ganhando credibilidade em

relação a sua equipe.

44

O líder deve ser uma pessoa que goste de gente e goste de estar no

meio delas, deve ser uma pessoa que tenha empatia pelas demais e

percepção para saber com quem esta lidando, ou seja, o líder tem que ser

aquela pessoa que passe a certeza que tudo vai dar certo, de que estão

seguros e assim poder desenvolver-se livremente.

- Foco em projetos sustentáveis, bem como de

responsabilidade social.

Tem como objetivo incentivar a promoção da responsabilidade

social e ética no ambiente, visando a harmonia;

- Integração da sociedade civil com a organização empresarial.

Sabendo da importância da aprovação da sociedade, parcerias e o

que está em torno da organização, o líder tem a ―obrigação‖ de integrar e

retornar de alguma maneira algo que agrega valor como responsabilidade

social. Alguns projetos sociais são a prova clara de exemplos que deram certo,

sendo muito deles como geradores de novos talentos como frentes de

trabalho.

Não existe a possibilidade de se tornar um líder sem compartilhar e

desenvolver profundas relações de parcerias com o seu grupo de

colaboradores e também com outras partes dentro e fora da empresa.

- Delegar poder

O bom líder é aquele que acredita na capacidade de cada integrante

de seus colaboradores, pois o mesmo permite que os seus subordinados

tenham autonomia responsável.

45

- Auto-conhecimento

Desde os primórdios é elementar que para conhecer o outro é

preciso, primeiramente, ter auto-conhecimento. Esse pensamento deve ser

aplicado em grandes corporações. Hoje, um grande número de líderes, com

todos os requisitos e elementos para triunfar, não consegue dominar a

disciplina da execução. Apesar de terem capacidade, formação, talento e até

personalidade marcante, não demonstram firmeza emocional para lidar com a

realidade do negócio e da organização ou para fazer avaliações francas das

pessoas que lideram.

Essa firmeza emocional tem como principal fonte o

autoconhecimento. Quando o líder se conhece ele aceita e lida com seus

pontos fracos, consegue ser firme e justo com as pessoas que não estão

desempenhando bem suas funções e compreende a ambigüidade inerente de

uma organização que se move rapidamente e é complexa. O líder deve sempre

se adaptar a realidade de seus liderados, tendo sempre em mente o bem estar

da equipe e os objetivos da empresa.

- Valor de ouvir

Exige concentração e compromisso com o subordinado. E não vale

escutar o colaborador fazendo outras atividades ao mesmo tempo, como

digitar ou fazer uma ligação. ―Isso não é ouvir. É apenas estar de corpo

presente‖.

O gestor que presta atenção no colaborador consegue exercer

melhor seus outros papéis e evita bloqueios que prejudicam os resultados.

46

Vale ressaltar que o sucesso de uma equipe está nas mãos do líder.

O fraco senso de direção dispersa os subordinados, resultando em falta de

compromisso com as metas propostas. O foco então é perdido e dá lugar a

conflitos, impasses e intransigência.

É importante que o gerente não esqueça que o caminho para o

sucesso deve incluir o atalho da capacitação. Um bom treinamento ajuda a

desenvolver conhecimentos e dá condições para que o grupo exerça funções

que são necessárias, mas que não são cumpridas devido a lacunas de

competências existentes nele. Assim, saber ouvir o cliente interno da

organização passa a ser uma arma eficaz na condução dos processos.

Avaliação de performance contínua e clara. Prover feed back

contínuo aos membros da equipe é característica dos líderes. Mencionar os

colaboradores os pontos fortes observados irá contribuir para que tais pontos

se fortaleçam ainda mais. Por outro lado, apontar as falhas ocorridas e as

necessidades de melhora evitará reincidências futuras.

A abordagem do líder deve ser franca, direta e objetiva. A

comunicação deve ocorrer sem grandes introduções e rodeios. Um líder não

perde tempo se comunica realmente o que for necessário.

Nenhum concorrente consegue prejudicar o crescimento de uma

equipe motivada, competente, coesa e ciente de todas as informações.

- Concorrência entre setores.

Diversos tipos de conflito ocorrem dentro de uma área de trabalho,

como por exemplo, problemas entre os membros da equipe ou problemas de

47

um membro da equipe com pessoas de outras áreas. Em situações de conflito,

um líder deve procurar antecipar as reações e entender as emoções. Uma

forma de intervir é efetuar indagações que sirvam para o colaborador controlar

suas emoções e assumir comportamentos mais adequados.

O dever do líder é estimular e criar uma organização que se integre,

ou seja, fazer com as áreas estejam unidas em prol aos resultados e não a

concorrência e disputa. Está alinhado e atento as demandas de todos, e por

fim, passar as necessidades e a importância de cada setor para que os

mesmos tomem ciência de que se a empresa obtiver êxito, será o resultado do

trabalho de todos.

- Ser cúmplice e parceiro da sua equipe de execução de

trabalho.

Deve agir com modernidade no sentido de efetuar um esforço

dinâmico para se resgatar o entusiasmo coletivo e propiciar um ambiente que

reflita o sentido de "Comunidades Inspiradas".

- Criar projetos com apoio mútuo da equipe para que possa

resultar na criação de novos produtos e serviços.

Comprometimento com novas idéias. Muitas grandes idéias foram

consideradas ridículas quando expostas pela primeira vez. Recriar o que

existe visando eficiência e eficácia, rever processos para cortar o que não

agrega valor, buscar sinergias, reduzir custos, são elementos que

normalmente estão atrelados às novas idéias, logo, o gestor deve estar

comprometido com novas idéias.

Saber gerar idéias: O líder não precisa necessariamente ser a

48

pessoa mais criativa da equipe. Cabe a ele, no entanto, estimular o potencial

de geração de idéias de cada colaborador. Desse modo, fica mais fácil cumprir

as perspectivas e solucionar questões diárias.

- Proporcionar ações que facilitem e promovam a qualidade de

vida e bem estar dos seus colaboradores.

É sabido que o colaborador motivado e que se sinta ―seguro‖ em

diversas áreas pode produzir mais. De posse dessa informação o líder deve

está atento para não perder mão de obra com absenteísmo. Fazer com que a

qualidade de vida seja vista como um investimento e não um custo pode ser

uma das missões mais difíceis de um gestor.

- Formar dia a dia com suas atitudes e ações um substituto

pronto e apto para substituí-lo quando necessário.

É preciso maturidade para reunir as habilidades gerenciais e

compartilhá-las, sem egoísmo, com a equipe. Ampliar as habilidades do seu

grupo é, fundamentalmente, orientar, educar, treinar enfim compartilhar. Um

líder só atinge esse status quando adquire conhecimento e experiência ao

longo do caminho. Uma das partes mais importantes de seu trabalho é passá-

lo para a próxima geração de líderes.

A forma mais eficiente de orientar é observando a ação do outro e

dar o feedback específico. O feedback deve destacar exemplos de

comportamento e desempenho que são ideais ou que precisam ser mudados.

Os líderes mais eficientes na arte de executar são orientadores positivos. A

habilidade de orientar é a arte de questionar. Fazer perguntas objetivas força

49

às pessoas a pensar, a descobrir e a buscar soluções. O treinamento é uma

parte importante para ampliar as habilidades das pessoas.

Segundo uma pesquisa feita pela McKinsey com mil companhias

norte-americanas e apresentada pela revista Exame em abril de 2005, o

desenvolvimento de subordinados figura como uma das principais atividades

em que os diretores gostariam de gastar mais tempo. Desenvolver

colaboradores é a essência da ampliação das habilidades pela orientação.

50

CONCLUSÃO

Conclui-se após pesquisa, leitura, suporte bibliográfico, consulta à

artigos e aulas ministradas pelos mestres da Instituição AVM – Faculdade

Integrada, bem como as disciplinas estudadas no Curso Gestão Empresarial,

que neste século e aos vindouros há e haverá espaço para um líder que tenha

atitudes positivas, democráticas e participativas dentro das organizações

empresariais.

Identificar-se com um estilo certo de liderança é algo que sempre

esteve na pauta de planejamento estratégico empresarial. Até umas décadas

atrás, havia um predomínio do estilo tradicional. Era a época do ―manda quem

pode, obedece quem tem juízo‖, em que o chefe centralizava o poder e

conseguia seus objetivos por meio da ameaça, em uma relação ganha-perde.

O exercício da liderança e sua natureza tem sido objeto de estudo

ao longo da sua história e evolução no tempo. Em 1974, Bernard Bass e Ralph

Stogdill identificaram 3.000 estudos em liderança em sua primeira edição de

‗Handbook of Leadership‘. Na edição de 1990 o número subiu para 7.000 e só

se pode estimar que, se atualizada hoje, poderia conter mais de

12.000.Bernard Bass (2007) argumenta que "desde sua infância, o estudo da

história tem sido o estudo dos líderes - o que e porque eles fizeram o que

fizeram". A busca do ideal do líder também está presente no campo da

filosofia.

Platão, por exemplo, argumentava em A República que o regente

precisava ser educado com a razão, descrevendo o seu ideal de "rei filósofo".

Outros exemplos de filósofos que abordaram o tema são Confúcio e seu "rei

sábio", bem como e seu "líder servo". Acadêmicos argumentam que a

51

liderança como tema de pesquisa científica surgiu apenas depois da década

de 1930 fora do campo da filosofia e da história.

Com a evolução, modernização e atualização dos negócios, a

necessidade de competitividade das organizações e os estudos sobre a

inteligência emocional — a capacidade de lidar com as pessoas no ambiente

de trabalho — propiciaram o surgimento e a formação acadêmica de novos

perfis de líderes, em um processo que tem passado por constantes mutações.

Atualmente, os líderes que se destacam e são mais reconhecidos e

que alcançam patamares e horizontes de hierarquia com mais visibilidade, são

aqueles que têm uma visão de futuro, são participativos, democráticos, ágeis,

mais apaixonados pelo que fazem do que preparados, têm coragem e

trabalham com a sensibilidade e a intuição.

Em uma parte deste trabalho – anexo, fora demonstrado cases de

líderes que despontaram no mercado organizacional, que tiveram como metas

e objetivos a parceria e fidelidade aos seus clientes internos e externos.

Estiveram atentos aos desafios que encontrariam, mas decidiram continuar

trilhando o caminho que talvez naquele momento parecesse o mais difícil,

porém ao final, o resultado demonstrou claramente que a escolha os levaram à

uma estrada de sucesso e realização pessoal.

Para que uma liderança que encontra-se imbuída de uma gestão

participativa torne-se cada vez mais capaz e eficiente, é necessário atitudes

onde todos possam participar efetivamente do processo democrático e de

gestão organizacional.

52

Parte-se do princípio que todos os atores envolvidos – cliente

interno e cliente externo devam estar na mesma ―sintonia‖ e no mesmo esforço

para que metas propostas pela organização sejam alcançadas.

Fica explícito e contundente que, o funcionário que entende que é

parte do processo do sucesso ou fracasso da sua organização, se torna mais

competente e preparado para desafios no ambiente do dia-dia. Entende

também que para que o mesmo possa dar apoio à liderança, o processo de

motivação deve ser aplicado diária e ininterruptamente para que haja uma

satisfação das necessidades da organização.

Porém por sua vez, a necessidade pessoal também é atingida. O

tempo depreendido para cada componente da equipe torna-se parte do

processo de agregação de valor. O valor final agregado ao conhecimento das

pessoas ocorre com a transferência de informações e disseminação da missão

da empresa por da gestão de pessoas.

O clima organizacional interfere diretamente na motivação, na

avaliação de desempenho e satisfação com o ambiente de trabalho. Ele gera

expectativas onde os efeitos são desencadeados em diversos pleitos. O clima

organizacional possibilita uma espera de recompensa e satisfações baseadas

em seus conceitos, além disso, também é considerado um conjunto de ações

que interagem com as pessoas nos quesitos satisfação e frustração.

Outro fator importante é a liderança por meio da delegação, o

objetivo primário desta, é alcançar um trabalho elaborado por outro

colaborador ou liderado. Este processo não trata-se apenas de entregar

malotes ou dirigir um carro, trata-se de assumir posições de decisão e definir

mudanças dentro dos pleitos empresarias.

53

A delegação permite que a equipe, grupo ou pessoa tenha

autoridade para agir em situações especificas sem consultar a liderança.

Saber delegar é uma arte, e em uma empresa pode ser fundamental para o

seu sucesso no mundo dos negócios.

Para finalizar este trabalho, deixo para o leitor, a célebre frase do

grande pensador Napoleon Hill, para que ela te inspire a cada vez mais lutar

por aquilo que você acredita e considera importante para você e para a

empresa que você trabalha: O homem que realmente deseja alguma coisa

sempre encontra um caminho, aquele que não deseja tanto assim sempre

encontra um obstáculos.

54

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ADAIR, John. Como tornar-se um líder/John Adair; tradução Elke Beatriz

Riedel – São Paulo: Nobel, 2000.

ALMEIDA, E. Fundamentos da empresa relevante: meu aprendizado na FDC.

Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.

CARLSON, Jan, TOMAS, Lagerstrom. A hora da verdade. Tradução Maria

Luiza Newlands da Silveira – Rio de Janeiro: Sextante, 2005

CAMPOS, Vicente Falconi. Gerenciamento da Rotina do trabalho do dia-dia. 8

ed. Minas Gerais: INDG Tecnologia e Serviços Ltda, 2004.

CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração: uma

visão abrangentes da moderna administração das organizações. 7 ed. Rio de

Janeiro: Elsevier, 2003.

CURY, Augusto. Desenvolvendo a excelência emocional. Rio de Janeiro:

PocketOuro, 2009.

CURY, Augusto. O código da inteligência: a formação de mentes brilhantes e a

busca pela excelência emocional e profissional. Rio de Janeiro: Thomas

Nelson Brasil Ediouro, 2008.

CHOPRA, Deepak, FORD, Debbie e WILLIAMSON, Marianne. O Efeito

Sombra. Ttradução Alice Klesck. São Paulo: Lua de Papel, 2010.

COVEY, Stephen. O oitavo Habito: da eficácia à grandeza. 10 ed. tradução

Maria José Cyhlar Monteiro. Rio de Janeiro: Elsevier; São Paulo: Frankley

55

Covey, 2005.

GOLEMAN, Daniel, ph.D. Inteligência Emocional: A teoria revolucionária que

defende o que ser inteligente. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007.

GRÜN, Anselm. A sabedoria dos monges na arte de liderar pessoas. 3 ed.

tradução de Márcia Neumann – Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.

HUNTER, James C. O monge executivo: uma história sobre a essência da

Liderança. Rio de Janeiro: Sextante, 2004.

HUNTER, James C. Como se tornar um líder servidor/James C. Hunter;

tradução de A. B. Pinheiro de Lemos. Rio de Janeiro: Sextante, 2006.

JORDAN, Michael, Nunca deixe de tentar / Michael Jordan; apresentação e

comentários de Bernardinho [ tradução de Cláudio Figueiredo ]. – Rio de

Janeiro: Sextante, 2009.

Liderança Inovadora / Harvard Business Review; tradução Marcia Nascentes.

– Rio de Janeiro: Elsevier, 2008 – 2ª reimpressão.

MAXIMIANO, C. A. Antonio. Introdução à Administração. 5 ed. São Paulo:

Atlas, 2000.

MINSKY, Marvin. A Sociedade da Mente. Rio de Janeiro: Francisco Alves,

1989.

MURAD, Afonso. Gestão e Espiritualidade: Uma porta entreaberta. São Paulo:

Paulinas, 2007.

ROSA, Carlos. Líder: Gestor de expectativas e transformador de sonhos em

56

realidade. Rio de Janeiro: Interciência, 2011.

http://www.notapositiva.com/trab_professores/textos_apoio/gestao/02conc_lide

ranca.htm. (17/07/2012)

http://pt.wikipedia.org/wiki/Comunica%C3%A7%C3%A3o (10/06/2012)

http://www.ciranda.net/brasil/comunicacao/article/paulo-freire-e-as-teorias-da

(01/05/2012)

http://www.apreenda.com.br/artigos/artigo1.pdf (01/06/2012)

http://www.clubedoscontadores.com.br/_artigos_olha.php?art=786&mod=0

(03/06/2012)

http://br.monografias.com/trabalhos3/satisfacao-cliente/satisfacao-cliente.shtml

(11/07/2012)

http://abiliodiniz.uol.com.br/lideranca/palavras-de-abilio-diniz.htm

(13/07/2012)

http://www.performancelider.com.br/revista/edicao-atual/58/presidir-um-

negocio-do-qual-todos-sao-donos

(12/07/2012)

Fonte: Newsletter Revista Amanhã, sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

http://nairamodelli.wordpress.com/2009/05/13/a-evolucao-dos-conceitos-de-

lideranca/

(16/07/2012)

57

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 7

SUMÁRIO 8

INTRODUÇÃO 10

CAPÍTULO I 13

O SABER SER LÍDER

CAPÍTULO II 17

COMUNICAÇÃO: FERRAMENTA EFICAZ DO LÍDER

PARA TROCA DE CONHECIMENTO, DE METAS E

DE OBJETIVOS AOS SEUS LIDERADOS.

CAPÍTULO III 22

PAPEL DO LÍDER: CONHECER SEUS CLIENTES E

SUAS EXPECTATIVAS

3.1 - Cliente interno e Cliente externo 23

3.1.1 Decifrando o Cliente Interno 23

3.1.2 Decifrando o Cliente Externo 26

3.2.1. Consumidor – Cliente final – razão da existência 26

da organização

3.2.2. Visão panorâmica das particularidades do cliente 29

interno, cliente externo e a importância do papel das

lideranças nas tomadas das decisões.

58

CAPÍTULO IV 32

ROMPENDO PARADIGMAS

4.1. Gestão de pessoas e o novo paradigma 34

CAPÍTULO V 35

PARTINDO DA TEORIA PARA A PRÁTICA:

APLICABILIDADE PARA UMA LIDERANÇA EFICAZ

CONCLUSÃO 50

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 54

ÍNDICE 57

ANEXO I 59

CASE DO EMPRESÁRIO ABÍLIO DINIZ

PRESIDENTE DO GRUPO PÃO DE AÇÚCAR

ANEXO II 64

CASE DO PRESIDENTE EXECUTIVO DO SICREDI

ADEMAR SCHARDONG

ANEXO III 67

A MAIORIA DOS LÍDERES NÃO CONHECE SEUS LIDERADOS

59

ANEXO I

CASE DO EMPRESÁRIO ABÍLIO DINIZ – PRESIDENTE

DO GRUPO PÃO DE AÇÚCAR

Organizações de alto desempenho não dependem do culto a um líder carismático e sim do desenvolvimento de uma organização visionária que perdure além do líder. O papel de liderança muda de uma questão de status e poder privilegiado, com um fim em si próprio, para um processo em longo prazo, mas complexo e participativo.

Ken Blanchard

22/06/12 Discurso do empresário aos seus colaboradores

Queridos acionistas desta companhia, queridos amigos,

Este é um dia muito importante para esta companhia, para mim e para a minha

família. É o dia em que passo o controle do Grupo Pão de Açúcar. Como

todos sabem, o Pão de Açúcar foi fundado em 1948 pelo meu pai. Desde

criança, trabalhei ao lado dele na doceira. Mais tarde, ao concluir a

universidade, decidi aceitar sua sugestão e iniciar uma rede de

supermercados. Aqui mesmo onde estamos hoje.

Pensei muito no que deveria falar hoje. Devido aos acontecimentos dos últimos

tempos, fui tomado por mágoas, tristezas e decepções. Injustiças e distorções

da verdade me atingem mais do que agressões claras e diretas. Negar meu

sofrimento seria falso e muito pouco convincente.

Nos últimos meses, fui acusado de quebrar contratos e não cumprir o

combinado. Estou aqui para provar que aquelas acusações eram falsas. Meu

pai me ensinou que contratos devem ser cumpridos, tanto escritos quanto os

verbais. A passagem de controle se deu pela manhã.

60

Estou sentido, mas, aqui não é o lugar para pedir apoio, compreensão,

amizade e amparo. Agora não é hora de desabafos. Este é um momento de

transição, momento no qual é importante apontar rumos e reafirmar valores.

Desde o início do Pão de Açúcar, nossas ambições eram grandes. Comecei a

estratégia de expansão com empresas menores até chegar aos gigantes, como

Ponto Frio e Casas Bahia. Hoje, somos a maior empresa de distribuição da

América Latina. De 2008 para cá demos um salto – as vendas brutas

cresceram de R$20,8 bilhões para R$52,7 bilhões; o lucro saltou de 299

milhões para 899 milhões. Desde a abertura de capital, em 1995 até hoje, o

valor de mercado desta companhia multiplicou 30 vezes.

Somos hoje um dos maiores empregadores do Brasil, com 150 mil

colaboradores. Gosto de pensar neles como gente feliz e orgulhosa dessa

companhia, a maior varejista do Brasil e uma das grandes do mundo. Aqui

nesta sede, nasceu minha filha Ana Maria, nos fundos da loja número um. Aqui

desenvolvi minha carreira de empresário e a filosofia de trabalho que ensino

com orgulho aos meus alunos da Fundação Getúlio Vargas.

Esta filosofia foi desenvolvida neste prédio, com a colaboração de todos que

aqui trabalham e trabalharam. Juntamente com a filosofia vieram os valores e

a cultura desta empresa, que são a base de nossa força e de nossos grandes

resultados.

Não chegamos até aqui sem bons motivos. Temos cultura e temos valores.

Somos pujantes em números, em lucro, em imagem, em todas as coisas que

são importantes para uma grande empresa do ponto de vista comercial.

Porém, somos importantes também na confiança que nossos clientes e

colaboradores têm no GPA. No orgulho que nossos colaboradores sentem ao

vestir a camisa do nosso time. Na certeza de que esta é uma empresa humana

que valoriza a nossa gente. Uma administração que ajuda as pessoas a

61

crescerem e que, sem descuidar da eficiência, compreende suas dificuldades

e fraquezas, apoiando-as e dando elementos para superarem seus obstáculos.

Somos a prova de que é perfeitamente possível ter grande sucesso

empresarial sem deixar de ter consideração pelas pessoas, jogando limpo e

acreditando no bem.

Sem qualquer falsa modéstia sei que contribuí de maneira essencial para tudo

isso. Esta empresa foi construída com o meu DNA. Fui capaz de enfrentar

desafios, desbravar caminhos, lutar incansavelmente, usar as derrotas como

estímulo para novas vitórias e ao mesmo tempo ser amigo de meus colegas de

trabalho. Todos sabem que não gosto de ser chamado de chefe ou patrão e

muito menos Dr. Abilio. Gosto de me sentir rodeado por amigos e sou amigo

de verdade.

Desde quando optamos por buscar um parceiro estratégico, já éramos uma

empresa admirada e com forte saúde financeira. Em 2005, ao assinar o acordo

com o Casino, o meu grande objetivo era dar liquidez às ações do meu pai

para ele poder distribuir em vida aos seus filhos o patrimônio que conquistou

com muito trabalho e inspiração. Isso foi feito, e deu muita alegria e satisfação

ao ―seu‖ Santos. O acordo me permitiria também trabalhar para o resto da

minha vida, fazendo aquilo que sei fazer, além de dar liquidez aos meus

herdeiros via mercado.

Acreditava que a compreensão, harmonia e amizade iriam durar para sempre.

Sigo como Presidente do Conselho de Administração do GPA e segundo maior

acionista, tendo como missão a defesa intransigente do Grupo. Estando aqui,

não medirei esforços para atingir esse objetivo. Tudo farei para que os nossos

princípios e valores sejam respeitados.

Minha luta aqui sempre foi por crescimento, para participar de algo que fizesse

história. O meu poder vem da minha capacidade física e mental e tive muito

62

prazer em usar esse poder para o bem da companhia, para o bem de todos os

nossos companheiros de trabalho e o do Brasil.

Não posso exigir que os novos comandantes o exerçam à minha maneira, mas,

posso pedir que não esqueçam que esta empresa é uma empresa familiar.

Não porque foi fundada e pertenceu a uma família, mas, porque é uma família

para quem trabalha nela.

Posso pedir que conservem a humanidade, a gentileza, o respeito, o cuidado,

a consideração por todos os que aqui, com o seu trabalho e dedicação, a

mantêm e proporcionam seu crescimento e eficiência. Peço que não esqueçam

que dinheiro não é tudo e que amizade, amor, saúde e equilíbrio são

fundamentais.

A minha fé em Deus me ajudou a chegar ate aqui. Procurei compartilhar com

meus companheiros as bênçãos e iluminações que o Senhor me proporcionou.

No que depender de mim, vou continuar na defesa de tudo isso que nos fez

grandes e dignos. Apesar de abalado pelos últimos acontecimentos, estou

forte e sinto grande vontade de continuar melhorando como pessoa,

progredindo como empresário e me aperfeiçoando como ser humano. De nada

vale o poder se ele não for usado para o bem de todos.

Quero agradecer a todos que me ajudaram a construir esta bela história. Que

a chama acesa por Valentim dos Santos Diniz continue a aquecer nossos

corações e a ser uma estrela guia.

Que Deus nos ajude a nos manter no caminho do bem e da justiça.

Quero falar mais uma coisa para vocês. Principalmente aos meus amigos do

Pão de Açúcar. Não encarem isso como despedida. Sempre digo que há três

coisas que detesto: cebola, despertador e despedida. Não façam de hoje um

dia de tristeza. Considerem toda a emoção desta transferência de controle

como algo normal. Temos de acreditar que a vida continua, que a vida é bela,

63

que o mais importante é saúde e que, com saúde e com força, a gente vai

buscar o que quer. Encarem com confiança. Com fé em Deus, vamos em

frente.

Muito obrigado pela atenção e pelo carinho de todos.

Abilio Diniz

64

ANEXO II

CASE DO PRESIDENTE EXECUTIVO DO SICREDI

ADEMAR SCHARDONG

Revista | Edição Atual – Performance líder

Presidir um negócio do qual todo são donos

O líder empresarial Ademar Schardong, presidente-executivo do Sicredi, revela

nesta entrevista o segredo do sucesso do grupo que hoje é composto por um

conjunto de 120 cooperativas de crédito que atuam em dez Estados

brasileiros, reunindo 1,870 milhões de associados e R$ 25 bilhões de ativos.

Schardong descreve sua atuação no dia a dia e seus valores, estilo de gestão

e liderança, revelando uma sólida trajetória no setor de cooperativismo de

crédito no País.

À frente do Sicredi, está um empresário visionário que enxerga no

cooperativismo um ideal e tem conseguido fazer com que esse seja um fator

de competitividade. O modelo de negócio é descentralizado, pois na

cooperativa cada associado é dono e as decisões são harmonizadas com as

bases. Tendo como premissa básica participar ativamente da comunidade

local na qual está inserida cada unidade, o Sicredi está hoje entre as

organizações mais bem estruturadas do mercado financeiro.

Composta atualmente por 120 cooperativas de crédito, a instituição

reúne 1,870 milhão de associados e R$ 25 bilhões de ativos, com projeção de

alcançar R$ 64 bilhões de ativos até 2015.

65

O modelo de gestão de pessoas adotado faz com que o funcionário sinta-se

como dono do empreendimento e parte de uma cooperativa. A consequência

desse processo é um crescimento vertiginoso. O Sicredi possui atualmente

uma rede de atendimento de 1.152 unidades com 3.200

correspondentes bancários. Contando ainda com o compartilhamento de

bancos 24 horas, chega a 16 mil pontos eletrônicos de atendimento.

Para alcançar estes resultados, o banco vem ajustando-se às transformações

do novo milênio. Preparando-se para ser um protagonista no mercado

financeiro, complementou seu quadro de executivos, atraindo novos

profissionais de várias partes do Brasil que atuavam em outros bancos. As

premissas para trazê-los era a competência profissional, a ética, a liderança,

o trabalho em equipe e o alinhamento com a proposta de prestar serviço às

cooperativas.

Dentro da transformação que o Sicredi vive, ele alterou sua composição

societária e implantou um novo modelo de estão. As cooperativas passaram a

ser acionistas de uma empresa de participações, a SicrediPar, e o Banco

Cooperativo Sicredi firmou uma parceria estratégica de longo prazo com um

dos maiores sistemas cooperativos do mundo: o Rabobank. Com sede em

Ultrecht, na Holanda, o Rabobank Group é o maior conglomerado financeiro do

País. Atende metade da população holandesa, que é de aproximadamente 16

milhões de habitantes. Em volume de ativos, o Rabobank é o 29º banco do

mundo e o único, entre os maiores, pontuado como AAA na classificação de

risco pelas principais agências de rating. Com esta transação inédita, o Sicredi

passou a contar com um gigante do cooperativismo de crédito, posicionado

entre os maiores do mundo.

Além das empresas reunidas, também é parte importante do negócio a

Fundação Sicredi. A instituição é um braço do sistema que reforça o

66

posicionamento estratégico do Sicredi e visa contribuir para a melhoria da

qualidade de vida dos associados e da sociedade por meio de programas

como Crescer, Pertencer e A União Faz a Vida.

No comando dessa história de sucesso, está Schardong. Com 55 anos, ele

veio do campo, construiu sua sólida trajetória profissional e firmou-se como

uma reconhecida liderança nacional. Para ele, é fundamental agir sempre com

ética e é preciso gostar de gente para ser um bom líder.

67

ANEXO III

A MAIORIA DOS LÍDERES NÃO CONHECE SEUS

LIDERADOS

Em entrevista a AMANHÃ, o consultor Dario Amorin diz que quando não há

valorização do indivíduo, não há como motivar uma equipe

Por: Andreas Müller / Redação de AMANHÃ

O consultor Dario Amorim, autor de "51 Dicas para a Conquista da

Automotivação" (Qualitymark, 110 páginas) acredita que o líder tem o dever de

conhecer os anseios e objetivos pessoais de cada membro de sua equipe. Só

assim, diz ele, é possível trabalhar com os fatores que realmente afetam a

motivação do grupo como um todo. O problema é que, segundo Dario, a

maioria das pessoas não tem um "sonho" definido...

Você costuma dizer que, para motivar uma equipe, é preciso se

concentrar primeiro no indivíduo. De que forma se dá esse processo?

Equipes são grupos de pessoas trabalhando em prol de um objetivo comum,

certo? Mas o grupo é formado por pessoas diferentes, com anseios, vontades

e sonhos diferentes. Sem valorizar o indivíduo é impossível motivar a equipe.

Se eu não me concentrar no indivíduo, eu sempre terei alguns membros do

grupo motivados e outros, não. Sempre terei aqueles que enxergam a equipe

como um meio de atingir seus objetivos pessoais e outros que não vêem

relação entre uma coisa e outra.

Sim, mas como a abordagem individual influencia o grupo como um

todo?

68

O compromisso de um líder é despertar a motivação que existe dentro de cada

membro da equipe. Ele precisa assumir esse compromisso. Precisa estar

comprometido como o sucesso das pessoas que estão abaixo dele. Veja: eu,

enquanto líder, dependo do sucesso de quem eu lidero. Então é preciso

buscar meios de despertar a motivação de cada integrante da equipe. Existem

duas maneiras de se fazer isso: por meio da motivação externa - que é gerada

por uma causa temporária, como uma campanha, uma meta, um prêmio que se

vislumbra ali adiante; e por meio da motivação interna - que independe de

prêmios e está ligada à concretização de sonhos e metas pessoais.

Qual desses dois caminhos é o mais eficiente?

O foco da liderança deve ser a motivação interna. A externa pode ser gerada

por meio de campanhas com início, meio e fim. É um estímulo externo e

institucional. Já a interna não precisa de campanha ou prêmios. É permanente.

Aqui, o que conta são os objetivos individuais de cada funcionário. Enquanto o

indivíduo está no caminho de realizar seu sonho, ele está motivado. O papel

do líder é o de influenciar esse processo, mostrando as relações entre o

cumprimento de determinadas metas da equipe e a concretização de sonhos

pessoais.

O líder tem de sonhar pelo liderado?

Eu não diria sonhar pelo liderado, e sim mostrar que ele não pode parar, que

ele tem de almejar coisas novas. O que faz as pessoas crescerem é o desejo,

o norte, o sonho. O líder é responsável por dar um novo olhar sobre aquilo que

se está fazendo. O ser humano, por natureza, tem uma tendência de olhar

para o novo sempre com os olhos do passado, com base nos conceitos que

adquiriu ao longo da vida. O líder precisa ter a habilidade de fazer com que as

pessoas enxerguem o novo com os olhos novos. Encarar os desafios não só

com base nos conceitos do passado, e sim com base em novos conceitos,

novas interpretações - e novas possibilidades.

69

De que maneira se pode estabelecer esse tipo de diálogo entre líder e

liderado?

De fato, é essencial que o líder tenha capacidade de firmar relacionamentos.

Ele precisa se colocar no mesmo barco. Ainda que ocupe uma posição

diferente de seus liderados, ele tem de remar junto. Para isso, tem de

conhecer cada membro de sua equipe.

Os líderes atuais conhecem seus liderados? Em equipes muito grandes, é

quase impossível saber detalhes a respeito dos objetivos pessoais de

cada funcionário, não?

Nas minhas atividades, eu sempre faço um exercício para testar isso. Para

cada gestor, eu pergunto coisas do tipo: "Qual é o nome completo de cada

integrante da sua equipe?". A maioria deles não sabe responder. Aí eu

pergunto: "Qual é a idade e a data de aniversário de cada um de seus

liderados?". E eles geralmente não sabem responder. Aí vem a última

pergunta: "Qual é o maior sonho de cada um de seus liderados?". São

realmente poucos os líderes que conhecem a resposta. E isso ocorre em todos

os tipos de equipes, tanto as grandes quanto as pequenas.

Qual é a importância dessas respostas, afinal?

Se eu sei qual é o sonho de cada pessoa, fica mais fácil administrar os

estímulos necessários para que todas elas se sintam motivadas. Com isso, o

líder consegue mostrar para cada pessoa como ela pode ser feliz através da

empresa, através do atingimento das metas da equipe. O líder passa a fazer

um elo entre o sonho e a realidade profissional de cada liderado. Por outro

lado, de que maneira o líder poderia trabalhar a motivação da equipe se não

conhecesse objetivos pessoais de cada integrante? O que ele pode dizer de

consistente para que as pessoas se sentissem impelidas a lutar pelos objetivos

da empresa?

70

Como fazer esse elo quando as pessoas da equipe têm ambições muito

diferentes?

O líder só consegue ter uma equipe focada se for capaz de associar as

diferentes ambições pessoais em torno das metas da empresa. Agora, é

preciso ressaltar um fato curioso: na maioria das vezes, o ser humano não tem

um sonho.

Não?

Não. Quando você pergunta qual é o sonho de uma determinada pessoa, a

resposta geralmente gira em torno de coisas muito simplórias. Em geral, as

pessoas querem comprar um carro, construir uma casa, viajar, etc. São sonhos

pouco desafiadores. Hoje, muitas pessoas conseguem comprar uma casa sem

muito esforço. O líder precisa trabalhar isso. Tem de influenciar o liderado para

que ele desenvolva novos sonhos, novos objetivos pessoais. Só assim a

pessoa começará a ter motivações permanentes.