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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA TECNOLOGIA APLICADA A SAUDE Por: Thais da Silva Gomes Orientador Prof. William Rocha Rio de Janeiro 2014 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS … · Nas últimas décadas têm ocorrido um processo de transformação e de ... e somente a partir dos anos 90 é que surgiu a ... Marin (2010)

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

TECNOLOGIA APLICADA A SAUDE

Por: Thais da Silva Gomes

Orientador

Prof. William Rocha

Rio de Janeiro

2014

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

TECNOLOGIA APLICADA A SAUDE

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em administração em saúde.

Por:. Thais da Silva Gomes

3

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, amigos e todas as

pessoas que me apoiaram nessa

caminhada.

4

DEDICATÓRIA

Aos meus pais, amigos e todas as

pessoas que me apoiaram nessa

caminhada.

5

RESUMO

A tecnologia junto a saúde, otimiza os atendimentos de uma forma

geral. Pode-se estender para área de gestão, troca de informações, processos

operacionais e também para gestão de pacientes e tratamentos.

Sabemos que o cuidado pessoal é bastante importante, porém a

tecnologia vem ajudar esse cuidado. O custo é o principal fator para barrar as

novas tecnologias, pois precisa ser avaliado antes de implantar um novo

método em um local, pois pode causar um grande impacto econômico.

Com essa pesquisa busco apresentar o que de melhor a tecnologia

pode oferecer ao paciente, seus familiares e profissionais da saúde como um

todo. Mostrar de vários ângulos como a tecnologia está inserida na área da

saúde e o que pode ser favorável . Existem diversas forma de inclusão da

tecnologia na área da saúde e de forma clara será apresentada nesta

pesquisa.

6

METODOLOGIA

A concepção deste trabalho será através da coleta de informações

obtidas pelo desenvolvimento de leituras que levam ao problema proposto,

como livros, jornais, revistas (pesquisa bibliográfica).

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - A tecnologia e seus exemplos na saúde 09

CAPÍTULO II - A tecnologia da informação na saúde 13

CAPÍTULO III – Pontos positivos e negativos da tecnologia voltada para

saúde. 18

CONCLUSÃO 24

REFERENCIA BIBLIOGRAFICA 25

8

INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas têm ocorrido um processo de transformação e de

inovação tecnológica na área da saúde. Sendo ela nas técnicas, instrumentos

e recursos para diagnósticos e terapêuticos que há alguns anos não eram

utilizados, o que tornava o processo mais lento. Com a junção de novos

conhecimentos e tecnologia ao sistema de saúde há uma grande modificação

podendo ser na na prática médica cotidiana, nos processos de diagnóstico e

de terapêutica utilizado . Esta pesquisa visa esclarecer como a tecnologia

pode ser utilizada , seus benefícios e até que ponto pode trazer alguns

malefícios.

Muito tendem a pensar apenas positivamente quando falamos de

tecnologia, porem junto a ela podemos citar o desemprego, a diminuição na

confiança do serviço médico, aumento do custo e dúvidas sobre a eficacia . E

como essa gama de tecnologia oferecida poderá ser acessível a toda a

população.

9

CAPÍTULO I

A TECNOLOGIA E SEUS EXEMPLOS NA SAÚDE

De acordo com o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora, a

tecnologia é o conjunto dos instrumentos, métodos e técnicas que permitem o

aproveitamento prático do conhecimento científico.

A norma NBR ISO 8402 define qualidade como a totalidade das características

de uma entidade que lhe confere a capacidade de satisfazer as necessidades

explicitas e implícitas. Identifica a satisfação do cliente em duas perspectivas:

externa - administrar as expectativas dos usuários - e interna – reduzir as

consequências de falhas humanas e diminuir os defeitos. Juran (1990) define

qualidade como adequação ao uso, enquanto que Crosby (1979) a considera

como em conformidade com requisitos.

Nas últimas cinco décadas o acirrado desenvolvimento biotecnológico vem

acontecendo numa “velocidade avassaladora que mal conseguimos

acompanhá-lo e fazermos uma reflexão profunda dos significados e da

importância das várias consequências advindas desse crescente processo

de evolução” (MAFTUM et al, 2004, p.116).

Com o surgimento de novas tecnologias na área da informática e com o seu

contínuo avanço tecnológico nos dias de hoje, revela-se que a Tecnologia da

Informação (TI) para as organizações, em âmbito geral, se tornou um dos

recursos mais importantes na operacionalização dos processos de negócio,

possibilitando um controle mais ágil, efetivo e eficiente das informações, e

disponibilizando o acesso a qualquer momento e em qualquer lugar

(O’BRIEN,2004).

Historicamente no contexto das instituições da área da saúde, os recursos de

TI em seu início foram utilizados para atender funções administrativas

independentes, depois foram sendo incorporadas aos sistemas

funcionalidades operacionais ligadas à admissão, processo de transferência e

alta, solicitações de exames, e as informações clínicas eram registradas

10

através de impressos manuais anexados ao prontuário do paciente (GODOY et

al., 2012).

A Revolução Industrial e a Segunda Guerra Mundial proporcionaram a união

da ciência com a tecnologia, passando a utilização dos equipamentos mais

simples aos sofisticados.. A indústria de tecnologias na área médica se tornou

bastante ampla e em tempos modernos está cada vez mais ligada a nós. No

campo da saúde a introdução de instrumentos para o ato cirúrgico e o

surgimento de equipamentos diagnósticos foram os movimentos mais

evidentes da tecnologização da terapêutica. São imensuráveis as mudanças

que a tecnologia trouxe para a área médica. Diversos equipamentos, como

máquinas de última geração para realizar exames e diagnósticos precisos,

limpeza de instrumentos hospitalares, organização das informaçõesR

No Vocabulário Técnico e Crítico da Filosofia, de Lalande (1993), tecnologia é

o termo que, por metonímia, vem frequentemente substituir o termo técnica, o

qual designa o "conjunto dos procedimentos bem definidos e transmissíveis,

destinados a produzir certos resultados considerados úteis... São tradições que

se legam de geração em geração, pelo ensino individual, pela aprendizagem,

pela transmissão oral dos segredos de ofício e de processos" (Lalande, 1993,

p.1109).

São vistos atualmente até robôs servindo de instrumentos para cirurgiões e

máquinas de alta precisão que permitem visualizar o interior do corpo humano

com nitidez e segurança, contribuindo para o diagnóstico precoce e o

tratamento de diversas doenças. Podemos citar os mais conhecidos na área

médica: Aparelhos de pressão, aquecedores, aspiradores, bombas de infusão,

central de ar medicinal, desfibrilador, nebulizadores, máquinas para

ressonância magnética, tomógrafos... Além da tecnologia acima temos o

trabalho de prevenção o que diminui o risco de doenças futuras.

Segundo a ANS (agência nacional de saúde), é definido como programa para

promoção da saúde e prevenção de riscos e doenças aquele que contém um

conjunto orientado de estratégias e ações programáticas integradas que

objetivam: a promoção da saúde; a prevenção de riscos, agravos e doenças; a

11

compressão da morbidade; a redução dos anos perdidos por incapacidade e o

aumento da qualidade de vida dos indivíduos e populações.

Segundo Gonçalves e Aché (1999), uma instituição hospitalar possui

características muito peculiares que devem ser tratadas com muito

profissionalismo, e administradas com âmbito empresarial. É um complexo que

possui elevado dinamismo operacional nos seus processos, que apresenta

diversas áreas distintas possuindo características muito específicas e

independentes, com recursos humanos e procedimentos muito diversificados,

como: lavanderia, alimentação, engenharia, hotelaria e suprimentos, que

interagem com as áreas de assistência ao paciente promovendo a sua

recuperação.

Visando apoiar o dinamismo operacional de seus processos, acompanhar o

avanço tecnológico, e tratar questões como: concorrência de mercado, o

cumprimento de aspectos legais, a exigência na qualidade na prestação dos

serviços, e a geração de informações de forma eficiente e segura subsidiando

a tomada de decisão (GONÇALVES, 2006).

Para atender a todas estas questões se faz necessária à construção e

manutenção de toda uma infraestrutura de TI, com equipamentos, sistemas de

informação, banco de dados, estrutura de rede, internet, e outros recursos que

exigem altos investimentos, pessoal capacitado, flexibilidade, disponibilidade, e

uma gestão eficiente (MANSUR, 2009).

E ainda, Fernandes e Abreu (2008) salientam a importância de se observar o

quanto os processos administrativos e gerenciais das empresas estão

dependentes dos recursos de infraestrutura da TI, demonstrando que quanto

maior for esta dependência maior será o papel estratégico da TI.

Desta forma não só dentro de um ambiente hospitalar podemos encontrar a

tecnologia favorecendo a saúde. Hoje em dia as pessoas buscam na internet

informações sobre as doenças de uma forma rápida e ainda favorece a troca

de informação com alguém que já teve ou tem a doença procurada, porém

deve-se ter cautela se tratando de internet para todos os temas relacionados a

doenças.

12

A internet, quando bem utilizada, é uma ótima ferramenta de informação sobre

a doença e seus tratamentos. E também pode ser um meio de comunicação

bem importante entre o médico e seu paciente. Porem, quando mal utilizada,

pode confundir o paciente e gerar diversas dúvidas desnecessárias.

Atualmente temos a tecnologia está ao nosso lado, nos lembrando diversas

vezes ao dia a hora que devemos tomar um remédio controlado ou a hora

certa para ingestão de água e alimentos. Além de calcular a hora correta

podem nos dizer também qual o alimento correto e o consumo calórico,

monitoramento do sono, incentivo a prática de exercícios...

Cavalcante, Silva e Ferreira (2011) complementam que os Sistemas e

Informação eram para atender controle de folha de pagamento, inventário e

estatísticas médicas, e somente a partir dos anos 90 é que surgiu a

implantação de sistemas de informação para atender a área assistencial.

Marin (2010) ainda revela que os Sistemas de Informação em Saúde

promovem a geração da informação de forma ágil e segura aos diversos

profissionais, facilitando a tomada de decisão, e atendendo a necessidade de

informações dos pacientes da organização, possibilitam ainda a troca de

informações com as organizações parceiras localizadas a distância através dos

meios digitais e melhoram a qualidade assistencial.

A Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, realizada em Ottawa,

no Canadá, em 1986 diz que para atingir um estado de completo bem-estar

físico, mental e social, os indivíduos e grupos devem saber identificar

aspirações, satisfazer necessidades e modificar favoravelmente o ambiente

natural, político e social. A saúde é, portanto, um conceito positivo, que

enfatiza os recursos sociais e pessoais, bem como as capacidades físicas.

Assim, não é responsabilidade exclusiva do setor saúde e vai além de um

estilo de vida saudável, na direção de um bem-estar global.

No âmbito do cuidar, as tecnologias buscam contribuir para um atendimento

aperfeiçoado, planejado e eficaz. E está ligada diretamente no processo de

promoção da saúde, diagnostico, tratamento, tratamento de sequelas.

13

Na promoção a saúde podemos destacar a tecnologia em academias sendo

elas particulares, praças públicas, praiasR Os aparelhos utilizados em

academias, exames diagnósticos estão cada vez mais modernos, fazendo

assim com que o profissional da saúde consiga com maior precisão

diagnosticar uma doença ou o risco para adquiri-la num futuro próximo ou

distante.

Não se trata da tecnologia apenas no processo físico. Ela está cada vez mais

presente no processo mental e social, uma vez que podemos fazer uma

conversa por vídeo, como exemplo. Uma pessoa que passa grande parte de

sua vida em um leito hospitalar sem poder interagir com o meio social, essa

tecnologia ajuda a incluí-la, pois ela poderá manter contato com pessoas que

não podem estar perto ou presentes, familiares. Desta forma ajuda na

prevenção de uma possível doença mental, como a depressão por estar

isolado de todos, não tendo uma vida “normal”.

Hoje em dia, podemos contar com a tecnologia da informação que chegou

para melhorar e modificar o que era lento e tornava o processo difícil.

14

CAPITULO ll

A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA SAÚDE

Primeiramente O termo “Tecnologia da Informação” serve para designar o

conjunto de recursos tecnológicos e computacionais para a geração e uso da

informação. A TI está fundamentada nos seguintes componentes (Rezende,

2000):

• hardware e seus dispositivos e periféricos;

• software e seus recursos;

• sistemas de telecomunicações;

• gestão de dados e informações.

Segundo BEAL, Adriana (2000) O principal benefício que a tecnologia da

informação traz para as organizações é a capacidade de melhorar a qualidade

e a disponibilidade de informações e conhecimentos importantes para a

empresa, seus clientes e fornecedores. Os sistemas de informação mais

modernos oferecem às empresas oportunidades sempre cedentes para a

melhoria dos processos internos e dos serviços prestados ao consumidor final.

Estudando qualidade no contexto de documento, Suganuma (2005) identifica

que é possível distinguir duas dimensões da qualidade da informação: do

usuário e do documento. Identifica ainda um terceiro elemento que adquire

existência na correlação usuário documento. Segundo a autora, a qualidade da

informação pode ser caracterizada por um conjunto de relações que

expressam propriedades essenciais e propriedades contextuais.....

Propriedades essenciais são aquelas que estão presentes no conceito de

qualidade da informação, independente do contexto do documento. São

denominadas invariantes. A qualidade da informação é a diferença entre o

valor atribuído pelo usuário às propriedades presentes na informação e o

padrão de qualidade desejável. A partir dessa definição, as propriedades

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essenciais da qualidade da informação são eficácia, accuracy, completude ou

completeza, consistência, relevância, autoridade cognitiva e credibilidade

Propriedades contextuais são aquelas vinculadas ao contexto do documento, e

demarcam propriedades peculiares à área de conhecimento e ambiente em

que se encontram. Tais propriedades são originadas de especificidades do

contexto, as quais somente podem ser identificadas a partir de considerações

dependentes desse seu contexto particular

Os conceitos de eficiência e de eficácia são muito úteis para a compreensão

do papel da TI nas organizações (LAURINDO, 1995 e MAGGIOLINI, 1981).

De maneira geral, eficiência significa fazer bem as coisas, enquanto que

eficácia significa fazer as coisas certas. A eficiência está associada

ao uso dos recursos, enquanto a eficácia está associada com a satisfação de

metas, objetivos e requisitos. Eficiência está relacionada com aspectos

internos à atividade de TI e a adequada utilização dos recursos, enquanto que

a eficácia confronta os resultados das aplicações de TI com os resultados no

negócio da empresa e os possíveis impactos na sua operação e estrutura.

Junto a evolução dos novos tratamentos de saúde que surgem no mundo, e

proporcionam mais eficiência e eficacia nos serviços prestados aos pacientes,

a tecnologia da informação está agregando cada vez mais a essa evolução.

A TI pode transformar o tratamento proporcionando uma maior rapidez no

atendimento com menor incidência de erros médicos.

Rohr e Corrêa (1998) propõem três estratégias básicas, que devem ser

sistematicamente exploradas, para que as empresas possam competir em

tempo:

1-Eliminação das atividades que não adicionam valor;

2-Melhor coordenação entre as atividades (integração);

3-Redução no tempo das atividades que adicionam valor;

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Hoje em dia as instituições têm consciência que o bom tratamento não se

restringe apenas a um bom médico e um bom hospital.

A TI para a saúde não fica restrita a registros apenas.

Ela pode gerar dados analíticos e inovações nos processos desde o

recebimento da pessoa na unidade até sua alta e até sua evolução em

domicílio. Pois pode proporcionar um acesso rápido as informações totais do

paciente e seu caso on-line. Podendo assim gerenciar cuidados dentro e fora

de uma unidade hospitalar. Podemos citar algumas vantagens com o uso da

TI.

• Nos dias de hoje o monitoramento remoto e videoconferência, permitem

o acompanhamento do paciente sem qualquer contato ou necessidade

da presença do paciente. Basta ter acesso à internet.

• Uso da TI na emergência favorece o acesso as informações dos

pacientes em tempo real. Assim aumentando as chances de cura e

diminuindo o risco de morte. Uma vez que se trata de um setor onde

segundos podem determinar a vida ou a morte.

• Acompanhamentos em saúde coletiva, onde o profissional vai até uma

comunidade e lá avalia e acompanha a família. Com a TI é possível

arquivar todo o acompanhamento dessa família sem a necessidade de

papeis e arquivamentos físicos.

• Acessoas as doenças base, alergias, contraindicações, histórico

familiar, medicamentos usados, possíveis doenças a adquirir de acordo

com o perfil do paciente.

• Autonomia que o paciente e sua família no planejamento do tratamento.

Pois possibilita acesso às informações médicas, possibilitando a melhor

forma do tratamento.

17

• As pesquisas voltadas para a área da saúde também tiram proveito da

tecnologia. Como ocorre a digitalização das informações dos pacientes,

gráficos dos dados ajudam a melhoria da análise dos tratamentos e

medicações.

• Facilidade para almoxarifados, que podem facilmente acessar dados

sobre materiais e equipamentos que precisam ser comprados ou

alugados de acordo com a necessidade. Além de acompanhar o

material mais utilizado e menos utilizado. O material que fica mais

tempo em estoque podendo gerar perda pela validade e aumentar o

custo...

• Assim como o almoxarifado as farmácias dos hospitais precisam se

programar de forma a diminuir os custos e se manter atualizadas. Com

o uso da TI, podem antecipar a compra diminuindo o custo elevado e

riscos a saúde do paciente por não ter um medicamento. Além de

facilmente identificar um medicamento, posologia, ação, substâncias

componentes da fórmula...

• A TI também pode ser utilizada no serviço de epidemiologia de um

hospital, região e pessoas do local onde o hospital oferece tratamento,

doença que mais causa mortes na região, ações que mais deram

resultados...

Com o uso da TI torna-se mais fácil a implementação de qualquer projeto

dentro do âmbito hospitalar. Sabemos que com a descoberta e evolução de

algumas doenças, sem a tecnologia seria muito mais difícil chegar até a cura.

English (2001), baseado nos princípios da qualidade de Denning, Ishikawa,

Juran, Crosby e outros autores que implementaram modelos de qualidade na

era Industrial, sugere que alguns desses princípios possam ser aplicados

diretamente na melhoria da qualidade da informação. São analisadas algumas

18

características da qualidade da informação como completeza, accuracy,

atualização e os seus respectivos benefícios com relação ao atendimento das

expectativas e necessidades do cliente, tais como confiabilidade, efetividade,

eficiência, entre outros

19

CAPITULO lll

PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOS DA TECNOLOGIA VOLTADA PARA

SAUDE.

A falta de qualidade da informação em uma organização pode proporcionar

impactos sociais e no negócio, devendo ser diagnosticada, e esforços devem

ser implementados para sua solução. Informações com múltiplas origens,

utilização de julgamentos subjetivos, sistemáticos erros na produção da

informação, além do seu armazenamento em grande quantidade são alguns

dos fatores que influenciam a qualidade da informação (Strong; Lee; Wang,

1997).

A escolha e a adoção de tecnologias não é algo isolado, tem a ver com a

ordem política, econômica e social e, na soleira de um novo século, essa

escolha e adoção têm indícios de mutação, fazendo brotar uma renovação de

valores humanos fundamentais (DIAS et al, 1996).

Entretanto, Cavalcante et al. (2012) ressalta dificuldades no uso dos recursos

da TI com relação à aplicação de Sistemas de Informação Hospitalar (SIH)

apresentando problemas técnicos e operacionais, refletindo em insegurança,

descrédito, diminuição da produtividade, e prejudicando a gestão e a tomada

de decisão. Desta forma, pontua a necessidade de uma ação conjunta entre TI

e os usuários da tecnologia.

Cavalcante, Silva e Ferreira (2011), revelam que a TI enfrenta desafios como:

resistência dos usuários em relação a mudanças na forma de trabalho,

fragilidade na segurança dos dados por falta de dispositivos de acesso restrito

ao perfil, grande volume de dados presenciados em vários 29 módulos do

sistema gerando, muitas vezes, duvidas por parte dos usuários, e resistência

ao uso da própria tecnologia.

Uma vez que, todos os progressos tecnológicos foram possíveis através do

homem e para ele, mas em virtude deles, o homem também passou por

20

profundas modificações em suas condutas, sua maneira de pensar e até

mesmo suas crenças, deixando por vezes de “enxergar” o ser humano como

um todo, com aspectos humanos, éticos e religiosos, dando mais importância à

máquina do que ao próprio homem (LOPES et al, 1998). Seguindo essa linha

de pensamento, CORREA (1998) relata que a relação com a máquina pode

mecanizar o cuidar, a ponto do paciente tornar-se aparato tecnológico, não se

percebendo até onde vai a máquina e tem início o ser humano.

Alguns questionamentos são levantados por SILVA (2000): onde termina, hoje,

o humano do corpo e começa a máquina? Ou, talvez, fosse melhor inverter a

pergunta, sobretudo na área da saúde, onde termina a máquina e começa o

humano? Ou, será, que ainda se pode cuidar do humano sem a interposição

da máquina? Se desconectar das máquinas e equipamentos e deixar de

implementar a multiplicidade de procedimentos e técnicas tecnologicamente

fundamentadas que povoam e configuram os ambientes de trabalho, ainda se

pode ser uma enfermeira que promove cuidados?

BEDIN et al (2005) relata que o avanço científico, tecnológico e a

modernização de procedimentos, vinculados à necessidade de se estabelecer

controle, o enfermeiro passou a assumir cada vez mais encargos

administrativos, afastando - se gradualmente do cuidado ao paciente, surgindo

com isso a necessidade de resgatar os valores humanísticos da assistência de

Enfermagem.

O desenvolvimento e a evolução tecnológica repercutiram na Enfermagem de

duas formas: a primeira foi com a mudança do tipo e da intensidade do

cuidado de Enfermagem, e a segunda foi sobre o provimento do desse cuidado

e sobre aqueles que o prestavam, já que papéis, valores e padrões de trabalho

foram influenciados pelos níveis de tecnologia que estão em constante

mutação (PILLAR, 1994).

Os estudos mostraram que o processo de inovação tecnológica é significativo

no setor saúde e que há relação entre este e as cargas de trabalho dos

21

profissionais da área, apesar de nenhum dos trabalhos ter estudado isso de

forma direta. Verificou-se que os novos modos de organização da assistência

em saúde influenciam a satisfação e as cargas de trabalho.

Nos dias atuais caracterizam-se por profundas e constantes mudanças, onde é

crescente e cada vez mais acelerada a inovação tecnológica, colocando à

disposição dos profissionais e usuários, os mais diversos tipos de tecnologia,

tais como: tecnologias educacionais, tecnologias gerenciais e tecnologias

assistenciais. Vivemos numa era tecnológica onde muitas vezes a concepção

do termo tecnologia tem sido utilizada de forma enfática, incisiva e

determinante, porém equivocada na nossa prática diária, uma vez que tem sido

concebida, corriqueiramente, somente como um produto ou equipamento. A

temática tecnologia não deve ser tratada através de uma concepção

reducionista ou simplista, associada somente às máquinas. Entendemos que a

tecnologia compreende certos saberes constituídos para a geração e utilização

de produtos e para organizar as relações humanas (MEHRY E et al, 1997).

As tecnologias na área da saúde foram agrupadas por MEHRY et al (1997)

em três categorias a saber:

a) Tecnologia dura: representada pelo material concreto como equipamentos,

mobiliário tipo permanente ou de consumo;

b) Tecnologia leve-dura: incluindo os saberes estruturados representados

pelas disciplinas que operam em saúde, a exemplo da clínica médica,

odontológica, epidemiológica, entre outras e;

c) Tecnologia leve: que se expressa como o processo de produção da

comunicação, das relações, de vínculos que conduzem ao encontro do usuário

com necessidades de ações de saúde.

Acreditamos que as três categorias delineadas estão estreitamente interligadas

e presentes no agir da Enfermagem, embora nem sempre de modo

22

transparente. O limite entre a ciência e a tecnologia não é claramente definido,

pois não podemos imaginar a ciência sem a sua técnica; e como a ciência é

incapaz de lidar com questões e valores, nos diz o que pode ser feito, mas não

o que deveria ser feito (MARSDEN, 1991).

Segundo NIETSCHE (2000), a ciência e a tecnologia são valores, muito mais

que coisas ou artefatos, ou mesmo saberes. É tudo isso em

complementaridade com o mundo vital, num movimento que só pode adquirir

significado na sua dimensão ética e política. A tecnologia, exatamente porque

passa a ser entendida como sendo uma dimensão ou um desdobramento

dessa racionalidade científica, a quem se vem também atribuindo uma gama

de “erros” do tratar e do cuidar, começa a ser representada como força

desumanizante tanto para cuidadores e cuidadoras quanto dos seres humanos

que demandam cuidados (MEYER, 2002).

Compartilhando das idéias de BARNARD & SANDELOWSKI (2001), quando

referem que o que determina se a tecnologia desumaniza, despersonaliza ou

objetifica não é a tecnologia propriamente dita, mas sim como as tecnologias

individuais operam em contextos específicos do usuário, os significados

atribuídos a ela, como qualquer indivíduo ou grupo cultural define o que é

humano e o potencial de técnica em enfatizar a eficiência e ordem racional

Sendo o hospital um local repleto de equipamentos de alta tecnologia, não é

raro defrontar com excelentes técnicos, conhecedores exímios de aparelhos

que eles manipulam com maestria, mas parecendo calouros na arte de

confortar, de ir ao encontro das pessoas sofredoras que perdem sua

identidade e são identificadas friamente como um caso ou como um número

(HAYASHI & GISI, 2000).

O que observamos atualmente é que os profissionais de Enfermagem sabem

muito sobre a máquina e pouco ou quase nada sobre a pessoa que estão

cuidando; o paciente hoje não é sujeito, mas objeto e “recipiente” de

determinações ou cuidados de Enfermagem (SILVA, 2000). Com o avanço

23

científico, tecnológico e a modernização de procedimentos vinculados à

necessidade de estabelecer mais controle, o enfermeiro passou a assumir

cada vez mais encargos administrativos, afastando-se gradativamente, do

cuidado ao paciente, que passou a ser praticado, prioritariamente, pelas

demais categorias da Enfermagem (TANJI & NOVAKOSKI, 2000).

Nesses casos, segundo CORREA (1998) a relação com o paciente poderia

deixar de ser tão verticalizada, despersonalizada e tão concentrada no saber

científico, no uso do aparato tecnológico disponível e no cumprimento de

rotinas.

Segundo BASTOS (2002), essa tecnologia, cada vez mais utilizada na

assistência ao paciente , tem influenciado não só o significado do trabalho dos

profissionais de saúde, como também é encarada como a solução para todos

os problemas do paciente. “A visão tecnicista leva à inversão de valores,

preocupação excessiva com a máquina e pouca preocupação com o ser

humano internado” (BETTINELLI, 1998, p.15).

Vale ressaltar que com todo este contexto mecanicista que foi se

desenvolvendo, o Ministério da Saúde criou, em 2001, o Programa Nacional de

Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH), com simples objetivo de

humanizar a assistência prestada aos pacientes atendidos em hospitais

públicos. Em 2003, torna-se uma Política Nacional de Humanização, ou

Humaniza-SUS, abrangendo a saúde como um todo.

24

CONCLUSÃO

A tecnologia, pode e traz diversos benefícios, isso acredito que muitos não

tenham dúvidas. Porem é necessário que o profissional da área da saúde

(Sendo ele médico, enfermeiro, técnico de enfermagem, fisioterapeuta,

nutricionista e demais membros da equipe) tenham em mente que muito além

da tecnologia, o paciente precisa do cuidado, olho clínico, atenção, paciência..

Outro ponto importante é o fato de que o profissional de saúde precisa estar

sempre se atualizando, pois com o uso da tecnologia o aprimoramento técnico

específico da profissão tornou-se secundário. Conclui-se que independente do

tipo de tecnologia utilizada sempre será necessário observar além do físico o

psicológico. E na maioria das vezes somente um olhar holístico pode e

consegue enxergar isso.

É necessário que o profissional da saúde pense sempre no cuidado com um

todo para que a questão levantada por SILVA (2000) citada acima não paire no

ambiente que deveria ser humanizado.

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