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i UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO “A VEZ DO MESTRE” DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NOS PORTADORES DE SÍNDROME DE DOWN CARLA REGINA DOS SANTOS SIMÕES ORIENTADORA: PROF ª. Ms. FABIANE MUNIZ DA SILVA RIO DE JANEIRO MARÇO/2003

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

PROJETO “A VEZ DO MESTRE”

DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NOS

PORTADORES DE SÍNDROME DE DOWN

CARLA REGINA DOS SANTOS SIMÕES

ORIENTADORA: PROF ª. Ms. FABIANE MUNIZ DA SILVA

RIO DE JANEIRO MARÇO/2003

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

PROJETO “A VEZ DO MESTRE”

Trabalho monográfico apresentado como requisitoparcial para obtenção do Grau de Especialista emPsicopedagogia.

RIO DE JANEIRO MARÇO/2003

DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NOS

PORTADORES DE SÍNDROME DE DOWN

CARLA REGINA DOS SANTOS SIMÕES

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AGRADECIMENTO

Agradeço a Deus, a minha filha Daniella e aos meusamigos do curso de Psicopedagogia que tantocontribuíram para a execução deste trabalho.

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O presente trabalho é dedicado a minha mãe e a todos que por algum momento estiveram ao meu lado e que me desejavam o bem e, que embora nemprimeiro momento imperceptível, contribuíram nãosó para a realização da monografia como para aminha formação pessoal e profissional.

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RESUMO

Durante a última década, ocorreram .progressos significativos no campo da

Síndrome de Down. Os avanços científicos tanto nas ciências biomédicas quanto nas

comportamentais, além de mudanças de atitude na sociedade.

O objetivo deste trabalho é fornecer informações recentes, que devem enaltecer

a qualidade de vida em todos seus aspectos para pessoas portadoras de Síndrome de Down.

Além de discutir os aspetos gerais da Síndrome de Down, retrata de forma

precisa e positiva o portador da síndrome, desde seus nascimento até a idade adulta.

Evidentemente, não pode sugerir um tratamento enciclopédico de cada aspecto da vida

destes indivíduos. Ao contrario, sublinhando os mais importantes estágios de

desenvolvimento e enfatizando as realizações do passado e presente, em preparação para

os desafios do futuro.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 01

CAPÍTULO I

Características Gerais da Avaliação 02

1.1. O Que é Síndrome de Down? 03

1.2. Características Gerais 04

1.3. Como Ocorre a Síndrome de Down 05

1.4. Quais os Tipos Esxistentes 06

1.4.1. Mosaicismo 06

1.4.2. Translocação 06

1.5. Como Identificar o Portador da Síndrome de Down 07

1.6. Principais Causas de Morte 09

CAPÍTULO II

Problemática da Deficiência 10

2.1. Sua Prevenção e Identificação 11

2.2. Aprendizagem e Deficiência Mental: Condições e Modelos 13

2.3. Currículos e Programas de Intervenção Psicológica 13

CAPÍTULO III

Questões Médicas 14

3.1. Problemas da Infância 17

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3.2. Adolescência e Vida Adulta 23

CAPÍTULO IV

Expectativas de Desenvolvimento: Visão Panorâmica 26

CAPÍTULO V

A Educação da Criança e do Adolescente 34

5.1. O Porquê da Educação? 35

5.2. A Necessidade de Integração 36

5.3. O Currículo 38

5.4. Currículo da Escola de Primeiro Grau 42

5.5. Currículo da Escola de segundo Grau 48

CONCLUSÃO 49

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 51

FOLHA DE AVALIAÇÃO 52

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INTRODUÇÃO

A escolha do tema Dificuldades na Aprendizagem nos portadores de Síndrome

de Down visa buscar uma pesquisa séria e principalmente levar esse tema de forma clara e

bonita, algo que fizesse melhor entender e conhecer o que é realmente a Síndrome de

Down, mostrando com as dificuldades de aprendizagem dos portadores de Síndrome de

Down em classes especiais em escolas públicas, como é, o que é, quantos conseguiram

chegar a um nível mais elevado, quantos não conseguiram alcançar a integração social.

Mostrar a esses seres especiais (como alguém único) que só acontece uma vez

com o objetivo de nos fazer crescer. Desmisticando o que se criou em torno da criança

Down, de que era um doente, e incapaz de se relacionar socialmente.

O objetivo geral é reconhecer e entender a Síndrome de Down, é o especifico e

entrar no mundo dos portadores, analisando seu comportamento e suas atitudes positivas

ou negativas.

A solução é que esta geração de adolescentes Down que ai está, faz parte que a

estimulação precoce e a competência dos profissionais que implantaram e dos pais que não

tiveram medo, nem mediram esforços para proporcionar aos seus filhos especiais, uma

melhor qualidade de vida.

Ajudando a entender e aceitar as diferenças de seus filhos com necessidades

especiais.

Como uma população (faixa etária dos 5 a 30 anos). Essa pesquisa vai ser de

forma bibliográfica. Com visitas e estágio em instituições que lidam com excepcionais e

em escolas com classes especiais.

É importante lembrar que para ter educação e dar educação é preciso antes de

tudo ser saudável, mesmo que nossas bases sejam imperfeitas.

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CAPÍTULO I

CARACTERÍSTICAS GERAIS DA

AVALIAÇÃO

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1.1. O QUE É SÍNDROME DE DOWN?

A Síndrome de Down, conhecida como Mongolismo ou Trissomia 21, é uma

síndrome pertencentes ao grupo da encefalopatias não progressivas, ou seja, com o passar

do tempo não apresenta acentuação da lentidão do desenvolvimento e nem observa-se

agravamento do seu quadro. Trata-se geneticamente de uma encefalopatia, pois ela se

localiza na região do cérebro.

O portador da Síndrome de Down apresenta uma tendência para a melhora. Isto

se dá, pois, o sistema nervoso central prossegue seu amadurecimento com o passar do

tempo, porém o problema reside no fato de que este amadurecimento se dá de maneira

mais lenta que o observado em crianças normais. Por exemplo, bebê portador da Síndrome,

conta com a ausência de tonicidade muscular, tem a musculatura flácida: e o que

chamamos de hipotonia, que é a conseqüência da pouca atividade.

Está hipotonia, porém diminuirá com o tempo e esta criança alcançará, embora

tardiamente, as diversas etapas do desenvolvimento; sustentar a cabeça virar-se na cama,

engatinhar, sentar, andar e falar.

O nome Mongolismo citado anteriormente foi usado como nomenclatura, pois

observaram que as características do portador desta síndrome eram semelhantes ao aspecto

das pessoas da raça mongólica.

Porém é importante frisar que o nome correto é Síndrome de Down, onde a

palavra síndrome significa um conjunto de características que de alguma forma que

prejudica o desenvolvimento da pessoa, neste caso, tanto das funções motoras do corpo

como das funções mentais.

Down é o sobrenome do médico que descreveu esta Síndrome. Sabendo-se que

a Síndrome de Down é conhecida desde a mais remota antigüidade e que foi o Dr. John

Langdon Down o primeiro a descrevê-la em 1866.

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1.2. CARACTERÍSTICAS GERAIS

A Síndrome de Down não ocorre relacionada especificamente com nenhum

fator. Ela pode ocorrer em pessoas com baixo ou alto poder aquisitivo e social, pois se trata

de uma encefalopatia de origem genética ocorrendo, portanto em todos os grupos raciais e

em diferentes regiões.

A Síndrome de Down apresenta uma referência média de um portador a cada

seiscentos bebês nascidos. No Brasil, estima-se que há mais de cem mil portadores da

Síndrome de Down, considerando-se adultos e crianças numa estimativa através de

pesquisa realizada em 1989, o que significa que hoje, este número pode sem dúvida ser

muito maior.

A ocorrência da doença, no entanto, está relacionada com a idade materna. Não

se trata de uma doença contagiosa. Ela não é causada por nenhum microorganismo, pois é

resultado de uma alteração genética, se manifestando desde o inicio do desenvolvimento

do potencial da criança portadora da Síndrome de Down até no convívio com a sociedade.

Mulheres portadoras da Síndrome podem menstruar e engravidar.

Há registros que vinte e três casos de mulheres que engravidaram, mas não por

portadores da Síndrome e sim por homens normais. Apesar de ocorrer ereção nos homens

portadores da Síndrome de Down, ela não se dá de maneira suficiente para que ocorra a

penetração.

Nesses vinte e três casos ficou constatado que a gravidez da mãe portadora da

Síndrome tem 50% de chances da criança nascer também portadora da Síndrome de Down

e terá dificuldade de cuidar adequadamente da criança.

Segundo o Dr. Eric Swet, em resultados obtidos por pesquisas que a APP

(proteína precursora da Amelóide), é encontrada no cromossomo 21.

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Por volta dos quarenta anos de idade, está proteína se apresentará em grande no

portador da Síndrome e fará desenvolver a doença de Alzheimer. Justificando desta forma,

o alto índice de mortalidade presente nesta faixa etária. Podemos entender esta

mortalidade, considerando a freqüência de seus indivíduos capazes de resistir à doença de

Alzheimer em cada mil portadores da mesma.

1.3. COMO OCORRE A SÍNDROME DE DOWN?

O nosso organismo, corpo, é formado por pequenas partículas chamadas de

células e dentro de cada uma dessas células estão presentes cromossomas.

Os cromossomas trazem a bagagem hereditária e são os responsáveis por todo

o funcionamento de um modo geral, de cada ser humano.

Desta forma, a cor dos olhos, a altura, o sexo, a inteligência e também formas e

funcionamento de cada um dos órgãos que compõem nosso corpo são cromossomos, sendo

23 originários da mãe e os outros 23 do pai, em se falando de um ser normal.

Na Síndrome de Down, ocorre uma diferença, pois no seu organismo há um

cromossomo extra. O portador contém 47 cromossomos. Este dois, justificando a

nomenclatura de Trissomia de 21, está mudança causa alterações de ordem física e mental

do portador.

A Síndrome de Down é um problema causada no período de gestação, esta

Síndrome não ocorre por problemas ocorridos na fase de gestação, como quedas, emoções

fortes ou sustos. Não há registros de nenhum medicamento que surta efeito e conseqüente

cura Síndrome de Down.]

Durante a concepção a célula reprodutiva masculina (espermatozóide) ou a

célula reprodutora feminina (óvulo), já apresentam a alteração cromossômica, ou seja, três

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cromossomos 21 que ao se fecundarem originaram um ovo que passará a ser

reproduzido, mantendo a alteração existente, mas é possível que as células da mãe estejam

normais e a criança venha a nascer portadora da Síndrome, Neste caso, em um de seus

processos de reprodução passam a adquirir a falta na distribuição cromossômica.

1.4. QUAIS OS TIPOS EXISTENTES?

1.4.1 – Mosaicismo

Ocorre geralmente na segunda e terceira divisão celular, por isso algumas

células serão normais e outras tenderão à Trissomia 21.

Algumas crianças nestas condições terão algumas células um completo

cromossomo normal Y, portanto, menos características físicas e menor desenvolvimento

mental que as crianças com Trissomia 21.

O mosaico pode ser determinado através dos estudos cromossômicos.

1.4.2. Translocação

Ocorre quando o cromossomo 21 extra se fratura e seu braço longo permanece

aderido ao extremo quebrado do outro cromossomo. A esse reordenamento chamado de

translocação.

A Trissomia por translocação é rara acontecendo numa freqüência maior entre

pais jovens, no que se aconselha a realização de uma análise cromossômica em recém

nascidos com Síndrome de Down, em mães com menos de trinta anos de idade para excluir

a possibilidade do tipo de Trissomia 21 por translocação.

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Por outro lado, a presença de translocação não leva necessariamente a um

fenotipo anormal. Se um indivíduo tem, por exemplo, uma translocação entre o

cromossomo 21 e um grupo D (número 15, por exemplo) de tal modo que o material do

braço não sateliado de cada um está presente no cromossomo translocado, este tomará o

lugar de um número 15 de um número 21.

Neste caso, o indivíduo é dito portador de translocação, mas é fenotipicamente

normal.

1.5. COMO IDENTIFICAR O PORTADOR DA

SÍNDROME DE DOWN

Como podemos observar a Síndrome de Down ocorre desde o momento da

fecundação do ovo e começa a se reproduzir.

As técnicas mais avançadas criadas pela medicina moderna, já nos permitem

identificar se a criança é ou não portadora da Síndrome.

Exames realizados durante o período da gestação dentre eles a amniscetese e a

amostra de nilo-corial, detecta algumas alterações do feto e são capazes de nos fornecer

informações sobre os cromossomos, indicando no caso da Síndrome a presença da

Trissomia 21.

Esse exame e realizado com freqüência por mulheres de mais de quarenta anos

no período pré-natal.

Principais sinais físicos dos portadores da Síndrome de Down, principalmente

nos recém nascidos são:

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a) Hipotonia: comumente é o primeiro sinal da anormalidade notado ainda no

berçário do hospital;

b) Abertura das pálpebras: inclinadas com a parte externa mais elevada;

c) Prega da pálpebra no centro interno dos olhos com os japoneses;

d) Língua protusa: para fora da boca, sem a fissura central;

e) Prega única nas palmas das mãos;

f) Baixo preso;

g) Apático com reflexos neo-natais embotadas;

h) Dificuldades respiratórias freqüentes;

i) Icterícia fisiológica prolongada;

j) Tendência à Policitemia;

k) Hérnia umbilical e esteirose duodenal;

l) Microcefalia: cabeça branquicefálica (achatamento ântero-posterior do

crânio);

m) Nariz pequeno e achatado;

n) Dentição irregular;

o) Orelhas pequenas e com dobra acentuada na parte superior;

p) Estatura a baixo da média;

q) O abdome costuma se salientar e o panículo adiposo e abundante;

r) A genitália é pouco desenvolvida;

Deficiência Mental(característica mais marcante);

30% ----------------------------------- Q.I. menor de 20

45% ----------------------------------- Q.I. entre 20 e 35

20% ----------------------------------- Q.I. entre 35 e 50

05% ----------------------------------- Q.I. entre 50 e 65

Existem métodos mais simples e fácies de se entender como é feita a

mensuração do Q.I. do portador da Síndrome de Down. Usando o método da tabela de

Gessele, é mais fácil porque ele visa o desenvolvimento psicomotor da criança Down,

cronologicamente falando.

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Dentro da área cognitiva quando a criança é avaliada, pode-se diagnosticar, por

exemplo: “no momento um paciente portador da Síndrome de Down, com 20 anos de

idade, tem o desenvolvimento mental de uma criança de 4 anos de idade”.

1.6. PRINCIPAIS CAUSAS DE MORTE

As principais causas de morte são bronco pneumonias e defeitos cardíacos

congênitos.

Suscetibilidade a infecções.

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CAPÍTULO II

PROBLEMÁTICA DA DEFICIÊNCIA

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2.1. SUA PREVENÇÃO E IDENTIFICAÇÃO

Em muitos aspectos, a problemática da deficiência reflete a maturidade

humana e cultural de uma comunidade. Há implicitamente uma relatividade cultural, que

está na base do julgamento que distingue entre “deficientes” e “não-deficientes”.

Desta base nasce a necessidade de materializar a tendência mais atual da

integração de deficiente, conferindo-lhe as mesmas condições de realização e de

aprendizagem sócio-cultural, independentemente das condições, limitações ou dificuldades

que o ser humano manifeste.

O direito à igualdade de oportunidades educacionais é o resultado de uma luta

histórica dos “militantes” dos direitos humanos, luta que implica a obrigatoriedade de o

Estado garantir gratuitamente unidades de ensino para todas as crianças (quer sejam ou não

deficientes).

O deficiente é uma pessoa com direitos. Existe, sente, pensa e cria. Tem uma

limitação corporal ou mental que pode afetar aspectos de comportamento, aspectos estes

muitas vezes atípicos, uns fortes e adaptativos, outros fracos e poucos funcionais, que lhe

dão um perfil intra-individual peculiar. Possui igualmente discrepâncias no

desenvolvimento biopsicossocial, ao mesmo tempo que aspira a uma relação de verdade e

de autenticidade e não a uma relação de coexistência conformista e irresponsável.

Em nenhuma circustância se pode privar o deficiente de uma experiência no

real, pois todas as experiências servem para aligeirar a predisposição ao isolamento. Cabe

aos pais a superação de culpabilidades biológicas e a criação de experiências de vida que

garantam a estimulação adequada e a maximização do seu ajustamento social.

Uma das situações mais críticas da vida do deficiente é a entrada na escola, isto

é, a rotura entre o envolvimento familiar e o envolvimento familiar e o envolvimento

social. Daí a importância de a entrada na escola ser prevista o mais cedo possível. Outro

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período crítico é o da adolescência, período no qual os valores sociais e as aspirações se

chocam com uma cisão da personalidade, de novo abalada e consciencializada pelo Eu do

deficiente.

Dentro destes estudos sobre a personalidade, os problemas psicológicos dos

deficientes que mais têm sido investigados envolvem:

¬ Self-Concept (autoconhecimento): Fatores de aparência corporal e

pessoal. Problemas de personalidade. Limitação da experiência e da exploração

psicomotora. Introversão da frustração, etc;

¬ Dependência Intersocial: Outros procuram ajudar, mistificando e

institucionalizando a dependência, que o deficiente procura com experiência de

vida, superar. Em nenhuma circunstância se deve valorizar a dependência ou a

noção de “enfermo permanente” (Sick-Role). A independência a todos os

níveis é um objetivo imprescindível ao deficiente.

¬ Ansiedade , depressão, intolerância, fantasia, fuga, egocentrismo, crises

de identificação etc.

As relações são recíprocas e dialéticas, daí a necessidade de uma atitude mais

aberta em relação aos deficientes – há uma limitação em alguns aspectos do

comportamento, mas há, em contrapartida condutas de ajustamento e níveis funcionais

adaptivos.

Como conduta de ajustamento e níveis funcionais adaptativos. Como

conseqüência é urgente pôr de lado os estigmas, as etiquetas os rótulos, que podem

classificar comportamentos mas nunca pessoas. Por outro lado, as culpabilizações

hereditamentos, as punições simbólicas, a caridade e a piedade não têm sentido numa

sociedade mais justa e organizada.

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2.2. APRENDIZAGEM E DEFICIÊNCIA MENTAL:

CONDIÇÕES E MODELOS

A aprendizagem é efetivamente o comportamento mais importante dos que

compreende a mudança de comportamento resultante da experiência. A aprendizagem,

grosso modo, constitui uma reposta modificada, estável, durável, interiorizadas é

consolidada no cérebro do indivíduo.

A aprendizagem põe em jogo, uma relação integrada entre o indivíduo e o seu

mundo coloca uma relação inteligível entre condições externas e condições internas,

desencadeia um processo sensório-neuropsicológico entre a situação externa e a ação

interna.

2.3. CURRÍCULOS E PROGRAMAS DE INTERVENÇÃO

PEDAGÓGICA

Educacional e socialmente é preciso acreditar nas possibilidades dos

deficientes mentais. Não os devemos excluir das ações sociais triviais. A lei não pode

perpetuar a sua situação humilhante.

Toda a criança deficiente mental pode aprender.

A aprendizagem é baseada em avaliações específicas individualizadas e em

programações curriculares na base dos princípios científico do desenvolvimento.

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CAPÍTULO III

QUESTÕES MÉDICAS

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Em décadas passadas, a maioria dos indivíduos com síndrome de Down

geralmente não recebia atendimento médico adequado. Com exceção dos serviços médicos

mais elementares, eles eram privados, muitas vezes, de muitos outros serviços médicos.

Problemas como infecções, doença cardíaca congênita, desordens glandulares

(endócrinas), déficits sensoriais e dificuldades músculo-esqueléticas raramente recebiam

tratamento apropriado. A intervenção precoce, a educação especial e os serviços

recreativos inovadores eram, muitas vezes, inexistentes. Felizmente, houve grandes

progressos nas últimas décadas nos serviços tanto de saúde como de fornecimento de

educação para pessoas com síndrome de Down.

Qualquer descrição exaustiva de todas as possíveis questões médicas

relacionadas a pessoas com síndrome de Down seria impossível dentro dos limites deste

capitulo (discussões desse tipo estão disponíveis na literatura médica). Em lugar disso,

decidi descrever os principais problemas médicos encontrados em pessoas com síndrome

de Down, começando com certa anomalias congênitas percebidas no recém-nascido, e que

exigem atenção imediata. A discussão então prossegue para as condições clínicas que

ocorrem com freqüência em indivíduos com síndrome de Down durante os anos

subseqüentes da infância, como as doenças infecciosas, aumento de absorção nutricional,

doença das gengivas, desordens convulsivas, apnéia do sono, deficiências visuais e

auditivas, problemas de tiróide e ossatura. Finalmente, este capitulo examina questões de

saúde mental observadas durante a adolescência e em pessoas mais idosas com síndrome

de Down.

Como já foi citado no capitulo anterior, pessoas com síndrome de Down

diferem muito com relação à presença e grau de seus problemas médicos. Muitos órgãos

do corpo podem estar prejudicados e pessoas com síndrome de Down apresentam mais

problemas médicos do que outros sem esta desordem cromossômica. Entretanto, a maioria

das pessoas com síndrome de Down que recebe serviços médicos e dentários adequados

terá boa saúde geral.

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¬ Anomalias Congênitas do Recém-Nascido

Várias anomalias congênitas podem ser observadas nos neonatos com

síndrome de Down, algumas da quais podem representar ameaça à vida, exigindo correção

imediata, enquanto outras só se tornarão evidentes nos dias e semanas que se seguirem ao

nascimento da criança.

¬ Cataratas Congênitas

As cataratas congênitas ocorrem em cerca de 3% dos neonatos com síndrome

de Down. Como as opacificações da catarata não permitem que a luz penetre até o fundo

do olho (retina), é importante identificar precocemente crianças com cataratas. Se a

catarata não for removida logo após o nascimento, a criança pode ficar cega. A remoção da

catarata do olho é, geralmente, uma cirurgia simples na mão de uma bom oftalmologista

pediátrico. A correção apropriada subseqüente com óculos ou lentes de contato assegurará

visão adequada.

¬ Anomalias congênitas do trato gastrointestinal

Muitas anomalias congênitas do trato gastrointestinal têm sido observadas em

recém-nascidos com síndrome de Down apresentam tais anomalias. Pode haver um

bloqueio do tubo alimentar (atresia do esôfago), uma ligação entre o tubo alimentar

(esôfago) com o tubo de ar (traquéia), um estreitamento da saída do estômago (estenose

pilórica), um bloqueio do intestino adjacente ao estomago (atresia duodenal), ausência de

certos nervos em algumas partes dos intestinos (doenças de Hirschsprung) e ausência de

abertura anal (ânus imperfurado) e outros. A maioria dessas anomalias congênitas requer

intervenção cirúrgica imediata para permitir que os nutrientes e líquidos sejam absorvidos

através dos intestinos. É claro que nenhum tipo de tratamento que poderia remediar estas

condições e que seria proporcionado sem hesitação a uma criança que não tivesse essa

desordem cromossômica deve ser negado a uma criança com síndrome de Down.

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¬ Doença congênita do coração

Como foi assinalado anteriormente neste livro, a doença cardíaca congênita é

observada em aproximadamente 40% das crianças com síndrome de Down. O problema

mais comum está relacionado com a parte central do coração, onde orifícios nas paredes

entre as câmaras e o desenvolvimento anormal das válvulas cardíacas podem estar

presentes. Esta condição é geralmente denominada defeito do endocárdio ou canal

atrioventricular. Outras anomalias congênitas do coração também podem estar presentes,

tais como um defeito septo ventricular, defeito septo atrial e tetralogia de Fallot entre

outros. É importante detectar problemas cardíacos na primeira infância, porque muitas

crianças com doença cardíaca severa podem desenvolver parada cardíaca, podem

estacionar no seu desenvolvimento e/ou podem adquirir aumento de pressão nos vasos dos

pulmões. Portanto, um recém-nascido com síndrome de Down deve ser submetido a um

eletrocardiograma, um raio X do tórax e, quando indicado, um ecocardiograma (ondas

sonoras são enviadas ao coração e os ecos refletidos são registrados, mostrando os detalhes

anatômicos do coração) e passa por uma consulta com um cardiologista pediátrico.

O manejo médico apropriado deve incluir a administração de certos

medicamentos, tais como digitais e diuréticos, se necessário. É importante que o pronto

reparo cirúrgico do coração seja realizado no momento mais favorável da vida da criança.

Tal cirurgia acarretará uma melhoria significativa na qualidade de vida da criança.

3.1. PROBLEMAS DA INFÂNCIA

¬ Infecções

Alguns relados da literatura indicam que crianças com síndrome de Down

apresentam freqüentes infecções respiratórias na primeira infância e que tais infecções são

encontradas com maior freqüência entre aquelas crianças que também têm doenças

cardíaca congênita. Além disso, infecções de ouvido são comuns em crianças com

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síndrome de Down. Alguns adolescentes têm infecções de pele recorrentes, localizadas

principalmente nas coxas e nádegas.

Pergunta-se se crianças com síndrome de Down têm proteção e resistência

apropriadas contra as infecções. Embora não haja defeitos sérios do sistema imunológico

em crianças com síndrome de Down, várias mudanças sutis existem nos mecanismos de

defesa de seus corpos. Os investigadores têm relatado que essas crianças muitas vezes têm

menor número de células sanguíneas (linfócitos específicos), que são importantes na defesa

geral do corpo. Também foram encontradas anormalidades na função de algumas dessas

células (linfócitosB e T) em crianças com síndrome de Down.

¬ Aspectos nutricionais

Durante a primeira infância, observa-se, em algumas crianças com síndrome de

Down, problemas de alimentação e aumento de peso abaixo do esperado, principalmente

nos casos que têm doenças cardíaca congênita severa. As crianças podem comer mal e não

se desenvolver conforme o esperado. Entretanto, assim que o defeito cardíaco congênito

for reparado, as crianças com síndrome de Down começam a ganhar peso adequadamente.

Na adolescência e em pessoas mais velhas com síndrome de Down, é muitas

vezes percebido um incremento no aumento de peso. Isto se deve, provavelmente, a

diminuição da atividade física e aumento de consumo alimentar. Entretanto, algumas

crianças com síndrome de Down apresentam aumento de peso mesmo com consumo

calórico normal. É importante que crianças com síndrome de Down façam uma dieta

adequada, a partir da primeira infância, para evitar o excesso de peso. Hábitos alimentares

apropriados, uma dieta balanceada, evitando-se alimentos de valor calórico alto e exercício

físico regular são fundamentais para quaisquer crianças, inclusive aquelas com síndrome

de Down.

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¬ Doenças da gengivas

Embora em crianças com síndrome de Down sejam observados o atraso da

erupção dos dentes, anormalidades no formato dos dentes e, às vezes, a ausência ou fusão

de dentes, a questão dental mais devastadora refere-se a problemas com as gengivas

(doença periodontal e gengivite). Muitos relatos na literatura descrevem o aumento de

doença gengival em indivíduos com esta desordem cromossômica. Assim, é importante

que pessoas com síndrome de Down façam exames dentais regulares, que pratiquem

higiene dental apropriada, recebam tratamento de flúor, sigam bons hábitos dentários e, se

necessário, submetam-se a cuidados restaurativos, o que, por sua vez, deve prevenir contra

cáries dentárias e doença periodontal.

¬ Desordens convulsivas

Há várias formas de convulsão em crianças com síndrome de Down. Alguns

estudos afirmam que até 8% dos indivíduos com síndrome de Down tem algum tipo de

desordem convulsiva. Uma forma particular de convulsão, denominada de espasmos

infantis, é observada em crianças entre 5 e 10 meses de idade. Esta forma convulsiva é

difícil de tratar efetivamente em crianças que não têm síndrome de Down. Entretanto, um

tratamento específico (ACTH, hormônio adrenocorticotrofina) muitas vezes é eficiente em

crianças com síndrome de Down que apresentam espasmos infantis. Depois do tratamento

com ACTH, as crianças geralmente demonstram marcados progressos em seu

desenvolvimento. Outras formas de convulsão (grande mal, convulsões complexas e

outras) são encontradas em algumas crianças durante a infância e adolescência. Sobretudo

pessoas mais velhas com síndrome de Down podem desenvolver convulsões que podem

estar associadas à doença de Alzheimer. É essencial reconhecer as formas específicas das

desordens convulsivas em pessoas com síndrome de Down e iniciar pronto tratamento com

medicamentos apropriados.

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¬ Apnéia do sono

Nos últimos anos, a literatura médica tem apresentado vários registros de

apnéia do sono em indivíduos com síndrome de Down. A apnéia do sono é devida,

principalmente, a alguma obstrução no fundo da garganta, por amígdalas e adenóides

grandes. As crianças com apnéia do sono geralmente apresentam respiração barulhenta,

roçam e têm curtos episódios durante o sono em que não respiram. A apneia do sono pode

causar uma redução de oxigenação no sangue, sonolência e pouca concentração, durante o

dia. Algumas crianças que exibem este problema associados a amígdalas e adenóides

grandes e/ ou obesidade têm desenvolvido aumento de pressão sangüínea nos vasos dos

pulmões e parada cardíaca subseqüente. Crianças diagnosticadas com apnéia do sono

causada pela obstrução das vias aéreas superiores podem ser tratadas, com sucesso, através

da remoção cirúrgica da amígdalas e adenóides aumentadas.

¬ Distúrbios visuais

Muitas crianças com síndrome de Down têm problemas de visão. Foi relatado

que 50% ds crianças têm dificuldade para ver de longe e outras 20% para ver de perto.

Algumas crianças têm apresentado canais lacrimais obstruídos. Um número grande de

crianças são vesgas (estrabismo), têm inflamações das margens das pálpebras (blefarite) e

às vezes movimentos rápidos de olho (nistagmo). Além das cataratas congênitas já

mencionadas, muitas pessoas com síndrome de Down podem desenvolver cataratas durante

a vida adulta. A desordem da córnea (ceratocone) ocorre em aproximadamente 2% a 7%

dos indivíduos com síndrome de Down.

Como as crianças com síndrome de Down muitas vezes têm distúrbios visuais,

elas devem ser examinadas regularmente por um oftalmologista pediátrico competente. A

visão normal é importante para qualquer criança. Todavia, se a criança tem deficiência

mental, como a maioria das crianças com síndrome de Down, uma deficiência sensorial

adicional pode limitar ainda mais o desempenho global da criança, impedindo sua

participação em processo significativos de aprendizagem.

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¬ Déficits auditivos

Muitas crianças com síndrome de Down (60% a 80%) apresentam déficits

auditivos de leve a moderados. Isso pode dever-se a aumento de cera (cerume) no canal do

ouvido, freqüentes infecções de ouvido, acúmulo de secreção no ouvido médio e / ou

formato anormal dos pequenos ossos (ossículos) no ouvido interno. Às vezes, há problema

de drenagem da secreção do ouvido médio até a garganta, devido à congestão, infecções

respiratórias superiores, adenóides grandes ou disfunção do tubo de Eustáquio (a ligação

entre o ouvido médio e a garganta). As crianças devem passar por avaliações auditivas

rotineiras, no mínimo anualmente. Se é verificado um déficit auditivo devido a problemas

de ouvido médio, um tratamento apropriado deve ser iniciado. Isso pode incluir

antibióticos, colocação de tubos de ventilação no ouvido médio e / ou indicação de

aparelho auditivo se a deficiência for de moderada a severa. É menos freqüente o déficit

auditivo causado por problemas de ouvido interno ou dos nervos (perda auditiva

neurossensorial).

A deficiência auditiva em criança pequenas com síndrome de Down pode

afetar seu desenvolvimento psicológico como também o emocional. Assim, são de

fundamental importância a avaliação correta da audição da criança e o pronto atendimento

quando se constata uma perda auditiva. É sabido que até a perda auditiva condutiva leve

pode levar a um ritmo reduzido de desenvolvimento de linguagem em crianças com

síndrome de Down.

¬ Disfunção da glândula tireóide

Embora a função da tireóide seja normal na maioria das crianças com síndrome

de Down, há uma freqüência maior de problemas de tireóide nesta crianças quando

comparadas com crianças “normais”. A disfunção tireóidea pode dever-se ao aumento do

hormônio da tireóide (hipertireoidismo) ou a um nível baixo de hormônio da tireóide

(hipotireoidismo). O hipotiroidismo é muito mais comum e tem sido encontrado em 20%

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das pessoas com síndrome de Down. Em pessoas mais velhas, os problemas com tireóides

são observados ainda mais freqüentemente.

A glândula tireóide tem importantes funções no corpo humano. Quando uma

quantidade insuficiente de hormônio tireóideo esta disponível, o desenvolvimento

intelectual da criança pode ser prejudicado. Portanto, é muito importante examinar

regularmente a função tireóidea da criança para prevenir contra danos adicionais ao

cérebro. Se a disfunção tireóidea não for reconhecida precocemente, poderá comprometer a

função do sistema nervoso central d criança. Assim, o tratamento do hormônio tireóideo

deve ser instituído nos casos de pessoas com síndrome de Down quando se constata o

hipotiroidismo. A função tireóidea ótima, então, permitirá que os processos de

aprendizagem prossigam.

¬ Anormalidades esqueléticas

Problemas esqueléticos em síndrome de Down são comuns e podem ser

encontrados em muitas partes do corpo. O que mais preocupa são os ligamentos facilmente

estirados nesses indivíduos (os ligamentos são formados de tecido fibroso que geralmente

liga um osso ao outro). Assim, a grande maioria da crianças com síndrome de Down

apresenta hiperextensão das articulações (conhecido, às vezes, como junta frouxa ou

dupla). Isso pode levar a um aumento de subluxações ( deslocamento incompleto ou

parcial) e deslocamento de joelho e quadril.

Problemas de ossatura na região do pescoço são observados mais freqüentemente

em pessoas com síndrome de Down. Estudos de grande porte têm indicado que a grande

maioria das pessoas com síndrome de Down (85%) não apresenta nem a instabilidade

atlantoxial (referindo-se ao Atlas e ao áxis, a primeira e segunda vértebras cervicais), nem a

atlantooccipital (referindo-se ao Atlas e ao osso occipital do crânio). Cerca de 10% a 15% têm

instabilidade atlantoaxial e cerca de 10% a 12% têm instabilidade atlantooccipital. Ambas as

condições devem-se à frouxidão dos ligamentos na região do pescoço. Somente algumas

crianças com síndrome de Down (1 a 2%) apresentam sérios problemas de pescoço quando os

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nervos da coluna vertebral são danificados devido à pressão dos ossos do pescoço

(denominado de instabilidade atlantoaxial sistomática). Essas criança podem tr problemas com

a marcha, podem reclamar de desconforto na região do pescoço e podem apresentar alguns

sinais neurológicos específicos. A cirurgia pode ser necessária para corrigir este problema. Na

forma denominada de instabilidade atlantoaxial assintomática, os raios X mostram uma grande

distância entre os primeiros dois ossos do pescoço, sem pressão exercida sobre os nervos da

medula espinhal. Neste caso, o acompanhamento é necessário e precauções especiais devem

ser tomadas. Indivíduos dom instabilidade atlantoaxial e atlantooccipital não devem participar

de certas atividades esportivas que potencialmente poderiam danificar seu pescoço. Esses

indivíduos deveriam ser examinados regularmente por um médico experiente nessa área. Se

sintomas neurológicos tornam-se evidentes, a intervenção cirúrgica pode ser indicada. Além

disso, pessoas com síndrome de Down que queiram participar de atividades atléticas tais como

as Olimpíadas Especiais devem ser examinadas por um médico, com avaliação neurológica, e

devem fazer um raio X do pescoço para determinar se apresentam ou não um problema

importante do pescoço.

Tanto a instabilidade Atlantoaxial quanto a atlantooccipital em indivíduos com

síndrome de Down devem se identificar o mais cedo possível por causa de sua freqüência

relativamente alta e pela possibilidade de correção. O atraso no reconhecimento dessas

condições pode resultar em danos irreversíveis à medula espinhal. Todas as crianças com

síndrome de Down devem se submeter a um raio X do pescoço (coluna cervical), entre 2,5

anos e 3 anos de idade. Como não se sabe o suficiente sobre a história natural desta desordem,

pode ser necessária a repetição dos raios X.

3.2. ADOLESCÊNCIA E VIDA ADULTA

¬ Desordem psiquiátricas

Nos últimos anos, tenho visto um grande número de indivíduos com síndrome

de Down que apresentaram desordens psiquiátricas como a depressão, distúrbios de

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comportamento e problemas de ajustamento. Algumas pessoas mais jovens com síndrome

de Down sofreram reações de luto após a morte de um ente querido. Quando um

adolescente não consegue enfrentar a vida após um evento de estresse identificável, ele

pode chegar a desenvolver uma desordem de ajustamento. Embora tenham sido raros os

relatos da maioria das desordens, principalmente das depressões importantes, em pessoas

com síndrome de Down, as observações recentes indicam que estas ocorrem com maior

freqüência do que se presumia anteriormente. Uma vez realizado o diagnóstico de uma

desordem psiquiátrica, tratamento específico e aconselhamento devem ser oferecidos.

¬ Doença de Alzheimer

Outra condição que merece atenção especial no adulto com síndrome de Down

refere-se ao processo de envelhecimento. Muitos relatos na literatura têm documentado o

aumento de ocorrência de doença de Alzheimer em adultos com síndrome de Down.

Embora os cérebros de pessoas com síndrome de Down com 40 anos ou acima têm

apresentado anormalidades geralmente observadas em pessoas com doença de Alzheimer,

não se pode afirmar categoricamente que a doença está presente em todas essas pessoas.

Muitos relatos da literatura bem como minhas próprias observações, indicam que muitos

adultos com síndrome de Down são tão “normais” quanto outras pessoas deficientes e

raramente exibem mudanças de personalidade ou problemas psicológicos observados em

pessoas com doenças de Alzheimer. Foi estimado que cerca de 15% a 25% de pessoas mais

velhas com síndrome de Down apresentam sinais precoces de doença de Alzheimer.

Pessoas com síndrome de Down podem exibir numerosos problemas médicos e

em freqüência mais alta do que ocorre em pessoas sem essa desordem. Entretanto, muitas

crianças com síndrome de Down não apresentam nenhuma desta condições e se encontram

em perfeito estado de saúde. De qualquer modo, é importante que pessoas com síndrome

de Down sejam examinadas regularmente por seu médico e dentista, submetendo-se a

certos exames diagnósticos. Por exemplo, é fundamental que indivíduos com síndrome de

Down seja avaliados quanto à audição, façam exames de vista, testes de função tireóidea,

raios X do pescoço e, quando indicado, outros testes de triagem para identificar

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precocemente problemas de saúde em potencial, para que o tratamento seja iniciado

imediatamente. Se forem providenciados os serviços médicos necessários a promover seu

bem-estar em todas as áreas de desempenho humano, a qualidade de vida de indivíduos

com síndrome de Down será enriquecida e sua contribuição para a sociedade será

significativa.

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CAPÍTULO IV

EXPECTATIVAS DE DESENVOLVIMENTO:

VISÃO PANORÂMICA

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Uma das observações mais freqüentes dos pais de famílias grandes é quanto à

singularidade de cada criança. Irmãos i irmãs podem apresentar fortes semelhanças

familiares e podem demonstrar comportamentos parecidos, mas cada um é um ser humano

distinto, com características próprias que são verdadeiramente suas. Estas diferenças

podem promover uma linda harmonia, uma interação entre aspectos fortes, alegria, humor

que tornam a vida interessante e um constante desafio.

A diversidade dos fatores biológicos, funções e realizações que existem em

todos os seres humanos está presente, também, em crianças com síndrome de Down. Na

verdade, há maior variedade em quase todos os aspectos de seu desempenho do que se

encontra na criança “normal”. O seu padrão de crescimento físico varia de uma criança

com estatura muito baixa até a criança com estatura acima da media, da criança muito

magra e débil até aquela que é pesada, com excesso de peso. Suas feições físicas também

variam consideravelmente, algumas crianças apresentam somente algumas características

comuns à criança com síndrome de Down, enquanto outras exibem muitas ou todas. Além

disto, o desenvolvimento mental e as habilidades intelectuais dessa criança abrangem uma

larga extensão entre o retardo mental severo e a inteligência próxima à normal. Inclusive, o

comportamento e a disposição emocional destas crianças varia significativamente; algumas

crianças podem ser plácidas e inativas, enquanto outras podem ser hiperativas. A maioria

das crianças com síndrome de Down, porém, apresenta comportamentos normais.

Assim, o retrato estereotipado (do passado) da pessoa com síndrome de Down

como alguém severamente deficiente mental e fisicamente não atraente não é uma

descrição verdadeira da criança com síndrome de Down tal. como a conhecemos.

Infelizmente, até recentemente, a maioria dos artigos e relatos apresentava dados obtidos,

principalmente, de populações institucionalizadas, tendo como resultado o oferecimento de

um mal prognóstico aos pais,

Juntos, nós pais e profissionais devemos trabalhar para dissipar os relatos

enganosos do passado. Ao mesmo tempo, devemos defender a intervenção precoce, o

enriquecimento do ambiente, a educação apropriada, a integração na e aceitação da sociedade e

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a orientação às famílias, como meios de melhorar as vidas de nossas crianças. No futuro, é

preciso fornecer aos pais informações mais precisas e animadoras. De fato, o objetivo

primordial deste livro é transmitir aos pais a esperança de que, antes ele mais nada, a criança

com síndrome de Down é um ser humano com todos os aspectos positivos e todas as fraquezas

inerentes à humanidade e que há um futuro para nossos filhos com síndrome de Down.

Este capítulo discute em mais detalhe a diversidade biológica observada em

crianças com síndrome de Down e o que pode ser esperado com relação ao crescimento,

desenvolvimento de habilidade e maturação. A informação aqui apresentada é baseada em

estudos recentes de crianças criadas no lar, em ambientes de amor, aceitação e proteção.

Acreditamos que tais estudos projetam um quadro mais verdadeiro sobre suas habilidades.

¬ Crescimento

Sabe-se que o crescimento físico da criança com síndrome de Down é mais

lento. Nossos estudos extensivos apóiam os relatos anteriores de um padrão de crescimento

reduzido. Como no caso de crianças "normais", crianças com síndrome de Down

enquadram-se numa extensão considerável de estatura. Essa variação no crescimento é

determinada por fatores genéticos, étnicos e nutricionais; por função hormonal; pela

presença de anomalias congênitas adicionais; por outros fatores de saúde; e por certas

circunstâncias do meio ambiente. É de se esperar que urna criança com síndrome de Down,

cujos pais sejam altos, seja mais alta que a média de crianças com síndrome de Down.

Porém, é previsto que a criança subnutrida, o paciente com deficiência do hormônio

tireóideo ou o bebê com doença cardíaca severa sejam menores.

Às vezes, os pais perguntam se há medicamentos para acelerar o crescimento.

Embora vários hormônios que influenciam o crescimento longitudinal sejam conhecidos,

geralmente recomendamos terapia hormonal específica apenas para os casos para os quais

há indicação para tanto. Por exemplo, se o crescimento está prejudicado devido à

deficiência tireóidea ou do hormônio do crescimento, então uma terapia hormonal bem

controlada deve ser instituída. Independente da causa subjacente, as crianças devem ser

tratadas apropriadamente.

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Em geral, a altura esperada de um adulto homem com síndrome de Down é de

aproximadamente 1,42 m a 1,64 m, enquanto a estatura da mulher é um pouco menor,

entre 1,35 m a 1,50 m.

¬ Peso

Além de questões de crescimento, o peso da criança com síndrome de Down

muitas vezes necessita de atenção especial. Como ocorrem, às vezes, problemas de

alimentação na primeira infância, pode haver menor aumento de peso durante os primeiros

anos. São principalmente aquelas crianças com anomalias congênitas associadas, como

doença cardíaca severa, que apresentam aumento de peso lento. Durante o segundo e

terceiro anos de vida, muitas crianças começam, gradativamente, a apresentar aumento de

peso, e daí em diante o excesso de peso pode tornar-se um problema.

Alguns pais tendem a superproteger, oferecendo maior quantidade de comida à

criança. Porém, depois que a criança se acostuma a comer e lanchar, principalmente

ingerindo alimentos com alto teor de açúcar e gorduras, será difícil controlar este "hábito"

mais tarde. Inconscientemente, alguns pais tendem a compensar as crianças com

guloseimas pelo fato de que não conseguem correr, por exemplo, ou ter um desempenho

tão rápido quanto outras crianças. Infelizmente, quanto mais as crianças tornam lanches

extras, menos ágeis se tornam, devido ao excesso de peso. O que mais se deseja é tornar a

criança com síndrome de Down o mais aceitável possível à sociedade. Assim, é importante

encorajar a adesão a uma dieta adequada, desde a primeira infância. Para prevenir o

excesso de peso na criança é preciso ter bons hábitos alimentares, urna dieta equilibrada,

evitando-se alimentos com alto valor calórico e propiciando-lhe atividades físicas

regulares.

¬ Desenvolvimento motor

Com relação aos marcos de desenvolvimento, os pais perguntam, com

freqüência, quando seu filho irá sentar-se ou, finalmente, andar. Algumas respostas a estas

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e outras perguntas relacionadas ao desenvolvimento motor da criança comparado ao da

criança "informal" são fornecidos na Tabela l. Os dados apresentados na tabela foram

extraídos dos estudos longitudinais dos próprios autores bem como de relatos sobre

desenvolvimento motor em crianças pequenas com síndrome de Down. Como já foi

mencionado anteriormente, há grande extensão no período de realizações do

desenvolvimento em crianças com síndrome de Down. Uma variedade de fatores pode

causar um atraso no desenvolvimento motor de algumas criança, tais como os defeitos

cardíacos congênitos ou outros problemas biológicos ou do ambiente que possam interferir.

Tabela 1. Marcos de desenvolvimento em crianças

Crianças com

síndrome de Down Crianças "normais"

média

(meses)

extensão

(meses)

média

(meses)

extensão

(meses)

Sorrir 2 1,5-3 1 0,5-3

Rolar (de prono a supino) 6 2-12 5 2-10

Sentar 9 6-18 7 5-9

Arrastar-se 11 7-21 8 6-11

Engatinhar 13 8-25 10 7-13

Ficar de pé 10 10-32 11 8-16

Andar 20 12-45 13 8-18

Falar (palavras) 14 9-30 10 6-14

Falar (sentenças) 24 18-46 21 14-32

¬ Habilidades de auto-ajuda

Observações semelhantes foram registradas com relação à aquisição de certas

habilidades de auto-ajuda na criança com síndrome de Down, quanto ao desenvolvimento

motor. Estas estão listadas na Tabela 2, junto com dados comparativos para crianças

“normais”. É claro que a prontidão da criança, seu nível de maturação e a abordagem no

aprimoramento de tais habilidades são fatores importantes que devem ser considerados.

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Tabela 2. Aquisição de habilidades de auto-ajuda em crianças

Crianças com

síndrome de Down Crianças "normais"

média

(meses)

extensão

(meses)

média

(meses)

extensão

(meses)

Alimentar-ser

com os dedos 12 8-28 8 6-16

com colher/garfo 20 12-40 13 8-20

Utilizar vaso sanitário

Urina 48 20-95 32 18-60

Fezes 42 28-90 29 16-48

Vestir-se

tirar a roupa 40 29-72 32 22-42

colocar a roupa 58 38-98 47 34-58

¬ Desenvolvimento mental

Como ocorreu em outras áreas de desenvolvimento, as habilidades intelectuais

da criança com síndrome de Down foram subestimadas no passado. Relatos recentes, bem

como as próprias investigações destes autores, negam os dados anteriores indicando que

crianças com síndrome de Down geralmente apresentam retardo mental severo ou

profundo. Estudos contemporâneos têm mostrado que a maioria das crianças com síndrome

de Down tem um desempenho na faixa entre leve a moderada do retardo mental. Algumas

crianças têm função intelectual limítrofe ou na faixa média-baixa, e somente algumas

apresentam deficiência mental severa. Assim, há uma larga extensão na função cognitiva

em crianças com síndrome de Down.

O declínio gradual de habilidade mental alegado em crianças com síndrome de

Down com o avanço da idade é outra concepção errônea. Isto não tem sido observado num

grupo de crianças com síndrome de Down que temos estudado durante vários anos. Com

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base nestas novas informações, o futuro da pessoa com síndrome de Down deverá ser,

certamente, mais promissor hoje do que em qualquer outro período anterior.

¬ Longevidade

Não há dados de confiança disponíveis sobre expectativa d.e vida para pessoas

com síndrome de Down. Relatos anteriores sobre este assunto estão ultrapassados e

perderam sua validade, dado o aumento dramático de expectativa de vida para a população

geral. Hoje, as crianças são tratadas com maior eficácia para doenças respiratórias, defeitos

cardíacos e outros problemas médicos. O fator mais significativo é que nossas crianças não

são mais criadas em instituições, mas se desenvolvem em ambientes familiares de carinho

e aceitação. Os autores presumem que a expectativa ele vida do indivíduo com síndrome

de Down pode ser um tanto reduzido, mas não no grau anteriormente noticiado. Alguns

relatos da literatura têm mencionado que indivíduos com síndrome de Down demonstram

processos acelerados de envelhecimento, entretanto, não se pode predizer na vida jovem

qual criança será afetada futuramente.

Embora as crianças com síndrome de Down demonstrem atraso em todas as

área., de função biológica, apresentam progresso constante em seu desenvolvimento

global. Sabemos que possuem talentos e qualidades definitivas que são um prazer

reconhecer. Sua sensibilidade sua percepção dos sentimentos do outro, seu

desenvolvimento social no geral, e seu senso de humor podem trazer imensa felicidade e

satisfação para as famílias e amigos. É verdade que pode haver períodos de aparente

patamar no desenvolvimento em algumas crianças; entretanto, na presença de um ambiente

familiar carinhoso e das oportunidades sociais e de educação disponíveis atualmente para

nossas crianças, geralmente podermos observar progressos significativos no

desenvolvimento, progressos estes que teriam surpreendido tanto pais quanto profissionais

em décadas passadas.

Embora a comparação de vários parâmetros de desenvolvimento e a

administração de testes sejam inestimáveis na pesquisa com síndrome de Down, é

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importante manter em mente o valor intrínseco da vida, que transcende os quocientes de

inteligência e outras medidas de desenvolvimento. Além disso, é o conhecimento de que

seres humanos de quaisquer características físicas ou mentais falam uma linguagem

comum que responde ao carinho, otimismo e aceitação. Aliado ao apoio de famílias que

amam e ao trabalho de profissionais que criam programas inovadores e realizam pesquisa

em áreas biomédicas e psicopedagógicas.

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CAPÍTULO V

A EDUCAÇÃO DA CRIANÇA E DO

ADOLESCENTE

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Este capítulo focaliza a educação da criança e do adolescente com síndrome de

Down. Discute os valores básicos que devem fundamentar sua educação e aponta as

prioridades curriculares que oferecem um preparo pleno para a vida adulta.

5.1. O PORQUÊ DA EDUCAÇÃO

A principal finalidade da educação, da infância à adolescência, é a de preparar

os indivíduos para serem eficazes e bem-sucedidos na vida adulta. Assim, a boa educação

oferece uma combinação de habilidades básicas e especializadas. Para proporcionar este

tipo de educação para crianças com síndrome de Down, os educadores devem conhecer os

desafios e problemas que essas crianças enfrentam, e como se responde melhor a tais

desafios.

O que favorece a qualidade de vida na sociedade adulta? Os pais de criança

com síndrome de Down estão, evidentemente, preocupados com o futuro de seus filhos. Os

seguintes objetivos resumem aquilo que os pais desejam para eles quando adultos:

1. que sejam capazes de interagir com pessoas que não são portadoras de

deficiências, bem como com aqueles que são. E que tenham verdadeiros

amigos nos dois grupos;

2. que sejam capazes de trabalhar nos mesmos ambientes que aqueles que não

apresentam deficiências;

3. que sejam bem-vindos e participem em eventos e atividades freqüentados

por pessoas sem deficiências, sentindo-se confiantes e à vontade;

4. que vivam na moradia de sua escolha, conforme suas possibilidades

econômicas;

5. que sejam felizes felizes.

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5.2. A NECESSIDADE DE INTEGRAÇÃO

Se a educação tem a função de preparar crianças e jovens para atingir a

qualidade de vida delineada acima, deve ensinar certas habilidades fundamentais,

incluindo-se aquelas que permitem que o aluno seja o mais independente possível depois

de formado, bem como aquelas que promovem interação com todas as pessoas – com ou

sem deficiências. Para interagir efetivamente com este último grupo, é premente que o

aluno com síndrome de Down seja educado com contexto da escola pública. A integração

na escola regular oferece a pessoa portadoras de deficiência a oportunidade de aprender a

atuar no mundo.

O conceito de integração tem diferentes significados para as diferentes pessoas,

dependendo da quantidade ou tipo de integração. A integração total significa que o aluno

passa todo o horário letivo no ambiente da escola regular. O apoio de educação especial é

fornecido quando preciso, na forma de auxiliares de classe, pessoal especializado adicional

e currículo especial. A integração parcial refere-se a duas formas principais, uma das quais

é o mainstreaming. Este termo sugere que o principal ambiente educacional do aluno é a

classe regular, embora o aluno passe algum tempo na classe especial, geralmente numa

sala de recursos. A quantidade de tempo passado na sala de recursos é determinada por

necessidades individuais, devendo haver concordância de pais e equipe escolar ao se

elaborar o programa de ensino individualizado do aluno (PEI).

Outra forma de integração parcial ocorre quando o aluno freqüenta uma classe

de educação especial durante a maior parte do período. Geralmente trata-se de uma classe

para deficiências moderadas ou severas e é denominada de classe para Deficientes Mentais

Educáveis, Deficientes Leves, Deficientes Mentais Treináveis ou Deficientes Severos. (De

uma região para outra no país, os distritos escolares utilizam uma variedade de nomes para

esses tipos de salas de aula.) Embora a classe de educação especial seja a colocação

principal, ainda assim, o aluno passa algum tempo de cada dia em ambientes escolares

regulares. Novamente, isso é determinado de acordo com a capacidade e necessidades

individuais do aluno e é decidido em reunião de PEI.

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xliv

Que seja total, qualquer parcial, a integração deve ocorrer na escola do bairro

onde o aluno mora. Em um número excessivo de distritos escolares dos Estados Unidos, os

alunos portadores de deficiências são transportados em ônibus por longas distâncias. Muitas

administrações escolares acreditam que devem concentrar os serviços de educação especial

em um ou dois prédios escolares. Eu e numerosos outros educadores, porém, afirmamos que

as crianças, independentemente de sua deficiência, devem ser atendidas na mesma escola

que as crianças de seu bairro. Quando as crianças são transportadas para outras escolas, são

imediatamente rotuladas como diferentes. Além disso, é muito mais difícil conseguir boa

interação e desenvolver amizade com crianças do bairro se a criança portadora de deficiência

freqüenta uma escola que é diferente daquela dos seus pares do bairro.

O termo integração refere-se, às vezes, a uma oportunidade educacional que se

dá em outros ambientes comunitários. Esse tipo de integração geralmente é chamado de

instrução baseada na comunidade e desenvolveu-se porque ficou demonstrado que o

indivíduo aprende melhor no ambiente onde um certo comportamento deve ser exercitado.

Por exemplo, para aprender a atravessar a rua, a instrução precisa incluir a oportunidade de

se praticar a travessia de ruas de verdade. Embora muita instrução preparatória possa

ocorrer dentro da sala de aula, onde pode-se apresentar aos alunos uma variedade de

situações por meio de simulação ou slides coloridos, a instrução terá que transferir-se, em

última análise, para o local apropriado na comunidade. O Quadro 1 lista as oportunidades

de integração tanto no contexto escolar como no da comunidade.

Quadro l. Oportunidades de integração

Atividades na comunidade Escola Vocacional

1. compras 1. sala de aula 1. empregos não-

abrigados na comunidade

2. teatro 2. recreio

3. eventos esportivos 3. almoço

4. espaços recreativos 4. corredores

5. restaurantes 5. atividades extra-curriculares

6. transportes etc.

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xlv

Ao considerar a instrução baseada na comunidade e o tempo que o aluno passa

fora do prédio da escola, os pais devem comparar o valor destas oportunidades com a

oportunidade de o aluno interagir com seus pares não deficientes. Se durante certos

períodos do dia o aluno tem a chance de conviver numa situação em que pode ocorrer

plena interação com seus colegas não deficientes, o aluno não deve ser levado justamente

nestas ocasiões para participar da instrução baseada na comunidade. Por exemplo, seria

muito importante, nos níveis de 5ª a 8ª séries e segundo grau, que o aluno estivesse na

escola durante os períodos de educação física, na hora do almoço e ao menos duas ou três

vezes na hora da mudança de classes, já que as principais interações sociais ocorrem no

refeitório, no vestuário, quando há a troca de roupa antes e depois da educação física, e nos

corredores. Dois outros momentos, imediatamente antes e após o dia escolar, promovem

oportunidades adicionais para os alunos envolverem-se em interações significativas.

Alguns autores tem defendido quantidades específicas de tempo para a

instrução baseada na comunidade, para cada faixa etária. Acredito, porém, que o tempo

utilizado para a instrução baseada na comunidade deva ser determinado para cada

indivíduo, conforme as oportunidades de interação com seus colegas não deficientes.

5.3. O CURRÍCULO

Se desejamos que a criança com síndrome de Down seja capaz de interagir

com seus pares não deficientes, manter um emprego na comunidade e participar com

conforto e confiança em espaços e atividades acessíveis à população não deficiente, os

principais instrumentos que podemos oferecer a estas crianças são os da comunicação e

sociabilidade. A Tabela l mostra a comunicação e habilidades, sociais como sendo de

importância primordial, tanto no currículo do primeiro como do segundo grau para

crianças com síndrome de Down.

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Tabela 1. Prioridades curriculares nos níveis primário e secundário

Primeiro Grau

Segundo Grau

comunicação / sociabilidade

comunicação / sociabilidade

habilidades de auto-ajuda

habilidades de vida prática

habilidades motoras / recreação

recreação / lazer

conteúdo acadêmico / conteúdo funcional

conteúdo funcional – vocacional

Os Quadros 2 e 3 listam habilidades de comunicação e sociabilidade,

respectivamente, que poderiam ser incluídas no PEI do aluno. Os pais devem estar atentos

para essas habilidades, já que o ensino das mesmas deve ser parte do programa instrucional

diário de todo aluno. No nível pré-escolar e no ensino básico, instrução na área de

comunicação deve constituir prioridade, sendo ensinada no mínimo uma hora por dia. Em

anos recentes, a instrução de linguagem, definida como a aprendizagem da fala articulada

de forma clara e em frases completas, tem sido trabalhada em ambiente natural, utilizando-

se por exemplo, o "Módulo seqüenciado de currículo individualizado de Holvoet e

associados, que se trata de uma estratégia para o ensino que visa à aquisição da

generalização (transferência e incorporação) num ambiente natural. Afirmo, porém, que se

esta for a única maneira utilizada para ensinar habilidades básicas de linguagem certas

práticas de ensino bem-sucedidas que incorporam os princípios de prática maciça e

superaprendizagem (definidas a seguir) serão ignoradas.

Quadro 2. Amostra de habilidades de comunicação para incluir no PEI

Responde a solicitações, ordens e conversa do outro

Expressa seus desejos e necessidades de forma verbal ou não-verbal

Comunica-se de tal forma que o outro compreende a idéia básica que está sendo expressa

Mantém uma distância social apropriada durante a conversa

Toca o ouvinte somente quando apropriado

Mantém contato visual apropriado durante a conversa

Consegue a atenção do ouvinte antes de falar

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Dá informações verdadeiras

Dá informações relevantes

Utiliza, apropriadamente, formas de cortesia social (como "por favor") – não os usa em

excesso

Ouve o interlocutor sem interrompê-lo com freqüência

Responde apropriadamente às perguntas do interlocutor

Mantém o assunto da conversa

Pede ajuda quando apropriado

Solicita somente a informação necessária

Indica quando a mensagem não foi compreendida

Dá risada somente durante comentários ou situações de humor intencional

Utiliza volume de voz apropriado conforme a situação

Emprega linguagem aceitável (sem obscenidades)

A prática maciça sugere o ensino repetitivo de uma habilidade específica. Por

exemplo, o ensino de sons para a criança não-verbal pode exigir o treino na emissão do

som "m". Para tanto, poderá ser necessário ensinar a criança a fazer um determinado

formato com a boca para emitir o som com articulação inteligível. Uma vez adquirida esta

habilidade, ela ganha imediatamente um papel funcional no ambiente da criança. Pode até

tornar-se a "palavra" para "mãe" (já que a criança ainda não domina as palavras) e, assim

quando a criança diz o som "m" no ambiente natural, sua mãe responde. Desta forma, para

ensinar linguagem à criança com eficácia, devemos combinar o princípio da prática maciça

visando a aquisição da habilidade com a prática da habilidade aprendida no ambiente

natural, para que a criança perceba que suas tentativas lingüísticas influenciam, de fato, o

ambiente (ou seja, a mãe responde ao som "m"). A criança aprende, assim. que a

linguagem é poderosa e que ela pode ter algum controle sobre seu ambiente. Em outras

palavras, quando a mãe responde ao som "m" no ambiente natural, ela reforça uma

habilidade aprendida num contexto de instrução intensiva.

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Quadro 3. Amostra de habilidades sociais para incluir no PEI

Efetua somente comportamentos auto-estimulatórios socialmente aceitáveis

Canaliza sua raiva de forma apropriada, de forma a não ferir a si mesmo, nem ao outro

Consegue atenção somente de forma apropriada

Atende a solicitações legitimas de forma apropriada

Demonstra e aceita carinho apropriadamente em casa, na escola, no trabalho e na comunidade

Responde a e inicia cumprimentos e despedidas apropriadamente

Realiza apresentações apropriadas de si e do outro

Responde apropriadamente a mudança na rotina

Ignora o comportamento/ comentários inapropriados do outro

Mantém autocontrole quando diante de fracasso, problemas, desapontamentos

Aceita a maior parte das críticas sem acesso de raiva

No geral, lida com o outro de forma respeitosa e educada

Sabe quando deve atender às solicitações de seus colegas

Reconhece quando é prudente sair de uma situação de provocação

Responde apropriadamente às emoções do outro

Fala de seus problemas pessoais na hora apropriada

Discute as diferenças de opinião,- razoavelmente, com o outro, e negocia soluções (com uma

terceira pessoa)

Ri, brinca e provoca na hora certa

Compartilha suas coisas, dentro de limites

Empresta coisas do outro apropriadamente

Respeita a privacidade e a propriedade do outro

Reconhece voluntariamente sua culpa, quando é o caso

Responde apropriadamente ao elogio

Consegue namorar de forma apropriada

Participa de atividades de seus pares

Inicia atividades sociais

Responde apropriadamente a convites sociais

Utiliza o telefone público para fazer chamadas locais (quando este é um meio viável de comunicação)

Utiliza o telefone para realizar chamadas interurbanas ou a cobrar

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Infelizmente, hoje em dia, em muitos contextos de instrução, toda a linguagem

é ensinada no ambiente natural, sem o trabalho adicional da prática maciça. Denominamos

esta abordagem de “integrar e ter fé”. A prática maciça produz um fenômeno que já foi

demonstrado como sendo um princípio básico da teoria de aprendizagem denominado de

“superaprendizagem” ou “domínio” do conceito. Pessoas que apresentam deficiência

mental necessitam da superaprendizagem para reter um conceito, todavia o ensino

oferecido unicamente no ambiente natural não assegura a ocorrência da

superaprendizagem. Mesmo se uma criança tiver uma quantidade suficiente de

oportunidades para praticar uma habilidade, essa experiência pode não ser concentrada o

suficiente para a criança adquirir a habilidade tão rapidamente como seria o caso se fosse

utilizada uma combinação de prática maciça e reforço no ambiente natural.

Ao ensinar a linguagem ou qualquer outra habilidade para uma criança com

síndrome de Down, é importante que o professor siga uma seqüência estabelecida de

materiais que cuidadosamente constrói a aprendizagem de um comportamento sobre outro.

Estes materiais devem fornecer detalhadas análise de tarefa (subdivisão do comportamento

em suas partes componentes) de cada habilidade, para assegurar uma seqüência de

instrução progressiva e ordenada e maior facilidade de aprendizagem pela criança.

5.4. CURRÍCULO DA ESCOLA DE PRIMEIRO GRAU

No nível do ensino básico, as próximas prioridades curriculares em ordem de

importância são as habilidades de auto-ajuda, habilidades motoras e habilidades de

conteúdo acadêmico. Entre as habilidades de auto-ajuda incluem-se o vestir-se, alimentar-

se, controle de esfíncter e higiene pessoal. A maioria destes comportamentos são ensinados

melhor em casa ou em momentos quando o comportamento naturalmente ocorre. Muitos

deles já terão sido ensinados nos programas de intervenção precoce ou pré-escolares e,

portanto, não exigirão ênfase no nível primário. Todavia, se estes comportamentos não

tiverem sido dominados até o momento em que a criança ingressa na escola de primeiro

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grau, devem ser considerados de alta prioridade, logo após a comunicação e a

sociabilidade, porque são habilidades essenciais para a vida.

Assim como ocorre com as habilidades de auto-ajuda, muitas habilidades

motoras como as habilidades básicas de marchar e correr já terão sido dominadas até o

ingresso na escola de primeiro grau. No entanto, algumas crianças com síndrome de Down

aprendem estas habilidades mais tarde, necessitando de fisioterapia para adquiri-las.

Muitas dessas crianças podem desenvolver boas habilidades motoras que permitem sua

participação em programas de esporte durante o decorrer de suas vidas. Descrevi a

experiência de nosso filho que jogava beisebol na liga juvenil. Outros pais, informalmente,

relataram o sucesso de seus filhos em esportes como a patinação no gelo, a equitação, o

esqui e a natação. Os programas das Olimpíadas Especiais permitem que os alunos

participem em times competitivos. Além disso, todos estes esportes e atividades fornecem

oportunidades para a formação de amizades e o contato com as pessoas. Assim, a

comunicação e as habilidades sociais têm um importante papel na aceitação e as

habilidades sociais têm um importante papel na aceitação do aluno pelos outros atletas

nesses empreendimentos esportivos.

Os pais possivelmente questionem o por quê de eu considerar estas atividades

motoras importantes de adquirir antes do conteúdo acadêmico. É porque acredito que esses

tipos de atividades fornecem oportunidades para a formação de amizade com pares não

deficientes, oportunidades que poderão enaltecer a autoconfiança da criança, o que é

fundamental para a felicidade geral de qualquer um.

Os exemplos citados acima de alunos com síndrome de Down que obtiveram

êxito em empreendimentos esportivos exigiram, em todos os casos, o ensino estruturado da

habilidade em questão, moldando o comportamento desejado (construindo gradativamente

a habilidade motora de um nível primário até um nível mais complexo de comportamento)

além da análise de tarefas. Empregando este processo como a subdivisão da tarefa em

pequenos comportamentos, fornecemos um exemplo da análise de tarefas elaboradas para

ensinar o aluno a acertar uma bola com um bastão no jogo de beisebol. Demonstra-se a

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modelagem na redução gradativa do tamanho da bola que deve ser acertada, enquanto a

análise da tarefa envolve o acréscimo gradativo de movimento de arco no impulso com o

bastão.

As técnicas de ensino aqui descritas para comportamento motores devem ser

utilizadas em muitos contextos escolares com crianças com síndrome de Down. Essas técnicas

não só reconhecem que muitos comportamentos são aprendidos de forma gradual, mas

também permitem que o aluno vivencie o sucesso ao mesmo tempo em que o aluno vivencie o

sucesso ao mesmo tempo em que se conscientiza do aperfeiçoamento da habilidade.

Embora eu tenha enfatizado o desenvolvimento de habilidades comunicativas /

sociais, de auto-ajuda e motoras antes das habilidades de conteúdo acadêmico, não quero

dar a impressão de que o treinamento de habilidades de conteúdo acadêmico não seja

importante, porque, pelo contrário, é fundamental. Sem dúvida, a habilidade acadêmica

mais importante é a leitura. Como se vê na Tabela 2, a maioria das crianças com síndrome

de Down consegue aprender a ler. Da população pesquisada, os níveis de grau de leitura

atingidos pelas crianças abrangiam do 0 a 3.8.

Os pais, evidentemente, perguntam: Porquanto tempo as crianças com

síndrome de Down devem permanecer em programas formais de leitura? Durante os anos

de ensino básico, sugiro que a criança seja mantida nos programas formais de leitura

enquanto elas estiverem apresentado progressos. (O progresso é definido a partir de um

teste formal de leitura evidenciando a aquisição de no mínimo um nível de 3 meses para

cada ano letivo.) Se o aluno avança menos do que 3 meses por ano, deve-se considerar a

colocação da criança num programa de leitura funcional, no qual se focalizam habilidades

de leitura que podem ser utilizadas para propósitos funcionais, como a leitura do cardápio

num restaurante, as placas no supermercado ou instruções de como operar um videogame.

Um exemplo da abrangência de um currículo funcional (as áreas nas quais o ensino da

leitura devem se concentrar) é apresentado no Quadro 4. Em nossa experiência, os alunos

que são motivados a aprender reconhecerão palavras que têm evidente aplicabilidade

funcional e prática para eles.

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Tabela 2. Níveis de leitura e matemática para uma amostra de alunos com

Síndrome de Down (1.2 – 1ª série, 2 meses)

Aluno Idade Nível por série Colocação

Leitura

1 6 0 CDDa

2 7 0 CDD

3 7 1,2 CDD

4 8 2,2 SRb

5 9 2,0 CEDMc

6 10 0 CDD

7 10 2,8 CEDM

8 11 3,2 SR

9 12 2,8 CDD

10 13 3,8 CDD

Matemática

11 6 0 CDD

12 7 1,2 CDD

13 7 0 CEDM

14 8 0 CDD

15 9 2,4 SR

16 10 0 CDD

17 10 0 SR

18 11 1,5 CEDM

19 12 1,2 CDD

20 13 0 CDD

aClasse para distúrbios de desenvolvimento bSala de Recursos cClasse especial para crianças com deficiência mental

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Quadro 4. Exemplos de áreas nas quais as habilidades de

leitura funcional podem ser ensinadas

Uso do telefone e da lista telefônica

Propaganda de jornal e televisão

Escrita relacionada ao banco

Administração da casa

Compras – propagandas e placas no mercado

Planejamento do cardápio

Culinária – seguindo receitas simples

Pedidos de emprego

Se o aluno não tem sucesso na aprendizagem da leitura num programa de

leitura funcional, a leitura básica de placas deve ser ensinada (por exemplo, “Homens”,

“Mulheres”) e programas alternativos devem ser desenvolvidos para permitir que o aluno

seja bem-sucedido em atividades baseadas na comunidade, onde a leitura é necessária. Por

exemplo, pode-se adotar procedimentos que permitam ao aluno fazer seu pedido no

restaurante com independência, ensinando-o a pedir o que quer comer em vez de apontar

um item no cardápio. Também deve aprender que precisa ter escolhas alternativas prontas

para o caso de o restaurante não ter disponível sua primeira escolha.

Embora os dados disponíveis sobre a capacidade de leitura de alunos com

síndrome de Down sejam encorajadores, os dados referentes à aquisição de conhecimentos

em matemática não são tão promissores . A tabela 2 apresenta dados para um grupo de

alunos de ensino básico no Estado de Oregon. De acordo com esta tabela, as habilidades

matemáticas se apresentam entre níveis correspondentes às séries de 0 a 2.4, sendo que

50% dos alunos não conseguiram adquirir nenhum conhecimento matemático acima do

nível da 1ª série. Estes dados parecem indicar a futilidade de gastar longos períodos de

tempo tentando ensinar habilidades de matemática. Recomendo que esforços sejam

empreendidos para ensinar habilidades básicas de adição e subtração aos alunos. Se o

progresso for particularmente lento, poderá ser recomendável encerrar a instrução formal

em matemática no nível da 3ª série. Todavia, se houver bom desempenho (como é

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evidentemente o caso do aluno de 15 na Tabela 2, com desempenho em matemática

compatível ao da 2.4ª série aos 9 anos de idade), deve-se continuar a instrução em

matemática.

Os alunos que não parecem usufruir instrução em matemática devem aprender

a utilizar uma calculadora. Uma vez dominada as habilidades básicas da adição e subtração

com a calculadora, o aluno poderá participar das aulas de matemática com seus colegas,

completando as mesmas folhas de exercício, mesmo para tarefas de multiplicação e

divisão. Desta forma, permite-se que o aluno permaneça na sala do primeiro grau com seus

pares, tendo oportunidade de interagir socialmente com eles (a sala de aula é uma unidade

social, no ensino básico)

Entretanto, como será assinalado adiante neste capítulo, quando o aluno chega

à 5ª serie, provavelmente haverá necessidade de transferir a ênfase do currículo

educacional para o funcional. A necessidade para este tipo de transferência exige,

realmente, uma habilidade na utilização da calculadora. O aluno precisa perceber a

calculadora como um instrumento fundamental na sua vida, que deve ser utilizada em

todas as suas transações com dinheiro, como fazer compras, planejar o orçamento o mês, e

utilizar o talão de cheques, Instrução em cada uma destas áreas deve incluir o uso da

calculadora e deve ser orientada, parcialmente, na sala de aula, como no caso da

preparação do orçamento, de listas de compras, da comparação de preços de alimentos

conforme o anúncio, determinando-se quanto dinheiro pode ser economizado quando se

compara os preços e aprendendo como realizar as funções do talão de cheques. A instrução

também deve ser continuada na comunidade. No mercado, o aluno pode utilizar uma lista

de compras, computar quanto dinheiro ele está gastando, à medida que coloca os itens no

carrinho e preencher ele mesmo o cheque no caixa. As transações bancarias podem ser

conduzidas em situações de vida real. No restaurante, o aluno pode ser ensinado a

computar a gorjeta com a calculadora. Assim, a calculadora torna-se um instrumento que

auxilia todos os alunos no seu dia-a-dia.

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5.5. CURRÍCULO DA ESCOLA DE SEGUNDO GRAU

O currículo da escola de segundo grau para alunos com síndrome de Down é

mostrado na Tabela 1. Novamente, enfatizam-se as habilidades comunicativas e sociais. É

importante que alunos com síndrome de Down tenham oportunidade de praticar estas

habilidades com seus pares de 5ª a 8ª séries e secundário. Assim, todo esforço deve ser

empreendido para incluir o aluno na “panelinha” ou no grupo do colegial, já que estes

representam as unidades sociais principais da escola secundária. É com este grupo que a

pessoa com síndrome de Down almoçará, participará de aulas de educação física,

freqüentará atividades de atletismo ou extracurriculares e se encontrará nos corredores na

hora de trocas de classes. O diretor da escola poderá encorajar os grupos a incluir um

colega com síndrome de Down entre eles. Nas primeiras semanas de aula, alguns membros

do grupo podem concordar em convidar o aluno com síndrome de Down para juntar-se a

eles na hora do almoço ou para assistir a um jogo de futebol.

Deve-se promover a participação em atividades extra-curriculares. Se o aluno

com síndrome de Down não puder fazer parte do time de atletismo, talvez ele possa ser o

chefe ou assistente do chefe. Pessoas com síndrome de Down podem ficar encarregadas do

equipamento para os clubes de xadrez ou para a banda.

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CONCLUSÃO

Através dessa monografia, conclui-se as oportunidades e assistências que

deveriam ser fornecidas a crianças e adolescentes com Síndrome de Down para permitir

que se tornassem o mais independentes possível. Foi assinalado que o treinamento para a

independência deve começar na primeira infância, porque os primeiros anos de vida são da

maior importância na preparação do caminho para o futuro; e que os comportamentos

sociais devem ser formandos nos anos escolares; e que os indivíduos com Síndrome de

Down também precisam ser expostos a várias experiências de vida para possibilitar seu

desempenho ótimo na sociedade.

Agora, no limiar da passagem de nosso filhos para a vida adulta, novas

questões emergem: como nossos filhos utilizarão suas habilidades adquiridas, no futuro?

Como será sua atuação na comunidade? E, talvez a pergunta mais crucial para os pais: “O

que será de nossos filhos depois de nossa morte?”

Teremos realizado muito no sentido de prepará-los para um futuro promissor se

tivermos conseguido dar a nossos filhos com Síndrome de Down as ferramentas para a

realizar lago na vida, estimulando neles a curiosidade e o desejo de aprender, se nós

tivermos auxiliando no seu desenvolvimento de formas de comunicação e na

independência e se nós conseguimos conscientizá-los de suas habilidades e pontos fortes.

Se nossos filhos forma treinados para demonstrar comportamentos sociais aceitáveis e se

conseguimos incutir neles uma fé em seu valor próprio, teremos dado um impulso

significativo em suas vidas.

Embora possa ser difícil para algumas pessoas com Síndrome de Down

expressar suas vontades e desejos, devem ser envolvidas no processo de tomada de decisão

referente ao seu novo ambiente. No passado, eram negadas as escolhas a muitos desses

indivíduos, sendo que eram, praticamente, forçados a enfrentar novos contextos

desconhecidos. Mesmo para quem sabe do que se trata e consegue expressar suas

preferências, as limitações na área de competência social pode criar obstáculos

intransponíveis para a realização de suas preferências.

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A comunidade, no geral, necessita de programas educacionais sobre as

necessidades do adulto com Síndrome de Down. Nossas pessoas com Síndrome de Down

serão aceita pela sociedade somente se continuarmos na luta para forjar atitudes mais

esclarecidas, para que elas possam participar verdadeiramente na vida comunitária, no

melhor de suas capcidades.

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TINGERY. C. Down Syndrome: a Resource Handbook Boston: College – Hill Presss /

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES Instituto de Pesquisa Sócio-Pedagógicas Pós-Graduação “Latu Sensu” Título da Monografia

Dificuldades de Aprendizagem nos Portadores de

Síndrome de Down Data da Entrega: ___________________________ Avaliado por: Fabiane Muniz da Silva Grau: ________________

Rio de Janeiro, ______ de ______________________ de ________ _______________________________________________________________

Coordenação do Curso

FOLHA DE AVALIAÇÃO