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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PROGRAMA A VEZ DO MESTRE CURSO DE GESTÃO EMPRESARIAL MOTIVAÇÃO E RESULTADOS Por: Amanda Carvalho Carneiro Orientador Professor : Cleber Gonzaga Rio de Janeiro 2010

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PROGRAMA A VEZ DO … · corporais de manutenção da vida, como a homeostase, regulação do corpo humano a ambiente exterior que inclui os ajustes indispensáveis

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PROGRAMA A VEZ DO MESTRE

CURSO DE GESTÃO EMPRESARIAL

MOTIVAÇÃO E RESULTADOS

Por: Amanda Carvalho Carneiro

Orientador

Professor : Cleber Gonzaga

Rio de Janeiro

2010

1

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PROGRAMA A VEZ DO MESTRE

CURSO DE GESTÃO EMPRESARIAL

MOTIVAÇÃO E RESULTADOS

Apresentação de monografia ao Programa

A Vez do Mestre – Universidade Candido

Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em

Gestão empresarial.

Por: Amanda Carvalho Carneiro

2

AGRADECIMENTOS

Aos mestres e amigos que acompanharam

nessa trajetória.

3

DEDICATÓRIA

Aos meus pais que foram os responsáveis

por está conquista.

4

RESUMO

O presente trabalho aborda o tema Motivação e Resultados. Trata-se de assunto

atual e com ensinamentos atualizados a cada dia, tendo em vista o ritmo acelerado

com que se dá a chegada do aporte de novas técnicas, para acompanhar a

velocidade que a globalização imprime à tomada de decisões pelo administrador

comprometido com o sucesso de sua organização e o alcance dos objetivos da

mesma. Verifica-se que, estando o gestor competente, dinâmico e eficiente de posse

dos conhecimentos necessários, ele pode criar entre seus subordinados um clima de

satisfação com a empresa e interesse na permanência dela no mercado, bem como

em seu progresso e expansão, que devem sempre fazer parte das metas a serem

atingidas. A motivação é vista, portanto, como ferramenta básica e indispensável do

planejamento estratégico de uma empresa que se quer moderna, prática e eficiente.

5

METODOLOGIA

Trata-se de pesquisa bibliográfica baseada em pensamentos de pesquisadores do

tema, expressas em livros, revistas e artigos publicados na mídia impressa e virtual,

no Brasil, nos últimos anos, em fontes acadêmicas selecionadas. Os artigos foram

analisados e creditados pontualmente a seus autores, que vêm relacionados ao

final do trabalho, segundo os preceitos éticos vigentes. E uma pesquisa descritiva e

explicativa, com enfoque qualitativo.

6

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 7

CAPÍTULO I - Aspectos teóricos da motivação 9

1.1 - A importância da motivação no meio organizacional 9

1.2 - Engajamento do empregado nos

objetivos da empresa 15

1.3 - A revolução nos serviços 16

CAPÍTULO II - Motivação dos funcionários e aumento da produtividade 18

2.1 - Cálculo dos custos em treinamento 24

2.2 - Retorno dos investimentos em treinamento e capacitação 26

2.3 – Resultados da motivação 29

CAPÍTULO III - Papel do gestor na administração de custos 32

3.1 - Administração do tempo do gestor e dos comandados 33

3.2 - Planejamento estratégico em tempos de globalização 37

3.3 - Motivação e inovação 38

CONCLUSÃO 40

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 41

7

INTRODUÇÃO

A importância da motivação no meio organizacional é analisada neste

trabalho, com o enfoque nos resultados obtidos quando uma empresa valoriza a

motivação, entre seus funcionários.

O problema focalizado se resume em verificar de que forma a motivação dos

funcionários pode transformar-se em uma ferramenta eficiente para que determinada

organização atinja seus objetivos, nas mãos do gestor competente e preocupado

com as metas organizacionais.

A escolha do tema tem como justificativa o fato de que o planejamento

estratégico, na forma de medidas a serem aplicadas em curto prazo, uma exigência

da globalização - uma situação empresarial em que as transformações se dão em

ritmo vertiginoso -, faz com que o administrador, para atingir os objetivos da

empresa, tenha que utilizar ferramentas realmente eficientes e que lhe permitam

avaliar o mais depressa possível seus resultados. A motivação dos empregados,

que numa forma simplista poderia ser considerada de eficácia comprovada

cientificamente desde as experiências de Pavlov sobre o reflexo condicionado,

assume caráter mais nobre nos estudos de Bauer, Ferguson e outros autores, que

serão analisados. Este tema foi escolhido para o trabalho não somente por ter

chamado a atenção da autora desde as primeiras noções de Administração

recebidas em aula, mas por ser um assunto que tem gerado muitos livros e artigos e

sido abordado em outros tantos eventos para sua discussão, chegando a ser

considerado por muitos autores, como Lima e Nakamura, como o fator mais

importante para se atingir um nível ótimo de resultados.

O objetivo geral do trabalho é avaliar o nível de relevância das medidas

adotadas para motivar os funcionários, nas empresas. Como objetivos específicos,

temos: verificar até que ponto as medidas adotadas para aumentar a motivação

confirmaram as expectativas, aumentando as vendas; apresentar exemplos de

motivação bem sucedidos na prática; analisar como os funcionários reagem às

medidas de motivação.

8

A hipótese levantada pela pesquisa é no sentido de que a motivação consiga

tornar-se um elemento de alavancagem das vendas e negócios, ao criar um clima de

confiança na empresa, maior esperança de promoções e melhoria de salários, maior

êxito e progresso profissional, levando o empregado a tornar-se um fiel e dedicado

amigo da empresa, empenhado no sucesso da mesma, por considerar que este será

também o seu sucesso como empregado. Por outro lado, será analisada a validade

e pertinência da criação de um sentimento exacerbado de competitividade entre os

funcionários, com o estabelecimento de objetivos e metas e respectiva premiação.

O objeto de estudo é a motivação observada entre funcionários de empresas

nacionais e estrangeiras; serão analisados trechos e artigos publicados em livros e

periódicos, bem como em sites da internet, relatando casos pertinentes ao tema e os

resultados obtidos pelas pesquisas dos autores e divulgados nos últimos dez anos,

ou seja, de 2000 até 2010.

No que tange à metodologia adotada, esta pesquisa bibliográfica será

baseada em livros existentes em bibliotecas e em artigos publicados pela internet,

em anos recentes, em sites confiáveis, como Bireme e Scielo, de nível acadêmico,

tomando como palavras-chave: motivação, vendas e administração. Os dados serão

em seguida organizados por assunto, analisados e comparados, para chegar-se aos

resultados expostos na Conclusão.

Entre os principais autores a serem abordados, destacam-se: Aldo Leonardo

Cunha Callado et al., Claudinete Salvato Lima e Lígia Maria Soto-Urbina, Bruno Cals

de Oliveira et al., Ronnie Joshé Figueiredo de Andrade e Martius Vicente Rodriguez

y Rodriguez e Ivo Cardoso de Jesus.

9

CAPÍTULO I

ASPECTOS TEÓRICOS DA MOTIVAÇÃO

A palavra motivação é derivada do latim motivus, que tem o significado de

movimento, coisa móvel. Assim sendo, motivar uma pessoa é o mesmo que

provocar nela um movimento, um novo ânimo; levar esta pessoa a buscar novos

horizontes, incentivar a realizar novas conquistas. (NAKAMURA et al., 2005)

A motivação pode ser definida portanto como um conjunto de fatores que

determina o procedimento ou a mudança na maneira como um indivíduo funciona.

Trata-se de assunto bastante controverso, nas diversas áreas em que é empregado,

com diferentes acepções: em medicina, ao estudar-se os motivos que levam a

determinado estado patológico; na educação, as formas empregadas para motivar

os alunos a aprender; na religião, quando se verifica o que leva determinadas

pessoas a se dedicarem à vida espiritual e, opostamente, até na criminologia,

quando se tenta entender a motivação que leva as pessoas infratoras à realização

ou participação em crimes e contravenções. (NAKAMURA et al., 2005)

No sentido que será abordada aqui, a motivação reune as razões que podem

levar o empregado a sentir-se como parte integrante da empresa, importando-se

com os resultados de seu trabalho e realizando todos os esforços possíveis no

sentido de atingir as metas e objetivos da organização em que trabalha.

1.1 - A importância da motivação no meio organizacional

Em todos os momentos da vida o ser humano é impelido pela motivação, que

é a força motriz que lhe permite realizar todas as suas atividades.

Motivação, segundo Fiorelli (2004) “é uma força, uma energia que nos

impulsiona na direção de alguma coisa que nasce de nossas necessidades

interiores” e que, quando acontece, as pessoas tornam-se mais produtivas, agem

com maior satisfação e geram efeitos multiplicadores. Com todos estes atributos,

10

tornou-se a motivação uma das maiores preocupações dos administradores que

verificaram que despertar, manter a canalizar apropriadamente a motivação é o

caminho que leva mais diretamente ao alcance dos objetivos da organização.

A origem da motivação pode ser encontrada nos próprios mecanismos

corporais de manutenção da vida, como a homeostase, regulação do corpo humano

a ambiente exterior que inclui os ajustes indispensáveis à vida, como o calor, o frio,

a fome e a sede. Há ainda outros fatores, ligados à sobrevivência da espécie pelo

sexo. Como se pode ver, trata-se de um tema fértil e complexo. (FIORELLI, 2004)

Algumas teorias bastante conhecidas trazem concepções que merecem um

estudo mais detalhado, como as de Herzemberg e Maslow.

Herzemberg dividiu os fatores que alteram o comportamento ser humano em

dois grupos: os higiênicos e os motivadores. Os higiênicos, que se realizam

externamente ao indivíduo, seriam salário, benefícios recebidos, segurança no cargo

e relações interpessoais no ambiente de trabalho.

Caso não atingissem o nível adequado, estes fatores em carência

provocariam insatisfação; quando atendidos, não despertariam a motivação (a

energia interior) do indivíduo, a qual só seria acionada pelos fatores motivacionais,

intrínsecos ao profissional, dos quais fazem parte o reconhecimento, status,

responsabilidade, oportunidade de reconhecimento, riqueza do trabalho, desafios.

Entretanto, a falta desses fatores não causa insatisfação. (FIORELLI, 2004)

Já a Teoria de Maslow se baseia na hierarquia de necessidades básicas,

ilustrada pela famosa pirâmide que aparece na Figura 1.

Mais atualmente, Edward Lawler, que muitos consideram ser o Maslow da

nova geração, apresentou seus conceitos teóricos da motivação, cujo emprego na

prática tem sido satisfatório em muitos casos, segundo Vianna (1999).

Lawler basicamente é de opinião que qualquer pessoa só se motiva se entre

suas expectativas em relação ao futuro estiver uma alta probabilidade de acontecer

uma das seguintes situações:

11

Situação 1: se a pessoa alimentar a expectativa de que seu esforço vai

efetivamente transformar-se em bom desempenho.

Situação 2: se cumulativamente a pessoa tiver a expectativa de que esse

desempenho tem alto grau de probabilidade de transformar-se em resultados

compensadores.

Situação 3: se a pessoa ainda tiver a expectativa de que o resultado atingido

transforma-se, também com alto grau de probabilidade, em uma consequência de

atratividade pessoal satisfatória. (VIANNA, 1999)

Figura 1 – Pirâmide das Necessidades Básicas, de Maslow Fonte: Quenerd, 2010

Weissn (1991) relacionou da seguinte forma as compensações que as

pessoas mais frequentemente procuram obter através de seu trabalho na lista que

segue. Cada uma das assertivas corresponde a uma possível resposta à pergunta:

“O que eu pretendo obter em troca do esforço que dedico ao meu trabalho?"

1. Conhecimento: Perseguir e aprender coisas e idéias novas; procurar a

verdade ou a informação; ser conhecido pelos outros como uma pessoa

inteligente e sentir-me inteligente.

12

2. Poder: Liderar e dirigir os outros; influenciar e controlar os outros, isto é,

fazer com que façam o que eu quero que façam.

3. Independência: Atingir minhas metas da maneira mais apropriada para

mim; ter a liberdade de ir e vir como eu quiser; ser eu mesmo o tempo

todo; controlar minhas ações.

4. Realização: Conseguir meus objetivos pessoais com a sensação de que

fiz alguma coisa tão bem como outra pessoa, se não melhor; sentir auto-

satisfação ao enfrentar um desafio, ao realizar uma tarefa ou um

serviço, ou ao resolver um problema.

5. Reconhecimento: Receber atenção, ser notado, apreciado ou respeitado

por outros, devido a alguma coisa que eu tenha feito; gerar nos outros

um sentimento de quem eu sou e do que eu realizo.

6. Amizade: ter muitos amigos; trabalhar com os outros e gozar da

camaradagem; juntar-me a grupos para ter companhia; desejar e gostar

de relações sociais.

7. Responsabilidade: Ser responsável perante os outros ou perante as

organizações a que pertenço por um trabalho ou um serviço; possuir

alguma coisa e cuidar dela.

8. Criatividade: Ter capacidade, desejo e liberdade de desenvolver idéias

novas, soluções de problemas, melhorias em produtos ou processos, ou

desenhos de coisas ou planos; ser desafiado mentalmente; ser o

primeiro a inovar ou criar.

9. Segurança: Ter o essencial para viver; sentir-me seguro, ter auto-

confiança; ter estabilidade no emprego e continuidade de renda.

13

10. Dedicação: Ser leal à minha firma ou ao meu supervisar, à minha

família, ao meu grupo social ou político, e outros; dar aos outros

devoção, dedicação ou amizade.

11. Justiça e paridade: Receber recompensas e reconhecimento por minhas

contribuições e realizações na proporção do meu esforço e compatíveis

com os recebidos pelos outros.

12. Crescimento: Avançar, expandir minha vida através do meu trabalho e

através da melhoria da minha situação no trabalho ou na comunidade;

aumentar meus conhecimentos ou capacidades relacionados ou não

com o trabalho; encontrar realização nos grupos com os quais trabalho

ou convivo; amadurecer pessoal e profissionalmente.

13. Auto-estima: Ser alguém de valor no meu conceito e no conceito dos

outros; ser aceito como urna pessoa e não como uma não-entidade ou

um meio para alguma finalidade; sentir-me útil e desejado por outras

pessoas; ser um líder; ser apreciado pelos outros.

14. Desafio: Sentir-me bem com as coisas que eu faço, com seu grau de

dificuldade, e com sua complexidade ou a necessidade de minha

criatividade; ter oportunidades de utilizar meus conhecimentos e minhas

habilidades com eficiência e facilidade.

15. Ajuda aos outros: Dar assistência, apoio, empatia ou proteção a outros;

ser aberto, sensível e generoso.

16. Dinheiro: Ter um bom salário ou outros benefícios; ter prosperidade

material.

17. Divertimento / prazer: Divertir-me; ter prazer nas coisas; fazer também o

que eu gosto, em vez de somente as coisas que tenho que fazer.

(WEISS, 1991)

14

No diagrama da Figura 2 pode ser visualizada a proposta conceitual de

Lawler:

SITUAÇÃO 1

SITUAÇÃO 2

SITUAÇÃO 3

Figura 2 – Dinâmica das situações propostas por Lawler Fonte: VIANNA (1999)

A aplicação dos conceitos expostos acima, na prática, é muito mais efetiva do

que se poderia pensar menos refletidamente, mas o que se pode aprender com eles

é principalmente que as pessoas não se motivam apenas para ganhar uma

atratividade pessoal consistente, ou seja, com a remuneração financeira; de forma

mais profunda e complexa, a rede de decisão da motivação passa pelo sentimento

de eficiência, ao desenvolver bem uma certa atividade e um sentimento de

efetividade, que se resume em fazer bem a atividade certa, obtendo resultados

favoráveis. (VIANNA, 1999)

ESFORÇO DESEMPENHO

DESEMPENHO RESULTADOS

RESULTADOS ATRATIVIDADE PESSOAL

15

1.2 - Engajamento do empregado nos objetivos da empresa

Tamayo; Paschoal (2003) propuseram em seu trabalho um modelo para

aprimorar programas de motivação no trabalho a partir do perfil motivacional do

trabalhador. Reconheceram que a desvinculação entre metas do trabalhador e

estratégias de motivação laboral pode ser um fator relevante no insucesso relativo

de alguns programas de motivação, e que o conhecimento do perfil motivacional do

trabalhador permite que sejam desenvolvidos programas diferenciados de motivação

dentro da organização, visando atender as metas de diversos grupos de

trabalhadores. O que não significa dizer que para cada funcionário seja necessário

desenvolver um programa específico, mas que os programas motivacionais

passariam a considerar as especificidades de diferentes equipes e/ou setores

organizacionais.

Assim sendo, em lugar de um único programa para toda uma organização,

estratégias mais específicas e diretivas seriam desenvolvidas, visando atingir os

interesses dos grupos alvo. Mesmo que a organização como um todo não esteja

interessada em desenvolver diferentes estratégias motivacionais para seus vários

setores, esta perspectiva permite que cada gestor implante seu próprio programa

para seus trabalhadores.

Em outras palavras, o gestor que desejar, pode desenvolver um programa de

motivação que atinja diretamente as metas e valores dos trabalhadores pelos quais

é responsável, sem depender de programas que estejam sendo desenvolvidos por

outros departamentos e unidades da organização. Para tanto, a aplicação do IVS ou

do QPV fornece o perfil motivacional dos indivíduos integrantes de sua equipe ou

setor e, a partir das metas representativas deste grupo, as estratégias motivacionais

a serem traçadas pelo gestor.

A possibilidade de relacionar motivação no trabalho com o perfil motivacional

dos trabalhadores preenche diversas lacunas deixadas por programas baseados em

abordagens exógenas ou endógenas de motivação. Na proposta apresentada por

estes autores, as motivações pessoais não se limitam ao nível teórico; elas passam

a fornecer os elementos básicos para a definição dos programas de motivação

16

laboral. Assim os fatores exógenos da motivação podem ser empregados de forma a

alcançar motivações pessoais dos funcionários.

1.3 - A revolução nos serviços

Nakamura et al. (2005) admitiram que a motivação pode ser acionada tanto

por fatores internos quanto por fatores externos. As características dos ambientes

que freqüentamos são os fatores externos. Caso o ambiente em que vivemos e

trabalhamos nos proporcione atividades voltadas aos interesses de quem aprende, o

grau de motivação será alto.

Não é o caso de se submeter a um tratamento, mas sim de construir uma

habilidade. Não é o professor que ensina nem o método que funciona; é o aluno que

aprende. Por isso, a motivação do aprendiz no aprendizado é um elemento chave.

Chega-se assim à conclusão de que ninguém pode motivar ninguém; a

motivação vem das necessidades internas de cada indivíduo e não de nossa

vontade.

Gostamos de atribuir aos outros, objetivos que são nossos e não da pessoa.

É fácil perceber quando as pessoas estão atribuindo a outras pessoas, objetivos

que, na realidade, são delas mesmas.

O que motiva as pessoas é o fato de ser reconhecido, ser tratado como

pessoa, ser tratado de modo justo, ser ouvido: desafios, novas oportunidades,

orgulho do próprio trabalho, bom ambiente de trabalho, sensação de ser útil, ser

aceito e outras do mesmo nível, são motivações poderosas. (NAKAMURA et al.,

2005)

No que tange à motivação, o papel do administrador se resume em ser o

elementos que cria condições para que as pessoas trabalhem motivadas. É uma

tarefa não muito fácil, uma vez que o comportamento humano é extremamente

complexo, devido às diferenças individuais e ao fato de as pessoas mudarem

continuamente.

17

Há contudo concordância sobre vários fatores aos quais a maioria das

pessoas reage favoravelmente. Para uma grande maioria das pessoas, a

possibilidade de melhor remuneração constitui um forte incentivo. Outra fonte de

satisfação para muitas pessoas é o desafio. Superar metas ou outros departamentos

pode ser um forte incentivo para outras.

As condições de trabalho, tais como ambiente agradável, boas instalações,

bom refeitório, preocupação com segurança, influem para tomar as pessoas mais

produtivas.

Um dos problemas básicos em qualquer organização é como induzir as

pessoas a trabalhar. No mundo atual esta não é uma tarefa fácil, visto que a maioria

das pessoas obtém pouca satisfação em seus empregos. Nas grandes

organizações, as pessoas devem trabalhar cumprindo ordens que podem não

entender nem aprovar; no entanto, para que tenhamos funcionários motivados, é

preciso fazer com que eles se sintam satisfeitos em seu ambiente de trabalho.

Poderíamos sintetizar essas condições nos seguintes itens:

• Identificar as necessidades e anseios das pessoas

• Buscar o trabalho que mais atrai a pessoa

• Reconhecer o bom desempenho

• Facilitar o desenvolvimento do funcionário

• Projetar o trabalho de modo a torná-lo atraente

• Adotar um sistema de recompensas ligado ao desempenho

• Aperfeiçoar continuamente as práticas gerenciais (NAKAMURA et al.,

2005)

A aplicação dos conceitos acima sintetizados permitiu o surgimento de uma

verdadeira revolução nos serviços, visando o aumento da produtividade e outros

itens da agenda de objetivos das empresas, como veremos no capítulo 2, a seguir.

18

CAPÍTULO II

MOTIVAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS

E AUMENTO DA PRODUTIVIDADE

O conceito de produção abrange o vasto domínio das múltiplas atividades

humanas e da fabricação de bens materiais que são mercantilizados entre pessoas

e comunidades.

Os investimentos em capital humano constituem uma importante fonte de

riqueza, uma vez que aumentam o valor do produto do esforço humano,

proporcionando taxas de rendimento positivas.

Na definição de Nicholson (1985) a Função de Produção constitui uma

relação que exibe o montante máximo de produção que pode ser produzido a partir

de qualquer conjunto especificado de insumos, levando em conta a tecnologia

existente ou o estado da arte.

Realmente, a função de produção é empregada na economia para descrever

a relação entre quantidade de insumos utilizados na produção e a quantidade de

produtos obtidos. As economias são compostas por um grande número de empresas

que utilizam capital (K) e trabalho (L) para gerar uma quantidade de produção (Q).

Assim, esta função é definida como Q = Q (K, L) (WONNACOTT; WONNACOTT,

1994)

Visando mostrar a realidade das empresas, a teoria econômica considera

que, no curto prazo, só existe um recurso de produção variável, o trabalho. Nesta

condicionante temporal, as empresas não variam a quantidade de capital, refletindo

o fato de que nem sempre elas encontram facilidade em mudar rapidamente a sua

capacidade de produção. Nestes termos de curto prazo, se a empresa quiser

aumentar a seu nível de produção, deverá fazê-lo através do aumento da mão-de-

obra, conforme se pode ver na Figura 3.a.

19

Entretanto, quando se trata de longo prazo, segundo o modelo convencional

microeconômico, conforme mostrado na figura 1.b, a organização pode modificar a

sua capacidade de produção introduzindo novas tecnologias ou investimentos em

capital, conforme exibido na Figura 3.b. Assim sendo, a função de produção se

desloca para cima e é possível produzir mais produto por trabalhador. Ou, em outras

palavras, é possível produzir a mesma quantidade de bens ou serviços com um

menor número de trabalhadores.

Figura 3 - Função de produção e o tempo: (a) no curto prazo; (b) no longo prazo Fonte: Lima; Soto-Urbina (2002)

O produto marginal de um insumo é o aumento do produto total causado pelo

acréscimo de uma unidade de insumo variável no processo de produção, mantendo-

se constantes todos os demais insumos.

Com o aumento da quantidade de insumo variável, mantendo-se constante a

quantidade do outro insumo (fixo), obtêm-se um ponto para além do qual o produto

marginal cai. Esta é a Lei dos Rendimentos Físicos Marginais Decrescentes e

constitui uma afirmação baseada em observações do cenário econômico real. Vale

ressaltar que jamais fora registrada uma observação empírica contrária.

Quando um insumo fixo é relativamente abundante, o produto marginal é

crescente. Neste caso, o nível de Q é pequeno e a firma trabalha com rendimentos

20

marginais crescentes. Porém, essa mesma situação se constitui num estímulo

natural para aumentar a produção. Assim, rapidamente se atinge um ponto, para

além do qual um acréscimo na intensidade de uso do insumo fixo produz

rendimentos adicionais progressivamente menores. A Figura 4 mostra a função de

produtividade marginal do trabalho, definida para níveis de capital fixos e padrões

tecnológicos estáveis.

Figura 4 – Produtividade marginal do trabalho Fonte: Lima; Soto-Urbina (2002)

O insumo fixo é um parâmetro que provoca variações no conjunto de curvas

de produção e, consequentemente, de produtjvidade marginal.

A teoria dos custos visa introduzir a dimensão econômica nas decisões de

produção. Assim, a partir do conhecimento da função de produção, dos efeitos de

rendimentos decrescentes, etc., é possível realizar a análise dos custos de produção

da empresa.

De acordo com a análise microeconômica, são as condições físicas de

produção, os preços dos recursos e a conduta do empresário que determinam o

custo de produção de uma firma.

É bastante comum a situação em que a empresa lida com volumes de

produção substanciais e a produtividade marginal do trabalho (pMGL) declina,

portanto os custos crescem a taxas crescentes, conforme ilustrado na Figura 5.

Neste caso, no curto prazo a organização terá que encarar o problema de

que somente poderá expandir a produção a custos crescentes. Portanto, terá um

estímulo de modificar o fator de produção fixo com vistas a deslocar para cima as

21

funções de produção c produtividade e, consequentemente, deslocar para baixo a

função de custos.

Figura 5 – Produtividade e custo em função da quantidade produzida. Fonte: Lima; Soto-Urbina, 2002.

Atualmente, diversos estudos têm apontado a necessidade da inserção de

um novo fator como insumo da função de produção. Esta necessidade se deve a

crescente importância deste "novo componente" na produtividade e eficiência

competitiva das empresas. Este fator caracteriza-se pela acumulação do capital

humano.

A nova teoria intemaliza o "capital humano" no próprio processo produtivo,

separando o capital e a mão-de-obra em duas categorias, uma que participa da

produção propriamente dita, e outra que se destina à produção do novo

conhecimento e da nova tccnologia. Quanto maior a proporção dos fatores destinada

à segunda categoria, tanto maior a produtividade da mão-de-obra, que constitui um

importante critério de eficiência dentro de uma firma.

Neste contexto vale considerar, djante do atual cenário econômico, um

modelo de função de produção mais rico e adaptável às condições recentes, como:

Q = A F (L, K, C)

onde "Q" denota a quantidade de produtos, "L" a quantidade de trabalho, "K" a

quantidade de capital físico e "C" a quantidade de capital humano. "F( )" é uma

função que mostra como os insumos são combinados para gerar o produto. "A" é

uma variável que representa a tecnologia produtiva disponível. À medida que a

22

tecnologia se aperfeiçoa, "A" aumenta de forma que a economia produz mais a partir

de qualquer combinação dada de insumos. Quando o insumo capital humano entra

numa função de produção, seu produto marginal fica igual a:

As funções de produção costumam ter retomo constante de escala, que

ocorre quando a duplicação dos insumos provoca uma duplicação na produção.

Entretanto, o que se tem notado recentemente é que a atividade econômica tem

apresentado rendimentos crescentes em relação à escala de produção, porque o

retorno dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento e o retorno dos

investimentos em educação e treinamento da mão-de-obra não são plenamente

capturados pelos agentes que os produziram. Eles se difundem para toda a

economia, aumentando assim a taxa de retomo global.

O Capital humano tem representado elemento extremamente importante

como propulsor de produtividade e eficiência nas empresas. Azevedo (1992) define

investimento em capital humano como "gastos que provocam um aumento da

capacidade produtiva das pessoas." Para ele, a acumulação desses gastos

realizados constitui um estoque de capital humano.

As empresas necessitam perceber que os seres humanos em seu trabalho não são apenas pessoas movimentando ativos - eles próprios são os ativos que podem ser valorizados, medidos e desenvolvidos como qualquer outro ativo da cooperação. São ativos dinâmicos que podem ter seu valor aumentado com o tempo, e não ativos inertes que perdem o valor. Com certeza são os mais importantes de todos os ativos. Os sistemas criados para recrutá-los, recompensá-los e desenvolvê-los, formam uma parte principal do valor de qualquer empresa - tanto quanto ou mais que os outros ativos, como dinheiro, terras, fábricas, equipamentos e propriedade intelectual. (PONCHIROLLI, 2000)

Na realidade, o sucesso de uma organização está intimamente ligado a seu

pessoal, responsável pelo aumento da produtividade e qualidade de seus produtos

e/ou serviços, bem como pela sua eficiência competitiva no mercado. A função do

23

capital humano consiste basicamente em "aumentar a produtividade econômica dos

individuos" (PONCHIROLLI, 2000). Assim como o capital físico, o capital humano

também aumenta a capacidade de uma empresa para a produção de bens e

serviços.

Na verdade, a eficiência de uma organização depende tanto do capital

material, acumulado sob a forma de investimentos em máquinas, equipamentos etc.,

como do capital humano, adquirido através de investimentos em educação e

capacitação dos indivíduos, que possibilitam o aumento da produtividade dos

mesmos como trabalhadores.

Como já foi dito aqui, no curto prazo os aumentos na quantidade (Q) se dão

pela elevação do insumo variável trabalho. Esta forma de elevar a produção está

sujeita à Lei dos Rendimentos decrescentes, que implica na redução da

produtividade marginal do trabalho (PMGL), conforme se expandem as

necessidades de trabalho.

Assim sendo, a superação da Lei dos Rendimentos decrescentes requer que

as firmas realizem investimentos que desloquem para cima a função da PMGL,

conforme mostrado na Figura 6.

Figura 6 – Produtividade marginal do trabalho Fonte: Lima; Soto-Urbina (2002)

Especificamente a firma pode modificar os níveis de capital fixo, os padrões

tecnológicos e o nível de capital humano. Porém, usualmente é uma decisão muito

mais complexa a de modificar os padrões tecnológicos ou a de modificar a escala de

24

produção, pois envolvem mais dinheiro e, consequentemente, mais risco. Portanto,

atualmente, tem se dado muito valor aos investimentos em capital humano porque

eles elevam a função de produtividade sem requerer grandes dispêndios, como seria

no caso de investir em capital físico ou em aumento de tecnologia. Assim, em países

como o Brasil, onde o capital é realmente um fator escasso e caro, as firmas devem

investir na elevação da qualidade do trabalho, através de investimentos em

treinamento e qualificação formal e informal dos recursos humanos (LIMA; SOTO-

ORBINA, 2002)

2.1 – Cálculo dos custos em treinamento

A maioria das organizações gostaria de poder medir os custos investidos em

iniciativas de treinamento contra os resultados pretendidos. O desafio é que é muito

mais fácil medir os custos de realizar o treinamento do que quantificar os resultados.

Uma ferramenta útil para determinar os custos e resultados é comparar os custos

por participante versus os resultados por participante.

A comparação do custos e benefícios pode ser feita pelos quatro passos

simples determinados a seguir (CHAMEY; COMWAY, 2005).

a) Calcular os custos do treinamento – incluindo os seguintes:

- Custos do facilitador

- Projeto de treinamento

- Materiais do curso

- Vídeos e apostilas

- Aluguel das instalações

- Aluguel dos equipamentos (tais como projetores suspensos)

- Tempo de produção (incluindo horas extras dos funcionários e empregados)

- Facilidades de vídeo-conferência

- Equipamentos de informática especializados

- Administração (tais como procedimentos de registro ou avisos de

confirmação)

- Todos os custos relevantes, divididos pelo número de participantes previsto,

dão o custo total por participante.

25

b) Determinar os resultados potenciais gerados. Estas economias podem

incluir:

- Menos erros

- Devoluções de clientes reduzidas

- Menos equipamento ocioso

- Ingresso de lucros aumentado

- Tempo de partida do equipamento mais rápido

- Ociosidade dos empregados reduzida, quando este tempo pode ser

atribuído à má supervisão.

- Implementação adequada de novas estratégias de clientes.

- Clima do local de trabalho mais elevado, através de práticas de gerência

mais efetivas.

- Menos tempo perdido no atendimento a reclamações e paralisações no

trabalho devido à supervisão inefetiva.

- Custos de recrutamento reduzidos (uma vez que o treinamento pode criar

mais candidatos a promoções já entrosados na empresa).

- Produtividade maximizada de novos empregos através de treinamento com

orientação eficiente.

c) Calcular os resultados potenciais. Para calcular os resultados potenciais,

estabelecer metas a serem atingidas pós-treinamento, através da identificação e

quantificação as mudanças que uma iniciativa de treinamento irá produzir se todos

outros fatores forem constantes. Os fatores na fórmula incluem os seguintes:

- Nível atual de desempenho (por exemplo, cotas de 200 erros por mês; seis

contas de clientes perdidas por mês; cinco dias perdidos por parada de trabalho, por

ano).

- Traduzir o nível atual de desempenho em um número em cifras (por

exemplo, taxas de 200 erros x tempo de correção cinco minutos x 15 reais de salário

por hora = 250 reais por mês).

- Identificar a mudança que o treinamento pode produzir (por exemplo, reduza

os erros para 50 por mês).

- Calcular as economias que o critério de alvo irá gerar (por exemplo: 200

erros – 50 erros – economias pela diminuição de 150 erros por mês – 150 x cinco

minutos/60 x $15 = $187,50).

26

- Identificar uma linha de tempo significativa para realização das economias,

baseada em suas melhores predições de negócios, sobre os fatores que contribuem

para os erros permanecerem inalterados.

- Identificar o número de empregados no grupo de treinamento alvo.

- Dividir as economias totais previstas pelo número de participantes para

identificar os ganhos por participante.

d) Comparar os custos para os resultados.

- Multiplicar os custos por participante pelo número total de participantes.

- Multiplicar as economias por participante pelo número total de participantes.

- Comparar os resultados obtidos para estabelecer seu caso de negócio para

treinamento.

A técnica descrita acima não só identifica os custos atuais e os resultados

realísticos, como também garante que suas expectativas de treinamento são

razoáveis e endereçadas a resultados comerciais mensuráveis. (CHAMEY;

CONWAY, 2005).

2.2 – Retorno dos investimentos em treinamento e capacitação

Segundo Eboli (2004), o insumo conhecimento é fundamental para o

desenvolvimento da organização. Porém é preciso dispor de um método estruturado

para assimilação, difusão e aplicação e principalmente avaliação do retorno do

treinamento.

Andrade (2009), em trabalho apresentado, expôs que as organizações

buscam criar valor e inovar a todo o momento, dando retorno aos seus acionistas e

presidentes. Para tanto, investem no desenvolvimento do empregado, na geração de

novos conhecimentos, com o objetivo de desenvolvimento pessoal e organizacional.

Nesse contexto, é premente a necessidade das organizações adquirirem

capacidade de coletar, organizar e disseminar informações, de modo a incorporarem

inovações, pesquisas e desenvolvimento contínuo.

27

Lévy (2003) evidencia a importância de construir ferramentas e buscar

mecanismos para determinar o valor dos ativos intangíveis, que são relacionados

com novos conhecimentos na organização.

Senge (1997) define que a "organização que aprende" teria como

característica estar continuamente expandindo sua capacidade de criar o futuro. Ele

ainda comenta que o ser humano vem ao mundo motivado a aprender, explorar e

experimentar.

Para Fleury (2001), a relação entre a abordagem de "integração do

conhecimento" e a geração de vantagem competitiva depende da habilidade da

empresa em alinhar e integrar o conhecimento de muitos indivíduos especialistas.

Kirkpatrick (1998), considerado como o pioneiro no processo de avaliação,

utiliza em seu modelo quatro níveis: reação, aprendizado, comportamento e

resultados para analisar o retomo sobre investimento em treinamento. Os níveis por

ele trabalhados são os seguintes:

1º) Reação: cada aluno é avaliado pela participação nas atividades de

aprendizado, indicando se está adaptado à forma, método como foi apresentado o

material. Nesse nível, o mais simples deles, uma reação positiva é importante, pois o

futuro do treinamento depende dessa resposta. Caso a reação não seja favorável,

provavelmente não estão motivados a aprender. Reação positiva e satisfação

podem não assegurar o aprendizado, mas a reação negativa e insatisfação,

certamente, reduzem a possibilidade de aprendizado.

2º) Aprendizado: a aprendizagem ocorre quando há uma mudança na forma

de perceber e/ou um aumento de habilidades, mantendo-se o padrão de qualidade

no processo. Usando respostas obtidas, tem - se dados e informações para melhoria

do programa, identificando áreas que precisam de melhoria. Nessa fase o professor

precisa ter habilidade de promover um feedback construtivo. Pode haver uma

inversão do resultado, onde teremos aprendizado sem mudança de comportamento.

28

3º) Comportamento: o aluno deve ter tempo para assimilar o conhecimento

adquirido no treinamento e tentar mudar o seu comportamento. Depois é possível

prever quando ocorrerão mudanças, o que pode não ser imediato. Agora o aluno

pode chegar à conclusão que mesmo com o treinamento, não é necessário mudar o

seu comportamento. Nesse nível são analisadas as expectativas de mudança dos

alunos em relação ao inicio do curso/treinamento e identificamos as barreiras no

processo de aprendizagem. Kirkpatrick (1998), define requisitos que devem estar

presentes para ocorrer a mudança no comportamento do empregado/aluno:

• desejo de mudança;

• conhecimento de o que fazer e de como fazê-lo;

• auxílio na aplicação do aprendizado;

• recompensa pela mudança no comportamento.

O nível três da avaliação, comportamento, deve apresentar informações para

atender aos requisitos acima apresentados.

4º) Resultados: esse é o mais importante dos quatro, e talvez o mais difícil, a

determinação do resultado final. Geralmente o que encontramos nos resultados são

evidências e não provas incontestáveis de melhoras.

Este nível 4 identifica se a organização teve retorno do seu investimento e

pode ser adicionados indicadores como os dados de mercado etc., para ampliar a

visão estratégica da organização e do departamento de recursos humanos.

Nem todos os níveis são avaliados pela organização num programa de

treinamento. A organização precisa decidir quais serão avaliados, até porque

impacta em custos.

Outro especialista no tema, Hamblin (1998), apresenta sua visão a partir do

modelo de Kirkpatrick, ampliando sua visão e abordando o fato de que a coleta de

informações a respeito do treinamento deve priorizar as mudanças e suas anáiises

provocadas por ele.

29

O mesmo autor define que a finalidade da ação é provocar mudança através

do aprendizado e gerar valor para a organização, concordando com o modelo de

avaliação sequencial de Kirkpatrick (1993), ação e reação.

2.3 – Resultados da motivação

A seguir são enumeradas algumas das principais compensações que as

pessoas buscam, ao desempenharem suas tarefas, conforme relacionadas por

Weiss (1991):

1. Conhecimento: perseguir e aprender coisas e idéias novas; procurar a

verdade ou a informação; ser conhecido peIos outros como uma pessoa

inteligente e sentir-se inteligente.

2. Poder: Liderar e dirigir os outros: influenciar e controlar os outros, isto é,

fazer com que façam o que ela quer que seja feito.

3. Independência: Atingir suas metas da maneira mais apropriada; ter a

liberdade de ir e vir; ser ela mesma o tempo todo; controlar suas ações.

4. Realização: Conseguir seus objetivos pessoais com a sensação de que

fez alguma coisa tão bem como outra pessoa capacitada faria, ou até

melhor; sentir auto-satisfação ao enfrentar um desafio, ao realizar uma

tarefa ou um serviço, ou ao resolver um problema.

5. Reconhecimento: Receber atenção, ser notado, apreciado ou respeitado

por outros, devido a alguma coisa que tenha feito; gerar nos outros um

sentimento de quem ela é e do que ela é capaz de realizar.

7. Amizade: Ter muitos amigos; trabalhar com os outros e gozar da

camaradagem; juntar-se a grupos para ter companhia; desejar e gostar de

relações sociais.

30

8. Responsabilidade: Ser responsável perante os outros ou perante as

organizações a que está ligada por um trabalho ou um serviço; ter alguma

coisa para cuidar.

9. Criatividade: Ter capacidade, desejo e liberdade de desenvolver idéias

novas, soluções de problemas, melhorias em produtos ou processos, ou

desenhos de coisas ou planos; ser desafiado mentalmente; inovar, ser o

primeiro a criar.

9. Segurança: Ter o essencial para viver; sentir-se seguro, ter autoconfiança;

ter estabilidade no emprego e continuidade de renda.

10. Dedicação: Ser leal a sua firma ou ao seu superior na carreira, a sua

família, ao seu grupo social ou político, dar aos outros devoção,

dedicação ou amizade.

11. Justiça e paridade: Receber recompensas e reconhecimento por suas

contribuições e realizações na proporção de seu esforço e compatíveis

com os recebidos pelos outros.

12. Crescimento: Progredir, ampliar sua qualidade de vida através do seu

trabalho e da melhoria de sua situação no trabalho ou na comunidade;

aumentar seus conhecimentos ou capacidades relacionados ou não com

o trabalho; encontrar realização nos grupos com os quais trabalha ou

convive; amadurecer pessoal e profissionalmente.

13. Auto-estima: Ser alguém de valor em seu próprio conceito e no conceito

dos outros; ser aceito como uma pessoa e não como uma não-entidade

ou um meio para alguma finalidade; sentir-se útil e desejado por outras

pessoas; ser um líder; ser apreciado pelos outros.

14. Desafio: Sentir-se bem com as coisas que ela faz, com seu grau de

dificuldade e com sua complexidade ou a necessidade de sua

31

criatividade; ter oportunidades de utilizar seus conhecimentos e suas

habilidades com eficiência e facilidade.

15. Ajudar aos outros: Dar assistência, apoio, empatia ou proteção a outros;

ser aberto, sensível e generoso.

16. Dinheiro: Ter um bom salário ou outros benefícios; ter prosperidade

material.

17. Divertimento/prazer: Divertir-se; ter prazer nas coisas; fazer também o

que ela gosta, em vez de somente as coisas que ela tem que fazer.

O administrador que conseguir dispensar essas compensações a seus

comandados, com certeza estará promovendo entre eles a motivação necessária

para que desempenhem suas tarefas com boa-vontade e dedicação, sendo

partícipes dos esforços para atingir as metas da empresa, como um todo.

32

CAPÍTULO III

PAPEL DO GESTOR NA ADMINISTRAÇÃO DE CUSTOS

O papel desempenhado pelo administrador na tomada da decisão final é

muitas vezes mais importante que a própria compilação dos dados que irão

subsidiar todo o processo. (CALLADO et al., 2003)

A expressão gestor financeiro é utilizada para designar qualquer funcionário

que seja responsável por uma decisão significativa de investimento ou de

financiamento dentro de uma determinada organização.

Vários são os aspectos ligados ao impacto do tamanho de uma organização

nas características dos indivíduos e que não devem ser abandonados por qualquer

processo analítico dentro do contexto organizacional.

O processo decisório é uma das atividades mais críticas dos líderes e

envolve as pressões imediatas sobre quem toma as decisões, a análise do tipo de

problema e de suas dimensões básicas, a busca de soluções alternativas e o exame

de suas conseqüências.

O administrador financeiro, qualquer que seja o título específico de seu cargo,

dentro da organização em que trabalha, é o indivíduo ou grupo de indivíduos

preocupados com a obtenção dos recursos monetários e com a análise de sua

utilização.

Dentro de um processo decisório que envolve aspectos financeiros, a

utilização de dados precisos sobre os elementos relevantes assume uma

importância significativa na escolha da alternativa mais interessante para a

organização, sendo importante que se reconheça a importância da precisão desses

dados, pois uma das tarefas cruciais do processo de orçamento de capital consiste

em estimar os fluxos de caixa a serem gerados pelo projeto. (CALLADO et al., 2003)

33

A estrutura da função financeira dentro das diversas organizações pode

apresentar diversas características. Nas estruturas de pequeno e médio porte, as

atividades relacionadas à função financeira geralmente ficam sob a responsabilidade

de um dos sócios. Nas grandes organizações, a função financeira situa-se entre as

mais relevantes e costuma ser desempenhada por vários executivos de alto nível.

O porte de uma organização está relacionado com sua estrutura

administrativa e com sua estrutura de recursos humanos, tecnológicos e financeiros.

As estruturas organizacionais, com seus tamanhos variáveis, sofisticação

tecnológica e graus de complexidade e formalização, destinam-se a ser ou a evoluir

para sistemas de utilização de informações.

As organizações maiores dispõem de estruturas complexas e especializadas,

enquanto as organizações menores sofrem de limitações que dificultam o processo

de comunicação e interferem na qualidade das decisões, pois não dispõem de

equipamentos avançados e nem conhecem as técnicas de análise mais sofisticadas.

(CALLADO et al., 2003)

3.1 – Administração do tempo do gestor e dos comandados

Berg (2006), em seu trabalho sobre Administração do tempo, relaciona os

itens adaptados a seguir, como meios práticos de o administrador tornar mais

produtivo o seu trabalho, no dia-a-dia.

1. Estabelecer os objetivos com clareza. Tendo estabelecido bem claro o que

pretende atingir de mais importante em dois ou três meses ou nas próximas

semanas, o administrador deve anotar essas metas com destaque numa folha de

papel e deixá-la sempre bem à vista, para que não se esqueça de suas metas.

2. Fazer uma lista diária e priorizar as atividades. Trata-se de uma medida

extremamente básica: relacionar diariamente todas as atividades a serem cumpridas

naquele dia e estabelecera prioridades, começando sempre pelas mais importantes.

Assim o administrador eficiente poderá monitorar o andamento dos trabalhos, em

vez de perder tempo com detalhes que desgastam o tempo, deixando-o sempre

34

ocupado, mas sem nada renderem de efetivo. Uma folha de planejamento diário é

de muita utilidade para a definição de prioridades, tanto de atividades a serem

executadas quanto de telefonemas e outros contatos e tarefas a serem feitos.

3. Delegar. Transferir tarefas a seus subordinados, começando pelas rotinas

e procedimentos operacionais. Depois delegar também, dentro das possibilidades,

as atividades e trabalhos de maior responsabilidade, desde que a pessoa esteja

apta para assumir a tarefa. Caso não haja alguém capacitado, treinar um

subordinado. Delegando, o administrador estará livre para pensar em outros projetos

e fazer coisas mais nobres.

4. Saber tomar decisões. Todos os administradores estão sujeitos a, uma

vez ou outra, na vida profissional principalmente, tomar decisões erradas. No

entanto, tomar a decisão errada é, quase sempre, melhor do que não tomar

nenhuma decisão. Mas abusar do erro é pior do que não tomar nenhuma decisão.

As causas do problema podem ser diagnosticadas mediante as clássicas perguntas:

O quê?, Quando?, Por quê?, Onde?, Quem? e Quanto?. Isolado o problema e

descobertas as causas, o administrador pode tomar a decisão, com segurança.

Se o administrador persistir em dúvida quanto à melhor decisão, o mais

indicado será que pergunte a pessoas que já enfrentaram um problema igual ou

similar, como o resolveram. Vale a pena também pesquisar em livros, bem como

reunir seus subordinados e pedir-lhes sugestões. Outra boa idéia é procurar um

especialista no assunto.

5. Saber dizer NÃO. Não recusar mais serviço, quando já se está atolado de

trabalho, não é um procedimento recomendável. Se alguém (um superior, por

exemplo) quiser lhe passar um serviço e o administrador já estiver atolado, ele

deverá dizer claramente que não tem condições de assumir mais um trabalho, sob

risco de comprometer seriamente o prazo e a qualidade do que ele já estiver

fazendo.

6. Ser breve ao telefone. Ligações telefônicas constantes atrapalham e

atrasam o trabalho. Depois das rápidas gentilezas iniciais o administrador eficiente

35

deve ir direto ao assunto, ser breve e objetivo, sem entretanto perder a simpatia.

Concluído o diálogo, agradecer e encerrar o contato. A menos que ele seja também

um relações públicas, vendedor ou algo semelhante, não há motivo para esticar um

telefonema. É igualmente importante imunizar-se contra interrupções telefônicas

quando estiver concentrado em um trabalho ou reunião importante, pedindo à

secretária para anotar o número e ligar mais tarde, ou usando a secretária eletrônica

ou o serviço de recados automáticos.

7. Tornar as reuniões produtivas. Reuniões eficazes exigem um coordenador

(para disciplinar a discussão e também marcar o tempo), assuntos previamente

agendados do conhecimento de todos, participação e envolvimento dos participantes

e, ao final, cópia para todos das decisões tomadas na reunião, com os

compromissos assumidos por cada um (quem são os responsáveis pelas tarefas ou

projetos) e as datas de realização.

8. Evitar o perfeccionismo. Muitas vezes decisões importantes e essenciais

deixam de ser tomadas, porque o perfeccionista, excessivamente comprometido

com a importância de detalhes desnecessários, não consegue ver as oportunidades

desfilando à sua frente. Quase sempre o perfeito custa tempo, dinheiro e esforço

que não compensam o trabalho. O perfeito só deve ser buscado quando for

realmente imprescindível.

9. Saber usar sua energia trabalhando a seu favor. Todas as pessoas

dispõem de um "relógio biológico" que regula nosso fluxo de energia no decorrer das

24 horas do dia. Pesquisas científicas comprovaram que a capacidade humana de

raciocínio, criatividade e tônus muscular atingem seu auge entre oito e onze horas

da manhã. Esse ritmo diminui quase pela metade no período da tarde e à noite não

chega a 20%. Pela manhã, sempre que possível, o administrador comprometido com

resultados deve execute as atividades mais nobres, dedicar-se aos projetos mais

importantes, fazer reuniões produtivas (e rápidas), estabelecer contatos essenciais

etc. À tarde, de preferência, deverá dedicar-se mais a rotinas e trabalhos

corriqueiros.

36

10. Organizar-se. Os sintomas da desorganização são: deixar tarefas

inacabadas, fazer várias coisas ao mesmo tempo, incapacidade de concentração,

adiamentos constantes, não programar suas atividades. Existem tarefas que exigem

dias, semanas ou meses de trabalho, e muitas vezes não temos condições de alocar

períodos de tempo sem que haja várias interrupções. O administrador eficiente

deverá então dividir em etapas as tarefas trabalhosas e difíceis. Nesse caso é

essencial estabelecer prazos, completando um segmento de cada vez. Assim, ele irá

sentir-se gratificado ao perceber que já completou uma parte do projeto e estará

motivado para iniciar a próxima etapa.

11.Saber o que fazer com os papéis (vale também para e-mails). O

administrador que coleciona papéis em cima da mesa ou que mantém gavetas

cheias de papelada e que sente-se incomodado com isso, poderá então utilizar

essas alternativas:

a. Jogar fora. Exemplos de papéis descartáveis: intermináveis folhetos de

propaganda, folders de seminários e conferências a que ele não irá assistir, notícias

obsoletas, informações que não são de seu interesse.

b. Transferir. Transferir os papéis (ou e-mails) que não são de sua alçada ou

do seu interesse ao chefe, colega ou subordinado etc., caso possam ser de utilidade

para eles.

c. Agir. Se tiver que tomar alguma atitude em relação a algum papel (ou e-

mail), deverá ser tomada logo.

d. Arquivar. Se o papel (ou e-mail) tiver alguma utilidade futura, arquivá-lo.

Assim poderá recuperar o documento futuramente quando necessitar dele.

12. Praticar a relação 80/20. No final do século XIX, o economista italiano

Vilfredo Pareto afirmava: 80% das riquezas do mundo são produzidas por 20% das

nações; 20% das riquezas restantes são produzidas por 80% das nações. Essa

relação vale também para a administração: 80% que de importante você produz num

37

dia vem de 20% de suas atividades; enquanto que 20% da produção de um dia vem

de 80% de outros trabalhos.

Cabe ao administrador eficiente descobrir quais os 20% do seu trabalho

diário (isto é, o que é realmente essencial em seu trabalho) que lhe dão 80% de

produtividade, e descobrir também quais os detalhes, rotinas e atividades que

tomam 80% do seu tempo e que lhe trazem apenas 20% de produtividade. Deverá

então descartar-se desses itens o quanto antes, pois eles estão levando-o a cair na

armadilha da improdutividade, camuflada sob a forma de muito trabalho. É bom

lembrar que os administradores mais bem-sucedidos raramente trabalham tanto

quanto os meramente bem-sucedidos: apenas eles trabalham de um jeito mais

inteligente.

3.2 – Planejamento estratégico em tempos de globalização

A globalização e as rápidas mudanças vieram imprimir um novo ritmo aos

procedimentos administrativos e, para acompanhar esse processo, os

administradores são obrigados a adotar novos critérios e fórmulas para conseguirem

planejar, executar e controlar os desdobramentos das ações dentro da empresa,

totalmente diferentes de tudo que se tinha como convencionalmente estabelecido

até então.

A imprevisibilidade é característica marcante; o administrador não consegue

mais planejar no longo prazo. A precisão de um Planejamento Estratégico fica cada

vez mais distante. Vive-se em ambiente turbulento e instável, onde a simples busca

do não é suficiente para manter vivo uma organização.

Atualmente, ainda existem muitas empresas no Brasil sendo administradas em moldes primários, com urna visão mecanicista, que, ao não se adequarem à realidade atual, poderão sofrer conseqüências drásticas em seus negócios. Novas potências mundiais estão surgindo no mercado e nos obrigam a otimizar e usar novas formas de gestão para tornar a empresa mais competitiva. A concorrência aumenta a cada dia e não mais se limita a um determinado espaço geográfico. Vários fatores (...) podem ser atribuídos à gestão de uma empresa para ajudá-Ia na sobrevivência nesse ambiente caótico e imprevisível que nos circunda. (OLIVEIRA et al., 2006)

38

3.3 – Motivação e inovação

Oliveira et al. (2006), referindo-se ao GEM – Global Enterpreneurship Monitor

2004, relatam que 85% dos empreendedores brasileiros que estão montando seu

negócio próprio afirmam que todos os seus consumidores já conhecem o produto ou

serviço a ser ofertado pela sua empresa. Apenas 2% consideram que seu negócio é

completamente inovador. Os empreendimentos criados no Brasil desenvolvem-se

em mercados de alta concorrência e com tecnologia não inovadoras, tanto em

produtos quanto na ocupação de novos mercados.

No mundo turbulento de hoje, inovação e criatividade são ferramentas

importantíssimas para as empresas do século XXI e que ajudam a empresa a se

manter diante dos seus concorrentes no flutuante mercado global. Se as

organizações quiserem ser inovadoras, devem operar na fronteira do Caos, sendo

dinâmicas, flexíveis e abertas a mudanças não-antecipadas.

Para uma empresa viver na fronteira do Caos, ela deve incentivar a

desordem para que essa incentive uma ordem que, por usa vez, incentiva uma

desordem e assim trabalhando sucessivamente. Com isso, a empresa deve estar

inovando continuamente para adaptar-se ao ambiente caótico.

Seis elementos básicos foram identificados, para uma empresa tornar-se

inovadora. São eles: receptividade a idéias de todos os lados; "ser" o cliente;

experimentar novas idéias; pessoas criativas; autonomia e descentralização e gerar

um sistema de recompensas, não necessariamente apenas pejo dinheiro.

Como exemplos de empresas com atitudes inovadoras podem ser citadas a

General Motors quando, anos atrás, introduziu uma série de carros com modelos e

preços diferentes, diminuindo drasticamente as vendas do Modelo T, fundado por

Ford. Outro exemplo é a Pepsi, que ainda na década de 50, chamou a atenção de

gente que supostamente beberia seu produto: “gente inteligente, sociável e

atualizada bebe Pepsi” sugeria o bordão apresentado.

39

A criatividade é uma ferramenta muito importante para uma empresa

inovadora. O que torna as organizações não criativas não é a existência de regras,

mas sim a busca constante do equilíbrio, a estagnação. As pessoas não são

desafiadas, ficam sempre nos trabalhos rotineiros. Precisa-se ter uma cultura voltada

para o desafio, incentivo motivacional, satisfação das necessidades humanas.

Assim, a empresa afasta-se do equilíbrio e torna-se mais criativa e inovadora.

Para que uma empresa seja sempre inovadora e sobreviva dentro desse

ambiente de ordem e desordem em que vivemos, ela deve estimular a criatividade

de seus funcionários, fazendo com que os mesmos gerem idéias inovadoras que

possam ser aproveitadas na gestão da empresa.

Eis algumas ferramentas essenciais para estimular a criatividade: encorajar

os colaboradores, não procurar defeitos; não fazer críticas destrutivas, pois

desmotiva o colaborador e inibe sua criatividade; ajudar as pessoas tímidas a

despertarem seu potencial criativo; estimular a curiosidade; criar a necessidade, pois

esta gera atitudes criativas e inovadoras; permitir um tempo livre ao funcionário para

que este pense e produza idéias; estimular atividades em grupo, como o

brainstorming, para gerar diversas idéias sobre um assunto; ter prazer naquilo que

faz.

Em uma economia conectada e repleta de mudanças rápidas, precisa-se

construir organizações flexíveis, que troquem informações com o ambiente externo,

para poder aprender e mudar, visando adaptar-se a essas mudanças que ocorrem

no cenário internacional. (OLIVEIRA et al., 2006)

40

CONCLUSÃO

A motivação comprovou ser, pela análise das idéias dos autores

apresentados, uma importante alavanca para que a organização consiga atingir suas

metas.

A rapidez exigida atualmente para a tomada de decisão por parte dos

administradores, face à globalização e às mudanças em ritmo acelerado, fez com

que a motivação assumisse um papel ainda mais preponderante, uma vez que o

gerente tem que contar com todo interesse e boa vontade de seus subordinados,

para poder acompanhar essas transformações e enfrentar os desafios colocados por

cada uma delas.

Sendo assim o administrador empreendedor, que só aceite como resultado

de seu trabalho o sucesso e a participação efetiva de sua empresa no mercado, tem

que contar com um clima de colaboração espontânea por parte de todos os seus

comandados, em todos os escalões. Para tanto, deverá ficar atento às expectativas

dos funcionários, atendendo às suas reivindicações na medida do possível, em

termos de valorização do trabalho prestado e compensações com melhores salários,

promoções, reconhecimento, premiação, realização de eventos, enfim, promovendo

um ambiente em que o funcionário se sinta parte integrante da empresa a que serve.

41

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