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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA O PAPEL DO ORIENTADOR EDUCACIONAL NA ORIENTAÇÃO DE PROJETOS Por: Camila Manes Augusto Orientador Prof ª: Flávia Cavalcanti 2012

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2012. 8. 3. · Rio das Pedras canta e se encanta por Luiz Gonzaga, pela sustentabilidade e cuidado com a vida” e “O

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

O PAPEL DO ORIENTADOR EDUCACIONAL NA ORIENTAÇÃO

DE PROJETOS

Por: Camila Manes Augusto

Orientador

Prof ª: Flávia Cavalcanti

2012

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

O PAPEL DO ORIENTADRO EDUCACIONAL NA ORIENTAÇÃO

DE PROJETOS

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Orientação Educacional e

Pedagógica

Por: Camila Manes Augusto

3

AGRADECIMENTOS

Á toda à minha família, em especial aos

meus pais e ao meu marido que me

incentivaram a seguir este caminho.

O meu respeito e admiração.

4

DEDICATÓRIA

Á Deus, pelo dom da vida, da sabedoria e do amor.

Aos meus pais que me incentivaram em todas as minhas escolhas e me

oportunizaram concretizar mais esse desejo.

Ao meu marido, companheiro e grande incentivador.

Aos meus amigos que tornaram essa jornada alegre e inesquecível.

A todos que de alguma forma, me ajudaram para que eu realizasse este

trabalho.

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RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo mostrar a importância do papel do

Orientador Educacional na Unidade Escolar e na construção dos projetos

educacionais.

Para aprofundar essa questão, apresento dois projetos educacionais e

descrevo a atuação do Orientador Educacional em cada um deles de forma a

permitir um comparativo e uma reflexão sobre o papel desempenhado pelo

mesmo na construção do projeto.

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METODOLOGIA

Realizei esse trabalho a partir de reflexões de minha prática pedagógica

nas duas escolas citadas. Participei de ambas as construções dos projetos “O

Rio das Pedras canta e se encanta por Luiz Gonzaga, pela sustentabilidade e

cuidado com a vida” e “O Centenário de Jorge Amado”

e a partir dessas vivências pude observar diferenças na relação do Orientador

Educacional, nos casos, o Coordenador Pedagógico, e a construção dos

projetos citados.

Para desenvolver este trabalho, embasei os meus estudos em diversos

autores que debatem a função do Orientador Educacional na escola e autores

que discutem os projetos educacionais.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

A importância dos Projetos Educacionais na Educação 10

CAPÍTULO II

O papel do Orientador Educacional na orientação dos Projetos 14

CAPÍTULO III

Projetos de Investigação: O Orientador Educacional face aos conflitos 18

3.1- Projeto: “O Rio das Pedras canta e se encanta por Luiz Gonzaga, pela

sustentabilidade e cuidado com a vida” 18

3.2- Projeto: “O Centenário de Jorge Amado” 23

CONCLUSÃO 26

ANEXOS 28

BIBLIOGRAFIA 37

ÍNDICE 38

8

INTRODUÇÃO

A seguinte pesquisa tem como tema o papel do Orientador Educacional e

a forma como o mesmo, norteia as situações–problemas propostas na

construção do projeto educacional.

Este trabalho de pesquisa busca o aprofundamento e aperfeiçoamento da

pratica pedagógica, pois a pesquisa aliada a vivência é essencial na formação

do Orientador Educacional. A práxis permite que o individuo seja capaz de

observar novas formas de pensar e agir, compreendê-la, criticá-la, e modificá-

la, buscando de forma crítica e construtiva permear a construção do projeto.

O Orientador Educacional é um individuo ativo no processo de mediação

da construção do projeto educacional. Sendo capaz de direcionar o grupo, na

busca da concretização do objetivo através da reflexão e da produção flexível.

Na busca da melhor compreensão desta função, abordaremos a prática

da Orientação Educacional no, Projeto Educando com a Horta Escolar e no

projeto: “Interações Pesquisa e Extensão no Laboratório Horto-Viveiro (LAHVI-

UFF), como base para Educação Ambiental”.

Como base teórica, utilizarei em minha pesquisa obras da autora Mírian

Grispun e Heloisa Luck que expõem algumas questões específicas sobre a

orientação educacional na escola, Vilson Sergio de Carvalho que aborda o

tema educação ambiental e Edy Przbylski autor que aborda o papel da

supervisão educacional.

No primeiro capitulo, abordarei a importância dos projetos educacionais

nas unidades escolares. Estes projetos buscam uma construção coletiva que

objetiva o desenvolvimento do educando através da valorização das questões

vivenciadas pela comunidade escolar, do interesse dos alunos e do sujeito que

se pretende formar.

No segundo capitulo, realizarei um aprofundamento sobre o conceito do

papel do Orientador Educacional no cotidiano escolar. É importante

compreender com clareza a função do orientador e a importância do seu

direcionamento e da sua mediação na concretização do projeto.

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No terceiro capítulo, aprofundarei as situações–problemas nas quais o

educador educacional se depara com a construção coletiva dos projetos

educacionais. Sendo, associarei a pratica com a teoria citando e após

anexando dois projetos realizados em escolas públicas. O primeiro projeto é O

Rio das Pedras canta e se encanta por Luiz Gonzaga, pela sustentabilidade e

cuidado com a vida e o segundo projeto é O centenário de Jorge Amado.

Concluirei o trabalho reafirmando a importância da figura e do papel do

orientador educacional na instituição escolar como norteador da construção

dos projetos educacionais e da sua concretização.

10

CAPÍTULO I

A IMPORTÂNCIA DOS PROJETOS EDUCACIONAIS NA

EDUCAÇÃO

A Unidade Escolar deve ser vista como um ambiente amplo, que engloba

a construção coletiva na busca de objetivos em comum. Este ambiente, é

composto pela equipe pedagógica ( educadores, orientadores, direção), equipe

de apoio( faxineira, merendeira, auxiliar de secretaria, vigia), responsáveis dos

alunos e alunos. Todos esses componentes, devem ter um objetivo comum

que é auxiliar na formação do cidadão crítico e autônomo. Para tal, todos os

envolvidos no processo educacional precisam construir os projetos

pedagógicos coletivamente, através de amplas discussões, embasadas em

fundamentos teóricos. Esses projetos pedagógicos irão nortear o trabalho

educacional na Unidade Escolar e necessitarão ser amplamente discutidos e

construídos coletivamente, passo a passo.

Inicialmente, deve-se orientar o desenvolvimento destes projetos a partir

do contexto histórico no qual a escola está inserida de forma a tornar

significativa a aprendizagem.

Segundo Ilma Passos (1998), a escola é lugar de concepção, realização

e avaliação de seu projeto educativo, uma vez que necessita organizar e

reorganizar seu trabalho pedagógico com base na necessidade e no interesse

dos alunos.

A escola, ao basear os seus projetos educacionais no interesse e na

necessidade da comunidade escolar tornará os assuntos abordados mais

interessantes o que facilitará o educador e o aluno no processo ensino-

aprendizagem.

Ao orientador educacional cabe reunir a comunidade escolar criando

condições, para a construção coletiva destes projetos. Essa construção deve

se iniciar com a discussão teórica de autores com os quais se busca basear o

processo ensino-aprendizagem na Instituição Escolar. Após, deve possuir um

direcionamento, de qual rumo se pretende tomar na construção do educando.

11

O projeto busca um rumo, uma direção é uma ação intencional, com um sentido explicito, com um compromisso definido coletivamente. Por isso, todo o projeto pedagógico da escola é, também, um projeto político por estar intimamente articulado ao compromisso sociopolítico com os interesses reais e coletivos da população majoritária. (PASSOS, 1995, p.13)

Sendo assim, a ação se torna intencional, contínua e reflexiva, abordando

temas de interesse para a comunidade escolar. Tais temas devem, inclusive,

ser propostos a todos os participantes da comunidade escolar para serem

escolhidos e assim, posteriormente desenvolvidos em projetos.

A opção de se trabalhar em projetos educacionais deve ser uma escolha

democrática aonde todos os envolvidos no processo educacional devem ter

poder de escolha e quando julgar necessário defesa do ponto de vista, o que

causará enriquecimento a discussão.

A esse processo de construção podemos denominar planejamento.

Segundo Heloisa Luck (1992), o planejamento é um processo, uma dinâmica

mental, enquanto que o plano e o projeto são um produto, um documento, um

mapa de orientação para o desenvolvimento educacional.

É através do planejamento que se irão desenvolver duas dimensões

essenciais na construção de um plano ou um projeto de ação. São elas: a

dimensão política e a dimensão técnica.

A dimensão política diz respeito a ação reflexiva através de princípios

democráticos visando a construção do planejamento.Neste momento, todos os

envolvidos tem a possibilidade de construir, através do diálogo e da

compreensão de diversos pontos de vista, o posicionamento da escola de

forma justa e coerente com o que se espera construir e no que se acredita.

Logo, através desse processo será estabelecido um compromisso coletivo.

Conforme Heloisa Luck (1992), a dimensão técnica diz respeito à

observância dos passos do planejamento e precisão na descrição de cada um

dos aspectos relevantes para a organização das ações, registradas em um

12

plano ou projeto. É a convergência de diferentes meios de ação propostas para

a realização dos objetivos estando diretamente relacionada ao método

cientifico.

O método científico é um conjunto de regras básicas ou operações

mentais apresentadas mediante uma organização lógica, sobre como se deve

proceder a fim de produzir conhecimento dito cientifico quer seja este um novo

conhecimento quer seja este fruto de uma nova integração ou evolução.

Com o mesmo ponto de vista, deve-se ter em mente os objetos das operações mentais, isto é: o que, por que, para que, como, quando, onde, (com) quem, para quem promover um dado programa ou ação. (LUCK, 1992, p.31)

A partir destas perguntas, a equipe pedagógica passa a nortear a sua

prática pedagógica onde a partir da construção coletiva de cada uma dessas

respostas, possa-se objetivar um objetivo comum que é a concretização do

planejamento, plano de ação ou projeto.

Vale ressaltar que planejamento é um processo, digo, a ação de planejar,

que visa a eficiência e a eficácia do trabalho docente que vai ser concretizada

em uma documentação que pode ser o plano ou o projeto.

O plano, conforme Luck (1991), é a descrição de larga abrangência, em

termos de problemática abordada e de tempo envolvido. Projeto costuma

corresponder à descrição de abrangência menor. Logo, o plano tem a

característica de ser por um longo período de tempo enquanto um projeto, é

mais especifico e com uma curta duração de tempo.

Os projetos são eventuais, abrangem tempo limitado e abordam problemáticas especificas. Já os planos tendem a abranger período maior de tempo, vindo a caracterizar-se em planos anuais, bianuais, quadrienais, quinquenais e abordando problemática ampla, de forma global e integrada. Dada essa característica, pode-se dizer que os planos apresentam aspectos mais genéricos e abrangentes sobre a realidade e sobre as ações a serem desencadeadas e os projetos detalham esses aspectos. Portanto, projetos pressupõem planos. (LUCK, 1992, p.33)

13

A equipe pedagógica ao decidir democraticamente por desenvolver o

trabalho em projetos se torna capaz de englobar todos os envolvidos no

processo de construção de cada um deles, passo a passo. Sendo assim, o

papel do Orientador Educacional é fundamental no direcionamento da

construção e na concretização do projeto.

O projeto permite que a equipe discuta os temas a serem desenvolvidos,

o seu objetivo e o que se espera com isso. A equipe então, deve optar por

temas que sejam significativos para a comunidade escolar para que o aluno se

sinta inserido no que esta sendo proposto e assim possa modificar seus

hábitos e atitudes se tornando um cidadão critico e autônomo.

Afinal, sabe-se que o conhecimento não é verdade imutável, mas algo transitório, inacabado, imperfeito e em contínua pesquisa. Os projetos abrem para a possibilidade de aprender os diferentes conhecimentos construídos na história da humanidade de modo relacional e não linear, propiciando às crianças aprender através de múltiplas linguagens, ao mesmo tempo em que lhes proporcionam a reconstrução do que já foi aprendido. (Barbosa e Horn, 2008, p.35)

Portanto, executar o trabalho pedagógico através de projetos é uma

forma de garantir a participação de todos os envolvidos no processo ensino–

aprendizagem. Pensando coletivamente no bem estar do educando, no

educador e na relação de ambos com o cotidiano escolar, tornando assim, a

aprendizagem significativa e prazerosa.

14

CAPÍTULO II

O PAPEL DO ORIENTADOR NA ORIENTAÇÃO DE

PROJETOS

O Orientador Educacional tem como função primordial a conscientização

de todos os envolvidos no processo educacional para a importância da

construção do projeto. Logo, todos os envolvidos no processo de construção

do projeto devem ter voz ativa e de relevância em todas as etapas.

Conforme Heloisa Luck (1992), planejar em educação, envolve também

habilidades de trabalho em grupo, de envolvimento de pessoas e de

articulação de seus esforços, sendo uma ação coletiva, implica que seja de

forma participativa.

Cabe ao Orientador, criar situações preferencialmente através de

dinâmicas de grupo para a construção dos elementos básicos do planejamento

e consequentemente, do projeto. Essas dinâmicas podem ser por exemplo

com textos reflexivos e questões propostas a serem respondidas, aonde os

grupos mistos, com pessoas de diferentes funções no processo educacional,

deverão construir as respostas que culminarão nos pontos chaves do projeto.

Segundo Grispun (2001) o Orientador Educacional possui um caráter

mediador junto aos demais educadores, atuando com todos os protagonistas

da escola no resgate de uma ação mais efetiva e de uma educação de

qualidade. Sendo assim, busca-se um enfoque coletivo com a construção

grupal da escola e da própria sociedade onde a coletividade é composta por

pessoas devem pensar e agir a partir de questões contextuais envolvendo

contradições e conflitos que são necessários na construção de um senso

comum.

Quando uma equipe educacional, encontra o senso comum, a partir da

construção coletiva, significa que o projeto, construído está de acordo com os

objetivos propostos e esperados por todos os envolvidos.

Segundo Hernandez e Ventura (2009), o projeto é visto como uma

articulação dos conhecimentos escolares, sendo uma forma de organizar a

15

atividade de ensino e a aprendizagem, que se implica considerar que tais

conhecimentos não se ordenam para a sua compreensão de uma forma

rígida, nem em função de algumas referencias disciplinares preestabelecidas

ou de uma homogeneização dos alunos. Logo, deve-se discutir coletivamente

e primeiramente qual o aluno que se tem e quais os temas terão relevância no

processo educacional facilitando assim, a aprendizagem a partir do interesse

do educando.

A função do projeto é favorecer a criação de estratégias de organização dos conhecimentos escolares em relação a: 1) o tratamento da informação, e 2) a relação entre os diferentes conteúdos em torno de problemas ou hipóteses que facilitem aos alunos a construção de seus conhecimentos, a transformação da informação procedente dos diferentes saberes disciplinares em conhecimento próprio.(Hernández, 2009, p.61)

O projeto para ser construído precisa ser um trabalho participativo

fundamentado em alguns tópicos essenciais como por exemplo: o tema, os

objetivos, o conteúdo, a metodologia, o período e a avaliação.

O tema seria o assunto a ser abordado no projeto, geralmente retirado de

um problema eixo ligado ao cotidiano do aluno que por ser de interesse

comum, seria um facilitador da aprendizagem. Conforme Hernández e Ventura

(2009), o tema pode pertencer a um currículo oficial, proceder de uma

experiência comum (como os acampamentos), originar-se de um fato da

atualidade, surgir um problema proposto pela professora ou emergir de uma

questão que ficou pendente em outro Projeto.

O objetivo deve refletir os pontos que se pretendem alcançar com o

projeto sendo o principal objetivo que o aluno aprenda de acordo com sua

necessidade sócio-politico-cultural. Segundo Luck (1992), em educação, não

se age por agir; não se faz algo por fazer. Toda ação educativa deve ser

intencional e buscar alcançar determinados resultados referentes à

aprendizagem ou mudanças de comportamentos.

Logo, objetivo educacional são os resultados que a equipe pretende

alcançar ao final das ações propostas.

16

Os conteúdos devem ser conceituais, atitudinais e procedimentais; seriam

conhecimentos acumulados sócio-historicamente pela humanidade. Devendo

ser democratizados através da educação escolar, possibilitando a todos o

acesso de forma igualitária. É de fundamental relevância, que a escolha do

conteúdo deva estar diretamente relacionada a realidade social no qual a

escola está inserida, ou seja, deve estar relacionado ao cotidiano do aluno.

Assim sendo, o aluno compreenderá o significado do projeto e se sentirá

inserido no processo ensino-aprendizagem, o que tornará esse processo mais

prazeroso para o educando e estimulará o seu interesse pelas questões

propostas.

A metodologia é o processo pelo qual o educador utiliza diversos

procedimentos, técnicas, recursos e estratégias de ensino para mediação entre

o educando e os conteúdos de ensino. Seria a decisão de qual atividade fazer

e como fazer de acordo com a faixa etária e com o material fornecido pela

escola. Conforme Luck (1992), na medida em que, ao se desenvolver uma

ação, se tenha uma compreensão clara e precisa dos objetivos a serem

obtidos por meio dela, realizar-se-á uma ação mais eficaz, mediante o

emprego racional do tempo, energia e recursos empregados.

O período de duração de um projeto, deve ser uma questão discutida no

grupo envolvido onde se levará em conta o tema a ser trabalhado e a sua

relevância. Um projeto pode ter a duração de quinze dias, um mês ou até

mesmo um bimestre ou trimestre, podendo variar de acordo o tema, com a

série, o professor, o interesse dos alunos ou até mesmo da comunidade

educacional.

A avaliação seria uma forma de verificar se a aprendizagem foi bem

sucedida, ou seja, se foi assimilada pelo educando e para o educador, ajudaria

na tomada de decisão para a próxima atividade. Essa avaliação, pode ser feita

pelos educadores que implementaram o projeto ou pelo próprio educando de

forma coletiva ou individual. Outra sugestão é que se faça uma avaliação

inicial com os educando, levando-os a pensar o que se pretende com o projeto

ou seja, o que se espera e após , se faria uma avaliação final, aonde se

observaria se as finalidades forma alcançadas.

17

Na construção do projeto, o orientador educacional tem papel

fundamental pois é ele que leva os educadores e demais envolvidos no projeto

a pensar a sua construção. É o orientador também, o responsável pela sua

concretização, ou seja, sua formulação e distribuição para os educadores.

Durante os projetos, o orientador se põe a disposição dos educadores e

educandos para possíveis esclarecimentos de duvidas ou, direcionamento para

quaisquer fatores de imprevisibilidade que venham a acontecer.

18

CAPÍTULO III

PROJETOS DE INVESTIGAÇÃO: O ORIENTADOR

EDUCACIONAL FACE AOS CONFLITOS

Neste capitulo descreverei dois projetos educacionais que foram

desenvolvidos em escolas públicas de diferentes municípios.

O primeiro projeto “O Rio das Pedras canta e se encanta por Luiz

Gonzaga, pela sustentabilidade e cuidado com a vida” foi construído no

início do ano de 2012 na Escola Municipal Claudio Besserman Vianna.

O segundo projeto “Jorge Amado” está sendo construído no ano de

2012 na Escola Municipal Jorge Amado.

3.1- Projeto: “O Rio das Pedras canta e se encanta por

Luiz Gonzaga, pela sustentabilidade e cuidado com a

vida”

Inicialmente, é importante frisar, que na rede educacional do Município do

Rio de Janeiro, não existe o cargo de Orientador Educacional ou Orientador

Pedagógico, ficando a função desses cargos devendo ser desempenhada por

apenas um funcionário chamado de Coordenador Pedagógico. Na minha

opinião isto acarreta em um retrocesso educacional, visto que ambos os

cargos possuem papel de fundamental importância no processo educacional

desenvolvido na Unidade Escolar.

A Escola Municipal Cláudio Besserman Vianna, na qual se realiza o

projeto sobre Luiz Gonzaga, fica localizada na comunidade de Rio das Pedras

no Município do Rio de Janeiro. A escola possui três turnos sendo o primeiro

horário de 7h às 11h, o segundo de 11h às 15h e o terceiro horário de 15h às

19h. A escola atende crianças da educação infantil ao ensino fundamental

sendo um total de aproximadamente 900 alunos e aproximadamente 40

19

professores, um coordenador pedagógico, um diretor e um diretor adjunto, uma

secretária, 3 funcionários da Comlurb responsáveis pela limpeza, dois

inspetores de alunos, três porteiros e 8 merendeiras.

A construção do projeto se iniciou na primeira reunião anual aonde toda a

equipe se propôs a discutir o projeto educacional que seria desenvolvido no

ano de 2012. Primeiramente, a coordenadora pedagógica se reuniu com a

direção para discutir a ideia inicial do projeto para que após ela pudesse expô-

lo ao grupo.

Segundo Hernádez e Ventura (2009), ao se optar por trabalhar com

Projetos de trabalho busca-se uma articulação dos conhecimentos escolares,

através da organização da atividade de ensino e aprendizagem. Sendo assim,

a função do projeto é favorecer a criação de estratégias de organização dos

conhecimentos escolares em relação a informação e aos diferentes conteúdos

e problemáticas que norteiam o tema a ser trabalhado, de forma a facilitar o

processo ensino-aprendizagem e a inserir o cotidiano do educando na

construção do conhecimento.

Na primeira reunião anual, com todos os membros da equipe educacional

presente, a coordenadora pedagógica, disse que o projeto anual seria

trabalhado em cima da obra de Luiz Gonzaga que está completando 100 anos

e possui sua raiz fundamentalmente nordestina assim como a comunidade

escolar de Rio das Pedras.

Após essa introdução, a coordenadora colocou no quadro negro algumas

colunas com as partes de construção do projeto: objetivo, justificativa,

metodologia e subprojetos. Em seguida, entregou a todos um texto sobre a

bibliografia de Luiz Gonzaga que foi lido coletivamente por todos os presentes

e discutido.

Posteriormente, pediu que todos colaborassem com ideias para

construção do projeto e foi levantando questões quanto ao objetivo, a

justificativa, a metodologia e por fim, os subprojetos.

Após ampla discussão, o Coordenador Pedagógico, baseado nos tópicos

que surgiram na reunião formulou que os objetivos do projeto a serem

alcançados seriam:

20

• Conhecer a vida e a obra de Luiz Gonzaga no contexto da história da

música popular brasileira.

• Conhecer a trajetória do cantor e compositor.

• Conhecer e analisar as músicas de Luiz Gonzaga.

• Reconhecer o gênero musical (forró, xote, baião e xaxado).

• Identificar os problemas sociais do nordeste a partir da obra do

compositor.

• Conhecer alguns elementos que caracterizam o sertão nordestino e

a vida do homem do interior, retratadas nas músicas do compositor.

• Compreender as causas do êxodo rural.

• Pensar o cotidiano das raízes do povo brasileiro de forma lúdica por

meio da obra do Rei do Baião e das danças típicas.

• Conhecer e analisar a formação do povo brasileiro.

• Reconhecer e validar a cultura afro-indígena do nosso país.

• Apropriar-se do conhecimento e cuidado que as tribos têm na

manutenção dos recursos naturais.

• Compreender o conceito de sustentabilidade do planeta.

• Construir consciência critica quanto à responsabilidade do ser

humano na preservação dos recursos naturais do seu planeta para

as futuras gerações.

• Apropriar-se do conceito dos 5 R's: repensar, recusar, reduzir,

reutilizar e reciclar para a preservação dos recursos naturais e dos

biomas do planeta terra.

Em seguida, a discussão relevante foi a justificativa para se construir o

projeto em cima do tema proposto, que neste caso, seria a obra de Luis

Gonzaga atrelada a questão da sustentabilidade, tema este que seria

trabalhado no período da Rio + 20. Baseada na discussão, buscou-se

respostas para as seguintes perguntas: Por que trabalhar com o tema Luiz

Gonzaga e sustentabilidade simultaneamente? Será que esses dois temas

apresentam algo em comum?

21

É interessante frisar que Hernadez e Ventura, (2009), afirmam que um

projeto pode organizar-se seguindo um determinado eixo, a definição de um

conceito, um problema geral ou particular, um conjunto de perguntas inter-

relacionadas, uma temática que valha a pena ser tratada por si mesma.

Um projeto é uma abertura para possibilidades amplas de encaminhamento e de resolução, envolvendo uma vasta gama de variáveis, de percursos imprevisíveis, imaginativos, criativos, ativos e inteligentes, acompanhados de uma grande flexibilidade de organização. Os projetos permitem criar, sob forma de autoria singular ou de grupo, um modo próprio para abordar ou construir uma questão e respondê-la. (Barbosa e Horn, 2008, p.31)

No caso do projeto estudado, a Coordenadora Pedagógica, direciona a

construção do projeto baseada nas duas perguntas que se inter-relacionam. E

assim, constrói com o grupo a justificativa do projeto baseada importância do

mestre Luiz Gonzaga para a música popular brasileira e nordestina conhecida

mundialmente. Enfatiza a característica da obra do autor em retratar na letra

de suas músicas o sofrimento do povo nordestino em relação as suas

dificuldades com a seca, a fome e a necessidade de migração dessas pessoas

em busca de condições melhores de vida.

Outra questão seria a necessidade de conscientização da população de

que os recursos do nosso planeta são finitos e necessitam de cuidados na sua

utilização; pois caso esses recursos entrem em extinção, a espécie humana e

todas as demais espécies do planeta irão passar fome, sede e outras

dificuldades que culminarão na sua morte. Sendo assim, deve-se trabalhar a

Sustentabilidade, que seria uma forma de se gerir melhor os recursos

disponíveis no planeta para que as futuras gerações possam ter uma vida

digna.

O grupo então conclui afirmando que os dois temas, Luiz Gonzaga e

Sustentabilidade, se casam e proporcionarão aos nossos alunos a

possibilidades de conhecer mais a fundo nossa cultura de raiz, pensando de

22

forma consciente, politizada e social a preservação e manutenção de nossa

casa, o planeta terra.

A próxima discussão é a Metodologia a ser adotada. Neste tópico, todos

puderam dar sugestões de atividades que poderão ser realizadas com os

alunos durante o ano letivo:

• Uso de canções para despertar a alfabetização;

• Uso de poemas;

• Reescritura das canções, estudo e construção de versos e rimas;

• Leitura oral e compartilhada por todos os alunos;

• A memorização de versos, falados ou cantados em coro;

• Utilização de pequenos textos cantados, associados aos

movimentos corporais ou dançados;

• Contação de historias, desafios, explanações, etc.

• Associação dos temas propostos com obras infantis.

Os subprojetos foram divididos em quatro bimestres aonde ao final de

cada um, deveria haver uma culminância.

Os temas dos subprojetos são:

• 1° BIMESTRE: Com Gonzagão e sua canção, conhecendo

a identidade de uma nação;

• 2º BIMESTRE: Gonzagão apresenta a formação cultural

brasileira e a necessidade de uma vida sustentável;

• 3º BIMESTRE: Refletindo com o rei do baião a importância

de cuidar do corpo e do planeta: Cantar, dançar, brincar,

exercitar-se e reciclar;

• 4º BIMESTRE: De Gonzagão a Gonzaguinha, a busca por

uma consciência cidadã.

23

O tema desses subprojetos foram sugeridos de acordo com o que se

costuma trabalhar nesses bimestres como, por exemplo, a identidade e hábitos

de higiene no primeiro bimestre; a cultura brasileira no segundo bimestre pois

tem a festa junina, sendo esta a culminância; no terceiro bimestre haveria um

paralelo com os Jogo Olímpicos e Paraolímpicos , e os 5 R’s da Educação

Ambiental em ação: Repensar, Recusar, Reduzir, Reutilizar e Reciclar, afim de

melhorar a vida no planeta. No quarto e ultimo bimestre seria trabalhado a

herança afro-brasileira em nossa sociedade e os direitos do cidadão

abordando assim como as eleições, a importância do voto e da escolha

consciente dos representantes.

É importante ressaltar que ao final das discussões a Coordenadora

Pedagógica anotou tudo o que foi construído com o grupo e ficou com a

responsabilidade de montar o projeto final, baseado em tudo o que foi dito, e

distribuí-lo para todos os funcionários da Unidade Escolar para que o mesmo

fosse trabalhado durante o ano letivo.

3.2- Projeto: “O Centenário de Jorge Amado”

Este segundo projeto foi realizado na Escola Municipal Jorge Amado,

pertencente ao Município do Rio de Janeiro, localizada no bairro de Rio das

Pedras. Esta escola funciona em três turnos sendo o primeiro horário de 7h às

11h, o segundo de 11h às 15h e o terceiro horário de 15h às 19h. A escola

atende crianças da educação infantil ao ensino fundamental, e crianças

especiais, sendo um total de aproximadamente 1000 alunos e

aproximadamente 45 professores, um coordenador pedagógico, um diretor e

um diretor adjunto, uma secretária, 3 funcionários da Comlurb responsáveis

pela limpeza, dois inspetores de alunos, três porteiros e 8 merendeiras.

Nesta escola, comentou-se na primeira reunião anual, que se realizaria

neste ano letivo de 2012, um projeto sobre o Centenário de Jorge Amado que

estaria completando cem anos. Alguns professores então, iniciaram seus

trabalhos montando exposições sobre Jorge Amado, expondo suas obras,

fotos etc.

24

Pude observar, que nesta Unidade Escolar, a Coordenadora Pedagógica,

não se preocupou em construir um projeto educacional com o grupo, deixando

totalmente vaga a ideia do projeto o que dificultou o trabalho e desestimulou o

trabalho de alguns professores. Neste exemplo de projeto pesquisado, não

houve construção coletiva ou seja, não houve reflexão do grupo sobre o que se

pretendia com o projeto, sobre a intencionalidade do mesmo.

Segundo o dicionário Aurélio (1993), projeto significa arremessar, atirar

longe, plano, intento, redação preliminar de relatório, um plano geral. Portanto

um projeto é um plano que se constrói, objetivando algo. No caso do projeto

Jorge Amado, este projeto deveria ser construído, objetivando direcionar o

trabalho pedagógico da Unidade Escolar sobre o tema proposto, porém, isto

não foi feito.

Me arrisco a afirmar e concluir, que isso não é um projeto mas sim um

tema proposto para que o grupo trabalhe. Sabemos que um projeto deve ter

objetivo, justificativa, metodologia e cronograma. Um projeto que possui essas

características, cumpre com a sua finalidade, que é a de fazer um

direcionamento para o futuro, para as ações pedagógicas futuras.

É um plano de trabalho, ordenado e particularizado para seguir uma ideia ou um propósito, mesmo que vagos. Um projeto, é um plano com características e possibilidades de concretização. Um plano de ação intencionado que potencializa a capacidade de avaliar o futuro a quem o propõe ou o vive; que, por antecipar-se na consciência e ter como base o passado e o presente, oferece uma consequente capacidade metodológica para a escolha dos meios necessários para a concreta realização do plano. Um projeto pode ser esboçado por meio de diferentes representações, como cálculo, desenhos, textos, esquemas e esboços que definam o percurso a ser utilizado para a execução de uma ideia. (Barbosa e Horn, 2008, p.31)

Segundo Barbosa e Horn (2008), a proposta de trabalho com projetos

possibilita momentos de autonomia e de dependência do grupo, momentos de

cooperação do grupo sob uma autoridade mais experiente, momentos de

25

interesse e esforço, momentos de jogo e de trabalho como fatores que

expressam a complexidade doo fato educativo. Essa autoridade mais

experiente seria o Orientador Educacional, ou seja, no caso do Município do

Rio de Janeiro, seria o Coordenador Pedagógico.

O Coordenador teria como função direcionar a construção do projeto,

levando aos demais participantes da equipe pedagógica, através do interesse

e comprometimento, a pensar, a tencionar o projeto educativo que seria do

interesse de todos.

Um dos efeitos desejados ao se planejar é o de que os planos ou projetos resultantes sejam capazes de estruturar as ações daqueles que serão responsáveis pela realização dos objetivos. Portanto, um bom plano ou projeto de ação determina responsabilidades: quem fará o que, em que momento, com que objetivo, etc. (Luck, 1992, p.57)

Portanto, o Orientador Educacional, no caso do exemplo pesquisado, o

Coordenador Pedagógico, assume a responsabilidade, isto é, o compromisso

consigo mesmo e com a comunidade escolar. Infelizmente, no projeto “O

centenário de Jorge Amado”, esse comprometimento deixa a desejar, não

sendo o Coordenador, capaz de assumir essa responsabilidade, ou por falta de

compreensão do seu papel na Unidade ou por julgar que suas outras funções

são mais importantes do que a construção do projeto.

26

CONCLUSÃO

O universo escolar é um mundo complexo, onde cada individuo possui

o seu papel de fundamental relevância na busca de um objetivo comum, o

desenvolvimento do educando de forma plena.

Uma instituição escolar ao optar por desenvolver o currículo através de

projetos pedagógicos deve estar de pleno acordo com todos os personagens

envolvidos no processo ensino-aprendizagem pois o projeto não é uma

construção solitária e sim um pretensão coletiva,isto é, uma construção

conjunta.

Assim como em todos os projetos de nossa vida, deve haver um

responsável pela sua realização, um incentivador e direcionador das nossas

vontades e anseios. No caso dos projetos educacionais, esse responsável é o

Orientador Educacional.

A figura do Orientador, é fundamental nestes projetos pois ele focará e

direcionará a visão do grupo para a reflexão do que se pretende e para a

construção de um objetivo de comum acordo com todos os personagem

envolvidos que culminará no projeto educacional.

A partir da vivência descrita nos projetos “O Rio das Pedras canta e se

encanta por Luiz Gonzaga, pela sustentabilidade e cuidado com a vida” e “O

centenário de Jorge Amado”, podemos ver claramente a diferença entre as

praticas educacionais dos orientadores.

No primeiro projeto, o orientador se mostra comprometido com a

construção do projeto e o seu grupo escolar, enquanto no segundo projeto o

orientador aparenta falta de interesse pela construção do projeto o que acaba

por acarretar em descaso com a sua função e suas responsabilidades perante

o projeto pedagógico gerando desestimulo em todo o grupo envolvido.

Concluo que o papel do Orientador Educacional deve ser revisto pelas

instituições educacionais de forma que seja desempenhado por profissionais

qualificados, interessados e estimulados em desempenhar a função.

O trabalho do orientador está diretamente relacionado com o sucesso

escolar, ou seja, com o sucesso do processo ensino-aprendizagem pois é ele

27

quem orienta o trabalho dos demais profissionais envolvidos o que irá ter

influencia direta no desenvolvimento do educando.

28

ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1 >> Projeto O Rio das Pedras canta e se encanta por Luiz

Gonzaga.pela sustentabilidade e cuidado com a vida

Anexo 2 >> Texto da reunião para discutir a construção do projeto

Anexo 3 >> Texto retirado da internet

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ANEXO 1

E. M. CLAUDIO BESSERMAN V'ANNA

PROJETO -2012

O RIO DAS PEDRAS CANTA E SE ENCANTA POR LUIZ GONZAGA.

PELA SUSTENTABILIDADE E CUIDADO COM A VIDA

OBJETIVO:

-Conhecer a vida e a obra de Luiz Gonzaga no contexto da história da

música popular brasileira.

-Conhecer a trajetória do cantor e compositor.

-Conhecer e analisar as músicas de Luiz Gonzaga.

-Reconhecer o gênero musical (forró, xote, baião e xaxado).

-Identificar os problemas sociais do nordeste a partir da obra do

compositor.

-Conhecer alguns elementos que caracterizam o sertão nordestino e a

vida do homem do interior, retratadas nas músicas do compositor.

-Compreender as causas do êxodo rural.

-Pensar o cotidiano das raízes do povo brasileiro de forma lúdica por

meio da obra do Rei do Baião e das danças típicas.

-Conhecer e analisar a formação do povo brasileiro.

-Reconhecer e validar a cultura afro-indígena do nosso país.

-Apropriar-se do conhecimento e cuidado que as tribos têm na

manutenção dos recursos naturais.

-Compreender o conceito de sustentabilidade do planeta.

-Construir consciência critica quanto à responsabilidade do ser humano

na preservação dos recursos naturais do seu planeta para as futuras gerações.

-Apropriar-se do conceito dos 5 R's: repensar, recusar, reduzir, reutilizar e

reciclar para a preservação dos recursos naturais e dos biomas do planeta

terra.

JUSTIFICATIVA: Por que trabalhar com o tema Luiz Gonzaga e

sustentabilidade simultaneamente? Será que esses dois temas apresentam

30

algo em comum? Vejamos: Luiz Gonzaga é um mestre da música popular

brasileira, foi e ainda é um ícone da música nordestina de raiz, popularizou

esse estilo, levou sua música a todos os cantos do nosso pais e se tornou

conhecido em Paris, Estados Unidos e Japão ao se apresentar juntamente

com seu filho Gonzaguinha. Encontramos nas músicas de Gonzagão, uma

preocupação grande em retratar o sofrimento do povo nordestino em relação

as suas dificuldades relacionadas a seca, e consequentemente a fome e sede

de seu povo, retrata também o descaso de nossos políticos com esse povo tão

sofrido e trabalhador que por falta de opção separam-se de seus entes

queridos e se espalham pelo pais na busca incessante por uma vida mais

digna para ele e sua família. Gonzagão retrata em suas composições

brilhantemente a alegria de viver inerente a esse povo que mesmo em meio a

toda diversidade, não tem vergonha de ser feliz, como bem canta seu filho

Gonzaguinha. Entre outras preocupações Luiz Gonzaga demonstrava em suas

músicas uma inquietação em relação a subsistência de seus conterrâneos.

Aproveitando essa preocupação presente em sua: letras e percebendo a

degradação que nós seres humanos estamos impondo ao nosso planeta,

tendo consciência que nossos recursos naturais não são infinitos e portanto,

podem se extinguir e com isso não só a espécie humana como todas as

espécies do planeta podem passar fome, sede e dificuldades outras

juntamente com uma conscientização que a humanidade começa a apresentar

em relação a esses fatos agregamos ao primeiro tema a questão da

sustentabilidade, tão falada e divulgada nas últimas quatro décadas. A

sustentabilidade defende a teoria de que a geração atual utilize os recursos

naturais de tal maneira que não prive as gerações futuras de usufruírem

também tais recursos, para isso precisamos nos conscientizar e aprender a

repensar nossa cadeia de produção e consumo, recusar o consumo exagerado

a produção e descarte inadequada de materiais que causem mal ao meio

ambiente, reduzir a produção de lixo, reutilizar materiais que já foram usados,

que podem ser reaproveitados e muitas vezes os descartamos, acreditando

que não servem para mais nada, reciclando algo velho já utilizado, em algo

31

novo por meio de processos industriais, além do cuidado em usar os recursos

naturais de forma racional.

Percebemos, portanto que os dois temas se casam e proporcionarão aos

nossos alunos a possibilidades de conhecer mais a fundo nossa cultura de

raiz, pensando de forma consciente, politizada e social a preservação e

manutenção de nossa casa, o planeta terra.

METODOLOGIA: Precisamos com urgência, nos apropriarmos de

práticas mais produtivas e contextualizadas nas aulas de alfabetização, a fim

de despertar o desejo pela leitura. Desta forma também despertamos o prazer

de escrever, ao utilizar a obra de Luiz Gonzaga, pois suas canções expressam

na estética e estrutura de seus poemas, os textos em nossa Língua

Portuguesa. Os alunos e suas famílias já conhecem de memória e já

escutaram, em algum momento de suas vidas. Sendo de grande aceitação

popular, portanto, textos da tradição oral brasileira.

Estas canções são de domínio público, conhecidas por muitos brasileiros,

oportunizando que o aluno sinta-se mais estimulado a escrever, sobre algo que

já faz parte do seu universo e de forma lúdica.

Então, propomos, utilizar a reescritura das canções, que são poemas

musicados, brincando assim com os sons de seus versos, rimas e palavras, na

perspectiva de alfabetizar com letramento.

O acesso a estas músicas para quem ainda não lê, deverá ser mediado

pelo alfabetizador, através da leitura oral em classe, compartilhada por todos

os seus alunos.

A memorização de seus versos, falados ou cantados em coro, ampliam o

cabedal da linguagem memorizada.

Desta forma, a partir de pequenos textos cantados, associados aos

movimentos corporais ou dançados, exploramos a acuidade auditiva, na

importância de perceber a linguagem oralizada, para saber segmentar da fala

para a escrita.

32

A obra de Luiz Gonzaga é rica em informações culturais, sócias e

históricas. Então discutiremos a sustentabilidade, no decorrer do ano letivo, no

sentido de estabelecer uma educação cidadã.

Compondo nossas ações para o ano letivo de 2012, continuaremos a

mobilizar a nossa comunidade escolar, através do quiz, nas entradas de cada

turno escolar, onde fazemos perguntas, explanações, desafios, contação de

histórias, etc. Objetivando sensibilizar os mesmos, para uma participação

coletiva na construção do conhecimento mais significativo e contextualizado

pelo projeto "O Rio das Pedras, Canta e Se Encanta Por Luiz Gonzaga, Pela

Sustentabilidade e Cuidados Pela Vida."

A Literatura Infantil, com suas obras referentes aos temas abordados pelo

projeto pedagógico, articulará em parceria com a sala de leitura, o prazer de ler

e um olhar prospectivo para a leitura de mundo de nossos alunos. Assim, ao

final de cada período avaliativo, bimestralmente, faremos nossas culminâncias.

SUB PROJETOS

SUBPROJETO - 1° BIMESTRE: Com Gonzagão e sua canção,

conhecendo a identidade de uma nação

-A história da vida do Rei do Baião e sua história como artista popular do

Brasil.

-E eu? Quem sou? De onde venho? E a nossa família?

-Nossos hábitos e higiene para uma vida sustentável.

-A linha do tempo do nosso crescimento e da vida de Luiz Gonzaga.

-Luiz Gonzaga era chamado de Rei do Baião, Lua ou Gonzagão. E o meu

nome?

-Gonzagão veio viver no Rio de Janeiro e em qual cidade eu vivo? Sou

carioca?

-Nossa casa, nossa escola.

-Conhecendo o Rio das Pedras, Jacarepaguá, Rio de Janeiro, Região

Nordeste e Pernambuco.

-Trabalhando com localização com mapas.

33

SUBPROJETO - 2º BIMESTRE: Gonzagão apresenta a formação

cultural brasileira e a necessidade de uma vida sustentável.

-Comunidades Indígenas de Pernambuco, do Brasil e a formação do povo

brasileiro.

-A sustentabilidade, como herança cultural, através dos contos indígenas,

na mística da terra sem males.

-O sertão nordestino e sua cultura regional.

-A caatinga, a vida sertaneja e os hábitos do povo do interior.

-Gonzagueando com os elementos da natureza: ar, água, fogo e terra.

-A importância dos recursos naturais para a vida do planeta.

-A relação do homem do campo com a preservação do meio ambiente.

-As festas do povo brasileiro pelo interior, suas danças, brincadeiras e

costumes populares quando chega São João.

"O Brasil pega fogo com Gonzagão, chega São João"

"O fogo que aquece os corações nas festas juninas,

através das músicas do Rei do Baião, não pode provocar

desequilíbrio para o meio ambiente"

-A importância do cuidado com as queimadas, fogos e balões.

-A utilização do fogo para o desenvolvimento sustentável da humanidade.

-O respeito a natureza, na economia do campo x cidade.

-A valorização do homem da interior, sua vocação pelo trabalho na terra e

suas tradições.

SUBPROJETO - 3º BIMESTRE: Refletindo com o rei do baião a

importância de cuidar do corpo e do planeta: Cantar, dançar, brincar, exercitar-

se e reciclar.

-Partimos para a discussão de uma vida saudável e sustentável,

redirecionando nosso olhar para atividades que mexam com o corpo: música,

dança e exercícios, aproveitando a obra de Luiz Gonzaga.

Nesta perspectiva, os esportes vivenciados pelos Jogos Olímpicos e

Paraolímpicos, representam ( movimento da humanidade, em prol da saúde e

34

confraternização dos povos. Ao mesmo tempo, nos apropriamos dos 5 R's da

Educação Ambiental em ação: Repensar. Recusar, Reduzir, Reutilizar e

Reciclar, a fim de melhorar a vida no planeta.

SUBPROJETO – 4º BIMESTRE: De Gonzagão a Gonzaguinha, a busca

por uma consciência cidadã.

-A partir da perspectiva social da obra de Gonzaguinha, repensamos a

busca do povo brasileiro, a favor de dignidade humana e o seu bem estar,

conquistando:

• Autoestima e valorização da vida.

• Questões de gêneros e diversidades sociais.

• A herança Afro-brasileira como as diferentes etnias da nossa sociedade.

• Os direitos do cidadão, nas eleições de seus representantes pelo voto

direto e a questão da sustentabilidade no cenário político.

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ANEXO 2

Texto da reunião para discutir a construção do projeto

LUIZ GONZAGA

Luiz Gonzaga do Nascimento (Exu, 13 de dezembro de 1912 — Recife, 2 de

agosto de 1989) foi um compositor popular brasileiro, conhecido como o Rei do Baião.

Foi uma das mais completas, importantes e inventivas figuras da música popular

brasileira. Cantando acompanhado de sua sanfona, zabumba e triângulo, levou a alegria

das festas juninas e dos forrós pé-de-serra, bem como a pobreza, as tristezas e as

injustiças de sua árida terra, o sertão nordestino, para o resto do país, numa época em

que a maioria das pessoas desconhecia o baião, o xote e o xaxado. Admirado por

grandes músicos, como Dorival Caymmi, Gilberto Gil, Raul Seixas, Caetano Veloso,

entre outros, o genial instrumentista e sofisticado inventor de melodia e harmonias[carece

de fontes?], ganhou notoriedade com as antológicas canções Baião (1946), Asa Branca

(1947), Siridó (1948), Juazeiro (1948), Qui Nem Jiló (1949) e Baião de Dois (1950)

Luiz Gonzaga nasceu numa fazendinha no sopé da Serra de Araripe, na zona rural

do sertão de Pernambuco. O lugar seria revivido anos mais tarde em "Pé de Serra", uma

de suas primeiras composições. Sua mãe chamava-se Ana Batista de Jesus (ou

simplesmente Santana). Seu pai, Januário José dos Santos, trabalhava na roça, num

latifúndio, e nas horas vagas tocava acordeão (também consertava o instrumento). Foi

com ele que Luiz Gonzaga aprendeu a tocá-lo. Não era nem adolescente ainda, quando

passou a se apresentar em bailes, forrós e feiras, de início acompanhando seu pai.

Autêntico representante da cultura nordestina, manteve-se fiel às suas origens mesmo

seguindo carreira musical no sudeste do Brasil. O gênero musical que o consagrou foi o

baião. A canção emblemática de sua carreira foi Asa Branca, que compôs em 1947, em

parceria com o advogado cearense Humberto Teixeira.

36

ANEXO 3

INTERNET

http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/orientador-

educacional/orientador-educacional-424364.shtml

Quem é o e que faz o orientador educacional Esse é o profissional que se preocupa com a formação pessoal de cada estudante

Na instituição escolar, o orientador educacional é um dos profissionais da equipe de gestão. Ele trabalha diretamente com os alunos, ajudando-os em seu desenvolvimento pessoal; em parceria com os professores, para compreender o comportamento dos estudantes e agir de maneira adequada em relação a eles; com a escola, na organização e realização da proposta pedagógica; e com a comunidade, orientando, ouvindo e dialogando com pais e responsáveis.

Apesar da remuneração semelhante, professores e orientadores têm diferenças marcantes de atuação. "O profissional de sala de aula está voltado para o processo de ensino-aprendizagem na especificidade de sua área de conhecimento, como Geografia ou Matemática", define Mírian Paura, da Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. "Já o orientador não tem currículo a seguir. Seu compromisso é com a formação permanente no que diz respeito a valores, atitudes, emoções e sentimentos, sempre discutindo, analisando e criticando." Embora esse seja um papel fundamental, muitas escolas não têm mais esse profissional na equipe, o que não significa que não exista alguém desempenhando as mesmas funções. Para Clice Capelossi Haddad, orientadora educacional da Escola da Vila, em São Paulo, "qualquer educador pode ajudar o aluno em suas questões pessoais". O que não deve ser confundido com as funções do psicólogo escolar, que tem uma dimensão terapêutica de atendimento. O orientador educacional lida mais com assuntos que dizem respeito a escolhas, relacionamento com colegas, vivências familiares. Se você se interessa em seguir essa carreira, saiba que é preciso ter curso superior de Pedagogia ou pós-graduação em Orientação Educacional.

O que ele faz Contribui para o desenvolvimento pessoal do aluno. Ajuda a escola a organizar e realizar a proposta pedagógica. Trabalha em parceria com o professor para compreender o comportamento dos alunos e agir de maneira adequada em relação a eles. Ouve, dialoga e dá orientações.

37

BIBLIOGRAFIA

AURÉLIO. Minidicionário Aurélio. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993.

BARBOSA, M. C. S. e HORN, M. G. S.. Projetos Pedagógicos na educação

infantil.Porto Alegre: Artmed, 2008.

HERNÁNDEZ, F. e MONTSERRAT, V. A organização do currículo por projetos

de trabalho: o conhecimento é um caleidoscópio. Tradução: Jussara Haubert

Rodrigues. 5º ed. Porto Alegre: Artmed, 1998.

LUCK, Heloísa. Planejamento em Orientação Educacional. 6ª ed. Petrópolis:

Vozes, 1992.

____________. Planejamento em Orientação Educacional. Petrópolis: Vozes,

2011.

GRINSPUN, M.P.S.Z.(Org). A Prática dos Orientadores Educacionais. São

Paulo: Cortez, 1994.

_________________. A Orientação Educacional: conflito de paradigmas e

alternativas para a escola. São Paulo: Cortez, 2001.

VEIGA, I. P. A. (Org.). Projeto Politico-Pedagógico da Escola: uma construção

possível. 6ª ed. Campinas, SP: Papirus, 1995.

38

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

A importância dos Projetos Educacionais na Educação 10

CAPÍTULO II

O papel do Orientador Educacional na orientação dos Projetos 14

CAPÍTULO III

Projetos de Investigação: O Orientador Educacional face aos conflitos 18

3.1- Projeto: “O Rio das Pedras canta e se encanta por Luiz Gonzaga, pela

sustentabilidade e cuidado com a vida” 18

3.2- Projeto: “O Centenário de Jorge Amado” 23

CONCLUSÃO 26

ANEXOS 28

BIBLIOGRAFIA 37

ÍNDICE 38