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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE Negociação no Departamento de Pós-Vendas Corporativo de uma Empresa de Telecomunicações. Por: Aline Mineiro Santos Orientadora Profª Mary Sue Pereira Rio de Janeiro 2007

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · A compreensão do que seja sinergia e como obtê-la na prática estão entre o que há de mais significativo em termos

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

Negociação no Departamento de Pós-Vendas Corporativo de

uma Empresa de Telecomunicações.

Por: Aline Mineiro Santos

Orientadora

Profª Mary Sue Pereira

Rio de Janeiro

2007

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

Negociação no Departamento de Pós-Vendas Corporativo de

uma empresa de Telecomunicações.

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Comunicação

Empresarial.

Por: Aline Mineiro Santos.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente à Deus pela oportunidade de nascer e crescer cercada de pessoas que sempre incentivaram meu crescimento pessoal, acadêmico e profissional, agradeço a minha família, meus pais (Marilene e José Lima) e minha irmã (Elaine) que sempre me encorajaram e me apoiaram em todos os momentos, e meu noivo (Cláudio) meu companheiro, cúmplice e grande incentivador nos momentos de cansaço e fraqueza, que finaliza seu curso de Pós-Graduação junto com o meu. Agradeço também aos Executivos de Pós-Vendas (André Furtado e Silvio Pacheco) que com muita paciência dispensaram seu tempo respondendo as minhas pesquisas para a composição desta monografia.

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DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia aos meus pais, à

minha irmã e ao meu noivo com muito

carinho, amor e gratidão por todo

incentivo que dispensaram para a

realização desse sonho.

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RESUMO

A todo o momento estamos negociando, então há mais dúvidas que

negociar é uma das habilidades mais importantes para o sucesso pessoal e

profissional que qualquer pessoa.

A negociação é o processo de alcançar objetivos através de um acordo

nas situações em que existam interesses comuns e conflitantes. A questão que

se coloca é como fazê-lo com a máxima efetividade.

Esta monografia apresenta os aspectos teóricos sobre negociação, suas

técnicas e táticas para um negociador obter sucesso.

Conheceremos não só as estratégias dos negociadores, mas também

as ferramentas utilizadas por um setor de pós-vendas corporativo de uma

empresa de telecomunicações que trabalha com intuito de conquistar o

mercado e fidelizar seus clientes satisfazendo suas necessidades e

customizando o atendimento. Um case de sucesso desta empresa nos

possibilita conhecermos a parte prática deste departamento.

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METODOLOGIA

A oportunidade de trabalhar em uma empresa de telecomunicação que

tem como foco a satisfação do cliente me fez aspirar entender melhor as suas

estratégias. O conhecimento básico do departamento de pós vendas desta

empresa me aguçou o desejo de me aprofundar no assunto. E percebi esta

monografia como uma oportunidade de analisar o tema.

Nesta monografia busquei examinar o aspecto teórico da negociação

em livros e sites sobre o assunto. Entrevistei também profissionais da área de

negociação que vivenciam este tema na prática.

Primeiramente há a necessidade do conhecimento teórico sobre o tema,

após a leitura do livro elaborei um questionário com assuntos pertinentes ao

departamento de pós-vendas corporativo da empresa escolhida. Com estas

respostas organizei os tópicos de forma que facilitasse a compreensão do

leitor sobre o setor.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I 10

Teoria da Negociação

CAPÍTULO II 33 Negociação no setor de pós-vendas corporativo de uma empresa de telecomunicações

CAPÍTULO III 39

Negociação na Prática (Case)

CONCLUSÃO 41

BIBLIOGRAFIA 42

ANEXOS 43

ÍNDICE 44

FOLHA DE AVALIAÇÃO 46

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INTRODUÇÃO

Negociação, influenciação, relacionamento são hoje as principais

dimensões da liderança numa sociedade globalizada.

Há algum tempo atrás, o poder de barganha do consumidor era inferior

ao do vendedor. Os produtos eram “monopolizados”, não havia tanta

concorrência para lhe ofertar um produto quanto hoje. O mercado oferecia o

produto e impunha o preço deste, o consumidor, por sua vez, comprava

conforme sua necessidade.

Hoje o mercado permite ao consumidor negociar com o fornecedor.

Tamanha é a concorrência que o consumidor decide quanto quer pagar pelo

produto, e se o preço não lhe atrai, este procura o mesmo produto em um

outro fornecedor que ofereça o produto desejado por um preço justo, que atinja

sua expectativa.

É por este motivo que as empresas têm se adaptado ao mercado atual,

oferecendo não só o produto, mas também um serviço conjugado ao produto

comercializado. Este serviço pode ser um atendimento diferenciado no

momento da venda, maior prazo de garantia, setor especializado no pós-

vendas do produto oferecido, e o que mais a criatividade do fornecedor permitir

para encantar e principalmente fidelizar o cliente.

A comercialização do produto não termina após o pagamento, a

satisfação do cliente é essencial para ambos, e em especial para o fornecedor

que recebe o retorno do consumidor em uma próxima necessidade, e ainda

conta com a indicação de novos clientes para o seu negócio.

O que vai garantir a fidelização, a satisfação e o encantamento dos

clientes será a customização do produto e/ou serviço oferecido. Nós não

somos todos iguais. Temos pensamentos, expectativas e necessidades

diferentes uns dos outros. Por isso a aceitação do produto que nos é oferecido,

irá depender da capacidade de negociação do fornecedor.

No capítulo 1 será explorada a fase teórica da negociação. Como nosso

poder pessoal, nosso estado mental, condicionamento físico e o stress podem

influenciar o comprador da nossa idéia. As formas de visualizarmos as crenças

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e os valores, transformando os obstáculos em oportunidades. A estrutura das

necessidades. A flexibilidade do negociador. As preparações para uma reunião

de negociação, informações importantes para o momento da negociação e o

pós-negociação.

No capítulo 2 estudaremos as técnicas de negociação do setor de pós

vendas de uma empresa de telecomunicações. O público alvo deste

departamento, as técnicas de negociação, os principais problemas informados

pelo cliente e as estratégias para contornar a situação. Buscando sempre a

excelência no atendimento. Customizando cada atendimento como se o

produto fosse formulado especialmente para aquele cliente. Fazendo-o se

sentir único e valorizado. As maneiras de encantar o cliente, garantindo a

satisfação e a fidelização.

No capítulo 3 veremos um case de sucesso desta empresa. Quando um

grande cliente decidiu cancelar o serviço, e um negociador conseguiu

contornar a situação. Analisaremos as técnicas utilizadas para manter este

cliente.

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CAPÍTULO I

TEORIA DA NEGOCIAÇÃO

1. Conceito

Negociação é o processo de alcançar objetivos por meio de um acordo

nas situações em que existam interesses comuns, complementares e opostos,

isto é, conflitos, divergências e antagonismos de interesses, idéias e posições.

2. Processo de negociação

O processo de negociação trata da seqüência ou caminho a ser

percorrido desde o início até o final da negociação. Identifica obstáculos e

proporciona maneiras de ultrapassá-los. Trata da forma como de deve utilizar o

conhecimento do assunto e as habilidades de relacionamento durante a

negociação. Mostra o que, como e quando fazer com estes dois componentes,

considerando o encadeamento das ações. Quando se trata de negociação, o

princípio matemático de que a ordem dos fatores não altera o resultado é

completamente falso, ou seja, a ordem ou o caminho que se segue podem

alterar substancialmente os resultados obtidos.

3. O poder pessoal

O resultado obtido de qualquer negociação está diretamente relacionado

ao equilíbrio de poder entre as partes. Poder significa capacidade de

influenciar pessoas e situações. Todos nós temos poder e, a todo o momento,

influenciamos ou somos influenciados, embora nem sempre estejamos

conscientes do tipo de poder que temos e da forma mais apropriada de utilizá-

lo.

Existem dois tipos de poder. Um é o poder decorrente de elementos ou

fatores externos, como, por exemplo, nosso cargo numa empresa, nossos

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bons relacionamentos, nossos bens materiais ou recursos financeiros. Outro é

o nosso poder pessoal ou poder interno, ou seja, algo que é fruto de nossa

educação, desenvolvimento próprio e características. É o poder pessoal que

nos habilita a conquistar e usar corretamente o poder externo.

O poder não deve ser considerado um fim em si mesmo, mas algo que

uma vez que tenhamos definido com propriedade nossos objetivos, nos

permitir: alcançar estes objetivos e obter sinergias em nossas negociações.

A compreensão do que seja sinergia e como obtê-la na prática estão

entre o que há de mais significativo em termos de capacitação do ser humano.

Assim sendo, nunca é demais ressaltar a sua importância. Podemos definir

sinergia como um fenômeno que ocorre no relacionamento entre as partes.

Quando estas interagem de tal forma que provocam uma espécie de ativação

ou multiplicação de seus talentos e recursos, ocorre sinergia. Ao contrário,

quando no relacionamento entre as partes há subtração ou divisão, ou seja,

empobrecimento de recursos e talentos, acontece a anti-sinergia ou entropia.

O poder pessoal é o resultado do produto de três fatores: Estados

Mentais, Conhecimento e Habilidades.

Isto quer dizer que um estado mental positivo potencializa

conhecimentos e habilidades. Várias vezes encontramos pessoas que, embora

não sejam muito competentes em termos de conhecimentos e habilidades,

conseguem obter sucesso porque são capazes de manter estados mentais

altamente positivos. Já um estado mental negativo faz com que pessoas

altamente competentes não alcancem seus objetivos. Portanto, o primeiro fator

do poder pessoal e o estado mental.

O conhecimento é o segundo fundamento do poder pessoal. Envolve

não apenas o eu se conhece, mas também a profundidade, a organização e a

priorização do que se conhece. O conhecimento é o segundo fundamento do

poder pessoal. Envolve não apenas o que se conhece. O conhecimento deve

associar-se à prática do que se conhece. O conhecimento deve associar-se à

prática, e esta é a forma de conhecimento que realmente importa, ou seja, nós

só podemos dizer que conhecemos aquilo que realmente aplicamos. A

integração prática-conhecimento encontra melhor compreensão em duas

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expressões: Conhecimento sem prática é inútil, prática sem conhecimento é

cega.

Nada é tão prático quanto uma boa teoria.

As habilidades constituem o terceiro fundamento do poder pessoal.

Habilidade significa saber fazer. Implica, portanto, comportamento, ação. E é

através da ação que alcançamos os resultados que estamos buscando.

A nossa possibilidade de obter resultados condizem com os objetivos a

que nos propomos e está diretamente relacionada ao conjunto de nossas

habilidades. Portanto, temos que ter a ciência das habilidades que devemos ter

ou desenvolver para alcançarmos a excelência, em termos de negociação e

como fazer para desenvolver essas habilidades.

As habilidades a serem desenvolvidas são aquelas que os negociadores

bem-sucedidos têm. Isso pode ser feito pela observação direta ou por

intermédio de uma boa teoria.

4. O estado mental

O principal componente do poder pessoal é o estado mental ou estado

de consciência. O estado mental é a chave para entender desempenhos

espetaculares ou medíocres. Como exemplo da força do estado mental posso

citar o placebo, produto produzido por pílulas que simulam medicamentos, mas

que não têm nenhum efeito farmacológico. Este funciona numa parcela

bastante considerável de pacientes. Dores de cabeça, de coluna, cólicas pós-

operatórias, dores provocadas por anginas e asma podem ser combatidas em

grande parte dos casos com placebo.

Existem estados mentais ricos ou pobres de recursos, adequados ou

inadequados. E é em grande parte de nosso estado mental que depende a

adequação de nossos comportamentos, mesmo que tenhamos conhecimentos

e habilidades necessárias ara executá-los corretamente.

Os estudos sobre criatividade podem mostrar exatamente o que

definimos como estados ricos e pobres de recursos ou adequados e

inadequados. Todos nós podemos ser criativos, desde que saibamos os

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procedimentos adequados. Uma técnica de criatividade chamada

brainstorming (tempestade cerebral, ou “toró de parpite”, como é conhecida no

interior de Minas Gerais) tem como princípio que não se pode ser crítico e

criativo ao mesmo tempo porque a crítica mata a criatividade. Quando feita no

momento certo, entretanto a crítica é fundamental, pois permite separar a joio

do trigo, ou seja, distinguir as idéias que podem ser aproveitadas e

desenvolvidas daquelas que não têm qualquer utilidade. Assim, na fase em

que são geradas idéias, o estado mental deve ser o da espontaneidade, da

liberdade interior. As idéias devem fluir sem nenhuma crítica ou censura, não

importando quão absurdas possam parecer. Uma vez que essa fase tenha

chegado ao fim, começa a outra etapa, em que o conjunto de idéias é

analisado e avaliado, escolhendo-se, então as idéias mais pertinentes ao que

se pretende. E isto exige outro estado mental que permita a análise, a crítica e

o julgamento. A clareza de estados metais é fundamental para que se possa

efetuar com precisão o brainstorming. Qualquer mistura ou imprecisão

compromete todo o processo.

Estados mentais distintos também são necessários no processo de

comunicação, pois há um princípio que diz que é impossível ser plenamente

emissivo e receptivo ao mesmo tempo, ou seja, falar e ouvir simultaneamente.

E o estado mental que nos permite ser efetivamente emissivo é diferente

daquele em que somos receptivos. Não importa o que estejamos fazendo, há

sempre um estado mental adequado, totalmente diferente do inadequado.

Assim, o estado mental que prevalece naqueles que têm expectativas

positivas e grande desejo de sucesso contrasta sensivelmente como o do

pessimista, que desiste facilmente e está sempre se lamentando.

5. Como eliciar estados mentais positivos

5.1 As escolhas que fazemos.

O ser humano está, a todo o momento, fazendo escolhas por ação ou

omissão e nem sempre tem consciência das escolhas que faz e da sua

responsabilidade por elas. Entre as principais escolhas destacamos:

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5.1.1 Os motivos ou projetos de vida;

Vitor Frankl, psiquiatra austríaco que morreu aos 92 anos, sobreviveu a

três campos de concentração, inclusive ao de Auschwitz. O sofrimento

em meio a uma ambiente de destruição e morte levou-o a considerar a

importância de buscar um sentido para a vida. Em sua autobiografia,

publicada em 1995, Frankl afirma que “forças ocultas são liberadas no

homem consciente dos motivos que cercam a sua vida”.

5.1.2 O significado que damos às coisas;

O significado que damos às coisas fornece motivação e paixão ao nosso

desempenho. Quem está assentando pedras tem uma motivação

completamente diferente de quem está contribuindo para a construção

de uma catedral.

5.1.3 A perspectiva temporal;

Quando em um primeiro padrão mental de pessoas que se queixam o

tempo todo e procuram razões para nada fazer; querem mudar o

passado e se esquecem do velho ditado: “Águas passadas não movem

moinhos”. Usam muito “se tivesse acontecido isto”, “se não estivesse

acontecido aquilo”, o que pode ser extremamente nocivo.

5.1.4 O canal da TV mental;

Em nossa mente podemos focar vários assuntos. É como se fosse uma

televisão com vários programas. Existem programas para todos os tipos

e gostos. Alguns têm alto-astral e são energizantes. Outros são

depressivos e representam um estímulo ao fracasso. O canal mental

que escolhemos influi no nosso humos, na nossa produtividade,, na

nossa pressão sanguínea. Devemos considerar também, nesta nossa

TV mental, os personagens e a natureza dos nossos diálogos internos.

Isto influencia a maneira como falamos e como falam os nossos

personagens interiores.

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5.2 O encontro de gatilhos.

Gatilho é alguma coisa que dispara e provoca determinado estado

mental. Existem cinco espécies de gatilho.

O primeiro é o visual externo , alguma coisa que vemos e provoca

em nós estados propícios para enfrentarmos determinadas situações.

O novelista Gilberto Braga e o banqueiro Edmond Safra usam este

recurso. Gilberto Braga, quando está com dúvidas ao escrever uma novela,

olha para a fotografia da novelista Janete Clair. Já Edmond Safra, nos

momentos de dificuldades, olha para a fotografia de seu pai.

O segundo tipo de gatilho é o visual interno. Neste caso, a fotografia é

vista mentalmente.

O terceiro gatilho é o auditivo externo. As músicas podem despertar

diversos estados mentais. O estilo new age provoca estados de relaxamento,

os batuques dos terreiros, estados de transe. A aprendizagem acelerada

desenvolvida pelo búlgaro Giorgi Lazanov utiliza a música como um dos seus

pontos de apoio. Até nos animais os estímulos musicais têm se mostrado

importantes. Galinhas botam mais ovos ouvindo determinados tipos de

músicas.

O quarto tipo de gatinho é o auditivo interno. O iogues treinam certos

tipos de som internos, denominados mantras, cuja repetição induz a

determinados estados mentais ou de consciência. A oração silenciosa é outro

exemplo. Existem pessoas que, nos momentos de dificuldade, encontram

grande energia e força combativa simplesmente rezando.

Por fim, o quinto tipo de gatilho é o cinestésico, que corresponde a uma

postura corporal. Já está provado que uma pessoa só fica deprimida se adotar

a postura corporal deprimido. Uma outra forma de gatilho cinestésico é

denotado pela respiração, da forma como é praticada pelos iogues.

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5.3 Os gatilhos negativos

Os gatilhos servem tantos para acionar estados mentais positivos

quanto negativos. Gerald Epstein conta uma história sobre um grupo de ex-

viciados em heroína e metadona que não tomavam drogas avia dez anos. Este

grupo concordou em participar de um experimento no qual seria levado de

ônibus até a Rua 125, na cidade de Nova York, onde, dez anos antes,

costumava comprar drogas. No momento em que o ônibus se aproximou da

esquina onde eles faziam a transação, os ex-viciados entraram em crise de

abstinência da droga.

5.4 A identificação dos estados mentais adequados.

Os estados mentais devem ser apropriados para cada atividade.

Existem alguns particularmente importantes. Entre eles, os de emissão,

recepção, criatividade, crítica, julgamento, reflexão, ação, intuição, estar

conectado com o mundo exterior.

Há também alguns que são particularmente negativos e que já levaram

muitas pessoas e empresas a experimentar graves perdas, como os estados

mentais de arrogância, intolerância e falta de persistência.

5.5 A alternância de estados mentais

Alternância de estados mentais é a capacidade de identificar e passar

para o estado mental adequado a cada situação. A alternância de estados

mentais está profundamente relacionada à flexibilidade.

5.6 A manutenção do estado mental

O complemento indispensável da capacidade de evocar e alternar

estados mentais é a capacidade de mantê-lo pelo tempo necessário. Um dos

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grandes obstáculos a essa manutenção são as palavras assassinas, de

desestímulo, pronunciadas com o objetivo de fazer fracassar boas idéias e

iniciativas. De acordo com Maquiavel, “o inovados tem por inimigos todos os

que se deram bem com o velho e por defensores mornos aqueles que podem

se dar bem com o novo”.

5.7 O condicionamento físico e o stress

Muitas vezes, as negociações são longas e desgastantes. Há pessoas

com grande disposição para reuniões demoradas. Aqueles que não tiveram um

bom condicionamento físico nem conhecimento das formas de tratar com o

stress dificilmente conseguirão manter estados mentais adequados. Uma ação

recomendada para o assunto é a adoção do princípio RED: relaxamento,

exercício e dieta.

6. O que temos de fazer para convencer alguém

Este exercício está relacionado ao número de repetições que temos de

fazer para impactar alguém, ao tempo de aceitação de cada pessoa e aos

canais sensoriais que devem ser empregados. Existem pessoas às quais basta

falar uma ou duas vezes sobre os benefícios de alguma coisa, enquanto outras

necessitam ouvir mais vezes, mesmo que a mensagem já tenha sido entendida

anteriormente. O tempo de aceitação está ligado ao tempo de assimilação de

novas idéias, que pode ser bastante diferente para cada pessoa. Algumas

aceitam de imediato, enquanto outras podem ser bem lentas. Os canais

sensoriais visual, auditivo e sinestésico auxiliam a pessoa a receber mais

intensamente as mensagens. O canal sinestésico envolve o tato, o olfato, o

paladar e as emoções.

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7. Crenças e valores

Valores são as prioridades que damos às crenças. Existem crenças que

julgamos mais importantes do que outras. Valores são nossas prioridades

comportamentais. Assim, se eu tenho como valor ajudar os outros e, de fato,

eu não os ajudo, isto significa que ajudar os outros não é um valor efetivo para

mim. É um valor “fantasia”. Pode ser uma boa idéia, mas não é um valor ou

uma crença. Nossos valores estão relacionados ao tempo que dedicamos

efetivamente a eles e ao peso que assumem quando temos de decidir alguma

coisa.

Existem algumas crenças extremamente úteis quando se quer alcançar

resultados significativos. Entre elas destacamos:z

7.1 Considerar tudo o que nos acontece como uma oportunidade;

7.2 Assumir responsabilidade pelo que lhe acontece, pois só dessa forma você

pode ser o timoneiro do seu barco. Aqueles que estão sempre achando

desculpas e responsabilizando outras pessoas pelos seus males também

estão dizendo que não podem fazer nada para mudar a própria vida, já que

tudo está fora do alcance de suas possibilidades;

7.3 Considerar os próprios erros não como fracasso, mas como um feedback

negativo, ou seja, uma informação que indica que estamos no caminho

errado e que é preciso fazer alguma coisa diferente, que é preciso mudar;

7.4 Não é preciso saber tudo para agir, é necessário correr algum risco,

sobretudo na época atual, em que vivemos situações de incerteza,

ambigüidade, insegurança e mudança.

8. Necessidades

O ser humano age para satisfazer suas necessidades, grandes

impulsionadoras e motivadoras. Tudo o que fazemos ou dizemos é para

satisfazer ou evitar a privação de alguma de nossas necessidades. Nós temos

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uma estrutura de necessidades. Vamos mencionar quatro, entre os tipos de

necessidade que formam esta estrutura: realização, reconhecimento,

associação e segurança.

Realização é a necessidade de atingir metas e obter resultados.

Reconhecimento é a necessidade de ser importante para os outros, de ser

uma pessoa bem-vista. Associação é a necessidade social de estar com outras

pessoas e de pertencer a um grupo. Segurança é a necessidade de certeza,

de dominar o que se está fazendo, de não se expor, de proteção. A estrutura

de necessidade é formada por uma combinação destas quatro. Há pessoas

nas quais essas necessidades estão distribuídas de forma equilibrada. Já em

outras existe uma preponderância acentuada de uma, com manifestação bem

menos acentuada das outras três. Além dessas quatro necessidades, que

formam a base para a identificação dos estilos comportamentais, devemos

considerar as necessidades fisiológicas e as necessidades de auto-realização.

As fisiológicas são as necessidades primárias das pessoas, como abrigo,

alimentos e roupas. As de auto-realização são as necessidades de

crescimento e utilização do pleno potencial de uma pessoa.

9. O que é conhecer o assunto ou o seu negócio?

Só quem conhece o seu negócio, isto é, o assunto da negociação, sabe

a diferença entre um bom e um mau acordo. Desconhecer o negócio é o

mesmo que andar de táxi numa cidade desconhecida. E isso, em negociação,

significa não saber atuar com propriedade e ter muita dificuldade para avaliar

corretamente os resultados obtidos. Conhecer o assunto é fundamental para

identificar interesses, formular objetivos, descobrir os objetivos do outro lado,

construir alternativas ou meios para atingi-los e ter critérios que permitam

escolher, entre um conjunto de alternativas, a mais apropriada para atender

aos interesses em jogo. Conhecer o assunto ou o negócio é encontrar

soluções e benefícios que atendam aos interesses das partes. Para o

negociador que atua dentro de uma perspectiva de consultor ou como

solucionador de problemas, isso é imprescindível.

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10. Flexibilidade do negociador

Flexibilidade, ao contrário de estilo, é mutável. È uma questão de

exercício. A pessoa flexível age como um sistema aberto, está em interação

com o meio ambiente, sabe identificar situações e dar respostas adequadas. É

criativa ou metódica quanto tem que ser. A pessoa de baixa flexibilidade está

fechada, seja por suas crenças, seja por seus comportamentos. Não há

correlação entre estilo e flexibilidade. As pessoas de um estilo podem ser

inflexíveis porque não cedem nunca e as de outro estilo porque cedem sempre

ou quase sempre. Algumas são sempre brincalhonas, mesmo que isso seja

impróprio no contexto. Quanto maior o grau de flexibilidade, melhor, pois isso

significa maior capacidade para usar seu potencial e para alcançar seus

objetivos.

Algumas sugestões para melhorar a flexibilidade:

10.1 Veja cada situação pela sua ótica e pela da outra pessoa;

10.2 Aumente seu repertório comportamental, isto é, descubra outras

formas de fazer coisas. Lembre-se que tudo o que você faz é

apenas uma das alternativas possíveis;

10.3 Procure entender e praticar o processo de comunicação. Para

se comunicar bem é preciso ter boa flexibilidade;

10.4 No processo de comunicação o que importa não é o que se faz,

mas sim a resposta que se obtém pelo que se faz;

10.5 Procure praticar o princípio de primeiro compreender, depois se

faça compreender;

10.6 Procure desenvolver seu lado criativo e seu lado crítico;

10.7 Esteja atento às polaridades e saiba maneja-las. A vida está

repleta delas: dia-noite; homem-mulher; contração-expansão;

alegria-tristeza; dominante-condescendente; formal-informal.

Flexibilidade é um exercício. Se você não se exercitar, sua flexibilidade diminui.

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11. Antes da Reunião de Negociação:

11.1 A Preparação.

Preparar uma negociação significa fazer o dever de casa, e nada apresenta

tantos benefícios quanto uma preparação bem-feita. Ela consiste em identificar

todos os fatores necessários e suficientes pata obter êxito e em criar condições

previas para que tais fatores possam ocorrer, efetivamente, no curso de

processo de negociação.

Alguns pontos devem ser observados:

11.1.1 Antes de iniciar a preparação propriamente dita, devemos fazer

um anteprojeto de preparação, encontrando respostas para as

seguintes perguntas: “qual é a importância desta negociação?”

“Quais serão as conseqüências se ela for malsucedida?” “Quanto

se deve investir nela em termos de tempo e recursos humanos e

materiais?” Muitos milhões podem ser perdidos se não se tratar

adequadamente esses pontos. O dimensionamento dos recursos

necessários para o êxito é de capital importância.

11.1.2 A preparação deve considerar os três momentos da negociação,

do momento atual até o cumprimento integral do que ficou

acordado;

11.1.3 É preciso ver a situação por três óticas distintas: a nossa, a do

outro lado e a de um observador neutro; portanto, desempenhar

três papéis diferentes;

11.1.4 Procurar entender a situação do outro negociador melhor do que

ele próprio é uma boa norma a ser obedecida;

11.1.5 Criatividade e imaginação. Lembrar a frase de Einstein: “A

imaginação é mais importante do que o conhecimento”. Portanto,

devemos construir e simular vários cenários de negociação;

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11.1.6 A preparação tem duas fases: orientação e desenvolvimento. A

fase de orientação consiste na interpretação da situação, na formulação

do problema. A fase de desenvolvimento é constituída pelos

desdobramentos que devemos efetuar após o entendimento da

situação.

11.2 Reunião de negociação

11.2.1 Considere: Características, soluções e benefícios. Quando

oferecemos um produto devemos ressaltar seus benefícios, idéias,

emoções, ambiência e sentimentos. Por exemplo: Não oferece uma

roupa, ofereça uma aparência bonita e atraente;

11.2.2 Procure ser firma, mas lembre-se: firmeza não é sinônimo de

grosseria;

11.2.3 Evite frases perigosas do tipo:

Para começo de conversa estou disposto a pagar “Z”.

Minha oferta inicial é “X”.

Eu acho que “Y” é um bom preço.

Estas frases mostram ao outro negociador que existe espaço para

concessões. Em vez de “Eu acho que ‘Y’ é um bom preço”, use, por

exemplo, “’Y’ é um preço justo”.

11.2.4 Faça uma proposta de acordo com seu desejável, e não com o

mínimo ou necessário. Não tenha receio de pedir alto, de correr riscos e

de receber um não.

Após ter feito sua proposta, não peça a opinião do outro.

Simplesmente faça silêncio e espere. Deixe que ele se manifeste.

Com relação às ofertas do outro, nunca aceite a primeira. Pense

que ele sempre tem espaço para concessões.

11.2.5 Esteja atento aos sinais de aceitação. Eles mostram que o outro

lado está ficando satisfeito com os termos da proposta;

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11.2.6 Às vezes, a técnica do fechamento presuntivo é bastante positiva.

Neste caso, fala-se e age-se como se o outro já tivesse

concordado com o fechamento;

11.2.7 É necessário propor o fechamento do negócio; em várias

oportunidades isso não acontece porque o fechamento não é

solicitado;

11.2.8 No acordo final devem constar todos os itens da negociação e

seus objetivos mínimos ou necessários devem ser atendidos;

11.2.9 A negociação não acaba na ação final, e sim quando o acordo é

implementado.

11.3 Pós-reunião de negociação:

11.3.1 Controle e avaliação

É nesta etapa que o acordo é concretizado. Ela merece uma atenção

especial, pois nem sempre o que é combinado é de fato cumprido. Portanto, a

primeira função do controle e avaliação é verificar se o acordo está sendo

cumprido e, caso haja desvios, tomar as providências necessárias, sejam elas

de caráter administrativo, sejam de caráter legal, ou até mesmo tentar uma

renegociação.

12. As negociações por telefone

As negociações por telefone podem ser perigosas para quem recebe o

telefonema. Em geral a pessoa não está preparada, não está no momento

nem no local mais adequado para negociação. Pode acontecer também a

sensação de urgência, a pessoa não pode demorar ao telefone – e isso resulta

em precipitação. Muito freqüentemente, o telefone provoca uma sensação de

prioridade. As pessoas largam o que estão fazendo para atender ao telefone.

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Um publicitário brasileiro, quando não conseguia falar com uma pessoa do alto

escalão de uma empresa ou entidade governamental, telefonava de Nova

York. Segundo ele, as portas se abriam. Parece que ninguém resiste a um

telefonema de Nova York. Por outro lado, nas ligações locais, e também pelo

fato de não se estar vendo a outra pessoa, é mais fácil dizer não por telefone.

Se atender a uma ligação indesejada, você pode fazer a ligação cair

desligando o telefone enquanto estiver falando ou encerrar a conversa

alegando que irá participar de uma reunião de emergência. Se a ligação cair,

ou seja, se você desligar o telefone enquanto o outro estiver falando, isso será

tomado como uma grosseria. Mais ainda, nos telefonemas só percebemos as

palavras e a entonação com que são ditas. Não vemos as expressões faciais.

Assim, percebemos muito do significado da comunicação.

Tenha o telefone como uma possibilidade tática. Analise as vantagens

de dar e de receber o telefonema e descubra o que é mais conveniente em

cada situação.

13. Pecados Capitais no processo de tomada de decisão e solução de

problemas

Numa organização, as negociações podem ocorrer nos níveis

operacional, tático ou estratégico e, quanto mais complexas forem, mais

haverá a necessidade de agir com base na solução de problemas, isto é,

compreendendo a essência das questões que estão sendo tratadas. Quem

negocia com base na barganha de propostas não se detém na análise e

compreensão das questões e, assim, não vislumbra todo o quadro de

possibilidades. Portanto, não vê nem aproveita as oportunidades existentes.

Quem quer negociar com solucionador de problemas, entretanto, deve estar

consciente do grande número de dificuldades e quem os descuidos acabam

redundando em muitos pecados que podem comprometer todo o processo de

negociação. E uma das conseqüências destes pecados é o grande volume de

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dinheiro gasto para preservar o ego e o status dos negociadores que os

cometeram.

Com o propósito de refletir sobre os pecados mais expressivos do

processo de tomada de decisão e solução de problemas, a seguir veremos

alguns:

13.1 Envolver-se em situações para as quais não se tem autoridade.

Há casos de negociações que duram vários meses, para só então

os negociadores descobrirem que não tinham autoridade para firmar

o acordo a que tinham chegado. Portanto, saiba sempre qual é o

nível de autoridade necessário para tomar uma decisão;

13.2 Não distinguir entre o que Poe e o que não pode ser mudado.

Isso significa dar murro em ponta de faca ou ficar resignado diante

de situações cuja possibilidade de mudança está ao seu alcance;

13.3 Perder tempo com decisões improdutivas ou irrelevantes. Tenha

em mente uma das conhecidas leis de Parkinson, segundo a qual o

tempo consumido com a tomada de decisão é inversamente

proporcional à importância do assunto. Assim, siga o princípio dos

20/80: 20% do que se faz responde por 80% dos resultados;

13.4 Ser reativo antes que proativo. Estar sempre a reboque dos

acontecimentos, apagando incêndios, isto é, não ficar atento aos

sinais e só ver depois. Por trás disso podem estar uma visão de

curto prazo ou uma focalização em detalhes, em vez da

compreensão global ou uma focalização em detalhes, em vez da

compreensão global da situação. Ou, quem sabe, a adoção de

soluções apressadas, imediatistas e simplistas, que atacam os

efeitos e não as causas;

13.5 Lamentar mais do que buscar soluções. É oportuno lembrar

Henry Ford: “Não procure defeitos, procure soluções. Queixar-se

qualquer um sabe”.

13.6 Diante de informações desagradáveis, usar mecanismos

psicológicos, como rejeitar, negar, evitar e distorcer, antes de

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enfrentar os fatos. Lembre-se de que informações é a matéria-prima

para tomar decisões e solucionar problemas;

13.7 Tomar decisões em função de análises apressadas e superficiais

e, a partir da decisão tomada, passar a julgar todos os fatos

posteriores. Assim, aqueles que representarem reforço da decisão

tomada serão aumentados e os contrários serão diminuídos,

operando-se mecanismo inverso em relação é alternativa que não

foi escolhida. Isso transforma o negociador num torcedor da solução

que escolheu, e não em alguém que procura analisar objetivamente

os fatos. Esse tipo de atitude dá origem aos chamados conflitos

ganha/perde, tão comuns em nossas organizações;

13.8 Não descrever a situação de forma adequada, procurando fatos

e coletando informações pertinentes. E, como conseqüência, não

definir adequadamente a situação-problema, ou seja, aquela que se

quer mudar;

13.9 Não definir corretamente o problema, considerando a situação

atual e a situação desejada. O investimento de tempo que se faz na

definição do problema tem altos dividendos;

13.10 Não separar as causas dos efeitos, não identificar corretamente o

que é uma e outro e, conseqüentemente, procurar resolver os

efeitos e não as coisas. Não retarde a solução com paliativos que só

agravam a situação. Descubra e enfrente as causas;

13.11 Optar por uma alternativa sem antes formular um número

adequado de possibilidades. Lembre-se sempre: a melhor solução

de que se dispõe é tão boa quanto a melhor alternativa formulada;

13.12 Confundir alternativas com solução. A alternativa é um meio de

que se dispõe para alcançar determinado objetivo. Quem negocia

com base na barganha de propostas não consegue trabalhar com

esta diferença;

13.13 Discutir alternativas sem formulá-las adequadamente,

considerando todos os pressupostos explícitos ou implícitos, bem

como todo o conjunto de conseqüências de cada alternativa.

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Procure saber exatamente quais são as vantagens e as

desvantagens da solução que escolher;

13.14 Decidir sem estabelecer critérios ou desconhecendo os critérios

efetivamente utilizados, desconsiderando também o conjunto de

fatores limitativos existentes. Toda decisão é baseada em critérios.

Identifique os critérios de decisão que estiver utilizando e procure

analisar se são apropriados;

13.15 Não planejar adequadamente a implantação da decisão tomada,

inclusive o estabelecimento de mecanismos de controle. Assim, será

muito difícil corrigir os desvios e aprender com a experiência;

13.16 Não estabelecer a forma adequada de comunicação entre os que

tomaram a decisão e aqueles que vão implementá-la, pois é

possível que estes não tenham entendido corretamente o que ficou

acordado. Assim, o que será realizado acaba sendo diferente do

que ficou combinado. Com isso, uma ótima negociação pode ter

resultados medíocres. Esteja sempre atento às necessidades deste

processo de comunicação;

13.17 A passar para uma nova fase do processo decisório, não verificar

a consistência entre as etapas já percorridas. Em cada etapa podem

surgir informações que invalidem as etapas prévias. Assim, ao

planejar a implantação da decisão, podem-se descobrir fatos que

mostrem a inviabilidade da solução adotada. Em função disso,

haverá a necessidade de uma renegociação, como todos os

desgastes que isso pode significar;

13.18 Acreditar que exista uma alternativa sem pontos negativos e,

conseqüentemente, não explicitá-los. Uma corrente é tão resistente

quanto seu elo mais frágil. O mesmo vale para qualquer alternativa.

Esteja atento às fragilidade de cada alternativa;

13.19 Não elaborar planos contingenciais para o caso de aparecerem

fatos e situações imprevistas. Tenha em mente a ambigüidade e a

incerteza. Certeza total só tem os oniscientes;

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13.20 Decidir sem antes definir o processo pelo qual a decisão deveria

ser tomada. Rejeitar a necessidade e a importância de obedecer a

um processo, um conjunto de etapas previamente estabelecidas.

Tudo é processo. Não se atenha apenas ao conteúdo;

13.21 Não utilizar adequadamente o pensamento divergente e o

convergente, ou seja, a alternância entre a criatividade, a análise, a

síntese e o julgamento. O emprego simultâneo dessas diversas

formas faz com que não se efetue corretamente nenhuma delas. A

falta de alguma pode levar a soluções medíocres ou a idealizações

estratosféricas, desvinculadas e qualquer exeqüibilidade;

13.22 Querer impor decisões em situações que apresentem

discordância, envolvimento de riscos elevados e grande incerteza,

ou seja, não negociar com as partes envolvidas;

13.23 Desconhecer que a efetividade de uma solução é conseqüência

do produto de sua qualidade por sua aceitação. Assim, uma solução

que não tenha aceitação. Terá pouca ou nenhuma efetividade.

Quando se negocia com base na solução de problemas busca-se

justamente isso: soluções que tenham alta qualidade e alta

aceitação.

Saber solucionar problemas e tomar decisões estão entre as ações mais

significativas de um negociador. A alternativa a isso é a barganha de

propostas.

14. O que não fazer ao negociar

Estamos negociando a todo o momento. Negociação é como

comunicação, algo que fizemos, fazemos e faremos milhares de vezes. E,

talvez, por ser assim tão ligada ao nosso dia-a-ia, não percebamos todas as

dificuldades envolvidas. Ou melhor, ficamos com a sensação de que alguma

coisa não vai tão bem como gostaríamos e que com certeza, poderia ser

melhorada. Mas vamos tocando o barco assim mesmo. Entretanto,

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periodicamente, é conveniente dar uma parada e verificar como têm sido as

nossas negociações. Quais são os resultados obtidos, onde estão os acertos e

os erros.

Para facilitar essa reflexão sobre uma série de dificuldades e equívocos

encontrados e cometidos por muitos negociadores, segue a relação.

14.1 Não preparar e não efetuar simulação das negociações, sobretudo

aquelas de maior consideração. O tempo da improvisação está

acabando;

14.2 Negociar como se estivesse dialogando com o próprio espelho, ou

seja, dificuldade em ver a situação com os olhos do outro negociador.

Procure sempre ver a negociação sob todas os óticas possíveis;

14.3 Acreditar que se está sempre na pior situação em termos de poder,

tempo e informação. Não testar essas premissas, procurando

congruência entre suas suposições e a realidade. Identifique e teste

seus pressupostos;

14.4 Confundir a versão com os fatos. É preciso muito cuidado para não

cair na armadilha do: “O que importa é a versão e não os fatos”.

Verifique a autenticidade de suas informações;

14.5 Falta de consciência do possível, manifestada através do

estabelecimento de objetivos estratosférico ou muito aquém dos

efetivamente alcançáveis e dos tipos de riscos assumidos. Risco total ou

segurança absoluta;

14.6 Não dispor de procedimentos para tratar a tensão e o stress,

elementos sempre presentes em qualquer negociação, sobretudo

aquelas de maior importância;

14.7 Confundir a pessoa do outro negociador com suas posições ou

idéias. Assim, o foco da negociação desloca-se dos seus aspectos

substantivos para conflitos de personalidade. Separe as pessoas dos

problemas;

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14.8 Deixar-se envolver por táticas sujas, aquelas aplicadas com a

intenção de ferir o outro negociador, psicológica ou mesmo fisicamente,

ou iludi-lo. As táticas sujas devem ser identificadas e neutralizadas;

14.9 Planejar e efetuar uma negociação sem buscar identificar os

objetivos mínimos (necessários) do outro negociador. O outro sempre

tem objetivos desejáveis e os minimamente aceitáveis;

14.10 Utilizar de forma inadequada os recursos disponíveis. O

negociador hábil tem pelo menos duas características: não faz acordos

de que possa se arrepender mais tarde e utiliza da melhor maneira

possível os recursos de que dispõe, sejam eles referentes a poder,

tempo ou informação;

14.11 Não identificar quais são as expectativas e os interesses comuns,

complementares, opostos e neutros, o que acaba gerando polarização e

conflitos entre as partes. Comece a negociação tratando dos interesses

comuns;

14.12 Descuidar-se de formular alternativas de ganho comum. Para isso

são necessárias criatividade e uma boa dosagem entre pensamento

convergente e divergente;

14.13 Não verificar quais são os possíveis temores do outro negociador.

Existe sempre uma série de temores subjacentes em grande parte das

negociações, como ter o ego diminuído ou status prejudicado, sobretudo

perante o próprio eleitorado. É sempre bom lembrar que todo

negociador tem seu eleitorado e que muitas vezes ele age mais em

função deste eleitorado do que de qualquer outra coisa. Deixe sempre

uma saída honrosa para o outro;

14.14 Não identificar as intenções do outro. As posições numa mesa de

negociação são decorrentes de atitudes mentais, crenças e valores. É

preciso, portanto, identificar se estamos diante de uma situação de

colaboração, cuja premissa subjacente é que quer levar vantagem em

tudo, ou seja, o ganha/perde.

14.15 Não atentar para o estilo e os interesses do outro. Como

decorrência, apresentar argumentação sem nenhuma força persuasiva,

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distante do entendimento, da lógica, da emoção, das soluções e

benefícios para o outro negociador. As pessoas estão interessadas,

sobretudo, em soluções e benefícios;

14.16 Desconhecer os sinais verbais e não verbais ou processá-los de

forma inadequada. Em todas as negociações são lançados muitos sinais

que só podem ser interpretados corretamente por quem estiver atento à

figura do outro negociador, isto é, vendo e ouvindo efetivamente. O

negociador proativo vê antes;

14.17 Não levar em conta o tempo de aceitação do outro. Todos nós

diante de idéias diferentes, temos um tempo para processar e aceitar

essas idéias. A compreensão desse tempo diferencia o bom do mau

negociador. É preciso ter paciência, saber esperar ou tornar o momento

favorável;

14.18 Descuidar-se do clima da negociação. O clima de uma

negociação pode ser de apoio ou defensivo e significar a diferença entre

um desfecho bom para ambas ou um impasse. Ajuda muito se você

colocar primeiro os fatos, depois as opiniões;

14.19 Formular inadequadamente seus objetivos máximos (desejáveis)

e mínimos (necessários). Isso ocorre, muitas vezes, porque na

formulação desses objetivos não se considera a nossa MADI, a Melhor

Alternativa Disponível no caso de um impasse naquela negociação.

Como conseqüência, às vezes cedemos mais do que devíamos. Outras

vezes, ficamos intransigentes e depois verificamos que perdemos uma

boa oportunidade;

14.20 Esquecer-se de quem concede mal concede o dobro. A arte da

concessão está em descobrir e valorizar o que é importante para o outro

negociador e pouco importante para você e identificar a seqüência

correta. Sempre leve em consideração que aquilo que é importante para

você pode não ter a menor importância para o outro negociador;

14.21 Não diagnosticar corretamente as causas dos impasses e, com

isso, acirrá-los ou fazer concessões inadequadas. Lembre-se de que os

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impasses têm cargas emocionais acentuadas. Portanto, trate delas com

muito cuidado e preveja saídas estratégicas para possíveis impasses;

14.22 Repetir constantemente as mesmas táticas, por falta de

repertório. É sempre conveniente lembrar que táticas percebidas em

tempo podem ser neutralizadas e revertidas e, muitas vezes, irritam o

outro negociador. Procure desenvolver um bom repertório de táticas de

informação, tempo e poder;

14.23 Fazer a apresentação da proposta sem antes percorrer uma

adequada fase de exploração ou sondagem. O bom negociador

pergunta o dobro e compreende antes de se fazer compreender;

14.24 Negociar em equipe sem definir, previamente, papéis e códigos

de comunicação. Defina também procedimentos para retiradas

estratégicas.

14.25 Esquecer que a negociação só termina quando o acordo foi

cumprido e não quando o acordo foi firmado. Tenha formas de avaliar e

controlar o que foi acordado;

14.26 Não procurar aprender alguma coisa de cada negociação

efetuada. A prática só é boa mestra para quem sabe aprender com ela.

Quem não sabe comete sempre os mesmos erros e cada vez melhor.

Estas são algumas das dificuldades e fraquezas de muitos

negociadores. Convém refletir sobre elas e, se for o caso, buscar formas

de superá-las. Com toda a certeza esta reflexão será muito mais rica se

você aplicá-la a alguém com quem negocia freqüentemente. Só assim

terá oportunidade de validar as suas percepções.

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CAPÍTULO II

NEGOCIAÇÃO NO DEPARTAMENTO DE PÓS-VENDAS

CORPORATIVO DE UMA EMPRESA DE

TELECOMUNICAÇÕES

1. A empresa

O estudo será baseado em uma empresa de telecomunicações que opera

com o sistema de trunking digital, uma empresa totalmente dedicada ao

público corporativo e oferece a mais completa solução de comunicação móvel

integrada, adaptada às necessidades de cada usuário, customizando os

serviços, seguindo a necessidade do mercado, conforme comentado no

capítulo I.

1.1 Visão da Empresa

Ser a companhia de telecomunicações preferida dos seus clientes,

colaboradores, acionistas e pela comunidade.

1.2 Missão da Empresa

Prover aos seus clientes uma experiência superior em soluções de

telecomunicações.

1.3 Valores da Empresa

Colocar o cliente no centro de tudo o que faz, ter como conduta os mais

altos princípios éticos. Ser uma empresa cidadã. Perseguir a excelência.

Cumprir suas promessas. Contratar, desenvolver e reter os melhores

profissionais. Ter colaboradores com maior poder de decisão. Promover a

comunicação aberta e o trabalho em equipe. Promover a inovação a ser

aberto para novas idéias. Tratar uns aos outros com respeito e dignidade.

Gerenciar com responsabilidade os recursos da companhia.

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2. Objetivo do setor de Pós Vendas

Vivemos em um cenário altamente competitivo, o diferencial não está no

produto comercializado e sim no atendimento personalizado. Isso faz com que

os clientes estejam cada vez mais exigentes, diante da concorrência acirrada

em que nos encontramos, os detalhes fazem a diferença na conquista do

mercado.

Manter a satisfação dos clientes, através do relacionamento pessoal,

antecipando suas necessidades e fomentando novos negócios.

Para realizar um bom marketing de relacionamento em ma grande

empresa pode-se fazer o uso de uma série de ferramentas tecnológicas, como

captação e análise de um eficaz banco de dados de seus clientes, para que se

possa conhecê-los melhor e fomentar novos negócios, além de manter a

satisfação.

Através do banco de dados consegue-se um tratamento mais

personalizado ao público. Porem é uma ação bastante custosa e por isso não

pode ser utilizado com todos os seus clientes. A empresa deve concentrar as

ações de relacionamento em seus principais clientes, os que realmente são

responsáveis pela maior parte de seu faturamento.

Como objetivo geral existe a necessidade de uma identificação primária

para sobrevivência e o sucesso das organizações, perante aos seus clientes.

3. Customização

Conforme citamos anteriormente, hoje o mercado “exige” que tenhamos

um atendimento personalizado para cada tipo do cliente, essa customização

irá partir do negociador, que deve ter o feeling de perceber o perfil do cliente e

tratá-lo de forma diferenciada, e da empresa que deve ter projetos e planos

customizados para cada nicho de cliente. A empresa escolhida para o trabalho

divide o perfil de seus clientes da seguinte forma:

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3.1 Cliente Normal: Possui de 1 a 10 equipamentos. Estes são tratados pela

Central de Atendimento Telefônico Universal e dependendo da necessidade o

cliente é direcionado à loja;

3.2 Cliente Importante: Possui de 11 a 20 equipamentos. Tem o mesmo

tratamento do cliente normal;

3.3 Cliente Vip Tel: Possui de 21 a 39 equipamentos. São clientes tratados por

uma Central de Atendimento especializada (Atendimento VIP);

3.4 Cliente VIP: Possui de 40 a 99 equipamentos. Além de serem tratados por

uma central de atendimento especializada existe também o atendimento

realizado por um Executivo de Pós Vendas (um negociador);

3.5 Corporativo: Possui acima de 100 equipamentos. Além de todos os

recursos do atendimento VIP, este tem um Executivo de Contas Corporativas

para o mercado de São Paulo e um Executivo de Pós Vendas para os demais

mercados, desde que não seja da base de São Paulo.

O nicho de clientes escolhido para o estudo foi o VIP. Os Executivos

desde departamento têm como objetivo aumentar o ARPU (receita média por

equipamento), aumentar o grau de satisfação, estabelecer parceria, oferecer

serviços agregados e outras atividades especificadas a seguir.

4. Atividades do Executivo de Pós Vendas

4.1 Visitas periódicas a sua carteira de clientes. Como meta, 60% da sua

carteira deve ser visitada mensalmente. Os clientes que por ventura deixaram

de ser visitados em um determinado mês, tem a prioridade no mês posterior.

Contudo, 100% da carteira deve ser contactada mensalmente;

Os motivos das visitas variam desde uma visita de rotina até a

necessidade da resolução de um problema.

4.2 Identificação e fomentação e novas oportunidades de negócios,

aumentando o faturamento do cliente e também a retenção do mesmo na

base, impossibilitando a ação da concorrência;

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4.3 Coleta e alimentação de informações para o banco de dados do cliente.

Pois quanto mais informações você adquirir sobre o cliente, maior será a

chance de fidelização deste.

4.4 Acompanhamento diário dos chamados que são gerados na central de

atendimento VIP, com prazo de solução de 48 horas, obedecendo ao padrão

de qualidade da empresa.

4.5 Ações de marketing destinadas a fidelização dos clientes, tais como

reuniões trimestrais com o time de liderança (presidente, vice-presidentes e

diretoria da empresa), quando há a oportunidade dos clientes expressarem as

suas necessidades. Por outro lado a empresa também tem a oportunidade de

transparecer suas ações e divulgar seus planos de ampliação de cobertura e

novos produtos e serviços;

4.6 Renovações contratuais, visando a fidelização do cliente na base;

4.7 Controle de churn (cancelamento) com metas de 2% do mês;

4.8 Manter a carteira de clientes com mais de 50% dos equipamentos fora dos

planos de retenção, já que estes planos não são tão rentáveis quanto aqueles

oferecidos no momento da compra.

5. Principais problemas e formas de tratamento

5.1 Cancelamento de Equipamentos

É estudado o motivo do cancelamento e as maneiras de retenção do cliente.

Principais motivos e formas de retenção:

- Ações da concorrência: É estudada a oferta da concorrência, desde

qualidade de atendimento e de serviço até o custo da mensalidade, e então é

oferecida uma contraproposta.

- Redução de custos: É oferecido um plano de retenção dentro das condições

do cliente conforme seu histórico, ou seja, é analisado o tempo que este cliente

encontra-se na base, o tempo de retorno do investimento, a pontualidade no

pagamento, o valor do ARPU (receita média por equipamento) e se já foi

oferecido um plano de retenção anteriormente, conforme a estratégia da

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empresa, uma vez que um cliente pode ter vários parceiros utilizando o mesmo

sistema de telecomunicação.

O plano de retenção só pode ser oferecido quando o cliente tem mais de oito

(8) meses de base, pois este é o tempo mínimo que este paga o custo de

investimento.

- Falta de cobertura: Dependendo da rentabilidade que o cliente traz à

empresa é oferecido a este um projeto indoor ou a ampliação de sites no local.

- Insatisfação com o equipamento: E estudado todo histórico, tal qual a

primeira ação e então é oferecido um up grade ou somente desconto em

parcelas para aquisição de um novo equipamento. Para substituição e up

grades de equipamentos é necessária uma requisição do cliente, desta forma o

Executivo faz a solicitação no sistema e a transportadora efetua esta

substituição.

- Falta da capacidade de pagamento do cliente: Neste caso não é feita

nenhuma ação. É dada entrada no cancelamento através uma carta solicitando

o rompimento do contrato. Se este tiver carência é paga uma multa referente

aos meses subseqüentes.

- Mudança do sistema de telecomunicações dos parceiros/fornecedores: Neste

caso também não é utilizado nenhum tipo de ação.

6. Método utilizado para acompanhamento e retenção dos clientes:

Churn (Cancelamento) preditivo: É um banco de dados com todo

histórico do cliente, informações como propensão ao cancelamento (em

porcentagem), quantidade de chamados em aberto, minutagem utilizada

mensalmente, quantidade de equipamentos adicionados nos últimos seis (6)

meses, receita média, utilização de serviços agregados, número de tentativas

de cancelamento (se houver alguma), pontualidade no pagamento, número de

desativação de equipamento.

Este sistema é utilizado também como um estudo prévio para visita a

um cliente, ou seja, através desta análise é dada a oportunidade do negociador

ir ao cliente com estratégicas formadas para cada caso específico. É uma

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forma do Executivo conhecer melhor seu cliente, ir preparado para reunião.

Esta é uma ferramenta que agrega valor ao atendimento personalizado. O

Negociador mostra conhecer a necessidade do cliente e traz a resposta

necessária. Conseguindo desta forma a tão esperada fidelização e parceria

com o cliente.

As principais formas de manter o cliente fidelizado e criar parceria são:

estar sempre pronto para o atendimento, solucionando as dúvidas e

reclamações, ter transparência e sensibilidade aos seus problemas, estar

atendo aos sinais verbais e não verbais dos clientes, utilizar as ferramentas

oferecidas pela empresa e negociar sempre para satisfação de ambas as

partes.

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CAPÍTULO III

NEGOCIAÇÃO NA PRÁTICA (CASE)

Cliente solicitou uma reunião com o Executivo de Pós Vendas para

solicitar cancelamento dos 87 equipamentos da sua empresa. Ele havia

recebido proposta de outra operadora com o valor da mensalidade altamente

inferior ao que ele pagava com a atual operadora. Não havia maneira do

negociador alcançar o preço oferecido pela outra empresa mantendo a

qualidade de sempre. Os planos de retenção existentes não chegavam a um

valor tão baixo quanto o valor oferecido na proposta da concorrência.

O cliente estava satisfeito com os serviços prestados até o momento,

não havia mostrado sinais de insatisfação com a empresa fornecedora.

Contudo, a proposta oferecida era bastante interessante ao cliente. Com ela a

redução dos custos era altamente perceptível.

Situação do Cliente:

1- Baixo consumo de rádio em alguns equipamentos (40 equipamentos);

2- Alto consumo de rádio para poucos equipamentos (36 equipamentos);

3- Alto consumo de rádio e alto consumo de telefonia (11 equipamentos).

O negociador estudou a proposta da concorrência, retirou o relatório de

consumo do cliente e concluiu que apesar da proposta ter um custo muito

baixo, ela não atenderia as necessidades do cliente como a empresa atual,

pois os serviços agregados à telefonia superavam os serviços da concorrência,

esta não tinha capacidade de manter os preços oferecendo os serviços já

utilizados pelo cliente em sua atual operadora. Desta forma o negociador

preparou a reunião com argumentos focando a falta que lhe faria a ausência

destes serviços, baseado em comprovantes de consumo de telefonia

juntamente com os serviços agregados, ele fez o cliente entender que não

seria vantajoso cancelar o contrato, e mostrou a contraproposta seguinte:

1- Mensalidade baixa, com franquia de minutos de rádio pré-determinada;

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2- Mensalidade um pouco acima da primeira, com rádio ilimitado;

3- Um plano de pooling para telefonia (vários equipamentos usufruindo do

somatório dos minutos contratados) e rádio ilimitado, cujo valor era

razoável diante da proposta que o cliente recebeu da outra operadora.

O cliente concordou satisfeito com as soluções oferecidas. E no

decorrer da vigência do contrato, adicionou mais vinte (20) equipamentos no

plano vigente e após um ano este cliente renovou contrato mantendo os

valores anteriormente acordados e para os vinte (20) equipamentos o plano foi

com uma pequena diferença a mais em relação ao item dois (2).

Considerações do negociador:

O negociador deste cliente ressalta a importância da transparência e o

acompanhamento do cliente, o conhecimento do mercado, a pré-disposição

em apresentar soluções para o cliente, a importância de cumprir as promessas

e a segurança nas colocações.

Foram estas técnicas juntamente com seu poder de argumentação e a

qualidade dos serviços prestados que mais uma vez conquistaram e

fidelizaram um cliente.

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CONCLUSÃO

Toda negociação tem um ou mais objetivos e estes objetivos podem ser

categorizados como ideais, realistas e prioritários. Os objetivos ideais são

aqueles que poderiam ser concretizados caso o lado oposto da negociação

estivesse de acordo com o que é pedido. Ambas as partes da negociação

podem oferecer resitência aos objetivos realistas de uma das partes e atravéz

de negociações exaustivas busca-se atingir um consenso sobre as prioridades

de ambos os lados. O seu ponto chave está na concessão, e na premissa de

que ambas as partes devem obter vantagens delas.

A negociação está presente em todos os momentos de nossas vidas,

por isso esta, como qualquer outra habilidade, se desenvolve com a prática, ou

já é uma aptidão associada à personalidade de cada pessoa, muito

dependente do estado mental e do poder pessoal de cada indivíduo.

A negociação é um grande diferencial no atual mercado, tanto no

momento da venda quanto no departamento de pós-vendas customizado. A

empresa deve mostra-se preocupada com a satisfação do cliente facilitando a

conquista e a fidelização. Uma organização precisa de clientes satisfeitos, pois

clientes insatisfeitos são capazes de destruírem planos e metas de uma

empresa, ainda que seus produtos sejam excelentes e perfeitamente

elaborados.

Pois isso a personalização do atendimento é tão importante, o

negociador deve entender a cultura da organização que irá tratar. Pois nem

todos os planos que agradam a um determinado cliente têm a abrigação de

atender as expectativas de outro.

Para que a negociação seja produtiva é necessário que o negociador

tenha autonomia o suficiente para ofertar em um primeiro momento. A falta de

autonomia leva a uma comunicação breve e torna-se um entrave na transação.

Nas reuniões são necessários negociadores com visão amplas, flexíveis

e capazes de tornar os negócios propícios à empresa e ao cliente.

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BIBLIOGRAFIA

• WANDERLEY, José Augusto. Negociação Total: Encontrando

soluções, vencendo resistência, obtendo resultados. – 6ª edição –

Editora Gente, 1998.

• COHEN, Herb. Você pode negociar qualquer coisa, Rio de Janeiro,

Record, 1982.

• KARRASS, Chester L. O Manual de Negociação: O Guia Completo

com Estratégias e Táticas de Negociação, Rio de Janeiro, Ediouro,

1994.

• Site da internet: http://www.guiarh.com.br/p4.htm

• Site da internet:

http://www.ibec.org.br/sistema2006/Downloads/a_negociacao_eficaz.

doc.

• Site da internet:

http://www.fae.edu/publicacoes/pdf/revista_fae_business/n7/rev_fae_busines

s_07_2003_gestao_12.pdf

• Entrevista com André Luiz Ullmann Furtado e Silvio Roberto da

Costa Pacheco, Executivos de Pós Vendas de uma grande Empresa

de Telecomunicações.

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ANEXOS (Comprovantes de atividades culturais)

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

TEORIA DA NEGOCIAÇÃO 10

1. Conceito 10

2. Processo de Negociação 10

3. O poder pessoal 10

4. O estado mental 12

5. Como eliciar estados mentais positivos 13

6. O que temos de fazer para convencer alguém 17

7. Crenças e valores 18

8. Necessidades 18

9. O que é conhecer o assunto ou o seu negócio? 19

10. Flexibilidade do negociador 20

11. Antes da Reunião de Negociação 21

12. As negociações por telefone 23

13. Pecados capitais no processo de tomada

de decisão e solução de problemas 24

14. O que não fazer ao negociar 28

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CAPÍTULO II

NEGOCIAÇÃO NO DEPARTAMENTO DE

PÓS-VENDAS CORPORATIVO DE UMA

EMPRESA DE TELECOMUNICAÇÕES 33

1. A empresa 33

2. Objetivo do setor de Pós-Vendas Corporativo 34

3. Customização 34

4. Atividades do Executivo de Pós-Vendas 35

5. Principais problemas e formas de tratamento 36

6. Método utilizado para acompanhamento

e retenção dos clientes 37

CAPÍTULO III

NEGOCIAÇÃO NA PRÁTICA (CASE) 39

ANEXOS (Comprovantes de atividades culturais) 43

ÍNDICE 44

FOLHA DE AVALIAÇÃO 46

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes – A vez do Mestre

Título da Monografia: Negociação no Departamento de Pós-Vendas

Corporativo de uma Empresa de Telecomunicações.

Autor: Aline Mineiro Santos

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